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VANIA ROSANGELA MACHADO
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E
CRIATIVIDADE
UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA
Oporto, 2010
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
VANIA ROSANGELA MACHADO
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E
CRIATIVIDADE
UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA
Oporto, 2010
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
AUTOR: VANIA ROSANGELA MACHADO
FIRMADO
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E
CRIATIVIDADE
UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Trabajo presentado a la Universidad Fernando Pessoa como parte de los
requisitos para obtener el grado de Maestría en Creatividad e Innovación con la
orientación del profesor Dr. David de Prado
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
SUMÁRIO
MACHADO, Vania Rosangela. “Expandindo a Sala de Aula com
Tecnologia e Criatividade – uma proposta de produção coletiva” Universidade
Fernando Pessoa
Vive-se hoje a Era da Informação, a Sociedade do Conhecimento, mas
o modelo de escola que temos é organizado e estruturado de tal forma que custa a
mudar, a aceitar inovações ou boas propostas de muitos e bons pensadores da
Educação.
Este trabalho discorre rapidamente sobre a chamada Era da Informação com
salas de aula em que os alunos desde muito cedo, dominam as novas Tecnologias da
Informação e a comunicação em rede de computadores atualmente, no Brasil, as escolas
estão sendo equipadas com o necessário para que se possa pensar em avançar a partir
daí para ajudar a inovar a Educação.
Mas apenas a perícia no uso das máquinas não garante o objetivo
transformador de ultrapassagem dos muros da escola. Planejar ações que levem ao
despertar da sensibilidade criativa para detectar os momentos, os melhores pontos para
as saídas e entradas nesse muro, isso sim representará mudança de atitude e mentalidade
em profissionais que precisam estar sempre em relação dialética com a realidade se quer
ser um educador.
Aproveitar propostas de uso da rede de computadores para promover a abertura
criativa – em via dupla – da escola à sociedade do conhecimento e da comunicação é
uma perspectiva possível nestes tempos pós-modernos.
Palavras-chave:. Produção coletiva, criatividade, tecnologias,
interdisciplinaridade
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
ABSTRACT
Machado, Vania Rosangela. “Spanding the classroom with technology and
creativity – a proposition of collective production.”. Fernando Pessoa University
We live today in the Information Age, the Knowledge Society, but the school
model we have is organized and structured so that costs to change, to accept innovations
or good proposals from many fine thinkers of Education.
This work talks briefly about the named Information Age with classrooms
where students since very early, dominate the technologies of information and
communication network of computers. Actuality in Brazil the schools are being
equipped with the necessary to that we can think to move from there to help innovate
education.
But only expertise in the use of machines does not guarantee the transformative
goal of overtaking the school walls. Plan actions that lead to the awakening of creative
sensibility to detect the moments, the best spots for the exits and entrances in that wall,
which represents a change of attitude and mentality needed by professionals to be
always in dialectical relationship with the reality if you they want to be an educator .
Getting proposals for use of the computer network to promote the creative
openness - double track - the school for the knowledge society and communication is a
possible perspective in these times called postmodern.
Key words:. Collective production, creativity, technology, interdisciplinary
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
RESUMEN Machado, Vania Rosangela. “Expandiendo el aula con Tecnología y
creatividad – una propuesta de producción colectiva ”. Universidade Fernando Pessoa
Hoy se vive la Era de la información, la Sociedad del Conocimiento, pero el
modelo de escuela que tenemos se organiza y estructura de tal forma que cuesta a
cambiar, a aceptar innovaciones o buenas propuestas de los muchos y buenos
pensadores de la Educación.
Este trabajo discurre rápidamente sobre la llamada Era de la Información, con
aulas en las que los alumnos, desde muy temprano, dominan las nuevas tecnologías de
la Información y la comunicación en red de computadoras. Actualmente en Brasil, las
escuelas se están equipando con lo necesario para que se pueda pensar en avanzar a
partir de ese punto para ayudar a innovar la Educación.
Sin embargo sólo la destreza con el uso de las máquinas no garantiza el
objetivo último transformador para sobrepasar los muros de la escuela. Planificar
acciones que lleven al despertar de la sensibilidad creativa hacia la detección de los
momentos, los mejores puntos de salidas y entradas en ese muro, ello sí representará
cambio de actitud y de mentalidad en profesionales que necesitan estar siempre en
relación dialéctica con la realidad si se quiere ser un educador.
Aprovechar las propuestas de uso de la red de computadores para promover la
apertura creativa – en dupla vía – de la escuela a la Sociedad del Conocimiento y de la
comunicación es una perspectiva posible en estos tiempos postmodernos.
Palavras-chave:. Produção coletiva, criatividade, tecnologias,
interdisciplinaridade
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
DEDICATÓRIA
À vida
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
AGRADECIMENTOS
À ACOJE – Associação dos Colégios Jesuítas – pela ajuda que me permitiu
fazer o curso.
Ao David de Prado Díez, pelo estímulo, e por sua grande generosidade.
Aos companheiros de curso e aos amigos que não me deixaram desistir
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
ÍNDICE.............................................................................................................10
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO........................................................................12
NO SÉCULO DA COMPLEXIDADE E DESAFIOS......................................121.1. APRENDENDO E ENSINANDO...........................................................121.2. EXPERIÊNCIAS.......................................................................................141.3. LENDO O MUNDO.................................................................................162. A PÓS-MODERNIDADE ABERTA, CRÍTICA E COMPLEXA.......172.2. O PENSAMENTO COMPLEXO.............................................................182.3. A ERA DA INFORMAÇÃO......................................................................203. EDUCAÇÃO BANCÁRIA, DESAFIOS E MUDANÇAS.......................213.1. UM PROGRAMA DE MUDANÇA POSSÍVEL......................................223.2. EDUCAÇÃO BANCÁRIA E EDUCREA..............................................24
CAPÍTULO II. AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E...........27
ABERTURA À EDUCAÇÃO SIGNIFICATIVA.............................................271. O PROFESSOR, O ALUNO E A TECNOLOGIA..................................272. O PAPEL DO PROFESSOR NA ERA DA INFORMÁTICA.................283. A ESCOLA INOVADORA E O CIBERESPAÇO...................................31
CAPÍTULO III PRÁTICAS PARA PRODUÇÃO COLETIVA.......................331. LINGUAGENS E PRODUÇÃO COLETIVA.........................................332. OBJETIVOS SÓCIOS-LITERÁRIOS DAS PRÁTICAS.......................433. A METODOLOGIA................................................................................432. O TORBELLINO DE IDEAS....................................................................514. SUGESTÕES DE PRÁTICAS...............................................................515. PRODUÇÕES DO GRUPO......................................................................76
CAPÍTULO V. CONCLUSÕES........................................................................83
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................86
ANEXOS...........................................................................................................89A.1 TEXTOS USADOS NAS PRÁTICAS......................................................89EL PRINCIPITO...............................................................................................89O PEQUENO PRINCIPE E A RAPOSA..........................................................93ER......................................................................................................................96ILHA DAS FLORES.........................................................................................98REGISTRO DO JÚRI SIMULADO...............................................................103
ÍNDICE
10
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
11
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
NO SÉCULO DA COMPLEXIDADE E DESAFIOS
1.1. APRENDENDO E ENSINANDO
Todo pasa y todo queda,
Nunca falo da utopia como uma impossibilidade que, às vezes, pode dar certo. Menos ainda, jamais falo da utopia como refúgio dos que não atuam ou [como] inalcançável pronúncia de quem apenas devaneia. Falo da utopia, pelo contrário, como necessidade fundamental do ser humano. Faz parte de sua natureza, histórica e socialmente constituindo-se, que homens e mulheres não prescindam, em condições normais, do sonho e da utopia. FREIRE, Paulo (s/d), in FREIRE, Ana Maria (2000 p. 85)
Tudo passa e tudo fica, como no poema de Antônio Machado... Já vai tempo… Entre o
sonho e o real: fim de curso, e agora? As decisões, as opções. Universidade: Letras. Estudo à noite,
trabalho de dia. Nunca antes o tempo havia sido tão importante. Grandes adaptações: Tia Vania
não se contenta com pouco. Antes de se acostumar com um emprego, assume dois _ duas escolas,
todas as matérias. E mais o curso. Difícil começo. Só a certeza da dúvida: covarde por não haver
procurado outra atividade, profissão, ou corajosa por ter permanecido? A feliz descoberta da
Lingüística, da Literatura bem lecionada, do competente Inglês disputando com o jogo de pingue-
pongue. As batalhas a enfrentar – uma guerra: de um lado, a timidez extrema, sensibilidade à flor
da pele, falta de experiência generalizada; de outro, turmas grandes, multisseriadas, alunos difíceis,
carentes, largados. Uma coisa boa: a possibilidade de uso de desenho, pintura, enfeitando as salas;
a música, o canto, a dança – a quadrilha de São João invadindo os horários de aulas mais “nobres”.
E tome ensaio! Enquanto isso, ensaios de teatro de grupos da cidade. Um dia representou um
cachorrinho no “Rapto das Cebolinhas”. E tome ensaio...
Ensaio de professora – que no começo não se pode dizer que se dominam as ações
pedagógicas: trabalhando com alfabetização, mudando de escola, com primeira série, segunda
série, quarta, com pintura e alunos carentes, adultos carentes, a professora pulando – muitas vezes
além do poder das pernas – lições para a vida profissional. E tome cursos, cursinhos, atualizações
pedagógicas; a arte muito presente.
Vida no Chile, Castellano aprendido. Paulo Freire revisitado.
Volta. Um pouco de expressão corporal –, trabalho com alunos maiores, cada vez mais
velhos, educação artística,
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
O grande marco na carreira: a descoberta do valor do trabalho coletivo. O caráter
revolucionário da educação: o saber como possibilidade de promoção humana individual e social.
Até aqui pensava em deixar a profissão, que via como temporária. Dizia: “não quero me aposentar
professora.” No entanto, a “fé” no fazer pedagógico ganha novo e definitivo impulso. Apostar nas
ações de profissional do estudo. Entender exatamente isso: o professor é um profissional que passa
a vida – ou deve passar – estudando, articulando, intermediando conhecimentos.
As propostas de estudo com a finalidade de aperfeiçoar o modo de agir em sala de aula
são bem-vindas. A participação ativa em cursos, congressos, seminários, encontros pedagógicos
torna-se um prazer antes de tornar-se obrigação.
O trabalho com textos – Língua Portuguesa e Língua Estrangeira, muito mais fácil com o
uso do computador: agilidade para a péssima datilógrafa que, finalmente pode assumir mais turmas
em vários locais de trabalho, níveis, graus. Um tempo sem fins-de-semana, sem feriado.
Computador formata com perfeição textos, testes, mas não corrige provas e redações.
Mas foi então que o trabalho – não desejado no princípio – começa a ficar cada vez mais
interessante, agradável. O estar em aula é uma experiência cada vez mais intensa, mais vital; o
palco de vedete, o circo do palhaço e, por que não acrescentar: a corda-bamba di equilibrista para
cumprir o programa, o planejamento, manter a autoridade sem autoritarismo.
Cursos muito bons aconteceram nos últimos tempos: Ciclo de Estudos – Ensino Médio,
patrocinado pelo Governo do Estado para a formação continuada dos professores; a TV na Escola e
os Desafios de Hoje, objetivando a integração de recursos audiovisuais às práticas pedagógicas,
com ênfase a produção de vídeos. Vários Encontros, seminários para atualização.
Paralelamente, estudos de Arte, cursos, cursinhos, práticas, workshops, produção de obras
originais, participação em grupos e movimentos. Exposições.
A prática artística traz a melhoria das relações pedagógicas: professor – alunos – conteúdo
– disciplina incorporadas num ensinar-aprender, e tudo num fazer-arte. Alquimia no texto, que fala,
desenha, faz música, corpo, que volta, que faz pintura, canta, grita, sonha...
Aqui a ironia: a professora relutante nunca deixou a profissão: Não queria aposentar-se
professora, já se aposentou mais de uma vez; aposentada, não deixa o ofício. Afinal, o melhor é
agora.
Vaidade, vanidad, pretensão de Vania, mostrar-se atuando, para sempre vedete no
palco-sala-de-aula. Quem sabe? Há sempre o que aprender.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
1.2. EXPERIÊNCIAS
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre el mar.
A geração das grandes utopias, aquela geração que pensava que podia mudar o mundo
com uma revolução; aquela geração que sonhava e acreditava nos sonhos; aquela geração que
perseguiu esses sonhos o quanto pôde, está se perguntando hoje por que motivo a escola não
mudou. Sonhava-se com uma escola transformadora, que poderia levar adiante os sonhos – que
outros insistem em chamar de utopias – como se construir utopias fosse sonhar com o impossível;
como se sonhar fosse loucura, como se este mundo não fosse louco! – pois, retomando o
pensamento: aquela geração pergunta hoje por que a escola sempre resiste às mudanças, por que
custa tanto a assimilar as inovações, por que, enfim, resiste a assumir o papel que lhe cabe de
vanguarda do conhecimento.
Essa mesma geração, já com a experiência que os embates que a própria vida lhe
proporcionaram, constata que, a escola se tornou – por força do desenvolvimento das sociedades,
impulsionadas também pela necessidade de autodeterminação – demasiadamente institucional,
demasiadamente burocrática. Enfim foi-lhe tirada a possibilidade de criar, de inventar: a
criatividade poderá iniciar um processo de liberação para fora, ao exterior, e, nesse processo de
abertura, deixar que o mundo exterior a penetre e a alimente para que ela, a escola, mude enfim.
Sendo assim, considerando que a escola que temos é organizada e estruturada de tal forma
que se fecha em si mesma, fica difícil a participação democrática; e que, nesta Era da Informação,
da Sociedade do Conhecimento, só muito lentamente adere aos movimentos sociais decorrentes da
pós-modernidade em que se vive, faz-se necessário refletir sobre a educação que a escola oferece,
fruto da história das sociedades que formaram este país – o Brasil – e a relação com o que se
definiu como Pós- Modernidade, que supõe a Sociedade do Conhecimento e a Era da Informação.
Novas relações econômicas, políticas e sociais se estão estruturando, se organizando, cada vez mais
rapidamente, porque, em lugar da antiga concepção compartimentada do conhecimento, a
interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, características das relações dos saberes dos
novos tempos, aproximam os saberes, que, diga-se de passagem, nunca em realidade, estiveram
separados.
O problema com a escola é que sempre se estruturou e se organizou de forma a
estanquizar o conhecimento: as salas de aula, as disciplinas, a formação dos professores sempre
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
estão em acordo com o saber dividido. Constata-se aí a grande defasagem da educação que se tem
hoje em relação às exigências das sociedades modernas. E a grande questão da educação é como
colocar-se à altura das necessidades que se impõem.
Com o advento de novas formas de produção e assimilação dos saberes e com a
conseqüente mudança de atitude, lançou-se a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN), fundamentados nos novos paradigmas do conhecimento. No princípio de forma tímida,
mais recentemente mais estudados pelos profissionais da Educação, embora com grandes
dificuldades na aplicação, já que a estrutura e organização de tudo o que envolve a instituição
escola continua como antes.
Cabe ao professor a tarefa de ajudar os alunos a quebrar os bloqueios, acabar com os
medos que a educação tradicional plantou com seu autoritarismo no processo de Ensino /
Aprendizagem da redação. E se nesse processo não cabe o autoritarismo, a mediação exercida pelo
professor deve ser de co-participação.
Nos dias de hoje, o uso das Novas Tecnologias da Informação – TIC é uma realidade
presente na vida da sociedade como um todo, e a escola não pode se ausentar do processo de
formação de redes sociais para ampliar as relações estabelecidas no processo Ensino /
Aprendizagem para além da instituição física Escola.
Há alguns anos, num primeiro momento, suprindo o pouco tempo das aulas presenciais,
comunicava-me com os alunos por e-mail: enviava textos, exercícios complementares, às vezes
tirava dúvidas. Mais tarde passei a trabalhar com comunidade (Ning), em que proponho a
participação – livre – de alunos, neste caso com ensino de Língua Espanhola.
Paralelamente, nunca deixei de trabalhar com estudo e produção textual nas aulas de
Língua Portuguesa.
O curso Creatividad e Innovación mostrou-me a possibilidade de uso sistemático dos
Activadores Creativos em práticas de compreensão e principalmente de produção textual oral e
conseqüente escrita.
Venho usando essas práticas minha docência e, neste trabalho, procuro expô-las,
propondo outras mídias, outros gêneros de produção.
1.3. LENDO O MUNDO
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Nunca perseguí la gloria,
ni dejé en la memoria
de los hombres mi canción;
Ler o mundo, falar o mundo, pensar. Produzir mundos. Encontrar caminhos para novos.
Mundos!
Começa-se a ser no mundo quando se pensa, a conhecê-lo quando se começa a nomear:
sabe-se das coisas ao saber seus nomes. Começa-se a ser quem se é em contato-confronto com o
outro - coletivo. O outro mostra o que não se vê no espelho, mostra um outro, e os dois juntos não
são um mais um; são: um mais um, que é igual a um resultado novo – pura dialética.
Há muitas formas de vivenciar o pensar-ler-contar-escrever. Publicidade, humor, ensino
e tantos outros mais. Há vários modos de organização do discurso: o narrar, o descrever, o
argumentar. E pode-se fazer isso individualmente ou em grupo.
Pensar-ler-contar-escrever em cooperação é muito mais rico que agir tudo isso sozinho. O
ato de redigir cooperativo multiplica a capacidade de comunicação através da linguagem, que é
valorizada e aperfeiçoada nesse processo.
É usando de diálogo: trocando idéias, conversando, que se compartilha o conjunto de
conhecimentos, sentimentos, atitudes, afetos. A dinâmica resultante da prática coletiva produz a
valorização do trabalho em grupo, que, dialeticamente, promove novo fundamento comunicativo.
Aproveitando a oportunidade oferecida pela Tecnologia da Informação através de
Computadores (TIC), por que não usá-la na produção de trabalhos, especialmente de textos, em
modo cooperativo? Ou seja, usar as TIC como complemento e suplemento do ambiente da sala de
aula, multiplicando com criatividade as condições de produção de saberes.
Observa-se que crianças e jovens, quando usam a tecnologia na produção de
trabalhos,tendem a repetir as fórmulas já conhecidas. É necessária, portanto, a mediação de
alguém que trabalhe junto, que proponha, que problematize, que oriente, mas que também
pergunte, que também pesquise.
As Novas Tecnologias da Informação (TIC), principalmente a Comunicação Mediada por
Computador e Internet, já são de uso corrente e fazem parte do cotidiano dos alunos quando
chegam – crianças ainda – à escola;
A tecnologia da informação, com todas as aplicações, muda a forma de estar no mundo,
muda as concepções de distância de tal modo que já concretiza a profecia de McLuhan: vive-se
hoje em uma aldeia global, aberta à comunidade humana em geral, e a escola pode vislumbrar uma
possibilidade de avançar além dos seus muros.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
As propostas deste trabalho:
1- Refletir sobre as relações pedagógicas da atualidade: sociedade e instituições; comunidade,
professor – aluno; professor, aluno, programas e conteúdos, etc.
2- Propor usos pedagógicos usando tecnologias à disposição de alunos e professores;
3- Aproveitar a Tecnologia da Informação através de Computadores (TIC), para usá-la como
complemento e suplemento do ambiente da sala de aula;
4- Apresentar propostas operacionais que visem a multiplicar as condições de criatividade na
produção, em modo COOPERATIVO, de textos e outras formas de expressão usando
linguagens de diversos tipos e gêneros, em especial as artísticas.
O uso dos recursos da Informática abre a escola a inovações que podem cumprir o
ideal de Paulo Freire rumo a uma Educação Transformadora.
2. A PÓS-MODERNIDADE ABERTA, CRÍTICA E COMPLEXA
yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles,
como pompas de jabón.
