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7 UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES – CAMPUS DE ERECHIM ADRIANA LORENZ SZADY CONCEPÇÕES DE MODELAGEM MATEMÁTICA PRESENTES EM PRÁTICAS DESENVOLVIDAS NO ENSINO FUNDAMENTAL ERECHIM 2009

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS

MISSÕES – CAMPUS DE ERECHIM

ADRIANA LORENZ SZADY

CONCEPÇÕES DE MODELAGEM MATEMÁTICA PRESENTES EM

PRÁTICAS DESENVOLVIDAS NO ENSINO FUNDAMENTAL

ERECHIM

2009

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ADRIANA LORENZ SZADY

CONCEPÇÕES DE MODELAGEM MATEMÁTICA PRESENTES EM

PRÁTICAS DESENVOLVIDAS NO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso, apresentado ao Curso de Matemática, Departamento de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – Campus de Erechim.

Profª. Nilce Fátima Scheffer

ERECHIM

2009

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À minha família, (Vilamir, Inês e Rodrigo),

cujo amor me engrandece.

À minha orientadora, Nilce Fátima Scheffer,

amiga educadora, de grande influência em

minha formação acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Agradecer a alguém é demonstrar e reconhecer pela ajuda de algum modo recebida.

Primeiramente, agradeço a Deus e a minha família, que sempre estiveram comigo,

me incentivando, apoiando e repassando força para enfrentar os desafios, na busca

contínua de cumprir os objetivos a que me propus.

À Professora, Drª. Nilce Fátima Scheffer, pela oportunidade de orientação, pela

disponibilidade, pela atenção, paciência e apoio durante o desenvolvimento deste

trabalho.

Aos demais professores do curso que me orientaram na busca de novos

conhecimentos e transmitiram saber e amor pela profissão.

E a todos aqueles que, de alguma forma, me incentivaram para a realização deste

trabalho, meus sinceros agradecimentos.

11

“Jamais considere seus estudos como uma obrigação,

mas como uma oportunidade invejável para aprender a

conhecer a influência libertadora da beleza do reino do

espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito

da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer.”

(Albert Einstein)

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RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo verificar as concepções de Modelagem Matemática presentes em diferentes práticas desenvolvidas no Ensino Fundamental e publicadas em periódicos especializados. A pesquisa é bibliográfica com caráter qualitativo, na qual busca-se apresentar um Referencial Teórico sobre Modelagem e discutir a adoção da Modelagem Matemática no Ensino Fundamental. Os resultados apontam que a Modelagem Matemática é uma prática adotada com muita freqüência por professores no Ensino Fundamental, pois possibilita maior interação dos alunos com situações da realidade e que por fim, garantem acentuados conhecimentos matemáticos. Palavras-chave: Modelagem Matemática. Ensino Fundamental. Educação Matemática.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

1 MODELO MATEMÁTICO: ALGUMAS DEFINIÇÕES 8

2 AS RAÍZES DA MODELAGEM: UM POUCO DE HISTÓRIA 10

3 MODELAGEM MATEMÁTICA: ALGUMAS DEFINIÇÕES 12

4 A ADOÇÃO DA MODELAGEM MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

16

5 A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E A MODELAGEM MATEMÁTICA 19

6 ALGUMAS DISCUSSÕES 22

CONSIDERAÇÕES FINAIS 25

REFERÊNCIAS 27

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INTRODUÇÃO

A Modelagem Matemática tem se constituído numa alternativa de ensino-

aprendizagem da Matemática que busca compreender e explicar situações

idealizadas a partir da observação e problematização do mundo real e expressá-las

por meio de modelos matemáticos.

O presente trabalho consiste numa pesquisa bibliográfica com caráter qualitativo.

Tem como objetivos verificar e levantar concepções de Modelagem Matemática

presentes em artigos publicados a respeito de práticas desenvolvidas no Ensino

Fundamental e sua contribuição na atividade docente dos professores.

Os dados serão coletados a partir da análise de artigos de Modelagem

Matemática que descrevem práticas desenvolvidas no Ensino Fundamental, sendo

que os mesmos serão analisados mediante classificações das diferentes

concepções de Modelagem no âmbito da Educação Matemática.

O desenvolvimento deste trabalho justifica-se porque, apresentará reflexões

significativas sobre Modelagem Matemática como meio de um novo fazer

pedagógico no ambiente escolar.

O trabalho está dividido em seis seções:

Na primeira seção apresenta-se algumas definições envolvendo modelo

matemático.

Na segunda seção relata-se um pouco de história da modelagem.

Na terceira seção apresenta-se algumas definições envolvendo Modelagem

Matemática.

Na quarta seção apresenta-se uma discussão quanto a adoção da Modelagem

Matemática no Ensino Fundamental.

Na quinta seção compreende-se a Educação Matemática e a Modelagem

Matemática.

