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i Documento do Banco Mundial EXCLUSIVAMENTE PARA USO OFICIAL Relatório nº: PAD1299 BANCO INTERNACIONAL PARA A RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOCUMENTO DE AVALIAÇÃO DE PROJETO PROPOSTA DE EMPRÉSTIMO NO VALOR DE US$ 50 MILHÕES PARA O ESTADO DA PARAÍBA COM A GARANTIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DESTINADO AO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL NA PARAÍBA 26 de setembro de 2017 Práticas Globais no Setor Agrícola Unidade de Gestão Nacional - Brasil Região da América Latina e o Caribe O presente é um documento de distribuição restrita. Seu uso só é autorizado aqueles que o receberem no exercício de suas funções oficiais. Seu conteúdo não pode ser divulgado sem a autorização do Banco Mundial. Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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i

Documento do

Banco Mundial

EXCLUSIVAMENTE PARA USO OFICIAL

Relatório nº: PAD1299

BANCO INTERNACIONAL PARA A RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO

DOCUMENTO DE AVALIAÇÃO DE PROJETO

PROPOSTA DE EMPRÉSTIMO

NO VALOR DE US$ 50 MILHÕES

PARA O

ESTADO DA PARAÍBA

COM A GARANTIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DESTINADO AO

PROJETO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL NA PARAÍBA

26 de setembro de 2017

Práticas Globais no Setor Agrícola

Unidade de Gestão Nacional - Brasil

Região da América Latina e o Caribe

O presente é um documento de distribuição restrita. Seu uso só é autorizado aqueles que o

receberem no exercício de suas funções oficiais. Seu conteúdo não pode ser divulgado sem a

autorização do Banco Mundial.

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ii

EQUIVALÊNCIA MONETÁRIA

(Taxa de câmbio vigente em 1º de junho de 2016)

Unidade monetária = R$

R$ 3,28 = US$ 1

US$ 0,31 = R$ 1

EXERCÍCIO FINANCEIRO

1º de janeiro – 31 de dezembro

SIGLAS E ABREVIAÇÕES

AA Abastecimento de água

AAS Abastecimento e saneamento

AC Associação Comunitária

AESA Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba

AISA Avaliação de Impactos Socioambientais

CAGEPA Companhia de Água e Esgoto da Paraíba

CD Conta Designada

CDD Community-Driven Development (Desenvolvimento induzido pela

comunidade)

CFAA Country Financial Management Assessment (Avaliação da Gestão

Financeira do País)

CGE-PB Controladoria Geral do Estado da Paraíba

CINEP Companhia de Desenvolvimento da Paraíba

COOPERAR Projeto COOPERAR do Estado da Paraíba

EMATER/PB Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EMEPA Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba

Ex-ACT Ex-Ante Carbon-balance Tool (Ferramenta de Balanço do Carbono Ex-

Ante)

FM Gestão Financeira

FUNAI Fundação Nacional do Índio

GEE Gases de Efeito Estufa

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMVA Índice Municipal de Vulnerabilidade Agroclimática

INSA Instituto Nacional do Semiárido

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

LCM Lares Chefiados por Mulheres

M&A Monitoramento e Avaliação

MCRI Marco Conceitual para Reassentamento Involuntário

MGSA Marco de Gestão Socioambiental

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MPPI Marco de Planejamento para os Povos Indígenas

O&M Operações e Manutenção

ONG Organização Não Governamental

OP Organização de Produtores

PAA Programa de Aquisição de Alimentos

PMU Unidade de Gerenciamento do Projeto

PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar

PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

R$ Real

SEAFDS Secretaria da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido

SIRA Sistema Estadual de Informações sobre Riscos Agrohidroclimáticos

SEIRHMACT Secretaria de Estado da Infraestrutura, dos Recursos Hídricos, Meio

Ambiente e Ciência e Tecnologia

SIAFI Sistema Integrado de Administração Financeira

SMI Sistema de Monitoramento e Informação

TdR Termos de Referência

Vice-Presidente para a Região: Jorge Familiar

Diretor nacional: Martin Raiser

Diretor Sênior de Práticas Globais: Juergen Voegele

Gerente de Práticas: Preeti S. Ahuja

Chefe da Equipe do Projeto: David Tuchschneider e Barbara Farinelli

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iv

BRASIL

DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL NA PARAÍBA

ÍNDICE

Página

I. CONTEXTO ESTRATÉGICO ........................................................................................1

A. Contexto nacional ......................................................................................................... 1

B. Contexto setorial e institucional .................................................................................... 1

C. Objetivos superiores para os quais o Projeto contribui ................................................. 5

II. OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................6

A. ODP............................................................................................................................... 6

B. Beneficiários do Projeto ................................................................................................ 6

C. Indicadores dos resultados relacionados ao ODP ......................................................... 7

III. DESCRIÇÃO DO PROJETO ...........................................................................................7

A. Componentes do Projeto ............................................................................................... 7

B. Financiamento do Projeto ............................................................................................. 9

C. Lições aprendidas e aplicadas ao Conceito do Projeto ............................................... 10

IV. IMPLEMENTAÇÃO .......................................................................................................11

A. Arranjos institucionais e de implementação ............................................................... 11

B. Monitoramento e Avaliação de Resultados ................................................................ 12

C. Sustentabilidade .......................................................................................................... 13

V. PRINCIPAIS RISCOS ....................................................................................................13

A. Classificação global de risco e explicação dos principais riscos ................................ 13

VI. RESUMO DA AVALIAÇÃO..........................................................................................14

A. Análise econômico-financeira .................................................................................... 14

B. Técnicos ...................................................................................................................... 16

C. Gestão financeira ........................................................................................................ 17

D. Aquisições ................................................................................................................... 17

E. Aspectos sociais (inclusive salvaguardas) .................................................................. 18

F. Aspectos ambientais (inclusive salvaguardas) ............................................................ 19

G. Mecanismo de apresentação e reparação de queixas do Banco Mundial ................... 19

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v

Anexo 1: Matriz de Monitoramento e Resultados ....................................................................20

Anexo 2: Descrição detalhada do Projeto ..................................................................................27

Anexo 3: Arranjos de Implementação .......................................................................................40

Anexo 4: Plano de Apoio à Implementação do Projeto ............................................................67

Anexo 5: Contabilização dos Gases Do Efeito Estufa ...............................................................69

Anexo 6: Variabilidade climática e projeções de mudanças futuras no Nordeste do Brasil 73

MAPA .......................................................................................................................................... 74

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vi

PAD DATA SHEET

Brasil

Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Paraíba (P147158)

DOCUMENTO DE AVALIAÇÃO DE PROJETO

AMÉRICA LATINA E CARIBE

0000009241

Relatório nº: PAD1299

Informações básicas

Project ID Categoria de avaliação Líder(es) da Equipe do Projeto

P147158 B - Avaliação parcial David Tuchschneider, Barbara

Cristina Noronha Farinelli

Instrumento de financiamento: Capacidade frágil e/ou com restrições [ ]

Estruturação Financeira para

Investimento Intermediação de financiamento [ ]

Série de projetos [ ]

Início da implementação do Projeto Término da implementação do Projeto

18-set-2017 15-set-2023

Data prevista para entrada em vigor Data prevista para encerramento

26-jan-2018 15-dez-2023

Em conjunto com a IFC

Não

Gerente de

Práticas/Gerente Diretor Sênior de

Práticas Globais Diretor nacional

Vice-Presidente para a

Região

Preeti S. Ahuja Juergen Voegele Martin Raiser Jorge Familiar Calderon

Mutuário: Governo do Estado da Paraíba

Agência responsável: Projeto COOPERAR (SEAFDS)

Contato: Roberto da Costa Vital Cargo: Gestor

Telefone: 83-3246-7858 E-mail: [email protected]

Informações sobre o financiamento do Projeto (em milhões de US$)

[X] Empréstimo [ ] Contribuição do IDA [ ] Garantia

[ ] Crédito [ ] Subsídio [ ] Outro

Custo total do Projeto: 80,00 Financiamento total pelo

Banco: 50,00

Gap financeiro: 0,00

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Fonte de financiamento: Montante

Mutuário 30,00

Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento 50,00

Total 80,00

Previsão de liberação de recursos (em milhões de US$)

Exercício

fiscal 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024

Anual 2,00 7,00 9,00 11,00 11,00 8,00 2,00

Acumulado 2,00 9,00 18,00 29,00 40,00 48,00 50,00

Dados institucionais

Área temática (Lead)

Agricultura

Áreas temáticas secundárias

Mudanças climáticas, recursos hídricos

Objetivo(s) de Desenvolvimento Propostos

O objetivo do Projeto é melhorar o acesso a água, reduzir a vulnerabilidade agroclimática e ampliar o

acesso da população rural pobre da Paraíba aos mercados.

Componentes

Nome do componente Custo (em milhões de US$)

Fortalecimento institucional 4,02

Acesso a água e redução da vulnerabilidade agroclimática 44,36

Alianças produtivas 20,73

Gestão, monitoramento e avaliação de projetos 10,76

Taxa inicial 0,13

Ferramenta de Classificação de Risco de Operações (SORT)

Categoria de risco Classificação

1. Político e Governança Moderado

2. Macroeconômico Considerável

3. Estratégias e Políticas Setoriais Moderado

4. Concepção Técnica do Projeto ou Programa Considerável

5. Capacidade Institucional de Implementação e Sustentabilidade Elevado

6. Fiduciário Considerável

7. Socioambiental Moderado

8. Partes Interessadas Baixo

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viii

GLOBAL Elevado

Conformidade com as Políticas do Banco

Políticas

O projeto se afasta da Estratégia de Assistência aos Países (CAS) em conteúdo

ou outros aspectos significativos? Sim [ ] Não [X]

O projeto requer algum tipo de exceção às políticas do Banco Mundial? Sim [ ] Não [X]

Tais exceções foram aprovadas pela Direção do Banco Mundial? Sim [ ] Não [ ]

A Direção busca aprovação para algum tipo de exceção às políticas do Banco? Sim [ ] Não [X]

O projeto atende aos critérios regionais de prontidão para execução? Sim [X] Não [ ]

Políticas de salvaguarda acionadas pelo Projeto Sim Não

Avaliação Ambiental OP/BP 4.01 X

Habitats Naturais (OP/BP 4.04) X

Florestas (OP/BP 4.36) X

Controle de Pragas (OP 4.09) X

Recursos Culturais-Materiais (OP/BP 4.11) X

Povos Indígenas (OP/BP 4.10) X

Reassentamento Involuntário (OP/BP 4.12) X

Segurança de Barragens (OP/BP 4.37) X

Projetos em Hidrovias Internacionais (OP/BP 7.50) X

Projetos em Áreas em Disputa OP/BP 7.60 X

Condições e Cláusulas Legais

Nome Recorrente Prazo Frequência

Unidade de Coordenação do Projeto

(COOPERAR) (Anexo 2, Seção I, A. 1) X CONTÍNUO

Descrição da Condição/Cláusula

Ao longo da implementação do Projeto, o Mutuário deverá manter uma Unidade de Coordenação dentro

da SEAFDS (COOPERAR), sob a chefia do Coordenador do Projeto, com estrutura, funções e

responsabilidades definidas de forma aceitável para o Banco, entre elas: (i) ser responsável pela gestão

geral, planejamento, coordenação, monitoramento e avaliação do Projeto, inclusive das atividades

fiduciárias e do cumprimento das políticas de salvaguarda; e (ii) a oferta de cooperação técnica e apoio

às ACs e OPs durante a realização de suas respectivas atividades no âmbito do Projeto.

Nome Recorrente Prazo Frequência

Plano Operacional Anual (Anexo 2,

Seção I, A. 2) X Anual

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ix

Descrição da Condição/Cláusula

O Mutuário deverá: (a) uma vez por ano, no mínimo, durante a implementação do Projeto, até o dia 7 de

dezembro, começando na primeira ocorrência desse dia após a Data de Entrada em Vigor, elaborar e

apresentar ao Banco um plano (o Plano Operacional Anual), nos moldes que o Banco considere

aceitáveis, para operacionalizar o Projeto ao longo dos doze meses seguintes; e (b) a partir daí, executar

e/ou providenciar a execução do Plano Operacional Anual em questão de acordo com condições

consideradas aceitáveis pelo Banco.

Nome Recorrente Prazo Frequência

Convênios de Cooperação Técnica

(Anexo 2, Seção D, 1) X CONTÍNUO

Descrição da Condição/Cláusula

Antes de empreender qualquer atividade do Projeto que requeira a assistência da SEIRHMACT, AESA,

CINEP ou de qualquer outra instituição pública selecionada, o Mutuário, através do COOPERAR,

deverá celebrar convênio de cooperação com cada uma delas (o “Convênio de Cooperação Técnica”),

adotando cláusulas e condições aceitáveis para o Banco, entre as quais devem estar incluídas a obrigação

de que a SEIRHMACT, AESA, CINEP e qualquer outra instituição pública selecionada: (a) preste

assistência ao Mutuário na realização da atividade ou atividades do Projeto; e (b) cumpra as obrigações

pertinentes previstas no presente Acordo, conforme se apliquem à atividade correspondente do Projeto.

Nome Recorrente Prazo Frequência

Convênios referentes aos Subprojetos

(Anexo 2, Seção E) X CONTÍNUO

Descrição da Condição/Cláusula

A fim de realizar as Partes 2 (b) e 3 (b) do Projeto, o Mutuário, através do COOPERAR, deverá: (a) uma

vez selecionado qualquer Subprojeto de acordo com as diretrizes e procedimentos estabelecidos no

Manual Operacional, firmar um convênio (o “Acordo de Subprojeto”) com a OP ou a AC pertinente,

conforme o caso, conforme as cláusulas e condições aprovadas pelo Banco e incluídas no Manual

Operacional, a fim de proceder à outorga da correspondente Contrapartida Financeira para a

implementação do referido Subprojeto; e (b) exercer os direitos e cumprir as obrigações previstos em

cada Acordo de Subprojeto de forma a zelar pelos interesses do Mutuário e do Banco e cumprir os

objetivos do Empréstimo. Salvo com a concordância do Banco, é vedado ao Mutuário ceder, alterar,

revogar, renunciar, rescindir ou deixar de aplicar qualquer Convênio de Subprojeto ou disposição nele

contida.

Nome Recorrente Prazo Frequência

Implementação das Salvaguardas

(Anexo 2, Seção F, 1) X CONTÍNUO

Descrição da Condição/Cláusula

O Mutuário zelará para que as ACs, OPs, AESA, SEIRHMACT e/ou CINEP implementem o Projeto de

acordo com as disposições do Marco de Gestão Socioambiental (MGSA), do Marco Conceitual para

Reassentamento Involuntário (MCRI) e do Marco de Planejamento para os Povos Indígenas e

Quilombolas (MPPI). É vedado ao Mutuário ceder, alterar, revogar, renunciar ou permitir a cessão,

alteração, revogação ou renúncia de qualquer Documento de Salvaguarda ou disposição nele contida,

sem a aprovação prévia do Banco.

Nome Recorrente Prazo Frequência

Planos de ação de Reassentamento

(Anexo 2, Seção F, 2) X CONTÍNUO

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x

Descrição da Condição/Cláusula

Se qualquer atividade do Projeto (inclusive de Subprojetos) implicar Reassentamento, o Mutuário

deverá: (a) antes de empreender qualquer atividade do Projeto (inclusive de Subprojetos), preparar um

plano de ação de reassentamento de acordo com o MCRI e divulgar o referido plano conforme os

procedimentos nele estabelecidos e, após isso, (b) implementar, ou providenciar a implementação, de

todas as medidas necessárias previstas nesse plano nos seus termos e de forma aceitável para o Banco.

Nome Recorrente Prazo Frequência

Planos de desenvolvimento para povos

indígenas (Anexo 2, Seção F, 3) X CONTÍNUO

Descrição da Condição/Cláusula

Se qualquer atividade do Projeto (inclusive de Subprojetos) envolver a presença de Povos Indígenas e/ou

Comunidades Quilombolas, o Mutuário deverá: (a) antes de empreender qualquer atividade do Projeto

(inclusive de Subprojetos), preparar um plano de desenvolvimento para povos indígenas de acordo com

o MPPI e divulgar o referido plano conforme os procedimentos estabelecidos no MPPI e, após isso, (b)

implementar, ou providenciar a implementação, de todas as medidas necessárias previstas nesse plano

nos seus termos e de forma aceitável para o Banco.

Nome Recorrente Prazo Frequência

Atividades não elegíveis (Anexo 2,

Seção F, 4) X CONTÍNUO

Descrição da Condição/Cláusula

As seguintes atividades não serão elegíveis a financiamento ou execução no âmbito do Projeto: (a)

qualquer atividade que acarrete a conversão ou degradação de habitats naturais críticos ou de áreas das

quais esses habitas dependam de algum modo; (a) qualquer atividade que acarrete a conversão ou

degradação de áreas de florestas críticas e dos habitats naturais críticos ligados a tais áreas, à

deflorestação de matas ou ecossistemas florestais; e (c) a construção de Barragens de altura superior a 10

metros, tudo conforme descrito de forma mais detalhada no Manual de Operações.

Condições

Origem dos recursos Nome Tipo

BIRD O Empréstimo foi devidamente registrado pelo

Banco Central do Garantidor (IV, 4.01) Vigência

Descrição da condição/cláusula

Os Aspectos Legais Adicionais a serem observados consistem em que o Empréstimo tenha sido

registrado de forma válida pelo Banco Central do Garantidor.

Origem dos recursos Nome Tipo

BIRD Despesas retroativas (Anexo 2, Seção IV, B. 1) Desembolsos

Descrição da condição/cláusula

Não obstante as disposições da Parte A desta Seção, não serão aceitos saques para pagamentos anteriores

à data deste Acordo, salvo que possam ser feitos saques pelo valor agregado de até dois milhões de

dólares (US$ 2.000.0000) em moeda equivalente para pagamentos efetuados no período de um ano antes

da assinatura, para Despesas Elegíveis.

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xi

Composição da equipe

Pelo Banco

Nome Atribuição Cargo Especialidade Unidade

David Tuchschneider Líder da Equipe do

Projeto

(responsável ADM)

Especialista Sênior

em

Desenvolvimento

Rural

Agricultura e

Desenvolvimento

Rural

GFA03

Barbara Cristina

Noronha Farinelli Líder da Equipe Economista

Agrícola Agricultura e

Desenvolvimento

Rural

GFA04

Luciano Wuerzius Especialista em

Aquisições

(responsável ADM)

Especialista Sênior

em Aquisições Aquisições GGO04

Michele Martins Especialista em

Aquisições Assistente de

Programa Equipe de

Aquisições LCC5C

Miguel-Santiago da

Silva Oliveira Especialista em

Gestão Financeira Especialista Sênior

em Gestão

Financeira

GGO22

Agnes Velloso Especialista em

Meio Ambiente Consultor Especialista em

Salvaguardas GEN04

Ana Elisa Bucher Integrante da

Equipe Especialista Sênior

em Mudanças

Climáticas

Agricultura e

mudanças

climáticas

GCCRA

Antonio Manuel

Rodriguez Serrano Integrante da

Equipe Especialista Sênior

em Abastecimento

e Saneamento

Abastecimento e

saneamento GWA03

Catarina Isabel Portelo Advogada Advogada Sênior Jurídico LEGLE

Diego Arias Carballo Integrante da

Equipe Economista

Agrícola Chefe Riscos do setor

agrícola GFA07

Gabriela Grinsteins Advogada Advogada Jurídico LEGLE

Gustavo de Montalvao

G. Abath Integrante da

Equipe Assistente de

Programa Assistente de

projeto GFA04

Isabella Micali Drossos Integrante da

Equipe Advogada Sênior Jurídico LEGLE

Jason Jacques Paiement Especialista em

Salvaguardas

Sociais

Especialista em

Desenvolvimento

Social

Salvaguardas

sociais CESI2

Juan Jose Miranda

Montero Integrante da

Equipe Economista

Ambiental Avaliação do

impacto GENGE

Maria de Fatima de

Sousa Amazonas Integrante da

Equipe Especialista Sênior

em

Desenvolvimento

Rural

Desenvolvimento

Rural GFA04

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xii

Tatiana Cristina O. de

Abreu Souza Integrante da

Equipe Finanças Empréstimos e

desembolsos WFALA

Waleska Magalhaes

Pedrosa Integrante da

Equipe Analista Jurídico Assistente Jurídico LCC5C

Wanessa De Matos

Firmino Silva Integrante da

Equipe Assistente de

Programa Assistente de

projeto LCC5C

Yago Aranda Larrey Integrante da

Equipe Consultor Atração de

investimentos/com

pradores

GTCIC

Demais membros da Equipe

Nome Cargo Telefone do escritório Local

Mario Castejon Economista agr. / FAO Panamá

Rui Marques Especialista Sênior em

Abastecimento e

Saneamento

Lisboa

Stephanie Kuttner Consultora Sênior em

Gênero Brasília

Local

País Primeira Divisão

Administrativa Local Planejad

o Atual Comentários

Brasil Paraíba Paraíba X

Consultores (a relação de consultores será dada a conhecer na Sinopse Mensal de Operações)

Necessidade de consultores? Haverá necessidade de Consultores

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I. CONTEXTO ESTRATÉGICO

A. Contexto nacional

1. O Brasil viveu uma década de progresso econômico e social entre 2003 e 2013, quando

mais de 26 milhões de pessoas saíram da pobreza e a desigualdade foi significativamente

reduzida (o Coeficiente de Gini caiu 6%, atingindo 0,54, em 2013). A renda dos 40% mais

pobres da população cresceu, em média, 6,1% ao ano (em termos reais) entre 2002 e 2012, em

comparação com o crescimento de 3,5% ao ano da população total.

2. Hoje esses ganhos sociais correm o risco de recuarem nos próximos anos. O crescimento

do PIB diminuiu de uma média de 4,5% ao ano em 2006-10 para 2,4% em 2011-14, seguido de

contrações de 3,8% e 3,6% em 2015 e 2016, respectivamente. Essa desaceleração foi agravada a

partir de 2015 pelo impacto da investigação Lava Jato, por um ambiente político conturbado e

um ambiente externo cada vez mais desfavorável, que puxaram o investimento e a confiança

para níveis historicamente baixos. Como resultado, a redução da pobreza e da desigualdade vem

mostrando sinais de estagnação. Para resolver os macro desequilíbrios atuais e dar novo impulso

ao crescimento, o governo anunciou um pacote de políticas de consolidação monetária,

austeridade fiscal, remoção de preços administrados e maior da tolerância em relação à

desvalorização da taxa de câmbio. Além disso, o acesso dos governos subnacionais a novas

garantias para empréstimos federais também ficou mais difícil.

3. O Brasil também enfrenta uma grave seca nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-

Oeste. A disponibilidade de água é crítica não só para os usuários diretos dos setores de

abastecimento, energético e agropecuário. A situação atual está afetando o planejamento da

priorização de usos entre abastecimento, geração de energia e produção de alimentos, assim

como a produtividade e competitividade de vários setores.

4. Além disso, o país ainda enfrenta importantes desafios na luta contra a pobreza, a

vulnerabilidade e a exclusão social, situação que se manifesta de forma mais marcante na

região Nordeste em geral, e particularmente no interior. Em todo o Brasil, a incidência da

pobreza continua estando enraizada mais profundamente nas áreas rurais (53%) do que nas

grandes áreas metropolitanas (20%) e nas cidades de menor porte (26%). Em relação à

distribuição geográfica, cerca de 52% de todos os pobres do Brasil vivem no Nordeste, e em sua

maioria no interior, em povoados e pequenas cidades, onde a atividade econômica gira

maiormente em torno da agropecuária e de serviços associados.

B. Contexto setorial e institucional

5. O Estado da Paraíba, localizado na região Nordeste do Brasil, ocupa uma área de

56.469,47 km², dos quais mais de 70% situados no “polígono da seca” (região de semiárido

caracterizada por solos pobres, pluviometria baixa e irregular e secas recorrentes). Dentre as

restrições ao aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis destacam-se a vulnerabilidade das

bacias hidrográficas a eventos de estiagem (aspectos quantitativos) e as relacionadas à qualidade

da água (dureza e alta salinidade).

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2

6. Os índices gerais de pobreza e pobreza extrema da Paraíba atingiram 28,2% e

8,1%, respectivamente, situando-se 1,1 e 1,8 vezes acima dos índices nacionais.1 Nas áreas

rurais, as taxas de pobreza são mais de duas vezes maiores que nas urbanas e a probabilidade de

uma mulher ser pobre é mais de duas vezes maior que entre homens (ver Tabela 1). Assim como

nas demais regiões do Brasil, a prevalência de desnutrição e a insegurança alimentar diminuíram

substancialmente nas últimas quatro décadas na Paraíba. De acordo com dados do IBGE de

2002-2003 sobre estado nutricional, os índices paraibanos de altura para idade e de peso para

altura no sexo masculino estão abaixo das estimativas nacionais e do Nordeste, já os relativos ao

sexo feminino e a áreas rurais estão acima das médias nacional e regionais.

Tabela 1. Índices de pobreza por sexo e chefe de família (CF) na Paraíba, %

Área Homens Mulheres CF Homem CF Mulher

Pobreza* Urbana 6,80 21,00 2,80 14,30

Rural 15,50 39,90 12,20 27,40

Extrema pobreza ** Urbana 3,00 6,30 0,90 3,80

Rural 6,60 10,40 4,30 6,50

*Menos de R$ 140/mês. **Menos de R$ 70/mês. Fonte: Versão harmonizada da Integrated Public Use Microdata Series (IPUMS) e do Censo 2010 do Brasil.

7. A participação da agricultura primária na produção caiu nas últimas décadas, mas

esse setor continua tendo significativa importância no emprego. A lavoura e a pecuária

representam 5,7% da economia do estado e se baseiam principalmente na produção de cana-de-

açúcar (cultivada sobretudo em grandes propriedades no litoral), frutas, mandioca, milho, feijão e

pecuária. Para a maior parte da população rural o setor agropecuário continua a ser um

importante gerador de emprego e renda. Com efeito, cerca de 0,9 milhão dos 3,7 milhões de

habitantes da Paraíba vivem na zona rural (IBGE, Censo 2010), dos quais se estima que estejam

envolvidos diretamente no setor agropecuário entre 74% e 92%. Nesse setor predomina a

produção familiar de pequena escala. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, havia

167.272 propriedades rurais na Paraíba, das quais 92% com menos de 50 hectares.

8. A escassez crônica de água restringe o acesso a água tratada e agrava a incidência

de doenças transmitidas pela água. Em 2013, tão somente 25% das famílias rurais paraibanas

tinham acesso a saneamento adequado e apenas 54% a água encanada. Esses dados contrastam

com a média estadual de 71% de acesso a saneamento adequado e 89% de acesso a água

encanada, refletindo as grandes disparidades entre os meios urbano e rural.2 Os dados

disponíveis para o semiárido brasileiro sugerem que as secas têm uma forte correlação com

maiores índices de mortalidade infantil e de menor peso ao nascer e com períodos de gestação

mais curtos.3

9. A variabilidade agroclimática e a estiagem multiplicam os riscos à atividade

agropecuária. A precipitação irregular (chuvas fortes seguidas de estiagens prolongadas)

1 Fontes: IPEA (http://www.ipeadata.gov.br/) e estimativas do Banco Mundial baseadas em dados da PNAD. O PNB

per capita da Paraíba em 2011 foi de R$ 8.740, cerca de 30% menor que o nacional. 2 Dados da PNAD-IBGE padronizados por CEDLAS 2001-2013.

3 R. Rocha, and R.R. Soares (2015), Water scarcity and birth outcomes in the Brazilian semiarid, Journal of

Development Economics (112): 72–91.

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3

recorre, em média, a cada 5 anos, e as estiagens extremas a cada 10 anos. Como consequência, a

volatilidade do setor agropecuário é quatro vezes maior que a do PIB.4 Apenas 6,8% das

propriedades rurais do estado têm acesso a irrigação, o principal insumo agronômico para mitigar

essas condições, e 1,4% dessas propriedades ocupam 48,4% da área irrigada. A exposição aos

eventos hídricos afeta todos os produtores agrícolas do estado. Seu impacto econômico é maior

nas grandes propriedades produtoras de cana-de-açúcar e de frutas do litoral (Mata Paraibana),

mas tem um efeito maior nos meios de subsistência dos pequenos produtores5 e dos produtores

familiares, em geral situados na região do semiárido, mais seca e mais frágil (Sertão e

Borborema),6 em razão da sua alta sensibilidade climática e baixa capacidade de adaptação.

