6
Publicação BIMESTRAL N.º 254 julho-agosto 2018 ISSN 0871-5688 O PREÇO - 0,10 (IVA incluído) P. e Dário Balula Chaves [email protected] Vamos dar tempo a Deus D eus, criador de todas as coisas e fonte de todo o bem, criou-nos para sermos felizes. E andamos todos à procura dessa bem-aventurança. Na Europa, as pessoas, influenciadas pela sociedade materialista e consumista em que vivem, procuram a felicidade nas coisas materiais e são arrastadas pelo instinto compulsivo de fazer compras e de gastar dinheiro. O consumismo obsessivo é uma das características da nossa sociedade ocidental. Eu, tendo vivido e trabalhado muitos anos na África como missionário, em contacto com uma situação de muita pobreza material, descobri, por expe- riência própria, que a felicidade não está naquilo que temos, mas naquilo que somos. Podemos viver com pouco e ser felizes e, por outro lado, ser ricos e ter uma vida desgraçada. A felicidade depende, acima de tudo, dos valores humanos e espirituais que praticamos na nossa vida, da qualidade das nossas relações humanas uns com os outros e da nossa relação com Deus. O Papa Francisco na carta apostó- lica Alegrai-vos e Exultai (AE), sobre o chamamento à santidade no mundo atual, diz que felicidade é sinónimo de santidade. Deus, que nos criou à Sua imagem e semelhança, não quer que «nos resignemos com uma vida medío- cre, superficial e indecisa» (AE 1). O papa diz que a santidade não é só para alguns, mas para todos e depende dos valores do Evangelho com que vivemos o nosso quotidiano. Francisco escreve que «Jesus explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo; fê-lo quando nos deixou as bem-aventuran- ças. Estas são como que o bilhete de identidade do cristão. Assim, se um de nós se questionar sobre “como fazer para chegar a ser um bom cristão”, a resposta é simples: é necessário fazer – cada qual a seu modo – aquilo que Jesus disse no sermão das bem-aventuranças» (AE 63). Visto que vivemos numa sociedade cheia de distrações e que continuamente nos apresenta propostas falsas de felici- dade como sendo verdadeiras, é impor- tante na nossa vida ter momentos de silêncio, de oração e de discernimento espiritual «para interpretar o significado real das inspirações que julgamos ter recebido, para acalmar ansiedades e recompor o conjunto da própria vida à luz de Deus» (AE 171). Com o verão chegam as férias. Que vamos fazer durante as férias? Deixo uma sugestão: Vamos dar tempo a Deus! Vamos arranjar tempo para fazer silên- cio, respirar fundo, escutar, contemplar, agradecer e louvar. Vamos dar tempo para que o Espírito de Jesus nos toque e nos transforme; nos liberte do egoísmo, da preguiça e do orgulho e nos encha da Sua força e da Sua paz. Natalia Figueredo

Vamos dar tempo a Deus - combonianos.pt · silêncio, de oração e de discernimento espiritual «para interpretar o signi2cado ... para o agravar, perpetuar e legitimar. Outro modo

  • Upload
    dotram

  • View
    218

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Publicação BIMESTRAL

N.º 254 julho-agosto 2018

ISSN 0871-5688 PREÇO - 0,10 (IVA incluído)

P.e Dário Balula [email protected]

Vamos dar tempo a Deus

Deus, criador de todas as coisas e fonte de todo o bem, criou-nos

para sermos felizes. E andamos todos à procura dessa bem-aventurança.

Na Europa, as pessoas, in$uenciadas pela sociedade materialista e consumista em que vivem, procuram a felicidade nas coisas materiais e são arrastadas pelo instinto compulsivo de fazer compras e de gastar dinheiro. O consumismo obsessivo é uma das características da nossa sociedade ocidental.

