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Campus “José Santilli Sobrinho”
Coordenadoria de Jornalismo
Webtv: a Universidade cai na rede
Suely da Silva Lima
ASSIS 2009
Campus “José Santilli Sobrinho”
Coordenadoria de Jornalismo
Webtv : a Universidade cai na rede
Trabalho de Conclusão de Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis - IMESA/FEMA, como requisito para obtenção do Certificado de Conclusão, sob a orientação da Profª Dda. Alzimar Rodrigues Ramalho.
Linha de Pesquisa
Ciências Sociais e Aplicadas
ASSIS 2009
FICHA CATALOGRÁFICA
LIMA, Suely da Silva
WebTV: a Universidade cai na rede / Suely da Silva Lima. Fundação Educacional do Município de Assis – Fema : Assis, 2009
65p.
Trabalho de Conclusão de Curso ( TCC ) – Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo – Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis
1.WebTV. 2. Interatividade. 3. Televisão. 4. Televisão Universitária. 5. Internet
CDD: 070
Biblioteca da FEMA
Folha de Aprovação
Assis, _____de _____________de ______.
Assinatura
Orientador: __________________________________________ Alzimar Rodrigues Ramalho
Examinador: __________________________________________ Alcioni Galdino Vieira
Examinador: __________________________________________ Paulo Henrique de Barros Miguel
À Jandira, João e José. Os três jotas
da minha vida que me deram o resto
do alfabeto!
Agradecimentos
Por incrível que pareça a parte mais difícil desta monografia não foi definir o
tema ou concluir a pesquisa. Foi escrever os agradecimentos e dedicatória. A Deus?
Óbvio! Mas é tão clichê... A meus professores que me ajudaram e me orientaram
nos corredores da educação durante meu período escolar, não apenas no ensino
superior, mas em toda minha trajetória acadêmica? Simples! Aos amigos
conquistados? Sempre! À minha mãe, que também foi pai? Ao meu pai, que me
deixou à deriva quando eu mais precisava dele? Ao meu padastro, que foi pai de
filho criado quando ainda tinha idade para estar na escola? Aos meus irmãos
Cássia, Roberto, Paulo e Cátia, que mesmo sem saber me incentivaram? Lógico!
Amo todos vocês. Aos cunhados e cunhadas que deram os tesouros da minha vida:
minhas sobrinhas que amo de paixão: Esthéfane, Emylli e Rafaela e ao Miguel que
está chegando aí.
Às minhas tias e primos que sempre ajudaram não apenas a mim, mas a
família inteira. À minha avozinha Maria, simples como o nome mas de uma riqueza e
sabedoria tremendas. Aos vizinhos, amigos, parentes. Ao cachorro que nunca
comeu minha lição (mas que deveria ter comido!).
À Cleusa, minha segunda mãe, que me recebeu em sua casa e sempre me
tratou como filha: te adoro muito! Ao Leandro e ao Lúcio, meus eternos amores que
me acompanham desde sempre e pelos quais eu tenho uma paixão especial. À
minha amiga Jaque: tínhamos tudo para dar errado e contrariamos a lógica! Márcio,
obrigada pelo primeiro “oi” na faculdade, Victor valeu pelas risadinhas e piadas em
off. A Marcitha, que foi e é uma amiga para todas as horas!
Meus afilhados todos, e não são poucos. A todo mundo da desconhecida
Alexandria: a cidade atrás do Posto! Sei que sempre torceram e acreditaram em
mim! Marcantônio Gonçalves, você é mais que um amigo, é meu pé de coelho.
A Associação Brasileira de Televisão Universitária, primeiro pela bolsa que
me permitiu deixar o emprego no último ano da faculdade para me dedicar à
pesquisa. Segundo, e justamente por isso, eu descobri a pesquisadora que existe
em mim, algo que agradecerei para sempre. À Letícia que acreditou em mim e me
deu a oportunidade de desenvolver esta pesquisa.
Um agradecimento especial e particular à Alzi que aceitou o desafio de ser
minha orientadora, mesmo a 450km de distância. Obrigada pela confiança, pelo
socorro a cada grito de desespero, por colocar em “Tececês” o que eu escrevia em
português arcaico. Salvou minha vida e serei eternamente grata! Sofrer orientação
com você foi um prazer!
Eu jamais poderia deixar de fazer um agradecimento especial a todos os meu
inimigos e desafetos que mesmo sem querer e sem saber me incentivaram da
mesma maneira que todos os meus amigos. A eles!
A todos os professores do curso de Jornalismo da Fema que de alguma
maneira contribuíram para o meu sucesso hoje.
Resumo
Este Trabalho de Conclusão de Curso teve por objetivo atualizar o mapa das
TVs Universitárias do Brasil e verificar quais emissoras estão disponibilizando seu
conteúdo na Internet, incluindo um estudo de caso de uma emissora produzida
unicamente para a Web. Durante esse percurso, verificamos que muitas TVs que se
autointitulam “online”, na verdade apenas disponibilizam na rede o conteúdo
produzido para as mídias convencionais (aberta ou a cabo). Assim, desconsideram
as potencialidades de comunicação das mídias digitais. As WebTVs devem ter
programação exclusiva e elaborada especialmente para um webtelespectador que,
ao contrário da contemplação passiva do telespectador da TV convencional, busca
seu protagonismo, possível especialmente com a utilização dos recursos de
interatividade.
Palavras-chave: WebTV, Interatividade, Televisão, Televisão Universitária, Internet
Abstract
This work of Course's Conclusion has the objective to update the map of
University TVs in Brazil and to verify which networks are offering their content on the
Internet, including a case's study of a broadcast made solely for the Web Along the
way, we found that many TVs which call themselves "online", but in fact, only provide
the network content produced for conventional media (opened or cable). So, that
way, they ignore the potential of communication of the digital media. The webTV
should have exclusive programming and developed especially for a
"webtelespectator" that, the opposite of the passive contemplation of spectators of
the conventional TV, it looks for its role, especially with the possible use of
interactivity's resources.
Keywords: WebTV, Interactive, Television, University, Internet
SUMÁRIO
Introdução .......................................................................................................... 09
CAPÍTULO I
1. A onipresença da TV na vida do brasileiro .................................................... 13
2. Inclusão digital na malha da rede .................................................................. 15
3.O protagonismo pela interação ....................................................................... 17
3.1 Interatividade: em busca de um conceito..................................................... 18
4. Interação.com ................................................................................................ 23
5. Interação versus Reação ............................................................................... 26
6. WebTV – a construção de uma identidade .................................................... 28
CAPÍTULO II
1. Mapa das TVs Universitárias – Pesquisa de campo ...................................... 32
1.1 Algumas considerações sobre a coleta de dados ........................................ 40
2. A WebTV na Universidade ............................................................................. 41
2.1 TV UERJ ...................................................................................................... 43
2.2 TV UVA ........................................................................................................ 45
2.3 TV UFRJ ...................................................................................................... 46
2.4 FAAC WEBTV .............................................................................................. 47
CAPÍTULO III
1. Estudo de caso - TV Facopp Online .............................................................. 49
2. Formas de interatividade................................................................................ 52
3. Considerações finais ...................................................................................... 56
Referências ........................................................................................................ 59
Referências eletrônicas ...................................................................................... 62
Introdução
Com a finalidade de contribuir para a educação formal num período em que o
analfabetismo superava os 50% no Brasil, entrou no ar em 1968 a TV Universitária
de Recife, ligada à Universidade Federal de Pernambuco, tornando-se a primeira
televisão universitária no Brasil. Até 1995 pelo menos outras 15 Instituições de
Ensino Superior (IES) receberam concessões para explorar canais educativos e
passaram a operar suas estações, como geradoras ou retransmissoras de conteúdo.
Com foco nas “atividades de educação, extensão e pesquisa universitária,
nos personagens e dos pontos de vista do mundo acadêmico.” (Ministério da
Cultura, 2006, p.54), as TVUs apresentam-se como alternativa à TV comercial. Uma
de suas missões, de acordo com a entidade representativa, é formar cidadãos que
tenham um pensamento crítico e que saibam seu papel na construção de um país
digno e justo. Neste sentido, a TV passa a ser uma grande aliada na divulgação do
conhecimento produzido nas IES, muitas vezes servindo de ponte entre sociedade e
academia.
Em 1995, a Lei da Cabodifusão (8977/95) possibilitou a Universidades,
Centros Universitários, Faculdades, Institutos e Fundações a utilizarem
gratuitamente o sinal das operadoras no plano de assinatura básica,
10
independentemente do pacote contratado. Em 2006, de acordo com diagnóstico da
Associação Brasileira de TVs Universitárias, já eram cerca de 100 Instituições de
Ensino Superior veiculando programas em emissoras próprias ou em parceria com
canais abertos, a cabo, em rede interna ou na web. Passados apenas dois anos
houve um crescimento de quase 50%, ou seja, 141 IES brasileiras afirmam produzir
programas de TV em ambiente universitário. Os dados completos desta pesquisa
estão no capítulo 2.
