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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA
Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical
ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DO ESTADO DE MATO
GROSSO PARA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA DE
CULTIVARES PRECOCES
DIELLE CARMO DE CARVALHO NERES
C U I A B Á - MT 2016
0
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA
Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical
ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DO ESTADO DE MATO
GROSSO PARA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA DE
CULTIVARES PRECOCES
DIELLE CARMO DE CARVALHO NERES
Enga. Agrônoma
Orientadora: Dra. MARIA CRISTINA DE FIGUEIREDO E ALBUQUERQUE
Co-orientadores: Dr. JOSÉ DE BARROS FRANÇA NETO
Dra. GILDA PIZZOLANTE DE PÁDUA
Tese apresentada à Faculdade de Agronomia e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Doutora em Agricultura Tropical.
C U I A B Á - MT 2016
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA
Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
Título: ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PARA
PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA DE CULTIVARES PRECOCES
Autora: DIELLE CARMO DE CARVALHO NERES
Orientadora: Profa Dra. MARIA CRISTINA DE FIGUEIREDO E ALBUQUERQUE
Aprovada em _____ de _______________ de __________. Comissão Examinadora: ___________________________________
Profa. Dra. Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/FAAZ) (Orientadora)
__________________________________ Dra. Gilda Pizzolante de Pádua
(Epamig – Uberaba/MG)
__________________________________ Prof. Dr. Mário Zortea Antunes Júnior
(UNIVAG Centro Universitário)
__________________________________ Prof. Dr. Ricardo Santos Silva Amorim
(Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/FAAZ)
___________________________________ Prof.ª Dra. Elisangela Clarete Camili
(Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT/FAAZ)
À Deus,
Ao meu amado esposo,
Alisson Neres Sousa
Às minhas filhas lindas,
Alissa Carvalho Neres
Adassa Carvalho Neres
Aos meus pais amorosos,
Aluísio Santos de Carvalho
Noemi Carmo de Carvalho
Aos meus irmãos parceiros,
Danielle Carvalho Prudêncio
Aluísio Santos de Carvalho Júnior
DEDICO
AGRADECIMENTOS
À Deus, pois pelos seus ensinamentos cheguei até aqui, com saúde, sabedoria e
paz. Ele quem me concedeu tantas vitórias e quem me concedeu outras chances
sempre quando tropecei.
À Universidade Federal de Mato Grosso, por meio da Faculdade de Agronomia e
Zootecnia pela formação concedida, pelo crescimento adquirido ao longo do tempo
em que estive vinculada a esta instituição. À todos os professores e funcionários,
que participaram direta e indiretamente deste trabalho.
À Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso - APROSOJA-
MT e à Fundação de Apoio a Cultura da Soja - FACS, pelo apoio financeiro
concedido na pesquisa.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES,
pela concessão da bolsa de estudos.
Em especial à minha orientadora Profa. Dra. Maria Cristina de Figueiredo e
Albuquerque, pelos ensinamentos, conselhos, amizade e principalmente pela
confiança em mim depositada. Mesmo estando longe, sempre esteve pronta e
disposta a me atender.
Aos meus co-orientadores, Drª. Gilda Pizzolante de Pádua e Dr. José de Barros
França Neto, pelo apoio e sábios ensinamentos, pelas contribuições valiosas ao
nosso trabalho.
Ao coordenador do curso do Programa de Pós-graduação, Prof. Dr. Ricardo
Santos Silva Amorim, pela paciência, auxílio e esclarecimentos na realização dos
mapas para a execução do zoneamento.
Aos professores, Dr. Sebastião Carneiro e Dra. Maria Aparecida Braga
Caneppele pelas correções na qualificação e também pelo apoio que sempre me
deram desde a graduação.
Aos professores e funcionários do Programa de Pós-graduação em Agricultura
Tropical, em especial a Maria Minervina de Souza e Huan Railon Pereira Bezerra
pelo apoio e orientação nos procedimentos burocráticos.
Ao Centro Universitário Univag, pela estrutura e equipamentos para realização
das pesquisas tanto no Laboratório de Sementes como no Campo Experimental. Em
especial aos coordenadores do curso de Agronomia: Rogério Castro, Anderson
Cavenaghi e Luis Duarte pela confiança e compreensão em todos os momentos.
Aos amigos professores do UNIVAG: Inácio Martins, Dayane Ávila, Adilson
Brandão, Mauro Costa, Glauce Portela e Mario Zortéa, pela força, carinho e apoio ao
longo de todos esses anos.
Às técnicas do Laboratório de Sementes do UNIVAG, Núbia Lafaiete e Lindinalva
Silva, pelo auxílio, paciência, atenção e comprometimento que tiveram em todas as
análises envolvidas neste trabalho.
Aos estagiários do Laboratório de Sementes do UNIVAG: Vítor Eliezer da Silva,
Ana Mayra Pereira, Larissa Potenciano, Myllena Silva, Lethícia Ferracin, Adricson
Provenssi, Edmilson Gervazoni, Fábio Martins, Lucas Lente, Luis Gustavo Aires,
Tânia da Silva, Helena Régis, Magda Tavares, Gustavo Lima e Miguel Neto, pela
imensa ajuda no laboratório e no campo, pela convivência, comprometimento e
responsabilidade. Não posso esquecer também de agradecer pelos lanches e
risadas! Vocês são muito especiais para mim.
Aos técnicos do Laboratório de Fitopatologia do UNIVAG, Simone Pinto de Moraes
e José Francisco de Lima pelo apoio na realização das análises de sanidade das
sementes.
Ao Laboratório de Sementes da UFMT, em especial à técnica Bióloga Sidnéa
Aparecida Fiori Caldeira e a Profa. Dra. Elisangela Clarete Camili pelo apoio e
empréstimo de materiais para execução de algumas análises.
Ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, pelas
informações concedidas que foram fundamentais para a realização desta pesquisa.
Aos produtores de sementes do estado de Mato Grosso que me deram
oportunidade em realizar as coletas e forneceram as amostras de sementes de soja.
Ao Instituto de Meteorologia - INMET, pelo fornecimento dos dados
meteorológicos.
Aos amigos da pós-graduação, pela agradável companhia nos bons momentos,
viagens, palestras e intervalos das aulas e estudos. À colega Patrícia de Jesus
Andrade pelo auxílio na execução dos gráficos boxplot e ao colega Luis Augusto
Diroleto pelo auxílio na formatação dos mapas.
Ao meu esposo Alisson Neres Sousa, pelo amor, carinho, paciência nos meus
momentos de "stress", pelo companheirismo, por estar ao meu lado dando toda
atenção em todos os momentos, até nas coletas de sementes realizadas nas
fazendas.
À minha filha Alissa Carvalho Neres que esteve presente desde o começo do
doutorado, pela paciência pois tantas vezes tive que abrir mão do tempo de brincar
com ela para me dedicar a pesquisa! E agora, à Adassa Carvalho Neres que desde
o nascimento está fazendo parte desse momento tão especial!
À toda minha família que sempre me mostrou a importância de estudar para buscar
um futuro melhor. Principalmente aos meus pais Aluisio Santos de Carvalho e
Noemi Carmo de Carvalho e meu padrasto José Ramos Pontes que me deram
suporte para correr atrás desse sonho e me ajudaram a manter a calma nos
momentos de ansiedade.
A minha irmã Danielle Carvalho Prudêncio, pelo carinho e preocupação que
sempre me ajudou a levantar e seguir em frente.
À minha sogra Elzânia Neres Nunes Sousa e meu sogro Adarcílio Hortelino de
Sousa, pelo carinho, apoio e paciência que tiveram com as minhas filhas nos
momentos quando eu estava ausente.
Por fim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste
trabalho, muito obrigada de todo coração.
SUMÁRIO
Página
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 14
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 16
2.1 Produção da Soja ................................................................................... 16
2.2 Qualidade de Sementes ......................................................................... 17
2.2.1 Atributo fisiológico ............................................................................... 18
2.2.2 Atributo físico ....................................................................................... 19
2.2.3 Atributo sanitário ................................................................................. 20
2.3 Fatores que Afetam a Qualidade das Sementes ....................................22
2.3.1 Momento de colheita ........................................................................... 22
2.3.2 Danos mecânicos ................................................................................ 24
2.3.3 Dano por percevejo ............................................................................. 25
2.3.4 Deterioração por umidade ................................................................... 25
2.3.5 Influência das condições climáticas do ambiente ................................ 26
2.4 Zoneamento Agroclimático ..................................................................... 31
3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 35
3.1 Zoneamento Agrocliático para a Produção de Sementes de Soja de
Cultivares Precoces para o Estado de Mato Grosso ....................................35
3.2 Diagnóstico da Qualidade de Sementes de Soja de Cultivares Precoces
Produzidas no Estado de Mato Grosso ........................................................ 40
3.3 Identificação dos Principais Fatores Responsáveis pela Redução da
Qualidade ..................................................................................................... 47
3.4 Validação das Regiões do Estado de Mato Grosso para a Produção de
Sementes de Alta Qualidade ........................................................................ 47
3.5 Análise dos dados ................................................................................. 48
3.5.1Estatística descritiva ............................................................................. 48
3.5.2 Gráficos boxplot .................................................................................. 48
3.5.3 Correlação de Pearson e Regressão Linear ....................................... 48
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ 49
4.1 Zoneamento Agroclimático para a Produção de Sementes de Soja de
Cultivares Precoces para o Estado de Mato Grosso .................................... 49
4.2 Diagnóstico da Qualidade de Sementes de Soja de Cultivares Precoces
Produzidas no Estado de Mato Grosso ........................................................ 55
4.2.1 Atributo físico ....................................................................................... 55
4.2.2 Atributo fisiológico ............................................................................... 57
4.2.3 Atributo sanitário ................................................................................. 65
4.3 Identificação dos Principais Fatores Responsáveis pela Redução dar
Qualidade ..................................................................................................... 71
4.4 Validação das Regiões do Estado de Mato Grosso para Produção de
Sementes de Alta Qualidade ........................................................................ 96
5 CONCLUSÕES ....................................................................................... 100
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 101
APÊNDICE A ............................................................................................. 116
APÊNDICE B ............................................................................................. 117
ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO DO ESTADO DE MATO GROSSO PARA
PRODUÇÃO DE SEMENTES DE SOJA DE CULTIVARES PRECOCES
RESUMO - Os objetivos neste trabalho foram fazer o zoneamento agroclimático, realizar levantamento dos atributos físico, fisiológico e sanitário, caracterizar os principais fatores responsáveis pela redução da qualidade e identificar as regiões do estado de Mato Grosso com as melhores condições climáticas para produção de sementes de soja de cultivares precoces de alta qualidade. No zoneamento agroclimático, utilizou-se o sistema de informação geográfica ArcGIS, onde se confeccionou o mapa temático. Foram atribuídos intervalos de temperatura definindo-se três classes de maior ou menor risco climático: Favorável (≤ 24 °C); Medianamente Favorável (24,1 a 25 °C) e Pouco Favorável (≥ 25,1 °C). Na safra 2012/2013 foram coletadas 341 amostras de 16 empresas produtoras de sementes de diferentes regiões do Estado, totalizando 18 cultivares precoces. Já na safra 2013/2014, 487 amostras de sementes foram provenientes de 17 empresas sendo avaliadas 28 cultivares precoces de soja. O atributo físico foi avaliado pelo teor de água, massa de mil sementes e porcentual de sementes esverdeadas. O atributo fisiológico foi avaliado pelos testes de germinação (primeira contagem e germinação final), emergência de plântulas em campo e teste de tetrazólio (vigor, viabilidade e danos por percevejo e mecânico e deterioração por umidade). O atributo sanitário foi avaliado pelo método do papel filtro e também pela porcentagem de sementes com mancha púrpura. Realizou-se a análise descritiva dos dados e foram construídos gráficos boxplot. A caracterização dos principais fatores responsáveis pela redução da qualidade foi determinada pelo teste de germinação, testes de vigor: primeira contagem, emergência de plântulas em campo e teste de tetrazólio e determinação de sementes esverdeadas e com mancha púrpura. As análises estatísticas foram realizadas pelo programa SPSS e aplicadas as análises de correlação e regressão linear, determinando ainda os coeficientes de correlação (r) e de determinação (R2) entre as diferentes variáveis respostas do estudo. Para identificar as melhores regiões para a produção de sementes, foi feita uma análise de comparação dos resultados dos testes de qualidade de sementes com as regiões produtoras de maior ou menor risco climático em relação à temperatura. Por meio dos resultados obtidos foi possível verificar que a maior parte das regiões Sudeste e Oeste são classificadas como favoráveis para a produção de sementes de soja de cultivares precoces. As sementes de soja de cultivares precoces produzidas na safra 2013/2014 apresentaram maior vigor do que as produzidas na safra 2012/2013. O atributo fisiológico em amostras provenientes da região Oeste do estado de Mato Grosso foi melhor do que a das demais regiões do estado. Na safra 2012/2013 houve maior incidência de patógenos do que na safra 2013/2014. A deterioração por umidade seguida pelos danos mecânicos foram os principais motivos de queda de qualidade em sementes de soja de cultivares precoces. As zonas classificadas como favoráveis para a produção de sementes de soja de cultivares precoces, com base na temperatura média, produziram sementes com maior qualidade de sementes. Palavras-chave: Glycine max L., qualidade de sementes, temperatura, deterioração por umidade.