Eu, tendo vivido e trabalhado muitos anos na África como missionário, em contacto com uma situação de muita pobreza material, descobri, por expe-riência própria, que a felicidade não está naquilo que temos, mas naquilo que somos. Podemos viver com pouco e ser felizes e, por outro lado, ser ricos e ter uma vida desgraçada. A felicidade depende, acima de tudo, dos valores humanos e espirituais que praticamos na nossa vida, da qualidade das nossas relações humanas uns com os outros e da nossa relação com Deus.

O Papa Francisco na carta apostó-lica Alegrai-vos e Exultai (AE), sobre o chamamento à santidade no mundo atual, diz que felicidade é sinónimo de santidade. Deus, que nos criou à Sua imagem e semelhança, não quer que «nos resignemos com uma vida medío-cre, super2cial e indecisa» (AE 1).

O papa diz que a santidade não é só para alguns, mas para todos e depende dos valores do Evangelho com que vivemos o nosso quotidiano. Francisco escreve que «Jesus explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo; fê-lo quando nos deixou as bem-aventuran-ças. Estas são como que o bilhete de

identidade do cristão. Assim, se um de nós se questionar sobre “como fazer para chegar a ser um bom cristão”, a resposta é simples: é necessário fazer – cada qual a seu modo – aquilo que Jesus disse no sermão das bem-aventuranças» (AE 63).

Visto que vivemos numa sociedade cheia de distrações e que continuamente nos apresenta propostas falsas de felici-dade como sendo verdadeiras, é impor-tante na nossa vida ter momentos de silêncio, de oração e de discernimento espiritual «para interpretar o signi2cado real das inspirações que julgamos ter

recebido, para acalmar ansiedades e recompor o conjunto da própria vida à luz de Deus» (AE 171).

Com o verão chegam as férias. Que vamos fazer durante as férias? Deixo uma sugestão: Vamos dar tempo a Deus! Vamos arranjar tempo para fazer silên-cio, respirar fundo, escutar, contemplar, agradecer e louvar. Vamos dar tempo para que o Espírito de Jesus nos toque e nos transforme; nos liberte do egoísmo, da preguiça e do orgulho e nos encha da Sua força e da Sua paz.

Nata

lia F

iguere

do

2 FAMÍLIA COMBONIANA

JUSTIÇA E PAZ

Férias e conversão ecológica

Ir. Bernardino Frutuoso

O respeito e cuidado pela Nature-za nunca saem de férias. Nesse sentido, há algumas sugestões

simples que podemos seguir no dia a dia e crescer no nosso caminho de educação e espiritualidade ecológica, como nos propõe o Papa Francisco na encíclica ecológica Louvado Sejas (LS): «O cuidado da Natureza faz parte de um estilo de vida que implica capaci-dade de viver juntos e de comunhão» (LS, 228).

Alguns dos desa+os que podemos co-locar-nos no âmbito pessoal, familiar ou comunitário nestas férias.

O primeiro desafio é acolher e interiorizar esta declaração do Papa Francisco relativamente à Natureza e a todos os seres que a habitam, huma-nos e não humanos. Assim, podemos re1etir e rezar sobre o cuidado da Casa Comum.

O segundo é escutar o grito da nossa Casa Comum «contra o mal que lhe provocamos», isto é, observar, atenta-mente, os riscos ambientais e de não coesão social que ameaçam o Planeta e a vida em comum; saber denunciá-los e apontar as suas causas. «Esta irmã clama contra o mal que lhe provoca-mos, por causa do uso irresponsável dos bens que Deus nela colocou. Cres-cemos a pensar que éramos seus pro-prietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos» (LS, 2).

O terceiro repto é ser responsáveis pelo lixo que produzimos. «Produzem-

-se anualmente centenas de milhões de toneladas de resíduos, muitos deles não biodegradáveis […] [e até] altamente tóxicos e radioactivos. A Terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num depósito de lixo» (LS, 21). Assim, nas nossas viagens e passeios levemos sacos de lixo para não deixar os resíduos na praia ou no campo. Pre-ferencialmente, façamos a separação diferenciada do lixo e a sua reciclagem. De acordo com a organização Ocean Conservancy, 150 milhões de tonela-das de plásticos circulam atualmente no mar. Os peritos estimam que, em menos de dez anos, aumentem para 250 milhões de toneladas, sendo que em 2050 poderá haver mais plásticos que peixes, caso nada seja feito. Ape-nas 9 % do plástico é reciclado, com o acréscimo que grande parte não é biodegradável e, por norma, leva mais de 400 anos a degradar-se.