10. Estratégias de subsistência variadas requerem abordagens diferenciadas de

desenvolvimento agrícola e redução da pobreza. Considerando a distribuição desigual da

terra, as restrições hídricas e os riscos agroclimáticos, aumentar a produção agrícola por si só não

é garantia de superação da pobreza para boa parte dos agricultores familiares do Nordeste. A

produção agrícola ainda é a principal fonte de renda para a maioria dos agricultores da Paraíba;

entretanto, para a metade deles apenas é capaz de suprir o suficiente para subsistir. Na Paraíba,

86,3% das propriedades rurais têm área inferior a um módulo fiscal, que é uma estimativa da

área mínima considerada necessária para um estabelecimento ser viável economicamente.7 As

estratégias de subsistência desses agricultores muitas vezes dão origem a ciclos viciosos não

sustentáveis de intensificação ou expansão da produção para áreas marginais, maior degradação

dos recursos e maior susceptibilidade ao estresse climático.8 A migração também é uma

estratégia de enfrentamento fundamental, que leva à redução da pressão sobre os recursos e à

diversificação de renda.9 Considerando que esses agricultores têm poucas oportunidades

comerciais, a assistência prestada deveria focar idealmente na redução da vulnerabilidade a

choques.

11. Assim como ocorre no resto da América Latina, estima-se que 20% dos pequenos

proprietários têm potencial para entrar com sucesso em cadeias de valor comercialmente

exigentes.10 Na Paraíba, esses agricultores costumam estar entre as fazendas localizadas fora do

4 Banco Mundial, República Federativa do Brasil. Paraíba Agriculture Risk Assessment (Volume I & II), Report No.

AUS12890, GFADR-LAC, April 30, 2015. 5 Os termos pequeno proprietário, pequeno produtor e agricultor familiar são empregados indistintamente neste

documento. Segundo a Lei nº 11.326 de 2006, o “agricultor familiar” deve atender aos seguintes quatro requisitos:

(i) não deter, a qualquer título, área maior do que quatro módulos fiscais (ver nota de rodapé 7); (ii) ter renda

familiar predominantemente originada da agricultura; (iii) utilizar predominantemente mão de obra da própria

família; e (iv) dirigir seu empreendimento com sua família. Os pequenos produtores que utilizem mão de obra

diversa da familiar também são elegíveis a participar do Projeto. 6Por exemplo, o coeficiente de variação espacial da produtividade da mandioca varia entre 14-45% (D. Arias et al.).

7 Modulo fiscal é a medida criada por lei de 1979 que leva em consideração os sistemas produtivos e a renda média

para determinar a área mínima necessária para a viabilidade econômica. O módulo médio na Paraíba tem 50 ha,

variando de 5 a 110 ha. Essa medida é estática; a viabilidade pode ser melhorada por meio de subsídios e de

tecnologia. 8 Poucas são as áreas do semiárido nordestino que não seguem essas tendências. D. Sietz, Regionalization of global

insights into dryland vulnerability: Better reflecting smallholders’ vulnerability in Northeast Brazil. Global

Environmental Change 25 (2014) 173-185. 9 A Paraíba é a quinta principal unidade administrativa do Brasil no quesito emigração, apresentando uma taxa

líquida de -0,92 por mil habitantes. 10

M.H. Collion, Rural Productive Partnerships: An Inclusive Agribusiness Model for Overcoming Small-holder

Market Barriers, World Bank, 2012. Essa constatação se repete em pesquisas conduzidas na África e na Ásia que

indicam que 50-70% dos agricultores são incapazes de ir além da agricultura de subsistência (S.Ferris et al., Linking

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4

semiárido ou que têm acesso a irrigação, ou entre os 11.472 estabelecimentos de todas as regiões

com área entre 1 e 4 módulos fiscais. Esses agricultores enfrentam outras restrições, como o alto

custo da produção e o baixo acesso a infraestrutura, serviços e crédito. Consequentemente, têm

dificuldades para fornecer a cadeias dinâmicas de maior valor, administradas geralmente por

atravessadores e empresas de processamento de grande porte. Idealmente, a assistência prestada

a esses agricultores deve se centrar em ações coletivas tendentes a reduzir custos e facilitar o

acesso aos mercados.

12. A Paraíba carece de uma política explícita ou de uma estrutura de planejamento

eficaz voltada para a gestão de recursos hídricos. Em geral, informações sobre hidrologia,

meteorologia e o impacto da seca no Nordeste são desiguais e muitas vezes inacessíveis,11 o que

dificulta a emissão de alertas precoces e as iniciativas de planejamento. O Plano Estadual de

Recursos Hídricos não é atualizado desde 2006. Os investimentos em infraestrutura tinham como

principal objetivo melhorar o abastecimento de água urbano. Diferentes órgãos estaduais e

programas federais fazem investimentos nas áreas rurais. A empresa de abastecimento e

saneamento do estado da Paraíba,12

que oferece serviços de água potável e de esgotamento em

todo o estado, tradicionalmente se concentrou nas áreas urbanas, deixando uma importante

lacuna de apoio no tocante aos governos municipais e às entidades comunitárias que gerenciam

os serviços de água nas áreas rurais. O governo da Paraíba pretende superar essa situação por

meio da criação de um sistema de gestão de água e saneamento rural.

13. A assistência aos pequenos produtores se dá principalmente através do Garantia-

Safra, um mecanismo federal de compensação que paga benefícios aos agricultores inscritos

quando seu município registra importantes perdas da produção devido a eventos climáticos.

Entre 2002 e 2012, o número de agricultores paraibanos inscritos no programa quase triplicou e,

em sete anos desse período mais de 60% receberam benefícios. O serviço de extensão rural da

Paraíba13

presta serviços de verificação para o Garantia-Safra, que comprometem sua estrutura

para oferecer capacitação e assistência técnica aos pequenos produtores.

14. O plano do Governo Federal Brasil Sem Miséria cria importantes oportunidades de

inclusão no mercado para pequenos agricultores através de três programas: (a) o Programa

Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que oferece empréstimos

subsidiados a pequenos agricultores em diversas modalidades; (b) o Programa de Aquisição de

Alimentos (PAA), que financia a aquisição da produção de pequenos agricultores por instituições

governamentais, tendo beneficiado quase 200 mil agricultores em todo o Brasil em 2012; e (c) o

Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que obriga que pelo menos 30% do valor

repassado sejam investidos na compra direta de produtos da agricultura familiar. Ao garantir o

mercado para a produção, esses programas reduzem os riscos do investimento em inovação e

produção e constituem uma fonte de demanda importante para os pequenos produtores; contudo,

têm um alcance limitado em razão de restrições de orçamento e de capacidade, bem como pelo

alto custo para atender às exigências regulatórias (por exemplo, as certificações fitossanitárias).

Além disso, as associações e cooperativas de agricultores não são elegíveis nem ao PRONAF

Smallholder Farmers to Markets and the Implications for Extension and Advisory Services, MEAS Discussion Paper

4, 2014). 11

Banco Mundial, Monitor de Secas do Nordeste, em busca de um novo paradigma para a gestão de secas, Relatório

N.º 106302, Brasília, 2015. 12

Companhia de Água e Esgoto da Paraíba – CAGEPA. 13

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba - EMATER/PB.

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5

nem a outras linhas de crédito formais, o que restringe o alcance das iniciativas coletivas como

forma de superar as restrições de escala.14

15. A vulnerabilidade das famílias rurais diminuiu significativamente graças ao Bolsa

Família, programa de transferência condicionada de renda para as famílias em situação de

pobreza que beneficia cerca de 45% da população do estado. Essas transferências são

direcionadas a uma mulher da família, e se acredita que sejam em boa medida responsáveis pela

queda nos índices de desnutrição. O Bolsa Família também tem como efeitos indiretos não

previstos a redução da sensibilidade aos eventos climáticos e das taxas de migração.15

Ao

regularizar o consumo das famílias ao longo do tempo, as transferências de renda contribuem

para evitar que estas tenham que recorrer ao seu estoque de gado e de sementes durante os

períodos de estiagem, permitindo, assim, uma recuperação mais rápida; por outro lado, o

crescimento da população pode acarretar uma maior pressão sobre os recursos. Assim, o Bolsa

Família oferece uma janela de oportunidade para melhorar a resiliência por meio de intervenções

direcionadas a reduzir a vulnerabilidade dos sistemas de produção.

16. A disponibilidade e a segurança hídrica deverão sofrer uma piora com as mudanças

climáticas. A previsão de aumento nas temperaturas e na frequência das secas poderia significar

maiores riscos para a população, a produção agrícola e o acesso aos alimentos (ver Anexo 6).

Assim, faz-se necessário tomar medidas de adaptação para reduzir o nível atual de

vulnerabilidade e aumentar a resiliência das famílias, comunidades e sistemas de produção

agrícola diante dos cenários futuros.

17. O Banco tem uma longa parceria com a região Nordeste e com o Estado da Paraíba,

mantendo um diálogo permanente sobre as estratégias setoriais do Estado e através de

operações específicas. O estado da Paraíba vem recebendo assistência do Banco no âmbito de

projetos de investimento voltados para a redução da pobreza, obras de infraestrutura hídrica e

fortalecimento da governança local, através do Projeto de Redução da Pobreza Rural da Paraíba

(1997-2006, P042565) e do Segundo Projeto de Redução da Pobreza Rural da Paraíba -

COOPERAR II (2008-2014, P104752). O COOPERAR II consistiu na execução de 326 projetos

básicos de infraestrutura (sobretudo de abastecimento) e 161 subprojetos de produção

(processamento de frutas, piscicultura, caprino e ovinocultura e artesanato, por exemplo), que

beneficiaram cerca de 27 mil famílias. Com base nos resultados e lições gerados por essas

operações, o Projeto proposto marca a mudança de uma abordagem de redução da pobreza rural

induzida pela comunidade para um apoio diferenciado tanto no que se refere ao desenvolvimento

da resiliência da comunidade através de melhor acesso a água e redução da vulnerabilidade

agropecuária, como à incorporação de abordagens de redução da pobreza e prosperidade

compartilhada orientadas ao mercado.

C. Objetivos superiores para os quais o Projeto contribui

18. O projeto proposto está inteiramente alinhado com a Estratégia de Parceria 2018-2023

(CPS) para o Brasil (Relatório nº 113259-BR), discutida pela Diretoria Executiva em 13 de julho

de 2017. Nos setores agrícola e de manejo de recursos naturais, o projeto proposto estará voltado

14

Por exemplo, das cerca de 5.000 cooperativas que têm conta bancária no Banco do Brasil, apenas 50% obtiveram

acesso a crédito. Banco do Brasil, Equipe de Gestão do Agronegócio, dados pessoais. 15

E.De Nys, N. Engle and A. Rocha Magalhães, Drought in Brazil: Proactive Management and Policy, CRC Press,

2016.

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6

para um importante desafio definido na Área Focal 3 da CPS: Desenvolvimento inclusivo e

sustentável - Promover o desenvolvimento socioeconômico dos pequenos agricultores e de

grupos vulneráveis. Essa área contempla a realização de investimentos direcionados a: (i)

contribuir para melhorar o uso do solo e a gestão dos recursos naturais por parte de pequenos

agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais; e (ii) promover uma

mudança em direção a uma agricultura climaticamente inteligente, com tecnologias de produção

modernas e gestão sustentável da paisagem, de forma a aumentar a resiliência face às mudanças

climáticas. O projeto se centra em duas áreas: na pobreza extrema, através de atividades de

acesso a água e de redução da vulnerabilidade; e na de prosperidade compartilhada, através do

apoio às alianças produtivas.

II. OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

A. ODP

19. O objetivo do Projeto é melhorar o acesso a água, reduzir a vulnerabilidade agroclimática

e ampliar o acesso da população rural pobre da Paraíba aos mercados.

B. Beneficiários do Projeto

20. A população alvo do projeto é formada por cerca de 165.000 pessoas (44.600 famílias)

que dependem predominantemente da produção agrícola de pequena escala, de atividades de

transformação e de serviços relacionados. Os potenciais beneficiários serão priorizados através

de diferentes instrumentos de acordo com suas características, conforme resumido na tabela a

seguir:

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7

Tabela 2. Priorização dos beneficiários

Tipo de

investimento

Características do

beneficiário Local* Famílias

Abastecimento de

água

Acesso a água (quantidade e

qualidade) é deficitário.

Áreas rurais e cidades

pequenas de municípios

priorizados**

18.700

Redução da

vulnerabilidade

agroclimática

Pequenos produtores com

terras e/ou água insuficientes

Áreas rurais de municípios

priorizados**

17.400

Alianças produtivas Pequenos produtores

competitivos

Todo o estado da Paraíba 8.500

* As comunidades indígenas e quilombolas são elegíveis a todas as linhas de intervenção, independentemente da sua

localização no estado.

** Selecionados com base no Índice Municipal de Vulnerabilidade Agroclimática (mais detalhes no Anexo 2).

C. Indicadores dos resultados relacionados ao ODP

21. A consecução dos ODP será medida por meio dos seguintes indicadores16

:

(a) Habitantes da área rural que passaram a ter acesso a fontes de água tratada no

âmbito do Projeto;

(b) Produtores que adotaram alguma das tecnologias agrícolas aperfeiçoadas

promovidas pelo Projeto; 17

(c) Aumento do valor médio bruto das vendas dos produtores pertencentes a Alianças

Produtivas;

(d) Sistema de Informação de Risco Agroclimático em operação.

III. DESCRIÇÃO DO PROJETO

A. Componentes do Projeto

22. O Projeto tem quatro componentes (ver o Anexo 2 para uma descrição completa), a

saber:

23. Componente 1. Fortalecimento institucional (Total US$ 4,02 milhões, dos quais 65%

com aporte do BIRD):

(a) Realização de uma campanha de comunicação com o propósito de: (i) informar os

potenciais interessados sobre o alcance e as regras do Projeto; (ii) publicar e divulgar as

atividades do Projeto; e (iii) atrair investidores e compradores para as cadeias produtivas

do setor rural contempladas pelo Projeto.

16

Sempre que possível, os indicadores serão desagregados por sexo e etnia. 17

Este indicador de resultados refere-se apenas às tecnologias que contribuem para reduzir o risco agroclimático

(Componente 2).

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8

(b) Fortalecimento da capacidade institucional das Associações Comunitárias18

(ACs)

e dos Conselhos Municipais com o propósito de: (i) melhorar a sua governança e

habilidades gerenciais e suas técnicas em relação à operação e manutenção da

infraestrutura da comunidade; (ii) realizar ações de educação sanitária, ambiental e

nutricional junto às famílias beneficiárias das ACs; e (iii) realizar cursos de capacitação

em boas práticas agropecuárias e ambientais, incluindo o uso de informação

meteorológica na tomada de decisões.

(c) Fortalecimento da capacidade institucional das Organizações de Produtores (OPs)

a fim de:19

(i) observar as regulações aplicáveis a organizações e empresas; e (ii)

melhorar as suas competências de gestão de administrativa, de negócios e de risco.

(d) (i) oferecer treinamento aos prestadores de serviços técnicos que poderão vir a

prestar assistência técnica às ACs, OPs, COOPERAR20

e a qualquer outra instituição

pública selecionada no âmbito do Projeto; e (ii) criar um banco de dados de prestadores

de serviços técnicos.

(e) Fortalecimento da capacidade institucional da Secretaria de Estado da

Infraestrutura, dos Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia

(SEIRHMACT) e de outras instituições selecionadas do setor público para implementar

um modelo de gestão direcionado a melhorar os serviços de água e saneamento do setor

rural, incluindo, entre outros, assistência para: (i) definir e estabelecer arranjos

institucionais para o subsetor; (ii) fortalecer a coordenação entre os atores e programas do

subsetor; (iii) estabelecer um sistema de informação para o cadastramento e o

monitoramento dos sistemas de água e saneamento rural; (iv) implementar em caráter

piloto mecanismos de assistência técnica e modelos de gestão para sistemas rurais de

abastecimento de água; (v) apoiar a criação de federações de ACs; e (vi) capacitar e

prestar assessoramento técnico a ACs para melhorar suas capacidades de gerenciamento,

operação e manutenção de sistemas rurais de abastecimento de água.

(f) Fortalecimento da capacidade da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba

(CINEP) e de outros parceiros selecionados no sentido de priorizar e chegar até os

investidores e compradores em potencial, facilitando sua decisão de aderir às Alianças

Produtivas.

24. Componente 2. Acesso a água e redução da vulnerabilidade agroclimática (Total

US$ 44,36 milhões, dos quais 58% com aporte do BIRD):

(a) Prestar apoio nas seguintes atividades: (i) identificar investimentos em

abastecimento de água, incluindo, entre outros, a construção e a recuperação de sistemas

de água encanada e não-encanada, de plantas de dessalinização e de sistemas domésticos

para aproveitamento da água da chuva, e subprojetos de redução da vulnerabilidade

agroclimática; (ii) realizar estudos de pré-investimento para os sistemas de água

identificados no inciso (a) (i), e para subprojetos de redução da vulnerabilidade

18

As ACs incluem associações civis formadas por membros de uma comunidade ou de qualquer associação privada

legalmente constituída na Paraíba, incluídas as comunidades de povos indígenas e quilombolas. 19

As OPs incluem cooperativas de produtores, associações civis ou qualquer grupo de pequenos agricultores

organizados como associação privada legalmente constituída. 20

COOPERAR é a Unidade de Coordenação do Projeto e se insere na estrutura da Secretaria da Agricultura

Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido (SEAFDS)

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9

agroclimática; e (iii) implementação dos investimentos em sistemas de abastecimento de

água previstos no inciso (i).

(b) Financiamento de contrapartida para as ACs destinado à execução dos subprojetos

de redução da vulnerabilidade agroclimática.

(c) Prestação de apoio à Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA)

para o estabelecimento de um Sistema de Informação de Risco Agroclimático (SIRA).

25. Componente 3 - Alianças Produtivas (Total US$ 20,73 milhões, dos quais 70% com aporte

do BIRD):

(a) Prestar apoio nas seguintes atividades: (i) identificar e implementar Alianças

Produtivas; e (ii) conduzir estudos de pré-investimento para as Alianças Produtivas,

incluindo a formulação de planos de negócios e subprojetos associados a elas.

(b) Financiamento de contrapartida para as OPs para a execução dos subprojetos das

Alianças Produtivas.

26. Componente 4 - Gestão, monitoramento e avaliação do Projeto (Total US$ 10,76

milhões, dos quais 65% com aporte do BIRD):

Apoiar o Mutuário em: (a) Coordenação e gerenciamento do Projeto; (b) monitoramento

das atividades do Projeto, avaliação de resultados e avaliação de impactos; (c)

Administração fiduciária, controles internos e auditorias; (d) gestão dos procedimentos de

salvaguardas; (e) avaliação técnico-financeira independente dos planos de negócios das

Alianças Produtivas; (f) mecanismo de ouvidoria; e (vii) estudos relacionados ao Projeto.

B. Financiamento do Projeto

27. A operação de estruturação financeira para investimentos ora proposta será parcialmente

financiada por um empréstimo flexível com spread variável, carência de 5,5 anos e vencimento

em 18 anos, no valor de US$ 50,0 milhões. Os aportes adicionais serão feitos pelo Governo do

Estado da Paraíba (US$ 22,88 milhão) e pelos beneficiários (US$ 7,12 milhão).

Tabela 2. Custos e Financiamento do Projeto (US$ milhões)

Componentes do Projeto Custos do

Projeto

Estado da

Paraíba Beneficiários BIRD

% financia-

mento do

BIRD

1. Fortalecimento institucional

2. Redução da vulnerabilidade

3. Alianças produtivas

4. Gestão, monitoramento e

avaliação

Custo total

4,02

44,36

20,73

10,76

1,41

17,04

0,62

3,81

0,00

1,52

5,60

0,00

2,61

25,80

14,51

6,95

65

58

70

65

Custo total do Projeto

Taxas iniciais

Financiamento total

necessário

79,87

0,13

80,00

22,88

22,88

7,12

7,12

49,87

0,13

50,00

63

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10

C. Lições aprendidas e aplicadas ao Conceito do Projeto

28. O projeto proposto baseia-se nas experiências e lições aprendidas nos programas de

desenvolvimento rural anteriores executados na Paraíba (entre os quais o Segundo Projeto de

Redução da Pobreza Rural da Paraíba - COOPERAR II, recentemente concluído), em outros

estados brasileiros e em outros países da América Latina. As principais lições que deram forma

ao projeto proposto são resumidas à continuação:

29. Qualidade dos investimentos em abastecimento de água. No âmbito do COOPERAR II, a

formulação dos subprojetos de abastecimento esteve a cargo das associações comunitárias (ACs),

que contaram com a ajuda das instituições que participam dos conselhos municipais. A

experiência aponta deficiências significativas na análise de viabilidade e nos projetos de

engenharia desses subprojetos, com consequências potencialmente negativas na eficácia dos

investimentos. No Projeto proposto, os estudos de pré-investimento e os projetos de engenharia

serão executados por consultores especialistas contratados pelo próprio COOPERAR.

30. Sustentabilidade dos investimentos em abastecimento de água. O abastecimento de água

no meio rural necessita um marco institucional para manter no longo prazo a infraestrutura

financiada. Operar e manter sistemas de abastecimento de água pulverizados no meio rural é

desafiador, particularmente para que as comunidades os gerenciem de forma sustentável

financeiramente. Via de regra, a estrutura para pagamento pela água e gestão dos sistemas requer

atenção desde o primeiro momento. O desenvolvimento institucional no âmbito do Projeto –

criação de associações de usuários de água, desenvolvimento de modelos de gestão, definição de

tarifas, orientação O&M – será conduzido concomitantemente à execução das obras. Desse

modo, o componente de fortalecimento institucional ajudará a fortalecer o marco institucional

estadual que apoia esses serviços na Paraíba.

31. Uso de informações climáticas nos sistemas de apoio à decisão: A disponibilidade de

sistemas de alerta precoce e de monitoramento pode potencializar um planejamento que leve em

consideração o clima e uma gestão sustentável dos recursos por parte dos serviços de extensão,

dos agricultores e das comunidades. Com base nos esforços já realizados nas esferas estadual e

federal, o Projeto apoiará o desenvolvimento de um sistema estadual de informação

agroclimática que englobe informações sobre clima/meteorologia, solos, culturas e hidrologia.

Tais sistemas integrados já se provaram úteis no planejamento de ações de resposta em situações

de risco de desastre e no monitoramento de situações com baixo impacto inicial, como é o caso

da seca.

32. Linhas diferenciadas de apoio aos produtores agrícolas. A expectativa das intervenções

anteriores de que todos os pequenos produtores que recebem apoio “produtivo” são capazes de

aumentar suas vendas e sua renda se provou desigual, na melhor das hipóteses. Uma grande

parcela de pequenos produtores tem pouca terra e água insuficiente para se integrar com sucesso

em cadeias produtivas mais exigentes e tende a apresentar alta vulnerabilidade à variabilidade

climática. No Projeto, os grupos de produtores que preenchem o perfil de empréstimo e de risco

exigido para competir em mercados exigentes terão à disposição uma linha de financiamento

competitivo; enquanto isso, os pequenos produtores nas comunidades terão acesso a

financiamento para aumentar a sua resiliência e reduzir o seu risco.

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11

33. Alianças produtivas. As experiências do Nordeste brasileiro e internacionais mostram

que iniciativas que visam melhorar o acesso dos pequenos produtores ao mercado são movidas

pela identificação de oportunidades de mercado e não pela satisfação das “necessidades” e

“demandas” da comunidade, que muitas vezes têm uma perspectiva comercial pouco clara e, por

conseguinte, uma sustentabilidade financeira questionável. O financiamento da Aliança leva à

melhoria dos sistemas de produção de forma a oferecer o que os mercados demandam, ao

contrário das abordagens que visam apenas expandir a produção ou melhorar a produtividade. O

Projeto exigirá a orientação do mercado e a participação direta dos compradores potenciais como

um critério chave de elegibilidade aos recursos para subprojetos produtivos.

34. Avaliação independente dos aspectos técnico-financeiros das alianças. A capacidade de

avaliação ex-ante de propostas de negócios não é algo que se encontre com facilidade nas

instituições públicas. Além disso, a prestação de assistência à produção tende a ser capturada

pela elite ou pelo clientelismo. Tais riscos podem ser mitigados com a contratação de uma

entidade externa, conforme termos de referência e qualificações aceitáveis para o Banco, com o

propósito de fazer uma avaliação independente de cada proposta de aliança antes da aprovação

do financiamento.

35. Capacitação e assistência empresarial aos beneficiários. Fortalecer a capacidade

gerencial dos beneficiários do Projeto, particularmente daqueles que envolvem mulheres e

jovens, que muitas vezes têm menos experiência e entendimento limitado sobre as instituições e

os mercados, é um elemento chave para a consolidação e o crescimento de uma organização.

Nesse sentido, o Projeto abordará essa questão em três níveis: (i) por meio de capacitação em

geral e da sensibilização dos potenciais beneficiários e prestadores de serviços; (ii) ajudando as

organizações de produtores interessadas a estruturar iniciativas de negócios, a negociar com

parceiros comerciais e a aprender gradualmente com a prática; e (iii) oferecendo assistência e

treinamento contínuo e personalizado às organizações participantes ao longo de toda a

implementação. Serão levados em consideração na personalização o sexo, a idade e a etnia dos

beneficiários.

IV. IMPLEMENTAÇÃO

A. Arranjos institucionais e de implementação

36. O Projeto será implementado pelo projeto COOPERAR, que foi a Unidade de

Gerenciamento de Projeto estabelecida para o Segundo Projeto de Redução da Pobreza Rural da

Paraíba (P104752) e que foi remanejada para a recém-criada Secretaria da Agricultura Familiar e

do Desenvolvimento do Semiárido (SEAFDS). A SEAFDS será responsável por prestar

orientações estratégicas no tocante às políticas estaduais pertinentes e pela coordenação

necessária para a implementação do Projeto com outras secretarias estaduais e instituições.

Caberá à SEAFDS aprovar o orçamento anual do projeto e os relatórios de progresso.

37. O COOPERAR estará a cargo e prestará contas da gestão global do projeto, seu

planejamento, coordenação, monitoramento e avaliação, inclusive das atividades fiduciárias e do

cumprimento das políticas de salvaguarda. No nível local, a implementação do projeto será

coordenada por unidades regionais com o apoio e orientação de uma unidade central.

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38. O COOPERAR apoiará as ACs, às quais caberá identificar e operar os investimentos em

abastecimento de água e os subprojetos de redução de vulnerabilidades. As OPs implementarão

alianças produtivas em colaboração com compradores dos setores público e privado.

Considerando a grande variação de capacidade entre essas organizações, o projeto deverá lançar

uma campanha direcionada de comunicação diferenciada por gênero, bem como uma variedade

de atividades de treinamento e assistência técnica voltadas para o desenvolvimento de

capacidades e a redução de assimetrias de informação.

39. Os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável apoiarão as ACs e OPs

na identificação de investimentos e subprojetos e as ajudarão a estimular localmente sinergias

entre os investimentos dos setores público e privado. No dia-a-dia, a implementação se

concentrará no empoderamento das organizações participantes e na sua capacidade de

autogestão. As informações relacionadas ao projeto serão disseminadas através de oficinas,

publicações e sites.

40. A SEIRHMACT conduzirá o processo de definição, pilotagem e implementação do

Sistema de Gestão de Água e Saneamento Rural do Estado (Subcomponente 1e).

41. A AESA será responsável pelo estabelecimento do SIRA em parceria com instituições

de pesquisa e extensão rural e meteorológicas (Subcomponente 2c).

42. A CINEP será responsável pela condução e coordenação dos planos e atividades de

atração e promoção de investimentos/compradores, bem como das atividades desenvolvidas

visando facilitar a criação de alianças produtivas (Subcomponentes 1f e Componente 3).

43. Antes de que qualquer atividade do Projeto seja executada, SEIRHMACT, AESA e

CINEP assinarão Convênios de Cooperação Técnica com o COOPERAR, conforme termos e

condições aceitáveis para o Banco.

B. Monitoramento e Avaliação de Resultados

44. O COOPERAR monitorará e avaliará o progresso do projeto e seus resultados do ponto

de vista técnico, financeiro, social e ambiental. Tendo como referência a situação de linha de

base, o sistema de M&A acompanhará o desempenho do Projeto rastreando seus insumos,

produtos e progresso em relação aos ODPs e aos indicadores de resultados intermediários. Uma

avaliação contínua permitirá: desenhar e implementar ajustes operacionais ao longo da

implementação; promover a responsabilização pelos recursos usados em relação aos objetivos;

dar e receber feedback dos atores envolvidos; e gerar insumos para disseminação de resultados e

lições aprendidas.

