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Saiba quais são as principais competências das Juntas e Uniões de Freguesias Reportagem V P.4 e 5 Nelo Silva: cantor de Rio Tinto lançou novo álbum Cultura V P.23 5 CD’s - novo álbum ‘Nossos Momentos’ autografados por Nelo Silva 3 jantares para 2 pessoas no restaurante ‘O Cardeal’ no dia dos namorados V OFERTA Entrevista a Nélson Alves, da geração de ouro do futebol português Desporto V P.36 e 37 Catarina Martins quer levar caso da ETAR de Rio Tinto ao Ministro do Ambiente Agência Portuguesa do Ambiente de olhos postos na Águas de Gondomar Câmara de Gondomar e Movimento querem uma solução rápida V P.26 e 31 Saiba mais P.34 FOTO: DR Câmara obrigada a pagar indemnização a privado de Rio Tinto Sociedade V P.11 V

Vivacidade ed. 90 - Janeiro 2014

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Vivacidade ed. 90 - Janeiro 2014

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Saiba quais são as principaiscompetências das Juntase Uniões de Freguesias

Reportagem

V P.4 e 5

Nelo Silva: cantor de Rio Tintolançou novo álbum

Cultura

V P.23

5 CD’s - novo álbum ‘Nossos Momentos’ autografados por Nelo Silva

3 jantares para 2 pessoas no restaurante ‘O Cardeal’ no dia dos namorados VOFERTA

Entrevista a Nélson Alves,da geração de ourodo futebolportuguês

Desporto

V P.36 e 37

Catarina Martins quer levar caso daETAR de Rio Tinto ao Ministro do Ambiente

Agência Portuguesa do Ambientede olhos postos na Águas de Gondomar

Câmara de Gondomar e Movimento querem uma solução rápidaV P.26 e 31

Saiba mais P.34

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: DR

Câmara obrigada a pagarindemnização a privado de Rio Tinto

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2 VIVACIDADE JANEIRO 2014

Editorial

POSITIVOCriado pela Lipor, o ECOSHOP é um cartão de fidelização, promo-tor do compromisso dos cidadãos com boas práticas ambientais e que representa um mé-todo de reconhecimen-to da sua participação no processo de recicla-gem multimaterial. O objetivo é transformar o lixo em vales de com-pra.

NEGATIVOQuem passa pelo Ca-minho Pevidal, em São Cosme, próximo do Tribunal da Comarca de Gondomar, vê dezenas de viaturas apreendidas pela PSP de Gondomar encostadas à berma da estrada. Os veículos apreendidos ou aban-donados deviam estar num parque próprio, à responsabilidade da PSP e Gondomar.

Prezado leitor. A pedido de várias pessoas e de alunos meus, escrevo este artigo sobre o tema no intuito de esclarecer alguns aspetos da História da nossa terra. Anteriormente à existên-cia de um mosteiro, existiam já vestígios de presença humana nesta região, os quais são com-provados quer pela documenta-ção do período medieval, quer pela arqueologia; a referência à mamoa (monumento de cariz megalítico e funerário) que es-tava em “Crestomantes” refere--se sem dúvida à “Mamoa da Regateira” que estava sobre Santegãos (atual Monte Pedro-sa); quanto à época romana temos os achados encontrados em Monte Penouço bem como os “marmourais” na zona do Rio da Lage, os quais estavam junto à estrada que seguia na direção de Alfena e de Guima-rães. Na questão da fundação do Mosteiro de S. Cristóvão de Rio Tinto foi, durante muito

tempo, a versão contada por Frei Leão de S. Tomás (século XVII) e de outros autores que o tomaram como referência, de que este teria sido fundado em 1062 por Diogo Trutesendes, nobre infanção em ascensão e que chegou a governador das terras de Santa Maria (da Feira), e seus filhos, tendo sido legado ao mesmo mosteiro o padroado de 12 igrejas. Embora esta fosse uma prática comum na época, a documentação mostra-nos algo diferente. De acordo com o historiador José Mattoso, a fundação do dito mosteiro terá efetivamente ocorrido em pe-ríodo que ronda os finais do século X e princípios do seguin-te e que na mesma fundação teria estado a ação dos avós de Gomes Jeremias (1041-1058), o qual terá sido eleito abade pelos seus familiares sem ter tido a confirmação do Bispo. No en-tanto, a família Trutesendes está ligada aos primórdios do Mos-

teiro de Rio Tinto. Sabemos que esta família tinha direitos de padroado em várias igrejas das terras da Maia e como Rio Tin-to pertencia então a essas terras, quiseram assegurar direitos também sobre este mosteiro. Pela documentação, constata-mos que uma monja professa no referido mosteiro terá dei-xado em testamento metade dos seus bens ao mesmo e que era da família Trutesendes. O “frater Martinus”, membro des-ta família ocupava mesmo um lugar de destaque na hierarquia deste mosteiro (prior ou mes-mo abade), que nesta época ainda tinha um carácter dúpli-ce. Pertencente a esta mesma família foi a primeira abadessa do Mosteiro de S. Cristóvão de Rio Tinto, Hermesenda Guter-res, à qual D. Afonso Henriques terá concedido carta de couto em 20 de Maio de 1140 a troco de 500 morabitinos de ouro. No que respeita à regra monástica, não sabemos inicialmente qual era a seguida, pois havia várias em uso, mas a escolha final terá recaído na Regra de S. Bento e, a partir do abadessado de Her-mesenda Guterres, o Mostei-ro de Rio Tinto foi perdendo gradualmente o seu carácter dúplice para se tornar exclusi-vamente, no final do século XII, um mosteiro feminino ligado à Ordem Beneditina.

Paulo Santos SilvaProfessor, Historiador e Escritor

Memórias do Nosso PassadoOs primórdios do Mosteiro de Rio Tinto

Caros Leitores,

O ano de 2014 vai ficar marcado por dois grandes factos políticos: as eleições para o parlamento europeu e o fim do programa de assistência que a Troika nos concedeu.

As pessoas que vão ser escolhidas para estarem nas listas dos partidos e coligações que vão concorrer para o par-lamento europeu vão ser determinantes para o sucesso ou insucesso das eleições e das próprias candidaturas dos partidos. As eleições europeias, tradicionalmente, são um momento em que os povos deci-dem demonstrar a sua insatisfação com o estado das coisas e são, por isso, eleições em que os partidos não podem cometer erros, pois eles vão ser muito bem pagos.

É altura de curar as enormes feridas provocadas pelos resultados autárquicos em todos os partidos e trabalhar para que tenhamos os melhores representantes no Parlamento Europeu.

Espero que os partidos consigam libertar-se de um certo perfil que abun-dou nos últimos anos – de trauliteiros e trauliteiras que nada mais sabem fazer do que expressar veementemente opiniões despropositadas a todos os propósitos - e que se concentrem em obter pessoas competentes e dedicadas que saibam le-var alto o nome de Portugal, qualquer que seja a sua origem política.

É uma enorme responsabilidade a elaboração de listas para estas eleições e é muito importante que seja enterrado o passado e que se procurem os melhores, o que deve ser independente de questões pessoais que sempre existem nos parti-dos. Em todos os partidos.

Também é na qualidade dos nossos deputados europeus que reconstruímos o nosso país e a sua credibilidade.

José Ângelo PintoAdministrador da Vivacidade, S.A.Economista e Docente Universitário

Registo no ICS/ERC 124.920Depósito Legal:250931/06

Diretor:Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873)Redação:Ricardo Vieira Caldas (CP-9828)Pedro Santos Ferreira (TP-1911)Diretor Comercial:Luiz Miguel AlmeidaPaginação:José VazEdição, Redacção, Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A.Administrador: José Ângelo da Costa PintoDetentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda.Sede de Redacção: Rua do Niassa, 133, Sala 1 4250-331 PORTOColaboradores: Ana Gomes, André Campos, Andreia Sousa, Carlos Brás, Catarina Martins, Cristina Nogueira, Domingos Gomes, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Simões, Chef João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Leandro Soares, Leonardo Júnior, Luísa Sá Santos, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Margarida Almeida, Michael Seufert, Paulo Amado, Paulo Santos Silva, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rui Nóvoa, Rui Oliveira e Sandra Neves.

Impressão: UnipressTiragem: 10 mil exemplaresSítio na Internet: www.vivacidade.orgFacebook: www.facebook.com/jornalvivacidadeE-mail: [email protected]

Sumário:

ReportagemPáginas 4 e 5

BrevesPágina 6

SociedadePáginas 8 a 20

CulturaPáginas 21 a 25

DestaquePáginas 26 e 31

PolíticaPáginas 32 a 35

DesportoPágina 36 a 44

Empresas & NegóciosPágina 45 e 46

OpiniãoPáginas 47 a 51

LazerPágina 52 e 53

EmpregoPágina 54

Próxima Edição 20 de fevereiro

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para [email protected]

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Aprovados em dezembro de 2013 em Assembleia Municipal, os novos contratos com as Juntas e Uniões de Freguesias assentam agora na Lei n.75/2013, de 12 de setembro, que altera o para-digma da Delegação de Compe-tências das Câmaras Municipais nas Juntas de Freguesia. Com a entrada em vigor do novo diplo-ma a delegação de competências

passa agora a fazer-se por via de Acordos de Execução ou de Contratos Interadministrativos. Os novos instrumentos de apoio municipal entraram em vigor durante o mês de janeiro por vontade do novo executivo ca-marário [a lei permitia um alar-gamento do prazo até abril]. O Vivacidade conversou com três autarcas de Gondomar e procu-rou perceber em que medida a nova lei irá mudar a gestão au-tárquica dos órgãos mais próxi-mos dos gondomarenses.

Rio Tinto é a maior fregue-sia e a que tem mais com-petências

O presidente da Junta de Fre-guesia de Rio Tinto, Nuno Fonseca, tem noção de que governa a junta mais populosa do concelho e uma das maiores a nível nacional. Com os antigos protocolos de delegação de competências, Rio Tinto tinha em si delegadas algumas compe-tências tais como a reparação de passeios, desobstrução de colec-tores de águas pluviais, limpeza e manutenção de zonas ribeirinhas, entre outros. Agora, o universo de competências alarga-se [ver caixa de competências] e a Junta passará a ter autonomia para várias outras coisas. A mais comentada, talvez, será a manutenção dos espaços verdes, que antes se dividiam entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal de Gondomar.

Para Nuno Fonseca, “hoje es-tamos mais próximos do que é o desejável mas ainda não está per-feito nem está dentro da totalida-de de competências que poderão ser delegadas nas juntas. Ainda há mais algumas coisas que poderão vir a ser passadas para a junta por uma questão de maximização de recursos.”

Os acordos de execução serão, segundo o presidente, uma “coisa mais definitiva”, já os contratos in-teradministrativos serão “tudo o resto que a junta possa fazer”. A título de exemplo, a Junta de Rio Tinto celebrou um contrato inte-radministrativo com a Câmara e com a Junta de Baguim, na qual a mesma ficará encarregue da pintu-ra de estradas nas duas freguesias.

Quinta das Freiras ainda é gerida pela Câmara

Uma das promessas de cam-panha de Marco Martins e Nuno Fonseca era a gestão, por parte da Junta, do equipamento da Quin-ta das Freiras. Para já ainda nada foi alterado a esse respeito mas o assunto já foi discutido pelos dois

presidentes e Nuno Fonseca acre-dita que ficará tratado ainda este ano. “Há uma disposição da mi-nha parte de receber essa gestão mas também há uma disponibili-dade do presidente da Câmara de a passar. O tempo foi extremamente curto. Tentamos discutir agora o

que era importante para os recur-sos continuarem a funcionar e dei-xamos as coisas mais específicas para depois”, afirma o autarca.

Competências a mais?Quanto ao aumento significa-

tivo de competências para a Junta de Rio Tinto, Nuno Fonseca faz questão de frisar uma coisa: “não

houve da parte da Junta nem da parte da Câmara nenhuma vonta-de de ter competências só por ter. As competências que são descen-tralizadas têm o objetivo de serem melhor realizadas, com menos re-cursos e com uma gestão de pro-ximidade.”

Para já, garante o presidente de Rio Tinto, está a ser feito “um esforço imenso de adaptação” para que a duplicação de recursos hu-manos [decorrida já no dia 15 de janeiro] corra pelo melhor. Para a Junta mais populosa de Gondo-mar, descentralizaram-se mais seis funcionários da Câmara Munici-pal.

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Reportagem Vivacidade

VIVACIDADE JANEIRO 2014

Novas competências (Acordos de Execução e Contratos Interadministrativos*)

Junta de Freguesia de Rio Tinto

Balneários, lavadouros e sanitários públicosParques infantis públicos e equipamentos desportivos de âmbito localChafarizes e fontanários públicos Placas toponímicas Sinalização horizontal (+ Baguim do Monte) Sinalização vertical não iluminada instalada nas vias municipais Sinalização vertical não iluminada nas vias municipais Caminhos, arruamentos e pavimentos pedonais Novos passeios e alterações em passeios Abrigos de passageiros existentes na freguesia Espaços verdes Pequenas reparações nas EBl’s e JI’s Espaços envolventes as EBl’s e JI’s Desobstrução de coletores de águas pluviais Colocação de tampas, sarjetas e grelhas Bancos de Jardim em domínio público Zonas Ribeirinhas Terrenos e edificações em risco Grades de sinalização

União das Freguesias de Melres e Medas

Manutenção dos espaços verdesPequenas reparações nos estabelecimentos de educação pré-escolar e 1º ciclo do ensino básicoManutenção dos espaços envolventes dos estabelecimentos acima descri-tos.Colocação de nova sinalização vertical não iluminada.Desobstrução de coletores de águas pluviais.Colocação de tampas, sarjetas e grelhas.Bancos de jardim em domínios públicos.Limpeza e manutenção de zonas ribeirinhas.Construção de novos passeios e alterações em passeios.Terrenos e edificações em risco.Cedência de grades para sinalização.Cedência de meios e equipamentos da Freguesia.Apoiar operações de Proteção Civil.

*O Vivacidade selecionou dois exemplos no concelho.

Juntas e Uniões de Freguesias com mais competênciasA lei n.º74/2013, de 12 de setembro, alterou o paradigma do Protocolo de Delegação de Competências das Câmaras Municipais nas Juntas de Freguesias. Para além da criação de Uniões de Freguesias – que em Gondomar se traduziu numa mudança de 12 freguesias para sete – a nova lei criou também novas formas de transferências de competências: o Acordo de Execução e o Contrato Interadministrativo. O Vivacidade recolheu três exemplos de freguesias no concelho que passarão agora, por exemplo, a poder tratar de todos os seus espaços verdes e a fazer pequenas reparações nas escolas primárias.

Texto: Ricardo Vieira Caldas Pedro Santos Ferreira

VNa foto: Nuno Fonseca, presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto

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5VIVACIDADE JANEIRO 2014

Reportagem Vivacidade

Freguesias:Baguim do Monte

CoveloFânzeres

Foz do SousaS. Cosme

JovimLombaMedasMelres

Rio TintoS. Pedro da Cova

Valbom

Financiamento CMG:91.400,00€91.400,00€91.400,00€91.400,00€132.530,00€91.400,00€91.400,00€91.400,00€91.400,00€182.800,00€132.530,00€91.400,00€

Freguesias:Baguim do Monte

Rio TintoLomba

U. F. de Fânzeres e S. Pedro da CovaU. F. de Foz do Sousa e Covelo

U. F. de Gondomar (S. Cosme), Valbom e JovimU. F. de Melres e Medas

Acordo de Execução:67.870,68€151.741,36€57.870,68€115.870,68€112.870,68€160.306,02€124.306,02€

Contrato Interadministrativo:97.370,00€182.370,68€77.370,68€162.370,68€122.370,68€167.370,68€132.370,68€

Os valores indicados acima já incluem a transferência de recursos humanos.

2013

2014

Juntas e Uniões de Freguesias com mais competênciasA lei n.º74/2013, de 12 de setembro, alterou o paradigma do Protocolo de Delegação de Competências das Câmaras Municipais nas Juntas de Freguesias. Para além da criação de Uniões de Freguesias – que em Gondomar se traduziu numa mudança de 12 freguesias para sete – a nova lei criou também novas formas de transferências de competências: o Acordo de Execução e o Contrato Interadministrativo. O Vivacidade recolheu três exemplos de freguesias no concelho que passarão agora, por exemplo, a poder tratar de todos os seus espaços verdes e a fazer pequenas reparações nas escolas primárias.

Meios financeiros transferidos pela CMG

Fânzeres e S. Pedro da Cova querem uma avalia-ção para a transferência de competências

“No meu entender a lei não está bem feita e continua a per-mitir que as freguesias não vejam os seus problemas resolvidos. No entanto, aprovamos na Assembleia Municipal, quer o Contrato Inte-radministrativo quer o Acordo de Execução com a Câmara Munici-pal de Gondomar. Naturalmente compreendendo o argumento que a Câmara dá, de querer resolver isto rapidamente ainda no mês de janeiro mas parece-nos, no en-tanto, que isto exige uma avalia-ção mais profunda uma vez que estamos a falar de competências muito significativas e estruturais e que as Juntas de Freguesia nunca tiveram”, afirma o presidente da União das Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova. Na opinião de Daniel Vieira, existe um “grau de subjetividade muito elevado” nestes novos acordos mas a avalia-ção requisitada pelo presidente da União terá toda “a disponibilidade da Câmara”.

Nem tudo é negativo para o jovem autarca e um dos aspetos que o mesmo considera positivo é o facto de “estes acordos e contra-tos serem feitos por quatro anos.” “Permite alguma estabilidade de gestão à Junta de Freguesia, ex-plica.

Para Fânzeres e S. Pedro da

Cova transferiram-se mais qua-tro trabalhadores e uma viatura e a União ficará encarregue de, entre outras coisas, tratar da ma-nutenção de espaços verdes, fazer pequenas reparações nas escolas primárias e colocar tampas e gre-lhas na via pública.

Alto do Concelho recebe também mais meios hu-manos

Na União de Freguesias de Melres e Medas, o presidente José Andrade recebe, de bom agra-do as novas competências para 2014-2018. Para o autarca, a nova lei e a vontade da Câmara em des-centralizar vêm ajudar a União de Freguesias.

Falando, por exemplo, de um vidro que se parte numa escola pública, em 2013, o assunto te-ria que ser resolvido pela Câma-ra Municipal. Agora, o assunto passará para as freguesias. “Te-mos a clara noção de que um simples vidro partido pode estar ao nível do chão ou a 10 metros de altura e a sua dimensão po-derá ser um grande problema. Estamos quanto mais não seja

mais próximos de qualquer pro-blema que qualquer outro ser-viço centralizado pela Câmara Municipal de Gondomar. Não compreendo porque é necessá-rio esperar 20 anos para imple-mentar o que já era óbvio para todos”, atesta José Andrade.

“A Câmara Municipal de Gondomar e a União de Melres e Medas consideram o reforço de competências não uma obrigação mas sim uma oportunidade para descentralizar, criar proximidade na resolução dos problemas das populações, melhorar a qualida-de dos serviços prestados e face à redução continuada das receitas financeiras da Câmara e Fregue-sias nos últimos anos, podemos passar a contar também com a co-laboração de cinco funcionários da Câmara como contrapartida”, explica o autarca.

A transferência dos meios humanos não será um problema para esta União, já que “antes de qualquer ação para implementar este acordo e contrato este execu-tivo, após tomada de posse, em-preendeu de imediato a requalifi-cação de um espaço de cerca de 2000m² para criar um estaleiro para servir de retaguarda aos tra-balhos da nova Freguesia”.

José Andrade acredita “que este poderá ser o primeiro e ver-dadeiro passo para uma regiona-lização efetiva do país” e conside-ra-se preparado “para com menos recursos gerir melhor para bem de toda a comunidade”. “As Jun-tas são a entidade política mais representativa da comunidade e com melhores condições de utili-zar os recursos públicos”, finaliza o presidente da União das Fre-guesias de Melres e Medas.

V Na foto: Daniel Vieira, presidente da União das Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova VNa foto: José Andrade, presidente da União das Freguesias de Melres e Medas

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Breves

Em dezembro, cerca de 17 mil utiliza-dores participaram em diversas atividades programadas para as piscinas municipais. Foram dinamizadas iniciativas nas áreas das atividades aquáticas – natação, hidrogi-nástica e polo aquático – e ginásio – ginás-tica aeróbica, manutenção, dança de salão, zumba, karaté e judo). Os exercícios ficaram marcados pela diversão, camaradagem entre alunos, professores e funcionários e sensi-bilização para a importância das atividades aquáticas.

17 Mil passaram pelas Piscinas Municipais

Realiza-se no dia 9 de fevereiro o Sarau Solidário no Pavilhão Multiusos de Gondomar. A iniciativa organizada pela Associação Social Recreativa Cultural e Bem Fazer Vai Avante, contará com muita dança e fado sob o lema:

“Ajude-nos a Ajudar”. Estão previstas atuações de Maria do Sameiro, Cátia de Oliveira, Ma-nuel Granja, entre outros. A festa tem início marcado para as 16h30, na Sala D’Ouro, do Pa-vilhão Multiusos.

Sarau Solidário no Multiusos de Gondomar

A linha 68 da Empresa de Transportes Gon-domarense (ETG) – que integra a rede Andante da Área Metropolitana do Porto – foi prolon-gada a 13 de janeiro. A ETG faz agora a ligação entre o Hospital Fernando Pessoa e o Hospital S. João, no Porto, passando por Gondomar (S. Cosme), Fânzeres, Baguim do Monte e Rio Tinto. Junto ao Hospital Fernando Pessoa foi já colocado um abrigo e delimitada uma zona de paragem de “Bus”. Nos dias úteis a Gondoma-rense irá circular entre as 6h35 e as 20h35, com uma frequência de 30 minutos.

Prolongamento da Gondomarense ligaHospital Fernando Pessoa ao S. João

No dia 28 de dezembro, 290 atletas sub 7 a sub 11 compareceram à chamada e rumaram ao estádio ‘Campo dos Estrelas’, do Estrelas Fu-tebol Clube de Fânzeres. Em competição esti-veram as equipas do S. Pedro da Cova, Atlético de Rio Tinto, Montezêlo, Ataense e Estrelas de

Fânzeres FC. Em Fut 3 venceu o S. Pedro da Cova e em Fut 5 ganhou o Atlético de Rio Tin-to. Já em sub 10 foi o Atães o vencedor, com o Estrelas de Fânzeres a vencer a competição em sub 11. Cerca de 750 pessoas passaram pela bancada do Campo das Estrelas .

Estrela de Fânzeres organizou evento sub 7 a sub 11

Realizou-se no dia 5 de janeiro, o concer-to de Reis na Igreja Paroquial de Fânzeres. O concerto contou com as atuações do Orfeão de São Pedro, Duo Contrastus, Alexandra Lopes,

Mariana Lopes e Susana Vieira. A iniciativa foi organizada pela Junta da União das Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova e pelo Centro Republicano e Democrático de Fânzeres.

