Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementação de uma aplicação desktop para sistemas operacionais Windows que permita a utilização offline do principal núcleo de atividades

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    1/53

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCENTRO DE INFORMTICAGRADUAO EM CINCIA DA COMPUTAO

    Design de Recurso Educacional Aberto quepossibilite a colaborao assncrona por meio darede social educativa ReduESTUDO DE SOLUOOFFLINE DO REDU ATRAVS DE SINCRONIZAOAPERIDICA SOB DISPONIBILIDADE DE CONEXO

    Walter Ferreira de Lima Filho

    RECIFE, 26 DE AGOSTO DE 2013

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    2/53

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCENTRO DE INFORMTICAGRADUAO EM CINCIA DA COMPUTAO

    Walter Ferreira de Lima Filho

    ESTUDO DE SOLUO OFFLINE DO REDUATRAVS DE SINCRONIZAO APERIDICA SOB

    DISPONIBILIDADE DE CONEXO

    Trabalho apresentado ao Programa de Graduao em Cincia daComputao do Centro de Informtica da Universidade Federalde Pernambuco como requisito parcial para obteno do grau deBacharel em Cincia da Computao.

    Orientador: Alex Sandro Gomes

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    3/53

    Pgina i

    AGRADECIMENTOS

    Aos meus familiares pelo amor, dedicao e carinho que sempre meproporcionaram, por terem sempre despertado em mim a busca pelo saber e por

    terem acreditado no meu potencial e me incentivado a correr atrs dos meus objetivos

    pessoais e profissionais. Ao meu irmo pelo seu apoio moral fraterno. Ao meu pai pelo

    seu incentivo e modelo de conduta. E principalmente a minha me pelo seu amor

    incondicional.

    Agradeo ao professor Alex Sandro Gomes pela pacincia e suporte na

    realizao deste trabalho e tambm por ter despertado em mim o interesse pela rea.

    Aos meus amigos que tiveram a sabedoria necessria para me propor

    momentos alegres e me aconselhar durante os momentos ruins. queles amigos que

    sobreviveram ao tempo e distncia.

    Por fim, agradeo a todos envolvidos no processo tanto de produo desta

    pea como no decorrer de todos estes anos de graduao.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    4/53

    Pginaii

    "No h quem aprenda alguma coisa

    simplesmente por t-la ouvido, e quem no

    se esfora sozinho em certas coisas acaba

    por conhec-las apenas de modo

    superficial e pela metade." (Eckermann , J.)

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    5/53

    Pginaiii

    RESUMO

    O presente estudo visa conceber e realizar um aplicativo que permita realizarcolaboraes assncronas por meio do mural da rede social educativa Redu. Essa

    colaborao limitada pela lentido ou ausncia de conexo com a internet. Foram

    utilizadas prticas de design de interao. Os requisitos iniciais foram deduzidos a

    partir da literatura, Em seguida procedemos com No cenrio comum do sistema de

    ensino pblico brasileiro possvel encontrar uma grande disparidade em relao

    qualidade de ensino e infraestrutura. Como possvel notar segundo [1] apenas uma

    pequena parcela das escolas pblicas consegue se classificar entre as melhores do pas

    e isto devido a seus modelos de gesto que proporcionam de certa maneira uma boa

    qualidade de ensino e infraestrutura. O REDU entra nesse cenrio para poder oferecer

    a todas as escolas, incluindo alunos e professores, uma ferramenta auxiliar deaprendizado baseada num processo de cooperao online. Contudo o conceito do

    REDU entra em conflito quando confrontado realidade da maior parte das escolas

    pblicas brasileiras, que no possuem uma infraestrutura bsica para permitir o devido

    uso da ferramenta nas atividades. Por esta razo este estudo conduzido, para

    encontrar e propor uma alternativa que permita o uso do REDU nas escolas que no

    possuam a estrutura mais adequada. Este estudo baseado nos prprios pilares

    conceituais do REDU e lana mo do aprendizado coletivo, da comunicao assncrona

    e do blended learning para oferecer uma alternativa off-line que torne o REDU mais

    ubquo.uma explorao de modelos conceituais por meio de tcnicas de prototipagem

    de baixa e alta fidelidade. A aplicao final foi avaliada com cinco usuriosrepresentativos. Os resultados permitiram verificar a efetividade da soluo para

    promover colaborao assncrona entre participantes de um curso entre o mural do

    Redu e a aplicao. O produto de software final ser distribudo sob licena livre.

    Palavras-chave: Aprendizagem, Educao, Blended Learning,

    CooperaoComunicao Assncrona, Sincronizao, REDU, Ubiquidade, Recurso

    educacional aberto.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    6/53

    Pginaiv

    ABSTRACT

    [mudar]Within the Brazilian public education system it is possible to find a huge

    disparity concerning education levels and infra-structure. According to [1] only a small

    portion of the public schools is able to reach the top of the charts ranking the best

    schools in the country, and this is due to their management model which provides in a

    certain way a good education level and infra-structure. REDU acts in this scenario to

    offer to every school, including students and teachers, an auxiliary learning and

    teaching tool based on an online cooperative process. However, the main concept of

    REDU collides when confronted to the reality in most of the Brazilian public schools,

    which do not have access to a basic infra-structure that may allow the proper use of

    the tool in the school activities. This study was conducted to find and propose analternative that might allow the use of REDU in the schools that do not have access to

    a more appropriate structure. This study is based on the REDUs conceptual pillars and

    uses collaborative learning, asynchronous communication and blended learning to

    propose an offline alternative that could make REDU more ubiquitous.

    Keywords: Learning, Teaching, Blended Learning, Cooperation, REDU,

    Synchronization, Ubiquity.[mudar]

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    7/53

    Pginav

    SUMRIO

    CAPTULO 1 - INTRODUO ............................................................................................. 11.1 Motivao ............................................................................................................... 1

    1.2 Definio do Problema ........................................................................................... 3

    1.3 Objetivos ................................................................................................................. 4

    1.3.1 Objetivos Gerais............................................................................................... 4

    1.3.2 Objetivos Especficos ....................................................................................... 4

    1.4 Estrutura do Trabalho ............................................................................................. 4

    CAPTULO 2ANLISE DOS MTODOS DE ENSINO TRADICIONAIS E ASSISTIDOS PORCOMPUTAO ................................................................................................................ 65

    2.1 O que aprendizagem? ........................................................................................ 652.1.1 A relao aluno-professor ............................................................................. 65

    2.1.2 A relao professor-professor ....................................................................... 76

    2.1.3 A relao aluno-aluno .................................................................................... 87

    2.1.4 Metodologia tradicional de ensino ............................................................... 98

    2.1.5 Teorias de aprendizagem ............................................................................ 109

    2.2 Histrico de uso das TICs no aprendizado ........................................................ 1211

    CAPTULO 3BLENDED LEARNING E O REDU ............................................................ 1413

    3.1 O que blended learning ................................................................................. 1413

    3.2 REDU: a Rede Social Educacional ..................................................................... 15133.3 API do REDU para desenvolvedores ................................................................. 1614

    3.4 Consideraes ................................................................................................... 1614

    CAPTULO 4METODOLOGIA .................................................................................... 1716

    4.1 Objetivos ........................................................................................................... 1716

    4.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 1716

    4.1.2 Objetivos Especficos ................................................................................. 1817

    4.2 Definio de pblico alvo ................................................................................. 1817

    4.3 Elaborao de cenrios..................................................................................... 1817

    4.4 Projeo de cenrios alternativos .................................................................... 19184.5 Escolha de prottipos ....................................................................................... 1918

    CAPTULO 5DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ...................................................... 2019

    5.1 Identificao de pblico alvo ............................................................................ 2019

    5.1.1 Criao de personas .................................................................................. 2019

    5.2 Proposta ............................................................................................................ 2221

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    8/53

    Pginavi

    5.2.1 Cenrio Atual ............................................................................................. 2322

    5.3 Requisitos do produto ...................................................................................... 2524

    5.3.1 Requisitos no funcionais .......................................................................... 25245.3.2 Requisitos funcionais ................................................................................. 2524

    5.4 Cenrio futuro positivo ..................................................................................... 2625

    5.5 Cenrio futuro negativo ................................................................................... 2726

    5.6 Prottipos ......................................................................................................... 2826

    5.6.1 Primeiro prottipo: download das informaes ....................................... 2827

    5.6.2 Segundo prottipo: publicaes online no mural ..................................... 2827

    5.6.3 Terceiro prottipo: publicaes off-line no mural .................................... 2928

    5.6.4 Quarto prottipo: acesso s aulas ............................................................. 2928

    5.7 Desenvolvimento .............................................................................................. 31295.7.1 Estruturao dos dados ............................................................................. 3129

    5.7.2 Arquitetura hbrida: off-line e online ........................................................ 3230

    5.7.3 Histrico de prottipos .............................................................................. 3432

    CAPTULO 6CONCLUSES E TRABALHOS FUTUROS ............................................... 3634

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................................... 3836

    Apndice A: Prottipos de telas ................................................................................. 4139

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    9/53

    Pginavii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Aspectos positivos no uso dos computadores com alunos na escola ............... 2Figura 2: Vantagens das TICs na educao ....................................................................... 2Figura 3 - Estruturao dos dados .............................................................................. 3129Figura 4 - Arquitetura hbrida do sistema .................................................................. 3331Figura 5 - Tela de login................................................................................................ 4139Figura 6 - Tela de autorizao OAuth ......................................................................... 4139Figura 7 - Tela de confirmao de PIN OAuth ............................................................ 4240Figura 8 - Tela de espera de carregamento ................................................................ 4240Figura 9 - Tela principal do Usurio ............................................................................ 4341

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    10/53

    Pginaviii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Necessidades do usurio ........................................................................... 2423Tabela 2 - Requisitos no funcionais .......................................................................... 2524Tabela 3 - Requisitos funcionais ................................................................................. 2524

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    11/53

    Pgina1

    CAPTULO 1 - INTRODUO

    1.1 Motivao[timo]

    s vistas de um estrangeiro,o sistema de ensino brasileiro pode parecer bastanteconfuso. De um lado, possvel notar que o ensino superior provido de excelentesuniversidades pblicas administradas pelo governo federal. Universidades estas quefrequentemente possuem estrutura e qualidade de ensino melhores que as suasconcorrentes, as universidades privadas. Do outro lado, possvel notar que os ensinosfundamental e mdio no funcionam da mesma forma. Enquanto no ensino superioras instituies de referncia so as pblicas, nos demais as instituies de refernciaso justamente as privadas. Esta disparidade reflete s polticas de investimento na

    educao ao longo dos anos. Segundo [2] em 2011 o investimento pblico em umaluno do ensino superior chegava a ser quase cinco vezes maior que em um aluno doensino fundamental ou mdio. Contudo ainda segundo [2] essa disparidade era aindamaior em 2000 quando a proporo chegou a ser onze vezes maior. Logo possvelnotar uma evoluo, mas esta faz conquistas a pequenos passos.