Desde 2000, com a popularização da Internet, as IES estão cada vez mais
utilizando a web como suporte para a transmissão dos programas. Sem a
necessidade de concessão pública para a rede aberta, e sem a limitação do cabo,
que chega apenas à área coberta pela operadora, ou seja, são canais municipais, a
rede mundial de computadores vem sendo uma alternativa para a comunicação
entre a universidade e a sociedade, e é este o objeto desta pesquisa.
Para a imersão neste universo buscamos compreender as características da
TV Pública – campo no qual a TV Universitária está inserido - com Martín-Barbero,
Omar Rincón, Leal Filho, Gabriel Priolli entre outros. E as características da
comunicação digital estão ancoradas em Neusa Amaral, Alex Primo, Barbosa Filho,
Cosete Castro e Beth Saad. Amaral (2004, p. 08) destaca as possibilidades de
interação da TV Online, “atingindo uma audiência impensável e tendo a possibilidade
de oferecer ao internauta-telespectador conteúdos impossíveis de serem oferecidos
através da velha TV analógica.” Com eles, buscamos uma análise transversal sobre
televisão, internet e os conceitos de interatividade para a Comunicação Social,
fugindo assim do tecnicismo e de seus conceitos ligados às ciências exatas e
tecnológicas.
11
Esta monografia está dividida em três capítulos. No primeiro, abordamos
conceitos de interatividade e de WebTV, além de sua aplicação no ambiente
universitário. No segundo, apresentamos os resultados finais da pesquisa de campo
pela qual mapeamos as IES que produzem programas de TV pelo Brasil,
identificando aquelas que estão disponibilizadas na Web – nosso objeto. E,
finalmente, no terceiro capítulo, apresentamos o estudo de caso da “TV Facopp
Online” (http://tvfacopp.unoeste.br/tvfacopp/online), a WebTV da Faculdade de
Comunicação Social da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste – Presidente
Prudente). Nosso objetivo, neste capítulo, foi também verificar de que forma a
emissora faz uso das ferramentas de interatividade proporcionadas pelas
plataformas multimídia, e em quais momentos o webtelespectador interage com o
conteúdo.
12
CAPÍTULO 1
Navegar é preciso; viver não é preciso
Fernando Pessoa
13
1. A onipresença da TV na vida do brasileiro
A televisão foi implantada no Brasil em 1950, e nessas quase seis décadas a
receptividade ao veículo foi unânime, estando presente em 98% dos domicílios em
áreas urbanas do Brasil1. Dados da Associação Brasileira de Telecomunicações por
Assinatura (ABTA) indicam que em fevereiro de 2009 pelo menos 6,4 milhões de
famílias possuem o serviço de TV por assinatura, o que representa um crescimento
de 17,6% em relação ao mesmo período de 2008.
Luiz Costa Pereira Júnior, organizador da obra “A vida com a TV” traz dados e
definições sobre o perfil e a importância deste aparelho na vida do telespectador
A TV brasileira conquistou em menos de cinqüenta anos o que provavelmente nenhuma outra indústria conseguiu no século inteiro. É mais importante do que geladeira para o brasileiro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (1999), o país tem 87,5%1 de casas com televisores e só 82,5% com o outro eletrodoméstico (PEREIRA JÚNIOR, 2002, p.57).
Sobre a aceitação do brasileiro ao veículo, Pereira compara a uma ‘fusão
genética’: a televisão entrou na corrente sanguínea do brasileiro. Ele acredita que o
motivo seja a atitude contemplativa do telespectador, pois assistir TV não exige
mobilidade física. No entanto, ele critica esta relação de passividade entre o homem
e a máquina
1 A pesquisa foi realizada em 2008 e está disponível em www.cgi.br. Acesso em 19 nov 2009.
14
A televisão pode ter muito a aprender sobre suas responsabilidades se prestar mais atenção à realidade que ela própria molda, para além da mera exibição de programas. Os brasileiros podem aprender mais sobre si mesmos se entenderem até que ponto seus hábitos, cotidianos e modos de agir estão condicionados por um veículo que, se não é tudo na vida, tem um peso e tanto. (PEREIRA JÚNIOR, 2002, p.16)
O ano de 2005 é um marco na evolução da tecnologia digital. No Brasil, a
Internet completava 10 anos (na Europa e EUA, 13 anos), e com a Web 2.0 surgem
as redes sociais. O Brasil já lidera em uso no mundo, aqui 80% dos internautas
regulares navegam nas redes sociais, especialmente o Orkut, com crescimento do
Facebook e do Twitter. Segundo Alzimar Ramalho2, “este é o momento de avanço
para a comunicação, pois o usuário passa a ser protagonista do processo. Ao
contrário de receber um conteúdo unilateral, há mais possibilidades de trocas”.
Essa comunicação colaborativa leva a um novo conceito no “fazer” televisão.
Na Web, a arquitetura deve ser diferente da TV aberta, pois o webtelespectador tem
a opção de deixar de ser “contemplativo” e participar da produção do conteúdo, seja
em opiniões publicadas, colaborando com imagens e dados ou construindo seu
próprio conteúdo. Acreditamos ser este o melhor momento para o crescimento das
emissoras de caráter educativo, que pode usar desses recursos para promover a
cultura e a cidadania, expondo a realidade de maneira mais original. Algo ainda
ausente na TV aberta, especialmente as comerciais.
2 Trecho da tese de doutorado na Universidade de São Paulo, em andamento, e orientadora desta pesquisa.
15
2. Inclusão digital na malha da rede
Dados apresentados pelo site britânico Netcraft3 em fevereiro de 2009 mostram
que o sistema global de comunicação de dados mantém conectados 1,5 bilhão de
pessoas e hospeda no mundo todo 215 milhões de sites.
No Brasil são 62 milhões de usuários em junho de 2009, de acordo com o Ibope,
sendo duas vezes maior que o Canadá e o sétimo maior mercado do mundo. Em
2008, foram vendidos no Brasil mais computadores (12 milhões) do que aparelhos
de TV. Embora a exclusão digital ainda seja uma realidade no Brasil, o contato com
computadores, direta ou indiretamente, tornou-se parte do cotidiano de grande
parcela da população. Em todas as regiões do país há algum tipo de programa de
inclusão digital e disponibilização de acesso gratuito a internet com diferentes
nomes: Sala de internet, Sala do Cidadão etc.
O estado de São Paulo é um dos pioneiros na proposta, o Acessa SP existe há
oito anos e dados do site oficial (http://www.acessasp.sp.gov.br) de novembro de
2009 indicam que o programa atendeu até hoje quase 42 milhões de pessoas e no
seu banco de dados estão cadastrados mais de 1,7 milhões de usuários. Em todo o
Estado estão instalados 512 postos de atendimento a população de baixa renda, e
mais 101 postos em implantação, o programa emprega 1.164 monitores distribuídos
3 Companhia de serviços e pesquisas sobre Internet e tecnologia. http://news.netcraft.com/.
16
nos 453 municípios atendidos. Para dezembro de 2009 está previsto o início das
atividades de mais 36 unidades em todo o estado.
Na Capital, de acordo com o site oficial da Prefeitura de São Paulo, todas as
escolas e creches da Secretária Municipal de Educação oferecem acesso à Internet,
além de aulas semanais de Informática Educativa. Orientado por professores, os
alunos aprendem como fazer a navegação na rede sem perder-se no labirinto
tecnológico e nos caminhos digitais entre os sites de relacionamentos e os bate-
papos online. A rede municipal de ensino atende 9,77% da população, o que
significa mais de um milhão de alunos, entre crianças e jovens distribuídos nas
1.418 escolas.
Um compromisso firmado entre as empresas de telefonia fixa e o Governo
Federal garante que até 2010 a internet rápida chegará a todas as 56.685 escolas
públicas urbanas do País. Considerando que 86% dos estudantes oficialmente
matriculados estão na rede pública, isto significa que 37,2 milhões de alunos serão
beneficiados, o que irá democratizar o acesso àquela população que não tem
computador doméstico.
De acordo com pesquisa divulgada pelo Centro de Estudos sobre as
Tecnologias da Informação e da Comunicação4 (Cetic.br), as lan houses são hoje
mais usadas para acesso a internet, acolhendo 49% dos internautas no Brasil.
Outros 40% são acessos em domicílio, 22% acessam em casas de terceiros e 21%
em local de trabalho.
4 O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre a disponibilidade e uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no país. www.cetic.br. Acesso 11 nov 2009.
17
Esses dados são exemplos de que estamos caminhando para a inclusão
digital, embora concordemos com o alerta de Barbosa Filho e Castro (2006), para
quem o simples fato de uma pessoa verificar e enviar emails não significa que ela
conhece e sabe usar, não apenas a máquina, mas a tecnologia a que tem acesso.
A inclusão passa pela capacitação dos atores sociais para o exercício ativo da cidadania, através do aprendizado tecnológico, do uso dos equipamentos, assim como pela produção de conteúdo e conhecimentos gerados dentro da realidade de cada grupo envolvido para ser disponibilizados na rede e demais tecnologias digitais. Passa ainda pela possibilidade que esses mesmos grupos possam encontrar no ambiente digital um espaço de trabalho e renda, auto-gerindo locais de acesso público a rede (BARBOSA FILHO e CASTRO, 2006, p. 3).