Concerto de Reis em Fânzeres

A Escola Secundária de Rio Tinto vai realizar, entre os dias 2 e 6 de fevereiro de 2014, um encontro de professores e alu-nos de sete escolas estrangeiras oriundas respetivamente das Ilhas Canárias, Itália, França, Polónia, Irlanda do Norte, Tur-

quia e Grécia no âmbito do Programa da Aprendizagem ao Longo da Vida – Co-menius que visa, entre outros, melhorar a qualidade e reforçar a dimensão europeia da educação. O projeto é financiado por fundos europeus.

Programa Comenius na Secundária de Rio Tinto

A Câmara Municipal de Gondomar vai renovar o parque automóvel operacional da au-tarquia, cuja frota tem uma idade média de 22 anos. A decisão foi tomada a 22 de janeiro, com uma abstenção, em reunião da Câmara Munici-pal. Gondomar avança assim para um concurso público de locação em regime de aluguer opera-

cional de veículos, para um prazo de 48 meses, com um preço base de 911.820,00€. Segundo o executivo municipal, a medida justifica-se pela avançada idade da frota e pela necessidade de transferir 10 viaturas para as freguesias e uniões de freguesia, no âmbito dos protocolos aprova-dos na última Assembleia Municipal.

Câmara vai renovar frota operacional

A Juventude Social Democrata de Rio Tinto, organizou em dezembro uma reco-lha de bens alimentares, vestuário e brin-quedos para entrega em associações de cariz social da freguesia.

A iniciativa contou com a colaboração do Café City Jovem, do Ginásio da Venda Nova, da Obra ABC, do Centro Paroquial do Corim, do Centro Paroquial e Social de Rio Tinto e do Seminário Padre Dehon. A população teve uma forte adesão à inicia-tiva.

JSD Rio Tinto recolheu alimentos, vestuário e brinquedos

O restaurante Adega Típica da Cavada Nova vai abrir a 31 de janeiro um novo espaço na Rua António da Costa Viseu, em Rio Tinto. Com música ao vivo todas as sextas-feiras e sábados, o novo restaurante vai ter capacidade para 80 pessoas. “A expansão da Adega Típi-

ca surge da necessidade de alargar o espaço, graças ao aumento da procura”, explica Leonel Pereira, responsável pela Adega Típica da Ca-vada Nova, ao Vivacidade. O novo restaurante vai estar aberto de segunda a sábado, das 11h às 22h.

Restaurante Adega Típica da Cavada Nova abre novo espaço

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Sociedade

VIVACIDADE JANEIRO 2014

Texto: Ricardo Vieira Caldas

Jovens empreendedores criam jogopara dispositivos da AppleÉ um “misto de puzzle e ação”, explica um dos criadores do ZEZ, o mais recente jogo para dispositivos iOS [da Apple] criado por um jovem de Fânzeres. Pedro Ribeiro teve uma ideia, criou uma empresa e convidou um amigo para trabalhar. O resultado está, desde o dia 11, à vista de quem tiver um iPhone, iPad ou iPod. É gratuito na App Store e já está em destaque em mais de 150 países.

Pedro Ribeiro vive em Fân-zeres e completou grande par-te da sua formação académica no concelho de Gondomar. Completou a licenciatura em Engenharia Eletrotécnica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e ra-pidamente arranjou empre-go numa conceituada empre-sa da área.

O gosto pelos jogos e progra-mação levou-o a criar - há três anos – o seu primeiro jogo para dispositivos móveis com siste-ma operativo Android. Sozinho produziu um total de três jogos, [incluindo Shadow Cave e Shane Reaction] mas a ambição e o gos-to pessoal levaram-no a abando-nar o emprego e criar uma empre-sa, a Artbit Studios.

Um jogo de 60 segundos Tendo em conta o sucesso

dos jogos que tinha criado ante-riormente, Pedro Ribeiro decidiu contratar um amigo, José Vaz, para juntos desenvolverem uma ideia nova. Assim, surgiu o ZEZ, um jogo de apenas 60 segundos que combina puzzle e ação e onde o protagonista é um gato. O con-ceito é “pôr um gato a destruir robots”, tendo um minuto para o fazer, através de combina-ções. O objetivo é, ao fim desse tempo, obter a pontuação mais elevada e deixar o inimigo “KO” com um soco. Durante o jogo, o pequeno gato ZEZ é projeta-do em altura, com um murro e

vai subindo um edifício à medida que destrói os robots, com asvá-rias combinações. Quanto maior for a altura alcançada pelo gato, mais aparatosa e destruidora será a queda e maior destruição deixa-rá no inimigo.

“Queríamos fazer um jogo para as massas, para todo o mundo”

Para Pedro Ribeiro e José Vaz, o resultado foi o esperado. “É um orgulho produzir um jogo assim”, comentam. José Vaz desenhou o jogo completo e tentou fazer da personagem principal um “gato fofo” para que o público–alvo o “adorasse”. “Tentámos criar uma ligação afetiva com o jogador, através do gato”, disse. Para isso, serviu-se da inspiração de outros desenhos animados como “Dragon

Ball” e “Powerpuff Girls”. “O tempo também permitiu amadurecer a ideia do jogo”, refere José, também conhecido por “Zez” e que, de certa maneira, deu o nome à aplicação.

Já Pedro, tratou de toda a pro-gramação e tentou criar algo úni-co. “Não há nenhum jogo exata-mente como o nosso e isso é muito bom de se saber, tendo em conta que o mercado dos jogos já está muito saturado”, explica Pedro ao Vivacidade. “Queríamos fazer um jogo para as massas, para todo o mundo. Que permitisse que ho-mens, mulheres, crianças, adul-tos, jogadores e pessoas que nun-ca tivessem jogado conseguissem facilmente entender e jogá-lo”, esclarece.

“O trabalho não acaba aqui”

Apesar de já ter sido lançado na plataforma da Apple no dia 11 de janeiro, a ideia é, em caso de sucesso, desenvolver a aplicação para outros dispositivos, nomea-damente os Android, da Google. Para já, a gratuitidade do jogo é garantida e “apenas quem qui-ser desbloquear conteúdo extra é que terá que pagar”. “O trabalho não acaba aqui”, garantem os em-preendedores da Arbit Studios. O passo seguinte é “criar mais con-teúdo para desbloquear e tentar puxar pela competitividade do jogo, através da ligação ao Face-book”. Por agora, os criadores do ZEZ pretendem espalhar o jogo pela Internet e contar com o fee-dback dos jogadores.

V Na foto: Pedro Ribeiro e José Vaz, criadores do ZEZ

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Na véspera do dia dos Reis, a 5 de janeiro, o restaurante “O Car-deal” organizou em Baguim do Monte, um jantar solidário com o objetivo de reverter a totalidade do valor do jantar – 20 euros por pes-soa - a favor do Centro Paroquial de Baguim. Boa disposição, janei-ras, música e cantares ao menino ajudaram a criar um ambiente de festa, acompanhado pelo prato tí-pico da consoada dos Reis, o ba-calhau.

“Temos aqui uma grande pro-va de solidariedade do povo de Baguim”, afirmou Francisco La-ranjeira, sócio-gerente do restau-rante “O Cardeal”. “Todos os anos a minha empresa dá donativos à Ação Social e este ano decidi dar ao Centro Paroquial de Baguim”, referiu.

Em cima das mesas estava tam-bém um envelope solidário, que Laranjeira fez questão de recordar. “Cada um dá o que quiser, podem dar cinco, 10, 50 ou 100 euros”, dis-se o sócio-gerente, em discurso.

Após o jantar veio a animação, que ficou a cargo do Rancho Fol-clórico Danças e Cantares “As Far-rapeirinhas de Baguim do Monte”, do Grupo Coral de Baguim e de Paulo Araújo, do grupo musical Arco do Bojo.

Emocionado com a disponibi-lidade do “Cardeal” e da popula-ção de Baguim, o padre Lucindo, responsável pelo Centro Paroquial de Baguim, agradeceu o gesto de beneficência e lembrou a impor-tância da solidariedade em tem-po de crise. “Não pedimos ajuda por nós, pedimos para ajudar os outros. Temos o compromisso de ajudar aqueles que ajudam”, disse o padre do Centro Paroquial de Baguim.

Nuno Coelho, Presidente da Junta de Freguesia de Baguim do Monte, Fernando Leite, adminis-trador da Lipor, Mário Gonçalves, Margarida Almeida, entre outras personalidades, marcaram presen-ça no jantar de beneficência.

“Cardeal” organizou jantar de beneficência a favor do lar de BaguimNo dia 5 de janeiro o restaurante “O Cardeal”, situado em Baguim do Monte, teve casa cheia num jantar de beneficência a favor do lar de idosos do Centro Paroquial de Baguim. Centenas de pessoas contribuíram com a totalidade do valor do jantar e tiveram também a hipótese de contribuir através de um envelope solidário.

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Nuno Coelho, Presidente da Junta de Freguesia de Baguim do Monte:Este jantar é a prova que a população de Baguim do Monte unida é capaz de demonstrar grande solidariedade.

Graciano Martinho, Presidente da Associação Comercial e Industrial de Gondomar:A Associação vai preocupar-se em poder desenvolver com as Juntas de Freguesia ações deste género para poder apoiar os mais carenciados.

Mário Gonçalves:Neste momento sinto-me mais feliz no meio da crise. Noto que em Gondomar temos muitas pessoas solidárias.

Paulo Amado:É uma iniciativa que demonstra a solidariedade desta paróquia e desta freguesia.

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V Na foto: Francisco Laranjeira V Na foto: Fernando Leite, administrador da Lipor, Padre Lucindo, Nuno Coelho, Presidente de Baguim do Monte e Mário Gonçalves

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11VIVACIDADE JANEIRO 2014

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Mais uma vez o atual executi-vo foi condenado ao pagamento de uma indemnização a um pri-vado como consequência de um ato de gestão de anteriores execu-tivos.

Em causa está o projeto de uma nova construção de um edi-fício de habitação e comércio no gaveto do Lugar do Mosteiro e da Rua da Boavista, em Rio Tinto, aprovado por unanimidade por deliberação da Câmara Municipal de Gondomar, a 25 de janeiro de 2001. A 22 de junho de 2001 deu entrada nos serviços da autarquia o projeto de arquitetura, cuja im-plantação proposta assegurava a cedência ao domínio público de 77,5 m2.

Porém, em setembro de 2001, a Câmara Municipal começou pe-

quenas obras de escavação sobre um passeio público encostado à

fachada do prédio projetado, aca-bando por ali serem construídos, em finais de outubro, ou início de novembro, sanitários públicos, que ainda hoje estão instalados no Largo do Mosteiro, em Rio Tinto.

O proprietário requereu, a 19 de agosto de 2002, a demolição dos sanitários, e a autarquia ar-gumentou que o requerente teria “que adaptar o projeto de cons-trução à realidade atual do lo-cal”. Sucede que a elaboração de um novo projeto de arquitetura implicaria o dispêndio de cerca de 25.000,00€, atendendo a que não era “tecnicamente possível adaptar-se o projeto já existente”. Mas a adaptação acabou por ser

efetuada, embora a área a edifi-car tenha sido reduzida em cerca de 120 m2, com modificação da tipologia original e elevada des-valorização das frações em causa, visto que nunca poderia ser utili-zada a fachada voltada para o Lar-go do Mosteiro, dada a presença e contiguidade dos sanitários.

Interposta ação judicial, a Câmara Municipal de Gondo-mar acabou por ser condena-da ao pagamento da quantia de 79.750,00€, acrescida de juros de mora desde a citação. Após re-curso para o Supremo Tribunal Administrativo, que em junho de 2013 manteve a decisão inicial, a Câmara interpôs recurso de revis-ta, que não foi agora admitido.

Gondomar: mais uma indemnizaçãoem consequência de decisão judicialO Supremo Tribunal Administrativo rejeitou, na semana passada, um recurso apresentado pela Câmara Municipal de Gondomar, que fica, deste modo, condenada ao pagamento de uma indemnização de 79.750,00€, acrescida de juros de mora desde o dia 8 de julho de 2005, num total de 103.800€. O Tribunal Central Administrativo Norte já havia negado provimento à decisão recorrida em junho de 2013.

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V Na foto: Edifício no gaveto do Lugar do Mosteiro e da Rua da Boavista

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Texto: Pedro Santos Ferreira

O conceito inspirado nas feiras de formato britânico em que os vendedores estacionam o carro, abrem a mala, montam uma banca e vendem artigos usados, pegou moda em Gondomar. A realizar-se desde setembro junto ao Pavilhão Multiusos, o Bazar da Baga-geira vai já a caminho da 6ª edição.

A ideia adaptada a Gondomar por Sofia Cardoso e Sérgio Macedo, já fez sucesso e tornou-se tradição aos primeiros domingos de cada mês, junto ao Parque das Merendas do Pavilhão Multiusos de Gondo-mar.

Peças de artesanato, roupa, acessórios, jogos, máquinas foto-gráficas e outros artigos usados, no Bazar da Bagageira há um pouco de tudo. “A ideia foi criar uma feira dirigida para a população que ven-de tudo o que está em casa parado: calçado, antiguidades, artesanato, entre outras coisas”, diz Sofia Car-

doso, organizadora do evento, em entrevista ao Vivacidade.

A responsável pela colocação de cartazes, produção de vídeos e gestão da página do Facebook, considera-se uma “super empresa” e mostra-se satisfeita com o resultado obtido em cinco edições do Bazar. “É um trabalho super gratificante e a terceira feira foi a prova dos nove. Veio muita gente ao Bazar”, afirma.

A participação na feira de usa-dos tem um custo de 10 euros por pessoa e requer uma inscrição pré-via.

Sara Lopes e “Duque deMilão” são fiéis desde aprimeira edição

A feira conta caras conhecidas

desde a primeira edição. Serafim Neves, conhecido por “Duque de Milão”, anima o Bazar com o pre-gão e confessa que ficou a conhecer a feira quando viu uns panfletos na Junta de Freguesia de S. Cosme. “Peguei num deles e liguei para participar. Não vou enriquecer com isto, mas gosto de vir pelo convívio”, conta ao Vivacidade.

Já Sara Lopes, vendedora des-de a primeira edição, vende malas, toalhas, calçado, velas e roupas e faz questão de continuar na feira, apesar de admitir que nem sempre a venda compensa. “Nem sempre compensa vir ao Bazar mas faço questão de vir desde o início. Por mim a feira podia ser quinzenal”, refere.

Bazar da Bagageira faz sucesso em Gondomar A feira de usados e artesanato home-made já se tornou uma tradição aos primeiros domingos de cada mês.

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V A inscrição prévia no Bazar da Bagageira tem um custo de 10 euros

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VIVACIDADE JANEIRO 2014

Texto: Ricardo Vieira Caldas Pedro Santos Ferreira

Concerto de Ano Novo e Janeiras animaram GondomarO desejo de um bom ano de 2014 foi unânime para os grupos que não esqueceram a tradição das janeiras em Rio Tinto e S. Cosme. No dia 4 e 12 de janeiro foram várias as iniciativas organizadas por grupos locais com um único objetivo: cantar as janeiras.

A noite de 4 de janeiro foi ani-mada no concelho de Gondomar. O Auditório Municipal de Gon-domar ficou lotado. O XX Encon-tro Nacional de Janeiras Cidade de Gondomar compôs-se este ano com a participação do Ran-cho Regional de Fânzeres [orga-nizador], Rancho Folclórico S. Cosme de Gemunde, Rancho Re-

gional de Lobão, Rancho Folcló-rico e Etnográfico “Moleirinhas” da Casconha e Rancho Folclórico da A.C.D.M.

Alfredo Machado, presidente do Rancho Regional de Fânze-res, explicou ao Vivacidade que não se pode “deixar morrer estas tradições até porque ainda há jo-vens a participar nos ranchos”. “É uma atividade que fazemos há 20 anos e que se realiza em colabo-ração com a Câmara Municipal de Gondomar (CMG). Todos os

anos tentamos trazer grupos de vários pontos do país. Este ano trouxemos grupos do Norte do país, porque vivemos um perío-do de dificuldades financeiras”, conta.

A colaboração, acrescenta Alfredo Machado, “tem dado frutos, apesar de já ter tido mais adesão por parte do público, mas infelizmente, a nível nacional, o folclore não é reconhecido como deveria ser”. “Se a CMG colabo-rar connosco, o Encontro será uma iniciativa para continuar”, refere.

No dia 12, pelas 15h, a mes-ma sala recebeu as atuações da Orquestra de Sopros da Banda Musical de Melres e do Canta-bile – Grupo Coral e Recreativo de Melres. Durante a cerimónia, foram entregues os prémios rela-tivos ao Concurso de Presépios de 2013.

Marco Martins, presidente da Câmara Municipal de Gondo-mar, Luís Filipe Araújo, vice-Pre-sidente, José Andrade, presidente da União de Freguesias de Medas e Melres, e José Pinto da Silva, presidente da Mesa da União de Freguesias, entre outras indivi-dualidades, marcaram presença no concerto.

Corim acolheu o 2.º En-contro de Janeiras de Rio Tinto

Já em na Igreja de Santo An-tónio de Corim, em Rio Tinto, a tradição e divulgação da cultura da freguesia centralizaram-se no 2.º Encontro de Janeiras de Rio Tinto.

A Associação Folclórica “Cantarinhas da Triana”, o Coro de Janeiras de Santo António do Corim, o Grupo de Danças e Cantares do Centro Social de Soutelo, o Grupo Etnográfico da Escola Preparatória de Rio Tinto e o Rancho Folclórico da Asso-ciação Cultural e Desportiva de Mindelo (Vila do Conde) foram os cinco grupos que se associa-ram à iniciativa. Neste segundo Encontro, discursaram entre ou-

tros, o presidente da Junta, Nuno Fonseca e o responsável pelo pe-louro da cultura da Junta, Sá Reis.

Nuno Fonseca agradeceu aos grupos presentes e lembrou que a intenção da Junta é, anualmente, organizar o encontro em locais diferentes da cidade. No final, entregou uma lembrança da fre-guesia.

As janeiras na Ponte de Rio Tinto

Uma hora mais tarde, na mes-

ma freguesia, a Capela de Nossa Senhora da Ponte, recebia o Con-certo de Reis, organizado pelo Coro Litúrgico da capela. No concerto, tiveram ainda presença marcada o Grupo Coral do Se-minário Pe. Dehon e o Orfeão da Fundação A LORD.

O público presente assistiu ainda à atuação de Joana Raquel Monteiro, Ana Carolina, Joana Raquel e Eduardo Rego. O presi-dente da Junta e o pároco da fre-guesia assistiram ao concerto.

V A A.F. Cantarinhas da Triana foi a primeira a atuar no 2.º Encontro de Janeiras de Rio Tinto V Centenas de pessoas aderiram em massa às Janeiras em Rio Tinto

V Várias personalidades políticas marcaram presença na Igreja de Santo António de CorimV A Capela de Nossa Senhora da Ponte, em Rio Tinto, também recebeu as Janeiras

V O Auditório Municipal encheu para ouvir o Grupo Coral e Recreativo de Melres V O XX Encontro de Janeiras Cidade de Gondomar também teve casa cheia

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Texto: Ricardo Vieira Caldas

Localizado no Ecocentro na rua da Cal, em Gondomar, o CROAG - Centro de Recolha Oficial de Animais de Gondomar – está de boa saúde mas espera aumentar as suas instalações em breve. O canil - e também gatil - acolhe semanalmente vários animais e disponibiliza-os para adoção. Em 2013, deram entrada nas instalações 799 cães e 177 gatos.

O “barba negra”, os “manos An-dres”, a “Mary” e o “Sam” têm pelo menos duas coisas em comum. São jovens cães e estão disponíveis para serem acolhidos em sua casa.

A responsável pelo CROAG, mais conhecido por Canil Munici-pal de Gondomar está, de há dois anos para cá, mais satisfeita. As ins-talações dispunham de apenas cin-co jaulas para acolhimento e agora já existem 12. Ainda assim, segun-do a responsável do canil, Vera Ra-malho, é pouco para o trabalho que têm no concelho mas as perspetivas

de aumento são boas. “O espaço su-ficiente é para os casos de animais que apanhamos na rua mas depois para adoção, muitas vezes, somos pressionados com o tempo porque estamos sempre a ter entradas e, ao contrário de uma associação, um canil municipal tem que ter sem-pre a porta aberta. As associações fecham portas e dizem que não aceitam mais. Um canil municipal tem que estar sempre aberto por-que há sempre a pessoa que mudou de casa, que vai para o estrangeiro, que não pode ter por causa dos vi-zinhos e tem que entregar o cão”, explica a técnica.

O abandono animal, na opinião de Vera Ramalho, tem diminuído

ao longo dos anos. No entanto, só em 2013 entraram no CROAG 976 animais e 39% foram para eutaná-sia. Para este ano, está prevista uma “parceria com as clínicas veteri-

nárias do município para que seja possível fazer a esterilização, a um preço mais económico, de animais adotados no canil”.

Da parte da autarquia, o verea-

dor do Ambiente da Câmara Muni-cipal de Gondomar, José Fernando Moreira, explica ao Vivacidade que “a ideia do aumento do canil não está posta de lado.” Pelo contrário, vai ser “levada à discussão no rea-justamento orçamental de abril”, garante o vereador.

“Havia, do lado dos munícipes, uma ideia errada sobre o canil mu-nicipal. As pessoas têm a ideia de que o canil municipal existe para pegar nos animais domésticos abandonados e, após a sua chega-da ao canil, serem abatidos. Essa ideia estava generalizada na ca-beça das pessoas e nós queremos mudá-la rapidamente”, remata José Fernando Moreira.

Centro de Recolha Oficial de Gondomartem animais para adotar

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Texto: Pedro Santos Ferreira

Em 2011, o Canal UP deu origem ao Canal Superior, um órgão de comunicação social centrado na comunidade do ensino superior nacional. A publicação online está em crescimento e, em setembro de 2013, foi necessária uma mudança de instalações da Areosa para a Travessa da Ponte, em Rio Tinto. O Vivacidade foi conhecer melhor o projeto editorial.

Situado num armazém de 3150m2 desde setembro de 2013, o Canal Superior está hoje “muito melhor”, segundo Filipa Silva, dire-tora de informação da publicação online. O espaço pertence ao grupo Ancestra, detentor da empresa An-cestra Comunicações que deu ori-gem ao projeto Canal UP, em 2005, um órgão de comunicação social que pretendia ser a referência para os estudantes que compõem o uni-verso do Ensino Superior.

Em 2011, sofreu uma renova-ção de nome, imagem e conteúdos, motivada pela presença na internet e o Canal UP foi substituído pelo Canal Superior. “Somos um canal que emite em circuito fechado, com

plasmas colocados em locais de grande afluência – normalmente em bares de instituições de ensino superior – e com presença na inter-net”, afirma Filipa Silva, em declara-ções ao Vivacidade.

Com uma redação moderna – a única do projeto - na Travessa da

Ponte, em Rio Tinto, a equipa do Canal Superior desloca-se por todo o país e cobre a atualidade univer-sitária que dá origem a conteúdos informativos e de entretenimento, emitidos sem som e com legendas - em mais de 100 postos dispersos por todo o país - “porque as televisões

estão situadas em locais de grande afluência, o que torna improvável que se oiça tudo o que é dito”, expli-ca a diretora de informação.

