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COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO WASHINGTON FAGNER ABREU RAMOS AMORIM ZILAH A HISTÓRIA DE ZILAH MOREIRA, CORRESPONDENTE DO ESTADÃO, NA BAHIA, DURANTE A DITADURA MILITAR Salvador 2010

Zilah - A história de Zilah Moreira, correspondente do Estadão, na Bahia, durante a Ditadura Militar

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Pré-projeto de pesquisa para a realização da biografia da jornalista Zilah Moreira.

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COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO

WASHINGTON FAGNER ABREU RAMOS AMORIM

ZILAH

A HISTÓRIA DE ZILAH MOREIRA, CORRESPONDENTE DO

ESTADÃO, NA BAHIA, DURANTE A DITADURA MILITAR

Salvador

2010

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WASHINGTON FAGNER ABREU RAMOS AMORIM

ZILAH

A HISTÓRIA DE ZILAH MOREIRA, CORRESPONDENTE DO

ESTADÃO, NA BAHIA, DURANTE A DITADURA MILITAR

Projeto para a disciplina de Teoria e Método de Pesquisa

em Comunicação do curso de Comunicação Social -

Jornalismo da Faculdade 2 de Julho, do 7° semestre,

como quesito parcial de avaliação.

Orientação da professora Samantha Rebelo.

Salvador

2010

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SUMÁRIO

Tema............................................................................................................................1

Problema......................................................................................................................1

Objetivos.......................................................................................................................1

Objetivos específicos....................................................................................................1

Hipóteses......................................................................................................................1

Contextualização..........................................................................................................2

Justificativa...................................................................................................................5

Fundamentação Teórica...............................................................................................7

Metodologia e Cronograma de Pesquisa...................................................................12

Adequação do tema ao produto.................................................................................18

Anexos........................................................................................................................19

Referências................................................................................................................21

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1 Tema

Zilah. A história de Zilah Moreira, correspondente do Estadão na Bahia, durante a

Ditadura Militar.

2 Problema

Como a jornalista Zilah Laura da Silva Moreira, decana do jornalismo baiano,

enfrentou os grandes políticos da Bahia durante a ditadura militar, período este em

que foi correspondente local do jornal O Estado de S. Paulo, e seus legados

deixados para os jornalistas no estado?

3 Objetivo

Pretende-se com este projeto de pesquisa contar a trajetória de vida profissional e

pessoal da jornalista e advogada Zilah Laura da Silva Moreira, uma das pioneiras no

jornalismo baiano, e que contribuiu para a inserção das mulheres nas redações

baianas.

3.1 Objetivo específico:

Tentar explicar a importância de Zilah Moreira para ascensão das mulheres para o

jornalismo;

Destacar as contribuições de Zilah Moreira para os cenários políticos da época

como: os anos dourados (década de 1950), Ditadura Militar (1964-1984) e a

redemocratização brasileira (1985-).

4 Hipóteses

Por ser pioneira no segmento jornalístico na Bahia, quando assumiu o

cargo de correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, em Salvador, no

período da Ditadura Militar, Zilah Moreira abriu as portas para as mulheres

almejarem ingressar na profissão;

Por ser mulher e negra, Zilah Moreira, no início da carreira, sofreu

preconceito pelos colegas, poderes políticos e outros entrevistados;

A coragem de Zilah para enfrentar o poder político, na Bahia, durante a

Ditadura Militar, contribuiu para a redemocratização do país.

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5 Contextualização

Zilah Laura da Silva Moreira nasceu no município de Rui Barbosa, 326 km da capital

do estado da Bahia, Salvador, em 7 de maio de 1922. Veio morar na capital da Bahia

quando tinha 10 anos de idade, acompanhada de seus pais e de seu irmão mais

velho Roschild Moreira.

Em Salvador, durante sua adolescência, viveu vários períodos turbulentos da história

brasileira, como a Era Vargas e o ingresso do Brasil na Segunda Guerra Mundial.

Formou-se em Direito pela Escola de Direito do Rio de Janeiro, atual Faculdade de

Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1944. Neste período, o

presidente do Brasil, Getúlio Vargas, começava a perder o poder entregando-o ao

general Eurico Gaspar Dutra. A Bahia era governada por Renato Onofre Pinto Aleixo,

que ficou no poder até 1946.

