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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE
FACULDADE DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO – BACHARELADO
César Augusto Chaves Pereira
Diogo do Carmo Santiago
Félix Valois Chaves Neto
Lincoln Fernandes Oliveira
Vinícius Soares Nunes Coelho
Uso de radiofrequencia por sistemas banda larga por meio de redes de energia elétrica
Governador Valadares
NOVEMBRO/2009.
UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE
FACULDADE DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO – BACHARELADO
César Augusto Chaves Pereira
Diogo do Carmo Santiago
Félix Valois Chaves Neto
Lincoln Fernandes Oliveira
Vinícius Soares Nunes Coelho
Uso de Radiofrequencia por sistemas banda larga por meio de redes de energia elétrica
Monografia para obtenção do grau de bacharel em
Ciência da Computação, apresentada a Faculdade de
Ciências Tecnológicas da Universidade Vale do Rio Doce.
Orientador: Profª. Luciane Cardoso Mira
Governador Valadares
NOVEMBRO/2009.
César Augusto Chaves Pereira
Diogo do Carmo Santiago
Félix Valois Chaves Neto
Lincoln Fernandes Oliveira
Vinícius Soares Nunes Coelho
Uso de Radiofrequencia por sistemas banda larga por meio de redes de energia elétrica
Monografia para obtenção do grau de bacharel em
Ciência da Computação, apresentada a Faculdade de
Ciências Tecnológicas da Universidade Vale do Rio Doce.
Orientadora: Profª. Luciane Cardoso Mira
Governador Valadares, 10 de Novembro de 2009.
_________________________________________________
Orientadora: Professora Luciane Cardoso Mira
Fatec - UNIVALE
_________________________________________________
Professora: Rossana Cristina Ribeiro Morais
Fatec - UNIVALE
_________________________________________________
Professor: Rodrigo Santos de Oliveira
Fatec - UNIVALE
Governador Valadares
NOVEMBRO/2009.
Dedicamos esse trabalho a todas
pessoas que contribuíram de alguma
maneira para idealização, pesquisa,
desenvolvimento e conclusão
desse projeto.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pois sem ele nada é possível;
À nossa orientadora Luciane Cardoso Mira pelas horas de dedicação, aos nossos pais
pelas oportunidades oferecidas;
Ao senhor Ângelo de Barreto Aranha, gerente de suporte em infra-estrutura de
telecomunicações e informática da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), por
todas as informações prestadas;
Aos nossos colegas de trabalho pelas incansáveis reuniões e horas de desenvolvimento
para tornar esse momento possível.
“Minha vida, meu trabalho devem ser uma
aventura empolgante, desafiadora, arrepiante.”
Rogério Caldas
RESUMO
A sociedade tem demonstrado cada vez mais a necessidade de estar conectada entre si
e a internet é a tecnologia atual que permite isto. Entretanto, uma barreira para utilização desta
tecnologia é a localização do usuário, uma vez que os serviços atuais não alcançam grande
parte do país. Este trabalho vem com a intenção de mostrar como a banda larga via energia
elétrica consegue abranger todo Brasil com um serviço de qualidade superior aos existentes
no país a um custo de implantação baixíssimo, tendo em vista que 99% da população
brasileira já tem acesso a energia elétrica. Desta forma, os serviços de internet terão um
concorrente fortíssimo, resultando em quedas tarifárias e vantagens para todos os usuários.
Para demonstrar o sucesso da tecnologia, é apresentada a situação da tecnologia no exterior,
tanto funcionamento quanto regulamentação, fazendo comparativo com situação atual
brasileira.
Palavras chave: Banda-larga. Energia elétrica. Radiofreqüência
ABSTRACT
Society has a great necessity of been connected and the internet is the technology that
allowed that. Therefore, the user location is a barrier for this kind of communication, knowing
that nowadays technologies cannot reach the entire Brazilian country. This research shows
how Broadband over Powerline gets through all country area with a high quality service
above all rivals with a very low cost of deployment. Like this, internet services will have a
tough adversary, resulting fee reduction and advantages for all users. To confirm this
technology success, this project demonstrates the actual situation abroad technical features
and rules, doing a parallel within the current Brazilian situation.
Key-words: Broadband. Electric energy. Radiofrequency.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Amostra de sinal analógico ___________________________________________ 14
Figura 2: Amostra de sinal digital _____________________________________________ 16
Figura 3: Exemplo de multiplexador analógico ___________________________________ 17
Figura 4: Exemplo de multiplexador digital ______________________________________ 18
Figura 5: Multiplexação TDM ________________________________________________ 19
Figura 6: Multiplexação WDM _______________________________________________ 19
Figura 7: Multiplexação DWDM ______________________________________________ 20
Figura 8: Cabo par trançado __________________________________________________ 21
Figura 9: Categoria para cabos UTP da EIA/TIA _________________________________ 22
Figura 10: Cabo par trançado blindado _________________________________________ 23
Figura 11: Cabo coaxial _____________________________________________________ 23
Figura 12: Cabo Fibra Óptica _________________________________________________ 25
Figura 13: Funcionamento de transmissão em fibra ótica ___________________________ 26
Figura 14: Tipos de fibra ____________________________________________________ 26
Figura 15: Comparativo para emissores em fibra óptica ____________________________ 27
Figura 16: Faixas de freqüência de utilização na fibra óptica ________________________ 27
Figura 17: Cabo OPGW _____________________________________________________ 28
Figura 18: Corte transversal do cabo OPGW _____________________________________ 29
Figura 19: Espectro da onda spread spectrum, OFDM e GMSK ______________________ 40
Figura 20: Topologia típica de rede PLC ________________________________________ 41
Figura 21: Modem PLC _____________________________________________________ 42
Figura 22: Modem PLC _____________________________________________________ 42
Figura 23: Repetidor BT / BT no medidor e em gabinete ___________________________ 43
Figura 24: Repetidor MT / BT ________________________________________________ 44
Figura 25: Acopladores para injeção do sinal PLC ________________________________ 45
Figura 26: Isolador de ruído __________________________________________________ 46
Figura 27: Caixa de distribuição _______________________________________________ 46
Figura 28: Empresas que iniciaram pesquisas em 2004 _____________________________ 49
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO _____________________________________________________________ 12
2. TRANSMISSÃO DE DADOS __________________________________________________ 14
2.1. SISTEMAS ANALÓGICOS __________________________________________________ 14
2.1.1. Modulação ______________________________________________________________ 15
2.2. SISTEMAS DIGITAIS ______________________________________________________ 15
2.2.1. Quantização ____________________________________________________________ 16
2.2.2. Multiplexação ___________________________________________________________ 17
2.3. MEIOS FÍSICOS DE TRANSMISSÃO DE DADOS _______________________________ 20
2.3.1. Cabo Par Trançado ou UTP (Unshielded Twisted Pair) ________________________ 21
2.3.2. Cabo STP (Shielded Twisted Pair) __________________________________________ 23
2.3.3. Cabo Coaxial ____________________________________________________________ 23
2.3.4. Fibra Óptica ____________________________________________________________ 24
2.3.5. Cabo OPGW ____________________________________________________________ 28
2.4. MEIO NÃO-FÍSICOS DE TRANSMISSÃO DE DADOS ___________________________ 29
2.4.1. Bluetooth _______________________________________________________________ 29
2.4.2. Wi-Fi __________________________________________________________________ 30
2.4.3. Wimax _________________________________________________________________ 31
2.4.4. Satélite _________________________________________________________________ 31
3. CARACTERÍSTICA DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO BRASILEIRA ________________ 33
3.1. LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO COMO MEIO DE TRANSMISSÃO __________________ 34
3.1.1. Ruído __________________________________________________________________ 34
3.1.2. Atenuação ______________________________________________________________ 35
3.1.3. Impedância da Rede Elétrica ______________________________________________ 35
3.1.4. Baixa irradiação e captação de sinais __________________________________________ 36
4. COMUNICAÇÃO POR REDE ELÉTRICA – PLC ________________________________ 37
4.1. CARACTERÍSTICAS DO SINAL PLC _________________________________________ 38
4.1.1. Modulação ______________________________________________________________ 38
4.1.1.1. Spread Spectrum _______________________________________________________ 38
4.1.1.2. Orthogonal Frequency Division Multiplex (OFDM) ____________________________ 39
4.1.1.3. Gaussian Minimum Shift Keying (GMSK) ___________________________________ 39
4.1.2. A Topologia da Rede _____________________________________________________ 40
4.2. REDE INTERNA DO USUÁRIO ______________________________________________ 41
4.3. REDE DE ACESSO _________________________________________________________ 42
4.4. REDE PLC DE DISTRIBUIÇÃO ______________________________________________ 43
4.5. EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS ___________________________________________ 44
4.5.1. Acopladores ____________________________________________________________ 45
4.5.2. Isolador de Ruídos _______________________________________________________ 45
4.5.3. Caixa de Distribuição _____________________________________________________ 46
4.6. PADRONIZAÇÃO _________________________________________________________ 47
4.7. EXPERIÊNCIAS EXISTENTES _______________________________________________ 48
5. TECNOLOGIA PLC NAS EMPRESAS BRASILEIRAS ___________________________ 51
5.1. PESQUISA INICIAL ________________________________________________________ 51
5.2. TESTE LIMITADO DE CAMPO ______________________________________________ 51
5.3. TESTE DE CAMPO DE LARGA ESCALA ______________________________________ 52
5.4. OPERAÇÃO COMERCIAL __________________________________________________ 53
5.5. CENÁRIO BRASILEIRO ____________________________________________________ 53
5.5.1. Alguns Projetos __________________________________________________________ 53
6. REGULAMENTAÇÃO _______________________________________________________ 55
6.1. NO MUNDO ______________________________________________________________ 55
6.2. NO BRASIL _______________________________________________________________ 57
7. CONCLUSÃO ______________________________________________________________ 60
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ___________________________________________ 61
12
1. INTRODUÇÃO
As redes de energia elétrica começaram sua expansão em meados de 1880. Com o
passar do tempo e com o crescimento das tecnologias para a transmissão de energia elétrica e
transmissão de dados em longas distâncias, surgiu a possibilidade da utilização da rede de
energia elétrica para transmissão de dados simultaneamente. Esta idéia surgiu na década de
1920 e tinha como finalidade principal a medição e comunicação de informações básicas em
redes internas das empresas de energia elétrica (IEEE, 1984).