Os autores consideram que a inclusão estende-se para algo bem maior do
que simplesmente usar a internet, o que para eles é uma subutilização da
tecnologia.
3. O protagonismo pela interação
Na era pré-internet, a interação já era objeto de reflexão teórica no campo da
comunicação. DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p.351) preconizavam a mudança de
paradigmas da comunicação de massa, o modelo “um para muitos”, para uma
situação em que um grande número de pessoas transmitisse e recebesse vários
gêneros de informação. Sete anos depois, Dizard Junior desenhava o avanço
daquela tecnologia sobre o modelo de televisão, hoje realidade com a comunicação
digital, seja em sinal aberto ou pela Internet:
18
Os computadores cada vez mais se tornam parecidos com os televisores; os televisores estão se tornando computadorizados. (...) Os televisores serão transformados de receptores passivos de imagens distantes em instrumentos interativos de multimídia, capazes de lidar com todos os tipos de serviços de vídeo, dados ou som. Esses serviços serão distribuídos para casas e outras localidades através de redes a cabo e redes sem fio, cada uma com capacidade de centenas de canais de vídeo interativos e milhares de links bidirecionados de dados. Pela primeira vez, toda uma gama de mídia, antiga e nova, estará eletronicamente à disposição dos consumidores domésticos (DEFLEUR E BALL-ROKEACH, 2000, p. 54-55).
As primeiras experiências de programação de TV na Web foram uma
‘migração’ do conteúdo disponibilizado na rede aberta, sendo somente uma
plataforma para sua distribuição. Neste modelo podemos identificar semelhanças
com o início do jornalismo online, quando tínhamos a transposição do conteúdo da
versão impressa do jornal postada na íntegra na rede, inclusive em formato PDF. Ou
seja, não era um jornal com uma arquitetura específica, cujas condições de
recepção e de diálogo com o leitor são bem superiores. Hoje, principalmente com a
Web 2.0, que permite o envio de dados, sons e imagens em tempo real e com
qualidade técnica, o jornalismo online é produzido com esta finalidade, e
acreditamos que este é o caminho das Web TVs.
4. Interatividade: em busca de um conceito
Alex Primo (2007) questiona o estudo tecnicista das possibilidades de
interação, limitado pelas “senhas explicativas tradicionais”. Para ele, o sistema
webdesigner→site→internet←usuário, um modelo atual de interatividade aplicado a
19
internet, está em xeque. Primo reconhece o avanço desta fórmula perante o conceito
de emissor-mensagem-receptor, mas salienta que a polarização e a supremacia de
uma das extremidades ainda prevalecem. Enquanto um pólo tem a vantagem de se
pronunciar, ao outro é permitido apenas consumir, a única diferença é que agora
pode selecionar e procurar o que vai ser consumido.
DeFleur e Ball-Rokeach já haviam apresentado uma definição de
interatividade, ao que denominavam “interatuação”
Nesta, transmissor e receptor alternadamente se revezam no papel de comunicador, cada um recebendo realimentação imediata e plena sob a forma de mensagens verbais e não-verbais. A comunicação de massa convencional não é interatuante, pois o fluxo da comunicação unilateral não permite a membros da audiência fornecer, ou aos comunicadores de massa receber, plena e imediata retroalimentação. O comunicador de massa não sabe o que a audiência está fazendo, pensando ou sentindo, e o integrante da audiência não pode expressar espanto, tristeza, raiva, excitação ou qualquer outra reação à fonte (DEFLEUR E BALL-ROKEACH, 1993, p. 362).
Para que haja a interação não é necessária a presença física e o
compartilhamento do mesmo espaço geográfico por duas pessoas, por exemplo.
Thompson (1998, p.78) trata de interações mediadas usando os “meios técnicos
(papel, fios elétricos, ondas eletromagnéticas)” em oposição a interação “face a
face”. É este tipo de interação que a internet possibilita; com a interação mediada
por computador é possível transmitir informação e conteúdo simbólico “para
indivíduos situados remotamente no espaço, no tempo, ou em ambos” (1998, p.78).
20
Nas definições de Thompson, a televisão se encontra na quase interação
mediada, juntamente com livros e jornais e todos os outros meios de comunicação
de massa. Este tipo de interação assemelha-se ao anterior por disseminar-se no
espaço e no tempo, mas seu caráter é monológico e é direcionada para um número
indefinido de receptores. Para o autor, esta forma de interação não tem a mesma
reciprocidade das outras duas, mas não deixa de ser uma forma de interação:
a televisão implica um fluxo de mensagem predominantemente de sentido único: dos produtores para os receptores. As mensagens que são intercambiadas numa quase-interação televisiva são produzidas na sua maioria esmagadora por um grupo de participantes e transmitidas para um número indefinido de receptores, que tem relativamente poucas oportunidades de contribuir diretamente para o curso e o conteúdo da quase-interação. Eles podem telefonar ou escrever às companhias de televisão para manifestar apoio ou repúdio a determinados programas. Eles podem formar grupos de pressão na tentativa de influenciar planos de programação. Alguns canais têm programas de “direito à resposta” que permitem a um pequeno número de espectadores selecionados expressarem suas opiniões. Mas, na prática, estas avenidas de intervenção são usadas por muito poucos indivíduos. Para a grande maioria dos receptores a única maneira que eles têm para intervir na quase-interação é na decisão de sintonizar a televisão, de continuar com ela ligada, de prestar algum grau de atenção, de trocar de canal ou de desligá-la quando não tiver nenhum interesse na sua programação (THOMPSON, 1998, p.89).
Se por um lado com isto os produtores têm liberdade para continuar a criar de
acordo com o que acredita, livres da interferência do telespectador, por outro a falta
de “respostas” por parte do receptor traz incertezas e preocupações “pois eles são
privados daquele feedback contínuo e imediato que lhes permite verificar o grau de
recepção e de entendimento das mensagens”, conforme observa Thompson.
21
Serra (2006) contribui com a busca pela compreensão do termo trazendo uma
abordagem mais social, definindo como “uma característica essencial do agir
humano”. Enfático ao afirmar que esta palavra não é exclusiva das “novas mídias”,
traça um histórico sobre sua origem passando pelo marxismo, o pragmatismo e a
fenomenologia hermenêutica e vai além ao atribuir, apesar das diferenças, sua
paternidade a Marx, Pierce e Heidegger. De acordo com ele, esses pensadores
conceberam o homem como um ser “duplamente interactivo”: na relação com as
coisas e na relação com os outros homens” (p.6). Já Georg Simmel (apud Serra,
p.6), buscando elevar a sociologia à categoria de ciência formal, praticamente
“identifica sociedade com interacção, com a “influência recíproca” ou “reciprocidade
de efeitos” entre as acções de cada homem e as dos outros.”
Na década de 1950, o conceito passou a ser estudado por cientistas da área
de informática que buscavam traçar uma “relação entre o homem e a máquina”. Na
esteira da interação, os meios de comunicação de massa passaram, aos poucos, a
disponibilizar ferramentas para fidelizar o público e assegurar uma relação de
proximidade entre os emissores e os receptores, como exemplos, as cartas dos
leitores nos meios impressos e os telefonemas durante os programas ao vivo do
rádio e da TV.
Desses, o rádio é o veículo com maior grau de interação existente, pois é o
único que permite a participação ao vivo e na íntegra de quem está do outro lado.
Para esse diálogo, o ouvinte não precisa de outras ferramentas senão a voz e o
telefone. Ao executar a música solicitada, o ouvinte tem uma sensação de
pertencimento, que sente a emissora como “sua”. Determinados programas abrem
espaço para a participação ao vivo por telefone, o que permite não apenas ouvir a
música que pediu, mas também estar em igualdade com o apresentador,
22
estabelecendo com ele até uma relação de intimidade e suposta “amizade”, tudo
isso sem edição.
Ao estabelecer algumas comparações entre a interatividade possibilitada pelo
rádio e pelo telefone, Lévy (2000, p.80), acredita que por ser um canal de
comunicação bidirecional, é a mídia “incontestavelmente mais interativa que existe”.
Não negamos as possibilidades oferecidas pelo sistema de telefonia, mas
questionamos, hoje, sua supremacia. Talvez o autor não tenha considerado o
telemarketing e os serviços conhecidos como “0800” que, pela forma como são
prestados, nos deixa a sensação de monólogo, e não de diálogo. Por exemplo, ao
ligarmos para o número do serviço de atendimento ao cliente – SAC, quem “atende”
são as máquinas, e automaticamente ouvimos uma gravação que “fala”
ininterruptamente, e ao final, após apertar as teclas ordenadas, temos – ou não – o
sucesso na tentativa de comunicação.