AGROCLIMATIC ZONING OF THE STATE OF MATOGROSSO FOR THE
PORPOUSE OF PRODUCING SOYBEAN SEEDS FROM PRECOCIOUS
CULTIVARS
ABSTRACT - The goals in this paper were to perform an agroclimatic zoning, identifying the physical, physiological and sanitary attribute, to determine the responsible factors for the reductions of quality and to point the regions with the best climate conditions to produce high-quality soybean seeds from precocious cultivars within the State of Mato Grosso. Regarding the agroclimatic zoning, the geographical information system ArcGIS was used to build a thematic map. The temperature range was divided into three classes, from bigger to smaller, climate risk: Favorable (< 24 °C); Averagely Favorable (24,1 °C a 25 °C); Poorly Favorable (> 25,1 °C). In the harvest of 2012/2013, 341 samples were collected from 16 seed producing companies from different parts of State, totalizing 18 precocious cultivars. Now in the harvest of 2013/2014, 487 seeds sample collected from 17 companies from 28 soy precocious cultivars under evaluation. The physique attribute was evaluated base on the water quantity, the mass of thousand seeds and the percentage of greenish seeds. The physiological attribute was evaluated by the germination tests (first count and final germination), the sprouting of plantlets in the field and tetrazolium test (vitality, viability and damage by bug and mechanical and humidity deterioration) . The sanitary atribute was evaluated by the paper filter method and also by the percentage of seeds with purpura spots. It was conducted and descriptive data analyses and boxplot chart was put together. The characterization of the disposal factors was determined by the germination test, the vitality test, first count, sprouting of plantlets in the field, the tetrazolium test and the determinations of greenish and purpura spotted seeds. The statistical analysis was done by the SPSS program and applied the correlation analysis and linear regression, in addition to determining the correlation coefficients (r) and the determination (R2) between the different variants results of the study. To identify the best regions for seed producing, it was made an analysis comparing the results of the tests of quality of the seeds with the producing regions with higher and lower climatic risk in relation to temperature. Using the obtained results, It was possible to verify that the greater part of the Southeast and West are classified as favorable for the production of soybean seeds of early cultivars. The soybean seeds from precocious cultivars produced in 2013/2014 showed greater vitality than the ones produced in 2012/2013. The physiological attribute in samples that came from the West of the state of Mato Grosso was greater than the other samples from the other regions of the state. In 2012/2013, there was a higher incidence of pathogens in comparison to 2013/2014. The deterioration for humidity followed by mechanical damages were the main reason for the quality drop in the seeds from precocious cultivars. The zones classified as favorable for the producing of soybean seed in precocious cultivars, based on average temperature, showed the best results in seed quality. Key-words: Glycine max, seed quality, temperature, deterioration by humidity.
1 INTRODUÇÃO
A cultura da soja (Glycine max (L.) Merrill) é uma commodity no Brasil,
representando um dos principais produtos da pauta de exportações, com produção
de 96,2 milhões de toneladas de grãos, em uma área de 31,9 milhões de hectares,
na safra 2014/2015 (Conab, 2015). O estado de Mato Grosso é o maior produtor de
soja entre os estados brasileiros. Na safra 2015/2016 cultivou uma área de 9,1
milhões de hectares e produziu 26,0 milhões de toneladas de grãos de soja
(Embrapa, 2016).
Entre os fatores inerentes à produção agrícola, o clima aparece como aquele
que tem maior ação sobre a limitação às máximas produtividades (Farias, 2005).
Isso porque a imprevisibilidade do clima é o principal fator de risco e de insucesso
na exploração das principais culturas. Estresses abióticos como a seca, o excesso
de chuvas, temperaturas muito altas ou baixas e baixa luminosidade podem reduzir
significativamente o rendimento das lavouras e a qualidade das sementes, e
restringir os locais, as épocas e os solos onde espécies comercialmente importantes
podem ser cultivadas (Farias et al., 2007).
A obtenção de sementes de alta qualidade tem sido bastante problemática na
maioria das regiões produtoras de soja no Brasil, especificamente, naquelas
situadas ao norte do paralelo 24º. Nessas localidades, as frequentes oscilações
climáticas afetam de modo substancial a qualidade das sementes produzidas (Costa
et al., 2005b). Sabe-se que sementes de soja são bastante sensíveis a ambientes
quentes e úmidos no período de maturidade fisiológica, levando à redução da
qualidade do material produzido.
Dentro desse raciocínio, a alternativa mais viável para produção de sementes
de soja de alta qualidade nas condições tropicais brasileiras, como em Mato Grosso,
seria a escolha de regiões com altitude superior a 700 m, onde predominem clima
frio e seco no período de maturidade à colheita, ou mesmo o ajuste da data de
semeadura, para ocorrência da maturação em condições ambientais mais favoráveis
(Costa et al., 1994; França Neto e Krzyzanowski, 2000 e Costa et al., 2001).
Nesse sentido, uma ferramenta de grande utilidade e importância nas
condições brasileiras são os zoneamentos agrícolas de risco climático, os quaisl vem
sendo utilizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil
(Brasil, 2012), desde a década de 90 (Cunha e Assad, 2001).
O zoneamento é uma ferramenta da política agrícola que visa racionalizar o
uso dos recursos naturais, buscando tornar a agricultura uma atividade mais
rentável, estável e competitiva, a partir da definição das regiões e épocas de
semeadura com menor risco de perdas por adversidades climáticas (Amorim Neto et
al., 2001). Desse modo, trabalhos de zoneamento que buscam a diminuição de
riscos de perdas por adversidades de natureza climática na atividade agrícola são
de extrema importância à agricultura, determinando regiões e épocas de semeadura
nas quais a cultura é exposta a menores riscos (Melo et al., 2004).
O zoneamento de risco climático é um modelo que utiliza dados climáticos
para simular como a variabilidade climática ao longo dos anos afeta o desempenho
de uma determinada cultura, durante a estação de cultivo, permitindo indicar, com
grande margem de segurança, o local e o período mais apropriado para a
semeadura nas diferentes regiões brasileiras, além de relacionar as cultivares mais
adequadas para cada situação (Rossetti, 2001; Mitidieri e Medeiros, 2008).
Mesmo sendo um dos estados com maior produtividade de soja, em Mato
Grosso ainda não há zoneamento climático estabelecido para a produção de
sementes dessa espécie. O clima no estado, muitas vezes desfavorável, pode
provocar elevados índices de deterioração por umidade que, aliado às lesões
provocadas por percevejos e aos danos mecânicos, compromete a qualidade da
semente em algumas regiões.
Dessa maneira, os objetivos neste trabalho foram fazer o zoneamento
agroclimático, realizar o diagnóstico dos atributos de natureza física, fisiológica e
sanitária, caracterizar os principais fatores responsáveis pela redução da qualidade
e identificar as regiões do estado de Mato Grosso com as melhores condições
climáticas para produção de sementes de soja de cultivares precoces de alta
qualidade.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Produção de Soja
A soja representa, em nível mundial, o papel de principal oleaginosa
produzida e consumida. Tal fato se justifica pela importância do produto tanto para o
consumo animal, por meio do farelo da soja, quanto para o consumo humano, por
meio do óleo (Hirakuri e Lazzarotto, 2014).
No Brasil, os primeiros cultivos datam de 1914, mas somente na década de
1940 a soja adquiriu alguma importância econômica (Cerdeira et al., 2010) e foi na
década de 1970, que se estabeleceu como principal cultura do país, com o interesse
crescente da indústria de óleo e o aumento da demanda no mercado internacional
(Reis et al., 2007). O maior foco de desenvolvimento da soja encontra-se no Centro-
Oeste do país (Cavalcante et al., 2011), o que ocorre desde os anos 80. Ocupou
inicialmente o chamado polígono dos solos ácidos, ou seja: Triângulo Mineiro, Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e expandindo-se para o Tocantins, sul do
Maranhão, sul do Piauí e oeste da Bahia, o que tornou a região do cerrado a maior
região produtora de soja do país (Cisoja, 2009).
Além da região de cerrado, também a soja está se expandindo pela região
Amazônica, ampliando a fronteira agrícola. A crescente utilização na recuperação do
solo degradado, por meio do emprego na rotação de culturas com a pastagem,
atualmente designado como integração lavoura-pecuária, é uma excelente
alternativa para o uso agrícola, sobretudo por explorar o desejado aspecto da
capacidade de fixação simbiótica do nitrogênio atmosférico (Rosa Filho et al., 2009)
Entre os estados do Brasil, o Mato Grosso tornou-se o maior produtor de soja
e detém os maiores índices de rendimento da cultura nos últimos anos no Brasil. A
produção brasileira de grãos de soja apresentou um incremento de mais de 50% na
última década, subindo de 26,4 milhões de toneladas em 1997 para 96,2 milhões de
toneladas em 2015, sendo que as participações da região Centro-Oeste e do estado
de Mato Grosso foram de 45,9 e 29,3%, respectivamente (Conab, 2015).
A expansão da cultura com aumento considerável da área de cultivo, também
foi em decorrência principalmente do lançamento de novas cultivares mais
adaptadas a diversas regiões e mais produtivas (Priolli et al., 2004). Apesar da
importância, a produtividade da soja tem oscilado, dependendo do ano e da região
de cultivo, em que o uso de sementes de qualidade inferior configura-se como um
dos fatores responsáveis por esse fato (Silva et al., 2011).
2.2 Qualidade de Sementes
Qualidade de sementes é definida como a soma de todos os atributos:
genético, físico, fisiológico e sanitário das mesmas (Popinigis, 1985), portanto, a
qualidade dessas características é fator essencial na determinação do sucesso de
uma cultura (Dantas et al., 2012).
A obtenção de sementes de alta qualidade representa a meta prioritária do
processo de produção de sementes e se constitui num desafio para o setor
sementeiro, principalmente em regiões tropicais e subtropicais, onde a produção
desse insumo só é possível mediante a adoção de técnicas especiais, associadas a
um bom programa de controle de qualidade (França-Neto et al., 2007).
Para Lacerda et al. (2007), a utilização de sementes de boa qualidade é
fundamental para garantir o sucesso do empreendimento agrícola, sob o qual todos
os investimentos são efetuados. O uso de sementes de baixa qualidade pelo
agricultor, muitas vezes impede o estabelecimento de adequada população de
plantas e exige a realização de outra semeadura (Mattioni et al., 2011).
Por isto, as pesquisas voltadas para aumentos de produtividade são
importantes, somadas à utilização de sementes de alta qualidade, que se constitui
em uma ferramenta de extrema importância para o agricultor, uma vez que a baixa
qualidade das sementes ocasiona severos problemas para comercialização,
acarretando prejuízos como a reprovação de lotes e até mesmo dos campos de
produção (Scheeren et al., 2010).
2.2.1 Atributo fisiológico
O atributo fisiológico da semente tem sido um dos aspectos mais
pesquisados, em decorrência das sementes estarem sujeitas a uma série de
alterações degenerativas após a maturidade, e tem sido a primeira preocupação de
todos os segmentos ligados à semente, pois é o principal fator responsável pelo
estabelecimento de uma lavoura no campo (Minuzzi et al., 2010).
O atributo fisiológico é caracterizado pela germinação e vigor. O processo de
germinação compreende uma sequência de reações bioquímicas onde as
substâncias de reserva são desdobradas, transportadas e ressintetizadas no eixo
embrionário. Após a hidratação das sementes ocorre um incremento no
metabolismo, observado pelo aumento da taxa respiratória e ativação de enzimas
respiratórias e hidrolíticas. Além disso, ocorre síntese de RNA e proteínas, somando-
se aos eventos do processo germinativo (Bewley et al., 2006).
A avaliação do atributo fisiológico de sementes de soja é um dos principais
aspectos a ser considerado em um programa eficiente de produção, possibilitando
estimar o vigor, o desempenho em campo e o descarte de lotes deficientes,
diminuindo riscos e prejuízos (Dias e Marcos Filho, 1996). Os resultados do teste de
germinação correlacionam-se, em geral, com a emergência de plântulas em
condições favoráveis no campo, mas, se as condições de campo, na época de
semeadura, forem desfavoráveis, o teste de germinação tenderá à imprecisão
(França Neto et al., 2007).
De acordo com o “International Seed Testing Association” (ISTA, 1995), "o
vigor é a soma de todas as propriedades da semente as quais estão associadas
com vários aspectos do comportamento ou do lote de sementes durante a
germinação e a emergência da plântula". Conforme Panozzo et al. (2009), o vigor
pode ser caracterizado pela associação a várias características, associadas a
diferentes aspectos do comportamento da semente durante a germinação e
desenvolvimento das plântulas.
Para Krzyzanowski e França Neto (2001), o vigor de sementes é o inverso da
deterioração, isto é, quanto maior o vigor, menor será a deterioração da semente e
vice-versa. Os mesmos autores enfatizaram que no processo de germinação as
alterações fisiológicas são facilmente caracterizadas, trazendo reflexos na redução
do porcentual de germinação das sementes, crescimento lento das plântulas e
produção de plântulas anormais.
2.2.2 Atributo físico
O atributo físico da semente está relacionada com a integridade de suas
partes, ou seja, tegumento, eixo embrionário e cotilédones, os quais devem estar
fisicamente aptos para atenderem às necessidades determinadas pela fisiologia da
semente durante o processo de germinação (Costa et al., 2005b).
O atributo físico da semente é estabelecido pela pureza e condição física e, é
caracterizada principalmente pelo peso de 1.000 sementes, ausência de danos
mecânicos, teor de água e uniformidade no tamanho (Vieira et al., 2006). É utilizado
para calcular a densidade de semeadura e o peso da amostra de trabalho, para a
análise de pureza, além de fornecer informações sobre a qualidade das sementes,
assim como o estado de maturidade e sanidade (Brasil, 2009).
A classificação das sementes por tamanho e peso pode ser uma estratégia
para aumento da produtividade, visto que o tamanho da semente afeta a
germinação, o vigor das plantas e a produção de grãos (Lacerda et al., 2005). Além
disso, sementes de tamanho uniforme aumentam a precisão da semeadura
mecânica e, mesmo sem existir resposta definitiva por parte das pesquisas, a prática
de classificação das sementes de soja por tamanho, após o processo de limpeza, já
se tornou rotineira nas maiores regiões produtoras de grãos em áreas de cerrado do
Brasil (Ávila et al., 2008).
A uniformidade do tamanho das sementes de soja é considerada um atributo
importante no aspecto visual para a comercialização e essencial para a regulagem
de semeadoras, tendo grande importância tanto para agricultores como para
fabricantes de alimentos (Shahin et al., 2006). De acordo com Carbonell et al. (2010)
e Perina et al. (2010), o tamanho dos grãos indicado pelo peso de 100 grãos, varia
de acordo com a cultivar, sendo uma característica muito influenciada pelo ambiente
e de grande importância para o mercado consumidor.
