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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Camilla Caroline Dante
JOGOS PEDAGOGICOS PARA CRIAN(:AS COM SiNDROME DE
DOWN
CURITIBA
2007
JOGOS PEDAGOGICOS PARA CRIANCAS COM SiNDROME DE
DOWN
CURITIBA
2007
Camilla Caroline Dante
JOG OS PEDAGOGICOS PARA CRIAN(;AS COM SiNDROME DE
DOWN
Tee - Trabalho de Conclusao deCurso. apresentado ao curso deDesign Grafico, da Faculdade deCiencias Exatas e de Tecnologia daUniversidade Tuiuli do Parana,como requisito parcial para aobtencao do grau de Designer deGrafieo Orientador: AdalbertoCamargo.
CURITIBA
2007
SUMARIO
1. INTRODUc;:AO ..
2. REVISAO BIBLIOGRAFICA ...
2.1 SAUDE ..
22 DEFICI~NCIAS E INCAPACIDADES ..
2.2.1 Tipos de Sindromes .
2.3 SiNDROME DE DOWN ..
2.3.1 Historico .
.. 10
.. 11
.. 11
.. 12
.. 13
.. 13
.13
2.3.2 Generalidades 15
2.3.3 Fenotipo Down. .. 16
2.3.4 Altera90es Clinicas 18
2.3.5 A comunica~aodo diagnostico aos paiS.. . 21
2.3.6 A rea~ao dos paiS ao diagnostico .. ..21
. 22
.. 22
.. 23
2.3.7 Intera90es Familiares ...
2.3.8 Habilidades Motoras Finas e a Brincar ..
2.4 TERAPIA OCUPACIONAL ..
2.4.1 0 que e Terapia Ocupacional (T.O.) 23
2.4.2 Atividade Terapeutica.... . 24
2.4.3 Atividades da Vida Diaria (AVD) e Atividade da Vida Pratica (AVP) 24
2.4.4 Como e a Atua9ao? . .. 25
2.4.5 Diagnosticos Indicados .
2.4.6 Profissionais .
2.4.7 Terapia Ocupacional e a Sindrome de Down.
2.5 PEDAGOGIA .
.. 25
.. 26
.............. 26
.. 27
2.8.1 Caracterizando 0 Jogo e a Brincadeira
................ 27
. ..... 32
........... 33
....... 33
. 35
. 35
. 36
. 37
..... 38
.............. 39
. 40
........... 40
. 42
. 43
........ 43
2.5.1 0 que e Pedagogia .
2.6 EDUCA<;:iiO ESPECIAL.
2.6.1 Crian9as especiais
2.6.2 Tecnologias especiais para crian9as especiais .
2.6.3 Vantagens ...
2.6.4 A adapta,ao do sistema educalivo ..
2.6.5 Perspectivas hist6ricas da educa980 especial.
2.6.6 Perspectiva atual .
2.6.7 Inclusao .
2.6.8 Legisla,ao que regulamenta a Educa,ao Especial no Brasil
2.7 APAEs .
2.7.1 Historico
2.7.2 APAE/PR .
2.8 0 JOGO E A BRINCADEIRA .
2.8.2 A fun,ao do jogo e do brinquedo na pratica psicopedagogica 45
2.9 DESIGN. . .46
2.9.10 que e Design.. . 46
2.9.2 Design de brinquedos . . 47
2.9.3 Design e a ergonomia 47
3. MATERIAlS E METODOS DE PESQUISA. . 50
3.4 PROBLEMA .
. 50
.. 50
.. 50
. 52
3.1 METODOLOGIA .
3.2 PUBLICO ALVO .
3.3 ANALISE DE SIMILARES .
3.5 JUSTIFICATIVA .
3.6 OBJETIVO .
3.7 PARAMETROS E REQUISITOS .
3.8 RESULTADOS.
DISCUssAo.
CONCLUsAo.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .
. 52
................ 53
. 53
. 53
. 62
. 63
. 64
LlSTA DE FIGURAS
Figura 01: Ceramica Olmeca ..
Figura 02: Similar 01 .
Figura 03: Similar 02 .
Figura 04: Similar 03 .
Figura 05: Similar 04 .
Figura 06: Similar 05 .
Figura 06: Similar 04 .
Figura 07: Geragao de Alternativas ..
.... 14
.. 50
.. 51
.. 51
.. 51
................ 51
. 52
.. 54
Figura 08: Alternativa Escolhida 54
Figura 09: Prancha de Selegao Mar ...
Figura 10: Prancha de Selegao Terra ..
Figura 11: Cartilha ..
Figura 12: Para colorir ..
Figura 13: Jogo da memoria ..
Figura 14: Sa cola ...............................................•..
.. 55
. 56
.. 57
. 57
.. 58
. 59
Figura 15: Camiseta 59
Figura 16: Projeto Final 1 . .. 60
. 60
.. .. 61
. 61
Figura 17: Projeto Final 2.
Figura 18: Projeto Final 3 ..
Figura 19: Projeto Final 4 ..
RESUMO
Os estudos sobre a Sindrome de Down (SO) iniciaram no seculo XIX,
porem ele sempre esteve presente na especie humana. A SO decorre de urn
erro genetico presente ja no momento da concepc;c3.o ou imediatamente apos, e
que este erro ocorre de modo bastante regular na especie humana, afetando
urn a cada 800 recemwnascidos, sao estatisticas constantes em todas as partes
do mundo e naD sao afetadas pela classe social, raC;a, credo ou clima. A
habilidade motora deste determinado publico e uma das caracteristicas mais
presentes na diferenciac;ao do resto da popula.yao, pais sao afetados pela
hipotonia muscular (pouca firmeza muscular). Terapeutas ocupacionais sao as
profissionais que auxiliam aprimoramento e desenvolvimento motor de pessoas
com 0 fenotipo Down. Este trabalho tern como objetivo atuar na criac;c3.o de
jog as que auxiliem crian9as portadoras da S.D. com hipotonia muscular,
aliando a terapia ocupacional com a pedagogia.
Palavras Chave: Jogos Pedag6gicos. Sindrome de Down, Terapia
Ocupacional.
ABSTRACT
The studies on the Syndrome of Down (SO) had initiated in century XIX,
however it a/ways was present in the species human being. The SO no longer
elapses of a present genetic error moment of the conception or immediately
after, and that this error occurs in regular way sufficient in the species just-been
born human being affecting one to each 800, and is constant statisticians in aI/
the parts of the world and are not affected by the social classroom, race, creed
or climate. The motor ability of this public determining is one of the
characteristics more gifts in the differentiation of the remaining portion of the
population, therefore the muscular hipotony (lillie muscular firmness) affects
them. Occupational therapists are the professionals who assist improvement of
the motor development of people with fen6tipo Down. This work has as
objective to act in the creation of games that assist carrying children of the S.D
with muscular hipotonia, uniting the occupational therapy with the pedagogy.
Key Words: Pedagogical games, Syndrome of Down, Occupational Therapy.
10
1.INTRODUCAO
Este trabalho tern como objetivo criar jogos pedag6gicos que estimulem a
crianC;8 com Sind rome de Down na parte motora e educacional. Criany8s que
trabalham a estimulay80 precoce na parte motora tern mais chances de insery80
social e uma vida melhor, naD estando na dependencia de outras pessoas para
atividades basicas a qualquer ser humano. 0 referendal te6ricG trata a Sind rome de
Down, seu hist6rica, generalidades, caracteristicas fisicas e menta is da criany8 com
S.D., a familia e 0 impacto da descoberta, a terapia ocupacional e sua importancia
para a S.D, a pedagogia, a educa,ao especial, as APAEs, 0 significado do jogo e do
brinquedo, 0 design e a ergonomia.
Serao produzidos urn jogo para estimulaC;8o motora conhecido como Prancha
de Selec;ao com sua embalagem, urn jogo da memoria e uma cartilha para pintura.
11
2. REVISAO BIBLIOGRAFICA
2.1 SAUDE
o que e saude? Muitas definir;:oes tern sido propostas para esse terma, mas
segundo a OMS (Organiza9ao Mundial de Saude) e definida como "0 estado de
completo bern estar fisico, mental e social e naD meramente a ausencia de
doenyas". Essa definic;:ao tern side alvo de inumeras criticas, pois detinir a saude
como urn estado de completo bem-estar faz com que a saude seja algo ideal,
inatingivel e assim a definiC;:3o naD pode ser usada como meta pelos servic;:os de
saude.
A Politica Publica da Saude leve como marco de criac;ao a Constitui<;ao
Federal de 1988, onde S8 instituiu 0 direito a saude para todos como
responsabilidade do Estado, assegurado nos artigos 6° e 196 a 200, sendo direito do
cidadao ter acesso a saude integral e igualitaria e dever do Estado assegurar esta
politica. A regulamenta9ao deste texto concretizou-se atraves da Lei nO 8080/1990,
que dispoe sobre as condic;:oes para a promoc;:ao, protec;:ao e recuperac;:ao da saude,
a organizac;:ao e 0 funcionamento dos servic;:os correspondentes e da outras
providencias. Esta Lei define 0 Sistema Unico de saude - SUS como:
o conjunto de ac;:oes e servic;:os de saude, prestados por 6rgaos e instituic;:oespublicas e federais, estaduais e municipais, da administrac;:ao direta e indiretae das funda90es mantidas pelo Poder Publico, incluidas as institui90espublicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisae produc;:ao de insumos, medicamentos, inclusive de sangue ehemoderivados. e de equipamentos para a saude. (LEI N° 8080/1990)
Segundo dad os do Ministerio da Saude, a expectativa de vida da populac;:ao
brasileira vem crescendo nas ultimas decadas. Na decada de 40, no Nordeste, era
inferior aos 40 anos. Nos anos 90, atinge os 70 an as em todas as regioes, com
12
exce,ao da Regiao Nordeste (67,74). E, de acordo com as proje,6es, deve
continuar aumentando, mas com menDS intensidade.