A segunda metade do século XX trouxe mudanças e tecnologias que agitaram e
aceleraram todas as ações humanas de tal forma que os antigos fundamentos de todas as formas de
ver, de pensar, de fazer, se encontram hoje em perspectiva de mudança, em constante
reformulação e redefinição em todos os níveis: do superficial ao estrutural, das bases aos efeitos,
do micro ao macro. Novos paradigmas vão sendo elaborados para comportar toda essa realidade
mutável, complexa, abrangente. Conforme repassa Balaguer, 2003, p 35, sobre Mac Luhan :
“ (…) este estudioso dos meios de comunicação de massa, na década de sessenta, com uma capacidade visionária realmente impressionante, em sua famosa aldeia global – termo que, junto ao de ciberespaço, foi introduzindo-se na mente popular – colocava, no umbral da mudança, a imprensa de Guttenberg e o alfabeto prioritariamente como elementos
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
chave para a compreensão, neste caso, do pensamento ocidental dos últimos séculos.” (grifos da autora)
Hoje já se pode dizer que vivemos em um mundo completamente globalizado, o que
significa que todos os problemas, todas as questões passam a afetar a todos, da mesma forma que
todas as propostas de solução englobam todas as sociedades e, desta forma, são sentidas por todos
de maneira geral. A noção de Estado, com a crescente e cada vez mais rápida globalização tende a
se extinguir. Nessa conjuntura, as máquinas são valorizadas e suas especificidades tomadas como
modelo para o comportamento humano: eficiência, consumo e competitividade tornam-se ideais
do trabalho humano. As soluções para as crises não são vistos como defeitos e injustiças do
sistema, mas como carência – em nível individual ou coletivo – desses fatores.
Os meios de comunicação social são os responsáveis pela divulgação dos valores
éticos e morais que se baseiam nos novos ideais – materialistas consumistas.
2.2. O PENSAMENTO COMPLEXO
Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
súbitamente y quebrarse...
Vivemos numa realidade multidimensional, simultaneamente econômica, psicológica, mitológica, sociológica, mas estudamos estas dimensões separadamente, e não umas em relação com as outras. O princípio de separação torna-nos talvez mais lúcidos sobre uma pequena parte separada do seu contexto, mas nos torna cegos ou míopes sobre a relação entre a parte e o seu contexto. Além disso, o método experimental, que permite tirar um “corpo” do seu meio natural e colocá-lo num meio artificial, é útil, mas tem os seus limites, pois não podemos estar separados do nosso meio ambiente; o conhecimento de nós próprios não é possível, se nos isolamos do meio em que vivemos. Não seríamos seres humanos, indivíduos humanos, se não tivéssemos crescido num ambiente cultural onde aprendemos a falar, e não seríamos seres humanos vivos se não nos alimentássemos de elementos e alimentos provenientes do meio natural. MORIN (2006 p.20)
A teoria da complexidade nasce a partir da diferença entre os pensamentos : linear e
sistêmico. Pode-se afirmar que a abordagem complexa contém o pensamento sistêmico.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
O principal teórico da complexidade é Edgard Morin. Suas idéias de complexidade
partem da percepção de que a sociedade moderna, mais especificamente com o avanço da
tecnologia e dos sistemas de informação, tem trazido uma dinâmica crescente e exigido novas
formas de compreensão do mundo não pautada na linearidade, mas na totalidade.
Para o pensamento complexo deve-se considerar que tudo faz parte de um sistema
complexo em constante interação e nos dá a idéia do todo dinâmico.
A complexidade considera sim os sistemas, todavia.. Para Morín( 2006), a complexidade
está presente nas diversas relações sociais, bem como nas instituições e organizações, e considera
que o todo é maior e menor ao mesmo tempo que a soma das partes, isto é, complexo.
A complexidade considera a idéia de transacionalidade, o que significa a noção de um
conjunto dinâmico com todas as suas contradições possíveis. A importância do pensamento
complexo está em não se prender a modelos para se compreender as realidades as quais estão em
constantes mudanças.
Melhor dizendo, a teoria da complexidade surge pela necessidade de uma análise que seja
capaz de alcançar as variantes do mundo atual. Na Educação, a complexidade tem sua utilidade,
não como modismo, mas como uma visão flexível para explicar, planejar, acompanhar todo o
processo de Ensino / Aprendizagem (A/E).
O grande desenvolvimento científico-tecnológico e seus efeitos no mundo do trabalho e nas relações sociais implicam uma nova construção cultural e conseqüentes modificações nos processos laborais e educativos. (QUIRINO, 2005 p 20)
Novas relações se estabelecem com o desenvolvimento da tecnologia na sociedade e,
conseqüentemente na Educação. A escola não pode permanecer isolada enquanto os outros
setores evoluem de forma complexa.
2.3. A ERA DA INFORMAÇÃO
Nunca perseguí la gloria.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Atualmente, a grande revolução da tecnologia acontece na área da informação e da
comunicação.
A informática surge como um instrumento poderoso para fazer diversificar rapidamente
as possibilidades de relacionamentos sociais.
A sociedade em que vivemos afasta-se radicalmente da Sociedade Industrial. O momento atual é de transição para a Sociedade do Conhecimento. Se, antes, o que gerava riqueza e poder era o domínio do capital, da terra e do trabalho, hoje a realidade é outra. (...) A constatação de que o conhecimento é hoje o principal fator de produção tem conseqüências nas atividades econômicas e nos rumos da educação do trabalhador. (QUIRINO, 2005, p 22)
Quirino afirma também que, por esse motivo, novas qualificações são exigidas dos
trabalhadores e que Carvalho (2002),
(...) estas "novas" qualificações poderiam ser compreendidas em três grandes grupos: novos conhecimentos práticos e teóricos; capacidade de abstração, decisão e comunicação e qualidades relacionadas à responsabilidade, atenção e interesse pelo trabalho. Além disso, pressupõe também uma busca permanente de pequenas inovações na maneira de produzir, que nascem do conhecimento acumulado pelos trabalhadores na própria vivência da produção. (QUIRINO.2005, p 21)
A conclusão é de que mais e mais pessoas precisam estar sempre estudando, preparando-
se para o conhecimento gerador de mais e mais conhecimento. Isso para se falar de forma muito
simplificada de uma dinâmica altamente complexa, que envolve atualmente todas as sociedades
como se fossem uma só.
A tendência deste novo modelo educacional prevê a preparação dos estudantes para
relações de trabalho participativo de transformação da informação em conhecimento, onde a
cooperação entre os indivíduos é fundamental. Nele, as tecnologias de comunicação e informação
poderão auxiliar permitindo que os educadores e educandos partilhem metas, valores e práticas
comuns.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Mas fica a questão: que tipo de relação Ensino / Aprendizagem será capaz de cumprir as
exigências dessa nova sociedade que se forma? Qual será o futuro da escola que existe hoje? As
variações que se apresentam – cursos à distância, por exemplo já são sinais de transição.
A tendência de novos modelos educacionais prevê a preparação dos estudantes para
relações de trabalho participativo de transformação da informação em conhecimento, onde a
cooperação entre os indivíduos é fundamental.
As tecnologias de comunicação e informação poderão auxiliar, permitindo que
educadores e educandos partilhem metas, valores e práticas comuns e deixem suas marcas.
3. EDUCAÇÃO BANCÁRIA, DESAFIOS E MUDANÇAS
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Para Arnaldo Niskier, in COSTA (2001 p 24) a "Educação é o maior desafio do Brasil do
presente e do futuro, o impulso objetivo para a redenção nacional..."
Redenção porque, ao longo do tempo, tivemos muitas interrupções, bloqueios, nos projetos
educacionais instaurados, fruto mesmo da nossa história. Bello (2001 p s/n) e recorrem ao conceito
de ruptura na Educação brasileira a cada interrupção de um projeto de políticas públicas.
Os poucos períodos democráticos apertados por governos opressores, ditatoriais, como os
do período militar recente (de 1964 a 1985), foram responsáveis por medo, submissão e
finalmente acomodação por parte da comunidade escolar, em especial escolas e professores.
Foram condenadas as teorias, as práticas dos nossos grandes educadores: Paulo Freire,
obrigado a exilar-se e Anísio Teixeira, que permaneceu, vindo a morrer de forma muito suspeita.
Questionamento, iniciativa, independência eram mal vistos e punidos e, assim como em todos os
setores da vida pública, o hábito da participação coletiva ficou seriamente prejudicado.
Depois do último governo militar, constatou-se que toda uma geração deixara de vivenciar
a participação coletiva democrática em prol de objetivos comuns.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Mas tão pouca experiência democrática deixa suas marcas – “ranço” – no dizer de muitos:
difícil livrar-se do medo de se expor, da vergonha do não saber. Porém, o mais grave, o hábito da
acomodação:
É preciso mudar, transformar e transformar-se, não é mais possível esperar-se
iniciativa “de cima”. O caminho é o caminhar sempre.
3.1. UM PROGRAMA DE MUDANÇA POSSÍVEL
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Na obra Múltiples bloqueadores, desbloqueadores y estimuladores de la
creatividad. (2009, p 7) propõe, em suas próprias palavras “o desbloquamento substantivo da
criatividade presa, amordaçada y pautada com propostas de desbloqueio do inconsciente com o
“pensamento fluido, caótico, imaginativo, sensorial y emocional, que aglutina desordenadamente
todos os ingredientes que há no universo da consciência e a inconsciência”; usando a livre
expressão na improvisação, no sonho , a fantasia na soltura dos gestos, o uso da tempestade de
idéias, a pintura surrealista, ao que se pode acrescentar o desenho livre, sem compromissos com a
parte esquerda do cérebro.
Para o desbloqueio do “semiconsciente, partir da ruptura da ordem lógica, das convenções
- acrescente-se: – estabelecer conexões com as experiências da vida pessoal, com coisas ao acaso;
liberar a mente para a entrada de lembranças de maneira fluida, “flutuante”;o desbloqueio das
normas sociais, das imposições racionalistas, pela quebra de hábitos por ações novas, não-
pensadas, inusuais, neste curso Prado, p7 de Tema 11, MBC: Múltiples bloqueadores,
desbloqueadores y estimuladores de la creatividad, afirma:
“ A desobediência democrática à imposição unilateral dos desejos, normas e formas de conduta da autoridade.”, oferecendo ideias criativas; criar uma nova ordem como alternativa à cristalização, o que força a uma consciência crítica do status quo: É preciso inclusive ultrapassar a ordem estabelecida nas leis da natureza, as estruturas solidamente assentadas na concepção da realidade do que é uma árvore ou una cadeira.”
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”Prado continua, com a proposta de "Superar o sentido da individualidade, como algo
sólido, imóvel e distanciado dos outros seres.” o que pode se considerar como de fundamental
ajuda para “salvar” este mundo dos egoísmos que levam às desigualdades e injustiças que impedem
que a maioria das mentes possa participar, com idéias, ações, enfim com aportes úteis a uma vida
mais satisfatória no planeta.
Faz-se necessário um profissional que seja agente de transformações ao mesmo tempo que
intermedeie situações de E / A para, por sua vez, formar agentes transformadores.
Faz-se necessário um profissional que seja capaz de mudar de mentalidade, de atitude. E
no Tema 8. DPD, p 6: La creatividad para el cambio radical de la educación por sus protagonistas
en las aulas, Prado considera a criatividade como fator tão poderoso que é capaz de transformar a
personalidade.
Explica que, desta forma, de uma mente apenas reprodutora e escravizada, o uso da
criatividade leva a novos processos de pensar imaginativo e fantástico (transformador), inventivo,
inovador e livre.
O exercício dessas formas criativas leva a mudança de atitudes: leva uma mente fechada,
conformista, conservadora, unilateral, ao inconformismo e superação, abertura e tolerância ao
novo. À compreensão e amor, ao ensaio e experimentação, à diversão e brincadeira – a ser feliz. De
uma forma de comunicação restrita e unidimensional, o uso da criatividade leva a uma
comunicação direta e viva do eu através da linguagem total: conexão e expressão coerente de
“ideias-sentimentos-reações:”
E importante: de seres organizados, previsíveis, convencionais, a criatividade faz seres
com novos hábitos de ação e relação, de pensamento e trabalho: “desrobotizados, imprevisíveis
divertidos e provocadores, capazes de transgressões necessárias a uma transformação. Com todas
essas possibilidades de mudança, que por sinal se combinam em rede, muda a estrutura do modo de
pensar “do eu genuíno e coerente” formando seres autênticos, únicos, atuantes, capazes de projetos
de vida.
O exercício constante das “Creativações”, da “Tempestade de Ideias” como
metodologias para abertura a vida e comportamento criativos.
Começar a viabilizar a Educação Criativa como educação transformadora conforme
a concepção de Paulo Freire, diferente da “educação bancária”, como ele mesmo denominou
a educação retrógrada
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3.2. EDUCAÇÃO BANCÁRIA E EDUCREA
Al andar se hace camino
A fim de mostrar a importância da Criatividade na Educação, eis aqui uma síntese da
oposição entre a Educação Bancária e a Educação Criativa – EDUCREA.
EDUCAÇÃO BANCÁRIA
(cf. Freire, 2007, Pedagogia do
Oprimido, p 35)
EDUCREA
(cf. Prado, 1998)
1. O professor ensina, os alunos
são ensinados.
Os alunos produzem obras surpreendentes,
por si sós, porque a Educação Criativa cultiva e aplica
as funções e características dos superdotados,
despertando a genialidade e a inteligência de todos
através da estimulação multissensorial perceptiva e
estimulativa.
2. O professor sabe tudo, os
estudantes nada sabem.
Alunos e professores trabalham juntos,
descobrem juntos porque aplicam em cada tema
linguagens e atividades múltiplas.
3. O professor pensa, e pensa
pelos estudantes.
A construção dos saberes acontece no
processo e com alunos e professor. Estimula-se o
pensar aberto e explorador, livre e fantástico,
divergente e inovador, imaginativo e fantástico,
inventivo e analógico.
4. O professor fala e os
estudantes escutam.
Os alunos produzem idéias, frases, projetos a
cada dia. Multiplicam suas idéias, ações, sem parar,
sem medo, sem crítica. Os alunos aprendem a
formular muitas perguntas para dar muitas respostas
Desenvolve-se atitude de compreensão e de
escuta.
5. O professor estabelece a
disciplina e os alunos são disciplinados.
Não se estabelece a relação escravo e
opressor, porque o livre pensar traz a liberdade,
desfaz os vínculos de opressão.
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6. O professor escolhe, impõe sua
opção, os alunos se submetem.
Tanto professor como alunos estão livres
para encontrar novos caminhos, sem finalidade
utilitária, mas buscando sempre, a transformação
permanente, usando o pensamento utópico.
7. O professor trabalha e os
alunos têm a ilusão de trabalhar graças à
ação do professor.
Há o estímulo o pensar por si e em si mesmo
para brincar com as idéias e para produzir coisas e
artefatos.
8. O professor escolhe o
conteúdo do programa e os alunos — que
não são consultados — se adaptam.
Todos têm a oportunidade de apresentar suas
idéias, opções, propostas, o que mais lhes agrada, a
partir das técnicas do pensamento criativo
transformativo e inventivo.
9. O professor confunde a
autoridade do conhecimento com sua
própria autoridade profissional, que ele
opõe à liberdade dos alunos.
A combinação das múltiplas linguagens
integradas liberam alunos e professores dos elos do
pensamento lógico-racional, e, em conseqüência, da
censura crítica, dos medos e da rejeição. Há mudança
de mentalidade, tolerância e amor; há respeito às
diferenças, ao novo, ao absurdo e ao incompreensível.
10. O professor é sujeito do
processo de formação, os alunos são
simples objetos.
A produção pedagógica é fruto de projeto
comunitário em que alunos e professores estão
igualmente comprometidos sabem que os dois
aprendem a cada momento da produção criativa.
Como conseqüência, a Educação Criativa é processo de alegria, otimismo, segurança que
leva à auto-estima, evita os preconceitos, porque investe no amor e respeito às diferenças
individuais, socioculturais; trabalha com o afeto, com a emoção com a imaginação. Como confirma
Prado:
Nesta época de crise e contrastes, de encruzilhadas e indecisões, de ambigüidades e complexidades, de mecanização rotineira e aborrecimento / tédio, de passividade e falta de iniciativa na escola, a criatividade parece imprescindível como fator intrínseco de interesse e diversão, como desencadeante natural de relações e projetos novos que
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critiquem eo combatam os hábitos e convenções sociais inúteis e geram outros novos com otimismo, alegrias e o humor. PRADO (2009 P 18)
CONCLUINDO: Pensar-ler-contar-escrever e, por que não dizer: sonhar – em
cooperação é muito mais rico do que fazer tudo isso sozinho. O ato de agir e redigir
cooperativamente multiplica a capacidade de comunicação através da linguagem, valorizada e
aperfeiçoada nesse processo.
É usando de diálogo: trocando idéias, conversando, que se compartilha o conjunto de
conhecimentos, sentimentos, atitudes, afetos. A dinâmica resultante da prática coletiva
produz a valorização do trabalho em grupo, que, dialeticamente, promove novo fundamento
comunicativo.
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CAPÍTULO II. AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
ABERTURA À EDUCAÇÃO SIGNIFICATIVA
1. O PROFESSOR, O ALUNO E A TECNOLOGIA
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
A tecnologia não é novidade na história da educação, mas um dos aspectos da cultura
humana. A antiga lousa, o quadro de giz, o giz, os livros, os cadernos individuais, os lápis, a
borracha já representaram grandes avanços tecnológicos cada um a seu tempo; cada um promoveu
grandes avanços ao preparar gerações para a vida em sociedade.
Ao longo de muito tempo, era a escola que apresentava o aluno à tecnologia nova,
possibilitando adaptação e participação do indivíduo à sociedade. O professor lecionava (de lectio,
ledor, o elemento ativo no processo) ao alumno (a-lumno, o não iluminado, o pólo passivo, que
necessitava do professor para iluminá-lo).
No entanto estamos vivendo em um mundo e um tempo que surpreende pela velocidade,
complexidade e quantidade. Muda o caráter das relações aluno/professor. O professor já não é
aquele que sabe tudo, e o aluno já não é o que chega na escola para aprender tudo, porque, quase
sempre, cresce usando a tecnologia da informação e tudo o que dela deriva.
Os jovens, havendo crescido diante de um computador, dominam o uso dessas novas
tecnologias melhor do que muitos professores.
Essa defasagem não seria problema se se tratasse unicamente do manejo dos aparelhos.
Como se sabe, no entanto, o alcance do uso da informática é muito mais extenso, muito mais
abrangente, porque se trata de possibilidades de comunicação e de avanços que crescem de forma
logarítmica no dizer dos especialistas. É todo um mundo que se revela ao aluno antes mesmo de
ele entrar na escola.
A Escola, ainda sob perplexidade, procura recuperar a distância que separa as
possibilidades comunicativas proporcionadas pelos avanços da Informática, das propostas que
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podem ser cumpridas por ela. Há uma dificuldade em diminuir a distância, uma vez que, aos
professores, é mais complicado acompanhar os alunos em tempo ágil.
Meira (2009)1, Citando Adams, observa que, em se tratando de novas tecnologias, “tudo o
que existe no mundo, desde que nascemos, é absolutamente normal. Entre zero e trinta anos, se
tivermos sorte, competência e sorte pode-se transformar num meio de vida e depois dos trinta, é o
fim do mundo, até que depois de vinte, trinta anos, começa a parecer normal.”
Tendo como base essa teoria, é muito mais difícil para professores aprenderem
Informática e serem capazes de desenvolver habilidades para usá-la em sala de aula com
alunos.
Cria-se aí um impasse quando a metodologia do professor em seu contato diário com os
alunos se baseia no controle para cumprir o programa. Controlar o grupo significa reprimir; e
reprimir supõe a imposição de distância entre ele e o aluno: o professor é o que sabe, o que pode
professar, enquanto o aluno é o que não sabe, o a-lumno.
O professor que se coloca nessa posição não aceita bem o fato de que o aluno domina a
Informática antes dele.
Ainda segundo MEIRA, em debate no 4º Fórum de Rio Claro:
,,,há muita coisa errada na escola e uma delas é a seguinte: Nós não estamos libertando a tecnologia de nossas grades mentais, psicológica e curriculares para ela exercer na sala de aula o papel que exerce na sociedade. MEIRA (2009)
O professor autoritário define objetivos e escolhe as tarefas, impõe definições, não
admite diálogo; é um transmissor de informações, centro das relações entre o conhecimento e o
aluno. Transmite verdades prontas, que são transmitidas de geração a geração. Verdades
hierarquizadas pelas mentes donas do saber, imposto a todos.
O professor já não é o único dono do conhecimento. É preciso olhar para a frente.
2. O PAPEL DO PROFESSOR NA ERA DA INFORMÁTICA
1
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Caminante no hay camino
sino estelas en la mar...