“Mais do que ser um canal para os estudantes do ensino superior público e privado com um projeto online, trabalhamos para ser um canal dos estudantes do ensino su-perior”, esclarece Filipa Silva. A di-retora do Canal Superior considera desafiante trabalhar para um “uni-verso alargado e heterogéneo, que abrange professores, investigadores e funcionários das universidades”.

Questionada sobre a possibi-lidade de emitir o Canal Superior em circuito aberto, Filipa Silva não confirma a hipótese, mas admite que não está fora de questão. “Neste momento funcionamos em circuito fechado, mas não é impossível que daqui a um ano possamos estar

numa operadora em circuito aber-to”, conclui.

Rio Tinto é local idealSatisfeita com a recente mudan-

ça da redação, Filipa Silva destaca a facilidade de acesso à Via Cintu-ra Interna e à Circunvalação como principais vantagens. “Para nós, es-tar em Rio Tinto é muito bom, por-que passamos para muito melhor e não estamos propriamente na peri-feria”, afirma a diretora de informa-ção do Canal Superior.

“Queremos crescer e o facto de estarmos numas instalações maio-res e com melhores condições faz parte do plano de crescimento da empresa. Mas não nos ficamos por aqui e ainda queremos construir um estúdio de televisão e melhorar as nossas condições de trabalho”, fi-naliza.

Canal Superior: a referência da informação universitária tem sede em Rio Tinto

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Texto: Ricardo Vieira Caldas

São os primeiros dados, ainda não definitivos. A Linha F faz, este mês, três anos de existência e já serviu de transporte a mais de oito milhões de pessoas. No total são quatro milhões de validações – cerca de 1500 em 2013 – e a estação mais procurada continua a ser a da Levada.

Desde a sua abertura em janeiro de 2011, a linha laran-ja, de Fânzeres, já foi utilizada

por mais

de 8 milhões de pessoas, to-talizando mais de 4 milhões de validações. Segundo fonte da Metro do Porto, o registo de validações de 2013 apresenta variações positivas em todos os meses do ano, comparando com o mesmo mês de 2012. O

mês, do ano passado, com maior procura foi outubro [mais de 142 mil validações] e o mais fraco foi agosto [101 mil validações].

Em 2013, os utiliza-dores da linha F valida-ram o seu andante 1485

ve z e s ,

cerca de 10% mais do que no ano da abertura.

Ao Vivacidade, a Metro do Porto reve-la ainda que, segundo estes primeiros dados, mais de 10 mil pessoas

viajam, todos os dias, na linha la-ranja.

Já no que respeita às  estações com mais procura, o primeiro lu-gar continua a pertencer à estação

da Levada, localizada a poucos me-tros do Centro Comercial Parque Nascente e que totaliza 360 mil va-lidações [24,5% da procura total da linha]. Segue-se depois, por ordem,

Contumil, Campainha, Fânzeres e Rio Tinto. As estações com menor procura são Nasoni e Nau Vitória, ambas no Porto e com cerca de 3% da procura total.

Três anos de Linha F Mais de oito milhões de pessoas já utilizaram a linha laranja

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Texto: Ricardo Vieira Caldas

Hélio Portela foi empossado como presidente da Direção do Centro Cultural e Desportivo (CCD) dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Gondomar, no dia 10 de janeiro, para o triénio 2014/2016, após o ato eleitoral mais concorrido de sempre, a que se candidataram duas listas. A cerimónia da Tomada de Posse teve lugar no auditório da Biblioteca Municipal de Gondomar.

Com um agradecimento senti-do a Guilherme Cruz, que condu-ziu a instituição nos dois últimos

mandatos, Hélio Portela começou o discurso a reforçar a promessa de um “caminho com direção” e a definir os próximos objetivos da nova direção: “uma nova sede so-cial”, “uma creche/infantário”, “im-plementar o apoio domiciliário aos

associados e à comunidade em ge-ral” e, ainda, “efetuar o alargamen-to a novos protocolos nas áreas da educação, desporto, ação social e saúde”.

Momentos antes da cerimónia, o atual presidente do CCD explicou também ao Vivacidade que preten-de “manter todas as atividades ha-bitualmente já organizadas pela as-sociação” e que para além disso vai estar atento “a tudo que seja apoio social”.

Quanto ao convite para presi-dente do CCD, Hélio Portela co-mentou: “Aceitei porque nestes úl-timos seis anos, a experiência que ganhei nesta associação foi muito enriquecedora e o presidente da al-tura, Guilherme Cruz, apresentou--me esse desafio e eu aceitei-o com

muito gosto.”A nova sede social também foi

discutida pelo presidente que re-velou que só irá ser possível “com a ajuda do executivo da Câmara”. “É uma necessidade, uma vez que neste momento a nossa sede só tem

uma sala. Não há nenhum compro-misso por parte da Câmara mas foi feito o pedido pela nossa parte e es-tamos a aguardar”, acrescentou.

Na tomada de posse, todo o Executivo camarário marcou pre-sença.

Hélio Portela é o novo presidente do CCD

Texto: Pedro Santos Ferreira

A nova direção da Associação Cultural e Recreativa Estrela de Baguim, presidida por Ricardo Aleixo, tomou posse no dia 10 de janeiro, na edifício sede da Estrela de Baguim. Em entrevista ao Vivacidade, Ricardo Aleixo, 35 anos, aponta a renovação dos estatutos e a solução da situação financeira como os principais objetivos para o próximo mandato, que será apenas de um ano.

Em que estado se encontra a as-sociação e quais são os objetivos desta nova direção?

Estivemos a avaliar o trabalho da anterior direção e concluímos que ficaram obras importantes por fazer. Esses encargos passam agora para a nossa contabilidade. Refiro-me ao telhado da arreca-dação lateral. Chove lá dentro e é preciso resolver isso.

Também já devia estar imple-mentado um programa de fatura-ção, porque tem que haver emis-são de recibos relativos à venda de produtos. Temos também que fazer um investimento nessa área.

Fui secretário da associação em 2006 e sei que, pelo menos, desde aí a associação deu sempre lucro. No entanto, este ano, a Es-trela de Baguim deu prejuízo. Da

nossa parte, tudo faremos para arranjar apoios para a associação.

No fundo, o grande objetivo pas-sa por revitalizar a associação?

É o ponto chave dos nossos objetivos. Outro objetivo passa por alterar os estatutos para que possamos introduzir novamente o desporto.

A intenção é poder dar aos sócios uma mais valia por ser sócio da associação. Queremos introduzir a prática de novas mo-dalidades, como por exemplo, o atletismo e vamos também tentar formar uma equipa de futsal para entrarmos no torneio de Baguim.

Temos uma equipa de bilhar federada, que compete todos os anos no torneio de “Bilharsinde”, mas vamos necessitar de patrocí-nios para competir. Até agora tem sido a sede a subsidiar a equipa.

Também verificamos que ape-nas metade dos sócios pagam as

quotas, que são de 6 euros por ano, ou seja, 50 cêntimos por mês, portanto vamos ter que regularizar as fichas de sócios. Iremos emitir novos cartões e vamos aproveitar essa oportunidade para introduzir

a passagem exclusiva dos sócios à parte de cima da sede, onde po-dem jogar bilhar, cartas e dominó. A passagem só será permitida com o cartão de sócio.

Quando sentiu que deveria can-didatar-se a presidente, mais uma vez?

A associação é bastante antiga e os sócios são maioritariamente idosos, no entanto, senti que as

coisas podiam ser renovadas. A última tomada de posse foi

há 30 e tal anos atrás e esta toma-da de posse foi praticamente iné-dita. Os associados deram-me os

parabéns porque começam a sen-tir a diferença.

Foi sentindo o apoio dos sócios para se candidatar novamente?

Houve alguns apoios. Ini-cialmente - porque somos uma direção jovem - existia alguma desconfiança sobre nós, mas aca-bamos por ter apoio e fomos elei-tos.

No final do mandato espera re-candidatar-se com o sentimento de dever cumprido?

Nunca sabemos o que vai acontecer, mas para já existe boa cooperação entre os elementos da direção e esse será um dos motivos principais. A decisão será tomada caso consiga cum-prir os objetivos a que me pro-ponho.

No entanto, não sabemos como vai correr o ano porque estamos a iniciar o mandato (risos).

Ricardo Aleixo: “Senti que as coisas podiam ser renovadas”Novo presidente do Estrela de Baguim em entrevista ao Vivacidade

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V Na foto: Ricardo Aleixo

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Comerciantes da Areosa descontentes com iluminação de NatalA rua Heróis da Pátria foi – segundo dizem os comerciantes – a primeira rua de Gondomar a ser iluminada na altura do Natal. Desde o início dos anos 90 que é hábito para os comerciantes desta rua pagarem para “iluminar o comércio” em época natalícia. Este ano não foi diferente mas os lojistas queixam-se de injustiça já que a rua ao lado – Dom Afonso Henriques – teve iluminação e não pagou.

Não querem revelar nomes mas querem mostrar que há “um descontentamento geral” na rua Heróis da Pátria.

“A rua Dom Afonso Henri-ques foi iluminada pela Câmara e a nossa não. Nós fomos a pri-meira rua de Gondomar a ser iluminada”, queixam-se. “No ano passado não houve iluminação” porque não havia dinheiro mas este ano a Comissão de Comer-ciantes da rua Heróis da Pátria, junto ao Mercado da Areosa juntou-se em peso para ilumi-nar uma das principais vias do comércio gondomarense. “Fi-camos chateados porque vimos

no jornal o Sr. Marco Martins a dizer que ia iluminar Gondomar e afinal esquece-se desta rua? A primeira rua que foi iluminada esquece-se?”, questionam os co-merciantes.

Segundo os mesmos, num dos anos que incluíram um mandato do ex-presidente da Câmara, Va-lentim Loureiro, a iluminação na rua chegou a ser “de borla”. Para o ano, os comerciantes reclamam por uma situação pelo menos se-melhante.

Ao Vivacidade, o presidente da Câmara Municipal de Gon-domar, Marco Martins, explicou que “a iluminação deste Natal em Gondomar foi a possível, num quadro de contenção de despesas e depois de dois anos de Natal praticamente sem luz.” Em 2013,

acrescenta, “a Câmara gastou o mesmo que em 2012 e conseguiu colocar três grandes painéis de Boas Festas em nome da Autar-quia e 180 painéis laterais em cerca de 30 arruamentos, depois de consultadas as juntas de fre-guesia. Compreendo algumas queixas de alguns comerciantes, mas é preciso ter consciência de que será sempre impossível agra-dar a toda a gente. Desconheço se os comerciantes pagavam a iluminação na rua Heróis da Pá-tria, mas, admitindo que sim, fica desde já a promessa que, como o apoio e a boa vontade de todos, teremos um Natal 2014 muitís-simo mais iluminado. Contando apenas com o dinheiro da Câma-ra é que não será possível fazer muito melhor”.

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Texto: Ricardo Vieira Caldas

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“Eu acho que não prejudicou os comerciantes. Antes de haver estacionamento pago, por vezes, os clientes queriam vir aqui mas não conseguiam, graças aos veí-culos em segunda e terceira fila. Hoje isso não acontece. Há sempre a possibilidade do cliente parar o carro, fazer a compra e partir”, diz José Pereira, dono de uma sapa-taria situada na Rua 25 de Abril, questionado pelo Vivacidade após um ano de estacionamento pago.

Ao lado da sapataria, Juliana Nunes, gerente de uma loja de ves-tuário, partilha a mesma opinião. “Não notamos muita diferença. As pessoas continuam a estacionar, não põem moeda e deixam o carro em segunda fila”, afirma a gondo-marense.

Contudo, os comerciantes mostram-se descontentes com a taxa de 0,85 cêntimos por hora, das

9h às 18h, durante os dias úteis. “A tarifa é um exagero, acho que deve-ria ser mais baixa. Quem for tomar café tem que pagar 25 cêntimos de estacionamento por 15 minutos, mais o preço do café”, refere Juliana Nunes.

Já José Cardoso, que ocupava

um dos lugares de estacionamento pago, concorda com cobrança de uma tarifa “em certos sítios”, mas considera que no Souto “não era necessário pagar o estacionamen-to, até porque existe o parque do centro comercial”.

No cruzamento entre a Rua 25 de Abril com a Rua da Igreja, Antó-nio Pimenta, de Sobrado, Valongo, considera o estacionamento preju-dicial para o comércio. “As pessoas não estão dispostas a fazer compras aqui quando podem estacionar gra-tuitamente nas grandes superfícies comerciais. Podiam baixar os pre-ços para 15 cêntimos de taxa míni-ma”, afirma o valonguense.

Câmara de Gondomar está a analisar a situação

Contactado pelo Vivacidade, uma fonte do Gabinete de Comu-nicação e Imagem da Câmara Mu-nicipal de Gondomar admitiu que ainda não foi feita uma avaliação do primeiro ano de estacionamen-to pago no centro de Gondomar, nem uma revisão da tabela de pre-ços em vigor. “Aguardamos por uma reunião com o concessioná-rio”, refere a fonte do gabinete de comunicação da Câmara.

Quanto há possibilidade de alargar o estacionamento pago a

outras freguesias do concelho, a Câmara de Gondomar está neste momento a analisar a si-tuação, com “várias sugestões de diferentes juntas de fregue-sia”.

Um ano de estacionamentopago em GondomarOpinião de comerciantes e utilizadores diverge ao fim de um ano de cobrança de estacionamento na via públicaDesde 17 de janeiro de 2013 que o estacionamento começou a ser pago no centro de Gondomar (S. Cosme). Passado um ano as opiniões de comerciantes e utilizadores dividem-se em relação à utilida-de do estacionamento pago e ao valor da tarifa.

Texto: Pedro Santos Ferreira

Inquérito de rua

Vera Baião36 anosDesempregada

“Os valores são elevados. As pessoas acabam por abdicar do pe-queno comércio.”

Carlos Freitas43 anosVendedor

“Concordo com o estacionamento pago em Gondomar. Sou vende-dor, venho aqui muitas vezes e quando não era pago não tínhamos estacionamento, agora há sempre lugares. Acho que a tarifa é jus-ta.”

Patrícia SantosComerciante28 anos

“O primeiro ano de estacionamento pago foi mau. Só para virem à loja os clientes têm que pagar 25 cêntimos e não é qualquer um que aceita esse preço quando pode ir ao shopping e tem lugar gratuito.”

Há um ano atrás:

Na edição de janeiro de 2013, o Vivacidade questionou José Oliveira, Vice-Presidente do executivo de Valentim Lou-reiro sobre o estacionamento pago em Gondomar (S. Cos-me). Na altura, José Oliveira considerou os lugares pagos “benéficos para o comércio lo-cal”. “Quem quiser ir às com-pras tem um lugar disponível”, afirmou.

V No total estão disponíveis 476 lugares de estacionamento pago

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Sociedade

VIVACIDADE JANEIRO 2014

Depois do desfile até à Junta de Freguesia de Rio Tinto e da já tradicional visita ao cemitério, em memória dos membros falecidos da banda, a Banda S. Cristóvão de Rio Tinto rumou ao Centro Social e Paroquial de Rio Tinto para a atuação das bandas Juvenil e Sé-nior. A sessão solene contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Gondomar (CMG), Marco Martins e do vice presiden-te, Luís Filipe Araújo, assim como do presidente da Junta de Fregue-sia de Rio Tinto (JFRT), Nuno Fonseca e de alguns membros do seu executivo, entre outros.

Ao Vivacidade, Daniel Ribei-ro mostrou uma enorme alegria pelos 77 anos da associação re-velando um “vincado orgulho e satisfação.”

A satisfação, contudo, não é demonstrada pelo presidente quando se fala na sede da Banda de Rio Tinto. “Infelizmente, a ban-da - que tantos eventos gratuitos promove ao longo do ano em Rio Tinto - não dispõe de condições fisicas necessárias para um evento deste tipo e ou similar, obrigando--nos constantemente a inovar, e a procurar alternativas de recurso, provocando-nos uma logística

operacional elevada, a qual des-gasta e acarreta por vezes pre-juízos monetários para a banda. Penso que esta enorme associação e a cidade mereciam por parte do poder autárquico mais atenção a este nível”, lamentou Daniel Ribei-ro. Questionado sobre se havia já algum tipo de compromisso com a autarquia no que diz respeito à Sede Social, o presidente negou e explicou que “a direcção tem feito a reivindicação, reforçando-a tam-bém em conversações informais com a CMG e JFRT.”

Este ano haverá eleições para os novos Corpos Sociais e sem

querer comprometer-se com nova candidatura, Daniel Ribeiro está convicto de que “não faltarão só-cios para a abertura e formação

de listas.” Porque, segundo o pre-sidente, “a banda não só respira saúde e está bem como se reco-menda.”

Banda de Rio Tinto lança novo CDAssociação festejou 77.º aniversário fora da sedeFoi com uma arruada pelas ruas de Rio Tinto que a Banda S. Cristóvão iniciou as comemorações do seu 77.º aniversário. O concerto e a celebração propriamente dita foram já no Salão do Centro Social e Paroquial de Rio Tinto, um local provisório, já que a direção da Banda revela não ter condições para receber os convidados na atual sede. O lançamento do novo CD foi o ponto mais marcante da iniciativa.

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75.º Ecoponto de Gondomar instalado em São CosmeDesde dezembro que a Câmara Municipal de Gondomar come-çou a instalação de 100 ecopontos que estão a ser montados por todo o concelho. A Rua Cimo da Serra, em Gondomar (S.Cosme), recebeu, no dia 10 de janeiro, o 75º ecoponto. Desde 2010 que não era colocado qualquer ecoponto em Gondomar.

“Desde dezembro estamos a colocar ecopontos em Gondomar. Este é o 75.º a ser colocado e está no centro do concelho de Gondomar. É um investimento perto dos 1.500 euros por cada conjunto, com o objetivo de proporcionar condições à po-pulação para criar hábitos de reciclagem”, disse Marco Martins, Presidente da Câma-ra Municipal de Gondomar, após a insta-lação do 75.º ecoponto na Rua Cimo da Serra, em Gondomar (S. Cosme). Desde 2010 que não era colocado um ecoponto em Gondomar.

A medida inserida num compromisso

assumido entre os Estados-membros da União Europeia, que deverão reciclar, pelo menos, 50% dos seus resíduos, entre 2014 e 2020, prevê a instalação de um lote de 100 ecopontos espalhados pelo concelho.

“Em breve, será definido um Plano de Gestão de Resíduos para o Município. Gostaria que Gondomar fosse, nos próxi-mos anos, um exemplo de reciclagem para a Área Metropolitana do Porto”, disse José Fernando Moreira, Vereador do Pelouro do Ambiente e Serviços Urbanos, em de-clarações ao Vivacidade.

Ecopontos: Baguim do Monte – 4Fânzeres – 11Gondomar (S. Cosme) – 4Jovim – 5Lomba – 1Medas – 2Melres – 1Rio Tinto – 29S. Pedro da Cova – 12Valbom - 6

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Cultura

Texto: Ricardo Vieira Caldas

“Destino de um parafuso”O livro de homenagem ao jovemgondomarense vítima de acidente rodoviárioAndré Miguel Silva foi, em junho do ano passado, vítima mortal de um despiste de uma carrinha na A7, em Famalicão, que levava sete universitários. Em homenagem ao “jovem excecional”, o pai, Carlos Alberto, recuperou uma composição que o filho fez aos 12 anos e publicou-a. Esta é a história do “Destino de um parafuso”.

Já foi apresentado na Feira do Livro de Gondomar e na Livraria Lello. O “Destino de um parafuso” é o resultado do “fair play e carácter” do André, apresentado ao mun-do pelo pai Carlos Alberto.

O livro “Destino de um parafuso”, de André Miguel Silva, estudante universitá-rio vítima de um acidente rodoviário em junho, foi apresentado na Livraria Lello, no Porto, e recupera uma composição que o mesmo escreveu aos 12 anos.

“Após o trágico acontecimento do aci-dente de viação que vitimou o André quan-do vinha com os colegas da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia de que ele fazia parte, surgiram-me várias ideias que pudessem garantir o registo da

memória de um jovem excecional como ele era”, começa por contar ao Vivacidade, Carlos Alberto. “Num momento de tragé-dia tão violenta que roubou o futuro a um jovem com grande potencial, muito sociá-vel, alegre, divertido, lutador, de carácter e com muitos amigos, reagi do modo mais enérgico que me foi possível, com a von-tade de deixar o nome do André ligado a algo de valor acrescentado”, acrescenta o pai do jovem.

Carlos Alberto explica ainda que “len-do a história aos olhos da atualidade e analisando o que foi o percurso do André até à sua fatídica partida, existem diversos aspetos interessantes”. Um deles é que An-dré teve a “vida de um parafuso” já que, segundo o pai, “o elemento parafuso, em si mesmo, de modo isolado, não pode servir de grande coisa” mas, ao mesmo tempo, é “um elemento de grande importância na ligação de peças, elementos, estruturas e na construção de coisas novas em diversi-ficados contextos”.

O livro “Destino de um parafuso” per-mitirá “desse modo manter entre nós esse percurso de luta, carácter e busca do suces-so. Mas sempre feito com elevação e fair--play que lhe garantiu sempre o respeito e admiração dos seus adversários que ti-nham objetivos diferentes em campo mas continuavam amigos cá fora”, finaliza Car-los Alberto.

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Cultura

Este ano o S. Brás abriga-se do mau tempoFestejos são a 26 de janeiro e 1, 2 e 3 de fevereiro

A época do ano mais esperada pelos baguinenses está a chegar. O dia de S. Brás dá-se a 3 de fevereiro mas o fim de semana anterior servirá também para quem quiser provar as iguarias de Baguim do Monte. Os rojões e as papas de sarrabulho estão novamente a con-curso e o programa das festas é vasto.

Texto: Ricardo Vieira Caldas

A Cooperativa Cultural “Arco do Bojo”, Confraria Gastronómica dos Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte e Con-fraria do Sagrado Coração de Maria e São Brás, vão organizar uma vez mais as Festas a S. Brás, em Baguim do Monte.  Nos pró-ximos dias 26 de janeiro, 1, 2 e 3 de feverei-ro, a freguesia pode contar um programa

recheado de atrativos que vão da música à gastronomia, não esquecendo a componente religiosa.

No dia 26 de janeiro, para além do já ha-bitual, almoço convívio – que este ano será na Quinta D. José, em Jovim – haverá a ce-rimónia de entronização de 10 novos con-frades pelas 11h, na Igreja Matriz. O padre António Borges, anterior pároco de Baguim, vai ser o Confrade de Honra deste ano.

Em entrevista ao Vivacidade, Paulo Araújo, um dos principais organizadores, dá conta da novidade para este ano. “Vamos instalar uma tenda maior do que a do ano passado no espaço do Largo de S. Brás”, refe-re. Com cerca de 150 a 200 metros quadra-dos, a tenda gigante cobrirá o espaço mais amplo do Largo de S. Brás para “combater

as condições climatéricas mais adversas de fevereiro”.

