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08 Revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto, Nº 08, II Série, Agosto de 2009, 2.5 Euros CENTENÁRIO DO “PIOLHO” , Pág. 14 OS MENTORES DA NOVA ARCÁDIA, Pág. 10 URBANISMO PARA O GRANDE PORTO, Pág. 12 ENTREVISTA A ANTÓNIO FERREIRA, Pág. 20 INVESTIGADORES DA FMUP NO INCOMB, Pág. 32 INVICTA ANGELS, PÁG. 36 MEMÓRIAS DO CURSO DE ENGENHARIA, Pág. 40 AS CAMPEÃS DE ANDEBOL, Pág. 44 MINERALOGIA EM SELOS, Pág. 46

UPorto Alumni #08

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8ª edição da revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto. Em destaque: os 100 anos do "Piolho" e a entrevista a João António Ferreira, actual presidente do CA do Hospital de S. João.

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08Revista dos Antigos Estudantes da Universidade do Porto, Nº 08, II Série, Agosto de 2009, 2.5 Euros

CENTENÁRIO DO “P IOLHO” , P á g. 1 4 OS MENTORES DA NOVA ARCÁDIA , P á g. 1 0 U R B A N I S M O P A R A O G R A N D E P O R T O , P á g . 1 2 E N T R E V I S T A A A N T Ó N I O F E R R E I R A , P á g . 2 0 I N V E S T I G A D O R E S D A F M U P N O I N C O M B , P á g . 3 2 I N V I C T A A N G E L S , P Á G . 3 6 M E M Ó R I A S D O C U R S O D E E N G E N H A R I A , P á g . 4 0 A S C A M P E Ã S D E A N D E B O L , P á g . 4 4 M I N E R A L O G I A E M S E L O S , P á g . 4 6

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Uma universidade não se resume a um espaço de

transmissão, produção e aplicação de conheci-

mentos. Há toda uma dinâmica de convivência

social que enforma os destinos da instituição e é determi-

nante para o desenvolvimento pessoal de quem a ela per-

tence. Isto significa que, para lá da sua função formativa

matricial, as universidades devem ser territórios de liber-

dade, solidariedade, convívio, intervenção cívica, cresci-

mento intelectual e enriquecimento cultural. Só assim se

poderá falar, com toda a propriedade, de vida académica

no seu sentido mais lato e nobre.

No Porto, a vida académica começou a ter expressão a par-

tir de meados do século XIX. É por esta altura que os estu-

dantes passam a frequentar, mais assídua e visivelmente,

os botequins e cafés da cidade, fazendo deles o seu ponto

de encontro e de convívio preferencial. Intensificam-se

assim as tertúlias académicas, a boémia passa a estar

mais presente no quotidiano dos estudantes e o estudo

começa a ser repartido entre os bancos da Universidade e

as mesas dos cafés, estabelecimentos que, por seu turno,

ganham nova dinâmica social.

José CarlosMarques dos Santos

Reitor daUniversidadedo Porto

Laços afectivos, cumplicidades intelectuais, afinidades ideológicas,

conivências artísticas, camaradagem boémia, solidariedade estudan-

til... Tudo isto emerge dos cafés e enriquece a vida académica do

Porto, tendência que se acentuaria no século XX. Durante o Estado

Novo, e em particular no seu crepúsculo, cafés como o “Piolho” (Ân-

cora d’Ouro), o Aviz, o Rialto (já desaparecido), o Majestic, a Brasi-

leira, o Orfeuzinho e o Ceuta, entre outros, foram também locais de

acolhimento daqueles que congeminavam formas de resistência ao

regime, mostrando assim o inconformismo da comunidade acadé-

mica perante a falta de liberdades.

Este ano, o “Piolho” comemora o seu centésimo aniversário. A efe-

méride é um bom motivo para abrir as gavetas da memória e de lá re-

tirar acontecimentos e peripécias, encontros e desencontros, hábitos

e rituais que inscreveram o emblemático café na história da cidade

do Porto e da sua Universidade.

Com tal propósito, a revista UPorto Alumni consagrou um amplo es-

paço editorial aos 100 anos de vida do “Piolho”. Queremos assim,

não apenas manter vivo um importante património afectivo e simbó-

lico, como prestar a justa homenagem a um café que marcou várias

gerações de estudantes e se tornou, por mérito próprio, numa insti-

tuição da cidade.

Parabéns ao “Piolho”!

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10No CampusNotícias que marcaram a actualidade da comunida-de académica, com des-taque para as eleições do Conselho Geral da U.Porto, para a celebração dos 20 anos do INEB, para a 5.ª edição da Universidade Jú-nior, para os resultados do Observatório de Emprego e para os prémios da 1.ª Gala do Desporto.

PercursoMargarida e João Bastos assu-miram a gestão da fábrica de chocolates e amêndoas Arcá-dia, um negócio familiar que conhecem desde tenra idade. Com uma estratégia empre-sarial bem definida, os dois irmãos lograram revitalizar a histórica marca portuense, abrir novas cafetarias e fazer crescer o volume de vendas da empresa.

InvestigarO grupo de investigação de Neuro-Urologia da FMUP tem concitado as atenções da co-munidade científica nacional e internacional, graças aos seus estudos sobre inconti-nência urinária e ao desen-volvimento de um tratamen-to inovador da hiperplasia da próstata. Não é por isso de estranhar que, actualmente, integre o consórcio europeu InComb.

DesportoA equipa de andebol femini-no da U.Porto parece saber conjugar apenas o verbo vencer. Apesar de terem con-quistado três campeonatos universitários consecutivos, as atletas treinadas por Luísa Estriga pensam já em novas vitórias. O 6.º lugar no Europeu da modalidade não as desanimou, apesar de admitirem ser difícil conciliar a prática desportiva com os estudos.

Alma MaterFoto-reportagem do quoti-diano da FCUP. Num edifício projectado por José Carlos Loureiro, investigadores de diferentes domínios encontram o ecossistema ideal para desenvolverem as suas pesquisas científicas. O esplendor da luz coada por clarabóias e janelas, a densidade das sombras recortando os objectos e a rarefeita geometria dos espaços multidisciplinares caracterizam as instalações do Campo Alegre.

MéritoPrémios, distinções e des-cobertas que valorizam a comunidade académica da U.Porto. Destaque para os doutoramentos Honoris Cau-sa do tenor José Carreras, do empresário Belmiro de Aze-vedo e dos juristas Eduardo García de Enterría e Christian Debuyst, bem como para a atribuição do Prémio Gul-benkian de Ciência a Maria João Saraiva.

VintageFrederico Sodré Borges co-lecciona, desde 1974, selos de minerais. Não satisfeito, este professor aposenta-do da U.Porto criou uma sebenta onde os conceitos de Mineralogia são profusa-mente ilustrados através da filatelia. A colecção não se limita, pois, a satisfazer um capricho pessoal. Procura também, e sobretudo, ser um veículo de transmissão de saber.

Vidas & VoltasDuas gerações de engenhei-ros da U.Porto assinalam, durante 2009, 50 e 60 anos de curso. As efemérides prestam-se à recordação dos contributos que muitos dos que então se licenciaram de-ram para o desenvolvimento tecnológico do país, para a modernização das infra-estruturas nacionais e para a consolidação da nossa economia.

Em FocoO “Piolho” fez 100 anos, o que se afigura um excelente motivo para desfiar o nove-lo de histórias, peripécias, rituais e simbologias deste emblemático café por-tuense. Embora o espírito académico se revele hoje menos cintilante, a verdade é que são ainda muitos os estudantes da U.Porto que preenchem as mesas do oficialmente designado Ân-cora D’Ouro. Porto, Cidade,

RegiãoO Centro de Estudos da Faculdade de Arquitectura e o LET – Laboratório de Es-tudos do Território elabora-ram o Modelo Territorial do Arco Metropolitano do PROT Norte, documento agora em discussão pública. Im-porta, portanto, conhecer as propostas de urbanismo e ordenamento territorial destas unidades de investi-gação da U.Porto.

EmpreenderA Invicta Angels reúne 50 investidores privados e já financiou, através dos seus associados, três empresas inovadoras. A intenção é continuar a promover o financiamento de projectos start-up e seed capital, até porque a região Norte tem potencial empreendedor e conta com o respaldo de uma ampla comunidade científica e académica.20

Face-a-FaceO 50.º aniversário do S. João é um bom motivo para conhecer, pela voz do pre-sidente do seu Conselho de Administração, António Fer-reira, os novos projectos do hospital. Este especialista de Medicina Interna e docente da FMUP tem ideias ambicio-sas para o estabelecimento hospitalar portuense, desig-nadamente novas valências de ambulatório e pediatria.

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NO CAMPUS

A Universidade Júnior contou, este ano, com um número recorde de participantes estrangeiros: 15 jovens entre os 11 e os 17 anos frequentaram, durante o mês de Julho, aquele que é o maior programa de iniciação ao ambiente universitário. Os estudantes eram provenientes de países tão diversos como a Tailândia, EUA, Noruega, Reino Unido, Macau ou Espanha, o que diz bem do carácter multicultural que a iniciativa da U.Porto vai assumindo. As motivações para a participação dos jovens estrangeiros foram heterogéneas: desde uma jovem texana que decidiu experimentar a Universidade Júnior porque dela tão bem ouviu falar numa competição internacional de Engenharia até dois jovens britânicos que quiseram aprender português para, no futuro, ingressarem na FEP, passando por um grupo de espanhóis a quem a iniciativa da U.Porto foi recomendada por um professor da Uni-versidade de Salamanca, cujos filhos também inscreveu no programa após conhecimento in loco das suas múltiplas actividades.

RECORDE DE ESTRANGEIROS

NA “JÚNIOR”

Mas esta 5.ª edição da Universidade Júnior destacou-se também pela maior abrangência geográfica dos participantes, registando-se um aumento significativo do número de jovens provenientes de localidades fora do Grande Porto. Pela primeira vez, quase um quinto (973) dos 5.000 estudantes recorreu ao programa de alojamento da Universidade Júnior, o qual garantia estadia, numa espécie de regime de internato, em dois quartéis mili-tares da cidade.A Universidade Júnior contemplou, na pri-meira fase realizada durante o mês de Julho, mais de 100 actividades. Para Setembro, estão ainda previstas algumas (escassas) iniciativas. Trata-se de um programa que envolve as 14 faculdades e 69 centros de investigação da U.Porto, bem como uma dezena de entidades parceiras. Deste modo, os participantes têm a oportunidade de conhecer as respectivas vocações, expandir conhecimentos, desen-volver competências e ganhar apetência pelo ensino superior. Tudo isto através da frequên-cia de pequenos cursos em diferentes áreas de estudo, com duração de uma semana e estruturados de acordo com a faixa etária dos estudantes.RMG

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O Instituto de Engenharia Biomédica completou 20 anos de investigação científica e desenvol-vimento aplicado. Para assinalar a efeméride, o INEB organizou o encontro “20 Years of Biomedical Engineering”, que teve lugar no Mosteiro de Tibães, em Braga, nos dias 26 e 27 de Junho. O evento reuniu importantes cientistas internacionais da área das Ciências da Vida e da Saúde, como Buddy Ratner (Universidade de Washington), Shuguang Zhang (MIT), Milan Mrksich (Universidade de Chicago), Ruth Duncan (Universidade de Cardiff), Sidarto Bambang Oetomo (Universidade de Eindhoven), Michael Oborne (OCDE Global Science Forum), James Anderson (Universidade de Cleveland) e David Stocum (Universidade de Indiana). Na sessão de abertura do encontro, o reitor da U.Porto afirmou que as comemorações dos 20 anos do INEB eram “uma festa do conhecimento livre. Do conhecimento que nasce da vontade do homem de saber mais e de multiplicar esse saber infinitamente, sem outros limites que não sejam os da capacidade cognitiva humana. Sob o lema “Engenharia que vive”, o INEB foge às capciosas baias da especialização absoluta, aos compar-timentos estanques que muitas vezes tolhem o passo da ciência. O instituto optou antes por uma via integradora e multidisciplinar do conhe-cimento, aproximando a engenharia, a biologia e a medicina com resultados ao nível do que de melhor se faz no mundo”, garante José Carlos Marques dos Santos.A U.Porto é uma das seis entidades fundadoras do INEB, uma associação privada de utilidade pública (sem fins lucrativos) criada em 1989 e que hoje se dedica aos Biomateriais, à Regene-ração de Tecidos e Geoepidemiologia e ainda à aplicação de Sinal e Imagem em métodos não in-vasivos de diagnóstico. Em 2000, o Ministério da Ciência e do Ensino Superior concedeu ao IBMC.INEB o estatuto de Laboratório Associado.Com cerca de 100 investigadores, o INEB tem-se distinguido pelas experiências de regeneração de tecidos ósseos a partir de produtos marinhos, pelo desenvolvimento de um simulador de partos e ainda pelos seus estudos sobre a incidência da osteoporose em algumas regiões do país. RMG

O CIIMAR (Centro Interdisciplinar de Investiga-ção Marinha e Ambiental) e o CEQUIMED-UP (Centro de Química Medicinal da U.Porto) orga-nizaram, entre 19 e 23 de Julho, no Porto, a 6.ª conferência europeia “Marine Natural Products”. Este encontro reuniu alguns dos maiores espe-cialistas mundiais em produtos marinhos, uma área com grandes potencialidades científicas e empresariais. Mas quem despertou maior atenção foi a princesa Chulabhorn Mahidol da Tailândia, também ela cientista prestigiada, que marcou presença a convite do seu compatriota e um dos principais impulsionadores do evento: o professor da U.Porto Anake Kijjoa.A participação de Chulabhorn Mahidol inseriu-se igualmente na preparação das comemorações dos 500 anos das relações bilaterais entre Por-tugal e a Tailândia, comemorações essas que vão ter lugar em 2011. Os portugueses foram os primeiros europeus a aportar no então Reino de Sião, em 1511. E pouco depois, em 1516, os dois Estados assinaram um tratado de comércio e amizade. De resto, a nossa embaixada em Ban-guecoque é a mais antiga representação diplo-mática portuguesa no mundo.Doutorada em Química Orgânica e especialista em plantas medicinais da Tailândia, a princesa fundou, em 1987, o Chulabhorn Research Institu-te. Bioquímica, biotecnologia, genética do cancro, biologia molecular, imunologia, toxicologia, pro-dutos naturais e farmacologia são algumas das áreas de estudo do centro de investigação presi-dido por Chulabhorn Mahidol. Não é por isso de estranhar que a princesa tenha querido visitar o IPATIMUP, tendo sido acompanhada pelo director do instituto, Manuel Sobrinho Simões, e pelo reitor da U.Porto. José Carlos Marques dos Santos participou também na sessão de abertura da conferência, garantindo então que a Universidade “deseja intensificar o relacionamento com as suas congéneres tailandesas”. Sublinhou ainda que “a investigação de qualidade que está a ser desenvolvida ao nível da química, bioquímica e farmacologia de organismos marinhos confirma que esta é uma área onde a Universidade do Por-to revela grandes capacidades e potencialidades, quer em termos de produção de conhecimento, quer em termos de desenvolvimento de produtos com rentabilidade económica”. RMG

A Comissão Europeia escolheu a U.Porto para liderar dois novos consórcios internacionais de universidades, os quais têm por missão promo-ver a cooperação entre instituições do ensino superior da UE e da América Latina. Integrados no programa comunitário Erasmus Mundus, os consórcios Euro Brazilian Windows II e Mundus 17 vão articular projectos académicos e científicos entre universidades tão prestigiadas como as de Lund (Suécia), Gottingen (Alemanha), Gant (Bélgica), Técnica de Eindhoven (Holanda), Degli Studi di Milano (Itália), Barcelona e Politécnica da Catalunha (Espanha), São Paulo e UNICAMP (Brasil). No total são 38 as instituições envolvi-das nos dois consórcios.Importa salientar que o Euro Brazilian Windows II conta com 20 instituições (dez europeias e dez brasileiras) e espera movimentar 200 pessoas: 160 do Brasil para a UE e 40 em sentido inverso. Também o Mundus 17 integra 20 universidades, mas nove são europeias e 11 latino-americanas. Entre estas últimas constam instituições, não só do Brasil, como do Paraguai e Uruguai.À U.Porto caberá, então, coordenar a gestão dos consórcios tanto a nível académico, científico e tecnológico como administrativo e financeiro. Re-fira-se a propósito que o Euro Brazilian Windows II e o Mundus 17 envolvem um financiamento total de seis milhões de euros, valor totalmente coberto pelo Erasmus Mundus – um programa comunitário de cooperação e mobilidade no ensino superior que, só no último ano, promoveu a frequência em universidades europeias de es-tudantes de 114 nacionalidades diferentes. O Euro Brazilian Windows II e o Mundus 17 estão abertos a estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento, bem como a investigadores e docentes que pretendam locupletar as suas competências académicas e científicas fora do país de origem. Com a coordenação dos dois consórcios, a U.Porto dá um passo importante no sentido de se tornar uma plataforma de articulação entre instituições da UE e da América Latina. Sendo a universidade portuguesa que mais atrai estu-dantes, docentes e investigadores estrangeiros, a U.Porto tem, de resto, condições privilegiadas para servir de charneira entre um continente com fortes tradições académicas, a Europa, e um conjunto de países bastante empenhados na cooperação interuniversitária, como são os da América Latina.RMG

O primeiro Conselho Geral da U.Porto, novo ór-gão de governação criado no âmbito da transfor-mação da Universidade em fundação pública de direito privado (de acordo com o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior), já está in-tegralmente formado. No sufrágio de 30 de Junho foram eleitos os representantes dos docentes e investigadores, dos funcionários não docentes e ainda dos estudantes para o Conselho Geral.Relativamente aos docentes e investigadores, a Lista A foi a mais votada das quatro listas que se apresentaram no sufrágio para o Conselho Geral, conseguindo eleger cinco representantes. A do-cente mais votada desta lista foi Zulmira Coelho Santos (FLUP), com 73 votos. Logo a seguir ficou a Lista C, com três representantes, sendo Alexan-dre Quintanilha (ICBAS) o mais votado. Luís Bel-chior Santos (FCUP) foi o primeiro eleito da Lista B, enquanto Manuel João Monte (FCUP) constitui o primeiro representante da Lista D.No acto eleitoral para os lugares dos estudantes no Conselho Geral, a Lista A ficou à frente com três representantes, contra um da Lista B. Quanto aos funcionários que elegiam tanto representan-tes para o Senado como para o Conselho Geral, a Lista A foi a mais votada para os dois órgãos, sendo Manuel Rosa Gil (FCUP) o primeiro nome eleito para o Senado. Para o Conselho Geral, foi eleita a representante da Lista A, Felicidade Lou-renço (FMDUP).Os representantes no Senado dos docentes e investigadores e dos estudantes serão encontra-dos a partir de colégios eleitorais formados por representantes das várias unidades de ensino e investigação, aos quais se associam os membros por inerência. Entretanto, as seis personalidades da socie-dade civil que vão integrar o Concelho Geral foram já cooptadas: Ana Maria Braga da Cruz (ex-presidente da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres), Ângelo Ramalho (presidente da Alstom Portugal), Beatriz Pacheco Pereira (directora do Fantasporto), Luís Portela (presidente do Conselho de Administração da Bial), Manuel Ferreira de Oliveira (presidente da Comissão Executiva da Galp) e Manuel Paiva (director do Laboratório de Física Biomédica da Universidade Livre de Bruxelas).JC/REIT

Quase 70% dos diplomados pela U.Porto em 2006/2007 têm uma ocupação profissional (in-cluindo empregados e bolseiros de projectos de investigação) e só 9,9% estão desempregados, enquanto 10,6% encontram-se em estágio ou em acções formativas e 9,4% prosseguem a sua formação académica (licenciatura, mestrado, pós-graduação ou doutoramento). Estas são as principais conclusões da 2ª edição do Observatório de Emprego da U.Porto, que in-quiriu, via online, 1.642 diplomados (1.001 mulhe-res e 641 homens), entre Janeiro e Abril de 2009. Esclareça-se que este número correspondendo a 54,3% da população estudantil, tendo a taxa de resposta nas diversas faculdades variado entre 40,0% e 71,3%. A maior parte dos inquiridos tem entre 20 e 25 anos e é residente no Grande Porto. Coordenado pelos professores Isabel Menezes (FPCEUP) e Carlos Gonçalves (FLUP), o estudo revelou ainda que 27,8% dos inquiridos encon-traram emprego logo após a conclusão dos res-pectivos cursos, ao passo que 37% demoram um a três meses para conseguir uma ocupação pro-fissional. Refira-se que 72,8% não necessitaram de recorrer a nenhum trabalho temporário, du-rante o período de procura do primeiro emprego. Importa acrescentar que 41% dos diplomados com emprego celebraram um contrato a termo certo, 11,8% um contrato de prestação de servi-ços/recibos verdes e 11,7% um contrato a termo incerto, enquanto 6,7% beneficiam de uma bolsa de investigação. Apenas 22,7% dos inquiridos rubricaram um contrato de trabalho sem termo. Neste contexto, merece também referência o facto de a U.Porto ser a única universidade por-tuguesa a figurar no International Professional Ranking of Higher Education Institutions. Este ranking é elaborado pela École des Mines de Paris – MINES ParisTech, com base no número de antigos estudantes que cada instituição de ensino superior possui entre os CEO das 500 maiores empresas do mundo. A U.Porto surge na 343.ª posição mundial devido a Manuel Ferreira de Oliveira, presidente executivo do único grupo português no índice Fortune 500: a Galp.RMG

A U.Porto viu, a partir de 20 de Julho, a velo-cidade da sua ligação à Internet académica mundial ser aumentada cinco vezes, de 2Gbps para 10Gbps, sendo a primeira instituição de ensino superior portuguesa a beneficiar do facto de estar ligada aos 1.000 km de fibra óptica da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN). Proximamente vão ser concretizados idênticos aumentos em universidades e poli-técnicos que já são servidos pela fibra óptica da FCCN. A Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS), cuja gestão depende da FCCN, é a primeira e mais avançada rede de nova geração em fun-cionamento em Portugal. Dispõe de mais de 1.000 Km de cabo de fibra óptica própria, tendo o primeiro troço (Lisboa/Braga, com 400 Km) sido concluído em 2005 e os 600 Km adicionais instalados em 2007 (Porto/Viana do Castelo/Valença) e 2008 (Lisboa/Setúbal/Évora/Portale-gre/Fronteira do Caia), servindo agora mais de 80% das instituições de investigação e ensino superior públicas. Portugal apresenta, assim, infra-estruturas de comunicação superiores a muitos países da UE. A FCCN foi pioneira na introdução em Portugal de tecnologias de ligação à Internet e dá agora mais este importante passo. Trata-se de um aumento significativo de conectividade, que será subsequentemente alargado a outras instituições universitárias e científicas no trajecto do cabo de fibra óptica própria da RCTS. No âmbito da RCTS funcionam serviços avança-dos para a comunidade de investigação e ensino superior portuguesa, os quais são financiados pela UMIC — Agência para a Sociedade do Conhecimento, com o apoio do POSC (Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento). Re-ferimo-nos aos serviços VoIP, Video-Conferência, Biblioteca Científica Digital, Repositório Científi-co de Acesso Aberto e Plataforma de Conteúdos Multimédia Zappiens.REIT