O quarto desa+o é poupar energia nas nossas casas e locais de reunião. Podemos usar lâmpadas LED, reduzir o uso do ar condicionado.

O quinto desa+o é não desperdi-çar a água. «A água potável e limpa constitui uma questão de primordial importância, porque é indispensável para a vida humana e para sustentar os ecossistemas terrestres e aquáticos» (LS, 28).

Estes e outros pequenos gestos que, com criatividade, podemos pôr em prática no nosso quotidiano e sugerir a familiares e amigos, ajudarão a mu-dar a nossa relação com a Natureza. Conscientes de que «a esperança nos convida a reconhecer que há sempre uma saída, podemos sempre mudar de rumo, podemos sempre fazer algu-ma coisa para resolver os problemas» (LS, 61).

Estamos no verão. Tempo de férias e uma oportunidade para crescer

na comunhão com a Mãe Terra e cuidar da nossa Casa Comum.

© 1

23_RF

O cuidado da Natureza não é algo para fazer de vez em quando, mas faz parte dos afazeres

diários

FAMÍLIA COMBONIANA 3

para a missão em portugal e na europa

Ela, jovem estudante vinda da Guiné, num café da Praça da Re-pública, em Coimbra. Eu, a fazer

entrevistas:– Notas expressões ou comporta-

mentos racistas entre os universitários?– Quando vim da Guiné, pensava

que aqui as pessoas se davam bem. Mas sofro com a maneira como nos tratam a nós. É muito duro.

Eu vinha de anos em missão no Con-go-Kinshasa. Lá, perante certas reações minhas, dei por mim a examinar-me: «Serei racista?» Com pena, ia advertin-do, numa zona antiga de mim, o surgir de pensamentos e sentimentos que, em consciência, não aprovava. Fui reconhe-cendo que os meus ambientes me for-mataram a memória cultural recôndita, segundo «estereótipos entranhados na cultura branca e colonial», como diz Marta Araújo, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Ela explica: «O racismo circula de uma forma poderosa em todas as esferas da vida quotidiana, devido às representa-ções sociais e históricas que persistem na nossa sociedade, sobretudo devido ao passado colonial de Portugal.»

Fui vendo que «preconceitos e repre-sentações geram práticas quotidianas de desigualdades raciais e étnicas». Con-cretamente, o desprezo, a marginaliza-ção e o «abuso verbal racista», ou seja, a abundância e o acinte, na sociedade portuguesa, das anedotas, das piadas e do chamar nomes, expressão explícita daquele racismo do quotidiano.

Como curar o racismo?

Uma condição prévia à vitória sobre o pecado do racismo em nós e entre

nós é reconhecer a sua existência, de-nunciá-lo e combatê-lo. Silenciar, não denunciar situações de racismo serve para o agravar, perpetuar e legitimar.

Outro modo é apostar numa educa-ção genuinamente cristã, como a que, ao longo da vida, eu recebi e elaborei: uma séria educação inclusiva e uma boa formação acerca da dignidade de cada pessoa, imagem e semelhança de Deus-Amor, e da unidade universal. A+rmo a certeza feliz de que, no Seu Corpo na cruz, Cristo destruiu as barreiras da inimizade: n’Ele, todos somos Um! No meu próximo, Ele Se identi+ca.