    De acordo com [1] possvel constatar outro dado que poderia confundir umestrangeiro. Apesar de os investimentos prioritrios do governo em educao seremdestinados para o ensino superior, h algumas escolas pblicas que conseguem sedestacar entre as melhores escolas do pas mediante os resultados do ENEM. Essedado no seria to confuso se analisarmos os modelos de gesto dessas escolasmodelos. Elas so em sua grande maioria federais, militares, tcnicas ou mantidas

    por universidades. Isso comprova que elas recebiam investimentos maiores que as

    outras escolas pblicas, portanto dispem de infraestrutura e qualidade de ensinosuperiores.Para tentar remediar esses anos de falta de recurso ou recursos mal

    administrados, cada vez mais comum o investimento em laboratrios de informticae salas de aulas assistidas por recursos computacionais. Segundo o estudo [3] do usode computadores em escolas pblicas das capitais brasileiras, cerca de 99% das escolaspossuem computadores que funcionam e 83% dessas escolas possuem uma conexocom a internet. Ainda assim a existncia de computadores na escola no representa obom aproveitamento desse material. Por exemplo, segundo outra pesquisa [4] autilizao mais frequente das TICs nas escolas, com 62%, para o ensino sobre o usoda prpria mquina. Recursos estes que poderiam ser utilizados em um contexto queajude no aprendizado das matrias do currculo escolar como matemtica e portugus.

    Em relao ao uso de computadores por alunos, os entrevistados pela pesquisa[3] emitiram suas opinies positivas (Figura 1) e importante perceber que 34%acham que a qualidade de aprendizagem dos alunos tem melhorado e 50% acreditamque a motivao dos alunos tem aumentado. Ainda no quadro da mesma pesquisa, osentrevistados apontaram quais seriam, segundo eles, as vantagens do uso das TICs naeducao. Entre as respostas (Figura 2) possvel ver que um dos tpicos maismencionados o relativo interao entre as pessoas envolvidas no processo deaprendizagem. As possibilidades de melhorias na interao entre professores, alunos e

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    12/53

    Pgina2

    professores e alunos receberam, respectivamente, 50%, 64% e 60%. Alm disso,tambm importante citar que essas pessoas acreditam que o uso dessas tecnologiasfora do horrio de aula contribui na aprendizagem e tambm amplia as possibilidades

    de explorao dos temas e contedos, 50% e 78% respectivamente.

    Figura 1: Aspectos positivos no uso dos computadores com alunos na escola

    Ao analisar todo esse cenrio possvel perceber como o REDU pode seencaixar bem e prover um papel transformador na educao. Na conscincia dosprofessores e alunos, a ideia de fazer o uso das TICs j latente, como demonstradopor pesquisas [3] [4]. Porm estas, ao mesmo tempo, demonstram a falta de preparo eexperincia, ao menos no meio pblico, para poder fazer um bom aproveitamento dastecnologias. Este o momento onde o REDU pode entrar em jogo. Ao oferecer suaplataforma de cooperao e aprendizagem social, o REDU ataca inicialmente os pontosrelativos interao entre os atores do aprendizado e fornece uma maneira de

    ampliar a explorao de temas e contedos abordados em aula, alm de extrapolar asbarreiras da sala de aula e levar o aprendizado para qualquer lugar que disponha deuma conexo com a internet. Com suas funcionalidades o REDU poderia atuar nessadiscrepncia da qualidade entre escolas pblicas e privadas e prover uma excelenteplataforma de aprendizado que ajude a diminuir a distncia entre pblico e privado.

    Figura 2: Vantagens das TICs na educao.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    13/53

    Pgina3

    Entretanto o REDU no encara um cenrio ideal quando confrontado realestrutura das escolas pblicas. Um cenrio onde cada aluno teria um computadornico para seu uso e uma conexo com a internet estvel e com velocidade suficiente

    para proporcionar aos professores a possibilidade de realizar uma atividade a qualquermomento do dia sem alguma ocasional queda de conexo ou congestionamento darede. Para tentar ajudar na quantidade de computadores disponveis para alunos darede pblica, o governo do estado de Pernambuco, mediante parceria com a Inteltem distribudo computadores especiais para o aprendizado em escolas fabricadospela CCE. Apenas no ltimo ano foram 156 mil unidades que contemplaram alunos do2 e 3 anos do ensino mdio, alm da capacitao de professores para adquirir oconhecimento necessrio para fazer o bom aproveitamento do material [5].

    Em contraste com esses novos investimentos em materiais, ainda possvelencontrar o problema da conexo com a internet. Essa conexo um pilarfundamental na estrutura do REDU, pois tendo sua estrutura criada em cima de umarede social online no seria possvel o seu uso em uma escola sem conexo e o seu uso

    prejudicado caso o link com a internet no seja suficiente para manter umavelocidade mnima quando distribuda entre as diversas mquinas disponveis.Segundo uma pesquisa [4], 89% das escolas pblicas possui uma conexo com ainternet, porm a velocidade mais comumente encontrada varia de 1 a 2 megabits,com 26%, e 24% dos diretores das escolas no sabem nem informar qual avelocidade do link contratado. Enquanto que em relao s escolas particulares apesquisa constatou que a faixa de velocidade mais comumente encontrada igual ousuperior a 8 megabits.

    Este estudo foi conduzido considerando todas essas caractersticas do ensinopblico brasileiro, bem como tendo em mente que melhorias da infraestrutura podemlevar anos, mesmo que haja uma predisposio para o aumento do investimento doPIB para o setor da educao, pois sempre h jogos polticos que influenciam as

    decises, mas a vida e o futuro dos alunos esto em jogo e apenas esperar no seriauma soluo vivel. Portanto este estudo busca uma soluo para poder expandir area de atuao do REDU, quebrando a barreira do online para levar a rede social a umnmero maior de escolas e alunos.

    1.2 Definio do Problema[timo]

    Em poucas palavras, o problema poderia ser resumido como o desafio de tentartornar o REDU mais acessvel no cenrio das escolas pblicas brasileiras. Masaprofundando o problema necessrio considerar todo o jogo poltico e os histricosde investimentos de dinheiro pblico no sistema de ensino. De tal forma o problemase transforma em estudar como seria possvel trazer todos os conceitos, ou ao menos

    os principais, de aprendizado cooperativo do REDU para as escolas pblicas, pulando abarreira da disponibilidade de dinheiro e internet para apresentar uma soluo emcurto prazo que faa proveito do material fsico j disponvel nas escolas. Ao mesmotempo, uma soluo que aproveite toda a estrutura por trs do REDU e incentive oaluno, que possua disponibilidade mnima de recursos, a continuar o que foi iniciadona sala de aula em sua prpria casa ou em qualquer outro lugar que o convenha,lanando mo de todas as relaes de interaes possveis, seja aluno-aluno ou aluno-professor e extrapolando o limite fsico da prpria escola.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    14/53

    Pgina4

    1.3 Objetivos

    Uma anlise inicial do problema demonstra uma inclinao para o

    desenvolvimento como soluo de uma verso off-line simples do REDU baseada nasestruturas j existentes com algumas adaptaes para que o sistema seja introduzidomais facilmente nos ambientes escolares.

    1.3.1 Objetivos Gerais

    Desenvolver um sistema que trabalhe majoritariamente off-line, simulando oprincipal ncleo de atividades do REDU que o seu mural de tal forma que coloque emfoco o principal pilar comunicao de sua relao com a aprendizado da rede, o.

    Desejamos promover o aprendizado cooperativo colaborativo atravs dainterao interpessoal. Um sistema que esteja apto a trabalhar nas condies adversas

    de baixa conectividade das escolas pblicas, podendo ser falta de internet, conexo debaixa qualidade ou hardware de baixa potncia. Contudo Portanto, o sistema no devevir a substituir suplementar o REDU, visto que ele deve apenas ser uma opo detrabalho mediante situaes adversas, o que implica um forte estudo de integridade esegurana dos dados dos alunos.

    Inicialmente o sistema deve englobar os tipos de mquinas mais comuns narede pblica de ensino, ou seja, mquinas equipadas do sistema operacional Windows7, com alguma placa de rede e espao de armazenamento em HD limitados.

    A construo do sistema ser voltada para um desenvolvimento com cdigoaberto, que possibilite a sua futura extenso e colaborao com outrosdesenvolvedores e pesquisadores.

    1.3.2 Objetivos Especficos

    Analisar a API de desenvolvimento do REDU;

    Modelar os dados dos usurios em um esquema fcil de ser portado;

    Implementar o sistema off-line que se comporte como o REDU;

    Implementar as regras de sincronizao dos dados do usurio;

    Testar a integrao dos dados aps o uso intercalado das verses off-line eonline;

    Validar o uso do sistema no ambiente de escolas pblicas.