A questão é: mesmo usando o telefone, temos apenas a opção pelas
alternativas previamente disponibilizadas, e se por acaso apertarmos alguma tecla
não prevista, o resultado não é alcançado e o processo de comunicação é
interrompido. Mesmo quando o atendimento é feito por um profissional, como no
caso do telemarketing, a sensação de falar com uma “máquina” ainda permanece,
sendo inclusive motivo da aversão do público a esse tipo de estratégia
mercadológica. Nestes dois exemplos, não houve interação, se observarmos o
conceito de Lévy (2000, p.80), no qual o telefone “permite o diálogo, a reciprocidade,
a comunicação efetiva”. O e-mail (correio eletrônico) pode ser considerado o
precursor dos recursos de interatividade na internet. No entanto, é apenas uma
23
transmissão de mensagens, não permitindo a interferência na produção de
conteúdo.
5. Interação.com
O conceito de interatividade, no Brasil, passou a ser popularizado com as
discussões sobre o novo modelo de TV Digital, em fase de implantação há dois anos
(começou a operar em dezembro de 2007, na cidade de São Paulo). O sistema
brasileiro de TV Digital terrestre (SBTVD-T) promete, além de melhor qualidade de
áudio e imagens, a possibilidade do telespectador interagir com a programação. No
entanto, os recursos são tímidos e ainda dependem de ajustes tecnológicos para
serem efetivamente dialógicos, ou seja, a tecnologia do canal de retorno que vai
propiciar a interação ainda está sendo testada.
Ainda assim, os teóricos apontam as diferentes formas de interatividade que
serão proporcionadas pela tecnologia digital de TV. São vários estudos, e aqui
destacamos Esteca e Maia (2009, p. 01), que dividem em oito níveis:
Nível 0: Ajustes como regulagem de brilho, contraste, volume e troca de canais.
Exibição de imagens em preto e branco.
Nível 1: Exibição de imagens coloridas e uso do controle remoto para ajustes do
televisor.
Nível 2: Uso de periféricos como videocassetes, câmeras e aparelhos de jogos.
Nível 3: Interatividade por meio de ligações telefônicas, e-mails e fax.
24
Nível 4: Possibilidade de escolher ângulos de câmeras em tempo real.
Nível 5: Possibilidade de o usuário participar da programação enviando vídeos de
baixa qualidade.
Nível 6: Envio de vídeos com imagens de alta qualidade.
Nível 7: Usuário alcança interatividade plena, gerando conteúdo da mesma forma
que a emissora.
O uso de ferramentas interativas na televisão, entretanto, é algo que o
homem almeja desde quando as imagens na TV ainda eram em preto e branco, com
o controle remoto, o vídeo cassete, o aluguel de filmes e, atualmente, o pay-per-view
(PPV) é um exemplo da busca pela interatividade na TV por assinatura. O sistema
de distribuição por encomenda (on-demand) permite ao assinante receber
programas exclusivos, e a taxa é debitada na fatura da TV por assinatura. Para o
segmento da televisão comercial, interagir está associado a comprar, responder a
questões, enviar SMS, telefonar, mandar emails e enviar comentários sobre o
conteúdo.
Esses exemplos refletem, segundo Primo (2007, p.26), “o interesse das
empresas do setor televisivo em aumentar sua receita”. Esta perspectiva comercial
no uso das possibilidades de interação desperta reações indignadas por parte de
alguns pesquisadores, que vêem no segmento apenas dois propósitos: seduzir o
consumidor e silenciar o cidadão. “Essa tal de interatividade deveria se chamar
interpassividade. Nada mais. Interpassividade consumista: anabolizante para o
comércio, nuvem de fumaça para a democracia.” (Bucci apud Primo, 2007, p.26).
25
Há outras iniciativas para ampliar a participação do telespectador na TV
aberta. A revista eletrônica Fantástico da Rede Globo inovou em sua programação
dominical ao abrir espaço para que os telespectadores enviem, via internet, vídeos
caseiros, feitos por webcam e celulares, referentes ao conteúdo do programa ou
alusivo a algum tema proposto. Outros programas da emissora também passaram a
oferecer ao público algum tipo de interatividade, em maior ou menor grau. O Mais
Você, de Ana Maria Braga, desenvolve receitas culinárias enviadas por
telespectadores, em alguns casos leva o próprio telespectador para fazer o prato ao
vivo no programa matinal, ou faz visita de surpresa em casa. O Domingão do
Faustão faz do quadro Garagem do Faustão uma vitrine para músicos que buscam
visibilidade. Os interessados enviam um vídeo e a cada domingo o público elege um
vencedor, que se apresenta ao vivo no programa seguinte.
No dia 20 de Junho de 2009, por causa de evento esportivo transmitido ao
vivo, a TV Globo exibiu o programa TV XUXA pela web5. Que voltou a ser exibido no
dia 01 de agosto. A emissora testou um formato específico: O programa foi dividido
em três partes, sem intervalos comerciais, num total de dezesseis minutos e cinco
segundos. Na página, estão disponíveis os três vídeos: no primeiro uma entrevista
com o ator global Murilo Benício, sobre carreira e infância; no segundo uma receita
culinária desenvolvida por uma criança. E no terceiro e último bloco, uma
apresentação da cantora Ivete Sangalo. Mas a entrevista com o ator Murilo Benício e
a participação da cantora só seriam apresentados na íntegra no programa semanal
da TV aberta. Isso nos leva a pensar que o “especial para Web” serviu apenas de
“vitrine” para o programa em rede aberta.
26
6. Interação versus Reação
Muitas vezes, o que é oferecido como conteúdo interativo não oferece as
condições de diálogo, mas de reação. Como explica Alex Primo (2007, 27), “um
sistema interativo deveria dar total autonomia ao espectador e viabilizar a resposta
criativa e não-prevista da audiência (...) nos sistemas reativos a extensão de
escolhas é predeterminada6.” Ou seja, é importante estar atento para a utilização do
conceito como jogada de marketing, já que, como alerta Arlindo Machado (apud
Primo, idem) “muitos dos equipamentos vendidos como “interativos” não facultam
verdadeiras respostas, mas simplesmente escolhas dentro de um conjunto de
alternativas preestabelecidas.”
Por exemplo, o extinto Você Decide ou o Big Brother Brasil, programas nos
quais o público pode participar por meio de telefone, SMS ou internet, mas só lhe é
permitido optar entre as possibilidades oferecidas pelos programadores e de criação.
De acordo com Amaral, interagir é em uma outra esfera de diálogo, “implica a
possibilidade de resposta autônoma, criativa e não prevista da audiência, ou mesmo
no limite, a substituição total dos pólos emissor e receptor pela idéia mais
estimulante dos agentes intercomunicadores.” (2004, p. 90).
Interação vai além da escolha entre duas ou mais opções apresentadas,
como as finais dos programas de realities-shows ou de episódios de ficção. Significa
de fato cooperação na construção dos sentidos, um espaço no qual as pessoas são
5 O site da emissora (http://tvglobo.tvxuxa.globo.com/novidades/2009) informa que sempre que houver transmissão esportiva nas manhãs de sábado, o programa será online 6 Grifo nosso.
27
livres não apenas para escolher ou opinar, mas também e principalmente para
sugerir e criar. Interatividade é liberdade.
A comunicação é vital e a interatividade está na base dialógica de todo ser
humano. No caso da comunicação pelas mídias digitais, a unidirecionalidade do
conteúdo, de “um para todos” como no sistema broadcasting; dá lugar à uma maior
possibilidade de trocas. No caso da WebTV o webtelespectador tem a opção de
intervir no processo de construção do conteúdo, resguardadas as possibilidades
tecnológicas a ele oferecidas.
Pierre Lévy (2000) aborda a interatividade como algo que requer
participação, que desperta reações e sentimentos, mas ressalta que mesmo nos
sistemas unidirecionais, o receptor jamais é passivo. “Mesmo sentado na frente de
uma televisão sem controle remoto, o destinatário decodifica, interpreta, participa,
mobiliza seu sistema nervoso de muitas maneiras, e sempre de forma diferente de
seu vizinho” (2000, p.79).
No caso da televisão, a digitalização poderia aumentar ainda mais as possibilidades de reapropriação e personalização da mensagem ao permitir, por exemplo, uma descentralização da emissora do lado do receptor: escolha da câmera que filma um evento, possibilidade de ampliar imagens, alternância personalizada entre imagens e comentários, seleção dos comentaristas etc. (2000, p.79)
Não podemos confundir WebTV com TV na Web. Leila Nogueira (2004, p.3)
classifica as emissoras de TVs que disponibilizam produção na internet em três
categorias:
28
1) as que apenas transferem a produção audiovisual da televisão aberta para a
internet, visando com isso rejuvenescer e modernizar a cara da empresa e resgatar
aquele telespectador que não pode acompanhar a programação em sua grade,
como por exemplo os capítulos das novelas;
2) empresas de comunicação que apesar de produzirem programas específicos para
veiculação na web, continuam utilizando a linguagem da TV convencional, como por
exemplo programas longos divididos em blocos comerciais; e
3) empresas que começaram a perceber o potencial da internet e trabalham
exclusivamente para alimentar uma programação que contemple, ainda que de
maneira limitada, a “convergência, interatividade, hipertextualidade e memória” além
de oferecer ao webtelespectador a possibilidade de montar a própria grade de
programação.
