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Atualidades
Usinas de Belo Monte e Tucuruí
Professor Luciano Teixeira
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Atualidades
USINAS DE BELO MONTE E TUCURUÍ
“Quando o ato deixa de ter o objetivo político evidente, na sangria do bloqueio de um rio belo e admirável como o Xingu, para se tornar quebra-quebra, por mais nobre que seja sua inspiração, o conteúdo político da manifestação é erodido, rui, desaparece.”
O Rio Tocantins seccionado, ao lado da cidade de TucuruíFoto: Manuel Dutra, fevereiro 2011
“Desde a sua fundação, e durante os 40 anos seguintes, a federação das indústrias do Pará teve um único presidente: Gabriel Hermes Filho. Façanha maior do que a de Theobaldo de Nigris na Fiesp paulista. Hermes foi senador por muitos anos, deputado federal e dirigente de órgãos públicos. Um homem sagaz e com um senso agudo da oportunidade. Estava sempre ao lado do governo que estivesse no poder
Mesmo com essas credenciais, já encanecido, o senador Hermes anunciou que comandaria o maior protesto contra a construção da hidrelétrica de Tucuruí, que era a maior obra em andamento no Brasil naquele inicio da década de 1980.
O dirigente das indústrias paraenses era inteiramente a favor da usina, por pensar assim e por ser do partido do governo. O problema é que a barragem mantinha bloqueado o rio Tocantins. Às vésperas de ser inaugurada, ninguém levava a sério a exigência feita desde 1934, pelo Código de Águas, a quem fechasse um rio: restabelecer-lhe a navegabilidade.
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Tratava-se, no caso, do 25º maior rio do mundo. Depois de percorrer quase dois mil quilômetros, o Tocantins estava represado a menos de 400 quilômetros da sua foz. Precisava de um sistema de transposição para continuar a ser um rio navegável — e legalizado.
Para isso, precisava dispor de duas eclusas, de um canal de concreto entre elas com cinco quilômetros de extensão e obras de desobstrução no seu leito, rio acima. Obra para mais de um bilhão de reais, valor atualizado. A maior eclusa do mundo.
A empresa construtora da usina, a estatal Eletronorte, se livrou logo do que para ela era um abacaxi. Queria se dedicar apenas à geração de energia. O resto não lhe interessava (mesmo que "o resto" fosse uma bacia hidrográfica ocupando 8% do território brasileiro).”
Em meio ao episódio da paralisação das obras de Belo Monte, que ocorreu no mês passado, um grupo de engenheiros discutia sobre as questões que envolvem essa hidrelétrica do Xingu, lembrando, inclusive, as diferenças existentes com Tucuruí, que, aliás, é a maior hidrelétrica genuinamente brasileira, uma vez que Itaipu é binacional.
Mas, rememorizando os anos 70, que foi a era de ouro do setor elétrico, lembrou-se que, naquela época, ao se construir a hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, a única preocupação era com a obra em si, sem nenhuma ação de compensação na região do seu entorno. Por isso a empresa construtora, preocupada unicamente com o cronograma da obra, dedicou-se, de imediato, à construção dos alojamentos para os operários no canteiro da obra e da chamada vila permanente, que foi dotada de ruas pavimentadas e bem iluminadas, sistema de água e esgoto, hospital, hotel de trânsito, clube, residências de alvenaria e escolas de 1º e do 2º grau para os filhos dos trabalhadores. Daí as críticas que se faziam em Tucuruí, quando, jocosamente, se dizia que havia duas cidades: a “Tucuruí de luxo”, constituída de mansões, água tratada e encanada, sistema de esgoto, ruas pavimentadas com iluminação pública, hotel de luxo, hospital de primeiro mundo e escolas para os “filhos dos barões”; enquanto que na “Tucuruí de lixo” as ruas não eram pavimentadas e nem iluminadas, não havia água encanada e muito menos esgotos, o hospital era uma unidadezinha da Sespa e as escolas eram só de 1º grau.
Na verdade, a chamada vila permanente da Eletronorte era um enclave em Tucuruí. Era um outro mundo, que se contrastava com a realidade da velha e pobre cidade de Tucuruí. Porém, as críticas em relação a hidrelétrica de Tucuruí não restringiam, apenas, à vila da Eletronorte. Muito pelo contrário. Reclamava-se do fato da barragem fechar totalmente o rio Tocantins e não prever, em seu projeto, a construção das eclusas, que permitiriam a navegação entre Tucuruí e Marabá; eclusas essas que foram iniciadas, ainda, no governo do presidente João Figueiredo e inauguradas no final do segundo governo Lula.