    1.4 Estrutura do Trabalho

    Esse documento est organizado atravs de captulos, durante os quais seroapresentados embasamentos tericos para o processo de desenvolvimento dessetrabalho assim como a metodologia utilizada, o estudo e a criao da ferramenta emsi, bem como os resultados finais e projetos futuros. No captulo dois ser feita umaanlise dos mtodos de aprendizado, principalmente o tradicional e tambm do uso datecnologia ao longo dos anos no processo de aprendizagem. No captulo trs serovistas algumas teorias sobre blended learning e ser dada uma viso geral dofuncionamento do REDU e de sua API. No captulo quarto sero explicados os mtodos

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    15/53

    Pgina5

    seguidos para o desenvolvimento e design do projeto. No captulo cinco serapresentada uma descrio do desenvolvimento do projeto, bem como resultadosobtidos e os pontos controversos do processo.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    16/53

    Pgina6

    CAPTULO 2ANLISE DOS MTODOS DE ENSINO

    TRADICIONAIS E ASSISTIDOS POR COMPUTAO

    Antes de comear o estudo aprofundado do caso, necessrio entender comofunciona o processo de aprendizagem nas escolas e fora delas. Para isso, nestecaptulo, ser feita uma anlise dos mtodos de ensinos tradicionais e como as TICsinfluenciam nesse processo. Essa anlise ser feita inicialmente a partir doentendimento do que aprendizagem e como se d esse processo no mbito da salade aula e no mbito virtual. Posteriormente ser discutido como as teorias deaprendizagem influenciam ambos os ambientes e ser mostrado um histrico daevoluo do aprendizado assistido pela computao. Para finalizar haver umadiscusso sobre o estado da arte e as tendncias de aprendizado cooperativo

    influenciado pelas interaes em redes sociais.

    2.1 O que aprendizagem?

    2.1.1 A relao aluno-professor

    Para entender o que aprendizagem importante entender qual o papel doaluno e do professor dentro e fora da sala de aula, entender mais especificamente quala relao entre esses dois atores do processo.

    Ainda bastante comum o pensamento de que o processo ensino-aprendizagem acontece em sua maior parte de uma maneira esttica, onde temos os

    dois atores situados, cada um do seu lado. Nesse conceito cabe ao professor o papelativo no processo, ele funciona como o produtor e fornecedor de contedo, aqueleque responsvel por levar a informao at o aluno. Do lado do aluno, o seu papelcomum fica como um participante passivo que deve receber as informaes e de seuprprio esforo e tcnica tentar reter o mximo possvel de informaes em longoprazo.

    Esse tipo de pensamento, segundo [6], pode ser oriundo das prprias relaessociais que entornam o aluno. Este desde pequeno est cercado de modelos deprocessos sociais bem definidos onde h comumente um papel dominante, mandante,e um papel que deve obedecer, ou sucumbir s normas. So exemplos de tais modelosa prpria famlia e o governo, onde na primeira esse papel dominante cabe aos paisque mandam e ditam regras que os filhos devem obedecer, enquanto que no segundo

    caso os cidado sucumbem s normas do governo, s leis de o que certo e o que errado.Lidar com pessoas no significa lidar com mquinas que obedecem s normas

    determinadas ou que apenas repitam o que lhes for ensinado. Essa viso torna aperspectiva do ensino desumana e ilusria. Desumana no ponto de vista que noatenta para o fato de que diante do professor est um ser humano que no deixa suapersonalidade e pensamentos prprios na porta da sala de aula, ou seja, o aluno estsujeito a reaes inesperadas e fora do conjunto de normas predefinidas. Ilusria

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    17/53

    Pgina7

    porque contribui figura de um professor em papel dominante e todo-poderoso. Poroutro lado, se o aluno no obtiver sucesso no processo da aprendizagem, a culpa recaisobre a incapacidade do professor e seus mtodos. As duas faces do professor no se

    apresentam de forma correta, no deveria existir, na relao aluno-professor, nem oprofessor todo-poderoso, nem o professor impotente, pois ambas no consideram oaluno como pessoa atuante, capaz de ter reaes, sentimentos e pensamentosprprios [7].

    A relao entre professores e alunos deve ser uma relao dinmica, comotoda e qualquer relao entre seres humanos. Assim, na sala de aula enquanto ensinao professor tambm aprende, e enquanto aprende o aluno tambm ensina. Oprofessor deveria ouvir os alunos e respeitar seus pontos de vista. Os alunos deveriamcompartilhar experincias e dvidas, que so nicas e que podem trazer lies aoprofessor e a outros alunos. Dessa forma, o professor deixaria de ser apenas uminstrutor ou treinador para se transformar em educador [6].

    Contudo, analisando o quadro do ensino atualmente, de uma maneira geral os

    professores esto descontentes com sua profisso, o que pode ser representado, porexemplo, pelo aumento de ausncias s aulas em algumas cidades [9], portanto,frequentemente, no vo alm do que passar os contedos do currculo que lhes foiapresentado. Em relao ao comportamento dos alunos em sala de aula, comdestaque para as escolas da rede pblica de ensino, comum a falta de respeito doaluno com o professor, incluindo um crescente aumento da violncia em sala de aula[8]. Como consequncia h professores que no se preocupam se o aluno estadquirindo conhecimentos ou no. Muita coisa mudou, mas muita coisa ainda precisaser analisada e modificada. O grande desafio dos educadores est em reverter arelao de desencontros, de conflitos e de pr-conceitos estabelecidos entre a escola,os professores e os alunos [10].

    Reverter essa relao importante porque de acordo com [11], a relao

    professor-aluno essencial, ao ponto de estabelecer posicionamentos pessoais emrelao metodologia, avaliao e aos contedos. Se a relao entre ambos forpositiva, a probabilidade de um maior aprendizado aumenta. A fora da relaoprofessor-aluno significativa e acaba produzindo resultados variados nos indivduos.

    2.1.2 A relao professor-professor

    Em um sentido mais amplo, as relaes entre colegas de trabalho, no apenasreferentes classe dos professores, capaz de desenvolver o sentindo depertencimento a um grupo e a estruturao da identidade profissional, que geram apartilha de valores e atitudes similares, facilitam a rapidez e a eficcia na concretizaode objetivos, assim como as tomadas de deciso de maior risco e viabilizam o

    progresso de cada um, em relao s metas pessoais [12]. Professores que acreditamnos benefcios do relacionamento entre professores revelam um maior nvel decolaborao com os colegas nas tarefas escolares, enquanto os professores com umaviso ruim sobre as relaes com os colegas demonstram menor colaborao [13].

    Percebe-se que comumente o professor no consegue identificar, na culturaescolar, a dinmica das relaes interpessoais, inclusive aquelas geradas pela suaprpria pratica enquanto participante ativo no processo de aprendizagem. Adificuldade nas interaes entre os professores uma realidade da cultura que implica

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    18/53

    Pgina8

    nos resultados mostrados pelos alunos [14]. Ainda segundo [15] a dificuldade nasinteraes entre os professores uma realidade do ambiente de aprendizagem escolarobservada entre professores de reas diferentes, ou mesmo entre aqueles da mesma

    rea e da mesma srie. Essa realidade implica, em geral, em resultados educacionaisque ficam muito abaixo do seu potencial de realizao. Por outro lado, observamosque, nas escolas onde se consegue co-construir um bom nvel de interaes sociais,constata-se a potencializao dos resultados educacionais e do desenvolvimento dostrabalhos, tanto individuais quanto coletivos. Essas interaes sociais podeminfluenciar localmente, na rea de cada professor, ou ainda em projetosinterdisciplinares que tendem a atrair com mais frequncia a ateno dos alunos eaumentar a capacidade de assimilao do contedo acadmico curricular eextracurricular.

    Nesse contexto escolar cabe, portanto, ao professor sair do conforto pessoal doindividualismo em busca de novas prticas de ensino. As identidades isoladas,construdas historicamente pelos docentes precisam ser superadas em busca de uma

    dimenso de grupo. Para isso o professor deveria se preocupar em participar nosplanos de regulao do trabalho escolar, de pesquisa e de avaliao conjunta eformao continuada, para permitir a partilha de tarefas e responsabilidades. Sugere,ainda, que o professor participe de movimentos pedaggicos que renam profissionaisde origens diversas em torno de um mesmo programa de renovao de ensino [15].

    2.1.3 A relao aluno-aluno

    Quando se fala em aluno, no se pode falar apenas em indivduo,principalmente quando o assunto discutido o ensino e aprendizado. Ainda que oambiente de ensino no seja a escola, se estiverem sendo consideradas aulasparticulares dentro de sua casa, no seria inteligente considerar um aluno apenas

    como um indivduo isolado. Mesmo que cada aluno tenha suas particularidades, suapersonalidade e sua forma especfica de reter conhecimento, o aluno como ator noprocesso de aprendizagem no age sozinho, nem se relaciona apenas com o professor.Da mesma forma, no deve ser considerado que o relacionamento entre alunos seresume amizade e a laos afetivos, este, mesmo que inconsciente, pode atuarativamente no processo de aprendizagem. Esta relao se apresenta muitas vezesainda mais forte do que a relao com o professor, pois frequentemente extrapola asbarreiras fsicas da escola e se espalham pelos ciclos sociais, por meios fsicos ouassistida pelas tecnologias como as redes sociais.

    Uma relao aluno-aluno construtiva , provavelmente, essencial para amaximizao das suas conquistas, do processo de socializao do indivduo e do seudesenvolvimento saudvel. Segundo [16] h vrias maneiras como a relao em par

    aluno-aluno pode trazer benefcios para ambas as partes. Primeiramente, uma relaodireta aluno-aluno influencia seus participantes nas suas conquistas e aspiraesacadmicas. Quando uma das partes possui alguma dificuldade, o contato com outroaluno altamente motivado pode influenciar nas conquistas acadmicas do primeiro. Orelacionamento entre alunos tambm contribui para despertar suas habilidades decomo enxergar o mundo ao seu redor. atravs desse contato que crianas eadolescentes aprendem a ter uma perspectiva diferente da sua prpria em relao aosacontecimentos, colocando-se na situao do outro interlocutor. Outra contribuio

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    19/53

    Pgina9

    perceptvel a influncia do comportamento em relao escola, por exemplo, arejeio a um aluno pode causar um comportamento hostil dentro do ambiente deaprendizado e afetar negativamente outros participantes do meio. Apenas colocar dois

    alunos juntos em um espao onde a interao permitida no garante benefcios darelao em si. A natureza e a qualidade da interao so primordiais para a construode benefcios.

    2.1.4 Metodologia tradicional de ensinocom aulas expositivas

    Segundo [17], o mtodo tradicional de ensino o mais utilizado no Brasil, entopara entender o processo de aprendizagem, e como outros mtodos de ensinoquebram a tradio para aplicar teorias inovadoras, importante entender a suaorigem e como ele funciona.