E finalmente, na sexta seção algumas discussões envolvendo as diferentes

concepções de Modelagem Matemática.

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1 MODELO MATEMÁTICO: ALGUMAS DEFINIÇÕES

O termo “modelo” foi introduzido na Matemática, quando as geometrias não-

euclidianas de Lobachewski e Riemann ganharam aceitabilidade na Matemática.

Tornou-se uma palavra essencial no vocabulário científico (SCHEFFER, 1995).

Biembengut (2004, p. 16) diz que “O modelo não é objeto, obra arquitetônica ou

tecnologia, mas projeto, esquema, lei ou representação que permite a produção ou

reprodução ou execução dessa ação”.

Um modelo apresenta uma visão de fragmento de um todo. O modelo

matemático é uma representação ou interpretação simplificada da realidade,

segundo uma estrutura de conceitos mentais ou experimentais.

Para traduzirmos uma situação da vida real por meio de um modelo matemático,

é preciso definir em que consiste o problema, após escolher uma estrutura

matemática para representá-lo e por fim utilizar as ferramentas matemáticas à

disposição para obter novas conclusões.

A importância do modelo matemático consiste em se ter uma linguagem concisa que expressa nossas idéias de maneira clara e sem ambigüidades, além de proporcionar um arsenal enorme de resultados (teoremas) que propiciam o uso de métodos computacionais para calcular suas soluções numéricas (BASSANEZI, 2004, p. 20).

Na Matemática, a elaboração de modelos matemáticos, possibilita uma melhor

compreensão, simulação e previsão do fenômeno estudado (BIEMBENGUT; HEIN,

2003).

Os Modelos desempenham importante papel significativo no currículo

matemático escolar. Toda atividade associada à resolução de problemas reais

envolve a construção de modelos (SCHEFFER, 1995). Dessa forma, a adoção de

modelos matemáticos no ensino, propicia ao aluno melhor compreensão das idéias

matemáticas.

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O trabalho a partir da criação de modelos matemáticos no ensino, permite que o

professor explore conteúdos de diferentes áreas do conhecimento, disponibilizando

ao aluno situações concretas, utilizando a linguagem matemática, além de

desenvolver o raciocínio lógico, a criticidade, a criatividade e a capacidade de

analisar os dados, trabalhando-os de forma que o aluno perceba sua importância e

sua aplicação.

Esse método pode conduzir a um trabalho de natureza interdisciplinar, pois

utiliza os resultados e os instrumentos de outras áreas do conhecimento como ponto

de partida para seu desenvolvimento.

Na realidade é essencial que seja preservada a dinâmica da Modelagem, mais do que o modelo em si. O estado puro e simples de modelos é condicionante e elimina a dialética reflexão-ação, que caracteriza a aprendizagem. O modelo em si, estático, não necessita ser aprendido. Ele é utilizável e, nessa ação de utilizá-lo, ele é recriado [...]. Essa recriação de modelos pelo sujeito que pode utilizar outros modelos que foram incorporados a sua realidade, e que é a essência do processo criativo, deveria construir o ponto focal dos sistemas educativos (D’ AMBRÓSIO, 1986, p. 46).

Isso nos mostra que há uma relação entre a observação, a análise, a discussão

e a recriação desses modelos, baseado na realidade do aluno.

Um modelo matemático, antes de ser construído, é idealizado no pensamento e

após repensado muitas vezes, é representado no original. É de grande importância

para quem o elabora e tem como base um projeto de estudos.

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2 AS RAÍZES DA MODELAGEM: UM POUCO DE HISTÓRIA

A Modelagem Matemática se manifesta desde os tempos mais remotos através

de situações isoladas e pouco sistematizadas.

A ausência de registros impede o entendimento dos acontecimentos que

levaram os historiadores, os filósofos e os matemáticos a inventarem modelos que

ainda são constantemente utilizados na contemporaneidade. Realizações

significativas somente puderam ser transmitidas às gerações futuras com o

aparecimento da escrita, que permitiu aos historiadores a difusão do conhecimento

acumulado pelas civilizações antigas (BIEMBENGUT, 2004).

A origem da modelagem ocorreu a partir de ‘mestres’ da humanidade: egípcios,

babilônios, gregos e renascentistas, que produziram famosos modelos ao longo da

história (BIEMBENGUT, 2004).

Boyer (1974 apud BIEMBENGUT, 2004) afirma que os papiros contendo

hieróglifos e tábuas com escritas cuneiformes dos caldeus foram os primeiros

registros sobre os conhecimentos científicos. Os egípcios conheciam os quatro

pontos cardeais, sabiam determinar os momentos dos equinócios e a duração do

ano solar. Além disso, os agrimensores criaram uma coleção de regras geométricas

para a medição das terras atingidas pelos transbordamentos do Rio Nilo.