A AllTV (www.alltv.com.br), criada por Alberto Luchetti Neto em 2002, se
autointitula a primeira WebTV do Brasil, ou seja, é oferecida exclusivamente para a
Internet. Ainda assim, tem uma arquitetura semelhante ao modelo da TV aberta,
seus programas são divididos em blocos separados por intervalos comerciais. O
conteúdo é transmitido ao vivo, 24h por dia, e a interatividade é possibilitada no
chat7 “linha direta”, pelo qual se pode fazer comentários sobre a programação ao
vivo, e ainda enviar suas próprias reportagens.
7 canais de bate-papo online onde os usuários podem conversar entre si, em tempo real, em “salas” virtuais, divididas por categorias ou temas. Esses canais são ideais para possibilitar a interação entre os leitores e a equipe de redação.
29
6. WebTV – A construção de uma identidade
A TV na internet passa por um estágio de “midiamorfose”, buscando
linguagem e códigos próprios, tendo como referência os suportes anteriores, como
nas primeiras décadas da TV brasileira, que se ancorou na experiência do rádio - a
grande mídia de massa de então. Mas “a idéia é, no futuro, chegar a uma
interatividade entre o vídeo e a pessoa, este é nosso objetivo, oferecer uma
interatividade que nem a TV nem o cinema podem ter.” (CORTEAUX apud RAMOS,
2008, p.5,)
Outras questões estão ligadas à transição do suporte analógico para o digital,
que exige um homem multimidiático para explorar as novas possibilidades que os
veículos oferecem. Com a internet, nasce uma geração voltada para o audiovisual e
ao mesmo tempo busca as informações com a agilidade de um click. A presença do
computador, seja na intimidade de um quarto de dormir ou no espaço público (desde
as lan houses, livrarias e lanchonetes até terminais de transporte públicos,
bibliotecas, escolas e outros equipamentos de uso público) garante acessibilidade a
todos os que queiram fazer uso da internet. Vale ressaltar, no entanto, que além do
suporte o usuário deve ter as competências e habilidades para sua utilização, e esse
também é o papel da educação.
A comunicação é vital, e a interatividade está na base dialógica de todo ser
humano. No caso da comunicação pela mídia, não precisa mais ser unidirecional, de
“um para todos” como no sistema broadcasting: com o conteúdo disponibilizado na
internet, oferecendo ferramentas de interatividade, haverá possibilidade de troca,
tornando-se mais um exemplo de “obra aberta”, como ensina Umberto Eco. O
30
webtelespectador tem a opção de intervir no processo de construção do conteúdo,
resguardadas as possibilidades tecnológicas a ele oferecidas.
Com o intercâmbio na rede, a “sociedade da informação” pode vir a tornar-se
a “sociedade do conhecimento” autenticando o processo de aprendizado. De acordo
com Gutiérrez (1978), os jovens querem ser, hoje, forjadores de sua própria história
e não meros espectadores ou consumidores passivos.
É incontestável que o processo de troca de informação entre os
equipamentos é o que diferencia a Internet dos outros meios de comunicação, mas
não podemos esquecer que nas extremidades desta malha estamos eu e você, e é
isto que tem que ser levado em conta quando falamos em interação no campo da
comunicação. Apesar de as máquinas serem os meios, não são elas as
protagonistas do processo. Seja por carta, por telefone ou por internet, devemos
sempre considerar que quem possibilita a troca são as pessoas. É a participação
delas que permite a construção de algo maior: o conhecimento.
31
CAPÍTULO 2
Pode-se fazer televisão pela internet, pode-se fazer
pelos próprios canais educativos, nas TV’s pagas e
via satélite e agora com a TV Digital, abre-se uma
perspectiva muito maior para se produzir.
Cláudio Magalhães Vice Presidente da Associação
Brasileira de Televisão Universitária
32
1. Mapa das TVs Universitárias – pesquisa de campo
Em agosto de 2008 iniciamos uma pesquisa de campo para atualização do
Mapa das TVs Universitárias no Brasil, desenvolvida com o apoio da Associação
Brasileira de TVs Universitárias8. Até novembro daquele ano foram enviados cerca
de 180 questionários via e-mail para IES das regiões Norte, Sul, Nordeste, Centro-
Oeste, e 206 para a região Sudeste. Dessas, apenas 41 IES responderam.
Numa primeira avaliação realizada, juntamente com os diretores da ABTU
Daniel De Thomaz e Pedro Ortiz, foi constatado que esse mecanismo não daria
resultado satisfatório, visto que o e-mail ainda não é uma ferramenta eficiente quanto
à rapidez e garantia de recebimento das respostas. Assim, em Dezembro de 2008
antecipamos a segunda etapa da coleta de dados, realizando cerca de 100 contatos
telefônicos satisfatórios9 com o objetivo testar a nova metodologia. Desde então, o
foco da pesquisa passou a ser quantitativo, ou seja, detectar quantas IES possuem
TVs Universitárias, já que a vertente qualitativa, que seria possível com a resposta
dos questionários via e-mail, não se viabilizou. Portanto, não foi possível traçar um
8 A pesquisa que atualizou o mapa das TVs Universitárias foi financiada pela ABTU - Associação Brasileira de Televisão Universitária, com bolsa-estágio pelo Centro de Integração Empresa Escola – CIEE. Iniciada em agosto de 2008, foi encerrada em novembro de 2009. 9São cerca de cinco ligações telefônicas para cada IES, até que a informação seja obtida. As ligações
foram feitas da FEMA, e os cursos foram ressarcidos mensalmente à ABTU, numa média de R$ 150,00/mês).
33
perfil dessas emissoras, quanto à sua institucionalização, formas de gestão,
conteúdo, recursos humanos e financiamento.
De 5 de janeiro até 20 de fevereiro de 2009, foi realizado o levantamento dos
números de telefones de todas as instituições cadastradas no site do Ministério da
Educação (www.mec.gov.br), cuja lista somava 2.495 IES, e que serviu de base para
a análise dos dados. O trabalho, nesta fase, apesar de desgastante, foi fundamental
para a fase seguinte, quando foi elaborada uma tabela com todas as Instituições e
seus respectivos telefones, servindo de guia para a coleta de dados.
No dia 2 de março de 2009 foram retomadas as ligações e, paralelamente,
enviados os questionários para as IES que afirmaram possuir TV ou que produziam
programas e veiculavam em outras emissoras ou suportes. Até 15 de novembro
foram realizadas aproximadamente 9 mil ligações para as regiões Norte, Sul,
Sudeste, Centro-oeste e Nordeste.
Uma das maiores dificuldades encontradas na coleta de dados foi na
usabilidade do site do MEC. Muitos links de IES não abriam, ou então não tinham as
informações básicas, como o telefone de contato (muitos, quando tinha, estavam
incompletos, com cinco dígitos, por exemplo); ou os e-mails estavam desatualizados
ou errados, haja vista que muitos “voltavam”.
Outro problema, ainda com relação ao MEC como fonte, foi o fato de uma
única IES estar cadastrada com vários nomes. A Fundação Armando Álvares
Penteado (FAAP-SP), por exemplo, estava cadastrada com quatro nomes diferentes.
Ou seja, o universo de 2.495 IES não corresponde à realidade, mas mantivemos
esta referência por falta de outra fonte oficial. Dessas, conseguimos concretizar
34
1.662 contatos telefônicos (66% das IES cadastradas) o que, para efeito de
tabulação, foram considerados como sendo 100% da nossa amostragem.
Acreditamos que a decisão de descartar as 833 IES restantes não prejudicou o
resultado, pois segundo o presidente da ABTU e co-orientador da pesquisa, Prof. Dr.
Cláudio Magalhães, “se essas IES não foram localizadas via telefone mostra que, ou
estão desativadas, ou são pequenas ou desorganizadas. Isso diminui – em muito –
as possibilidades de terem uma TV Universitária.”
Estes foram os resultados:
Total registrado no MEC – . 2.495 Instituições
Total IES contactadas
1662
66%
Total IES não Contactadas
83334%
35
Região Norte
Das 150 IES instaladas na região norte, 100 afirmaram não possuir TV, nove
delas deram respostas positivas, mas apenas uma respondeu o e-mail (TV Unama).
Algumas faculdades possuem estúdio de TV para práticas laboratoriais, mas não
veiculam nenhum tipo de programação, exceto o Instituto Esperança de Ensino
Superior–IESPES, localizado em Santarém-PA. A produção vai ao ar pela TV
Amazônia, canal 7 - afiliado da Rede TV.
Sua IES tem TV Universitária
Possuem TV Universitária
98%
Não possuem TV Universitária
100
92%
36
Região Centro-oeste
Na região Centro-oeste estão registradas 266 IES. Tentamos entrar em
contato com todas elas no mínimo cinco vezes, conseguimos falar com 207 e as
dificuldades de contato foram as mesmas: 17 IES afirmam possuir a mídia, mas
apenas quatro responderam ao questionário.