O peso médio de grãos é geneticamente determinado, mas influenciado pelo
ambiente, pois a falta de água durante o período de enchimento limita o rendimento
da soja, principalmente pela redução no tamanho e no peso dos grãos (Schuch et
al., 2009).
Em trabalho desenvolvido por Höfs et al. (2004), com sementes de arroz
irrigado, constatou-se que a utilização de sementes de baixo vigor levou à
desuniformidade na maturação e redução do peso de mil sementes. Já Panozzo et
al. (2009) verificaram que plantas de soja originadas de sementes de alto vigor,
produziram número de vagens por planta em torno de 17% superior às plantas
provenientes de sementes de baixo vigor, resultando em maior número e peso de
grãos produzidos por planta, os quais foram em torno de 16 e 17% superiores às
plantas advindas de sementes de baixo vigor.
2.2.3 Atributo sanitário
Vários autores referem-se à sanidade das sementes como um dos fatores
preponderantes no desempenho das sementes e outros autores, ainda,
relacionaram a qualidade sanitária com as condições climáticas reinantes nas fases
finais da cultura, como alta temperatura e precipitação (Albrecht et al., 2008b).
A importância da sanidade das sementes está no fato de que,
aproximadamente, 90% das culturas utilizadas para a alimentação, tanto humana
como animal, serem propagadas por sementes (Henning, 2005).
As sementes são eficientes meios de disseminação e transmissão de
patógenos e, frequentemente, os introduzem em áreas isentas. A transmissão dos
patógenos pela semente pode reduzir a qualidade fisiológica (Barrozo et al., 2012)
refletindo em queda do potencial germinativo, do vigor, da emergência, do período
de armazenamento e até do rendimento (Maciel et al., 2005).
O inóculo presente nas sementes poderá resultar em aumento progressivo de
uma dada doença no campo, reduzindo o valor comercial da cultura. Além disso,
sementes infectadas podem introduzir patógenos importantes como Peronospora
tabacina (mofo azul do tabaco), Plasmopara halstedii (míldio do girassol), Diaporthe
phaseolorum f.sp. meridionalis (cancro da haste da soja), dentre outros, em áreas
antes livres dessas doenças. Os dois últimos são exemplos típicos do que ocorreu
no Brasil (Henning, 2005).
A deterioração da semente no campo é intensificada pela interação com
alguns fungos, e as doenças causadas por esses são consideradas muito
importantes, não somente devido ao maior número, mas pelos prejuízos causados,
tanto no rendimento quanto na qualidade das sementes. A ocorrência de fungos nas
sementes, em especial Phomopsis spp., Fusarium spp., Cercospora kikuchii e
Colletotrichum truncatum, é fator que concorre para acentuar a redução da
qualidade das sementes, pois ao infectá-las contribuem para a queda do vigor e da
germinação (Henning, 2005).
O processo degenerativo das sementes acarreta em perda de qualidade,
associando sanidade e desempenho fisiológico, considerando uma relação em que
os patógenos podem afetar o vigor das sementes, mas, por outro lado, o baixo vigor
de sementes decorrente de fatores não-infecciosos, pode predispor as sementes à
ação mais severa de patógenos (Marcos Filho, 2005; Albrecht et al., 2008b).
De acordo com Henning (2005), o teste de sanidade de sementes pode ser
considerado como "medicina preventiva", tanto nos programas de quarentena
quanto no sistema de produção de sementes melhoradas. Mas, para que os testes
de sanidade de sementes se tornem eficientes, devem predizer, com relativa
precisão, o comportamento dos principais patógenos associados às sementes.
Para reduzir a disseminação de patógenos, via sementes, o melhor método é
o uso de sementes livres de contaminações ou dentro de padrões de tolerância
estabelecidos para a cultura. Dessa maneira, do ponto de vista sanitário, a semente
ideal seria aquela livre de qualquer microrganismo indesejável, evitando a
disseminação e ataque das pragas, conferindo à planta condições de defesa,
possibilitando maior potencial para o desenvolvimento inicial da cultura e
contribuindo para obtenção do estande inicial almejado, garantindo a obtenção de
altas produtividades (Baudet e Peske, 2007). Entretanto, isso nem sempre é
possível, uma vez que a sanidade das sementes é altamente influenciada pelas
condições climáticas sob as quais foram produzidas e armazenadas (Brand et al.,
2009).
Uma outra maneira para reduzir a disseminação dos patógenos é através do
uso de defensivos agrícolas no tratamento de sementes que confere à planta
condições de defesa, o que possibilita maior potencial para o desenvolvimento inicial
da cultura. O controle de pragas e doenças que atacam a soja é realizado desde o
início do ciclo com uso de defensivos no tratamento de sementes, sendo essa uma
prática amplamente adotada e que se mostra eficiente (Ceccon et al., 2004).
Os bons resultados obtidos com a utilização de fungicidas fizeram com que no
Brasil mais de 90% das sementes de soja sejam tratadas com produtos químicos.
No tratamento de sementes devem ser utilizados produtos ou misturas de produtos
adequados, na dosagem recomendada e distribuídos uniformemente em todo o lote
de sementes (Avelar et al., 2011).
2.3 Fatores que afetam a qualidade das sementes
Dentre os fatores que afetam a qualidade da sementes, destacam-se os
danos mecânicos, causados nas operações de colheita e de beneficiamento, danos
causados por percevejos e deterioração por umidade. Esse último fator abrange,
entre outras condições, períodos de seca, extremos de temperatura durante a
maturação e flutuações das condições de umidade ambiente, facilitando o
aparecimento de sementes com altos índices de deterioração por umidade (França
Neto et al., 2000).
A qualidade das sementes também é influenciada por diversos fatores do
ambiente, que ocorrem antes, durante e após a colheita e que favorecem ou não a
obtenção de sementes com qualidade diferenciada.
2.3.1 Momento de colheita
Para sementes de soja, a colheita é a fase mais crítica de todo o processo de
produção, pois pode ocasionar perdas na qualidade das mesmas (França Neto et
al., 2007), que podem refletir mais intensamente na deterioração das sementes, se
intensificando após o período de armazenamento.
A qualidade das sementes de soja pode ser afetada por diversos fatores;
entre eles destacam-se a etapa de colheita mecanizada, por causarem injúrias
mecânicas às sementes e o grau de umidade das sementes durante a etapa da
colheita (Cunha et al. 2009).
O ponto de maturidade fisiológica de sementes de soja, estádio R7, é,
teoricamente, o mais indicado para a colheita pois é o momento em que de máxima
qualidade fisiológica, com máximo de viabilidade e vigor. Nesse estádio, o teor de
água das sementes é bastante elevado (acima de 45%) e, a partir dessa fase, a
qualidade da semente irá decrescer como consequência do processo de
deterioração (Ávila e Albrecht, 2010). O retardamento da colheita após a maturidade
fisiológica, pode causar reduções na germinação e no vigor das sementes,
dependendo de fatores genéticos e das condições do ambiente natural às quais
estão expostas (Minuzzi et al., 2010).
Em várias pesquisas tem sido enfatizada a perda da qualidade das sementes
quando ficam expostas às condições adversas de umidade relativa e temperatura
ambiente, após o ponto de maturidade fisiológica e também no período de pós
colheita (Lacerda et al., 2005).
Em condições tropicais e subtropicais, a semente de soja deve ser colhida
antecipadamente para reduzir os efeitos da deterioração por umidade em nível de
campo. Nessa situação, a semente deve passar pelo processo de secagem, sendo
uma etapa importante na manutenção da qualidade fisiológica (Krzyzanowski et al.,
2006).
O momento adequado para se efetuar a colheita pode variar em função do
tipo de colheita, do grau de umidade das sementes e das condições ambientais
durante a colheita. É comum observar-se em plantas de soja que as sementes
alcançam a maturidade em diferentes períodos. Assim, Peske et al. (2004), em
estudo de campo conduzido em Mato Grosso (município de Alto Garças), concluíram
que é recomendável colher as sementes com grau de umidade entre 15 a 18%, para
minimizar os efeitos da deterioração de campo. Por outro lado, Daltro et al. (2010)
recomendaram a colheita de sementes de soja, após dois anos de experimentos, no
mesmo município em Mato Grosso, quando essas atingirem umidade entre 12 a
14%, pois, essa faixa é a mais segura para evitar danificações na semente e perda
de sua viabilidade e vigor. Provavelmente as condições ambientais reinantes e o
método de colheita contribuíram para essas diferentes conclusões.
Para Carvalho e Novembre (2012), o teor de água recomendado para a
colheita mecanizada de sementes de soja é de 12 a 15,9%, pois minimiza perdas e
a ocorrência de danos mecânicos. Sementes colhidas com teor de água superior a
16% estão sujeitas a maior incidência de danos mecânicos de efeitos latentes e,
quando colhidas com teores abaixo de 12%, estão mais susceptíveis ao dano
mecânico de efeito imediato (Embrapa, 2005).
Os danos mecânicos de efeito latente são observáveis somente após as
sementes injuriadas terem permanecido armazenadas no período entre a colheita e
a semeadura. Já os de efeito imediato são aqueles cuja avaliação acontece logo
após a semente ter sido injuriada (Carvalho e Nakagawa, 2012).
Além desses aspectos, deve-se enfatizar que a colheita mecânica da soja é
considerada uma etapa economicamente de custos elevados e, quando não
realizada em tempo hábil e com máquinas devidamente ajustadas, pode resultar
num padrão de sementes de acentuada variabilidade (Minuzzi et al., 2010).
2.3.2 Danos mecânicos
No processo de produção de sementes, essas são submetidas a uma série de
etapas, para a obtenção de lotes de alta qualidade. Dentre essas, a colheita, o
transporte, a movimentação e o beneficiamento sujeitam as sementes a impactos
potencialmente causadores de injúrias mecânicas. Assim, os impactos e os danos
ocasionados em sementes são praticamente inevitáveis, dentro desse processo,
pois, podem ocorrer em várias etapas e serem agravados, haja vista a demanda
crescente por mecanização do setor agrícola, o que mantém o dano mecânico como
um dos problemas mais sérios na área de tecnologia de sementes (Pinto et al.,
2012).
Trincas ou rachaduras situadas superficialmente são facilmente detectadas,
ao passo que os danos mecânicos internos exigem exames mais detalhados para
detecção. Não apenas os danos grandes e visíveis, mas também danos menores ou
"microdanos", mesmo que invisíveis a olho nu, dependendo da localização, podem
reduzir significativamente a qualidade das sementes (Obando-Flor et al., 2004). Para
Pinto et al. (2012), o local de impacto em sementes de soja é de grande importância,
principalmente quando os danos ocorrem diretamente no eixo embrionário.
Há informações na literatura de que a lignificação do tegumento das
sementes de soja confere menor perda na qualidade no momento da colheita,
protegendo a parede celulósica do ataque de microrganismos, conferindo melhor
qualidade às sementes (Obando-Flor et al., 2004). Essas informações foram
confirmadas por Santos et al. (2007), quando observaram que a utilização de
genótipos de soja com mais de 5% de teor de lignina no tegumento das sementes
favoreceu a produção de sementes de melhor qualidade, pois a lignina, além de
proporcionar maior resistência das sementes às injúrias mecânicas, confere maior
tolerância à deterioração por umidade e menor velocidade de hidratação das
sementes.
Os danos mecânicos nas sementes são visíveis ou imediatos e invisíveis ou
latentes, sendo que os imediatos são facilmente caracterizados na observação de
tegumentos quebrados, cotilédones separados e/ou quebrados a olho nú, enquanto,
nos latentes, há trincas microscópicas e/ou abrasões ou danos internos no embrião,
sob os quais a germinação pode não ser imediatamente atingida, mas o vigor, o
potencial de armazenamento e o desempenho da semente no campo são reduzidos
(França Neto; Henning, 1984).
2.3.3 Danos por percevejo
Os percevejos sugadores de sementes são considerados, em vários países,
como uma das pragas de maior importância para a cultura da soja, sendo as
espécies Euchistus heros, Piezodorus guildinii e Nezara viridula as mais abundantes
no Brasil (Corrêa-Ferreira e Peres, 2003). Alimentam-se pela inserção do estilete em
diferentes estruturas da planta; sugam, preferencialmente, as vagens, atingindo
diretamente as sementes de soja. O impacto da alimentação dos percevejos pode
causar perdas significativas no rendimento, na qualidade e no potencial germinativo
de sementes de soja (Panizzi e Slansky, 1985).
O percevejo (barriga verde) na forma jovem danifica as sementes e os adultos
alimentam-se das vagens, danificando as sementes, prejudicando o rendimento e
qualidade das sementes soja. O percevejo (verde pequeno), também suga as
vagens, atingindo os grãos de soja e apresenta maior potencial de dano, com
acentuada capacidade de provocar retenção foliar, quando comparada aos
percevejos mais comuns da cultura da soja (Sosa-Gómez et al., 2014).
O período crítico de incidência dos percevejos, de acordo com França Neto et
al. (2007), está compreendido entre os estádios de desenvolvimento e de
enchimento de vagens. Nessa fase, o controle da praga deve ser realizado quando
forem encontrados dois percevejos por metro linear em lavouras comerciais e um
percevejo por metro linear, em lavouras destinadas à produção de sementes.
Corrêa-Ferreira (2005) verificou que no estádio R5–R6, para duas espécies
de percevejos, o número de sementes picadas e inviabilizadas cresceram, e os
rendimentos médios decresceram com o aumento da população, tendo-se obtido,
para a qualidade da soja, um dano duas vezes maior para a espécie P. guildinii em
relação a E. heros. Infestações desses percevejos, na fase vegetativa–floração, não
causaram reduções no rendimento e na qualidade das sementes de soja.
2.3.4 Deterioração por umidade
Desde a maturidade fisiológica até o ponto de colheita, as sementes de soja
ficam armazenadas no campo, período durante o qual raramente as condições
climáticas são favoráveis à preservação da qualidade, principalmente nas regiões
tropicais e subtropicais (Costa et al., 2004), e estão sujeitas a deterioração como a
causada pelas variações de umidade.