45. Avaliação. O COOPERAR conduzirá uma Revisão Intermediária aproximadamente dois

anos após o Projeto entrar em vigor. Os resultados dessa revisão subsidiarão os ajustes técnicos

ou de desenho de projeto cabíveis. O COOPERAR também conduzirá uma avaliação final. A

estratégia dessa avaliação leva em consideração diferenças relacionadas ao estado do

conhecimento e à capacidade de geração de dados em três linhas de ação. No caso do acesso a

água, a avaliação dos resultados se centrará nos resultados e nas mudanças comportamentais (uso

e adoção), uma vez que há provas contundentes que evidenciam os impactos positivos desse tipo

de intervenções. Já no caso da redução da vulnerabilidade agroclimática, dada a dificuldade em

se estabelecer indicadores de resultados que não dependam da ocorrência de eventos climáticos,

os resultados serão medidos em termos de adoção de tecnologias e práticas, e a avaliação seguirá

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uma abordagem focada na aprendizagem a partir da experiência. Com isso, o Projeto coletará

informações para gerar os insumos e resultados pertinentes, antes e depois dos investimentos, a

fim de medir sua eficácia e eficiência enquanto outros fatores passíveis de mudança ao longo do

tempo são controlados. Em ambos os casos, a análise levará em consideração variáveis

socioeconômicas, entre elas sexo e etnia.

46. Avaliação do impacto. Com o apoio de consultores externos, o COOPERAR conduzirá

uma rigorosa avaliação de impacto do componente Alianças Produtivas, empregando métodos

quase experimentais. As principais variáveis a serem avaliadas serão a renda líquida das famílias

de agricultores, o volume total de vendas e o nível de emprego por aliança produtiva. A

avaliação ajudará a identificar a influência de fatores externos (por exemplo, os preços no

mercado internacional) que não podem ser atribuídos ao Projeto em si. Embora uma

estratificação ex-ante por sexo ou etnia não seja plausível, sempre que for possível a análise fará

essa desagregação dos dados.

C. Sustentabilidade

47. Os sistemas de abastecimento de água ganharão em termos de sustentabilidade com uma

avaliação ex-ante rigorosa das fontes de captação e das alternativas técnicas e com o

fortalecimento institucional das ACs em gestão, operação e manutenção (O&M). A

sustentabilidade a longo prazo melhorará com o fortalecimento da estrutura institucional do

Estado voltada para os serviços rurais de água e saneamento, especificamente da SEIRHMACT

para implantar novos arranjos institucionais subsetoriais, possibilitar mecanismos de assistência

técnica e promover modelos de gestão sustentável para os serviços de abastecimento e

saneamento rural.

48. As intervenções destinadas a reduzir a vulnerabilidade agroclimática são concebidas de

modo a aumentar a resiliência das unidades de produção à variabilidade climática e à estiagem.

Espera-se que reduzam o impacto das ocorrências e elevem a capacidade de adaptação dos

produtores. A sustentabilidade a longo prazo dependerá da disponibilidade de assistência técnica

adequada, particularmente diante de eventos imprevistos.

49. A sustentabilidade das alianças produtivas será melhorada através de um desenho

rigoroso e da avaliação independente da viabilidade técnica, financeira e institucional. As

Alianças Produtivas que consigam conciliar os principais interesses dos produtores (maior renda)

com os dos compradores (volume e qualidade do produto) provavelmente sejam sustentáveis.

Além disso, a capacidade das OPs de crescer e responder a mudanças nas condições do mercado

melhorará com o fortalecimento da gestão, que contemplará apoio diferenciado para as

lideranças femininas.

V. PRINCIPAIS RISCOS

A. Classificação global de risco e explicação dos principais riscos

50. O risco global do projeto é considerado Alto em razão do elevado risco relacionado à

capacidade institucional de implementação e sustentabilidade. Ainda, os riscos relacionados ao

desenho técnico e aos aspectos fiduciários e macroeconômicos em geral também são

considerados consideráveis. Os pontos fortes do COOPERAR residem na sua capacidade de

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envolver as comunidades rurais e as famílias nas operações do Banco; no entanto, o Projeto

requer mudanças no sentido de operar linhas de intervenção diferenciadas, uma característica

conceitual de projeto que implica mudanças no COOPERAR em termos de cultura, pessoal e

procedimentos. Para mitigar os riscos institucionais, de elaboração técnica do projeto e

fiduciários, o COOPERAR incorporou pessoal técnico e fiduciário qualificado, trabalhará de

forma significativa a questão do fortalecimento das capacidades institucionais e melhorará os

sistemas de gerenciamento de projetos.

51. Os riscos macroeconômicos globais do Projeto estão ligados ao impacto da recessão atual

da economia brasileira na receita da Paraíba. Uma maior restrição de recursos pode gerar atrasos

na implementação dos investimentos, uma vez que os recursos orçamentários podem ser

contingenciados e realocados para pagamentos correntes obrigatórios. Esse risco será mitigado

pelo ajuste fiscal que está sendo aplicado na Paraíba e pela recuperação gradual prevista para o

Brasil após 2017, embora estado e país continuem vulneráveis a choques externos negativos. A

dívida pública do estado é baixa e considerada de baixo risco pelo Tesouro Nacional, apesar do

alto nível de gastos atual em relação à receita total. O ritmo de implementação do

subcomponente de alianças produtivas também será afetado pelo nível de demanda agregada,

embora as análises da economia apontem uma grande robustez em relação a uma elevação nos

custos ou a uma queda nas receitas.

52. O principal risco decorrente das Estratégias e Políticas Setoriais está associado à

incerteza quanto aos arranjos de governança da água na Paraíba. Classificado como moderado,

esse risco deve ser mitigado, primeiramente, com o fortalecimento da capacidade das ACs de

gerenciar os sistemas de água e, depois, com o apoio para a criação de um sistema estadual de

gestão do abastecimento e saneamento rural.

VI. RESUMO DA AVALIAÇÃO

A. Análise econômico-financeira

53. Considerando a abordagem orientada pela demanda (componente 2) e a abordagem

competitiva (componente 3) contempladas pelo Projeto, não é possível definir ex-ante a natureza

precisa, a combinação e o escopo dos investimentos a serem financiados. Esses aspectos serão

identificados ao longo da implementação do projeto, de forma que qualquer tentativa de prever

ex-ante a evolução da demanda de serviços e de predeterminar a viabilidade do Projeto como um

todo seria subjetiva. Contudo, para estimar a provável viabilidade econômica e financeira dos

investimentos do projeto, os principais tipos de subprojetos possivelmente financiados foram

avaliados da seguinte forma.

54. Subprojetos de Alianças Produtivas. Foram estimadas uma Taxa Interna de Retorno

Financeiro (TIR-F) de 32% e uma Taxa Interna de Retorno Econômico (TIR-E) de 43% para um

conjunto de tipos de alianças que provavelmente sejam financiadas pelo projeto (leite de cabra,

mel, pescado, polpa de frutas e vegetais). Em nível individual, todos os cinco tipos de alianças

produtivas provaram-se investimentos sólidos tanto do ponto de vista financeiro como de

empreendimentos comerciais independentes, bem como em relação aos ganhos econômicos que

têm a oferecer à sociedade. As elevadas magnitudes do TIR-E são uma consequência das

distorções significativas que ocorrem nos mercados de insumos e produtos, bem como de uma

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tributação restritiva que, obviamente, desaparece quando se faz a análise econômica. As

simulações baseadas nesses modelos concluíram que o componente Alianças Produtivas

(incluída sua parcela relativa do Componente 4) seria financeiramente e economicamente viável

com um TIR-F de 37% e um TIR-E de 53%, respectivamente. Uma análise de sensibilidade com

respeito à elevação dos custos e à queda na receita mostrou que a viabilidade econômica e

financeira do componente é significativamente robusta. Incluir na análise os custos e benefícios

acumulados pelos compradores aumentaria ambas as TIR, mas a informação para tanto não é

encontrada com facilidade. Espera-se uma taxa interna de retorno composta relativamente alta

em razão do “cenário sem projeto” extremamente baixo. O reduzido fluxo de receitas sem o

projeto reflete com precisão o desespero de empreendimentos produtivos que não têm uma

perspectiva de crescimento significativo de receitas, o que decorre por sua vez da baixa adoção

de novas tecnologias e do acesso restrito a mercados remunerados. Nesse cenário, as receitas

“com projeto” mostram um aumento drástico nas receitas prováveis graças a atividades

integradas que contribuem para remover a maioria das restrições existentes.

55. Subprojetos de redução da vulnerabilidade agroclimática. Quando do encerramento

do Segundo Projeto de Redução da Pobreza Rural da Paraíba (COOPERAR II) foi feita uma

avaliação de uma amostra aleatória dos investimentos em redução da vulnerabilidade (entre eles

os de irrigação de pequena escala e de melhorias em estradas vicinais). A análise custo-benefício

ex-post desses investimentos foi revisitada e serviu de referência para a provável viabilidade

econômica desses tipos de subprojetos. Separadamente, todos os investimentos em redução da

vulnerabilidade foram considerados viáveis economicamente, apresentando uma TIR-E agregada

de 120%. A TIR-E relativamente alta e talvez aparentemente otimista se explica pelo efeito

indireto dos benefícios para as comunidades localizadas no entorno das que demandaram

originalmente as obras. Uma análise da relação custo-benefício de um subprojeto de barragem

subterrânea identificado como outro tipo provável de subprojeto de redução da vulnerabilidade

também se mostrou economicamente viável, com uma TIR-E de 11%.

56. Investimentos em abastecimento de água (AA). Os benefícios econômicos trazidos

pelos investimentos em AA foram estudados e documentados cuidadosamente e são bem

compreendidos. Há extensa literatura na área de economia da saúde respaldando a solidez dos

investimentos em expansão da cobertura desses serviços. Por exemplo, um estudo da

Organização Mundial da Saúde21

estimou que o retorno dos investimentos em abastecimento de

água e em saneamento de 17 regiões do mundo, incluído o Brasil, variaram entre US$ 5,00 e

US$ 28,00 por cada US$ 1,00 investido, tendo como principal benefício a economia de tempo

associada a um melhor acesso aos serviços de água e saneamento. Estudos mais recentes

realizados no semiárido nordestino estimaram que o valor estatístico no qual os investimentos

em AA atingiriam o ponto de equilíbrio eram significativamente menores que as estimativas

típicas encontradas na literatura, independentemente das taxas de juros adotadas. Como

referência adicional, foi estimada uma TIR-E agregada de 30% para os subprojetos de

abastecimento financiados e analisados ex-post no Relatório de Conclusão de Implementação do

COOPERAR II.

57. Fundamentação para o financiamento pelo setor público Normalmente, os serviços de

abastecimento de água e de redução de vulnerabilidades nas áreas rurais são fornecidos por

21

World Health Organization, Global costs and benefits of drinking-water supply and sanitation interventions to

reach the MDG target and universal coverage, WHO/HSE/WSH/12.1, WHO, 2012.

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agentes públicos, em razão da sua natureza de serviço básico, das significativas externalidades e,

em geral, da incapacidade de o retorno financeiro gerado cobrir os custos do investimento e de

operação, manutenção e substituição, bem como de oferecer incentivos financeiros suficientes,

na forma de margem de lucro, para atrair o financiamento do setor privado. Os investimentos em

abastecimento de água tendem a ser significativos em escala e a apresentar uma taxa de

recuperação financeira lenta devido à necessidade de manter as tarifas baixas o suficiente a fim

de maximizar a cobertura.

58. A agricultura praticada pelos pequenos agricultores paraibanos se caracteriza por baixos

níveis de produtividade do solo e da mão de obra e pela baixa agregação de valor. Esse é

justamente o caso da região do semiárido em um contexto marcado pela oferta insuficiente de

serviços eficientes de extensão rural e de financiamento e no qual a integração a mercados

dinâmicos é obstaculizada pela baixa capacidade de desenvolvimento organizacional e

empresarial, por assimetrias de informação e pela deseconomia de escala. Os repasses de verbas

do setor público para cofinanciar empreendimentos privados de pequenos agricultores se

justificam pela necessidade de mitigar as falhas de mercado que impedem que esse segmento da

população se integre efetivamente nos mercados dinâmicos e mais lucrativos.

59. Valor agregado pelo Banco Mundial. O longo histórico de participação do Banco

Mundial em uma série de projetos executados no âmbito do Programa de Redução da Pobreza

Rural do Nordeste (1993-2014), inclusive no estado da Paraíba, e suas operações em torno de

questões semelhantes no contexto latino-americano e mundial situam o Banco em uma posição

ímpar para fornecer orientações sobre melhores práticas nas seguintes áreas, entre outras:

elaboração de projetos para sistemas de abastecimento de água com uma boa relação custo-

eficácia; fortalecimento de capacidade de OPs; e aumento da renda e redução da pobreza através

do desenvolvimento de negócios e integração com o mercado. São particularmente relevantes

para esta operação as experiências recentes do Banco com a implementação de projetos da

Alianças Produtivas e de desenvolvimento e uso de sistemas de informação agroclimática em

vários países da América Latina e de outras regiões. Está prevista a transferência de

conhecimentos técnicos e estratégicos pelo Banco ao longo da implementação e na avaliação do

projeto.

B. Técnicos

60. Investimentos em abastecimento de água. O Projeto promoverá o desenvolvimento de

sistemas de água projetados de acordo com o contexto local e aceitos pelas comunidades.

Quando possível, o projeto dará preferência aos sistemas de água encanada (rede de

distribuição), uma vez que garantem uma maior redução da vulnerabilidade; entretanto, sistemas

não convencionais (como coleta de água da chuva ou dessalinização) também são elegíveis a

financiamento. As ACs receberão assistência na forma de capacitação para estabelecer os

arranjos organizacionais e os mecanismos de recuperação de custos necessários para os aspectos

de O&M.

61. Subprojetos de redução da vulnerabilidade agroclimática. Inicialmente, ao elaborar o

projeto se buscava um conjunto de tecnologias comprovadas cujo emprego pudesse ser ampliado

com o mínimo de avaliação ex-ante e por meio de intervenções padronizadas nas propriedades

rurais e na comunidade. Ou seja, tecnologias (i) que tenham sido adotadas com sucesso por um

número significativo de pequenos agricultores do semiárido brasileiro, sob toda a gama de

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condições agroecológicas presentes na região; (ii) cuja resposta à seca tenha representado uma

melhoria em relação às práticas existentes; e (iii) que tenham gerado um adequado retorno sobre

o investimento. Como isso não foi possível, decidiu-se adotar uma abordagem sem

arrependimentos baseada no apoio a um conjunto de tecnologias e práticas que já se

demonstraram eficazes em termos de aumentar a resiliência em condições semiáridas em geral,

entre as quais se encontram o aperfeiçoamento da coleta e uso de água, práticas agroflorestais e

adoção de cultivares resistentes ao calor.

62. Alianças produtivas. As alianças serão escolhidas por meio de processos competitivos.

A pontuação atribuída aos planos de negócios das alianças produtivas contemplará indicadores

financeiros, número de beneficiários, qualidade e nível de comprometimento dos compradores,

adequação das escolhas técnicas e resiliência à variabilidade climática. Os subprojetos

executados sob as alianças produtivas terão como objetivo garantir que os produtores cumpram

com as especificações de mercado definidas junto com os compradores, e incluirão suporte

organizacional e comercial personalizado. Os grupos dos quais participem produtores mulheres,

jovens e quilombolas contarão com apoio adicional, se for necessário, para poder competir em

condições de igualdade. A avaliação técnica dos planos de negócios será feita por uma agência

independente. As associações de produtores receberão assistência técnica ao longo de todo o

ciclo de vida do subprojeto.

C. Gestão financeira

63. Os sistemas de GF do COOPERAR baseiam-se, em grande medida, nos sistemas criados

para projetos anteriores financiados pelo Banco que tenham apresentado um desempenho

moderadamente satisfatório; todavia, relatórios produzidos pela Controladoria Geral do Estado-

PB destacaram a necessidade de aprimorar os controles internos dentro da agência. Essa questão

foi tratada por meio de um plano de ação institucional durante a elaboração do Projeto. A

necessidade de aperfeiçoar os arranjos de GF se estende aos níveis de OP e AC. Os relatórios de

auditoria externa de projetos anteriores destacaram a necessidade de melhorar os mecanismos de

controle e prestação de contas dos subprojetos. A insuficiência de recursos qualificados e

processos para projetar e implementar adequadamente a GF em nível de subprojeto é um risco

inerente. Por esse motivo, as atividades de assistência técnica na área de GF estão integradas no

Componente 1 do Projeto, de forma a apoiar o desenvolvimento de processos específicos de GF

em nível de subprojeto e mitigar esses riscos.

64. A conclusão sobre a avaliação do COOPERAR é que as disposições relativas à administração

financeira para este projeto são Moderadamente Satisfatórias. O risco relativo ao controle da GF

recebeu avaliação Considerável devido ao desafio de garantir que (i) o COOPERAR disponha de

arranjos de GF adequados, (ii) que existam controles internos e sistemas adequados no país e (iii)

que as OPs e as ACs recebam treinamento em gestão financeira e os recursos repassados sejam

contabilizados adequadamente. Os Riscos Fiduciários foram identificados e as respectivas ações

de mitigação estão refletidas no desenho do Projeto.

D. Aquisições

65. Uma vez feita a avaliação sobre aquisições, seu risco foi definido como Considerável

porque os principais pilares necessários a uma harmoniosa implementação de compras foram

considerados insuficientes, e é provável que o fortalecimento desses pilares não seja finalizado

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antes do segundo ano de implementação do projeto. Esse período pode acarretar atrasos

desnecessários, mas é necessário pois faz parte da curva de aprendizagem.

66. As medidas de mitigação acordadas visam fortalecer a capacidade da agência para

executar processos de aquisição estabelecendo o número de pessoal mínimo para gerir as

compras, fornecendo informações detalhadas sobre o processamento de compras e a tomada de

decisões, estabelecendo modelos de documentos de licitação/avaliação/contratuais e definindo

necessidades de registro, oferecendo treinamento sobre as regras do Banco em relação a

aquisições, contratando consultoria externa na área e intensificando o suporte à implementação

nos estágios iniciais da implementação do projeto. A implementação das medidas de mitigação

deverá fortalecer substancialmente a capacidade da agência e, dessa forma, reduzir os riscos.

Dessa forma, qualquer risco residual que não tenha sido mitigado só poderá ser identificado se,

por qualquer motivo, a agência não puder implementar as medidas propostas.

E. Aspectos sociais (inclusive salvaguardas)

67. O Estado da Paraíba elaborou uma análise socioambiental completa de acordo com as

políticas de salvaguarda do Banco e as exigências legais federais e estaduais. Com base nos

resultados dessa análise, o Governo do Estado preparou uma Avaliação de Impactos

Socioambientais (AISA), incluindo um Marco de Gestão Socioambiental (MGSA). As

constatações da AISA foram revisadas após uma série de consultas públicas regionais com as

partes interessadas. O MGSA final foi divulgado no país no site do COOPERAR e no site

externo do Banco em 28 de março de 2016.22

68. A AISA incluiu uma análise da experiência e da capacidade das agências de

implementação para tratar as principais questões sociais que deverão influenciar os resultados do

Projeto. Entre tais questões encontram-se a transparência e um tratamento equitativo na

identificação e seleção de beneficiários e subprojetos, potenciais impactos adversos nos meios de

subsistência, relações com povos indígenas e comunidades tradicionais, como os Quilombolas,

igualdade de gênero, desapropriação de terras e reassentamento.

69. A classificação dos riscos sociais associados ao projeto varia de baixa a moderada. Os

principais problemas provavelmente surjam do Componente 2 - Acesso a água e redução da

vulnerabilidade agroclimática, já que muitos dos beneficiários visados nessas ações são muito

pobres e têm competências técnicas e/ou organizacionais limitadas. As desigualdades sociais e

econômicas, inclusive em relação a papéis e expectativas de gênero, podem vir a complicar as

medidas que objetivam aumentar a produção de alimentos e a segurança nutricional das famílias.

A AISA gerou um Marco de Gestão Socioambiental (MGSA) com instrumentos concebidos

especificamente para reduzir esses riscos.

70. Assim como ocorreu no projeto anterior (COOPERAR II), este projeto continuará

prestando apoio a grupos indígenas e comunidades étnicas, com o qual a OP/BP 4.10 relativa a

Povos Indígenas foi acionada. O Marco de Planejamento para os Povos Indígenas (MPPI)

orientará as ações correspondentes. O projeto proposto não deverá envolver a aquisição de terras;

no entanto, uma vez que a localização exata e as especificações de desenho do projeto para os

investimentos propostos serão determinadas somente durante sua implementação, a OP/BP 4.12

de Reassentamento Involuntário foi acionada preventivamente e a AISA preparou um Marco

Conceitual para Reassentamento Involuntário (MCRI), que será aplicado em caso de

22

Consultar o site do COOPERAR: http://www.cooperar.pb.gov.br/?pg=documentos_oficiais

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necessidade. O MPPI e o MCRI aprovados pelo Banco foram divulgados em 28 de março de

2016 no país e no site externo do Banco e encontram-se disponíveis no site do COOPERAR.23

71. Estratégia de gênero. Com a assistência do Banco, o projeto COOPERAR realizou uma

avaliação de gênero e formulou a respectiva estratégia. A estratégia de gênero tem como

principais elementos: (i) uma estratégia de comunicação diferenciada; (ii) oferecer cursos de

treinamento específicos para mulheres, grupos de mulheres e prestadores de serviços; (iii)

priorizar as comunidades com maior número de mulheres em relação ao acesso a água e à

redução da vulnerabilidade; e (iv) prestar assistência técnica especializada a grupos e lideranças

de mulheres nas alianças produtivas. (Para mais detalhes, ver o Anexo 2)

F. Aspectos ambientais (inclusive salvaguardas)

72. O projeto recebeu a classificação de Categoria B uma vez que os impactos negativos que

poderão advir das atividades agrícolas e das pequenas obras de infraestrutura devem ser

pequenos, localizados e reversíveis através de um monitoramento constante e de ajustes no

cronograma. Por outro lado, a adoção de práticas rurais sustentáveis deve gerar impactos

positivos. Isso posto, o projeto deverá acionar as seguintes políticas ambientais: OP/BP 4.01

Avaliação Ambiental; OP/BP 4.04 Habitats Naturais; OP/BP 4.09 Controle de Pragas; OP/BP

4.11 Recursos Culturais Físicos. Ainda, as OP/BP 4.36 Florestas e OP/BP 4.37 Segurança de

Barragens também foram acionadas preventivamente, dado que algumas atividades do projeto

relacionadas a irrigação e abastecimento de água talvez dependam das barragens existentes ou

demandem a construção de açudes nas propriedades.

73. As ferramentas de salvaguarda incluem uma Avaliação de Impactos Socioambientais

(AISA) e um Marco de Gestão Socioambiental (MGSA), um Manual Ambiental e Social de

Obras, bem como modelos para levantamento e monitoramento ambiental adaptados a cada tipo

de atividade prevista pelo projeto. A AISA e os documentos e modelos de apoio integram o

Manual Operacional do projeto. A versão final de todas as ferramentas de salvaguarda foi

aprovada pelo Banco em 23 de março de 2016 e divulgada em 28 de março de 2016.

G. Mecanismo de apresentação e reparação de queixas do Banco Mundial

74. Os projetos que recebem o apoio do Banco Mundial dispõem de mecanismos de

apresentação e reparação de queixas (GRS) para que as comunidades e indivíduos que

acreditarem estar sendo afetados pelo projeto apresentem suas queixas. O GRS assegura que as

queixas relacionadas a projetos do Banco sejam prontamente apreciadas e tratadas. As

comunidades e os indivíduos afetados podem apresentar suas queixas ao Painel de Inspeção

independente do Banco Mundial, que determinará se houve dano, ou se há a possibilidade de

dano, em decorrência de não conformidades do Projeto com as políticas e procedimentos do

Banco. As queixas podem ser apresentadas a qualquer momento após suas causas terem sido

notificadas diretamente ao Banco Mundial e a Direção do Banco ter tido a oportunidade de

responder. Para mais informações sobre como apresentar queixas ao GRS, acesse

://www.worldbank.org/grs. Para obter informações sobre como apresentar queixas ao Painel de

Inspeção do Banco Mundial, acesse www.inspectionpanel.org.

23

Veja: http://www.cooperar.pb.gov.br/?pg=documentos_oficiais

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Anexo 1: Matriz de Monitoramento e Resultados

PAÍS: BRASIL

Nome do Projeto: Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Paraíba (P147158)

Matriz de Resultados

Objetivos de Desenvolvimento do Projeto

Enunciado dos ODP

O objetivo do Projeto é melhorar o acesso a água, reduzir a vulnerabilidade agroclimática e ampliar o acesso da população rural pobre da Paraíba aos

mercados.

Estes resultados

serão atingidos em Nível de Projeto

Indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento do Projeto

Valores cumulativos almejados

Indicador Linha de

base ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5

ANO

6 Meta final

Número de pessoas nas áreas rurais com acesso a fontes de água

potável graças ao projeto (indicador numérico) - (Central) 38.000 38.000 44.216 56.648 69.080 79.440 79.440 79.440

Clientes que adotaram alguma das tecnologias agrícolas

melhoradas promovidas pelo projeto (indicador numérico) -

(Central) 0 0 9.623 28.868 48.113 64.151 64.151 64.151

Clientes que adotaram alguma das tecnologias agrícolas

melhoradas promovidas pelo projeto (indicador numérico,

desagregado) - (Central) 0 0 2.887 8.660 14.433 19.245 19.245 19.245

Aumento do valor médio bruto das vendas dos produtores 0 0 0 20 20 20 20 20

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pertencentes a Alianças Produtivas (indicador percentual)

Sistema de Informação de Risco Agroclimático em operação (Sim/Não) Não Não Não Sim Sim Sim Sim Sim

Indicadores de Resultados Intermediários

Valores cumulativos almejados

Indicador Linha de

base ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 Meta final

Beneficiários diretos do projeto (numérico) - (Central) 160.388 160.388 160.388 193.002 242.506 292.010 325.401 325.400

Beneficiárias mulheres (percentual, complementar) - (Central) 30 30 30 30 30 30 30 30

Componente 1. Fortalecimento institucional

Investimentos e subprojetos que já disponham de arranjos

institucionais para operações e manutenção (percentual) 0 0 20 40 60 70 70 70

Modelo estadual de gestão do saneamento rural projetado, testado e

implementado (Sim/Não) Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Componente 2. Acesso a água e redução da vulnerabilidade agroclimática

Investimentos em acesso a água e subprojetos de redução da

vulnerabilidade implementados, por tipo (numérico) 0 0 197 590 984 1.312 1.312 1.312

Quantitativo de famílias beneficiadas por investimentos em acesso

a água e subprojetos de redução da vulnerabilidade (numérico) 0 0 5.415 16.244 27.074 36.098 36.098 36.098

Sistema de Informação de Risco Agroclimático projetado

(Sim/Não) Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Componente 3. Alianças produtivas

Organizações de produtores que seguem as especificações 0 0 0 70 70 70 70 70

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estipuladas nos contratos de comercialização ou nos planos de

negócios (percentual)

Compradores que cumprem as obrigações previstas no contrato de

comercialização ou no plano de negócios (percentual) 0 0 0 70 70 70 70 70

Subprojetos de aliança produtiva implementados, por tipo (numérico)

0 0 68 119 170 170 170 170

Número de produtores beneficiados por subprojetos de aliança

produtiva (numérico) 0 0 3.400 5.950 8.500 8.500 8.500 8.500

Número de produtoras beneficiadas por subprojetos de aliança

produtiva (numérico, desagregado) 0 0 1.020 1.785 2.550 2.550 2.550 2.550

Compradores/investidores em potencial identificados pela agência

de promoção empresarial (CINEP) (numérico) 0 80 160 250 250 250 250 250

Componente 4. Gerenciamento, monitoramento e avaliação do projeto

Coleta sistemática de dados de linha de base e de acompanhamento

dos investimentos e subprojetos (sim/não) Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Queixas tratadas relacionadas com a entrega de benefícios do

projeto (percentual) - (Central) 0 80 80 80 80 80 80 80

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23

Descrição do Indicador

Indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento do Projeto

Indicador Descrição (definição do indicador, etc.) Frequência Fonte dos

dados/Metodologia Responsável

coleta de dados

Número de pessoas nas

áreas rurais com acesso a

fontes de água potável no

âmbito do projeto

Número de pessoas nas áreas rurais efetivamente

beneficiadas pelos serviços de água potável construídos

no âmbito do projeto.

Anual Relatório final de

investimento, SMI COOPERAR

Produtores que adotaram

alguma das tecnologias

agrícolas melhoradas

promovidas pelo projeto

Número de produtores que adotaram alguma das

tecnologias agrícolas melhoradas promovidas pelo

subcomponente Redução da vulnerabilidade

agroclimática.

Anual Linha de base de cada

proposta de subprojeto.