    Sua criao remonta ao sculo XVIII, nas escolas pblicas francesas, a partir doIluminismo. O objetivo principal era universalizar o acesso do indivduo ao

    conhecimento [18]. O mtodo tambm foi influenciado pelo surgimento dos sistemasnacionais de ensino que se embasavam no conceito de que a educao direito detodos e dever do estado. Naquele momento a educao era centrada imperativamenteno orientador com o intuito de fazer os indivduos, os alunos, abandonarem o limiar daignorncia, ou seja, fazer com que esses indivduos desenvolvam um pensamentoprprio [19].

    Nesse contexto, o papel da escola tradicional , justamente, fazer com que oaluno cresa pelo prprio mrito a partir do professor que repassa a ele oconhecimento de uma forma mecnica, fria e crua, generalizando a pessoa do aluno,onde suas particularidades no so respeitadas, alunos sempre seriam alunosindependente das especificidades. O professor atua como agente dominante do sabere do conhecimento, enaltecendo o professor como sujeito ativo, e o aluno como

    sujeito passivo, sujeito este que deveria apenas receber o conhecimento e por si sdesenvolver suas caractersticas sociais, polticas e humanas em geral [19].

    Como consequncia, os menos capazes ficariam para trs na escala dedesenvolvimento. A formao de um aluno crtico e criativo depende justamente dabagagem de informao adquirida e do domnio dos conhecimentos consolidados. Noh lugar para o aluno atuar, agir ou reagir de forma individual [18]. No existematividades prticas que permitem aos alunos participar. Geralmente, as aulas soexpositivas, com muita teoria e exerccios sistematizados para a memorizao. Asavaliaes so peridicas, por meio de provas, e medem a quantidade de informaoque o aluno conseguiu absorver [19].

    As escolas que adotam o mtodo tradicional de ensino preparam seus alunospara o vestibular desde o incio do currculo escolar e enfatizam que no h como

    formar um aluno questionador sem uma base slida, rgida e normativa deinformao. Mesmo com a pedagogia tradicional tendo varias falhas e defeitos, no hcomo no dizer que no h pontos positivos nela, fato este que faz com que perdureat hoje algumas marcas dessa educao [19]. Entre os pontos positivos do mtodo possvel citar a melhoria da capacidade decorativa e a forte disciplina, disciplina estaque pode atuar como ator positivo e negativo ao mesmo tempo. De um lado ela podeinibir a criatividade e o individualismo, enquanto do outro ela ajuda o aluno a criaruma tcnica prpria de assimilao do conhecimento que passado para ele.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    20/53

    Pgina10

    Analisando o contexto social atual difcil de acreditar que esse sistema aindaperdure como o principal usado no pas, mas quando se trata de investimento pblicoe jogo poltico se leva muito mais tempo para mudar as estruturas de um espao social

    to importante como a escola. Contudo o sistema atual no se comporta exatamenteda mesma forma como durante seus anos de criao e glria, sua raiz foi de uma foramuito grande e mantm essas influencias at hoje, sejam elas boas ou ms, boas nosentido disciplinar e cognoscitivo do aluno, m na questo psicolgica e bruta doensino sem emoo e sem relao entre professor e aluno, e a falta de dinamismo e oexcesso de contedo passado.

    2.1.5 Teorias de aprendizagem

    2.1.5.1 Behaviorismo

    De acordo com registros histricos, a psicologia, como cincia de estudo, maisnova do que o mtodo tradicional de ensino, contudo, fazendo uma anlise, evidenteque muitos conceitos desta cincia esto representados nas normas de atuao destemtodo de ensino. O behaviorismo (proveniente da palavra behaviour, que em inglsse refere a comportamento) a teoria de aprendizagem mais dominante na psicologiae na pedagogia, cujos fundamentos podem ser diretamente relacionados com os domtodo tradicional de ensino.

    Devido prpria origem da palavra, essa teoria est centrada nocomportamento da pessoa, mas, por melhor dizer, no comportamento observveldessa pessoa. Com o tempo as correntes de estudo deixaram de estudar ocomportamento como uma ao isolada, passando a considerar o comportamentocomo um combinado de interao de um sujeito com o ambiente. Para ser mais exato,em relao ensino-aprendizado, a aprendizagem se d a partir da mudana docomportamento observvel do sujeito. Tambm atrelada a essa teoria est a ideia deestmulo, que caracteriza a troca de energia entre o ambiente e o sujeito [20]. ParaSkinner, o estmulo causa uma resposta e atravs dessa relao que o aprendizadopode ser construdo. A aprendizagem seria, basicamente, uma mudana decomportamento que ensinado atravs de reforos imediatos e contnuos a umaresposta do sujeito, essa que por sua vez observada diante de um estmulo ao qual osujeito submetido, e esse processo repetido at a obteno de uma resposta queseja mais prxima da desejada. Fortalecidas, as respostas sero emitidas cada vez maisadequadamente, at se chegar ao comportamento desejado [21].

    No contexto de uma metodologia de ensino, no caso a tradicional, essa teoria representada pela figura do professor e pelos mtodos de avaliao. O professorretm o conhecimento que deve ser passado ao estudante e este submetido aconstantes formas de avaliao at a constatao pelo professor, atravs de notas,que aquele conhecimento foi adquirido, ou no.

    2.1.5.2 Construtivismo

    Essa teoria baseada, principalmente nas ideias de Piaget, e quando aplicadaao contexto do ensino escolar representa um mtodo que procura despertar no alunoa curiosidade, pois as respostas no so j fornecidas para que esse as aprenda de

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    21/53

    Pgina11

    maneira decorativa e por repetio, ele levado a encontrar as respostas a partir deseus prprios conhecimentos e de sua interao com a realidade do ambiente e comos seus colegas.

    O construtivismo quebra a barreira do aluno como um ator passivo do processoe prope que ele participe ativamente do prprio aprendizado, atravs daexperimentao, de trabalhos em grupo, do estimulo dvida, do desenvolvimento doraciocnio, entre outros procedimentos. A partir de cada atividade ele vai modelando econstruindo seu prprio conhecimento.

    O mtodo enfatiza a importncia do erro no como um tropeo, mas como umtrampolim na rota da aprendizagem. A teoria condena a rigidez nos procedimentos deensino, as avaliaes padronizadas e a utilizao de material didtico demasiadamenteestranho ao universo pessoal do aluno [18]. As disciplinas esto voltadas para areflexo e auto-avaliao, portanto a escola no considerada rgida, como na teoriabehaviorista e no mtodo tradicional de ensino.

    As ideias de Piaget mostram aos psiclogos que havia um mecanismo natural

    de aprendizagem e que a escola deveria acompanhar a curiosidade da criana,propondo atividades com temas que a interessassem naquele momento, sem seprender a um currculo rgido [18]. Quanto funo do professor, ele deve tentarincentivar os alunos a descobrirem os princpios por si mesmos. Ao mesmo tempo,juntos os alunos e professores devem tomar parte de um dilogo ativo, sendo a tarefado professor a de traduzir a informao que deve ser aprendida para o formato maisapropriado de acordo com as capacidades de aprendizagem de cada estudante. Ocurrculo escolar em si deveria ser organizado de certa maneira que permita aoestudante de construir continuamente o conhecimento a partir daquilo que ele japrendeu anteriormente [23].

    O construtivismo idealizado por Piaget se aproxima mais um pouco da correntede estudo conduzida nesse trabalho aqui apresentado, as ideias de liberdade e

    experimentao para o aluno so essenciais para essa proposta. Entretanto aindafaltam alguns pontos fundamentais. Esses pontos foram abordados posteriormente sideias de Piaget pelo russo Vygotsky. Este defendia igualmente ideias construtivistasno processo de aprendizagem, mas considerava as atividades interpessoais dos alunose o contexto social como fatores mais importantes nesse processo.

    Para entender melhor as ideias dele necessrio conhecer os conceitos deinterao, afetividade e motivao e como esses conceitos trabalham dentro de suateoria. A afetividade considerada como a energia subjacente ao, regulando astrocas entre o sujeito e o objeto do conhecimento. A motivao a razo da ao, quem impulsiona necessidades, interesses, desejos e atitudes particulares do sujeito.Enquanto interao social, ela influencia a afetividade, a interatividade e aaprendizagem. No momento em que os alunos adquirem confiana e considerao por

    seus pares, ou seja, alunos e professores, as relaes interpessoais comeam a seformar. Logo, d-se incio a um processo de motivao intrnseca onde os alunos vointeragir entre sim, construindo o conhecimento socialmente. Por consequncia, naconcepo interacionista de Vygotsky, a postura do professor deixa de ser a de umprovedor de informao para ser a de um gerenciador de entendimento interpessoal[22].

    Num contexto de aprendizagem num ambiente computacional, essa interaopoderia se apresentar de vrias maneiras, dependendo das necessidades e dos

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    22/53

    Pgina12

    assuntos a serem abordados, podendo ser atravs de chats, aulas virtuais, participaoem fruns, entre outros.

    2.2 Histrico de uso das TICs no aprendizadoO primeiro uso de computadores no processo de aprendizagem data dos anos

    60 e, por consequncia, influenciado pelas teorias que dominavam os mtodos deensino na poca, ou seja, o associativismo e o behaviorismo, principalmente as ideiasde Skinner, que envolviam a associao de um estmulo e uma resposta atravs de umsistema de reforo. Baseados nisso, normalmente os sistemas educativos da pocafuncionavam apresentando uma informao ou um problema para o aluno, que seriaconfrontado logo aps a um conjunto de perguntas associadas ao assunto e de acordocom as respostas um feedback seria dado. Mesmo com o advento da internet, essaabordagem continua sendo largamente utilizada em softwares de ensino assistido,principalmente graas ao seu apelo diante do professor, pois eles podem apresentar

    uma boa cobertura do currculo escolar e o progresso do aluno est diretamenterelacionado sua capacidade de aprender. Alm disso, o feedback dado peloprograma pode ser facilmente utilizado como mtodo de avaliao [23].