Sabendo, todavia, que tem mais va-lor uma ação boa do que um milhão de ideias e boas intenções, comprometi--me, num empenho total e duradoiro, por viver e educar para relações de pro-ximidade e fraternidade; mantenho um

Curar do racismoO apelo do Papa Francisco «é preciso superar todas as formas de racismo,

de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana»

pede o empenho criativo dos cristãos.

domínio apertado sobre o tal racismo do quotidiano, que se pensa inevitável mas não é. Saí para a rua, participei em manifestações, pus-me a escutar e dar atenção mais empática ao que sentem aqueles que sofrem o racismo em do-lorosa experiência quotidiana psicoló-gica e nas diminuídas oportunidades de êxito escolar, social e pro+ssional. Sejamos muitos a fazer assim!

O combate ao racismo institucio-nal, expresso na «educação e outras estruturas da sociedade», assim como na «brutalidade e impunidade policial nos bairros pobres de maioria negra e cigana em Portugal» (como denuncia o político Pedro Varela), exige «medi-das sistemáticas e articuladas» (Marta Araújo).

Pedro

Rib

eiro S

imões

O convívio fraterno vence os preconceitos associados ao racismo

P.e Claudino Gomes [email protected]

6 FAMÍLIA COMBONIANA

linha direta

Jornadas Missionárias em FátimaAs Jornadas Missionárias Nacio-

nais vão decorrer nos dias 15 e 16 de setembro, no Seminário do Verbo Divino (Rotunda Norte), em Fátima. Tem como tema «Eu sou missão», enquadrando-se na caminhada que os jovens, e com eles toda a Igreja, estão a realizar rumo ao sínodo dos bispos de outubro sobre «Os Jovens, a fé e o discernimento vocacional».

As jornadas missionárias são desti-nadas a todos os animadores missioná-

Reunião anual dos Antigos Alunos CombonianosMais de cem antigos alunos combonianos reuniram-se,

no passado dia 5 de maio, no Seminário das Missões, em Viseu. Foi o encontro anual da associação. Do programa constou oração, partilha de novidades da vida, animação e muita emoção. Também os padres António Carlos, Gregó-rio dos Santos e Manuel dos Anjos deram o seu testemunho. O P.e António Carlos está nas Filipinas; o P.e Gregório dos Santos esteve no Brasil, e o P.e Manuel dos Anjos, que está a celebrar as bodas de ouro de ordenação sacerdotal, falou da sua missão em Moçambique.

O Dia da Família Comboniana, em Portugal, foi comemorado a 16 junho

rios. Acontecem em setembro, depois de um ano de pastoral, de férias que podem ter sido missionárias e às portas de outubro, mês missionário por exce-lência. Avaliar o percurso missionário feito e incendiar de espírito missioná-rio o ano pastoral que começa são dois dos seus objetivos.

Todas as informações e o processo de inscrição na página das Obras Mis-sionárias Pontifícias: https://www.opf.pt/jornadas-missionarias.

A Associação dos Antigos Alunos Combonianos nasceu em 1996

e reúne-se anualmente

Dia da Família Comboniana portuguesaVinte e nove membros dos Leigos Missionários Com-

bonianos, Missionárias Seculares Combonianas, Irmãs Missionárias Combonianas e Missionários Combonianos celebraram o Dia da Família Comboniana, em Portugal. O encontro realizou-se a 16 de junho, no Santuário de Schoenstatt, em Ílhavo.

Dando as boas-vindas, a Ir. Arlete Santos, coordenadora da Comissão da Família Com-boniana, recordou que o encontro só tinha um ponto na agenda: estar uns com os outros e celebrar a herança comum do carisma com-boniano. Seguiu-se um momento de partilha sobre os acontecimentos mais relevantes de cada ramo da Família Comboniana.

O coração do dia foi a celebração da Euca-ristia, que permitiu ler a história da Família Comboniana na perspetiva do olhar de Deus.

Após o almoço de farnel, fez-se a visita ao santuário e ao Museu Marítimo de Ílhavo, onde se faz memória da pesca do bacalhau na Terra Nova.