“Há uma pluralidade de relações do homem com o mundo, na medida em que responde à
ampla variedade dos seus desafios.” Paulo FREIRE
Para Freire (1996):
Ensinar exige rigorosa metódica pesquisarespeito aos saberes dos educandos criticidade estética e ética corporeificação das palavras pelo exemplo
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquerforma de discriminação Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural Ensinar não é transferir conhecimentoexige consciência do inacabado
Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado exige respeito à autonomia do ser do educando exige bom senso humildade, tolerância eLuta em defesa dos direitos dos educadores
Ensinar exige apreensão da realidade exige alegria e esperança exige a convicção de que a mudança é
Ensinar exige curiosidade é uma especificidade humana exige segurança,Competência profissional e generosidade exige comprometimento exige compreender que a educaçãoé uma forma de intervenção no mundo exige liberdade a autoridade exige tomada consciente de decisões
Ensinar exige saber escutar reconhecer que a educação é ideológica exige disponibilidade para o diálogo
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Ensinar exige querer bem aos educandos.
(FREIRE, colocação em versos livres dos subtítulos de Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa.1996)
De acordo com Perreneaud(2000), as dez novas competências para ensinar são:
1. Organizar e dirigir situações de aprendizagem2. Administrar a progressão das aprendizagens3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação4. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho5. Trabalhar em equipe6. Participar da administração da escola7. Informar e envolver os pais8. Utilizar novas tecnologias9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão10 Administrar sua própria formação contínua
Para Perreneaud (2000), caberia aos professores mediar a construção do processo de
conceituação a ser apropriado pelos alunos, buscando a promoção da aprendizagem e
desenvolvendo habilidades importantes para que eles participem da sociedade que muitos estão
chamando de "sociedade do conhecimento".
O importante é destacar que, se tal foi escrito em 2000, muita coisa se desenvolveu além
desse patamar – porque, em Informática, os avanços ocorrem de forma logarítmica, como já se
disse – o que exige do professor atualização contínua. Aliás, em uma sociedade em constante
mudança, essa é a necessidade com que todos os profissionais têm de lidar para se desenvolver em
seu trabalho.
“Se o professor se acha o único dono do conhecimento, não existe juízo crítico quando a autoridade é só uma. Para haver juízo crítico, há que haver diferentes fontes de verdade.” BALAGUER 2009)
Não é mais possível ao professor agir como se fosse o único sujeito do conhecimento; em
se tratando de Informática os alunos trazem saberes – competências e habilidades – além das do
professor.
Espera-se do professor:
- A habilidade de acompanhar os muitos fluxos de informação usando os meios
disponíveis, o que significa:
- Estar aberto a todas as oportunidades que surgirem para receber as informações,
aprofundar saberes;
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- Procurar o discernimento nas pesquisas da rede “viajar por diversas comunidades,
discernindo e respeitando perspectivas diferentes.” (BALAGUER 2009);
- Respeitar idéias diferentes, outros modus operandi;
- Usar softwares para fins pedagógicos.
- Estar pronto a estudar novas possibilidades no campo da informação a fim de usá-los com
a competência como são usados na sociedade.
De acordo com Balaguer (2009), um dos processos mais interessantes da tecnologia é que
nos coloca em situação de ignorância; portanto, todas as informações novas são lucro. A Escola
trabalha de forma isolada da dinâmica dos movimentos externos, ou seja, do que acontece na
sociedade em geral. E com as novas possibilidades de relacionamentos provocados pela tecnologia
de rede, surgiram novas possibilidades de trocas: de saberes, dúvidas, planos, propostas, criando
novas arquiteturas no processo de ensino-aprendizagem.
Objetivos antes defendidos individualmente e que, muito tempo depois de lançados,
poderiam receber aportes, colaboração. A possibilidade de compartilhamento de informações
torna-se um hábito na era digital.
As comunidades são realidade virtual que giram em torno de perspectivas, interesses
e abordagens comuns.
3. A ESCOLA INOVADORA E O CIBERESPAÇO
Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta gritar
Já a escola inovadora é aquela que valoriza professores inovadores, tem uma
administração descentralizadora; estabelece relações com outras instituições com a finalidade de
fazer crescer sua comunidade; coloca-se à disposição para experimentar idéias novas. Outras
características são apontadas por Huberman com base em Miles: estabelecimento de objetivos
claros; o cuidado na comunicação interna e externa; administração aberta, com possibilidades de
trânsito de influência entre os setores; utilização respeitosa dos recursos humanos; busca da união
da comunidade escolar; trabalho em prol da confiança entre as partes; conceber as inovações
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como processo dinâmico dialético que deve manter em situação de estudo, disposição e prontidão
a comunidade escolar e a busca da autonomia nas tomadas de decisão, no sentido de que é a
comunidade que tem de traçar seus objetivos, suas ações a partir de análises de âmbito particular e
geral – comunidade escolar e seu entorno, suas relações com o bairro, o estado, o país.
A educação baseada nos modelos tradicionais tem aulas expositivas, exigem alunos
simplesmente receptores, instituições que não admitem mudanças estruturais, na parte
pedagógica, ou na administrativa, ou até da própria divisão dos alunos por idade, em séries; em
salas de aula, tão cheias de alunos, que não permitem mais do que uma arrumação: professor à
frente do quadro, alunos em suas carteiras “assistindo à aula”.
Tal situação ainda hoje a mais comum na imensa maioria das escolas provoca o
questionamento de Léa Fagundes, debatedora, no início de seu discurso no Fórum do Instituto Rio
Claro:
Por que os espaços e tempos da escola estão organizados desta maneira? Por que nós temos na mesma sala turmas com a mesma idade e a mesma escolaridade?... Depois (sic), por que um professor, que tem cinqüenta minutos e, no máximo cem minutos(...) e, que chama de “conteúdo” os tópicos e temas do programa de ensino, que, muitas vezes são do livro didático? (sic). Por que ele tem que dar a mesma aula, com o mesmo conteúdo, da mesma maneira, a todos os alunos da mesma sala? Por que ele tem que dar (sic) a mesma aula com o mesmo conteúdo, ao mesmo tempo, da mesma maneira, a todos os alunos da mesma sala? FAGUNDES (2009)
E um pouco mais adiante continua: “..tratar todos os alunos da mesma sala como se eles
fossem uma única cabeça pensante?” , “...e que todos os alunos têm que aprender o livro didático
feito por especialista (que não tem contato com o professor)...”
Conclui-se que a distância que separa o aluno de todas as relações do processo
Ensino/Aprendizagem são cada vez maiores nesta sociedade atual. Deve-se calcular o quanto deve
ser mais produtivo o ensino baseado nas “Técnicas de ensino baseadas na exposição e na
participação”, de que nos fala Herrán em seu capítulo 14 de Metodologías docentes para
transformar la educación (pp. 251-278), citando A. Medina, M. Á. Zabalza, C. Marcelo o S. de la
Torre, já que estes entendem que “a aprendizagem compartilhada está estreitamente vinculada à
inovação”, inovação que ficaria difícil em situações de processos individualizados, como acontece
em modalidades tradicionais de sistema educacional.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Parodiando Balaguer (2009), onde as habilidades do sujeito do novo milênio se
desenvolveriam mais? Numa sala de aula tradicional ou em atividades que envolvem um coletivo?
Ao que se poderia acrescentar a conclusão de Herrán: “uma pessoa que realize qualquer atividade
pode experimentar qualquer tipo de sensações. Tudo dependerá de sua motivação e da
circunstância.” O preparo docente, em didática, em psicologia, em técnicas de exposição, usando
e incentivando o respeito mútuo, motiva o suficiente ao comprometer-se com uma aprendizagem
significativa (“contribuir a elaborações cognoscitivas criativas (alternativas, flexíveis, inquiridoras,
críticas…”, idem Herrán).
No entanto, com todas essas precauções, as aulas expositivas têm seu lugar no mundo de
hoje, pois também as formas participativas de Ensino/Aprendizagem não negam momentos
expositivos, assim como os sujeitos comunicadores que usam da exposição pura e simples em
quase todas as oportunidades comunicativas. Também nas atividades de comunicação em rede
pelas NTI usa-se dessa modalidade.
Deve-se agir para diminuir a distância que separa o aluno de todas as relações do
processo Ensino/Aprendizagem.
CAPÍTULO III PRÁTICAS PARA PRODUÇÃO COLETIVA
1. LINGUAGENS E PRODUÇÃO COLETIVA
"Caminante no hay camino,
O ser humano começou a desenvolver sua racionalidade quando começou a falar e, quanto
mais desenvolvemos a palavra, mais facilmente compreenderemos o mundo, melhor nos
adaptaremos, mais facilmente viveremos.
Este trabalho se propõe a indicar situações que levem a experiências coletivas de
produção textual unidas a expressões em outras linguagens:
O esquema abaixo ilustra as relações entre elas.
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Figura 1
fonte:IACAT Unidade 1.1.2. p 10
Para efetuar a fase da “conversa” nada melhor do que a técnica do Torbellino de Ideas
(T.I.) para liberar as potencialidades que os participantes já trazem, principalmente a criatividade.
A seguir, os motivos da escolha do TI, parafraseando as “diversas circunstancias”
“distintas finalidades” que Prado ( 2001, p 120) apresenta”:
Para que os alunos formulem perguntas, dúvidas;
Para saber o que os alunos já sabem sobre o assunto;
Para que haja troca de informações e, em conseqüência, ganho / aporte para todos os
participantes.
Para enriquecimento do vocabulário.
Para relacionar um objeto ou tema com outros afins ou de modo que possam construir
similares e metáforas originais.
Para conseguir desenhos e expressões plásticas originais.
Para melhorar a fluência verbal e de idéias.
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Para melhorar a expressividade.
Para analisar e tratar problemas de aula,
Para fazer com que os alunos reflitam sobre sua conduta ou a conduta do grupo;
Para enfocar qualquer assunto, em qualquer área do saber;
Para criar ambiente democrático de trabalho em equipe e fazer que sejam produtivos os
momentos de participação;
Para que os alunos se respeitem, escutem e aproveitem as idéias dos outros.
Depois de momento de TI em aula, práticas de extensão do tema com atividades variadas
– diante do computador.
Outros ativadores criativos estarão ocasionalmente diluídos nos exercícios:
Interrogación divergente,
Analogia Inusual,
Metamorfósis total del objeto,
Juego lingüístico,
Desguace de frases,
Recreación de textos,
Solución creativa de problemas
Algumas das PRÁTICAS apresentadas como exemplo de ponto de partida e/ou motivo para
redações em grupo foram vivenciadas pela autora e alunos.
Porque
Os ativadores criativos se concentram na aquisição de pensamento divergente, inovador, original, constituindo a fonte primeira do pensar aberto, livre, imaginativo, plástico, fantástico, e, sobretudo, sendo a raiz estimuladora essencial de qualquer tipo de projeto ou ação, de admirável frescura e de alternativas tão provocativas e novas como definitivas, às vezes. PRADO (2004 )
O caminho das trocas comunicativas leva ao conhecimento das pessoas, troca de
afetos, experiências e informações; ao enriquecimento dos saberes.
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1.1. EXEMPLO DE CRIATIVAÇÕES DE UM TEMA
se hace camino al andar..."
Um exemplo de como as criativações podem ser utilizadas:
EXEMPLO A PARTIR DE PINTURA DE DALÍ:
TEMA: O RELÓGIO
TORBELLINO DE IDEIAS
Expressar tudo o que vem à cabeça rapidamente para que não se perca a
espontaneidade, a naturalidade, o que sai direto e natural do psiquismo.
Pintura de Dalí,
música de rock clássico, On the Clock, on the rock, whisky. Me atrasei, me adiantei… os progressos dos países do Terceiro Mundo,,, corrida contra o relógio, contrarrelógio: a bicicleta, o giro de Espanha, a pontualidade de meu filho mais novo. O tempo não passa para as freiras de meu colégio.as correntes pesadas dos terços das freiras...o tempo do prisioneiro, o condenado à morte. O tempo não passa de igual forma para todos.
INTERROGACIÓN DIVERGENTE,
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Conjunto de perguntas que foge do óbvio, da relação fácil com o tema, buscando relações mais difíceis e, por isso mesmo, capazes de desenvolver soluções inesperadas, pensamentos criativos . o relógio de Dalí permaneceu em evidência.
Que semelhanças tem o queijo com o tempo/relógio?
Como o tempo derrete?
A vida se esvai de que forma?
Daí surge uma pergunta CONVERGENTE:
Imagine o tempo recurrido del século XX no calendário de Sagan. ¿Que fração do segundo representaria? ¿E que subfração representaria sua própria existência?
ANALOGIA INUSUAL
A relação inesperada, o impensável é que vai ser idealizado:
De acordo com o cálculo de tempo de Sagan, o uso de instrumentos de pedra foi disseminado somente às 23 horas.
Poderíamos, então, fazer uma analogia: RELÓGIO e PEDRA:
RELÓGIO:
Há antigos e novos
Pelos relógios de sol. Pode-se calcular o tempo por sua variação no solo –
Marca a idade do homem na Terra
Mostra o tempo recorrido na superfície.
Há corações que funcionam como um relógio.
Etc...
PEDRA
Há também antigas e novas
Pode-se calcular o tempo por sua variação química em um solo.
Marca a idade do homem na Terra.
Mostra o quanto o tempo passou pelo estado da superfície.
Há corações de pedra.
Etc....
METAMORFOSE TOTAL DO OBJETO
A possibilidade –da mudança para o lugar do impossível a partir do possível:
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Eu adoraria:
Um relógio que marcasse somente nossos tempos felizes, nossos encontros com os outros.
Um relógio que congelasse momentos de felicidade e que ninguém cometesse maldades.
Um relógio que alertasse sempre o quão curta é a existência humana a fim de indicar que não vale a pena a cobiça e o egoísmo.
Um relógio que pudesse voltar atrás para corrigir as injustiças.
JUEGO LINGÜÍSTICO,
Reinventar a palavra, decompô-la, compô-la, fazer derivações, composições, mudanças fonéticas, gráficas, plástica, tátil
Sol Pedra
sombra
gnomon
quadrantes solares
quadrantes estelares
cuadrantes lunares.
HOROLOGION
HOROLOGIUM
Orologio
O relógio
horloge
Relógio
El reloj
El relojoler
clock
clocka
clock clock
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Outra produção surgida do jogo lingüístico:
Relógios de arena
clepsidra
Relógios de cera,
velas de duración
prevista
relógiosrelógios relógiosrelógios relojrelorelojolerolerjoler
re re re re re re re re re re
lolololololololololololololo
logio
relorelorelorelrelorelo
reloj
rolex
relógio
relógico
lógico
horologium
logium
logos
orologio
clock
oro
aro
logio
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
DESGUACE DE FRASES
Reestruturar a frase, combinando-a. encontrar o oposto, o diferente, etc.
clock clock clock
faz o relógio
olho
el tiempo pasa
olho
Cuidado
re olho
O tempo passa
Repassa el tiempo
A vida passa
Passa o relógio
Repassa a vida
ida
vida passa
vida
vida prevista
olho
re olho
clock clock clock
RECREACIÓN DE TEXTOS
Tomar um texto, trocar seus elementos, buscar a originalidade.
Que tql brincar com o texto de Vinicius de Moraes e Paulo Soledade?
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
O Relógio
Passa tempo, tic-tacTic-tac, passa horaChega logo, tic-tacTic-tac, vai-te emboraPassa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demoraQue já estouMuito cansadoE já perdi toda alegriaDe fazer meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
REFAZENDO, INVENTANDO, RE-CRIANDO:
Não demoraQue já estouMuito cansadoTic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Tic-tac, passa horaChega logo, tic-tacChega logo, tic-tac
Passa, tempo
Bem depressa
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Etc...
SOLUCIÓN CREATIVA DE PROBLEMAS
Incentivar a busca de soluções por caminhos novos, criativos, às vezes absurdos, mas sempre aplicáveis, em busca de soluções. No caso do relógio/tempo, como lidar com a passagem inexorável, com o envelhecimento – um problema?
Solução criativa:
Com a arte:
Curriculum Horologii Vitae:
Quanta história: quantos caminhos...
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Em que caminho se perderam aqueles olhos?
Aquela face, onde ficou?
Perderam-se caminhos!
2. OBJETIVOS SÓCIOS-LITERÁRIOS DAS PRÁTICAS
Golpe a golpe, verso a verso...
Objetivo central:
Proporcionar ao aluno condições de se descobrir sujeito em produções criativas – partindo
de Torbellino de Ideas – em grupo – para além do ambiente físico da escola.
Objetivos específicos:
As propostas devem ter o objetivo de:
oferecer ao aluno oportunidade para produção diversificada: textos escritos, arte visual:
desenho, pintura, fotos, vídeos; produção sonora: sons, músicas, relacionadas com a
realidade cultural e emocional do aluno.
ampliar o trabalho pedagógico para além do ambiente escolar, restrito, imprensado entre
horários e programas a serem cumpridos pela comunidade escolar.
Interligar temas recolhidos da prática de TI, a fim de planejar novas práticas.
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Passo a passo, golpe a golpe, com imaginação, cria-se um mundo novo.
4. A METODOLOGIA
Murió el poeta lejos del hogar.
Le cubre el polvo de un país vecino.
Al alejarse le vieron llorar.
No trabalho com idiomas – Português e Espanhol – a possibilidade do uso das multimídias
amplia situações de aprendizagem. Sendo assim, este trabalho se propõe a apresentar sugestões de
práticas coletivas que usam vários tipos de textos e as mídias de que se dispõe na Escola.
Para tanto, o Torbelino de Ideas – TI - é a técnica BÁSICA usada para no processo de
compreensão do material usado.
O TI vem sendo considerado tradicionalmente como uma técnica de dinâmica de grupos ou de ação participativa e trabalho grupal. As técnicas didáticas participativas estão orientadas à dinamização cooperativa e à intervenção variada dos membros, com base na centralização da atuação do líder, dirigente ou professor. PRADO (2001 P 21)
EM AULA: passos que incluem:
A apresentação do tema – notícia, texto escrito, texto falado, musicado, vídeo, pintura,
desenho ou qualquer fato relevante à vida social.
Dinâmicas com o TI, que podem incluir diversas categorias, dependendo do assunto e do
interesse dos alunos.
ON LINE: trabalhos coletivos com vários grupos reduzidos (se a turma é grande):
Também nessa fase há passos bem delimitados para a produção dos trabalhos, que
podem abranger as mais variadas propostas midiáticas.
Outros ativadores criativos deverão ser usados e para isso. Há um espaço aberto para
aprofundamento de uma ou outra Criativação. O professor deve ser sensível para captar as
necessidades e possibilidades o grupo de alunos a fim de aprofundar uma ou outra criativação. Daí
a necessidade de formação permanente do profissional: formação em criatividade para a
criatividade, via criatividade.
TIPOS DE PRODUÇÃO SUGERIDAS
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Trabalhando com idiomas, língua, literatura e redação – os variados níveis de linguagem –
culto, popular, vulgar, literária sempre se colocam em questão. Além disso, as funções da
linguagem e os gêneros de discurso são básicos para estudo e produção textual. Portanto,
deverão ser contemplados nas Práticas propostas:
Função emotiva (ou expressiva) centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor.
Função referencial (ou denotativa) centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos.
Função apelativa (ou conativa) centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
Função fática centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.
Função poética centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas etc.
Função metalingüística centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem.
Em uma mesma produção, podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.
PRINCIPAIS GÊNEROS DO DISCURSO
Situações sociais de uso
TIPOS DE TEXTO
Capacidades de linguagem
dominantes
Gêneros orais e escritos
Cultura literária ficcional
Narrar
Conto maravilhoso, fábula, lenda narrativa de
aventura, narrativa de ficção científica, narrativa de
enigma, narrativa mítica, biografia romanceada, romance,
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Contar um história ficcional
coerente
romance histórico novela fantástica, conto, crônica
literária, adivinha, etc.
Documento e memorização
das ações humanas
Relatar
Contar fatos reais ou
experiências vividas, situando-as no
tempo e no espaço
Relato de experiência vivida, relato de viagem,
diário íntimo, testemunho, caso, autobiografia, curriculum
vitae, notícia, reportagem, crônica social, crônica
esportiva, relato histórico, ensaio ou perfil biográfico,
biografia, etc.