    Nos anos 70, com o surgimento do cognitivismo aplicado pedagogia,apareceram novas perspectivas no trabalhadas no behaviorismo como o foco narepresentao do pensamento, no contedo do aprendizado e na resoluo deproblemas. Nessa poca a corrente de desenvolvimento era forte para a criao desistemas inteligentes de tutoria. Esses sistemas exigiam um alto potencialcomputacional para a soluo de problemas e se destacavam no ensino deprocedimentos bem definidos, contudo exigia ainda uma alta participao doprofessor, fazendo com que o aprendizado no fosse centrado no aluno, mas sim nasinformaes e procedimentos ministrados [23].

    Nos anos 80 aconteceu a exploso da computao pessoal, os mainframesforam se extinguindo e a computao se tornou mais tangvel para outras classes edomnios. Logo, novas formas de interao surgiram abrindo um novo campo depossibilidades. Ao mesmo tempo ocorriam mudanas nos paradigmas de ensino eaprendizagem, o construtivismo ganhava espao e a viso de human-centered learninge learner-centered education propuseram uma forma de, ativamente, construir oconhecimento, ao invs do paradigma behaviorista antigo de apenas responderpassivamente s aes do professor. Era a noo do aprender fazendo. SegundoBruner, importante fazer com que o aluno construa algo concreto, seja ele fsico oucomputacional, pois o permite ver os resultados do seu pensamento e,consequentemente, seus erros e acertos. Alm dessas mudanas, ainda havia asinfluncias das teorias interacionistas de Vygotsky, que influenciaram o surgimento da

    aprendizagem colaborativa assistida por computador (CSCL, Computer-SupportedCollaborative Learning) que precedeu o advento do e-learning2.0. Na viso do CSCLera indispensvel o uso de mtodos que encorajassem, ou requeressem dos alunostrabalharem juntos [23] [24].

    A criao da World Wide Web em 1992 aparece, ento, como um marcoprimordial para o futuro do aprendizado. Com ela surgiu o interesse em cursos distncia atravs de disponibilizao de material online e maneiras inicialmenteprimrias de interao entre alunos e professores. Essas interaes podendo ser

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    23/53

    Pgina13

    sncronas, atravs de vdeo, udio, cmeras e outros, ou assncronas, atravs dosrecursos disponveis como e-mails, chats, fruns e outros. Contudo o foco desseestudo no exatamente os cursos distncia, apesar destes poderem ser includos

    na proposta, o foco a associao do computador aprendizagem cotidiana, quelaque comea na escola e extrapola os limites fsicos. Nesse caso o marco maisimportante o surgimento do e-learning 2.0 movido pela criao e difuso da Web 2.0[24].

    O e-learning 2.0 considerado como um tipo de CSCL concebido graas sfuncionalidades trazidas pelo surgimento da Web 2.0. Este novo tipo de sistemaenfatiza o uso do aprendizado social atravs de softwares sociais, como blogs,podcasts e mundos virtuais. Ele assume, como nas ideias de Vygotsky, que oconhecimento construdo atravs de interaes sociais, onde o aprendizado ocorreatravs de conversas sobre o contedo e interaes cerceadas sobre problemas eaes relacionadas informao transmitida. O uso de ferramentas sociais providaspela Web 2.0 permite aos alunos e professores trabalharem em colaborao

    discutindo ideias e promovendo informao. Entre essas ferramentas encontram-se asredes sociais que possuem um papel primordial nessa nova abordagem, sendoutilizadas para tambm para fomentar a criao e o crescimento de comunidades deaprendizagem e ensino, alm de aproximar os professores dos alunos em um meiodedicado interao [24]. justamente nesse contexto que se encaixa o REDU, a Redede Social Educacional.

    2

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    24/53

    Pgina14

    CAPTULO 3BLENDED LEARNING E O REDU

    Nesse captulo sero abordadas as teorias de blended

    learninge seus benefcios na construo do aprendizado,

    bem como uma introduo a o que o REDU, seus

    conceitos de aprendizado colaborativo e sua API para

    desenvolvedores.

    3.1 3 O que blended learning

    O sistema de blended learning corresponde a um sistema de formao, e deaprendizado, que combina diferentes outros modos de formao para poderenriquecer os mtodos de ensino e prover a um determinado aluno uma educaodiferenciada e um crescimento acima do encontrado no mercado. Normalmente asituao mais comum de ser encontrada a mistura do e-learning, representados aquiatravs de cursos online, com cursos, ou aulas, presenciais [25].

    O aluno que participa do blended learningno abandona a estrutura tradicionalda escola e continua a frequentar o espao fsico, entretanto os mtodos de ensino

    passam a ser combinados com atividades assistidas por computadores. Essasatividades podem servir alm do que apenas modos de enriquecer o conhecimento doaluno. Elas podem prover aos professores e orientadores formas de coletar dados dosalunos a fim de adaptar as aulas para as melhores necessidades dos alunos. Destamaneira, uma escola que usa esse estilo de formao pode se adaptar de diversasformas para tentar aumentar o rendimento de seus alunos [26].

    As atividades podem ser estruturadas atravs de atividades sncronas, ouassncronas, da mesma forma que o e-learning, ou seja, em situaes nas quaisprofessores e alunos trabalhariam juntos num horrio pr-definido, ou no, onde cabea cada um cumprir suas tarefas nos horrios que mais lhe convierem. Entretanto oblended learning em geral no pode ser totalmente assncrono, porque exigiria umadisponibilidade individualizada para encontros presenciais, o que dificulta o

    atendimento [27].Entre outros mtodos de formao que podem ser utilizados pelo blended

    learningesto aulas por telefone, fruns de discusso, aulas particulares ou coletivas,mobile learning, etc. Melhor integrao pessoal entre os participantes, comconsequente troca de experincias. Esse tipo de formao prov diversas vantagens noprocesso do aprendizado, podendo aumentar a capacidade de reteno do aluno emmais de 50% [25]. Tudo isso graas a uma srie de fatores como a possibilidade dedesenvolver dinmicas coletivas, colocando em contato frequente os alunos entre si e

    Formatted:Heading 1, Left, Indent: First li

    0", Adjust space between Latin and Asian teAdjust space between Asian text and numbe

    Formatted:Heading 1

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    25/53

    Pgina15

    o professor. Outros fatores importantes a serem citados so as possibilidades demelhorar a capacidade de avaliao dos alunos e a aproximao e humanizao darelao entre as instituies de ensino e os alunos [27].

    3.22.4REDU: a Rede Social Educacional

    O REDU, Rede Social Educacional, uma plataforma de ensino construda emcima de uma rede social que tem como objetivo promover a interao entre os atoresdo processo de aprendizado, ou seja, alunos-professores, alunos-alunos e professores-professores. Ao mesmo tempo em que promove essa interao, ele acaba criando umambiente virtual nico de aprendizagem que mistura algumas das teorias estudadasnas sees precedentes. O REDU quer quebrar as barreiras das paredes das salas deaula e imergir os alunos em um ambiente bem mais amplo que o da escola. Ele tentaalcanar esse objetivo provendo aos alunos e professores ferramentas colaborativas,

    como meios de discusso e compartilhamento de contedos e conhecimentos. Ele estestruturado em ambientes de aprendizado que compreende uma estrutura de cursos eaulas dinmicas por onde ocorre esse processo colaborativo, munidos de fruns, chatse compartilhamento de material multimdia em vrias direes, no apenas doprofessor para o aluno.

    O REDU prov um espao colaborativo onde professores e alunos juntos podemconstruir o conhecimento, de uma maneira que limitaes de cunho fsicos e sociaisno limitem a natureza dessa interao. Ou seja, o aluno mais tmido que temvergonha de tirar dvidas tambm pode participar do processo de aprendizagem ereforar suas capacidades de reteno de contedo. Esse espao faz com que todoscresam juntos ajudando uns aos outros, atravs de interaes sociais e dinmicas queextrapolam tambm o tempo, pois o que foi comentado no REDU ficar l para sempre

    e a dvida de uma pessoa sempre pode ser a dvida de muitos. possvel tambm identificar um sucesso em novas maneiras de avaliar o

    aluno, onde nem sempre apenas o professor que detm o valor absoluto da verdade.A avaliao se torna um processo contnuo onde o professor pode conhecer melhor oaluno e se adaptar a sua realidade. Desta forma a relao humanizada e a figura deum professor onipotente, presente no mtodo tradicional de ensino quebrada.

    No cenrio comum do sistema de ensino pblico brasileiro possvel encontraruma grande disparidade em relao qualidade de ensino e infraestrutura. Como possvel notar segundo [1] apenas uma pequena parcela das escolas pblicas conseguese classificar entre as melhores do pas e isto devido a seus modelos de gesto queproporcionam de certa maneira uma boa qualidade de ensino e infraestrutura. O REDUentra nesse cenrio para poder oferecer a todas as escolas, incluindo alunos e

    professores, uma ferramenta auxiliar de aprendizado baseada num processo decooperao online. Contudo o conceito do REDU entra em conflito quandoconfrontado realidade da maior parte das escolas pblicas brasileiras, que nopossuem uma infraestrutura bsica para permitir o devido uso da ferramenta nasatividades. Por esta razo este estudo conduzido, para encontrar e propor umaalternativa que permita o uso do REDU nas escolas que no possuam a estrutura maisadequada. Este estudo baseado nos prprios pilares conceituais do REDU e lana

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    26/53

    Pgina16

    mo do aprendizado coletivo, da comunicao assncrona e do blended learningparaoferecer uma alternativa off-line que torne o REDU mais ubquo.

    3.32.5API do REDU para desenvolvedoresPara poder expandir ainda mais o leque de atuao do REDU, a rede

    disponibiliza uma API para que desenvolvedores possam trabalhar com o seupotencial. Todas as funcionalidades do REDU podem ser acessadas atravs de suas APIHTTP REST que trabalha com requisies HTTP com contedos estruturados,especializadas para sistemas hipermdia distribudos. O uso desse padro facilita ainteroperabilidade da API, pois praticamente qualquer linguagem computacional capaz de realizar requisies HTTP. Para completar a API, h o mdulo de autenticaoque utiliza o protocolo OAuth 2.0 para gerar credenciais de acesso s aplicaes deterceiro. atravs dessas credenciais que os sistemas so capazes de receberpermisso para trabalhar com as ferramentas do REDU, enviando e recebendo dados

    atravs da internet. Apesar da facilidade de se trabalhar com uma API HTTP REST, oREDU ainda disponibiliza suporte oficial para algumas linguagens, sendo elas Ruby onRails, Python e Java.