2.2 DEFICIEONCIAS E INCAPACIDADES
A International Classification of Impairments, Disabilities, and Handicaps,
(ICIDH), prop6e uma classificayao do conceito de delici'mcia que pode ser aplicada
a varios aspectos da saude e da doenCY8, sendo urn referencial para a area, sendo
objetivo e abrangente em uma escala de deficiencias com niveis de dependencia,
limitaCYc30 e seus respectivos c6digos. Par 85sa classificac;c3osao conceituadas:
Oeficiemcia: perda au anormalidade de estrutura au funryc30 pSicol6gica,
fisiol6gica ou anatomica, temporaria au permanente. Incluem-se a ocorrencia de
uma anomalia, defeito ou perda de urn membra. orgao, tecida au qualquer Dutra
estrutura do carpa, inclusive as funcyoes mentais.
Incapacidade: restrigao, resultante de uma deliciencia, da habilidade para
desempenhar uma atividade considerada normal para 0 ser humano. Surge como
conseqOencia direta ou e resposta do individuo a uma deficiencia psicol6gica, fisica,
sensorial ou outra. Representa a objetivayao da deficiencia e reflete os disturbios da
propria pessoa, nas atividades e comportamentos essenciais a vida dituia.
Tabela - Distinyao semfmtica entre os conceitos
Deficiencia lncapacidade
Da linguagemDa audi9ao (sensorial)Da visaoMusculo-esqueletica
De 6rgaos (organica)
DelalarDe ouvirDeverDe andar (de locomogao)De assegurar a subsistencia no larDe realizar a higiene pessoal
13
2.2.1 Tipos de Sindromes
Atualmente existem 37 tipos de sindromes, sendo urn casa bastante
conhecido na especie humana e a Sindrome de Down. ou mongolismo, que
apresenta uma frequemcia de urn para cada 800 recem-nascidos
independentemente do sexo. Ela caracteriza-se pela presen9a de urn cromossomo a
mais no par 21, tambem e chamada de trissomia do 21.
Outra trissomia conhecida e a Sindrome de Edwards, com urn cromossoma a
mais no par 18. Ela apresenta uma frequencia de urn para cad a seis mil
nascimentos e acarreta retardamento mental, atraso no crescimento e cardiopatias.
A Sind rome de Klinefelter e mais uma trissomia bastante conhecida com
frequencia de urn para cada 900 recem-nascidos do sexo masculin~, as quais
apresentam urn cromossomo a mais no par sexual.
As principais causas conhecidas para 0 surgimento destas e outras
slndromes humanas sao, principalmente a gestao com idade materna avan<;:ada, a
predisposi<;:ao genetica familiar, alem da a<;:aode radia<;:oes, drogas e virus.
2.3 SiNOROME DE DOWN
2.3.1 Hislerico
Os primeiros lrabalhos sobre a Sindrome de Down (SO) sao do seculo XIX,
porem ele sempre esteve presente na especie humana. A SO decorre de um erro
genelico presente ja no momento da concepgao ou imediatamente apes, e que esle
14
efro ocorre de modo bastante regular na especle humana afetando um a cad a 800
recem-nascidos, e sao estatisticas constantes em todas as partes do mundo e naD
sao afetadas pela classe social, raya, credo ou clima.
Referencias claras a individuos com SO podem ser encontradas na cultura
dos Olmecas, tribo que viveu na re9i80 que hoje conhecemos
como Golfo do Mexico, de 1500AC ate 300DC. Achados
arqueol6gicos nesta re9i80 encontraram gravaryoes, esculturas e
desenhos de crianry8s e adultos com caracteristicas que fazem
supor que fossem portadores de SO. Estes individuos sao
FIGURA 1-CERAMICA OLMECA
representados como caracteristicas fisicas bastante distintas
das do pavo Olmeca e muito similares a individuos com SO.
Segundo as antrop61ogos, estas figuras poderiam representar objetos
religiosos, tendo sido encontradas na vizinhan\=a de templos.
Nas sociedades europeias mais antigas, pessoas portadoras de deficiencias
eram muito pouco consideradas, e as bebes com quadros mais evidentes, como
aqueles com SO, muito possivelmente eram abandonados para morrer de fame au
para serem devorados por animais selvagens. Na cultura grega, principalmente na
espartana, individuos com deficiencia nao eram tolerados. A filosofia grega
justificava esse atos cometidos contra os deficientes postulando que essas criaturas
nao eram humanas, mas um tipo de monstro pertencente a outras especies.
Na Idade Media, as portadores de deficiencias foram considerados como
prod uta da uniao entre uma mulher e a Demonio. Lutero entendia a nascimento de
15
uma crianc;:a defeituosa como 0 resultado desta uniao malevola: de que Dutra forma
se poderia entender 0 nascimento de uma criam;a deste tipo?
Algumas exc890es podem ser encontradas neste periodo. Santo Agostinho
conseguiu que varios monasterios cuidassem de crianc;as defeituosas. Em urn dos
monasterios na Inglaterra, escavac;:6es demonstram a presenc;a de urn crania que
pertencia a uma crianc;a de nove anos com SO.
Durante a Renascenc;a, periodo dominado pelas artes, os pintores retratavam
com frequencia 0 grotesco e 0 incomum, e varios exemples de deformidades fisicas
pod em ser observadas nos trabalhos de varios artistas. A artista Andrea Mantegna
(1431~1506) pintou uma Madona e Crianya, em que a crianc;a que representa Jesus
tern varias caracteristicas da SO, e neste quadro a Madona retratada teria tido como
modelo a mae natural da crianya. Consta, tambem, que urn dos 14 filhos de
Mantegna seria, tambem, portador de SO.
2.3.2 Generalidades
Desde os trabalhos de Lejeune e Jacobs (1959), sabe-se que a Sind rome de
Down (SO) se acompanha da presenya adicional de um autossomo 21. Sabe-se
tambem que a ocorrencia desta anomalia aumenta a medida que aumenta a idade
da mae.
No que se refere aos indices de mortalidade p6s-natal, estes sao, tambem,
excepcionalmente elevados nas trissomias 18 e 13; porem, na trissomia 21, os
dados recentes mostram que cerca de 85% dos bebes sobrevivem ate um ana de
idade e mais de 50% dos individuos afetados vivem, em anos mais recentes, mais
de 50 anos. Na SO os defeitos cardiacos congenitos representam uma causa
16
importante de mortalidade infantil, mas a taxa de sobrevivencia aumentam
significativamente, sendo que 70% dos bebes com doenc;as cardiacas sobrevivem
ao seu primeiro aniversario.
As chances de sobrevivencia na SO dependem de varios fatores, inclusive da
presenC;:8 ou ausencia de malformac;:oes importantes, mas, de qualquer forma, a
longevidade e maior.
Todas as crianC;:8s necessitam realizar visitas peri6dicas 80 medico a fim de
que seu desenvolvimento e estado geral de saude possam ser monitorados e,
tambem, para que possam ser oferecidos procedimentos preventivos tais como urn
esquema apropriado de imuniz8c;6es. Pelas mesmas raz6es as crianc;as com SO
nao devem ser privadas deste tipo de atendimento, ela devera comparecer
regularmente ao seu medico independentemente de ter ou nao problemas
manifestos de saude.
2.3.3 Fen6tipo Down
A SO pode ser, em geral, diagnosticada aD nascimento em razao da presenga
de uma serie de alteragoes. Essas aiteragoes podem ser observadas jil no feto.
Nesta fase, 0 que se tem observado atraves de aut6psias e a presenga de prega
palmar unica, defeitos do septa cardiaco e baixo comprimento, e este conjunto de
alteragoes e um born indicador da possivel presenga da trissomia 21.
Varias alteragoes observaveis em exames de ultra-sam tem sido descritas em
associagao com a trissomia 21 e tern sido utilizadas no diagnostico de suposigao
pre-natal desta condigao:
17
- defeitos cardiacos
- sinais de atresia duodenal
- comprimento reduzido do femur
- comprimento reduzido do umero
- deformayao da face e membros
Mesma que estes sinais possam levantar suspeita da presen9a de uma
crianc;a com SO, eles naD permitem urn diagnostico de certeza, mas pod em ser
utilizados com a finalidade de identificar gestantes que devem ser encaminhadas
para metodos rna is conclusivos de diagnostico pre-natal.
Varios sinais clinicos foram descritos em recem-natos afetados pela SO e e a
conjunto de deformidades presentes que taz com que 0 diagnostico possa ser
suspeitado logo ao nascimento. 0 peso de crianyas com SO logo ao nascimento e,
em media, 4009, menor do que crianc;as nao-Down, Pesos abaixo de 2500g sao
encontrados em 20% 140% das crianvas com SD. 0 comprimento e normal ou ate
1 13 cm menor que de uma crianva normal.
Braquicefalia, fissuras palpebrais com inclinac;ao superior, pregas epicanticas,
base nasal achatada e hipoplasia da regiao mediana da face sao frequentes. 0
pescoc;o e curto e pode estar presente em uma (mica prega palmar. A distancia
aumenta entre a 1° e 0 2° dedo do pe. Estes sao alguns fatores descritos com
frequencia nos bebes.
18
Bebes Down costumam ser bastante 50nolento$ durante os primeiros dias de
vida, tornando dificil desperta-Ios e alimenta-Ios neste periodo. Podem ter
dificuldades na succ;ao e no ato de engolir, e estas funtyoes podem estar, inclusive,
totalmente ausentes. Apes alguns dias, tornam-se mais alertas e as dificuldades
relacionadas a suc9ao e deglutiC;c30 tendem a diminuir. Hipotonia muscular, au seja,
pouca firmeza muscular e muito frequente em crian9as com SO, principalmente
nesta fase. Apesar dela ser descrita desde 1920, sua causa ainda naD e conhecida;
porem, e quase que certamente de origem central e poderia refletir imaturidade na
integrac;ao de impulsos tacteis. A hipotonia costuma diminuir a medida em que a
crianca fica mais velha e pode haver algum aumento na ativac;:ao muscular atraves
de estimula~ao tactil.
