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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
GRACIELLA ROBERTA URNAU PATRÍCIA HENRIQUE CASTRO
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE VITAL NO PRÉ E NO PÓS-OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA COM CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA NOS SEXOS FEMININO E MASCULINO.
CURITIBA
2004
2
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
GRACIELLA ROBERTA URNAU PATRÍCIA HENRIQUE CASTRO
AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE VITAL NO PRÉ E NO PÓS-OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA COM CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA NOS SEXOS FEMININO E MASCULINO.
Artigo apresentado como requisito para a obtenção do título de Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pela Universidade Tuiuti do Paraná.
Orientador Prof. Ms. Marcelo Marcio Xavier.
CURITIBA
2004
3
RESUMO A fisioterapia dispõe de várias técnicas e formas de manuseio que possibilitam o aumento da expansibilidade torácica, assim como os volumes e capacidades pulmonares. Associado ao ato clínico adequado, promove melhora na qualidade de recuperação e conseqüentemente na vida desses indivíduos. Tendo em vista estes procedimentos o estudo tem por objetivo analisar a variação do volume inspiratório no pré e pós-operatório de cirurgia de Revascularização Miocárdica com circulação extracorpórea em ambos os sexos. A amostra foi composta de 20 pacientes, sendo 10 do sexo masculino e 10 do sexo feminino todos revascularizados com circulação extracorpórea, no período de fevereiro a março de 2004, no Hospital Policlínica Cascavel – PR. Depois de concluir um questionário base, que objetivou a inclusão desses na pesquisa, seguiu a análise da função pulmonar para obtenção dos valores de volume inspiratório. Os resultados obtidos demonstraram valores específicos para os dados analisados, incluindo as vinte sessões mínimas de fisioterapia cardiopulmonar que antecederam a cirurgia, viabilizando assim futuras investigações em diferentes populações possibilitando estabelecer parâmetros para comparações em critérios distintos. Palavras-chaves: pré-operatório; pós-operatório; revascularização; fisioterapia.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Revascularização Miocárdica tem como justificativa maior à
perspectiva de aumentar a quantidade de sangue oxigenado que chega
ao miocárdio irrigado pelo leito distal da artéria coronária que recebe a
anastomose de um enxerto ligado à aorta (ou a outro vaso arterial
sistêmico).
Nas últimas décadas a cirurgia cardiovascular evoluiu
principalmente no tratamento da insuficiência coronariana, tendo como
objetivo o tratamento cirúrgico da isquemia cardíaca conseqüente à
obstrução coronariana, oferecendo benefícios comprovados para o
aumento de sobrevida de pacientes que se encontram no grupo de risco.
Estes benefícios incluem o alívio da angina de peito e um aumento da
capacidade física do paciente sem que esse apresente dor precordial ou
alterações isquêmicas; melhorando o metabolismo do lactato ao
exercício e melhora significativa na tensão de oxigênio miocárdico.
A cirurgia de revascularização miocárdica com circulação
extracorpórea é os procedimentos mais freqüentemente empregados,
tornando-se uma cirurgia clássica após a experiência inicial de Favaloro
na Cleveland Clinic, no final da década de 60. Para a cirurgia, o paciente
é monitorizado e anestesiado, sendo realizada uma esternotomia
mediana para abordagem do coração.
Antes da abertura do saco pericárdico, uma ou ambas as artérias
mamárias e o segmento de veia safena são dissecados e preparados
para o implante. Portanto o pericárdio é aberto, o coração é exposto e a
aorta ascendente é canulada. A aorta é pinçada tangencialmente.
5
A vantagem dessa técnica é a redução do tempo de perfusão, pois
a circulação extracorpórea passa a ser utilizada apenas durante o
implante distal e a recuperação do coração após a isquemia. Depois de
terminadas as anastomoses arteriais distais e proximais, a pinça aórtica
é removida, os batimentos cardíacos recuperados e a circulação
extracorpórea terminada. Cânulas são removidas do coração e o
procedimento é concluído pela colocação do fio de marcapasso
temporário, dreno de mediastino (ou pleura) e toracorrafia.
Os resultados a longo prazo de uma cirurgia de revascularização
miocárdica dependerão não apenas do adequado restabelecimento do
fluxo coronariano por meio das pontes aortocoronárias ou
mamariacoronárias, mas também de uma adequada mudança de hábitos
de vida que inclua um rígido controle dos fatores de riscos para o
desenvolvimento de DAC (Doença Arterial Coronariana) como;
normalização da pressão arterial, abandono total do hábito de fumar,
emagrecimento e manutenção de um contínuo programa de exercícios
físicos.
Assim, as chances de estabilização ou mesmo de regressão da DAC
(Doença Arterial Coronariana) serão maiores, bem como a pervidade de
novos condutos coronarianos.
A fisioterapia dispõe de várias técnicas que aumentam a
expansibilidade torácica, assim como os volumes e capacidades
pulmonares.