Os babilônios se tornaram habilidosos matemáticos e acumularam significativo

conhecimento astronômico. Elaboraram um modelo dos movimentos do sol, da lua e

dos planetas através de séries numéricas e formas geométricas (BIEMBENGUT,

2004).

No século VI a.C., destaca-se a civilização grega. É possível encontrar a

essência do processo de modelagem nas contribuições de Tales de Mileto,

Pitágoras, Platão, Eudóxio, Euclides, Arquimedes, Erastótenes de Cirene e outros

(BIEMBENGUT, 2004). Segundo a autora:

• Tales de Mileto (639 – 568 a.C.) surpreendeu os egípcios utilizando a

semelhança de triângulos para calcular a altura de qualquer pirâmide á partir

da projeção de sua sombra.

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• Pitágoras (530 a.C.) criou uma teoria matemática na música, no qual

observou o comprimento das cordas vibratórias que produziam ondas

sonoras em mútua harmonia.

• Platão (428 – 347 a.C.) elaborou um modelo simples, propondo movimentos

circulares e uniformes dos planetas, no qual a terra era o centro do universo.

Coube ao seu discípulo Eudóxio (408 – 355 a.C.) registrar suas idéias,

elaborando, através de um modelo geométrico, a representação dos

fenômenos celestes. Nele a Terra ocupava a posição central do Universo e

arrastava as estrelas e os planetas em movimentos concêntricos.

• Euclides (300 a.C.) reuniu os feitos ou conhecimentos geométricos da época

e organizou-os em uma forma lógica de preposições para criar um modelo

clássico de organização formal da matemática, apresentado na coleção

“Elementos”.

• Arquimedes (287 – 212 a.C.) criou um modelo que combinava as deduções

matemáticas com os resultados obtidos da experiência, permitindo-o

descobrir as leis fundamentais da estática.

• Erastótenes de Cirene (276 – 194 a.C.) utilizou-se de uma estaca para

calcular e mostrar a medida da circunferência da Terra.

Ainda de acordo com a autora, posteriormente, no período do Renascimento

contou-se com grandes cientistas e pensadores, dentre eles, Leonardo da Vinci,

Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, René Descartes e Isaac Newton.

Neste contexto, pode-se ver que a Modelagem Matemática pode ser encontrada

desde que as ciências começaram a se desenvolver, pois, a idéia de criação de

modelos sempre esteve presente na elaboração das teorias científicas e

matemáticas.

Ao longo da história, o processo de Modelagem Matemática vem se

aperfeiçoando e sendo utilizado constantemente para a criação de novos modelos,

que permitiram, que determinados fenômenos, até então sem solução ou

inexplicados, pudessem ser entendidos e conseqüentemente solucionados.

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3 MODELAGEM MATEMÁTICA: ALGUMAS DEFINIÇÕES

O ensino de Matemática, através dos esforços de muitos educadores, ainda tem-

se deixado a desejar, principalmente nos aspectos da contextualização, de

apresentar significado para o aluno e, em conseqüência, a falta de estímulo, o alto

índice de reprovação e evasão. A Modelagem, enquanto alternativa para o ensino de

Matemática, busca tornar o ensino mais dinâmico, vivo e significativo (BURAK,

2005).

A Modelagem Matemática, processo que envolve a Realidade e a Matemática

mediante o qual se definem estratégias de ação, proporciona ao aluno uma análise

global da realidade na qual ele tem sua ação (SCHEFFER, 1995).

Burak (2004 apud DOS SANTOS; BISOGNIN, 2007, p. 103) afirma que a

“Modelagem Matemática é uma alternativa metodológica para o ensino de

Matemática”.

A Modelagem Matemática é uma estratégia alternativa de ensino que visa dar ao

aluno mais liberdade e autonomia para o seu pensar, raciocinar, conjecturar, estimar

e dar vazão ao pensamento criativo, estimulado pela motivação e criatividade

(SCHEFFER, 1990).

D' Ambrósio (1986) caracteriza a Modelagem Matemática como uma “realidade-

reflexão sobre a realidade”, resultante de uma ação planejada, que ocorre através

da construção de modelos sobre os quais o indivíduo opera. É neste ciclo realidade-

reflexão-ação-realidade que incide o ponto mais importante da questão. Assim, na

construção de um modelo, este pode tornar-se essencialmente importante no

processo das informações do mundo à sua volta. O indivíduo é parte integrante e ao

mesmo tempo, observador da realidade, sendo que para se chegar ao modelo, é

preciso que o indivíduo defina estratégias para criar o mesmo.

Bassanezi (2004) destaca que a Modelagem consiste na arte de transformar

situações da realidade em problemas matemáticos, interpretando suas soluções na

linguagem do mundo real. Com isso, espera-se que, ao traduzir a linguagem natural

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em linguagem matemática, esta se revele, deixando de ser algo pronto e estático

para tornar-se uma re-descoberta ou mesmo uma construção.