Mas foi no jornalismo que Zilah se encontrou. Seu irmão Roschild Moreira fora por

muito tempo o correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, o maior jornal do

País. Entusiasmada e estimulada pelo irmão, Zilah ingressou no jornalismo baiano

como revisora no jornal A Tarde, na década de 1950. Lá, trabalhou com Florisvaldo

Mattos, editor-chefe. Só saiu do jornal para assumir o escritório do diário O Estado

de S. Paulo quando seu irmão Rochild Moreira, que exercia a função, faleceu.

No Estadão foi a primeira repórter feminina da Bahia correspondente de um jornal do

Sul do País e uma das pioneiras da profissão na Bahia. Fazia cobertura de todas as

editorias, incluindo esporte a política. Foi a primeira repórter feminina a cobrir os

“vestiários” dos times baianos após as partidas. Em suas histórias, registradas no

livro Zilah Moreira, a repórter do Estadão na Bahia, no tempo da Ditadura Militar

– editado pela EDUFBA e organizado por Luiz Guilherme Pontes Tavares – Zilah

lembra-se das dificuldades que tinha ao entrevistar o técnico do Bahia, Paulo

Amaral, que não gostava de jornalistas. Conta, que certa feita, Amaral ficou furioso

com uma matéria que escreveu dizendo que ele recorria aos terreiros de candomblé

para fazer o Bahia ganhar a partidas.

Mas foi na editoria de política que ela se destacou. Por mais de 20 anos escreveu

para o diário O Estado de São Paulo, durante o auge da Ditadura Militar. Teve

confrontos diretos com Antônio Carlos Magalhães, governador da Bahia e prefeito de

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Salvador naquele período. O livro do jornalista José Maria Mayrink, intitulado

Mordaça no Estadão, lançado pela Editora o Estado de São Paulo, em 2008, conta

a história das coberturas jornalísticas do jornal no período da Ditadura Militar. Zilah

Moreira é lembrada em vários momentos, principalmente na cobertura da morte do

guerrilheiro Carlos Lamarca e sua esposa.

Trabalhou na cobertura do caso Carlos Mariguella, um dos principais organizadores

da luta armada contra a ditadura militar e político do Partido Comunista Brasileiro.

Por muito pouco não foi presa. Mas tinha que obedecer as ordens do jornal. O irmão

de Marighella, Caetano Marighella, morava em Salvador, em Periperi, e informou

que ele tinha um filho que morava também na cidade. Zilah, então, foi atrás do rapaz

para montar sua reportagem, sobre a morte de Marighella, morto a tiros pelo

delegado Sergio Paranhos Fleury, em São Paulo.

No Estadão, também cobriu a prisão da assessora de Robert McNamara, diretor do

Banco Mundial, Chandras Sing. Ela tirava fotos do Terreiro de Jesus, da Faculdade

de Medicina, quando foi abordada por um policial, que achou que estava tirando foto

dele. Chandras não sabia falar português e nem o policial, inglês. Além do mais, o

fato de ser negra contribuiu para ele dar voz de prisão a ela sem saber de quem se

tratava.

Trabalhou com o jornalista Emiliano José, no escritório do Estadão neste período.

Destemida, Zilah Moreira conseguiu marcar história e ter um legado de fãs, que

admirava o seu trabalho.

Trabalhou junto com partidos políticos pela redemocratização do país. Socialista

tinha um apreço muito grande pelo Partido dos Trabalhadores. Simpatizava muito

com Waldir Pires, que se candidatou a governador da Bahia, em 1987, primeira

eleição democrática pós-ditadura militar, pelo Partido do Movimento Democrático

Brasileiro. Assumiu cargos nas assessorias de comunicação de diversos órgãos

públicos, como por exemplo, a AGECOM - Assessoria Geral de Comunicação do

Governo do Estado da Bahia.

Com o passar dos anos abandonou a política partidária, mas não a política, nem a

luta pelos mais oprimidos. Fundou, na Bahia, a Associação dos Aposentados e

Pensionistas, com sede em Piatã, onde foi presidente até o dia de sua morte. Abriu a

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portaria para a criação do Instituto Casa do Jornalista, com objetivo de amparar os

jornalistas idosos necessitados e guiar os novos “focas”1 na profissão, juntamente

com vários jornalistas, dentre eles Mery Bahia.

Zilah Moreira, após uma cirurgia no fêmur, depois de uma queda no banheiro de sua

residência, no bairro de Amaralina, em Salvador, morreu de infecção hospitalar no

Hospital Jaar Andrade, em 25 de agosto de 2008, em Salvador. Está sepultada no

Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco, na Baixa de Quintas, também em

Salvador.