A reeducação respiratória fornece ao paciente um suporte
muscular adequado, evitando complicações e melhorando a
sintomatologia de dispnéia referida pelos pacientes.
6
Associado ao ato clínico adequado, promove melhora na qualidade
de recuperação e conseqüentemente na vida deste indivíduo.
Tendo em vista esses procedimentos o estudo tem por objetivo
analisar a variação da capacidade vital no pré e pós-operatório de
cirurgia de revascularização miocárdica com circulação extracorpórea
em ambos os sexos (feminino x masculino).
7
MÉTODOS
Este estudo se caracteriza como uma pesquisa de campo de corte
longitudinal, apresentando dados descritivos obtidos no período de
fevereiro a março de 2004; no Hospital Policlínica Cascavel – PR.
A amostra foi composta de 40 pacientes, sendo 50% do sexo
masculino e 50% do sexo feminino todos revascularizados com
circulação extracorpórea.
Os dados foram coletados através de uma ficha de avaliação
(Anexo 1) aplicado e orientado pelas próprias pesquisadoras em seguida
obteve-se o volume inspiratório realizadando uma análise da capacidade
pulmonar em que o paciente estivesse na posição sentada, os pés
apoiados e joelhos a 90º graus, com os membros superiores relaxados e
utilizando um clipe nasal. O incentivador a volume (Voldyne® adulto
5000ml) apoiado sobre uma mesa fixa posicionado a frente do indivíduo.
Os critérios para inclusão na amostra foram idade; estatura; peso e
terem já realizado fisioterapia cardiopulmonar. A amostra foi delimitada
para que se obtivesse umas normalidades estatísticas dos dados, sendo
aplicado o teste t-student adotando um nível de significância de p>
(0,05).
A análise estatística deu-se através dos valores mínimos,
máximos, médios e desvio padrão para os sexos feminino e masculino
para a caracterização da amostra, utilizando o programa de estatística
SPSS for Windows.
8
RESULTADOS
Foram analisados os volumes inspiratórios dos indivíduos no
período pré-operatório, destacando as características biométricas mais
relevantes para a obtenção de uma amostra homogênea para ambos os
sexos feminino e masculino.
A amostra do sexo feminino foi de 50% e tiveram uma média e
desvio padrão para a idade de (62,9 ± 3,41), para a estatura foi de (1,59
± 0,05), para o peso corporal foi de (61,55 ± 6,19), o volume inspiratório
pré-operatório obteve média de (1570± 67,49), para o volume inspiratório
no 4º P.O. foi de (2310 ± 179,1) e por fim a média da diferença entre os
volumes inspiratório de pré e pós-operatório foi de (740 ± 157,76).(tabela
1).
A amostra do sexo masculino foi de 50% e tiveram uma média e
desvio padrão para a idade de (55,7 ± 6,07), para a estatura foi de (1,70
± 0,07), para o peso corporal foi de (74,55 ± 8,78), o volume inspiratório
pré-operatório obteve média de (2100 ± 464,28), para o volume
inspiratório no 4º P.O. foi de (2960 ± 320,42) e por fim a média da
diferença entre os volumes inspiratório de pré e pós-operatório foi de
(860 ± 183,79).(tabela 2).
9
Tabela 1 - Característica da amostra do sexo feminino
Nº Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Idade 10 55 66 62,9 3,41
Estatura 10 1,50 1,68 1,59 0,05
Peso 10 50 68 61,55 6,19 Volume
Inspiratório Pré-Operatório
10 1500 1700 1570 67,49
Volume Inspiratório 4º
P.O. 10 2000 2500 2310 179,19
Diferença entre o Volume
Inspiratório 10 500 1000 740 157,76
Tabela 2 - Característica da amostra do sexo masculino
Nº Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Idade 10 50,00 68,00 55,7 6,07
Estatura 10 1,63 1,85 1,70 0,07
Peso 10 63 89 74,55 8,78 Volume
Inspiratório Pré-Operatório
10 1500 3000 2100 464,28
Volume Inspiratório 4º
P.O. 10 2600 3500 2960 320,42
Diferença entre o Volume
Inspiratório 10 500 1100 860 183,79
10
DISCUSSÃO A amostra apresentou leve discrepância em favor do sexo
masculino; porém não foram encontrados registros permitindo uma
análise comparativa. Os dados coletados foram analisados e agrupados
da melhor forma representativa estatisticamente, dando-lhes um caráter
fidedigno.
Sendo assim, a variação da capacidade vital observada não se
apresenta surpreendente; uma vez que o grupo de pesquisa diferencia-
se no sexo, altura, peso corporal, idade e quanto a realização de
fisioterapia cardiopulmonar.
Autores citam diferenças anatômicas com relação ao tamanho do
tórax de homens e mulheres normais, sendo essas visíveis nos
resultados das figuras 1 e 2.