Para Paulo Araújo, o objetivo é que “da-qui a uns tempos se consiga colocar uma tenda gigante para que os restaurantes se possam instalar e servir rojões e papas du-rante uns dias”.

O 15º Concurso Gastronómico Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte, organizado pela Cooperativa Cultural Arco do Bojo, acontecerá   no dia 3 de fevereiro com a participação de diversas unidades de

restauração da freguesia de Baguim do Mon-te que disponibilizarão aos seus clientes estes apetitosos petiscos nos seus estabelecimen-tos. O júri que provará os pratos a concurso através de uma prova cega, isto é, sem sabe-rem o nome do participante, reúne-se no mesmo dia, entre as 12.00 h e as 14.00 h, no Largo de S. Brás. A entrega de prémios será pelas 21h30.

A animação musical ficará a cargo da Banda Curta, no dia 1 de fevereiro pelas 21h30, do Rancho Folclórico de Gens e Ran-cho Folclórico D.C. “As Farrapeirinhas” de Baguim do Monte, pelas 15h do dia 2 e do Conjunto Típico “Os Amigos de S. Pedro da Cova”, pelas 21h30 do mesmo dia. No dia de S. Brás, a Banda Musical de S. Cipriano (A Nova) de Resende tocará também pelas 8h.

V Na foto: Paulo Araújo, Presidente da Cooperativa Cultural Arco do Bojo

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“Gondomar devia apostar mais nos músicos da terra”Com o mais recente álbum “Nossos Momentos”, Nelo Silva, de Rio Tinto, dá início a uma nova fase da sua vida artística. Conhecido pela sua ‘fase de ouro’ com a Dupla “Nelo Silva e Cristiana” que durou 15 anos, o cantor dedica-se agora à sua carreira a solo. Uma “viagem ao passa-do e ao futuro, retratando as influências do artista, com vários sons e ritmos, não esquecendo o estilo romântico” é o que caracteriza o último disco do artista com 40 anos de carreira. O Vivacidade quis saber mais do músico riotintense autor de vários temas como “Felicidade”, “Ela”, “Um beijinho não se nega” e a “canção da família”.

Texto: Ricardo Vieira Caldas

Quando começou o seu gosto pela música?

Começou quando era muito jo-vem. Primeiro, aos 14 anos, formei um grupo de baile com uns amigos – aqueles grupinhos de garagem – e aquilo começou a resultar muito bem. Eu era o vocalista principal. Não tocávamos só música popular portuguesa. Começamos logo a tocar músicas que estavam muito na moda, como os Beatles. Aliás, a música popular portuguesa, ain-da hoje, não continua a ser a mi-nha principal ação a nível de canto. Canto música ligeira mas sempre romântica. São músicas com ritmo, com balanço.

Se tivesse que se com-parar com algum artis-ta português da atuali-dade com quem é que se identificava?

Talvez, por exemplo, Marco Paulo ou Toy.

Desde muito pequeno que convive com Rio Tinto. A fre-guesia diz-lhe muito?

Sim, apesar de não ser natu-ral de Rio Tinto, esta é a fregue-sia onde eu cresci, onde fiz todo o meu percurso e onde me tornei homem. Depois casei e fui viver para o Porto mas as saudades eram mais fortes e por isso voltei para Rio Tinto e agora estou a viver a um minuto de distância. Portanto, fui criado cá.

No contacto que tem mantido com o concelho, pensa que o têm acolhido da melhor forma?

Eu costumo dizer que san-tos da casa não fazem milagres e neste caso isto assenta como uma luva. Mas não é só co-migo, é com quase todos os

artistas que vivem por aqui. Não vejo os meus colegas artistas da-qui a terem muitos concertos pela zona de Gondomar. É uma pena porque já tenho feito alguns espe-táculos na periferia e têm provo-cado autênticas enchentes. Ainda no ano passado estive no Centro de Ciclistas e tiveram que cortar a avenida. E penso “que Diabo! Se apostassem mais nos músicos da

terra!” Aqui fazem-se umas festas muito bonitas, como o S. Bento das Peras e S. Cristóvão e, por incrível que pareça, mesmo no auge da minha carreira, cheguei a ser contactado pela Comissão de Festas e reduzi os custos a mais de metade do preço e mesmo assim não aceitaram. Foi uma coisa ina-creditável.

Vir cantar “à sua terra” é um dos seus objetivos futuros?

No fundo, por um lado, estou a ser um pouco injusto naquilo que disse anteriormente. Ao longo des-tes últimos 10 anos, o anterior pre-sidente da Câmara de Gondomar de alguma maneira reconheceu al-

guns artistas e eu fui duas vezes fazer dois grandes concertos às Festas da Nossa Senhora do Rosário. Tive também a honra de fazer um espetácu-lo na inauguração do Pavi-lhão Multiusos, quando foi aberto ao público. Portan-to, de quando em vez sou chamado, não vou pintar o quadro todo de negro. Acho é que deviam apos-tar mais.

No panorama nacional, como está o mercado da mú-

sica?A situação não está fácil. As

Comissões de Festas têm cada vez mais dificuldades porque não há dinheiro. As Juntas e Câmaras começaram a cortar nos orça-mentos e as Comissões começam a servir-se da “prata da casa”. Vou de vez em quando aos programas da televisão, quando me convi-dam através da minha editora mas às vezes faço questão que não me convidem para ir a alguns programas. Porque há alguns pro-gramas que não vêm trazer nada de especial ao bom nome que o artista tem, antes pelo contrário. São programas demasiado popu-laruchos.

Que temas considera mais mar-cantes na sua carreira?

O meu último álbum [Nossos Momentos] está a funcionar mui-tíssimo bem. Em termos contabi-lísticos, a editora dá um ano para aferir se o disco funcionou bem e a indicação que eu tenho é que o disco está a vender muito bem. Relativamente aos temas mais mar-cantes, ao longo destes anos todos é difícil enumerar um. Mas posso por exemplo falar de um tema que gravei para o Festival da Canção da RTP [“Entre Céu e Mar”], em 1985, que ainda hoje canto. Há um outro muito marcante que se chama “Teu Corpo Mulher” em que ganhei vá-rios prémios. Depois já com a mi-nha filha Cristiana há um “Como estás amor” que de facto, a nível popular, foi “uma bomba”.

Falou já por diversas vezes que se desloca a outros países, como França e Austrália para atuar. Para a sua carreira, as comunida-des de emigrantes são tão ou mais importantes do que a portuguesa?

Sim, mas já tudo isso já foi

melhor. Houve alturas em que ia a França com muita frequência e os emigrantes vinham todos pedir au-tógrafos, com lágrimas nos olhos e saudades do país. Hoje isso já não acontece porque há uma proximi-dade muito maior. As pessoas vêm com muito mais facilidade a Portu-gal. E depois também há um outro fator a considerar. Hoje os filhos dos emigrantes portugueses - uma nova geração – já não se revêm muito na música e tradições portu-guesas. Têm outras tendências e até já se torna um pouco difícil chamá--los a alguns eventos que vamos lá fazer.

Já tem data marcada para o térmi-no da carreira ou nunca pensou nisso?

Sinceramente não pensei nis-so. Enquanto eu tiver um aspeto que não dê a imagem que estou em decadência, um aspeto jovial, e en-quanto a voz e as cordas vocais me permitirem chegar a um espetáculo e fazer uma hora e meia de concer-to, não vou estabelecer uma meta para deixar de cantar.

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Cultura: Entrevista a Nelo Silva

VNelo Silva sente saudades de viver em Rio Tinto

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Cultura

Mais de 90 mil pessoas passaram peloLugar do Desenho de Júlio ResendeCom mais de 10 anos de existência, a Fundação Júlio Resende continua a expôr e divulgar as obras do seu mestre num lugar que já acolheu mais de 90 mil visitantes. O Lugar do Desenho, em Valbom, recebe pessoas de todo o país e expõe as obras do já falecido pintor e de vários outros autores, incluindo de jovens artistas. Apesar do sucesso, a crise também bateu à porta deste lugar que anseia por melhores dias.

Texto: Ricardo Vieira Caldas

O mês de novembro de 1993 marcou o início de uma etapa para o pintor Júlio Resende. Apesar do seu falecimento oito anos depois, o trabalho do “mestre” é apreciado por milhares de pessoas anualmen-te.

A inauguração das instalações do Lugar do Desenho, em Valbom, foram a 23 de outubro de 1997, mo-tivada pela doação de centenas de obras do pintor e pelo seu “crédito na Educação pela Arte”. O edifício sede compreende áreas de exposi-ção, um auditório, oficinas, biblio-

teca, loja e um espaço de residência para artistas. Anualmente, é reno-vada a exposição do pintor, por altura do aniversário da Fundação. Para além das obras de Júlio Re-sende, o Lugar do Desenho possui exposições temporárias de outros autores e, desde 2012, acolhe tam-bém trabalhos de jovens artistas em

início de carreira, numa sala criada para o efeito. Até agora, a Fundação Júlio Resende realizou um total de 184 exposições.

Fundação com “algumas di-ficuldades financeiras”

Atualmente, quem dirige o lugar é Guilherme Figueiredo. O presidente do Conselho de Admi-nistração esteve à conversa com o Vivacidade e não escondeu os dias menos bons em que vive a funda-ção, no que respeita às despesas que a mesma possui diariamente. “A Fundação encontra-se a tra-balhar com muitos projetos e um potencial enormíssimo, nomea-damente para a área do concelho,

mas encontra-se simultaneamente com algumas dificuldades finan-ceiras porque é uma fundação não patrocinada pelo Estado, não tem subsídios, vive com as suas pró-prias receitas – através dos mece-nas e dos Amigos da Fundação”, explica.

Guilherme Figueiredo, faz no-

tar que as despesas da fundação “têm como principal objetivo pro-porcionar ao público em geral, o acompanhamento daquilo que se faz hoje do ponto de vista da pin-tura e da cultura” e que as obras de arte expostas “não são para venda” e que, logo, o Lugar não é “produtor de receitas”.

Câmara deve 62 mil euros à instituição

O espólio de Júlio Resende, ex-posto no Lugar do Desenho é de “grande valor” para Guilherme Fi-gueiredo mas não traz receitas para a fundação que conta com mais de uma década de existência. Para so-breviver, a instituição conta com o apoio dos “Amigos da Fundação”, uma rede de mecenas criado para ajudar o Lugar. No entanto, na opi-nião do presidente do Conselho de Administração “é necessário um

apoio maior externo à Fundação.” “A própria Câmara Municipal de Gondomar tem uma dívida para connosco de cerca de 62 mil euros e que para nós era absolutamente essencial que fosse paga”, refere.

Relativamente à dívida, Gui-lherme Figueiredo explica ao Viva-cidade que já “houve uma reunião com o novo presidente da Câmara e com o vereador da Cultura” e que “ficaram de avaliar as questões quer do pagamento da dívida protoco-lada quer do ponto de vista de um outro tipo de apoio que pudesse ser dado pela Câmara.”

A dívida deve-se a um apoio que foi protocolado para a constru-ção de umas oficinas da Fundação e da qual a Câmara apenas liquidou, até ao momento, 50%.

“Estamos esperançados”, co-menta o presidente da Fundação, a respeito do pagamento da dívida

para breve. Da parte do atual executivo a

questão é vista da mesma forma. “O atual Executivo assume que há uma dívida para com a Fundação, uma vez que o protocolo estabelecido com a instituição não estava a ser cumprido”, explica uma fonte do Gabinete de Comunicação e Ima-gem da Câmara Municipal de Gon-domar. “A Câmara já reuniu com responsáveis da instituição, tendo assumido, em nome da instituição que é e do seu valor patrimonial e, sobretudo, artístico, o pagamento da dívida. A questão ficará neste ano, de 2014, resolvida”, garante a mesma fonte.

As obras de Júlio Resende en-contram-se em exposição perma-nente no Lugar do Desenho, loca-lizado na rua Pintor Júlio Resende, 346, Valbom. O preço de entrada é de um euro.

22 de Setembro de 1995 - lançamento da primeira pedra da Sede com a presença de Valente de Oliveira, então Ministro do Planeamento e Administração do Território, e de Valentim Loureiro, então presidente da Câmara Municipal de Gondomar

23 de outubro de 1997 – inauguração da sede com presença do, na altura, presidente da República Jorge Sampaio

2002 – ampliação do espaço do Lugar do Desenho

23 de outubro de 2012 – abertura ao público da Casa-Atelier do Artista, classificada como Monumento de Interesse Público em junho de 2011

outubro de 2012 – criação de sala para exposição de trabalhos de jovens artistas

V Casa-Atelier do Artista

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V Na foto: Guilherme Figueiredo e Zulmiro de Carvalho

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Ciclista Paulo Ferreira lançou segunda edição da biografia “Dever Cumprido”O Auditório Municipal de Gondomar recebeu no dia 18 de janeiro o lançamento da segunda edição da biografia “Paulo Ferreira – Dever Cumprido”. A obra assinada por José Magalhães Castela, retrata os 16 anos de carreira profissional do ex-ciclista gondomarense.

Texto: Pedro Santos Ferreira

Foi perante uma plateia de ex--ciclistas, amigos, familiares e co-legas de profissão que Paulo Fer-reira lançou a segunda edição da biografia “Paulo Ferreira – Dever Cumprido”, no dia 18 de janeiro, no Auditório Municipal de Gondomar. A sessão começou com um vídeo que recordou alguns dos melhores momentos da carreira do ciclista homenageado, que na hora de dis-cursar, cedeu à emoção.

“Esta segunda edição do livro tem novamente o objetivo de ajudar o meu amigo Daniel Neves. A pri-meira edição esgotou rapidamente e

nesta segunda edição optámos por aumentar um bocadinho o livro, com a inclusão da parte da forma-ção de ciclismo”, disse Paulo Ferrei-ra, em entrevista ao Vivacidade.

Feliz com o crescimento do ci-clismo em Portugal, o ex-atleta su-blinhou a importância dos direitos de autor reverterem a favor de Da-niel Neves - ex-ciclista vítima de um acidente que o deixou com um ele-

vado grau de incapacidade física - por decisão do biografado e de José Magalhães Castela, autor da obra.

“Este livro é motivo de uma grande alegria minha. Sou grande amigo do Paulo Ferreira e sinto-me extremamente recompensado por tudo”, disse José Magalhães Castela ao Vivacidade.

Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar

- que assinou o prefácio da bio-grafia - Luís Filipe Araújo, Vice--Presidente e Vereador da Cul-tura, Sandra Brandão, Vereadora dos Recursos Humanos, Delmino Pereira, Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, repre-sentantes das juntas de freguesia

de Gondomar, e ex-ciclistas como Alves Barbosa, também marcaram presença no evento.

À margem do lançamento da segunda edição da biografia, Paulo Ferreira inaugurou também uma exposição de memórias de 16 anos de carreira profissional.

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Cultura

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Em 2014 vamos assistir a “roubalheiras medonhas”,segundo “O Seringador”Almanaque centenário é produzido em Baguim do Monte há 5 anos.Segundo as previsões do almanaque “O Seringador”, em 2014, “devemos precaver-nos” contra “roubalheiras medonhas” com “um alentado varapau”. Produzido pela Lello Editores, em Baguim do Monte, há século e meio o anual é hoje a mais antiga publicação regular feita em Portugal.

Texto: Pedro Santos Ferreira

O almanaque “O Seringador” chegou à Lello Editores há três dé-cadas, mas conta já com 149 anos de história. É, segundo a enciclo-pédia da Verbo, a mais antiga pu-blicação regular feita em Portugal, sem nunca ter sido interrompida e, apesar de portuense, passou a ser produzida em Baguim do Monte, desde 2009.

Para 2014, o anual prevê uma primavera “húmida”, um verão “quente”, um outono “temperado” e um inverno “não muito frio”. José Manuel Lello, diretor da Lello Edi-tores, a quem foi atribuída a respon-sabilidade de editar “O Seringador” há 30 anos, explica o objetivo do al-manaque dado às artes da sátira: “É um livreto com informações úteis

sobre as feiras, calendários, santos, dias, feriados e que tem também conselhos úteis para a agricultura e outras informações”, refere, sem es-quecer “a parte dedicada aos versos críticos e anedotas”.

Autocaracterizado como “re-portório crítico-jocoso e prognós-tico diário para 2014”, “O Seringa-dor” prevê ainda que no decorrer do ano os portugueses irão assistir a “roubalheiras medonhas” e acon-selha por isso, no “juízo do ano”, “um alentado varapau para conter aqueles que se apropinquem para nos assaltar”. José Lello garante o “critério científico” das previsões, feitas com base nos dados do Ins-tituto Português do Mar e da At-mosfera.

No total são cinco pessoas di-retamente envolvidas na produção do almanaque, que “exige um tra-balho de revisão muito apurado

para evitar er-ros e enganos”, diz o diretor da Lello Editores, em en-

trevista ao Vivacidade.“O Seringador” é habitual-

mente lançado em julho e ven-dido até março, “principalmente desde Bragança até Leiria, onde

é mais conhecido”, afirma José Lello, que se con-

fessa pouco preocupado com a concorrência do “Almanaque do Camponez” – publicação açoria-na – e “Borda D’Água”, o anual que o deputado comunista Bru-no Dias levou para o Parlamento, em 2013.

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Page 26: Vivacidade ed. 90 - Janeiro 2014

“A Agência Portuguesa do Am-biente (APA) abriu um processo de contraordenação à Águas de Gondo-mar por descarga, no final de 2013, de esgotos não tratados no rio Tin-to. A situação é ainda mais grave já que foi reconhecido que a ETAR em causa está subdimensionada. Peran-te a gravidade da situação e o risco para a poluição o Bloco de Esquerda questionará o Ministro do Ambiente sobre esta situação e as medidas ne-cessárias para a resolução do proble-ma. A vida concreta das populações tem toda a dignidade para ser discu-tida na Assembleia da República.” É desta forma que Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, mostra o seu desconten-tamento em relação à mais recente situação ocorrida com o rio Tinto.

A deputada explica ao Vivaci-dade que “esta situação mostra que atividades essenciais para a vida em comunidade, como o abastecimento de água e o tratamento das águas residuais, não podem ser reguladas em função do lucro privado. Deve imperar o interesse público. Deste modo, e ainda para mais atenden-do a que as normas ambientais são violadas e a capacidade de resposta não corresponde às necessidades, a gestão das águas e do saneamento devem regressar à gestão pública.”

“Registe-se aliás que a Águas de Gondomar tem um acionista do grupo da Águas de Barcelos, num negócio que está a levar a autarquia barcelense à beira da falência”, acres-centa Catarina Martins.

O problema Depois da denúncia feita no fi-

nal de 2013 pelo MDRT, o problema que afetou a rede elétrica da ETAR do Meiral foi resolvido. No entanto, o Movimento continua a denunciar descargas ilegais no rio e a 15 de ja-neiro o Vivacidade pôde comprovar que parte do efluente que chega à ETAR continuava em ligação direta

ao rio Tinto.A 3 de janeiro, a Câmara Mu-

nicipal de Gondomar (CMG) e Agência Portuguesa do Ambiente (APA) anunciam, em comunicado, um acompanhamento na gestão da ETAR do Meiral, na sequência do sucedido. A APA levantou um pro-cesso de contra-ordenação à Águas de Gondomar (AdG) e é anunciado

que “nos próximos dias, responsáveis da APA e das Câmaras Municipais de Gondomar e do Porto voltarão ao local, para avaliação e estudo de pos-sibilidades alternativas ao tratamen-to que é feito na ETAR do Meiral.”

“Há picos de caudais enor-míssimos e a ETAR pode às vezes ter que deitar fora para conseguir suportar essa quantidade de água”

Ao Vivacidade, o administrador regional da ARH Norte [atual APA], Pimenta Machado, confessa que a ETAR do Meiral possui, neste mo-mento, “uma pressão urbana fortís-

sima”. “Há picos de caudais enormís-simos e a ETAR pode às vezes ter que deitar fora para conseguir suportar essa quantidade de água”, refere. Se-gundo o mesmo, “toda a bacia que aflui aquela ETAR é uma zona que é muito urbana e impermeabilizada” e o efluente tem vindo a crescer e isso “é um problema”, já que a ETAR foi projetada nos anos 80.

Pimenta Machado garante, no entanto, que a APA “sempre moni-torizou a qualidade da água” desta ETAR. “Nós fizemos duas vistorias muito recentemente”, acrescenta.

Na opinião do administrador da APA da zona norte, “a ETAR é uma fonte de poluição.” “Mas sublinho, a ETAR é para tratar águas residuais geradas pela comunidade urbana. A ETAR não é um problema, é uma solução para dar resposta às águas re-siduais geradas pela comunidade ur-bana”, explica. Pimenta Machado vai mais longe e explica ao Vivacidade que “não concorda que haja um rio depois e antes da ETAR.” “O que eu

digo é que a água residual, ainda que tratada aos níveis da lei, gera um im-pacto no rio que é mais elevado em estiagem, isto é no verão, onde a água que circula no rio é menor”, afirma.

Quanto ao que se passou no fi-nal de 2013, Pimenta Machado, diz que “não pode garantir que não vai acontecer de novo.” “Avarias e aci-dentes podem acontecer. O que pos-

so garantir é que está a ser vigiado ao máximo. Têm uma vigilância muito apertada. Há aqui um esforço para minimizar o risco de acidentes. A APA está mais atenta ao problema de Gondomar, neste momento”, garante.

21 milhões de litros de esgo-tos no rio Tinto

“Afinal não foram sete mas, pelo menos, 21 milhões de litros que foram despejados no rio Tin-to”, afirma Paulo Silva, porta voz do MDRT. “Nós dizemos que aquilo esteve parado três dias porque vi-mos isso efetivamente”, refere. São, por isso, 21 milhões os litros de es-gotos despejados no rio, em dezem-bro de 2013.

“Qual é o grande problema elétrico que faz uma ETAR parar? Como é que o agente fiscalizador depois de tantas denúncias, nada faz? Como é que o único dia em que fazem análises é no dia em que dou entrevistas para as televisões?”, ques-tiona o ambientalista. “Eu não vejo nenhuma alteração significativa na-quela ETAR. Pode ser por ignorân-cia minha, mas só o é porque não me dão os dados”, explica ao Viva-cidade, Paulo Silva. O porta voz do MDRT queixa-se também que, pelo menos um dos reatores biológicos está parado e por isso, o tratamento adequado não está a ser feito. Na sua opinião, a carência de oxigénio nas águas é demasiada e “indica que o rio Tinto, após a ETAR, teve um

Cargas poluentes da ETAR do Meiral vãoA coordenadora do Bloco de Esquerda e deputada da Assembleia da República, Catarina Martins, quer questionar o Ministro do Ambiente,rio de mais de 7 milhões de litros, denunciada pelo Movimento em Defesa do Rio Tinto (MDRT) no dia 29 de dezembro de 2013, a Agência

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CDU e BE de Gondomar intervêm

Também os partidos de esquerda se manifestaram contra a descarga feita no rio Tinto. O vereador da CDU da CMG, Joaquim Barbosa, explicou que “mesmo que a ETAR funcione bem “o caudal do rio Tinto nunca servirá para aguentar com tanto esgoto.” Por se tratar de um assunto inter-municipal, o vereador da CDU da Câmara do Porto também tem uma palavra a dizer. “Não estamos a propor soluções técnicas, apesar de as termos estudado em colaboração com Gaia, Gondomar e Valongo. A questão fundamental é saber se esta ETAR serve ou não”, declara. O Bloco de Esquerda reitera a necessidade de “de uma intervenção concertada inter-concelhia, que possibilite uma resolução eficaz dos problemas de poluição do Rio Tinto, assim como de outros rios.” Para o partido existe uma “incompatibilidade da Lei da água com a Lei das descargas, que, mesmo sendo cumprida as diretivas das águas, maltrata os rios de baixo caudal como este.”