A deterioração por umidade é caracterizada pela formação de rugas nos
cotilédones, na região oposta ao hilo, devido à ausência da camada tegumentar
composta por células em forma de “ampulheta” da hipoderme, de modo que as
expansões e contrações não são atenuadas (Marcos Filho, 2005). As lesões
causadas pelas expansões e contrações do tegumento, após uma série de ciclos de
umedecimento e secagem, reduz a proteção à semente, causando prejuízos ao
desempenho (França Neto e Henning, 1984).
Para França Neto et al. (2007), a deterioração por umidade é o principal
problema na produção de sementes de soja, pois, consiste no dano progressivo e
mais acentuado entre os demais danos associados a essas, como os danos por
insetos, patógenos e o mecânico.
2.3.5 Influência das condições climáticas do ambiente
Na tecnologia de produção de sementes, o desenvolvimento e a maturação
são aspectos importantes a serem considerados, pois, entre os fatores que
determinam a qualidade das mesmas estão as condições de ambiente
predominantes na fase de florescimento/frutificação e a colheita na época adequada.
Portanto, o conhecimento, de como se processa a maturação das sementes e dos
principais fatores envolvidos, é importante para a orientação dos produtores de
sementes, auxiliando no controle de qualidade, principalmente no que se refere ao
planejamento e a definição da época ideal de colheita (Dias, 2001).
As sementes de soja são extremamente sensíveis a fatores ambientais. A
região de cultivo pode determinar a qualidade fisiológica da semente a ser
produzida, na medida em que proporciona melhores ou piores condições de
umidade e temperatura durante o desenvolvimento das plantas (Costa et al., 2003;
2005b). Além disso, essas variações ambientais proporcionam interações
diferenciadas entre cultivares e ambientes de cultivo (Lima et al., 2008; Marques et
al., 2011; Meotti et al., 2012).
A influência do ambiente no desenvolvimento da semente é traduzida,
principalmente, por variações no tamanho, na massa e nos atributos fisiológicos e
sanitários (Marcos Filho, 2005; Pelúzio et al., 2006; Silva et al., 2007). Ainda deve
ser destacada a precocidade, por ser um dos principais caracteres considerados no
melhoramento de soja, em vista da demanda por cultivares de ciclo curto com o
intuito de antecipar a colheita e viabilizar o cultivo de milho safrinha (Albrecht et al.,
2008a). Porém, como na maior parte da região dos Cerrados do Brasil Central, as
condições climáticas não são favoráveis à produção de sementes de soja de boa
qualidade, principalmente das cultivares de ciclo precoce, cujas fases de maturação
e colheita coincidem com períodos de altas temperaturas e precipitações frequentes
(França Neto et al., 1990), esse fato tem levado à produção e rejeição de lotes de
sementes com qualidade inferior.
Sabe-se que uma região que apresenta condições favoráveis para a produção
de grãos nem sempre reúne condições satisfatórias para a produção de sementes
de qualidade gerando a necessidade de se produzir sementes em uma determinada
região e de transportá-las para outros locais. As condições de temperatura e do
regime hídrico estão entre os principais aspectos a serem observados na escolha do
local para produção de sementes. Tecnicamente, é possível produzir sementes em
qualquer local apto ao cultivo, mas os riscos de se obter qualidade aquém do
desejado são grandes, além de haver custos altos para criar artificialmente
condições que minimizem as chances de insucesso (Meneghello, 2014).
A seleção de áreas mais apropriadas para a produção de sementes de soja
de alta qualidade requer estudos de investigação apropriados, especialmente em
regiões tropicais. A produção de sementes de alta qualidade requer que as fases de
maturação e de colheita ocorram em condições climáticas secas, associadas com
temperaturas amenas (França Neto et al., 2007).
Conforme mencionado, destacam-se como fatores que afetam diretamente a
qualidade das sementes, independente do local de produção, a água, tanto falta
quanto o excesso, e a temperatura, principalmente alta, mas em alguns casos a
temperatura baixa também é prejudicial às sementes, principalmente durante a fase
de campo. Os níveis de umidade e temperatura considerados adequados variam em
cada fase de desenvolvimento da cultura (Meneghello, 2014).
A temperatura afeta o crescimento e, consequentemente, o tempo necessário
para o estabelecimento da planta. As ideais para o desenvolvimento da soja oscilam
entre 20 e 30 °C, sendo que valores abaixo dessa faixa de temperatura tendem a
prejudicar a germinação e a emergência das plântulas. A temperatura mínima para o
início do estádio reprodutivo da soja é variável de acordo com a exigência de cada
cultivar; porém, para as cultivares brasileiras estima-se a temperatura mínima em 13
ºC, pois o florescimento da soja somente é induzido em temperaturas acima desse
valor. A maturação pode, ser acelerada pela ocorrência de altas temperaturas
(Embrapa, 2005, 2006; Sediyama, 2009).
Temperaturas baixas favorecem a qualidade da semente em relação a
condições quentes e úmidas, com excesso de precipitação pluvial, que poderão
afetar de forma irreversível a germinação e o vigor das sementes produzidas (Costa
et al., 1994). Por outro lado, a temperatura também atua de forma direta sobre o
metabolismo das plantas, afetando, por exemplo, a respiração, a transpiração, a
síntese e a translocação de fotoassimilados. Sendo assim, torna-se importante a
escolha das regiões produtoras, preferencialmente locais com temperaturas
amenas, principalmente durante a noite, o que é obtido, via de regra, em regiões de
maior altitude (Meneghello, 2014).
A necessidade de água durante todo o ciclo da cultivar de soja varia entre 450
a 800 mm, dependendo das condições climáticas, do manejo da cultura e da
duração do ciclo. As maiores exigências se concentram nas fases de emergência,
florescimento e formação das sementes. Durante a emergência, tanto o excesso
quanto a falta de água são prejudiciais à obtenção de boa uniformidade na
população de plantas (Santos, 2008).
A chuva é um elemento do clima que repercute diretamente no universo micro
meteorológico, quer seja pelas questões referentes à demanda hídrica, quer seja
nas questões pertinentes ao fluxo de energia nos sistemas. A água, tanto o excesso
como a escassez, é o principal fator responsável por perdas agrícolas no cenário
brasileiro (Cunha; Assad, 2001; Monteiro, 2009). Sabe-se que deficiências hídricas
expressivas durante a floração e o enchimento das sementes provocam alterações
fisiológicas nas plantas, que podem paralisar o crescimento, bem como retardar o
desenvolvimento reprodutivo. As precipitações pluviométricas anuais de 700 a 1.200
mm, bem distribuídas, são adequadas às necessidades da cultura (Santos, 2008).
Diversos autores relataram as dificuldades para a obtenção de sementes de
soja de qualidade aceitável e que mantenham a viabilidade e o vigor durante o
armazenamento, quando produzidas em regiões com características climáticas de
flutuações de pluviosidade e altas temperaturas durante o período de colheita
(Paolinelli et al., 1984; Costa et al., 1987). Nas condições do Norte do estado do
Paraná, por exemplo, cultivares precoces de soja semeadas no início de outubro
têm maturação prevista para a segunda quinzena de fevereiro, que coincide com
períodos de elevada temperatura e excesso de chuvas, levando a obtenção de
sementes de menor qualidade fisiológica e alto grau de deterioração por umidade
(Albrecht et al., 2009).
A deterioração por umidade ocorre quando as sementes ficam expostas às
condições adversas de umidade relativa e de temperatura do ambiente, durante o
processo de maturação, após o ponto de maturidade fisiológica e também no
período de pós-colheita, sendo um dos fatores mais detrimentais que afetam a
qualidade das sementes de soja (Embrapa, 2007). Ocorre quando há atraso na
colheita associado à variação da umidade relativa do ar, com a alternância de ganho
e perda de água pelas sementes, causando prejuízos como o aumento das
porcentagens de rachadura e enrugamento do tegumento (Marcos Filho et al.,
1986), aumentando, dessa forma, o processo de deterioração, em virtude de maior
facilidade de penetração de patógenos e maior exposição do tecido embrionário ao
ambiente (Zito, 1994).
Outro problema associado com as condições climáticas e qualidade de
sementes de soja é a presença de sementes esverdeadas. Isto porque a clorofila
não é degradada adequadamente durante a fase final da maturação das sementes,
afetando a qualidade (Cícero et al., 2009). De acordo com Zorato et al. (2007a), com
a interferência das condições ambientais durante a fase de maturação, podem surgir
sementes esverdeadas que apresentam menor longevidade; esse defeito é agente
complicador na armazenabilidade de sementes de soja (Zorato et al., 2007a).
A ocorrência de sementes esverdeadas é um problema relacionado a
condições climáticas desfavoráveis, principalmente seca, que ocorrem nos estádios
finais de maturação. O teor de clorofila em sementes de soja é determinado pelo
genótipo e sofre uma variação significativa entre as cultivares. Outros fatores que
predispõem a soja à expressão de sementes esverdeadas, de acordo com França
Neto et al. (2005), são os estresses bióticos e abióticos, que resultam na morte
prematura da planta ou na maturação forçada. Dentre os estresses bióticos são
citadas as doenças de raiz, como fusariose; de colmo, como cancro da haste; e de
folhas, como a ferrugem asiática e; como abióticos, o manejo inadequado, como
distribuição irregular de calcário ou de fertilizantes, dessecante aplicado antes do
estádio ideal e o déficit hídrico associado com temperaturas elevadas (Zorato et al.,
2007b).
A hipótese que, de forma provável justifica a alteração da fisiologia das
sementes na região dos cerrados, é a ocorrência de estresse hídrico, associado às
condições do microclima, a exemplo da alta temperatura do ar (acima de 30 °C),
baixa umidade relativa (abaixo de 50%), elevada intensidade luminosa, baixa
retenção de umidade nos diferentes solos, principalmente os arenosos e, alta taxa
de evaporação, no período considerado fundamental, para a degradação da clorofila
(Zorato et al., 2007b).
O nível tolerado de sementes esverdeadas em lotes de sementes de soja,
que não comprometesse a qualidade para fins comerciais, foi determinado por
Pádua et al. (2007). Esses autores verificaram que a qualidade das sementes foi
afetada negativamente e os teores de clorofila se elevaram com o aumento dos
percentuais de sementes esverdeadas, sendo que índices de até 3% de sementes
esverdeadas, em lotes de sementes de soja, não propiciaram reduções na
germinação, na viabilidade e no vigor, pelo envelhecimento acelerado, nas cultivares
CD 206 e FMT Tucunaré. No entato, a partir de 6% de sementes esverdeadas, a
qualidade apresentou reduções significativas e níveis superiores a 9% de sementes
esverdeadas comprometeram a qualidade de lotes de sementes de soja para fins
comerciais, pelos efeitos significativos na redução do potencial fisiológico.
Sementes de soja produzidas no Mato Grosso do Sul apresentaram sérios
problemas de qualidade pela ocorrência de elevados porcentuais de sementes
esverdeadas. O potencial de germinação e o comprimento de raiz reduziram
acentuadamente à medida que ocorreram acréscimos dos percentuais de sementes
verdes, sem implicações nos teores e na acidez do óleo (Rangel et al., 2011).
Tem sido dada atenção especial, por parte de pesquisadores, aos fatores que
influenciam a qualidade das sementes, pois, esta influenciará diretamente na
uniformidade da população e na ausência de patógenos transmitidos pela semente,
resultando em melhor desempenho das plantas e maior produtividade (Popinigis,
1985).
O nível de tecnologia adotado e a variabilidade climática explicam grande
parte das flutuações no rendimento de grãos da cultura, que ocorrem em diferentes
safras e entre locais, nos diversos estados brasileiros. As variações da temperatura
do ar, da radiação solar e de disponibilidade hídrica, durante as fases críticas da
planta, são os principais elementos climáticos relacionados com a variabilidade dos
níveis de produtividade. A época de semeadura é uma das práticas que
desempenha um papel de destaque na obtenção de níveis altos e estáveis de
produtividade, pelo fato de aumentar as chances de que as fases críticas da planta
escapem das condições climáticas adversas e/ou coincidam com as favoráveis
(Nunes, 2015).
A implantação do Programa de Zoneamento Agrícola pelo Ministério da
Agricultura e do Abastecimento, como principal instrumento de apoio à Política
Agrícola do Governo Federal, buscou reduzir as perdas causadas por adversidades
climáticas na agricultura brasileira. O Projeto de Redução dos Riscos Climáticos na
Agricultura, do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA)
define o período de semeadura para cada município do país, considerando tipo de
solo, déficit hídrico, insolação, temperatura, risco de geadas e ciclo dos cultivares
como principais variáveis de definição.
2.4 Zoneamento Agroclimático
Por vários anos, tem-se observado significativas quedas nos rendimentos
devido a problemas com o clima. Não são poucos os exemplos de quebras de safras
devido a ocorrência de adversidades climáticas, causando enormes prejuízos à
agricultura e à sociedade brasileira (Farias et al., 1997).
A ocorrência de adversidades climáticas e seus efeitos negativos na produção
agrícola levaram o Brasil, por meio de suas instituições de pesquisa, a desenvolver
mecanismos que permitissem quantificar e minimizar o risco inerente à atividade
(Brasil, 2012). Os trabalhos de zoneamento iniciaram-se antes de 1996, mas
somente a partir desse ano que se tornou um instrumento de política pública,
ganhando um expressivo impulso. Por determinação do Conselho Monetário
Nacional - CMN, o Banco Central do Brasil publicou resoluções passando a
considerar o zoneamento agrícola de risco climático como referência para a
aplicação racional do crédito agrícola e para o Programa de Garantia Agropecuária -
PROAGRO. Posteriormente, o zoneamento agrícola de risco climático passou a
orientar outros seguros governamentais e privados (Rossetti, 2001).