Com o avanço da implantação da fibra óptica e com a redução dos custos dos sistemas
de telecomunicações esta tecnologia tornou-se viável. Assim, no decorrer na década de 1990,
foram feitos os primeiros testes de comunicação de dados pela rede elétrica, onde ocorreram
problemas nas transmissões relacionados a ruídos, os quais foram resolvidos no final da
década. Assim, as empresas de energia elétrica do mundo começaram a considerar a idéia de
se transformarem provedoras dos serviços de comunicação de dados.
Atualmente, a tecnologia usada para a transmissão de dados via rede elétrica é a
Broadband over Powerline (BPL), ou Banda Larga por Rede Elétrica. Ela é utilizada para
fornecer o acesso à internet banda larga para residências e empresas.
O objetivo deste trabalho é descrever o funcionamento desta tecnologia, especificando
suas características e sua viabilidade para vários segmentos, como residencial e comercial,
baseando-se em dados importantes como a população brasileira com energia elétrica em sua
residência, que é cerca de 95%, a rapidez do serviço que pode chegar a 200 megabits por
segundo de taxa de transmissão e a sua recente regulamentação no Brasil.
Para mostrar o funcionamento desta tecnologia primeiro será feito um retrospecto,
mostrando no segundo capítulo o funcionamento da transmissão de dados como é feita
atualmente.
O terceiro capítulo descreve as características da rede de distribuição de energia,
mostrando a baixa e a média, com o intuito de mostrar toda estrutura atual onde o BPL irá
atuar.
13
O quarto capítulo define como utilizar a transmissão de dados atual pela rede elétrica,
descrevendo todas as características e funcionamento do BPL, além de mostrar equipamentos
utilizados pela tecnologia.
O quinto capítulo mostra o patamar atual das empresas brasileiras em relação à
pesquisa e desenvolvimento desta fantástica tecnologia, mostrando testes executados e
estratégias comerciais.
O sexto capítulo descreve a regulamentação desta tecnologia não apenas no Brasil,
como nos Estados Unidos da América e no Reino Unido também, para servir de referência e
comparação das regulamentações.
O sétimo capítulo traz as considerações finais e conclusões deste trabalho.
14
2. TRANSMISSÃO DE DADOS
A transmissão de dados pode ser definida como o transporte de informações, voz,
imagem, vídeo e dados, da origem ao destino. Atualmente existem dois sistemas de
transmissão de dados, o sistema analógico, que usa a modulação para transmitir sinais, e o
sistema digital, que usa a quantização para transformar o sinal em informação digital e a
multiplexação para transmiti-los. Estes dados podem trafegar em meios físicos e não-físicos.
Nos meios físicos pode-se destacar a transmissão por cabo coaxial, fibra óptica e por cabo par
trançado, já em meios não-físicos pode-se destacar as transmissões Wi-max, Bluetooth,
satélite.
2.1. SISTEMAS ANALÓGICOS
Figura 1: Amostra de sinal analógico
Fonte: http://ensinar.wordpress.com/
Em sistemas analógicos, a transmissão de dados consiste na geração de sinais elétricos
baseados nas ondas eletromagnéticas, apresentando uma variação contínua ao longo do
tempo, podendo ter características de amplitude, freqüência e fase bastante variáveis.
Estes sinais sofrem fortes atenuações e ruídos, o que significa perda na qualidade do
sinal, para se transmitir estes sinais a grandes distâncias são utilizadas duas técnicas básicas, a
modulação e amplificação do sinal.
15
A transmissão analógica também é conhecida como transmissão por modulação de
onda portadora. De acordo com o parâmetro da onda portadora que é distinguida, o tipo de
transmissão utiliza modulação de amplitude, modulação de freqüência ou modulação de fase.
2.1.1. Modulação
Modulação em Amplitude ou simplesmente AM (Amplitude Modulation), é a forma
de modulação em que a amplitude de um sinal senoidal, chamado de onda portadora, varia em
função do sinal de interesse, que é o sinal modulador, mantendo a freqüência e a fase da
portadora constante (BEZERRA, 2008).
Já a Modulação por Frequencia ou FM (Frequency Modulation) corresponde a uma
técnica de modulação de sinais que consiste no deslocamento da frequência original do sinal a
ser transmitido através da variação da frequência da portadora, sendo esta variação
proporcional ao sinal a ser transmitido, mantendo a amplitude e a fase da portadora constante.
A modulação por fase (Phase Modulation) baseia-se na alteração da fase da portadora
de acordo com o sinal modulador, frequência e a amplitude da portadora são mantidas
constantes. (BEZERRA, 2008).
A partir dos sistemas analógicos que surgiram os sistemas digitais.
2.2. SISTEMAS DIGITAIS
Os sistemas de transmissão digital de dados consistem em transmitir os dados em
forma de um padrão binário (0 e 1), os dados recebidos são divididos em pacotes, codificados
para o padrão binário e então enviados.
16
Figura 2: Amostra de sinal digital
Fonte: http://ensinar.wordpress.com/
O sinal analógico que trafega em um enlace pode ser transformado em um sinal digital
usando-se a MCP, Modulação por Código de Pulso (PCM - Pulse Code Modulation), através
de uma amostragem do sinal analógico, o qual recebe uma MAP, Modulação por Amplitude
de Pulso (PAM – Pulse Amplitude Modulation). Posteriormente, estas amostragens são
transformadas em uma sequência de bits, através de um processo denominado quantização.
2.2.1. Quantização
A quantização é o processo através do qual estes sinais PAM são codificados em sinais
digitais. O processo de quantização consiste em introduzir no terminal de origem da
transmissão, um determinado número de níveis discretos em amplitude e fazer a comparação
entre o sinal PAM e o nível discreto mais próximo. Na outra extremidade da linha de
transmissão, deve-se executar a operação inversa, ou seja, fazer a recuperação destes pulsos
para um nível discreto semelhante ao sinal PAM original. Para se determinar os níveis
discretos de quantização, uma faixa completa de valores de amplitude possíveis é dividida em
intervalos de quantização.
O sistema digital possui um elevado grau de imunidade contra ruídos, podendo-se
dizer, que os sistemas digitais podem ser invulneráveis a ruído utilizando técnicas de
regeneração e retransmissão ao longo do caminho físico do sinal.
Existem também técnicas para a comunicação simultânea na mesma direção, tanto no
sistema analógico como no sistema digital, conhecida como multiplexação.
17
2.2.2. Multiplexação
A multiplexação é a transmissão de vários sinais usando uma única linha de
comunicação ou canal, e foi definida em dois tipos principais: por divisão de freqüência
(FDM – Frequency Division Multiplexing) e de tempo (TDM – Time Division Multiplexing).
Por exemplo, nos sistemas telefônicos modernos, os 32 sinais de 64 Kbps são reunidos em um
único canal de 2048 Kbps (2 Mbps) com o uso de multiplexadores. Com a utilização desta
técnica é possível transmitir simultaneamente 32 conversas telefônicas em um único meio de
transmissão. É óbvio que novas multiplexações podem ser realizadas, juntando-se vários
sinais de 2 Mbps em um novo sinal multiplexado de freqüência ainda maior. Desta maneira
pode haver vários níveis de multiplexação e demultiplexação.
Figura 3: Exemplo de multiplexador analógico
Fonte: http://pt.wikipedia.org
18
Figura 4: Exemplo de multiplexador digital Fonte: http://pt.wikipedia.org
Na FDM, as freqüências em cada chamada são alteradas para poderem ser inseridas
lado a lado em um canal de banda larga e transmitidas como um grupo. Na outra extremidade,
as freqüências em cada chamada são alteradas de volta para as freqüências originais. A FDM
foi por muitos anos a base da transmissão telefônica; ela é mais eficiente que os sistemas
digitais em termos de largura de banda. O problema é que o ruído é amplificado junto com a
voz. Esse fato, e também a grande redução no custo dos componentes eletrônicos digitais,
levou à substituição em grande escala de sistemas FDM por sistemas de multiplexação por
divisão de tempo (HELD, 1999).
Já a TDM se baseia no princípio da amostragem dos sinais de entrada formando com
estes, um sinal composto de saída possuidor de todas as amostragens iniciais, dispostas
seqüencialmente no tempo e quando ocorre a recepção deste sinal composto, os sinais de cada
canal são recompostos e devolvidos ao canal correspondente da recepção (MIRANDA
JUNIOR, AGHAZARM, 1993).