Mendonça (1993 apud SCHEFFER; CAMPAGNOLLO, 1998) vê a Modelagem

Matemática como um processo global que parte de uma situação real

problematizada, procurando a devida solução através de um modelo matemático,

que traduzirá relações naturais do problema de origem e que buscará a verificação e

a validação ou não do modelo á partir dos dados concretos.

Scheffer e Campagnollo (1998) afirmam que a Modelagem Matemática é uma

alternativa de ensino-aprendizagem no qual a Matemática desenvolvida com os

alunos parte de seus próprios interesses e que o conteúdo tem origem no tema a ser

problematizado, nas dificuldades do dia-a-dia e nas situações da vida real. Valoriza

o aluno no contexto social em que o mesmo está inserido, proporcionando-lhe

condições para ser uma pessoa crítica, criativa e capaz de superar suas

dificuldades. Isso nos mostra que a Modelagem Matemática proporciona condições

para que o aluno desenvolva habilidades de interpretação e resolução de problemas

reais, tornando-o ser crítico e criativo.

Barbosa (2001) afirma que a Modelagem Matemática torna-se um ambiente de

aprendizagem no qual os alunos são convidados a realizar indagações e/ou

investigações, através da matemática, situações advindas de outras áreas do

conhecimento. Isso nos mostra que a Matemática está vinculada num contexto

sócio-cultural, contribuindo significativamente na atividade escolar.

Borba; Meneghetti e Hermini (1999) consideram que a Modelagem pode ser

vista como um esforço de descrever matematicamente um fenômeno escolhido

pelos alunos juntamente com o auxílio do professor. Com isso, trabalhar a

Matemática, através do uso da Modelagem, possibilita ao aluno investigar,

estabelecer relações, argumentar e constituir uma atitude crítica, diante do seu

devido contexto.

A Modelagem Matemática pode ser considerada uma arte de formular, resolver e

elaborar expressões que valham não apenas para uma solução particular, mas que,

posteriormente, sirvam como suporte para outras aplicações e teorias

(BIEMBENGUT; HEIN, 2003). Dessa forma, deve-se permitir espaço para as

atividades de investigação, contribuindo decisivamente para a formação na

concepção de busca e auxílio na percepção da realidade.

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O uso da Modelagem, na sala de aula, possibilita que os alunos realizem

investigações de acordo com seus próprios interesses e realidades. Assim, através

das informações coletadas, surge a necessidade de serem analisados, organizados

e interpretados mais facilmente.

O ambiente de Modelagem Matemática associa-se à problematização e à

investigação. A problematização relaciona-se ao ato de elaborar perguntas e/ou

problemas, enquanto que à investigação, a pesquisa, a seleção, a organização e a

manipulação das informações e suas respectivas reflexões. Ambas atividades

articulam-se no processo de envolvimento dos alunos, possibilitando levantar

questões e realizar investigações (BARBOSA, 2003).

A escolha do tema deve ser, preferencialmente, dos alunos. É possível, no início de um trabalho com Modelagem, o professor ter preferência pelo trabalho com um único tema. A razão determinante de tal escolha é a insegurança de trabalhar vários temas (BURAK, 1994, p. 50).

As práticas desenvolvidas com o uso da Modelagem Matemática, caracterizam-

se como elemento motivador na busca de soluções a situações-problema,

envolvendo o cotidiano e que podem ou não ser vivenciadas pelos alunos.

Na maioria das vezes, a Modelagem Matemática torna-se um desafio para o

professor, por deparar-se com o inesperado e por exigir um maior embasamento

sobre os temas a serem desenvolvidos.

Na experiência com Modelagem Matemática, os alunos têm a oportunidade de

conhecer e re-conhecer idéias matemáticas, serem capazes de desenvolver

habilidades de exploração e capacidade de aplicar Matemática, pelo envolvimento

nas atividades e pela oportunidade de discutirem a presença e o uso da Matemática

na sociedade (BARBOSA, 2003).

A Modelagem pode potencializar a intervenção dos indivíduos nas discussões e

nas tomadas de decisões sociais que envolvem a aplicação da Matemática,

contribuindo para maiores possibilidades de construção e consolidação de

sociedades mais democráticas (BARBOSA, 2003).

Utilizando a Modelagem, o professor pode tornar a aula de Matemática um

verdadeiro ambiente de aprendizagem e crescimento individual e coletivo. Além

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disso, de acordo com Barbosa (2003), o professor ao final do seu trabalho pode

avaliar e ressignificar sua própria prática docente.

A partir da Modelagem Matemática é possível obter respostas às inúmeras

questões evidenciadas no ensino de Matemática, mostrando condições de se

constituir uma maneira de tirar o aluno da condição de espectador passivo e torná-lo

capaz de construir o seu próprio conhecimento (BURAK, 2005).