    3.42.6Consideraes

    No contexto desse projeto, blended learninge o REDU podem ter uma relaomuito forte. A prpria rede em si j trabalha com vrias formas de aprendizado, comoa presencial e a assistida atravs de computadores. Ao criar uma ferramenta off-line,est se propondo uma extenso ainda maior dos mtodos de atuao da rede, pois oseu uso extrapola a bolha da internet para permitir o seu acesso a qualquer momentoe em qualquer ambiente. Portanto, todas as vantagens de se aplicar o blended learningpodem ser aplicadas na construo desse projeto. Seria possvel identificar umaumento na reteno do contedo pelos alunos, assim como a humanizao dainstituio de ensino e do professor diante do aluno e a adaptao da escola aosdiversos ambientes de aprendizado possveis. Essas teorias podero ser comprovadasposteriormente mediante a implantao de prottipos em escolas pblicas, retenode dados da utilizao do sistema por diversos alunos e avaliao da eficincia e daexperincia. Planos para a validao do prottipo sero criados nas etapas finais doprocesso de desenvolvimento.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    27/53

    Pgina17

    CAPTULO 4METODOLOGIA

    Nos captulos predecessores foram discutidas as relaes entre alunos eprofessores atravs de anlises dos mtodos de ensino, das teorias de aprendizagem eda influncia da tecnologia para o ensino com o passar dos anos. Tudo isso foiimportante para poder situar o estudo num contexto histrico e tecnolgico,fornecendo uma noo do que j foi feito e de como isso pode influenciar naconcepo de uma nova soluo.

    Os principais mtodos de ensino traziam o centro do processo do aprendizadofocado no professor como agente ativo e detentor das informaes, porm foi vistoque nos ltimos anos tem se apresentado uma tendncia de crescimento do uso doparadigma de ensino centrado no aluno. Esse estudo ter seu foco voltadoprincipalmente para esse paradigma, pois aquele no qual os pilares do REDU foram

    instaurados.Anteriormente tambm foi discutida a estrutura do REDU, assim como o seu

    funcionamento, o que ser primordial para os prximos passos do projeto, onde sernecessrio definir caractersticas especficas do sistema a ser proposto, cujasfuncionalidades estaro diretamente relacionadas quelas oferecidas pelo REDU.

    Neste captulo sero revisados os objetivos desse estudo que foramapresentados no incio desse documento. Contudo agora possvel ter uma viso maisclara da viabilidade e do contexto do projeto. Portanto neste captulo sero explicadascomo foram abordadas as etapas de desenvolvimento do mesmo. Aqui ser possvelentender como importante, para o desenvolvimento de um sistema, a definio deum pblico alvo, assim como a criao e utilizao de cenrios e o uso de prottipos.

    4.1 Objetivos

    4.1.1 Objetivo Geral

    Desenvolver um sistema que trabalhe majoritariamente off-line, simulando oprincipal ncleo de atividades do REDU de tal forma que coloque em foco o principalpilar de aprendizado da rede, o aprendizado cooperativo atravs da interaointerpessoal levando em considerao os conceitos analisados de construtivismointeracionista, aprendizado centrado no usurio e blended learning. Um sistema queesteja apto a trabalhar nas condies adversas das escolas pblicas, podendo ser faltade internet, conexo de baixa qualidade ou hardware de baixa potncia, mantendosempre possvel, atravs do uso do sistema, a comunicao assncrona entre os pares.Contudo o sistema no deve vir a substituir o REDU, ele deve apenas ser uma opo detrabalho mediante situaes adversas, o que implica um forte estudo de integridade esegurana dos dados dos alunos.

    Inicialmente o sistema deve englobar os tipos de mquinas mais comuns narede pblica de ensino, ou seja, mquinas equipadas do sistema operacional Windows7, com alguma placa de rede e espao de armazenamento em HD limitados.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    28/53

    Pgina18

    A construo do sistema ser voltada para um desenvolvimento com cdigoaberto, que possibilite a sua futura extenso e colaborao com outrosdesenvolvedores e pesquisadores.

    4.1.2 Objetivos Especficos

    Analisar a API de desenvolvimento do REDU;

    Modelar os dados dos usurios em um esquema fcil de ser portado;

    Implementar o sistema off-line que se comporte como o REDU;

    Implementar as regras de sincronizao dos dados do usurio;

    Testar a integrao dos dados aps o uso intercalado das verses off-line eonline;

    Validar o uso do sistema no ambiente de escolas pblicas.

    4.2 Definio de pblico alvoNo processo de desenvolvimento de um sistema primordial a identificao de

    um pblico alvo. Esta definio essencial para poder entender quem usar o sistema,suas caractersticas, a forma que interage com o sistema, seus desejos, suas limitaes,entre outros. Essa identificao ajuda o desenvolvedor a moldar o sistema de umaforma que possa melhor atender s necessidades dos usurios mais comuns e maisrelevantes.

    Mais especificamente, a definio de um pblico alvo prov ao processo dedesenvolvimento um padro e um caminho a serem seguidos, assim como um pontode desambiguao quando surgirem dvidas de quais funcionalidades deveriam serimplementadas para melhor satisfazer o usurio. Ele influencia desde o look-and-feele

    a linguagem utilizada pelo sistema, at a prioridade de desenvolvimento defuncionalidades. um ponto primordial na tcnica do design centrado no usurio.

    Essa definio ser feita de acordo com a anlise do contexto em que o sistemaser inserido, como foi visto inicialmente no captulo de introduo deste documento.A partir de tal, uma Persona dever ser criada para representar o pblico alvo. Dentrodo contexto do design de um produto uma Persona representa um usurio relevante esuas principais caractersticas. Para a criao dessa Persona de uma forma fiel realidade necessrio torna-la o mais humana possvel descrevendo caractersticaspessoais e sociais do tipo idade, nome, personalidade, hobbies, entre outros.

    4.3 Elaborao de cenrios

    O estudo da motivao, do contexto dos problemas e a reviso da literaturaprov a esse projeto uma base slida para o entendimento do cenrio atual defuncionamento do aprendizado e das comunicaes internas do REDU. Busca-se aelaborao de um cenrio atual que reflita o uso do REDU pela persona escolhidadentro do ambiente de ensino da escola pblica que tem dificuldades em prover umainfraestrutura bsica para o funcionamento da rede social. Alm desse cenrio importante, tambm, entender o funcionamento do REDU num cenrio mais idealonde h internet abundante para o perfeito uso de todas suas funcionalidades. Esses

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    29/53

    Pgina19

    dois cenrios juntos ajudaro a entender como o sistema off-line deve se comportarpara tentar preencher as lacunas e aproximar os dois cenrios, tornando possvel o usode comunicaes assncronas a qualquer momento, assim como outras

    funcionalidades do ncleo do REDU.Um cenrio representado pelo conjunto de aes do usurio, apresentadas

    de forma sequencial de acordo com o tempo, explicitando as interaes com osistema. Esse cenrio ser utilizado ser utilizado tambm como base para a criao decenrios futuros positivos e negativos onde o sistema final j estaria implantado. Almdisso, ele servir para que seja possvel avaliar, mediante a comparao com oscenrios futuros se foi possvel alcanar todos os objetivos propostos inicialmente.

    4.4 Projeo de cenrios alternativos

    Para ajudar na identificao de necessidades dos usurios, requisitos epossveis falhas do sistema, sero idealizados possveis cenrios alternativos onde o

    sistema j estivesse sendo utilizado tais como um cenrio positivo, onde tudoaconteceria como esperado, e um cenrio negativo explorando possveisinconvenientes que podem surgir durante a utilizao do sistema. O cenrio positivopode ajudar o desenvolvedor a descobrir o que poderia ser acrescido ao sistema comobenefcios que no foram pensados anteriormente. Enquanto a um cenrio ondepodem acontecer coisas inesperadas, ele pode contribuir para a descoberta derequisitos e falhas que escaparam do processo de levantamento de necessidades nasprimeiras iteraes de desenvolvimento do projeto.

    4.5 Escolha de prottipos

    O ltimo passo antes da implementao do projeto a sua diviso em mdulosque vo gerar prottipos. Os mdulos e prottipos devem ser bem escolhidos paragarantir a boa evoluo do desenvolvimento, assim como a abrangncia de todas asnecessidades dos usurios. Os prottipos nem sevem tero interfaces grficas, pormdevem ser robustos o suficiente para realizar todas as funcionalidades que os forematribudas. Os dois ncleos principais do projeto que sero separados por mdulos eprottipos so a comunicao assncrona e os contedos acadmicos. O primeiro tema prioridade no desenvolvimento por envolver os principais conceitos deaprendizagem construtivista social. O segundo ncleo dever aparecer em iteraesposteriores e servir para engrandecer o leque de atuao da ferramenta off-line etrazer a mesma para mais perto do REDU. As imagens das telas e as formas deestruturao de dados e cdigo da ferramenta sero apresentadas posteriormente nassees de implementao e apndice.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    30/53

    Pgina20

    CAPTULO 5DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

    Neste captulo ser apresentado o desenvolvimento do projeto e seusrespectivos resultados. Para tanto, seguiremos a metodologia do captulo anterior elevando em conta principalmente os objetivos do projeto. Este captulo compreendeos requisitos, prottipos e processos de criao de software e design utilizadosdurante o desenvolvimento do projeto. Ao final deste captulo ser apresentado oestado final do produto, bem como as consideraes e motivaes para alcanar onvel de desenvolvimento atual.