1Focas são os chamados calouros no jornalismo.

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6 Justificativa:

Uma grande reportagem biográfica pode ser realizada através do livro reportagem.

Este recurso permite aprofundar na vida pessoal do personagem, o momento

político, social e econômico que está inserido, além de outras informações

vinculadas até mesmo a outra grande reportagem.

Assim, este trabalho vai proporcionar o resgate da história de um ícone importante

do jornalismo baiano. Zilah Moreira é uma das pioneiras do segmento na Bahia e

poucas publicações existem sobre ela. Este livro pretende resgatar a historia do

jornalismo baiano, personagens importantes para a consolidação da imprensa no

estado, a inserção da mulher neste segmento e resgate de momentos históricos da

Bahia e do Brasil, como por exemplo, a ditadura militar e o período de

redemocratização do país.

A realização deste trabalho é de grande relevância para a sociedade como um todo,

pois, tem como principal atributo informar, em uma narrativa biográfica, as raízes

para a consolidação da mulher no jornalismo, tendo como principal ícone para a

abertura dessas portas, a jornalista Zilah Moreira.

Este livro vai adotar uma narrativa não linear, ou seja, não vai seguir uma ordem

cronológica sobre a trajetória de Zilah Moreira. A obra pretende ter, inicialmente, um

total de 150 páginas, podendo ser prolongado e um total de seis capítulos

caracterizando os vários momentos da vida de Zilah Moreira.

Pretendo ainda dedicar um capítulo do livro para registro de memórias. Pessoas que

conviveram com Zilah Moreira, seja profissionalmente e/ou mesmo socialmente,

poderão relatar momentos vividos com ela.

Fotografias do cotidiano da personagem vão estar presentes na obra, além de prints

de algumas reportagens feitas por ela na época em que trabalhou no jornal O

Estado de S. Paulo.

Para que aconteça a realização deste trabalho, uma série de entrevistas com

personalidades do mundo jornalístico vai ser feita como por exemplo, os jornalistas

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Emiliano José, Mery Bahia, Derval Gramacho, Raul Bastos, Rubens Pinheiro,

Samuel Celestino, Vera Simões, Cid Teixeira, Carlos Navarro, além de

personalidades importantes da política baiana como Valdir Pires e Mário Kertesz.

O começo da inserção da mulher no jornalismo baiano também vai ser narrado no

livro, pois a protagonista deste livro-reportagem é pioneira no segmento e foi através

dela que as portas se abriram para as mulheres almejarem a profissão.

Para um melhor embasamento sobre os vários momentos, vou contar com uma

bibliografia que retrate a respeito da ditadura militar, os atos institucionais e as

repressões, além da ajuda de historiadores como Cid Teixeira, Renato Afonso e José

Nilton.

E com a grande reportagem isto se torna mais possível e permite trabalhar o tema

com uma linguagem coloquial e formal ao mesmo tempo.

(...) ela é a expressão do jornalismo interpretativo, que busca preencher os vazios informativos deixados pela notícia por meio de uma narrativa multiangular composta por ingredientes como contexto. A rede de forças que atuam sobre o fato -, antecedentes, projeção no futuro, suporte especializado - quem possui conhecimento sobre o fato - e perfil dos personagens relacionados ao fato (LIMA, 2004)

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7 Fundamentação Teórica

Zilah Laura da Silva Moreira nasceu em 1922. Nesta época, o mundo vivia um

período de ressaca pós-Primeira Guerra Mundial e, o Brasil, vivia a Semana de Arte

Moderna. A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de

linguagem, passando da arte de Vanguarda para a arte Modernista.

Seu objetivo: derrubada de todos os cânones que até então legitimavam entre nós a criação artística. Este objetivo destrutivo, claramente enunciado, traria, como mais tarde Mario de Andrade diria, o direito permanente a pesquisa estética, a atualização da inteligência artística brasileira e a estabilização de uma consciência criadora nacional (AMARAL, 1998, p.13).

Neste período, mulheres, como Tarsila do Amaral quebraram paradigmas e suscitou

a independência feminina na arte, no caso dela, a pintura. Assim muitas outras

mulheres começaram a fazer parte de quadros profissionais até então dominado

pelo homem.

Na década de 1920, o país vivia economicamente do chamado “café com leite”2.

Estes dois produtos determinavam o governo brasileiro, que ficava nas mãos de

Minas Gerais – maior produtor de leite – e de São Paulo, maior produtor de café.