NO CAMPUS

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Daniela Ferreira e Adriano Niz foram considera-dos os Atletas do Ano (feminino e masculino) na 1.ª Gala do Desporto da U.Porto, que se realizou a 16 de Julho, na Faculdade de Letras. Organizado pelo GADUP – Gabinete de Actividades Despor-tivas da U.Porto, o evento distinguiu ainda o vo-leibolista Adriano Paço com o Prémio Carreira e a Natação como Modalidade do Ano. Nas restantes categorias foram laureados Hugo Rodrigues (Instrutor do Ano), Miguel Teixeira (Revelação do Ano), Ana Cristina Carneiro (Reconhecimento Desportivo) e Miguel Moreira (Técnico do Ano), de entre um total de 28 nomeados.A Gala do Desporto é uma iniciativa que visa premiar atletas e treinadores da comunidade académica da U.Porto. “Trata-se, portanto, de valorizar o esforço, a determinação e o talento de quem, em representação da nossa instituição, soube promover essa actividade nobre que é o desporto”, sublinha o reitor da U.Porto. Por isso, acrescenta José Carlos Marques dos Santos, “é com profundo empenho que organizámos uma gala que engrandece os que, por vezes com sacri-fícios nas suas vidas estudantil e/ou profissional, prestigiam a U.Porto e a sua comunidade aca-démica em competições desportivas nacionais e internacionais”.Estudante da Faculdade de Desporto (FADEUP), Daniela Ferreira destacou-se ao arrecadar três medalhas no Campeonato Nacional Universitário (CNU) de Atletismo (ouro nos 4x200m, prata no Salto em Altura e bronze nos 100m). Também a estudar na FADEUP, Adriano Niz conta no seu palmarés com quatro medalhas de ouro (50m Costas, 100m Costas, 100m Mariposa e 4x50m Estilos) no CNU de Natação e recentemente re-presentou Portugal nas Universíadas, na Sérvia. Já Adriano Paço viu ser reconhecida uma carreira que inclui, entre outros êxitos desportivos, a con-quista de oito CNU de Voleibol e quatro CNU de Voleibol de Praia.Na temporada 2008/2009, a U.Porto recebeu 81 medalhas (32 de ouro, 30 de prata e 19 de bronze) no total dos CNU, liderando assim, e uma vez mais, o ranking universitário (mais 30 medalhas do que o 2.º classificado). Foi ainda em represen-tação da Universidade que a equipa de Andebol Feminino se classificou no 6.º lugar do Europeu Universitário, na Eslovénia, e o ginasta Manuel Campos na 4.ª posição das Universíadas, tendo sido o melhor atleta europeu nesta modalidade. RMG

O portal TVU. está a solicitar o envio de filmes ou vídeos que envolvam a U.Porto, para posterior cópia digital e transmissão on-line. A intenção é, portanto, recuperar registos audiovisuais que podem, pelo seu valor histórico e sentimental, ajudar a reconstituir, valorizar e promover a memória da instituição. Com o recurso às novas tecnologias de informação e comunicação, o portal TVU. espera, pois, resgatar do baú do esquecimento conteúdos que, através do poder da imagem, vão certamente contribuir para a construção da história da U.Porto. Neste sentido, o portal TVU. pede a todos os que possuam ou saibam do paradeiro de registos au-diovisuais da U.Porto e da sua comunidade aca-démica que contactem Ricardo Braga, através do e-mail [email protected]. Aos proprietários dos filmes e vídeos será assegurada uma cópia digital, bem como o regresso dos originais à respectiva posse. Em contrapartida, o portal TVU. assegura os direitos de transmissão on-line e a guarda de uma cópia digital. Mais informações podem ser obtidas na secção “Memória U.Porto” do referido portal, cujo endereço é http://tv.up.pt/pt.O Portal TVU. é um projecto da U.Porto visando a promoção da ciência, da cultura e da educação através de conteúdos audiovisuais e multimédia produzidos pela sua comunidade académica. Refira-se que o projecto é co-financiado pela UE e pelo Programa Operacional Sociedade do Conhecimento, no âmbito do QREN.“Mais do que uma plataforma de divulgação de conteúdos científicos, artísticos e experimentais, a TVU. quer disponibilizar um espaço aberto para que pessoas diferentes contem as suas histórias, dialoguem usando as suas línguas e linguagens e ainda assim encontrem algo que as identifique dentro dessa diversidade. Queremos contribuir para que as pessoas espalhem conhecimento e ideias nessa Babel neomoderna que é o mundo virtual, utilizando o vídeo como suporte; quere-mos potenciar a força da imagem. E principal-mente, a “imagem” atrás da imagem... o imaginá-rio”, afirmam os responsáveis do portal. RMG

Estão abertas as candidaturas à 3.ª edição do Programa de Estudos Universitários para Senio-res (PEUS) da Universidade do Porto, cujas aulas arrancam em Outubro próximo. O PEUS é destinado à actualização de conheci-mentos de licenciados com idades a partir dos 55 anos e, por conseguinte, tira também partido das experiências de vida e das competências acumu-ladas pelos estudantes ao longo do respectivo percurso profissional. Este programa reparte-se por dois anos lectivos de carácter mais teórico e por um terceiro ano de cariz mais tutorial. Nos 1.º e 2.º anos, os participantes podem frequen-tar um conjunto de módulos relacionados com os estudos portuenses, um grupo disciplinar à escolha constituído por duas disciplinas e ainda disciplinas opcionais – o que constitui uma novi-dade em relação a edições anteriores (na foto, o encerramento da 2ª edição).O terceiro ano permite a frequência de discipli-nas de ciências ou humanidades, mas destina-se em especial à avaliação e obtenção de um diplo-ma de pós-graduação, mediante a elaboração de uma monografia. Também não é excluído o objectivo de sensibilização para o serviço à comunidade.Os interessados devem apresentar as suas candidaturas até ao dia 15 de Setembro, atra-vés do envio da ficha de candidatura acom-panhada de curriculum vitae, de fotocópias do certificado de licenciatura, do bilhete de identidade , do cartão de contribuinte e ainda de duas fotografias para Reitoria da Universi-dade do Porto, Educação Contínua, A/C Joana Coutinho, Praça Gomes Teixeira, 4099-002 Porto. Para mais informações, deve contactar-se a Unidade de Educação Contínua da Reitoria da Universidade do Porto, através dos telefones 220 408 053/22 040 81 98 ou do e-mail: [email protected]. JC/REIT

NO CAMPUS ESTÓRIAS

Gostei de ver nas páginas da nossa revista UPorto Alum-ni [n.0 6] a evocação da génese do Teatro Universitário, bem como as declarações do seu actual vice-presiden-

te, Nuno Matos. Registo com prazer os sinais de vitalidade nela referidos e espero que a nuvem negra de um já anunciado de-sinteresse dos estudantes pelas actividades extracurriculares, nomeadamente as de carácter humanístico e artístico, possa dissipar-se sem atingir nem pôr em risco a continuidade de um projecto que se tornou emblemático da própria comuni-dade académica.Gostaria, ainda, de fornecer algumas precisões de que o texto carece. O início de uma aventura, a génese de um factor novo no panorama universitário tem geralmente uma personalidade motora capaz de mobilizar vontades, de despertar interesses, de concitar atenções. No caso do Teatro, essa personalidade foi, sem sombra de dúvida, Hernâni Monteiro. A sua intervenção foi decisiva. A ele se deve a concepção do projecto, a procura de estudantes e outras pessoas que constituíssem o núcleo funda-dor do Teatro, a obtenção dos meios materiais necessários para o arranque das actividades, com a tal estreia, a 13 de Dezembro de 1948, no teatro Rivoli, cheio de público generoso nos aplau-sos (e na aquisição de bilhetes).Hernâni Monteiro era professor catedrático de Anatomia, chefe de uma escola de investigação prestigiada e relevante no panorama nacional, com aceitação internacional. Mas era também poeta, melómano e dedicado gourmet: não lhe bastava a direcção do Instituto de Anatomia, a orientação das pesqui-sas do seu grupo (que era um viveiro de académicos distintos, de onde provieram professores de Medicina tão conhecidos como Álvaro Rodrigues, Luís de Pina, Joaquim Bastos, Abel Tavares, Roberto de Carvalho, entre outros), o prestígio social de que gozava. Este homem generoso e inteligente criou, de facto, o Teatro. Soube entusiasmar estudantes: começou por recrutar na sua Faculdade (tendo a preocupação ética de só pe-dir a colaboração dos que já tinham feito a sua, aliás formidá-vel e difícil, cadeira), para depois lançar redes a outras águas. Com diplomacia, garantiu, senão a benevolência, pelo menos a não oposição do reitor Amândio Tavares (era notório que não existia um relacionamento afectuoso entre os dois eminentes professores).Com amável insistência, pediu e obteve apoios, jogando o seu prestígio e conhecimentos sociais nestas visitas aos potenciais dadores. Com fino conhecimento das pessoas e das suas idios-sincrasias, conseguiu levar a cabo a tarefa de conciliar estudan-

tes, ensaiador, autoridades e o Centro de Estudos Humanís-ticos (onde se realizavam os ensaios), sem que acidentes de percurso inquinassem a trajectória do Teatro.O TUP não nasceu com essa designação, mas sim com a de Teatro Clássico Universitário do Porto; a introdução do termo “Clássico” representou um ardil do Prof. Hernâni Monteiro, que desta forma sossegou as inquietações do regime de então, que não aprovaria a fundação de um organismo universitário potencialmente veiculador de ideais progressistas ou libertá-rios. Isso não impediu o Teatro de dentro em breve apresentar peças que, pela sua modernidade e força expressiva, nada ti-nham de “clássicas”. Como estudante fundador do TCUP (tenho um número de só-cio de um só dígito), apraz-me evocar a este respeito o grande humanista e mestre universitário que foi Hernâni Monteiro, bem como os companheiros dessa longínqua época, de que destaco apenas, pela sua prestação artística de excepcional re-levo, Maria Augusta Serrão da Veiga (Farmácia) e José Castro Correia (Medicina, catedrático jubilado de Oftalmologia).

O Teatro Universitário do Porto há 60 anos

GALA PREMEIA DESPORTO UNIVERSITÁRIO

PROCURAM-SE RELÍQUIASAUDIOVISUAIS

CANDIDATURAS À UNIVERSIDADE SÉNIOR

Walter OsswaldFaculdade de Medicina de 1951

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PERCURSO

Viveram a infância e a adolescência rodeados de chocola-tes, amêndoas e outras gulodices. Um mundo de lam-ber os beiços que nenhuma criança desdenharia, mas

que também motivou alguns amargos de boca. Nas vésperas de Natal e Páscoa, Margarida e João Bastos embalavam os dias de descanso escolar ao ritmo azafamado da confeitaria Arcá-dia. Perderam momentos de estroinice, compensados, porém, com a sensação de dever cumprido. Já adultos, os dois irmãos seguiram rumos distintos e a afamada casa portuense entrou em declínio. Foi então que regressaram ao lugar onde foram felizes e este não se apresentava nada inabitável, ao contrário do aforismo do poeta Cesare Pavese.No filme “Charlie and the Chocolate Factory”, Tim Burton descreve com exuberância o deslumbramento que uma fábrica de chocolates provoca num grupo de crianças. Não é difícil de imaginar o mesmo fascínio nos jovens Margarida e João, quan-do desciam, na década de 60, a rua do Almada, no Porto, para se embrenharem no mundo açucarado da Confeitaria Arcádia, na Praça da Liberdade. Até porque este estabelecimento era só a face visível do ofício de chocolatier e pasteleiro que a família Bastos soube engrandecer a partir de uma pequena fábrica, igualmente na rua do Almada.Sim, também Margarida e João tinham a sua fábrica de choco-lates. Os dois irmãos são netos de Manuel Pereira Bastos, que trouxe de Paris os segredos dos grandes mestres na confec-ção de bombons e amêndoas. E foi escorado nesse savoir-faire que fundou, em 1933, a fábrica de pastelaria e doçaria Arcádia, dedicada à produção de chocolates artesanais, amêndoas tra-dicionais, drageias com licor e pastelaria diversa. Estabelecida na rua do Almada, a fábrica garantia o abastecimento da Con-feitaria Arcádia, que se tornaria o poiso predilecto das mais coquetes famílias portuenses e local de referência para quem visitava a cidade. O negócio manteve-se na órbita familiar, mas tendo como ac-cionista único o pai de Margarida e João. A Confeitaria Arcádia viveu então os seus tempos áureos e a fábrica que a acolitava passou a ser sinónimo de excelência na produção artesanal de bombons, tabletes, amêndoas, drageias Bonjour, bolo-rei e pão-de-ló.

REGRESSARAO LUGAR ONDE SE FOI FELIZ

Patrões em miniaturaO sucesso, contudo, também tem as suas agruras. No Natal, os clientes acotovelavam-se para comprar o bolo-rei da Arcádia. E o cenário era idêntico na Páscoa, mudando apenas o objecto da gula: desta feita, o pão-de-ló a sair do forno. Trabalho não fal-tava, portanto. A tal ponto que, ainda petizes, Margarida e João Bastos já ajudavam a aliviar o frenesim que se vivia na con-feitaria durante as duas quadras. Atendiam ao balcão, faziam embrulhos, registavam as compras na caixa, entregavam enco-mendas... Mas “nunca ninguém nos obrigou a nada”, garante hoje Margarida Bastos. “Nós sentíamo-nos no dever de dar al-gum apoio”, acrescenta. No entanto, nem sempre era agradável sacrificar as férias pelo trabalho na Arcádia, como admite João Bastos, embora recorde “esse tempo com muita saudade”.O trabalho na Arcádia pode ter inviabilizado algumas folias de adolescente, mas não comprometeu o sucesso escolar. Mar-garida entrou em 1973 na Faculdade de Farmácia da U.Porto, levada pela “atracção pelos laboratórios”. Três anos depois foi a vez do irmão João ingressar no ensino superior, mas na Fa-culdade de Economia (FEP) da mesma universidade. Tinha, se-gundo diz, “inclinação para a área económica”. Contudo, “não havia a perspectiva de assumir a gestão da Arcádia”. A vida é, contudo, pródiga em reviravoltas. A aproximação foi gradual, mas os dois irmãos lá acabaram por regressar, a tempo inteiro, à Arcádia. Após a conclusão do curso, em 1981, João começou por ser assistente na FEP, passou pela banca e fez carreira no grupo Sonae, onde foi administrador de várias empresas. No entretanto, a sua formação académica impelia-o a dar apoio na gestão financeira da Arcádia. Mas sempre numa perspectiva de dever familiar, como nos tempos de adolescên-cia. Já a irmã Margarida trabalhou mais de 20 anos na Clínica de Diagnóstico Laboratorial Doutor Miguel Pereira, no Por-to, até que, com o falecimento da mãe, há cerca de dez anos, passou a ajudar o pai em part time: de manhã quedava-se pela Arcádia, enquanto de tarde prosseguia a sua actividade de ana-lista clínica.Com a morte do patriarca, em 2001, os dois irmãos decidiram, por fim, concentrar as suas energias no renascimento da Arcá-dia. Isto porque a empresa vivia, na altura, um período infaus-to, que levou, até, ao encerramento da confeitaria na Praça da Liberdade, em 2000. “De facto, podemos dizer que a Arcádia estava em declínio. O declínio da própria Baixa, o aparecimento de novas centralidades no Porto, a concorrência dos hipermer-cados e centros comerciais... Enfim, a confeitaria ressentiu-se de tudo isto”, confessa João Bastos. A decisão foi dolorosa mas “correcta naquelas circunstâncias”, complementa a irmã.

Nova Arcádia Havia, pois, que fazer ressurgir, com o esplendor de outrora, a marca Arcádia. Por isso, Margarida e João assumem a ad-ministração da empresa, cujo capital está hoje dividido pelos dois. A primeira grande medida foi a reabertura da pequena loja na rua do Almada, onde anteriormente funcionou a con-feitaria Arca Doce, também pertença da família. O novo espaço tornou-se o símbolo da Arcádia renascida, tal é o bom gosto que ressuma da decoração e o cuidado posto na exposição dos produtos – também eles alvo de uma renovação estética. “Nós procurámos adaptar a imagem antiga [da Arcádia] aos tempos actuais. Reformulámos o logo e o lettering, mas sem perder a identidade da marca. Transmitimos assim uma imagem retro. Também para mostrar às pessoas que estamos cá há 75 anos!”, sublinha João Bastos.Quanto aos produtos, nada havia a mudar. Pelo contrário: “Houve a preocupação de preservar a forma como os chocolates e amêndoas eram confeccionados. Continuou tudo a ser feito de acordo com as receitas antigas, com as mesmas matérias-primas e de forma artesanal. Essa é a nossa grande mais-valia”, salienta Margarida Bastos. Foi, aliás, a partir deste património que Margarida e João expandiram o negócio, começando pela abertura de um quiosque no Norteshopping, em Matosinhos. Estava-se em 2002 e, como a experiência correu bem, foram lançados novos quiosques sazonais (Natal e Páscoa) em centros comerciais do Grande Porto, Coimbra e Lisboa. O sucesso comercial regressava assim em força, ao ponto de a empresa avançar com o conceito Casa do Chocolate – esta-belecimentos com decoração uniformizada, onde são servidos, além dos produtos Arcádia, tudo o resto que se pode encontrar numa boa confeitaria. Hoje, estão a funcionar seis cafetarias Casa do Chocolate, uma delas na Avenida da Boavista e outra no Dolce Vita Tejo, em Lisboa. As vendas, essas, multiplica-ram-se por oito vezes desde 2001.

Margarida e João Bastos

Nada é mais inabitável doque um lugar onde se foi felizCesare Pavese

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PORTO, CIDADE, REGIÃO

Compreender o crescimen-to urbano do Grande Por-to para melhorar a coesão

territorial e tornar mais equita-tiva a distribuição de serviços, oportunidades e infra-estruturas e equipamentos representa um verdadeiro desafio para técnicos e políticos. A grande mancha que se foi formando à volta do Porto, que vai de Braga ao norte do dis-trito de Aveiro, é um “organismo complexo” e constituiu o objecto do trabalho do Centro de Estu-dos da Faculdade de Arquitectura da U.Porto, durante cerca de um ano. O Modelo Territorial do Arco Metropolitano que resultou deste trabalho é uma das peças do Pla-

no Regional de Ordenamento do Território (PROT) do Norte, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN). Ao Modelo Territorial do Arco Metropolitano juntaram-se depois os Modelos Territoriais cor-respondentes ao Noroeste, coordenado pela Universidade do Minho, e ao Norte interior, coordenado pela UTAD, para cons-tituir o Modelo Territorial de toda a região.Na complexa disciplina que é o urbanismo, ou o planeamento e ordenamento do território urbano, este é um dos casos que continuam a constituir um teste às definições actuais e ao co-nhecimento produzido. Esta mancha urbana é composta pelas unidades territoriais de nível III (NUTS III) – Grande Porto, Cávado, Ave, Tâmega e Entre Douro e Vouga. Trata-se de um arco de 42 municípios que começa em Esposende, passando por Terras do Bouro, Celorico de Basto, Resende e Arouca, terminando em Espinho. Que a zona central do Porto, num perímetro que vai da Rotunda da Boavista (Mouzinho de Al-buquerque) aos Aliados, corresponde ao que a maioria designa como cidade, ninguém duvida. As dúvidas começam a surgir logo em freguesias portuenses, como Campanhã, onde os ves-tígios da antiga ruralidade do século XVIII/XIX se misturam com elementos urbanos, em zonas de antigas quintas do Porto que também ficam no interior da cidade e, mais evidente ain-da, quando se viaja em direcção à periferia desta área metropo-litana. Para abalar mais o que se conhecia como cidade, pode dizer-se que nos concelhos limítrofes há núcleos claramente citadinos, como o centro da Maia, assim como há zonas onde tudo parece de uma evidente ruralidade, como o vale do Ferrei-ra, na zona de Couce (Valongo), ou a zona serrana de Arouca. A rapidez e a quantidade de deslocações actuais no seu interior, assim como as dinâmicas territoriais, dão coerência urbana a este Arco Metropolitano. A questão é que a realidade do que é hoje a “urbanização” não cabe na forma e no imaginário con-

vencional sobre a “cidade”; e o “rural” também já não serve para denominar a diversidade de paisagens e sociedades espe-cializadas na agricultura. Este é um dos desafios maiores para quem se interessa por estas questões.