Bassanezi (1994 apud BARBOSA, 2003, p. 70) afirma que “[...] as atividades de

Modelagem oferecem oportunidades para aprender novas idéias matemáticas”.

O professor, ao decidir usar a Modelagem, considera em primeiro lugar, o

processo de ensino-aprendizagem, para buscar e apropriar estratégias, não

somente para solucionar questões escolares, mas também do cotidiano,

contribuindo para um ensino contextualizado e interdisciplinar (CURY, 2003).

O educador, ao utilizar a Modelagem Matemática tem a possibilidade de

transformar sua prática em algo em que esteja presente na motivação e no

interesse, na vontade de aprender, na participação e na colaboração, na

aplicabilidade e na utilidade, a investigação e a pesquisa, a reflexão e a crítica (DOS

SANTOS; BISOGNIN, 2007).

Assim, o professor é convidado a implementar a Modelagem Matemática em sua

prática docente, visando todos os níveis da educação e conduzindo o aluno à

investigação, ao esclarecimento de dúvidas, estabelecendo a compreensão de

determinados conteúdos e seu significado. Dessa forma, espera-se que a

Modelagem Matemática esteja presente nas atividades escolares, pois constitui-se

uma importante alternativa para a Educação Matemática.

Isso nos mostra que a Modelagem Matemática apresenta-se como uma

alternativa viável para a sala de aula, além de estabelecer relações entre o cotidiano

e outras áreas do conhecimento.

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4 A ADOÇÃO DA MODELAGEM MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

O ensino de matemática tem se caracterizado por ter o professor como elemento

central da sala de aula. Apresenta-se o conteúdo oralmente, após parte para

definições e exemplos, em seguida aplica-se exercícios de fixação, e imagina-se que

o aluno aprendeu pela reprodução (DOS SANTOS; BISOGNIN, 2007).

Deve-se buscar a transformação das práticas escolares, aproximando a teoria da

prática e a prática da teoria, através de uma postura interdisciplinar para o

desenvolvimento de habilidades a partir das experiências vivenciadas (DOS

SANTOS; BISOGNIN, 2007).

Estes autores problematizaram o tema “Poluição do ar, do solo e das águas”

construíram modelos matemáticos que embora simples, como uma tabela, mas que

apresentaram significativa importância para a formação do pensar matemático dos

alunos. Além disso, desenvolveram conteúdos matemáticos envolvendo Funções e

alguns conceitos básicos de Estatística.

Nesse sentido, a Matemática deve ter um aspecto de inserção social e política, o

que certamente conduzirá a uma maior aplicabilidade dos conceitos aprendidos.

Sendo assim, é necessário implementar na sala de aula uma prática de ensino e

aprendizagem que valorize o espírito de investigação, argumentação e formulação

de idéias.

Para tanto, a escola deve ter a preocupação de mobilizar o aluno para se tornar um aprendiz, construindo mais competências e menos acúmulo de conhecimentos. O processo educacional deverá orientar-se no sentido de oferecer condições para que o aluno possa analisar e argumentar criticamente a realidade cultural, social e política em que vive. Nesse contexto, os alunos são encorajados a explorar, pesquisar, discutir e questionar, permeados por um ambiente de análise e reflexão, favorecendo a compreensão das informações recebidas ou levantadas por eles próprios. Torna-se assim imprescindível para o aluno vivenciar os fatos para, então, analisá-los e refletir sobre eles, bem como validar os resultados (FERREIRA; WODEWOTZKI, 2007, p. 117).

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Assim, o papel fundamental da educação no desenvolvimento dos indivíduos e

da sociedade amplia-se cada vez mais, apontando para a necessidade de se

construir uma escola voltada para a formação dos cidadãos e direcionando a revisão

dos currículos que orientam o trabalho dos professores (DOS SANTOS; BISOGNIN,

2007).

Scheffer (1990) ao tratar o tema “Avicultura - pintinhos e galinhas” exploraram

conceitos como: construção de tabelas, representação gráfica em barras, operações

com números decimais, operações entre números inteiros e decimais, unidades de

medida e cálculo da percentagem relacionada ao número de aves envolvidas na

pesquisa e valor alimentício dos produtos avícolas.

Scheffer e Campagnollo (1998) ao tratar o tema “Armazenamento de produtos

agrícolas” exploraram desde área construída até a capacidade total de

armazenamento do Galpão Chapecó e também questões a respeito da conservação

do produto até o tipo de produto a ser armazenado e sua importância para o

contexto social.

Hein e Biembengut (2007) ao trabalhar com o tema “Criação de frangos”

exploraram conceitos como: construção de tabela, peso versus massa, medida de

peso, média e comparação de taxas. Sendo assim, a matemática abrange fatos da

realidade diária em suas discussões, dando origem à Modelagem Matemática, com

especial atenção ao seu uso no ensino.