Região Centro-Oeste
Possuem TV Universitária178%
Não possuem TV Universitária
19092%
37
Região Sul
Na região Sul, das 407 IES obtivemos respostas concretas em 294, das quais
38 afirmam possuir TV e 256 não. Onze delas, embora não tenham emissoras
próprias, afirmam veicular programas em veículos locais.
Região Sul –
Possuem TV Universitária3813%
Não possuem TV Universitária
25687%
38
Região Nordeste
Das 464 instituições na região Nordeste conseguimos contato com 336, das
quais 34 afirmam possuir emissora, mas apenas quatro responderam ao
questionário. Nesta região localizamos pela primeira vez na pesquisa uma WebTV
Universitária (FACE), uma TV desativada, quatro circuitos internos, e cinco
faculdades possuem parcerias com emissoras de TV aberta.
Região Nordeste –
Possuem TV Universitária
3410%
Não possuem TV Universitária
302
90%
39
Região Sudeste
Esta região foi um caso a parte. Apesar de concentrar o maior número de IES,
no total são 1.203, só conseguimos contato com 716 – um índice abaixo da média
das demais. Uma curiosidade desta região foi a quantidade de menções na lista do
MEC, algumas até oito vezes! O número de telefone incompleto ou de outro local foi
outro fator que prejudicou a coleta de dados. Além disso, encontramos muitas IES
desativadas e outras que vão começar a operar em 2010. Dos 716 contatos
realizados, 53 afirmam possuir TVs.
Região Sudeste
Possuem TV Universitária
53
7%
Não possuem TV Universitária
663
93%
40
Algumas considerações sobre a coleta de dados
Uma das maiores dificuldades foi a falta de compreensão sobre o que é uma
TV universitária por parte dos atendentes (telefonistas, porteiros, secretárias etc).
Diante da pergunta “sua faculdade tem TV Universitária?” obtivemos as respostas
mais inusitadas e bizarras possíveis, desde “Sim, não temos apenas uma TV, temos
duas. Uma pequena e outra grandona!”, até “ Temos sim, destas bem grandes de 29
polegadas”. Mas a maioria das respostas veio com outra pergunta: “Se nós temos o
que?”. Outra constatação foi o fato de as IES que não têm TV Universitária
associarem a iniciativa ao seu viés pedagógico. Muitas respondiam: “Aqui não tem
TV porque não temos curso de comunicação”.
Um comportamento corriqueiro observado durante as ligações é que ao
serem interpelados e não saberem a resposta, os atendentes transferiam as
chamadas para os mais variados setores: Biblioteca, Secretaria, Tesouraria,
Recursos Humanos e até mesmo a portaria. Um dos números indicados era o
telefone residencial do proprietário da faculdade. Em outro, a pessoa que atendeu
identificou-se como “esposa do dono”.
Acreditamos que na região Sudeste seria mais fácil, por agregar o maior
número de IES e ser o estado mais desenvolvido da federação. Mas, na verdade,
em alguns casos foi até pior. Uma funcionária, ao responder que a faculdade
possuía TV, completou: “tem sim, e pega bem. Na Copa do Mundo (de Futebol) nós
até assistimos o jogo do Brasil aqui na secretaria”.
41
Para o Norte, as ligações deviam ser feitas entre 15h e 19h, pela diferença no
fuso horário e do horário de verão. Ou seja, quando começava a ligar, às 14h, eles
ainda estavam em horário de almoço. Ligar para o nordeste era como estar em uma
aconchegante rede na varanda de alguém. O toque insistente do telefone sempre
era atendido por um cantado “ô meu amor”, “meu bem”, e ao desligar sempre
recebia um “cheiro”. Inicialmente esses tratamentos causaram estranheza, mas com
o tempo passou a fazer parte da rotina, e os diferentes sotaques eram sempre bem
vindos.
O tratamento mais “profissional”, para não dizer “frio”, veio justamente do
Estado de São Paulo, onde os atendentes identificavam imediatamente as
universidades e direcionavam as ligações para os setores competentes. E, ainda os
próprios atendentes já davam a informação solicitada, com firmeza.
Apesar de tudo isso e especialmente por tudo isso, a fase de coleta de dados
foi muito divertida e enriquecedora, tanto pelas respostas inusitadas, quanto pelo
contato com os mais diversos sotaques e tratamentos deste Brasil afora. Durante
mais de um ano “viajamos” a todas as regiões do País sem sair da Fema.
2. A WebTV na Universidade
De acordo com levantamento realizado pela ABTU (Associação Brasileira de
Televisão Universitária), em 2006 havia cerca de 100 IES produzindo programação
televisiva – a maioria com exibição pelo cabo, amparadas pela Lei do Cabo, número
8977/95, ou seja, são canais municipais. Com a WebTV, o acesso ao seu conteúdo
42
é ilimitado, além de poder oferecer uma programação diferenciada, com a utilização
das ferramentas como a interatividade. Ao contrário do modelo “unidirecional”,
possibilita ao webtelespectador interagir durante o processo de produção,
contribuindo para sua construção.
Das 151 IES que produzem televisão, esta pesquisa identificou cerca de 15
que disponibilizam programas via web. Pensando nisso, cabe olhar para a internet
como ambiente para a experimentação de uma nova linguagem na comunicação
entre a universidade e a sociedade. Uma das vantagens da WebTV em relação a
transmissão via cabo ou em rede aberta está o amplo alcance, o acesso mais
democrático e a ampliação das possibilidades de recepção da programação junto ao
público universitário, já que o jovem, cada vez mais, está substituindo a TV pela
Internet, conforme apontamos no capítulo anterior. Pode, ainda, ser uma alternativa
viável técnica e economicamente para as IES e outras iniciativas de produção de
conteúdo educativo, já que esse suporte não exige uma produção “broadcasting”.
Nos últimos anos a www deixou de ser um passatempo, e o ambiente virtual
tem assumido importância no processo de comunicação entre a Universidade e a
Sociedade. A produção científica e cultural de uma IES precisa ser divulgada, uma
vez que a instituição tem o compromisso com o ensino, a pesquisa e a extensão.
Portanto, tornar fechado o conhecimento produzido, sem oferecer um canal
adequado para sua divulgação, vai de encontro a esses princípios. Estas questões
estão em Paviani (2004.), para quem a Universidade é uma instituição voltada para o
educar, o saber, o conhecer. Entre suas funções essenciais está a produção,
organização e sistematização de conhecimentos e, consequentemente, na
publicação, divulgação e outras formas de acesso ao conhecimento.
43
Sobre seu uso acadêmico como suporte para a produção televisiva, a internet
é um espaço que permite a experimentação, a tentativa sem medo de errar, como
observa Ramos:
Estamos diante de um novo código audiovisual (...) e há dificuldades evidentes na assimilação deste código na rotina de utilização de conteúdos multimídia (...) O que é incorporado são os códigos e formatos já legitimados oriundos da TV e rádio. (RAMOS, 2008, p.4)
Entre as vantagens da TV na internet está o amplo alcance e o acesso cada
vez mais democrático. Pode, ainda, ser uma alternativa viável técnica e
economicamente, devido às plataformas tecnológicas que permitem a
disponibilização desse conteúdo educativo.
A seguir, apresentamos alguns exemplos de WebTVs universitárias
localizadas na rede, com algumas impressões sobre sua programação. As TVUs
visitadas mantêm estagiários dos cursos de comunicação social e apresentam
programas no formato da TV aberta, com reportagens entre um e dois minutos.
2.1 - TV UERJ
A TV UERJ (http://www.tvuerj.uerj.br) foi primeira WebTV Universitária do
Brasil. Na rede desde 2001, seu conteúdo é de responsabilidade da Faculdade de
Comunicação Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O primeiro
programa foi um telejornal diário, resultado dos trabalhos laboratoriais de alunos de
Jornalismo (atualmente envolve também os alunos do curso de Relações Públicas).
44
É deles a responsabilidade por todo o processo, desde a produção até a veiculação.
Por seu caráter inovador, a WebTV da UERJ recebeu algumas homenagens, entre
elas o “Prêmio Luiz Beltrão”, oferecido para projetos inovadores pela Intercom –
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação, em 2002.
Atualmente conta com quatro programas:
Telejornal UERJ Online – Traz notícias da universidade, locais, nacionais e
mundiais.
TV UERJ Esportes - discute as notícias do esporte de forma despojado e com
humor.
Penúltimas - programa de debates com a presença de convidados.
ETC! - programa de cultura e variedades.
A interatividade está presente na disponibilização de vídeos para download,
email e fones de contato, twitter e o blog da TV. Para sugestões, críticas e
informações, os apresentadores convidam os webtelespectadores a enviar emails
para o endereço eletrônico da emissora durante o programa. Fora do horário de
exibição ao vivo, devem preencher um formulário específico, para que os produtores
entrem em contato. Entretanto, esta última alternativa de diálogo não surtiu
resultado, pois em três tentativas, não obtivemos resposta.