Seis manchas articuladasA complexidade adensa-se neste “organismo complexo” por-que à antiga lógica de crescimento urbano – ou seja, ao cresci-mento induzido pelos factores locativos tradicionais, como as antigas estradas nacionais, o caminho-de-ferro e a proximidade de vales férteis – sobrepuseram-se novas lógicas de crescimen-to. Novas estruturas, como auto-estradas e respectivos nós, núcleos industriais ou grandes áreas de comércio, o próprio metro e zonas patrimonialmente atractivas foram criando no-vas centralidades. Isto é, suscitaram novos motivos para atrair actividades e crescimento urbano. A antiga lógica de expansão em mancha de óleo, grandemente impulsionada pela iniciativa privada pouco regulada, mas em que era evidente um centro dominante, deixou de ser clara perante as novas lógicas com vários pequenos centros de importância crescente, mas com perda de protagonismo do centro tradicionalmente dominante. No entanto, essas outras centralidades têm ainda pouco peso demográfico. As fronteiras administrativas nestas manchas di-fusas deixam de fazer sentido. Por isso, “não se fala de cidades, fala-se urbano”, esclarece Álvaro Domingues, coordenador do Modelo Territorial do Arco Metropolitano.A carta síntese do Arco Metropolitano não é, por isso, de fácil descrição. Nela surge uma zona de urbano intensivo mais den-so, no meio de todo o Arco Metropolitano, que se pode identi-ficar mais facilmente com a centralidade tradicional, onde fica a cidade do Porto, a de Matosinhos e a de Gaia, mas que se alargou a outros núcleos de maior densidade, como a Maia, Valongo e Gondomar. Este núcleo central articula-se com cin-co grandes manchas dinâmicas e sem contornos claros que o circundam: “Estruturas múltiplas e geografias variáveis que reconhecem lógicas de articulação sub-regional existentes ou em construção”, explica a memória descritiva do PROT. Exis-tem quatro grandes plataformas logísticas e industriais no anel externo da mancha central que se localizam nos pontos de ar-ticulação com as manchas circundantes e que poderão estar relacionadas com a expansão destas: o aeroporto, o porto de Leixões e a refinaria a norte; a futura plataforma logística da Maia/Trofa a nordeste; e zonas industriais importantes a leste e a sul. Ora, a norte a mancha urbana densa e difusa inclui os núcleos de Vila do Conde/Póvoa do Varzim e de Esposende. A noroeste, essas manchas urbanas surgem nas áreas de Braga/Barcelos e na de Guimarães/Famalicão/Santo Tirso. A leste, a mancha difusa abrange Felgueiras/Amarante/Paredes e Pena-fiel e Paços de Ferreira. A sul, a mancha difusa é constituída pelas manchas urbanas de Santa Maria da Feira, S. João da Ma-deira, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra (subsistema Entre Douro e Vouga).

CENTRO DE ESTUDOS DA FAUP

Objectivo: reforço da coesão territorialNo documento do PROT sublinha-se a ameaça maior à potenciação das virtualidades da região: “O risco da fragmentação territorial, uma vez que o desejável sucesso das apostas na intensificação tecnoló-gica e na competitividade regional sustentada (prioridades I e II do NORTE 2015) não garante só por si a manutenção (muito menos o reforço) da coesão territorial estendida a toda a Re-gião”. Por isso, o objectivo central do PROT Norte é a “promo-ção e reforço da coesão territorial, não apenas como comple-mento optimizador da competitividade territorial, mas como condição incontornável desta (na perspectiva da Região como um todo)”. No entanto, o documento esclarece que “a materia-lização deste objectivo passa pela crescente equidade territorial de acesso a bens, serviços e oportunidades, no entendimento de que a mesma não é sinónimo de uniformidade territorial nem de uniformidade de investimentos ou soluções. Trata-se de tentar garantir a equidade através da máxima eficiência das intervenções (…) num contexto de utilização sustentável dos recursos”.Aconselha-se o reforço de certos núcleos urbanos. “De forma a ordenar o território e a estruturar o policentrismo, promoven-do o desenvolvimento regional, considera-se necessário forta-lecer e consolidar um pequeno número de ‘âncoras urbanas’, dando prioridade, para além da afirmação da Aglomeração Metropolitana do Porto, ao reforço e organização do triângulo Braga, Guimarães e Famalicão/Santo Tirso/Trofa Famalicão e à consolidação ou emergência de centros ou eixos urbanos re-gionais, designadamente Viana do Castelo, Paredes/Penafiel, Vila do Conde/Póvoa do Varzim e Santa Maria da Feira/São João da Madeira/Oliveira de Azeméis”.

Estreitar relação entre unidadesO texto do PROT reconhece que “o ‘Grande Porto’, ou Aglome-ração Metropolitana do Porto, principal pólo económico, social e cultural da região, coordena e potencia as dinâmicas socioe-conómicas dos municípios de Matosinhos, Maia, Porto, Valon-go, Gondomar e Vila Nova de Gaia. Possui um complexo uni-versitário com uma oferta formativa de grande capacidade de atracção e com áreas de investigação de grande prestígio (com destaque para a saúde). As acessibilidades e as infra-estruturas de suporte ao desenvolvimento económico (aeroporto, porto, logística e TGV) e cultural (arte contemporânea, arquitectura e música, entre outras) estão a reforçar-se e integrar-se na conec-tividade europeia e mundial”. Existem, todavia, fragilidades: “A segmentação sócio-territorial continua a evidenciar uma metrópole ocidental mais dinâmi-ca e atractiva face a uma metrópole oriental menos afirmati-va. Por outro lado, a fragilidade institucional metropolitana e as grandes tensões/rivalidades entre agentes comprome-tem, por vezes, seriamente a afirmação nacional e interna-cional consequente e temporalmente sustentada”. Por isso, o

estudo propõe “uma orientação para o reforço da relação entre os seis municípios que diminua as assimetrias e reforce a competitividade do conjunto”.O grande desafio do PROT é agora, portanto, tradu-zir estas orientações em políticas e em acções com valor legal e com efeitos no terreno. O período de discussão pública da proposta do PROT teve início no dia 8 de Julho, prolongando-se até 7 de Setembro. A proposta do PROT Norte e documentos complemen-tares poderão ser consultados todos os dias úteis, das 9h30 às 12h30 e das 14h30 às 16h30, na biblioteca da CCDRN, no Porto, e nas Estruturas Sub-Regionais de Braga, de Bragança e de Vila Real. A referida documentação poderá ainda ser consul-tada através do endereço http://consulta-prot-norte.inescporto.pt, acessível também a partir do sítio da CCDRN (www.ccdr-n.pt). Refira-se que o INESC/Porto, unidade de investigação em que participa a U.Porto, apoiou a CCDRN na elaboração do PROT, na sequência de trabalhos idênticos para a Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo, do apoio no PROT dos Açores e da colaboração, desde os anos 90, com a Junta Metropolitana do Porto.

O Centro de Estudos da Faculdade de Ar-quitectura da U.Porto e o LET – Labora-

tório de Estudos do Território da U.Porto elaboraram o Modelo Territorial do Arco Metropolitano (42 municípios) do Plano de Ordenamento da Região Norte (PROT

Norte), uma das partes do documento, agora em discussão pública. No estudo

refere-se que o risco da “fragilidade institucional metropolitana e as gran-

des tensões/rivalidades entre agentes comprometem, por vezes, seriamente a afirmação” da região. Há o “risco da

fragmentação territorial”, por isso o objectivo é a coesão territorial, aconse-lhando-se o reforço das relações entre

os seis municípios do Grande Porto.

GRANDE PORTOESTRANHO E COMPLEXO ORGANISMO

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EM FOCO

É difícil compreen-dê-lo nos dias de hoje. A vida no

“Piolho”, café tão emble-mático e antigo quanto ecleticamente frequen-tado, funcionava por có-digos que organizavam o espaço de acordo com as afinidades dos clientes. O lugar “das polícias” e “dos tribunais” era perto da porta e junto ao balcão. Os catedráticos de Ciências ficavam junto à entrada e um pouco mais a meio. Os estudantes de Engenharia e de Economia sentavam-se próximos do espelho, do lado contrário da entrada. E os de Medicina ao canto, junto à parede e ao quiosque. Mas havia também “os de Farmácia”, que vinham de um pouco mais longe (Cedofeita), e, um tempo depois, também “os de Letras” e “os das Biomédicas” se torna-ram habitués. Outros frequentadores, nem sempre estudantes universitários, ajudavam a compor o ambiente de libertário convívio e premonitória “democraticidade”, recorda Fernando Reis Lima, 74 anos, descendente dos antigos proprietários. Para se ter uma ideia mais precisa do ambiente, é necessário lembrar que o espaço destinado a mesas no então café Âncora D’Ouro, já na época conhecido como “Piolho”, ficava-se por 2/3 da área actual. Ao lado, funcionava uma antiga barbearia. A família Reis Lima, antigos proprietários, vivia por cima, ocu-pando os dois edifícios, no 2.o e 3.o andares. Numa sala do 1.o andar chegaram a funcionar um salão de chá, para as meninas da Universidade, e um salão de bilhares.

Da sua centenária história ressuma o melhor da natureza humana. Foi lá que

se atiçaram amores eternos, paixões fugazes e paixonetas furtivas. Foi lá que

ricos e pobres conviveram desaçaima-dos, a despeito da velha luta de classes. Foi lá que jovens e menos jovens ganha-

ram apego à liberdade e, não satisfeitos, encarniçaram-se por ela enquanto bebe-

ricavam “cimbalinos”. Foi lá que se forja-ram cumplicidades ideológicas, afinida-

des electivas e camaradagens artísticas. Foi lá que o espírito académico ganhou

viço e nunca mais esmoreceu, colorindo assim uma cidade pardacenta. Tudo isto

aconteceu no “Piolho”. E ainda acontece, o que faz do café uma instituição.

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A imagem do “Piolho” muito deve aos estudantes, aos professo-res e à vida académica. Foi, pelo menos até à década de 60, um dos pólos do triângulo por onde circulavam muitos estudantes e que se firmava também na Faculdade de Medicina (quando esta funcionava nas actuais instalações das Biomédicas) ou na Faculdade de Ciências, e no Orfeão (no rés-do-chão do edifício “dos Leões”), na época um importante motor da vida cultural da cidade. Eram frequentes os ensaios do Orfeão no primeiro andar, por cima do café, com o orfeonista Fernando Reis Lima a servir de anfitrião. Por isso, apesar do médico-cirurgião se ter sentado hoje, chávena de café à frente, um pouco deslocado das que foram, enquanto estudante, as suas mesas de afinida-de, revela o discreto ar de quem ainda se sente em casa. Mas não consegue esconder o entusiasmo quando começa a entre-laçar as memórias a propósito do centenário do “Piolho”, café oficialmente inaugurado em 26 de Junho de 1909 – embora tenha aberto, clandestinamente, no dia 24, durante a festa de S. João. Era já um prenúncio de rebeldia...

Fuga pelo telhadoFernando Reis Lima usa o termo “democraticidade” para se re-ferir ao diálogo entre os estudantes e os seus mestres catedráti-cos de Ciências, que tinha lugar no “Piolho” mas era impensá-vel no contexto universitário. Ou seja, nas salas de aula. Men-donça Monteiro (Química), Pires de Carvalho (Física), Santos Júnior (Zoologia), Laroze Rocha e Prista Monteiro formavam, em meados do século XX, o grupo dos mestres. Falar de de-mocracia era ainda falar de um lugar longínquo e proibido. Fora do “Piolho”, o ambiente político era tenso, época de “caça às bruxas vermelhas” e outras “menos vermelhas”, que era a maneira do Estado Novo se preparar para as eleições de 1958. Lá dentro, “teorizava-se, discutia-se, transgredia-se, em tom baixinho e num soslaio experiente”, descreveu o psicanalista

EM FOCO

Jaime Milheiro, contemporâneo de Reis Lima, na UPorto n.o 20. Quando às vezes, acrescenta Fernando Reis Lima, irrompia um oposicionista aterrorizado e perseguido pelas autoridades, abria-se uma discreta porta ao fundo do café que, por uma es-cada, dava acesso à residência dos proprietários. O caminho da fuga levava depois ao telhado e, a partir daí, à passagem para a casa da vizinha Maria Alice, que era modista e acolhia o fugiti-vo através da janela das águas-furtadas.Também um antigo empregado da casa, Fernando Coelho dos Santos, recorda uma ocasião em que ajudou um jovem a es-capar à polícia. Os esbirros tinham-se acercado do café com a virulência habitual e subiram desenfreadamente ao primeiro andar, onde funcionava o salão de chá. Então, “um dos rapazi-tos escondeu-se num canto onde estava o elevador de serviço e, quando os guardas vieram perguntar se estava lá alguém, eu respondi que não. E assim o rapaz fugiu”, conta Fernando Coelho dos Santos, com indisfarçável orgulho. As investidas policiais no “Piolho” eram frequentes, sobretudo no ocaso do regime ditatorial, já durante a chamada “Primave-ra Marcelista”. Fernando Coelho dos Santos, que começou a trabalhar no café precisamente em 1971, lembra-se bem do dia em que a GNR tentou entrar a cavalo no “Piolho”, mas apenas logrou colocar as patas do animal lá dentro – o baixo pé direito do estabelecimento não permitia grandes “touradas”. Na lem-brança guarda ainda as diligências que a polícia tomou para encerrar o “Piolho”, por ordem do Governo Civil. “Começou a ser assídua a permanência da polícia. E dessa vez mandaram evacuar o café. Aquele ‘baixinho’ que foi Procurador da Repú-blica [presume-se que seja José Souto Moura, natural do Porto embora licenciado em Coimbra] dirigiu-se à polícia para dizer qualquer coisa e levou logo com o cassetete. Nem teve tempo de dizer nada”, relata Fernando Coelho dos Santos.Entre os “subversivos” (como eram crismados pelo regime) que por essa altura frequentavam o “Piolho”, Fernando Coelho dos Santos aponta ainda o antigo reitor da U.Porto, Ruy Luís Gomes, o poeta Manuel António Pina, o historiador e político José Pacheco Pereira, os deputados Alberto Martins e Strech Monteiro e o linguista Óscar Lopes. Estes e outros opositores à ditadura contavam com a cumplicidade dos empregados do café e também do seu proprietário. “O Reis Lima não se inco-modava [com as rusgas policiais]. Até pagava o prejuízo. Era um bocado contra o regime”, garante Fernando Coelho dos Santos, que trabalhou no “Piolho” durante 46 anos. Um dos sete filhos de Reis Lima, Fernando, tem, porém, uma opinião um pouco diferente. Para ele, o pai não era um opo-sitor ao regime mas sim um homem de “bom coração”. Reis Lima – que herdara o café que o pai, Francisco José de Lima, comprara em 1909 com a mãe e um sócio falecido um ano depois – chegou, inclusivamente, a atribuir a exploração do quiosque a dois dos funcionários mais antigos, sem qualquer contrapartida financeira. O então proprietário frequentou o

AS INVESTIDAS POLICIAIS NO “PIOLHO” ERAM FREQUENTES,

SOBRETUDO NO OCASO DO REGIME DITATORIAL, JÁ DURANTE A CHAMADA

“PRIMAVERA MARCELISTA”

A IMAGEM DO “PIOLHO”

MUITO DEVE AOS ESTUDANTES, AOS PROFESSORES E À VIDA ACADÉMICA.

curso de Medicina mas não logrou concluí-lo, acabando por as-sumir a gestão do “Piolho”. Ao que parece, o estabelecimento já funcionava como tasca e barbearia desde 1880.Quanto aos empregados, embora cautelosos, não caíam na ten-tação da bufaria – tão vulgar nos infaustos tempos da ditadura. “Não nos metíamos em política, mas também não contávamos nada a ninguém. Tínhamos mais medo dos polícias à paisana. Mas os ‘pides’ eram, geralmente, um bocado estúpidos. Nós identificávamo-los pelo chapéu e pela gabardina. E os clientes que eram contra o regime já estavam precavidos para isso. As conversas eram em surdina”, explica Fernando Coelho dos Santos.

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EM FOCO

E finalmente chega esse “dia inicial inteiro e limpo”, como lhe chamou Sophia de Mello Breyner Andresen. “Depois do 25 de Abril, toda a gente falava da revolução. Começou de facto a ser um café livre e frequentado por todos”, salienta Fernando Co-elho dos Santos. Mas os desvarios do PREC não passaram ao largo do “Piolho”, como relembra o antigo empregado, hoje com 74 anos. “Um advogado, que era um bocado ‘virado do capacete’, sacava de uma pistola e gritava: ‘Dou cabo dos fas-cistas que estiverem aqui [no café]’”, conta Fernando Coelho dos Santos.

Berço do “cimbalino”O “Piolho” pertence ao grupo dos cafés mais antigos do Porto, onde se incluem também o Majestic, a Brasileira, o Ceuta, o Guarany e o Aviz. É voz corrente que o café Âncora D’Ouro ganhou o epíteto “Piolho” devido à aglomeração de estudantes num espaço que, face a tamanha afluência, começava a tornar-se exíguo. A estudantada assemelhava-se, pois, aos conhecidos

parasitas que saltitam em cabeças menos asseadas. Mas Fer-nando Coelho dos Santos tem outra versão para o baptismo po-pular do café. Segundo o antigo empregado, os “piolhos” que deram nome à casa eram, na verdade, a arraia-miúda que de-saguava no café logo pela matina. “Existia um mercado nas re-dondezas [o mercado do Anjo, no que é hoje a Praça de Lisboa] e as leiteiras, padeiras, carniceiras vinham com uma caneca de alumínio tomar lá café com leite. Talvez por isso os estudantes começassem a chamar àquilo uma piolheira. Eu acho que foi isto”, conclui Fernando Coelho dos Santos.

Isento de dúvidas é o facto de o “Piolho” ter sido o primeiro café do Porto a ter electricidade, novidade tecnológica que or-gulhosamente exibia num conjunto de 12 lâmpadas à volta de uma coluna no meio da sala e que ainda hoje lá se encontram. A corrente eléctrica era igualmente necessária para fazer mo-ver uma antiga ventoinha com pás de madeira, outra novidade naquele tempo. E, a partir de 1957, uma outra inovação fazia do “Piolho” um café único na cidade: a televisão, aparelho que mais nenhum estabelecimento portuense possuía à época. O “Piolho” foi também o primeiro café da cidade a adquirir uma famosa máquina “La Cimbali”, que deu nome ao “cim-balino” – “aquela coisa que nós em Lisboa chamamos bica”, como terá dito um dia Amália a um dos actuais proprietários, quando ali se deslocou. Aliás, tudo aponta para que tenha sido um dos funcionários do “Piolho”, o chamado “Zé do Bigode”, a espalhar o termo “cimbalino”, que passou a ser atribuído à be-bida extraída da “La Cimbali”. Nos anos 60 chegavam a servir-se 2.500 cafés à hora do almoço!

Mas passado o torvelinho revolucionário de 1974/75 e já sob nova gerência, o “Piolho” entrou em declínio acentuado. “O ambiente começou a degradar-se com a gestão de uns senho-res brasileiros. Era só droga. Até fechávamos às 22h00”, reme-mora, com mágoa, Fernando Coelho dos Santos. “Os senhores Martins e Edgar [actuais proprietários] encontraram o ‘Piolho’ abandalhado. Mas, com as influências que tinham, consegui-ram que a polícia limpasse aquilo tudo. E levantaram o café”, acrescenta ainda. José Martins é, desde 1979, proprietário do “Piolho”, junta-mente com José Pires e Edgar Gonçalves. A mais recente ge-rência procurou, diz José Martins, honrar e projectar o passado que deu fama ao “Piolho”, nomeada-mente através das obras de recu-peração lançadas em 2006. Estas obras envolveram, por exemplo, o restauro de elementos decorativos e arquitectónicos que integravam a traça original mas que, em alguns casos, foram alterados pelos anteriores proprietários. O respei-to pelo passado, corporizado nas placas afixadas nas paredes e que assinalam o sentimento de gratidão que várias gerações de estudantes têm pelo “Piolho”, é um dos pontos de honra da actual gerência. Um dos cursos que não podia deixar de ser lembrado assinalou recentemente 50 anos com um encontro no “Piolho” e a afixação da respectiva placa: foi o Curso Médico de 1954-1959, considera-do um dos mais notáveis da Medicina no Porto, a que pertenceu Fernando Reis Lima. Noutro local, destaca-se a placa das “bodas de prata” (assinaladas em 1964) de outro Curso Médico, o de 1938-1939, provavelmente um dos raros testemunhos da passa-gem destas mais antigas gerações de clientes pelas tertúlias das mesas de café.

No circuito da “night”Os hábitos de hoje não associam o “Piolho” tão directamente à vida académica, como aconteceu durante décadas por se situar “paredes-meias” com a antiga Faculdade de Medicina (depois Letras e actuais Biomédicas) e Faculdade de Ciências (onde tam-bém funcionou a Faculdade de Economia e o Orfeão, estando actualmente consignado à Reitoria). Os cafés eram então fre-quentados por uma certa burguesia citadina que, mercê da sua condição social, colocava os filhos a estudar na Universidade.A sociedade mudou muito nas três últimas décadas e o “Pio-lho” parece ter sabido adaptar-se aos novos tempos. Para tanto, muito contribuíram o recente alargamento do horário de fun-cionamento até às 4h00 (desde 1997 que encerrava às 2h00) e, sobretudo, o renascimento dos Clérigos como zona trendy da noite portuense. O café serve hoje de prelúdio do circuito noc-tívago, antecedendo a romagem aos bares e discotecas que en-xameiam as artérias circundantes. E, assim, o “Piolho” ganhou uma clientela ainda mais heterogénea. Terá perdido alguma da fauna intelectual e artística portuense – embora os poetas Manuel António Pina e Jorge Sousa Braga, o actor António Ca-pelo, o escritor Carlos Tê, o cantor Rui Reininho e o professor universitário Paulo Morais continuem a ser vistos no vetusto café –, mas o contingente académico mantém-se e alguma da beautiful people da cidade também pára por lá.

João Sousa, 22 anos, estudante da Faculdade de Engenharia e magister da Tuna Universitária do Porto, é frequentador do “Piolho” desde caloi-ro. Natural de Vila Real, já antes de vir estudar para o Porto ouvia falar do café pelos pais, que também foram estudantes da U.Porto. Sempre que vem ao “Piolho” encontra caras conhecidas. Para além das noitadas de convívio, muitas das noites de ensaio da Tuna, que decorrem nas traseiras da Faculdade de Direito, na Rua dos Bragas, acabam no “Piolho”, que se tornou mais um espaço da cidade e não tanto da Universidade.As memórias dos estudantes de outros tempos, deixadas nas placas afixadas nas paredes, lá estão na altivez do seu silêncio. Mas já pouco dizem aos actuais frequentadores na azáfama das entradas e saídas, das conversas mais ou menos gritadas e dos “finos” que não chegam a pousar no balcão. As mesas, essas, continuam enfileiradas a pontuar as conversas, tão ou mais ve-lhas do que as placas.

“EXISTIA UM MERCADO NAS REDONDEZAS [O MERCADO DO ANJO, NO QUE É HOJE A PRAÇA

DE LISBOA] E AS LEITEIRAS, PADEIRAS, CARNICEIRAS VINHAM

COM UMA CANECA DE ALUMÍNIO TOMAR LÁ CAFÉ COM LEITE”.

A SOCIEDADE MUDOU MUITO NAS TRÊS ÚLTIMAS DÉCADAS E O “PIOLHO” PARECE TER SABIDO ADAPTAR-SE AOS NOVOS TEMPOS.