Ferreira e Wodewotzki (2007) ao tratar os temas “Água, Lixo, Energia Elétrica e

Desmatamento” elaboraram alguns modelos, dentre os quais previsão do

crescimento populacional e da produção do volume do lixo. Os alunos fizeram uso

da informática e de fórmulas do Excel, tabelas e gráficos. Para estes autores, as

questões ambientais mostram-se como importante recurso didático e fonte de

experiências pedagógicas, revelando-se como um campo privilegiado para o

processo educativo, na perspectiva da Modelagem Matemática.

Sendo assim, a Modelagem Matemática é justificada dentro da proposta

curricular, pois oferece amplo espaço para a investigação e a análise de problemas

que transitam por vários campos do conhecimento, devendo estar ligada a educação

crítica e formadora de opiniões.

Ao desenvolver atividades com Modelagem, o professor pode indicar questões

que geram reflexões e uma atuação construtiva e cooperativa no meio em que os

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indivíduos estão inseridos. Ao partir de uma reflexão sobre um problema real, o

aluno pode se surpreender com a obtenção de um modelo matemático que provoca

a verificação da informação, viabilizando o ensino do conteúdo matemático.

As vantagens na utilização da Modelagem Matemática no processo de ensino e

aprendizagem permeiam entre maior aprendizagem, troca de idéias e experiências

entre os alunos, oportunidade de trabalho coletivo e motivação pela descoberta,

vistas como estimuladoras do interesse dos alunos.

A facilidade de entendimento do conteúdo e a percepção quanto à utilidade da

matemática, em situações reais do cotidiano, são características favoráveis à

adoção da Modelagem Matemática como método alternativo de ensino, enquanto

diferenciadoras positivas do processo.

Por ser uma proposta flexível e que valoriza a investigação e a exploração para

introduzir o conceito matemático, a Modelagem Matemática permite a organização e

reorganização dos conteúdos. Os alunos terão um campo de trabalho muito mais

amplo, ao desenvolverem uma pesquisa de dados, obterem um modelo,

confrontarem dados e compararem resultados.

A importância de trabalhar com a Modelagem Matemática, principalmente nas

séries do Ensino Fundamental, possibilita maior interação dos alunos com situações

da realidade e que por fim, garantem acentuados conhecimentos matemáticos.

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5 A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E A MODELAGEM MATEMÁTICA

Segundo Almeida (2003 apud SCHEFFER et al., 2006, p. 14) afirma que “[...] a

Educação Matemática nos remete a um ensinar e aprender na relação educativa

entre professor/aluno/conhecimento/meio”. Sendo assim, envolve múltiplas relações

e determinações entre ensino, aprendizagem e conhecimento matemático, num

contexto sócio-cultural.

O educador matemático concebe a Matemática como um meio: ele educa

através da Matemática. Portanto, tem por objetivo, a formação do cidadão e, devido

a isso, questiona qual a Matemática e qual ensino é relevante para sua devida

formação.

Skovsmose (2001 apud SCHEFFER et al., 2006, p. 23) considera que “a

Matemática intervém na realidade ao criar uma segunda natureza ao nosso redor,

oferecendo não apenas descrições de fenômenos, mas também modelos para a

alteração de comportamentos. Não apenas vemos de acordo com a matemática, nós

também agimos de acordo com ela. As estruturas matemáticas vêm a ter um papel

na vida social tão fundamental quanto as estruturas ideológicas na organização da

realidade”.

Fiorentini e Lorenzato (2006) afirmam que, sob um aspecto amplo e não

imediato, existem dois objetivos básicos de investigação na Educação Matemática:

um, de natureza pragmática, que visa a melhoria da qualidade do ensino e da

aprendizagem da Matemática e outro, de natureza científica, que visa desenvolver a

Educação Matemática enquanto campo de investigação e produção de

conhecimentos.

Assim, a Educação Matemática aponta o caminho da investigação, exigindo a

análise e a interpretação dos dados, um trabalho lógico para reunir o que é

constante na multiplicidade das aparências e um trabalho reflexivo para efetivar a

crítica, buscando o sentido do obtido no mundo da Educação Matemática (BICUDO,

1999). Com isso, não cabe ao professor antecipar resultados, mas deixar o aluno

20

pensar, fazer inferências, formular hipóteses, para que a informação tenha

significado e que o mesmo possa transformar as informações em conhecimento.

A Educação Matemática possibilita ao aluno a pesquisa, a construção e a compreensão dos conceitos matemáticos, bem como a aplicação desses nas mais diversas situações-problema. Metodologicamente, é oferecida ao aluno a possibilidade de construir relações e de entender sua aplicabilidade no mundo concreto e abstrato (ZORZAN, 2004, p. 80).