Em 1925, nasce no Rio de Janeiro, o jornal O Globo, fundado pelo jornalista Irineu

Marinho, que morreu 21 dias após a fundação do jornal. Em seu lugar ficou seu filho,

Roberto Irineu Marinho, que criou um poderoso conglomerado denominado

Organizações Globo.

Na Bahia, o jornal A Tarde, maior jornal do Estado, surge em 1912, por Ernesto

Simões Filho. O diário é o maior do estado em circulação até hoje.

Entre as décadas de 1930 e 1940 o país vive um período de ditadura, encabeçado

por Getúlio Vargas e denominado de Era Vargas. Esta época é tida como um divisor

de águas na história brasileira, devido às inúmeras alterações sociais e econômicas.

2MOTA, Myriam B., BRAICK, Patrícia R. História das Cavernas ao Terceiro Milênio. 1.ed. – São Paulo, Moderna,

1997

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Gaúcho, quebrou o monopólio do eixo Rio e São Paulo na presidência do País e

governou por 15 anos. Colocou o País na Segunda Grande Guerra Mundial.

Os problemas do regime resultaram mais da inserção do Brasil no quadros das relações internacionais do que as condições políticas internas do país. Essa inserção impulsionou as oposições e abriu caminho a divergências no interior do governo. (FAUSTO apud MOTA, BRAICK, 1997, p. 503)

As mulheres tinham pouco acesso ás grandes profissões. As mulheres, da classe

média, se reuniram em 1937, em uma convenção trabalhista que tinha como tema a

crença, a obediência.

[...] as mulheres tinham varias funções na Aliança Integralista Brasileira dentre elas dedicar-se as suas famílias e lares, procriar e educar crianças cristãs e patrióticas, proteger os lares contra o comunismo e cultivar valores femininos como obediência, amor, sacrifico, pureza e espiritualidade apoiando os maridos na luta dos movimentos (FERREIRA E DELGADO, 2003, p. 502).

Com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, na década de 1940, o regime

de 1937, denominado Estado Novo entra em falência. Estudantes paulistas foram às

ruas pedir a democratização do país.

Da década de 1950, o Brasil viveu o período de prosperidade econômica como a

criação da Petrobras, na volta de Getúlio Vargas e a chegada das multinacionais

automobilísticas e criação de Brasília, como a nova capital do Brasil, durante o

governo de Juscelino Kubitschek.

Em 1950, surge também à primeira televisão do Brasil, a TV TUPI, de Assis

Chateaubriand. O campo jornalístico começa a crescer com os rádios, os jornais

impressos e a televisão. Assis Chateaubriand por sua vez cria o Grupo Associados,

com os Diários Associados, a Rádio Tupi e a TV Tupi Rio e São Paulo.

A década de 60 é marcada pela renúncia de Jânio Quadros, o governo de João

Goulart e o Golpe Militar de 64.

O golpe de 64 depõe o então presidente, João Goulart, aprendiz de Getúlio Vargas,

e os militares assumem o governo brasileiro. Neste período, a liberdade do brasileiro

é cerceada, e os tanques de guerra invadem as ruas dos grandes centros urbanos

do país. Na Bahia, não foi diferente. Era o governo militar que nomeava e indicava

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os governadores e prefeitos. Juracy Magalhães, Lomanto Júnior, Roberto Santos,

Luiz Viana Filho e Antônio Carlos Magalhães, este último por duas vezes durante a

ditadura, comandaram o estado.

Na Bahia, como em todo o Brasil, o golpe foi inevitável. O então governador do

estado, Lomanto Junior, que a priori defendeu a manutenção de João Goulart e os

princípios democráticos, voltou atrás e divulgou um manifesto assinado pelo seu

secretariado.

Os acontecimentos políticos e militares que, a partir da noite de 31 de março, vêm emocionando a Nação, revelaram a que extremos chegou a infiltração comunista no organismo nacional, obrigando as Forças Armadas do País a tomar das armas que a nação lhe confiara para evitar que a onda vermelha nos engolfasse, esmagando a vontade da maioria democrática do povo brasileiro. Os inimigos da Pátria foram levados à derrota na primeira etapa da luta em defesa da democracia. Mas a grande tarefa de consolidação da vitória das armas nacionais só agora começa. Conscientes da delicadeza do momento, quando acima de tudo, urge preservar a paz da família brasileira e a continuidade das instituições políticas e jurídicas do País, o Governador da Bahia e as forças que com ele dividem as responsabilidades de responder pelos destinos do povo baiano, querem, sem vacilações nem equívocos, reafirmar sua conhecida posição de repúdio a tudo que represente negação aos princípios democráticos e cristãos, que sempre presidiram a vida e a História do nosso povo, reafirmação que se consubstancia na mais nítida e eloqüente solidariedade a quantos, na sua determinação patriótica, livrarem o nosso país da ameaça comunista, garantindo o clima de desenvolvimento político, econômico e social do Brasil (A TARDE, 07/04/1964).