    5.1 Identificao de pblico alvo

    Como identificado e ilustrado no captulo de introduo deste documento, opblico alvo composto por estudantes oriundos de escolas pblicas, onde hajadisponvel material de informtica, estando inclusos computadores e conexo com a

    internet. Tambm esto compreendidos no pblico alvo alunos de escolas pblicas,que apesar de no possurem conexo local com a internet, so agraciados commaterial informtico mvel por algum programa de incentivo ao desenvolvimento daeducao pblica. Alm desses estudantes de escolas pblicas, possvel incluirtambm como pblico alvo secundrio os alunos de escolas particulares com boainfraestrutura de informtica, pois esses tambm podem ser contemplados pelo usodo REDU no ensino. Para restringir um pouco o leque de atuao, a idade dessepblico deve ficar entre 10 e 18 anos, representando dessa forma os estudantes nofinal do ciclo de ensino fundamental e no ensino mdio. Essa faixa tambm representauma parcela de alunos que j est mais acostumada a lidar com tecnologia, ento ouso do produto de software ao final do processo de desenvolvimento ser mais fcil.

    5.1.1 Criao de personas

    A especificao de um pblico alvo de grande ajuda para poder entender ousurio, contudo quanto mais detalhes a respeito de um usurio comum mais fcil setorna o processo de desenvolvimento e design do software. Portanto no contextodesse projeto sero apresentadas duas personas, sendo uma a persona principal eoutra uma persona secundria. O uso de uma persona secundria, no contexto desseprojeto, importante para representar uma classe extra de usurios que no estoexatamente contemplados na problemtica e na motivao, porm representam umagrande parte do grupo de usurios do REDU, sendo eles os estudantes de escolasprivadas.

    Persona primria:

    Joo tem 14 anos e estudante do 1 ano do ensino mdio em uma escola darede pblica do estado de Pernambuco. Ele vem de uma famlia humilde, pormascendente na escala social. Ele desde pequeno sempre foi interessado por tecnologia eadorava ir casa de seus amigos para jogar videogame em grupo, pois para ele jogarem casa sozinha no era to divertido quanto jogar com seus amigos. Ele um poucointrovertido, porm gosta de escrever e se sente mais confortvel para conversar com

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    31/53

    Pgina21

    as pessoas e se expor quando o faz atravs das palavras escritas. Graas aos empregosde seu pai e sua me, a famlia possui um computador em casa que dividido entre ospais, Joo, sua irm mais velha Carla e seu irmo mais novo Pedro. H algum tempo

    eles tem uma conexo de internet razoavelmente rpida, graas aos novos planos debanda larga com preos acessveis que surgem cada vez com mais frequncia. Apesarde possuir um computador e internet em casa, Joo no consegue passar muito tempoem frente a ele, pois sua irm no desgruda das redes sociais e seu irmo sempre querjogar algum game. Contudo quando ele comeou o 1 ano do ensino mdio, ele foiagraciado com um computador porttil por um programa de incentivo educao doestado de Pernambuco e agora tem mais liberdade para usar seu computador paraestudar e conversar com seus amigos. Joo vai escola de manh de nibus e volta svezes no final da tarde porque gosta de passar a tarde no colgio quando h atividadesinteressantes. s vezes ele leva seu novo computador para o colgio, pois acredita queele o ajuda nas aulas, mas muitas vezes a internet do colgio no funciona e eletambm tem medo de sair na rua com ele. Durante o final de semana, quando no est

    jogando videogame com os alunos, ele gosta de conversar com os amigos nas redessociais e revisar alguns assuntos dados em sala de aula durante a semana. Seus paissempre o aconselharam que o melhor caminho para melhorar de vida o estudo. Joosonha em passar no vestibular para a UFPE em medicina, mas tem medo de queapenas os estudos na sua escola, que no muito boa, no sejam suficientes parachegar l. Ele gostaria que a escola tivesse uma melhor estrutura e que os professoresfizessem aulas mais dinmicas para que ele consiga reter os assuntos mais facilmente.

    Persona secundria:

    Fernanda tem 15 anos e estudante do 2 ano do ensino mdio em uma dasmelhores escolas particulares do Recife. Ela vem de uma famlia de classe mdia,

    porm nem sempre a histria foi assim. Seus pais vieram de famlias pobres e graas aseus esforos conseguiram se formar como engenheiro e advogada, podendo entoprover as suas duas filhas a vida que no tiveram quando eram jovens. Fernanda viciada no seu celular e nas redes sociais, no consegue passar 30 minutos sem seucelular. Mesmo durante as aulas ela j recebeu vrias reclamaes dos professores porusar seu aparelho em horas inadequadas. Fernanda adora ler literatura juvenil eromntica, porm ela no gosta de estudar. Apesar do exemplo dos pais ela no seesfora muito, pois sempre teve o que queria e no final das contas ela pode passar emuma boa universidade particular. Ela vai escola todos os dias de carro com a me epassa o dia inteiro l. s vezes durante a tarde ela faz curso de ingls ou aulas dedana, pois suas amigas tambm o fazem. Durante o final de semana seu passatempofavorito ir ao shopping com as amigas, ou receber algumas visitas em casa para

    assistir televiso e tomar banho de piscina. Ela tem seu prprio computador e umaconexo com banda larga, portanto passa a noite conectada nas redes sociais e gostade compartilhar tudo o que faz com seus amigos na internet. Fernanda no gosta dasaulas e acredita que quase todas elas so chatas e pouco dinmicas, mas gosta dedesafios e, muitas vezes, responde questionrios online sobre diversos assuntos. A suaescola possui laboratrios de informtica e uma tima estrutura, porm os professoresno a utilizam com frequncia e preferem manter seus mtodos tradicionais de ensino.Fernanda vai prestar vestibular para direito e mesmo estudando numa das melhores

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    32/53

    Pgina22

    escolas da cidade, ela ainda faz duas matrias isoladas, histria e geografia, pois seuspais no esto satisfeitos com o seu boletim de notas.

    [Algum resultado resultante desta tcnica?]

    5.2 Proposta

    Ambas as personas apresentadas na seo anterior esto presentes nummodelo de escola que seguem os mtodos tradicionais de ensino, tendo o professorcomo ator dominante do saber. Mesmo que hajam espaos voltados para aextrapolao dessa concepo, como os laboratrios de informtica, ainda difcil depopularizar entre muitos professores outros mtodos de ensino e tir-los da zona deconforto.

    O REDU funciona como um agente modificador nesse contexto e pode fazercom que as aulas se tornem mais interessantes, assim como aproximar professores de

    alunos e disponibilizar uma maior quantidade de contedo fora da sala de aula, sendoesse contedo tanto curricular como extracurricular.

    Entretanto, como visto em captulos anteriores, o REDU s vezes pode deixarescapar o real cenrio da estrutura de ensino das escolas brasileiras, principalmente aspblicas. Entre os principais problemas esto a falta de computadores e conexo internet de baixa qualidade.

    Observando as duas personas apontadas como chave para esse processo dedesenvolvimento de software, fica claro que o REDU poderia agir positivamente paraambos. No caso de Joo, o REDU poderia ajud-lo a se comunicar com professores,pois a timidez do aluno pode criar um bloqueio na hora que surgirem dvidas. Almdisso, Joo teria aulas mais dinmicas e poderia ter a sua disposio materiais paraestudar alm da sala de aula e conseguir, de tal forma, aumentar suas chances de

    passar num vestibular to concorrido. Enquanto ao caso de Fernanda, o REDUaproveitaria o seu gosto por redes sociais para fazer com que ela interaja com seusamigos de uma maneira mais produtiva, alm de fazer com que as aulas que ela achato chatas se tornem mais interessantes, com proposies de desafios na prpriaplataforma, alm do uso de multimdias e outros.

    Contudo h uma grande disparidade entre Fernanda e Joo, eles no esto emnveis iguais de competio. A escola de Joo no possui a mesma infraestrutura daescola de Fernanda e seus pais no possuem condies de suprir essas necessidadespagando cursos extracurriculares. O uso do REDU no contexto da escola de Jooapresentaria resultados menos efetivos devido a um baixo nmero de computadores ebaixa qualidade de conexo com a internet. Portanto esse projeto prope a soluo deestender as funcionalidades do REDU para que este possa ser usado mesmo mediante

    a uma conexo de baixa qualidade ou mesmo a no existncia de uma conexo. Talsoluo faria com que Fernanda e Joo tivessem condies mais iguais deaprendizagem. Joo poderia utilizar todo o ncleo principal de atividades do REDU nasua prpria escola e se ele usar o seu prprio computador, ele pode sincronizar o quefoi feito atravs da internet quando chegar em casa, ou caso ele utilize computadoresda escola, os mesmos trataro de sincronizar os dados quando houver uma conexodisponvel. Assim, de uma maneira ou de outra, Joo poderia continuar suas atividadesfora da escola.

    Formatted:Font: 12 pt, Italic

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    33/53

    Pgina23

    Esse ncleo principal de atividades do REDU off-line incluiria a troca demensagens entre os murais de usurios, assim como os murais de disciplinas e aulas.Alm desses, estariam inclusos os principais dados das aulas, a possibilidade de pedir

    ajuda e algumas aulas que utilizem formas de mdia simples, como texto e HTML.

    5.2.1 Cenrio Atual

    Joo vai escola de nibus, como todos os dias, mas ele resolve no levar ocomputador por ter receio de ser assaltado. Ele se senta no meio da sala, um poucopara trs, porque tem vergonha de sentar muito na frente. Nesse dia ele tem duashoras de aula de fsica, matria na qual ele tem mais dificuldade. Os seus colegas quesentam atrs dele ficam fazendo barulho durante a aula e ele no consegue prestarmuita ateno. O professor est dando um assunto novo sobre fsica eltrica, mas Joono conseguiu entender direito. O professor tentou desenhar uma simulao noquadro, mas Joo no conseguia enxergar direito, pois o desenho no estava bem feito

    e nesse momento ele pensa como seria bom se ele pudesse ver essa simulao no seuprprio computador [NEC 1.1]. O professor, ento, resolveu aplicar um exerccio parafazer os alunos entenderem melhor, mas Joo no conseguiu compreender uma partedo enunciado e queria perguntar ao professor, mas ficou com vergonha e no o fez,pensou que descobriria sozinho quando chegasse em casa [NEC 1.2]. Mais tarde oprofessor aplicou outro exerccio e dessa vez Joo conseguiu entender direito oenunciado e resolveu tudo no seu caderno, mas quando o professor perguntou sealgum queria resolver no quadro ele teve vergonha por no saber se sua respostaestava certa e tentou perguntar ao seu colega do lado se ele tinha resolvido oproblema corretamente [NEC 1.3]. O professor no gostou de ver Joo conversandocom seu colega e mesmo sem saber que ele apenas tirava uma dvida pediu queambos fizessem silncio. Neste dia Joo voltou pra casa com dvidas sobre fsica

    eltrica e quando chegou em casa tentou pesquisar um pouco no seu livro e nainternet, mas ainda assim algo no ficou claro para ele.