19
Figura 5: Multiplexação TDM
Fonte: Apostila DWDM em redes metropolitanas
O uso dessa técnica encontra duas limitações práticas: uma de ordem econômica sendo
muito elevado o custo das partes eletrônicas e eletro óptico (transmissores, receptores,
regeneradores) para operação com taxas de transmissão acima de 2,5 Gbps e outra de ordem
técnica relacionada à degradação do sinal devido à dispersão e a efeito não lineares. Sendo
assim, foi desenvolvido mais um tipo de multiplexação: por divisão de comprimento de onda
(WDM – Wavelength Division Multiplexing).
Na WDM, os sinais que transportam a informação, em diferentes comprimentos de
onda, são combinados em um multiplexador óptico e transportados através de um único par de
fibras, com o objetivo de aumentar a capacidade de transmissão e, conseqüentemente, usar a
largura de banda da fibra óptica de uma maneira mais adequada. Os sistemas que utilizam esta
tecnologia, em conjunto com amplificadores ópticos, podem aumentar significativamente a
capacidade de transmissão de uma rota sem a necessidade de aumentar o número de fibras.
Figura 6: Multiplexação WDM
Fonte: Apostila DWDM em redes metropolitanas
Analisando este potencial, foi desenvolvido os sistemas DWDM (Dense Wavelength
Division Multiplexing) que é nada mais do que a tecnologia WDM diferenciando-se apenas
no fato de que o número de comprimentos de onda transmitidos é bem maior, pois o
espaçamento entre eles é menor.
20
A DWDM combina múltiplos sinais ópticos de forma que eles possam ser ampliados
como um grupo e possam ser transportados sobre uma única fibra, aumentando sua
capacidade.
Figura 7: Multiplexação DWDM
Fonte: Apostila DWDM em redes metropolitanas
Para utilização das técnicas apresentadas se faz necessária a utilização de alguns meios
de transmissão que são exemplificados a seguir.
2.3. MEIOS FÍSICOS DE TRANSMISSÃO DE DADOS
Os meios físicos de transmissão servem para levar a informação da origem ao destino
no processo de comunicação de dados, determinando a quantidade de informação que pode
ser transmitida em certo intervalo de tempo e também a distância máxima que a informação
pode percorrer na rede sem repetidores.
O sistema de comunicação vai se constituir de um arranjo topológico interligando os
vários módulos processadores através de enlaces físicos (meios de transmissão) e de um
conjunto de regras com o fim de organizar a comunicação (protocolos).
Qualquer meio físico capaz de transportar informações eletromagnéticas é passível de
ser usado em redes de computadores. Sob circunstâncias especiais, podem-se enviar ondas
através de freqüências chamadas RF (Radio Freqüências), estas são utilizadas pelos seguintes
sistemas, radiodifusão, infravermelho, enlace de satélite e microondas também são escolhas
possíveis. Os mais comumente utilizados são o cabo par trançado (não-blindado e blindado),
o cabo coaxial e a fibra ótica, sendo estes especificados abaixo.
21
2.3.1. Cabo Par Trançado ou UTP (Unshielded Twisted Pair)
O par trançado é a mais antiga e também a mais popular forma de meio físico para
transmissão de dados. Normalmente dois fios são trançados para reduzir a interferência
elétrica entre pares próximos (dois fios em paralelo constituem uma antena simples, enquanto
que um par trançado não).
Figura 8: Cabo par trançado
Fonte: http://www.clubedohardware.com.br
Os pares de fios trançados foram padronizados pela EIA (Electronics Industries
Association), a TIA (Telecommunications Industry Association), que determinaram uma
divisão em graduações.
De acordo com esse padrão, quanto mais elevado o número do grau, menor a
atenuação do cabo e mais tranças ele tem por metro, melhorando sua característica de
interferência entre pares próximos.
Nos cabos categorias 3, 4 e 5, o número mínimo é de 9 tranças por metro, e estas
nunca podem repetir o mesmo padrão de trança no cabo (entre pares), reduzindo o fenômeno
de linha cruzada.
O par trançado é largamente utilizado devido a certos fatores, entre eles pode-se citar o
preço baixo e seu uso disseminado no sistema telefônico.
22
O principal problema deste tipo de meio físico é sua suscetibilidade a influências
externas, como por exemplo, raios, descargas elétricas e campos magnéticos (como o gerado
por motores), causando ruídos e perda de informação. Além disso, o par trançado sofre
problemas de atenuação (que é maior à medida que aumenta a freqüência da transmissão),
necessitando de repetidores para distâncias acima de alguns quilômetros.
Os fatores citados acima são diminuídos em pares trançado de mais alta qualidade, que
possuem um cabo melhor e um enrolamento mais acentuado, evitando maiores interferências.
Um cabo de par trançado não blindado classe 5 possui uma fina camada metálica
envolvendo-o, evitando ainda mais a interferência eletromagnética e atingindo maiores
velocidades.
A tabela a seguir mostra algumas velocidades típicas para pares trançados não blindados
(UTP – Unshielded Twisted Pair). As taxas de transmissão mencionadas na tabela são para
distâncias de no máximo 100 m.
Figura 9: Categoria para cabos UTP da EIA/TIA
Fonte: http://www.clubedohardware.com.br
23
2.3.2. Cabo STP (Shielded Twisted Pair)
Existem ainda os pares trançados blindados, que possuem uma blindagem envolvendo
cada par trançado dentro do cabo. Este tipo de cabo é confeccionado industrialmente com
impedância característica de 150 ohms, podendo alcançar freqüências de 300 MHz em 100m
de cabo.
Figura 10: Cabo par trançado blindado
Fonte: http://www.clubedohardware.com.br
2.3.3. Cabo Coaxial
Figura 11: Cabo coaxial
Fonte: http://www.clubedohardware.com.br
24
O cabo coaxial possui em sua composição um condutor de cobre central, seguido por
uma camada de isolamento flexível, uma blindagem com malha ou trança metálica e uma
cobertura externa de isolamento e revestimento de proteção.
O cabo coaxial, ao contrário do par trançado, mantém uma capacitância constante e
baixa, teoricamente independente do comprimento do cabo. Esse fator faz com que os cabos
coaxiais possam suportar velocidades mais elevadas que o par trançado.
Existem dois tipos de cabo coaxial: o primeiro tipo é de 50 ohms, usado para
transmissão digital em banda básica, como, por exemplo, o Ethernet. O outro tipo é de 75
ohms e é utilizado tipicamente para TV a cabo e redes de banda larga.
A forma de construção do cabo coaxial (com a blindagem externa) proporciona uma
alta imunidade a ruído. Sua geometria permite uma banda passante de 60 kHz a 450 MHz.
Sua velocidade de transmissão pode chegar a 10 Mbps em distâncias de um quilômetro.
Maiores velocidades podem ser obtidas com cabos mais curtos.
2.3.4. Fibra Óptica
Uma fibra óptica é um capilar formado por materiais dielétricos cristalinos e
homogêneos (em geral, sílica ou plástico), transparentes o bastante para guiar um feixe de luz
(visível ou infravermelho) através de um trajeto qualquer. A estrutura básica desses capilares
são cilindros concêntricos com determinadas espessuras e com índices de refração tais que
permitam o fenômeno da reflexão interna total que ocorre quando um feixe de luz emerge de
um meio mais denso para um meio menos denso. O centro (miolo) da fibra é chamado de
núcleo e a região externa é chamada de casca.
25
Figura 12: Cabo Fibra Óptica
Fonte: Apostila fibras e cabos ópticos
Assim para que ocorra o fenômeno da reflexão interna total é necessário que o índice
de refração do núcleo seja maior que o índice de refração da casca.
O meio de transmissão mais utilizado é a sílica. Outros meios podem ser utilizados,
como a fibra de vidro e o plástico. O plástico é mais barato, mas possui taxas de atenuação
mais elevadas. Ao redor do núcleo, existem outras substâncias de menor índice de refração,
que fazem com que os raios sejam refletidos internamente, minimizando assim as perdas na
transmissão.
O transmissor pode ser um LED (Light Emitting Diode) ou um diodo laser, ambos
emitem luz quando recebem um pulso elétrico.
O receptor é um fotodiodo, que gera um pulso elétrico quando uma luz incide sobre
ele.
26
Figura 13: Funcionamento de transmissão em fibra ótica
Fonte: Apostila fibras e cabos ópticos
A sistemática de funcionamento de uma transmissão via fibra ótica é simples, sendo
baseada em um princípio da física. Quando um raio de luz passa de um meio a outro (por
exemplo, da sílica para o ar), o raio é refratado no limite da sílica e do ar. Nesta figura vê-se
um raio incidindo com um ângulo α1 e emergindo com um ângulo β1. O índice de refração
depende das características do meio. Para ângulos de incidência acima de certo valor crítico, a
luz é refratada de volta para a sílica (ou seja, nada escapa para o ar). Assim, um raio de luz
incidente acima do ângulo crítico pode se propagar por muitos quilômetros com uma
atenuação muito baixa.
A figura 14 mostra apenas um feixe de luz. Entretanto, existem situações onde vários
feixes de luz transmitem a informação, entrando na fibra com diferentes ângulos de luz
incidentes. Existem dois tipos de fibra ótica: a multimodo (degrau e índice gradual) com
62,5μm e a monomodo 8,3μm (SOARES, LEMOS, COLCHIER, 1995).