Discussão de problemas
sociais controversos
Argumentar
expressar opinião, utilizando
argumentos para defender
Textos de opinião, diálogo argumentativo, carta
do leitor, carta de reclamação, carta de solicitação, carta
de solicitação, debate deliberativo, debate regrado,
assembléia, discurso de defesa(advocacia), discurso de
acusação (advocacia), resenha crítica, artigos de opinião
ou assinados, editorial, ensaio, etc.
Transmissão e construção de
saberes
Expor
Apresentar diferentes formas
do conhecimento.
Texto expositivo (em livro didático), exposição
oral, seminário, conferência, comunicação oral, palestra,
entrevista especializada, verbete, artigo enciclopédico,
tomada de notas, resumo de textos expositivos e
explicativos, resenha, relatório científico, relatório oral de
experiência, etc.
Instruções e prescrições
Instruir
Orientar comportamentos
Instruções de montagem, receita, regulamento,
regras de jogo, instrução de uso, comandos diversos,
textos prescritos, etc.
CEREJA, William Roberto. Interpretação de textos ( 2009. p 29)
Os sentidos devem ser solicitados no processo, como nos afirmam na Palabra
Sorprendida:
Los sentidos, la percepción de todo lo que nos rodea y nuestros sentimientos son los instrumentos con los que contamos para trabajar las descripciones. Prestemos atención a nuestras percepciones y así no convertiremos en buenos observadores. Pero antes, veamos cómo ha trabajado con los sentidos distintos escritores y cómo, a través de Torbellino de Ideas nosotros también seremos capaces de poner a funcionar todos nuestros recursos. CAZÓN y VÁSQUEZ (2001, p 22)
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E no quadro que vem em seguida nos apresentam sugestões de desenvolvimento de
atividades fundamentadas em elementos lingüísticos que remetem a valores Sensoriais: Cor,
cheiro, sabor, gosto tato, consistência
Além disso, são sugeridos aqui, aos alunos, trabalhos com as denominadas sete artes: a
Música, a Dança, a Pintura, a Escultura, a Literatura, o Teatro e o Cinema, em algum nível
específico. Porque:
Precisamos de um novo tipo de coragem, que não se expresse em desmandos de violência e que não dependa de afirmar o poder egocêntrico sobre as outras pessoas. Sugiro uma nova forma de coragem corporal: o uso do corpo, não pêra o desenvolvimento exagerado de músculos, mas o cultivo da sensibilidade. Isso significaria desenvolver a capacidade de ouvir com o corpo. Seria, como diz Nietzsche, um aprendizado para pensar com o corpo. Seria a valorização do corpo como um meio de criar empatia com outras pessoas, a expressão do eu como um objeto de arte e uma fonte de prazer. MAY (1982, p 12-13)
No processo em que o professor é o intermediário – pesquisador, programador, co-
participante esclarecedor, facilitador, incentivador,avaliador conforme Prado (2001 p 91- 98), - a
sensibilização artística que deve ser despertada, também e principalmente o professor deve contar
com a “coragem de criar” de que nos fala May, para o “cultivo da sensibilidade. Isso significaria
desenvolver a capacidade de ouvir com o corpo.” (...) Seria a valorização do corpo como um meio
de criar empatia com outras pessoas, a expressão do eu como um objeto de arte e uma fonte de
prazer. MAY (1982, p 12-13)”
A coragem para matar o velho professor parado no tempo, atado às velhas práticas de
controle, de rigidez, dão oportunidade ao nascimento do sujeito educador, que, junto aos
alunos cria oportuniza novas práticas.
CAPÍTULO IV. PROPOSTAS PRÁTICAS
1. PROGRAMAÇÃO
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"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar [caminar]..."
E, para melhor e acompanhar e avaliar o desenvolvimento do trabalho coletivo, são aqui
sugeridas fichas de planejamento.
IMPORTANTE: Para evitar o tédio, ou ao exagero de estímulos de alguma mídia
específica, devem-se alternar as categorias: depois de um filme, um poema musicado; após este,
uma notícia de jornal, por exemplo.
O uso das novas Tecnologias da Informação e da Comunicação –TIC – possibilitam a
comunicação interativa que multiplicam formas de integração às quais se podem juntar
informações já presentes na rede. Muitas dessas informações noticiam acontecimentos em tempo
real – ou quase.
1ª- HAITI ali meio-ambiente, relações, humanas etnias e nacionalidades;
2ª- SUDOR Y LÁTIGO etnias e nacionalidades, relações humanas, relações
interpessoais;
3ª- SINAL FECHADO relações interpessoais, urbanismo, valores humanos;
4ª- O PEQUENO PRÍNCIPE valores humanos, diferenças, ética;
5ª- SALA DE URGENCIA ética, doença saúde;
6ª- O PULSO saúde, saúde física, saúde moral, direitos humanos;
7ª- ILHA DAS FLORES direitos humanos, saúde, meio-ambiente, trabalho e consumo,
saneamento, alimentação;
8ª- MANIOP a mandioca, alimentação, trabalho e consumo, pluralidade cultural;
9ª- HAITI aqui pluralidade cultural, relações humanas, ética, cidadania;
10ª- VOTO O VOTO F cidadania democracia, ética
IMPORTANTE: PARA FACILITAR A LEITURA, OPTOU-SE PELO USO DA
COR PARA SEPARAR AS FICHAS.
A escolha do tipo de relação estabelece uma DINÂMICA.
A relação de uma para a outra foi estabelecida pelo TEMA, isto é, um dos temas de uma
prática torna-se o tema-gerador da prática seguinte, e assim sucessivamente.
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Há um sem-fim de relacionamentos, de ordenações possíveis: um desenho de fractais
ilustraria bem essas relações que mais se explicam num pensamento complexo.
Pelo esquema abaixo pode-se antever um pouco das possibilidades:
Figura 2
PRADO (2001 p 158)
El enfoque globalizador e interdisciplinar de la docencia significa una perspectiva totalizadora de la realidad –cosas, temas, lecciones, conceptos, problemas-. Es decir, tratar de verla, analizarla, desarrollarla en su globalidad, desde todos los ángulos o puntos de vista. PRADO (2001, P 155)
Além disso, há propostas e resultados diferenciadas de acordo com o tema. Pode-se
observar, por exemplo, que o tema Ilha das Flores, apesar de ter como fonte um curta-metragem de
apenas treze minutos, suscita muitas reflexões e debates devido às várias leituras possíveis, em
especial o jogo lingüístico que pode ser aprofundado.
É bom lembrar que
O mesmo impulso que estimula poetas, dramaturgos e artistas, também nos move a brincar com as palavras, colocando ordem em um conjunto que nos é dado ou tratando de encontrar um novo sentido (ou sem sentido), seja por entretenimento ou por puro prazer. MOTOS, (2005, p 7)
http://www.depijama.com/2008/11/
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Figura 3
Um dos temas de uma prática torna-se tema-gerador da seguinte, que
vai gerar outros temas, dentre os quais sairá novo tema-gerador; e assim
sucessivamente.
No desenvolvimento de uma prática surgem inúmeras possibilidades para
a escolha de uma outra: um assunto, uma lembrança, um fato, um detalhe, etc.
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2. O TORBELLINO DE IDEAS
Golpe a golpe, verso a verso...
O curso Creatividad e Innovación trouxe conhecimento de saberes vitais para a
convivência em sala de aula. O Torbellino de Ideas (TI) mostra-se fundamental para o
desenvolvimento de todo o processo educativo: desde o planejamento até a conclusão, seguindo-se
da avaliação de todo o processo. Seja do ponto de vista geral – escola e de seu Plano Político
Pedagógico, ao particular – professor e disciplina, professor e aluno; aluno e conteúdos a assimilar,
para colocar-se um exemplo, o TI mostra-se capaz de impulsionar um processo e resolver
dificuldades no percurso.
No caso presente, as turmas com as que foram vivenciadas as práticas são compostas de
poucos alunos, mas não poucos problemas:
Grupos diferenciados por:
local de origem,
situação sócio-cultural e econômica;
nível intelectual;
o que faz com que no princípio do ano respondessem diferentemente ao contato com o
conteúdo do programa.
Apesar de todos já terem o nível médio de ensino, há desníveis, por conta das diferenças
na formação: existem especificidades que podem, embora nem sempre, determinar maiores ou
menores dificuldades: escola urbana ou rural, privada ou pública, grande ou pequena; ensino
regular ou supletivo.
A carga horária de três aulas semanais permitiram experiências com algumas das práticas.
Algumas redações resultantes encontram-se em ANEXO.
O TI funciona durante todo o processo de E/A.
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5. SUGESTÕES DE PRÁTICAS
Cuando el jilguero no puede cantar.
Cuando el poeta es un peregrino,
cuando de nada nos sirve rezar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."
Pode-se partir de qualquer situação: uma ilustração, uma história em quadrinhos, uma música, um
filme, uma notícia - uma tragédia.
Foi o caso do terremoto no Haití, que se transformou, em meio à perplexidade diante de
notícias, fotos e vídeos veiculados na mídia, em tema de conversas, comentários sobre os reveses
do meio-ambiente e relações com o humano, estendendo-se a história, etnias e nacionalidades.
1ª- A perplexidade diante da tragédia gerada por condições naturais gera discussões sobre
ETNIAS E NACIONALIDADES:
HAITÍ
ENSINO FUNDAMENTAL / ENSINO MÉDIODISCIPLINAS : Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Ciências,
Biologia, História, GeografiaCRIATIVAÇÕES: .............
Notícias variadas sobre a tragédia do Haiti
TEMA: meio-ambiente, relações, humanas etnias e nacionalidades
I- EM AULA:1º passo: TI:
1- de recordações (cenas): eu impressiono com... ;2- de sentimentos: o que me emociona ...
II- ON LINE: grupos de 5 ou 6 alunos
Para a atividade, todos os alunos são chamados a redigir TODAS as partes dos textos,
que passarão, como no jogo “Escravos de Jó”, para que cada aluno redija um parágrafo de
todos.Dessa forma, todos os seis textos terão a marca de todos. A ordem de movimentação será
feita de acordo com decisão pré-estabelecida.
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NARRAÇÃO:
1- Redigir um parágrafo de introdução sobre a tragédia do Haiti. Passar o texto adiante de acordo com o combinado.
2- Pegar o texto que chega e, após lê-lo, redigir um parágrafo de desenvolvimento. Os textos “rodam”.
III- A última rodada é a da conclusão. Encerra-se o texto.
DISSERTAÇÃO:
1- Redigir um parágrafo de introdução sobre o valor da solidariedade. Enviar o texto ao colega seguinte.
2- Redigir os parágrafos de desenvolvimento, que vão sendo encaminhados– um a 0um.
Finalmente o parágrafo de conclusão.
Cabe ao professor monitorar a seqüência dos participantes.
TRABALHO EM VÍDEO
EM ESPANHOL:
Montar uma apresentação dos fatos ocorridos, capturando da Internet textos e fotos.
AVALIAÇÃO:
1- Em sala de aula: TI de pontos positivos e negativos da atividade.
2- Tratando-se de valores humanos, o que se pode acrescentar com essa atividade?
3- O que seria importante acrescentar?
4- O que faria se estivesse no Haiti?
As conclusões serão postadas em texto ON LINE.
Fez-se um paralelo inevitável da história do Haiti com a do Brasil: colônia, república,
dependência. A escravidão que ainda deixa marcas fortes.
2ª- Daí a escolha do tema seguinte: o poema de Nicolás Guillén: relações históricas de
etnias e nacionalidades afetando RELAÇÕES INTERPESSOAIS;
:
SUDOR Y LÁTIGO
ENSINO FUNDAMENTAL / ENSINO MÉDIODISCIPLINAS : Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Ciências,
Biologia, Literatura, Geografia, HistóriaCRIATIVAÇÕES: .............
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Sudor y látigo.
"Látigo,
sudor y látigo.
El sol despertó temprano
y encontró al negro descalzo,
desnudo el cuerpo llagado,
sobre el campo.
Látigo,
sudor y látigo.
El viento pasó gritando:
-¡Qué flor negra en cada mano!
La sangre le dijo: ¡vamos!
Él dijo a la sangre: ¡vamos!
Partió en su sangre, descalzo.
El cañaveral, temblando,
le abrió paso.
Después, el cielo callado,
y bajo el cielo, el esclavo
tinto en la sangre del amo.
Látigo,
sudor y látigo,
tinto en la sangre del amo;
látigo,
sudor y látigo,
tinto en la sangre del amo,
tinto en la sangre del amo".
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Nicolás Guillén (Cuba, 1902-1989)
Disponível em: http://lacomunidad.elpais.com/las2001noches/2009/4/17/-sudor-y-latigo-nicolas-guillen-2001-noches-46
Também se encontra em Las grandes elegias y otros poemas, por Nicolás Guillén Ángel, I. Augier, 1984, p. 110.
TEMA: etnias e nacionalidades, relações humanas, relações interpessoais;
IV- EM AULA:1º passo: apresentar o texto2º passo: TI:
3- de recordações: eu me lembro de... ;4- de rimas: verbos em gerúndio; outras rimas5- a relação: chicote e látigo – a força significativa da palavra – muito mais do que a palavra
portuguesa.
V- ON LINE: 5 ou 6 alunos
1º passo: de que me lembro: palavras que possam exprimir sentimentos relacionados com a escravidão no Brasil. Todos escrevem rapidamente.
2º passo: Os alunos escolherão as palavras mais contundentes.
3º passo: Redação- de POEMA com palavras escolhidas. Todos participam.
AVALIAÇÃO:
5- Em sala de aula: TI de pontos positivos e negativos da atividade.
6- Tratando-se de valores humanos, o que se pode acrescentar com essa atividade?
7- O que seria importante acrescentar?
As conclusões serão postadas em texto ON LINE.
3ª- Aprofundando o TI em nível de globalização lingüístico, podemos trabalhar a função
fática: da linguagem, quando poderíamos usar a letra/música de Paulinho da Viola. Diante de um
sinal de trânsito, duas pessoas que não se viam há muito tempo, encontram-se brevemente e talvez
se vejam no futuro
Trata-se de obra atemporal, composta artisticamente como representação de relações
interpessoais como ponto de partida para ampliar-se a VALORES HUMANOS:
SINAL FECHADO
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NÍVEL DE ENSINO: ENSINO FUNDAMENTAL / ENSINO MÉDIODISCIPLINAS : Língua Portuguesa, Literatura, Educação Artística,
História, GeografiaCRIATIVAÇÕES: .............
Sinal Fechado
(Paulinho da Viola)
– Olá! Como vai?– Eu vou indo. E você, tudo bem?– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... Evocê?– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo...Quem sabe?– Quanto tempo!– Pois é, quanto tempo!– Me perdoe a pressa - é a alma dos nossos negócios!– Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos...Quem sabe?– Quanto tempo!– Pois é...quanto tempo!– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira dasruas...– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!– Por favor, telefone - Eu preciso beber alguma coisa,rapidamente...– Pra semana...– O sinal...– Eu procuro você...– Vai abrir, vai abrir...– Eu prometo, não esqueço, não esqueço...– Por favor, não esqueça, não esqueça...– Adeus!– Adeus!– Adeus!
http://www.letras.com.br/chico-buarque/sinal-fechado
Disponível cantada por Caetano Veloso, em: http://www.youtube.com/watch?
v=IEUPH1A7YkM
TEMA: relações interpessoais, urbanismo, valores humanos
VI- EM AULA:
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1º passo: 2º passo:TI: de imaginação: como “vejo” a cena, as pessoas... de sentimentos: o que a melodia me faz sentir. 2º passo: TI: dos termos: sinal aberto, sinal fechado, encontro, desencontro.
3º passo: jogo dramático 1: 1- em pequenos grupos – 2 ou 3 alunos – farão de conta que são pessoas que acabam se
encontrando no sinal fechado e então estabelecem uma comunicação de função fática, como as que tantas vezes ocorrem em um sinal de trânsito. Contam-se os minutos e avisa-se: abriu o sinal ou fechou o sinal.
2- Trabalho com o significado figurado da expressão SINAL FECHADO, que, em Português, pode significar impedimento voluntário da comunicação, em geral resultado de mau-humor por algum motivo explicável. “O sinal fechou, vamos esperar que o humor volte para falar com ela.”
Apresenta-se, como exemplo, a letra de música seguinte:
Sinal Fechado(Mala 100 Alça)
Veio a Mente você chegou pra mim e falouQue não dava mais, que ja tinha em mente outro rapaz
Então eu desesperado bem, ali choreiE jurei jamais amar alguém outra vez
Agora você voltou, me pedindo pra ficarSó meu bem que acabou, volte pro seu lugar
Que aqui não dá mais pra ficar
Procure o seu lugarO sinal fechou pode pararNão quero mais te amar
Que aqui não dá mais pra ficarProcure o seu lugar
O sinal fechou pode pararQue em meu coração
É fim da linha pra você, pode pararMinha mente você chegou pra mim e falou
Que não dava mais, que ja tinha em mente outro rapazEntão eu desesperado bem ali choreiE jurei jamais amar alguém outra vez
Agora você voltou, me pedindo pra ficarSó meu bem que acabou, volte pro seu lugar
Que aqui não dá mais pra ficarProcure o seu lugar
O sinal fechou pode pararNão quero mais te amar
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Que aqui não dá mais pra ficarProcure o seu lugar
O sinal fechou pode pararQue em meu coração
É fim da linha pra você
Que aqui não dá mais pra ficarProcure o seu lugar
O sinal fechou pode pararNão quero mais te amar
Que aqui não dá mais pra ficarProcure o seu lugar
O sinal fechou pode pararQue em meu coração
É fim da linha pra você, pode parar
Disponível em http://letras.terra.com.br/mala-100-alca/1031381/
Jogo dramático 2: pequenos grupos conversam e, a um aviso de “sinal fechado”, muda o “astral” – o humor – de um dos personagens, o que deverá mudar o rumo da conversa e alguém terá que explicar porque “fechou o sinal”.
VII- ON LINE:
Propostas para trabalhos em grupo:
1- PESQUISA: linguagem figurada, conotação e denotação. Função poética da linguagem.
2- Redigir uma pequena narração em que o primeiro texto se inclua com coerência .
3- Redigir uma pequena narração em que o segundo texto se inclua de forma coerente.
4- Redigir um texto usando a função de linguagem fática para ser cantado em rito de RAP em aula.
5- Redigir uma dissertação que fale sobre a correria dos tempos atuais.
VIII- EM AULA:
Apresentação da produção – cantada em ritmo de RAP
AVALIAÇÃO:
Responder às questões:
TI para começar:
Que texto mais me agradou e porque?
O que aprendi com eles? (TI)
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Como foi meu processo de produção: texto e música?
Que outras atividades podem estar relacionadas com esta?
O que quero e/ou posso fazer para aprofundar meus conhecimentos a partir do que experimentei?
4ª- Fica claro o contraste em valores humanos nas duas composições. Por esse motivo,
muito conveniente a escolha seguinte: A obra de Saint-Exupéry, usada em três versões disponíveis
em aulas de Português, Espanhol e Redação.
A ÉTICA das relações com o diferente pode (e deve) ser muito bem aprofundada.
O PEQUENO PRÍNCIPE E A RAPOSA – O FILME
O PEQUENO PRÍNCIPE E A RAPOSA – O TEXTO ESCRITO
EL PRINCIPITO Y EL ZORRO – O TEXTO ESCRITO
ENSINO FUNDAMENTAL, ENSINO MÉDIO,
DISCIPLINAS: Língua Portuguesa, Geografia, história
CRIATIVAÇÕES: .............
Ficha TécnicaO PEQUENO PRÍNCIPE E A RAPOSA – O FILME
Título original: The Little Prince Gêneros: Musical Tempo: 88min Ano: 1974 Direção: Stanley Donen Roteiro: Alan Jay Lerner Antoine de Saint-Exupéry* Elenco: Richard Kiley (Piloto)
Steven Warner (Pequeno Principe)Bob Fosse (Cobra)Gene Wilder (Raposa)Joss Ackland (Rei)Donna McKechnie (Rosa)
Victor Spinetti (Historiador)
O PEQUENO PRÍNCIPE E A RAPOSA – O TEXTO ESCRITO
Projeto Democratização da Leitura: www.portaldetonando.com.br
EL PRINCIPITO Y EL ZORRO – EL TEXTO ESCRITO
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“La Biblioteca de El Trauko”
http://www.fortunecity.es/poetas/relatos/166/
http://go.to/trauko
Chile - noviembre 2000 Trata-se da história de um piloto perdido e de um menino de um planeta distante. Juntos,
compartilham diversas experiências, como aprender com uma raposa, observar a dança de uma
serpente, cuidar de uma única rosa do planeta. Baseado no romance de Antoine de Saint-
Exupéry.