Mas, de todas as críticas, a que ficou inesquecível, até mesmo por ser hilariante, é a de que quando fechassem as comportas da barragem, para a formação do lago de Tucuruí, as águas do rio Tocantins iriam baixar tanto, que o Atlântico iria invadir a baía do Guajará e o rio Guamá de tal forma, que iria salinizar as águas do lago Bolonha e Água Preta que abastecem Belém e com isso os belenenses iriam beber água no mínimo salobra.
O pai d’égua disso, permitam-me essa expressão autenticamente paraense, é que as comportas de Tucuruí foram fechadas, o lago foi formado, a hidrelétrica foi concluída, inaugurada, gerou energia e nunca se bebeu um copo de água salobra em Belém. É claro que isso pode parecer até uma fábula, mais não é. É uma estória que se espalhou de tal forma em Belém, na época, que levou a população de Belém quase ao desespero com o day-after do fechamento das
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comportas de Tucuruí. E lembro desse fato, para que as pessoas percebam o quanto é dito de inverdades a respeito das hidrelétricas.
Mas, qual a grande diferença entre Belo Monte e Tucuruí? É claro que uma das grandes diferenças, é que em Belo Monte não haverá a “vila permanente” para ser um enclave em Altamira, uma vez que essas moradias, com toda a infraestrutura urbana, deverá estar integrada ao centro urbano da cidade de Altamira.
Daí a previsão, contida nas condicionantes ambientais, da implantação de todo um sistema de captação, tratamento e distribuição de água, bem como de um sistema de esgoto, em toda a cidade de Altamira. Do mesmo modo que está prevista a macrodrenagem dos igarapés “Altamira”, “Panelas” e “Ambé”, inclusive com a urbanização das suas margens, uma vez que os seus atuais moradores serão transferidos para conjuntos habitacionais, construídos em alvenarias e com toda higiene.
Como se vê, com Belo Monte não haverá a Altamira de luxo e a Altamira de lixo, como houve em Tucuruí, além de haver uma preocupação com o desenvolvimento do seu entorno, cujo plano foi previamente estudado e estabelece todas as ações de mitigação dos impactos. É só executá-las.
Belo Monte
O projeto prevê a construção de uma barragem principal no Rio Xingu, localizada a 40 km acima da cidade de Altamira, no Sítio Pimental, formando o Reservatório do Xingu. A partir deste reservatório, parte da água seria desviada por um canal de derivação de 20 km de comprimento e 200 m de largura para um reservatório intermediário, localizado a aproximadamente 50 km de Altamira na região cercada pela Volta Grande do Xingu. (O projeto originalmente previa dois canais de derivação, mas foi alterado em 2009 para um canal apenas.) Este reservatório seria criado fechando os escoadouros da região por 27 diques menores. A área total dos reservatórios é de 516 km², dividida entre os municípios de Vitória do Xingu (248 km²), Brasil Novo (0,5 km²) e Altamira (267 km²). A área a ser alagada é apenas parte desse total, pois este inclui a calha atual do Rio Xingu.
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Slides – Usinas de Belo Monte e Tucuruí
TUCURUÍ – (Araguaia-Tocantins) • Maior Hidrelétrica genuinamente Brasileira. • Localizada no estado do Para -‐ Rio Tocan;ns. • Faz parte do Projeto Carajás, oficialmente conhecido como Programa Grande Carajás (CVRD).
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Belo Monte
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Belo Monte - “a fio d’água” • Usinas hidrelétricas “a fio d’água” são aquelas que não dispõem de reservatório de água, ou o têm em dimensões menores do que poderiam ter. Optar pela construção de uma usina “a fio d’água” significa optar por não manter um estoque de água que poderia ser acumulado em uma barragem.
ITAIPU - Paraná
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UHE – Santo Antônio Madeira-Mamoré
• A UHE Santo Antônio está interligada ao Sistema Elétrico do Sudeste/Centro-‐Oeste Brasileiro por meio de duas linhas de transmissão em corrente con@nua de cerca de 600 kV com 2.375 km de extensão, que serão as maiores do mundo em operação.
UHE - Jirau Madeira-Mamoré • Rio Madeira, a 120 km de Porto Velho, em Rondônia.
• Faz parte do Complexo do Rio Madeira.
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