FAMÍLIA COMBONIANA 7

Jornadas Missionárias em Fátima Missionário, amigo e irmão

seguição religiosa. Eu – como tantos outros missionários combonianos –, enfrentando di+culdades, carências, ameaças e até o risco da própria vida, +quei a dar força e coragem ao povo. O nosso serviço religioso, além de proi-bido, era considerado ópio do povo. Então, trabalhei como enfermeiro e agricultor.

Depois, a pedido dos bispos mo-çambicanos e do Instituto, acompa-nhei, com os padres Emílio Franzolin e Lourenço Turrini, os refugiados moçambicanos no Malauí.

No Brasil para animação missionária

Em 1996, fui enviado para o Brasil. Trabalhei na animação missionária, em Lages, Santa Catarina e em Curitiba e nas 18 dioceses do Paraná, orientando e animando semanas missionárias nas

Nasci em 1940. Fui o segundo de quatro irmãos e duas irmãs. Os meus pais, já falecidos, eram fervorosos cris-tãos e cresci alegre e feliz, seguindo o exemplo deles, em ambiente tranquilo do campo.

Entrei, em 1951, no seminário com-boniano de Viseu, e comecei a fazer parte da Família Comboniana, com a primeira pro+ssão religiosa, em 1959. Fui ordenado sacerdote a 28 de junho de 1966 e nesse mesmo ano fui enviado para Moçambique.

Meus primeiros anos, em Moçambique

Em Moçambique, fui enviado para a missão de Alua, no Norte da diocese de Nampula. Éramos dois padres e um irmão missionário. A nossa primeira residência foi uma casa de paus, como as da população local.

O meu primeiro trabalho foi apren-der a língua macua, os usos e costumes do povo e conhecer as muitas povoa-ções da área do Eráti, os seus chefes tribais e as 120 escolas-capelas, que pertenceram à antiga e vasta missão do Mirrote. O povo acolheu-me mui-to bem e eu era considerado por eles como um amigo e irmão. Procurei sempre associar anúncio do Evange-lho com progresso e bem-estar das pessoas. Depois de Alua, trabalhei em mais seis missões, seja na diocese de Nampula, seja na Beira.

Quando, em junho de 1975, o movi-mento de guerrilha Frelimo conseguiu a independência de Moçambique, a alegria do povo durou pouco. Depois de dez anos de guerra e de grandes sofrimentos, foi implantado o regime comunista, com a con+scação de todos os bens das Igrejas, e uma violenta per-

paróquias. Fiquei também, na paró-quia de Santo Cristo dos Milagres, na arquidiocese do Rio de Janeiro e, em 2000, fui enviado para a diocese de São Mateus, no Espírito Santo, para iniciar uma nova paróquia, na ilha de Guriri, dedicada a S. Daniel Comboni.

Em 2005, voltei a Moçambique, mas retornei ao Brasil em 2008, e, desta vez, fui enviado para paróquias da diocese de Duque de Caxias. Em 2015, fui destinado para a casa provin-cial dos Combonianos, em São Paulo, para o serviço religioso no Santuário, ao lado dessa casa e, para cuidar da manutenção da casa. No ano seguinte, rumei ao Postulantado comboniano, em Curitiba, e para apoiar no serviço religioso, na paróquia comboniana de Santa Amélia, onde +quei até ao meu regresso a Portugal, em maio passado.

P.e Martinho Moura está grato a Deus pela vocação missionária e pelo bem feito com os

povos moçambicano e brasileiro

© A

lém

-Mar

O P.e Martinho Lopes Moura é natural de Campia, concelho de Vouzela.

Missionário comboniano desde 1959, conta à Família Comboniana

alguns factos da sua missão em Moçambique e Brasil.