26 VIVACIDADE JANEIRO 2014

Destaque

Texto: Ricardo Vieira Caldas

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A coordenadora do Bloco de Esquerda e deputada da Assembleia da República, Catarina Martins, quer questionar o Ministro do Ambiente,rio de mais de 7 milhões de litros, denunciada pelo Movimento em Defesa do Rio Tinto (MDRT) no dia 29 de dezembro de 2013, a Agência

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ser levadas ao Ministério do AmbienteJorge Moreira da Silva, sobre a “gravidade da situação” da ETAR e o “risco de poluição do rio Tinto”. Depois da descarga poluente para oPortuguesa do Ambiente, Câmaras de Gondomar e Porto e Águas de Gondomar procuram a melhor solução para o problema.

31VIVACIDADE JANEIRO 2014

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processo de anaerobiose, ou seja, que falta oxigénio”. “Tecnica-mente aquela água nem para rega devia ser utilizada”, comenta.

Águas Residuais VS Águas Pluviais

A sobrecarga de efluente que dá entrada na ETAR de Rio Tinto deve-se, para alguns, ao facto de não haver separação das águas residuais e das águas pluviais aumentando, por isso, o caudal substancialmen-te. Catarina Martins é a primeira a defender essa separação. “Uma me-dida de fundo e que será essencial para o país nas próximas décadas será separar o sistema de águas resi-duais do sistema de águas pluviais”, refere a deputada. O MDRT tam-bém é da mesma opinião e afirma que a ETAR “só tem muita água da chuva no esgoto porque tem um sis-tema que devia ser separativo e não o conseguem separar”.

“A parte biológica ainda não está, seguramente, a ter a eficiência desejada”

Com as obras na ETAR quase finalizadas, resta concluir a parte responsável pelo tratamento bioló-gico do efluente. A CMG assegura que o tratamento físico-químico das águas residuais está já a ser efetuado em pleno, e a componente biológi-ca encontra-se, neste momento, em fase de arranque, “sendo previsível o seu funcionamento a 100% entre

fevereiro e março próximos.” Por se encontrar em fase de arranque, Pi-menta Machado da APA explica ao Vivacidade que “a parte biológica ainda não está, seguramente, a ter a eficiência desejada”.

Mas o mais grave, para Paulo Silva do MDRT, “é como é que, com a ETAR assim, têm valores dentro

dos legais da licença de descarga em todo 2013. No máximo, con-seguiam remover 30% a 40% e eles conseguem ter taxas de remoção acima dos 75% de Carência Quími-ca de Oxigénio (CQO).”

Lei que regula o caudal de-satualizada

O porta voz do MDRT acredita também que existe ainda uma outra questão a ser resolvida. “Infelizmen-te a lei portuguesa não faz nenhuma distinção entre libertar um efluente no rio Douro ou no rio Tinto. Como é óbvio o impacto de uma ETAR li-gada ao rio Douro é muito diferen-

te do impacto de uma ligada ao rio Tinto”, lamenta. Para a deputada do BE, “é tempo de apertar a malha e as exigências da lei, nomeadamen-te acabando com muitas exceções previstas, para permitir continuar a avançar nesta matéria e respon-der eficazmente a muitos dos casos existentes.”

As soluções “Há uns cinco anos atrás, pro-

movemos uma reunião com as Águas do Porto para avaliar a pos-sibilidade de parte da água residual tratada em Rio Tinto, ser reenca-minhada para a ETAR do Freixo, no Porto. É uma questão que neste momento pode ser ressuscitada. Obviamente isso vai implicar fazer estudos técnicos para perceber se a ETAR tem condições”, começa por dizer Pimenta Machado. Esta é uma das soluções apontadas pelos prin-cipais intervenientes na questão da ETAR do Meiral. Para o administra-dor da APA, o assunto do Freixo é

uma possibilidade mas, neste mo-mento, não se pode afirmar como “a mais indicada”.

Da parte da CMG, a solução chegará quando houver uma reu-nião no terreno com a Câmara Municipal do Porto, as Águas de Gondomar e as Águas do Porto mas isso só acontecerá quando houver “uma melhoria das con-dições meteorológicas”. Ainda as-sim, o vereador do Ambiente da Câmara Municipal de Gondomar, José Fernando Moreira, diz já estar “em conversações com o vereador Filipe Araújo da Câmara do Porto e com o parceiro Águas de Gondo-mar.” José Moreira assegura que “a qualidade de vida não tem preço” e que vai “tudo fazer com as três enti-dades responsáveis, para num futu-ro muito próximo passar a ter um emissário que consiga fazer chegar toda a água residual da ETAR do Meiral para a ETAR do Freixo ou para o rio Douro.” Este assunto já mereceu uma “chamada de aten-ção” por parte do vereador à Águas de Gondomar, por considerar que houve uma falha de comunicação da mesma empresa. “Já chamei a atenção dos responsáveis porque os acidentes acontecem mas a falta de comunicação não pode acontecer mais”, assevera.

Paulo Silva, do MDRT, diz que é necessário “arranjar uma maneira de tirar o total do efluente da ETAR do rio Tinto.” “Parcialmente é a

mesma coisa”, esclarece.

Solução mais provável: liga-ção direta ao rio Douro

As hipóteses de solução não se ficam pelo Freixo, sugere Pimenta Machado. “Uma outra hipótese é definir um outro local de descar-ga em que o impacto fosse menor. Como por exemplo o rio Douro ou outros locais”, declara.

Em relação a esse assunto, fon-te do MDRT disse ao Vivacidade que o Movimento e a Câmara se tinham reunido, no dia 21 de ja-neiro, e que entre outros temas o MDRT foi informado de que já existe um “pré acordo com a APA para a construção de um emissá-rio com ligação direta ao estuário do Douro”.

Para a realização desta repor-tagem, o jornal Vivacidade tentou contactar o diretor geral da Águas de Gondomar e o vereador do Am-biente da Câmara Municipal do Porto, para obter mais reações. A AdG informou, em comunicado, que “a situação identificada não corresponde a qualquer irregula-ridade ou ilegalidade, e que o fun-cionamento da ETAR de Rio Tinto decorre em total normalidade.” A AdG mostrou-se também disponí-vel para “em momento oportuno” agendar uma reunião para escla-recimento. Da parte da Câmara do Porto, o Vivacidade não obteve qualquer resposta.

V Casa-Atelier do Artista

FOTO

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32 VIVACIDADE JANEIRO 2014

Política

Escola ‘nova’ em estado de degradaçãoObras na EB 2,3 de Rio Tinto poderão começar já este mêsFoi inaugurada há dois anos e custou 4,5 milhões de euros mas já está a precisar de obras. A escola EB 2,3 de Rio Tinto tem graves problemas estruturais de construção, humidade e acabamentos em material fraco. O mobiliário ou é antigo ou cedido por outras escolas e instituições, como o McDonald’s.

Texto: Ricardo Vieira Caldas

Outrora diretora desta esco-la, Aurora Vieira é agora a ve-readora da Educação da Câmara Municipal de Gondomar e quer “por mãos à obra”. Paredes finas e degradadas, portas de muito fra-ca qualidade, buchas maiores do que os parafusos [onde as coisas que se penduram caem] e mo-biliário velho, são as condições da recém inaugurada escola EB 2,3 de Rio Tinto. Aurora Viei-ra explica como tudo se passou. “A escola foi feita quase em dois lances. O lance que tem as salas de aulas não tem estes problemas estruturais tão grandes. Os ma-

teriais são todos muito fracos, as portas cedem e isso é geral. A outra parte ocupada apenas um ano depois sempre teve estes de-feitos e a empresa desleixou-se por causa de questões relativas à própria situação financeira.”

Quando era ainda diretora da escola, Aurora Vieira lutou para que “a situação mudasse de figura” mas, refere a vereadora, “como não éramos o dono de obra haveria sempre aqui a inter-posição da Câmara. Entretanto o responsável pelo pelouro da Educação empurrava para o res-ponsável pelo pelouro das obras e o mesmo dizia que a respon-sabilidade era do empreiteiro e que a obra ainda estava sob ga-rantia – e estava – e a perspetiva

que temos hoje é que a responsa-bilidade é da Câmara.” “Tudo o que podia correr mal, correu mal nesta escola”, acrescenta ainda.

A vereadora da Educação já fez mexer o processo, através de uma reunião com os empreitei-ros. “Vamos dar uma oportuni-dade à empresa para nos apre-sentar um caderno de encargos com uma calendarização para soluções de intervenções que se-jam possíveis ainda com alunos presentes e depois em períodos em que já não estejam alunos, para ver se rapidamente damos um aspeto diferente a isto”, afir-ma. “Vamos ver se até ao fim do mês de janeiro algumas coisas já entram em reparação”, esclarece. Quanto ao mobiliário, Aurora

Vieira prometeu avançar tam-bém com o processo para pedir uma reformulação da candidatu-

ra e para que “pelo menos o equi-pamento venha para o inicio do ano letivo”.

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Page 34: Vivacidade ed. 90 - Janeiro 2014

‘NOSSOS MOMENTOS’ é o novo álbum do cantor riotintense.O Vivacidade oferece 5 CD’s autografados às pri-meiras 5 pessoas que responderem corretamente à seguinte questão:

- Qual o nome da filha de Nelo Silva?

As respostas deverão ser enviadas para o e-mail [email protected] [email protected] juntamente com os dados pessoais (primeiro e último nome, e n.º de B.I./C.C.). Cada vencedor será notificado por e-mail.

PASSATEMPO NELO SILVA

34 VIVACIDADE JANEIRO 2014

Política

Câmara de Gondomarprocura designerspara criação da logomarca“Gondomar é D’Ouro”Prémio é de 3500 eurosEstá aberto o concurso para conceção e criação da logomarca “Gondomar é D’Ouro”. A Câmara procura ideias para a nova marca que irá substituir a anterior “Gondomar Coração de Ouro”, criada pelo anterior executivo.

Publicado no Diário da Repúbli-ca n.º 11, II Série, de 16 de janeiro, o anúncio de procedimento n.º 192/2014, abre concurso público para a conce-ção e criação da logomarca. O trabalho criativo deverá obrigatoriamente con-ter a expressão “Gondomar é D’Ouro” e potenciar os principais atributos do Município de Gondomar, permitindo a fusão entre a filigrana de ouro que se mantém no concelho como atividade de reconhecido valor económico, cul-tural e social, e o ativo económico, hu-mano e social que constitui o rio Dou-

ro, o mais emblemático recurso natural do concelho.

Para quem quiser concorrer, terá apenas que obedecer ao regulamento publicado na página na internet da Câ-mara Municipal de Gondomar e entre-gar o trabalho até ao próximo dia 25 de fevereiro.

O nome do candidato vencedor, bem como a respetiva proposta, será publicamente divulgada no dia 4 de março. À proposta vencedora será atri-buído um prémio pecuniário de 3500 euros.

O Vivacidade vai oferecer 3 convites para um jantar a dois.Envie-nos a sua quadra do Dia de S. Valentim e habilite-se a ganhar um jantar completo para 2 pessoas no restaurante ‘O Cardeal’ em Baguim do Monte. As 3 quadras mais ori-ginais serão anunciadas aos vencedores dois dias antes e publicadas na nossa próxima edição. O jantar inclui entradas, bebidas da casa e um prato à escolha do menu.

As respostas deverão ser enviadas para o e-mail [email protected] [email protected] juntamente com os dados pessoais (primeiro e último nome, e n.º de B.I./C.C.). Cada vencedor será notificado por e-mail.

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Page 35: Vivacidade ed. 90 - Janeiro 2014

S. Pedro da Cova exige “rápida e urgente remoção dos resíduos”A União das Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova quer uma “rápida e urgente remoção dos resíduos” perigosos depositados nas minas abandonadas de S. Pedro e que “sejam prestadas informações à população sobre as análises prometidas à qualidade da água na região”. O presidente da União, Daniel Vieira, enviou um comunicado às redações em que considera que “não existem mais razões para adiar e atrasar o processo de remoção”.

Texto: Ricardo Vieira Caldas

Depois do Tribunal Admi-nistrativo e Fiscal de Braga in-deferir a providência cautelar, solicitada pela empresa Semural Waste&Energy relativa ao con-curso lançado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimen-to Regional do Norte para a re-moção das 88 mil toneladas de resíduos perigosos depositados nas minas abandonadas, já “não existem obstáculos à sua remo-ção”. O Ministério do Ambien-te, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE) entende já ter condições para celebrar o contra-to com a Ecodeal [empresa que o júri elegeu como vencedora do concurso] e dar andamento ao processo.

Ao Vivacidade, Daniel Vieira afirma que “a permanência dos resíduos perigosos pode ter gra-ves consequências para o ambien-te, a saúde pública das popula-ções, a contaminação dos lençóis freáticos e cursos de água”. Por esse facto, dirigiu-se no dia 14 de janeiro à Assembleia da Repú-

blica para questionar os grupos parlamentares e “exigir que os grupos interviessem junto do Mi-nistério do Ambiente no sentido de questioná-lo as contradições

do processo”.Sobre a data limite, anuncia-

das pelo Ministério [dezembro de 2015], o presidente da União de Fânzeres e S. Pedro da Cova re-

mata que é a data para “terminar este processo” mas pensa “que não se deve esperar por esse prazo. É um processo que exige urgência.” No entanto, em jeito de conclu-

são, Daniel Vieira comenta: “Não era necessário termos que ir à As-sembleia da República para haver uma intervenção dos grupos par-lamentares”.

35VIVACIDADE JANEIRO 2014

Política

Gondomar assume presidência da Comissão de Autorização ComercialO Município de Gondomar foi eleito, a 15 de janeiro, para a presidência da Comissão de Autorização Comercial (COMAC) Grande Porto.

Nas reuniões da COMAC Grande Porto, e para além do Vereador Carlos Brás da Câma-ra Municipal de Gondomar, que assume a Presidência, têm tam-bém assento a Direção-Geral das Atividades Económicas, a Direção Regional de Economia e a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte.

A COMAC vai agora decidir sobre a instalação, nos 11 Muni-

cípios do Grande Porto, de esta-belecimentos comerciais a retalho de área de venda igual ou supe-rior a dois mil metros quadrados, desde que a insígnia ou grupo em que se integra não tenha, a nível nacional, uma área de venda acu-mulada igual ou superior a 30 mil metros quadrados.

Esta Comissão irá também apreciar os conjuntos comerciais com área bruta igual ou superior a oito mil metros quadrados.

Page 36: Vivacidade ed. 90 - Janeiro 2014

“Em Lisboa há mais liberdade entre os resultados positivos e negativos, no Porto há menos tolerância”Formado no FC Porto, Nelson Alves iria viver a melhor fase da sua carreira no Sporting CP. O lateral-direito, que chegou a ser avançado, fez parte da geração de ouro do futebol português que conquistou, em 1991, o mundial sub-20, em Portugal. O atleta gondomarense foi também um dos primeiros portugueses a passar pelo futebol inglês e deixou marca no Aston Villa, antes de regressar ao FC Porto. Castigado por várias lesões, iria terminar a carreira no V. Setúbal, aos 31 anos, mas o SC Rio Tinto ainda lhe proporcionou novos desafios como jogador e presidente.

Começou a sua carreira no FC Por-to, com o seu irmão, mas também jogava futebol no campo da Ferra-ria?

Eu e o meu irmão começámos a nossa formação no FC Porto, apesar da minha infância ter sido passada na Ferraria. Joguei sempre no cam-po do Rio Tinto. Andávamos em conjunto e eram cerca de 300m até ao campo da Ferraria, que era o úni-co espaço para jogar futebol.

A sua mãe chegou a dizer que, a certa altura, não vos dava dinhei-ro para o autocarro que vos levava para o campo da Constituição, na esperança que perdessem a paixão pelo futebol. Essa história é muito curiosa...

É verdade (risos). Íamos os dois a pé, desde Rio Tinto até à Constitui-ção. Havia dias em que chegávamos ao campo com a roupa toda molha-da e depois do treino continuava molhada. Aconteceu muitas vezes, mas nunca pensámos em desistir, porque o nosso sonho sempre foi jogar futebol.

Apesar de ser conhecido como lateral-direito, a verdade é que começou por ser avançado na for-mação do FCP. Quando se deu essa mudança?

Fiz três anos de formação no FC Porto, um ano no SC Rio Tinto e de-pois os meus ú l t i m o s t r ê s a n o s d e

formação foram já no Salgueiros. Na passagem de júnior para sénior o treinador Filipovic fez o primeiro treino conjunto da época e, ao esco-lher o plantel principal verificou que não tinha nenhum lateral-direito. Só faltava eu e fiquei escolhido para essa posição. Quinze dias depois era titu-lar do Salgueiros.

Mas foi a sua formação de avança-do que contribuiu para as caracte-rísticas ofensivas que tinha?

Sim, eu estava habituado a ata-car constantemente, era bom no um para um, libertava-me dos ad-versários e desequilibrava. Isto tudo associado a um defesa, só o valoriza mais. Antigamente os defesas eram mais fixos e não subiam tanto.

Gostou dessa mudança de posição?Não me chateou. Vi ali uma

oportunidade que tinha que agar-rar. Hoje tenho pena de não ter sido avançado porque era aquilo que mais gostava de fazer, mas estou consciente que se tivesse sido avan-çado nunca teria tido a projeção que tive.

O que retirou da primeira expe-riência no FC Porto?

Foi muito importante. Era um clube de topo e a minha ida coin-cidiu com a entrada do presidente Pinto da Costa, em 1982. Na altura,

em termos de formação, foi impor-tante ter bons orientadores no início da carreira. Estou grato por isso, independentemente do que veio a seguir.

Depois dá-se a passagem pelo SC Rio Tinto, mas passado um ano vai para o Salgueiros, onde passou a ser titular. Mais tarde é convo-cado por Carlos Queiroz para o mundial sub-20 que Portugal iria vencer...

É o momento mais marcante da minha carreira. Estava a re-presentar Portugal, a jogar em casa e com os nossos adeptos. Foi

a geração de ouro que conquis-tou dois mundiais de sub-20 seguidos e Portugal vive ainda hoje um reconhecimento fute-bolístico, fruto dessa seleção. A

partir daí começámos a partici-par em grandes eventos despor-

tivos com maior regularidade. Tivemos a seleção de 66, com o Eusébio em destaque, depois em

86, a seleção de Chalana, e só com a geração de ouro é

que voltaram as par-ticipações regula-

res, já depois do Campeonato do Mundo do Mé-xico, em que se deu o caso Saltillo. No fundo, o que foi conse-guido com

esses dois

títulos de Portugal no mundial sub-20, foi valorizar os treina-dores, os jogadores e as equipas portuguesas. Tudo isso levou a que hoje Portugal seja respeitado internacionalmente.

O que sentiram os jogadores quando souberam que iam ter que defender o título mundial, em Portugal?

Foi único. Tínhamos a res-ponsabilidade de defender o tí-tulo e cumprimos na íntegra. Foi inteiramente merecido e marcou as nossas carreiras.

Acabariam por vencer, contra o Brasil e na marcação de grandes penalidades. Como viveu esse momento?

Acabei por me lesionar aos 10 minutos de jogo, depois de ter sofrido um toque do Rober-to Carlos. Fiquei no balneário e ainda foi mais difícil. Preferi não assistir aos penaltys e correu bem para nós.

A prestação no mundial sub-20 iria despertar o interesse do Sporting CP. Foi a melhor fase da sua carreira?

Sim. Na altura o Sporting CP apostou num plantel jovem, que tinha uma média de idades inferior à do plantel atual. Eu, o Peixe, o Figo, o Paulo Torres, o Filipe, o Marinho, o Capucho e o João Oliveira Pinto éramos todos miúdos e titulares do Sporting. Conseguimos dar esperança ao universo sportinguista e por dois anos estivemos prestes a vencer o campeonato. Quem ia a Alvalade ficava agradado com o que via. É possível avaliar a qualidade do plantel pela sua juventude?

Eu acho que a juventude acrescenta muito valor a uma equipa, mas tem que haver um equilíbrio entre a juventude e a experiência dos jogadores mais velhos.

Depois transfere-se para o Aston Villa. É um dos primeiros jogado-res portugueses a atuar na Premier League...

É um campeonato fantástico a todos os níveis. Agarrei a titulari-dade logo na primeira época. Para mim é o melhor campeonato do mundo. É um ambiente frenético e ensurdecedor. No segundo ano tro-camos de treinador a três meses do final da época e o mister John Gre-gory, colocou-me de parte. Mais tar-de percebi porquê. Ele vendeu-me a mim, ao Savo Milosevic, ao Sasa Curcic, ao Dwight Yorke, ao Steve Staunton e ao Mark Bosnich. Foi um desmontar da equipa, que hoje ainda paga a fatura desse momento.

Quando chegou ao Aston Villa o plantel já o conhecia?

Fui muito bem integrado. Respeitaram-me muito porque eu vinha de uma seleção que tinha participado no Europeu de 1996, na Inglaterra. Portugal já metia res-peito (risos).

Dois anos depois regressa ao FC Porto...

Na altura saí mal do FC Por-to. Estava a disputar a fase final do campeonato com o Benfica e ao fa-zer um pontapé de bicicleta contra o Feirense parti o braço. No ano seguinte troquei de treinador e fui imediatamente dispensado. Para mim foi incompreensível porque era avançado titular e um dos melhores marcadores.

36 VIVACIDADE JANEIRO 2014

Entrevista: Nélson Alves

Texto: Pedro Santos Ferreira

Tínhamos a responsabilidade de defender o título e cumprimos na íntegra. [sobre o mundial sub20, de 1991]“

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“Em Lisboa há mais liberdade entre os resultados positivos e negativos, no Porto há menos tolerância”Formado no FC Porto, Nelson Alves iria viver a melhor fase da sua carreira no Sporting CP. O lateral-direito, que chegou a ser avançado, fez parte da geração de ouro do futebol português que conquistou, em 1991, o mundial sub-20, em Portugal. O atleta gondomarense foi também um dos primeiros portugueses a passar pelo futebol inglês e deixou marca no Aston Villa, antes de regressar ao FC Porto. Castigado por várias lesões, iria terminar a carreira no V. Setúbal, aos 31 anos, mas o SC Rio Tinto ainda lhe proporcionou novos desafios como jogador e presidente.