Dados finais dos

consultores de AT.

Relatórios finais dos

subprojetos.

COOPERAR

Clientes que adotaram

alguma das tecnologias

agrícolas melhoradas

promovidas pelo projeto -

Mulheres

Número de produtoras que adotaram alguma das

tecnologias agrícolas melhoradas promovidas pelo

subcomponente Redução da vulnerabilidade

agroclimática.

Anual COOPERAR

Aumento do valor médio

bruto das vendas dos

produtores pertencentes a

alianças produtivas

Diferença (situação com e sem projeto) no total bruto

das vendas, calculando a média entre os participantes da

organização de produtores e considerando a inflação.

Anual Monitoramento dos

resultados feito por

técnicos e pelo

COOPERAR.

Relatórios de

conclusão.

Avaliação do impacto

feita por consultor

externo.

COOPERAR

Sistema de Informação de Informação disponível ao público na internet e através Anual Relatórios de AESA e

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Risco Agroclimático em

operação de outros canais, utilizada para: (i) emissão de alertas

de seca e de outros eventos meteorológicos extremos;

(ii) previsão de parâmetros climáticas e de equilíbrio

hídrico para produtos agrícolas selecionados; (iii)

previsão da sazonalidade climática; e (iv) simulação da

lavoura (calendário para certos produtos agrícolas).

implementação da

AESA COOPERAR

Indicadores de Resultados Intermediários

Indicador Descrição (definição do indicador, etc.) Frequência Fonte dos

dados/Metodologia Responsável

coleta de dados

Beneficiários diretos do

projeto Número total dos beneficiários diretos do projeto Anual SMI COOPERAR

Mulheres beneficiárias Porcentagem dos beneficiários que são mulheres. Anual SMI COOPERAR

Investimentos e

subprojetos que já

disponham de arranjos

institucionais para

operações e manutenção

Em relação aos fornecedores de investimentos em

acesso a água: (i) normas internas formalmente

aprovadas; (ii) fundo rotativo para O&M criado; (iii)

pagamento da tarifa mensal; (iv) corte de usuários

inadimplentes; (v) sistema contábil; e (vi) mecanismo

para prestação de contas à sociedade. Em relação às

associações comunitárias que participam em

subprojetos de redução da vulnerabilidade (com

investimentos coletivos): (i) sistema contábil; e (ii)

mecanismo de prestação de contas para os membros da

comunidade. Em relação às organizações de produtores

que participam de alianças produtivas: (i) serviços

efetivamente prestados pela OP; (ii) sistema contábil;

(iii) fundo rotativo, caso seja necessário; e (iv)

mecanismo de prestação de contas para os membros.

Anualmente,

na conclusão

da primeira

metade e no

encerramento

do projeto

Monitoramento de

campo, relatórios de

conclusão, avaliações

intercalar e final.

COOPERAR

Modelo estadual de gestão

do saneamento rural

projetado, testado e

Procedimento de medição: (i) formulação e

estabelecimento do modelo de gestão (Ano 1); (ii)

projeto piloto implementado e testado em comunidades

selecionadas da região do Sertão Paraibano (Ano 2); e

Anual Relatórios de

implementação da

SEIRHMACT

SEIRHMACT e

COOPERAR

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implementado (iii) expansão do modelo às regiões de Borborema e do

Agreste Paraibano (Ano 3).

Investimentos em acesso a

água e subprojetos de

redução da vulnerabilidade

implementados, por tipo

Investimentos e subprojetos executados tanto do ponto

de vista de obras como financeiro e encerrados do ponto

de vista administrativo. Soma dos investimentos da

comunidade no componente 2, desagregados por tipo

em relatório complementar.

Anual Relatórios finais de

investimentos e

subprojetos, SMI

COOPERAR

Quantitativo de famílias

beneficiadas por

investimentos em acesso a

água e subprojetos de

redução da vulnerabilidade

Contagem das famílias beneficiadas no componente 2. Anual Relatórios finais de

investimentos e

subprojetos, SMI

COOPERAR

Sistema de Informação de

Risco Agroclimático

projetado

Sistema de informação projetado, discutido e aprovado

entre os principais atores da Paraíba e o Banco. Anual Relatórios de

elaboração de projeto e

correspondência

AESA e

COOPERAR

Organizações de

produtores que seguem as

especificações estipuladas

nos contratos de

comercialização ou nos

planos de negócios

Número de OPs que atingiram as especificações

estipuladas nos contratos de comercialização ou planos

de negócios / número total de produtores beneficiados

pelas alianças produtivas x 100.

Anual Monitoramento

sistemático, relatórios

finais dos subprojetos,

SMI

COOPERAR

Compradores que

cumprem as obrigações

previstas no contrato de

comercialização ou no

plano de negócios

Número de compradores que cumprem os termos dos

contratos de comercialização ou planos de negócios /

número de compradores envolvidos em todas as

alianças produtivas x 100.

Anual Monitoramento

sistemático, relatórios

finais dos subprojetos,

SMI

COOPERAR

Subprojetos de aliança

produtiva implementados,

por tipo

Subprojetos aprovados que foram executados tanto do

ponto de vista técnico como financeiro e encerrados do

ponto de vista administrativo

Anual SMI COOPERAR

Número de produtores

beneficiados por

subprojetos de aliança

Número de famílias de produtores beneficiadas

diretamente pelo projeto. Anual Relatório final do

subprojeto, SMI COOPERAR

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produtiva

Número de produtoras

beneficiadas por

subprojetos de aliança

produtiva

Número de produtoras beneficiadas diretamente pelo

projeto (chefes da família). Anual Relatório final do

subprojeto, SMI COOPERAR

Compradores/investidores

em potencial identificados

pela agência de promoção

empresarial (CINEP)

Número de compradores/investidores que preenchem os

requisitos empresariais do Manual Operacional do

Projeto e que foram contatados pela CINEP para

participar de alianças produtivas

Anual Relatório de

implementação do

CINEP, SMI

CINEP e

COOPERAR

Coleta sistemática de

dados de linha de base e de

acompanhamento dos

investimentos e

subprojetos

Dados de linha de base e finais coletados para cada uma

das intervenções nas áreas de acesso a água, redução da

vulnerabilidade agroclimática e alianças produtivas.

Dados coletados da linha de base e das avaliações

intercalar e final referentes aos grupos da intervenção e

de controle no componente das Alianças Produtivas.

Anual SMI, estudos de pré-

investimentos,

avaliação do impacto,

relatórios de

conclusão.

COOPERAR

Queixas relacionadas com

os benefícios do projeto

que foram solucionadas

(%)

Mede os mecanismos de transparência e de

responsabilização criados pelo projeto Anual Informações

registradas pelos

escritórios regionais,

número telefônico

gratuito e conta de e-

mail.

COOPERAR

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Anexo 2: Descrição detalhada do Projeto

PAÍS: BRASIL

Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Paraíba (P147158)

1. Beneficiários diretos. A população alvo do projeto é formada por cerca de 165.000

habitantes rurais que dependem predominantemente da produção agrícola em pequena escala, de

atividades de transformação e de serviços relacionados. Os possíveis beneficiários serão

priorizados através de diferentes instrumentos conforme as características do componente. Os

investimentos em abastecimento de água e redução de vulnerabilidade agroclimática

(Componente 2) serão direcionados às famílias e instituições comunitárias de 100 municípios do

semiárido. Esses municípios registram níveis altos ou médios de vulnerabilidade e foram

selecionados com base no Índice Municipal de Vulnerabilidade Agroclimática (ver abaixo).

Estima-se que a taxa de pobreza extrema nesses municípios seja quase 50% maior que a média

das áreas rurais do estado. Os investimentos em alianças produtivas (Componente 3) não terão

um direcionamento espacial, mas sim considerando os pequenos produtores, na sua maioria

agricultores familiares24

organizados em associações de produtores novas ou existentes no

estado. Entre os beneficiários institucionais incluem-se as instituições cooperantes (AESA,

SEIRHMACT e CINEP) e outras organizações, que podem colaborar na criação do sistema de

gestão de abastecimento rural e do SIRA, bem como nas atividades de atração de

investimentos/compradores.

2. O grupo de beneficiários secundários poderá abranger a população de todo o estado

com a implementação do SIRA, uma vez que o sistema traria melhorias no planejamento e na

emissão de alertas precoces, bem como forneceria informações para melhor direcionar as

medidas de prevenção e resposta. Os prestadores de serviços técnicos receberão treinamento em

técnicas culturalmente apropriadas e com uma perspectiva de gênero para trabalhar com os

beneficiários do Projeto. Por último, no contexto das alianças os compradores também se

beneficiarão com a redução dos custos das transações e dos riscos, graças ao processo de

identificação da aliança. O fortalecimento da capacidade dos atores SEIRHMACT, AESA e

CINEP propiciará uma melhor prestação de serviços.

3. Estratégia de gênero. A estratégia geral do Projeto em relação a gênero será

implementada através de atividades específicas, conforme descrito a seguir para cada

componente. A estratégia de gênero tem como principais elementos: (i) uma estratégia de

comunicação diferenciada; (ii) oferecer cursos de treinamento específicos para mulheres, grupos

de mulheres e prestadores de serviços; (iii) priorizar as comunidades com maior número de

mulheres em relação ao acesso a água e à redução da vulnerabilidade; e (iv) prestar assistência

técnica especializada a grupos e lideranças mulheres nas alianças produtivas. Em meados do

projeto, a aplicação da estratégia será revisada e, se necessário, ajustada.

4. As comunidades indígenas e quilombolas serão elegíveis a todas as atividades

financiadas pelo Projeto, independentemente da sua localização no estado. O Projeto terá uma

estratégia em separado para chegar a essas comunidades, a qual incluirá assistência adicional, se

24

Os termos pequeno proprietário, pequeno produtor e agricultor familiar são empregados indistintamente neste

documento. Segundo a Lei nº 11,326 de 2006, o “agricultor familiar” deve atender aos seguintes quatro requisitos:

(i) não deter área maior do que quatro módulos fiscais; (ii) ter renda familiar predominantemente originada da

agricultura; (iii) utilizar predominantemente mão de obra da própria família; e (iv) dirigir seu empreendimento com

sua família. Os pequenos produtores que utilizem mão de obra diversa da familiar também são elegíveis.

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necessário, para facilitar seu acesso às atividades do Projeto. Tanto o treinamento como a

assistência técnica serão adaptados às suas características culturais. As solicitações de assistência

ao Projeto poderão dispensar a mediação dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural

Sustentável.

5. O objetivo do projeto será atingido através dos seguintes componentes.

(a) Componente 1: Fortalecimento institucional

(b) Componente 2: Acesso a água e redução da vulnerabilidade agroclimática

(c) Componente 3: Alianças produtivas

(d) Componente 4: Gestão, monitoramento e avaliação de projetos

Componente 1. Fortalecimento institucional (Total US$ 4,02 milhões, dos quais 65% com

aporte do BIRD%)

6. O objetivo deste componente é capacitar os principais atores (Associações Comunitárias,

Conselhos Municipais, Grupos de Produtores, prestadores de serviços, compradores e

instituições estatais) para desempenhar papéis ativos no ciclo do projeto, da identificação até às

operações.

7. O componente financiará serviços de consultoria e outros que não de consultoria, bens,

cursos de treinamento e custos operacionais, e compreenderá as seguintes atividades:

(a) Realização de uma campanha de comunicação e extensão diferenciada25

com o

propósito de: (i) informar os potenciais interessados sobre o alcance e as regras do

Projeto; (ii) publicar e divulgar as atividades do Projeto, incluindo, entre outras,

informações sobre demandas, aprovações, financiamento e resultados; e (iii) atrair

investidores e compradores das cadeias produtivas do setor rural contempladas

pelo Projeto.

(b) Fortalecimento da capacidade institucional das Associações Comunitárias26

(ACs)

e dos Conselhos Municipais com o propósito de: (i) melhorar sua governança e as

habilidades gerenciais e técnicas em relação à operação e manutenção da

infraestrutura da comunidade; (ii) realizar ações de educação sanitária, ambiental

e nutricional junto às famílias beneficiárias das ACs; e (iii) realizar cursos de

capacitação em boas práticas agropecuárias e ambientais, incluindo o uso de

informação meteorológica na tomada de decisões.

(c) Fortalecimento da capacidade das Organizações de Produtores27

(OPs) a fim de:

(i) observar as regulações aplicáveis a organizações e empresas; e (ii) melhorar as

suas competências de gestão administrativa, de negócios e de risco.

(d) (i) oferecer treinamento aos prestadores de serviços técnicos que poderão vir a

prestar assistência técnica às ACs, OPs, COOPERAR e a qualquer outra

25

Para melhor chegar aos diferentes grupos-alvo de beneficiários, como mulheres, jovens, povos indígenas e

quilombolas. 26

As ACs incluem associações civis formadas por membros de uma comunidade ou de qualquer associação privada

legalmente constituída na Paraíba, incluídas as comunidades de povos indígenas e quilombolas. 27

As OPs incluem cooperativas de produtores, associações civis ou qualquer grupo de pequenos agricultores

organizados como associação privada legalmente constituída.

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instituição pública selecionada, no âmbito do Projeto; e (ii) criar um banco de

dados de prestadores de serviços técnicos.

(e) Fortalecimento da capacidade institucional da Secretaria de Estado da

Infraestrutura, dos Recursos Hídricos, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia

(SEIRHMACT) e de outras instituições selecionadas do setor público para

implementar um modelo de gestão direcionado a melhorar os serviços de água e

saneamento do setor rural, incluindo, entre outros, assistência para: (i) definir e

estabelecer arranjos institucionais para o subsetor; (ii) fortalecer a coordenação

entre os atores e programas do subsetor; (iii) estabelecer um sistema de

informação para o cadastramento e o monitoramento dos sistemas de água e

saneamento rural; (iv) implementar em caráter piloto mecanismos de assistência

técnica e modelos de gestão para sistemas rurais de abastecimento de água; (v)

apoiar a federação de ACs; e (vi) capacitar e prestar assessoramento técnica a

ACs para melhorar suas capacidades de gerenciamento, operação e manutenção

de sistemas rurais de abastecimento de água.

(f) Fortalecimento da capacidade da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba

(CINEP) e de outros parceiros selecionados no sentido de priorizar e chegar até os

investidores e compradores em potencial e de subsidiar sua decisão de aderir às

Alianças Produtivas.

8. Os principais resultados deste componente são: (i) inserções na programação do rádio (e em

outros veículos de comunicação de massa) desagregados por tipo de intervenção e de

beneficiário; (ii) ACs, OPs, famílias e agricultores recebendo capacitação, desagregados por tipo;

(iii) possíveis investidores/compradores alcançados; (iv) prestadores de serviços cadastrados e

treinados; e (v) sistema de gestão de abastecimento e saneamento rural estabelecido.

9. A campanha de comunicação ajudará a mobilizar e informar os beneficiários, parceiros e

provedores no intuito de facilitar sua participação. As mensagens transmitidas e os meios de

comunicação empregados variarão de acordo com o tipo de intervenção, a fase do ciclo de

investimento e o grupo-alvo. Mulheres, jovens, grupos indígenas e Quilombolas serão objeto de

atenção adicional, a fim de receberem informações adequadas que permitam sua plena

participação.

10. As atividades do componente ajudarão a eliminar as diferenças de oportunidades para as

comunidades de mulheres, indígenas e Quilombolas, através de treinamento especializado e

capacitação em relação a habilidades técnicas e pessoais. Também será oferecido treinamento em

gênero aos prestadores de serviços a fim de que sejam capazes de identificar as necessidades dos

homens e mulheres produtores e de dar assistência técnica com essa perspectiva de gênero, por

exemplo, levando em conta ao programar as sessões de treinamento as responsabilidades das

mulheres para com os filhos.

11. O fortalecimento institucional e a capacitação das instituições de abastecimento e

saneamento rural enfatizarão os aspectos de O&M e de gestão sustentável dos sistemas de

abastecimento. Serão contratadas uma ou mais entidades especializadas para apoiar o

desenvolvimento do sistema de gestão estadual de abastecimento e saneamento rural, abrangendo

o desenvolvimento de um sistema de informação, instrumentos de planejamento, mecanismos de

assistência técnica e modelos de gerenciamento, bem como o apoio às ACs para o

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desenvolvimento dos arranjos organizacionais e a criação da estrutura necessária para a gestão

dos sistemas e a O&M durante e após a fase de investimento.

12. As organizações de produtores (OP) e os investidores/compradores em potencial poderão

receber assistência de corretores quando do estabelecimento de alianças. As OPs também

poderão receber essa assistência, se necessário, para constituir-se como pessoas jurídicas ou

cumprir com a legislação específica.

13. O COOPERAR oferecerá treinamento em administração de recursos às ACs e OPs que

recebem repasses de contrapartida para executar subprojetos, nas áreas de administração

contábil, gestão financeira e aquisições.

14. O COOPERAR também será responsável pela contratação de assistência técnica para apoiar

a SEIRHMACT no desenvolvimento do sistema estadual de gestão do abastecimento e

saneamento rural.

Componente 2. Acesso a água e redução da vulnerabilidade agroclimática (Total US$ 44,36

milhões, dos quais 58% com aporte do BIRD%).

15. O objetivo deste componente é reduzir as vulnerabilidades locais, isto é, a suscetibilidade dos

meios de subsistência na área rural da Paraíba aos impactos das condições hidroclimáticas. Para

tanto, se propõe aumentar a capacidade de adaptação das populações rurais e reduzir a

sensibilidade local aos choques climáticos (particularmente estiagens) e a restrições no acesso a

água. As atividades do projeto visam melhorar o acesso a água potável e fortalecer a resiliência,

sobretudo entre os pequenos agricultores, com o aperfeiçoamento da gestão, um melhor uso dos

recursos naturais e a adoção de métodos e tecnologias adequados de produção, armazenamento,

processamento e comercialização de produtos agrícolas.

16. Serão financiados com recursos do componente serviços de consultoria, cursos de

treinamento e bens e obras para apoiar as seguintes atividades:

(a) Prestar apoio nas seguintes atividades: (i) identificar investimentos em

abastecimento de água, incluindo, entre outros, a construção e a recuperação de

sistemas de água encanada e não-encanada, de plantas de dessalinização e de

sistemas domésticos para aproveitamento da água da chuva, e subprojetos de

redução da vulnerabilidade agroclimática; (ii) realizar estudos de pré-investimento

para os sistemas de água identificados no inciso (i) e para subprojetos de redução

da vulnerabilidade agroclimática; e (iii) implementação dos investimentos em

sistemas de abastecimento de água previstos no inciso (i).

(b) Financiamento de contrapartida para as ACs para a execução dos subprojetos de

redução da vulnerabilidade agroclimática, entre os quais: (i) fornecimento de água

para produção agrícola; (ii) diversificação agrícola e gestão dos recursos naturais;

(iii) segurança alimentar e melhoria nutricional; e (iv) melhorias em estradas

vicinais.

(c) Prestação de apoio à Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA)

para o estabelecimento de um Sistema de Informação de Risco Agroclimático

(SIRA).

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17. Os principais resultados deste componente são: (i) acesso a investimentos em obras de água e

subprojetos de Redução da Vulnerabilidade Agroclimática identificados e projetados; (ii)

investimentos e subprojetos implementados; e (iii) SIRA financiado.

18. Área do componente. O COOPERAR concebeu um Índice Municipal de Vulnerabilidade

Agroclimática (IMVA), o qual foi aplicado aos 222 municípios da Paraíba a fim de determinar

seu grau de vulnerabilidade. O índice possibilita uma melhor avaliação da situação de

insegurança hídrica e da capacidade de resposta à seca do que apenas a avaliação dos dados

pluviométricos. O IMVA inclui os seguintes indicadores:

Categoria Indicador

Clima Índice de distribuição das chuvas

Índice de aridez

Produção agrícola

Produtividade média por hectare

Valor da produção agrícola por habitante

Percentual da área colhida com culturas de subsistência

Percentual de perda de safra

Nº de agricultores aderidos ao seguro safra por 100 habitantes rurais

Social

Índice de Desenvolvimento Humano

Proporção de famílias beneficiadas com o Bolsa Família

Taxa de cobertura do abastecimento urbano de água

19. Dessa lista, o COOPERAR selecionou 100 municípios cuja classificação de Vulnerabilidade

foi considerada Alta ou Médio-Alta para priorizar as ações do componente. Essa priorização será

reavaliada na revisão intermediária do Projeto ou em caso de emergência.

20. Subcomponente 2.a: Acesso a água. Este subcomponente trata da promoção do acesso a

água potável, englobando principalmente os seguintes tipos de investimentos:

(a) Sistemas de abastecimento completos ou de água encanada (rede), que incluem

captação, tratamento, reservatórios e distribuição (rede e conexões domiciliares);

(b) Sistemas de abastecimento singelos ou de água não-encanada (fora da rede), que

incluem captação, tratamento, reservatórios e uma ou mais caixas d'água;

(c) Sistemas domésticos de captação da água da chuva, formados por calhas e

cisternas;

(d) Dessalinizadores, incluindo o fornecimento de equipamentos para melhorar a

qualidade da água potável, permitindo o consumo humano e a reutilização ou o

descarte seguro das águas residuais.

21. O projeto privilegiará o desenvolvimento de investimentos em água encanada (rede de

abastecimento), uma vez que proporcionam uma maior redução da vulnerabilidade. Na verdade,

apenas 13% das famílias rurais nos 100 municípios priorizados contam com um acesso a água

através de conexão domiciliar à rede de água, 6,4 pontos percentuais abaixo da média do estado.

Por esse motivo, cerca de 65% dos fundos de investimento do componente se concentrarão em

reduzir esse déficit, com o qual poços e nascentes localizados tanto dentro como fora das

propriedades da propriedade são a opção de abastecimento de cerca de 27,5% das famílias. A

coleta e armazenamento da água da chuva em cisternas é a alternativa para 17,9% das famílias

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nas comunidades rurais onde não há águas subterrâneas ou estas são impróprias para consumo

humano. Na realidade, as cisternas contribuem para reduzir a vulnerabilidade porque são usadas

na seca frequentemente para armazenar a água trazida por carros-pipa.

Tabela 3. Porcentagem de famílias com acesso a água, por nível de serviço

Área rural de Conexão à

rede de

água

Cacimba

ou

nascente

na

proprieda

de

Cacimba

ou

nascente

fora da

proprieda

de

Coleta e

armazena

mento da

água da

chuva em

cisternas*

Carro-

pipa Outros

Estado da Paraíba 19,3 16,0 17,3 16,4 9,1 21,8

Municípios priorizados (100) 13,0 13,4 14,1 17,9 15,6 25,9

Diferença -6,4 -2,6 -3,2 1,5 6,5 4,1 * Cisternas são tanques domésticos utilizados para armazenar água.

22. O custo máximo por investimento foi fixado em US$ 250.000 e será estimado considerando

os tetos máximos por tipo de investimento apresentados na Tabela 4. Todavia, os investimentos

que ultrapassem os tetos fixados podem ser elegíveis, conforme for acordado com o Banco.

Tabela 4. Custos máximos e número mínimo de beneficiários, por tipo de sistema

Tipo de investimento Teto por família

(US$)

Número mínimo de

famílias por

investimento

Sistema de Abastecimento de Água

Completo (ADC) 2.500 30

Sistema de Abastecimento de Água Singelo

(ADS) 1.500 10

Sistemas domésticos de coleta da água da

chuva 1.400 20

Sistemas de dessalinização 2.500 30

23. Critérios de elegibilidade. Serão financiados os investimentos que preencherem os seguintes

critérios: (i) o interessado é uma pessoa jurídica; (ii) foram obtidas todas as autorizações e

licenças exigidas por lei; (iii) foi conduzida uma análise de sustentabilidade financeira dos

investimentos, incluindo o compromisso formal por parte da comunidade de arcar com as

despesas de O&M dos sistemas; (iv) foi realizada uma análise da sustentabilidade ambiental, que

demonstrou haver disponibilidade de água para atender à demanda ao longo do ciclo de vida do

investimento; (v) foi realizada uma análise de sustentabilidade para provar a viabilidade e

adequação técnica da solução técnica escolhida pela comunidade; e (vi) foram observadas as

salvaguardas sociais e ambientais. Os recursos somente serão liberados quando se destinarem a

comunidades rurais ou povoados de até 2.500 habitantes.

24. Critérios de priorização: (i) disponibilidade de água escassa; (ii) abastecimento de água

deficiente, em quantidade e/ou qualidade; (iii) número de pessoas potencialmente beneficiadas;

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33

(iv) disponibilidade de recursos hídricos e/ou proximidade de fontes alternativas de água

(nascentes, adutoras e canais de água tratada ou bruta); (v) não ter sido beneficiado pelo

COOPERAR II ou outros projetos com o mesmo objetivo, exceto os de ampliação da cobertura;

(vi) comunidades com maior proporção de famílias chefiadas por mulheres; (vii) compromisso

explícito de operar e manter a infraestrutura; e (viii) custos do investimento situados abaixo dos

tetos máximos acordados por família e tipo de investimento.

25. Ciclo de investimento. As intervenções têm início com a identificação e priorização dos

investimentos por parte das ACs e dos conselhos municipais. Em seguida, os consultores

contratados pelo COOPERAR realizam estudos de pré-investimento, incluindo viabilidade

técnica, salvaguardas e coleta preliminar de dados de referência. Os resultados desses estudos

serão avaliados e aprovados pelo COOPERAR, que dará prioridade às comunidades que

disponham de fontes alternativas de água (nascentes, adutores e canais de água tratada ou bruta)

em relação às águas subterrâneas. Quando não houver alternativa à água subterrânea, o

COOPERAR contratará empresas separadas para conduzir a campanha de perfuração e para

medir a vazão e a qualidade da água subterrânea, a fim de definir o tipo de investimento viável

nesses casos. Na etapa seguinte, o COOPERAR assinará um convênio de investimento com a AC

beneficiária antes de contratar empresas separadas para concluir a linha de base e o desenho dos

projetos finais e para construir os sistemas de água. O convênio disporá sobre a obrigação das

ACs em relação à condução de uma adequada O&M nos sistemas financiados. O COOPERAR

também será responsável pela contratação da assistência técnica necessária para apoiar a

SEIRHMACT no desenvolvimento do sistema estadual de gestão do abastecimento e

saneamento rural e as CAs no estabelecimento das regras de gestão, operação e manutenção

necessárias, antes do início dos investimentos em infraestrutura. O COOPERAR estará a cargo

de supervisionar, controlar e receber as obras, com a colaboração das ACs. A operação e

manutenção dos sistemas ficará a cargo das ACs, com a colaboração do COOPERAR no

primeiro ano.

26. Subcomponente 2.b - Redução da vulnerabilidade agroclimática. O objetivo do

subcomponente é ampliar o alcance do apoio prestado aos agricultores familiares a fim de

reduzir a volatilidade da produção e regularizar o consumo em relação à variabilidade do clima e

das secas. O projeto promoverá as tecnologias e práticas de manejo agrícola e de gestão de

recursos que demonstraram a maior adequação e eficácia nas propriedades rurais do semiárido.

Nos dois primeiros anos, se concentrará no aprendizado continuado e no monitoramento das

tecnologias implementadas. As experiências adquiridas no período serão avaliadas para a

Revisão Intermediária a fim de identificar os ajustes necessários à sua replicação e ampliação de

forma sustentável. O processo de avaliação será conduzido sob a supervisão do COOPERAR e

de uma firma de consultoria, contando com o apoio das instituições mais importantes

relacionadas à agropecuária no semiárido brasileiro.28

Este subcomponente contempla os

seguintes tipos de intervenção:

(a) Abastecimento de água para produção agrícola e pecuária, incluindo obras de

captação, armazenamento e abastecimento (sistemas simples de irrigação e

infraestrutura para coleta de água superficial e subterrânea);

28

Será criado um Grupo Consultivo Técnico para orientar os processos de monitoramento, validação e avaliação do

subcomponente.

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34

(b) Diversificação da agricultura e manejo de recursos naturais, incluindo culturas e

cultivares adaptadas anuais e perenes, pecuária e práticas agroflorestais; produção

melhorada de alimento para gado e infraestrutura de armazenamento de forragens;

e práticas de manejo e recuperação da vegetação, do solo e da água em nível de

propriedade e de comunidade.

(c) Segurança alimentar e melhoria nutricional, incluindo a introdução ou melhoria

de práticas de criação animal, de cultivo de hortaliças e produção de frutas para

pequenas propriedades. Esta atividade foi particularmente concebida para reduzir

a carga de trabalho das mulheres e capacitá-las para que o aumento da

produtividade se traduza efetivamente em maior segurança alimentar e

nutricional, especialmente para as crianças.