O zoneamento é uma ferramenta da política agrícola que visa racionalizar o
uso dos recursos naturais, buscando tornar a agricultura uma atividade mais
rentável, estável e competitiva, a partir da definição das regiões e épocas de
semeadura com menor risco de perdas por adversidades climáticas (Amorim Neto et
al., 2001). Desse modo, trabalhos de zoneamento que buscam a diminuição de
riscos de perdas por adversidades de natureza climática na atividade agrícola são
de extrema importância à agricultura, determinando regiões e épocas de semeadura
nas quais determinada cultura é exposta a menores riscos (Melo et al., 2004).
Segundo Ab'Saber (1989), o conceito de zoneamento exige uma série de
entendimentos prévios. Sua aplicação ou utilização em relação a um determinado
espaço geográfico exige método, reflexão e estratégias próprias.
O zoneamento agrícola leva em consideração, além dos atributos climáticos,
a associação de fatores como o solo (zoneamento edáfico), e o meio
socioeconômico, com o intuito de organizar a distribuição racional das culturas
economicamente rentáveis, respeitando as características sociais e culturais de
cada região, servindo, portanto, de base para o planejamento territorial do uso do
solo (Pereira et al., 2002).
O zoneamento edafoclimático é considerado um estudo de complementação
da potencialidade natural de determinada região para dada cultura, no qual, além do
clima, inserem-se no estudo os aspectos edáficos ou pedológicos (e considerados,
em geral, na mesma escala de análise do zoneamento agroclimático) (Ometto,
1981).
Por fim, no zoneamento agrícola de risco climático, além das variáveis
analisadas (clima, solo e planta), aplicam-se funções matemáticas e estatísticas
(frequencistas e probabilísticas) com o objetivo de quantificar o risco de perda das
lavouras com base no histórico de ocorrência de eventos climáticos adversos,
principalmente a seca e eventos de ocorrência de geadas em especial em latitudes
médias (MAPA, 2010). O Zoneamento agrícola de risco climático permite indicar,
com grande margem de segurança, o local e o período mais apropriado para cultivar
determinada cultura, nas diferentes regiões brasileiras, além de relacionar as
cultivares mais adequadas para cada região e tipo de solo (Rossetti, 2001; Mitidieri e
Medeiros, 2008).
O Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA, tem entre os
seus programas, o Programa de Zoneamento Agrícola, onde são destacados os
seguintes resultados: redução de riscos climáticos para culturas, retorno de capitais
aplicados em operações de crédito agrícola e redução das taxas de sinistralidade
(Cunha e Assad, 2001).
Em trabalhos sobre zoneamento agrícola para trigo no Brasil, Cunha et al.
(2001) verificaram indicações de épocas de semeadura mais favoráveis. Nesses
estudos, dependendo do estado, foram consideradas como adversidades para a
cultura de trigo desde geada, elevada umidade relativa do ar e excesso de chuva na
colheita, até as situações opostas, como elevada temperatura do ar e ocorrência de
deficiência hídrica.
Alguns estudos foram realizados com a cultura da soja, no sentido de se
estabelecer as melhores regiões para a produção de sementes, visto que a
obtenção de sementes de alta qualidade é bastante problemática na maioria das
regiões produtoras do Brasil, especificamente naquelas situadas ao norte do
paralelo 24º (Costa et al., 1994). Nessas localidades, as frequentes oscilações
climáticas reduzem de modo substancial a qualidade da semente produzida.
No estado do Paraná foi realizado o zoneamento ecológico para a produção
de sementes de soja de cultivares precoces e Costa et al. (1994) verificaram que as
áreas mais propícias à produção seriam aquelas com ocorrência de temperaturas
mais amenas (≤ 22 °C) durante a fase de maturação, pois, favorece a produção de
sementes de qualidade fisiológica e sanitária superiores.
A fim de estabelecer um zoneamento agroclimático para produção de
sementes de soja de elevada qualidade física e fisiológica, Pádua et al. (2014)
estabeleceram três classes de regiões para o estado de Minas Gerais: Favorável –
temperatura média ≤ 23,5 °C; Medianamente Favorável - temperatura média entre
23,6 a 24,9 °C e Pouco Favorável - temperatura média ≥ 25,0 °C.
A caracterização do nível de risco climático, sobretudo o conhecimento dos
períodos com maior frequência de ocorrência de deficiência hídrica no solo,
constituem elementos muito úteis à delimitação de áreas e épocas aptas à
semeadura nas atividades agrícolas. Para subsidiar ações de planejamento e a
instalação de projetos agropecuários, Assad et al. (2004) realizaram o zoneamento
agrícola do norte do estado do Tocantins e apresentaram na forma de mapas, 37
municípios indicando condições de plantio em diferentes períodos para culturas
anuais e sete com áreas aptas para culturas perenes.
Na execução do zoneamento agroclimático para a soja nos estados de Mato
Grosso e Paraná, Farias et al. (2007) definiram as áreas com maiores ou menores
probabilidades de ocorrência de déficits hídricos, durante a fase mais crítica da
cultura (floração/enchimento de sementes), caracterizadas como favoráveis,
intermediárias e desfavoráveis, em função das diferentes épocas de semeadura, da
disponibilidade hídrica de cada região, do consumo de água nos diferentes estádios
de desenvolvimento da cultura, do tipo de solo e do ciclo da cultivar, utilizando séries
pluviométricas de várias estações meteorológicas. Os autores apresentaram
simulações para soja, cultivar de ciclo precoce, para solo de média retenção de água
e nove épocas de semeadura e verificou que as áreas favoráveis são as regiões
onde é menor o risco de ocorrência de déficit hídrico, durante as fases críticas.
Em Mato Grosso foi realizado o zoneamento agroclimático do girassol
segunda safra por Ramos (2014). Esse autor verificou que todo o estado é apto ao
cultivo dessa oleaginosa até o sexto decêndio. No sétimo decêndio começam a
ocorrer áreas não aptas ao cultivo, que aumentam progressivamente a partir do leste
do estado até o décimo quarto decêndio quando já não se observam áreas aptas à
semeadura.
Assad e Pinto (2008) estudaram o aquecimento global e cenários futuros da
agricultura brasileira e relataram que a cultura da soja é a que mais deve sofrer com
a elevação de temperatura. As simulações mostraram que as regiões ao sul do país
e as localizadas nos cerrados nordestinos serão fortemente atingidas. No pior
cenário, as perdas podem chegar a 40% em 2070, em decorrência do aumento da
deficiência hídrica e do possível impacto dos veranicos mais intensos.
Ante o cenário de mudanças climáticas, as previsões de alterações nos
regimes térmicos e hídricos podem ser associadas ao zoneamento agroclimático
como instrumento de reordenamento da produção e demanda de pesquisa para
amenizar esses efeitos.
Entretanto, apesar da reconhecida importância e do uso já consolidado, ainda
são necessários aprimoramentos e ajustes nos zoneamentos, especialmente no que
tange o uso de novas tecnologias e disponibilidade de informações para novas
regiões.
3. MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado em etapas: a primeira etapa foi o zoneamento
agroclimático para a produção de sementes de soja de cultivares precoces para o
estado de Mato Grosso. Posteriormente, foi realizado um diagnóstico da qualidade
de sementes de soja de cultivares precoces coletadas em diferentes empresas
produtoras de sementes do estado de Mato Grosso nas safras de 2012/2013 e
2013/2014 e, avaliados os principais fatores responsáveis pela redução da qualidade
das sementes. Na última etapa, compararam-se os resultados do zoneamento e do
levantamento da qualidade das sementes de soja para identificar as regiões do
estado de Mato Grosso com as melhores condições climáticas para a produção de
sementes.
3.1 Zoneamento Agroclimático para a Produção de Sementes de Soja de
Cultivares Precoces para o Estado de Mato Grosso
Foram utilizados dados mensais de temperatura média (Tmed) de 11
estações meteorológicas convencionais e 34 estações meteorológicas automáticas
cedidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), localizadas no estado de
Mato Grosso (Tabela 1), com no mínimo 8 anos de observações, devido à baixa
disponibilidade de séries de observações longas no estado.
TABELA 1. Estações meteorológicas utilizadas, Mato Grosso, 2014-2015.
Tipo Estação meteorológica Latitude Longitude Altitude (m)
Auto Água Boa 14°00' 52°12' 432,0
Auto Alta Floresta 09°50' 56°06' 289,0
Auto Alto Araguaia 17°33' 53°22' 753,0
Auto Alto Taquari 17°48' 53°17' 875,0
Auto Apiacás 09°33' 57°23' 220,0
Auto Brasnorte 12°31' 58°13' 431,0
Auto Cáceres 16°02' 57°41' 116,0
Conv Cáceres 16°02' 57°41' 116,0
Auto Campo Novo 13°47' 57°50' 570,0
Auto Campo Verde 15°31' 55°08' 749,0
Conv Canarana 13°47' 52°27' 430,0
Auto Carlinda 10°00' 55°47' 290,0
Auto Comodoro 13°42' 59°45' 591,0
Auto Cotriguaçú 09°54' 58°34' 261,0
Conv Cuiabá 15°37' 56°06' 151,3
Auto Cuiabá 15°37' 56°06' 151,3
Conv Diamantino 14°40' 56°45' 286,3
Auto Gaúcha do Norte 13°11' 53°15' 379,0
Auto Guaratã do Norte 09°57' 54°53' 320,0
Conv Gleba Celeste 12°28' 55°29' 415,0
Auto Guiratinga 16°20' 53°45' 526,0
Auto Itiquira 17°10' 54°30' 585,0
Auto Juara 11°16' 57°31' 260,0
Auto Juína 11°22' 58°43' 200,0
Conv Matupá 10°25' 54°91' 285,0
Auto Nova Ubiratã 13°24' 54°45' 518,0
Auto Novo Mundo 12°31' 58°13' 431,0
Conv Nova Xavantina 14°70' 52°35' 316,0
Auto Paranatinga 14°25' 54°02' 474,0
Cont...
TABELA 1. Estações meteorológicas utilizadas, Mato Grosso, 2014-2015.
Tipo Estação meteorológica Latitude Longitude Altitude (m)
Auto Pontes Lacerda 15°15' 59°20' 256,0
Auto Porto Estrela 15°21' 57°13' 145,0
Conv Poxoréo 15°83' 54°38' 450,0
Auto Querência 12°37' 52°13' 382,0
Conv Rondonópolis 16°27' 54°34' 284,0
Auto Rondonópolis 16°27' 54°34' 284,0
Auto Salto do Céu 15°08' 58°06' 303,0
Auto Santo Antônio do Leste 14°55' 53°53' 648,0
Conv Santo Antônio do Leverger 15°78' 56°06' 140,0
Auto São Félix do Araguaia 11°37' 50°43' 218,0
Conv São José do Rio Claro 13°27' 56°39' 350,0
Auto São José do Rio Claro 13°27' 56°39' 350,0
Auto Sinop 11°58' 55°33' 371,0
Auto Sorriso 12°33' 55°43' 380,0
Auto Tangará da Serra 14°39' 57°25' 321,5
Auto Vila Bela 15°03' 59°52' 222,0
Auto - Estações Automáticas Conv - Estações Convencionais
Como no estado de Mato Grosso existe baixa densidade de estações
meteorológicas com dados de temperatura, foi realizada a estimativa e a
espacialização dessa variável a partir da latitude, longitude e altitude, por meio de
equações de regressão espacial. Com base nos dados das análises de correlação
linear comprovadamente existente entre as variáveis térmicas e os controles
geográficos - altitude, latitude e longitude, permite que se obtenha a estimativa da
variável dependente para qualquer ponto do espaço geográfico (Cargnelutti Filho et
al., 2006; 2008).
No estudo, foram utilizadas as equações mensais de regressão múltipla da
temperatura média para o estado de Mato Grosso encontradas por Tarifa (2011). De
acordo com o modelo múltiplo espacial, a temperatura foi considerada a variável
dependente enquanto que a altitude, a latitude e a longitude foram as variáveis
independentes. Pode-se verificar os coeficientes utilizados na regressão múltipla da
temperatura média para os meses de janeiro na eq. (1) e fevereiro na eq. (2). Foram
considerados esses meses, pois, são as épocas em que ocorrem as fases de
maturação e colheita das sementes de soja para cultivares precoces.
Y = (-0,0062223 * alt) - (0,0168041 * long) + (0,1488236 * lat) + 26,10685 (1)
Y = (-0,0057064* alt) + (0,0343606 * long) + (0,148176 * lat) + 22,893694
(2)
em que,
alt - altitude (metros)
long - longitude
lat - latitude
A comprovação da hipótese de utilização das equações para a estimativa da
temperatura foi realizada por meio dos seguintes parâmetros: coeficiente de
correlação, raiz do quadrado médio do erro pela eq. (3), índice de concordância de
Wilmott pela eq. (4), índice de confiança e coeficiente de Nash-Sutcliffe pela eq. (5).
(3)
em que,
RMSE - raiz do quadrado médio do erro;
Yobs - valor observado;
Yest - valor estimado, e,
n - número total de pares de valores observados e estimados
A concordância refere-se à exatidão ou à aproximação dos dados estimados
aos verdadeiros. Para quantificar matematicamente essa aproximação, Willmott
(1982) propôs um coeficiente designado concordância ou exatidão (d). Os valores
variam de zero, para nenhuma concordância, a 1 para a concordância perfeita. O
índice é dado pela equação (4):
(4)
(5)
em que,
d - índice de concordância;
Ȳ- média dos valores observados, e
NS - coeficiente de Nash-Sutcliffe.
A precisão é dada pelo coeficiente de correlação (r). É um índice estatístico
que indica o grau de dispersão dos dados em relação a uma reta de regressão entre
os valores de temperatura medidos e estimados (Biudes et al., 2008).
O índice de confiança eq. (6) reúne as indicações dos dois coeficientes, (r) e
(d), sendo o valor zero para confiança nula e 1 significando confiança perfeita
(Camargo e Camargo, 2000).
c = r x d (6)
em que,
c = índice de confiança
r = coeficiente de correlação
d = índice de concordância
O critério adotado para interpretar o desempenho pelo índice (c), para os
valores mensais da temperatura, é representado na Tabela 2 (Camargo e Sentelhas,
1997).