Fernando Reis Lima

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FACE-A-FACE

O Hospital de S. João acaba de completar 50 anos de actividade. Como será o futuro próximo da instituição?O Conselho de Administração do Hospital de S. João elaborou um plano estratégico, no qual definiu uma visão, uma missão e um conjunto de objectivos. O plano apresenta três centralida-des: o doente, a eficiência e o envolvimento dos profissionais. Em relação ao doente, trata-se de oferecer a excelência ao nível da prática clínica – o que se consegue com bons profissionais e meios tecnológicos de acordo com o “estado da arte” – e ao nível do atendimento – o que significa desenvolver processos que promovam a qualidade do acolhimento, humanizem os serviços e melhorem a capacidade hoteleira. Já a eficiência tem a ver com o adequado uso dos recursos (me-dicamentos, material de consumo clínico, reagentes, etc.), com a organização por processos, com a manutenção das infra-es-truturas, com a melhoria da produtividade global, com a redu-ção da demora média... Tudo isto orientado para a obtenção de um equilíbrio financeiro e garantindo a resposta às solicitações crescentes do nosso posicionamento estratégico. O envolvimento dos profissionais assenta num conjunto de princípios, como as condições de trabalho, a integração na equipa, a formação contínua, o ajustamento dos recursos hu-manos às necessidades do hospital, o reconhecimento do méri-to e o sentimento de pertença ao S. João. Isto exige a profissio-nalização da gestão dos recursos humanos e uma abordagem humanizada das pessoas que trabalham no hospital.

Falou aqui em humanizar o hospital. O que é que já foi feito a este nível?Em 2008 criámos o Serviço de Humanização, que tem uma função específica mas funcional e é avaliado como qualquer outro. Nós percebemos que o acolhimento, o atendimento, a relação humana com os doentes estavam dependentes da for-mação, ou ausência dela, que os profissionais tiveram durante a vida ou do conjunto de conceitos de humanização que iam circulando no hospital. E o que fizemos foi pôr a funcionar um sistema enzimático que cataliza a aplicação de um conceito único de humanização em todo o hospital, conceito esse que passa por respeitar a singularidade do doente e por promover um diálogo mais estreito entre este e os médicos, enfermeiros e auxiliares. Não se trata de ensinar os profissionais a lidar com os doentes, mas sim de assegurar que a qualidade no tratamen-to humano é transversal a todos os serviços.

A partir das três centralidades que referiu, em que patamar de no-toriedade quer colocar o hospital?Em primeiro lugar, o S. João vê-se como um hospital universi-tário de referência a nível europeu. Este é, digamos, o grande princípio orientador. Isto significa que a marca Hospital de S. João, que era maltratada, desprezada ou mesmo achincalhada, se vai impondo pelo respeito e pelo prestígio, nomeadamente entre as instituições ligadas à saúde.

O presidente do Conselho de Administração do Hospital de S. João, António Ferreira, quer abrir a instituição à cidade e às suas forças mais dinâmicas. Garante que a parceria com a Fa-culdade de Medicina é para aprofundar, mas não desdenha co-laborações mais estreitas com outras unidades orgânicas da U.Porto. Acabado de completar 50 anos de existência, o S. João encontra-se num amplo processo de requalificação, com o qual espera consolidar o seu estatuto de “hospital universitário de referência a nível europeu” e garantir a “excelência no aten-dimento, acolhimento, tratamento e reintegração do doente”.

“QUEREMOS APROFUNDAR A

PARCERIA COM AUNIVERSIDADE

DO PORTO”

ANTÓNIO FERREIRA PRESIDENTE DO CA DO HOSPITAL DE S. JOÃO

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Obras até 2012

Referiu o novo Hospital Pediátrico, uma das valências do processo de requalificação do S. João. Em que consiste este processo? O processo de reconstrução do hospital iniciou-se em 2006. Quando esta administração começou a trabalhar, havia já al-guns planos relacionados com o Serviço de Psiquiatria, que estava em obras, e um plano para o Serviço de Urgência. Nós entendemos que devíamos ainda remodelar toda a estrutura de internamento, implementar o conceito de Hospital de Am-bulatório e deixar uma área de internamento que é extrema-mente apelativa, a pediatria, para a captação de financiamento privado. Neste sentido, estamos a proceder à renovação e ampliação de todas as unidades de internamento. Vamos avançar para a construção do edifício de ambulatório, que vai ser um hospital separado do hospital dito de internamento. Simultaneamente, esperamos em breve arrancar com aquilo a que chamo de Hos-pital Pediátrico integrado. E mal seja possível ter a funcionar o novo edifício do ambulató-rio, vai ser construído na parte sul do S. João um parque de es-tacionamento (subterrâneo e aéreo) e um centro de apoio para os profissionais do hospital, com uma creche/escola (ensino pré-primário e primário). Por cima, haverá um centro de lazer para os funcionários, uma pequena zona comercial (serviços utilitários: sapateiro, chaveiro, etc.), espaços para os nossos parceiros sociais (sindicatos, ordens, associações de doentes, etc.) e até escritórios para empresas. Portanto, o S. João ficará organizado desta maneira. A frente do hospital será um espaço de acolhimento e de prazer, com um grande jardim. A ala poente será destinada ao Hospital de Am-bulatório. A ala nascente é para os serviços logísticos, a cogera-ção, a central de compounding, o ecoponto.... E a parte sul, atrás do hospital, será a área destinada às comodidades dos funcio-nários: parque de estacionamento, escola, spa, ginásio....

O que quer dizer com “Hospital Pediátrico integrado”?Para além de incluir todas as especialidades pediátricas e res-pectivos equipamentos, o novo Hospital Pediátrico vai contar ainda com os meios tecnológicos e humanos de todas as outras especialidades. Quer isto dizer que não vamos ter uma unidade pediátrica isolada, mas sim uma unidade pediátrica que, não só satisfaz todos os critérios que são exigidos no atendimento de crianças e suas famílias, como é suportada por um hospital que dispõe de todas as valências médico-cirúrgicas. Assim, o Hospital Pediátrico vai abordar todas as dimensões da criança e do adolescente. E quando uma criança é internada, ela continuará a ter apoio familiar e educativo. A família fica a viver com a criança no hospital, porque tem condições para lá estar. Ao mesmo tempo, a criança terá professores que man-têm o seu processo educativo. É preciso assegurar a interacção com os pais, com os colegas, com a escola... De maneira a que o hospital seja o menos agressivo e o menos isolante possível.

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FACE-A-FACE

A boa nova surgiu em nota oficiosa pu-blicada, no Diário de Notícias de 27 de Julho de 1933, por António de Oliveira Salazar: “Vai ser mandado para o ‘Di-ário’ o decreto que autoriza o Governo a fazer construir imediatamente nas ci-dades de Lisboa e Porto dois hospitais escolares”. Todavia, o processo conheceu avanços e sobretudo recuos nas décadas se-guintes, pelo que só em 24 de Junho de 1959 o Hospital de S. João foi ofi-cialmente inaugurado. O edifício, da autoria do arquitecto alemão Hermann Distel, arrastou-se por entre buro-cracia, indecisões políticas e obras complexas. Mas, uma vez concluído, rapidamente se tornou uma referência da assistência hospitalar em Portugal. A Comissão Instaladora do hospital foi presidida por Hernâni Monteiro, o principal obreiro da instituição e deca-no da Faculdade de Medicina (FMUP). Coube, aliás, ao ínclito anatomista dar a lição inaugural dos trabalhos escola-res da FMUP no novo edifício da Aspre-la, em 9 de Novembro de 1959. Tinha assim início a profícua relação entre a faculdade e o hospital, que acolhe hoje esta unidade orgânica da U.Porto em regime de condomínio.De resto, o S. João foi idealizado como um hospital escolar, à semelhança de muitos outros que, nos países mais desenvolvidos, se dedicavam eminen-temente ao ensino da medicina e à investigação clínica. Mas por vicissi-tudes várias, a instituição acabou por concentrar muitas das suas energias na prestação de cuidados de saúde a uma população numerosa e com ca-rências sociais graves. Não obstante, o S. João ajudou a formar alguns dos melhores médicos, cirurgiões e enfer-meiros deste país. Em 27 de Março de 2007 tomou posse o Conselho de Administração presidido por António Ferreira, especialista em Medicina Interna e docente da FMUP. Foram, então, postos em marcha um novo conceito de organização clínica e um ambicioso projecto de requalifica-ção das instalações hospitalares.

O S. João é já um hospital com escala, massa crítica e capacidade tecnológica para ombrear com os seus congéneres europeus? A este respeito não tenho dúvidas absolutamente nenhumas. Para se ser uma referência hospitalar são necessárias duas coisas: produção científica com impacto no mundo da saúde, quer por via da investigação, quer por via da actividade clínica; e excelência no atendimento, acolhimento, tratamento e rein-tegração do doente. E eu, francamente, com as competências técnico-científicas existentes no S. João, com a capacidade de

mudança que o hospital revela, julgo que te-mos a obrigação de ser ambiciosos. Por outro lado, os indicadores de qualidade e eficiência disponíveis, e que nos permitem algum ben-chmarking, mostram que estamos lá. Agora, é preciso consolidar os indicadores e construir a marca pelas duas vias já referidas: ciência/tec-

nologia e qualidade dos processos. Tanto mais que, num con-texto de circulação de pessoas e bens na Europa, mesmo entre serviços nacionais de saúde a competição vai existir.

Marca S. João

Fala muito da marca. Até que ponto esta questão é importante para o futuro do hospital?A questão da marca S. João é fundamental. O objectivo é que, quando se falar em saúde na área de influência do hospital – a região Noroeste da Península Ibérica –, o S. João seja identifi-cado como um pólo de desenvolvimento. No futebol, se se falar da cidade, toda a gente a associa a um clube. Na saúde, se se falar na cidade e nesta região, tem de se associar a um hospital: o Hospital de S. João. E consequentemente ter em conta que se trata de um hospital universitário. Logo, com uma parceria profícua com a Faculdade de Medicina (FMUP).

Há a intenção de aprofundar essa parceria?Queremos não só aprofundar a parceria com a FMUP, mas também com a U.Porto no seu todo. Embora o nosso parcei-ro dentro da Universidade seja obviamente a FMUP, estão em curso parcerias com uma série de outras faculdades. De Ciências da Vida, mas também de Engenharia, Economia, Ar-quitectura.... A Universidade é um pólo de conhecimento e de desenvolvimento espantoso da cidade do Porto e de toda esta região. E por isso faz todo o sentido a parceria com a FMUP para a formação pré e pós-graduada, para a investigação e para o desenvolvimento, mas faz também sentido que esta parceria se alargue a outros domínios do conhecimento, no âmbito da U.Porto. E mais do que isso: faz todo o sentido que o hospital entre nesta teia, neste imbricado de relações, que é a cidade.

Como está a fazer-se a abertura do hospital à cidade? Se, por um lado, o hospital quer constituir-se como um lugar para quem lá vai e dele necessita, por outro, também quer sen-tir a cidade como um seu lugar. Falo da cidade num contexto mais abstracto, enquanto imbricado de relações culturais, em-presariais, sociais, artísticas... A grande oportunidade para isso foi, a meu ver, as comemorações dos 50 anos e o lançamento do conceito “Hospital de S. João, um lugar na cidade”. No âm-bito das comemorações, houve o envolvimento de um vasto número de artistas plásticos, fotógrafos, músicos e actores, bem como a realização de tertúlias para debater problemas nos quais o S. João está envolvido. Mas a procura de um lugar na cidade também passa por um forte envolvimento no Pólo de Competitividade da Saúde [He-alth Cluster Portugal], a partir do qual o Hospital de S. João se junta à U.Porto, a institutos científicos altamente prestigiados (IPATIMUP, IBMC, etc.) e a empresas. A ideia é avançar com projectos de investigação que originem produtos comercializá-veis por empresas e que, por isso, tenham retorno. Do ponto de vista cultural, o hospital tem de estar inserido no roteiro da cidade. Temos com a FMUP um dos mais ricos mu-seus de História da Medicina, que deve estar disponível para o grande público. Temos também, no âmbito da construção do Hospital Pediátrico, um projecto para um centro de Ciência Viva. Queremos que esse centro integre o roteiro da cidade e permita a interacção de crianças saudáveis com o S. João, fazen-do-se assim a aprendizagem da vivência hospitalar. O hospital não pode ser visto como um gueto para onde vão doentes.

REFERÊNCIA NA ASSISTÊNCIAHOSPITALAR

“O S. JOÃO VÊ-SE COMO UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE

REFERÊNCIA A NÍVEL EUROPEU. ESTE É, DIGAMOS, O GRANDE

PRINCÍPIO ORIENTADOR”.

“SE, POR UM LADO, O HOSPITAL QUER CONSTITUIR-SE COMO UM LUGAR PARA QUEM LÁ VAI E DELE NECESSITA, POR OUTRO, TAMBÉM QUER SENTIR A CIDADE COMO UM SEU LUGAR”.

“ESTAMOS A PROCEDER À RENOVAÇÃO E

AMPLIAÇÃO DE TODAS AS UNIDADES DE

INTERNAMENTO”.

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FACE-A-FACE

“É PRECISO ASSEGURAR A INTERACÇÃO COM OS PAIS,

COM OS COLEGAS, COM A ESCOLA... DE MANEIRA A QUE

O HOSPITAL SEJA O MENOS AGRESSIVO E O MENOS

ISOLANTE POSSÍVEL”.

“AS CONDIÇÕES COM QUE O HOSPITAL DE S. JOÃO VAI FICAR DEPOIS DE CONCLUÍDAS AS OBRAS DE RENOVAÇÃO SÃO ALTAMENTE CONCORRENCIAIS COM A ESMAGADORA MAIORIA DOS HOSPITAIS PRIVADOS”.

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FACULDADE DE BELAS ARTESAv. Rodrigues de Freitas, 265 • 4049-021 Porto • Tlf: +351225192400 • Fax: +351 225367036 • http://www.fba.up.pt

2.º Ciclo /Mestrado Arte e Design para o Espaço PúblicoDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutora Gabriela Pinheiro • Candidaturas para 2009/2010: 31 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 20 • Informações: 22 5192407 | [email protected]

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Design de Imagem Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Heitor Alvelos • Candidaturas para 2009/2010: 31 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 20 • Informações: 22 5192407 | [email protected]

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Estudos Artísticos – Especialização em Teoria e Crítica da ArteDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutora Lúcia Matos • Candidaturas para 2009/2010: 31 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 20 • Informações: 22 5192407 | [email protected]

Pintura Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor António Quadros Ferreira • Candidaturas para 2009/2010: 31 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 20 • Informações: 22 5192407 | [email protected]

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2.º Ciclo /Mestrado Arquitectura PaisagistaDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Maria José Dias Curado • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Propina: € 996 • Vagas 2009/2010: 55 • Informações: [email protected] / 220402032

AstronomiaDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Mário João Pires Fernandes Garcia Monteiro • Candidatu-ras para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Propina: € 996 • Vagas 2009/2010: 15 • Informações: [email protected] / 220402032

Biodiversidade, Genética e Evolução Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Paulo Jorge de Barros Alexandrino • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Propina: € 996 • Vagas 2009/2010: 25 • Informações: [email protected] / 220402032

Biologia Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor José Joaquim Saraiva Pissarra • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Propina: € 996 • Vagas 2009/2010: 30 • Informações: [email protected] / 220402032

Biologia e Geologia em Contexto Escolar Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Luís Filipe de Sá Cesariny Calafate • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Propina: € 996 • Vagas 2009/2010: 20 • Informações: [email protected] / 220402032

Biologia e Gestão da Qualidade da ÁguaDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Prof. Doutor Maria da Natividade Ribeiro Vieira • Vagas 2009/2010: 15 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

BioquímicaVer Cursos/Ciclos de Estudos MultidisciplinaresDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Prof. Doutora Maria João Ribeiro Nunes Ramos • Sede Administrativa para 2009/2010: ICBAS • Candidaturas para 2009/2010: • Vagas 2009/2010: 25 • Informações: [email protected] / 220402032

Ciência de Computadores Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Rogério Ventura Lages dos santos Reis • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 40 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Ciências do Consumo e NutriçãoVer Cursos/Ciclos de Estudos Multidisciplinares da U.PortoDirector: Prof. Doutor Luís Miguel So-ares Ribeiro Leite da Cunha • Sede Administrativa para 2009/2010: FCUP • Vagas 2009/2010: 20 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Ciências e Tecnologia do Ambiente Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Nuno Eduardo Malheiro Magalhães Esteves Formigo • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 40 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Ciências ForensesVer Cursos/Ciclos de Estudos Multidisciplinares da U.Porto (sede FMUP)

Contaminação e Toxicologia Ambientais (ICBAS/FCUP)Ver Cursos/Ciclos de Estudos Multidisciplinares da U.PortoDirector: Prof. Doutor Lúcia Guilhermino (ICBAS) • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) Sede Administrativa para 2009/2010: ICBAS • Vagas 2009/2010: 20 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Desenvolvimento Curricular pela Astronomia Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Jorge Paulo Maurício de Carvalho • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 20 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Ecologia, Ambiente e Território Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor José Pradi-nho Honrado • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 25 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Engenharia Agronómica Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Ana Rita Jordão Bentes Cabrita • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 35 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

FORMAÇÃO CONTÍNUA DA

UNIVERSIDADEDO PORTO

FORMAÇÃO CONTÍNUA DA

UNIVERSIDADE DO PORTO

AtençãoA presente lista não

dispensa a consulta da página do Catálogo de Formação Contínua da

U.Porto 2009, em ht-tp://www.up.pt > Ensino > Educação > Contínua > Catálogos, através da

qual poderá aceder a todas informações (em constante actualização) sobre os vários cursos que compõem a oferta

da U.Porto.

Como é que se vai processar a parceria com os privados?O hospital vai arrancar por alas, ainda este ano. Cada ala é ven-dida a uma empresa patrocinadora. E coloca-se a questão: “Mas o que é que interessa ao patrocinador financiar a construção de uma ala?”. Interessa por que nós damos um conjunto de contrapartidas. Assinámos um protocolo com a RTP em que, através da divulgação televisiva do projecto, é garantido ao pa-

trocinador o retorno do financiamento em visibilidade. Visibilidade em efeitos publi-citários, mas também a visibilidade que a responsabilidade social dá à marca. E a RTP beneficia daquilo que o hospital lhe pode dar: conteúdos, profissionais disponíveis para participar em programas, produção de espectáculos... Portanto, faz-se aqui uma

triangulação em que todos saem a ganhar. E assim estou bas-tante convicto que será possível construir o Hospital Pediátrico integrado. Tudo isto está associado a um merchandising que já arrancou com vários parceiros: RTP, Jornal de Notícias, FC Porto, Câ-mara Municipal do Porto... A campanha chama-se “Um Lugar para o Joãozinho”. Tem uma mascote, o Joãozinho, e uma série de produtos associados: toalhas, fraldas, pratos, canecas... Cri-ámos também uma linha de doação para empresas e particula-res, que está a ser divulgada pela RTP.

Qual é o orçamento global deste plano de requalificação do hospital?Tirando o Hospital Pediátrico [14 milhões de euros], o orça-mento ronda os 78 milhões de euros.

E quando esperam concluir o plano?No final de 2012. Em 2009 lançar-se-á o ambulatório e a pe-diatria. Mesmo que haja alguma derrapagem na empreitada, prevê-se que estejam concluídos dentro de um ano e meio. E a parte estrutural de apoio aos nossos profissionais iniciar-se-á nessa altura, tendo como prazo de execução o final de 2012.

Equilíbrio financeiro

O processo de requalificação é também uma forma de preparar o S. João para a concorrência dos hospitais privados? As condições com que o Hospital de S. João vai ficar depois de concluídas as obras de renovação são altamente concorrenciais com a esmagadora maioria dos hospitais privados. No que diz respeito às instalações para acolher doentes, às condições para formação e investigação – convém não esquecer que a FMUP lançou agora as obras para um novo edifício, o que vai acres-centar valor a este contexto hospital-faculdade –, ao apoio aos profissionais da instituição, ao funcionamento logístico (redes de electricidade, água, produção energética, preparação de medicamentos, circulação de pessoas e bens, sistemas de in-formação, etc.), eu só tenho uma expressão: é um hospital de sonho! É o hospital que nós que trabalhamos aqui há muitos anos almejávamos e que muita gente ainda acha que não vai ser possível concretizar. Neste sentido, o novo Hospital de S. João é uma espécie de miragem. Só que é uma miragem que tem todas as condições, financeiras e outras, para se materiali-zar. Tenhamos nós a serenidade e a capacidade de entrega para levar o projecto até ao fim.

Já não existem constrangimentos financeiros à actividade do hos-pital?O hospital tem as suas contas equilibradas. No primeiro exer-cício como EPE [Entidade Pública Empresarial], em 2006, teve ainda um subsídio de convergência que rondou os 50 milhões de euros e terminou o ano com um resultado líquido negativo de 5 milhões de euros. Em 2007, o subsídio de convergência desceu para cerca de 20 milhões de euros e o resultado foi po-sitivo em 0,7 milhões de euros. No ano seguinte, o subsídio de convergência foi de zero e terminámos o exercício com um resultado positivo de quase 278 mil euros.

Este equilíbrio financeiro resulta do aumento de receitas próprias ou da retracção das despesas?Resulta das duas coisas. Fundamentalmente, houve uma po-lítica de contenção de custos baseada na racionalização dos consumos (medicamentos, material de consumo clínico, re-agentes, etc.) e um aumento de proveitos graças ao cumpri-mento do contrato-programa com o Serviço Nacional de Saúde. Nós produzimos o necessário para receber tudo o que estava previsto no contrato. Tratámos muitos mais doentes em 2008 do que em 2005 – reduzindo significativamente as listas de espera – e por um custo unitário incomparavelmente menor, como se pode ler no Relatório e Contas de 2008 – que, aliás, se encontra publicado e disponível para consulta pública. Além disso, revelámos uma maior capacidade de captação de fundos dos subsistemas, que são pagos ao hospital pelas respectivas entidades (seguros, ADSE, etc.).