TEMA: valores humanos, diferenças, ética
IX- EM AULA:
1º passo: Informar sobre a obra de Saint-Exupéry, O Pequeno príncipe e sobre o texto
selecionado.
2º passo: Apresentar o filme, usando o recurso de texto e legenda em Língua
Espanhola.
2º passo: TI:
1- O que as imagens evocam?
O que o Principezinho queria?
2- Palavras que são lembradas a partir de “amizade”
3- Opiniões a respeito da amizade
Da dinâmica anterior, anotar palavras e frases que definam amizade.
3º passo: foram usados dois textos: um em Português e outro em Espanhol, com
finalidade de estudo de texto – vocabulário, gramática, fonética, no caso do Espanhol; e de
gramática – especificamente sintaxe no caso do outro texto, para comparar os dois idiomas.
4º passo: análise das ilustrações do autor.
5º passo: Se eu fosse o ilustrador, como ilustraria o encontro Principezinho + Raposa?
Vamos tentar? Com tinta, grafite, colagem (em papel, pano, plástico...)
Qual seria a cor da amizade?
Existe uma mudança fundamental na raposa: ANTES e DEPOIS de haver conhecido o
principezinho. Como mostrar isso usando somente cores?
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Como demonstrar a mudança, usando somente grafite?
Como represento isso dançando; com mímica...?
X- ON LINE:
Propostas:
1- PESQUISA: o autor, sua vida e suas obras.
2- DISSERTAÇÃO:diferença entre cativar e domesticar, vocábulos usados na versão em vídeo da obra O Pequeno Príncipe.
3- CRÔNICA: Amizade é isso...
4- RECEITA de amizade
AVALIAÇÃO:
8- Em sala de aula: TI de pontos positivos e negativos da atividade.
9- Tratando-se de valores humanos, o que se pode acrescentar com essa atividade?
10- O que seria importante acrescentar?
11- As conclusões serão postadas em texto ON LINE.
Assistindo ao filme na aula de Espanhol.
5ª- Da ética nas relações com a SAÚDE:
ER
SALA DE URGENCIA / PLANTÃO MÉDICO
ENSINO FUNDAMENTAL, ENSINO MÉDIO,
DISCIPLINAS: Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Ciências, Biologia
CRIATIVAÇÕES: .............
Ficha Técnica
61
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Projeto Democratização da Leitura: www.portaldetonando.com.br
ER (conhecido no Brasil como Plantão Médico, em Portugal como Serviço de
Urgência) e na versão espanhola é Sala de Urgencia, é um premiado seriado de televisão
norteamericano criado pelo escritor e ex-médicoMichael Crischton. É produzida pela Constant c
Productions e pela Amblin Entertainment em associação com a Warner Bros. Television
Production, Inc. A série mostra o cotidiano dos médicos e enfermeiras que trabalham numa sala
de emergência de um fictício hospital de Chicago, Illinois. Através das câmeras angustiantes que
filmam toda correria do dia-a-dia hospitalar, podemos acompanhar a pressão e a adrenalina
presentes na sala de plantão, palco de situações adversas e um recorte do mundo real que pouco
conhecemos. Plantão Médico é considerada uma das melhores séries já produzidas, com recordes
de audiência exorbitante, aclamados prêmios e inúmeras indicações.
TEMA: ética, doença saúde;
I- EM AULA:
1º passo: 2º passo: Apresentar o filme.
No caso particular da autora, foi apresentado em Espanhol para
aprofundamento do vocabulário e contato maior com a fonética do idioma.
2º passo: TI:
1- Palavras que são lembradas a partir de “acolhimento”
2- Opiniões a respeito da ética e moral.
3- Sentimentos que tiveram diante da morte do adolescente. O mesmo diante do problema de consciência do atirador (Ivan), que pergunta ao médico:
_¿Cómo está el muchacho?
_Está en cirugía.
_¿Y se va a poner bien?
_No, Ivan, creo que no.
_Yo estaba asustado… Quiero quedarme aquí a ver qué pasa, ¿Sí?
El médico sale y, manos a la cabeza, el señor llora:
_!Por Dios Santo!
anotar palavras e frases que definam amizade
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
4- O que as imagens evocam. Usar perguntas: em tal ou qual situação, o que faria se...? / O que faria quando...? / Se eu fosse...? / como por exemplo, em...
Você participaria da aposta no nível de álcool do alcoólatra?
Se você estivesse na situação da doutora, como agiria com aquela irmã desequilibrada?
II- ON LINE:
Propostas:
1- Redigir, em forma de peça de teatro, pequeno texto, à escolha de cada grupo, evidenciando:
a) O dia em que Kanesha se intoxicou em casa.
b) A chegada do alcoólatra em sua casa, já limpo e barbeado.
c) O dia seguinte na vida de Ivan, o que atirou no adolescente que lhe perseguia.
d) O que fez o entregador de pizza depois que saiu do hospital.
e) Como foi a estada da irmã da Doutora no apartamento.
III- EM AULA:
Apresentação da peça de cada grupo.
AVALIAÇÃO:
12- Em sala de aula: TI de pontos agradáveis e desagradáveis da atividade.
13- O que se aprendeu com essa atividade?
14- Onde posso usar o que se aprendeu?
15- O que seria importante acrescentar?
As conclusões serão postadas em texto ON LINE.
5ª- A ética da saúde e a SAÚDE indvidual e social:
O PULSO
ENSINO FUNDAMENTAL / ENSINO MÉDIODISCIPLINAS : Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Ciências,
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Biologia, LiteraturaCRIATIVAÇÕES: .............
O PULSOArnaldo Antunes
O pulso ainda pulsaO pulso ainda pulsa...
Peste bubônicaCâncer, pneumonia
Raiva, rubéolaTuberculose e anemiaRancor, cisticircoseCaxumba, difteria
Encefalite, faringiteGripe e leucemia...
E o pulso ainda pulsaE o pulso ainda pulsa
Hepatite, escarlatinaEstupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampoEsquizofrenia
Úlcera, tromboseCoqueluche, hipocondria
Sífilis, ciúmesAsma, cleptomania...
E o corpo ainda é poucoE o corpo ainda é pouco
Assim...Reumatismo, raquitismoCistite, disritmia
Hérnia, pediculoseTétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifóideArteriosclerose, miopiaCatapora, culpa, cárieCâimba, lepra, afasia...
O pulso ainda pulsaE o corpo ainda é pouco
Ainda pulsaAinda é pouco
Assim...Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=0vEnizUyQxE&feature=relatedPoema de Arnaldo Antunes da banda TITÃS, disponível em CD e DVD, trabalha com
nomes de doenças, importante notar a presença, entre elas de raiva, rancor, ciúmes, hipocrisia, culpa...
TEMA: saúde, saúde física, saúde moral, direitos humanos
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IV- EM AULA:1º passo: apresentar o vídeo-clipe da música2º passo: TI:
6- de recordações: eu me lembro de... ;7- de rimas: palavras que terminam ite, ose, mania, ismo;8- palavras terminadas em fobia.
V- ON LINE: 5 ou 6 alunos
1º passo: decompor as palavras (morfemas): bubônica, pneumonia, rubéola, Tuberculose e anemia, cisticircose, difteria, encefalite,
faringite, leucemia,Hepatite, escarlatina, paralisia, Toxoplasmose, Esquizofrenia, trombose, hipocondria, cleptomania, Reumatismo, raquitismo,Cistite, disritmia, pediculose, Tétano, hipocrisia Brucelose, Arteriosclerose, miopia, afasia
2º passo: raiva, rancor, ciúmes, hipocrisia, culpa. Os alunos serão solicitados a
explicar o porquê dessas palavras incluídas.
3º passo: Redação de POEMA com palavras terminadas em ISMO(S).
AVALIAÇÃO:
1- Em sala de aula: TI de pontos altos da atividade.
2- O que se pode acrescentar a essa atividade?
3- Onde poderia aproveitá-la?
As conclusões serão postadas em texto ON LINE
7ª- De saúde a DIREITOS HUMANOS:
ILHA DAS FLORES
ENSINO FUNDAMENTAL, ENSINO MÉDIO
DISCIPLINAS: Língua Portuguesa, Geografia, História, Filosofia
CRIATIVAÇÕES: .............
Ficha Técnica Ilha das Flores
País/Ano de produção:- Brasil, 1989Duração/Gênero:- 13 min., documentárioDisponível em vídeo (na fita "Curta com os Gaúchos")Direção de Jorge FurtadoRoteiro de Jorge Furtado*
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Elenco:- Ciça Reckziegel, Gozei Kitajima, Takehijo Suzuki. Narração de Paulo José.
Disponível em:
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=59
http://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28
*TEXTO EM ANEXO deste trabalho
O autor mostra o resultado de como um tipo de economia resulta em relações sociais
injustas. Jorge Furtado usa um tratamento didático, beirando o científico, mas tão ágil e criativo,
que se transforma em uma obra de arte; tanto, que é premiadíssimo e, em 1995, foi eleito pela
crítica européia como um dos 100 mais importantes curtas-metragens do século.
Extremamente atraente, presta-se como poucos a apresentação em aula por seu tempo
de 13 minutos.
TEMA(S): direitos humanos, saúde, meio-ambiente, trabalho e consumo, ,
saneamento, alimentação
VI- EM AULA:
1º passo: Apresentar o filme.
2º passo: TI:
1) de palavras soltas
2) de opiniões
3) de sentimentos
3º passo:
Fazer um levantamento das palavras que mais se repetem. Chamar a atenção para a
profusão e a rapidez das informações: os tomates do Sr. Suzuki, o perfume de dona Anete, o
surgimento do dinheiro e as peculiaridades dos seres humanos, o polegar opositor e o tele-
encéfalo altamente desenvolvido... um jogo de palavras em que a repetição é o forte.
4º passo: Apresentar novamente o filme, chamando a atenção para a rapidez
das informações, das seqüências das cenas.
Propor aos alunos atenção às imagens. Como será que foram feitas?
(Note-se que, apesar de usar muitas fotos, o autor consegue agilidade. A
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
ironia pode ser explorada durante sessão de ID)
Apresentar o texto escrito (em anexo) para que os alunos o leiam em voz
alta.
5º passo: prática escrita
Organizar em duas colunas OS NOMES À ESQUERDA:
japonês – seres
humanos - judeus
GERAL PARTICULAR
Seres humanos -
mamíferos – bípedes
Baleia – seres
humanos – mamíferos -
porco
Tomates - coisas
vivas – baleias – galinhas –
porco
Propor recordar as características:
Seres humanos
Japonês
Judeus
Jesus Cristo
Senhor Toshiro
Dona Anete
Propor recordar as funções:
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
do polegar opositor -
do telencéfalo altamente desenvolvido
Propor recordar definições de:
família:
tomate:
perfumes:
lixo:
terreno
lucro
liberdade
6 º passo: COM TODA A TURMA:
PROPOSTA: fazer um grande esquema com as informações do texto: do geral e o do
particular, das características, das funções, das definições
Muito melhor se for feito no chão da sala, usando papéis coloridos – cada cor como
código.
Um exemplo de como começar:
Etc., etc, etc...
VII- ON LINE: 5 ou 6 alunos por equipe. O grupo deve escolher um colega monitor, que deve se responsabilizar pela organização – sempre com a concordância do grupo.
1º passo: pesquisar: o destino do lixo da cidade em que fica a escola.
2º passo: usar mapas do(s) município(s) para traçar os caminhos. Todos os alunos do
grupo participam.
3º passo: montar um vídeo, usando de recursos plásticos a escolha dos componentes do
grupo.
C
OISA
M
AMÍFERO
P
ORCO
S
ER
J
APONÊS
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
4º passo: redigir coletivamente um texto criativo sobre o vídeo coletivo, com um título
que seja fruto da escolha de todos.
OUTRAS POSSIBILIDADES ON LINE:
Redação em conjunto: Se esse lixo fosse meu...
Montar um painel de fotos: O caminho do meu lixo
Entrevistar autoridades responsáveis pela coleta do lixo. Neste caso, faz-se necessário, em aula, organizar as perguntas a serem feitas, após dinâmica de TI e ID.
Responder às questões para avaliação das atividades..
6º passo: apresentação dos trabalhos: em sala e...
OS TRABALHOS PRODUZIDOS SERÃO POSTADOS EM COMUNIDADE
ABERTA PELA TURMA.
7º passo: AVALIAÇÃO PRESENCIAL E EM CONJUNTO (seguindo a proposta
“Avaliando a participação”)
Sugestões para iniciar sessão de ID:
O que é um polegar?
Se só tivéssemos polegares...
O que aconteceria se não tivéssemos o polegar opositor?
O computador de um homem sem mão, como seria?
Vamos tentar sem usar o polegar:
abotoar a blusa.
Pegar um copo.
Usar a caneta,.
Tocar violão.
Levantamento das VANTAGENS
do uso do polegar,
do telencéfalo desenvolvido.
Se tivéssemos dois dedos como pinças?
Como agiríamos se fôssemos como um golfinho: sem braços?
Vamos continuar com nosso trabalho em sala de aula sem usar os
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
polegares.
Durante o exercício de TI, os alunos começaram a falar sobre os problemas sociais que
geram situações como as apresentadas no curta-metragem apresentado.
Por quê?
Quando?
Como?
NO ANEXO 3 (A.3.) HÁ UM MODELO DE AVALIAÇÃO COM O TEMA ILHA
DAS FLORES
Vale lembrar aqui a TIPOLOGÍA DE LOS JUEGOS DE LENGUAJE apresentada por Motos (2005, p 18): CLASSE, FUNDAMENTO LINGÜÍSTICO, JOGOS E OUTRAS MANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS – com a qual se beneficiariam muito alunos e professores experimentando cada jogo. Alegre ensino, alegre aprendizagem. Como deveria ser a vida.
8ª- De Direitos Humanos a ALIMENTAÇÃO:
MANIOP
ENSINO FUNDAMENTAL / ENSINO MÉDIODISCIPLINAS : Língua Portuguesa, Língua Espanhola, Ciências,
Biologia, História, GeografiaCRIATIVAÇÕES: .............
O filme, que aborda a “História da mandioca”, inicia-se pelo cultivo indígena, passa pela apropriação desta cultura pelos colonizadores portugueses e demonstra os traços desta cultura nos caboclos, como ela pode ser “estocada” na terra. O filme também relata o sistema biológico da planta, da fotossíntese ao acúmulo de amido nas raízes. Apesar de cultivada em quase todo o país, o filme destaca sua adequação ao semi-árido. Aborda sua produção e consumo no Nordeste, bem como o misticismo em torno do tubérculo, como se desenvolve como cultura de subsistência e sua importância para a segurança alimentar. Descreve o processo de produção da farinha tanto artesanal quanto industrial. Aponta as dificuldades contemporâneas para os pequenos produtores, a necessidade do acesso a informação e tecnologia para inserção no mercado, bem como pontua algumas das possibilidades do futuro da mandioca a partir do aproveitamento da parte aérea da planta1.
TEMA: a mandioca, alimentação, trabalho e consumo, pluralidade cultural
1
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
VIII- EM AULA:1º passo: Apresentar o documentário da TV ESCOLA2: MANIOP DISPONÍVEL EM: http://tvescola.mec.gov.br (ao vivo, 24 horas)
2º PASSO: TI:4- O que me vem à cabeça quando falo de:
a. índiosb. portuguesesc. caboclos
5- O que sentimentos tenho quando falo de:a. índiosb. portuguesesc. caboclos
6- O que me emociona...
II- ON LINE: grupos de 5 ou 6 alunos
1º grupo – ESQUEMA: fotossíntese da mandioca
2º grupo – MAPA: produção da mandioca no Brasil
3º grupo – TABELA: processos de produção da farinha no Brasil
4 grupo – LISTAGEM: dificuldades / necessidades / possibilidades
dos pequenos produtores
5º grupo – PESQUISA: origem da palavra mandioca. Lendas que a explicam.
Outros nomes que tem a planta.
6º grupo – COMIC: uma lenda da mandioca
IV- EM AULA:
AS ATIVIDADES PROPOSTAS PODEM SER EXPOSTAS E APRESENTADAS
ORGANIZADAMENTE.
A TV Escola divulga documentários de qualidade que podem – e devem ser usados em Sala de Aula.
Entre os inúmeros apresentados, aqui está um exemplo de como se pode incluí-los como tema:
vida de índio: antes dos europeus; depois ...
A QUESTÃO DOS ANTIGOS MAPAS DO BRASIL CERTAMENTE ENTRARÁ EM
PAUTA EM ALGUM MOMENTO DAS TROCAS DE IDEIAS E PESQUISAS
A maioria das escolas conta com um acervo de mapas antigos que pode ser comparado
com atuais. Também a web conta con muitas fontes de pesquisa dentre as quais, especificamente 2 http://tvescola.mec.gov.br
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
do Brasil, temos a www.ne.org.br. que deverá ser sugerido para consultas no decorrer da atividade.
AVALIAÇÃO:
Responder às questões:
TI para começar:
O que mais me agradou na atividade e por quê?
O que aprendi? (TI)
Análise do meu processo de produção.
Outras atividades que podem estar relacionadas com esta.
O que quero e/ou posso fazer para aprofundar meus conhecimentos a partir do que experimentei?
.Um dos alunos trouxe à sala a música (e letra) “Haiti”, de Caetano Veloso e Gilbert Gil:
Pode-se partir dela para outra prática.
9ª- De alimentação a PLURALIDADE CULTURAL:
HAITI AQUI
ENSINO FUNDAMENTAL / ENSINO MÉDIODISCIPLINAS : Língua Portuguesa, História, Biologia, Literatura,
Geografia, ArtesCRIATIVAÇÕES: .............
HaitiComposição: Caetano Veloso e Gilberto Gil
Quando você for convidado pra subir no adroDa fundação casa de Jorge AmadoPra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretosDando porrada na nuca de malandros pretosDe ladrões mulatos e outros quase brancosTratados como pretosSó pra mostrar aos outros quase pretos(E são quase todos pretos)E aos quase brancos pobres como pretosComo é que pretos, pobres e mulatosE quase brancos quase pretos de tão pobres são tratadosE não importa se os olhos do mundo inteiroPossam estar por um momento voltados para o largoOnde os escravos eram castigados
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
E hoje um batuque um batuqueCom a pureza de meninos uniformizados de escola secundáriaEm dia de paradaE a grandeza épica de um povo em formaçãoNos atrai, nos deslumbra e estimulaNão importa nada:Nem o traço do sobradoNem a lente do Fantástico,Nem o disco de Paul SimonNinguém, ninguém é cidadãoSe você for a festa do pelô, e se você não forPense no Haiti, reze pelo HaitiO Haiti é aquiO Haiti não é aquiE na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimuladoDiante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquerPlano de educação que pareça fácilQue pareça fácil e rápidoE vá representar uma ameaça de democratizaçãoDo ensino do primeiro grauE se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capitalE o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no fetoE nenhum no marginalE se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitualNotar um homem mijando na esquina da rua sobre um sacoBrilhante de lixo do LeblonE quando ouvir o silêncio sorridente de São PauloDiante da chacina111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretosOu quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobresE pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretosE quando você for dar uma volta no CaribeE quando for trepar sem camisinhaE apresentar sua participação inteligente no bloqueio a CubaPense no Haiti, reze pelo HaitiO Haiti é aquiO Haiti não é aqui
Disponível em: http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/44730/:
Poema, de CD Tropicália 2, 1993Música: Gilberto GilLetra: Caetano VelosoFala de pesada realidade do nosso país. Mas fala também de realidade que nos atrai, nos
deslumbra e estimula
TEMA: pluralidade cultural, relações humanas, ética, cidadania
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
I- EM AULA:1º passo: apresentar o texto2º passo: TI:
7- de emoções: o que me afeta emocionalmente... ;8- de coisas boas9- a relação: chicote e látigo – a força significativa da palavra – muito mais do que a
palavra portuguesa.
II- EM AULA: Musicar o poema e cantá-lo.