Após a avaliação da eficiência dos modelos, foi realizada a elaboração do
mapa temático. Para criação, utilização dos mapas e compilação dos dados
geográficos, procedeu-se a interpolação para espacialização, utilizando-se o método
do inverso do quadrado da distância (Mello et al., 2003). Utilizou-se o sistema de
informação geográfica ArcGIS, onde se confeccionou o mapa temático no qual estão
representadas as melhores regiões para a produção de sementes de soja de
cultivares precoces no estado de Mato Grosso.
TABELA 2. Critério de interpretação do desempenho da temperatura proposto por
Camargo e Sentelhas (1997) através do índice (c).
Valor de (c) Desempenho
> 0,85 Ótimo
0,76 a 0,85 Muito Bom
0,66 a 0,75 Bom
0,61 a 0,65 Mediano
0,51 a 0,60 Sofrível
0,41 a 0,50 Mau
d ≤ 0,40 Péssimo
A definição das regiões de maior ou menor risco climático foi associada à
ocorrência de temperaturas médias dos meses de janeiro e fevereiro. Na definição
das classes temáticas foram atribuídos intervalos de temperatura definindo-se três
classes de maior ou menor risco climático: Favorável (≤ 24 °C); Medianamente
Favorável (24,1 a 25 °C) e Pouco Favorável (≥ 25,1 °C).
3.2 Diagnóstico da Qualidade de Sementes de Soja de Cultivares Precoces
Produzidas no Estado de Mato Grosso
Para a realização do diagnóstico, foi realizado um levantamento dos
produtores de sementes de soja do estado de Mato Grosso por meio de informações
fornecidas pelo MAPA. Nessas informações constavam a safra de produção de soja,
cultivares produzidas por cada produtor, localização das áreas e época de
semeadura. Com base nessas informações foram selecionadas as cultivares de ciclo
precoce (até 110 dias) produzidas no estado.
Em seguida realizou-se contato direto com os produtores, para que
fornecessem as amostras de sementes de soja. De acordo com os dados coletados
no MAPA, 33 produtores de soja credenciaram campos de produção no estado de
Mato Grosso na safra 2012/2013, desses, a coleta de sementes de cultivares
precoces, para este trabalho, foi realizada em 14 produtores (44%). Na safra
2013/2014, 29 produtores de soja credenciaram os campos e a coleta de sementes
foi realizada em 16 produtores (55%).
As coletas de sementes foram realizadas no período de maio a julho de cada
safra, sendo que na safra 2012/2013, foram coletadas 341 amostras de 18 cultivares
precoces de soja e, na safra 2013/2014, foram 487 amostras coletadas de 28
cultivares (Quadro 1). Na safra 2013/2014 foram incluídas cultivares que não foram
produzidas no ano anterior ou foram substituídas por novas cultivares.
A quantidade amostrada foi de acordo com o número de lotes produzidos e o
tamanho da embalagem utilizada. Para embalagens de 40 kg, foi considerado o
percentual de 10% dos lotes produzidos; quando embaladas em "bags" (1.000 kg),
considerou-se o percentual de amostragem de 50% da quantidade de lotes
produzidos.
Assim, amostras representativas de aproximadamente 1 kg de cada lote de
sementes das cultivares precoces foram coletadas nas unidades de armazenamento
das diferentes empresas produtoras de sementes de Mato Grosso (Quadro 1)
oriundas de diferentes empresas de melhoramento: Agronorte (3 cultivares),
Fundação Mato Grosso (1 cultivar), Monsoy (7 cultivares), Nidera (4 cultivares),
Pioneer (2 cultivares), Sementes Adriana (1 cultivar), Soytech Seeds (2 cultivares),
Syngenta (1 cultivar), Tropical Melhoramento e Genética (12 cultivares) e Wehrmann
(1 cultivar).
Foram coletadas, ao todo, amostras de sementes de 34 cultivares precoces,
nas duas safras (Quadro 1). Destas, 62% é geneticamente modificada (RR). Na
safra 2012/2013 as cultivares TMG 1179 RR, Anta 82 RR e TMG 123 RR foram as
mais coletadas, correspondendo a 17,6, 15,5 e 12,9%, respectivamente em relação
ao total de amostras. Na safra 2013/2014 foram as mesmas cultivares as mais
coletadas, porém, a cultivar TMG 4182 correspondeu a 23,6% das 487 amostras
coletadas. As únicas cultivares convencionais avaliadas foram a Tucunaré e TMG
4182.
QUADRO 1. Relação das amostras de sementes de cultivares precoces de soja coletadas em
diferentes regiões do estado de Mato Grosso, nas safras 2012/2013 e 2013/2014.
Identificação dos
produtores
Região Quantidade de Amostras Cultivares
Safra 2012/2013
Safra 2013/2014
Safra 2012/2013
Safra 2013/2014
1
Sudeste 31 32 ANTA 82 RR SA 701 RR
TMG 127 RR TMG 1176 RR
ANTA 82 RR TMG 1174 RR TMG 1175 RR M7110 IPRO
2
Médio Norte
7 5 ANsc 78017 ANsc 84107 ANsc 83022
ANsc 83022 ANsc 78017
3
Sudeste 28 54 ST 810 RR M 7639 RR
M 7639 RR M 8372 IPRO M 6972 IPRO M 7739 IPRO M 8133 IPRO
W 799 RR ST 700 RR
NS 7497 RR
4
Sudeste 24 23 TMG 1179 RR TMG 1176 RR
FMT TUCUNARÉ
TMG 1174 RR
TMG 1179 RR TMG 4182
5
Sudeste 18 0 TMG 1179 RR TMG 1176 RR TMG 123 RR
ANTA 82 TMG 1174 RR
-
6
Sudeste 6 15 ANTA 82 RR TMG 1179 RR TMG 1174 RR
ANTA 82 RR TMG 1174 RR TMG 1179 RR
7
Sudeste 67 68 TMG 1179 RR TMG 1176 RR TMG 123 RR
ANTA 82 TMG 1174 RR
M 6972 IPRO TMG 123 RR TMG 1179 RR
ANTA 82
8
Sudeste 43 56 TMG 1179 RR TMG 1176 RR TMG 123 RR TMG 1174 RR
TMG 123 RR TMG 1179 RR TMG 7262 RR
TMG 4182 TMG 1174 RR
TMG 2183 IPRO M 7739 IPRO M 8210 IPRO
8 Oeste 29 45 TMG 4182 TMG 1174 RR TMG 123 RR TMG 1179 RR TMG 1176 RR
M7639 RR
TMG 1174 RR TMG 4182
9 Centro Sul
5 19 TMG 123 RR TMG 1174 RR
TMG 123 RR
Cont....
QUADRO 1. Relação das amostras de sementes de cultivares precoces de soja coletadas em
diferentes regiões do estado de Mato Grosso, nas safras 2012/2013 e 2013/2014.
Identificação dos
produtores
Região Quantidade de Amostras Cultivares
Safra 2012/2013
Safra 2013/2014
Safra 2012/2013
Safra 2013/2014
10
Sudeste 0 11 - TMG 1174 RR ANTA 82 RR
11
Sudeste 0 9 - TMG 123 RR TMG 1174 RR TMG 1179 RR
12
Oeste 15 34 P 98Y11 TMG 1176 RR
P98C81 TMG 1179 RR
FMT TUCUNARÉ
TMG 4182 TMG 1174 RR TMG 1176 RR TMG 1179 RR
P 98C81 SYN 1059 RR
12 Oeste 22 40 TMG 1176 RR TMG 4182
TMG 1179 RR TMG 1174 RR
P 98Y11 TMG 123 RR
TMG 4182 TMG 1168 RR TMG 1174 RR
13
Noroeste 11 8 TMG 1176 RR TMG 4182
TMG 1179 RR TMG 1174 RR
TMG 1175 RR TMG 1176 RR
TMG 4182
14
Sudeste 23 38 M 7639 RR NA 7337 RR NS 7494 RR ST 810 RR
NA 7337 RR M 7639 RR
M 7110 IPRO M 7739 IPRO NS 7494 RR
NS 7338 IPRO TMG 4182
15
Sudeste 0 13 - TMG 123 RR TMG 1174 RR TMG 1179 RR TMG 1180 RR
16
Sudeste 3 7 TMG 1174 RR TMG 1174 RR TMG 4182
17
Sudeste 9 10 ANTA 82 RR TMG 1174 RR TMG 1179 RR M 7110 IPRO
TMG 1176 RR ANTA 82 RR
Total 341 487
Os locais de coleta das sementes podem ser visualizados na Figura 1. Na
divisão do estado usou-se o critério do IMEA (Instituto Matogrossense de Economia
Agropecuária), que realizou um estudo para segmentar o estado de Mato Grosso
sob o ponto de vista agroeconômico, com a finalidade de facilitar os levantamentos
de dados e dimensionar a economia agropecuária. Os critérios para a divisão das
macrorregiões do estado, segundo o IMEA, foram os limites dos municípios, polo
econômico, sistemas de produção e isolamento. Nessa divisão, consideraram-se as
seguintes macrorregiões: Noroeste, Norte, Nordeste, Médio Norte, Oeste, Centro Sul
e Sudeste (IMEA, 2010).
FIGURA 1. Mapa de distribuição das macrorregiões do estado de Mato Grosso,
segundo o IMEA.
Na região Sudeste (Figura 1) localiza-se o maior número de empresas
produtoras de sementes de soja, totalizando 13 produtores (Quadro 1), sendo a
região com o maior número de amostras de sementes coletadas, 252 amostras na
safra 2012/2013 e 336 amostras na safra 2013/2014. Nessa região, as sementes
foram produzidas nos municípios de Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari,
Campo Verde, Guiratinga, Itiquira, Juscimeira, Pedra Preta, Primavera do Leste,
Rondonópolis e Tesouro.
Nas regiões Norte e Nordeste não foram coletadas sementes de soja. Já nas
regiões Noroeste, Médio Norte e Centro Sul, foram coletadas amostras de sementes
de uma empresa de cada região. No município de Brasnorte, região Noroeste, foram
coletadas 11 amostras na safra 2012/2013 e oito na safra 2013/2014. Na região
Médio Norte, a coleta foi realizada no município de Sinop, sendo sete amostras
coletadas na safra 2012/2013 e cinco amostras na safra 2013/2014. Na região
Centro Sul, o município de coleta das sementes foi Tangará da Serra, sendo
coletadas cinco amostras na safra 2012/2013 e 19 amostras na safra 2013/2014.
Na região Oeste, as coletas de sementes foram realizadas nos municípios de
Campo Novo dos Parecis e Sapezal, sendo a coleta realizada em dois produtores de
sementes. Nessa região, foram coletadas 66 amostras na safra 2012/2013 e 119
amostras na safra 2013/2014 (Quadro 1).
Após a coleta, para iniciar as análises da qualidade das sementes, as
amostras foram passadas por um homogeneizador do tipo divisor de solo, visando à
homogeneização das amostras de trabalho conforme descrito nas Regras para
Análises de Sementes - RAS (Brasil, 2009).
O atributo físico foi avaliado pelo teor de água, massa de mil sementes e
porcentual de sementes esverdeadas. O atributo fisiológico foi avaliado pelos testes
de germinação (primeira contagem e germinação final), emergência de plântulas em
campo, teste de tetrazólio (vigor, viabilidade e danos por percevejo e mecânico e
deterioração por umidade). O atributo sanitário foi avaliado pelo teste de sanidade,
incluindo mancha púrpura.
As análises foram realizadas no Laboratório de Sementes do UNIVAG -
Centro Universitário de Várzea Grande-MT e as amostras de sementes de soja
ficaram armazenadas em caixas de papelão (1 kg) em câmara refrigerada (18 °C e
60% UR) até a realização de todos os testes, sendo que a partir da coleta das
amostras iniciou-se a execução dos testes na seguinte ordem: teor de água, teste de
germinação, emergência de plântulas em campo, teste de tetrazólio, determinação
de sementes esverdeadas e mancha púrpura, teste de sanidade e massa de mil
sementes. Os testes foram iniciados em junho e finalizados em dezembro, nos dois
anos de coleta, 2013 e 2014.
Para essa determinação do teor de água, foram utilizadas duas subamostras
de 4 a 5 gramas colocadas em estufa a 105 ± 3 °C, durante 24 horas (Brasil, 2009) e
o resultado foi expresso em porcentagem base úmida.
A determinação da massa de mil sementes foi realizada de acordo com as
Regras para Análise de Sementes – RAS (Brasil, 2009) com oito subamostras de
100 sementes. O resultado foi expresso em gramas.
No primeiro ano de avaliação, para a determinação de sementes
esverdeadas, foram utilizadas quatro subamostras de 200 g (Costa et al., 2001) e no
segundo ano quatro subamostras de 100 sementes. Sob lupa circular com aumento
de seis vezes, verificou-se a presença de sementes com pigmento verde nos
tegumentos. Foi considerada toda e qualquer nuance de pigmento nos tegumentos
e, em caso de dúvida, as sementes foram cortadas ao meio para confirmação da
presença de sementes esverdeadas e, os resultados foram expressos em
porcentagem.
O teste de germinação foi realizado com 200 sementes (quatro subamostras
de 50 sementes), para cada cultivar. As sementes foram semeadas em rolos de
papel "germitest" e colocadas em germinador com temperatura regulada em 25 °C,
por oito dias. Com os dados, foi calculada a porcentagem de plântulas normais
(Brasil, 2009). A primeira leitura do teste de germinação, realizada ao quinto dia
após a semeadura, foi considerada como um teste de vigor (teste de primeira
contagem).
O teste de emergência de plântulas em campo foi realizado no campo
experimental do UNIVAG, com 200 sementes, divididas em quatro subamostras de
50 sementes por amostra, semeadas em linhas espaçadas de 0,15 m, à
profundidade de 3 a 5 cm. Aos sete dias após a semeadura, computaram-se as
plântulas com cotilédones emergidos e presença das folhas unifoliadas. Os
resultados foram expressos em porcentagem.