37VIVACIDADE JANEIRO 2014

Desporto

Como foi essa segunda fase no clu-be de formação?

Foi negativa. Nos primeiros sete meses tive cinco lesões, coisa que nunca me tinha acontecido. Eu agarrava as oportunidades que sur-giam, mas por circunstâncias que me ultrapassavam via-me relegado

para a equipa B. Isso criou-me um desgaste enorme.

O terceiro ano foi o melhor. Ganhamos a final da taça contra o Marítimo, nesse ano (2000/2001), e depois houve uma proposta para ir para o Galatasaray, mas não aceitei. No quarto ano fui posto de parte.

Ainda chegou a ser treinado por José Mourinho, na última época no FC Porto. O que retirou dessa experiência?

O Mourinho ainda estava a preparar o terreno. Nesse quar-to ano fui posto de parte e julgo que essa decisão foi da direção, por eu não ter aceite a proposta

do Galatasaray.

Gostaria de ter deixado uma marca no FC Porto?

Penso que merecia isso. Na altura, viveu o período

complicado do plantel portis-ta, sobre a liderança de Octá-

vio Machado. O que se passava com a equipa?

Na altura os resultados e as exibições não eram as melho-res. A pressão que começou a ser exercida por parte da massa associativa foi descomunal e o ambiente não era saudável. Por muita vontade que tivéssemos não conseguíamos dar a volta.

No total, jogou 18 clássicos FC Porto – Sporting CP. Catorze com a camisola do Sporting CP e quatro com a camisola do FC Porto. Eram jogos especiais?

A rivalidade fica com os adeptos. Além disso a relação

entre o FC Porto e Sporting CP, nunca foi má. Eu, o Peixe e o Capucho já tínhamos jogado juntos no Sporting CP e depois passamos a ser do FC Porto.

Há grandes diferenças de men-talidade entre o FC Porto e o Sporting CP?

Em Lisboa há mais liberda-de entre os resultados positivos e negativos, no Porto há menos tolerância. Em termos disci-plinares, o FC Porto era muito mais incisivo. A comunicação do clube também era muito mais pensada no FC Porto.

Antes de terminar a carreira ainda cumpre duas épocas no V. Setúbal...

Se já na época anterior não tinha competido, no V. Setú-bal – apesar de ter sido titular – com uma equipa muito boa, acabámos por descer de divisão. As pessoas não gostam que se fale em arbitragens, mas nes-se ano o Vitória foi muito pre-judicado. Começámos muito bem o campeonato, mas depois tivemos uma fase de resultados negativos. Fomos descendo na tabela classificativa e não con-seguimos sair de lá. Faltavam quatro jornadas para acabar o campeonato e já sabíamos que íamos descer de divisão. Nas úl-timas três jornadas, ganhamos dois jogos e empatamos um, in-clusive ganhamos em Alvalade, na despedida do estádio.

A passagem pelo SC Rio Tinto

Foi aí que decidiu acabar a car-reira, mas ainda ia jogar mais um ano no SC Rio Tinto. Como surgiu essa oportunidade?

Antes disso fui jogar futsal ofi-cial pelas escolas de Gondomar. Par-ticipávamos na divisão de honra da AF Porto que dava acesso direto à 3ª divisão. O ritmo era completamente diferente e eu não sabia jogar futsal,

era totalmente diferente. Tive que me readaptar, mas acabou por ser interessante. Acabei por fazer um curso de gestão desportiva na Uni-versidade Católica, mas as oportu-nidades nunca surgiram, até que fui convidado pelo SC Rio Tinto para ser vice-presidente e responsável pelo futebol sénior e futebol de for-mação. Ao mesmo tempo pediram--me para calçar novamente as botas e ajudar o clube. Como fui sempre um apaixonado pelo futebol, aceitei o desafio.

Mas mais tarde até lhe pediram mais, queriam que fosse o presi-dente.

É verdade. Queriam que eu fosse o responsável máximo do clube e eu fui eleito durante dois anos, de 2006 a 2008. Lutámos para não descer de divisão, mas o mais importante para mim foi sanear financeiramente o clube. Em parte, conseguimos isso. Foram anos duros mas que valeram essencialmente pelo trabalho fei-to na formação. Não continuei por motivos pessoais, mas o trabalho deveria ter sido continuado. Se a atual direção tivesse entrado quan-do eu saí, o clube estaria hoje muito melhor.

Em 2008, disse que a FPF estava mais preocupada com a cúpula do futebol profissional e esquecia a base, nomeadamente os clubes locais. Acha que isso ainda se ve-rifica?

Essas palavras têm cinco anos e estão-se a confirmar. Hoje fala-se dos jogadores brasileiros naturaliza-dos que fazem parte da seleção na-cional. Isto é olhar para o lado e não querer resolver o problema.

Continua a acompanhar o SC Rio Tinto?

Ainda continuo a acompanhar o clube. Agora estou mais distante mas sempre que posso venho ver um jogo e almoçar com os atuais di-rigentes do clube. Há sempre forma de acompanhar o SC Rio Tinto.

Fernando Nélson JesusVieira Alves42 anosDefesa direito

Clubes:FC Porto (85-88), Salgueiros (88-91), Sporting (91-96), Aston Villa (96-98), FC Porto (98-02), V. Se-túbal (02-04), SC Rio Tinto (04-05)

Uma frase sobre...

Clube de coração:Sporting CP.

Estádio em que mais gostou de jogar:Estádio Eng. Vidal Pinheiro, do SC Salgueiros, pelo simbolismo que tem.

Melhor ano da carreira:Tive anos fabulosos no Sporting CP, no primeiro ano do Aston Villa e nos anos do Salgueiros.

Melhor jogador com que jo-gou:Impossível de dizer. Joguei com colegas excecionais.

Quem será campeão este ano:Está muito difícil. O melhor é esperar pelo último terço do campeonato. FC Porto e SL Benfica têm a tarefa complicada pelo Sporting CP.

Cristiano Ronaldo vencedor da Bola de Ouro:É um justo vencedor.

Morte de Eusébio:Era o expoente máximo da re-presentação nacional a nível internacional. Um verdadeiro exemplo do saber estar na in-dústria do futebol.

V Em Inglaterra, o português representou o Aston Villa

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Morte do “Rei” do futebol português deixa saudade aos benfiquistas de GondomarA 5 de janeiro Portugal acordou com a notícia da morte de Eusébio da Silva Ferreira. A antiga estrela do plantel benfiquista partiu aos 71 anos, vítima de paragem cardiorespiratória. Em Gondomar, o atleta é recordado com saudade pela Casa do Benfica no concelho.

Mítico, len-dário, craque, rei e ídolo. A impren-sa internacional não poupou adjetivos para classificar o “Rei” do fute-bol português na despedida. Eram 4h30 da madrugada de 5 de janeiro quando Eusébio fale-ceu, vítima de uma paragem car-diorespiratória. A antiga glória do SL Benfica estava já muito doente.

Em Gondomar, a Casa do Benfica serve de porta-voz à dor dos benfiquistas, que não têm palavras para recordar o jogador. “Não contávamos com a morte dele, em-bora soubéssemos que estava muito doente, mas nun-ca pensamos que fosse tão rápido. Para nós foi peno-so e houve um sentimento de perda

em todo o país”, diz José Olival, um dos oito membros da Comissão Administrativa que gere atualmen-te a Casa do Benfica no concelho.

Surpreendido pela demonstra-ção de respeito em todo o mundo, o responsável pela “embaixada” do clube

encarnado em Fânzeres, recorda a prestação do “Pantera Negra” no

mundial de 1996, em Inglaterra, e destaca o jogo contra a Coreia do Norte como a melhor exibição da carreira. “A partir daí comecei a se-gui-lo no Benfica e Portugal passou a ser conhecido pelo Eusébio e pela Amália”, lembra o benfiquista.

No dia do funeral os sócios da Casa do Benfica prestaram uma homenagem a Eusébio, no átrio da sede e enviaram os sentimentos ao representante das casas do Benfica em Lisboa.

Casa do Benfica em Gondo-mar prepara novas eleições

Depois de atravessar uma fase difícil após a demissão de

Manuel Oliveira, ex-presi-dente da Casa do Benfi-

ca, em Fânzeres, a ins-tituição vive agora

um período es-tável. A Comis-são Adminis-

trativa que assumiu a gestão do clube em novembro, prepara agora novas eleições. “Quando houve a Assembleia Geral em dezembro, os sócio começaram a unir-se novamente e a aparecer. Agora as coisas estão bem enca-minhadas e estamos a preparar as eleições de fevereiro”, explica José Olival ao Vivacidade.

Atualmente o valor das quotas para os sócios é de dois euros. Os sócios estudantes e reformados pagam apenas 1,25€ por mês.

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Desporto

Texto: Pedro Santos Ferreira

Núcleo Sportinguistado Concelho de Gondomar:

“O Núcleo Sportinguista de Gondomar lamenta a perda de Eusébio da Silva Ferrei-ra, pois a morte traz sempre muita dor para os familiares e amigos próximos. Como As-sociação Desportiva e Cultural que somos, e estando ligados a um grande clube eclético, o Sporting Clube de Portugal, recordaremos sempre Eusébio como jogador de futebol re-conhecido internacionalmente pelos seus feitos pela Seleção Nacional Portuguesa, os quais agradecemos. Os nossos sin-ceros sentimentos à família e amigos.”

Casa FCP de Rio Tinto:

Contactada pelo Jornal Vivaci-dade, a Casa do Futebol Clube do Porto de Rio Tinto, preferiu não fazer qualquer comentário sobre a morte de Eusébio.

Casas do Sporting CP e FC Porto reagem à morte de Eusébio

V Na foto: José Olival

VEm dia de jogo, a Casa do Benfica de Gondomar abre as portas aos sócios

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Miguel Leal é o novo presidente do Grupo Desportivo e Coral de FânzeresAo fim de seis meses sobre a liderança de uma comissão administra-tiva, o Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres tem uma nova dire-ção. Miguel Leal foi eleito presidente da coletividade a 27 de dezem-bro e tomou posse no dia 9 de janeiro, perante vários associados.

“O Grupo Desportivo e Coral de Fânze-res não é só hóquei, é hóquei e patinagem”, disse Miguel Leal no discurso de tomada de

posse. O novo presidente e a nova direção do Grupo Desportivo e Coral de Fânzeres [GDCF] foram empossados a 9 de janeiro,

na sede do clube, perante vários associados, depois de terem sido eleitos a 27 de dezem-bro. Miguel Leal irá cumprir um mandato de 2 anos à frente da coletividade.

“A Direção vai empenhar-se bastante na melhoria das condições do pavilhão. Temos um problema com a cobertura e vamos ten-tar minimiza-lo”, afirmou o presidente da associação. Sem esquecer o trabalho realiza-do pela Comissão Administrativa, compos-ta por Moisés Rodrigues, Mário Brandão e Selénio Pinto, que durante seis meses “pe-gou no clube afundado e trouxe-o à tona da água”, Miguel Leal aponta agora para o futu-ro, com a ambição de “contar com todos no projeto que se inicia”.

Satisfeitos com o novo rumo do clube, os membros da Comissão Administrativa fa-zem “um balanço positivo” do trabalho efe-tuado e saem “satisfeitos e com o sentimento de dever cumprido”.

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II Trail Santa Iria com data marcadaPelo segundo ano consecutivo, os trilhos nas encostas do Douro são o cenário de uma “corrida de montanha” que deverá reunir cerca de meio milhar de praticantes da modalidade nas serras de Santa Iria e das Banjas, no lugar de Branzêlo.

Um dia intenso de atividade física, con-vívio e descoberta da paisagem pelo leito do rio Douro. É este o desafio que a Comissão de Festas de Santa Iria de Branzêlo 2014, em colaboração com o grupo BTTDouro – grupo informal de atividades – propõem aos praticantes de trail running [“corrida de montanha”].

O II Trail Santa Iria irá realizar-se no dia 2 de fevereiro, com a partida marcada para as 9h, na Rua Central, em Branzêlo. A dis-

tância do miniTrail é de 13 quilómetros e a o Trail é composto por 35 quilómetros. O per-curso conta com vários pontos de interesse, nomeadamente a gruta de Santa Iria, o mar-co geodésico de Santa Iria, o Poço Negro, o rio Mau, entre outros.

Com um percurso traçado entre as ser-ras de Santa Iria e Banjas, no lugar de Bran-zêlo, na União de Freguesias Melres-Medas, a segunda edição do trail pretende divulgar as excelentes condições existentes para a prática da modalidade trail running, exis-tentes nas duas serras, bem como fomentar a prática do desporto, o contacto com a na-tureza, a envolvência com os agentes locais e atrair para as freguesias a visita de prati-cantes desta modalidade em franco cresci-mento.

O evento tem ainda o objetivo de anga-riar fundos para a realização das festas em honra da padroeira de Santa Iria, que come-mora este ano o seu tricentenário.

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Desporto

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EquipaSobradoFC Pedras RubrasOliv. DouroS. MartinhoSerzedoAliados LordeloParedesCandalSC Rio TintoVarzimPadroenseUD ValonguenseLousadaVila MeãBarrosasRebordosaNogueirense FCS. Pedro da CovaLeçaInfesta

Pontos4236313030292926262525222120191918171510

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EquipaBoavistaFreamundeGondomarSalgueiros 08AmaranteCamachaSC CoimbrõesSousensePerafitaVila Flor

Pontos4238312524211715117

Campeonato Nacional de Séniores - Série C

Divisão Pro-EliteNacional - AF Porto

Próximos JogosJornada 1826 JaneiroSousense - Vila Flor (15h)Freamunde - Gondomar (15h)

Próximos JogosJornada 1926 JaneiroSC Rio Tinto - Serzedo (15h)Leça - S. Pedro da Cova (15h)

Tabela Classificativade Futebol

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Desporto

“Excedeu as expectativas que tínhamos quando se pensou em criar a liga”, refere Amaro Teixeira membro da atual direção da LDG.

Criada em setembro de 2009, a Liga Desportiva de Gondomar surgiu com o objetivo de orga-nizar uma “competição de longa duração” para o concelho de Gon-domar, para além da existente da Associação de Futebol do Porto. “O nosso objetivo inicial era pôr quatro ou cinco equipas a compe-tir porque havia algumas equipas de futebol que, devido aos cus-tos da Associação de Futebol do Porto, tinham alguma dificulda-de em inscrever-se e arranjavam uns encontros aos fins de sema-na em competições de Vila Nova de Gaia” explica Amaro Teixeira. “Foi aí que se começou a ponderar se não seria viável criarmos uma liga em Gondomar. Houve rece-tividade por parte da Câmara e contactámos os clubes que tinham condições e campos de futebol”,

continua o membro da direção. Com oito equipas fundado-

ras, surgiu a Liga de Gondomar dedicada apenas ao futebol. Sport Clube Montezelo, Estrelas de Fân-zeres, Centro Ciclista de Gondo-mar, Dragões Valboenses, Atlético de Rio Tinto e Falcão Negro são alguns exemplos de equipas que marcaram o início do primeiro campeonato.

Meio ano depois surge o futsal e a Liga aumenta

Com o sucesso inicial alcança-do e depois de várias solicitações, a Liga de Gondomar é “obrigada” a criar uma nova modalidade, o futebol de salão ou futsal. “Na primeira época começamos com mais 10 equipas e surgiu um pro-blema, transversal a todas as co-letividades: recursos humanos”, conta Amaro. “É difícil arranjar pessoas para acompanhar todas as equipas” acrescenta. Apesar das dificuldades na obtenção de pessoal, o voluntário mais ativo da Liga está “esperançado que ou-tras equipas, num futuro próximo, também possam participar”.

Para já, a Liga de Gondomar conta também com competição para Academias e Escolas. O obje-tivo é criar uma competição para “os miúdos que não tem idade para participar no campeonato da Associação de Futebol do Porto”.

“A Liga funciona mais ao nível disciplinar”

Amaro Teixeira fala pela insti-tuição mas ao Vivacidade confessa que as decisões são maioritaria-mente tomadas pelo Conselho de Disciplina. É lá que, semanalmen-te, se tomam todas as decisões que dizem respeito ao campeonato. À frente desse concelho está José

Santos que assume as funções de presidente. Para o porta voz disciplinar, o mito de que a Liga Desportiva de Gondomar tem mais problemas de disciplina está errado. “Não há mais problemas disciplinares com os jogos da Liga do que com os da Associação de Futebol do Porto. O que há é uma rivalidade muito maior porque são clubes da mesma terra”, afirma. José Santos não quer compara-ções, “por alguma razão é que foi criada a liga”. “Não podemos com-parar ao futebol associativo. Isto é uma espécie de desporto a custo reduzido”, menciona.

Apesar de não haver policia-mento nos jogos organizados pela LDG, os casos de indisciplina não têm aumentado, conta José Santos. Certo é que também não têm di-minuído mas isso tem uma expli-cação: “o volume de jogos também tem aumentado consideravelmen-te”, refere.

LDG quer sede e pavilhão fixos

Com o aumento de equipas a aderir à LDG, essencialmente por motivos económicos, a direção e o conselho de Disciplina dão conta de um problema. Vai ser necessá-rio criar um local fixo para a or-ganização dos jogos da liga. Na prática, não vão existir pavilhões suficientes para realizar todos os jogos nos mesmos dias.

“Temos utilizado o complexo desportivo de Valbom”, comenta Jorge Ribeiro do Conselho de Dis-ciplina, mas “há vontade de ter-mos algo mais definitivo”.

Para isso contam com o apoio da Câmara, para quando for ne-cessário.

A sede da LDG também já foi alvo de alterações e neste momen-to localiza-se na Avenida da Car-valha, em Fânzeres mas o ideal, para os dirigentes da LDG, seria num local fixo cedido pela Câmara Municipal.

Liga Desportiva de GondomarA dinamizar a competição no concelho desde 2009Com cerca de 800 atletas a participar nas competições, a Liga Desportiva de Gondomar (LDG) organiza desde 2009 um campeonato alternativo ao da Associação de Futebol do Porto. Ao Vivacidade e apesar de não ser o presidente, Amaro Teixeira dá a cara pela Liga e traça um percurso de quatro anos em Gondomar.

Texto: Ricardo Vieira Caldas

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V Na foto: membros do Conselho Disciplinar e Direção da Liga Desportiva de Gondomar

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44 VIVACIDADE JANEIRO 2014

Desporto

Na Taça Rock Crawler, a dupla de Domingos Parente, de Gondo-mar, chegou a Paredes, a 19 e 20 de outubro – a quinta e última prova - já com o título, mas quiseram reafirmar a sua candidatura ao vencer pela terceira vez, consecutiva, esta temporada. A equipa de Domin-gos ficou privada do pleno funcionamen-to do guincho com hora e meia de prova. Ainda assim, a dupla assumiu a liderança, terminando com quatro voltas cumpridas, na frente de Jorge Sil-va e José Pires (Pal-jet), com menos uma volta e sem mazelas mecânicas no Crawler. Apesar de ter ficado em segundo, a equipa da Paljet foi “a vencedora em fair play”, segundo o vencedor da Taça, Domingos Parente, já que o acudiu nos tempos mais difíceis. Na tabela, a equipa CarJaime/Tro-qouro obteve um total de 196 pon-tos e a Paljet, 148. O terceiro lugar

ficou para Emanuel Costa e Gerado Sampaio, com 112 pontos.

“O segundo ano será me-lhor. Comecei a caminhar este ano, ainda sou bebé”

Com o segundo lugar da Taça Rock Crawler em

2013, Jorge Silva, da Paljet, explica ao

Vivacidade que alcan-çou o “êxito”. “Saio de

casa todos os dias com o objetivo de

ganhar. O segundo lugar para mim é um êxito”, comenta. Este foi o primeiro ano [2013] em que a Paljet participou na modalidade Rock

Crawler e Jor-ge Silva não se mostra arrepen-dido. “É com-

pletamente diferente, é um carro muito poderoso”, afirma. Poderoso e dispendioso, confirma a equipa que mesmo assim pretende conti-nuar a participar no campeonato e alcançar o primeiro lugar este ano. “O segundo lugar foi muito bom para a minha equipa e para as pes-soas que me rodeiam. Hoje estou mais maduro. Quando cheguei ao

Trial era uma coisa completamente diferente. O segundo ano será me-lhor. Comecei a caminhar este ano, ainda sou bebé”, refere o riotinten-se.

Já Domingos Parente, começou há 12 anos, sensivelmente, “pelo monte”. “Está aí a minha grande evolução comparando-a com a dos outros adversários. Tenho um conhecimento muito grande do carro que tenho. É um carro dife-rente mas estou satisfeito com ele. Este ano fiz um campeonato regu-

lar porque fui às corridas todas. O meu objetivo é participar”, explica.

Apesar de ser o justo vencedor, Domingos não esquece a ajuda do seu adversário Jorge Silva. “Em cin-co corridas que tivemos, de vez em quando lá precisei da mão do Jor-ge, ou porque o carro tombou ou por uma outra razão qualquer e há uma parte de fair play muito boa da

equipa da Paljet. Às vezes o ganhar não depende só de nós”, afirma.

Pelo segundo ano consecutivo, a Taça Rock Crawler, reservada aos denominados jipes americanos - Rock Crawler, contribuiu para uma maior animação nas pistas em competição, mesmo mantendo uma quantidade participativa um pouco aquém do esperado.

Hegemonia gondomarense na Taça Rock CrawlerDomingos Parente e Jorge Silva alcançaram o primeiro e segundo lugar na tabela classificativa finalA Taça Rock Crawler já tem vencedores e são gondomarenses. Domingos Parente e João Pinto, da equipa CarJaime/Troqouro e Jorge Silva e José Pires, da Paljet, ficaram nos dois primeiros lugares, respetivamente, da tabela classificativa final.

Texto: Ricardo Vieira Caldas

O que é o Rock Crawling?

É uma forma de condução extrema, fora de estrada, com veículos altamente modificados para superar obstáculos. No Rock Crawling, os motoristas conduzem veículos - como caminhões, jipes, e bug-gies - de tração às quatro rodas, por norma altamente modificados e em terrenos de montanha, íngremes e de condução difícil, que incluem pedregulhos, troncos, montes de pedras, água e lama. A condução destes veículos americanos é cuidadosa, precisa e de bai-xa velocidade.

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V Domingos Parente e Jorge Silva alcançaram o 1.º e 2.º lugar, respetivamente, na Taça de Rock Crawler do Campeonato Nacional de Trial

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Já imaginou viver num aparta-mento em que, com um smartpho-ne ou tablet pudesse controlar a casa e ver quem tocou à campainha nesse dia? Já alguma vez pensou em viver numa casa energeticamente eficiente, onde todas as suas lâm-padas seriam LED e a temperatura fosse rigorosamente controlada?

Em Valongo, isso já é possível gra-ças ao último edifício projetado e construído pela empresa do grupo gondomarense Mafavis Real Estate. Um verdadeiro “edifício do sécu-lo XXI”, como lhe intitulam, com alarme ligado à porta de entrada da casa, painéis solares e equipado com a última tecnologia disponível

no mercado, tendo como base a do-mótica.