11
Figura 1 - Diferenças entre os Volumes de ambos os sexos
0
200
400
600
800
1000
1200
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Diferenças entre os Volumes Inspiratórios (ml/L)
Masculino
Feminino
12
Figura 2 - Diferenças entre as médias dos Volumes em ambos os sexos
680
700
720
740
760
780
800
820
840
860
1
Média da diferença de Volume Inspiratório
Masculino
Feminino
13
CONCLUSÃO
Observando que o grupo apresenta como agravante o fator de
risco de Doença Arterial Coronariana, caracterizando assim diminuição
do volume inspiratório e conseqüente diminuição da capacidade residual
funcional pelos índices coletados através do incentivador a volume.
Os resultados obtidos demonstraram valores específicos para os
dados analisados, incluindo a fisioterapia cardiopulmonar que antecedeu
a cirurgia, viabilizando assim futuras investigações em diferentes
populações possibilitando estabelecer critérios e parâmetros para
comparações em investigações futuras.
14
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA (Revista da Sociedade Brasileira de Cardiologia) vol 81, suplemento IV Outubro São Paulo – SP 2003. AZEREDO, Carlos A. C. – Fisioterapia Respiratória no Hospital Geral Ed.Manole Ltda. 1º edição São Paulo – SP 2000. AZEREDO, Carlos A. C. – Fisioterapia Respiratória Moderna. Ed. Manole Ltda. 3º edição São Paulo – SP 2002. CARVALHO, M. – Fisioterapia Respiratória; Fundamentos e Contribuições. Ed.Revinter 5º edição Rio de Janeiro – RJ 2001. CASTRO, Iran – Cardiologia Princípios e Prática. Ed. Artes Médicas Sul. 1º edição São Paulo – SP 1999. EAGLE, Kim A. et al. – Cardiologia. Ed.Médica e Científica. 2º edição Rio de Janeiro – RJ 1993. FARDY, Paul S. et al. – Técnicas de Treinamento em Reabilitação Cardíaca. Ed. Manole Ltda. 1º edição São Paulo – SP 2001. GOLDMAN, L.; BENNET, J. C. – Tratado de Medicina Interna. Ed. Guanabara Koogan S.A. 2º edição V.1 Rio de Janeiro – RJ 2001. GOMES, M. V. – Medicina Intensiva Cardiopulmonar. Ed. Revinter. 2º edição Rio de Janeiro – RJ 2002. GUYTON, A. C.; Hall J. E. – Tratado de Fisiologia Médica. Ed. Guanabara Koogan S.A. 10º edição Rio de Janeiro – RJ 2002. IRWIN, S.;TECKLIN J. S. – Fisioterapia Cardiopulmonar. Ed. Manole Ltda. 2º edição São Paulo – SP 1994. KNOBEL, E. – Condutas no Paciente Grave.Ed. Atheneu. 2º edição V.2 São Paulo – SP 1998.
15
LIANZA, S. - Medicina de Reabilitação. Ed.Guanabara Koogan S.A. 3º edição Rio de Janeiro - RJ 2001. NESRALLO, Ivo et al. – Cardiologia Cirúrgica, Perspectivas para o ano 2000. Ed. Byk. 1º edição. São Paulo – SP 1994. PRYOR, J. A.; WEBBER, B. A. – Fisioterapia para Problemas Respiratórios e Cardíacos. Ed. Guanabara Koogan S.A. 2º edição. Rio de Janeiro – RJ 2002. REGENGA, M. M. – Fisioterapia em Cardiologia da UTI a Reabilitação. Ed. Roca. 2º edição. São Paulo – SP 2000. STOLF, Noedir Antônio G.; JATENE, Adib Domingos – Tratamento Cirúrgico da Insuficiência Coronária. Ed. Atheneu 1º edição São Paulo – SP 1998. WEST, J. – Fisiologia Respiratória Moderna. Ed.Manole Ltda. 3º edição São Paulo – SP 1990.
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ANEXO 1
FICHA DE AVALIAÇÃO (Questionário Base)
Nome: Sexo: Idade: Peso Corporal: Estatura: Tabagista: sim ( ) não ( ) Quantidade: Atividade Física: sim ( ) não ( ) Freqüência: Tipo de Cirurgia: Fisioterapia Pré-Operatória: sim ( ) não ( ) Nº de Sessões: Volume Inspiratório Pré-Operatório: Volume Inspiratório 4º P.O.:
17
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Amostra
Idade
MasculinoFeminino
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Amostra
Estatura
Masculino
Feminino
18
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Amostra
Peso
Masculino
Feminino
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Amostra
Volume Inspiratório Pré-Operatório
Masculino
Feminino
19
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Amostra
Volume Inspiratório - 4º P.O.
Masculino
Feminino
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Variação do Volume Inspiratório do Sexo Masculino
Volume Inspiratório Pré-Operatório
Volume Inspiratório 4ºP.O.
20
0
500
1000
1500
2000
2500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Variação do Volume Inspiratório no Sexo Feminino
Volume Inspiratório Pré-Operatório
Volume Inspiratório 4ºP.O.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Volume Inspiratório Feminino
Diferença entre o VolumeInspiratório (ml/L)