(d) Pequenas obras comunitárias destinadas a melhorar o acesso às estradas vicinais,

incluindo obras de drenagem, passagens molhadas e pequenas pontes, bem como

melhorias da superfície das estradas.

27. Os subprojetos de redução da vulnerabilidade poderão incluir as obras, bens e assistência

técnica solicitados pelas ACs para implementar e operar as tecnologias e práticas escolhidas. As

ACs administrarão os fundos dos subprojetos de acordo com regras de contratação da

comunidade, devendo arcar com pelo menos 10% do custo do subprojeto, seja em espécie, mão-

de-obra e/ou bens.

28. Critérios de elegibilidade. Somente serão financiados os investimentos que preencherem os

seguintes critérios: (i) o interessado é obrigatoriamente uma pessoa jurídica; (ii) foram obtidas

todas as autorizações e licenças exigidas por lei; (iii) foi realizada uma análise da

sustentabilidade financeira dos subprojetos e foram determinados os custos recorrentes a cargo

dos produtores e/ou das comunidades; (iv) foi conduzida a análise da sustentabilidade técnica

dos subprojetos a fim de testar a adequação agroambiental da solução técnica; (v) custos abaixo

dos tetos máximos por domicílio para cada tipo de projeto; e (vi) foram observadas as

salvaguardas sociais e ambientais. Os beneficiários devem ser pequenos agricultores com até 4

módulos fiscais.

29. Critérios de priorização: (i) número de potenciais beneficiários; (ii) proporção de

beneficiários mulheres, indígenas ou Quilombolas; (iii) ACs que não tenham sido beneficiárias

do COOPERAR II ou de projetos similares; e (iv) comunidades com maior proporção de famílias

chefiadas por mulheres.

30. Ciclo do subprojeto. As seguintes atividades serão realizadas na implementação do

subcomponente:

(a) Identificação das vulnerabilidades e priorização das demandas por parte de

conselhos municipais.

(b) Validação de demandas e pré-análise de vulnerabilidades por parte dos escritórios

regionais.

(c) Formulação do Parecer Técnico, incluindo salvaguardas, e coleta de dados de

base, para aprovação pelo COOPERAR.

(d) Formulação do subprojeto, incluindo arranjos de linha de base e institucionais,

para validação pela comunidade e aprovação pelo COOPERAR.

(e) Assinatura do acordo de subprojeto.

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35

(f) Implementação do subprojeto pela AC (obras de grande porte ou complexas

poderão ser executadas diretamente pelo COOPERAR).

(g) Avaliação do subprojeto.

31. As intervenções têm início com a identificação e priorização dos subprojetos por parte das

ACs, com a colaboração dos conselhos municipais. Os estudos de pré-investimento, incluindo a

linha de base, serão feitos por consultores contratados pelo COOPERAR, em estreita

coordenação com a AC. O COOPERAR avaliará e aprovará os estudos de pré-investimento e,

caso seja exigido, procederá a contratar os projetos finais das obras. O COOPERAR assinará um

acordo de subprojeto com a AC, a qual será responsável pela sua implementação de acordo com

as Regras de Contratação da Comunidade. No caso de obras de grande porte ou complexas, a

gestão de contratação poderá ser delegada ao COOPERAR. O COOPERAR estará a cargo de

supervisionar e receber as obras, com a colaboração das ACs. A operação e manutenção dos

sistemas ficará a cargo das ACs, com a colaboração do COOPERAR no primeiro ano.

32. Subcomponente 2.c - Sistema de Informação de Risco Agroclimático (SIRA). O

financiamento deste componente se destinará ao desenvolvimento de um sistema estadual de

informação que dará acesso a: (i) informação integrada sobre clima, recursos hídricos e

agricultura e sistemas de suporte à decisão acessíveis a diferentes usuários; (ii) amplo leque de

informações sobre aspectos agrícolas e socioeconômicos que permitirão às agências competentes

melhor priorizar os beneficiários e as áreas vulneráveis; (iii) ferramentas de visualização e

análise para identificar possíveis vulnerabilidades e oportunidades para sistemas de produção

agrícola mais produtivos em face da variabilidade climática. Também servirá de base para

identificar futuramente tecnologias e metodologias que potencializem os resultados dos

investimentos nas propriedades e reduzam a vulnerabilidade aos eventos climáticos extremos;

uso de seguro com cobertura contra riscos climáticos; e identificação de intervenções

climaticamente inteligentes e melhores práticas. O SIRA ajudará a superar uma grande lacuna do

estado da Paraíba no que diz respeito a uma gestão proativa dos riscos climáticos.

33. O SIRA será desenvolvido em torno do Sistema de Informação Climática da AESA, em

parceria com a EMBRAPA, INSA, EMATER, EMEPA e outras entidades relevantes que podem

contribuir para articular e integrar conjuntos de dados relevantes. O sistema também facilitará a

integração das atuais iniciativas de monitoramento das bacias hidrográficas do estado, bem como

de iniciativas nacionais como o Sistema Nacional de Monitoramento da Seca, que está sendo

implantado atualmente no Nordeste do Brasil.

Componente 3. Alianças Produtivas (Total US$ 20,73 milhões, dos quais 70% com aporte do

BIRD).

34. O objetivo do componente é melhorar o acesso dos pequenos agricultores a mercados

dinâmicos através da criação de alianças com compradores dos setores público e privado. O

projeto apoiará os produtores e compradores organizados na formulação e implementação

conjunta de planos de negócios. Os recursos serão repassados exclusivamente à OP com a

finalidade de adequar os produtos às especificações acordadas (qualidade, quantidade e entrega).

Os compradores poderão fornecer assistência técnica ou financiamento às OPs, bem como

comprometer-se a fazer investimentos adicionais em logística ou infraestrutura de transformação.

As alianças deverão gerar maiores benefícios líquidos para ambas as partes, porém serão

medidas unicamente em função do valor das vendas dos produtores participantes.

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36

35. Serão financiados com recursos do componente diferentes combinações de serviços de

consultoria e de serviços de outros tipos que não de consultoria, cursos de treinamento e bens e

obras no âmbito dos subprojetos, para apoiar as seguintes atividades:

(a) Assistência técnica direcionada a: (i) identificar e implementar Alianças

Produtivas; e (ii) conduzir estudos de pré-investimento para as Alianças

Produtivas, incluindo a formulação de planos de negócios e subprojetos

associados a elas.

(b) Repasse de recursos de contrapartida às OPs para execução dos subprojetos das

Alianças Produtivas, entre os quais os seguintes: (i) pequenas obras de

infraestrutura nas propriedades; (ii) adoção de medidas de conservação do solo e

da água; (iii) fornecimento e utilização de insumos, equipamentos e implementos;

(iv) serviços de assistência técnica; e (v) infraestrutura de armazenamento,

processamento e embalagem fora da propriedade.

36. Os resultados deste componente são: (i) alianças identificadas; (ii) planos de negócios

formulados e avaliados; (iii) OPs produzindo dentro das especificações descritas nos acordos de

comercialização; e (iv) compradores cumprindo os termos dos planos de negócios.

37. O plano de negócios de uma aliança produtivas compreende: (i) um acordo de

comercialização contendo as especificações do bem a ser produzido em relação a qualidade,

quantidade e prazo de entrega, bem como o mecanismo de determinação de preços; (ii) os papéis

e contribuições das partes no acordo, entre as quais o Projeto e possíveis outras instituições

governamentais; (iii) o subprojeto da aliança produtiva, com as atividades necessárias para que o

produto atinja as especificações e para o fortalecimento gerencial da OP; e (iv) as análises

técnicas, financeiras e de salvaguarda necessárias para determinar sua viabilidade.

38. Os subprojetos das alianças produtivas serão formulados com base nas especificações

acordadas com o comprador e incluirão: (i) uma descrição das atividades a serem realizadas pela

OP para cumprir os compromissos assumidos em virtude do acordo da aliança; (ii) as áreas em

que a OP necessita fortalecer-se institucionalmente para estar apta a prestar serviços específicos

aos seus membros; (iii) um plano de compras simples que contemple os investimentos na

propriedade rural, no grupo e institucionais; e (iv) a sequência de parcelas do financiamento. As

OPs gerenciarão os recursos destinados aos subprojetos de acordo com as práticas de contratação

e de negócios da comunidade. Pelo menos 30% dos custos dos subprojetos serão pagos em

dinheiro pelas OPs, parcelados e depositados com antecedência aos desembolsos feitos pelo

Projeto.

39. Critérios de elegibilidade. Em relação aos produtores, pelo menos 80% dos participantes

devem ser pequenos agricultores (com até quatro módulos fiscais) e administrar seus próprios

estabelecimentos. Produtores com propriedades maiores podem participar, mas não serão

elegíveis a investimentos individuais na propriedade. Em relação às OPs, os critérios são os

seguintes: (i) acordo de comercialização firmado com o comprador; (ii) estar legalmente

constituídas quando da aprovação da aliança; (iii) ter uma participação de pelo menos 25

membros29

; (iv) possuir conhecimentos básicos sobre o processo de produção proposto; e (v)

encontrar-se em situação de adimplemento.

29

Uma aliança pode incluir mais de uma OP.

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37

40. Critérios de priorização. As alianças serão escolhidas por meio de processos competitivos. A

pontuação atribuída aos planos de negócios das alianças produtivas contemplará a razão entre

benefícios e custos, o número de beneficiários, a qualidade e o nível de comprometimento dos

compradores, a adequação das escolhas técnicas e a resiliência às mudanças do clima. Serão

atribuídos pontos adicionais às associações de produtores lideradas por mulheres, bem como às

comunidades indígenas e Quilombolas que participem de alianças produtivas viáveis.

41. Ciclo de uma Aliança Produtiva. As seguintes etapas deverão ser seguidas na implementação

das atividades dos componentes:

(a) Atração e promoção de investimentos/compradores. A CINEP e seus parceiros

(consultores, corretores e outras instituições) executarão planos e atividades de

promoção de investidores e compradores direcionadas aos potenciais membros de

alianças produtivas. Este processo prosseguirá na fase de lançamento de edital

para apresentação de propostas.

(b) Edital para apresentação de propostas. O Projeto lançará pelo menos três editais

para que os potenciais parceiros da aliança apresentem seus perfis. Esses editais

serão acompanhados de um processo de mobilização que consistirá em uma

campanha de comunicação direcionada aos produtores e compradores e oficinas

de campo informativas e de treinamento que levem em consideração as diferentes

necessidades e capacidades dos diferentes grupos-alvo. O Projeto poderá dar

assistência através de “corretores” às OPs e compradores que o solicitem para

encontrar parceiros.

(c) Avaliação de oportunidade. O COOPERAR avaliará os perfis das alianças

apresentados conjuntamente por OPs e compradores de acordo com os seguintes

critérios: (i) atendimento aos critérios de elegibilidade e de salvaguardas;

(ii) adequação do comprador; (iii) adequação dos recursos do produtor; e

(iv) compromisso das OPs de cofinanciar pelo menos 30% do custo do

subprojeto. Nesta fase, o Projeto coletará dados de linha de base para a avaliação

de impactos.

(d) Formulação dos planos de negócios. Os parceiros cujos perfis tenham sido

aprovados contarão com o suporte da assistência técnica para formular seu plano

de negócios.

(e) Avaliação das propostas. A avaliação técnica e financeira dos planos de negócios

será realizada por entidade independente contratada pelo COOPERAR de acordo

com TdR aprovado pelo Banco. A avaliação de salvaguardas e a inclusão de

medidas atenuantes, se necessárias, serão realizadas pelo COOPERAR.

(f) Implementação. Os subprojetos serão implementados pelas OPs de acordo com as

regras de contratação e as práticas comerciais da comunidade. As medidas

acordadas pelos compradores serão implementadas por separado. O COOPERAR

fornecerá suporte à implementação e monitoramento contínuo na fase de

investimento e ao longo do primeiro ano de operação.

(g) Avaliação. Cada aliança será avaliada para determinar se alcançou seus próprios

objetivos e medir sua contribuição para os resultados esperados do Projeto. Será

realizada uma avaliação de impacto de um subconjunto de alianças.

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Componente 4. Gestão, monitoramento e avaliação do Projeto (Total US$ 10,76 milhões, dos

quais 65% com aporte do BIRD)

42. O Projeto financiará os serviços de consultoria e outros que não de consultoria e os bens e

custos operacionais incrementais do COOPERAR empregados para implementar de forma

eficiente e efetiva:

(a) a coordenação e gestão do Projeto;

(b) monitoramento, avaliação e estudo de impactos;

(c) administração fiduciária, controles internos e auditorias;

(d) gestão de salvaguardas;

(e) avaliação técnico-financeira independente dos planos de negócios das alianças

produtivas;

(f) mecanismo de ouvidoria; e

(g) e estudos relacionados ao projeto.

Custos e financiamento do projeto

43. A tabela abaixo traz o orçamento indicativo do Projeto, com o detalhamento dos custos dos

componentes por fonte de financiamento:

Componente e subcomponente Total Banco % PB % Benef. %

1 – Fortalecimento institucional 4.019.150 2.612.447 65 1.406.702 35 - -

1a - Campanha de comunicação 639.399 415.610 65 223.790 35 - -

1b - Fortalecimento inst. das ACs 937.652 609.474 65 328.178 35 - -

1c - Fortalecimento inst. das OPs 1.374.336 893.318 65 481.018 35 - -

1d - Treinamento de prestadores de

serviços 57.000 37.050 65 19.950 35

- -

1e - Fortalecimento institucional da

SEIRHMACT

780.842

507.547

65

273.295

35

- -

1f - Fortalecimento institucional da

CINEP

229.920

149.448

65

80.472

35

-

2 – Acesso a água e redução da

vulnerabilidade agroclimática 44.362.590 25.799.222

17.041.958

1.521.410

-

2a - Pré-investimentos e investimentos

em abastecimento de água 32.663.321 19.692.507 60 12.970.814 40

- -

2b - Subprojetos de redução da

vulnerabilidade agroclimática

10.142.730

5.172.792

51

3.448.528

33

1.521.410

16

2.c - Sistema de Informação de Risco

Agroclimático

1.556.539

933.924

60

622.616

40

- -

3 – Alianças produtivas 20.729.225 14.510.458 70 621.150 - 5.597.618 30

3a - Estudos pré-investimento e AT 2.070.500 1.449.350 70 621.150 30 - -

3b – Subprojetos de Alianças

Produtivas

18.658.725

13.061.108

70

- -

5.597.618

30

4 – Gestão, monitoramento e

avaliação do projeto 10.764.035 6.952.873 65 3.811.162 35 -

4 - Coordenação e gestão do projeto -

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39

8.662.300 5.505.495 65 3.031.805 35 -

4b – Monitoramento e avaliação.

982.000

638.300

65

343.700

35

- -

4c – Administração fiduciária, controles

e auditorias

95.213

61.889

65

33.325

35

- -

4d - Gestão de salvaguardas

74.937

48.709

65

26.228

35 -

4f - Avaliação independente de alianças

produtivas

595.000

386.750

65

208.250

35

- -

4f – Mecanismo de ouvidoria

57.500

37.375

65

20.125

35

- -

4g – Estudos relacionados ao projeto

422.085

274.355

65

147.730

35

- -

Taxa inicial 125.000 125.000 100

TOTAL 80.000.000 50.000.000

22.880.973

7.119.027

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Anexo 3: Arranjos de Implementação

PAÍS: BRASIL

Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Paraíba (P147158)

Arranjos Institucionais e de Implementação do Projeto

1. O Projeto será implementado pelo projeto COOPERAR, que foi a Unidade de

Gerenciamento de Projeto estabelecida para o Segundo Projeto de Redução da Pobreza Rural da

Paraíba (P104752), tendo sido recentemente remanejada para a recém-criada Secretaria da

Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido (SEAFDS). A Secretaria de

Agricultura Familiar será responsável por orientar a coordenação do COOPERAR em relação às

políticas estaduais em geral que são relevantes para o contexto do Projeto, aprovar o Plano

Operacional Anual, o Orçamento do Projeto e os Relatórios de Progresso e articular, quando

necessário, a colaboração com outras Secretarias estaduais. O COOPERAR será responsável e

prestará contas pela gestão, planejamento, coordenação, monitoramento e avaliação globais de

todas as atividades do projeto, bem como pela gestão financeira, contábil, de contratos e de

desembolsos do projeto. O COOPERAR se estruturará de acordo com o organograma

organizacional ilustrado na Figura 1. Segundo o plano de ação institucional, os principais

funcionários gerenciais e técnicos serão formalmente nomeados e estarão em seus postos antes

da aprovação do projeto.

COOPERAR - Organograma organizacional

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41

2. O COOPERAR assegurará que os recursos para financiamento do projeto estejam

contemplados nos Planos Plurianuais do Estado (PPAs), bem como os respectivos orçamentos

anuais durante o período de implementação do projeto. O COOPERAR preparará planos

operacionais anuais e planos de compras anuais que prevejam com suficiente margem as

necessidades do projeto no ano seguinte, a fim de garantir a implementação das atividades do

projeto.

3. Mais especificamente, o escritório central do COOPERAR será responsável pelo plano de

implementação como um todo e por sua qualidade; estabelecerá uma estratégia financeira e

técnica para racionalizar a execução com o objetivo de consolidar ações e assegurar a

consecução dos objetivos do projeto; gerenciará os recursos orçamentários do Projeto,

encarregando-se dos repasses de recursos de acordo com cronogramas aprovados; zelará para

que todas as aquisições feitas através do Projeto observem as políticas de salvaguardas do Banco;

realizará uma auditoria independente anual da gestão e das atividades do projeto; promoverá a

comunicação e divulgação ao público dos objetivos e atividades do projeto; e elaborará os

Termos de Referência e outras especificações relativas à contratação de consultores técnicos para

avaliar as propostas.

4. As unidades regionais do COOPERAR serão responsáveis localmente pelo

gerenciamento, execução e monitoramento do projeto. Três escritórios regionais serão

estruturados e fortalecidos, cobrindo as macrorregiões do Sertão Paraibano, Borborema e

Agreste Paraibano. As atividades na macrorregião da Mata Paraibana serão gerenciadas pelo

escritório central. No dia-a-dia, a implementação do projeto será descentralizada e participativa,

concentrando-se no empoderamento das organizações comunitárias e de produtores participantes

e na sua capacidade de autogestão.

5. Os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável apoiarão as ACs e

OPs na identificação de investimentos e subprojetos e as ajudarão a estimular localmente

sinergias entre os investimentos dos setores público e privado.

6. As Associações Comunitárias identificarão e operarão os investimentos em

abastecimento de água e os subprojetos de redução de vulnerabilidades. As ACs são

organizações da sociedade civil com atuação local que se dedicam a atividades sociais ou

produtivas, geralmente gerindo recursos públicos locais. Nesse sentido, podem incluir

associações comunitárias propriamente ditas, bem como cooperativas, grupos de mães e centros

de integração rural.

7. As Organizações de Produtores (OPs) implementarão as Alianças Produtivas em

colaboração com compradores dos setores público e privado. As OPs apresentam-se com grande

variação em termos de tamanho, alcance espacial e capacidade, e englobam associações de

produtores, cooperativas e grupos informais de produtores. Para serem elegíveis aos recursos de

contrapartida, as OPs deverão necessariamente constituir-se como pessoa jurídica. O projeto

poderá prestar assistência no processo de formalização ou de alteração da sua situação legal, se

necessário.

8. Considerando a grande variação de capacidade entre ACs e OPs, o projeto lançará uma

campanha direcionada de comunicação diferenciada por gênero, bem como uma variedade de

atividades de treinamento e assistência técnica voltadas para o desenvolvimento de capacidades e

a redução de assimetrias de informação. No dia-a-dia, a implementação se concentrará no

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empoderamento das organizações participantes e na sua capacidade de autogestão. As

informações relacionadas ao projeto serão disseminadas através de oficinas, publicações e sites.

9. A Secretaria de Estado da Infraestrutura, dos Recursos Hídricos, Meio Ambiente e

Ciência e Tecnologia (SEIRHMACT) capitaneará a elaboração do projeto, a condução do

piloto e a implementação de um Sistema Estadual de Gestão do Abastecimento e Saneamento

Rural, nos moldes do Sistema Integrado de Saneamento Rural (SISAR) desenvolvido no vizinho

estado do Ceará, tido como uma boa prática. Para tanto, a SEIRHMACT criará na sua estrutura a

Gerência Estadual de Saneamento Rural (GESAR) para coordenar, planejar e monitorar a

implementação, assistência técnica, gestão, operação e manutenção dos serviços de água e

saneamento nas comunidades rurais. A SEIRHMACT também estabelecerá um Conselho

Estadual de Saneamento Rural (CESAR), que será o órgão deliberativo a cargo de promover a

articulação e harmonização do projeto de água e saneamento rural implementado pelas

instituições do estado com os programas federais, municipais e ACs, entre outros atores. A

CAGEPA, que também faz parte do SEIRHMACT, também apoiará a implementação do

Sistema Estadual de Gestão do Abastecimento e Saneamento Rural, com a finalidade de prestar

assistência técnica em áreas específicas da sua competência, como qualidade da água e medição,

quando solicitado.

10. A Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA) liderará a elaboração

do projeto, a implementação e as operações do SIRA. A AESA será responsável pela

coordenação dos parceiros relevantes e pelo estabelecimento de um comitê de trabalho que

contribuirá para a identificação e integração de conjuntos de dados relevantes, bem como com

sua expertise em produção agrícola e agrometeorologia no estado. Por último, também será

responsável pela divulgação do SIRA através de oficinas, publicações e sites.

11. A Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (CINEP), entidade pública a cargo da

promoção do desenvolvimento industrial no estado, terá um papel crítico na coordenação,

liderança e apoio aos diferentes atores envolvidos no processo de identificação das alianças

produtivas. A CINEP será responsável pela condução e coordenação dos planos e atividades de

atração e promoção de investimentos/compradores, bem como das atividades desenvolvidas

visando facilitar a criação de alianças produtivas (da identificação inicial de potenciais

compradores até a concretização da assinatura de planos de negócios). Isso implicará a realização

de extensas pesquisas e buscas no nível estadual e nacional, articulação com outras instituições e

orientação a corretores, consultores e empresas. O CINEP poderá oferecer serviços adicionais

aos investidores nas alianças produtivas.

12. SEIRHMACT, AESA e CINEP celebrarão Convênios de Cooperação com o

COOPERAR, conforme termos e condições aceitáveis para o Banco, antes de dar início às

atividades sob sua responsabilidade. Tais convênios estabelecem as obrigações das partes e

definem as atividades e produtos sob sua responsabilidade. Cada convênio anexará a dotação

orçamentária acordada pelas partes. O financiamento do Convênio pelo projeto será gerenciado

pelo COOPERAR e poderá incluir bens, serviços e custos operacionais incrementais. Os

parceiros estarão a cargo de: (i) preparar o TdR dos consultores; (ii) desenvolver as

especificações técnicas dos bens; (iii) participar dos respectivos comitês de avaliação; (iv)

informar sobre o desempenho das atividades e compras; (v) prestar contas e atender solicitações

de pagamento; e (vi) elaborar relatórios semestrais de progresso. O modelo do Convênio de

Cooperação Técnica será incluído no Manual de Operações. Não haverá repasse de recursos para

as instituições parceiras uma vez que todos os pagamentos serão efetuados pelo COOPERAR.

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13. Os componentes do projeto seguirão quatro etapas no que diz respeito aos

investimentos: (i) Identificação; (ii) Pré-investimento; (iii) Investimento; e (iv) Operações e

Manutenção (O&M). A tabela a seguir resume os arranjos de implementação por tipo de

investimento:

Tipo de

investimento

Identificação Pré-investimento Investimento O&M

Abastecimento

de água

ACs e conselhos

municipais

Consultores

contratados pelo

COOPERAR

Obras executadas pelas

empresas contratadas e

supervisionadas pelo

COOPERAR, com o

apoio das ACs

ACs, com a

assistência da

SEIRHMACT

Redução da

vulnerabilidade

agroclimática

ACs e conselhos

municipais

Consultores

contratados pelo

COOPERAR,

mediante validação

da comunidade

Recursos de contrapartida

para as ACs; participação

da comunidade em

licitações (no caso da

contratação de obras

complexas, possível

delegação ao

COOPERAR).

Requisitos da contraparte:

pelo menos 10% em

espécie, trabalho e/ou

outro tipo de aporte não

pecuniário.

ACs, com

informações

fornecidas pela

AESA.

Alianças

produtivas

OPs e compradores,

alguns com a

assistência de

corretores, sob a

coordenação da

CINEP

Consultores

contratados pelo

COOPERAR, sob a

orientação dos

parceiros da aliança e

a assistência da

CINEP

Recursos de contrapartida

para as OPs; participação

da comunidade e práticas

comerciais.

Requisitos da contraparte:

pelo menos 30% em

espécie.

Compradores financiam

suas próprias atividades,

por separado.

OPs e compradores

14. Na fase de identificação, os Conselhos Municipais auxiliarão as ACs na identificação e

priorização das potenciais propostas de investimentos em abastecimento e redução da

vulnerabilidade previstas no Subcomponente 2.a. No componente de Alianças Produtivas, o

COOPERAR, sob a orientação da CINEP, contratará consultores especializados (corretores) para

oferecer às OPs e compradores suporte na identificação de propostas comerciais conjuntas.

15. Na fase de pré-investimento, o COOPERAR contratará consultores para prestar

assistência técnica às ACs na elaboração de subprojetos de investimento e de planos de negócios,

respectivamente. No Componente 3, Alianças Produtivas, a CINEP coordenará as atividades de

atração de compradores e formação de alianças, e uma empresa independente, a ser contratada

pelo COOPERAR, avaliará a qualidade e a viabilidade das propostas comerciais em relação às

práticas técnicas, financeiras, ambientais e sociais.

16. Na fase de investimento, o projeto promoverá o empoderamento e a autogestão das

comunidades participantes e das organizações de produtores. No caso do acesso a água

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(Subcomponente 2.a), os investimentos serão executados por empresas contratadas pelo

COOPERAR e supervisionadas por este e pelas ACs. No caso dos investimentos em redução da

vulnerabilidade (Subcomponente 2.b), a gestão e execução de compras será realizada pelas ACs,

com a supervisão do COOPERAR. Para investimentos mais complexos, as ACs podem solicitar

ao COOPERAR que execute o processo de aquisição. Por último, a operação e manutenção dos

investimentos ficará a cargo das ACs e OPs.

17. No Subcomponente 2.c, o estabelecimento do SIRA será planejado e executado pela

AESA em parceria com outras instituições, tais como: Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (EMBRAPA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba

(EMATER), Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA) e Instituto

Nacional para o Semiárido (INSA). O COOPERAR realizará todas as aquisições e monitorará a

execução e os resultados dessas atividades. Não haverá repasse de recursos para a AESA.

18. O COOPERAR apresentará ao Banco relatórios bianuais das ações planejadas, que

incluirão iniciativas empresariais selecionadas, situação da implementação, resultados,

demonstrativos financeiros, planos de compras, questões socioambientais e ações tomadas para

garantir uma implementação satisfatória. Tais relatórios serão compartilhados com os decisores

políticos a fim de permitir um efetivo gerenciamento do projeto, a reformulação da sua

estratégia, caso seja necessário, e a divulgação de experiências.

19. O COOPERAR implementará o projeto de acordo com o Manual Operacional do

Projeto considerado satisfatório pelo Banco Mundial, que deverá incluir: (a) regras, métodos,

diretrizes, documentos padrão e procedimentos para a execução do projeto, entre os quais: (a) os

procedimentos para implementação, monitoramento e avaliação do Projeto (incluídos seus

requisitos em relação a aspectos técnicos, compras, desembolsos, gestão financeira e

socioambientais); (b) os critérios de elegibilidade para a seleção de OPs e ACs; (c) os critérios

socais, econômicos, financeiros, técnicos e ambientais detalhados para avaliar e classificar

subprojetos; (d) as funções, responsabilidades, estrutura e composição do pessoal-chave do

COOPERAR; (e) modelos dos Acordos para Subprojetos; (f) indicadores para monitoramento e

avaliação do Projeto; e (g) os Documentos de Salvaguarda.

Gestão Financeira, Desembolsos e Aquisições

Gestão Financeira

20. Uma avaliação da Gestão Financeira (GF) do projeto proposto foi realizada entre 12 a 13

de março e 10 a 14 de agosto de 2015, de acordo com a OP/BP 10.00 e com o Manual de Gestão

Financeira. Essa avaliação teve como objetivo determinar se a principal agência de

implementação, o projeto COOPERAR, está estruturada de maneira aceitável do ponto de vista

da gestão financeira e dos mecanismos de desembolso para se encarregar adequadamente do

controle, gerenciamento, contabilidade e prestação de contas sobre o uso dos recursos do

projeto.30

Essa avaliação foi validada em junho de 2017.