O administrador, Manuel da Silveira, explicou ao Vivacidade que o Varandas Residence, tem tido “uma crítica que tem sido muito positiva por todo o tipo de estrato social.” “Este projeto está muito vi-rado para as novas exigências do mercado”, comentou. Os materiais usados para a construção são, qua-se na sua totalidade, nacionais. “Sou a favor de incentivar o consumo inter-no”, acrescentou o administrador do Grupo Mafavis. Com segurança “ao mais alto ní-vel”, ar condicio-nado e outras

regalias, o mais recente edifício do Grupo é “claramente virado para a classe média/alta.”

Manuel da Silveira destaca do trabalho desenvolvido pela Mafa-vis o famoso edifício no centro de Gondomar e ainda o edifício sede

Silveira’s, também numa das principais ruas do con-

celho. A empresa dis-põe ainda de várias outras construções

de grande enver-gadura como, por exemplo, a Urbanização de Águas Santas constituída por

vários prédios.A t u a l -

mente, a Ma-favis procura acompanhar

as exigências do mercado e encon-tra-se a fazer uma intervenção no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na zona de catering.

O Grupo MafavisO grupo é dividido por três em-

presas. A Mafavis S.A. - a empresa mais antiga, que completa este ano 30 anos de existência – dedica-se, neste momento, a comercializar alguns produtos vocacionados para os investidores. A Tecnigom Cons-truções S.A. surgiu pouco depois. É uma empresa que trata essencial-mente de restauros, manutenções e construções de pequeno porte. Mais recentemente, existe ainda a Mafavis Real Estate S.A.. Focada em novos desafios, como o caso do Varandas Residence, é a empresa que desenvolve projetos mais arro-jados.

Mafavis: uma referência da imobiliária em GondomarConhecido como um local da cidade de Gondomar, o edifício Mafavis já não passa despercebido aos olhos dos gondomarenses. Mas por detrás do edifício, existe a empresa que lhe deu o nome. A Mafavis é já uma referência no ramo da imobiliária em Gondomar e no Grande Porto, com a construção de edifícios de grande envergadura e qualidade. O último chama-se Varandas Residence.

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Empresas & Negócios

VO Varandas Residence é o mais recente edifício construído pela Mafavis

Page 46: Vivacidade ed. 90 - Janeiro 2014

Actual Gest celebrou Natal em famíliaA tradicional festa de natal da Actual Gest celebrou-se este ano a 7 de janeiro, no Auditório Municipal de Gondomar. Música, dança e teatro interpretado pelos alunos, deram alegria aos colegas, pais, professores e funcionários do centro de formação.

No dia 7 de janeiro, a Actual Gest celebrou novamente o Natal em família. Graças ao elevado número de eventos agendados para o Auditório Municipal de Gondomar, ao longo do mês de de-zembro, o centro de formação adiou este ano a festa, para o mês de janeiro.

“O que temos aqui hoje é uma festa de Natal, que passamos para a festa dos Reis, porque o auditório estava sobrecar-

regado na época de natal”, disse Antenor Areal, diretor da ActualGest – Formação Profissional, Lda. Satisfeito com mais um ano em que se cumpre a tradição que já vem desde o início do centro de formação, há mais de 23 anos, Antenor destaca ao Vivacidade a “parte lúdica essencial para os jovens poderem traba-

lhar componentes que não trabalham no dia-a-dia”. Segundo o diretor da Actual Gest, “nesta festa a componente lúdica acompanha também a componente for-mativa dos alunos”.

Os formandos, encarregados de edu-cação, familiares, professores e funcio-nários que assistiram ao evento, passa-ram uma tarde animada com música, dança e teatro. As apresentações foram

preparadas e interpretadas pelos cerca de 300 alunos da Actual Gest, em cola-boração com os professores do centro de formação gondomarense.

A Actual Gest foi fundada em 1991 e tem vindo a direcionar a sua ação para a formação inicial como instrumento de empregabilidade imediata.

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Empresas & Negócios

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A valorização da educação é fundamental para o desenvolvimen-to da sociedade portuguesa e passa, entre outros aspetos, pela promoção de uma igualdade de oportunidades entre todos os que pretendem aceder ao sistema educativo.

Perante a diversidade de necessi-dades educativas especiais das crian-ças e jovens impõe-se que o Estado garanta uma oferta educativa capaz de responder a cada uma dessas ne-cessidades de modo a que cada aluno tenha as melhores condições pos-síveis para a prossecução dos seus objetivos.

Ora, a Educação Especial é uma realidade complexa à qual o sistema educativo tem procurado dar as res-postas mais adequadas a todos estes alunos quer no domínio legislativo

quer no domínio técnico-pedagógi-co.

Esta política educativa rege-se pelo diploma DL 3/2008 e por outros diplomas conexos que têm como seu primado a inclusão educativa e so-cial destes destinatários

Na verdade, a escola inclusiva é uma realidade, contudo carece de ser adaptada de modo a responder não só ao alargamento da escolaridade até o 12.º ano, mas também para a inserção na vida ativa.

Todos sabemos que é na escola pública que se encontram grande parte dos alunos com NEE.

Daí que, recentemente, o gover-no tivesse criado diplomas para dar resposta não só ao alargamento da escolaridade até ao 12.º anos, mas também aos alunos com dificulda-

des de aprendizagem que não estão abrangidos pelo DL3/2008.

Durante a anterior legislatura e na atual, foi criado um grupo de tra-balho na área da Educação Especial, no âmbito Comissão Parlamentar de Educação, com o objetivo de avaliar a eficácia da legislação vigente nesta área.

Apraz dizer que os contribu-tos recebidos neste grupo, quer em conferências, quer em audições, au-diências e vistas a instituições, nesta área, contribuíram para sensibilizar o Ministério de Educação para esta problemática da Educação Especial.

Perante as várias interpelações, deste grupo de Trabalho, na Co-missão Parlamentar de Educação, o Senhor Ministro da Educação anun-ciou que ira criar, a nível ministerial

um grupo de trabalho incumbido de avaliar o quadro normativo regula-dor da Educação Especial e de todas as dimensões envolvidas…

A promessa foi cumprida. No passado dia 15 de janeiro, foi publi-cado o despacho n.706-C/2014 que cria o grupo específico de trabalho com a missão de desenvolver um es-tudo de revisão desta legislação.

É de realçar que este mesmo des-pacho é interministerial dado que o Ministério do Emprego da Solida-riedade e Segurança Social também está incluído.

É minha convicção de que ire-mos ter um quadro normativo mais adequado à escolaridade obrigatória e que irá, certamente, dar uma me-lhor resposta para a inserção na vida ativa destes jovens.

Catarina MartinsBE

Sou a favor de uma alteração à lei em vigor de modo a permitir a adoção por casais do mesmo sexo. Por isso, votei favoravelmente a proposta de lei da co-adoção, na expectativa de que mais tarde se fizesse idêntico caminho em rela-ção à adoção, pondo termo a uma violação do princípio da igualdade que o nosso ordenamento jurídico ainda comporta.

Defendo a adoção, porque en-tendo que o mais importante para uma criança é ter direito a um colo, é poder crescer rodeada de afetos, no seio de uma família – tenha ela a composição que tiver.

Respeito, no entanto, aqueles que têm posições contrárias e estou disponível para o debate aberto so-bre o tema.

Contudo, não posso respeitar a rasteirice dos jotinhas social-de-mocratas que - querendo travar o processo legislativo da co-adoção, depois de ter sido aprovado pela Assembleia da República, na gene-ralidade - vêm lançar uma iniciati-va ferida de inconstitucionalidade, uma vez que as perguntas referen-dárias têm sempre que ter subja-cente um projeto de lei e se isso está garantido com a co-adoção, tal não acontece com a adoção agora cap-ciosamente acrescentada ao debate pela JSD.

É evidente que estes jovens, sempre tão disponíveis para todo o “serviço” que as direções partidá-rias não querem assumir, não estão preocupados com o reconhecimen-to do direito à adoção a casais do

mesmo sexo, pelo contrário. Se as-sim não fosse teriam apresentado uma proposta de lei para esse efeito quando foi discutida a co-adoção e teriam ultrapassado o PS pela es-querda, mas não o fizeram. O único interesse que move estes jovens é o de agradar ao chefe Passos Coelho, incomodado por ver que cerca de quinze deputados do PSD se uni-ram à esquerda permitindo que se aprovasse a co-adoção e por per-ceber que, se não apresentasse esta proposta de referendo e não im-pusesse a disciplina de voto, veria a co-adoção aprovada em votação final com os votos de diversos de-putados da sua bancada.

É evidente que se este referendo não for travado pelo veto do Pre-sidente da República será travado

pelo Tribunal Constitucional devi-do a falhas processuais nada ino-centes, sublinhe-se até à exaustão.

Infelizmente, o manobrismo dos proponentes não adiou apenas uma decisão política. Acabou por adiar, inesperadamente, a resolução dos problemas de muitas famílias e das suas crianças.

O direito à igualdade não é pas-sível de ser sujeito a referendo. Os direitos das minorias não são, nem podem ser, sujeitos a referendo.

Entre o superior interesse das crianças e o preconceito homofó-bico a JSD optou pelo segundo. Já muito pouco do que possa aconte-cer me espanta e por isso este golpe de teatro não me surpreendeu, mas tenho que admitir que me dá náu-sea.

A Educação Especial e o futuro

A náusea

Margarida AlmeidaPSD

Quem vive do seu trabalho já per-cebeu bem qual é o preço do suposto sucesso do Governo, no seu rumo de subserviência à troika e aos merca-dos. Cortes nos salários, nas pensões, desemprego, miséria. Mas há quem ganhe. O que aconteceu com os CTT é um bom exemplo. Para o Bloco de Esquerda a privatização dos CTT é um erro, seja qual for o preço. Mas sempre dissemos também que se es-tava a vender uma empresa lucrativa por tuta e meia. Se dúvidas houvesse, agora está à vista de todos. Um mês depois da privatização, BES, BCP e JPMorgan, os mesmos bancos que as-sessoraram o Governo na venda, ava-liaram agora os CTT num valor 30%

mais alto. Ou seja, o Estado vendeu a cinco o que afinal vale sete, entregan-do 200 milhões de euros aos privados.

A venda dos CTT foi um crime contra o interesse público e não é caso único do favor do governo aos grupos financeiros. Aliás, a promis-cuidade entre governo e negócios é clara. Veja-se o caso de José Luís Arnault, ex-ministro e deputado do PSD, dirigente do PSD, e jurista que conseguiu estar em todas as priva-tizações, da EDP, REN, ANA, CTT, ora do lado do Estado ora do lado dos privados. Acaba de ser contra-tado pela Goldman Sachs, o maior acionista privado dos CTT, banco responsável pela crise financeira, que

vendeu SWAPS tóxicos a Portugal e que o Governo contratou para asses-sorar o regresso aos mercados. Este governo é assim: premeia com puni-ção quem com o seu trabalho cons-trói o país, pune com prémio quem rouba o país. E a Goldman Sachs pre-meia quem lhe abriu as portas.

O governo PSD/CDS está a en-tregar o país por tuta e meia e está a delapidar as possibilidades de futuro de Portugal. O primeiro-ministro já o afirmou em entrevistas: a dívida vai continuar a engolir os recursos do país e o seu projeto é o de mais 15 anos de cortes de salários e pensões, mais 15 anos de cortes no acesso à saúde e educação, mais 15 anos do

garrote do desemprego e da preca-riedade, mais 15 anos da sangria da emigração. A massa de que é feito o seu suposto sucesso é a mesma que tira salários, pensões, emprego. A mesma que privatiza o país, que des-trói o SNS, a Escola Pública, a ciên-cia, a cultura.

Sabemos bem que não se alicerça nenhum sucesso nos escombros da economia e no mar do desemprego. O país precisa de emprego, produção, serviços públicos, qualificação. Pre-cisa de gente. De cidadania. Precisa de resgatar a democracia das teias da finança internacional e de se livrar deste governo de Miguéis de Vascon-celos.

Quem ganha e quem perde

Isabel SantosPS

Opinião: Vozes da Assembleia da República

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José Luís FerreiraPEV

Um acórdão do Supremo Tri-bunal de Justiça fez – afinal é para isso que existe – justiça a hotéis e restaurantes que colocam uma tele-visão ao dispor dos seus clientes nos espaços comuns.

A história conta-se em poucas palavras: aqui perto, em Felgueiras, a GNR entrou num bar onde uma televisão emitia um videoclip de Madonna, com colunas a difundir o som no bar. O material foi apreendi-do, o dono multado: não tinha pago à SPA direitos para passar música e foi condenado pelo crime de usur-pação. Simples? Não. O dono recor-reu para tribunal e ao fim de seis anos o Supremo confirmou o juízo do Tribunal da Relação de Guima-

rães e absolveu o arguido. O acór-dão faz jurisprudência: A aplicação, a um televisor, de aparelhos de am-pliação do som, difundido por ca-nal de televisão, em estabelecimento comercial, não configura uma nova utilização da obra transmitida, pelo que o seu uso não carece de auto-rização do autor da mesma, não integrando consequentemente essa prática o crime de usurpação. A novidade não é tanto de direito – também é, naturalmente – mas nas implicações práticas: se aplicar me-canismos de amplificação de som a uma televisão é mera recepção – e não uma nova utilização da obra – então não recaem sobre essa recep-ção quaisquer pagamentos porque

os canais de televisão já os pagaram. Naturalmente que também não há crime de usurpação neste caso.

O STJ reconhece que a questão nem sempre é clara. Quando, por exemplo, se emite um espetáculo desportivo, cobrando entrada ou não, que se publicita ou para o qual se redecora o espaço para atrair mais clientes então já se estará no plano da comunicação pública – que faz dever pagamento de taxas por não ser – ora– mera recepção.

A SPA anunciou que recorrerá para as instâncias europeias para onde já recentemente terá seguido uma queixa por suposta desadequa-ção portuguesa à diretiva europeia que regula o direito à cópia priva-

da – área em que a SPA reclama um pagamento por cada suporte digital de memória vendido ou importado. Cartões de memória, pens USB, te-lemóveis ou discos rígidos seriam, assim, objeto duma taxa para com-pensar supostos danos pela lega-lidade de se puderem fazer cópias (desta forma, legais) para fins pri-vados. Os utilizadores, claro, recla-mam não ter de pagar essas taxas.

O direito de autor divide os re-presentantes oficiais dos autores, os tribunais e os utilizadores das obras protegidas. Exageros da par-te dos primeiros não facilitarão o apoio público e decisões europeias prometem novos episódios. Aguar-demos.

Notas de Autor

Apesar da bonita designação, o ob-jetivo do Governo nunca foi a conver-gência das pensões. O que o Governo pretendia com esta proposta, era pro-ceder a cortes inaceitáveis nas pensões, depois de ter feito os cortes que já fez aos pensionistas.

Assim a somar ao brutal aumento do IRS e à Contribuição Extraordinária de Solidariedade, o Governo pretendia ainda proceder a um novo corte nas pensões. Um brutal corte, com caráter definitivo e retroativo, que iria reduzir em 10%, as pensões de milhares e mi-lhares de pessoas.

Ou seja, aposentados e futuros apo-sentados, todos seriam vítimas desta fúria do governo contra as pessoas que

trabalharam e descontaram uma vida no pressuposto de que o Estado cum-priria a sua palavra.

É uma vergonha de tal ordem, que levou, inclusivamente Manuela Ferreira Leite a classificar de “Leviandade, ligei-reza e superficialidade” a forma como o Governo está a encarar esta matéria. E não é para menos, porque para além da insensibilidade social que o Gover-no confirma nesta proposta, o Governo esteve mal, muito mal em todo o pro-cesso.

Começou por enviar para a As-sembleia da República esta proposta de lei antes de ter terminado todas as fases de negociação com os sindicatos, violando assim, a lei da negociação co-

letiva da Administração Pública, o que configurava mais uma inconstituciona-lidade. Depois apresentou uma Propos-ta de Lei com uma extensa exposição de motivos, mais dirigida ao Tribunal Constitucional do que propriamente ao Parlamento.

Uma exposição de motivos, reple-ta de incorreções e de falsidades. Dizia o Governo que a política de cortes na despesa pública seria a única solução para reduzir o défice e a dívida pública. Sucede que todos os dados, como os do Eurostat, indicam que foi exatamente a política de cortes brutais na despesa pú-blica que fez disparar a dívida pública, atingindo hoje valores insustentáveis.

Desde que começaram os cortes

brutais na despesa pública, portanto, em apenas dois anos deste Governo PSD e CDS, a dívida pública aumentou 29,6%. Repito 29,6%. É só fazer contas, durante este período a dívida pública subiu de 94% do PIB para 123,6% do PIB.

Por outro lado, é falso dizer-se que os trabalhadores da Administração Pública sempre receberam pensões sobre 100% da remuneração, porque o Governo sabe muito bem que assim não é. Bem esteve, portanto, o Tribunal Constitucional que acabou de declarar inconstitucional esta proposta do Go-verno. E nós já vamos perdendo a conta às tentativas do Governo em Governar à margem da lei fundamental do País.

A convergência de pensões

Michael SeufertCDS-PP

Opinião: Vozes da Assembleia da República / Vozes da Assembleia Municipal

No passado dia 17 de Janeiro foi publicado em Diário da República o anúncio do concurso público para a conceção e criação da logomarca “Gondomar é D’Ouro”, um objectivo estratégico do Programa Eleitoral do Partido Socialista que agora começa a ser concretizado.

Uma marca agrega todo o po-tencial económico, humano e social, que identifica no mercado produ-tos, serviços e iniciativas que uma organização pretende lançar. Numa era de hiperconcorrência, a marca garante que os seus ativos são ex-clusivos, e ao mesmo tempo cria um símbolo fácil de publicitar e de ser reconhecido.

Gondomar tem enormes po-

tencialidades que foram continua-damente esquecidas na inércia dos últimos anos, entre elas uma ativi-dade económica reconhecida nacio-nalmente, que é a ourivesaria de fili-grana, assim como o recurso natural de excelência do Rio Douro. Através da criação, dinamização e explora-ção da marca, a Câmara Municipal de Gondomar terá ao seu alcance a agilidade e os instrumentos para ver concretizados ativos fundamentais para os sectores económicos, sociais e humanos do concelho.

Numa altura em que o turismo ao longo do rio Douro tem tido uma procura em larga escala, “Gondomar é D’Ouro” permitirá criar as ferra-mentas para que o concelho se assu-

ma como parte integrante nesse ni-cho de negócio. Ao levar a cabo um programa de requalificação da orla ribeirinha, adeqando os instrumen-tos de gestão urbanística, dotando as praias fluviais com as infraestruturas necessárias e potencializando vários desportos aquáticos, Gondomar torna-se uma área de extremo inte-resse para as operadoras turísticas. Nessa altura, será estratégica a fixa-ção no concelho de bases para essas operadoras, assim como a criação de pontos de embarque e saída de pas-sageiros.

Agregado a estas atividades tu-rísticas e de lazer, fica lançada a possibilidade de explorar também atividades no âmbito do alojamento,

da restauração, e de divulgação de ativos existentes.

Um desses ativos é a já referida ourivesaria de filigrana. No âmbito da marca “Gondomar é D’Ouro” será possível dinamizar a produção, a co-mercialização e a exportação. Deverá ainda ser foco de atenção no âmbito cultural e, mais uma vez turístico, criando a Rota da Filigrana e Museu Vivo das Artes da Ourivesaria, como foi proposto no Programa Eleitoral do Partido Socialista.

Por fim, a marca que agora se concretiza, deverá ainda dinamizar os equipamentos existentes, vota-dos ao esquecimento nestes anos de inoperância, e devolvê-los a todos os Gondomarenses.

Gondomar é D’Ouro

Joana ResendePS

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António ValpaçosCDU

Foi público o acordo entre a Câmara Municipal (CM) e a Opção Sublime, S.A. – empresa concessio-nária do parque de estacionamento da Areosa para o pagamento de 3,5 milhões de euros, como indemniza-ção pela revogação do contrato de concessão. Parece que o PS resolve um difícil dossier deixado pelo an-terior executivo municipal, como se nenhuma responsabilidade tivesse no processo. Já lá iremos. Relembre-mos os factos mais relevantes:

- a 11/02/2011 depois de fracas-sados dois concursos públicos para a concessão de exploração de luga-res de estacionamento pago na via pública e construção e exploração do Parque de Estacionamento sub-

terrâneo do mercado da Areosa, a CM convidou a empresa Alexandre Barbosa Borges, S.A. (ABB) a apre-sentar proposta;

- a 22/04/2011, apesar de não ser obrigatório, o executivo municipal nomeou um júri para a formação do contrato de concessão;

- a 01/07/2010 a CM adjudica a concessão à ABB, depois de ter um parecer prévio de uma empresa de assessoria de gestão, que reconheceu a viabilidade da proposta apresenta-da, posição corroborada pelo júri;

- a 22/07/2010 a ABB constitui uma sociedade anónima – Opção Sublime, S.A., para ter uma empresa exclusivamente para a concessão;

- a 18/08/2010 é assinado o con-

trato para a concessão, construção e exploração do parque de estacio-namento da Areosa, no valor de 4 milhões de euros durante 35 anos, recebendo a CM o valor anual de €250,10 pelos parcómetros coletivos e de € 93,30 pela exploração do par-que subterrâneo.

O resto da história já se sabe. A Opção Sublime, S.A. alegou ter prejuízos e solicitou em Maio de 2013 a reposição do reequilíbrio económico-financeiro e que tal fos-se decidido através da “arbitragem”. A CM aceitou a proposta por en-tender que a arbitragem voluntária permite uma decisão equitativa. De facto, não podia ser mais “equitati-va”: revogação do contrato a favor

do concessionário e pagamento, por parte da CM, de uma indemnização no valor superior a 4,5 milhões de euros.

Quando a CDU, na última As-sembleia Municipal, afirmou que todo este processo foi um grave erro político, no qual o PS tem responsa-bilidades, fomos acusados de men-tir, alegando o PS que nunca apro-vou propostas sobre esta matéria. Só pode ter memória curta: todas as propostas sobre o Parque de Esta-cionamento da Areosa foram apro-vadas por unanimidade.

Tudo não passou de mais uma “negociata”, com o esbanjamento de dinheiros públicos e o sacudir de responsabilidades de outros!

Parque de Estacionamento da Areosa –da “negociata” ao sacudir de responsabilidades

Rui NóvoaBE

Quando a Câmara levou para aprovação na Assembleia Municipal a proposta de um novo mercado, muitos foram os que defenderam um caminho diferente que passava pela recuperação daquele espaço no sen-tido de servir melhor todas as partes (vendedores e compradores) mas, a Câmara e os membros da Assembleia que sustentavam o executivo foram frontalmente contra.