Figura 14: Tipos de fibra
Fonte: Apostila fibras e cabos ópticos
Fibras monomodo requerem diodos a laser (mais caros) para enviar a luz ao invés dos
LEDs (baratos) utilizados em fibras multimodo, mas são mais eficientes e podem atingir
maiores distâncias. A idéia é que o diâmetro do núcleo seja tão pequeno que apenas um raio
de luz seja transmitido. A tabela a seguir mostra as diferenças na utilização de LEDs ou de
diodos laser.
27
Figura 15: Comparativo para emissores em fibra óptica
Fonte: TANENBAUM, 2003
Em meados de 1999, a Alcatel-Lucent Bell Labs, empresa americana de pesquisa em
transmissão de dados, já conseguia transmitir 1,6 terabits por segundo (Tbps) em apenas uma
fibra ótica por 400 km, utilizando-se 40 comprimentos de onda diferentes e multiplexando-os
numa única fibra com WDM (Multiplexação por divisão de comprimento de onda). Como
cada comprimento de onda transmite 40 Gigabits por segundo (Gbps), tem-se o total de 1,6
Tbps. Nos 400 Km do teste, utilizou-se um repetidor a cada 100 Km, diferente do típico, que
eram 80 Km, fazendo que o sistema ficasse compatível com as redes comerciais correntes.
Logo no final do ano, eles conseguiram transmitir 160 Gbps em apenas um
comprimento de onda numa distância de 300 Km, além disso, conseguiram usar 1022
comprimentos de onda para enviar dados em uma única fibra óptica, em um experimento
separado.
Em termos de faixa de freqüência utilizada nas fibras óticas, existem bandas de baixa
atenuação. A figura a seguir mostra um exemplo de atenuação utilizando a parte visível do
espectro.
Figura 16: Faixas de freqüência de utilização na fibra óptica
Fonte: Apostila fibras e cabos ópticos
28
2.3.5. Cabo OPGW
As redes de telecomunicação têm passado por importantes mudanças tecnológicas nas
últimas décadas. Com os avanços tecnológicos e redução de custos que viabilizaram a
utilização de Fibras Ópticas, fabricantes de cabos ópticos, na década de 80, buscaram
soluções com maior abrangência para seus produtos, foi quando, nos EUA, surgiu o cabo
OPGW, uma solução inteligente utilizando a característica de imunidade às interferências
eletromagnéticas da Fibra Óptica somando ao potencial das linhas de transmissão das
concessionárias de energia elétrica.
O OPGW trata-se de um cabo com características elétricas de um cabo comum, mas
com o diferencial de abrigar em seu interior Fibras Ópticas, utilizando as redes elétricas como
excelentes rotas para redes ópticas de longa distância.
Desta maneira e seguindo os avanços das telecomunicações, em um futuro muito
próximo poderemos ter todas as cidades interligadas através do sistema óptico, que permitirá
transmissão dos mais diversos meios de comunicação, fazendo com que as concessionárias de
energia elétrica possam oferecer além da energia, televisão a cabo, telefonia, vídeo
conferência, internet, entre outros.
Figura 17: Cabo OPGW
Fonte: Avaliação de confiabilidade de cabos OPGW
29
Figura 18: Corte transversal do cabo OPGW
Fonte: Avaliação de confiabilidade de cabos OPGW
2.4. MEIO NÃO-FÍSICOS DE TRANSMISSÃO DE DADOS
A transmissão por meio não físico utiliza o ar como meio de transmissão e são
utilizadas tecnologias sobre este meio para transmissão de dados.
2.4.1. Bluetooth
Bluetooth é uma especificação industrial para áreas de redes pessoais sem fio
(Wireless personal area networks - PANs). O Bluetooth provê uma maneira de conectar e
trocar informações entre dispositivos como telefones celulares, notebooks, computadores,
impressoras, câmeras digitais e consoles de videogames digitais através de uma freqüência de
rádio de curto alcance globalmente não licenciada e segura.
30
2.4.2. Wi-Fi
Wi-Fi é um conjunto de especificações para redes locais sem fio (WLAN - Wireless
Local Area Network) baseada no padrão IEEE 802.11.
Com a tecnologia Wi-Fi, é possível implementar redes que conectam computadores e
outros dispositivos compatíveis (telefones celulares, consoles de videogame, impressoras) que
estejam próximos geograficamente. Essas redes não exigem o uso de cabos, já que efetuam a
transmissão de dados através de radiofreqüência. Esse esquema oferece várias vantagens:
permite ao usuário utilizar a rede em qualquer ponto dentro dos limites de alcance da
transmissão por não exigir que cada elemento conectado use um cabo, permite a inserção
rápida de outros computadores e dispositivos na rede, evita que paredes sejam furadas ou
adaptadas para a passagem de fios, entre outros.
A flexibilidade do Wi-Fi é tão grande, que se tornou viável a implementação de redes
que fazem uso dessa tecnologia nos mais variados lugares, principalmente pelo fato das
vantagens citadas no parágrafo anterior resultarem em diminuição de custos. Assim sendo, é
comum encontrar redes Wi-Fi disponíveis em hotéis, aeroportos, rodoviárias, bares,
restaurantes, shoppings, escolas, universidades, escritórios, hospitais, etc, que oferecem
acesso à internet, muitas vezes de maneira gratuita. Para utilizar essas redes, basta ao usuário
ter algum laptop, smartphone ou qualquer dispositivo compatível com Wi-Fi.
O padrão 802.11 estabelece normas para a criação e para o uso de redes sem fio. A
transmissão dessa rede é feita por sinais de radiofreqüência, que se propagam pelo ar e podem
cobrir áreas na casa das centenas de metros. Como existem inúmeros serviços que podem
utilizar sinais de rádio, é necessário que cada um opere de acordo com as exigências
estabelecidas pelo governo de cada país. Essa é uma maneira de evitar problemas,
especialmente interferências. Há, no entanto, alguns segmentos de freqüência que podem ser
usados sem necessidade de aprovação direta de entidades apropriadas de cada governo: as
faixas ISM (Industrial, Scientific and Medical), que podem operar, entre outros, com os
seguintes intervalos: 902 MHz - 928 MHz; 2,4 GHz - 2,485 GHz e 5,15 GHz - 5,825 GHz
(dependendo do país, esses limites podem sofrer variações).
31
2.4.3. Wimax
O padrão WiMAX tem como objetivo estabelecer a parte final da infra-estrutura de
conexão de banda larga (last mile) oferecendo conectividade para uso doméstico, empresarial
e em hotspots.
A rede WiMAX atualmente possui dois padrões: Nomádico e Móvel.
O nomádico (IEEE 802.16-2004) é o padrão de acesso sem fio de banda larga fixa
(também conhecido como WiMAX Fixo) e teve os primeiros equipamentos (Aperto
Networks, Redline Communications, Wavesat e Sequans) homologados em Janeiro de 2006
pelo laboratório espanhol Cetecom. Já o móvel (IEEE 802.16-2005) é o padrão de acesso sem
fio de banda larga móvel - WiMAX Móvel (assegurando conectividade em velocidades de até
100 km/hora).
As redes WiMAX funcionam de maneira semelhante à das redes Bluetooth. As
transmissões de dados podem chegar a 1 Gbps e a uma distância de até 50 Km (radial), com
estudos científicos para se chegar até 10 Gbps. O funcionamento é parecido com o do
Bluetooth e o Wi-Fi (no ponto de vista de serem transmissão e recepção de ondas de rádio),
usado para comunicação entre pequenos dispositivos de uso pessoal, como PDAs, telefones
celulares (telemóveis) de nova geração, computadores portáteis, mas também é utilizado para
a comunicação de periféricos, como impressoras, scanners, etc. O WiMAX opera na faixa
ISM (Industrial, Scientific, Medical) centrada em 2,45 GHz, que era formalmente reservada
para alguns grupos de usuários profissionais
2.4.4. Satélite
A grande vantagem da conexão via satélite é a possibilidade de atender a grandes
distâncias e dispensar infra-estrutura terrestre de telecomunicações.
32
Em termos simples, o satélite é como um grande transmissor/repetidor onde este
recebe sinais de uma central terrestre e repetindo-o diretamente para uma área de cobertura
determinada em função do seu footprint.
Quando se analisa redes de dados por radiofreqüência, e considerando que estas terão
que trafegar por longas distâncias, se faz necessária a utilização de repetidores em intervalos
regulares. Quando a rede de dados utiliza fibras ópticas, é preciso fazer um grande
investimento em infra-estrutura. Da mesma forma se dá com a transmissão de dados por
outros cabos.
A conexão por satélite dispensa todos esses investimentos, o que possibilita a
instalação em localidades isoladas, tais como fazendas, pequenas cidades e mesmo em barcos
e caminhões. Qualquer outro meio de conexão precisa de grandes investimentos em terra e,
consequentemente, de um estudo de viabilidade técnica e econômica para a instalação ou
implantação da rede e é por isso que áreas remotas e pouco povoadas sempre ficam de fora
das redes de alta velocidade e alta qualidade.
33
3. CARACTERÍSTICA DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO BRASILEIRA
As linhas de energia elétrica foram concebidas para a transmissão e distribuição de
eletricidade para a população. Em virtude da vasta rede existente, surgiu a idéia de utilizar tais
linhas para a transmissão de dados, com diversas finalidades.