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Engenharia Geográfica Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Prof. Doutor José Alberto Álvares Pereira Gonçalves • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 30Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Engenharia Matemática Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Maria de Fátima Taveira Pires de Carvalho • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 15 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Ensino da Biologia e da Geologia no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Clara Maria da Silva de Vasconcelos • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 44 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Ensino da Física e da Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino SecundárioDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor João Carlos de Matos Paiva • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 35 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Ensino da Matemática no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino SecundárioDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Maria Eugénia de Almeida César de Sá • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 24 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Física Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Abílio de Jesus Monteiro Almeida • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 20Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Física Médica Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Joaquim Agos-tinho Gomes Moreira • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 12 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Física e Química em Contexto Escolar Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Paulo Simeão de Oliveira Ferreira de Carvalho • Candi-daturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 35 • Propina: € 996 • In-formações: [email protected] / 220402032

Fisiologia Molecular de PlantasVer Cursos/Ciclos de Estudos em Colaboração (UPorto/UMinho)Sede Administrativa: FCUP • Director: Prof. Doutora Arlete Maria Pereira Moreira dos Santos Pinto • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (para vagas sobrantes da 1ª fase) Vagas 2009/2010: 20 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032 Geologia Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Deolinda Maria dos Santos Flores Marcelo da Fonseca • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 20 • Propina: € 996 • Informações: [email protected] / 220402032

Genética Forense Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor António Manuel Amorim dos Santos • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 10 • Informações: [email protected] / 220402032

Geomateriais e Recursos GeológicosVer Cursos/Ciclos de Estudos em Colaboração (UPorto/UAveiro)Director: Prof. Doutor Maria Manuela Coelho Marques • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 4 de Setem-bro de 2009 • Vagas 2009/2010: 25 • Propina: € 996 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Informática MédicaVer Cursos/Ciclos de Estudos Multidisciplinares da U.PortoDirector: Prof. Doutor Altamiro Manuel Rodrigues da Costa Pereira (FMUP) • Se-de Administrativa para 2009/2010: FMUP

Matemática Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Isabel salgado La-bouriau • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 30 • Propina: € 996 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Matemática para Professores Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Carlos Manuel Monteiro Correia de Sá • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010:

35 • Propina: € 996 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Modelação, Análise e Optimização de Processos Industriais Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Prof. Doutor Gueorgui Vitalievitch Smirnov • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) Vagas 2009/2010: 15 • Propina: € 996 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Química Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Maria das Dores Melo da Cruz Ribeiro da Silva • Candi-daturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 50 • Propina: € 996 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Recursos Biológicos Aquáticos Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Aires Manuel Pe-reira de Oliva Teles • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Se-tembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 15 • Propina: € 996 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Sistemas de Informação Geográfica Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor André Ribeiro da Silva de Almeida Marçal • Candidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 15 • Propina: € 996 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

3º Ciclo / Doutoramento

Astronomia Duração: 6 semestres • Director: Prof. Doutor Maria Teresa Vaz Torrão Lago • Candidaturas para 2009/2010: 31 de Agosto a 18 de Setembro (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 6 • Propina: € 2500 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

BiologiaDuração: 6 semestres • Director: Prof. Doutor Aires Manuel Pereira de Oliva Teles • Candidaturas para 2009/2010: Em permanência • Vagas 2009/2010: 50 • Propina: € 2500 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Biologia de PlantasVer Cursos/Ciclos de Estudos em Colaboração Duração: 8 semestres • Candidaturas para 2009/2010: 15 de Julho a 15 de Setembro (1ª fase) • Vagas 2009/2010: 15 • Propina: € 2500 / ano • Infor-mações: [email protected] / 220402032

Ciência de Computadores Duração: 6 semestres • Director: Prof. Doutor Armando Barbot Campos Matos • Vagas 2009/2010: 30 • Propina: €

2500 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Ciências Forenses Ver Cursos/Ciclos de Estudos Multidisciplinares da U.Porto Duração: 8 semestres • Candidaturas para 2009/2010: 07 a 18 de Setembro de 2009 • Vagas 2009/2010: 15 • In-formações: [email protected] / 220402032

Ciências e Tecnologias do Ambiente Duração 6 semestres/ 180 ECTS • Direc-tor: Prof. Doutor Nuno Eduardo Malheiro Magalhães Esteves Formigo • Candida-turas para 2009/2010: Em permanência • Vagas 2009/2010: 5 • Propina: € 2500 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Consumo Alimentar e NutriçãoVer Cursos/Ciclos de Estudos Multidisciplinares da U.PortoCandidaturas para 2009/2010: 24 de Agosto a 04 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Sede Administrativa para 2009/2010: FCNAUP • Vagas 2009/2010: 10 • Propina: € 2500 / anoInformações: [email protected] / 220402032

Física (MAP-FIS)Ver Cursos/Ciclos de Estudos em ColaboraçãoDirector: Prof. Doutor David Simon Sch-mool • Candidaturas para 2009/2010: Até 18 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 25

GeociênciasVer Cursos/Ciclos de Estudos em ColaboraçãoDirector: Prof. Doutor Fernando Manuel Pereira de Noronha • Candidaturas para 2009/2010: Até 18 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 20

Matemática Aplicada Ver Cursos/Ciclos de Estudos Multidisciplinares da U.Porto Director: Prof. Doutor Sílvio Marques de Almeida Gama • Sede Administrativa para 2009/2010: FCUP • Candidaturas para 2009/2010: 01 a 31 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas 2009/2010: 25 • Propina: € 2500 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Química Duração: 6 semestres • 180 ECTS • Director: Prof. Doutor Manuel Aníbal Varejão Ribeiro da Silva • Candidaturas para 2009/2010: Aberto em permanên-cia • Vagas 2009/2010: 50 • Propina: € 2500 / ano • Informações: [email protected] / 220402032

Química SustentávelVer Cursos/Ciclos de Estudos em Colaboração Duração: 6 semestres • 180 ECTS • Candidaturas exclusivamente online: 01 a 15 de Setembro de 2009 • Vagas 2009/2010: 40 • Informações: [email protected] / 220402032

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FACULDADE DE ENGENHARIARua Dr. Roberto Frias, s/n • 4200-465 Porto • Tlf: +351 225081400/ Fax: +351 225081440 • http://www.fe.up.pt

2.º Ciclo / Mestrado Ciência da InformaçãoVer Cursos/Ciclos de Estudos Multidisci-plinares da U.Porto (sede FEUP)Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor António Manuel Lucas Soares • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 15 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Pro-pina: € 996 / ano • Informações: +351 225082134 / [email protected]

Design Industrial Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Fernando Jorge Lino Alves • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 8 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Propina: € 996 / ano • Informações: +351 225082134 / [email protected]

Engenharia Biomédica Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Fernando Jorge Mendes Monteiro • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Pro-pina: € 996 / ano • Informações: +351 225081870 / [email protected]

Engenharia de Minas e Geo-AmbienteDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Prof. Doutor José Manuel Soutelo Soeiro de Carvalho • Candidaturas: 16 • de Junho a 28 de Agosto de 2009 • Vagas para 2009/2010: as sobrantes da 1ª fase • Propina: € 996 / ano • Informa-ções: +351 225081400 • [email protected]

Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor João Manuel Abreu dos Santos Baptista • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 (6 para estudantes com CAP e 4 para estudan-tes sem CAP em SHT) • Propina: € 996 / ano • Informações: +351 225081929 / [email protected] Engenharia de Serviços e Gestão Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor João Bernardo de Sena Esteves Falcão e Cunha • Candi-daturas: 16 de Junho a 28 de Agosto (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 30 (acres-cidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Propina: € 996 / ano • Informações: +351 225081639 / [email protected]

Inovação e Empreendedorismo TecnológicoVer Cursos/Ciclos de Estudos Multidisciplinares da U.Porto (sede FEUP)Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Prof. Doutor João José da Cunha e Silva Pinto Ferreira • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Pro-pina: € 996 / ano • Informações: +351 932934529 / [email protected]

MultimédiaVer Cursos/Ciclos de Estudos Multidisciplinares da U.Porto (sede FEUP)Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Eurico Manuel Elias Morais Carrapatoso • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 (acres-cidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Propina: € 996 / ano • Informações: +351 225081400 / [email protected]

3.º Ciclo / Doutoramento

Engenharia FísicaDuração: 3 anos • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: as sobrantes da 1ª fase • Propina: € 3000 / ano • Infor-mações: +351 225081400 / [email protected]

Engenharia do AmbienteDuração: 3 anos • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: as sobrantes da 1ª fase • Propina: € 3000 / ano • Infor-mações: +351 225081400 / [email protected]

Engenharia Metalúrgica e de MateriaisDuração: 3 anos • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 5 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Pro-pina: € 3000 / ano • Informações: +351 225081400 / [email protected]

Engenharia Biomédica Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Fernando Jorge Mendes Monteiro • Can-didaturas: 26 de Maio a 18 de Agosto de 2008 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Propina: € 3000 / ano • Infor-mações: +351 225081870 / [email protected]

Engenharia Civil Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Raimundo Moreno Delgado • Candida-turas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 5 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Propina: € 3000 / ano • Informa-ções: +351 225081400 / [email protected]

Engenharia e Gestão de Transportes Duração: 3 anos • Director: Prof. Dou-tor Álvaro Fernando de Oliveira Costa • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 2 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Propina: € 3000 / ano • Informações: +351 225081903 / [email protected]

Engenharia Electrotécnica e de Com-putadores Duração: 3 anos • Director: Prof. Dou-tor José Carlos dos Santos Carvalho Príncipe • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: não se aplica • Propi-na: € 3000 / ano • Informações: +351 225081400 / [email protected]

Engenharia Industrial e Gestão Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor João Bernardo de Sena Esteves Falcão e Cunha • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Propina: € 5000 / ano • Informações: +351 225081639 / [email protected]

Engenharia Informática Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Eugénio da Costa Oliveira • Candida-turas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 7 (acrescidas das vagas sobrantes da 1ª fase) • Propina: € 3000 / ano • Infor-mações: +351 225081977 / [email protected]

Engenharia Mecânica Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Paulo Manuel Salgado Tavares de Castro • Candidaturas: 16 de Junho a 28 de Agosto de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: as sobrantes da 1ª fase • Propina: € 3000 / ano • Informações: +351 225081400 / [email protected]

FACULDADE DE FARMÁCIAR. Aníbal Cunha n.º 164 • 4050-047 Porto • Tlf: +351 222078900/ Fax: +351 222003977 • http://www.ff.up.pt

2.º Ciclo / Mestrado

Análises Clínicas Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Agostinho Franklim Pinto Marques • Candidaturas: 20 de Ju-lho a 28 de Agosto de 2009 • Vagas para 2009/2010: 25 • Propina: € 996 / 1º ano • Informações: 222078901 / [email protected]

Controlo de QualidadeDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Carlos Manuel Magalhães Afonso • Candidaturas: 20 de Julho a 28 de Agosto de 2009 (1ª fase)21 a 25 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 16 • Propina: €

996 / 1º ano • Informações: 222078901 / [email protected]

Química Analítica Ambiental Duração: 3 semestres • 90 ECTS • Di-rector: Prof. Doutor José Luís Fontes da Costa Lima • Candidaturas: 20 de Julho a 28 de Agosto de 2009 (1ª fase)21 a 25 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 12 • Propina: € 996 / 1º ano • Informações: 222078901 / [email protected]

Tecnologia Farmacêutica Duração: 4 semestre • 120 ECTS • Directora: Prof. Doutora Maria Fernanda Coelho Guedes Bahia • Candidaturas: 20 de Julho a 28 de Agosto de 2009 (1ª fase) 21 a 25 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Propina: € 996 / 1º ano • Informações: 222078901 / [email protected]

3.º Ciclo / Doutoramento

Ciências Farmacêuticas Directora: Prof. Doutora Madalena Maria de Magalhães Pinto • Duração: 8 semes-tres / 240 ECTS • Candidaturas: 03 de Agosto a 30 de Setembro de 2009 (1ª fa-se) 01 de Outubro a 30 de Novembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: sem limite • Propina: € 2500 / ano • Informações: 222078901 / [email protected]

FACULDADE DE LETRASVia Panorâmica, s/n • 4150-564 PortoTlf: +351 226077100/ Fax: +351 226091610 • http://www.letras.up.pt

2.º Ciclo / Mestrado

Arqueologia Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Maria de Jesus Sanches • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Propina: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Ciências da ComunicaçãoVer Cursos/Ciclos de estudo Multidisciplinares da U.PortoDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Rui Manuel Sobral Centeno • Sede Administrativa: FLUP • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/10: 60Propina: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Ciência da InformaçãoVer Cursos/Ciclos de estudo Multidisci-plinares da U.Porto (sede FEUP) • Vagas para 2009/2010: 30 • Director: Prof. Doutor António Manuel Lucas SoaresCandidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Sede Administrativa: FLUP • Propina: € 1250 / ano • Infor-mações: +351 226077100 / [email protected]

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Didáctica das Línguas Maternas ou Estrangeiras e Supervisão Pedagógica em Línguas Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Rosa Bizarro • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 12 • Propina: € 1250 / ano • Informa-ções: +351 226077100 / [email protected]

Ensino da Filosofia no Ensino SecundárioDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutora Paula Cristina Mo-reira da Silva Pereira • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 15 • Propina: € 996 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Ensino da História e da Geografia no 3º Ciclo do EB e no ESDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Prof. Doutor Luís Alberto Marques Alves • Candidaturas: 01 a 12 de Setem-bro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 30 • Propina: € 996 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Ensino de Inglês e de LE no EBDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutora Rosa Porfíria Bizarro Monteiro dos Reis Soares • Can-didaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 32 ( Inglês: 15; Francês: 7; Espanhol: 5; Alemão 5) • Propina: € 996 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Ensino de Português e LC no 3º Ciclo do EB e no ESDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutora Isabel Margarida Ribeiro de Oliveira Duarte • Candida-turas: 01 a 12 de Setembro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 37 • Propi-na: € 996 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Ensino de Português no 3º Ciclo do EB e no ES e de LE no EB e ESDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutora Isabel Margarida Ribeiro de Oliveira Duarte • Candida-turas: 01 a 12 de Setembro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 74 • Propi-na: € 996 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Ensino de Inglês e de LE no 3º Ciclo do EB e no ESDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutora Rosa Porfíria Bizarro Monteiro dos Reis Soares • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 63 • Propina: € 996 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Estudos Alemães Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor John Thomas Greenfield • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 • Propina: € 1250 / anoInformações: +351 226077100 / [email protected]

Estudos Anglo-Americanos Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Gualter Cunha • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 50 • Propina: € 1250 / ano • Informa-ções: +351 226077100 / [email protected]

Estudos Literários, Culturais e Interartes Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Maria de Fátima Marinho • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 50 • Propina: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Filosofia Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Adélio Melo • Can-didaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 30 • Propina: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

História Contemporânea Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Gaspar Pereira • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 25 • Propina: € 1250 / ano • Informa-ções: +351 226077100 / [email protected]

História da Arte Portuguesa Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Lúcia Rosas • Can-didaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 25 • Propina: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

História e Educação Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Luís Alberto M. Alves • Candidaturas: 01 a 12 de Se-tembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 25 • Propina: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

História e Património Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Inês Amorim • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 30 • Propina: € 1250 / ano • Informa-ções: +351 226077100 / [email protected]

História Medieval e do Renascimento Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Cristina Cunha • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Propina: € 1250 / ano • Informa-ções: +351 226077100 / [email protected]

História, Relações Internacionais e Cooperação Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Jorge Ribeiro • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 25 • Propina: € 1250 / ano • Informa-ções: +351 226077100 / [email protected]

LinguísticaDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Ana Maria Brito • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Propina: € 1250 / ano • Informa-ções: +351 226077100 / [email protected]

Português Língua Segunda / Língua Estrangeira Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Olívia Maria Ferreira Gonçalves Figueiredo • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 15 • Propi-na: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Museologia Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Armando Coelho • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 30 • Propina: € 1250 / ano • Informa-ções: +351 226077100 / [email protected]

Sociologia Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Director: Prof. Doutor Carlos Manuel Gonçalves • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 40 • Propina: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Tradução e Serviços Linguísticos Duração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Belinda Mary Harper Sousa Maia • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 80 (20 por língua) • Propina: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Riscos, Cidades e Ordenamento do TerritórioDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Teresa Maria Vieira de Sá Marques • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 40 • Propina: € 1250 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do TerritórioDuração: 4 semestres • 120 ECTS • Di-rector: Teresa Maria Vieira de Sá Marques • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Propina: € 1750 / 1º ano • Vagas para 2009/2010: 30 • Informações: +351 226077100 / [email protected]

3.º Ciclo / Doutoramento

Arqueologia Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Vítor Oliveira Jorge • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 • Propina: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Crítica Textual e Crítica Genética Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Maria João Reynaud • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 • Propi-na: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Didáctica de Línguas Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Maria da Graça Castro Pinto • Candida-turas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 • Pro-pina: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Informação e Comunicação em Plataformas DigitaisVer Cursos/Ciclos de Estudos em Colaboração Duração: 6 semestres • 180 ECTS • Director: Prof. Doutor Fernando Ramos • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Propina: € 2750 / ano • Informa-ções: +351 226077100 / [email protected]

Estudos Alemães Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Gonçalo Vilas-Boas • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 • Propi-na: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Estudos Anglo-Americanos Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Gualter Cunha • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 15 • Propina: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Filosofia Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor José Meirinhos • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Propina: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Geografia Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor José Alberto Rio Fernandes • Candida-turas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Pro-pina: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

História Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Luís Miguel Duarte • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 30 • Propina: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

História da Arte Portuguesa Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Agostinho Araújo • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 • Propina: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Linguística Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Ana Maria Brito • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 • Propina: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Literaturas e Culturas Românicas Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor Maria de Fátima Marinho • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 30 • Propi-na: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

Sociologia Duração: 3 anos • Director: Prof. Doutor João Teixeira Lopes • Candidaturas: 01 a 12 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Propi-na: € 2500 / ano • Informações: +351 226077100 / [email protected]

FACULDADE DE MEDICINAAl. Prof. Hernâni Monteiro • 4200 - 319 Porto • Tlf: +351 225513600 / Fax: +351 225513601 • http://www.med.up.pt

2ºs Ciclos:

Ciências ForensesDuração: 4 semestres • Director: Prof. Doutora Teresa Magalhães • Candida-turas: 07 a 18 de Setembro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 30 • Propina: € 3000 / ano • Informações: 225513676 / [email protected]

Educação para a SaúdeDuração: 4 semestres • Director: Prof. Doutor Nuno Miguel de Sousa Lunet • Candidaturas: 01 a 11 de Setembro de 2009 (2ª fase, caso não sejam preenchidas todas as vagas na 1.ª fase) • Vagas para 2009/2010: 25 • Propina: € 3000 / ano • Informações: 225513676 / [email protected]

EpidemiologiaDuração: 4 semestres • Director: Prof. Doutor José Henrique Dias Pinto de Barros • Candidaturas: 15 de Junho a 11 de Setembro de 2009 (1ª fase) 12 de Outubro a 11 de Dezembro de 2009 (2ª fase, caso não sejam preenchidas todas as vagas na 1.ª fase) • Vagas para 2009/2010: 25 • Informações: 225513676 / [email protected]

Evidência e Decisão em SaúdeDuração: 4 semestres • Director: Prof. Doutor Altamiro Manuel Rodrigues da Costa Pereira • Candidaturas: 07 a 18 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 15 (+15) • Informações: 225513676 / [email protected]

Informática MédicaDuração: 4 semestres • Director: Prof. Doutor Luís Filipe Coelho Antunes • Can-didaturas: 01 a 08 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 30 • Propina: € 1750 / ano • Informações: 225513676 / [email protected]

Saúde PúblicaDuração: 4 semestres • Director: Prof. Doutor José Henrique Dias Pinto de Barros • Candidaturas: 15 de Junho a 11 de Setembro de 2009 (1ª fase) 12 de Outubro a 11 de Dezembro de 2009 (2ª fase, caso não sejam preenchidas todas as vagas na 1.ª fase ) • Vagas para 2009/2010: 25 • Informações: 225513676 / [email protected]

Sociologia e SaúdeDuração: 4 semestres • Director: Prof. Doutor José Henrique Dias Pinto de Barros • Candidaturas: 01 a 11 de Se-tembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 25 • Propina: € 3000 / ano • Informações: 225513676 / [email protected]

3ºs Ciclos:

Ciências ForensesDuração: 8 semestres • Director: Prof. Doutora Teresa Magalhães • Candida-turas: 07 a 18 de Setembro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 15 • Propina: € 10 000 / ano • Informações: 225513676 / [email protected]

Investigação Clínica e em Serviços de SaúdeDuração: 6 semestres • Director: Prof. Doutor Altamiro Manuel Rodrigues da Costa Pereira • Candidaturas: 01 a 18 de Setembro de 2009 (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 8 • Propina: € 2500 / ano • Informações: 225513676 / [email protected]

Medicina Duração: 6 semestres • Director: Prof. Doutor Manuel Paula Barbosa • Candi-daturas: 1 a 8 de cada mês • Vagas para 2009/2010: Não aplicável • Informações: 225513676 / [email protected]

Medicina e Oncologia MolecularDuração: 7 semestres • Director: Prof. Doutor Manuel Sobrinho Simões • Candidaturas: 12 de Outubro a 20 de Novembro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 8 • Propina: € 2500 / ano • Informações: 225513676 / [email protected]

MetabolismoClínica e ExperimentaçãoDuração: 8 semestres • Director: Prof. Doutora Isabel Azevedo • Candidaturas: 12 de Outubro a 20 de Novembro de 2009 • Vagas para 2009/2010: 12 • Propina: € 2750 / ano • Informações: 225513676 / [email protected] NeurociênciasDuração: 8 semestres • Director: Prof. Doutora Deolinda Lima • Candidaturas: 15 de Junho a 30 de Setembro de 2009 Vagas para 2009/2010: 10 • Propina: € 2500 / ano • Informações: 225513676 / [email protected]

Saúde PúblicaDuração: 6 semestres • Director: Prof. Doutor José Henrique Dias Pinto de Barros • Candidaturas: 15 de Junho a 11 de Setembro de 2009 (1ª fase) 12 de Outubro a 11 de Dezembro de 2009 (2ª fase, caso não sejam preenchidas todas as vagas na 1.ª fase) • Vagas para 2009/2010: 6 • Propina: € 7500 / ano • Informações: 225513676 / [email protected]

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS ABEL SALAZARLargo Prof. Abel Salazar, 2 • 4099-003 Porto • Tlf: +351 222062200/ Fax: +351 222062232 • http://www.icbas.up.pt

2ºs Ciclos

Ciências da EnfermagemDuração: 2 anos • Director: Prof. Dou-tor Maria do Céu Aguiar Barbieri de Figueiredo • Candidaturas: 24 a 28 de Agosto (2ª fase, no caso de existir vagas sobrantes) • Vagas para 2009/2010: 25 • Informações: 222062221 / [email protected]

Ciências do Mar Recursos MarinhosDuração: 2 anos • Director: Prof. Doutor Eduardo Jorge Sousa da Rocha • Can-didaturas: 24 a 28 de Agosto (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 17 • Informa-ções: 222062221 / [email protected]

Contaminação e Toxicologia AmbientaisDuração: 2 anos • Director: Prof. Doutora Lúcia Guilhermino das Candeias Guilher-mino • Candidaturas: 24 a 28 de Agosto (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Informações: 222062221 / [email protected]

Gestão Ecológica de Bacias Hidrográficas ECOCATCH Duração: 2 anos • Director: Prof. Doutor Adriano Agostinho Donas-Bôto Bordalo e Sá • Candidaturas: 24 a 28 de Agosto (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 10 • Informações: 222062221 / [email protected] Tradicional ChinesaDuração: 2 anos • Director: Prof. Doutor Henry Johannes Greten • Candidaturas: 24 a 28 de Agosto (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 14 • Informações: 222062221 / [email protected]

OncologiaDuração: 2 anos • Director: Prof. Doutor Carlos Alberto da Silva Lopes • Candi-daturas: 24 a 28 de Agosto (2ª fase) • Vagas para 2009/2010: 20 • Informa-ções: 222062221 / [email protected]

Page 17: UPorto Alumni #08

Considerado um dos maiores escultores portugueses do séc. XIX, António Manuel

Soares dos Reis nasceu a 14 de Outubro de 1847, na freguesia de S. Cristóvão de Mafamude, Vila

Nova de Gaia. Era filho de Manuel Soares Júnior, proprietário de uma

tenda de mercearia a retalho, e de sua mulher Rita do Nascimento de Jesus. Educado em rígida disciplina fami-liar, Soares dos Reis frequentou as au-las de instrução primária na Escola do

Matos, no Cabeçudo, ao mesmo tem-po que auxiliava o pai na tenda como

marçano. Desde cedo se fizeram notar os seus dotes artísticos. Às escondidas do

pai, talhava pequenos bonecos em madei-ra e modelava santinhos de barro que expu-

nha ao sol, no quintal. Essas figuras foram notadas pelo vizinho Diogo de Macedo e

pelo pintor Resende que convenceram o pai de Soares dos Reis a enviá-lo

para a Escola de Belas Artes. Foi as-sim que, em 1861, com apenas 14 anos, se matriculou na Acade-mia Portuense de Belas Artes. Durante a frequência do curso colheu prémios e louvores. Em poucos anos o curso estava concluído, obtendo o 10 prémio nas cadeiras de desenho, arquitectura e escultura. Aos 20 anos tornou-se pensionista do Estado no estrangeiro. Em 1867 par-tiu para Paris, onde fre-quentou o atelier de M. Jouffroy e a École Impe-riale et Speciale des Be-aux Arts. Também aqui

Soares dos Reis alcançou a classificação de n.0 1 do curso, distinção que levou os seus colegas a baptizá-

lo com o epíteto de vo-leur des prix.