    No mesmo dia na semana seguinte Joo teve novamente a mesma aula deFsica, com o mesmo professor, porm dessa vez o professor logo no incio da aulaanunciou que tinha uma surpresa e que gostaria de testar algo novo. Ento ele levoutodos ao laboratrio de informtica e pediu que se inscrevessem no REDU. Ele explicouo que era o REDU e disse que havia preparado uma aula especial para esclarecermelhor os conceitos da aula passada. Joo ficou muito feliz com essa surpresa e elemesmo que j possua cadastro no REDU logo se matriculou no curso para poder seguirsua aula. Joo foi acompanhando a aula com vdeos e questionrios at que surgiramalgumas dvidas e ele resolveu perguntar pelo REDU, pois no teria que se apresentardiante da turma inteira, mas exatamente nesse momento a internet da escola caiu e

    ele no conseguiu terminar a aula [NEC 1.4], nem esclarecer a sua pergunta. Oprofessor cancelou a aula e levou todos de volta para a sala de aula. Joo tentou nessedia se lembrar de fazer a pergunta quando chegar em casa pelo REDU, mas assim quechegou em casa alguns amigos o chamaram para sair e ele esqueceu de perguntar oque gostaria [NEC 1.5].

    No cenrio acima, tendo como atores Joo, seu professor e seus colegas, possvel identificar algumas necessidades que sero utilizadas no desenvolvimento do

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    34/53

    Pgina24

    projeto. Essas necessidades se referem tanto insero do REDU no cotidiano daescola, como consequncias da falta de estrutura no caso dessa insero em umaescola pblica mal preparada para lidar com esse contexto. Logo abaixo, essas

    necessidades so esquematizadas em uma tabela.

    Tabela 1 - Necessidades do usurio

    Ao Necessidade

    O professor tentou desenhar uma simulaono quadro, mas Joo no conseguia enxergardireito e gostaria de poder v-lo no seucomputador.

    Tornar aulas mais dinmicas atravs demdias para melhor ilustrar problemas esituaes. [NEC 1.1]

    Joo no conseguiu compreender uma partedo enunciado e queria perguntar aoprofessor, mas ficou com vergonha e no ofez.

    Interagir com o professor sem necessidade,ou medo, de se expor. [NEC 1.2]

    Joo teve vergonha por no saber se suaresposta estava certa e tentou perguntar aoseu colega do lado se ele tinha resolvido oproblema corretamente

    Se comunicar e interagir com os colegassobre assuntos abordados em aula. [NEC 1.3]

    Joo resolveu perguntar pelo REDU, masexatamente nesse momento a internet daescola caiu e ele no conseguiu terminar aaula.

    Utilizar o REDU na escola independente daqualidade de infraestrutura dos laboratrios[NEC 1.4]

    Joo tentou se lembrar de fazer a perguntaquando chegar em casa pelo REDU, masassim que chegou em casa alguns amigos ochamaram para sair e ele esqueceu deperguntar o que gostaria.

    Tirar dvidas a qualquer momento, emqualquer lugar, na presena ou no deinternet. [NEC 1.5]

    5.2.1.1 Idealizao de uma soluo

    Para resolver o problema de aulas mais dinmicas e criar um canal mais fcil decomunicao entre professores e alunos, assim como alunos entre si, j existe o REDUque trabalha muito bem para solucionar essas necessidades. Contudo o REDU falha emalguns contextos, como o das escolas pblicas sem infraestrutura de qualidade,frequentemente apresentado por esse projeto. Dessa forma o REDU no capaz deresolver esses problemas na maioria das situaes de aprendizado. Sem internet asnecessidades 1.1, 1.2 e 1.3 que poderiam ser facilmente resolvidas acabam falhandona sua execuo.

    Portanto para garantir essas necessidades, atravs da identificao dasnecessidades especficas no cenrio de falta de conexo, 1.4 e 1.5, foi imaginada umaferramenta hbrida off-line e online, capaz de permitir o uso do REDU independente dapresena ou no de uma conexo de internet no momento de sua utilizao. De talmaneira, Joo poderia ter conseguido assistir as aulas e tirar suas dvidas, pois mesmoque a internet tivesse cado, as suas requisies teriam sido gravadas e posteriormentesincronizadas quando a conexo com a internet voltasse.

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    35/53

    Pgina25

    A ferramenta seria um sistema desktop, inicialmente para Windows, quesimularia o ncleo principal de atividades do REDU mesmo diante da falta de conexo,atravs do uso de sincronizao das informaes guardadas na mquina local, porm

    agindo da mesma forma que o REDU caso haja uma conexo estvel disponvel.

    5.3 Requisitos do produto[timo]

    Aps estudar o cenrio atual, assim como as teorias vistas nos captulosanteriores, as motivaes, o potencial e os limites do REDU, sero apresentados nessaseo os requisitos funcionais e no funcionais do produto.

    5.3.1 Requisitos no funcionais

    Tabela 2 - Requisitos no funcionais

    Identificao Descrio

    NF-01 Interface amigvel: a interface deve lembrar ao mximo a interface online doREDU.

    NF-02 Disponibilidade: o sistema deve funcionar off-line com os dados do usurioque j tenha autenticado anteriormente em momento de disponibilidade deconexo.

    NF-03 Integridade: o sistema deve funcionar online, sincronizando as mudanasocorridas localmente com as informaes online.

    Estes requisitos no funcionais servem para garantir o bom funcionamento dosistema, assim como restringir a atuao do sistema garantindo que ele no divirja doREDU original. Manter a interface semelhante importante para criar no usurio osentimento de que ele est realmente usando o REDU. A disponibilidade representa o

    principal objetivo desse projeto, o de tornar o uso do REDU universal e independentedas condies estruturais de uso. A integridade vem a garantir a coerncia dos dadosdo sistema.

    5.3.2 Requisitos funcionais

    Tabela 3 - Requisitos funcionais

    Identificao Descrio

    RF-01 Login online para download de material: o sistema deve ser capaz de realizar ologin quando houver internet para poder fazer o download das primeirasinformaes e credenciais do usurio.

    RF-02 Login off-line na mquina local para uso de material j disponvel off-line: osistema deve ser capaz de cambiar para o modo off-line quando no houverconexo, disponibilizando ao usurio o material que foi salvo anteriormente.

    RF-03 Visualizar Mural principal "Incio": deve ser possvel visualizar o mural principaldo usurio, contendo as publicaes dos cursos que participa e de seus amigos.

    RF-04 Consultar Ambientes do usurio: os ambientes de cada usurio devem poderser consultados pelo mesmo a qualquer momento.

    RF-05 Consultar Cursos de um Ambiente: o usurio deve poder ver quais so oscursos disponveis dentro dos ambientes aos quais j possui acesso.

    RF-06 Consultar Disciplinas de um Curso: deve ser possvel consultar todas as

  • 8/10/2019 Walter Ferreira de Lima Filho. Estudo e implementao de uma aplicao desktop para sistemas operacionais Win

    36/53

    Pgina26

    disciplinas dentro de um curso no qual o usurio est matriculado.RF-07 Consultar Mdulos de uma Disciplina: o usurio deve poder consultar todos os

    mdulos das disciplinas dos seus cursos.

    RF-08 Consultar Aulas de um Mdulo: deve ser possvel consultar todas as aulasdentro dos mdulos que o usurio participa.

    RF-09 Postar comentrio no Mural de uma Aula: um comentrio num mural de umaaula deve poder ser feito a qualquer momento, em presena ou no deconexo.

    RF-10 Postar dvida no Mural de uma Aula: o usurio deve poder postar uma dvidaem uma aula a qualquer momento.

    RF-11 Postar comentrio no Mural de uma Disciplina: um comentrio num mural deuma disciplina deve poder ser feito a qualquer momento, em presena ou node conexo.

    RF-12 Postar no Mural do prprio Usurio: o usurio deve poder postar no seuprprio mural a qualquer momento.

    RF-13 Responder qualquer tipo de comentrio: assim como postar nos murais do

    REDU, o usurio deve poder responder a qualquer tipo de publicao emqualquer tipo de mural ao qual tenha acesso.

    RF-14 Assistir aula off-line: o usurio deve poder consultar a qualquer momento ocontedo das aulas dos seus mdulos, desde que essas aulas j tenham sidosalvas anteriormente.

    RF-15 Utilizar aplicativo: o usurio deve poder utilizar um aplicativo off-line, desdeque esse seja compatvel para download e uso posterior.

    RF-16 Exibir lista de aulas criadas recentemente: o sistema deve propor ao usurio asnovas aulas disponveis nos cursos em que est matriculado.

    RF-17 Sincronizar postagens e materiais automaticamente e de forma transparentesempre que houver acesso Internet

    RF-18 Sinalizar que h uma sincronizao em curso e quando a mesma for concluda

    Os requisitos funcionais mostrados acima tm como objetivo nortear odesenvolvimento para garantir que o principal ncleo de funes do REDU estejapresente no produto e que ele possa ser acessado tanto online como off-line.

    5.4 Cenrio futuro positivo

    Uma semana aps o insucesso da aula de fsica no laboratrio, Joo tevenovamente uma aula de fsica eltrica sobre o mesmo assunto das semanas anteriores.Ainda acreditando na importncia do REDU em sua aula, o professor mais uma vezmarcou outra aula no laboratrio de informtica, porm dessa vez o professor parase certificar de que a internet no atrapalhasse de novo seus planos pediu que fosseinstalada nas mquinas dos laboratrios a ferramenta de utilizao off-line do REDU.

    Logo no incio da aula ele explicou como tu