45
2.2 - TV UVA
A TV UVA (http://www.uva.br/tvuva/), da Universidade Veiga de Almeida-RJ, é
mais atrativa, tanto pela variedade na programação quanto pela apresentação da
página, colorida em tons suaves. Os catorze programas são produzidos e
apresentados por alunos de Comunicação Social e áreas afins sob a supervisão de
profissionais de comunicação. Um diferencial desta TV é que na grade já está
disponível um espaço (vídeo vitrine) para o envio de vídeos independentes. A
agilidade é outro fator positivo, pois não é necessário abrir outras páginas para
acessar o arquivo de vídeos, pois já estão disponíveis em uma janela ao lado dos
nomes dos programas.
Esta é a programação:
Sexo, Coisas e tal: uma sexóloga esclarece dúvidas sobre o assunto.
Expresso.Com - Sobre o mundo dos negócios.
Arena Universitária - Debate com a participação dos alunos e professores da
Universidade.
Pedagogia em Ação - Discute a educação com a presença de educadores,
professores e alunos.
Jogo Aberto - Talk show cultural.
Saúde em Foco - Programa didático envolvendo os cursos e os professores da área
de saúde da faculdade para discutir o corpo e a mente.
Letras & etc. - Esclarece dúvidas sobre a língua portuguesa.
46
Vídeo Vitrine - Espaço para as produções audiovisuais independentes.
A Dica é... - Dicas culturais.
Retratos do Rio - Apresenta o Rio de Janeiro utilizando a biografia de personagens
interessantes da cidade.
Abrindo o Jogo – Um passeio pelo campus ouvindo idéias dos alunos e utilizando-
as para promover debates entre os universitários.
Desvendando a História - Parceria com o curso de para descobrir fatos e sobre
bairros e personalidades.
Vivenciando Profissões - Orientação vocacional.
UVA Music – Biografia de cantores e músicos famosos.
Primeiros Passos - Passeio pelos campi para mostrar alunos artistas.
Ambiente Virtual - Espaço para o Nead – Núcleo de educação a distância.
2.3 – TV UFRJ
A TV UFRJ (http://www.webtv.ufrj.br) é um projeto da Coordenadoria de
Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Apesar da qualidade da
exibição, a falta de programação ao vivo não prende o webtelespectador e o
telejornal segue o esquema da TV aberta. Estão disponíveis cinco programas:
Revista UFRJ - Produzida pela Coordenadoria de Comunicação, é um programa
semanal com foco na produção científica e debates sobre políticas públicas.
47
Noticias - programa de caráter noticioso voltado para eventos específicos.
Especiais - aprofunda-se em um assunto especifico.
Institucional – Trata dos assuntos da Universidade.
Consuni – arquivo das Sessões do Conselho Universitário.
Papo UFRJ - Sobre personalidades da UFRJ.
2.4. FAAC - WebTV
A FAAC WebTV (http://www.tbr.locaweb.com.br/webtv/) nasceu do projeto
"Impactos Tecnológicos da Produção e Difusão de Sinais de TV Via Web" da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - campus Bauru (UNESP
Bauru). A programação conta com produção de alunos dos cursos da FAAC,
trabalhos laboratoriais e de conclusão de curso.
De acordo com o site, entre seus objetivos estão a busca por “soluções
criativas e críticas para a comunicação midiática, além de propor o avanço do estado
da arte da educação assistida por meios tecnológicos.” Sua grade de programação é
composta de eventos, jornalismo, infantil, variedades, ficção, documentário,
videoclipe, além das transmissões ao vivo que privilegiam os simpósios e
congressos.
Apesar de fazer parte do Programa de Mestrado Profissional em TV Digital,
desde maio de 2009 os vídeos disponíveis no site não são possíveis de serem
executados. Assim, nos abstemos de descrever sua programação.
48
CAPÍTULO 3
Acreditamos na TV na Internet enquanto espaço de
experimentação, onde tempo e espaço são
ilimitados.
Profa. Thaisa Bacco
49
1. Estudo de Caso - TV Facopp Online
A TV Facopp Online (http://tvfacopp.unoeste.br/tvfacopp/online/) é uma
produção da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Oeste Paulista
(Unoeste - Presidente Prudente – SP). É a WebTV mais recente (2008) entre as
que visitamos e apesar de oferecer menor quantidade de programas é a única que
convida o público a produzir conteúdo, cujos vídeos, após analisados e aprovados,
são disponibilizados para o acesso. Conforme chamada do site da emissora,
A TV Facopp Online só vai conseguir colocar em prática todas as idéias se você participar. Entendemos interatividade como a junção de opinião e ação. Isso significa que queremos ouvi-lo, temos muitos espaços para a sua participação e precisamos da sua ajuda para produzirmos, a cada minuto, jornalismo online televisivo com responsabilidade e ética, inerentes à profissão do comunicador.
A Coordenadora da TV, professora Thaisa Bacco, explica que a opção por
uma TV na internet não está relacionada somente a questões financeiras, “porque
acreditamos nesse espaço de experimentação, onde tempo e espaço são ilimitados”,
defende.
Durante quatro meses fizemos visitas semanais ao site, sempre no período da
tarde, acompanhando a atualização das reportagens e programas como um
webtelespectador. Mandamos e-mail, tentamos contato via telefone, participamos do
fórum, votamos nas enquetes e tentamos postar um vídeo, mas o tamanho excedia
o permitido. Por fim, realizamos uma visita às instalações da TV na cidade de
Presidente Prudente, no dia 11 de novembro de 2009 e pudemos conhecer a rotina
de produção. A sede fica no bloco de aulas dos cursos de Comunicação Social
50
(Bloco B3), e conta com cinco câmeras digitais com tripés, cinco microfones de mão
e cinco de lapela, uma ilha de edição não linear e estúdio com iluminação quente e
fria. A universidade disponibilizou uma linha telefonia exclusiva, mas o transporte
para a produção externa é de responsabilidade dos próprios estudantes, que
utilizam veículos particulares.
Todos os programas são semanais. Para a produção e realização das
reportagens a TV Facopp conta com uma equipe de 15 estagiários voluntários
selecionados entre os alunos sendo 11 do curso de Jornalismo, responsáveis pela
produção de conteúdo; e desde agosto de 2009 passaram a integrar a equipe quatro
estagiários de Publicidade e Propaganda, que juntamente com o Coordenador desta
área dentro da TV, Renato Pandur, respondem pela reestruturação do layout da
emissora, além das campanhas institucionais da WebTV. O perfil do
webtelespectador da TV Facopp, de acordo com pesquisa realizada pela direção da
emissora, é o jovem que tem acesso à conexão de banda larga e interesse na área
de Comunicação Social. Inicialmente o público-alvo da TV eram os próprios alunos
do curso de Comunicação Social e profissionais da área, mas a proposta é ampliar a
audiência. Uma das campanhas institucionais foi iniciada no dia 23 de novembro,
denominada “Pode entrar”, com a divulgação da emissora por meio de cartazes
afixados nos campi 1 e 2 da Instituição.
A direção geral é da professora de Telejornalismo, Thaisa Bacco, e a
Coordenadora do curso de Jornalismo, Carolina Costa, cumpre a função de editora-
chefe. A cada seis meses é feita uma nova seleção de estagiários, embora alguns
permaneçam desde que desempenhem satisfatoriamente suas funções. A decisão
sempre é das professoras. Mesmo sem remuneração, todos atuam com muita
dedicação e competência, pois gostam do que fazem. Pesquisam os temas a serem
51
abordados, pedem ajuda aos colegas, aceitam as críticas e sugestões e aproveitam
a experiência para amadurecimento profissional.
Há um verdadeiro trabalho em equipe, respeito mútuo e camaradagem. Por
exemplo: no dia em que estivemos lá deveria ser gravado o boletim “Minuto notícia”
sobre a nossa visita, mas estava sendo realizada uma cobertura externa, fora da
universidade. Uma ligação do nosso anfitrião (o estudante de jornalismo Thales
Araújo que cumpre a função de chefe de redação) resolveu o problema e logo
vieram duas estagiárias com câmera, microfone e um sorriso estampado no rosto.
Imediatamente revisaram o texto, definiram a locação, gravaram a entrevista e
voltaram para a reportagem que estavam produzindo anteriormente. Apesar da
correria, não dispensaram a atenção, o bate papo agradável e o sorriso. Um misto
de boa vontade e profissionalismo.
A medição da audiência é feita por dois sistemas: um da própria TV Facopp,
que registra os acessos diários da programação geral e de cada programa,
individualmente. O outro é o Google Analytics, pelo qual todas as páginas da TV são
cadastradas e pode-se assim ter dados concretos sobre os acessos: quando, de
onde está sendo acessado, qual o caminho percorrido pelo webtelespectador até
chegar ao site, quais páginas foram visitadas e qual o objetivo do “click” na página.
O fluxo de visitação é constante nos dias da semana, diminuindo aos sábados e
domingos. Assim, a aferição é mais precisa e os dados recolhidos mais completos
do que o sistema de Ibope da TV convencional.