Inicialmente, a transmissão de dados via linhas de potência tinha por finalidade o
controle do sistema no caso de faltas, que continua sendo uma premissa básica desse tipo de
transmissão. A telemetria é usada para monitorar e controlar as linhas de transmissão. De fato,
uma comunicação rápida e precisa entre geradoras, subestações e distribuidoras faz-se
necessária para minimizar o impacto, sobre o usuário final, de defeitos ou problemas no
sistema.
Entretanto, a vasta e complexa rede elétrica atinge praticamente todas as localidades,
ao contrário dos outros meios de comunicação. Portanto, a sinalização e a troca de
informações entre as subestações e distribuidoras foi adequadamente baseada na própria linha
de transmissão. Atualmente, a telemetria e o sensoriamento remoto do sistema são
ferramentas modernas e eficazes na manutenção da rede elétrica.
A expressão Power Line Communications (PLC) é empregada para identificar
tecnologias, equipamentos, aplicações e serviços que proporcionem a comunicação entre
usuários por meio de linhas de potência (cabos que transmitem eletricidade). O PLC é
apontado como a maneira de implementar uma cadeia de comunicação universal, com a
condução de tais serviços via linhas de distribuição, reduzindo o cabeamento interno e
efetivamente integrando residências, escritórios e fábricas. O foco atual nas pesquisas com
PLC reside nas linhas de baixa tensão, chamadas de linhas de distribuição. A linha de
distribuição é transformada em uma rede de comunicações com a superposição de um sinal de
informação de baixa energia sobre a onda elétrica. Para garantir uma coexistência adequada e
uma separação entre os dois sistemas, a faixa de freqüência utilizada para comunicações é
bem superior à freqüência das linhas de energia (50 ou 60 Hz): de 3 a 148,5 kHz para
aplicações de PLC em banda estreita, e de 1 a 30 MHz para aplicações de PLC em banda de
difusão.
34
3.1. LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO COMO MEIO DE TRANSMISSÃO
As linhas de distribuição de energia elétrica constituem um meio muito hostil para a
transmissão de dados, já que não foram projetadas para tal finalidade. Impedâncias variantes,
ruído considerável e altos níveis de atenuação são alguns dos principais problemas referentes
à transmissão nesse ambiente.
A propagação do sinal não ocorre em um único trajeto entre o transmissor e o
receptor; por isso, o eco também é relevante e deve ser considerado, graças aos múltiplos
trajetos existentes no canal. A reflexão do sinal geralmente surge devido às várias
impedâncias distintas na rede elétrica.
3.1.1. Ruído
O ruído em linhas de distribuição constitui um problema significativo para a
transmissão de dados, já que ele dificilmente pode ser modelado como um ruído gaussiano
branco. A diversidade das características elétricas dos dispositivos conectados à rede pode
alterar as características da linha.
As características do sinal podem ser tanto dependentes do tempo quanto da
freqüência, bem como da localização do transmissor e do receptor na infra-estrutura da linha
de transmissão. Por exemplo, uma tomada próxima de uma fonte ruidosa pode apresentar uma
qualidade de sinal pequena comparada à outra que se situe mais distante dessa fonte
(equipamentos domésticos em funcionamento). Ao se ligar ou desligar eletrodomésticos
conectados à rede, a função de transferência do canal é alterada no tempo.
Fontes típicas de ruído são as ligações de equipamentos que utilizam algum tipo de
chaveamento, seja ele eletrônico (lâmpadas fluorescentes e halogênicas, fontes chaveadas) ou
mecânico (motor de escovas). O ruído nas linhas de transmissão pode ser de natureza
impulsiva ou seletiva.
35
3.1.2. Atenuação
A atenuação da onda portadora é causada por fatores que dependem do número e da
natureza das cargas conectadas, da indutância dos fios, da distância e da topologia da rede, e
deve ser considerada na análise do canal elétrico. Para compensar tal situação, algumas vezes
utilizam-se repetidores. A Alternativa é o aumento de potência, mas que pode ser limitado
pelas restrições dos padrões em vigor.
A atenuação varia não apenas com a freqüência do sinal como também com o tempo,
devido às cargas que são conectadas e desconectadas. Ou seja, as características elétricas da
rede são variantes no tempo em razão dos dispositivos que são conectados e desconectados
aleatoriamente.
Um canal variante no tempo exige maior complexidade no projeto de um sistema de
comunicações; em determinado momento a comunicação funciona bem, mas depois uma
fonte de ruído pode bloquear a comunicação. Uma possível solução é a adoção de um sistema
que se adapte ao canal, porém isso requer uma implementação complexa. O canal entre duas
tomadas quaisquer de uma casa, para exemplificar, apresenta uma função de transferência
complicada. Em tal meio de transmissão, a amplitude e a fase do sinal podem variar
drasticamente com a freqüência. Embora o sinal possa chegar até o receptor com poucas
perdas em determinadas freqüências, para outras ele pode ser completamente destruído.
3.1.3. Impedância da Rede Elétrica
Impedância é a oposição total que um circuito oferece ao fluxo de uma corrente
elétrica variável no tempo, assim garantindo que, por toda linha com os equipamentos de
comunicação em seus dois extremos, não ocorram reflexões e ondas estacionárias prejudiciais
à qualidade da informação transmitida ou recebida. As reflexões são ocasionadas por
descontinuidades nos valores da impedância característica ao longo da linha como, por
exemplo, variação em seus parâmetros dimensionais (distância entre seus condutores) ou uma
carga não adaptada (interposição de linhas com impedância diferente da impedância
característica da linha). Quanto mais precisa, estável e uniforme se apresente a linha em
36
relação às suas propriedades dimensionais, elétricas e construtivas, melhor será seu
desempenho.
3.1.4. Baixa irradiação e captação de sinais
Menor tendência de uma linha de transmissão de irradiar sinais que possam causar
interferências em outros serviços, bem como de sofrer interferências de sinais externos. A
condição de baixa irradiação e baixa sensibilidade à interferência de sinais externos é
normalmente alcançada através da utilização de linhas previamente blindadas, tais como as
linhas coaxiais.
37
4. COMUNICAÇÃO POR REDE ELÉTRICA – PLC
A tecnologia PLC (Power Line Communications) não pode ser considerada uma nova
tecnologia, pois desde o início do século XX as redes elétricas têm sido utilizadas pelas
empresas de energia elétrica para suportar serviços de telecomunicações em usos internos.
Exemplo desta utilização é a transmissão de voz em linhas de alta tensão, permitindo a
comunicação entre pessoas situadas nas usinas geradoras e nas diversas subestações (Carrier
Frequency System). Esta tecnologia também vem sendo, a longo tempo, utilizada para
telemetria alarmes e telecomandos. Estas aplicações eram caracterizadas pela largura de faixa
estreita que utilizavam, trabalhando com freqüências, sobre as linhas de energia, entre 3 kHz e
148,5 kHz.
Nos últimos anos um grande esforço tem sido realizado para a produção de tecnologia
que permita a utilização da rede elétrica para a transmissão de dados em banda larga. Este
esforço inclui o desenvolvimento de equipamentos para a rede de acesso, tanto em baixa
quanto em média tensão, além de equipamentos a serem utilizados dentro das instalações do
usuário. Para permitir a transmissão de dados em banda larga, é necessária a utilização de
freqüências mais altas, tipicamente entre 1,6 MHz e 30 MHz. Os dispositivos atualmente
disponíveis permitem capacidades de até 200 Mbps, estando previsto para o decorrer do ano
de 2010 um aumento desta taxa para até 400 Mbps. A tecnologia PLC de banda larga também
é denominada BPL (Broadband over Power Line).
Existem experiências sendo realizadas em todo o mundo, inclusive no Brasil, que já
provaram a robustez da tecnologia, sendo que em diversos países já existe comercialmente
disponível o serviço de banda larga sobre a linha de energia.
Adicionalmente, as empresas de energia elétrica pretendem aproveitar a
disponibilidade da banda larga até as instalações de seus usuários, para introduzir uma série
de melhorias na gerência da rede e do comportamento dos consumidores, sendo a medição
remota do consumo a mais evidente de todas.
38
4.1. CARACTERÍSTICAS DO SINAL PLC
O sinal PLC é transmitido sobre os fios de cobre (ou alumínio) das redes de
distribuição de baixa e média tensão. A transmissão de sinais de comunicação sobre as linhas
de corrente alternada se torna difícil por diversos fatores, dentre eles:
As características topológicas das linhas de distribuição de energia elétrica (linhas
abertas, de características não lineares, a existência de derivações ao longo de toda a linha, os
transformadores, etc..);
Existência de ruídos e interferências não previsíveis, causadas pela abertura e
fechamento de circuitos, aparelhos conectados às tomadas.;
Problemas de segurança de dados pelo compartilhamento dos mesmos circuitos entre
diversos consumidores;
Irradiações das freqüências transmitidas em linhas abertas, sem nenhum tipo de
blindagem, com um enorme potencial de interferência em sistemas que operam nas mesmas
freqüências, em bandas licenciadas ou não, no espaço aberto.
4.1.1. Modulação
A técnica de modulação deve permitir a superação destas restrições. As técnicas em
geral utilizadas nos sistemas Broadband PLC são Spread Spectrum, OFDM e GMSK,
descritas logo abaixo.