A ascensão e a consolidação de ACM e do carlismo têm uma estreita relação com o

momento político iniciado no País, a Ditadura Militar. Antônio CM mantém

privilegiados laços com esse novo pólo de poder. Essas relações, já presentes antes

nas articulações do golpe, se consolidam com a sua posição francamente favorável

ao golpe e a ditadura. Ocupou cargos importantes tais como a prefeitura de Salvador

(1967-1970), o governo do Estado da Bahia por duas vezes (1971-1975 e 1979-

1983) e presidência da Eletrobrás (1975-1979), permite a formação e consolidação

do carlismo, através da disputa e do escanteamento de outras correntes políticas

baianas conservadoras, que também apoiavam a ditadura, como o Luiz Viana,

Juracy Magalhães e Roberto Santos. Portanto, ao final da ditadura militar, a política

baiana encontra-se majoritariamente dominada por ACM e pelo carlismo.

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Em sua performance de fênix, o carlismo reforçou a dimensão paroquial de seu discurso, usando a imagem de maus baianos para estigmatizar os adversários vencidos, apelando para os brios de uma baianidade ferida por fracassos administrativos e anunciando uma nova era de reconstrução e progresso (ação, competência e moralidade) para a Bahia, que passaria a ser uma virtual ilha de prosperidade num país tomado pela recessão e por uma crise de credibilidade política (NETO, 2000, p.77).

Para consolidar o golpe militar, diversos setores da própria sociedade civil tiveram

parcela significativa. A imprensa, por exemplo, o jornal O Estado de S. Paulo,

tiveram uma participação grande e apoiou a deposição do presidente João Goulart.

Marcha de mulheres, a Igreja Católica, engajamento de camadas médias urbanas e

o entusiasmo empresarial são apenas alguns exemplos.

O golpe de 64, em seus vários atos institucionais, fez com que a liberdade do povo

brasileiro passasse a ser controlada pelo governo. Os jornais eram constantemente

fiscalizados. Caso existisse alguma reportagem que contrariasse os ideais

governistas estes eram imediatamente censurados.

Um desses jornais que foram censurados por várias vezes, foi o O Estado de S.

Paulo, fundado em 1912 por Júlio Mesquita. O jornal, no início da Revolução de 643,

apoiou o Governo Militar. Em 1968, o governo censurou o jornal devido à recusa de

fechar os cadernos Notas e Informações, que denunciava a falta de liberdade

democrática no País. O governo baiano chegou a impedir circulação de edições na

Bahia.

[...] se me perguntarem como é que nós podemos sair desse impasse, eu diria que nenhum historiador é vidente para enxergar o futuro, mas o que se comprova é o seguinte: a via pacífica, preconizada por muitas pessoas, na verdade, é uma forma ilusória de prolongar uma situação que vem existindo desde os primórdios da nossa história. Porque a via pacífica permite não uma mudança dentro da estrutura da sociedade mas um prolongamento da dominação. A via armada como se fez em 69, 73 e 74, também é uma ilusão porque através de pequenos grupos não se chega a uma grande transformação. (CARONE apud MOTA, BRAICK, 1997, p. 503)

3Como é chamado pelos militares o período em que é deposto o presidente João Goulart e as Forças Armadas

Brasileiras assumem o governo do Brasil.

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A imprensa baiana também sofreu com a repressão. O Jornal da Bahia foi um dos

que foram varias vezes censuradas. João Carlos Teixeira Gomes diz:

Quando cheguei no jornal [...], encontrei Joca [João Carlos Gomes] – que era o editor chefe do jornal – saindo naquela hora [umas 9 horas da manhã] [...].O jornal tinha [...] recebido intervenção militar de noite. Tinham mudado a manchete. O jornal ia sair com uma manchete “Rebelião contra o governo”. Aí eles tiraram a manchete do jornal. Saiu sem manchete, com um claro. (2001, p.34)

Mas tiveram outros que apoiaram a “Revolução Militar” como por exemplo, o jornal A

Tarde. O editorial intitulado “Glorioso 1° de Abril” comentava:

Empulhado por um grupelho de aproveitadores, peritos na difícil arte que se resume na trilogia da mistificação, incompetência e baderna, o País pela voz de comando do patriotismo decidiu fazer cessar o parasitismo que estava sangrando a veia da saúde (A TARDE, 04/04/1964).