2.3.4 Altera~6es Clinicas
Ao nascimento, bebes com SD demonstram discreto retardo no crescimento,
com peso e comprimento. Em media, 0 peso e a altura dos bebes com Down sao
reduzidas cerca de 0,5 desvio-padrao comparados a crianc;:as narmais. Cerca de
30% dos pacientes mostram um excess a de peso com relac;:ao a altura, par volta
dos 36 meses de idade. As crianc;:as que apresentavam doenc;:as cardiacas
moderadas/severas eram menares do que aquelas doenc;:as cardiacas discretas.
Crianc;:as aos quatro, cinco e seis anos de idade tem um crescimento de velocidade
normal. Na idade adulta, a altura dos portadores da SO e entre 1,40 m e 1,60 m. A
adolescencia ocorre normal mente, muito embora alguns pacientes apresentam
alterac;:oes hormonais. Alguns estudos sugerem que haja uma reduc;:ao nos niveis do
harmonia do crescimento.
19
Os pacientes com SO tern tend€!ncia para 0 excesso de peso. Nos Estados
Unidos, par volta dos nove anos de idade, uma boa parte das crianl,(as com SO esta
acima do percentual 95 para peso. Nos adultos com SO, a obesidade costuma ser
urn problema importante. Em estudo realizado com 58 individuos com SO mostrou
que 96% das mulheres e 71% dos homens apresentavam peso acima do desejavel,
em compara<;:ao a obesidade de pessoas norma is atinge 32% das mulheres e 40%
dos homens.
Sabe-S8 que a maioria dos homens com SO e esteril. Varias explicac;6es tern
side feitas, uma delas relata a falta de espermatoz6ides maduros e, portanto, com
capacidade de fertilizary3o. Com rela<;:ao as mulheres, na maioria delas a menarea,
primeira menstruac;ao, S8 da na mesma idade em que ocorre na populac;ao geral. Os
casas de fertilidade em mulheres portadoras de SO sao raros, mas elas podem ser
ferteis e dar a luz tanto a crianc;as trissomicas quanto crianc;as normais, levando a
gestac;ao ate seu final.
Oefeitos cardiacos congenitos constituem, entre as malformac;oes as mais
frequentes na SO. As estimativas variam de 16% a 62%. Estudos de fetos
abortados ap6s diagnostico pre-natal revelou a presenc;a de alguma malformac;ao
cardiaca em 45%, sendo que na Irlanda 42% das crianc;as nascidas com SO foram
diagnosticadas com problemas cardiacos atraves do ecocardiograma.
Alterac;oes oculares sao bastante frequentes na SO e podem representar
desde pequenas anomalias sem prejuizos funcionais ate problemas serios que
devem ser diagnosticados com rapidez para tratamento adequado imediato. Na
primeira categoria estao alterac;oes como as pregas da pele no angulo interno do
olho, a inclinac;ao ascendente das fissuras palpebra is, as manchas de Brushfield na
20
Iris, e outros achados externos. Qutras anomalias como blefarite (inflamac;ao das
palpebras), nistagmo (oscilaryao de seu globo ocular em torna ao seu eixo horizontal
ou vertical), estrabismos e vieios de refrac;ao sao comuns. Os estudos relatam a alta
incidE!mcia de problemas de refrac;ao, miopia, hipermetropia e astigmatismo em
portadores de SO. Cerca de 30% dos pacientes apresentavam miopias com graus
elevados e necessitando de 6culos corretivQs.
Portadores de SO tern com frequencia perda auditiva, problemas linguisticos
e fonol6gicos. Segundo Down, a tratamento para as problemas linguisticos e
fono16gicos e efetuado com ginastica para a lingua, acompanhada par urn trabalho
baseado na imitaC;<3o, ensinando-Ihe primeiramente sons monossilabicos com
significado concreto. Ap6s procedimentos cirurgicos ou com a utilizac;ao de
aparelhos de amplificac;ao percebe-se a melhora na func;ao auditiva de forma muito
evidente, a atenc;ao auditiva e 0 desenvolvimento da fala e da linguagem como um
todo.
Sabe-se tambem que a probabilidade de ocorrencia de alguma forma de
leucemia em individuos com SO e de 1:150, cerca de 20 vezes superior ao
observado na populal'ao gera!. No UK Medical Research Council Trial (1995) loram
identificados 90% ou mais de todos os casos com LLA (leucemia linfoblastica
aguda), os quais 1% tinha SO.
Outro fator importante e 0 atraso significativo no processo de dentiC;<3o
decidual como dos permanetes, al8m da sequencia irregular do nascimento dos
dentes. Verifica-se tambem, 0 alto indice da ausencia de alguns dentes bem como 0
aumento da assimetria entre eles.
21
Multo embora a longevidade na SO tenha aumentado de forma bastanle
evidente nas ultimas decadas, ainda e5ta bern diferenciada daquela observada na
populac;ao gera1. Umas das causas e a frequente ocorrencia de desordens
neurol6gicas nesta populayc3o.
2.3.5 A comunica,ao do diagnostico aos pais
Geralmente a diagnostico cHnica pode ser feito ap6s 0 nascimento, mas
comunicar aos pais que 0 filho tern alguma anomalia e uma tarefa multo difleil. A SO
tern caracteristicas multo visiveis, mas as pais nao podem perceber pois nao eslao
familiarizados com a sind rome, e cabe ao medico decidir quat 0 melhor momento a
dizer-Ihes.
o tempo que passa desde 0 nascimento ate 0 momento em que as pais ficam
sabendo do diagnostico interfere em sua reac;ao e e urn dos fatares mais
importantes. Segundo estudos 0 tempo ideal para fazer a revelac;ao aos pais e entre
24 e 48 haras apes 0 nascimento. Apes esse tempo os pais sentem 0 direito de
saber 0 que acontece pela lalta de rea,ao do bebe. Alguns medicos acreditam que
se levar mais tempo para contar aos pais, 0 vinculo entre eles e a crianc;as com SO
sera maior.
2.3.6 A reac;ao dos pais ao diagnestico
o momento em que 0 diagnestico e comunicado aos pais tem side
considerado de muita importancia para a posterior adapta,ao. As rea,oes das
familias sao diversas, algumas passam par um periodo de crise aguda,
recuperando-se gradativamente; outras tem dificuldade e desenvolvem uma situac;ao
cr6nica. 0 diagnostico para todas as famflias pass a a ser um marco em suas vidas
22
e, no momento que e estabelecido, 0 processo e semelhante ao luta, envolvendo
algumas fases ate a recuperaltao. No casa da SD ocorrem as seguintes etapas: no
primeiro 85ta9io a reac;ao e de cheque; no segundo estagio vern negayao; 0 terceiro
eslaQio e de reac;:ao emocional intensa; no quarto estagio, a ansiedade e
inseguranc;:a diminuem, as reac;oes do bebe ajudam a entender melhor a situac;ao; a
quinto e ultimo 85tagio envolve a reorganizar;ao da familia, com a inclusao da
crianr;a portadora de SD.
2.3.7 Interar;oes Familiares
As interar;6es estabelecidas na familia sao as mais significativas para 0
desenvolvimento da crian<;a, em bora Qutros sistemas sociais tambem ajudem em
seu desenvolvimento. As atividades realizadas com mais frequencia sao as
brincadeiras, seguidas por conversa, atividades artisticas e socializac;:ao. As
brincadeiras com objetos e brincadeiras de manipular a corpo sao preferidas pelas
familias. Conhecer como se desenvolvem as intera90es entre crianc;:as pre-escolares
com Sind rome de Down e as membros de sua familia adquire importancia crucial
para a compreensao do desenvolvimento de tais crianc;:as.
2.3.8 Habilidades Motoras Finas e 0 Brincar
"As maos sao instrumentos da inteligencia do homem", segundo Spaciani
(1995) essa e uma afirmac;:ao classica de Maria Montessori. A crianqa com SO, como
qualquer outra crianc;:a esta apta a aprender ao nascer. Geralmente urn bebe adquire
primeiro habilidades motoras grossas, antes de estar maduro para desenvolver as
atividades motoras finas. No caso da crianqa com Sind rome de Down essa
sequencia nao se aplica, pois ela apresenta um atraso no desenvolvimento da
23
motricidade grossa devido a fraqueza muscular. Sao necessarias avaliavoes
completas da visao, tempo de atenc;:ao e do nivel de desenvolvimento cognitivo para
a planejamento de atividades a serem efetuadas em casa, visando apenas a
necessidade da crianc;:a, sendo que elas devem agrupar uma variedade de
experiemcias de aprendizagem.
2.4 TERAPIA OCUPACIONAL
2.4.10 que e Terapia Ocupacional (T.O.)
A terapia ocupacional e uma profissao que exerce suas atividades em areas
(Educacional, Assistencial e Saude) e instituic;:6es (hospitais, centres de salide,
ambulat6rios, clinicas particulares, escolas especiais, centres educacionais,
orfanatos, asilos e etc). APARECIDO (2006) afirma que a T.O. e a arte e a ci'>ncia
que por meio da aplicar;ao de atividades possibilita urn mether desenvolvimento,
podendo usar de adapta~6es e ferramentas para 0 tratamento.
Fundamenta-se nas atividades humanas para desenvolver e oferecer
atendimento adequado a individuos ou grupos que necessitam, objetivando
solucionar os problemas de saude flsicas, menta is e socia is, ajudar na
independ€mcia e melhorar a qualidade de vida, com 0 usa de atividades de forma
terapeutica, que e 0 diferencial nesta profissao.
Essa atua~ao passa pelos ambitos primario, secundario e terciario
(preven~ao, tratamento e reabilita~ao) e nas diferentes faixas etarias (crian~as,
adultos e idosos). 0 profissional atua junto a pediatria, pSiquiatria, habilitagao e
reabilita~ao profissional, geriatria, neurologia, reumatologia, ortopedia e saude do
trabalhador. Ele pode usar de recursos como adapta~ao no ambiente, que torne 0
24
desempenho funcional mais eficiente, usar metoda de estimula98o, visando
habilidades basicas como for<;:a, percepc;ao visual e coordenac;:ao visual e
coordenagao matara, entre outras e trabalhar juntamente com a familia.