NOTA: AS ATIVIDADES PODEM SER DISTRIBUÍDAS PELOS GRUPOS, ISTO É, NEM TODOS PRECISAM FAZER TODAS.
AVALIAÇÃO: 1- Em sala de aula: TI de pontos positivos e negativos da atividade.
2- Análise dos processos de produção dos grupos
10ª- De pluralidade cultural a CIDADANIA:
A conjuntura social e política vivida pela comunidade escolar também pode transformar-
se em tema, como o período atual do Brasil: da campanha para a eleição de candidatos a cargos na
Câmara Estadual, Câmara Federal, Senado e Presidência da República.
Foi uma experiência da autora com uma turma de alunos:
Em uma das trocas de idéias ocorridas em aula, surgiram opiniões polarizadas sobre o
voto democrático: o voto deve ser facultativo ou deve permanecer obrigatório neste país?
Aproveitando aulas de redação, em que já é costume a sessão introdutória de Tempestade
de Ideias – Torbellino de Ideas – o assunto foi rapidamente enfocado.
A unidade de ensino desenvolvida no momento objetivava a prática da dissertação de
vários tipos; um deles o que usa argumentação e contra-argumentação como base para a redação
do texto. Nada mais oportuno, portanto, aproveitar-se o tema para redação.
No entanto, os alunos sugeriram, antes, que se fizesse um JÚRI SIMULADO: Através de
sorteio, dividiram-se em dois grupos para a defesa de cada argumento. Isso, além de um juiz,
também sorteado entre eles.
Como resultado, a ficha do planejamento dessa atividade ficou assim:
VOTO OBRIGATÓRIO OU VOTO FACULTATIVO?
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
NÍVEL DE ENSINO: ENSINO FUNDAMENTAL / ENSINO MÉDIODISCIPLINAS : Língua Portuguesa, Ciências Políticas, Biologia,
Literatura, HistóriaCRIATIVAÇÕES: .............
Textos argumentativos sobre as duas opiniões:
1- O voto deve ser obrigatório.2- O voto deve ser facultativo.
Disponíveis na web, como, por exemplo, em http://www.webartigos.com(Voto Obrigatório e Voto Facultativo publicado 26/02/2010 por Guilherme Hidekazo C.
Oliveira Sousa)Os próprios alunos serão solicitados para a pesquisa.
TEMA: relações políticas, cidadania, ética
I- EM AULA:1º passo: lembrar que o assunto já havia sido mencionado. Propor o tema.
2º passo: TI:3- de palavras: p. e.: obrigação, liberdade, eleição, etc.4- de sentimentos: o que sinto diante de fatos como: campanha eleitoral, debates, propaganda
política...
5- JÚRI SIMULADO: os alunos, por sorteio, dividem-se em dois grupos para a defesa de cada argumento. Também sorteia-se um juiz para mediar o debate.
(Quase sempre, depois da prática de um Júri simulado, os alunos, de forma natural, avaliam a
atividade, as participações, pontos positivos, negativos.
Aqui a avaliação refere-se a toda a atividade.)
6- O debate será gravado e/ou filmado, para fundamentação teórica para a produção escrita final.
II- ON LINE:
PROPOSTA DE REDAÇÃO:
Com os argumentos do debate redigir uma DISSERTAÇÃO usando a técnica de
argumentação e contra-argumentação.
III- AVALIAÇÃO:
7- Em sala de aula: TI de pontos positivos e negativos da atividade.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
8- Os pontos serão listados em relatório ON LINE.
O registro escrito do Júri Simulado se encontra no ANEXO I.
Percebe-se que é possível estender-se indefinidamente com um tema gerando o seguinte.
6. PRODUÇÕES DO GRUPO
Golpe a golpe, verso a verso.
Devido a um ano letivo encurtado devido a atividades específicas do Seminário – onde
houve a oportunidade de prática, nem todas os temas foram abordados em aula Aqui se encontram
somente algumas redações escritas pelo grupo. As composições aqui colocadas não sofreram
correção, a fim de que ficassem como no original, feito muito rapidamente, obedecendo a
dinâmica combinada entre alunos e professora.
HAITI
No início de 2010, o Haiti, um país pobre da América Central foi sacudido por um
terrível terremoto. As cidades ficaram totalmente destruídas e com muitas vítimas.
Os haitianos que já sofriam com a desolada pobreza, vêem-se em meio a uma calamidade
maior: vendo que suas casas e famílias serem destruídas.
Os governos, sem saberem o que fazer, recorreram a outros países pedindo ajuda em
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
alimentação, etc.. com a graça de Deus, muitos países caridosamente ajudaram as pessoas
desabrigadas e feridas com medicamentos.
Mas ainda é necessário muito trabalho, visto que o povo quer reconstruir suas vidas,
histórias e esperança em um país mais pacífico, o Haiti conta com a ajuda do mundo e
principalmente do seu povo, nessa união que transformará sua realidade.
_______________________________________________________
No início do ano, o Haiti sofreu uma grande tragédia ambiental, física e moral. Um
grande terremoto devastou grande parte do país e deixou sua população entregue ao caos. Muitos
países das Américas e de outros continentes enviaram voluntários com remédios e outros bens de
consumo, como a água potável que estava escura.
Em meio a esta grande tragédia encontram-se exemplos de entrega e serviço como a
Doutora Zilda Arns, que encontrou a morte em missão de ajuda.
Apesar de tudo o que aconteceu, o povo tem fé e uma esperança que não se abala, uma
força que só pode estar vindo de Deus, um povo guerreiro que, mesmo com todas essas coisas não
desiste de “correr atrás”, de ajudar as pessoas.
Porém é necessária muita ajuda para aquela região para que eles possam conseguir
reconstruir aquele país devastado por tanta destruição.
...............................................................................................................................................
No início deste ano, um terrível episódio na vida dos haitianos: um terrível terremoto que
atormentou a vida de crianças naquela região. Houve muita fome e caos em todo o território.
O cenário era de estrema pobreza e abandono, apesar do povo haitiano já sofrer, desde o
início de sua história vários casos como esse que acabamos de testemunhar. É um país que tinha a
sua estrutura socioeconômica abalada e que agora, com esse terrível terremoto, deixara uma
multidão de feridos e mortos. O Haiti se encontra bem no meio do encontro de duas placas
tectônicas, o que lhe deixa mais vulnerável.
Na verdade em meio ao desastre encontra-se a esperança de um povo que se une, se
ajuda, forma-se também um grande povo que se ajuda mutuamente, toda a humanidade ajudou
aquela sociedade a ser reconstruída e forma uma vida melhor a seus habitantes carentes e agora
desabrigados por fenômenos naturais.
_______________________________________________________
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
SOLIDARIEDADE
Como é valioso esse bem, a solidariedade; ajudar o irmão que sofre, muitas vezes é mais
satisfatório do que ser ajudado. Porém nos encontramos em uma sociedade individualista, onde a
ajuda ao próximo se encontra em baixa. As pessoas pensam muito em si mesmas e esquecem-se
do próximo.
Esse ego é motivo de uma “moda”, se assim podemos dizer que está em alta em nossa
sociedade. Mesmo diante do egocentrismo presente nos sociedades nunca se poderá generalizar
este aspecto no meio social, pois isto sufocaria os grupos humanos que atuam de forma eficaz nas
frentes de ajuda humanitária.
Enfrentando barreiras e ultrapassando forças sem medir esforços para levar o alimento, a
água e assistência médica a povos sofridos e carentes.
Desta forma observa -se que, mesmo em meio a uma sociedade egoísta, brota uma
esperança de solidariedade, que está se alastrando por todo o mundo.
___________________________________________________________
No mundo em que vivemos, estamos imersos em uma sociedade capitalista-
individualista, o que me interessa é o meu bem-estar e minha satisfação.
Mas não é assim que temos que ser, temos que ajudar nosso irmão, pois um dia
poderemos necessitar de sua ajuda e então podemos encontrá-los também de braços abertos.
Todavia esse pensamento seria um grande ideal a ser seguido, mas não é dessa forma que
pensam as pessoas do ao nosso redor. Pois às vezes vemos pessoas que se põem na frente das
outras, suas idéias têm que presidir todos os contextos e isso é um ponto muito forte. Isto é sinal
de que se permite sufocar o espírito solidário e se adote uma posição individualista. Mas é sempre
preciso ter em mente que a interdependência entre os homens é e sempre será constante no meio
humano, e que, se, em vez de adotarmos uma posição otimista, ficarmos generalizando, nunca se
chegará ao ideal.
Ideal esse que nos leva a pensar ou refletir sobre nossas ações e pensamentos na
sociedade em que vivemos.
_____________________________________________________________________
A solidariedade é um sentimento que impulsiona e sensibiliza o homem diante das
carências e necessidades do próximo. Em tempos difíceis como em algumas guerras ou em
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
desastres ambientais, é possível comprovar a solidariedade.
De países em desenvolvimento ou mesmo países não tão desenvolvidos, enviar a
sociedades devastadas por guerras ou fenômenos naturais, alimentos é um dos exemplos de ajuda.
Mas, ao que parece, a sociedade atual só se sensibiliza diante de grandes tragédias,
esquecem-se do pobre que mora ao lado, do menor abandonado, dos doentes e famintos que,
muitas vezes estão em nossa frente, na rua; e viramos o rosto, sem dar o mínimo de atenção.
Desprezam, ignoram, rejeitam essas são as atitudes que ainda permanece acontecendo e
precisa mudar.
Todavia, seja o meio-ambiente ou o mais pequenino que esteja ao nosso lado, devemos
fazer por onde, para ajudá-lo a crescer e a viver melhor, pois a solidariedade é fundamental para
um viver melhor.
Um país que sofre com a pobreza inicia o ano de 2010, com um grande desastre que
abalou uma estrutura social, já abalada, comoveu todo o resto do mundo, mobilizando os
habitantes do mundo com a generosidade, caridade, que nem sempre é praticada pelos povos da
atualidade, em espírito de união: mãos unidas para ajudar um povo que, além da pobreza, agora
sofre com desastres naturais.
Muitos países se mobilizaram para ajudar aquelas pessoas que sofriam, ou de fome ou de
feridas pelo desastre ocorrido.
Mas o povo foi à luta: mesmo com tristeza, o espírito de sobrevivência e de querer
reconstruir suas vidas permaneceu esperançoso.
Podemos constatar que o próprio povo haitiano arregaçou as mangas para salvar os seus.
Assim, diante do ocorrido, vemos que os tempos posteriores ao terremoto serão de muito
trabalho, visto que todo o país foi devastado.
ILHA DAS FLORES
A Ilha das Flores não lá o que diz o seu nome, pois de flores não tem nada.
Nessa ilha encontramos um criador de porcos que vivem do consumo do lixo que se
encontra na ilha junto com outras pessoas que vivem à margem da sociedade e que buscam sua
sobrevivência na das flores.
Como nós sabemos, o homem tem que lutar para a sua sobrevivência, mas ao passar do
tempo e neste mundo moderno, basta ele trabalhar para poder comprar o seu alimento. Na Ilha das
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Flores, existem homens que buscam seu alimento disputando com os porcos. Com isso eles i em
num mundo “modernizado”m mas têm que lutar por sua sobrevivência.
Nisso temos a certeza daquele velho ditado: “Pode pular que a vida não são flores.”, mas
na Ilha das Flores, onde não tem flores, encontramos muitas flores da vida, que não é fácil.
._______________________________________________________________________
RECEITA DE AMIZADE
Para uma verdadeira amizade, é necessário:
Muita sinceridade;
Uma porção de felicidade;
Saber dizer NÂO em determinados momentos;
Uma dose caprichada de carinho.
Quando tudo estiver bem agitado, é só acrescentar paciência e deixar descansar.
Após descansar, acrescente uma grande quantidade de caridade e ponha na forma. Então é
só esperar ficar pronta; mas pode demorar – ou não – vai depender do tempo dedicado por você.
Estando a amizade pronta, pode durar eternamente se você cuidar com compromisso e
responsabilidade.
___________________________________________________________
RECEITA
Para se conquistar um bom amigo e ter êxito na relação de amizade, faz-se necessário um
esforço mútuo, abnegação, caridade e paciência, além de sinceridade. Também implica dedicar
tempo, muito tempo para tal atividade, cultivar um amigo
Para se escolher um amigo, observe aquelas pessoas que se aproximam de você com boas
intenções e atenções, que manifestam carinho e que seu coração confirme os laços de amizade
com esta pessoa; este último fator é o mais importante.
Tendo escolhido o indivíduo, o processo permanece constante e cauteloso. Uma
verdadeira amizade é como o ouro, provada no fogo; ela tem que passar no crivo do cotidiano.
Faz-se mister suportar divergência de pensamento, respeitar o espaço do outro, já que
amizade não é contrato de posse, é liberdade, um verdadeiro amigo alegrad-se com a alegria do
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outro, e se este está triste busca levar um raio de felicidade. Ser amigo é cuidar, é zelar, ser amigo é
ser irmão.
Desta forma, com o passar dos anos terás um verdadeiro amigo, que estará sempre
disposto a te ouvir, a te dar alegria ao coração, a te levantar. Terás um confiável confessor.
Contudo, cada amigo exige uma receita nova, própria, mas nunca isenta de carinho e
sinceridade; esta nova receita revelar-se-á ao longo do processo. A melhor indicação: Seja amigo!
Um dos alunos, fazendo relação de aula de gramática – verbo, termos da oração, durante a
discussão, teve a idéia de trabalhar o vocabulários da aula com o tema amizade:
Verbo amigo
Como conhecemos um verdadeiro amigo?
Amigo é aquele que está sempre presente, aquele que te conhece e que te entende.
Amigo é aquele em quem pode confiar, aquele que tira as suas dúvidas e que te levará sempre ára o
caminho correto.
Amigo é aquele que te apresenta pessoas ou sujeitos, aquele que, no momento de solidão, nunca te
deixa sozinho, pois nestes momentos, traz consigo complementos ou adjuntos para sua felicidade e
que tudo sabe do amigo.
Então, podemos concluir que o verbo é um verdadeiro amigo “da oração”, porque se tivesse de ser
nosso amigo, todos os nossos segredos seriam revelados, pois o que se pergunta-se ao verbo e ele
nos responde:
VOTO OBRIGATÓRIO / VOTO FACULTATIVO
Enquanto no Brasil ainda estivemos obrigados ao voto, continuaremos longe de uma verdadeira
democracia, apesar de não só o nosso país viver em uma pseudo-democracia.
Deste modo, devemos ressaltar que, antes de implementarmos o voto facultativo, dever-se-ia
investir pesado em políticas e educação social para não cairmos em um sistema com viés elitista.
Convém analisarmos os argumentos dos que apóiam a obrigatoriedade do voto par podermos nos
situar, afirmam eles que exercemos a democracia dão escolhermos livremente os candidatos em
quem votamos ou não. No caso de anular ou votar em branco e assim estaríamos exercendo nossa
cidadania no ato de votar e cumprindo também nosso dever político-social e até mesmo judiciário.
Ou dizem ainda que escolhemos os nossos legisladores pomos desta forma a nossa confiança para
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
eles assim nos representam então, é de nossa decisão que o voto seja obrigatório, pois eles nos
representam.
Em contrapartida, ao pensarmos assim resumiremos a democracia ao ato político do voto, ou a um
simples comparecimento a zona eleitoral onde iríamos somente “marcar o ponto”, afetando assim a
política social do pais, pois continuaria o voto de conveniência, ou até por troca de favores,
levando assim à banalização da importância verdadeira e até mesmo social do voto, colocando no
poder constituintes que aprovam ementas na nossa constituição conforme seus interesses e não os
nossos.
CAPÍTULO V. CONCLUSÕES
A Pós-modernidade, com a Era da Informação, trouxe em todo o planeta, a possibilidade
de comunicação instantânea, em tempo real, e novos paradigmas surgidos do relacionamento dos
conhecimentos das culturas envolvidas passam a reger as relações sociais.
Mas, de modo geral, a escola existente hoje, mostra-se insuficiente, mesmo às
experiências que o aluno já traz quando ingressa, ainda muito novo, nas primeiras séries.
Os saberes possíveis e disponíveis à sociedade já não se encontram todos na escola e esta
passa a ser um entrave ao seu desenvolvimento.
Por motivos vários – econômicos, sociais, culturais, torna-se muito difícil mudar a
estrutura da instituição. É necessário encontrar alternativas a fim de cumprir seu papel
-“Aprendizagem sem muros” - conforme proposta do Fórum de Rio Claro..
A Educação cumprirá muito melhor seu papel se:
As instituições educacionais se responsabilizarem pela formação dos professores;
Os professores usarem a formação recebida em prol da melhoria do ensino;
Se os alunos forem vistos como pólo mais importante do processo E/A.
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Conforme o exposto, o Torbellino de Ideas na Educação é um recurso estratégico no
desenvolvimento do processo Ensino / Aprendizagem.
Será muito conveniente fazer um acompanhamento durante um tempo maior a fim de
verificar os resultados, certamente usando o Torbellino de Ideas como instrumento de pesquisa.
Faz-se necessário um profissional que seja agente de transformações ao mesmo tempo que
intermedeie situações de Ensino / Aprendizagem para, por sua vez, formar agentes
transformadores.
. E Prado, no PRADO, no Tema 8. DPD: La creatividad para o cambio radical da
educação por seus protagonistas nas aulas, considera que o uso da criatividade leva a uma
comunicação direta e viva do eu através da linguagem total: conexão e expressão coerente de
“ideas-sentimentos-reações:” E importante: de seres organizados, previsíveis, convencionais, a
criatividade faz seres com novos hábitos de ação e relação, de pensamento e trabalho:
“desrobotizados, imprevisíveis divertidos e provocadores, capazes de transgressões necessárias
a uma transformação. Com todas essas possibilidades de mudança, que por sinal se combinam em
rede, muda a estrutura do modo de pensar “do eu genuíno y congruente” formando seres
autênticos, únicos, atuantes, capazes de projetos de vida.
Uma dessas idéias foi exposta neste trabalho: com criatividade, o professor analisa a
conjuntura, planeja suas aulas, incorpora elementos interdisciplinares que o próprio pensar criativo
concretiza. Compartilha o saber, ensina e aprende a todo instante.
Por último, este trabalho não tem um término definido, por sua própria natureza pode
continuar indefinidamente.
Na Era da Informação, a rede de comunicação informática torna possível essa proposta, se
os setores responsáveis pela educação investirem maiores esforços para aproveitar a capacidade
dos alunos em lidar com o sistema. Não se trata de perícia em trabalhar com as máquinas, com os
aparelhos, mas algo que vai muito além: a sensibilidade de captar os movimentos da rede de
comunicação por computadores e a criatividade para tirar o melhor proveito disso; para, em todos
os casos, aprender a ensinar e ensinar a aprender.
UMA AVALIAÇÃO
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Por ser educadora profissional e artista amadora, antevi os lucros que o curso Creatividad
e Innovación poderiam aportar à minha vida, pois precisamos de criatividade pelo simples fato de
sermos humanos.
Avalio que ganhei muito com as práticas propostas no curso e penso que pessoas que se
proponham a uma tal programação criativa estarão sempre crescendo, aperfeiçoando-se, mudando
suas vidas e da sociedade em que vivem. Vejo muito claramente a necessidade de cada vez mais
pessoas se entusiasmarem por tornarem criativas suas ações a partir de suas mentes. E então, como
naquele lago, aquela pedrinha que cai na água e provoca uma ondinha leve...
Procurei, neste trabalho, produzir oportunidades de ampliar o ambiente da sala de aula
usando uma programação de práticas sócio-literárias que, partindo de produções veiculadas pelos
meios de comunicação social, por fontes literárias, ou por outros eventos de interesse dos alunos,
oportunizar atividades em aula, começando com um Torbellino de Ideas e daí a atividades com
outras Creativaciones. A tais dinâmicas se seguiriam outras on line como proposta de extensão do
ambiente da escola.
Tive como base um grupo pequeno de alunos de um seminário aos quais leciono Língua
Portuguesa e Língua Espanhola.
Trabalhamos com alguns dos temas, não com todos, pois:
O grupo não dispõe de tempo suficiente para as atividades online;
Alguns não dispõem de computadores portáteis e nem sempre os da Instituição
estão conectados.
O número de aulas ficou diminuído devido a eventos extraordinários próprios do
calendário da Instituição.
Por esses motivos, a produção coletiva ficou menor do que o esperado.