Lembro-me de ter questionado o executivo por não optar pelas pro-postas que iam no sentido da reabi-litação tendo o vice-presidente de-fendido que, o que era bom era fazer uma concessão da obra a privados porque dessa forma o município não teria custos mas infelizmente hoje, o que temos é um mercado completa-mente descaraterizado sem clientes

e o pequeno comércio numa situa-ção de sufoco. Tudo graças a uma decisão completamente desastrosa do anterior executivo. O resultado está à vista, uma obra que teria um custo nunca superior a 250 mil euros acabou por ficar ao município por 3.500.000 euros.

O atual executivo, foi confronta-do com a decisão do tribunal para a anulação do contrato de exploração do parque de estacionamento tendo interposto um recurso pedindo, e bem, a anulação do acórdão do tribu-nal arbitral mas, depois acabou por negociar o pagamento de 3.500.000 à Opção Sublime S.A, com o argumen-to de que essa decisão era a melhor para o município.

Assim, perguntei na última As-sembleia Municipal, se estavam esgo-

tadas todas as possibilidades do não pagamento de juros até prenuncia final dos tribunais, nomeadamente, através de interposição de providên-cia cautelar de modo a minimizar o prejuízo para o Município e para que fosse possível apurar a verdade, com a máxima transparência, sobre este negócio.

O Bloco de Esquerda, opôs-se desde a primeira hora a esta opera-ção de concessão por considerar, em 1.º lugar, que estava contra o inte-resse público ao destruir o mercado em vez de o reabilitar e ainda com os consequentes prejuízos, para os co-merciantes não só do mercado mas também do pequeno comércio à sua volta.

Em 2.º lugar, por apenas favore-cer a exploração a um privado num

negócio que seguramente a empresa concessionada (Opção Sublime S.A.) previa ser bastante lucrativa.

Como tal, deveria assumir todos os riscos, o que não veio acontecer, e assim, com este belo negócio fei-to no reinado de Valentim Loureiro & Companhia, os gondomarenses vão ficar privados de investimentos em áreas tão importantes como as obras municipais, ação social, cultu-ra e educação, uma vez que é daqui que sairão os 3.500.000 de euros para pagar por este crime feito contra os gondomarenses.

O Bloco tinha razão!Deixo aqui o alerta de que, dentro

de pouco tempo, vamos ser chama-dos a pronunciarmo-nos sobre o que fazer daquele espaço e irá ser preciso estarmos todos muito atentos.

O grande negócio do Mercado da Areosa

Pedro OliveiraCDS-PP

Decorreu no fim-de-semana dos passados dias 11 e 12 de Janeiro em Oliveira do Bairro, o XXV Congresso do CDS/ PP.

Quem lá esteve não deixou de experimentar um grande clima de confiança, percebendo que nas cú-pulas do partido se vive uma enorme esperança no futuro próximo do país.

Com efeito tratou-se de um con-gresso onde o debate interno não deixou de se fazer de forma viva, co-rajosa, mas também responsável, sem que, portanto, fosse posta em crise al-guma importante valência das atuais responsabilidades do partido.

Efetivamente os “críticos” da

direcção federados na liderança de Filipe Anacoreta Correia, manifes-taram de forma livre e até acintosa as suas divergências para com a es-tratégia seguida, fomentando um salutar confronto de ideias e opções que muito contribuiu para o reforço da responsabilidade e credibilida-de do papel do CDS/ PP no seio do governo. Naturalmente, a liderança do Sr. Dr. Paulo Portas, com o qual estamos solidários, saiu inequivoca-mente vencedora com a sua moção de estratégia a ser votada com mais de 80% dos congressistas. Apesar de Anacoreta Correia ser sustentável em vários dos “apartes” que invocou e de

objetivamente ter havido alguns “ti-ros no pé” por parte do Sr. Dr. Portas, designadamente no último verão, a verdade é que a conjuntura do país, claramente nos obriga, por um lado a ser flexíveis e moderados na aferição da ação governativa e, por outro, a sermos unidos no partido, apoiando o trabalho hercúleo que o governo e os nossos ministros em particu-lar, têm tido e continuarão a ter pela frente.

Todos temos que perceber que o “acerto” de contas do país só poderia ter sido feito com “dor” e que, sempre que dói mais, se torna também mais legítimo a todos vociferarem contra

a situação. Nem tudo está bem com certeza,

no entanto e gradualmente, o país tem vindo a “trocar de agulha”, co-meçando a disseminar-se, em diver-sificação, melhores notícias para os portugueses. O congresso do CDS/PP não deixou de ser neste contex-to, enquanto partido do governo, um evento positivo para todos, pois demonstrou que, independentemen-te das enormes dificuldades, o par-tido se apresentou responsável, mas igualmente mais maduro, adulto e fiável, características essenciais para o reforço da esperança dos portu-gueses.

Confiança

Opinião: Vozes da Assembleia Municipal

49VIVACIDADE JANEIRO 2014

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1 - Como muita gente tinha vaticinado, o Tribunal Consti-tucional declarou inconstitucio-nal a proposta do Governo que pretendia aplicar um corte pro-gressivo às reformas e pensões já atribuídas aos funcionários públicos aposentados, de valor superior a 1350 euros/mês. A po-sição dos juízes foi recebida com

regozijo generalizado, sobretudo, e como é natural, pelos pensio-nistas que seriam por ela atin-gidos. Mais curioso ainda é que os trabalhadores ou pensionistas do sector privado alinharam no coro de festas, regozijando com mais uma derrota do Governo.

É claro que poucos pensaram que, se aquela medida não passou no crivo dos juízes do TC, outra teria que aparecer para tapar o buraco que ficou aberto. Logo que se começou a falar em alter-nativas, surgiram na comunica-ção social as mais variadas “so-luções”. Desde deixar derrapar o défice em duas décimas, até uma nova eventual subida do IVA, aumento do imposto de capitais ou dos combustíveis, etc etc. O Governo optou por reformular a medida, desta feita aplicando uma nova taxa às pensões, mas agora a todos os reformados do sector público ou privado, acima de 1350 euros/mês, por escalões que vão dos 3,5% para pensões entre 1350 e 1850 euros/mês, e até aos 40% para os valores das pensões que estiverem acima dos 7 500 euros/mês.

2 – Os partidos da oposição já fizeram saber que irão reque-

rer ao Tribunal Constitucional que se pronuncie sobre esta nova alternativa escolhida pelo Gover-no. E duas uma: ou o TC volta a chumbar a proposta, e é preciso encontrar nova alternativa; ou os juízes validam esta proposta, e pensionistas e reformados que estejam dentro daqueles esca-lões, sejam públicos ou privados, sentirão o respectivo corte. Uma coisa parece clara: ou esta ou ou-tra qualquer medida será sempre aplicada. E qualquer que ela seja, representará um corte nos ren-dimentos das pessoas, ou uma qualquer quebra de apoio ou serviços prestados pelo estado. Se esta passar então o Governo ainda cometeu uma maior in-justiça, ao sacrificar os privados que, como abaixo se verá, conti-nuam a ser o parente pobre das pensões.

Ora, sabendo-se que mais de 70% da despesa pública é feita para pagar salários aos funcio-nários do estado e as pensões de reforma, públicas ou privadas, ninguém duvida que será sempre neste segmento da despesa que entrarão os principais cortes. Se assim não for, restará a velha re-ceita de aumentar ainda mais os

impostos, sejam eles quais forem, sem esquecermos que os existen-tes há muito atingiram valores insuportáveis para toda a gente. Continuamos, por isso, numa espécie de jogo de quebra cega, pela simples razão de que o di-nheiro não cai do céu, e tudo o que o estado gasta sai do bolso dos cidadãos e das empresas. O estado não faz dinheiro, limita--se a cobrá-lo aos cidadãos e às empresas…

3 – Sejamos absolutamente claros: quando o Governo apre-goa que temos de caminhar para a convergência das pensões, en-tre as aplicadas ao sector público e as aplicadas aos trabalhadores privados, há sempre um coro de indignação que se levanta. Mas a verdade é que essa alegada con-vergência está muito longe de se atingir. Pela simples razão de que a forma de cálculo das reformas dos funcionários públicos conti-nua completamente desfocada da forma de cálculo dos privados. E enquanto assim for, a dita con-vergência é uma miragem, por muito que as palavras indignem os funcionários públicos. Só ha-verá verdadeira justiça quando as formas de cálculo das pensões

forem rigorosamente iguais para todos os trabalhadores, venham eles do sector público, ou do es-tado.

Vejamos um exemplo: a par-tir deste ano os novos reforma-dos do estado terão uma pensão calculada na base de 80% do seu último salário. Os privados nun-ca poderão ultrapassar os 80% da MÉDIA dos salários que tiveram ao longo de toda a sua carreira contributiva. Ou seja, quem há 40 anos ganhava cinco contos (25 euros) irá ver esse ordenado somado com todos os que teve ao longo dos 40 anos, (480 me-ses) e sobre a média assim obti-da é que será aplicada a tal taxa máxima de 80% para obter a pensão. Diga-se que há uma ac-tualização matemática de capital a cada ano de contribuição sobre as taxas de inflação acumuladas. Mas, mesmo assim, os valores de actualização são sempre ridícu-los. Ora, não é isto uma forma de injustiça? Porque não se apli-ca aos funcionários públicos o mesmo cálculo da média de toda a carreira contributiva? E ainda há quem diga que estamos a ca-minhar para a convergência das pensões…

Onde está a convergência das pensões públicas e privadas?

Posto de Vigia

Manuel Teixeira

Jornalista e Professor Universitário

Opinião

50 VIVACIDADE JANEIRO 2014

Incumprimento de prazos de entrega, bem como atrasos e irre-gularidades nos reembolsos são as situações que mais afetam os con-sumidores que procuraram ajuda na DECO.

A Luxo24 não cumpre  a lei que determina o prazo máximo de 30 dias para reembolso em caso de indisponibilidade dos produ-tos e  pressiona os consumidores a aceitarem créditos para futuras compras naquela empresa. A si-tuação tenderá a agravar-se com o desenrolar do processo de insol-vência, no qual a Luxo24 foi decla-rada insolvente.

Apesar disso, o portal na Net  da Luxo24 mantém-se ope-racional. Nos termos e condições do portal, consta agora uma outra empresa com sede na Alemanha como entidade vendedora. Dadas as condições contratuais abusivas em clara desconformidade com a lei e a conduta da empresa  lesiva para os interesses dos consumido-res, a DECO desaconselha a cele-bração de qualquer contrato com a mesma. Já denunciámos a situação à Autoridade de Segurança Ali-mentar e Económica e exigimos uma melhor fiscalização da ativi-dade.

DECO desaconselha compras à empresa Luxo24O portal na Net continua ativo, mas a empresa Luxo24 foi declarada insolvente. Nos últimos meses, a DECO recebeu um elevado número de re-clamações sobre a empresa que vende produtos de relojoaria online. Já denunciámos o caso à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

Joana Simões

Jurísta da DECO

Para qualquer esclarecimento adicional pode dirigir-se à DECO, Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor - Delegação Regional do Norte, sita na Rua da Torrinha nº 228, H, 5º andar, 4050-610 Porto, ou através do endereço: [email protected]

FOTO

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51VIVACIDADE JANEIRO 2014

Opinião

Têm surgido notícias alarman-tes, nos jornais e canais televisivos, que tentam demonstrar que as Urgências dos nossos hospitais es-tão em rotura por sobrelotação de doentes que aí têm recorrido. Será a realidade? Sabemos que nesta época do ano, com o aparecimento das primeiras gripes, provocadas por alterações climatéricas e des-cida da temperatura ambiente, o número de doentes aumenta de forma marcada levando a um con-gestionamento das urgências. O problema não é novo, e todos os anos se repete, no entanto, esses serviços de urgência conseguem ultrapassar estas fases, de forma mais ou menos correta. O proble-ma está muitas vezes na eficácia da resposta dos cuidados primários, essa sim deve ser a melhor possí-vel, para minorar o congestiona-mento das urgências. Tratando-se em regra de doenças gripais, fáceis de diagnosticar e sem necessidade de grandes intervenções médicas, apesar do número de doentes ser grande, os serviços de urgência conseguem resolver em tempo útil, todos os casos clínicos, mas certamente, com diminuição da qualidade da assistência dos ver-dadeiros casos clínicos graves. No entanto, seria uma situação a

evitar, melhorando a resposta dos serviços clínicos de assistência primária. É a resposta do médico assistente que deve ser melhora-da, diminuindo a necessidade do doente recorrer diretamente às urgências hospitalares. Numa es-

tatística apresentada por um dos hospitais da cidade do Porto, mais de 40% dos doentes que recorre-ram, nos últimos tempos às urgên-cias, não tinham critérios médicos para o fazer, ou seja, não tinham situação clínica que justificasse a

sua ida ao serviço de urgência. Por outro lado, se as pessoas o fizeram é porque não tiveram uma alterna-tiva ou opção que evitasse a sua ida ao serviço de urgência, com todos os inconvenientes que isso acarre-ta para todos, não só, na qualida-de organizacional, como também nos custos económicos que ao estado acarreta. E o estado, quer queiram quer não, somos todos nós, ou seja, acabamos todos por pagar, direta ou indiretamente. Os cuidados primários esses sim, de-vem ser mais apoiados, por serem mais úteis e diminuírem o número de doentes que necessitam de ir as urgências, essas mais preparadas para os casos emergentes, especia-lizados em patologias graves e com necessidade de intervenção rápida e por vezes complexa. Temos de modificar os nossos hábitos para o bem de todos.

Amanha quando um familiar meu, um amigo, ou mesmo um concidadão precisar de recorrer a uma urgência com um enfarte do coração, acidente vascular cerebral ou mesmo um traumatismo grave, gostaríamos todos que fosse assis-tido o mais rápido possível e o me-lhor possível, pois disso pode de-pender, entre a vida... ou a morte.

Até breve, estimados leitores…

Urgências dos hospitais, em crise?

Viva Saúde

Paulo Amado

Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia

Diretor Clínico daCLINICA RIO TINTO +

Coordenador da Unidade deMedicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HPP- Boavista.

Com as eleições autárquicas do outono passado abriu-se caminho a uma nova era para o futuro das Jun-tas de Freguesia. Por um lado, resul-tante das fusões que foram feitas, e que deram origem a Juntas de muito maior escala territorial e de popula-ção. Por outro porque, induzido por este factor, houve alterações à lei, no sentido de “empurrar” os municí-pios para uma prática de delegação de algumas das suas competências para as novas Juntas. Pretende-se, com estes dois efeitos, potenciar uma intervenção pública cada vez mais próxima dos cidadãos.

Foi nesta lógica que alguns mu-nicípios estão a negociar novas com-petências das Juntas de Freguesia, entregando a estes últimos autarcas um conjunto de tarefas que até aqui

eram asseguradas pelo próprio mu-nicípio. É o caso, por exemplo, da limpeza e manutenção de ruas, tra-tamento de jardins, gestão de esco-las, gestão de espaços públicos, etc.

Com as referidas transferências de competências serão também transferidos os respectivos envelo-pes financeiros, como é absoluta-mente normal e justo. A forma de fazer as contas essa depende de mui-tos factores, ou simplesmente do re-sultado de negociações entre os dois tipos de autarquias. Aparentemente estas novas experiências de gestão pública têm as condições para po-derem resultar, se houver boa-fé de parte a parte nas necessárias nego-ciações.

Mas abundam por esse país fora muitas dúvidas sobre estes proces-

sos. A mais relevante tem a ver com a atitude que os municípios terão quando se sentarem a negociar caso a caso com Juntas de Freguesia que não são da mesma cor política. Será que vai haver rigorosa igualdade de tratamento, independentemente das cores partidários de uns e outros? Ou vamos assistir à partidarite e ao jogo de conveniências eleitorais, em prejuízo das populações?

Outro tipo de dúvidas que é jus-to colocar consiste em saber em que medida é que as Juntas de Freguesia terão capacidade técnica efectiva para assumir certas competências mais pesadas e complexas. É claro que estas dúvidas colocam-se sobre-tudo nas grandes Juntas de Fregue-sia em tecido urbano denso e pesa-do, como é o caso da maioria dos

concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Finalmente, um terceiro nível de questões tem a ver com a mo-nitorização ou avaliação dos servi-ços prestados. Se é verdade que em muitos casos os serviços prestados pelo município são totalmente ina-ceitáveis, é preciso estar atento para avaliar se a mudança para as Juntas, desses mesmos serviços, melhoram ou ainda agravam o desempenho.

Tudo isto pode e deve ser nego-ciado entre as partes. Certamente que assim estará a acontecer. Mas é bom que os cidadãos estejam cada vez mais atentos, e não permitam que, no final do processo, sejam as populações as vítimas das experiên-cias mal pensadas, ou mal negocia-das…

As “novas” competências das JuntasBisturi

Henrique Villalva

FOTO

: DR

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Lazer

VIVACIDADE JANEIRO 2014

João Paulo Rodrigues, tem 46 anos e é natural da Gafanha da Nazaré, Aveiro.Desde cedo manifestou interesse pelo Turismo e Gastronomia tendo ingressado na escola de Hotelaria e Turismo do Porto onde se formou na área da Restauração. No seu longo percurso profissional destaca--se a experiência ao nível da Gestão de Restauração Coletiva, Organiza-ção de Eventos, Gestão de Recur-sos Humanos no Departamento de Comidas e Bebidas em várias em-presas hoteleiras. Após várias atua-lizações profissionais, iniciou a sua experiência pedagógica em 1992 colaborando com diferentes escolas profissionais (Valongo, Gondomar, Vila Nova de Gaia); dando forma-ção contínua a profissionais ativos em diversas unidades hoteleiras (Hotéis Termais, Hotéis de Cidade, empresa Douro Azul, etc.), em co-laboração com a Escola de Hotelaria e Turismo do Porto e o Instituto Nacional de Formação Turística. Colabora com o Ministério de Educação na Formação de Adultos sendo coordenador de diversos cursos com dupla certificação (esco-lar e profissional) e ainda responsável pelos estágios profissionais. Ao nível da formação de jovens colabora com diferentes Escolas Básicas e Secundárias na certificação escolar e profissional (Cursos de Educação e Formação tipo 1 e 2), e com Centros de Formação dos quais se destaca a ActualGest - Gondomar onde é formador e coordenador desde 1996 na área de Hotelaria e Restauração. Neste polo de Formação é ainda o responsável de todas as dinâmicas relacionadas com os cursos de Mesa/Bar, Cozinha/Pastelaria e Organização de Eventos.

APRESENTAÇÃO CHEF JOÃO PAULO RODRIGUES

SOUFFLÉ DE QUEIJOSIngredientes para 4 pessoas400 ml Molho Bechamel (compra) salpimentanoz moscada4 ovos40 g de queijo parmesão30 g de queijo emmenthal30 g de queijo Gruyère20 gr Manteiga

PreparaçãoLigue o forno e regule-o para os 200 °C.

Coloque num recipiente o molho Béchamel e tempere a gosto com sal, noz moscada e pimenta. Adicione as gemas previamente desfeitas, mexendo rapi-damente com umas varas de arames.

À parte, bata as claras em castelo bem firme, temperadas com uma pitada de sal.

Adicione o queijo parmesão e ementhal ao creme preparado e envolva de-pois cuidadosamente nas claras em castelo.

Deite o preparado pelas formas individuais para soufflé, previamente untadas com a manteiga e leve a cozer em forno quente durante 10 minutos, reduza o calor e deixe acabar de cozer durante mais 15 minutos.

Sirva imediatamente acompanhando com salada mista.

RECEITA CULINÁRIA VIVACIDADE

Fotografia com História / Rota do Carvão – Passeio fotográfico pelas minas de S. Pedro da Cova25 de janeiro – Museu Mineiro de S. Pedro da Cova

VI Grande Capítulo – Confraria Gastronómica dos Rojões e Papas de Sarrabulho de Baguim do Monte26 de janeiro09h30: entrega de diplomas - Salão Nobre da Junta de Freguesia de Baguim do Monte10h30: desfile até à igreja de Baguim11h15: entronização dos novos confrades na igreja de Baguim;13h: almoço na Quinta D. José, em Jovim

Tertúlia com Ana Bacalhau27 de janeiro às 21h30 – Museu Mineiro de S. Pedro da Cova

Apresentação do livro “Histórias da História do Porto” de César Silva30 de janeiro às 16h - Biblioteca Municipal de Gondomar

Exposição: “Saídos do Pó - Planta da igreja de S. Pedro da Cova”Até 31 de janeiro - Biblioteca Municipal de Gondomar

Exposição: “Livros de Gémeo Luís”Até 31 de janeiro – Biblioteca Municipal de Gondomar

Exposição: “Paulo Ferreira, dever cumprido”Até 31 de janeiro - Auditório Municipal de Gondomar

Expo ClássicosPavilhão Multiusos de Gondomar1 de fevereiro – 10h às 21h2 de fevereiro – 10h às 20h Exposição: “Fânzeres – Espaço Religioso/Nova e Antiga Urbanização” – Pintura em aguarela de Ferreira da SilvaAté 7 de Fevereiro – Sede da ARGO

6.º aniversário – Dancing Star8 de fevereiro às 22h – Pavilhão Multiusos de Gondomar

Sarau Solidário – Associação Vai Avante9 de fevereiro às 16h30 – Sala D’ouro do Pavilhão Multiusos de Gondomar

Exposição: “A Luz que nos ilumina”Até 19 de abril – Museu Mineiro de S. Pedro da Cova

AGENDA CULTURAL VIVACIDADE

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Guarde segredo sobre o que pre-tende fazer. É muito importante o factor surpresa. A família espera mais de si. Dê-lhe mais atenção e estimule os laços que vos unem.

Procure melhorar profissionalmente. Chances de se destacar no trabalho. In-vista em projectos ambiciosos, depois de os analisar.

Boa oportunidade de trabalho no ho-rizonte. Seja decidido e perseverante para alcançar o seu objectivo.

Avalie bem todas as possibilidades que terá numa possível mudança, pois poderá ser benéfica para a sua vida pessoal.

Dedique-se à família. As questões sentimentais e amorosas estão favoreci-das. Cuidado com palavras impensadas e ditas na hora errada.

A nostalgia e a angústia poderão to-mar conta de si. Se não conseguir supe-rar o desânimo, mesmo assim procure divertir-se.

Faça uma lista de tarefas pendentes. Enfrente-as uma a uma e verá que tudo se resolve. Conselhos de alguém mais velho e muito mais experiente ser-lhe-ão muito úteis.

Uma atitude de um colega de tra-balho dará novo fôlego à sua relação. A sua fértil imaginação poderá ser uma arma poderosa na noite de paixão com que sonha.

Mostrar ambição com moderação pode ser saudável. Uma excelente oportu-nidade profissional irá surgir.

Realize um programa com os seus amigos. Aparecerão ideias óptimas para a diversão. Tente não ser possessivo e querer controlar tudo.

Os mal entendidos acontecem sempre. Uma conversa franca e amistosa poderá resolver essa situação que há muito a preocupa.

Desfrutará da companhia de familia-res e companheiros de trabalho. Libere as suas emoções de maneira controlada e lute pelo que quer.

ENVIE-NOS A SUAFOTO VIVACIDADE

Na foto: Fernando Rocha

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