Desenvolve e acompanha programas terapeuticos, selecionando metod os,
tecnicas e recurses apropriados.
2.4.2 Atividade Terapeutica
o diferencial nesta profissao e 0 usa da Atividade Terapeutica. Essas
atividades podem ser: ffsicas, ludicas, pedag6gicas, artesanais, treino para
independencia pessoal, para 0 trahalho, dentre Qutros. Par exemplo, pintura,
desenho, jogos, teatro, treino de AVO e AVP e etc.
Cabe ressaltar que essas atividades sao especificas para cada paciente e ira
ajudar as pessoas a alcanc;:arem seu nivel maximo de funcionalidade e
independencia.
2.4.3 Atividades da Vida Oiaria (AVO) e Atividade da Vida Pratica (AVP)
o terapeuta ocupacional e 0 responsavel par avaliar e trabalhar as Atividades
da Vida Oiarias (AVO's) e Atividades da Vida Pratica (AVP·s).
As AVO's incluem as atividades alimentares, vestuarios e higiene e as AVP's
esta associ ada ao lazer, brincar e trabalho.
25
2.4.4 Como e a Atua,ao ?
o terapeuta ocupacional avalia as fungoes do individuo (Ffsica, Psicol6gica e
Social), identifica suas dificuldades e limitagoes e desenvolve urn programa de
atividade.
o processo terapeutico ocupacional baseia-se na relagc30 estabelecida entre 0
terapeuta ocupacional, 0 paciente e a atividacte, utilizando uma analise das
atividades para que 58 alcance as objetivos propostos para 0 tratamento.
2.4.5 Diagnosticos Indicados:
» Acidente Vascular Cerebral - AVe
» Alzheimer
» Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor
» Autismo
» Bebes de alto-risco
» Deficiente Mental
» Deficiente Visual
» Oepressao
» Dificuldade Aprendizagem
» Dificuldade de Memoria
» Doen,as Neurologicas
26
» l.E.R
» Paralisia Cerebral (PC)
~)Parkinson
» Sindromes Geneticas (Sind rome de Down, Rett ..)
» Transtorno Mental
2.4.6 Profissionais
A terapia oGupacional, inserida na area da saude alua em conjunto com as
profissionais de diversas areas, tais como: clinico geral, pediatra, psiquiatra,
geriatria, neurologista (adulto e infantil), ortopedista (adulto e infantil), fisioterapeuta,
fonoaudi610go e pSic610ga.
Podendo oferecer ao paciente uma abrangemcia global as suas necessidades,
seja sob seus aspectos fisicos, biol6gicos, mentais au sociais.
2.4.7 Terapia Ocupacional e a Sind rome de Down
o desenvolvimento da habilidade motara tanto das atividades grosseiras
como finas esta relacionado com 0 desenvolvimento neuro-psico-motor, e portanto,
com a faixa elaria. A sequencia dos eventos da habilidade tecnica, bern como a
adequa9ao dos objetos estimulantes (brinquedos e jogos), objetivam 0
desenvolvimento cognitivo.
A terapia ocupacional facilita:
- estimula930 sensorial (tatil, auditiva, visual)
27
- coordenac;:ao viso-motora (olhar urn objeto, leva-Io a boca)
- explora,ao de objetos atraves da boca
- transferencia de objeto de uma mao para outra (manipular)]
- coordenac;:ao do usc das maDS
- preensao digital: desenvolvimento perceptiv~ motor
- escolaridade
2.5 PEDAGOGIA
2.5.1 0 que e Pedagogia
Para entendermos 0 que e pedagogia, devemos buscar 0 significado do
lerma, ever 0 que cai sabre sua delimitac;:ao e 0 que escapa de sua alyada. Para tal,
a melhor maneira de agir e comparar 0 termo "pedagogia" com Qutros tres termos
que, em geral, sao tornados - erradamente - como seus sin6nimos: "filosofia da
educa,ao", "didatica" e "educa,ao".
Segundo GHIRALDELLI (1996) 0 termo "educa,ao", ou seja, a palavra que
usamos para tazer referencia ao Watoeducativo", nada mais designa do que a pratica
social que identificamos como uma situac;:ao temporal e espacial determinada na
qual ocorre a relac;:ao ensino-aprendizagem, formal ou informal.
A relac;ao ensino-aprendizagem e guiada, sempre, per alguma teoria, mas
nem sempre tal teo ria pode ser identificada em todo 0 seu conjunto e detalhes pelos
que parlicipam de tal rela,ao - 0 professor e 0 estudante - da mesma forma que
28
poderia fazer urn terceiro elementa, 0 observador, entao munida de uma ou mais
teorias a respeito das teorias educacionais. A educ8t;:ao. uma vez que e a pratica
social da relac;:ao ensino-aprendizagem no tempo e no espac;:o, acaba em urn ato e
nunca mais S9 repete. Nem mesma os mesmos participantes podem repeti-Ia. Nem
podem grava-Ia. Nem na memoria nem par meio de maquinas. E urn fenomeno
intersubjetivo de comunicac;:ao que 58 encerra em seu final. No casa, S8 falamos de
urn encontro entre 0 professor e 0 estudante, falamos de urn fenomeno educacional
- que e unico. Quando ocorrer outro encontro do mesmo tipo, ele nunca sera 0
mesmo e, enfim, 56 superficialmente sera similar ao anterior.
GUIRADELLI (1996) afirma tambem que a terma "didatica" design a um saber
especial. Muitos dizem que e urn saber tecnico, porque vern de uma area onde se
acumulam os saberes que nos dizem como devemos usar da chamada "razao
instrumental" para melhor contribuirmos com a rela9ao ensino-aprendizagem. A
razeo tecnica ou instrumental e aquela que faz a melhor adequac;:ao entre os meios
e os fins escolhidos. A didatica e uma expressao pedag6gica da razao instrumental.
Sua utilidade e imensa, pois sem ela nossos meios escolhidos poderiam,
simplesmente, nao serem os melhores disponiveis para 0 que se ensina e se
aprende e, entao, estariamos fazendo da educa9ao neo a melhor educac;:ao
possive!.
Mas a didatica depende da pedagogia. Ou seja, depende da area onde os
saberes sao, em ultima instancia, norm as, regras, disposic;:oes, caminhos e/ou
metodos. 0 termo "pedagogia", tornado em urn sentido estrito, define a norma em
rela9ao a eduCa9aO. "Que e que devemos fazer, e que instrumentos didaticos
29
devemos usar, para a nossa educat;ao?" - esta e a pergunta que norteia teda e
qualquer corrente pedag6gica, 0 que deve estar na mente do pedagogo.
Para GUIRADELLI (1996) as vezes a palavra "pedagogia" e utilizada em um
sentido extenso; tala-s8 da pedagogia como 0 campo de conhecimentos que abriga
o que chamamos de "saberes da area da educa9ao" - como a filosofia da educa.yao,
a didatica, a educayao e a pr6pria pedagogia, tomada entao em sentido estrito. Mas,
de fato, e em urn sentido est rita que a pedagogia nos deve interessar. Pais, quando
ampliamos a extensao do termo 0 que resta pouco nos ajuda a entender 0 quadro
no qual S8 da a diferenciayc30 dos saberes relativDs aD ensina. A pedagogia, em urn
sentido estrito, esta ligada as suas origens na Grecia antiga. Aqueles que os gregos
antigos chamavam de "pedagogo" era 0 escravo que levava a crianya para 0 local
da relayao ensino-aprendizagem; nao era exclusivamente um instrutor, ao contra rio,
era um condutor, alguem responsavel pela melhoria da conduta geral do estudante,
moral e intelectual. Ou seja, 0 escravo pedagogo tinha a norma para a boa
educayao; se, por acaso, precisasse de especialistas para a instrus;ao - e e certo
que precisava -, conduzia a crianya ate lugares especificos, os lugares pr6prios
para 0 "ensino de idiomas, de gramatica e calculo", de um lado, e para a "educayao
corporal", de outro.
A Concepyao que diz que a pedagogia e a parte normativa do conjunto de
saberes que precisamos adquirir e manter se quisermos desenvolver uma boa
edUCay80, e mais ou menos consensual entre os autores que discutem a tematica
da educa9ao. Ela, a pedagogia, e aquela parte do saber que esta ligada a razao que
nao se resume a razao instrumental apenas, mas que inclui a racionalidade que nos
possibilita a convivio, au seja, a tolerancia e, mesmo, do amor.
30
Ao falarmos, por exemplo, "nao seja violento, use da razae", queremos 5er
compreendidos como dizendo, "use de metodos de comunic89ao que sao pr6prios
do dialogo" - os metodos e normas da sociedade liberal (ideal). E esse tipo de razao
ou racionalidade que conduz, ou produz, a pedagogia. A didatica busca meios para
que a educ8c;ao aconteya e, assirn, e guiada pela razao tecnica au instrumental,
enquanto que a pedagogia busca nortear a educayao, e e guiada pela razoabilidade,
pela fix89ao de regras que 56 S8 colocam par conta da existencia de urn au varios
objetivos; no casa, objetivos educacionais, 0 que e posta como meta e valor em
educ8yao.
Pedagogia, didatica e educ8y80 estao ligadas. Mas a ftlosofia da educ8yao e
urn saber mais independente, que pade au nao ter urn vinculo com as saberes da
pedagogia e da didatica, ou do saber-pratico (e imediato) que faz a educayao
acontecer. 0 termo "filosofia da educ8cao" aponta para urn tipo de saber que, de urn
modo amplo, e aquele acumulado na discussao sobre 0 campo educacional. Faz
assim ou para colocar valores e fins e legitima-Ios atrav8s de fundamentos, ou para
colocar valores e fins e legitima-Ios atraves de justifica90es. Ha, portanto, dois
grandes tipos de filosofia da eduCa9<3o: a filosofia da eduCa9<30 que serve como
fundamenta9<30 para a pedagogia e filosofia da educa9ao que serve como
justifica9<3o.