A partir de 1975, o movimento feminista surge reinvidicando direitos iguais. E nas

redações dos jornais de todo o País não foi diferente. Poucas mulheres exerciam a

profissão até esta data.

O primeiro jornal dirigido às mulheres e feito por mulheres foi o Brasil Mulher,

publicado pela Sociedade Brasil Mulher, entre 1975 a 1980. O segundo jornal foi o

Nós Mulheres, publicada pela Associação de Mulheres, entre 1976 a 1978.

O fato de estarem vinculados a uma associação já mostra que esses jornais eram instrumentos de divulgação de coletivos de mulheres organizadas e, como tal, davam cobertura a assuntos não veiculados pela imprensa oficial, na época sob forte censura política, refletindo o pensamento político da militância feminista. (LEITE, 2003)

Neste período, nas redações dos jornais baianos existiam apenas três nomes de

peso: Zilah Moreira (Estadão), Vera Simões (A Tarde) e Hildegardes Viana (Jornal da

Bahia). Mas, repórter mesmo, só Zilah Moreira.

Durante a década de 1980 acontece o fim da Ditadura Militar e a democracia

brasileira entra em uma nova fase: as eleições diretas. O Brasil volta às urnas e o

colegiado cria uma nova Constituição para o País.

No mundo, a bipolarização deixa de existir e uma nova ordem econômica passa a

vigorar, com a política neoliberal e a globalização

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8 Metodologia e cronograma de Pesquisa

Para a produção desta pesquisa, no intuito de entender melhor o trabalho realizado

por Zilah Moreira no jornalismo, partirei pela fase exploratória através de pesquisa

bibliográfica sobre o período em que ela exerceu a profissão na Bahia, o jornalismo

baiano e leituras sobre jornalismo feito por mulheres na Bahia. Esta aplicação

permite que o autor tenha um bom embasamento em relação ao assunto estudado e

com isso permita a ele construir um produto de qualidade, que neste caso é um livro-

reportagem história.

A pesquisa bibliográfica sobre o período e o tema - realizado através das consultas a

livros, estudos científicos, periódicos (jornais e revistas), internet – proporcionam o

entendimento sobre a formação do jornalismo na Bahia, a censura aos meios de

comunicação durante os vários governos vigentes, a inserção da mulher nas

redações e os legados deixados as gerações posteriores, em especial no município

de Salvador, local em que será feita a pesquisa de campo. De acordo com Antônio

Carlos Gil, a pesquisa exploratória pretende esclarecer e desenvolver ideias.

Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. (GIL, 1999, p. 43)

Vão ser discutidos, com um olhar mais sociológico, a participação dos veículos de

comunicação, em especial o jornal O Estado de S. Paulo, o qual Zilah Moreira foi

correspondente, durante a ditadura militar. A perseguição aos meios de comunicação

e jornalistas durante este período vão ser tratados através de contos de fontes vivas

e bibliografias.

Muitas vezes as pesquisas exploratórias constituem a primeira etapa de uma investigação mais ampla. Quando o tema escolhido é bastante genérico, tornam-se necessários seu esclarecimento e delimitação, o que exige revisão da literatura, discussão com especialista e outros procedimentos. O produto final deste processo passa a ser um problema mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos mais sistematizados. (GIL, 1999, p. 43)

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Explicar também o motivo da ocorrência de determinados fatores vai fazer parte

desta pesquisa como, por exemplo, o fato de Zilah Moreira ter sido a primeira

correspondente mulher de um jornal do sul do País, na Bahia. Este tipo de pesquisa

é o que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o por

que das coisas (1999).

O fato de também utilizar este nível de pesquisa não anula o outro nível adotado,

como explica Gil:

Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isto não significa, porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas tenham menos valor, porque quase sempre constituem uma etapa prévia indispensável para que se possam obter explicações científicas (1999, p. 44).

Terminado o processo de construção e reflexão do tema, esclarecidas as técnicas

jornalísticas utilizadas para a realização do produto e definido o valor social do

trabalho, entra assim em uma nova etapa para o levantamento de dados sobre a

personagem: a pesquisa de campo.