Mas a eclosão da guerra Franco-prus-siana obrigou-o a regressar ao país.

Por instâncias dos seus professores da Academia Portuense é enviado para Roma, a fim de com-pletar o período de pensionato. Soares dos Reis chegou à “cidade eterna” em 1871 e foi aqui que executou uma das suas obras mais românticas e originais, o Desterrado.Chegado a Portugal em 1872, Soares dos Reis foi recebido pelos seus conterrâneos com aplausos e admiração, sendo nomeado Académico de Mérito da Academia Portuense de Belas Artes. Até 1880, o escultor produziu, expôs e foi reconhecido por diversos trabalhos. Foi um dos fundadores do Centro Artístico Portuense, organismo que mui-to contribuiu para a difusão das artes plásticas no país. Em 1881 foi nomeado professor titular da Academia Portuense de Belas Artes, esforçando-se sempre por renovar e impulsionar o ensino da Escultura. O nome e a fama do escultor iam criando sólidas raízes em todo o país e a sua presença era solicitada para executar vários traba-lhos de vulto, entre os quais se destacam as estátuas de Afonso Henriques e de Brotero, bem como os bustos de diversas per-sonalidades. Mas a par do reconhecimento veio a calúnia. Em 1881 participou na Exposição Geral de Belas Artes de Madrid com o Desterrado, recebendo o 10 prémio e a condecoração por Afonso XII de Espanha com o grau de cavaleiro da Ordem de Carlos III. Foi então que o escultor foi acusado de não ser o verdadeiro autor da peça. O escândalo e a polémica desencade-ados pela publicação de um artigo de jornal de Lisboa provoca-ram grande consternação no artista. Contudo, Soares dos Reis continuou a trabalhar e a sua credibilidade artística foi reposta. Mas, a partir daqui, o artista começou a apresentar sintomas de debilidade física. Sofria de perturbações cerebrais e de irritabi-lidade que o levaram frequentemente ao isolamento. Entretanto, em 1885, aos 38 anos, decidiu casar-se com Amé-lia Aguiar de Macedo. Deste casamento nasceram dois filhos, Raquel e Fernando. Porém, também na vida familiar o escul-tor foi infeliz. Os desentendimentos com a jovem esposa eram frequentes, devido às diferenças de carácter, de educação e, sobretudo, de idade.Aos problemas familiares somaram-se ainda os trabalhos re-cusados e as calúnias de que fora alvo, que afectaram substan-cialmente o seu estado de saúde. Sentindo-se incompreendido pelos que o rodeavam, Soares dos Reis decidiu pôr termo à vida. A 16 de Fevereiro de 1889 suicidou-se no seu atelier com dois tiros de revólver, deixando escrito numa das paredes, o se-guinte: “Sou cristão, porém, nestas condições, a vida para mim é insuportável. Peço perdão a quem ofendi injustamente, mas não perdoo a quem me fez mal”. Tinha 42 anos.Não obstante a sua curta vida, é opinião unânime que Soares dos Reis ocupa um lugar fundamental na história da arte por-tuguesa, tendo contribuído com a sua obra para o desenvolvi-mento e enriquecimento do património artístico nacional.

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COMENTÁRIO BIOGRAFIA

“Robert Francis Furchgott, Nobelist for work on a gas, dies at 92”. Foi assim que o New York Times no dia 23 de Maio anunciou a morte desse extraordiná-

rio cientista. Conheci Bob Furchgott em Basileia, no 3.o Congresso Mundial de Farmacologia, no dia 14 de Julho de 1969. Foi-me apresentado por E. J. Ariëns, a meio da “Mittlererbrücke”quando por ela atravessávamos o Reno, a caminho de um dos locais onde as sessões científicas dessa tarde iriam ter lugar. Para mim, nessa altura, Fur-chgott era, fundamentalmente, o cientista das técnicas e do pensar simples e o cientista mais vezes citado na mi-nha tese de doutoramento, defendida uns meses antes.Dali segui com ele para assistir à lecture apresentada por John Bevan sobre a “Fisiologia das veias” e, na grande sala reservada para essa sessão, sentei-me, naturalmen-te, ao seu lado, de modo a poder observar o que agora testemu-nho: nunca vi um cientista, com o seu estatuto, tomar tantas notas numa lição proferida por um investigador de cotação científica francamente mais baixa.Em 1970 iniciámos a ronda dos nossos “Meetings on Adrener-gic Mechanisms” e Bob Furchgott iria ser um dos participan-tes, já no segundo, em 1973. Mas foi no terceiro, em 1978, que Bob iria trazer, para mostrar, pela primeira vez, em público e timidamente, como era da sua natureza, os célebres resultados obtidos na aorta de coelho: a acetilcolina relaxava as tiras pre-viamente contraídas pela noradrenalina e esse efeito desapare-cia quando se removia o endotélio do vaso. Ninguém conseguiu ajudá-lo com uma interpretação que ele próprio não tinha.Do Porto, a grande embaixada “adrenérgica” que tinha partici-pado no nosso 3.0 meeting seguiu para o Congresso Mundial de Paris e de lá para um simpósio satélite em Bruxelas. Nesta última mostra, por razões alfabéticas (o F é próximo do G) os nossos posters ficaram colados e nós lado a lado. Como os vi-sitantes não foram muitos, houve largo espaço para nutrida conversa. Deu-me então conta das suas hesitações, quanto ao significado daquilo que o intrigava. Seguro como excelente téc-nico, não podia duvidar da verdade daquele estranho achado; escrupuloso, como grande cientista, temia a interferência de qualquer artefacto, ainda não detectado. E viveu dois anos nes-ta dúvida angustiante. Só em 1980 decidiu, finalmente, publi-car na revista Nature esse trabalho que lhe veio a valer o prémio Lasker de 1995 e o Nobel de 1998.Foram muitos os laureados com o prémio Nobel de Medicina que passaram pelos “Meetings on Adrenergic Mechanisms” do Porto (John Vane, Martin Rodbell, Arvid Carlsson e Robert Furchgott), mas nunca ninguém como o Bob ficou tão nosso, porque ele não passou pelo Porto: ficou do Porto. Umas sema-nas antes da sua nomeação para o Nobel dirigi, com ele, aqui, na nossa cidade, uma mesa redonda, numa reunião satélite do Congresso Mundial de Munique. Ao apresentá-lo, quase pré-anunciei a decisão do júri sueco. Nunca foi tão fácil ser profeta!

Um triunfo universal que imortaliza dificilmente deixa al-guém na margem da estrada. A fama muda o fato das pessoas comuns: enruga-lhes o ar, tolhe-lhes os afectos, confere-lhes distância. Normalmente, ou se sobe o degrau para uma aristo-cracia de fachada ou se resvala para um popularismo farisaico. Robert Furchgott nem subiu, nem desceu, nem se desviou. Permaneceu fiel à sua simplicidade e humildade, o que deu conforto aos amigos e honrou a ciência.Como corolário natural da sua intrínseca modéstia, o discurso que pronunciou na cerimónia da recepção do Nobel foi quase um pedido de desculpa por ter sido contemplado! Confiden-ciou-me, pouco tempo depois, que, ao saber que ia ter Sarama-go como companheiro na sessão da entrega dos prémios, tinha comprado, à pressa, cinco livros do autor português – quantos apanhou traduzidos para inglês – para não aparecer “sarama-gamente” virgem em Estocolmo!Além de extraordinário cientista foi um grande mestre e um verdadeiro senhor! A chamar a atenção para erros, a pedir ex-plicações ou a sugerir alterações, nunca o vi interpelar alguém em tom desgastante, nunca o vi levantar a voz para defender os seus pontos de vista, nunca o vi reivindicar prioridades, nunca me apercebi de que, para dar um passo em frente, tivesse de usar os cotovelos. Um poço sem fundo de originalidade de pensamento mas sempre simples, humilde, sereno, último. Inscreveu-me, por sua iniciativa, na sua descendência científi-ca, o que é um dos factos mais reconfortantes da minha car-reira.O Bob era nosso Amigo. Na última carta que dele recebi, com a ternura que o caracterizava, pedia para dar saudades à Fátima e aos filhos e ao Daniel Moura! Em Janeiro de 2006, recebi da Down State University um pedi-do de autorização para ser inscrito como membro da Fundação Furchgott que o honra e que tem como objectivo apoiar cientis-tas jovens. Feliz, aderi. Foi, para mim, uma condecoração! Robert Furchgott, prémio Nobel pelo trabalho sobre um gás, morreu aos 92 anos!

In memoriam deRobert Furchgott

Soares dos Reis morreu há 120 anos

Trabalho de Seminário elaborado por Carla Sofia Trindade, da FLUP, no âmbito do projecto de criação e disponi-bilização de Biografias de Antigos Estudantes Ilustres da U.Porto, da responsabilidade da Unidade de Gestão de Informação da Universi-dade Digital.

Retrato de António Soares dos ReisMarques de OliveiraÓleo sobre tela1881

O “Desterrado”António Soares dos ReisMármore de Carrara1872

SerafimGuimarães

Professor CatedráticoJubilado da FMUP

Jantar na casa de Serafim Guimarães (SG) em

Espargo. Em frente: Bob Furchgott;

à sua esquerda: Daniel Moura, Jorge Gonçalves e

Ove Nedergaard;à sua direita: Maggie Furchgott, SG, Milica Starke, Klaus Starke,

Joana Guimarães, Fátima Guimarães, Amélia

Gonçalves e M. Quitéria Paiva (de costas).

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O projecto apresentado pelo grupo de Neuro-Urologia da FMUP centra-se no estudo dos nervos sensitivos, factor fundamental para o controlo da função mictória. Partindo deste pressuposto, o grupo propôs duas grandes linhas de investigação: o estudo da influência dos factores neurotróficos na incontinência uri-nária e a observação das consequências, a curto e médio prazo, da administração de injecções de botox nos nervos sensitivos da bexiga. Os factores neurotróficos promovem um crescimento anormal de estruturas nervosas na bexiga e podem explicar a hiper-sensibilidade deste órgão a determinados estímulos. Ou seja, a enervação excessiva pode indicar injustificadamente que o grau de preenchimento da bexiga é elevadíssimo, provocando uma vontade irreprimível de urinar. Logo, importa conhecer o verdadeiro impacto das substâncias neurotróficas nas fibras nervosas e saber como é que estas se modificam, para então procurar contrariar o excessivo crescimento da enervação sen-sitiva da bexiga. Com este intuito, o grupo de Neuro-Urologia vai desenvolver os seus estudos, não apenas em animais, mas também em tecido humano recolhido em dadores cadavéricos. Após autorização do Conselho Nacional de Ética para as Ciên-cias da Vida, os investigadores da FMUP estão a recolher frag-mentos de bexiga de cadáveres (em morte cerebral mas com o coração ainda a bater). “Isto é muito importante para nós. Obter tecido humano normal, não patológico, é muito difícil”, adianta Francisco Cruz.

Possibilidades terapêuticasNo que diz respeito à aplicação de botox para paralisar o mús-culo da bexiga e assim diminuir a hiperactividade, o grupo propôs-se estudar os vários aspectos relacionados com esta inovadora terapia. “É importante percebermos porque é que a toxina botulínica é eficaz. Se percebermos porque é eficaz, podemos perceber qual é defeito da bexiga”, explica Francisco Cruz. De resto, recentes descobertas indicam que a acção da referida terapia pode estender-se às fibras nervosas sensitivas. Caso estas suspeitas se confirmem, as injecções de toxina botu-línica passam a ter uma aplicação terapêutica mais ampla. Mediante os resultados obtidos, o grupo de Neuro-Urologia pretende realizar ensaios clínicos em seres humanos com di-ferentes patologias do tracto urinário. Por ora, Francisco Cruz está convicto de que o estudo da presença de factores neuro-tróficos na urina “corresponde a uma das possibilidades tera-pêuticas mais importantes em termos futuros”. Isto porque “a sequestração de factores neurotróficos é já uma realidade. Em várias áreas, nós podemos sequestrar esses factores e impedi-los de actuar. E se conseguirmos fazer isso, estamos a desen-volver uma forma terapêutica nova”, garante.

O grupo de investigação de Neuro-Urologia da Faculda-de de Medicina da U.Porto (FMUP) tem concitado as atenções da comunidade científica nacional e interna-

cional, graças aos seus estudos sobre incontinência urinária e ao desenvolvimento de um tratamento inovador da hiperplasia da próstata. Criado em meados da década de 90, o grupo tinha como centro de operações o Instituto de Histologia e Embrio-logia da FMUP. Hoje, a sua actividade científica é desenvolvi-da na Unidade de Neurobiologia Molecular (Departamento de Neurobiologia Básica e Clínica) do Instituto de Biologia Mole-cular e Celular (IBMC), enquanto a aplicação clínica tem lugar no Serviço de Urologia do Hospital de S. João. A integração na equipa de investigação neurocientífica do IBMC permitiu ao grupo de Neuro-Urologia obter novos meios de financiamento, reforçar as condições materiais necessárias às suas actividades de I&D, ganhar notoriedade internacional e beneficiar da partilha de conhecimentos dentro do instituto. Estas são algumas das vantagens assinaladas pelo coordenador do grupo e director do Serviço de Urologia do Hospital de S. João, Francisco Cruz. Segundo este investigador e docente da FMUP, o grupo já patenteou um fármaco para a incontinência urinária (embora não esteja ainda prevista a sua entrada no mercado) e está a desenvolver “terapêuticas inovadoras” quer para esta patologia, quer para as doenças prostáticas.Francisco Cruz reconhece ainda que, para o êxito científico e clínico do grupo, também têm contribuído “o apoio e a aber-tura” do Hospital de S. João. “O hospital é altamente inovador nesta área. Não só pelas facilidades que cria, mas também pelo facto de financiar projectos de investigação. Utiliza verbas pro-venientes da indústria farmacêutica em investigação, o que é raro num hospital público. Além disso, incentiva os clínicos a investigarem”, salienta o director do Serviço de Urologia. Ora, “é importante trazer o clínico para a investigação, porque isso vai fazê-lo ser, de certeza, melhor profissional no futuro”, acrescenta ainda.Determinante para este interesse dos urologistas do Hospital de S. João pela investigação foi, revela Francisco Cruz, o desen-volvimento de um tratamento inovador a nível mundial para

a hiperplasia (ou hipertrofia) benigna da próstata, em 2008. “Esta área cresceu mais do que estávamos à espera. Com uma vantagem: atraiu imensos internos de Urologia e especialistas para esta área. Estamos a falar de clínicos a fazer investiga-ção, o que é uma coisa rara em Portugal”, nota Francisco Cruz. Refira-se que o tratamento consiste na aplicação de uma injec-ção de toxina botulínica (botox) na próstata, de forma a reduzir em média cerca de 30 a 40% do volume deste órgão glandu-lar. Evitam-se assim, durante cerca de um ano, os sintomas da hiperplasia, designadamente a retenção urinária aguda, que é muito comum nos homens de idade avançada. Refira-se, a propósito, que o Hospital de S. João do Porto é um dos poucos centros no mundo a aplicar a toxina botulínica em casos de doença da próstata.

Projecto InComb O botox – substância vulgarmente utilizada para efeitos estéti-cos – está também no cerne de um outro projecto que o grupo de investigação de Neuro-Urologia se encontra desenvolver, desta feita no âmbito de um consórcio internacional: o In-Comb – Combating incontinence from basic science to clinical practice. Reunindo oito equipas de centros de investigação da Suíça (Universidade de Zurique e Hirslanden Hospital), Rei-no Unido (University College London e Queen´s University, Belfast), Holanda (Universidade de Amesterdão), Suécia (Karo-linska Institutet e Universidade de Lund) e Portugal (FMUP), bem como duas empresas, uma delas a Pfizer, o InComb pre-tende, em apenas três anos, aumentar o conhecimento sobre a incontinência urinária e descobrir formas de tratamento efica-zes. Para tanto, dispõe de um fundo europeu no valor de três milhões de euros.“Queremos fazer uma investigação que rapidamente introdu-za no mercado um tratamento novo e potencialmente útil para a população. Chama-se a isto ‘investigação de translação’, por contraponto à ‘investigação básica’ ou puramente clínica”, ex-plica Francisco Cruz. A procura de uma aplicabilidade imediata para os resultados do estudo justifica-se pelo facto de a incon-tinência urinária ou bexiga hiperactiva afectar, segundo esti-mativas recentes, cerca de 10% da população adulta no mundo inteiro (um milhão de doentes só em Portugal). E como os seus sintomas são uma vontade urgente e incontrolável de urinar, a bexiga hiperactiva degrada significativamente a qualidade de vida de milhões de cidadãos. Importa salientar que o grupo liderado por Francisco Cruz apresentou um dos dois projectos que obtiveram a classifica-ção máxima, de entre os 900 que concorreram por uma vaga no InComb. “Termos sido escolhidos num concurso com tan-tos candidatos e ainda por cima com a nota máxima é, sem dú-vida, muito prestigiante. E isso teve repercussão internacional no meio académico, mas também na própria indústria farma-cêutica”, revela o investigador da FMUP.

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INVESTIGAR

O grupo de Neuro-Urologia da FMUP está na vanguarda da in-vestigação mundial das doenças do trato urinário e prostáticas.

Depois de ter introduzido, no Hospital de S. João, um inovador tratamento da hiperplasia da próstata, a equipa liderada por

Francisco Cruz está a desenvolver, no âmbito do consórcio europeu InComb, um arrojado projecto para aumentar o conhe-

cimento sobre a incontinência urinária e encontrar formas de tratamento eficazes. A descoberta de novas terapêuticas para

tão perturbadora patologia pode estar para breve.

DA CIÊNCIA À PRÁTICA CLÍNICA

COM RESULTADOSINOVADORES

NEURO-UROLOGIA DA FMUP

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MÉRITO

O empresário Belmiro de Azevedo foi distinguido, a 22 de Maio, com o grau de Doutor Honoris Causa da U.Porto. Natu-ral de Marco de Canavezes (n. 1938), este licenciado da FEUP (Engenharia Química Industrial) iniciou a sua actividade pro-fissional em 1963, como técnico na têxtil Efanor. Mas, cerca de dois anos depois, assume o cargo de director-geral da Sonae e, em 1967, torna-se presidente das empresas do grupo. É desde 2007 chairman da Sonae SGPS, SA e chairman e CEO da Sonae Capital SGPS, SA. Como se pode ler na proposta de atribui-ção deste título honorífico, subscrita por quatro docentes do Departamento de Engenharia Industrial e Gestão da FEUP, “o percurso do Engenheiro Belmiro de Azevedo – o do empresário que, ao longo de uma vida, consegue transformar uma empresa de pequena dimensão num dos maiores grupos nacionais privados, com expressão significativa no exterior – constitui um exemplo de empreende-dorismo, de capacidade de gestão, de experiência e de sucesso, que deve inspi-rar a comunidade académica”.Para além da carreira profissional, salientam-se ainda o percurso académi-co de Belmiro de Azevedo (detentor de várias pós-graduações em Gestão pelas mais prestigiadas escolas internacionais) e o papel activo em inúmeras iniciativas de carácter associativo, cultural, social, político e académico – nomeadamente o apoio prestado à criação, em 1989, da licenciatura em Gestão e Engenharia Industrial da FEUP (actual Mestrado Integrado em Engenharia Industrial e Gestão).