A filosofia da eduCa9ao nao esta vinculada somente a razao instrumental ou araZ<3Ocomunicativa liberal, mas tern como sua produtora a razao enquanto elemento
que escolhe fins e, portanto, que valora. Ela pode falar em "valor de verdade" e
"valor moral", pode separa-Ios em campos que se exc1uem ou nao, mas, sempre, vai
falar em valor e fins. A razao, aqui, e a razao que diz quais SaOos objetivos da
31
educaC;:c30e, enta~, que explicita S8 as normas da pedagogia podem ser mantidas au
nao, e que norm as sao essas. Tais normais devem parecer legitimas, casa contra rio,
pel0 menos em principia, elas nao terao seguidores. a que as torna legitimas? Urn
discurso - 0 discurso filas6fieD, a filosofia da educac;:ao au fundacionista OU
justificadora. Se a legitima9ao da pedagogia se da at raves de uma metatisica que
encontra urn fundamenlo ultimo para que a educ8c;:ao S8 processe de uma maneira e
nao de Qutra, dizemos que a filosofia da eduC8r;c30 fundamenta a pedagogia e,
conseqOentemente, a educac;ao. Se a legitimac;:ao da pedagogia 58 da atraves de
urn conjunto de argumentos que tentam justifica-Ia, sem requisitar urn ponto
arquimediano metafisico, entao dizemos que a filosofia da educ8yao justifica a
pedagogia e, conseqOentemente, a educac;ao.
Se nos acreditamos, par exemplo, no ambito da filosofia da educac;ao, que
Usom os iguais porque todos nos somos filhos de Deus" au que "somas iguais porque
somas todos seres humanos" ou que "somas iguais porque tad as possufmos,
diferentemente dos anima is, razao", podemos entao, no ambito da fixacyao de
normas pedagogicas, dizer que nossa educac;ao "tem como objetivo nao destruir
nossa igualdade original" GHIRALDELLI (1996) afirma que a igualdade baseada na
origem divina, ou base ada na nOC;ao de ser humano ou na posse de alga que
poderia chamar "razao", funcionam, neste caso, como fundamentos metaffsicos para
uma pedagogia igualitiuia. Mas se alguem diz que tal crenc;a metafisica nao e alga
que podemos crer a luz de crencyas mais convincentes, e se nos nao queremos
abandonar a nossa pedagogia igualitaria, entao nos cabe ou convencer nosso
interlocutor da validade do ponto metafisico (0 que implica em refazer a sistema
filosofico adotado) au, entao, argumentar de modo a justificar que a igualdade como
fim da educa,ao vale a pena, por exemplo, porque ela possibilitara um mundo com
32
menos injustiva, urn mundo melhor - usamos ai urn argumento pragmatico, que nao
implica qualquer metafisica. Assim, uma mesma pedagogia (uma pedagogia
igualitiuia, par exemple), pade ter discursos legitimadores diferentes, ista e, filosofias
da educaC;2Io diferentes. Quem legitima a pedagogia pade apelar para a
fundamenta,ao ou para a justifica,ao.
2.6 EDUCA<;AO ESPECIAL
A educaC;:8o especial e 0 ramo da EducaC;3o, que ocupa-se do atendimento e
da educaC;8o de pessoas deficientes em instituic;6es especializadas, tais como
escola para surdos, escola para cegos ou escolas para atender pessoas com
deficencia mental. A educac;ao especial realiza-s8 fora do sistema regular de ensina.
Nesta abordagem, as demais necessidades educativas especiais que nao se
classificam como deficiencia nao estao incluidas.
A educayao especial e uma educayao organizada para atender especifica e
exclusivamente alunos com determinadas necessidades especiais. Algumas escolas
dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto que outras se dedicam a
varios. 0 ensino especial tem sida alva de criticas, par naa promaverem 0 convivio
entre as crianyas especiais e as demais crianyas. No entanto, e necessaria ter em
conta que a escola regular nem sempre cansegue aferecer uma resposta capaz de
atender as necessidades fisicas, emocianais e intelectuais destas crianyas. A escola
direccianada para a educayaa especial canta com materiais, equipamentas e
professores especializados. 0 sistema regular de ensina precisa adaptar-se, casa
deseje atender de forma inclusiva.
33
Educac;:ao especial denomina tanto uma area de conhecimento quanta um
campo de atuac;ao profissional. De um modo geral, a educac;ao especial lida com
aqueles fen6menos de ensina e aprendizagem que naD sao os mesmos com que
lida a educa,8o regular. Tal modalidade lida com a educa,8o e aperfei,oamento de
individuos que nao S8 beneficiaram dos metodos e procedimentos usados pera
educac;ao regular. Denlro de tal conceituac;ao, inclui-se em Educac;ao Especial
desde 0 ensina de pessoas com deficiencias sensoriais, passando pelo ensina de
jovens e adultos, ate mesmo ensina de competencias profissionais.
Dentre os profissionais que trabalham ou atuam em educac;:ao especial
estao:Educador fisico, Professor, Psic6logo, Fisioterapeuta, Fonoaudi61ogo e
Terapeuta ocupaciona1.
2.6.1 Crianyas especiais
Crianyas com necessidades especiais sao aquelas que, por alguma especie
de limitayao requerem certas modificayoes ou adaptayoes no programa educacional,
para que possam atingir todo seu potencial. Essas limitayoes podem advir de
problemas visuais, auditivos, mentais ou motores, bern como de condiyoes
ambientais desfavoraveis.
2.6.2 Tecnologias especiais para crianyas especiais
A educayao especial desenvolve-se em torno da igualdade de oportunidades,
em que todos os individuos, independentemente das suas diferenyas, deverao ter
acesso a uma educayao com qualidade, capaz de responder a todas as suas
necessidades. Desta forma, a educayc30 deve-se desenvolver de forma especial,
34
numa tentativa de atender as diferen.;;as individuals de cada criam;a, atraves de urna
adapta9ao do sistema educativo.
A evolu~ao das tecnologias permite cad a vez mais a inte9ra9aO de crianryas
com necessidades especiais nas nassas escalas, facilitando todo 0 seu processo
educacional e visando a sua formagao integral. No fundo, surge como urna resposta
fundamental a inclusao de crianryas especiais nurn ambiente educativo.
Como resposta a todas estas necessidades surge a tecnologia, 0
desenvolvimento da Informatica veia abrir urn novo mundo recheado de
possibilidades comunicativas e de aceSSD a informayc3o, manifestando-se como urn
auxilio a crianryas portadoras de necessidades especiais.
Partindo do pressuposto que aprender e fazer, a tecnologia deve ser
encarada como um elemento cognitiv~ capaz de facilitar a estruturac;:c3o de um
trabalho viabHizando a descoberta, garantindo condic;:oes propicias para a
construc;c3o do conhecimento. Na verdade sao inumeras as vantagens que advem do
uso das tecnologias no campo do ensino - aprendizagem no que diz respeito a
crianc;as especiais.
Assim, e usa da tecnologia pede despertar em crianc;:as especiais um
interesse e a motiva9ao pela descoberta do conhecimento tendo em base as
necessidades e interesses das crianc;:as. A deficiencia deve ser encarada nao como
uma impossibilidade mas como uma forc;a, onde 0 usa das tecnologias desempenha
urn papel significativo.]
35
2.6.3 Vantagens
o usa das tecnologias no campo do ensino-aprendizagem traz inumeras
vantagens no que respeita as crianyas com necessidades especiais, permitindo:
Alargar horizontes levando 0 mundo para dentro da sala de aula:
Aprender lazendo;
Melhorar capacidades intelectuais tais como a criatividade e a eficacia;
Permitir que urn professor ensine simultaneamente em mais de urn IDeal;
Permitir varies ritmos de aprendizagem numa mesma turma;
Motivar 0 aluno a aprender continuamente, pais utiliza urn meio com que ele
S8 identifica;
Proporcionar aD aluno as conhecimentos tecnol6gicos necessarios para
ocupar 0 seu lugar no mundo do trabalho;
Aliviar a carga administrativa do professor, deixando mais tempo livre para
dedicar ao ensino e a ajuda a nivel individual;
Estabelecer a ponte entre a comunidade e a sala de aula.
2.6.4 A adapta.ao do sistema educativo
A adapta~ao do sistema educativo a crian~as com necessidades especiais deve
procurar:
Incentivar e promover a aplica~ao das tecnologias da informa~ao e
comunica~ao ao sistema de ensino. Prom over a utilizayao de computadores
pelas crianyas e jovens com necessidades especiais integrados no ensino
regular, criar areas curriculares especificas para crianyas e jovens de fraca
36
incidencia e aplicar 0 tele-ensina dirigido a crianc;as e jovens impossibilitados
de frequentar 0 ensina regular.
Adaptar 0 ensina das novas tecnologias as crianc;:as com necessidades
especiais, preparando as escolas com as equipamentos necessarios e
promovendo a adaptac;:ao dos programas escolares as novas funcionalidades
disponibilizadas par estes equipamentos.
Promover a criac;c3.o de urn programa de formac;:ao sabre a utilizac;:ao das
tecnologias da informac;ao no apoio as crianc;as com necessidades especiais,
destinados a medicos, terapeutas, professores, auxiliares e Qutros agentes
envolvidos na adequac;ao da tecnologia as necessidades das crianc;as.
2.6.5 Perspectivas historicas da educac;ao especial
Estas perspectivas hist6ricas levam em conta a evolw;;ao do pensamento ace rca
das necessidades educativas especiais ao longo dos ultimos cinqOenta anos, no
entanto, elas nao se desenvolvem simultaneamente em todos as paises, e
conseqOentemente retrata uma visao hist6rica global que nao corresponde ao
mesmo estagio evolutivo de cada sociedade. Estas perspectivas sao descritas por
Peter Clough.
1. 0 legado psico-medico: (predominou na decada de 50) vi!! 0 individuo como
tendo de algum modo urn deficit e por sua vez defende a necessidade de uma
educa<;ao especial para aqueles individuos.