21. Os sistemas de GF propostos baseiam-se predominantemente em sistemas criados para

projetos anteriores financiados pelo Banco que apresentaram, de maneira geral, um desempenho

30

Em consonância com a OP/BP 10.00 e com o Manual de Práticas de Gestão Financeira (publicado pela Direção Setorial de Gestão Financeira

em 1 de março de 2010).

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moderadamente satisfatório durante a implementação do projeto. As disposições de GF

estabelecidas no COOPERAR foram consideradas adequadas. A UGP contratou uma equipe

adequada e está estabelecendo sistemas para garantir os arranjos de GF e de desembolso

necessários para um adequado controle, gerenciamento, contabilidade e prestação de contas em

relação ao uso dos recursos do projeto. No entanto, a equipe de GF tem pouca experiência com

implementação de projetos do Banco, pelo que deverá receber o treinamento necessário. Além

disso, os relatórios de Controladoria Geral do Estado da Paraíba (CGE-PB) referentes a projetos

anteriores destacaram a necessidade de se aprimorar os sistemas de controles internos do

COOPERAR.

22. Os subprojetos de Redução da Vulnerabilidade e de Alianças Produtivas baseiam-se em

abordagens coletivas nas quais os arranjos de GF dão ênfase aos controles de governança

participativos. Essa abordagem leva em consideração a cultura, as normas e a menor capacidade

institucional local, privilegiando a simplicidade nos procedimentos, um alto grau de

transparência e responsabilização e a delegação da responsabilidade pela tomada de decisão e

gestão às comunidades. A avaliação identificou como um risco importante a ausência de arranjos

institucionais de gestão financeira adequados nas OPs e ACs. Os relatórios de auditoria externa

de projetos anteriores também destacaram a necessidade de se intensificar os controles e a

prestação de contas nos subprojetos. Como consequência, essas organizações terão que receber

treinamento e assistência técnica para melhorar sua capacidade gerencial e fiduciária, e suas

estruturas de controle interno (incluindo as de responsabilização) serão reforçadas.

23. Com a finalidade de desenvolver a capacidade das agências de implementação e mitigar

riscos em nível regional, o componente de Assistência Técnica do projeto incluirá ações para: (i)

desenvolver procedimentos de GF específicos; (ii) capacitar o pessoal da OP e da AC para

aplicar esses procedimentos; e (iii) ampliar a capacidade do COOPERAR para realizar inspeções

financeiras em nível regional. O COOPERAR também identificará e contratará pessoal dedicado

para a GF e formará parcerias com iniciativas de acesso ao mercado (p.ex. SEBRAE, SENAR,

ONGs) para fortalecer o fluxo de GF dentro das OPs e ACs, centrando-se sobretudo em controles

internos, fluxo de recursos, gerenciamento de caixa e de receitas e aspectos da prestação de

contas. Essas ações garantirão a adequação de todos os processos de GF. A observância desses

requisitos pelo COOPERAR será avaliada nos primeiros 12 meses de implementação do Projeto

e será revisada ao longo de todo o seu ciclo de vida.

24. A conclusão sobre a avaliação do COOPERAR é que as disposições relativas à

administração financeira para este projeto são Moderadamente Satisfatórias. As medidas de

capacitação relacionadas à GF estão incluídas no Componente 4. O risco relativo ao controle da

GF recebeu avaliação Considerável devido ao desafio de garantir que (i) o COOPERAR

disponha de arranjos de GF adequados, (ii) que existam controles internos e sistemas adequados

no país e (iii) as OPs e as ACs recebam treinamento em gestão financeira e os recursos

repassados sejam contabilizados adequadamente. Os Riscos Fiduciários foram identificados e as

ações de mitigação estão refletidas no plano de ação.

Estrutura Global de Gestão Financeira

25. Agência de implementação (dotação de pessoal e arranjos financeiros): O COOPERAR

assumirá as atribuições fiduciárias primárias do Projeto. Tais atribuições estarão a cargo do

departamento financeiro do COOPERAR. As principais atribuições fiduciárias da unidade de

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coordenação do projeto incluem o seguinte: (i) preparar e obter aprovação para as disposições de

gestão financeira do Projeto; (ii) coordenar e supervisar a implementação do Projeto; (iii)

apresentar solicitações de desembolso e documentação comprobatória de gastos ao Banco; (iv)

preparar e apresentar os relatórios financeiros do Projeto (IFRs) ao Banco; (v) preparar e

fornecer toda a documentação financeira e todos os relatórios de projeto solicitados pelos

auditores independentes e pela equipe do Banco; (vi) preparar e atualizar o Manual Operacional

do Projeto e assegurar-se de que seja seguido por todos os executores do projeto; e (vii)

coordenar com as OPs e ACs o componente de capacitação em GF.

26. Pessoal: A equipe de Gestão Financeira é composta por profissionais qualificados, com

uma compreensão básica das políticas e procedimentos do Banco. É necessário que a equipe

receba treinamento em procedimentos do Banco.

27. Orçamentação, Contabilidade e Sistemas de Gestão Financeira: O ciclo orçamentário

inclui o planejamento e a execução de todas as atividades governamentais, que devem estar

refletidas no marco orçamentário.31

Todas as transações orçamentárias e contábeis serão

realizadas no sistema público de contabilidade do Estado (SIAFI). O sistema SIAFI é usado por

todas as instituições públicas que recebem/transferem repasses do governo. Todos os pagamentos

observarão a rotina de empenho, liquidação e pagamento. Essas funções são realizadas pelo

Departamento de Administração e Finanças de cada entidade. O COOPERAR usa dois sistemas

diferentes e não totalmente integrados: (i) o SIAFI, a ferramenta orçamental e contábil do Estado

da Paraíba, é usado para registrar as despesas do projeto e efetuar os pagamentos pertinentes

conforme a lei orçamentária anual (isso porque o projeto é a Unidade Gestora dentro do sistema);

e (ii) o sistema de monitoramento e informação (SMI) próprio do COOPERAR, que é a base

para a preparação dos Sumários e dos Extratos de Despesas (SOE/IFR) e das demonstrações

financeiras do projeto, bem como para o monitoramento de subprojetos e para o gerenciamento

do progresso físico e de contratos. O sistema de monitoramento e informação do COOPERAR

não se comunica eletronicamente com o SIAFI, de modo que os dados financeiros terão que ser

conciliados periódica e manualmente entre os dois sistemas. Além disso, a versão atual do SMI

não está preparada para gerenciar processos de subprojetos, porém uma nova ferramenta está

sendo projetada para controlar recursos e fazer avaliações econômicas e de progresso. A

Secretaria de Fazenda (SEFAZ) é a responsável pela manutenção dos registros contábeis do

estado, inclusive os do projeto. O COOPERAR é responsável por fazer os respectivos

pagamentos dentro dos limites de competência previstos na lei orçamentária anual.

28. O estado da Paraíba segue as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), Lei 4.320/64,

que estabelecem certos níveis de princípios contábeis, e o Manual de Contabilidade Aplicável ao

Setor Público (MCASP), publicado nos termos da Lei nº 10.180 e do Decreto 3.589, ambos de 6

de setembro de 2001. O projeto deverá seguir o primeiro conjunto de normas nacionais de

contabilidade aplicáveis ao setor público (NBCASP) e a edição revista do Manual de

Contabilidade Aplicável ao Setor Público (MCASP), publicado nos termos da Portaria STN

nº 467, de 6 de agosto de 2009, e atualizado em 2013. A última Avaliação da Responsabilidade

Financeira Nacional (CFAA) do Brasil concluiu que a Lei nº 4.320/64 atende aos padrões

internacionais de contabilidade.

31 PPA–Plano Pluri-Anual, LDO-Lei de Diretrizes Orçamentárias, LOA–Lei Orçamentária Anual, na qual são estabelecidas as metas e programas aprovados pelo Congresso Nacional a cada 5 anos, 18 meses e 12 meses, respectivamente.

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29. Controles internos, inclusive auditoria interna: Embora as modalidades de GF

estabelecidas no COOPERAR tenham sido consideradas adequadas em operações anteriores

financiadas pelo Banco, os relatórios da Controladoria Geral do Estado da Paraíba (CGE-PB)

sublinharam ser necessário aperfeiçoar seus controles internos. Todo o processamento de

operações se baseia nos processos e sistemas do COOPERAR, que oferecem um nível razoável

de segregação de funções, supervisão, exame de controle de qualidade e conciliação. Os fluxos

dos processos parecem ser claros e estar compreendidos pelo pessoal do COOPERAR. As

atividades de GF do Componente 4 do projeto terão como objetivo garantir que o processo de

controle, inclusive de todos os recursos, se estenda aos subprojetos. O Manual de Operações do

Projeto (MOP) documentará esses processos para orientar sua implementação. O MOP

descreverá detalhadamente procedimentos e diretrizes para desembolsos, pagamentos,

aprovações, autorizações e elaboração de relatórios e será apresentado ao Banco para apreciação.

30. Relatórios Financeiros: O COOPERAR, com o apoio do coordenador financeiro,

garantirá a preparação de relatórios financeiros internos não auditados (IFRs) semestrais, a serem

apresentados no prazo de até 45 dias após o encerramento de cada período. Os IFRs serão

gerados a partir do sistema SMI, consolidando os dados financeiros de todos os componentes do

projeto. Por conseguinte, o formato e o conteúdo do IFRS, a serem acordados com o Mutuário,

cobrirão os seguintes itens:

a. IFR 1A - Fontes e Aplicação dos Recursos, por categoria de desembolso, indicando a

participação do Banco no financiamento de gastos, gastos acumulados (do início do

projeto até o presente, do início do ano até o presente e para o período) reais vs. gastos

orçados, incluindo a análise de variância;

b. 1B IFR - Utilização de recursos pela Atividade ou Componente do Projeto, gastos

acumulados (do início do projeto até o presente, do início do ano até o presente e para o

período) reais vs. gastos orçados, incluindo a análise de variância;

c. IFR 1C - Extratos de despesas das OPs e ACs responsáveis pela implementação do

subprojeto.

31. Auditoria Externa: Os relatórios financeiros anuais do projeto serão auditados por auditor

independente, de acordo com as normas aceitáveis de auditoria. A auditoria externa será

realizada de acordo com Termos de Referência aceitáveis para o Banco. Disposições específicas

sobre revisão da execução/atividades do subprojeto serão detalhadas nos TdR dos auditores. Os

auditores deverão apresentar parecer um único parecer sobre as demonstrações financeiras do

projeto. Os auditores também terão de produzir uma carta de gestão identificando as deficiências

de controle interno relevantes, o que contribuirá para o fortalecimento do ambiente de controle.

O relatório de auditoria será apresentado ao Banco no prazo de até seis meses a partir do

encerramento do ano fiscal do mutuário.

32. Plano de Supervisão: A supervisão do projeto consistirá na avaliação da implementação

dos arranjos de GF e do seu desempenho, na identificação de ações corretivas, se necessário, e

no monitoramento de riscos fiduciários. Será realizada semestralmente e incluirá (a) o exame dos

IRFs semestrais; (b) avaliação dos relatórios dos auditores e acompanhamento de quaisquer

questões levantadas pelos auditores na sua carta de recomendações, conforme o caso; (c)

participação na supervisão do projeto (incluindo visitas aos subprojetos - OPs e ACs) e (d)

atualização da classificação da gestão financeira no Relatório da Situação da Implementação

(ISR).

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Desembolsos

33. Disposições relativas ao fluxo de recursos e aos desembolsos: O fluxo de recursos e os

mecanismos de desembolso propostos serão simplificados no âmbito do projeto para facilitar sua

execução, evitar arranjos operacionais adicionais desnecessários e usar o máximo possível os

sistemas disponíveis no país. Todos os pagamentos serão efetuados pelo COOPERAR, uma vez

que as obrigações de pagamento tenham sido assumidas, verificadas e devidamente

documentadas. Os pagamentos às OPs e ACs no âmbito dos subprojetos serão feitos mediante

ordem bancária emitida em favor das OPs e ACs, as quais pagarão os prestadores de serviços e

pessoal contratado. Para emitir pagamentos, o sistema estadual exige que os recursos sejam

empenhados por fonte, o que possibilita o acompanhamento dos desembolsos de empréstimos

para cobrir despesas do projeto. Um Convênio de Financiamento será firmado com cada OP/AC

participante para possibilitar o recebimento de recursos em uma conta específica aberta para o

subprojeto. Além disso, os recursos de contrapartida deverão ser depositados nessa mesma conta.

34. O desembolso dos recursos do Projeto será processado de acordo com os procedimentos

normais do Banco e conforme o estipulado no Contrato de Empréstimo e na Carta de

Desembolso. Os recursos serão desembolsados para fazer face a despesas elegíveis incorridas ou

a serem incorridas no âmbito do Projeto e serão desembolsadas de acordo com as porcentagens

de financiamento acordadas. O principal método de desembolso será o de Adiantamentos. O

projeto também utilizará o método de desembolso Pagamento Direto e Reembolso, se for

necessário. O Projeto prestará contas do uso dos Adiantamento e efetuará saques mediante

Requerimento de Saque respaldado por Declarações de Gastos (SOE), tal como definido na Carta

de Desembolso do Banco. Os pagamentos diretos serão documentados por meio de Registros. O

Valor Mínimo dos Requerimentos de Pagamento Direto e de Reembolso é o equivalente a US$

500.000. A Conta Designada (CD) terá um limite fixo de U$ 10.000.000. O COOPERAR

assinará os Requerimentos de Saque e solicitará desembolsos e/ou documentará despesas com

base exclusivamente nas despesas reais, com exceção das despesas do subprojeto, para as quais

será empregado o método de montante fixo, ou seja, tratando os desembolsos parcelados para as

OPs e ACs como despesas reais, já que haverá sistemas adequados para monitorar e relatar a

execução do subprojeto.

35. O prazo limite para desembolsos do projeto (último dia em que o Banco aceitará

requerimentos de saque do Mutuário ou documentação comprobatória sobre o uso de recursos já

adiantados) será de quatro meses, contados a partir da data de encerramento do Projeto. A

concessão desse “período de carência” tem o propósito de permitir uma conclusão ordenada do

projeto e o encerramento da Conta do Empréstimo mediante a apresentação dos requerimentos

de reembolso e da documentação comprobatória dos gastos efetuados até a data de encerramento.

As despesas do projeto serão reportadas após serem aprovadas pela Unidade de Gerenciamento

do Projeto e documentadas integralmente, garantindo, assim, que os recursos do empréstimo

sejam empregados exclusivamente para cobrir despesas elegíveis.

Fluxo dos Recursos do Projeto

36. O COOPERAR abrirá uma Conta Designada (CD) segregada em seu nome, no Banco do

Brasil, para receber os recursos do empréstimo em reais (BRL) e enviará ao Banco os

Requerimentos de Saque e os SOEs comprobatórios de adiantamentos do Banco; o Banco

adiantará os recursos na Conta Designada (CD); da CD aberta exclusivamente para o projeto, o

COOPERAR será responsável por administrar todos os recursos do projeto através do SIAFI.

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37. As OP e as ACs abrirão contas bancárias exclusivas para o projeto, nas quais serão

depositados os recursos após o recebimento de instruções de pagamento do COOPERAR

encaminhadas via SIAFI/SMI, referentes a subprojetos elegíveis e devidamente aprovados. Os

desembolsos do Mutuário para as ACs e OPs referentes a subprojetos elegíveis serão parcelados

e efetuados de acordo com o progresso físico da execução. Tais pagamentos terão de ser

autorizados pelo COOPERAR. A contribuição de contrapartida das OPs e ACs para

investimentos dos subprojetos será definida no acordo entre o COOPERAR e as OPs e ACs. Os

valores desembolsados do Empréstimo para os Subprojetos correspondem a uma transferência

para as OPs e ACs na proporção acordada para aportes de contrapartida em financiamentos do

Banco, definida no Manual Operacional do Projeto e nos Acordos Subsidiários. Os

representantes designados pelas OPs e ACs preencherão registros simples padronizados,

conforme os modelos contidos no Manual Operacional do Projeto, a fim de subsidiar os

relatórios sobre despesas elegíveis efetuadas nos Subprojetos. Esses registros também serão

usados para registrar as contribuições em espécie de todas as fontes, bem como os recursos pagos

diretamente aos fornecedores na aquisição de materiais e de mão de obra, estando sujeitos aos

procedimentos de auditoria do projeto.

38. As OPs e ACs efetuarão os pagamentos a provedores ou subcontratados (em observância

às Diretrizes de GF e de Compras do Banco) e enviarão toda a documentação comprobatória ao

COOPERAR, que enviará SOEs personalizadas ao Banco.

Fluxo de recursos

PO and Community Associations

Accounts

WB

Washington, DC

Vendors, Contractors, Suppliers

(Goods, Works and Services)

BRL

PO and Community

AssociationsWB

(Brasilia)

WB + Counterpart

(Semester)

IFR/SOEs

COOPERAR

(MIS)

$ Funds Flow (Currency)

Reporting

Contracts

SOEs

A

BC

D

E

F

Designated Account

PARAÍBA SUSTENTÁVEL

PROJECT

João Pessoa, PB

System/Process

PCU – Project

Coordination Unit

BRL

BRL

SEFAZ/COOPERAR

(SIAFI)

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39. A seguinte tabela lista as categorias de despesas admissíveis que podem ser financiadas

com recursos do Projeto e o percentual das despesas admissíveis coberto, por categoria:

Tabela 5: Alocação de Recursos dos Empréstimos

Categoria

Alocação do

Empréstimo

(dólares dos EUA)

Percentual de despesas a

serem financiadas

(impostos inclusos)

(1) Obras, Bens, Serviços outros que não de

consultoria, Serviços de consultoria,

treinamento e custos operacionais do

projeto, excluídas as Categorias (2) e (3)

31.641.100 100%

(2) Obras, Bens, Serviços de consultoria e

Serviços outros que não de consultoria

no âmbito dos Subprojetos de Redução

da Vulnerabilidade Agroclimática.

5.172.792

100%

dos recursos de

contrapartida

(3) Obras, Bens, Serviços de consultoria e

Serviços outros que não de consultoria

no âmbito dos Subprojetos de Alianças

Produtivas.

13.061.108

100%

dos recursos de

contrapartida

(4) Taxa inicial 125.000

Valor a ser pago de acordo

com a Cláusula 2.03 do

Acordo de Empréstimo, em

conformidade com a Seção

2.07 (b) das Condições

Gerais

(5) Ágio referente aos valores máximo e

mínimo da taxa de juros 0

Valor devido nos termos da

Cláusula 2.09 (c) do Acordo

de Empréstimo

VALOR TOTAL 50.000.000

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Tabela 6: Arranjos de financiamento dos subprojetos

Tipos de subprojetos32

Porcentagem do custo do subprojeto

Contribuição do

Beneficiário

Contrapartida

do GoPB

Recursos de

contrapartida do

BIRD33

1. Subprojetos de redução da

vulnerabilidade agroclimática

pelo menos 10% em

espécie, trabalho e/ou

outro tipo de aporte não

pecuniário

até 33% 57%

2. Subprojetos de Alianças

Produtivas

Pelo menos 30% em

espécie pelas OPs,

parcelados e depositados

com antecedência aos

desembolsos feitos pelo

Projeto

0% 70%

40. Os Custos Operacionais que serão financiados pelo Projeto compreendem custos

recorrentes incrementais razoáveis (que não teriam ocorridos na ausência do Projeto)

relacionados à gestão técnica e administrativa e ao monitoramento e supervisão do Projeto, entre

os quais as despesas com pessoal de apoio administrativo e operacional, equipamentos de

escritório, suprimentos, custos de viagem (inclusive acomodações, custos de transporte e

diárias), serviços de impressão, custos de comunicação, serviços públicos, manutenção de

equipamentos e instalações de escritório, uso e manutenção de veículos e serviços de logística.

Tais gastos serão lançados de acordo com os procedimentos administrativos do órgão em

questão, após serem analisados e considerados aceitáveis pelo Banco.

41. O termo “capacitação” refere-se aos cursos de treinamento que serão financiados pelo

Projeto e abrange despesas (exceto com serviços de consultoria) incorridas pelo Mutuário com

cursos de treinamento, seminários e oficinas, inclusive despesas de viagem razoáveis (p.ex.,

hospedagem, transporte e diárias) de participantes e instrutores (se aplicável), serviços de

alimentação, aluguel do local e de equipamentos para os cursos de treinamento, taxas de

inscrição, logística e serviços de impressão, bem como materiais de treinamento no âmbito do

projeto.

Aquisições

A) Disposições gerais

32

Para cada Subprojeto, a quantia exata da contribuição do beneficiário será definida nos Acordos de Subprojeto

entre o COOPERAR e a OP ou AC beneficiária, determinando, assim, o valor do financiamento de contrapartida do

GoPB. 33

“Recurso de contrapartida” refere-se ao repasse a uma OP ou AC selecionada feito a partir dos recursos do

empréstimo, destinado a financiar parcialmente um subprojeto elegível, sujeito às cláusulas e condições específicas

estabelecidas no Manual Operacional do Projeto e no Acordo de Subprojeto correspondente.

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52

42. As aquisições realizadas no projeto proposto deverão observar o disposto nos

documentos do Banco intitulados “Diretrizes para Aquisições com Empréstimos do BIRD e

Créditos da AID”, datado de janeiro de 2011 (revisto em janeiro de 2014), e “Diretrizes para a

Seleção e Contratação de Consultores por parte de Mutuários do Banco Mundial”, datado de

janeiro de 2011 (revisto em julho de 2014), bem como nas disposições do Acordo Legal. Será

apresentada abaixo uma descrição geral de vários itens enquadrados em diferentes categorias de

despesas. Para cada contrato a ser financiado com o Empréstimo, diferentes métodos de

aquisição ou de seleção de consultores, a necessidade da pré-qualificação, custos estimados,

requisitos de exame prévio e prazos serão acordados entre o Mutuário e a equipe do projeto do

Banco no Plano de Aquisições. O Plano de Aquisições será atualizado pelo menos uma vez por

ano, ou sempre que necessário, de maneira a refletir as necessidades reais em termos de

execução do projeto e de avanços na capacidade institucional das partes envolvidas.

43. Contratação de Obras: Os Componentes 2 e 3 do Projeto demandarão obras como parte

dos investimentos e subprojetos. No âmbito do Componente 2 (abastecimento e saneamento e

subprojetos de redução da vulnerabilidade), a contratação dos serviços será realizada pelo

COOPERAR conforme os procedimentos das modalidades Concorrência Pública Nacional

(NCB, de National Competitive Bidding) ou Comparação de Preços (Shopping), utilizando os

documentos padrão para licitações aprovados pelo Banco e incluídos no Manual Operacional do

Projeto. Tais obras incluirão: (i) construção de sistemas de abastecimento de água completos ou

singelos, sistemas de água encanada ou não, instalações de dessalinização, instalações sanitárias

(banheiros) e (ii) construção de sistemas de irrigação, pequenas obras de infraestrutura para

captação de água superficial e subterrânea, drenagem de estradas, passagens molhadas, pequenas

pontes e pequenas obras de melhoria da superfície das estradas. No âmbito do Componente 3

(subprojetos de alianças produtivas), as obras serão contratadas pelas Organizações de

Produtores (OPs) conforme as Práticas Comerciais preconizadas pelas Diretrizes (parágrafo 3.13

das Diretrizes, detalhado abaixo), se assim estiver previsto no plano de aquisições simplificado

que integra o plano de negócios da aliança produtiva, ou a Participação Comunitária em

Licitações (parágrafo 3.19 das Diretrizes), estando contempladas pequenas obras de

infraestrutura dentro e fora da propriedade rural destinadas a armazenamento, processamento e

embalagem.

44. Aquisição de Bens: No âmbito do Subcomponente 2, os bens serão adquiridos pelas

Associações Comunitárias (ACs) que estejam implementando subprojetos de acordo com as

orientações para Participação Comunitária em Licitações (parágrafo 3.19 das Diretrizes), cujos

procedimentos serão descritos no Manual Operacional do Projeto, estando contemplados

equipamentos e insumos para produção agrícola e pecuária. No âmbito do Componente 3, os

bens serão adquiridos pelas OPs conforme as Práticas Comerciais (parágrafo 3.13 das Diretrizes,

detalhado abaixo), se assim estiver previsto no plano de aquisições simplificado que integra o

plano de negócios da aliança produtiva, ou a Participação Comunitária em Licitações (parágrafo

3.19 das Diretrizes), estando contemplados insumos para a produção e equipamentos e

instrumentos agrícolas e destinados a armazenamento, processamento e embalagem. No âmbito

dos demais componentes, os bens serão adquiridos pelo COOPERAR de acordo com os

procedimentos das modalidades Concorrência Pública Nacional ou Comparação de Preços

(Shopping), utilizando os documentos padrão para licitações aprovados pelo Banco e incluídos

no Manual Operacional do Projeto, estando contemplados veículos, equipamento de TIS e

estações agrometeorológicas automáticas. No âmbito da modalidade NBC, servindo como

alternativa à Comparação de Preços, tais serviços poderão ser contratados de acordo com os

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procedimentos da modalidade Pregão ou como parte de Convênios, já que estes instrumentos

contratuais terão sido examinados e considerados aceitáveis pelo Banco. A Contratação Direta

também poderá ser empregada, em circunstâncias excepcionais, quando satisfeitas as disposições

do parágrafo 3.7 das Diretrizes.

45. Contratação de serviços outros que não de consultoria: Sob os Componentes 2 e 3,

serviços outros que não de consultoria englobam, entre outros, mão de obra não qualificada e

serviços de instalação, conserto ou manutenção de equipamentos. No âmbito do Componente 2,

tais serviços serão contratados pelas ACs que estejam implementando subprojetos, de acordo

com as orientações para Participação Comunitária em Licitações, cujos procedimentos serão

descritos no Manual Operacional do Projeto. No âmbito do Componente 3, esses serviços serão

contratados pelas OPs de acordo com as Práticas Comerciais (parágrafo 3.13 das Diretrizes,

detalhado abaixo) ou Participação Comunitária em Licitações (parágrafo 3.19 das Diretrizes). No

âmbito dos Componentes 1 e 4, os serviços outros que não de consultoria, entre os quais as

campanhas de comunicação e de comercialização e as pesquisas de dados, serão contratados pelo

COOPERAR, de acordo com os procedimentos das modalidades Concorrência Pública Nacional

(NCB) ou Comparação de Preços (Shopping), utilizando os documentos padrão para licitações

aprovados pelo Banco e incluídos no Manual Operacional do Projeto. No âmbito da modalidade

NBC, servindo como alternativa à Comparação de Preços, tais serviços poderão ser contratados

de acordo com os procedimentos da modalidade Pregão ou como parte de Convênios, já que

estes instrumentos contratuais terão sido examinados e considerados aceitáveis pelo Banco. A

Contratação Direta também poderá ser empregada, em circunstâncias excepcionais, quando

satisfeitas as disposições do parágrafo 3.7 das Diretrizes.

46. Seleção de Consultores: No âmbito do Componente 3, os serviços de consultoria

prestados por firmas e indivíduos serão selecionados pelas OPs para cada subprojeto, conforme

as Práticas Comerciais preconizadas pelas Diretrizes (parágrafo 3.13 e detalhadas abaixo), e

incluirão o seguinte: (i) capacitação nas áreas de identificação, negociação e criação de alianças

produtivas, aderência às normas organizacionais e empresariais, e aperfeiçoamento das

habilidades gerenciais, empresariais e de gestão de riscos e (ii) assistência técnica em

diversificação agrícola, manejo de recursos naturais, segurança alimentar e melhoria nutricional.

47. No âmbito do Componente 2.b, os serviços de consultoria prestados por firmas serão

selecionados pelas ACs que implementam os subprojetos, conforme as modalidades de Seleção

Baseada nas Qualificações do Consultor (parágrafo 3.7 das Diretrizes) ou Contratação Direta

(parágrafo 3.8(c) das Diretrizes), podendo os consultores individuais serem selecionados através

de Contratação Direta (parágrafo 5.6(b) e 5.6(d) das Diretrizes). Tais serviços incluirão

assistência técnica e capacitação para assistência técnica em diversificação agrícola, manejo de

recursos naturais, segurança alimentar e melhoria nutricional.