4.1.1.1. Spread Spectrum
39
A técnica de modulação de Espalhamento Espectral (Spread Spectrum) consiste em
distribuir a potência do sinal ao longo de uma faixa de freqüências muito ampla, de modo a
garantir que a densidade espectral de potencia seja bastante baixa. Em contrapartida, a largura
de banda necessária para transmissão de taxa na ordem de Megabits é bastante elevada.
4.1.1.2. Orthogonal Frequency Division Multiplex (OFDM)
A Multiplexação por Divisão de Freqüência Ortogonal também conhecida como
Discrete Multitone Modulation (DTM), é a técnica baseada na idéia de multiplexação por
divisão de freqüência (FDM) onde múltiplos sinais são enviados em diferentes freqüências.
Muitos são familiarizados com o FDM pelo uso de aparelhos de radio e televisão,
normalmente, cada estação esta associada a uma determinada freqüência (ou canal) e deve
utilizá-la para realizar suas transmissões. A OFDM parte deste conceito, mas vai além, pois
divide uma única transmissão em múltiplos sinais com menor ocupação espectral (dezenas ou
milhares). Isto adicionado com o uso de técnicas avançadas de modulação em cada
componente resulta em um sinal com grande resistência à interferência. A OFDM é quase
sempre utilizada juntamente com codificação de canal (técnica de correção de erro),
resultando no chamado COFDM.
4.1.1.3. Gaussian Minimum Shift Keying (GMSK)
O Chaveamento por Deslocamento Mínimo Gaussiano é o mesmo método utilizado na
modulação GSM (Global System for Móbile Communications). O GMSK é um tipo especial
de modulação de faixa estreita que transmite os dados na fase da portadora, resultando um
sinal constante. Isto permite o uso de amplificadores menos complexos, sem produzir
distúrbios harmônicos. O sistema multiportadoras GMSK pode ser considerado como um
sistema OFDM Banda Larga. O GMSK tem um formato de espectro do tipo Gaussiana, daí a
origem do seu nome.
40
Figura 19: Espectro da onda spread spectrum, OFDM e GMSK
Fonte: http://www.dsc.upe.br
4.1.2. A Topologia da Rede
Como não existem ainda padronizações na tecnologia PLC, a figura e o texto abaixo
apresentam soluções e terminologias que podem ser diferentes em implementações de
geradores de solução ou fornecedores diversos.
Uma topologia típica de rede PLC pode ser visualizada na figura que se segue:
41
Figura 20: Topologia típica de rede PLC
Fonte: ENDESA
Quatro níveis de rede são mostrados na figura, quais sejam, a rede interna do usuário
final, a rede de acesso, a rede de distribuição e a rede de Transporte, com a interconexão com
a internet. Logo abaixo serão descritos estes quatro níveis.
4.2. REDE INTERNA DO USUÁRIO
A rede do usuário final é constituída pela rede de distribuição elétrica nas instalações
do usuário, e pelos modems para conexão dos equipamentos que serão interligados ao serviço
de banda larga. Inúmeros modems podem estar conectados nas tomadas de energia elétrica
disponíveis em uma instalação de usuário.
Como alternativa, o usuário final pode conectar o seu modem PLC a um access point
802.11 e distribuir de forma wireless a rede de banda larga. Caso o usuário já disponha de
rede cabeada distribuída, este poderá também utilizar esta rede para o acesso da broadband
nos diversos pontos existentes.
Os modems PLC normalmente têm interface RJ45 para a rede Ethernet, interface
USB e uma interface RJ11 para se conectar diretamente um telefone comum, pois, em geral, o
modem funciona também como um gateway para propiciar o serviço de Voz sobre IP - VoIP.
Os modems podem também ser fornecidos integrados com access point 802.11, existindo
ainda modelos equipados apenas para o serviço VoIP.
42
Figura 21: Modem PLC
Fonte: PLC utilities alliance, PUA
Figura 22: Modem PLC
Fonte: http://www.ascom.com
4.3. REDE DE ACESSO
A rede de acesso PLC se inicia junto ao medidor de energia elétrica do usuário com
introdução do equipamento Repetidor ou Equipamento Intermediário (IE). Este equipamento
tem como função receber os sinais PLC gerados nos diversos modems existentes na rede,
fazer bypass no medidor e reinjetá-los na rede de baixa tensão. No caso de edifícios
residenciais, apenas um IE deve ser instalado, recebendo os sinais PLC que vem de todas as
unidades deste edifício e reinjetando-os na rede de baixa tensão.
43
Um repetidor é necessário sempre que a distância entre um IE e o transformador seja
maior que 300 metros, para fazer a recomposição do sinal. Outras situações adversas na rede,
que possam causar atenuação, podem requerer, também, a instalação de repetidores IE.
Da mesma forma, redes de distribuição, cuja distância entre o Modem PLC e o
transformador, for suficientemente pequena, pode ser dispensado repetidor, sendo o mesmo
substituído por uma ponte de acopladores na função de bypass no medidor.
A rede de acesso termina em um equipamento que é um Repetidor Baixa Tensão /
Média Tensão, também chamado de Transformer Equipment – TE. O TE, situado fisicamente
junto ao transformador da rede elétrica, recebe os sinais PLC colocados pelos diversos IE's na
rede de baixa tensão, e os coloca na rede de média tensão. Caso não exista a rede PLC de
média tensão, a rede de acesso PLC pode ser interconectada diretamente com uma rede de alta
velocidade sobre fibra, sobre cabos metálicos ou wireless. O equipamento que executa esta
função é chamado de Máster de Baixa Tensão.
Figura 23: Repetidor BT / BT no medidor e em gabinete
Fonte: PLC utilities e PLC Forum
4.4. REDE PLC DE DISTRIBUIÇÃO
A Rede PLC de Distribuição interconecta os Repetidores de Baixa Tensão / Média
Tensão (TE), instalados junto aos transformadores de distribuição de energia elétrica e
44
promove a interconexão do sinal PLC com a rede de transporte do Operador de
Telecomunicações, e daí seguindo até alcançar um ponto de acesso à rede internet. Esta
interligação é efetuada através de equipamento denominado Máster de Média Tensão.
Como foi visto, uma rede PLC pode ser constituída de apenas 4 tipos de equipamento,
localizados em 4 níveis. O modem PLC, O Repetidor de Baixa Tensão, o Repetidor Baixa
Tensão / Média Tensão e o Máster de Média Tensão. Dependendo do comprimento e
topologia da rede, o repetidor de Baixa Tensão poderá ser suprimido, restando três níveis.
Caso a interligação com a rede de transporte se dê através da linha de baixa tensão, pode-se
ter apenas os modems PLC e o Master de Baixa Tensão.
Figura 24: Repetidor MT / BT
Fonte: PLC utilities alliance, PUA
Isto caracteriza que, dependendo dos valores dos equipamentos, a solução PLC pode
ser bastante competitiva em uma área que não disponha de serviço, pela simplicidade da
solução
4.5. EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS
A seguir será apresentada descrição e imagen de equipamentos típicos de uma rede
PLC, já descritos anteriormente.
45
4.5.1. Acopladores
Para se introduzir e adaptar os sinais de dados dos equipamentos PLC para as redes de
Baixa e Média tensão são necessários acopladores. Dois principais tipos de acopladores são
utilizados, quais sejam:
Acopladores capacitivos, que injetam os sinais de dados através de contato direto com
as linhas de energia elétrica.
Acopladores indutivos, que injetam os sinais por indução.
As figuras abaixo apresentam exemplos de acopladores:
Figura 25: Acopladores para injeção do sinal PLC
Fonte: PLC utilities alliance, PUA
4.5.2. Isolador de Ruídos
O Isolador de Ruídos deve ser utilizado para a conexão do modem PLC, quando no
circuito aonde o modem será conectado existir um ou mais aparelhos eletroeletrônicos. Isto
permite um melhor desempenho do sistema PLC, com a redução do nível de ruído na rede.
46
Figura 26: Isolador de ruído
Fonte: Mitsubishi e Hypertrade V SPLC
4.5.3. Caixa de Distribuição
A Caixa de Distribuição, normalmente equipada com filtro de surto, que filtra os
ruídos provocados pelos equipamentos ligados na rede elétrica, promove a interface entre
diversos modems PLC e um repetidor BT/BT. É normalmente utilizada para facilitar a
distribuição de sinal PLC em painéis elétricos em edifícios.
Figura 27: Caixa de distribuição
Fonte: Mitsubishi e Hypertrade V SPLC
Diversos fabricantes já estão produzindo os equipamentos PLC em escala comercial.
A lista que se segue apresenta alguns dos principais fornecedores, tanto na Europa, Estados
Unidos e Ásia.
Ascom - http://www.ascom.com/plc
DS2 - http://www.ds2.es/
47
Dimat - http://www.dimat.com/
Eichhoff - http://www.eichhoff.de/english/
Vitran - http://www.yitran.com/
Mitsubishi - http://global.mitsubishielectric.com/bu/plc/index.html
Sumitomo - http://www.sei.co.jp/plc_e/index.html
Amperion - http://www.amperion.com/products.asp
Ebaplc - http://www.ebaplc.com/en/index_flash.html
Intellon - http://www.intellon.com/
4.6. PADRONIZAÇÃO
Um forte inibidor para o desenvolvimento rápido das redes Broadband PLC é a falta
de padronização nos produtos. Com a ausência da padronização, não existe interoperabilidade
entre equipamentos de fabricantes diferentes.