2. A resposta sociol6gica: (predominou na decada de 60) representa a critica ao
legado psico-medico, e defende uma construyao social de necessidades
educativas especiais.
37
3. Abordagens Curriculares: (predominou na decada de 70) enfatiza 0 papel do
curricula na so[uCYEIO - e, para alguns escritores, eficazmente criando -
dificuldades de aprendizagem.
4. Estrategias de melhoria da escola: (predominou na decada de 80) enfatiza a
importancia da organizaC;Elo sistemica detalhada na busca de educar
verdadeiramente.
5. Critica aos estudos da deficiemcia: (predominou na decada de 90)
frequentemente elaborada par agentes externos a educac;c3o, elabora uma
res posta pelitica aDs efeitos do modele exc1usionista do leg ado psico-medico.
2.6.6 Perspectiva atual
A convenC;<3oda deficiencia foi urn acordo foi celebrado em 25 de agosto de
2006 em Nova torque, par diversos Estados em uma convenc;c3o preliminar das
Nac;6es Unidas sabre as direitos da pessoa com deficiencia, 0 qual rea[c;a, no artigo
24, a EducaC;<3o inclusiva como urn direito de todas. 0 artigo foi revisado e
fortalecido durante as negociayoes que comeyaram ha cinco anos. Em estagio
avanyado das negociayoes, a opyao de educayc3.o especial (separada do ensino
regular) foi removida da conven,ao, e entre 14 e 25 agosto de 2006, esfor,os
perduraram ate os ultimos dias para remover um outro texto que poderia justificar 0
separayc30 de estudantes com deficie!ncia. Apes longas negociayoes, 0 objetivo da
inc1usao plena foi finalmente alcanyado e a nova redayc3.odo paragrafo 2 do artigo
24 foi definida sem obje,ao. Cerca de sessenta delega,oes de Estado e a Liga
Internacional da Deficiencia (International Disability Caucus), que representa cerca
de 70 organizayoes nao governamentais (ONGs), apoiaram uma emenda proposta
pelo Panama que obriga os governos a assegurar que: as medidas efetivas de apoio
38
individualizado sejam garantidas nos estabelecimentos que priorizam 0
desenvolvimento academico e social, em sintonia com a objetivo da inclusao plena.
A Conven9ao preliminar antecede a assembleia geral da ONU para sua ad09ao, que
se realizara no final deste ano. A convenyao estara entaD aberta para assinatura e
ratificac;:ao par lodos as paises membros, necessitando de 20 retificac;6es para ser
validada. A ConvenC;8o da Deficiemcia e 0 primeiro tratado dos direitos humanos do
Seculo XXI e e amplamente reconhecida como tendo uma participac;ao da sociedade
civil sem precedentes na hist6ria, particularmente de organiza96es de pessoas com
deficiencia.
Elementos significativos do artigo 24 da instruc;c3.odo esboc;o
Nenhuma exclusao do sistema de ens ina regular por motivo de deficiemcia
Acesso para estudantes com deficiencia a educa.yao inclusiva em suas
comunidades locais
Acomoda.yao razoavel das exigencias indivfduais
o suporte necessario dentro do sistema de ensino regular para possibilitar a
aprendizagem, inclusive medidas eficazes de apoio individualizado
2.6.7Inclusao
Entendemos por Inclusao 0 ate ou efeito de incluir.
o conceito de educac;ao inclusiva ganhou maior notoriedade a partir de 1994,
com a Declara.yao de Salamanca. No que respeita as escolas, a ideia e de que as
crian.yas com necessidades educativas especiais sejam incluidas em escolas de
ensino regular e para isto as todo 0 sistema regular de ensino precisa ser revisto, de
modo a atender as demandas individuais de todos os estudantes. 0 objectivo da
39
inclusao demonstra uma evolu9ao da cultura ocidental, defendendo que nenhuma
crian98 deve ser separada das Qutras par apresentar alguma difereng8 ou
necessidade especial. Do ponto de vista pedag6gico esta integragc3.o assume a
vantagem de existir interac9ao entre Crianl,(8s, procurando urn desenvolvimento
conjunto. No entanto, par vezes surge uma imensa dificuldade par parte das escolas
em conseguirem integrar as crianC;;8s com necessidades especiais devido a
necessidade de criar as condi90es adequadas.
2.6.8 Legislal'ao que regulamenta a Educal'ao Especial no Brasil
Constitui9ao Federal de 1988 - Educa9ao Especial
Lei nO9394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educa9ao Nacional - LDBN
Lei nO9394/96 - LDBN - Educal'ao Especial
Lei nO8069/90 - Estatuto da Crian9a e do Adolescente - Educal'ao Especial
Lei nO8069/90 - Estatuto da Crian9a e do Adolescente
Lei nO8859/94 - Estagio
Lei nO 10.098/94 - Acessibilidade
Lei nO10.436/02 - Libras
Lei nO7.853/89 - CORDE - Apoio as pessoas portadoras de deficiencia
Lei n.o 8.899, de 29 de junho de 1994 - Passe Livre
Lei nO9424 de 24 de dezembro de 1996 - FUNDEF
Lei nO 10.845, de 5 de marI'o de 2004 - Programa de Complementa9ao ao
Atendimento Educacional Especializado as Pessoas Portadoras de
Deficiemcia
Lei nO 10.216 de 04 de junho de 2001 - Direitos e prote9ao as pessoas
acometidas de transtorno mental
40
• Plano Nacional de Educa,ao - Educa,ao Especial
2.7 APAEs
2.7.1 Historico
APAE - Associayao de Pais e Amigos dos Excepcionais, e urn Movimento
que S8 destaca no pais pelo seu pioneirismo. Nascida no Rio de Janeiro, no dia 11
de dezembro de 1954, na ocasiao da chegada aD Brasil de Beatrice Bemis,
procedente dos Estados Unidos, membra do corp a diplomatico norte-americana e
mae de uma portadora de Sindrome de Down. No seu pais, ja havia participado da
fundac;ao de mais de duzentas e cinquenta associa96es de pais e amigos; e
admirava-se par nao existir no Brasil, algo assim.
Motivados par aquela cidada, urn grupo, congregando pais, amigos,
professores e medicos de excepcionais, fundou a primeira Associac;ao de Pais e
Amigos dos Excepcionais - APAE do Brasil. A primeira reuniao do Conselho
Deliberativo ocorreu em rnarc;o de 1955, na sede da Sociedade de Pestalozzi do
Brasil. Esta colocou a disposic;ao, parte de urn predio, para que instalassem urna
escola pra crianc;as excepcionais, conforme desejo do professor La Fayette Cortes.
A entidade passou a contar com a sede provis6ria onde foram criadas duas
classes especiais, com cerca de vinte crianc;as. A escola desenvolveu-se, seus
alunos tornaram-se adolescentes e necessitaram de atividades criativas e
profissionalizantes. Surgiu, assim, a prirneira oficina pedag6gica de atividades
41
ligadas a carpintaria para deficientes Brasil, par iniciativa da professora Olivia
Pereira.
De 1954 a 1962, surgiram outras APAEs. No final de 1962, doze das
dezesseis existentes, nessa epoca, encontraram-se, em Sao Paulo, para a
realiza(fao da primeira reuniao nacional de dirigentes apaeanos, presidida pelo
medico psiquiatra Dr. Stanislau Krynsky. Participaram as de Caxias do Sui, Curitiba,
Jundiai, Muriae, Natal, Porto Alegre, Sao Leopolda, Sao Paulo, Londrina, Rio de
Janeiro, Recife e Volta Redonda. Pela primeira vez no Brasil, discutia-se a questao
da pessoa portadora de deficiencia com urn grupo de familias que trazia para 0
movimento suas experiencias como pais de deficientes e, em alguns casas, tambem
como tecnicos na area.
Para uma methor articulayc30 de suas ideias, senti ram a necessidade de criar
urn organismo nacional. A primeira ideia era a farmaC;ao de um Conselho e a
segunda a criac;c3o da FederaC;ao de APAEs. Prevaleceu esta ultima, que foi fundada
no dia 10 de novembro de 1962, e funcionou durante varios anos em Sao Paulo, no
Consultorio do Dr. Stanislau Krynsky. 0 primeiro presidente da diretoria provis6ria
eleita foi Dr. Antonio Clemente Filho.
Em 1964, a Mal. Castelo Branco, presidente do Brasil, apoiou a iniciativa para
a aquisiC;ao de um pn§dio. Construiu-se entao, no terreno onde hoje se localiza a
atual sede do Rio de Janeiro. Com a aquisic;c3o da sede propria a FederaC;8o foi
transferida para Brasilia. Adotou-se como simbolo a figura de uma flar ladeada par
duas maos em perfil, desniveladas, uma em pOSiC;c30de amparo e a outra de
prote98o.
42
A Federavao, a exemplo de uma APAE, S8 caracteriza par ser uma sociedade
civil, filantropica, de carater cultural, assistencial e educacional com durac;ao
indeterminada, congregando como filiadas as APAEs e Qutras entidades
congeneres, tendo sede e forum em Brasilia -DF.
2.7.2 APAE/PR
A APAE de Curitiba e uma entidade filantropica, sem fins lucrativQs, que
atende portadores de deficiencia mental, do nascimento a velhic8. Foi criada no dia
6 de outubro de 1962, desde a sua fundac;ao vern prestando relevantes serviryos a
comunidade curitibana. Eo a maior APAE do Parana, prestando, hoje, 735
atendimentos por dia. Eo mantenedora de 5 escolas especializadas: CEDAE (Escola
de Educa9ao Especial Estimula9ao e Desenvolvimento); LUAN MULLER (Escola de
Educa9ao Especial); CITA (Escola de Educa9ao Especial Integra9ao e Treinamento
de Adultos); VIVENDA (Escola de Educa9ao Especial); HENRIETTE MORINEAUX
(Escola de Educa9ao Agricola).
o objetivo da APAE/PR e oferecer ao portador de deficiencia mental
atendimento nas areas da saude, educac;ao, assistencia social e trabalho,
objetivando a plena desenvolvimento de suas potencialidades. Promover a
integray2lo do portador de deficiencia mental junto a sua sociedade.