Entre os programas, o recorde de audiência é do “Na Prática”, que apresenta
a rotina dos profissionais de comunicação. No dia 15 de outubro de 2009, o especial
em homenagem aos professores recebeu, em menos de uma semana, mais de 700
acessos de diversas partes do país. O programa mais interativo é o “Telejovem”,
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resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo que será defendido
em dezembro deste ano, embora o telejornal esteja em sua terceira edição já
garantiu lugar na grade de programação.
Atualmente a emissora passa por uma reformulação para tornar-se mais
atraente e conquistar mais webtelespectadores, tanto entre a comunidade
acadêmica quanto entre a população. Este trabalho começou com a mudança da
logomarca e com o lançamento da campanha “Pode entrar”, um convite para que os
estudantes da Unoeste e a população em geral saibam que a TV não é só dos
cursos de Comunicação Social. Outra inovação está no acesso aos vídeos, que
serão abertos automaticamente sem a necessidade de passar pelo processo de
buffer, área de memória temporária usada para potencializar a velocidade de acesso
de um vídeo.
2. Formas de interatividade
A interatividade é proporcionada por meio de canais como a enquete, na qual
há uma pergunta e três opções de resposta; o fórum passa por reformulações, tem
pouca participação e está inativo desde setembro de 2009. Segundo avaliação de
Thales Araújo, uma das explicações para a baixa popularidade do fórum pode estar
na localização do link, na parte inferior da página principal, prejudicando sua
visibilidade. O Blog da TV (http://www.tvfacopp.blogspot.com/) é um canal para os
estagiários escreverem sobre suas experiências durante a realização das matérias,
53
este espaço permite ao webtelespectador inteirar-se sobre como foi a execução da
pauta, além de possibilitar comentários sobre os textos.
Não há um telefone de contato diretamente com a TV, a única linha é
específica para a produção. O e-mail é um canal ativo, as respostas às nossas
mensagens foram imediatas (cerca de duas horas). É, também, segundo Thaisa
Bacco, o canal preferido pelo webtelespectador, por meio do qual envia comentários,
críticas, dúvidas e sugestões de pauta, armazenadas no link “Contato”. Nas reuniões
realizadas às segundas-feiras, os temas são desenvolvidos e incluídos no rol de
pautas sugeridas pela equipe. A própria diretora se encarrega de dar o retorno às
sugestões, também via e-mail.
“Mande seu vídeo” é outra forma de incentivar a interatividade, mas há um
controle da direção da emissora, que antes de ser disponibilizado no site examina o
conteúdo para certificar-se de que não é impróprio. As contribuições ficam
disponíveis no link “Meus vídeos”.
A grade é composta de quatro programas e um informativo:
Login Cultural – Foco nas manifestações artísticas sempre procurando fazer
um link com a área de Comunicação Social. Por exemplo, na cobertura de uma
exposição de pintura em tela procura-se também na Faculdade alguém que participe
do evento ou que seja artista plástico, mesmo como hobbie.
Café com Q - Programa de entrevistas que aborda em profundidade assuntos
e dúvidas de interesse público.
Na Prática – Mostra o dia a dia dos profissionais que atuam na área de
Comunicação Social.
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Telejovem – Telejornal, inicialmente produzido como Trabalho de Conclusão
de Curso. A partir de 2010, o programa passará a ter uma equipe própria. No site o
TeleJovem, é descrito como um webjornal interativo:
Seu objetivo é dialogar com os jovens e ouvir a opinião deles sobre os mais diversos assuntos. Além disso, a cada semana o internauta recebe dicas culturais no quadro Pega Essa, conhece as dificuldades de um jovem no quadro SOS Galera, vai com o nosso videorrepórter praticar esporte, no Câmera Esportiva, e ouve opiniões sobre o trabalho da imprensa no Troca de Ideias. Para o TeleJovem, o importante é que o webespectador participe e produza conteúdo, tornando-o assim, a voz da juventude na internet. (Site da TV FACOPP, 2009)
O conteúdo deste programa é menos restrito do que dos outros, ou seja, não
é direcionado apenas à área de comunicação. Dentro do webjornal há quadros no
quais os webtelespectadores podem mandar fotos, opinar sobre a matéria, mandar
dicas de livros. No “SOS Galera”, um jovem narra, em primeira pessoa, um problema
ou dificuldade enfrentados em seu dia a dia, e o repórter vai ouvir o outro lado. Por
exemplo: o portador de deficiência física tem problemas de acessibilidade no
sistema de transporte coletivo, o repórter vai até a empresa e cobra do responsável
uma solução. Outro diferencial deste programa é o Messenger
([email protected]), usado para discutir as pautas do programa.
Minuto Notícia – Boletim informativo ou reportagens curtas produzidas para a
comunidade interna. Apesar do nome, sua duração pode ser maior. Este programa é
atualizado sempre que houver nova produção, sendo o único cuja periodicidade não
é semanal.
Esta é a imagem da página principal da TV Facopp online
(http://www.tvfacopponline.com.br):
55
56
3. Considerações finais
Este trabalho teve origem na busca de uma compreensão das definições do
conceito de interatividade aplicado à Comunicação Social, diferente da visão
tecnicista apresentada pelos estudiosos da área das telecomunicações. Para isso
fizemos uma revisão bibliográfica buscando visões diferentes do uso mercadológico
que vem permeando este conceito, especialmente com o advento da TV Digital no
Brasil.
Não há dúvidas sobre a importância das máquinas no nosso cotidiano, em
algumas sociedades elas são vitais: a instantaneidade da troca de informações em
alguns casos pode até salvar vidas, e no caso dos veículos de comunicação, vem
exigindo uma nova postura, não apenas no processo de produção de conteúdo, mas
na relação com o seu público. Quem manda um e-mail, telefona ou envia um SMS,
quer uma resposta, espera ser reconhecido como um ser participante. Quem está do
outro lado tem essa preocupação?
Nosso objeto de estudo foi o campo das TVs Universitárias. Fizemos uma
pesquisa quantitativa para identificar as universidades brasileiras que possuem esse
canal de comunicação, e dessas, quantas estão disponibilizadas na internet. Nesta
etapa, utilizamos a relação das 2.495 Instituições de Ensino Superior cadastradas no
site do Ministério da Educação e Cultura (www.mec.gov.br). Inicialmente foram
enviados cerca de 400 emails, mas este método mostrou-se ineficaz, pois não
obtivemos respostas aos questionários. Partimos então para os contatos telefônicos,
e alcançamos até novembro de 2009 a marca de aproximadamente nove mil
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ligações a todas as IES registradas no site do MEC. Destes, efetivamos exatos
1.662 contatos, o que corresponde a 66% das IES brasileiras.
No Sudeste localizamos 716 das 1203 cadastradas, das quais 53 afirmaram
possuir Televisão Universitária. No Nordeste das 464, conseguimos contato com
336, das quais 34 produzem TV. No Sul o número de contatos efetivados foi menor,
apenas 294 das 407 IES, sendo 38 TVs localizadas. No Centro-Oeste falamos com
207 das 266 cadastradas e 17 disseram ter TV. Já o Norte foi a região onde
conseguimos o contato com o maior número de IES: 109 das 151 oficialmente
registradas, e 9 afirmam fazer TV na Universidade. Durante a pesquisa identificamos
cerca de 15 TVUs aportadas na internet, o que comprova que a comunidade
acadêmica tem voltado os olhos para este segmento. A maioria ainda está no cabo,
outras em canal aberto e em menor número, em circuito fechado.
Finalmente, fizemos um estudo de caso da TV Facopp Online, da
Universidade do Oeste Paulista, de Presidente Prudente (SP). A escolha se deu pela
oferta de interatividade e seu perfil de comunicação colaborativa.
Com esta pesquisa passamos a enxergar a internet com outros olhos, e não
simplesmente como uma alternativa ao telefone e correio. Vimos que vai além de
Orkut, msn, google e youtube e acreditamos que oferece mais canais de
interatividade do que a alardeada TV Digital, ainda em fase de implantação e para
muitos, um sonho distante. As possibilidades de interagir com uma TV na internet
são reais e não apenas promessas no papel.
Não menosprezamos o potencial do aparelho de televisão na sala da família
brasileira, mas acreditamos que a TV na internet é a revolução. Entretanto,
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percebemos que esta tecnologia ainda não é utilizada em toda sua plenitude.
Interagir com o conteúdo é apenas uma das possibilidades, existem outras tão
relevantes quanto, e que também não foram consideradas. Como por exemplo, a
liberdade de assistir o jornal das 20h, às onze horas da manhã do dia seguinte. Essa
possibilidade de criar a própria grade de acordo com os horários de cada um, de
certa maneira “liberta” o telespectador do horário imposto pela emissora.
Assim, acreditamos que no futuro a televisão da internet ocupará um lugar de
destaque. A comunidade acadêmica já vem percebendo isso, e as iniciativas, apesar
de tímidas e pouco exploradas, continuam a surgir. Disponibilizar vídeos na web,
como o youtube, não é fazer TV. Torcemos para que mais universidades acreditem
nesta plataforma, para que a comunicação com a comunidade seja mais efetiva, e
de mão dupla. A internet é democrática e aceita todos que dela queiram fazer parte.
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