BELMIROHONORIS CAUSA

OS MELHORES NA CARDIOTOCOGRAFIA

MARCELOAPADRINHANOVOS HONORIS CAUSA

CARRERASCOM DISTINÇÃOHONORÍFICA

GULBENKIANDE CIÊNCIA PARAMARIA JOÃOSARAIVA

MOTA FREITASRECEBE “NOBEL” DE ENGENHARIA

João Bernardes e Diogo Ayres de Campos foram considerados, respectivamente, o primeiro e terceiro melhores investi-gadores do mundo no campo da Car-diotocografia (monitorização contínua da frequência cardíaca do feto e das contracções uterinas da grávida) pela comunidade científica online BioMedEx-perts. Ambos são obstetras, professores e investigadores do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP) e do Ins-tituto de Engenharia Biomédica (INEB).Os dois médicos e cientistas criaram, com o INEB, um programa informático de grande impacto na prática clínica na área da Obstetrícia – o OmniView-SisPorto –, que efectua uma leitura dos sinais prove-nientes do feto, identificando situações relacionadas com a baixa oxigenação. O sistema emite ainda alertas automáticos que são recebidos pelos profissionais de saúde em qualquer ponto com acesso à rede informática hospitalar ou à Internet. Os docentes da FMUP e investigadores do INEB já publicaram nas mais reputa-das revistas científicas internacionais, tais como o American Journal of Obste-trics and Gynecology, o British Journal of Obstetrics and Gynecology, o European Journal of Obstetrics and Gynecology, entre outros. Juntos produziram mais de 50 artigos científicos e venceram mais de 10 prémios. A BioMedExperts é uma comunidade online que integra o currículo de 1,4 mi-lhões de cientistas de todo o mundo.

O jurisconsulto Marcelo Rebelo de Sou-sa e o criminologista Cândido da Agra foram os padrinhos dos doutoramentos Honoris Causa de Eduardo García de Enterría e Christian Debuyst, respecti-vamente. A cerimónia decorreu em 15 de Maio, por proposta da Faculdade de Direito da U.Porto. O espanhol Eduardo García de Enterría (n. 1923) tem uma vasta obra jurídica, que constitui uma referência na doutrina e na investigação do Direito Público em Espanha. Recebeu, em 1984, o prémio Príncipe das Astúrias. Foi o primeiro juiz espanhol no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, presidiu à Fedération International pour le Droit Européen, fundou a Asociación Espanhola para el Estudio del Derecho Europeo e integrou o Academic Council do European Law Re-search Center da Faculdade de Direito de Harvard. É director do Departamento de Direito Administrativo da Universidade Complutense de Madrid, onde recebeu o título de Professor Emérito.Decorrente da sua intensa actividade de investigador, o belga Christian De-buyst (n. 1925) publicou em livros e em revistas científicas vários estudos sobre criminologia, psicologia criminal, de-linquência, insegurança urbana, direito penal, comportamentos desviantes, entre outras áreas. Recebeu o prémio De-nis Carroll, da Société Internationale de Criminologie, pela tese de doutoramento apresentada na Universidade Católica de Louvaina, na Bélgica, onde se licenciou. Complementou a sua formação com uma licenciatura em Psicologia e Ciências da Educação e assumiu a direcção da Escola de Criminologia da Universidade Católica de Louvaina, onde é actualmen-te Professor Emérito.

A U.Porto atribuiu o grau de Doutor Honoris Causa ao tenor José Car-reras pelo seu trabalho no campo da beneficência, apoio à ciência e contributo para a medicina. A ceri-mónia decorreu em 23 de Junho, na Aula Magna da Faculdade de Medi-cina (FMUP). Josep Carreras Coll nasceu em Bar-celona a 5 de Dezembro de 1946. Com apenas 28 anos de idade já tinha desempenhado o papel de tenor principal em 24 óperas na Europa e nos EUA, tendo pisado os palcos das mais importantes salas de encenação operática: o Wiener Staatsoper, o London’s Royal Opera House, o New York Metropolitan Opera e o Teatro alla Scala. Em 1987 é-lhe diagnosticada leucemia. Vencida a doença, cria, em 1988, na sua terra natal, a Fun-dação Internacional José Carreras para a Luta contra a Leucemia, com o objectivo de prestar auxílio a pa-cientes com esta patologia. Através da fundação, Carreras promove e apoia a investigação científica, presta apoio social aos doentes e às famílias e disponibiliza uma base de dados internacional de da-dores de medula óssea e de sangue do cordão umbilical.Pelas suas actividades filantrópi-cas, Carreras recebeu a Coroa de Ouro da Ordem Civil da Solidarie-dade Social, atribuída pela Rainha Dona Sofia, e é designado Membro de Honra da Sociedade Europeia de Medicina e da Associação de Hema-tologia Europeia. É ainda Embaixa-dor da Boa-Vontade da UNESCO. Manuel Barbosa, director do Insti-tuto de Anatomia J. A. Pires de Lima e decano da FMUP, foi o padrinho do doutorando, enquanto Henrique de Barros, director do Serviço de Higiene e Epidemiologia da FMUP e Coordenador Nacional para a Infec-ção VIH/sida, fez o elogio de José Carreras.

O prestigiado Prémio Gulbenkian de Ciência foi atribuído, em 2009, a Maria João Saraiva, investigadora e professo-ra catedrática do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da U.Porto, e ainda coordenadora do grupo de Neurobiologia Básica e Clínica do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC). O trabalho desta cientista tem sido re-conhecido sobretudo pelos contributos na investigação dos mecanismos da polineuropatia amiloidótica familiar, designada comummente paramiloidose ou “doença dos pezinhos”, descrita por Corino de Andrade, professor e investiga-dor da U.Porto. Apesar de nunca ter trabalhado direc-tamente com Corino de Andrade, Maria João Saraiva, que fez doutoramento so-bre a caracterização da proteína anómala associada à doença, afirma ter tido no re-ferido professor um mentor e conselheiro durante muitos anos. Um aspecto particular e importante da investigação neste momento, salienta a investigadora, tem a ver com a melhoria dos modelos animais da doença, para aprofundar mecanismos patogénicos e procurar moléculas terapêuticas a testar nestes modelos. O Prémio Gulbenkian de Ciência é atribu-ído anualmente, desde 1976, numa des-tas áreas: Ciências Básicas (Matemática e Ciências da Computação; Ciências Físi-cas; Ciências da Vida) e Ciências Sociais e Humanas. Uma vez outorgado numa das áreas, vigora por cinco anos.

O projecto de estrutura da Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, coor-denado por José Mota Freitas, professor reformado da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), recebeu o prémio Outstanding Structure, uma espécie de Nobel neste domínio. Antes deste prémio atribuído pela Associação Internacional de Pontes e Estruturas (IABSE – Interna-tional Association for Bridge and Struc-tural Engineering), o mesmo projecto já tinha sido distinguido, em 2007, com o Prémio Secil de Engenharia Civil – o maior galardão na área da engenharia civil em Portugal e que conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República.Com este galardão internacional agora atribuído pela IABSE, a engenharia civil portuguesa volta a ser distinguida no panorama internacional, depois de, em 2004, ter recebido o mesmo prémio com a estrutura do Aeroporto do Funchal, da autoria de Segadães Tavares, antigo es-tudante da FEUP.De realçar que a IABSE representa a maior colectividade internacional da es-pecialidade, reunindo cerca de 4 mil en-genheiros de estruturas de mais de 100 países. O prémio Outstanding Structure é atribuído anualmente por esta asso-ciação, sendo destinado a distinguir as estruturas mais notáveis e inovadoras. Representa, por isso, o mais alto galar-dão a nível mundial de Engenharia Civil, na especialidade de Estruturas. O prémio será atribuído no Congresso da IABSE, marcado para Setembro, em Bangueco-que, Tailândia.

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EMPREENDER

Os business angels são investidores individuais que apli-cam em projectos de empreendedorismo, não só o seu capital, mas também os conhecimentos empresariais

e a experiência de mercado que possuem. O objectivo é a valo-rização, a médio prazo, de empresas nos estádios iniciais de de-senvolvimento (start-ups e seed capital), para posterior alienação do capital investido. Com o intuito de congregar este género de investidores foi criada, em Janeiro de 2007, a Invicta Angels – Associação de Business Angels do Porto, que conta actualmen-te com cerca de 50 sócios.Segundo o seu presidente, Ricardo Luz, a Invicta Angels “in-tegra pessoas disponíveis para investir dinheiro, competências, tempo e rede de contactos em projectos empresariais liderados por empreendedores. Projectos que, nascendo na região [Nor-te], tenham ambição global”. Neste pressuposto, a associação dedica-se a “actividades de informação sobre o que é ser busi-ness angel e sobre o seu papel no desenvolvimento das empresas onde investem. Mas “o principal objectivo” – admite – “é detec-tar oportunidades de investimento para os associados. Caso se concretize, o investimento é sempre realizado pelos associados, individualmente, não pela Invicta Angels”, esclarece este antigo estudante da Faculdade de Economia da U.Porto (FEP).

De âmbito nacional e foco regional, a Invicta Angels recebe cerca de 50 novas propostas de projectos empresariais por ano, propostas essas que são apresentadas à associação preferen-cialmente via online (o site www.invictaangels.pt possui, aliás, um software para esse fim), por intermédio dos seus parceiros (universidades, incubadoras empresariais, centros tecnológi-cos, Plataforma Finicia, etc.) ou em seminários, workshops, cur-sos e outros eventos similares. Depois, os projectos são subme-tidos à análise dos associados da Invicta Angels, que decidem quais os que merecem ser acompanhados e eventualmente fi-nanciados. Refira-se que, para serem seleccionadas, as empre-sas ou simples ideias de negócio necessitam de obedecer a um conjunto de critérios. Cumulativamente ao potencial de mer-cado dos seus produtos/serviços, os projectos devem possuir um “plano de negócios sólido que os suporte” e ser “liderados por empreendedores íntegros, ambiciosos e competentes”, diz Ricardo Luz. Além disso, acrescenta, “tem que existir empatia entre promotores e investidores”.Contudo, Ricardo Luz admite que, “teoricamente, empresas ‘high tech/high growth’ têm maior potencial de valorização e internacionalização”. Por isso se explica que, nestes mais de dois anos, os business angels associados da Invicta Angels te-nham investido em projectos empresariais de base tecnológi-ca: Fluidinova (desenvolvimento de novos processos/soluções ambientais e industriais na área da engenharia de fluidos), Micropólis (produção e desenvolvimento de polímeros em pó) e Omnita (serviços robotizados de monitorização remota e de-senvolvimento de sistemas autónomos). O investimento nos três projectos rondou os 250 mil euros.

Investimento “qualificante” Para Ricardo Luz, as vantagens deste segmento informal de capital de risco vão muito para lá da capitalização financeira. “Porque aportam capacidades, competências e conhecimento aos projectos onde investem, os business angels, em especial nas fases iniciais da vida de uma empresa, são muitas vezes o parceiro ideal”, salienta o presidente da associação, ele pró-prio um empresário. Trata-se de um “capital ‘qualificante’, que investe no mérito e na competência”, diz ainda, ressalvando, porém, que o “capital de risco não é [uma] solução milagrosa”.No âmbito da sua actividade, a Invicta Angels estabeleceu par-cerias com entidades públicas promotoras do empreendedo-rismo, instituições financeiras, sociedades de capital de risco, incubadoras de empresas, universidades e centros de I&DI. Neste quadro, destaque-se a colaboração que a associação man-tém com a comunidade académica e científica da U.Porto, co-laboração essa que passa pela Reitoria, pela UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, pela UPIN – Universida-de do Porto Inovação, pela Faculdade de Engenharia (FEUP), pelo IBMC – Instituto de Biologia Molecular e Celular, pelo INEB - Instituto de Engenharia Biomédica, pelo INESC/Porto – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, pelo IPATIMUP – Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, pelo Clube de Empreendedorismo da Universidade do Porto e pelo Mestrado em Inovação e Empre-endedorismo Tecnológico (MIETE).“A relação com a U.Porto é muito importante e tem sido de uma grande proximidade e abertura de parte a parte. Dada a dimensão da Universidade (em termos de alunos e competên-cias), a sua importância na região e no país e a aposta que vem fazendo no empreendedorismo, na transferência de tecnologia e na criação de empresas nascidas no seu seio, é uma relação que a Invicta Angels quer manter e aprofundar”, garante Ricar-do Luz. Aliás, o presidente da associação considera que as ins-tituições do ensino superior “devem interagir com os agentes de mercado, de forma a levar conhecimento científico para o mercado/sociedade e trazer conhecimento do mercado/socie-dade para o seu interior, fazendo com que a sua comunidade se envolva nos problemas reais das empresas. Seguramente que este processo de interacção levará a maior criatividade e inovação e ao aparecimento de novos projectos empresariais. Depois, tem que tratar de questões muito importantes para o aparecimento de empresas no seu seio, como sejam as ques-tões da transferência de tecnologia, da propriedade intelectual e da incubação”.

Norte tem potencialidadesDe resto, Ricardo Luz acredita que o potencial da região norte-nha para ser habitat de empresas inovadoras advém, precisa-mente, das instituições do ensino superior que se concentram neste perímetro geográfico. O presidente da Invicta Angels con-sidera que o Norte “está no centro do maior e melhor espaço de geração de conhecimento existente em Portugal, com elevado prestígio internacional em diversos domínios. Se o conseguir/souber potenciar, certamente terá massa crítica, conhecimento científico, meios tecnológicos e recursos financeiros para gerar um ambiente favorável à criação de projectos empresariais ino-vadores e para o desenvolvimento e competitividade da região e do país”.Na verdade, prossegue, a “região tem sido capaz de potenciar o surgimento e incremento das designadas ‘actividades emer-gentes’, associadas à criação e afirmação dos clusters nas áreas das engenharias, indústrias criativas, biociências/ciências da saúde e do mar. É necessário continuar a reforçar a capacidade para encontrar novos e inovadores sectores de actividade, com capacidade para servir de interface entre o meio académico/científico e o meio empresarial”, defende Ricardo Luz.

COM DOIS ANOS DE ACTIVIDADE, A INVICTA ANGELS REÚNE 50 INVESTIDORES PRIVADOS E JÁ FINANCIOU, ATRAVÉS DOS

SEUS ASSOCIADOS, TRÊS EMPRESAS INOVADORAS. PARA O PRESIDENTE DESTA ASSOCIAÇÃO DE BUSINESS ANGELS, HÁ A

PERSPECTIVA DE AUMENTAR O ACESSO A ESTE SEGMENTO IN-FORMAL DE CAPITAL DE RISCO, UMA VEZ QUE O NORTE “ESTÁ NO CENTRO DO MAIOR E MELHOR ESPAÇO DE GERAÇÃO DE CONHECIMENTO EXISTENTE EM PORTUGAL”. RICARDO LUZ

REFERE-SE À COMUNIDADE ACADÉMICA E CIENTÍFICA DA RE-GIÃO, NA QUAL A U.PORTO ASSUME UM PAPEL DE RELEVO.

INVICTA ANGELS

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ALMA MATER

“A ciência, a ciência, a ciência... / Ah, como tudo é nulo e vão! / A pobreza da inteligência

/ Ante a riqueza da emoção!”. Os versos de Fernando Pessoa rebrilham de fina ironia, mas

também remetem para a velha dicotomia en-tre racionalidade e emotividade. O neurocien-tista António Damásio defende que emoções,

afectos, sentimentos são determinantes no comportamento racional. Logo, a actividade

científica e todo o processo cognitivo têm um lastro de irracionalidade a sustentá-los.

Tinha razão o poeta. Basta, aliás, atentar no meticuloso labor que ressuma dos laborató-

rios da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). Há a “riqueza da emoção” encastrada no delicado manuseamento dos

equipamentos, na observação absorta dos resultados, na cuidadosa preparação das

experiências. Nada se faz bem sem paixão, muito menos o sortilégio da criação humana.

“A ciência! Como é pobre e nada! / Rico é o que alma dá e tem”.

Nas instalações projectadas pelo arquitecto José Carlos Loureiro, os investigadores da

FCUP encontraram o ecossistema ideal para a conversão das emoções em raciocínio lógico-

dedutivo e método experimental científico. Perderam a solenidade espectral do edifício

da Praça Gomes Teixeira, mas ganharam – com a mudança para o pólo do Campo Alegre, a partir de 1996-97 – o esplendor da luz coada

por grandes clarabóias e janelas, a densida-de das sombras recortando os objectos e a

rarefeita geometria dos espaços multidisci-plinares.

RMG

A RIQUEZADA EMOÇÃO

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VIDAS&VOLTAS

Duas gerações de engenheiros da U.Porto assinalam, durante 2009, 50 e 60 anos de curso, corresponden-do a décadas contíguas, simultaneamente difíceis,

complexas e de grande importância para Portugal. Os quadros técnicos que se formaram em meados do século XX abriram as portas à ciência e tecnologia contemporâneas e contribuíram decisivamente para lançar as bases da economia portuguesa. A II Grande Guerra terminara em 1945 e a Europa preparava-se para renascer das cinzas. Apesar do holocausto e do rasto de destruição que deixou, os avanços tecnológicos impulsio-nados pela Guerra foram decisivos para o progresso nas déca-das seguintes. Nos anos 40 e 50 surgiram, na Alemanha e nos EUA, os primeiros computadores, iniciava-se a “Guerra-fria” e lançaram-se as bases para a exploração espacial, desencadeadas pelos norte-americanos e pela União Soviética. Portugal tinha sido poupado ao sofrimento maior. Os anos depois da Gran-de Guerra foram, apesar da agitação política mais ou menos silenciosa e silenciada, de consolidação do regime de Salazar, consolidação essa que, aliás, continuou na década seguinte. A formação em Engenharia durava, então, seis anos. Havia três anos de formação geral em ciências, uma fase designa-da “preparatórios”, e três anos seguintes de especialização

em cada uma das áreas que, na Faculdade de Engenharia da U.Porto, eram cinco: Civil, Electrotécnica, Mecânica, Química Industrial e Minas. Os “preparatórios” da U.Porto decorriam na Faculdade de Ciências. Em Coimbra também havia “pre-paratórios” e, no Instituto Superior Técnico, decorriam os seis anos em sequência.

No lançamento da economiaOs jovens engenheiros de 1949 foram para o mercado de tra-balho já com a Lei 2002, da Electrificação do País, publicada (1944), e com a Companhia Nacional de Electricidade (1947), constituída para interligação dos sistemas do Douro, Zêzere e Cávado e para fornecimento de energia. As barragens de Caste-lo de Bode, da Venda Nova e do Cabril construíram-se, respec-tivamente, em 1950, 1951 e 1954. Na década seguinte surgiram as do Alto Rabagão e do Douro Internacional. As metalome-cânicas Sorefame e Efacec foram criadas durante a década de 40; em 1954, a Siderurgia Nacional; a Lisnave foi oficialmente constituída, mais tarde, em 1961, apesar de já existirem esta-leiros anteriormente, no mesmo local, propriedade do grupo CUF. A constituição da União Fabril do Azoto e do Amoníaco Português é de 1952 e a da Nitratos de Portugal de 1957. A

O Curso de 1949

O Curso de 1949 nacomemoração dos 5o anos

O Curso de 1959

refinação de petróleo desenvolve-se em 1940, 1954 e 1969 e a Sociedade Portuguesa de Petroquímica é criada em 1961. O então ministro Duarte Pacheco foi o impulsionador dos planos de Lisboa entre 1938 e 1948. O Plano Regulador do Porto, da autoria do engenheiro e professor da U.Porto, Almeida Garrett, é de 1952. Em 1954 é constituída a Junta de Energia Nuclear e a Radiotelevisão Portuguesa inicia emissões regulares em 1957, ano em que também é criado o Instituto Nacional de Investiga-ção Industrial (INII).

Notável 60º aniversárioEm 1949, formaram-se 180 engenheiros nas cinco áreas, sen-do apenas um único de Engenharia de Minas, Artur Ferreira

da Silva, e apenas uma mulher em Engenharia Electrotécnica: Maria Ângela Sousa e Cunha. Destacaram-se em diversas áreas de actividade profissional, nomeadamente na gestão e admi-nistração, nas carreiras académica e técnica e também na vida política. A difícil entrada no mercado de trabalho levou vários licenciados a rumarem a Angola, Moçambique, Brasil e outros países americanos.Quadros Flores, animador das comemorações, recordando os velhos tempos de estudante, salienta a inexistência de livros sobre as matérias leccionadas no mercado nacional e o excep-cional achado que foi a descoberta de um livro em francês de um dos autores referidos nas aulas, durante uma viagem a França. Professores como Correia de Barros, mais tarde reitor, Almeida Garrett, o primeiro director da Faculdade que conhe-ceu, e o professor de Mecânica racional Sarmento Beires, entre outros, ficaram na memória dos estudantes da época.Não obstante os encontros mensais entre alguns colegas e os aniversários do curso, o encontro que, entre 19 e 26 de Julho, assinalou 60 anos de formação envolveu um cruzeiro no Dou-ro em Barco Hotel e reuniu mais de 40 participantes, termi-nando com o ponto alto do dia 25, dedicado à FEUP e à cidade do Porto.

Meio século de cursoA geração seguinte, os engenheiros formados em 1959, assi-nalou 50 anos de curso com uma confraternização a 22 e 23 de Maio, incluindo no programa um passeio por Coimbra, Lousã, Aveiro e ria de Aveiro e Costa Nova. No ano da forma-tura, contavam-se 114 colegas, sendo apenas seis do ramo de Minas e apenas duas mulheres, entre os dez de Engenharia Química Industrial: Maria Odete Maia e Dulce Faria Correia Barros. Maria Odete Maia foi, com Renato Morgado, uma das organizadoras da confraternização que assinalou meio século de formação. Em diálogo sobre os tempos de universidade, os dois antigos estudantes recordam a exigência dos “preparatórios” na Facul-

dade de Ciências, que constituíam, simultaneamente, um teste ao empenho e à capacidade de quem estudava. Lembram-se, particularmente, de professores de Matemática como Jayme Rios de Sousa, Arnaldo Madureira e Sarmento Beires. Este úl-timo, aliás, motivava a transferência de muitos estudantes para a Faculdade de Ciências de Coimbra, de modo a conseguirem concluir mais facilmente a disciplina. Do professor Pires de Carvalho, de Física, dizia-se ironicamen-te que era autor de um livro “muito claro e preciso” aconse-lhado para as aulas. Claro porque tinha capa branca e preciso porque era necessário para concluir a disciplina que aquele professor leccionava. Nas disciplinas de Química foi tempo de professores como Humberto de Almeida, Alberto Brito e Men-donça Monteiro.A época em que uma e outra geração de engenheiros se for-maram, e na qual depois se distinguiram em termos técnicos, científicos/académicos, políticos, administrativos e de gestão, foi não só de estruturação da economia nacional mas também de transição para a explosão tecnológica actual, sobretudo ao nível das tecnologias da informação e comunicação – o que significou desafios extraordinários para os engenheiros forma-dos até então.