Lutar pela garantia dos direitos do portador de deficiencia, buscar os meios para a
insery2l0 do portador de deficiencia no mundo do trabalho.
43
2.8 0 JOGO E A BRINCADEIRA
2.8.1 Caracterizando a Jogo e a Brincadeira
Definir 0 jogo e a brineadeira nao e tarefa faeil. Pode-se estar falando de
jogos politicos, de adultos, crianyas, animais, amarelinha, xadrez, adivinhar, cantar
est6rias, futebol, domino, quebra-cabeya, brincar na areia e varios outros. Estes
jogos, embora recebam a mesma denominayao, tern suas especificidades e a
variedade de fenomenos considerados como jogo demonstra a complexidade na
tarefa de defini-Io.
o significado do jogo pode ter tres nlveis de diferencia90es: a resultado de urn
sistema lingOistico que funciona dentro de urn contexte social; urn sistema de regras
e urn objeto.
No primeiro casa, 0 sentido do jogo depende da linguagem de cada contexte
social, mas nao de maneira simples, como mera alYao de nomear. Cada contexto
social constr6i uma imagem de jogo conforme seus valores e modo de vida, que se
expressa par meio da linguagem.
No segundo caso, um sistema de regras deixa identificar uma estrutura
sequencial e que especifica sua modalidade. Estas estruturas seqOenciais de regras
permitem diferenciar cada jogo, ou seja, quando alguem jogar esta executando as
regras do jogo e, ao mesmo tempo, desenvolvendo uma atividade ludica.
o terceiro sentido refere-se ao jogo como objeto, como por exemplo tem-se 0
piao que pode ser confeccionado de madeira, casca de fruta ou plastico que
representa 0 objeto empregado na brineadeira de rodar piao.
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o brinquedo, diferente do jogo, estimula a representa~ao, a expressao de
imagens que evocam aspectos da realidade. 0 brinquedo coloca a crianc;a na
presenc;a de reproduyoes, au seja, tudo a que existe no cotidiano, a natureza e as
constru96es que um dos objetivos do brinquedo e dar a crian9a um substituto dos
objetos rea is, para que possa manifesta-Io.
Hoje, as brinquedos reproduzem 0 mundo tecnico cientifico e 0 modo de vida
atual, porem a imagem representada pelo brinquedo nao seja uma c6pia identica da
realidade existente uma vez que eles incorporam caracteristicas como tamanho,
formas delicadas, simples, estilizadas e relacionadas a idade e genero do publico ao
qual e deslinado.
A infimcia expressa no brinquedo a mundo real, com seus valores, modos de
pensar e agir e 0 imaginario do criador do objeto MANSUR (1997).
A imagem da infancia, atualmente e enriquecida com 0 auxilio de concep~6es
psicologicas e pedagogicas, que reconhecem 0 papel dos brinquedos e brincadeiras
no desenvolvimento e na constru~ao do conhecimento infantil.
A prioridade do processo de brincar acentua-se enquanto a crian9a brinca,
sua aten9ao concentra-se na atividade em si e nao em seus resultados ou efeitos. 0
jogo infantil so pode receber esta designa9ao quando 0 objetivo da crian~a e brincar.
Pela livre escolha 0 jogo infantil s6 pode ser jogo quando escolhido livre e
espontaneamente pela crian9a, caso contrario, e trabalhado ou ensinado.
No campo educacional, 0 brinquedo data dos tempos do Renascimento, mas
ganhou for~a com a expansao da educa9ao infantil, especialmente apartir deste
seculo. Entendido como recurso que ensina, desenvolve e educa de forma
45
prazerosa, 0 brinquedo educativo materializa-s8 no quebra-cab8ga, destinado a
ensinar formas e cores, nos brinquedos de tabuleiro, que exigem a compreensao do
numero e das operac;oes matematicas, nos brinquedos de encaixe, que trabalha
n090es de seqOencia, de tamanho e de forma, nos multiplos brinquedos e
brincadeiras, cuja concep9ao exigiu urn olhar para 0 desenvolvimento infantil e a
materializa,ao da fun,ao psicopedagogica; mobiles destinados a percep,ao visual,
sonora au motara; carrinhos munidos de pinos que S8 encaixam para desenvolver a
coordenayao motara, brincadeiras envolvendo musicas, dangas, expressao matara,
gratica e simb6lica.
o usa do brinquedo I jog a educativo com fins pedag6gicos direciona a
relevancia desse instrumento para situa96es de ensino-aprendizagem e de
desenvolvimento infantil MANSUR (1997).
Nessa concep9ao, ao permitir-se a a9ao intencional (afetividade), a
constru9ao da representa9ao mental (cogni9ao), a manipula9ao de objetos e a
desempenho de a90es sens6rio-motoras (fisico) e as trocas nas intera90es (social),
o jogo contempla varias form as de representa9ao da crian9a ou suas multiplas
inteligemcias, contribuindo para aprendizagem e 0 desenvolvimento infanti!.
2.8.2 A fun,ao do jogo e do brinquedo na priltica psicopedagogica
Brincar de situa90es e a forma que a crian9a usa para jogos dramaticos de
improvisa9ao. E tambem mais do que isso. Brincando de situa90es a crian9a
experimenta 0 seu mundo e aprende mais sobre 0 mesmo, trata-se portanto de algo
essencial para 0 seu desenvolvimento sadio. Brincar tambem serve como linguagem
para a crian,a, um simbolismo que substitui palavras, visto que a crian,a e incapaz
46
de expressar verbalmente, e deste modo utiliza a brincadeira para formular e
assimilar aquila que experiencia.
2.9 DESIGN
2.9.1 0 que e Design
Entende-se 0 design (em alguns casos projeto ou projecto) como 0 esfor,o
criativo relacionado a configuraryao, concepryao, elaborac;:ao e definiryao de alga,
como urn objeto, uma imagem, entre Quiros, em geral voltados a uma determinada
func;:ao. De uma forma ampla a termo design, porem, refere-s8 a concep<;:ao de uma
soluryao previa para urn problema. Mas em uma acep980 mais especifica, design S8
refere a profissao da pessoa que projeta. Como tal, tern diversas especializag6es, de
acordo com qual tipo de coisa e projetada. 0 profissional que trabalha na area de
design e chamado, portanto, de designer, visto que a palavra pertence a lingua
inglesa e normalmente naD S8 traduz (ver 0 problema etimoI6gico).
Portanto, e urn esforgo criativo atraves do qual se projetam todo tipo de
eaisas, incluindo utensilios, vestimentas, pe9as graficas, livros, maquinas, ambientes
e (recentemente) tambem interfaces de programas.
As especializa90es mais comuns sao 0 Design de produto, Design grafico e 0
Design de moda. 0 design e intimamente ligado as artes aplicadas, a arquitetura, e
a engenharia, mas a concoHl3ncia profissional muitas vezes leva a animosidade
entre essas areas.
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o termo deriva, original mente, de Designare, palavra em Latim, sendo mais
tarde adaptado para a Ingles design. Houve uma serie de tentativas de tradu9ao do
terma, mas os possiveis nomes como Projetica Industrial acabaram em desuso.
2.9.2 Design de brinquedos
A experiencia de criar brinquedos e jogas e de tal forma envolvente que a
processo chega a ser muito diveriido, tanto para quem cria como para quem vai
brincar com 0 prod uta final.
o criadar de brinquedos e a interprete das necessidades, da curiosidade, dos
interesses da crian.ya, do adolescente et mesmo do adulto que 905ta de jogar.
Imagina~ao, intelige!ncia, motiv8ryao et principalmente, persistencia sao
caracterfsticas bern proprias de quem S8 decide pelo desenho de brinquedos e
jogos.
o processo de criayao atrai, em geral, quem sempre se interessou em saber
como as eoisas funcionam. Desmontando e rnontando de novo objetos para Olver 0
quem dentro" - mesma que aD remonta-Ie sebre alguma perya - pede levar a criaryae
de um objeto bem diferente do primeiro. Criar um brinquedo e, portanto, um grande
quebra-caberya. E a curiosidade e a origem de toda essa grande brincadeira.
2.9.3 Design e a ergonomia
o design, sobretudo de produto, pode fazer muito pela seguranrya, saude e
conforto das crianryas. Alguns investigadores sugerem que as crian98s estao sujeitas
aos mesmos riscos (ou talvez maiores) do que os adultos, uma vez que estao
expostas aos mesmos perigos. Ve-se a caso do mobiliario escolar, das mochilas,
48
dos novos equipamentos eletronicos, do vestuiuio e cah;:ado, dos brinquedos, dos
parques infantis, entre muitos Qutros. Par exemplo, S8 0 trabalho com urn
computador pode provo car les6es par esfofC;oS repetitivos e problemas de visao nos
adultos, 0 que fara a uma crianga? Se transportar sacos de supermercado pode
provocar uma leSaD na col una vertebral dos adultos, carregar uma mochila, com
10kg de livros, 0 que provocara na coluna de uma crianya?
Para que as projetos sejam, de fatc, adequados as crianc;ase importantissimo
possuirmos alguns conhecimentos de ergonomia. As crianc;as nao podem ser
considerados como adultos em ponto pequeno, par isso, 0 designer devera possuir
conhecimentos especificos sabre elas.
A nossa aten9ao devera focar sobretudo dais aspectos cruciais: a
biomecanica e a visao das crian9as. Alguns exemplos que ilustram esta
problematica:
as 05505 das crian9as estao em processo de ossifica9ao, a que significa que
o seu crescimento longitudinal s6 estara completo no final da adolescencia,
ocorrendo a ponto maximo de deposi9ao de minerais par volta dos 20-30 anos de
idade. Mas, frequentemente, as pessoas assumem que as crian9as mais altas
pod em executar, com seguran9a, tarefas manuais como levantamento de pesos.