Desta forma, um provedor de rede após a escolha da tecnologia fica dependente da
evolução tecnológica e dos preços da tecnologia escolhida. Além disto, os custos dos
equipamentos permanecem elevados, dificultando uma adoção mais ampla da tecnologia,
gerando um claro círculo vicioso.
Buscando dentre outras, uma solução para este problema, diversos players atuantes na
tecnologia Broadband PLC criaram alguns fóruns de discussão, que contribuem com os
órgãos de padronização, principalmente na Europa, Estados Unidos e Japão. Dentre os fóruns
podem ser destacados:
48
PLCForum - www.PLCforum.com, criado no início de 2000, é constituído de 45
membros regulares e 15 convidados permanentes. 77% dos membros são entidades européias,
sendo a maioria constituída de fornecedores de produtos e desenvolvedores de soluções.
PLC Utilities Alliance, criado no início de 2002, constituído de 8 empresas de Energia
Elétrica européias que atuam em 13 países da Europa de um total de 25 países no mundo todo.
Essas empresas atendem a um mercado superior a 100 milhões de consumidores.
A HomePlug Powerline Alliance, formada em grande parte por fornecedores de
produtos, visa basicamente estabelecer padronização abertas dos equipamentos PLC de rede
interna
Com a seqüência dos trabalhos de padronização espera-se que ocorra um fenômeno
equivalente ao que ocorreu com a padronização do protocolo 802.11, promovido pela WiFi
Alliance, que permitiu uma disseminação extraordinária das redes locais wireless, em todo o
mundo.
4.7. EXPERIÊNCIAS EXISTENTES
Durante os últimos anos, com o grande crescimento do interesse pela tecnologia PLC,
diversas iniciativas de testes, e atualmente algumas já de cunho comercial tem ocorrido em
todo o mundo. O mapa que se segue mostra um retrato, não exaustivo, destas iniciativas, em
uma visão de meados de 2004.
49
Figura 28: Empresas que iniciaram pesquisas em 2004
Fonte: Arthur D. Little (2004) and PLCforum
Sumarizando os resultados obtidos nas experiências realizadas, pode-se concluir:
Os trabalhos realizados pela atividade PLC sobre a infra-estrutura elétrica foram
completados sem incidentes importantes;
A tecnologia demonstrou estar pronta para fornecimentos comerciais;
Os serviços de internet de banda larga e VoIP estão disponíveis na tecnologia;
O PLC de Média Tensão pode se tornar uma das principais opções para as redes de
distribuição de banda larga;
O PLC se tornará uma tecnologia competitiva frente às outras tecnologias de acesso
broadband;
Os principais fornecedores de equipamentos e serviços de suporte estão se envolvendo
nos fornecimento de redes PLC;
Empresas distribuidoras de energia elétrica em todo o mundo estão se direcionando
para iniciativas PLC de cunho comercial.
50
Conforme apresenta o mapa acima, CELG, ELETROPAULO, LIGHT, CEMIG,
COPEL, dentre outras, são empresas distribuidoras de energia elétrica que realizaram ou estão
realizando testes PLC no Brasil.
51
5. TECNOLOGIA PLC NAS EMPRESAS BRASILEIRAS
A tecnologia PLC já está bastante difundida pelo mundo, estimasse que hoje mais de
750 empresas estejam envolvidas com esta tecnologia, principalmente nos EUA e na Europa,
onde os testes vêem ocorrendo desde 2003 em grandes escalas. Para se ter uma idéia do
quanto está avançada a tecnologia nestas regiões, na Europa existem diversos países com a
comercialização do PLC liberada e em fase de implantação para o consumidor.
O PLC no Brasil já vem sendo testado antes mesmo da aprovação do governo pela
resolução 527(8 abril de 2009), grandes empresas como Cemig, Eletropaulo, Light, Celg, e
Copel, estão investindo em pesquisas e equipamentos para a familiarização com a tecnologia
e avaliação de seu desempenho. A observação dos procedimentos adotados nestes testes
permite identificar alguns aspectos comuns a eles, dividindo-os em fases.
5.1. PESQUISA INICIAL
Caracterizada pelos testes em laboratório, em ambiente controlado onde a empresa
busca a familiarização com a tecnologia, a avaliação de seu desempenho em sua rede elétrica
e o estabelecimento dos resultados que pretende obter ao final dos testes. Tecnicamente esta
fase se traduz na caracterização dos parâmetros de desempenho da tecnologia em sua rede:
relação sinal/ruído, resposta em freqüência dos diversos canais e alcance, dentre outros.
O conhecimento do desempenho na rede permite estimar a quantidade de unidades que
serão necessárias para as fases seguintes dos testes (repetidores, unidades de acoplamento).
5.2. TESTE LIMITADO DE CAMPO
52
Nesta fase são realizados os primeiros testes de campo de pequena escala com o
objetivo de testar a tecnologia em condições reais de utilização com um maior número de
usuários. É importante medir as taxas de transmissão efetivamente obtidas nos enlaces
upstream e downstream, a estabilidade de funcionamento dos equipamentos nos mais diversos
ambientes e o desempenho da tecnologia nas topologias de rede mais significativas
encontradas na rede elétrica da empresa. Além disso, a instalação de equipamentos nos
usuários finais permite um melhor entendimento dos serviços que a tecnologia pode oferecer e
que têm potencial comercial, esse entendimento é extremamente importante para a elaboração
do Modelo Inicial de Negócios que se pretende ofertar ao mercado.
Uma boa amostra do comportamento da tecnologia pode ser obtida instalando
equipamentos em 01 ou 02 circuitos secundários e conectando de 25 a 50 usuários.
5.3. TESTE DE CAMPO DE LARGA ESCALA
Essa fase, que antecede o lançamento comercial dos serviços, caracteriza-se pelo
aprofundamento do conhecimento das variáveis relacionadas aos aspectos comerciais do
futuro empreendimento que, caso não sejam devidamente avaliadas, podem vir a inviabilizar
o negócio.
O maior número de usuários conectados permite que a empresa adquira
conhecimentos relacionados aos aspectos logísticos, operacionais e comerciais do negócio. É
nessa fase se definem:
Opção pela subcontratação (projeto, instalação, manutenção, operação,
comercialização) e sua influência no Modelo de Negócios;
Recursos necessários para a instalação dos equipamentos;
Custos do backbone (próprio/alugado uso de fibras ópticas ou de equipamentos de
média tensão);
Serviços de Atendimento ao Cliente (próprios/terceirizados Call Center);
53
Verificação final do Modelo de Negócios.
A instalação de 10 a 50 circuitos secundários e a conexão de 300 a 1000 usuários são
suficientes para se obter os resultados esperados nesta etapa.
5.4. OPERAÇÃO COMERCIAL
Fase de implantação de todas as alternativas estudadas nas fases anteriores,
caracterizada pelo lançamento do produto/serviço no mercado.
Algumas das empresas brasileiras que já detém da tecnologia do PLC, com a
regulamentação do PLC no país estão intensificando seus esforços na busca por contratos com
as empresas de telecomunicações para disponibilizar o serviço ao consumidor.
5.5. CENÁRIO BRASILEIRO
As empresas brasileiras que trabalham na tecnologia tiveram seus testes iniciados em
meados de 2001, onde vários projetos de testes foram lançados. Abaixo temos exemplos
destes projetos.
5.5.1. Alguns Projetos
Projeto em Barreirinhas, no Maranhão, foi um projeto piloto proposto em 2004 e teve
duração inicial de seis meses, ligando três pontos. Em 2007 com o avanço tecnológico o
projeto retomou forças, com velocidade 20 vezes superior. Esse projeto teve como analisar a
viabilidade da tecnologia em municípios com média de 50 mil habitantes.
54
O Projeto Telemedicina, realizado em Restinga, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul,
foi colocado em prática no ano de 2007, tendo como objetivo o auxílio nos acompanhamentos
pré-natal, enviando imagens de ultrassonografias via teleconferência para os médicos do
hospital.
55
6. REGULAMENTAÇÃO
Para o correto funcionamento de determinadas tecnologias faz-se necessária sua
regulamentação que consiste em definir métricas de implementação e utilização de forma a
não interferir nas tecnologias já existentes. A seguir serão expostas regulamentações
internacionais e a regulamentação brasileira.
6.1. NO MUNDO
Nos Estados Unidos em novembro de 2004, os reguladores federais aprovaram as
regras destinadas a utilização de eletricidade para oferecer serviços de banda larga, esperando
que algum dia os consumidores estadunidenses se conectassem a web a partir de praticamente
qualquer saída de energia elétrica.
A ordem da Federal Communications Commission (FCC), agência independente do
governo estadunidense que é responsável pela regulação das comunicações interestaduais e
internacionais, também definiu regras destinadas a proteger os usuários existentes do serviço
licenciado de rádio da interferência dos sistemas de banda larga via rede elétrica (BPL),
proporcionando mais segurança jurídica às companhias de eletricidade a estudar a
implantação de serviços de internet.
Foi tudo parte de um esforço para encorajar uma maior adoção de serviços de alta
velocidade nos Estados Unidos, pois naquela época o modem de cabo e a Digital Subscriber
Line (DSL) eram os serviços que mantinham um duopólio virtual sobre serviços de banda
larga com fio para o lar.