Para a iniciação desta etapa e preciso definir o método aplicado a pesquisa, que –

de acordo com Gil – podem ser de cinco modos: dedutivo, indutivo, hipotético-

dedutivo, dialético e fenomenológico. Método científico é conjunto de procedimentos

intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento (1999).

Para esta pesquisa será adotado o método dedutivo, que parte do geral para o

particular, dado as características do produto que tenta confirmar as hipóteses, a

subjetividade das narrativas e as diversas interpretações a serem realizadas pelo

autor. Esta etapa da pesquisa, pode-se dizer, que é o desenvolvimento do produto.

A pesquisa, a busca por dados para a realização deste trabalho dar-se-á através de

entrevistas presenciais, via skype, e-mail, msn, através de referências bibliográficas,

como: estudiosos, personagens que conviveram diretamente com Zilah Moreira,

personagens secundários, familiares, artigos, jornais e revistas. Pelo fato de Zilah

Moreira já ter falecido, não existirá entrevista com o próprio objeto de estudo.

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As entrevistas dar-se-ão em dois momentos. Primeiramente, sobre o período em

que Zilah trabalhou no Estadão durante a ditadura militar, período auge de sua

carreira, que vão ser abordados as várias reportagens sobre diversos temas

realizadas por ela, a visão dela do jornalismo naquela época e os famosos embates

entre ela e o político Antônio Carlos Magalhães. Sua saída do Estadão para as

assessorias de diversos órgãos públicos também vão ser tratados neste primeiro

momento.

Pesquisas vão ser realizados no Cedoc4 do jornal o Estado de S. Paulo, em jornais

do Estadão e A Tarde, na Biblioteca Pública dos Barris, em Salvador. Uma pesquisa

sobre o período governado pelos militares e as influências na imprensa baiana

também vai ser feita de forma bibliográfica e de forma presencial com historiadores e

pessoas que viveram o período como o historiador Cid Teixeira, Renato Afonso

(professor de Historia e atuou como guerrilheiro no MR-8). Em relação a imprensa

baiana um bate-papo com o jornalista do Jornal da Bahia, João Falcão, o radialista

da Rádio Educadora da Bahia, Perfelino Neto, o editor-chefe de A Tarde, Florisvaldo

Matos, a jornalista Vera Simões, o jornalista Raul Bastos (a época editor-chefe do

Estadão) e o jornalista Emiliano José, que foi colega de trabalho de Zilah Moreira na

sucursal do Estadão.

Com essas entrevistas será possível ter um embasamento maior sobre a carreira de

Zilah Moreira na sucursal do Estadão.

No segundo momento esta pesquisa irá tratar o desligamento de Zilah do jornalismo.

Ela parte para o lado social em prol dos trabalhadores e aposentados, onde ela

presidiu a Associação dos Aposentados da Bahia e o Instituto Casa do Jornalista. O

legado deixado por ela para os novos integrantes da classe jornalística também vai

ser tratado neste momento.

A partir daí vamos começar a entrar em uma nova fase da vida de Zilah que foi

membro da Associação Baiana de Imprensa. Nesta segunda etapa das entrevistas

4Centro de documentação, arquivos.

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será necessário consultar também o momento em que o país vivia economicamente,

politicamete e socialmente. Os caminhos que levaram Zilah a deixar as redações

também vai ser abordado. Para isso entrevistas com jornalistas como Mery Bahia,

Rubens Cardoso, João Falcão, Samuel Celestino, Kardelícia Mourão, além de

amigos próximos a ela.

Ao terminar esta etapa começa assim a redação do livro-reportagem. Para que

sejam valorizadas e aproveitadas às potencialidades das diversas histórias

narradas, se pretende trabalhar com um texto interpretativo, que detalhe os diversos

momentos da carreira da personagem.

Uma grande reportagem biográfica pode ser realizada através do livro reportagem.

Este recurso permite aprofundar na vida pessoal do personagem, o momento

político, social e econômico que está inserido, além de outras informações

vinculadas até mesmo a outra grande reportagem.

Assim para a realização deste projeto, a confecção de um livro-reportagem cai bem.

Trata-se da historia de uma mulher que foi a primeira correspondente baiana de um

grande jornal do sul do Brasil e que exerceu a profissão em um período conturbado

da historia. Mas por que utilizar o livro-reportagem como produto?