No teste de tetrazólio foram usadas 100 sementes por amostra (duas
subamostras de 50 sementes), sendo acondicionadas em papel "germitest"
umedecido, com quantidade de água equivalente a 2,5 vezes a sua massa, durante
16 horas, em temperatura ambiente. Em seguida, as sementes foram colocadas em
solução com concentração de 0,075% de 2,3,5-trifenil-cloreto-de-tetrazólio e,
deixadas no escuro, a 35 ± 3 °C, por três horas. Após a lavagem em água corrente,
as sementes foram analisadas individualmente, verificando-se as porcentagens de
vigor, de viabilidade e de deterioração por umidade, danos mecânicos e/ou lesões
de percevejos (França Neto et al., 1998).
O teste de sanidade foi conduzido por meio do método do papel-filtro ou
“blotter test”, com 100 sementes divididas em quatro subamostras de 25 por
amostra, colocadas em placas de Petri, sobre duas folhas de papel-filtro
esterilizadas e umedecidas com água destilada e autoclavada. A incubação foi
realizada em condição ambiente de laboratório, a ± 25 °C, em regime de 12 horas de
iluminação com lâmpadas fluorescentes, durante sete dias. Após esse período,
procedeu-se a avaliação dos fungos presentes nas sementes, com o auxílio de
microscópio estereoscópico e microscópio composto (Goulart, 1998; Henning, 2004)
e os resultados expressos em porcentagem de acordo com cada gênero.
A determinação de sementes com mancha púrpura foi realizada juntamente
com a determinação de sementes esverdeadas. Foram separadas as sementes com
mancha roxa (púrpura) nos tegumentos e os resultados foram expressos em
porcentagem.
3.3 Identificação dos Principais Fatores Responsáveis pela Redução da
Qualidade
A identificação dos fatores de descarte na produção de sementes de soja foi
feita por meio do teste de germinação, testes de vigor: primeira contagem,
emergência de plântulas em campo e teste de tetrazólio e determinação de
sementes esverdeadas e mancha púrpura. Os testes foram descritos acima.
3.4 Validação das Regiões do Estado de Mato Grosso para a Produção de
Sementes de Soja de Alta Qualidade
Para validação das regiões, foram comparados os resultados dos testes de
qualidade das sementes, conforme descrito no item 3.2, com as regiões produtoras
de maior ou menor risco climático em relação à temperatura descrita no item 3.1. Na
definição das classes temáticas foram atribuídos intervalos de temperatura
definindo-se três classes de maior ou menor risco climático: Favorável (< 24 °C);
Medianamente Favorável (24,1a 25 °C) e Pouco Favorável (> 25,1 °C).
A partir das classes de maior ou menor risco climático foi possível confirmar
se a qualidade das sementes nas regiões consideradas favoráveis para a produção
apresentou melhor resultado no diagnóstico.
3.5 Análise dos dados
3.5.1 Estatística descritiva
As análises foram realizadas em separado por cada safra e região. Os
parâmetros estatísticos de mínimo, máximo, média, desvio padrão e coeficiente de
variação, foram obtidos com o objetivo de verificar a existência de tendência central
e dispersão dos dados, utilizando para cálculo, o programa Excel® (2007).
3.5.2 Gráficos Boxplot
Para medir a dispersão, locação, assimetria e dados discrepantes, foram
construídos os gráficos boxplot com auxílio do programa SPSS (Statistical Package
for Social Sciences).
3.5.3 Correlação de Pearson e Regressão Linear
Foi realizada pelo programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences) e
aplicadas as análises de correlação de Pearson (P≤0,05) e regressão linear,
determinando ainda os coeficientes de correlação (r) e de determinação (R2) entre
as diferentes variáveis respostas do estudo, utilizando o programa Excel® (2007).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Zoneamento Agroclimático para a Produção de Sementes de Soja de
Cultivares Precoces no Estado de Mato Grosso
Na Tabela 3 estão apresentados os dados das temperaturas médias
observadas referentes aos meses de janeiro e fevereiro de estações meteorológicas
do estado de Mato Grosso (estimada em função da latitude, longitude e altitude).
Os valores mínimos para as temperaturas médias observadas dos meses de janeiro
e fevereiro (Tabela 3) foram de 22,5 e 22,6 °C, respectivamente. Os mesmos valores
mínimos foram encontrados para as temperaturas médias estimada. Quanto aos
valores máximos de temperatura média, a observada foi de 27 °C para o mês de
janeiro e 26,8 °C para fevereiro; resultados semelhantes foram encontrados para a
temperatura média estimada, 27,1 e 27 °C, para os meses de janeiro e fevereiro,
respectivamente.
Observou-se que, de maneira geral, as estimativas obtidas pelo modelo
apresentaram resultados bem próximos aos dos dados observados (Tabela 3), para
as quais os modelos adotados conseguiram representar o efeito da temperatura
para essas localidades. No Brasil, os métodos para estimar temperaturas por meio
de modelos vêm sendo desenvolvidos e utilizados há algum tempo, e são relevantes
quando se trata de localidades onde há escassez desses dados (Buriol et al., 1973;
Sandanielo, 1987; Lima e Ribeiro, 1998; Abreu et al., 2011).
TABELA 3. Temperaturas médias, (Tm °C), observadas e estimadas das estações
meteorológicas localizadas no estado de Mato Grosso, de 2007 a 2014.
Estação meteorológica Tm
observada
Jan.
Tm
estimada
Jan.
Tm
observada
Fev.
Tm
estimada
Fev.
Alta Floresta 24,92 24,83 24,80 24,63
Alto Araguaia 22,93 23,14 23,13 23,03
Alto Taquari 22,47 22,42 22,59 22,37
Apiacás 25,91 25,19 26,28 25,03
Brasnorte 23,80 24,31 24,00 24,29
Cáceres 26,90 26,80 26,10 26,59
Cáceres (Conv.) 27,09 26,80 26,96 26,59
Campo Novo 24,28 23,64 24,03 23,67
Campo Verde 22,89 22,83 23,03 22,81
Canarana 25,28 24,60 24,90 24,28
Carlinda 24,78 24,85 24,93 24,64
Comodoro 23,11 23,46 22,94 23,60
Cotriguaçú 24,88 24,97 24,67 24,88
Cuiabá(Conv.) 26,93 26,55 26,98 26,27
Cuiabá 26,74 26,55 26,70 26,27
Diamantino 25,87 25,47 25,80 25,29
Gaúcha do Norte 25,05 24,82 25,63 24,51
Guaratã do Norte 25,33 24,67 25,08 24,43
Gleba Celeste 25,62 24,45 25,75 24,28
Guiratinga 25,12 24,36 25,11 24,16
Itiquira 24,08 24,11 24,20 23,97
Juara 25,29 25,20 25,17 25,06
Juína 24,56 25,57 24,46 25,45
Matupá 25,04 24,95 24,94 24,72
Nova Ubiratã 23,90 23,96 24,40 23,80
Novo Mundo 24,12 24,31 24,18 24,29
Cont...
TABELA 3. Temperaturas médias, Tm (°C), observadas e estimadas das estações
meteorológicas localizadas no estado de Mato Grosso de 2007 a 2014.
Estação meteorológica
Tm
observada
Jan.
Tm
estimada
Jan.
Tm
observada
Fev.
Tm
estimada
Fev.
Paranatinga 24,24 24,40 24,24 24,18
Pontes Lacerda 25,65 25,79 25,24 25,73
Porto Estrela 26,40 26,53 26,20 26,31
Poxoréo 25,55 24,83 25,48 24,63
Querência 24,50 24,73 24,70 24,38
Rondonópolis (Conv.) 25,77 25,87 25,77 25,59
Rondonópolis 25,57 25,87 25,59 25,59
Salto do Céu 25,40 25,50 25,03 25,40
Santo Antônio do Leste 23,45 23,39 23,68 23,26
Santo Antônio do Leverger 26,84 26,72 26,74 26,44
São Félix do Araguaia 25,82 25,63 25,98 25,11
São José do Rio Claro (Conv.) 24,84 24,98 25,04 24,84
São José do Rio Claro 25,77 24,98 24,97 24,84
Sinop 24,43 24,65 24,69 24,46
Sorriso 24,73 24,67 25,10 24,50
Tangará da Serra 24,65 25,32 24,40 25,20
Vila Bela 25,77 25,96 25,50 25,91
Para confirmar a eficiência do modelo, os resultados dos parâmetros podem
ser visualizados na Tabela 4. O coeficiente de eficiência de Nash-Sutcliffe (NS) e do
índice de concordância (d) apresentaram valores próximos de 1 indicando bons
valores para a estimativa da temperatura. Os valores dos coeficientes de correlação
(r) entre as temperaturas observadas e estimadas foram próximos de 1, indicando a
existência de uma correlação positiva muito forte entre as variáveis no mês de
janeiro e uma correlação positiva forte para o mês de fevereiro.
Na análise do índice de confiança (c), o valor encontrado no mês de janeiro
foi de 0,92 e fevereiro de 0,83 e, de acordo com Camargo e Sentelhas (1997), no
mês de janeiro o valor apresentou ótima confiança e em fevereiro o valor obtido
apresentou uma confiança muito boa (Tabela 4).
TABELA 4. Parâmetros para verificação dos dados estimados da temperatura média
nos meses de Janeiro e Fevereiro.
Janeiro RMSE NS D r c 0,42 0,86 0,93 0,99 0,92
Fevereiro RMSE NS D r c 0,57 0,70 0,84 0,83 0,83
RMSE - raiz do quadrado médio do erro; NS - coeficiente de eficiência de Nash-Sutcliffe; d - índice de concordância; r - coeficiente de correlação; c - índice de confiança.
Como os coeficientes apresentaram resultados satisfatórios para os dados de
temperatura média estimada, foi possível confeccionar os mapas do estado de Mato
Grosso para os meses de janeiro (Figura 2a) e fevereiro (Figura 2b).
Com base nos levantamentos realizados, na zona considerada favorável para
a produção de sementes de soja de cultivares precoces considerando a maturação e
colheita no mês de janeiro (Figura 2a), estão compreendidas as áreas em verde,
localizadas em maior extensão nas regiões Sudeste e Oeste. Outra zona favorável
foi identificada, na região Centro Sul (região de Tangará da Serra, Diamantino e
pequenas áreas localizadas na divisa com a região Sudeste). Em menor extensão
algumas áreas foram identificadas como favoráveis para a produção de sementes
nas regiões Médio Norte (Santa Rita do Trivelato, Nobres e Nova Ubiratã), na região
Noroeste (pequenas áreas em Aripuanã, Juara e Juína), Nordeste (Santa Teresinha
e Vila Rica) e Norte (em Guarantã do Norte, Novo Mundo, Matupá, Terra Nova do
Norte, Santa Helena e Marcelândia) (Figura 2a).
FIGURA 2. Zoneamento agroclimático do estado de Mato Grosso para a produção
de sementes de soja (Glycine max L.) de cultivares precoces nos meses
de janeiro (a) e fevereiro (b). Favorável (≤ 24 °C); Medianamente
Favorável (24,1 a 25 °C) e Pouco Favorável (≥ 25,1°C).
(a)
(b)
As áreas compreendidas como favoráveis com temperatura média inferior a
24 °C foram semelhantes entre os meses analisados, no entanto, nas regiões
Sudeste, Médio Norte, Norte e Nordeste no mês de fevereiro, observou-se um
aumento nas áreas consideradas como zonas favoráveis e medianamente
favoráveis (Figura 2b). Mais de 50% das áreas da região Sudeste foram
consideradas favoráveis para a produção de sementes de soja de cultivares
precoces com exceção dos municípios de Araguaiana, próximo de Barra do Garças,
e áreas próximos de Rondonópolis, Juscimeira e Pedra Preta.
As áreas das regiões Médio Norte e Norte foram classificadas quase que
100% como medianamente favoráveis (Figuras 2a e 2b). As regiões Nordeste e
Noroeste também apresentaram áreas consideradas medianamente favoráveis para
a produção de sementes de soja com temperatura média entre 24,1 e 25 °C. Na
região Sudeste, nos municípios de Paranatinga, Itiquira e Barra do Garças, e na
região Oeste, em Comodoro e norte de Sapezal, existem áreas medianamente
favoráveis para a produção de sementes de cultivares precoces.
A região Centro Sul (Figuras 2a e 2b) foi a que apresentou maior área
considerada pouco favorável para a produção de sementes de soja de cultivares
precoces.
Diferentes classes de temperaturas foram encontradas em outros trabalhos
sobre zoneamento realizados nos estados de Minas Gerais e Paraná. O
zoneamento agroclimático para a produção de sementes de soja de elevada
qualidade física e fisiológica foi estabelecido para o estado de Minas Gerais (Pádua
et al., 2014). Esses autores definiram as regiões de maior ou menor risco climático
associadas à ocorrência de temperaturas médias na fase de maturação da soja,
considerada a fase de máximo potencial fisiológico da semente, e da altitude dos
municípios. Os autores consideraram a época normal de semeadura da cultura e as
fases de maturação e colheita ocorrendo no mês de março. Com base nos
levantamentos realizados, estabeleceram três classes de regiões: Favorável com
temperatura média ≤ 23,5 °C; Medianamente Favorável, com temperatura média
entre 23,6 a 24,9 °C e Pouco Favorável, com temperatura média ≥ 25,0 °C.
No estado do Paraná, as áreas foram divididas em T1 com temperatura média
maior que 24 °C, T2 - temperatura média entre 22 e 24 °C e T3 - temperatura média
menor que 22 °C. Nesse zoneamento para a produção de sementes de soja de
cultivares precoces, os autores verificaram que existem áreas mais propícias à
produção de sementes onde ocorrem temperaturas mais amenas (< 22 °C) durante
a fase de maturação, que favorece a produção de sementes de qualidade fisiológica
e sanitária superiores(Costa et al., 1994).
4.2 Diagnóstico da Qualidade de Sementes de Soja de Cultivares Precoces
Produzidas no Estado de Mato Grosso
4.2.1 Atributo físico
O teor de água das sementes analisadas na safra 2012/2013 encontrava-se
entre 7,8 e 12,4%, com média de 11,4% e, entre 8,2 e 13,0%, com média de 10,5%
na safra 2013/2014 (Tabela 5). As sementes estavam armazenadas a
aproximadamente 120 dias e se constatou teor de água adequado para
conservação.