No entanto considero muito satisfatório:
Com o Torbellino de Ideas:
O interesse dos alunos,
A atenção e concentração que promove;
O interesse manifestado pelos alunos pelas atividades de Indagação Divergente;
As subseqüentes reflexões,
Com o relacionamento entre os membros da turma:
Mais oportunidade de ajuda, de conhecimento mútuo, de troca de experiências, de
saberes;
Com o trabalho em si:
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Mais animação;
Maior agilidade de pensamento, de redação,
Maior capacidade de solucionar problemas (SCP) – gerais ou específicos da
atividade.
Com os conteúdos envolvidos:
Mais possibilidades de relações inter e transdisciplinares;
Mais facilidade para o aluno compreender e fazer essas relações.
Por isso penso que o aprofundamento de temas dessa forma pode ser muito proveitoso
para o processo Ensino/Aprendizagem, e, ainda mais, quando se pode ampliar o processo com
atividades planejadas para serem desenvolvidas à distância.
Acredito que a escola e os professores, bem preparados para a aplicação de técnicas
criativas melhor atingirão seus objetivos pedagógicos.
Penso também que devo continuar usando o Torbellino de Ideas, e as outras
creativaciones no aprofundamento de temas das aulas.
E a possibilidade crescente de acesso à rede de computadores trará, certamente,
possibilidade de cumprir-se mais completamente a programação estabelecida.
ANÁLISIS Y REFLEXIÓN METACOGNITIVA EXPLICATIVA
HERMENÉUTICA
Em 1991/1992, fiz um curso de pós-graduação lato sensu – Planejamento Educacional, no
final do qual apresentei uma monografia sobre os motivos da resistência dos professores a
inovações em educação.
Hoje, quando dispomos já de tantas novas tecnologias nas escolas, meu primeiro projeto
era aprofundar a investigação na mesma linha, fazendo o levantamento dos bloqueadores que
fazem com que professores deixem de usar os meios de que dispõem para continuar a trabalhar
com meios mais antigos.
Devido a problemas pessoais familiares inesperados, pensei até em desistir, cheguei a
enviar uma mensagem a IACAT nesse sentido e só mais tarde pude retomar, mas tive que diminuir
o ritmo, pensar em tema mais acessível naquele momento.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Após assistir a palestras do Quarto Forum do Instituto Rio Claro, comecei a desenvolver, na minha prática educacional, propostas que usem as novas tecnologias à disposição de professores e alunos, da forma mais simples, sem complicações
Como já evidenciei, procurei, neste trabalho, produzir oportunidades de ampliar o
ambiente da sala de aula usando uma programação de práticas sócio-literárias que, partindo de
produções veiculadas pelos meios de comunicação social, por fontes literárias, ou por outros
eventos de interesse dos alunos, oportunizar atividades em aula, começando com um Torbellino de
Ideas e daí a atividades com outras Creativaciones. A tais dinâmicas se seguiriam outras on line
como proposta de extensão do ambiente da escola.
1. PROCESO DE DESARROLLO.
EXPLICACIÓN HERMENÉUTICA.
¿Por qué? ¿Cómo? ¿Para qué
Ganhei muito com as práticas propostas no curso e penso que pessoas que se
proponham a uma tal programação criativa estarão sempre crescendo, aperfeiçoando-
se, mudando suas vidas e da sociedade em que vivem.
No princípio, enviei um texto muito denso; penso que exagerei na teoria, creio
que me perdi um pouco.
Numa segunda versão, procurei cortar tudo o que julgava demasiado – capítulos
inteiros – sem pena.
Aprofundei a parte prática procurando ressaltar a importância das Creativaciones,
em especial do Torbellino de Ideas no desenvolvimento do projeto.
Procurei, neste trabalho, produzir oportunidades de ampliar o ambiente da sala
de aula usando uma programação de práticas sócio-literárias que, partindo de
produções veiculadas pelos meios de comunicação social, por fontes literárias, ou por
outros eventos de interesse dos alunos, oportunizar atividades em aula, começando
com um Torbellino de Ideas e daí a atividades com outras Creativaciones. A tais
dinâmicas se seguiriam outras on line como proposta de extensão do ambiente da
escola.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
As aulas se tornarão mais dinâmicas com a co-participação da comunidade
escolar em rede. Além disso a aquisição e as trocas de conhecimento, se farão
continuamente e sempre de modo novo.
Vejo muito claramente a necessidade de cada vez mais pessoas se
entusiasmarem por tornarem criativas suas ações a partir de suas mentes.
Foi assim pensando que desenvolvi esta proposta pedagógica.
As possibilidades de multiplicação de temas, impulsionarão alunos e
professores ao trabalho de novos temas, em processo dialético muito benéfico, porque
trará novo “ar”, longe da apatia, do conformismo.
2. APLICACIONES Y PRODUCTOS DERIVADOS
Explicación hermenéutica. ¿Por qué? ¿Cómo? ¿Para qué
Também pode ser aplicado em atualização de professores, partindo de estudo
de capítulos de obra de conteúdo pedagógico.
Por exemplo, se fôssemos estudar, no colégio em que lecionamos, Educação e
Mudança, de Paulo Freire:
Como costuma acontecer nesses casos, os professores se reuniriam em grupos
de estudo, planejamento e desenvolvimento das atividades relacionadas com os
capítulos.
E participariam no Torbellino de ideas
Durante o ano, cada grupo colocaria on line atividades escolhidas em
comunidade que se abrisse às opiniões, idéias, projetos.
Desta forma, a parte que fala sobre O Compromisso do Profissional com a
Sociedade,
1- poderia iniciar-se com a colocação do capítulo em página de comunidade aberta aos professores;
2- em seguida, com apresentação, durante o ano do vídeoA missão Educativa em Rede – do Padre João Batista Libânio, vídeo apresentado em cinco partes.
Tal vídeo encontra-se disponível na web1 e pode gerar discussões muito
profícuas.
1 http://www.jblibanio.com.br/modules/mastop_publish/?tac=58
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Outros grupos se incumbiriam dos outros capítulos:
A Educação e o Processo de Mudança Social, o Papel do Trabalhador Social
no Processo de Mudança e Alfabetização de Adultos e conscientização.
Notícias veiculadas pelos meios de comunicação, teatro, palestras gravadas,
filmadas, desenho animado, histórias em quadrinhos, músicas, tudo isso pode ser usado
para apresentar, para ilustrar, para produção final de projeto.
Importante frisar que em todas as fases cabe o uso das Creativaciones.
Acredito que a escola e os professores, bem preparados para a aplicação de
técnicas criativas, melhor atingirão seus objetivos pedagógicos
Como instrumentos motivacionais poderiam ser aplicadas em todos os campos
profissionais desde que feitas as devidas adaptações,
Exemplo, o uso do vídeo fundamentado em parte do filme O Gladiador para
incentivar à luta, ao trabalho à superação, à ação diante das mudanças.
http://www.youtube.com/watch?v=QZidrf1nfDs
Sempre o uso das Creativaciones aprofundará e ampliará a capacidade de que
os objetivos sejam atingidos.
Manuais com a metodologia – o “passo-a-passo” das práticas seriam úteis ao
desenvolvimento de projetos pedagógicos.
Produções decorrentes – fotos, revistas, vídeos - poderiam ser comercializados.
peças de teatro produzidas por um coletivo podem ser encenadas.
3. SATISFACCIÓN Y DIFICULTAD DEL TRABAJO
EXPLICACIÓN HERMENÉUTICA.
¿Por qué? ¿Cómo? ¿Para qué
Estou satisfeita com os resultados conseguidos, embora não tenha tido a
oportunidade de experimentar todas as práticas em tempo, conforme expliquei na
conclusão.
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O trabalho com grupos muito pequenos atrapalhou os resultados; o tempo
para as atividades online mostrou-se insuficiente
Alguns alunos não dispõem de computadores portáteis, e nem sempre os da
Instituição estão conectados.
O número de aulas em 2010 ficou diminuído devido a eventos extraordinários
próprios do calendário da Instituição.
3. MOTIVACIÓN PERSONAL Y PROFESIONAL DE LA EXPERIENCIA
EXPLICACIÓN HERMENÉUTICA.
¿Por qué? ¿Cómo? ¿Para qué
O máximo, porque me coloca em contato permanente com o mundo, com as
pessoas; atualizando-me permanentemente.
O máximo, porque pode fazer com que meu trabalho ganhe dinamismo,
desperte respeito e interesse por parte dos aluno no momento em que sua participação
séria, consciente, leve a uma transformação de atitude na relação aluno/professor.
O máximo, porque igualmente me mantém ativa, buscando sempre o novo, e
no novo o bom.
O máximo, porque abre para além o pouco que hoje em dia representa o
tempo que têm alunos e professores para aprender/ensinar.
4. MEJORA CREATIVA DEL TRABAJO
EXPLICACIÓN HERMENÉUTICA.
¿Por qué? ¿Cómo? ¿Para qué
Esta tese de certa forma se inspira em curso de extensão à distância que fiz em
2004, promovido pelo MEC em parceria com a UFRJ.
Curso composto de 3(três) módulos, com propostas de atividades para um
coletivo de seis pessoas em cada núcleo.
TV na Escola e os Desafios de Hoje
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MÓDULO 1- Tecnologias e Educação:
Desafios e a TV Escola, MÓDULO 2 - Usos da
Televisão e do Vídeo na Escola, MÓDULO 3-
Experimentação: Planejando, Produzindo,
Analisando
Havia um sistema de tutoria que coordenava, distribuía tarefas, orientava e
avaliava. Também para cada atividade apontava um monitor.
Diferente das atividades deste trabalho , tratava-se de um curso totalmente a
distância.
Um tema – em vermelho- gera discussões, aprofundamentos variados com possibilidades de saídas a outros temas-geradores.,
A imagem abaixo pode representar essas relações.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
O poema de João Cabral de Melo Neto expressa essa passagem de um
elemento a outro para formar um todo mais forte, variado, rico:
1Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue,
92
Assim como a letra da música de Chico Buarque de Holanda:
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava PauloQue amava Juca que amava Dora que amavaCarlos que amava DoraQue amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amavaCarlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amavaa filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
que brinca com o poema Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade:
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava PauloQue amava Juca que amava Dora que amavaCarlos que amava DoraQue amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amavaCarlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amavaa filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
se vá tecendo, entre todos os galos.
2E se encorpando em tela, entre todos, se erguendo tenda, onde entrem todos, se entretendendo para todos, no toldo (a manhã) que plana livre de armação. A manhã, toldo de um tecido tão aéreo que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(A Educação pela Pedra)
O número de práticas – dez – foi demais para serem concretizadas em um só
ano letivo.
Melhor planejá-las em menor número – cinco - para que sejam aproveitadas
da melhor maneira, estendidas se necessário.
5. CALIFICACIÓN GLOBAL DE LA I+D
EXPLICACIÓN HERMENÉUTICA.
¿Por qué? ¿Cómo? ¿Para qué
Da ….razones, tantas como nota.
Como tive dificuldades com a teoria, não sei se fundamentei bem a
conveniência das Creativaciones, creio que mereço 8 (oito)
Pelo enorme esforço, pelas dificuldades inesperadas que superei para
continuar, certamente mereço um 10 (dez)
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
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ANEXOS
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
A.1 TEXTOS USADOS NAS PRÁTICAS
EL PRINCIPITO
Entonces apareció el zorro:
-¡Buenos días! -dijo el zorro.
-¡Buenos días! -respondió cortésmente el principito que se volvió pero no vio nada.
-Estoy aquí, bajo el manzano -dijo la voz.
-¿Quién eres tú? -preguntó el principito-. ¡Qué bonito eres!
-Soy un zorro -dijo el zorro.
-Ven a jugar conmigo -le propuso el principito-, ¡estoy tan triste!
-No puedo jugar contigo -dijo el zorro-, no estoy domesticado.
-¡Ah, perdón! -dijo el principito.
Pero después de una breve reflexión, añadió:
-¿Qué significa "domesticar"?
-Tú no eres de aquí -dijo el zorro- ¿qué buscas?
-Busco a los hombres -le respondió el principito-. ¿Qué significa "domesticar"?
-Los hombres -dijo el zorro- tienen escopetas y cazan. ¡Es muy molesto! Pero
también crían gallinas. Es lo único que les interesa. ¿Tú buscas gallinas?
-No -dijo el principito-. Busco amigos. ¿Qué significa "domesticar"? -volvió a
preguntar el principito.
-Es una cosa ya olvidada -dijo el zorro-, significa "crear vínculos... "
-¿Crear vínculos?
-Efectivamente, verás -dijo el zorro-. Tú no eres para mí todavía más que un
muchachito igual a otros cien mil muchachitos y no te necesito para nada.
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
Tampoco tú tienes necesidad de mí y no soy para ti más que un zorro entre otros cien mil
zorros semejantes. Pero si tú me domesticas, entonces tendremos necesidad el uno del otro. Tú
serás para mí único en el mundo, yo seré para ti único en el mundo...
-Comienzo a comprender -dijo el principito-. Hay una flor... creo que ella me ha
domesticado...
-Es posible -concedió el zorro-, en la Tierra se ven todo tipo de cosas.
-¡Oh, no es en la Tierra! -exclamó el principito.
El zorro pareció intrigado:
-¿En otro planeta?
-Sí.
-¿Hay cazadores en ese planeta?
-No.
-¡Qué interesante! ¿Y gallinas?
-No.
-Nada es perfecto -suspiró el zorro.
Y después volviendo a su idea:
-Mi vida es muy monótona. Cazo gallinas y los hombres me cazan a mí. Todas las gallinas
se parecen y todos los hombres son iguales; por consiguiente me aburro un poco. Si tú me
domesticas, mi vida estará llena de sol. Conoceré el rumor de unos pasos diferentes a todos los
demás. Los otros pasos me hacen esconder bajo la tierra; los tuyos me llamarán fuera de la
madriguera como una música. Y además, ¡mira! ¿Ves allá abajo los campos de trigo? Yo no como
pan y por lo tanto el trigo es para mí algo inútil. Los campos de trigo no me recuerdan nada y eso
me pone triste. ¡Pero tú tienes los cabellos dorados y será algo maravilloso cuando me
domestiques! El trigo, que es dorado también, será un recuerdo de ti. Y amaré el ruido del viento
en el trigo.
El zorro se calló y miró un buen rato al principito:
-Por favor... domestícame -le dijo.
-Bien quisiera -le respondió el principito pero no tengo mucho tiempo. He de
buscar amigos y conocer muchas cosas.
-Sólo se conocen bien las cosas que se domestican -dijo el zorro-. Los hombres ya no
fienen tiempo de conocer nada. Lo compran todo hecho en las tiendas. Y como no hay tiendas
donde vendan amigos, Ios hombres no tienen ya amigos. ¡Si quieres un amigo, domestícame!
-¿Qué debo hacer? -preguntó el príncipito.
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-Debes tener mucha paciencia -respondió el zorro-. Te sentarás al principio un
poco lejos de mí, así, en el suelo; yo te miraré con el rabillo del ojo y tú no me
dirás nada. El lenguaje es fuente de malos entendidos. Pero cada día podrás
sentarte un poco más cerca...
El principito volvió al día siguiente.
-Hubiera sido mejor -dijo el zorro- que vinieras a la misma hora. Si vienes, por
ejempló, a las cuatro de la tarde; desde las tres yo empezaría a ser dichoso.
Cuanto más avance la hora, más feliz me sentiré. A las cuatro me sentiré agitado e
inquieto, descubriré así lo que vale la feliçidad. Pero si tú vienes a cualquier hora, nunca sabré
cuándo preparar mi corazón... Los ritos son necesarios.
-¿Qué es un rito? -inquirió el principito.
-Es también algo demasiado olvidado -dijo el zorro-. Es lo que hace que un día no se
parezca a otro día y que una hora sea diferente a otra. Entre los cazadores, por ejemplo, hay un rito.
Los jueves bailan con las muchachas del pueblo. Los jueves entonces son días maravillosos en los
que puedo ir de paseo hasta la viña. Si los cazadores no bailaran en día fijo, todos los días se
parecerían y yo no tendría vacaciones.
De esta manera el principito domesticó al zorro. Y cuando se fue acercando eI día de la
partida:
-¡Ah! -dijo el zorro-, lloraré.
-Tuya es la culpa -le dijo el principito-, yo no quería hacerte daño, pero tú has
querido que te domestique...
-Ciertamente -dijo el zorro.
- Y vas a llorar!, -dijo él principito.
-¡Seguro!
-No ganas nada.
-Gano -dijo el zorro- he ganado a causa del color del trigo. Y luego añadió:
-Vete a ver las rosas; comprenderás que la tuya es única en el mundo. Volverás a decirme
adiós y yo te regalaré un secreto.
El principito se fue a ver las rosas a las que dijo:
-No son nada, ni en nada se parecen a mi rosa. Nadie las ha domesticado ni
ustedes han domesticado a nadie. Son como el zorro era antes, que en nada se diferenciaba
de otros cien mil zorros. Pero yo le hice mi amigo y ahora es único en el mundo.
Las rosas se sentían molestas oyendo al principito, que continuó diciéndoles:
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-Son muy bellas, pero están vacías y nadie daría la vida por ustedes. Cualquiera
que las vea podrá creer indudablemente que mí rosa es igual que cualquiera de
ustedes. Pero ella se sabe más importante que todas, porque yo la he regado,
porque ha sido a ella a la que abrigué con el fanal, porque yo le maté los gusanos (salvo
dos o tres que se hicieron mariposas) y es a ella a la que yo he oído quejarse, alabarse y algunas
veces hasta callarse. Porque es mi rosa, en fin.
Y volvió con el zorro.
-Adiós -le dijo.
-Adiós -dijo el zorro-. He aquí mi secreto, que no puede ser más simple : sólo con el
corazón se puede ver bien; lo esencial es invisible para los ojos.
-Lo esencial es invisible para los ojos -repitió el principito para acordarse.
-Lo que hace más importante a tu rosa, es el tiempo que tú has perdido con ella.
-Es el tiempo que yo he perdido con ella... -repitió el principito para recordarlo.
-Los hombres han olvidado esta verdad -dijo el zorro-, pero tú no debes olvidarla.
Eres responsable para siempre de lo que has domesticado. Tú eres responsable de tu rosa...
-Yo soy responsable de mi rosa... -repitió el principito a fin de recordarlo
ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY. EL PRINCIPITO
O PEQUENO PRINCIPE E A RAPOSA O Pequeno Príncipe e a Raposa
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
- Após uma reflexão, acrescentou:
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- Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto
inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens
necessidade de mim. Não passo a teus olhos d uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se
tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei
para ti única no mundo...
...Mas a raposa voltou a sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se
parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu
me cativas, minha vida será como cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será
diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da
toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão.
O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas
tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo, que é
dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
E a raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! Disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e
muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm tempo de
conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de
amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim,
assim na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de
mau-entendidos. Mas, a cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da
tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu sentirei
feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se
tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...É preciso ritos...
... Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
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- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te
cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! Disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é única no mundo. Tu voltarás para me dizer
adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais a minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos
cativou, nem cativaste a ninguém. Sois como era minha raposa. Era uma igual a cem mil outras.
Mas eu fiz dela um amigo. Agora ela é única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um
transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que
vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob uma redoma. Foi a ela que eu abriguei
com o paravento. Foi dela que eu matei as larvas ( exceto duas ou três borboletas). Foi a ela que eu
escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O
essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
-Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que fez tua rosa tão importante.
-Foi o tempo que perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não deve esquecer. Tu te tornas
eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
Sinto-me responsável por todos aqueles que eu cativei, ou que me cativaram. Isso é fácil? Não.
Por vezes deixo de cuidar bem de cada um, com carinho e atenção que merecem. Mas cada amigo
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é para mim algo inestimável. É a grande oportunidade de aprender e de crescer como pessoa.Há
pessoas que são um equívoco, que talvez eu não soubesse cativar, ou que talvez eu reconhecesse
nelas as minhas fraquezas e defeitos, e sendo assim eu descartei, deixei de lado de uma vez.
Outras o tempo e espaço separaram, mas são como o trigo para mim, uma simples recordação me
remete aos bons momentos juntos.Eu amo todos que me cercam. Gostaria que todos soubessem,
caso eu não tenha dito. As palavras, às vezes ficam travadas em nossa garganta, simplesmente não
saem. Mas quando me encontrar, saiba que é com um grande abraço que retribuirei tua amizade.