48. No âmbito dos demais componentes, os serviços de consultoria prestados por firmas

serão selecionados pelo COOPERAR conforme uma das seguintes modalidades: Seleção

Baseada na Qualidade e Custo, Seleção com Orçamento Fixo, Seleção pelo Menor Custo,

Seleção Baseada nas Qualificações do Consultor ou Contratação Direta; os consultores

individuais serão selecionados de acordo com os procedimentos descritos nos parágrafos 5.2 e

5.3 das Diretrizes e também através de contratação direta, de acordo com o parágrafo 5.6 das

Diretrizes. Tais serviços incluirão identificação e elaboração de subprojetos e propostas e planos

de negócios; supervisão de subprojetos, capacitação de prestadores de serviços para melhorar a

qualidade de seus serviços, para apoiar a competitividade das OPs; capacitação em administração

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de subprojetos e processos de negócios (administração de infraestrutura e serviços comuns,

contabilidade, auditorias e acesso a empréstimos); supervisão de obras; prestação de treinamento

e assistência técnica às ACs e OPs em administração e gerenciamento de subprojetos; instalação

de um sistema supralocal de abastecimento e saneamento rural e de um sistema estadual de

informação de risco agrícola; e concepção, desenvolvimento e implementação da avaliação de

impactos do projeto.

49. A lista de consultores pré-selecionados (short-list) para serviços cuja estimativa de custo

seja inferior ao equivalente a US$ 1.500.000 por contrato pode ser composta inteiramente de

consultores nacionais, como disposto no parágrafo 2.7 das Diretrizes para Consultores.

B) Diretrizes para aplicação das Práticas Comerciais no âmbito do Componente 3

50. O Componente 3 financiará os subprojetos conforme os planos de negócios propostos,

desenvolvidos e executados pelas OPs participantes com recursos de contrapartida. O valor

médio dos recursos de contrapartida para uma OP destinados a apoiar um plano de negócios é de

US$ 100 mil.

51. As disposições da Seção I das Diretrizes aplicam-se a todos os métodos de aquisição

usados pelo projeto, isto é, todos os princípios, regras e procedimentos descritos nas Diretrizes

aplicam-se a todos os contratos financiados, no todo ou em parte, por empréstimos do Banco.

Para cumprir com o disposto acima, cinco considerações principais devem orientar a adoção de

práticas comerciais pelas OPs:

a) a necessidade de economia e eficiência;

b) a necessidade de serviços de qualidade;

c) a necessidade de disponibilizar a todos os participantes do processo licitatório as

mesmas informações e de garantir oportunidades iguais ao concorrerem pelo

fornecimento de bens, obras e serviços;

d) a importância da transparência.

e) as Práticas Comerciais deverão ser exigidas pelo plano de negócios.

52. Como empresas do setor privado, as organizações de produtores rurais frequentemente

cumprem esses requisitos adotando, nos seus procedimentos de aquisição, práticas comerciais

estabelecidas que não a licitação aberta formal. Isso porque, ao procurar um fornecedor, as

principais considerações feitas por uma OP dizem respeito a elementos como qualidade,

desempenho, preço, entrega, capacidade e garantia de fornecimento. Além disso, os produtos ou

serviços serão adquiridos pelas OPs com a finalidade de vendê-los e aumentar sua receita. As

organizações de produtores são entidades com fins lucrativos e, como tal, podem falir, o que as

obriga a adotar mecanismos eficientes em seus processos de compras. Um plano de negócios

deve conter critérios específicos para a mensuração do desempenho das práticas comerciais

utilizadas.

C) Diretrizes para aplicação dos procedimentos de Participação Comunitária em Licitações

no âmbito do Componente 2

53. Os procedimentos para aquisição no âmbito dos subprojetos normalmente preveem a

comparação de pelo menos 3 cotações diferentes. No entanto, com base na experiência adquirida

em projetos com operações semelhantes em outros estados do Nordeste (Bahia, Ceará,

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Pernambuco e Rio Grande do Norte), também será permitida a contratação direta quando as

circunstâncias sugiram que este método oferece uma vantagem em relação à comparação de

preços. Tal vantagem deverá ser avaliada com base nos critérios de economicidade, eficiência e

transparência.

a) O critério de economicidade poderia ser cumprido pelo COOPERAR no momento da

revisão dos subprojetos e da determinação das estimativas finais de custos. Para chegar

a esses valores finais, o COOPERAR deve pesquisar o mercado regional, no caso de

bens, obras e serviços, ou consultar bancos de dados de preços oficiais para determinar

os montantes necessários para financiar os contratos no âmbito de subprojetos.

b) Considerando que as ACs não precisarão comparar cotações de preços para contratos

de obras, por exemplo, ou solicitar orçamentos de fornecedores de fora do estado, o

que suporia uma dificuldade de acesso, os contratos diretos serão menos demorados e

mais eficientes do que o processo de “concorrência”.

c) As associações garantirão, por meio de assembleias, que todas as decisões de

aquisição, compra e/ou contratação sejam transparentes. Nessas assembleias serão

discutidas publicamente todas as questões e as decisões ficarão devidamente

registradas em ata. Recomenda-se também lançar mão das ferramentas comuns de

publicidade disponíveis nas comunidades, como os murais de avisos nas escolas e

edifícios públicos, as emissoras de rádio locais, os conselhos municipais, etc.

D) Avaliação da capacidade da agência de implementar as aquisições

54. O COOPERAR e as ACs ou OPs executarão as atividades de aquisição. A unidade de

aquisição do COOPERAR é composta por um encarregado de compras. O Manual Operacional

do Projeto incluirá, além dos procedimentos de aquisições, os Documentos Padrão para

Licitações a serem utilizados em cada método de aquisição, bem como os modelos de contratos.

55. Em março de 2015 foi realizada uma avaliação da capacidade do COOPERAR para

executar as ações de aquisição no âmbito do projeto. Embora a agência tenha experiência prévia

na implementação de um projeto financiado pelo Banco, o projeto proposto difere em aspectos

importantes, como a estrutura organizacional da agência, a equipe (a ser recrutada) e um novo

desenho de projeto (que desafiará a capacidade da agência). A categoria de risco foi classificada

como Considerável porque os principais pilares necessários a uma harmoniosa implementação de

compras foram considerados insuficientes – e é provável que só sejam reforçados após o segundo

ano de implementação do projeto, o que poderia acarretar atrasos desnecessários na

implementação. Os principais riscos são que o COOPERAR não esteja adequadamente dotado de

pessoal em número e qualificações e não possua a estrutura necessária para supervisionar a

aquisição nos subprojetos. Essa avaliação foi validada em junho de 2017.

56. As medidas de mitigação propostas visam fortalecer a capacidade da agência para

executar processos de aquisição fornecendo informações detalhadas sobre o processamento de

compras e a tomada de decisões, estabelecendo modelos de documentos de

licitação/avaliação/contratuais e definindo necessidades de registro, oferecendo treinamento

sobre as regras do Banco em relação a aquisições, contratando consultoria externa na área e

intensificando o suporte à implementação nos estágios iniciais da implementação do projeto. A

implementação das medidas de mitigação deverá fortalecer substancialmente a capacidade da

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agência e, dessa forma, reduzir os riscos. Dessa forma, qualquer risco residual que não tenha sido

mitigado só poderia ser identificado se, por qualquer motivo, a agência não puder implementar as

medidas propostas. Todas as ações de mitigação foram incluídas no Plano de Ação Institucional

acordado com o Mutuário. O grau de risco global do programa em relação a aquisições é

Considerável.

E) Plano de Aquisições

57. O Mutuário desenvolveu um Plano de Aquisições para a implementação do projeto, no

qual estabeleceu as bases dos métodos de aquisição. O plano foi acordado entre o Mutuário e a

Equipe do Projeto em 20 de maio de 2016 e validado em junho de 2017, e está disponível na

sede do projeto COOPERAR (R. Antônio Francisco Araújo - Lot. Morada Nova, Cabedelo - PB,

58310-000), no banco de dados do projeto e no website externo do Banco. O Plano de

Aquisições será atualizado junto com a Equipe do Projeto com uma periodicidade anual, ou

conforme seja necessário, de maneira a refletir as reais necessidades do projeto em termos de

execução e aperfeiçoamento das capacidades institucionais.

F) Periodicidade das missões de supervisão de aquisições

58. Além da supervisão anterior à revisão nos escritórios do Banco, a avaliação da

capacidade do COOPERAR recomendou missões de supervisão de campo semestrais para

avaliar os processos de aquisição realizados.

G) Detalhes do Arranjo de Aquisições no tocante a Licitações Internacionais.

G.1) Bens, obras e serviços outros que não de consultoria.

(a) Não há previsão de Licitação Internacional ou Contratação Direta neste momento.

(b) Os contratos para aquisição de bens e obras mediante Licitação Pública Internacional

(ICB, do inglês International Competitive Bidding) e Licitação Pública Nacional (NCB,

do inglês National Competitive Bidding) com custo estimado acima de US$ 1.000.000 e

US$ 10.000.000 por contrato, respectivamente, bem como as duas primeiras NCBs e

todas as Contratações Diretas, estarão sujeitos à revisão prévia do Banco.

G.2) Serviços de consultoria.

(a) Não há previsão de serviços que exijam uma lista de firmas internacionais de

consultoria pré-selecionadas (short-list).

(b) Os serviços de consultoria com custo estimado acima de US$ 300.000 por contrato e

todos os processos de seleção de consultores por Contratação Direta (firmas de

consultoria) para serviços com custo estimado acima de US$ 100.000 estarão sujeitos à

revisão prévia do Banco.

(c) Listas de consultores pré-selecionados compostas inteiramente de consultores

nacionais: A lista de consultores pré-selecionados para serviços cuja estimativa de custo

seja inferior ao equivalente a US$ 1.500.000 por contrato pode ser composta inteiramente

de consultores nacionais, como disposto no parágrafo 2.7 das Diretrizes para Consultores.

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Aspectos ambientais e sociais (inclusive salvaguardas)

Meio ambiente

59. O projeto recebeu a classificação de Categoria B uma vez que os impactos negativos que

poderão advir das atividades agrícolas e das pequenas obras de infraestrutura devem ser

pequenos, localizados e reversíveis através de um monitoramento constante e de ajustes no

cronograma. Por outro lado, a adoção de práticas rural sustentáveis deve gerar impactos

positivos. Isso posto, o projeto acionou as seguintes políticas ambientais: OP/BP 4.01 Avaliação

Ambiental; OP/BP 4.04 Habitats Naturais; OP/BP 4.09 Controle de Pragas; e OP/BP 4.11

Recursos Culturais Físicos. Ainda, as OP/BP 4.36 Florestas e OP/BP 4.37 Segurança de

Barragens também foram acionadas preventivamente em razão da ligação entre atividades

agropecuárias e florestas no Brasil e do fato de que algumas atividades do projeto relacionadas a

irrigação e abastecimento de água talvez dependam das barragens existentes ou demandem a

construção de açudes nas propriedades.

60. O Estado da Paraíba elaborou uma análise socioambiental abrangente de acordo com as

políticas de salvaguarda do Banco e as exigências legais federais e estaduais, a qual foi revisada

pelo Banco e submetida a consulta, como previsto. Com base nas constatações dessa análise, o

estado da Paraíba preparou uma Avaliação de Impactos Socioambientais (AISA), incluindo m

Marco de Gestão Socioambiental (MGSA), um Manual Ambiental e Social de Obras, bem como

modelos para levantamento e monitoramento ambiental adaptados a cada tipo de atividade

prevista pelo projeto (p.ex., produção rural, manejo de recursos naturais, infraestrutura para

produção e processamento, sistemas de abastecimento e de irrigação, sistemas de saneamento,

melhorias nas estradas vicinais). A AISA e os documentos e modelos de apoio integram o

Manual Operacional do projeto.

Principais impactos ambientais positivos esperados do projeto

61. Redução da contaminação do solo e da água. O componente de redução da

vulnerabilidade (Componente 2) centra-se em 100 municípios vulneráveis ou altamente

vulneráveis. A assistência técnica e demais tipos de suporte fornecidos aos sistemas de produção

rural através do projeto incluirão aspectos de sustentabilidade ambiental envolvendo orientação

para a adoção de práticas agrícolas alternativas que reduzem ou abandonam o uso de pesticidas,

o que pode contribuir para reduzir a contaminação do solo e da água.

62. Melhor eficiência no uso da água. Melhorando a eficiência dos sistemas de irrigação e

das soluções de armazenamento de água o projeto estará contribuindo para reduzir desperdícios e

a pressão sobre os recursos hídricos. Apoiar os sistemas de reutilização da água também

contribuirá para reduzir a demanda de água e melhorar a resiliência à seca.

63. Cobenefícios das medidas de adaptação. O componente 2 centra-se em melhorar a

resiliência da população rural da Paraíba à variabilidade e mudanças climáticas. Como está

prevista uma piora da situação de estiagem no futuro, o projeto proposto se concentra em

melhorar o acesso a fontes confiáveis de água potável e reduzir a vulnerabilidade dos sistemas

agrícolas. Além disso, a criação do Sistema de Informação de Risco Agroclimático possibilitará

que as previsões meteorológicas e o planejamento das atividades agrícolas e pecuárias seja

baseado em evidências, bem como propiciará ganhos em termos de prontidão e resposta a

eventos climáticos extremos.

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64. Biodiversidade. O suporte dado às OPs através de assistência técnica rural promoverá a

manutenção e/ou recuperação de habitats naturais nas propriedades rurais. Isso não apenas

assegurará que sejam cumpridos os requisitos da legislação ambiental relativos às Áreas de

Preservação Permanente e às Reservas Legais (áreas localizadas no interior das propriedades

rurais destinadas à proteção ambiental), mas também contribuirá para a manutenção e

recuperação da biodiversidade nativa, dos recursos hídricos, da fertilidade do solo e dos recursos

florestais não madeireiros, entre outros benefícios. A promoção de práticas que reduzem o uso de

pesticidas e que promovem a diversidade e o consórcio de culturas também irá beneficiar a

biodiversidade, particularmente os insetos polinizadores e a biodiversidade do solo.

65. Redução dos processos erosivos. A promoção de práticas agropecuárias adequadas ao

semiárido leva em consideração aspectos de sustentabilidade ambiental e também contribui para

reduzir a perda de solo e a erosão. A aplicação de boas práticas nas obras pontuais de melhoria

das estradas vicinais, particularmente nas passagens molhadas e na construção de pequenas

pontes, também contribuirá para reduzir a erosão e o assoreamento dos corpos d'água,

particularmente quando acompanhadas pela restauração da vegetação ciliar e de drenagem

adequada.

Possíveis impactos negativos previstos na implementação do projeto

66. Prevê-se que as intervenções contribuam para aumentar a sustentabilidade ambiental das

comunidades e OPs beneficiadas, bem como para melhorar a resiliência à seca da população

local e das práticas de produção. Todas as intervenções destinam-se a reduzir os impactos

socioeconômicos e ambientais pré-existentes e a evitar problemas que possam ser exacerbados

nos habitats sensíveis. Os impactos negativos previstos devem ser principalmente de pequeno

alcance, localizados e reversíveis, resultado das obras de infraestrutura de pequena escala

financiadas (produção, abastecimento/saneamento, melhoria das estradas vicinais) e dos sistemas

de produção agropecuária beneficiados direta ou indiretamente.

67. Não serão financiadas obras de construção de estradas e as obras destinadas a melhorar as

estradas existentes terão de seguir as orientações específicas do Marco de Gestão Socioambiental

e do Manual Ambiental e Social de Obras, a fim de minimizar ou prevenir possíveis impactos,

particularmente em áreas sensíveis, como nas travessias de cursos d'água. Seguindo as

orientações das agências ambientais e de água da Paraíba no sentido de minimizar potenciais

impactos negativos, tais como a erosão, os projetos de engenharia para pequenas pontes deverão

ser adaptados às características específicas de cada travessia de corpo d'água. Em todos os casos,

essas travessias não poderão barrar o fluxo natural da água.

68. A OP/BP 4.37 (Segurança das Barragens) foi acionada preventivamente, embora

nenhuma obra de construção de barragem esteja prevista. No entanto, algumas atividades do

projeto relacionadas a irrigação e abastecimento de água podem vir a demandar a construção de

açudes nas propriedades, ou depender de barragens existentes, que podem vir a demandar

manutenção ou reparos. Nesse sentido, o MGSA do projeto contém orientação e procedimentos

adequados de acordo com esta política para construção, aproveitamento e/ou restauração de

barragens existentes. Outros impactos da infraestrutura hídrica deverão ser prevenidos ou

minimizados por meio da avaliação prévia de impactos (p.ex., possibilidade de salinização do

solo com irrigação inadequada; ou demanda excessiva de água de uma nascente específica),

incluindo a avaliação de impactos cumulativos quando for relevante (p.ex., advindos da

perfuração de múltiplos poços para abastecimento na mesma região).

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69. Os impactos identificados serão mitigados ou evitados através da adoção de um conjunto

de critérios e procedimentos aprovados pelo Banco relacionados à elaboração e execução de

projetos de obras de infraestrutura, bem como de medidas de mitigação definidas para outras

atividades do projeto.

70. A equipe principal do COOPERAR, que acumula experiência em gestão de projetos

financiados pelo Banco, estará a cargo da gestão das salvaguardas ambientais. Todavia, para

corrigir as deficiências identificadas na operação anterior com relação a salvaguardas, o Projeto

buscará que: (i) a equipe do projeto esteja suficientemente capacitada em matéria de

salvaguardas para supervisionar as atividades planejadas, (ii) todos os instrumentos de

salvaguarda necessários (estruturas conceituais e diretrizes, formulários de avaliação e

monitoramento, sistema de monitoramento eletrônico) estejam implantadas antes do início das

atividades do Projeto e (iii) seja planejado um treinamento adequado e oportuno sobre

implementação de salvaguardas voltado para todos os técnicos (particularmente o pessoal de

campo). A supervisão da nova operação por parte do Banco acompanhará de perto a

implementação das salvaguardas.

71. A estrutura organizacional concebida para a presente operação inclui as seguintes

disposições que visam garantir a conformidade socioambiental e a sustentabilidade das

atividades do projeto:

• O COOPERAR conta atualmente com a seguinte estrutura de pessoal: (i) um Analista

Ambiental a cargo da supervisão geral e coordenação dos aspectos de conformidade ambiental e

social das atividades do projeto; e (ii) um Especialista em Água responsável por prestar

orientação sobre conformidade das atividades que envolvem infraestrutura de água ou uso

significativo desse recurso.

• Dois técnicos adicionais (um da área social e um da ambiental) serão contratados para

auxiliar o pessoal da área socioambiental das Unidades Regionais com orientação, coordenação,

treinamento e supervisão de campo.

• As Unidades Regionais designarão uma equipe técnica como ponto focal regional de

cumprimento das salvaguardas. Essa equipe receberá treinamento específico e manterá o

COOPERAR informado regularmente sobre o cumprimento das salvaguardas pelos subprojetos.

72. Antes de terem seu financiamento aprovado, todos os investimentos e subprojetos

propostos serão examinados do ponto de vista da sustentabilidade socioambiental e do

cumprimento das salvaguardas do Banco e da legislação ambiental (procedimentos de

licenciamento, inclusive). Na implementação do subprojeto, a supervisão realizada pela equipe

do projeto incluirá o monitoramento da conformidade ambiental e eventuais impactos, com a

assistência de modelos de monitoramento ambiental. As informações geradas pelo

monitoramento serão enviadas ao sistema de monitoramento do projeto, incluídas as de

progresso de eventuais medidas de mitigação. Os relatórios periódicos do projeto apresentados

ao Banco incluirão uma seção de salvaguardas na qual os resultados do monitoramento

socioambiental serão informados, incluindo quaisquer impactos negativos identificados durante a

implementação e a correspondente medida de mitigação aplicada, bem como as lições aprendidas

e os impactos ambientais positivos gerados pelo projeto.

Políticas de salvaguarda ambientais acionadas

73. Avaliação Ambiental (OP/BP 4.01). O Estado da Paraíba preparou uma AISA que inclui

uma análise focalizada do contexto socioambiental e dos impactos potenciais (positivos e

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adversos) dos tipos de atividades a serem apoiados pelo projeto, incluindo impactos cumulativos,

quando forem relevantes. A AISA deu lugar ao desenvolvimento de orientações-gerais para

garantir a sustentabilidade socioambiental e o cumprimento das salvaguardas ambientais nas

atividades de produção rural e nos investimentos em infraestrutura, incluindo procedimentos para

seleção de propostas de subprojetos, monitoramento da implementação e prevenção ou mitigação

de eventuais impactos negativos.

74. A AISA identifica e apresenta soluções de gestão para todos os possíveis riscos e

impactos relacionados ao projeto nos ambientes naturais e sociais e na saúde e segurança de

todos os participantes do projeto. Entre tais soluções de gestão encontram-se orientações e

procedimentos adequados para o uso de pesticidas e outros produtos químicos, intervenções

envolvendo barragens existentes ou a construção de açudes nas propriedades, descobertas

fortuitas de recursos culturais físicos, restauração de matas nativas e manejo sustentável dos

recursos florestais não madeireiros (veja abaixo).

75. Os resultados da AISA produziram um MGSA com orientações e procedimentos de

sustentabilidade de modo a satisfazer a legislação brasileira e as políticas de salvaguarda do

Banco, bem como medidas de prevenção e mitigação consideradas satisfatórias pelo Banco

contra todos os possíveis impactos identificados. Considerando a infraestrutura planejada que

receberá apoio e o desenho do projeto com inúmeros subprojetos, foi elaborada uma

documentação complementar detalhada para orientar as obras de infraestrutura (Manual

Ambiental e Social de Obras) e o exame e monitoramento adequados das atividades do projeto

(modelos ambientais de exame e monitoramento adaptados a cada tipo de atividade que o projeto

irá apoiar). O MGSA também traz medidas para melhorar a capacidade de monitoramento

ambiental do projeto, baseadas nas lições aprendidas na operação anterior (COOPERAR II).

76. Habitats Naturais (OP/BP 4.04). As atividades planejadas para melhorar a resiliência à

seca dos sistemas agrícolas e das comunidades rurais terão impactos nos recursos hídricos, que

poderão ser positivos (p.ex., maior disponibilidade resultante da restauração de matas ciliares e

demanda reduzida resultante de uma maior eficiência dos sistemas de irrigação e armazenamento

de água da chuva) ou negativos (p.ex., aumento do consumo de água graças aos novos poços ou

dos sistemas de coleta e distribuição de água). Além disso, os critérios para apoiar os subprojetos

de produção rural, bem como a assistência técnica rural fornecida no âmbito do projeto, buscam

promover a observância dos aspectos legais relativos à manutenção e restauração da vegetação

nativa (particularmente Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais), o que deverá gerar

impactos positivos nos habitats naturais. O MGSA traz orientações específicas sobre boas

práticas de produção rural que contribuem para a conservação dos recursos naturais

(particularmente água, solos e polinizadores); procedimentos para examinar os investimentos

propostos; e orientação detalhada sobre o cumprimento da legislação ambiental e da OP 4.04. A

orientação também trata das melhores práticas para a restauração de matas nativas (ver OP 4.36)

e para o manejo sustentável de produtos florestais não madeireiros. Ademais, espera-se que os

investimentos em saneamento nas áreas rurais gerem impactos positivos nos habitats naturais, e

nesse sentido o Manual Ambiental e Social de Obras traz orientações para um adequado desenho

de soluções de saneamento e localização desses serviços em relação às massas de água e habitats

sensíveis.

77. Florestas (OP/BP 4.36). Não há previsão neste projeto de atividades que envolvam

produtos de madeira. Não obstante, dada a ligação entre a agropecuária e as florestas no Brasil,

esta política foi acionada preventivamente. Alguns subprojetos de produção rural podem

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62

envolver o uso de produtos não madeireiros e/ou a restauração de matas nativas (Áreas de

Preservação Permanente e Reservas Legais nas propriedades rurais), que serão abordadas na OP

4.04 e devem seguir as melhores práticas descritas no MGSA do projeto. Todos os produtores

rurais apoiados pelo projeto terão a obrigação de seguir a legislação ambiental nacional,

particularmente no tocante à porcentagem de matas nativas nas suas propriedades que deve ser

mantida ou restaurada.

78. Controle de Pragas (OP 4.09). O projeto apoiará o fortalecimento institucional das OPs e

promoverá a adoção de práticas agrícolas que sejam resistentes à seca. As atividades

contempladas promoverão uma produção agrícola ambientalmente sustentável com a adoção de

práticas como a agrosilvicultura e o manejo integrado de pragas, entre outras, que objetivam

reduzir ou eliminar o uso de pesticidas. O MGSA do projeto dispõe sobre a promoção dessas

práticas sustentáveis e traz orientações sobre as restrições da OP 4.09 ao uso de pesticidas. Além

disso, o MGSA inclui orientações sobre o manuseio e armazenamento seguro dos produtos

químicos agrícolas aceitáveis e sobre a correta eliminação de restos de produtos e embalagens

vazias.

79. Recursos culturais físicos (OP/BP 4.11). Como a localização exata das atividades

planejadas ainda não é conhecida e há no estado da Paraíba sítios do patrimônio cultural, o

MGSA do projeto inclui orientação sobre a adoção de procedimentos adequados em caso de

descobertas fortuitas, com disposições pertinentes para mitigar quaisquer impactos

potencialmente adversos. Tais disposições incluem a observância das orientações definidas pelo

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em relação a sítios históricos

e/ou descobertas arqueológicas.

80. Segurança de Barragens (OP/BP 4.37). Não há previsão de construção de barragens no

projeto. No entanto, o apoio para melhorar a resiliência à seca nos sistemas agrícolas pode

envolver a construção de açudes, assim como algumas atividades do projeto relacionadas a

irrigação e abastecimento de água podem depender de barragens existentes. Por esse motivo, esta

política foi acionada preventivamente. Nesse sentido, o MGSA do projeto contém orientação e

disposições adequadas de acordo com esta política no que se refere ao uso e/ou restauração de

barragens existentes.

Aspectos sociais

81. A AISA incluiu uma análise da experiência e da capacidade das agências de

implementação para tratar as principais questões sociais que deverão influenciar os resultados

dos investimentos propostos. Entre tais questões encontram-se a transparência e um tratamento

equitativo no processo de identificação e seleção de beneficiários e subprojetos, potenciais

impactos adversos nos meios de subsistência e nas relações com povos indígenas e comunidades

tradicionais, como os Quilombolas, igualdade de gênero, desapropriação de terras e

reassentamento. As constatações da AISA foram discutidas e revisadas com base em uma série

de consultas públicas regionais com as partes interessadas.

82. A principal conclusão da AISA com relação ao desenvolvimento social é que o projeto

proposto terá impactos positivos significativos. Além dos resultados positivos gerados pela

redução da vulnerabilidade doméstica reduzida e do melhor acesso aos mercados, o projeto: (i)

criará oportunidades de emprego diretas e indiretas em áreas de grande vulnerabilidade social e

econômica; (ii) desenvolverá valiosas competências técnicas e organizacionais entre as

populações locais (jovens, mulheres e comunidades étnicas incluídos) que serão essenciais para

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63

sua participação produtiva nas novas oportunidades sociais e econômicas criadas com a

ampliação do acesso aos mercados; e (iii) reduzirá as desigualdades regionais e promoverá a

integração social e econômica dos beneficiários nas áreas do projeto.

83. A classificação dos riscos sociais associados ao projeto varia de baixa a moderada. Os

principais problemas provavelmente advenham do Componente 2 - Redução da vulnerabilidade,

já que muitos dos beneficiários visados nessas ações são muito pobres e têm habilidades técnicas

e/ou organizacionais limitadas. As desigualdades sociais e econômicas, em relação a papéis e

expectativas de gênero, inclusive, podem vir a complicar as medidas que têm como objetivo

aumentar a produção de alimentos e a segurança nutricional das famílias. A AISA gerou um

MGSA com instrumentos concebidos especificamente para reduzir esses riscos. Por exemplo, as

medidas de fortalecimento institucional incluídas no Componente 1 apoiarão campanhas de

comunicação direcionadas a aumentar o acesso à informação do projeto, capacitação das ACs,

critérios de elegibilidade que privilegiem as famílias chefiadas por mulheres e indicadores

desagregados por gênero.

84. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI, Censo Indígena 2005/2006), a

Paraíba tem uma população indígena de cerca de 12.600 indivíduos. No âmbito do COOPERAR

II, projeto anterior financiado pelo Banco Mundial, as comunidades indígenas identificaram e

executaram com sucesso quatro subprojetos, principalmente agrícolas, no valor de R$ 291 mil,

que beneficiaram diretamente 65 famílias. O COOPERAR II também beneficiou efetivamente

602 famílias Quilombolas (descendentes de escravos africanos) com investimentos em

infraestrutura de abastecimento e transporte avaliados em R$ 1.029.021,61. O projeto proposto

continuará prestando apoio a diversos grupos e etnias, expandindo sua esfera de ação de modo a

cobrir regiões, grupos indígenas e comunidades étnicas que não foram beneficiadas pelo

COOPERAR II. Tais ações serão orientadas pelo Marco de Planejamento para os Povos

Indígenas (MPPI). O MPPI ajudará o Mutuário a assegurar que as comunidades interessadas

apoiem as atividades propostas, bem como quaisquer medidas adicionais que sejam necessárias

para maximizar os benefícios culturalmente apropriados por ele gerados e/ou evitar efeitos

potencialmente adversos.