8 FAMÍLIA COMBONIANA

Jovens em missão (JIM)

FAMÍLIA COMBONIANAPropriedade: Missionários Combonianos do Coração de Jesus Pessoa Colectiva n.º 500139989Diretor: Bernardino Frutuoso (CP 6411 A)Redação: Fernando Félix (CP 1902 A)/Carlos Reis (CP 2790 A)Gra%smo: Luís Ferreira Arquivo: Amélia NevesRevisão: Helder Guégués

Sede do Editor, Administração e Redação: Calç. Eng. Miguel Pais, 91249-120 LISBOARedação: Tel. 213 955 286 E-mail: [email protected]: Manuel Ferreira HortaAdministração: Fax: 213 900 246E-mail: [email protected]

Registo na ERC com o n.o 104210Depósito legal: 7937/85Estatuto editorial: http://www.combonianos.pt/Impressão: Jorge Fernandes, Lda.Rua Quinta do Conde Mascarenhas, 92825-259 CHARNECA DA CAPARICATiragem: 27 450 exemplares

Em outubro próximo, quando de-correr o Sínodo dos Bispos sobre e

para os jovens e quando este terminar, já estaremos a mergulhar num novo e grande desa+o em Portugal: o Ano Missionário, decidido pela Confe-rência Episcopal Portuguesa, que vai culminar no Mês Missionário Ex-traordinário em Outubro 2019, assim declarado pelo Papa Francisco.

É fácil ver onde está o desa+o para todos, mas especialmente para o JIM: a missão!

O JIM-Jovens em Missão quer responder a este desa+o e para isso já estamos em preparação e ação.

Avaliação do ano 2017-2018

Em junho, +zemos a avaliação do ano pastoral que +ndava e programámos o que aí vem. Acima de tudo, agradece-mos a Deus a dedicação e entusiasmo pela missão de muitos jovens nas nossas equipas e atividades. Os Dias Paroquiais JIM a Norte, e o grupo Fé e Missão, a Sul, foram distinguidos como os maiores êxitos. Também a nossa Banda Missio granjeou o nosso aplau-so e a nossa gratidão pela dedicação e disponibilidade no apoio e testemunho missionários. Missão, música e oração combinaram perfeitamente através da banda! Igualmente, o trabalho de divulgação, animação e comunicação digital e em outros materiais foi bem desenvolvido pela equipa coordenado-ra e de comunicação social.

Olhando para o novo ano pastoral, lemos e refletimos a nota pastoral

Todos, Tudo e Sempre em Missão, dos bispos portugueses, e o convite do Papa Francisco para o mês Missionário Extraordinário em Outubro 2019, cele-brado o centenário da carta apostólica Maximum Illud, do Papa Bento XIII, em 1919. Este documento abriu novos horizontes sobre a missão da Igreja no mundo.

Então, escolhemos as três palavras referidas nos documentos que irão caracterizar o ano JIM 2018-2019: «Coração – Missão – Gritar». O nosso lema será, portanto, «Faz o teu coração gritar missão».

O JIM grita missão

A missão para nós, Família Combonia-na, signi+ca «sair, partir». Estes verbos caracterizam a nossa evangelização sempre aberta ao mundo conforme o carisma de S. Daniel Comboni. Queremos, por isso, viver e oferecer

O JIM-Jovens em Missão avaliou o ano pastoral que terminou e programou o de 2018-2019

oportunidades de «missão em saída» e partir em experiências missionárias noutros países.

Nesta perspetiva, queremos con-tinuar e investir mais nos Dias Paro-quiais JIM em diversas paróquias e dio-ceses. Queremos continuar e alargar a nossa presença nas universidades e nos grupos Erasmus, levando a dimensão da missão a todos.

Mantemos também aberta a pos-sibilidade de grupos que partam em experiências missionárias noutros países e continentes onde os institutos combonianos estão presentes. Deste modo, a missão universal continuará a realizar-se com a nossa participação como Família Comboniana.

Con+amos em Deus da nossa vida e da missão! Por intercessão de S. Daniel Comboni, colocamos nas Suas mãos os nosso projetos para o futuro. Vamos com todo o coração gritar missão!

P.e Carlos Alberto Nunes, [email protected]

Faz o teu coração gritar missão

Alé

m-M

ar