Assistindo ao filme em aula de Espanhol.
ER
Cuestiones relacionadas al episodio ER 5 PRIMERA TEMPORADA RESPONDE, EN PORTUGUÉS O EN ESPAÑOL:
1- ¿Por qué no se necesitó hacerle cirugía al repartidor de pizza?
2- ¿A qué apuestan los doctores delante del drogadicto?
3- ¿Qué problemas tiene la hermana de la doctora?
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4- ¿De qué sufría Kanesha, la chiquilla?
¿Por qué no la quería liberar el doctor Doug Ross?
¿Por qué no le informó de pronto al Doctor la verdad el padre de Kanesha?
5- En el cuarto de Kanesha, la escena muestra, además de la chica enferma, al Doctor Ross y al Doctor Greene que entra con la hijita. Observa que los argumentos de la niña son fundamentales para la liberación de Kanesha hacia su hogar:
Comienza el Dr. Greene:_Sigue pensando en ingresarla?
_Hum… _¿Por cuánto? _No sé. _Hoy podría irse a su casa. _No, no puede. _Papi, podría vivir contigo. _Papi, puede vivir contigo. _Kanesha tiene su familia, Rachel. _Pero no tiene mamá. _No, no tiene. _Y tú vas a estar sólo cuando nos vayamos a Milluke. _Milluawke… _Es feo no tener mamá. _Sí, es cierto. Hay muchas familias así. _Unas tienen sólo mamá, otras sólo papá. _Pero todo sale bien. _Doug, te necesitan: dolor de vientre. _Rachel, ¿te quedarías aquí hasta que yo vuelva? No quiero que despierte sola. _¿Papá?... Rachel pidiéndole permiso al padre. _Bueno. Concuerda Dr. Greene.
Marca en el texto lo que le puede haber sensibilizado al Dr. Ross a favor del padre de Kanesha.
6- La Doctora Chloe conversa con el psicólogo:
_Te presento como a mi novio. _!Lo que soy! _Es mi hermana… _No es una buena idea. _¿Por qué? _ ¿Qué tal si me pregunta qué hago; le miento? _!Pues sí! _¿Y qué tal si le pregunto algo que no te guste? _¿Cómo qué? _No sé. _Como si tu Tío Beto la violó de niña.
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_¡No tenemos un Tío Beto! _Perdóneme, pero no me parece una buena idea. _Y no voy a dejar que me convenzas. _Entonces, ¿no la vas a ayudar? _No, no puedo. _Bueno, lo haré sola.
¿Qué teme el psicólogo?
Al fin, ¿se propuso a ayudar o no a la chica el novio psicólogo de la Doctora? ¿Qué hecho definió su decisión final?
Del trecho del recuadro, “explica” la acentuación de los vocablos tildados, poniéndolos correctamente en el recuadro:DIFERENCIAL AGUDAS EN
VOCALPRONOMBRES INTERROGATIVOS
HIATOS I / U
a) ¿Porque se le acentúa a la palabra sólo y no a la femenina sola?
b) Entresaca del texto verbos en:
PRESENTE PASADO FUTURO
7- Una escena con el viejo Ivan:
_¿Cómo está el muchacho? _Está en cirugía. _¿Y se va a poner bien? _No, Ivan, creo que no. _Yo estaba asustado… Quiero quedarme aquí a ver qué pasa, ¿Sí? El médico sale y, manos a la cabeza, el señor llora: _!Por Dios Santo!
¿Cómo se le salió la cirugía al joven?
Hablando con el Doctor Benson, ¿De qué le culpa a Ivan el detective?
8- Llevándose en cuenta el proceso la estructura y el proceso de formación de palabras en Español, explica el significado de las palabras:
cianótica taquicardia difunto cardiólogo hipertensión quirófano cirugía neumotórax bilateral ventrículo toracotomía pericardio pos reducción taquiarritmia peritoneal pronosticar asístole
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ILHA DAS FLORES
ILHA DAS FLORES
AS IMAGENS
O filme inicia com três frases que surgem na tela;
. Este não é um filme de ficção
. Esta não é a sua vida
. Deus não existe
As frases desaparecem em fade e surge um globo girando, como o início de Casablanca. Aproximação do globo com fusões sucessivas até um mapa onde se lê "Belém Novo" ou "Porto Alegre". Fusão para uma plantação de tomates em Belém Novo. Cam na mão avança em direção a um japonês que está de pé, no meio da plantação. A partir daí, a câmera mostra exatamente o que o texto diz, da forma mais didática, óbvia e objetiva possível. Quando o texto fala em números eles são mostrados num quadro negro ou emgráficos.
O TEXTO
Estamos em Belém Novo, município de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, no extremo sul do Brasil, mais precisamente na latidude 30 graus, 2 minutos e 15 segundos Sul e longitude 51 graus, 13 minutos e 13 segundos Oeste. Caminhamos neste momento numa plantação de tomates e podemos ver a frente, em pé, um ser humano, no caso, um japonês.
Os japoneses se distinguem dos demais seres humanos pelo formato dos olhos, por seus cabelos lisos e por seus nomes característicos. O japonês em questão chama-se Toshiro.
Os seres humanos são animais mamíferos, bípedes, que se distinguem dos outros mamíferos, como a baleia, ou bípedes, como a galinha principalmente por duas características: o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor. O telencéfaloaltamente desenvolvido permite aos seres humanos armazenar informações, relacioná las, processá-las e entendê-las. O polegar opositor permite aos seres humanos o movimento de pinça dos dedos o que, por sua vez, permite a manipulação de precisão.
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O telencéfalo altamente desenvolvido somado a capacidade de fazer o movimento de pinça com os dedos deu ao ser humano a possibilidade de realizar um sem número de melhoramentos em seu planeta, entre eles, plantar tomates.
O tomate, ao contrário da baleia, da galinha, dos japoneses e dos demais seres humanos, é um vegetal. Fruto do tomateiro, o tomate passou a ser cultivado pelas suas qualidades alimentícias a partir de 1800. O planeta Terra produz cerca de 28 bilhões de toneladas de tomates por ano.
O senhor Toshiro, apesar de trabalhar cerca de 12 horas por dia, é responsável por uma parte muito pequena desta produção. A utilidade principal do tomate é a alimentação dos seres humanos. O senhor Toshiro é um japonês e, portanto, um ser humano. Noentanto, o senhor Toshiro não planta os tomates com o intuito de comê-los. Quase todos os tomates produzidos pelo senhor Thoshiro são entregues a um supermercado em troca de dinheiro.
O dinheiro foi criado provavelmente por iniciativa de Giges, rei da Lídia, grande reino da Ásia Menor, no século VII Antes de Cristo. Cristo era um judeu.
Os judeus possuem o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor. São, portanto, seres humanos.
Até a criação do dinheiro, o sistema econômico vigente era o de troca direta. A dificuldade de se avaliar a quantidade de tomates equivalentes a uma galinha e os problemas de uma troca direta de galinhas por baleias foram os motivadores principais da criação do dinheiro. A partir do século III A.C. qualquer ação ou objeto produzido pelos seres humanos, frutos da conjugação de esforços do telencéfalo altamente desenvolvido com o polegar opositor, assim como todas as coisas vivas ou não vivas sobre e sob a terra, tomates, galinhas e baleias, podem ser trocadas por dinheiro.
Para facilitar a troca de tomates por dinheiro, os seres humanos criaram os supermercados.
Dona Anete é um bípede, mamífero, possui o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor. é, portanto, um ser humano. Não sabemos se ela é judia, mas temos quase certeza que ela não é japonesa. Ela veio a este supermercado para, entre outras coisas, trocar seu dinheiro por tomates. Dona Anete obteve seu dinheiro em troca do trabalho que realiza. Ela utiliza seu telencéfalo altamente desenvolvido e seu polegar opositor para trocar perfumes por dinheiro.
Perfumes são líquidos normalmente extraídos das flores que dão aos seres humanos um cheiro mais agradável que o natural. Dona Anete não extrai o perfume das flores. Ela troca, com uma fábrica, uma quantidade determinada de dinheiro por perfumes.Feito isso, dona Anete caminha de casa em casa trocando os perfumes por uma quantidade um pouco maior de dinheiro. A diferença entre estas duas quantidades chama-se lucro. O lucro de Dona Anete é pequeno se comparado ao lucro da fábrica, mas é o suficiente para ser trocado por 1 k de tomate e 2 k de carne, no caso, de porco.
O porco é um mamífero, como os seres humanos e as baleias, porém quadrúpede. Serve de alimento aos japoneses e aos demais seres humanos, com exceção dos judeus.
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Os alimentos que Dona Anete trocou pelo dinheiro que trocou por perfumes extraídos das flores, serão totalmente consumidos por sua família num período de sete dias. Um dia é o intervalo de tempo que o planeta terra leva para girar completamente sobre oseu próprio eixo. Meio dia é a hora do almoço. A família é a comunidade formada por um homem e uma mulher, unidos por laço matrimonial, e pelos filhos nascidos deste casamento.
Alguns tomates que o senhor Toshiro trocou por dinheiro com o supermercado e que foram trocados novamente pelo dinheiro que dona Anete obteve como lucro na troca dos perfumes extraídos das flores foram transformados em molho para a carne de porco. Um destes tomates, que segundo o julgamento altamente subjetivo dedona Anete, não tinha condições de virar molho, foi colocado no lixo.
Lixo é tudo aquilo que é produzido pelos seres humanos, numa conjugação de esforços do telencéfalo altamente desenvolvido com o polegar opositor, e que, segundo o julgamento de um determinado ser humano, num momento determinado, não tem condições de virar molho. Uma cidade como Porto Alegre, habitada por mais de ummilhão de seres humanos, produz cerca de 500 toneladas de lixo por dia.
O lixo atrai todos os tipos de germes e bactérias que, por sua vez, causam doenças. As doenças prejudicam seriamente o bom funcionamento dos seres humanos. Além disso, o lixo tem aspecto e aroma extremamente desagradáveis. Por tudo isso, ele é levado nasua totalidade para um único lugar, bem longe, onde possa, livremente, sujar, cheirar mal e atrair doenças.
O lixo é levado para estes lugares por caminhões. Os caminhões são veículos de carga providos de rodas. Quando da realização deste documentário, em 1989, os caminhões eram dirigidos por seres humanos.
Em Porto Alegre, um dos lugares escolhido para que o lixo cheire mal e atraia doenças foi a Ilha das Flores.
Ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados. A água é uma substância inodora, insípida e incolor formada, teoricamente, por duas moléculas de hidrogênio e uma molécula de oxigênio. Flores são os órgãos de reprodução das plantas, geralmente odoríferas e de cores vivas. De flores odoríferas são extraídos perfumes, como os que do Anete trocou pelo dinheiro que trocou por tomates.
Há poucas flores na Ilha das Flores. Há, no entanto, muito lixo e, no meio dele, o tomate que dona Anete julgou inadequado para o molho da carne de porco. Há também muitos porcos na ilha.
O tomate que dona Anete julgou inadequado para o porco que iria servir de alimento para sua família pode vir a ser um excelente alimento para o porco e sua família, no julgamento do porco. Cabe lembrar que dona Anete tem o telencéfalo altamente desenvolvido enquanto o porco não tem nem mesmo um polegar, que dirá opositor.
O porco tem, no entanto, um dono. O dono do porco é um ser humano, com telencéfalo altamente desenvolvido, polegar opositor e dinheiro. O dono do porco trocou uma pequena parte
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do seu dinheiro por um terreno na Ilha das Flores, tornando-se assim,dono do terreno. Terreno é uma porção de terra que tem um dono e uma cerca. Este terreno, onde o lixo é depositado, foi cercado para que os porcos não pudessem sair e para que outros seres humanos não pudessem entrar, o que faria do dono do porco umex-dono de porco.
Os empregados do dono do porco separam no lixo aquilo que é de origem orgânica daquilo que não é de origem orgânica. De origem orgânica é tudo aquilo que um dia esteve vivo, na forma animal ou vegetal. Tomates, galinhas, porcos, flores e papel são de origem orgânica.
O papel é um material produzido a partir da celulose. São necessários 300 quilos de madeira para produzir 60 quilos de celulose. A madeira é o material do qual são compostas as árvores. As árvores são seres vivos. O papel é industrializadoprincipalmente na forma de folhas, que servem para escrever ou embrulhar. Este papel, por exemplo, foi utilizado para elaboração de uma prova de História da Escola de Segundo Grau Nossa Senhora das Dores e aplicado à aluna Ana Luiza Nunes, um ser humano.
Uma prova de História é um teste da capacidade do telencéfalo de um ser humano de recordar dados referentes ao estudo da História, por exemplo: quem foi Mem de Sá? Quais eram as capitanias hereditárias? A História é a narração metódica dos fatosocorridos na vida dos seres humanos. Recordar é viver.
Os materiais de origem orgânica, como os tomates e as provas de história, são dados aos porcos como alimento. Durante este processo, algumas mulheres e crianças esperam no lado de fora da cerca na Ilha das Flores. Aquilo que os porcos julgarem inadequados para a sua alimentação, será utilizado na alimentação destas mulheres e crianças.
Estas mulheres e crianças são seres humanos, com telencéfalo altamente desenvolvido, polegar opositor e nenhum dinheiro. Elas não têm dono e, o que é pior, são muitas. Por serem muitas, elas são organizadas pelos empregados do dono do porco em grupos dedez e têm a permissão de passar para o lado de dentro da cerca. Do lado de dentro da cerca elas podem pegar para si todos os alimentos que os empregados do dono do porco julgaram inadequados para o porco.
Os empregados do dono do porco estipularam que cada grupo de dez seres humanos tem cinco minutos para permanecer do lado de dentro da cerca recolhendo materiais de origem orgânica, como restos de galinha, tomates e provas de história. Cinco minutos são 300 segundos. Desde 1958, o segundo foi definido como sendo o equivalente 9 bilhões, 192 milhões, 631 mil 770 mais ou menos 20 ciclos de radiação de um átomo de césio quando não perturbado por campos exteriores. O césio é um material não orgânico encontrado no lixo em Goiânia.
O procedimento dos seres humanos que recolhem materiais orgânicos no lado de dentro da cerca da Ilha das Flores é semelhante apenas em objetivo ao procedimento de Dona Anete no supermercado. No supermercado Dona Anete troca o dinheiro que trocou por perfumes extraídos das flores pelo material orgânico; na Ilha das Flores os seres humanos não têm dinheiro algum; no supermercado dona Anete tem o tempo que julgar necessário para apanhar materiais orgânicos mas não há provas de história disponíveis.
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(A partir deste momento a câmera se fixa exclusivamente nas mulheres e crianças no meio do lixo)
O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores numa posição posterior aos porcos na prioridade de escolha de materiais orgânicos é o fato de não terem dinheiro nem dono. Os humanos se diferenciam dos outros animais pelo telencéfalo altamente desenvolvido, pelo polegar opositor e por serem livres. Livre é o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.
FIM
*******************************************************************
(c) Jorge Furtado, 1988-1989Casa de Cinema de Porto Alegrehttp://www.casacinepoa.com.br
REGISTRO DO JÚRI SIMULADO
O debate do JÚRI SIMULADO, documentado quase na íntegra – foi o seguinte:
O VOTO DEVE SER
OBRIGATÓRIO
O VOTO DEVE SER
FACULTATIVO
“Se ‘abríssemos’[ao direito do
voto facultativo], não cairíamos no mesmo
caso dos Estados Unidos, em que as
pessoas tornam-se indiferentes, distantes
status quo [do processo]?”
“Não seria um erro “deixar de
lado” o que o próprio povo escolheu – o
voto obrigatório?”
“O artigo 60, parágrafo 4 da
Constituição Federal diz que a
obrigatoriedade não é pétrea.”
“É uma questão de cidadania,
‘abertura’ à decisão: votar ou não votar.”
“Pessoas coagidas acabam
votando por revolta, votam por ironia,
não-seriedade; anulam.”
“Já no [sistema de] voto
facultativo, as pessoas votariam ‘em quem
quisessem’. “
“Com o voto facultativo, o povo
esvaziaria as urnas, o que ‘impediria’ a
“Segundo Voltaire, existem três
alicerces [da democracia]: liberdade,
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democracia, porque não votariam nas
pessoas que o representariam.”
“O Brasil viveu ditadura. Hoje –
na democracia – o povo tem também o
direito de não votar – paga multa.
“O povo se deixa levar por caixas
d’água e meia dúzia de tijolos e, muitas
vezes até se esquece do candidato em
quem votou.”
igualdade e fraternidade. Se vivemos em
liberdade, se somos livres, para viver, o
voto facultativo seria o ideal; o voto
facultativo seria questão de liberdade.”
“Obrigar nem sempre é condição
para votar bem, mas no [sistema do] voto
obrigatório, a pessoa é induzida.”
“A pessoa teria que exercer a
democracia e a liberdade. Não poderíamos
educar para o voto facultativo; e, com o
voto obrigatório precisaríamos educar.”
“[Na verdade,] Nós
precisaríamos educar, não só para o voto
obrigatório como para o voto facultativo.”
Passou-se, em seguida, a um tempo dedicado a perguntas e respostas de parte a parte:
VOTO OBRIGATÓRIO VOTO FACULTATIVO
“O que o povo ganharia com o
voto obrigatório?”
“Para vocês, qual é o conceito de
democracia?”
“É uma opção porque
escolhemos em quem votar.”
“O Luís1 disse que o povo
ganhava caixas d’água, tijolos. Ganha
para votar e vota errado?”
“Não são os tijolos, a liberação
da maconha...”
Os eleitos vão estar
obedecendo ...[interrompido]
1 Aluno do grupo oposto
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“...até ao Catecismo, leis divinas
e laicas pensam no bem comum.”
“Se o voto é facultativo, não
haveria o esvaziamento?”
“A pessoa teria o direito de ser
livre – poderia ficar em sua casa – ‘vou
votar consciente.’; ‘não vou votar mas não
poderei cobrar.’. “
[Isso] “...educaria o povo para a
não cobrança, já que não votou.”
“A sua resposta não satisfaz. Por
estarem desacreditadas, não deixariam de
escolher algum bom candidato para deixar
que outros elegessem o seu
representante?”
“Melhor: Pessoas sem
capacidade, mas escolhidas pelo povo,
através do voto obrigatório, aprendem a
votar. Às vezes [escolhas] absurdas, mas
aprendem a votar.”
As ponderações finais:
VOTO OBRIGATÓRIO VOTO FACULTATIVO
“ o voto obrigatório é a melhor
opção , porque apesar de pessoas sem
capacidade serem escolhidas pelo voto, às
vezes de forma absurda, mas o povo
aprende a votar.”
“O povo brasileiro está tão
indignado que votou em Clodovil,
[estilista famoso, apresentador de TV e
Tiririca [palhaço profissional, simplório
como pessoa, desprovido de projetos
políticos].
“Escolhem pessoas sem
capacidade; o povo acaba colocando no
poder gente sem capacidade.”
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O JUIZ fez perguntas e, para concluir, uma avaliação:
JUIZ: “Os dois grupos usaram os termos ‘liberdade’ e ‘consciência’, portanto
qual é o ‘conceito’ desses dois termos , do ponto de vista de voto?
VOTO OBRIGATÓRIO VOTO FACULTATIVO
“Consciência: O povo precisa
ser conscientizado. A pessoa, tendo
liberdade, pode ir às urnas; não pode
cobrar o que não exerceu.”
“Liberdade: direito de escolha
livre para votar em quem quer votar, com
projeto de conscientização em grande
massa – não só nas escolas.”
“Deve haver projeto de
conscientização nas escolas para
[formar] futuros cidadãos.
“Onde há liberdade quando há
obrigatoriedade?”
JUIZ: Como seria o voto facultativo? e houve contradição na fala do [grupo]
Voto Obrigatório: L. defendeu o Voto Facultativo.
Outra coisa: citar artigo da Constituição Federal de forma vaga, como fez o
colega Miro, tira o crédito da argumentação.
A questão da fala do [grupo] Voto Facultativo é que fica faltando uma
operacionalização para agora. Para agora, o Brasil não tem condição [de assumir o
Voto Facultativo], mas no futuro sim.”
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EXPANDINDO A SALA DE AULA COM TECNOLOGIA E CRIATIVIDADE UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO COLETIVA
O debate em aula de Redação.
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