De acordo com Edvaldo Pereira Lima (2004, p. 26), o livro reportagem é o veiculo de

comunicação impresso não periódico que apresenta reportagens em grau de

amplitude superior ao tratamento costumeiro nos meios de comunicação jornalística

periódicos.

O livro reportagem se diferencia dos outros estilos de reportagem pelo caráter

minucioso que tem ao tratar da notícia, o aprofundamento, a riqueza de detalhes

com uma linguagem objetiva e ao mesmo tempo, subjetiva. O livro reportagem se

diferencia das demais publicações por apresentar no conteúdo uma abordagem que

corresponde ao real, ao factual. A veracidade e a verossimilhança constituem algo

primordial para a realização. Em relação ao tratamento ele apresenta uma

linguagem eminentemente jornalística e quanto à função é de informar, orientar

explicar.

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O livro-reportagem não apresenta periodicidade e de acordo com Lima tem quase

sempre um caráter monográfico.

A origem do livro-reportagem pode ser de dois tipos: através de uma grande

reportagem ou de uma série de reportagens veiculadas na imprensa cotidiana; ou,

desde o começo, de uma concepção de um projeto elaborado para livro.

Então, se cabe ao jornalismo informar e orientar, cabe a seu subsistema, o livro-reportagem, informar e orientar com profundidade, transformando-se este ultimo papel num instrumento complementador e extensor dessa função declarada, individualizadora, do jornalismo (2004, p.26)

Está clara, portanto, a busca pelo distanciamento das tradicionais fórmulas

jornalísticas da imprensa diária, caracterizadas essencialmente pela objetividade.

O estudo das técnicas de produção de livros-reportagem basear-se-á em ideias de

reconhecidos e experientes profissionais e teóricos da área com vistas a imprimir

qualidade, profundidade social e precisão jornalística ao produto.

Para a confecção deste livro vai ser escolhida a classificação de livro-reportagem

história. Esta classificação focaliza em um tema do passado, mas que conecta com

o presente.

A etapa de redação vai começar ainda durante o período de pesquisas, já que não

se pretende escrever de forma linear, ou seja, seguindo cronologicamente o tempo.

Assim pretende começar a redação em março e seguir até junho, com apresentação

semanal ao orientador. Para a diagramação e finalização do livro dedica-se o mês

de julho.

Assim com toda a etapa concluída, espera-se um produto que torne a leitura

aprazível.

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DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO

PESQUISA

BIBLIOGRAFICA

X X X X

ENTREVISTA 1ª

ETAPA

X X

ENTREVISTA 2ª

ETAPA

X X

ENTREVISTA

(Fontes

Secundárias)

X

REDAÇÃO X X X X

DIAGRAMAÇÃO E

FINALIZAÇÃO

X

APRESENTAÇÃO X

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9 Adequação do tema ao produto

Zilah Moreira: a primeira jornalista baiana correspondente de um jornal do sul do

País é o tema que se pretende trabalhar na construção de um livro- reportagem

história sobre a vida da jornalista.

O livro-reportagem utiliza todos os recursos próprios na prática jornalística. Mas,

quando estes são insuficientes é preciso recorrer a outras áreas como recursos

advindos da história, psicologia, sociologia e sobretudo da literatura. É indiscutível a

contribuição de recursos literários na produção de livro-reportagem.

O fato de Zilah Moreira ter sido uma das pioneiras na categoria já rende uma grande

história e por isso adequar este tema ao livro-reportagem rende um bom trabalho.

Muitos estudantes de jornalismo não conheceram Zilah Moreira e não sabem quem

é ela. Assim, divulgar o legado deixado por essa mulher através de uma grande

reportagem que vai englobar também fatos de diversos períodos da historia baiana e

brasileira é uma forma de perpetuar sua história.

A grande reportagem propicia um maior aprofundamento sobre a historia de um

personagem, neste caso, Zilah Moreira. O primeiro livro-reportagem brasileiro foi “Os

Sertões”, de Euclides da Cunha, que já vendeu cerca de 95.000 exemplares, da

primeira a quinta edição.

Um outro livro-reportagem que se encaixa no perfil do de Zilah Moreira é “Olga”, de

Fernando Moraes, e que conta a história de Olga Benário Prestes já vendeu um

milhão e 750 mil exemplares, de acordo com dados da Editora Companhia das

Letras.

Este prognóstico afirma que a grande-reportagem no formato de livro é bem aceito

pela sociedade.

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Anexos

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Referências

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Fotografias Iracema Chequer – Agencia A Tarde Acervo pessoal.