Isso nos mostra que o professor ao proporcionar relações entre o saber

elaborado e o saber vivido, de modo que as reflexões façam emergir os

questionamentos, as dúvidas, as incertezas e as contradições, contribuem para que

os alunos possam construir conceitos e saberes matemáticos.

Logo, Bicudo (1993) afirma que a pesquisa em Educação Matemática permite a

compreensão pelo qual a Matemática é construída. À Matemática por ajudá-la a

compreender-se e à Educação, por auxiliar a ação político-pedagógica.

Para Scheffer et al. (2006) o professor deve promover uma Educação

Matemática crítica e reflexiva pelo qual os alunos possam constituir-se sujeitos

capazes de provocar mudanças, utilizando a Modelagem Matemática, na abordagem

e na discussão de situações da realidade.

Portanto, no processo evolutivo da Educação Matemática, a inclusão de

aspectos de aplicações e a resolução de problemas envolvendo modelagem, têm

sido defendida por vários educadores matemáticos. Isso significa que o conteúdo

deve ser trabalhado de maneira significativa, levando em consideração, as próprias

realidades do sistema educacional (BASSANEZI, 2004).

Isso nos mostra que a Modelagem Matemática contribui para a formação da

cidadania e para o debate em torno de temas sócio-político-econômico-culturais,

pois possibilita a abordagem a respeito da realidade em diversas atividades sociais.

Portanto, a pesquisa em Educação Matemática possibilita que os educadores

possam construir conhecimento teórico e prático no desenvolvimento de novas

metodologias aplicáveis no processo de ensino e relacionadas à realidade. Ao

trabalhar com a Educação Matemática, busca-se o sentido daquilo que se faz ao

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ensinar e ao aprender matemática, relacionando os conteúdos veiculados na cultura,

objetivando-se a análise, a reflexão e a crítica.

A implementação da Modelagem Matemática dá abertura para renovar as

estruturas atuais de ensino, considerando-se uma importante alternativa para a

construção do conhecimento, de um pensar crítico e criativo dos alunos e

comprometido com a vida, o meio e a sociedade, além de contribuir

significativamente para minha futura atividade docente.

22

6 ALGUMAS DISCUSSÕES

Para a Modelagem Matemática há diferentes concepções. Nas definições e nas

formas de conceber a Modelagem, quanto à concepção de modelos, de construção

do conhecimento e da realidade e também quanto à forma de conceber o diálogo

com o cotidiano, à posição disciplinar e interdisciplinar.

A Modelagem Matemática, processo que envolve a Realidade e a Matemática

mediante o qual se definem estratégias de ação, proporciona ao aluno uma análise

global da realidade na qual ele tem sua ação (SCHEFFER, 1995). Nessa

perspectiva, a matemática nasce a partir da realidade e a ela retorna.

Burak (2004 apud DOS SANTOS; BISOGNIN, 2007, p. 103) afirma que a

“Modelagem Matemática é uma alternativa metodológica para o ensino de

Matemática”.

A Modelagem Matemática é uma estratégia alternativa de ensino que visa dar ao

aluno mais liberdade e autonomia para o seu pensar, raciocinar, conjecturar, estimar

e dar vazão ao pensamento criativo, estimulado pela motivação e criatividade

(SCHEFFER, 1990).

D' Ambrósio (1986) caracteriza a Modelagem Matemática como uma “realidade-

reflexão sobre a realidade”, resultante de uma ação planejada, que ocorre através

da construção de modelos sobre os quais o indivíduo opera. É neste ciclo realidade-

reflexão-ação-realidade que incide o ponto mais importante da questão. Assim, na

construção de um modelo, este pode tornar-se essencialmente importante no

processo das informações do mundo à sua volta. O indivíduo é parte integrante e ao

mesmo tempo, observador da realidade, sendo que para se chegar ao modelo, é

preciso que o indivíduo defina estratégias para criar o mesmo. Portanto, este autor

defende que a aprendizagem é uma relação que envolve reflexão e ação, e com isso

a realidade escolar acaba sendo modificada.

Bassanezi (2004) destaca que a Modelagem consiste na arte de transformar

situações da realidade em problemas matemáticos, interpretando suas soluções na

linguagem do mundo real. Com isso, espera-se que, ao traduzir a linguagem natural

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em linguagem matemática, esta se revele, deixando de ser algo pronto e estático

para tornar-se uma re-descoberta ou mesmo uma construção.

Mendonça (1993 apud SCHEFFER; CAMPAGNOLLO, 1998) vê a Modelagem

Matemática como um processo global que parte de uma situação real

problematizada, procurando a devida solução através de um modelo matemático,

que traduzirá relações naturais do problema de origem e que buscará a verificação e

a validação ou não do modelo á partir dos dados concretos.