85. O COOPERAR II não registrou casos de aquisição de terras. O projeto proposto

tampouco deverá envolver a aquisição de terras; no entanto, uma vez que a localização exata e as

especificações de desenho dos investimentos propostos somente serão determinadas durante sua

implementação, a AISA preparou um Marco Conceitual para Reassentamento Involuntário

(MCRI) que estabelece as diretrizes, procedimentos e critérios para evitar, minimizar, mitigar

e/ou compensar qualquer impacto não esperado de reassentamento que possa advir de eventuais

especificações do desenho do projeto.

Gênero

86. Nas áreas rurais e urbanas da Paraíba, as mulheres representam uma porcentagem

significativamente maior da população em situação de pobreza e pobreza extrema do que os

homens. As famílias chefiadas por mulheres (FCM) encontram-se em situação particularmente

desfavorável em comparação com as famílias chefiadas por homens (FCH). Homens e mulheres

que trabalham no setor agrícola são mais propensos a ser pobres ou extremamente pobres do que

os trabalhadores de outros setores. Enquanto nas áreas urbanas as FCM têm maior acesso a

sistemas adequados de saneamento e água encanada do que as FCH, nas áreas rurais, onde o

acesso em geral é pior, a situação se inverte e as FCM passam a ter menor acesso a esses

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serviços. Tanto nas áreas rurais como nas urbanas, as mulheres e as meninas não só

desempenham funções na produção como também carregam uma maior parte das

responsabilidades domésticas (cuidar dos filhos, cozinhar, limpar a casa, etc.), o que significa

que sua situação de pobreza é maior que a dos homens.

87. Nas famílias tradicionais do Nordeste, a contribuição das mulheres e das meninas para as

atividades produtivas são muitas vezes subvalorizadas. Elas costumam ter uma menor

participação nas decisões relacionadas a finanças familiares, tais como acesso a crédito, como

investir, como gastar a renda da família, etc. O desequilíbrio na tomada de decisões da família

com frequência se reproduz na agricultura,34

onde as mulheres registram taxas mais baixas de

acesso a crédito, terra, assistência técnica, insumos e de participação em projetos produtivos do

que os homens – uma oportunidade perdida para aumentar os níveis de produtividade e

segurança alimentar entre as famílias pobres da Paraíba.

88. Com a assistência do Banco, o projeto COOPERAR realizou uma avaliação de gênero e

formulou sua respectiva estratégia. A estratégia de gênero tem como principais elementos: (i)

uma estratégia de comunicação diferenciada; (ii) oferecer cursos de treinamento específicos para

mulheres, grupos de mulheres e prestadores de serviços; (iii) priorizar as comunidades com

maior número de mulheres em relação ao acesso a água e à redução da vulnerabilidade; e (iv)

prestar assistência técnica especializada a grupos e lideranças de mulheres nas alianças

produtivas. As ações específicas a gênero são detalhadas para cada componente no Anexo 2. Em

meados do projeto, a aplicação da estratégia será revisada e, se necessário, ajustada.

Monitoramento e Avaliação

89. O COOPERAR monitorará e avaliará o progresso do projeto e seus resultados do ponto

de vista técnico, financeiro, social e ambiental. O sistema de M&A do projeto acompanhará seu

progresso de acordo com os indicadores e metas descritos Matriz de Resultados e

Monitoramento do Anexo 1. O sistema de M&A será baseado nos sistemas de informação

existentes e nos bancos de dados administrados pelo COOPERAR no contexto do Segundo

Projeto de Redução da Pobreza Rural da Paraíba (P104752). Tendo como referência a situação

de linha de base, o sistema de M&A acompanhará o desempenho do Projeto rastreando seu

progresso em relação aos indicadores de resultados; justificando ajustes necessários durante a

implementação; promovendo a responsabilização pelos recursos usados em relação aos

objetivos; dando e recebendo feedback dos atores envolvidos; e gerando insumos para

disseminação de resultados e lições aprendidas.

90. Monitoramento. O progresso na implementação das atividades relacionadas aos

Subcomponentes 2.a e 2.b (abastecimento de água e redução da vulnerabilidade agroclimática)

será supervisionado e monitorado pelos escritórios regionais do COOPERAR. Após a assinatura

dos acordos de subprojeto com o COOPERAR, cada AC deverá apresentar a esses escritórios

relatórios de progresso técnicos e financeiros anuais, que serão enviados ao escritório central,

para consolidação. Em relação ao Subcomponente 2.c (SIRA), a AESA fornecerá relatórios de

implementação periódicos que serão monitorados pelo COOPERAR.

34

World Bank, Expanding Women’s Agency through Women’s Productive Inclusion in Northeast Brazil: Fieldwork

reports, 2015.

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65

91. Em relação ao Componente 3 - Alianças Produtivas, os escritórios regionais do

COOPERAR e da CINEP fornecerão informações em tempo real sobre o progresso de cada

iniciativa comercial sendo revisada e/ou apoiada pelo Projeto. Os escritórios regionais estarão a

cargo de supervisionar as atividades das Alianças Produtivas dos Subprojetos conforme

detalhado no Anexo 2 e acompanharão os dados sobre valor e volume das vendas e sobre

práticas ambientais. O progresso na capacidade gerencial e contábil das organizações

beneficiárias será avaliado anualmente pelos responsáveis por prestar assistência técnica no

âmbito do projeto. Essa informação será enviada ao escritório central do COOPERAR, para

consolidação.

92. Avaliação. Na implementação do subprojeto, a supervisão realizada pela equipe do

COOPERAR incluirá o monitoramento da conformidade ambiental e eventuais impactos, com a

assistência de modelos de monitoramento ambiental. As informações geradas pelo

monitoramento serão enviadas ao sistema de monitoramento do projeto, incluídas as de

progresso de eventuais medidas de mitigação. Os relatórios periódicos do projeto apresentados

ao Banco incluirão uma seção de salvaguardas na qual os resultados do monitoramento

socioambiental serão informados, incluindo quaisquer impactos negativos identificados durante a

implementação e a correspondente medida de mitigação aplicada, bem como as lições aprendidas

e os impactos ambientais positivos gerados pelo projeto.

93. O Banco e o COOPERAR conduzirão uma Revisão Intermediária aproximadamente dois

anos após o Projeto entrar em vigor. Nela serão analisados o progresso em relação aos

indicadores de resultados e a probabilidade de alcançar o ODP. Os resultados dessa revisão

servirão de subsídio para os ajustes técnicos ou de desenho de projeto cabíveis. O COOPERAR

realizará uma avaliação final conforme os termos de referência acordados com o Banco. A

estratégia dessa avaliação leva em consideração diferenças relacionadas ao estado do

conhecimento e à capacidade de geração de dados em três linhas de ação. No caso do acesso a

água, a avaliação dos resultados se centrará nos resultados e nas mudanças comportamentais (uso

e adoção), uma vez que há provas contundentes que evidenciam os impactos positivos desse tipo

de intervenções. Já no caso da redução da vulnerabilidade agroclimática, dada a dificuldade em

se estabelecer indicadores de resultados que não dependam da ocorrência de eventos climáticos,

os resultados serão medidos em termos de adoção de tecnologias e práticas e a avaliação seguirá

uma abordagem focada na aprendizagem a partir da experiência. Com isso, o Projeto coletará

informações para gerar os insumos e resultados pertinentes, antes e depois dos investimentos, a

fim de medir sua eficácia e eficiência enquanto são controlados outros fatores passíveis de

mudança ao longo do tempo. Em ambos os casos, a análise levará em consideração variáveis

socioeconômicas, entre elas gênero e etnia.

94. Avaliação do impacto. Uma avaliação de impacto rigorosa do Componente 3 - Alianças

Produtivas será realizada empregando métodos quase-experimentais (métodos de pareamento

com diferenças-em-diferenças). Em cada edital, para apresentação de propostas, os consultores

coletarão dados de linha de base e farão uma pesquisa de acompanhamento de uma amostra

representativa de candidatos. Os levantamentos de linha de base coletarão um amplo conjunto de

informações, incluindo produção, resultados e variáveis de controle. As pesquisas de

acompanhamento coletarão o mesmo conjunto de informações quando as alianças terminarem

(cerca de três anos depois do ano em que foi feita a manifestação de interesse em participar do

projeto). O cronograma relativo a essas pesquisas será definido de acordo com os avanços na

implementação do Projeto.

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66

95. As principais variáveis a serem avaliadas serão a renda líquida das famílias de

agricultores, o volume total de vendas e o nível de emprego por aliança produtiva. A avaliação

ajudará a identificar a influência de fatores externos (por exemplo, os preços no mercado

internacional) que não podem ser atribuídos ao Projeto em si. Embora uma estratificação ex-ante

por sexo ou etnia não seja plausível, a análise fará essa desagregação dos dados sempre que for

possível.

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Anexo 4: Plano de Apoio à Implementação do Projeto

PAÍS: BRASIL

Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Paraíba (P147158)

Plano de Apoio à Implementação do Projeto

1. Devido à complexidade técnica do Projeto em relação à capacidade existente e à ênfase em

qualidade técnica e adequado monitoramento e avaliação, o Projeto demandará um intenso apoio

ao longo a implementação.

2. O apoio técnico se centrará na qualidade. No acesso à água, terão ênfase os aspectos

institucionais e de engenharia, incluindo vínculos com o estado. Na redução da vulnerabilidade

agroclimática, a equipe do projeto se concentrará na adequação e eficácia das soluções

tecnológicas, tal como foram concebidas e implementadas. O projeto do Sistema de Informação

de Risco Agroclimático exigirá assessoramento constante ao longo do primeiro ano. A

implementação das alianças produtivas exigirá um apoio intenso durante os dois primeiros anos.

3. O monitoramento e a avaliação exigirão suporte específico a fim de garantir a qualidade das

linhas de base e do desenho e execução da avaliação de impacto.

4. A gestão de salvaguardas exigirá atenção específica no primeiro ano ou nos primeiros dois

anos, particularmente em relação ao meio ambiente, recebendo após isso apoio contínuo do

escritório no país.

5. A gestão dos aspectos fiduciários exigirá um intenso suporte no primeiro ano, seguido de

revisões ex-post anuais e do apoio contínuo do escritório no país.

6. O escritório do BM em Brasília será a principal fonte de suporte para o projeto, uma vez que

conta com funcionários qualificados em salvaguardas e aspectos fiduciários disponíveis para

acompanhar a implementação do Projeto. Anualmente serão conduzidas duas missões de apoio

específicas para auxiliar no planejamento anual, na análise do progresso do projeto e na

qualidade da implementação.

Tabela 7: Foco, competências, recursos e origem do apoio à implementação

Quando Foco Competências necessárias Estimativa de recursos

Ano 1 - Planejamento da

implementação

- Qualidade técnica

- Desenho da linha de

base e coleta de dados

- Processos fiduciários

- Salvaguardas

- Gerenciamento do Projeto

- Água, redução da

vulnerabilidade e alianças

produtivas

- Gestão Financeira

- Monitoramento e Avaliação

- Gestão de salvaguardas

- 2 missões de apoio com

a equipe do projeto

completa

- Assistência intensa do

escritório no país

Anos

2 a 5

- Implementação do

Projeto

- Qualidade técnica

- Salvaguardas

- Monitoramento e

Avaliação

- Gerenciamento do Projeto

- Água, redução da

vulnerabilidade e alianças

produtivas

- Gestão Financeira

- Monitoramento e Avaliação

- Gestão de salvaguardas

- 2 missões de apoio, uma

das quais com a equipe do

projeto completa

- Apoio do escritório no

país em relação a

salvaguardas e processos

fiduciários

Ano - Monitoramento e - Gerenciamento do Projeto - 2 missões de apoio, uma

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68

6 Avaliação

- Elaboração de

relatórios

- Qualidade técnica

- Monitoramento e Avaliação

das quais com a equipe do

projeto completa

Tabela 8: Combinação das competências necessárias

Competências

necessárias

Número de funcionários-

semana

Número de viagens

Gerenciamento do

Projeto

- 8 funcionários-semana por ano

- 2 por ano

Especialista em

Operações

- 8 funcionários-semana por ano - Dois por ano e apoio contínuo

do escritório no país

Especialistas em

Processos Fiduciários

(GF e Aquisições)

- 2 x 3 semanas por ano - Um por ano e apoio contínuo

do escritório no país

Especialista em

Salvaguardas

(ambientais e sociais)

- 2 x 3 semanas por ano - Um por ano e apoio contínuo

do escritório no país

Especialistas

Técnicos, incluindo

em M&A

- 5 x 3 semanas por ano

- M&A 2 x 4 semanas para

Revisão Intermediária e avaliação

final

- 1 a 2 por ano, dependendo das

necessidades específicas

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Anexo 5: Contabilização dos Gases Do Efeito Estufa

PAÍS: BRASIL

Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Paraíba (P147158)

Antecedentes e Metodologia

1. Na sua Estratégia Ambiental lançada em 2012, o Banco Mundial assumiu o mandato

corporativo de contabilizar as emissões de gases do efeito estufa (GEE) nas operações de

empréstimo para investimentos. Quantificar as emissões de GEE é um passo importante na

gestão e, em última análise, redução das emissões de GEE e está se tornando uma prática comum

em muitas instituições financeiras internacionais.

2. Para estimar o impacto dos empréstimos para investimento agrícola nas emissões de GEE

e no sequestro de carbono, o Banco Mundial adotou a Ferramenta EX-ACT35

de balanço de

carbono, desenvolvida pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

(FAO), em 2010. A ferramenta EX-ACT consiste em um sistema de avaliação terrestre que

permite avaliar o balanço de carbono líquido de um projeto, definido como o saldo líquido de

CO2 equivalente dos GEE emitidos ou sequestrados como resultado da implementação do

projeto, em comparação com um cenário sem intervenção. A ferramenta estima as mudanças no

estoque de carbono (ou seja, emissões ou sumidouros de CO2), bem como as emissões de GEE

por unidade de solo, expressas em toneladas equivalentes de CO2 por hectare por ano.

Aplicação da ferramenta EX-ACT

3. Área do Projeto. Na contabilização dos GEE são considerados três tipos de projetos. No

primeiro tipo, os projetos de resiliência/vulnerabilidade (480 projetos em 11.544 ha) usarão dois

tipos de tecnologias para aumentar a resiliência climática: manejo da água/sistemas de irrigação

(pequenas barragens e cisternas) e manejo de pastagens. As tecnologias foram selecionadas a

partir de uma consultoria desenvolvida pela unidade do projeto no início de 2015. O segundo

tipo (251 projetos) consiste em alianças produtivas que visam melhorar o manejo de caprinos e a

produção de vegetais, mel, polpa de frutas e pescado. O Projeto também apoiará obras pontuais

de melhoria das estradas rurais.

4. Fonte de dados. No que se refere à Análise Econômica e Financeira, os estudos de

viabilidade realizados pela unidade de implementação do projeto foram utilizados como

principal fonte de dados. Os estudos fornecem, entre outros, uma avaliação detalhada das

atividades agropecuárias e empregam modelos de propriedades rurais padrão para projetar

mudanças na atividade agrícola como consequência da modernização da irrigação e da

diversificação da produção agrícola.

5. Pressupostos básicos. A Paraíba apresenta um clima tropical de seco a úmido. O estado

tem vários tipos de solo, mas o tipo dominante é o solo LAC, especificamente o Litossolo. A fase

de implementação do projeto terá duração de 5 anos e a fase de capitalização 20 anos, já que a

maioria das tecnologias implementadas terá uma vida útil máxima de 20 anos. Isso equivale a um

período de implementação de 25 anos, que se situa na faixa padrão da ferramenta EX-ACT36

. Na

35

http://www.fao.org/tc/exact/ex-act-home/en/ 36

O prazo de 25 anos deste projeto específico foi escolhido após consulta ao serviço de assistência de GEE do

Banco Mundial. O período conjunto de implementação e capitalização não deve ser inferior a 20 anos em situações

em que ocorrem mudanças relevantes no uso da terra. A literatura científica o considera o período mínimo para que

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análise, espera-se que o cenário “Business as usual”, ou seja, sem intervenções, não difira do

“cenário de linha de base”. Esse cenário padrão é considerado razoável uma vez que mudanças

na atividade agropecuária dependem das tecnologias disponíveis que o projeto irá trazer. Na

avaliação de GEE também se parte do pressuposto de que a dinâmica de mudança será linear ao

longo do projeto.

6. Sistemas de irrigação. Na situação atual, a área do projeto está equipada com sistemas

mínimos de irrigação superficial: apenas 390 ha dedicados à horticultura em potenciais projetos

de Alianças Produtivas. Para reduzir a vulnerabilidade agroclimática, o projeto deverá introduzir

pequenas barragens e tanques de água/cisternas em 2.480 ha37

(estimativa baseada em 1240 ha

de sorgo e 1240 ha de milho) e pequenos sistemas de aspersão em 105 ha em Alianças

Produtivas, sendo que ambos exigirão bombeamento e, portanto, consumirão energia elétrica. A

introdução de sistemas de irrigação mais modernos significará um uso mais eficiente da água e

maior produção agrícola. Com base no exame das informações dos subprojetos e em outros

estudos relacionados da área, assumimos que o projeto não acarretará uma expansão da área

agrícola, mas sim à intensificação e mudanças na produção agrícola. Esse aumento deverá vir

principalmente das mudanças no uso do solo e da adoção de tecnologias, conforme descrito a

seguir.

7. Lavoura e mudança no uso do solo. Atualmente, a maior parte das propriedades rurais

que compõem o grupo-alvo cultivam o solo com lavouras anuais. Com base na informação dos

modelos de subprojetos, a introdução de infraestrutura de irrigação e de assistência técnica

deverá gerar um aumento nas taxas de conversão de culturas anuais para culturas perenes. Por

exemplo, as terras que são utilizadas atualmente com culturas anuais (especialmente milho e

feijão) deverão ser dedicadas à produção de fruta da palma (perene), com 1876 ha, e outras

culturas anuais, como batata doce, cebola, tomate, entre outras, totalizando 105,3 ha. Além disso,

deverá haver mudança de uso do solo para cultivo de plantas perenes nas terras moderadamente

degradadas (500 ha). Ambos os tipos de mudanças no uso do solo são explicados no módulo

“Mudança no uso do solo” da EX-ACT. A área de 500 ha utilizada para o cultivo de culturas

perenes na situação de linha de base deverá permanecer com esse tipo de culturas, mas

empregando práticas melhoradas. Em geral, assumimos que as atividades do Componente 2

conduzirão a melhores práticas agronômicas e de manejo da água, como figura no módulo

“Terras para cultivo” da ferramenta EX-ACT.

8. Pecuária. A introdução de sistemas de água e de sistemas pastoris incentivará os

agricultores a aumentar o número de caprinos por propriedade. A partir das informações dos

subprojetos de agricultura familiar de pequena e média escala nas áreas do projeto, esperamos

um aumento no número médio de cabeças de 20%, de 1000 a 1200, durante o ciclo do projeto.

Embora os caprinos sejam a espécie de ruminantes que têm uma das menores emissões de

metano por cabeça por ano (5 Kg de CH4, enquanto os búfalos produzem 55 kg de CH4 por ano),

eles são um fator de degradação do solo no projeto.

9. Insumos e investimentos. Com a exceção dos possíveis subprojetos contemplados nos

projetos de irrigação das Alianças Produtivas (105,3 ha), a maioria das culturas na área do

ocorram os impactos mais importantes nos estoques de carbono (EX-ACT. Manual do Usuário. Estimating and

Targeting Greenhouse Gas Mitigation in Agriculture; FAO, 2014). De igual forma, a Nota de Orientação sobre

Contabilização de GEE nº 3 do Banco Mundial que trata de Projetos de Investimento no Setor Agrícola considera

um horizonte temporal de 30 anos, semelhante ao da Análise Econômica e Financeira. 37

Estima-se para sorgo uma área de 1240 ha e para milho 1240 ha.

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projeto não utiliza adubação química. No entanto, espera-se que a maioria dos subprojetos de

redução de vulnerabilidade faça uso de compostagem/estrume. A energia elétrica utilizada nos

diferentes subprojetos e o consumo de óleo são descritos na tabela abaixo. As melhorias em

estradas vicinais não serão contabilizadas no Ex-Act, pois a ferramenta só se aplica a estradas

pavimentadas com concreto e asfalto.

Tipo de tecnologia Consumo de energia por ano

em MWh (sem vs com)

Consumo de óleo por ano m3

Tanques de água e cisternas 0 0,48825

Serviço de refrigeração de

leite de cabra

4,4*67 8,3*67 1,2*67

Produção de mel 0 3*39 6,4*39

Agricultura irrigada 0 3,6*39

Produção de polpa de frutas 12*67 28*67 1,2*67

Total 1098 por ano 2583,5 por

ano

410,4 por ano

Resultados

10. Balanço líquido de carbono. O balanço líquido de carbono indica toneladas de CO2

equivalente (tCO2-eq) de GEE emitidos ou sequestrados como resultado da implementação do

projeto em comparação com um cenário sem intervenção alguma. Ao longo do seu ciclo de 25

anos, o projeto será um sumidouro de carbono que sequestrará 25.075 tCO2-eq (ver tabela

abaixo, última coluna, para balanço por ano).

11. Fontes e sumidouros de carbono. A maior parte do carbono sequestrado se deve a

melhorias nas culturas anuais e à expansão dos sistemas perenes, atrás do uso não-florestal do

solo. A pecuária e os insumos (óleo e eletricidade) são as principais fontes de carbono do projeto.

12. Ressalvas. O projeto financiará subprojetos induzidos pela demanda, sendo, portanto,

desconhecidos ex-ante. Assim, na análise de carbono a equipe considerou apenas os sumidouros

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de carbono dos subprojetos de resiliência/vulnerabilidade. A ferramenta será atualizada uma vez

que o projeto disponha de dados sobre área (ha ou km) destinadas a (i) subprojetos de alianças

produtivas e (ii) melhoria de estradas vicinais. Além disso, vale dizer que, como os insumos para

esses tipos de subprojetos já foram levados em conta, o sumidouro de carbono total do projeto

poderá aumentar expressivamente.

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Anexo 6: Variabilidade climática e projeções de mudanças futuras no Nordeste do Brasil

PAÍS: BRASIL

Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Paraíba (P147158)

Piora do estresse hídrico causado pela seca e os meios de subsistência rurais

1. Uma grande parte do Nordeste está situada dentro do chamado “polígono da seca ou

Semiárido”38

, uma área caracterizada pelo clima semiárido e por enfrentar secas recorrentes. As

áreas semiáridas do Nordeste brasileiro estão sujeitas a estresse hídrico e são altamente sensíveis

à variabilidade interanual do clima. A maioria das áreas pobres da região são identificadas como

hotspots sócio-climáticos em função das restrições naturais de água, do índice de

desenvolvimento humano

relativamente baixo e da alta

densidade populacional, onde a

água já é causa de conflitos.

Considerando o cenário de um

mundo 4 °C mais quente, espera-

se que as regiões secas do

Nordeste enfrentem aumentos de

calor extremo incomuns, que

causarão eventos de seca mais

intensos e prolongados e uma

maior aridez (Figura 1). As

regiões semiáridas registraram

um progresso significativo ao

longo das últimas décadas,

promovendo a saída de um

número considerável de

comunidades da situação de

pobreza extrema; no entanto, a

possibilidade de secas mais

frequentes e precipitações

extremas ameaça arrastar muitas

dessas populações de volta para a pobreza extrema.

Figura 1: Precipitação média anual, evapotranspiração

média anual e índice de seca (precipitação dividida pela

evapotranspiração) nos períodos 1971-2000 e 2041-2070

(projeção) com base no modelo climático MIMR sob o

cenário de emissões B1. A evolução para cores mais

avermelhadas corresponde ao aumento da seca em função da

redução das chuvas e/ou aumento da evapotranspiração

(Banco Mundial, 2014)

38

A área geográfica do semiárido brasileiro cobre mais de oito estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,

Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), além do Norte de Minas Gerais, com uma área total de

980.113,079 km² (IBGE, 2010).

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Figura 3: Média histórica de dias secos consecutivos entre

1961- e 1990 no estado da Paraíba

(Fonte: University of Sussex- conjunto de dados CRU, e

Climate Analysis tool, Climate Change

Knowledge Portal, http://climatewizard.ciat.cgiar.org/outputs/Paraíba/).

O estado da Paraíba e as mudanças climáticas

Tendências históricas

Localizado na região Nordeste, o Estado

da Paraíba ocupa uma área de 56.469,47

km² e se divide em 223 municípios. O

clima da Paraíba varia. É tropical úmido

no litoral, com abundantes chuvas

(aproximadamente 1.300 mm/ano),

enquanto no interior é semiárido e está

sujeito a secas prolongadas e baixa

precipitação média (entre 600 e 1.200

mm/ano) (Figura 2). No mesmo período

também foi registrado um aumento

considerável na frequência de noites

quentes da região.

De acordo com a análise histórica dos dados

climáticos globais, houve uma média de 55

“dias secos consecutivos” (número máximo de

dias consecutivos com precipitação diária

inferior a 1 mm) no estado entre 1961 e 1990

(Figura 3).

Futuras Tendências Climáticas

2. Além de um aumento da temperatura média anual de até 2-3 °C, vários modelos

climáticos de projeção em pequena escala conduzidos pelo IPCC estimam um aumento médio da

duração das secas de 20-30 dias39

em meados do século (Figura 4) devido às mudanças

climáticas nos cenários de alta emissão40

.

39

Dias Secos Consecutivos: Duração máxima de uma seca. Número máximo de dias consecutivos com precipitação diária <1 mm 40

Fonte do dado: Os resultados do Modelo Climático Global baseados no conjunto de dados multi-modelo (Meehl et al., 2007) do World Climate

Research Programme (WCRP), terceira fase do Projeto Coupled Model Intercomparison (CMIP3), foram ajustados a uma menor escala, conforme descrito por Maurer et al. (2009), usando o método de correção de tendência/redução espacial (Wood et al., 2004) para uma grade de 0,5 graus, com

Figura 2: Média histórica da precipitação total de 1961-1990 no

estado da Paraíba. (Fonte: University of Sussex-conjunto de

dados CRU, e Climate Analysis tool, Climate Change

Knowledge Portal).

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Impacto potencial de um clima em mudança

3. O aumento dos eventos de seca no estado da Paraíba pode levar a perdas generalizadas na

produção agrícola e pecuária, ameaçando os meios de subsistência dos pequenos agricultores.

Uma queda na produtividade agrícola pode limitar o acesso a alimentos, e se essa queda não for

mitigada possivelmente produzirá impactos a longo prazo no estado nutricional das famílias. O

aumento da área sob irrigação, se não estiver bem integrado com o planejamento e manejo dos

recursos hídricos a longo prazo, poderá exacerbar os desafios impostos pela disponibilidade

hídrica devido à competição por esse recurso para consumo urbano e humano. Uma menor

disponibilidade de água potável nas comunidades rurais pode acarretar uma maior dependência

pelos carros pipa, elevando os custos para o setor público e privado e aumentando a incidência

de morbidades. Além disso, a necessidade de buscar água potável e os problemas de saúde

associados à água de baixa qualidade para consumo humano podem ter um impacto na força de

trabalho e na renda nas áreas rurais, gerando problemas sociais adicionais em razão da migração

para as cidades durante os eventos de seca. Um maior estresse hídrico pode levar à sobre-

exploração de aquíferos já esgotados. Isso, por sua vez, levaria à liberação de minerais nas águas

subterrâneas, afetando a qualidade dessas águas, e, nos aquíferos costeiros, à intrusão de água do

mar. Em geral, os sistemas hidrelétricos e energéticos sofrerão com o estresse hídrico nessas

regiões secas. Os danos diretos causados pelas secas e também seus impactos secundários no

setor agrícola e nos mercados de trabalho relacionados à agropecuária podem acarretar taxas

negativas de crescimento do PIB no setor agrícola durante esses eventos.

base nas observações de 1950-1999 de Adam e Lettenmaier (2003). Dados disponíveis na Ferramenta de Análise do Clima (http://climatewizard.ciat.cgiar.org/outputs/Paraíba/). Ver também Banco Mundial, 2014. Turn Down the Heat: Confronting the New Climate Normal.

Figura 4: Média histórica de dias secos consecutivos entre 1961- e 1990 no estado da Paraíba. (Fonte: University of Sussex, conjunto de dados

CRU, e Climate Analysis tool, Climate Change Knowledge Portal, http://climatewizard.ciat.cgiar.org/outputs/Paraíba/).

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