Os reguladores disseram que esperam que essa regulamentação leve rapidamente uma
terceira alternativa à corrida por clientes de banda larga, o que poderia ajudar a diminuir os
preços e aumentar a velocidade e recursos oferecidos.
"A mágica acontece quando você encontrar a terceira via", disse o presidente da FCC
Michael Powell. Ele previu que os serviços BPL rapidamente começariam a atingir casas com
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pouco ou nenhum acesso a serviços de modem por cabo ou DSL, agora que a FCC tem agido.
"É potencialmente baseadas em IP de banda larga em qualquer lugar há poder", disse ele.
Prestadores de serviços de Internet ansiosos para encontrarem uma saída para um novo
serviço também elogiaram a ordem da FCC. Dave Baker, vice-presidente EarthLink da lei e
da ordem pública, disse em uma declaração escrita que a decisão seria "ajudar a impulsionar o
desenvolvimento e implantação de BPL, que tem um grande potencial para se tornar o terceiro
fio de banda larga em casa."
Reguladores da Federal Energy Regulatory Commission, que participaram da reunião
e trabalharam estreitamente com a FCC para coordenar detalhes, também projetaram
otimismo.
Vendedores de equipamentos, entretanto, ainda estão a discutir tecnologias
subjacentes. A HomePlug Powerline Alliance, por exemplo, ainda estavam a decidir um
padrão definitivo para o consumidor de obter acesso à internet utilizando linhas de energia
dentro de casa, embora os esforços estivessem nas fases finais.
Mas, apesar de obstáculos nos mercados de consumo, os reguladores disseram que
também devem ajudar companhias de eletricidade a melhor monitorar e proteger as suas redes
- uma peça de melhorar a confiabilidade da rede elétrica e ampliando a segurança interna.
Além disso, os sistemas de BPL podem permitir semáforos, câmeras de vigilância e outros
dispositivos, como a rede de imediato, a partir de qualquer tomada elétrica.
Em resposta às preocupações de interferência, a ordem também tenta criar mais
segurança para a indústria.
Especificamente, foi estabelecido "exclusão das bandas de freqüências", na qual a BPL
devem evitar operar para proteger e comunicações aeronáuticas, receptor das aeronaves, assim
como "zonas de exclusão" em locais próximos às operações sensíveis, como a Guarda
Costeira ou estações de radioastronomia. Dentro dessas zonas, BPL devem evitar operar em
determinadas freqüências.
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6.2. NO BRASIL
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) colocou sua proposta de
Regulamento sobre Condições de Uso do Sistema de Acesso em Banda Larga utilizando Rede
de Energia Elétrica (BPL) em consulta pública no final de agosto de 2008 e ficou aberta
durante o restante do mês e todo o mês de setembro. Foi proposto que a comunicação a ser
estabelecida pelo sistema BPL, confinada nas redes de energia elétrica, somente poderia
ocorrer na faixa de 1.705 MHz a 50 MHz. Além disso, os equipamentos que compusessem o
sistema BPL deveriam possuir certificação expedida ou aceita pela Anatel, de acordo com a
regulamentação vigente, e atender às normas cabíveis, referentes ao sistema elétrico,
expedidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Apenas no dia 8 de abril de 2009 foi aprovada a proposta para o uso do sistema BPL
por meio da Resolução 527. De acordo com a publicação da Anatel, o documento estabelece
os critérios e parâmetros técnicos que permitem a utilização dessa tecnologia de forma
harmônica com as aplicações de radiocomunicação que usam radiofreqüência na faixa entre
1.705 MHz e 50 MHz. Com essas regras, a Anatel permite que novas tecnologias sejam
utilizadas em benefício da sociedade, por meio do uso compartilhado do espectro
eletromagnético, uma vez que as redes de distribuição de energia elétrica disponíveis
apresentam grande capilaridade no território brasileiro.
A Agência tomou precauções para que os sistemas BPL não causem interferência
prejudicial em outros serviços, como o de Radioamador e o de Radiodifusão de Sons e
Imagens. Nesse sentido, os sistemas poderão operar nas faixas de 1.705 MHz a 50 MHz em
caráter secundário. Também foi estabelecida a obrigatoriedade da utilização de filtros capazes
de atenuar as radiações indesejadas. Os sistemas deverão dispor de mecanismo que possibilite
o desligamento remoto, a partir de uma central de controle, da unidade causadora de
interferência prejudicial, caso outra técnica para sua atenuação não alcance o resultado
esperado.
A operação do BPL, em Redes de Média Tensão, não poderá provocar radiações
indesejadas nas faixas de exclusão, que abrangem faixas de radiofreqüências atribuídas ao
serviço Móvel Aeronáutico e de Radioamador. Os limites de radiação indesejada causada
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pelos sistemas BPL dentro de zonas de proteção de estações costeiras atribuídas ao Serviço
Móvel Marítimo devem estar atenuados a um nível de pelo menos 10 dB abaixo dos limites
especificados na regulamentação. No caso das zonas de proteção de estações terrestres, é
vedada a operação desses sistemas na faixa de 1.705 MHz a 30 MHz.
Os equipamentos que compõem o sistema BPL devem possuir certificação expedida
ou aceita pela Anatel, de acordo com a regulamentação vigente, e atender às normas cabíveis,
referentes ao sistema elétrico, expedidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Os sistemas existentes, em desacordo com o Regulamento aprovado, poderão operar até 30 de
junho de 2010, quando deverão ser desativados. A prestadora que fizer uso de sistema BPL
deve apresentar à Anatel, em até 30 dias antes de início de operação, informações necessárias
para a criação e manutenção de uma base de dados pública, disponível a quaisquer
interessados, atualizando-a na entrada de operação do serviço e sempre que houver alterações.
A Diretoria Colegiada da ANEEL aprovou, no dia 25 de agosto de 2009, as regras
para utilização da rede elétrica para transmissão de dados, voz e imagem e acesso à Internet
em alta velocidade por meio da tecnologia Power Line Communications (PLC). A Resolução
Normativa nº 375/2009 que estabelece as condições de compartilhamento da infraestrutura
das distribuidoras vai permitir significativos avanços ao país, com importante estímulo à
inclusão digital, pois 95% da população brasileira têm acesso à eletricidade por meio de 63
concessionárias e 24 cooperativas, que levam energia a 63,9 milhões de unidades
consumidoras.
Outros ganhos também são esperados. Significativa parcela dos ganhos das
distribuidoras com a locação da rede para transmissão de dados será empregada na busca de
tarifas mais justas ao consumidor. A resolução determina que parte da receita extra das
concessionárias com esse serviço seja destinada à modicidade tarifária. Além disso, ao
representar mais uma opção de acesso à Internet, aumenta-se a competição com as formas
existentes, o que pode contribuir para queda no preço do serviço.
A regulamentação do PLC contou com o trabalho técnico de diversas áreas técnicas da
Agência, como Regulação da Distribuição, Regulação Econômica, Fiscalização Econômica e
Financeira e Concessões e Autorizações de Transmissão e Distribuição. O assunto está na
pauta da ANEEL desde 2006. O tema esteve em audiência pública de 12 de março a 13 de
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maio de 2009. Nesse período, o órgão regulador recebeu 163 contribuições de agentes do
setor elétrico e de telecomunicações, associações de classe e consumidores.
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7. CONCLUSÃO
Este trabalho mostrou como a transmissão de dados acontece atualmente, por meio de
seus sistemas analógicos e digitais, tal como os meios onde esses dados trafegam: os cabos e
o ar. Paralelamente, foi mostrado como está a estrutura da rede elétrica no país, definindo suas
características e funcionamento.
Com esses dois paradigmas bem definidos, pôde-se ver como os dois unidos seriam
poderosos, utilizando a transmissão de dados nesse meio tão bem conhecido, que é a rede
elétrica. E dessa união viu-se surgir o BPL, tecnologia de alta qualidade para internet em alta
velocidade via rede elétrica.
O poder dessa nova tecnologia é rapidamente percebido quando algumas de suas
características são apresentadas como seu baixo custo de implantação, uma vez que a
estrutura do serviço é a própria rede elétrica. Restará às empresas fecharem acordo com
provedores de serviço, ou criar suas próprias subsidiárias de telecomunicação. E isso com
uma velocidade extremamente alta, se comparada com serviços utilizados atualmente, como
ADSL e Internet a Cabo.
Outro diferencial competitivo é sua atual regulamentação pelos órgãos brasileiros
responsáveis: ANATEL e ANEEL. Suas regulamentações, que definem a utilização da
radiofreqüência para transmissão de dados por rede elétrica e a utilização da rede elétrica para
transmissão de dados, respectivamente, abrem as portas para as empresas de energia elétrica
do país, que já vem fazendo pesquisas e desenvolvimento na área há alguns anos, para
comercializarem a tecnologia. Assim logo será visto uma alteração grosseira no patamar dos
serviços de distribuição de internet no Brasil, trazendo benefícios para todos os consumidores
atuais deste tipo de serviço, que verão preços em queda e condições de utilização cada vez
melhores, tanto quanto aqueles cidadãos que terão acesso a esta tecnologia em lugares
remotos, onde as tecnologias atuais não alcançam.
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Brasília, 2009.
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sistemas de banda larga pela rede elétrica. Brasília, 2009. Disponível em:
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