Scheffer e Campagnollo (1998) afirmam que a Modelagem Matemática é uma

alternativa de ensino-aprendizagem no qual a Matemática desenvolvida com os

alunos parte de seus próprios interesses e que o conteúdo tem origem no tema a ser

problematizado, nas dificuldades do dia-a-dia e nas situações da vida real. Valoriza

o aluno no contexto social em que o mesmo está inserido, proporcionando-lhe

condições para ser uma pessoa crítica, criativa e capaz de superar suas

dificuldades. Isso nos mostra que a Modelagem Matemática proporciona condições

para que o aluno desenvolva habilidades de interpretação e resolução de problemas

reais, tornando-o ser crítico e criativo.

Barbosa (2001) afirma que a Modelagem Matemática torna-se um ambiente de

aprendizagem no qual os alunos são convidados a realizar indagações e/ou

investigações, através da matemática, situações advindas de outras áreas do

conhecimento. Isso nos mostra que a Matemática está vinculada num contexto

sócio-cultural, contribuindo significativamente na atividade escolar.

Borba; Meneghetti e Hermini (1999) consideram que a Modelagem pode ser

vista como um esforço de descrever matematicamente um fenômeno escolhido

pelos alunos juntamente com o auxílio do professor. Com isso, trabalhar a

Matemática, através do uso da Modelagem, possibilita ao aluno investigar,

estabelecer relações, argumentar e constituir uma atitude crítica, diante do seu

devido contexto.

A Modelagem Matemática pode ser considerada uma arte de formular, resolver e

elaborar expressões que valham não apenas para uma solução particular, mas que,

posteriormente, sirvam como suporte para outras aplicações e teorias

(BIEMBENGUT; HEIN, 2003). Dessa forma, deve-se permitir espaço para as

atividades de investigação, contribuindo decisivamente para a formação na

concepção de busca e auxílio na percepção da realidade.

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As vantagens na utilização da Modelagem Matemática no processo de ensino e

aprendizagem permeiam entre maior aprendizagem, troca de idéias e experiências

entre os alunos, oportunidade de trabalho coletivo e motivação pela descoberta,

vistas como estimuladoras do interesse dos alunos.

Pode-se observar a partir dos artigos analisados que a facilidade de

entendimento do conteúdo e a percepção quanto à utilidade da matemática, em

situações reais do cotidiano, são características favoráveis à adoção da Modelagem

Matemática como método alternativo de ensino, enquanto diferenciadoras positivas

do processo.

As práticas desenvolvidas com o uso da Modelagem Matemática, caracterizam-

se como elemento motivador na busca de soluções a situações-problema,

envolvendo o cotidiano e que podem ser vivenciadas pelos alunos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há diferentes concepções para a Modelagem Matemática. Nas definições e nas

formas de conceber a Modelagem, quanto à concepção de modelos, de construção

do conhecimento e da realidade e também quanto à forma de conceber o diálogo

com o cotidiano, à posição disciplinar e interdisciplinar.

O uso da Modelagem, na sala de aula, possibilita que os alunos realizem

investigações de acordo com seus próprios interesses e realidades. Assim, através

das informações coletadas, surge a necessidade de serem analisados, organizados

e interpretados mais facilmente. Dessa forma, a Modelagem Matemática apresenta-

se como uma alternativa viável no ensino, além de estabelecer relações entre o

cotidiano e outras áreas do conhecimento.

As vantagens na utilização da Modelagem Matemática no processo de ensino e

aprendizagem permeiam entre maior aprendizagem, troca de idéias e experiências

entre os alunos, oportunidade de trabalho coletivo e motivação pela descoberta,

vistas como estimuladoras do interesse dos alunos.

A facilidade de entendimento do conteúdo e a percepção quanto à utilidade da

matemática, em situações reais do cotidiano, são características favoráveis à

adoção da Modelagem Matemática como método alternativo de ensino. Sendo

assim, ao trabalhar com a Modelagem Matemática, principalmente nas séries do

Ensino Fundamental, há maior interação dos alunos com situações da realidade e

que por fim, garantem acentuados conhecimentos matemáticos.

Sendo assim, o professor é convidado a implementar a Modelagem Matemática

em sua prática docente, conduzindo o aluno à investigação, ao esclarecimento de

dúvidas, estabelecendo a compreensão de determinados conteúdos e seu

significado. Dessa forma, espera-se que a Modelagem Matemática esteja presente

nas atividades escolares, pois constitui-se uma importante alternativa para a

Educação Matemática.

Portanto, por ser uma proposta flexível e que valoriza a investigação e a

exploração para introduzir o conceito matemático, a Modelagem Matemática permite

a organização e reorganização dos conteúdos. Os alunos terão um campo de

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trabalho muito mais amplo, ao desenvolverem uma pesquisa de dados, obterem um

modelo, confrontarem dados e compararem resultados.

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