Duas gerações de engenheiros formados na U.Porto assinalam 50 e 60 anos de curso. Entraram no mer-cado de trabalho a meio do século XX e foram cru-ciais para o desenvolvimento tecnológico do país,

para a modernização das infra-estruturas nacionais e para a consolidação da nossa economia. Recordam

os professores mais exigentes e que mais lhes difi-cultaram a conclusão das disciplinas, mas agrade-cem a formação que receberam no ensino superior.

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REPRESENTAÇÕES JURÍDICAS DAS TECNOLOGIASREPRODUTIVAS: CONTRIBUTOS PARA UMA REFLEXÃOSUSANA SILVA E LUÍSA VELOSO(COORDENADORAS)U.PORTO EDITORIAL

Esta obra reúne uma colectânea de textos que analisam questões jurídico-legais, éticas e sociais colocadas pelas recentes utilizações das técnicas de reprodução medicamente assistida. Judit Sándar, investigadora no domínio da ética e dos direitos biomédicos e autora de diversas publicações nesta área, reflecte a partir de percepções interdisciplinares ancora-das na Sociologia e no Direito. Já Amélia Augusto, socióloga investigadora na área da infertilidade, expõe as dificuldades do direito em regular e acompanhar as várias vertentes jurídicas, éticas e sociais asso-ciadas à reprodução medicamente assis-tida. Por seu turno, a jurista Vera Lúcia Raposo analisa as modalidades jurídicas de disposição de embriões excedentários, enquanto Susana Silva aborda o caso da doação de gâmetas em Portugal.Perfeitamente actual, o tema do livro pro-cura captar a atenção de um público-alvo diversificado e interessado na problemáti-ca da reprodução medicamente assistida: juristas, legisladores, profissionais de saúde, cientistas sociais, estudantes e, em particular, pessoas que podem recor-rer a estas técnicas.

GONÇALO SAMPAIO – PROFESSOR E BOTÂNICO NOTÁVELJOÃO PAULO CABRALU.PORTO EDITORIAL

Trata-se da biografia de um dos prin-cipais impulsionadores do estudo da Botânica em Portugal: Gonçalo Sampaio (1865-1937), autor dos livros “Estudo sobre a Flora nos Arredores do Porto” e “Estudos Botânicos”. Em 1910, este pro-fessor da U.Porto representou Portugal no Congresso Internacional de Botânica, em Bruxelas. O livro de João Paulo Cabral dá especial enfoque à actividade de Gonçalo Sam-paio como naturalista botânico e docen-te da U.Porto, mas não deixa de abordar outras facetas da vida do professor, nomeadamente a de melómano interes-sado em música popular minhota. “Gonçalo Sampaio – Professor e Bo-tânico Notável” é um livro dirigido a todos os públicos e que mostra conhe-cimentos inéditos sobre a vida, obra e métodos de trabalho do professor, bem como sobre a história da Botânica em Portugal. Refira-se que muitas destas informações foram extraídas por João Paulo Cabral do espólio histórico do De-partamento de Botânica da Faculdade de Ciências da U.Porto, instituição onde é professor. Manuscritos, documentos, instrumentos, aparelhos e exemplares históricos de herbário serviram para que o autor compreendesse a pessoa, o contexto familiar e social, as origens e a progressão científica de Gonçalo Sampaio.

O grupo de investigação GeQualTec, inserido na Secção de Construções Civis do Departamento de Engenharia Civil da FEUP, tem vindo nas últimas décadas a desenvolver actividades científicas em áreas do conhecimento relacionadas com a Gestão, Qualidade e Tecnologia dos Edifícios. As experiências vividas solidi-ficaram uma tradição de participação e cumplicidade com o tecido empresarial, não só nacional como internacionalmente. Reforçando esta vontade de relacionar conhecimento entre as várias disciplinas do campo da investigação da construção, surgiu no seio deste grupo mais um pro-jecto que procura, de forma inovadora, cruzar o conhecimento científico com a experiência profissional desenvolvida no campo do projecto. Assim se explica a edição da Cadernos d’obra, uma revista internacional de divulgação científica so-bre construção de edifícios.Para o primeiro número, o grupo escolheu um empreendimento recente que marcou o tecido urbano da cidade do Porto e veio oferecer uma nova perspectiva de relacionamento da pré-fabricação com as tradições construtivas locais: a torre do Burgo, da autoria do arquitecto Eduardo Souto Moura.

CADERNOS D´OBRAREVISTA INTERNACIONAL DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICAFEUP EDIÇÕES

A Loja U.Porto não pára de surpreender com artigos em que a inovação estética, a qua-lidade dos materiais e o carácter utilitário continuam a ser elementos diferenciadores. No moderno espaço decorado por Daniela Palhares é possível, por exemplo, encontrar novas séries de lápis, canetas, cadernos, capas e mochilas. Mas, para além de material eminentemente académico, a loja oferece ain-da peças mais sofisticadas e com diferentes usos, como serviços de café, relógios, garra-fas de vinho e artigos de decoração. As mais recentes publicações literárias, técni-cas e científicas da U.Porto editorial também podem ser encontradas no espaço comercial instalado nas arcadas do Edifício da Reitoria, na Praça Gomes Teixeira. Aliás, a loja está repleta de livros, alguns deles com a chancela da Fundação Gulbenkian e da Civilização Editora.Destaque, igualmente, para a presença de pe-ças concebidas por membros da comunidade académica da U.Porto, como as caixas em es-tanho criadas por Fernando Lanhas, a caneta em ouro de Francisco Laranjo ou os colares da autoria de Isabel Pereira Leite.Está previsto que a Loja U.Porto seja com-plementada com uma sala de exposições/galeria, onde vai ser possível observar obras de estudantes e professores da Faculdade de Belas Artes (FBAUP), bem como reproduções de peças do espólio dos museus que inte-gram a Universidade.

LOJA U.PORTO COM NOVOS PRODUTOS

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DESPORTO

Domingo, 20:30. A hora e o dia apontam para o confor-to do lar e a espera pelo primeiro dia de trabalho da semana. Porém, num escondido pavilhão da Faculda-

de de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) nada dis-so acontece. Chegando a conta gotas, as atletas aquecem para mais um treino. A razão? “Revalidar o título nacional”, remata Ana Catarina Sampaio, estudante de Ciências da Comunicação e uma das estrelas da equipa de andebol feminino da U.Porto que, em apenas três anos, ganhou tudo em termos nacionais. Treinar ao domingo não é, no entanto, problema. Muito pelo contrário: foi a única forma encontrada de reunir o grupo, face aos treinos das equipas onde jogam e às aulas nas faculdades.Mas qual é o segredo para tantas vitórias? A resposta rápida demonstra convicção: “O segredo está no prazer e na diversão que sentimos quando jogamos juntas”, atira Daniela Vieira, es-tudante da FADEUP. Já Isabel Oliveira, futura mestre em Quí-mica, defende que “temos uma equipa com grande qualidade individual e com os treinos criamos um jogo colectivo forte”. Qualidade, efectivamente, não falta a esta equipa praticamente imbatível a nível nacional. É tricampeã do Campeonato Nacio-nal Universitário, não sendo por isso de estranhar que a Fe-deração Académica do Desporto Universitário a tenha consi-derado a Melhor Equipa do Ano em 2008. Nos campeonatos europeus, as coisas têm sido um pouco diferentes. Contudo, um 4.º, um 5.º e um 6.º lugares nesta competição não são, de forma alguma, resultados negativos, até porque, como nos explicou Luísa Estriga, treinadora da equipa, “os campeonatos universitários europeus têm um nível superior ao nosso cam-peonato de andebol nacional”. Tudo explicado, portanto.

Horários são problemaA equipa da U.Porto é constituída por atletas de várias facul-dades. De Ciências a Letras passando obrigatoriamente por Desporto, as estudantes têm os seus próprios horários, o que dificulta os treinos em conjunto. Daniela Vieira reconhece que os horários são um entrave. “Dificilmente conseguimos encon-trar um dia em que todas consigam comparecer”, garante. A solução passa, exactamente, por treinar em dias pouco conven-cionais, como o domingo. Esforço de campeão, bem se vê. E Bolonha veio dificultar ainda mais as coisas. “Torna-se ainda mais complicado, devido às presenças obrigatórias nas aulas”, explica Joana Oliveira, estudante da Faculdade de Economia. É que treinar por gosto não cansa mas esgota. Luísa Estriga ga-rante que, “numa equipa universitária e na nossa realidade, as tarefas universitárias sobrepõem-se à competição e ao treino”. Vida complicada, pois claro. “Nenhuma delas tem a expectativa de ser andebolista. Por isso, se têm de treinar ou estudar, não há a mínima dúvida sobre qual é que é a opção”, acrescenta.Mas, se a dificuldade em treinar juntas é enorme, como se ul-trapassa esse obstáculo? Novamente salta Luísa Estriga para a explicação: “Temos de ter treinos muito eficientes do ponto de vista colectivo”, porque o importante é colocar “gente com vi-vências diferentes a funcionar todas juntas”.

GADUP dá uma ajudaNo entanto, o Gabinete de Actividades

Desportivas da U.Porto (GADUP), re-centemente criado, tem trabalhado para a melhoria das condições exis-tentes e, essencialmente, para o re-conhecimento merecido das atletas face à restante comunidade univer-sitária. Neste sentido, a criação do estatuto de atleta universitário foi um salto enorme. “O GADUP con-seguiu avançar com o estatuto de atleta-estudante, que já veio permitir

aos atletas da Universidade conciliar melhor os estudos com o desporto”, considera Ana Catarina Sampaio.

Quando se fala em objectivos não existe equipa mais unâni-me. Em uníssono todas as atletas atiram dos sete metros e sem receios: “Vencer sempre o Campeonato Nacional Universitá-rio”. A treinadora Luísa Estriga complementa: “Falhar o título era mau de mais. Nem quero pensar nisso!”. No Campeonato Europeu, este ano na Eslovénia, a equipa não foi além do 6.o lugar. Apesar de partir com grandes esperanças, a verdade é que uma má entrada no torneio impossibilitou ou-tros voos à equipa da U.Porto. Derrotada pela Universidade de Kastamonu (Turquia) no jogo inaugural, a equipa nunca mais recuperou animicamente e terminou no 3.o lugar do grupo de apuramento. Na atribuição do 5.o lugar, a U.Porto saiu também derrotada, terminando o campeonato no 6.o lugar. Segue-se Nicosia 2010. Para lá chegar, a U.Porto terá que vencer pela 4.a vez consecutiva os Campeonatos Nacionais Universitários.

Três anos sempre a vencer. As tricampeãs nacionais de andebol da Universidade do Porto contam as dificulda-des ultrapassadas e reforçam objectivos. Continuar na

senda das vitórias e construir uma posição relevante na Europa é o que se espera de quem ainda não perdeu um

único jogo em território nacional. Tudo isto, no entanto, à custa de alguns sacrifícios, como treinar ao domingo.

SEM LIMITES NEM DERROTAS

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VINTAGE

Eram 14 selos do Botswana, cada um com o seu mineral, que se anunciavam para venda nas páginas de um jornal londrino, em 1974, ano da “Revolução dos Cravos” em

Portugal. Frederico Sodré Borges estava na capital britânica, terminara o mestrado e começara, no Imperial College, o dou-toramento em Geologia Estrutural – estudo da geometria dos corpos rochosos, sua distribuição espacial e dos processos que conduzem à deformação das rochas e formação das estruturas geológicas. Sendo coleccionador de selos de longa data, estu-dioso e apreciador de minerais, aquela parecia uma proposta irresistível… Os 14 selos de minerais foram o início de uma colecção temá-tica sobre mineralogia que, actualmente, já vai em quase um milhar de unidades. Frederico Sodré Borges, hoje professor ca-tedrático aposentado da Faculdade de Ciências, 67 anos, autor de obras de referência nesta área e ex-director do Museu de História Natural da Faculdade de Ciências da U.Porto, não se limitou a coleccionar. Habituado a partilhar o saber, elaborou “O Mundo dos Minerais através dos selos”, uma sebenta onde os conceitos de Mineralogia, as notas sobre a evolução do uso de minerais e a relação com a Geologia são ilustrados com se-los de vários países e várias épocas, esquemas e desenhos seus. Para quem estuda ou não estas matérias, mas sobretudo para os segundos, os minerais constituem um dos maiores atracti-vos da vasta disciplina que é a Geologia e uma potencial “porta de entrada” nesta disciplina científica. Por isso, mais interes-santes se tornam os esforços de aproximação destas matérias aos interesses e necessidades de quem não as estuda.

Cobiçados mas desconhecidosProduto das substâncias, forças e temperaturas que actuam e ocorrem naturalmente no globo terrestre, traduzindo-se em formas inesperadamente rigorosas, podem ser comuns ou raros e por isso valiosíssimos e eternamente desejados, com cores discretas ou múltiplas, reflectores dos tons do arco-íris e deslumbrantes. Ou, pelo contrário, escuros e misteriosos. Uma das características mais distintivas dos minerais, explica “O Mundo dos Minerais através dos selos”, é a regularidade da organização dos átomos na molécula (forma cristalina) que os constitui. Assim, a composição química de um mineral apenas varia dentro de certos limites e a sua morfologia está subor-dinada a sete formas paralelipipédicas fundamentais. Outra característica identificativa é o facto de não terem origem or-gânica, o que faz com que nem a Vitamina C nem a concha de um animal marinho sejam minerais, embora a aragonite, substância cristalina com a mesma composição química de cál-cio, carbono e oxigénio (CaCO3), já o seja porque tem origem não orgânica. Assim, também por ser inorgânico, o gelo, que é a forma cristalina da água no estado sólido, é um mineral se for de origem natural.Entre os minerais mais conhecidos e referidos neste manual básico ilustrado estão os cobiçados ouro, diamante, topázio, berilo (esmeralda, por exemplo), corindo (a safira e o rubi, en-tre outros), a granada e o topázio. Outros são mais familiares como a halite, mineral constituído por cloreto de sódio (NaCl) de origem natural, o conhecido sal de cozinha, cuja estrutu-ra cristalina foi a primeira a ser identificada (pelos britânicos Bragg, pai e filho, em 1914-15); ou ainda a pirite (FeS), que é minério de ferro e fonte de enxofre; ou a andradite, assim de-signada em homenagem a José Bonifácio d’Andrada e Silva, mineralogista luso-brasileiro.

Temática recenteEsta colecção temática do co-fundador da Sala de Mineralogia “Montenegro de Andrade” do Museu de História Natural da Faculdade de Ciências da U.Porto inclui algumas preciosida-des, como as duas edições de um selo representativo da bol-twoodite, que faz parte de uma série do Sudoeste Africano de 1989. Como a edição original foi publicada com a fórmula química errada, numa edição imediata corrigiu-se o erro, tor-nando-se difícil de encontrar a primeira. A informação e rigor científicos são, aliás, uns dos principais critérios de escolha de Frederico Sodré Borges para a sua colecção temática, a qual não inclui apenas exemplares rela-cionados com Mineralogia strictu senso mas também com outras áreas da Geologia, como Vulcanologia, Sismologia e Tectónica de Placas, ou Paleontologia. Ficou, por isso, desapontado com a excessiva popula-rização de alguns destes temas, fenómeno que levou a edições apenas para exploração comercial quando, por exemplo, foram lançados selos destes em países onde nunca foram descobertos registos paleontológi-cos, ou quando se associaram dinossauros e figuras populares da banda desenhada.Da sebenta constam também alguns exemplares por-tugueses relacionados com este tema que começaram a ser editados em 1971, por ocasião do I Congresso Luso-Hispânico de Geologia Económica, não muito tardiamente em relação à assumpção destas temáti-cas na filatelia, que ocorreu durante os anos 60. Esta série portuguesa inclui quatro selos: volframite, blen-da, arsenopirite e berilo, que, de alguma maneira, re-presentam o interesse económico destes minerais co-muns em Portugal. Para além destes, outros há que suscitam o interesse de coleccionadores, em particular pela sua raridade e/ou beleza. O país é visitado regularmente por coleccionado-res de minerais, sendo já motivo de alguma preocupação de lesa património. Por outro lado, a exígua regularidade deste tema nas edições filatélicas, apesar do património que existe, também revela algum desinteresse da sociedade, motivo de preocupação para este professor aposentado. “A Geologia qua-se não se ensina na escola”, lamenta.Há uma versão digitalizada deste manual resumido de Minera-logia no endereço do Museu Virtual da U.Porto, acessível atra-vés do seguinte caminho: Página inicial ---> visitas guiadas ----> Mineralogia ----> link na palavra minerais do texto de apresen-tação da visita guiada. Quem o ler pode ficar a conhecer o que caracteriza um mineral, que tipos existem, como se formam e como evoluiu o seu uso e a tecnologia associada. Trata-se ainda de um bom exemplo de como pode ser constituída uma colecção filatélica temática.

O gosto pela filatelia associou-se ao saber científico numa sebenta de Mineralogia. O professor aposentado

Frederico Sodré Borges, que concebeu com Fernando Lanhas a actual Sala de Mineralogia “Montenegro de Andrade” do Museu de História Natural da Faculdade de Ciências da U.Porto, mostra assim um casamento de paixões pelo menos com a mesma idade do “25 de Abril”.

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U.PORTO EM NÚMEROS

Campus Universitários

Faculdades

Escola de Gestão

Docentes e Investigadores ETI (75% doutorados)

Funcionários

Estudantes

Estudantes de 1º Ciclo e Mestrado Integrado

Estudantes de 2º Ciclo /Mestrado

Estudantes de Especialização

Estudantes de 3º Ciclo /Doutoramento

Estudantes estrangeiros (8,1% do total)

em programas de mobilidade

em cursos de 1º Ciclo e Mestrado Integrado

em cursos de 2º Ciclo / Mestrado

em cursos de 3º Ciclo / Doutoramento

investigadores Post-Doc

Nacionalidades diferentes

Programas de Formação em 2008/09

Cursos do 1º Ciclo / Licenciatura

Cursos de Mestrado Integrado

Cursos de 2º Ciclo / Mestrado

Cursos de 3º Ciclo / Doutoramento

Cursos de Formação Contínua

Vagas disponíveis em 2008/09 (15,1% das vagas nacionais)

Vagas preenchidas na 1ª fase do concurso nacional 2008/09 (99,6% das vagas preenchidas)

Mais alta classificação média do último colocado das universidades públicas

Unidades de investigação

Unidades avaliadas com “Excelente” e “Muito Bom”

Unidades integradas em Laboratórios Associados ao Estado

Artigos científicos indexados na ISI Web of Science em 2008 (21,4% da produção nacional)

Patentes em nome próprio

Spin-offs (empresas desenvolvidas na Universidade)

Bibliotecas

Títulos de monografias

Revistas científicas disponíveis online

Downloads de artigos científicos

Residências Universitárias

Camas

Unidades de alimentação (cantinas, bares, etc)

Lotação das cantinas

Refeições servidas por dia

314

1

1 8951 689

29 89622 220

4 933468

2 275

2 4231 225

506409283

5761

6413518

13949

400

4 0254 010154,2

693113

2 0803932

30634 449

30 607829 601

91 214

202 270

13 600

Oito elementos do Núcleo de Etnografia e Folclore da Univer-sidade do Porto (NEFUP) leccionaram um workshop de danças, trajes, cantares e instrumentos tradicionais portugueses em S. Luís do Maranhão, no Brasil. A iniciativa decorreu de uma missão cultural de cooperação entre a U.Porto e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), no âmbito do projecto “Prata da Casa” daquela universidade brasileira, e dirigiu-se a 37 grupos de luso-descendentes da referida região do Brasil.Embora com um número de assistentes variável ao longo da semana em que durou o workshop (de 17 a 23 de Janeiro), cer-ca de 80 luso-descendentes viram, ouviram, presenciaram e praticaram as tradições do nosso país durante a iniciativa. Os chamados grupos de dança portuguesa representam um ima-ginário essencialmente associado aos trajes palacianos do pe-ríodo da estadia da nossa Corte no Brasil, no início do século XIX, trajes esses em que predominam as cores fortes, os ele-mentos brilhantes e os dourados. No último dia, houve uma actuação conjunta que envolveu as duas visões das tradições portuguesas: a dos luso-descendentes e a dos portugueses do NEFUP. Estiveram presentes o secretário da Cultura do Estado do Maranhão e o representante cultural da UFMA.Os oito elementos leccionaram temas relacionados com a sua experiência em cada área: desde os cantares às danças, passan-do pelos trajes, música e uso de instrumentos tradicionais. Es-tiveram presentes Armando Dourado, Cláudia Bastos, Fátima Teixeira, Teresa Luís, Jorge Caldas, João Ferreira e a presidente, cantadeira e tocadora de concertina Margarida Luz.JC

Várias gerações de antigos estudantes da U.Porto e ex-joga-dores de hóquei do Centro Desportivo Universitário do Porto (CDUP), representando quase 40 anos de actividade despor-tiva, juntaram-se à mesa num jantar de confraternização que decorreu a 20 de Março último.Estiveram presentes alguns dos fundadores da secção de hó-quei do CDUP, como Carvalho e Castro e Manuel Sepúlveda. Outros quase fundadores, como Fernando Ranito – ex-joga-dor, treinador durante 18 anos e animador do blogue http://nososdooqueidocdup.blogspot.com, que pretende manter vi-vos os laços dos antigos jogadores desta modalidade naquele clube – Vasco Jorge Cunha, Agostinho Vasques de Carvalho ou os irmãos Joaquim e Alfredo Cardoso da Silva, marcaram igualmente presença. Mas também gerações intermédias, re-presentadas por elementos como Alberto Trancoso, Mário de Almeida, Amado Marques, Carlos Paupério, Aurélio Tavares, José Luís Costa Lima ou Luís Salvador – este último forma, com Carvalho e Castro, Fernando Ranito e Alfredo Cardoso da Silva, o grupo dos principais incentivadores destes convívios.A geração mais recente que, desde os 13 aos 18 anos, idade em que já jogou no escalão sénior, foi treinada por Fernando Ranito, esteve também representada, por exemplo, na pessoa de Fernando Moreira. A secção de hóquei do CDUP foi extinta em 1982.JC

REUNIÃO DE VÁRIASGERAÇÕES DE HOQUISTAS

ELEMENTOS DO NEFUPEM MISSÃO CULTURALNO BRASIL

Page 27: UPorto Alumni #08