Contudo, as crian9as podem estar a correr grande risco ap6s urn "saito" no
crescimento, pois as assos long as pad em alcan9ar, em media, 80% do seu
comprimento maximo aos 7 anos de idade, enquanto que a canteudo mineral dos
ossos e de apenas 40% do nivel final. au seja, os ossos crescem, ficam mais
longos, antes de se tornarem mais fortes. a risco tambem e elevado porque, a
seguir a uma fase de crescimento acentuado as crian9as precisam de aprender a
49
coordena~ao motora da nova postura e as tecidos moles precisam de S9
desenvolver para S8 adaptar as novas dimens6es.
A visao das crianc;:as esta em desenvolvimento. Alguns problemas, como a
miopia, podem ter origem na sala de aulas au no design do "posta de trabalho" da
crianya. Devemos prestar bastante atenC;:8o as alturas dos rnonitores que,
inevitavelmente, as for~am a manter campos visuais excessivamente altos. Uma boa
iluminayao e uma correta postura contribuirao para uma visao saudavel.
Uma caisa e certa, tanto as crianyas como adultos podem ficar debilitados
pela dor. Estudos recentes indicam que as mais novos experimentam niveis mais
elevados de desconforto e dor do que aquilo que normalmente se pensava. Alguns
investigadores sugerem que as taxas de dar lombar e de pescoc;;o, das crianc;;as, sao
comparaveis as dos adultos.
Enquanto que os adultos estao numa fase de degenerac;;ao, as crianc;;as estao
em formac;;ao. A infancia e uma oportunidade critica para ensinar bans habitos de
trabalho que podem garantir praticas seguras para a vida.
50
3. MATERIAlS E METODOS DE PESQUISA
3.1 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi de Bruno Munari com algumas adaptac;:6es:
-Definiyao do problema: trabalhar com a slndrome de down
-Definir soluyao: criayao de um jogo pedag6gico
-Pesquisa sabre a sind rome e jogos pedag6gicos
-Revisao Bibliografica
-Seleyao de jog os
-Estudos
-Desenvolvimento Materiais
-Finalizac;:ao
3.2 PUBLICO ALVO
Crianc;as portadoras da Sind rome de Down, de ambos as sexos, que
necessitam de estimulos motores fines e de estimulos educacionais para 0 seu
melhor desenvolvimento, e seus estimuladores.
3.3 ANALISE DE SIMILARES
Domino Adic;:ao
Trabalha a memorizayao das operayoes, fixayao de
diversas fases de aprendizagem. Contem: 01 caixa de
madeira, tipo estojo, medindo170mm x 95mm x 45mm,
com 28 pe9as de 70mm x 35mm x 3mm. Idade: a partir deFIGURA 02 - SIMILAR 01
FIGURA03 -SIMILAR 02
FIGURA 04-SIMILAR 03
FIGURA 05 -SIMILAR 04
51
02 anos.
Quebra Cabe~a Alfabetiza~ao
Trabalha numeros, letras, sequencia, coordena<;:ao,
estimulo ao aprendizado. Contem 10 placas medindo
200mm x 300mm x 6mm com figuras diversas para
alfabetiza~ao. Idade: a partir de 02 anos.
BloeDS de Encaixe
Trabalha a agilidade de montagem sem ultrapassar as
bases, trabalho em equipe. Embalagem plastica encolhivel.
Contem 25 pery8s. Acondicionados em uma base
medindo 320mm x 60mm x 20mm com 10 palitos para--'-'encaixar as pery8s. Idade: A partir de 03 anos.
Passa Figuras
Trabalha coordenaryao matera, agilidade, percepryc3o, montagem.
Contem 8 pegas coloridas. Caixa tipo estojo, tamanho 243mm x
235mm x 55mm, com tampa para encaixe das pery8s em
madeira.ldade: 02 a 06 anos.
52
Prancha de Sele9ao•-•Trabalha cor, forma, tamanho, tato, n09ao de quantidade,
igualdade, montagem. Contem 16 pe9as coloridas, medindoFIGURA 06-SIMILAR 05 140mm x 130 mm x 60mm, em madeira. Embalagem plastica
encolhivel. Idade: a partir de 02 anos.
Os simitares analisados da area pedagogica utilizam na maiaria materiais
como a madeira e 0 papel, trabalham tambem com cores chamativas, coordenac;:8.o
motora, tato, forma, cor, tamanho, agilidade percep9ao e montagem.
3.4 PROBLEMA
Cria9ao de jogos pedagogicos, tais como: prancha de sele9ao, jogo da memoria,
cartilha para pintar, que auxiliem na parte motara e educacional de urna crianC;:8 com
Sindrome de Down.
3.5 JUSTIFICATIVA
Criang8s com Sindrome de Down, S8 estimuladas, tern mais chance de inseryEio
social. Atualmente apenas profissionais da area de terapia ocupacional e fisioterapia
atu8m na criaC;:8o de jogos e/au brinquedos que auxiliem apenas na parte motora
das crianc;as.Verifiea-s8 entao a oportunidade da criay8.o de materia is que auxiliem
na hipotonia muscular aliando a pedagogia e 0 design.
53
3.6 OBJETIVO
Compreender a Sindrome de Down para criar e desenvolver jogos pedag6gicos
que auxiliem no desenvolvimento motor e pedagogico da crianC;8 com Sind rome de
Dwon.
3.7 PARAMETROS E REQUISITOS
- estimulac;ao da coordenac;ao motara;
- estimula9ao sensorial (tatil, visual);
- transfer,mcia de objeto de uma mao para outra (manipular);
- coordenac;:ao do uso das maos;
- escolaridade;
- material que naD machuque e que naD sirva como objeto de contus6es;
- cores atrativas;
- desenhos de animais correspondentes a idade.
3.8 RESULTADOS
Nome
Para chegar ao nome da colec;ao, tai efetuado urn brainstorm de palavras que
fariam relac;ao com 0 projeto final, as principais opc;oes foram: Colec;ao Passo a
passo; ColeC;ao Contribuindo com 0 saber; Colec;ao MaDs que aprendem; Colec;ao
Cores e formas; Colec;ao Aprendendo a viver; Colec;ao Intelecto; Coleyao Sentidos.
A alternativa selecionada foi Cole~ao Sentidos, pois 0 objetivo dos jogos e 0
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Geray80 Marca
aprimoramento de varies sentidos, como tato, visao e a coordena~aomotora.
.\\,~ Coles:ao
••• Sentldos
Cole9aoSENTI DOS
"" ,.~Coles:ao
Sentldos
Alternativa Escolhida
FIGURA 07 - GERACAo DE ALTERNATIVAS
FIGURA 08 - ALTERNATIVA ESCOLHIDA
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PRANCHA DE SELE<;:AO
A prancha de seie9aa sera dupia face, senda que a abjetiva e que a crian9a
encontre 0 habitat natural (mar e terra) de cada animal e trabalhando com 0 E.V.A.,
material maleavel sem correr 0 risco de machucar as crianyas.
MAR
o
FIGURA 09 - PRANCHA DE SELE<;:Ao MAR
Tamanho final: 30x21 em, material EVA colorido revestido de adesivo vinilico.
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TERRA
o
FIGURA 10- PRANCHA DE SELEc;:Ao TERRA
CARTILHA PARA COLORIR
A cartilha para colorir tern como objetivo fazer com que a crianc;a se divirta
colorindo as animais e desenvolva 0 lado. Sera impressa apenas em urn lado do
papel para que a crianya possa foryar 0 tra90.
57
FIGURA 11 - CARTILHA
FIGURA 12 - PARA COLORIR
Tamanho final: 20x20 em, material papel couche.
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JOGO DA MEM6RIA
o jogo da mem6ria vern atraves do EV.A estimular a parte motara da crianya
com pec;:as em tamanho grande e de cor atrativa, utilizando uma faca para cartar em
formata quadrado com cantos arrectondactos, tornanda-se mais segura para a
crianc;a.As pec;as serao impressas em serigrafia.
FIGURA 13 - JOGO DA MEMORIA
Tamanho final: 7x7 em (eada pe9a), material EVA
SACOLA
FIGURA 14 - SAGOLA
CAMISETAS
FIGURA 15-GAMISETA
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FIGURA 16 - PROJETO FINAL 1
FIGURA 17 - PROJETO FINAL 2
60
FIGURA 18 - PROJETO FINAL 3
FIGURA 19 - PROJETO FINAL 4
61
62
DISCUSSAO
Apes 0 trabalho de pesquisa, verificou-se que 0 melhor material para trabalhar
jogos para crian9as com s!ndrome de down oj 0 EVA 0 Eti! Vini! Acetato e aquela
borracha nao-toxica que pode ser, aplicada em diversas atividades artesanais. EVA
e urn material utilizado no meio educacional enquanto ferramenta didatica, e no meio
artistico como suporte para petyas decoradas. E urn material maleavel, apaco,
at6xico e que S8 apresenta em cores vibrantes, excelente para 0 trabalho decorativo
e artesanal, pela facilidade da montagem das pe~as.E urn material barato e de facil
aquisic;:ao. Utilizado na confecc;:ao de: porta-retratos, sacolas, convites, paineis,
"Iembrancinhas", tapetes, marcadores de texto, capas de cadernos, etc.
Para 0 conceito dos desenhos partiu-se do principio de Gestald, destacando-se
como fundamental referencia para as composic;:6es graficas: "0 todo e mais do que a
soma das partes". Isto equivale a dizer que "A + B" nao e simplesmente "(A+B)".
mas sim urn terceiro elemento "C" que possui caracteristicas proprias."
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CONCLUSAO
Concluimos a partir da realiza~ao deste trabalho que com a devida
estimulayao a crianC;8 com sind rome de down desenvolve-se tao bern como uma
criany8 naD portadora, em atividades cotidianas como pegar e reconhecer objetos,
formas e cores. Assim, ao desenvolvemos uma prancha de sele~ao procuramos
auxiliar no desenvolvimento motor, ja que e comprovado que esse tipo de atividade
pedag6gica melhora a motricidade, 0 convlvio com outras crianc;as pois 0 jogo
contem regras estimulando assim a moral da crian-;:8.
64
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