TABELA 5. Atributo físico de sementes de cultivares precoces de soja (Glycine max
L.), produzidas no estado de Mato Grosso, safras 2012/2013 e
2013/2014.
Índices Estatísticos Safra 2012/2013 Safra 2013/2014
TA (%) MMS g) SE (%) TA (%) MMS g) SE (%)
Média 11,4 131,1 0,9 10,5 146,1 1,1
Mínimo 7,8 72,7 0,0 8,2 85,9 0,0
Máximo 12,4 202,3 7,9 13,0 224,4 13,0
Desvio padrão 1,0 24,1 1,3 0,8 27,4 1,9
Coeficiente de variação 8,7 18,5 142,5 7,6 18,7 170,9
Número de amostras 341 487
TA - teor de água; MMS - massa de mil sementes; SE - sementes esverdeadas
O teor de água influencia na qualidade das sementes de soja durante o
armazenamento, sendo que sementes com teor de água inicial mais elevado, 14%
(b.u.), apresentam maior perda de qualidade no decorrer do armazenamento e,
quando o teor de água inicial é menor, 12% (b.u.), as sementes se mantém com
maior qualidade, sendo recomendado para conservação do vigor das sementes de
soja (Smaniotto et al., 2014).
A massa de mil sementes, na safra 2012/2013, variou de 72,7 a 202,3 g e na
safra 2013/2014, de 85,9 e 224,4 g (Tabela 5). Essa variabilidade é decorrente do
uso de peneiras e de cultivares diferentes.
Na determinação de sementes esverdeadas, os valores encontrados, em
média, foram baixos, sendo de 0,9% na safra 2012/2013 e de 1,1% na safra
2013/2014 (Tabela 5). Muitas amostras não apresentaram sementes esverdeadas
(0%), resultando em um coeficiente de variação alto. No entanto, mesmo não tendo
altos percentuais, verificou-se que todas as amostras analisadas na safra 2012/2013
apresentaram sementes esverdeadas, com exceção das cultivares TMG 127 RR e
TMG 1179 RR oriundas de duas empresas da região Sudeste e TMG 1179 RR e
TMG 4182 produzidas na região Oeste do estado de Mato Grosso.
Na safra 2013/2014, nas amostras de todas as empresas houve a presença
de sementes esverdeadas, exceto em uma da região Sudeste, independente da
cultivar. Ainda na região Sudeste, as cultivares TMG 1176 RR, TMG 1179 RR, TMG
1174 RR, TMG 123 RR, TMG 2183 IPRO, M 7110 IPRO, M 6972 IPRO, M 8210
IPRO, NS 7494 RR, SP 700 RR e Anta 82, provenientes de algumas empresas, não
apresentaram sementes esverdeadas. Na região Oeste, a cultivar TMG 1179 RR
produzida em uma empresa, também não apresentou sementes esverdeadas nas
amostras coletadas.
Os percentuais máximos de sementes esverdeadas foram encontrados em
amostras da cultivar TMG 1176 RR produzida no município de Pedra Preta na safra
2012/2013 e Anta 82 produzida em Jaciara, safra 2013/2014, ambas oriundas da
região Sudeste e produzida pela mesma empresa. Pelos dados climáticos coletados
na estação mais próxima dessa empresa (Rondonópolis), nos meses de maturação
(janeiro e fevereiro) das sementes dessas cultivares precoces, a temperatura média
foi 25,8 °C e máxima de 32 °C. Através dos dados de literatura, a não degradação
da clorofila se dá pela ocorrência de déficit hídrico associado com altas temperaturas
(acima de 30 °C). Provavelmente, nas áreas onde foram produzidas essas cultivares
ocorreram temperaturas elevadas na época de maturação das sementes, fazendo
com que ocorresse sementes esverdeadas afetando a qualidade das sementes
provenientes dessas amostras.
Rangel et al. (2007) não observaram efeito marcante dos dados de
temperaturas médias diárias e pluviosidade que explicasse as diferenças entre os
porcentuais de grãos esverdeados entre dois locais do estado de Mato Grosso do
Sul. França Neto et al. (2005), citados por Rangel et al. (2007), trabalhando em
condições controladas, associaram os efeitos de temperaturas superiores a 28 ºC no
estádio R6 à ocorrência de sementes esverdeadas em soja.
Para Zorato et al. (2007a), sementes esverdeadas produzidas em Mato
Grosso (município de Pedra Preta) propiciaram prejuízos na emergência em campo,
dificultando a formação de estandes recomendados para as diferentes cultivares,
assim como, muito descarte de lotes de sementes, no momento de semeadura,
resultado da baixa qualidade fisiológica. Os mesmos autores verificaram que a
presença de pigmentos verdes interferiu no vigor e no poder germinativo das
sementes, porém, a influência foi maior, quanto mais elevado foi o porcentual de
sementes esverdeadas. Verificou-se que, em relação às duas safras estudadas
neste trabalho, o porcentual de sementes esverdeadas, de forma geral, foi baixo
(< 6%) não sendo considerado fator primordial para a queda de qualidade das
sementes.
4.2.2 Atributo fisiológico
Pela análise de boxplot, verificou-se que os resultados da mediana de
germinação foram de 87,1 e 87,5% nas safras 2012/2013 e 2013/2014
respectivamente (Figura 4). Na safra 2012/2013, o menor valor da mediana foi de
38% e o maior valor de 99,5% e, na safra 2013/2014, o menor valor foi de 33% e o
maior valor da mediana para germinação foi de 100%.
(a) (b)
FIGURA 4. Boxplot do atributo fisiológico de sementes de cultivares precoces de
soja (Glycine max L), produzidas no estado de Mato Grosso, safras
2012/2013 (a) e 2013/2014 (b). G - germinação; PC - primeira contagem;
EC - emergência em campo; TZ VG - tetrazólio vigor; TZ VB - tetrazólio
viabilidade.
Com relação ao vigor das sementes avaliado pelo teste de primeira
contagem, emergência de plântulas em campo e teste de tetrazólio, as amostras
analisadas na safra 2013/2014 apresentaram valores da mediana superiores quando
comparados com a safra 2012/2013, podendo-se afirmar que a qualidade fisiológica
das sementes produzidas na safra 2013/2014, de uma maneira geral foi melhor do
que a das sementes produzidas na safra 2012/2013 (Figura 4).
Na safra 2012/2013 no teste de emergência de plântulas em campo (Figura
4), o valor mínimo observado foi de 11% e, no teste de tetrazólio, o valor mínimo foi
de 0%, sendo esses resultados provenientes de uma amostra da cultivar M 7639 RR
produzida na região Sudeste. Os valores máximos observados para o teste de
emergência em campo (89%) e o vigor pelo tetrazólio (90%) foram provenientes da
cultivar TMG 1179 RR, porém, de amostras produzidas em locais diferentes. A
amostra que apresentou o valor máximo de emergência de plântulas em campo foi
produzida na região Sudeste e a amostra com valor máximo no teste de tetrazólio foi
produzida na região Oeste. Observou-se maior dispersão dos dados do teste de
tetrazólio (vigor) quando comparados com os outros testes.
Na safra 2013/2014 (Figura 4), o valor mínimo observado para o teste de
emergência de plântulas em campo foi de 17%. Este resultado foi observado na
cultivar M 8133 IPRO numa amostra produzida na região Sudeste. Para o teste de
vigor pelo tetrazólio, o valor mínimo de 0% foi encontrado em várias amostras
provenientes da cultivar M 7739 IPRO produzidas na região Sudeste. Os valores
máximos observados nos testes de emergência de plântulas em campo e vigor pelo
tetrazólio, de 92 e 100% respectivamente, foram encontrados em amostras
analisadas da cultivar TMG 1179 RR produzidas na região Oeste, onde se obteve
valor máximo desses testes da safra 2012/2013.
Pelos resultados do atributo fisiológico nas regiões produtoras de sementes
do estado de Mato Grosso pode-se verificar que os resultados da safra 2013/2014
(Figura 6) foram mais elevados em todos os testes e regiões avaliadas, com
exceção do resultado da mediana do teste de germinação para a região Sudeste,
visto que, na safra 2012/2013 (Figura 5) observou-se percentual da mediana de
86,3% de germinação e na safra 2013/2014 o valor foi de 85,6%.
FIGURA 5. Boxplot do atributo fisiológico de sementes de cultivares precoces de
soja (Glycine max L.), produzidas em cinco regiões de Mato Grosso, safra
2012/2013. G - germinação; PC - primeira contagem; EC - emergência em
campo; TZ VG - tetrazólio vigor; TZ VB - tetrazólio viabilidade.
Nas safras 2012/2013 (Figura 5) e 2013/2014 (Figura 6), os maiores valores da
mediana em relação aos testes de primeira contagem, germinação, emergência de
plântulas em campo, tetrazólio (vigor e viabilidade), foram observados nas sementes
de soja provenientes da região Oeste, dos municípios de Campo Novo dos Parecis e
Sapezal, sendo essas sementes produzidas por duas empresas.
FIGURA 6. Boxplot do atributo fisiológico de sementes de cultivares precoces de
soja (Glycine max L.), produzidas em cinco regiões de Mato Grosso,
safra 2013/2014. G - germinação; PC - primeira contagem; EC -
emergência em campo; TZ VG - tetrazólio vigor; TZ VB - tetrazólio
viabilidade.
Os menores valores do atributo fisiológico foram observados na região
Noroeste. Como essa região está localizado mais ao Norte, provavelmente
apresentou maior precipitação, pois, de acordo com Ramos (2014), a precipitação
do estado de Mato Grosso está diretamente relacionada às frentes equatoriais
provenientes da Amazônia, responsáveis pelas precipitações no período chuvoso.
Deste modo, o Norte do estado apresenta as maiores médias pluviométricas durante
o ano com período chuvoso mais longo que o restante do estado.
A comercialização de sementes de soja é baseada no padrão de 80% de
germinação (Brasil, 2013). Caso o lote não alcance esse valor, o mesmo é
descartado e comercializado como grão, trazendo prejuízos econômicos
significativos para o produtor de sementes. Na Tabela 6 pode-se verificar que na
safra 2012/2013, foram 90,3% das 341 amostras avaliadas que apresentaram
germinação acima de 80% e, na safra 2013/2014, foram 86,8% das amostras.
TABELA 6. Porcentual de amostras de sementes de soja (Glycine max L.), em
diferentes faixas de porcentagem de germinação, produzidas no estado
de Mato Grosso, safras 2012/2013 e 2013/2014.
Faixas de germinação 2012/2013
(%)
2013/2014
(%)
< 80% 9,7 13,2
80 - 90% 54,8 42,3
> 90% 35,5 44,5
Número de amostras 341 487
As cultivares Anta 82 RR, NA 7337 RR, M 7639 RR, TMG 1176 RR, TMG
1174 RR e TMG 123 RR produzidas na safra 2012/2013, na região Sudeste,
apresentaram amostras com baixa qualidade (germinação menor que 80%), com
destaque para a cultivar M 7639 RR que teve 50% das amostras analisadas com
germinação abaixo de 80% (Tabela 7). A cultivar TMG 4182, proveniente da região
Noroeste, apresentou germinação com valores inferiores a 80%. Ao todo foram 33
amostras que apresentaram germinação abaixo do padrão para a comercialização
na safra 2012/2013.
As cultivares ANsc 78017 produzidas na região Médio Norte, P 98C81 da
região Oeste e SA 701 RR e TMG 127 RR da região Sudeste, apresentaram
germinação acima de 90% em todas as amostras analisadas (Tabela 7).
TABELA 7. Porcentual de amostras de sementes em diferentes faixas de
porcentagem de germinação, por cultivar de soja (Glycine max L.),
produzidas no estado de Mato Grosso, safra 2012/2013.
Faixas
Cultivares < 80% 80 - 90% > 90% Número de
amostras
ANTA 82 RR 7,5 62,3 30,2 53
ANsc 78017 0 0 100 2
ANsc 84107 0 100 0 3
ANsc 83022 0 100 0 2
FMT-TUCUNARÉ 0 20 80,0 5
M 7639 RR 50,0 40,9 9,1 22
NA 7337 RR 42,8 57,2 0 7
NS 7494 RR 0 100 0 3
P 98Y11 0 33,4 66,6 3
P 98C81 0 0 100 4
SA 701 RR 0 0 100 3
ST 810 RR 0 75,0 25,0 20
TMG 127 RR 0 0 100 2
TMG 1176 RR 4,8 61,0 34,2 41
TMG 1179 RR 0 46,6 53,4 60
TMG 1174 RR 8,6 62,8 28,6 35
TMG 4182 18,7 34,4 46,8 32
TMG 123 RR 9,1 65,9 25 44
Na safra 2013/2014 (Tabela 8), foram 64 amostras que não apresentaram
padrão para comercialização, de acordo com o porcentual de germinação. As
cultivares Anta 82, M 7639 RR, TMG 1174 RR, TMG 4182 e TMG 123 RR
apresentaram amostras com germinação abaixo de 80%, fato ocorrido na safra
2012/2013. Além dessas, as cultivares ANsc 83022, M 7110 IPRO, M 8133 IPRO,
TMG 1179 RR, TMG 7262 RR, TMG 2183 IPRO e W 799 RR apresentaram
amostras com germinação abaixo do padrão para comercialização de sementes de
soja.
TABELA 8. Porcentual de amostras de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L.) em diferentes faixas de porcentagem de germinação
produzidas no estado de Mato Grosso, safra 2013/2014.
Faixas
Cultivares < 80% 80 - 90% > 90% Número de amostras ANTA 82 23,2 37,5 39,3 56
ANsc 78017 0 50,0 50,0 2
ANsc 83022 33,3 0 66,6 3
M 7110 IPRO 30 40,0 30,0 10
M 8372 IPRO 0 81,8 18,2 11
M 6972 IPRO 0 64,3 35,7 14
M 7739 IPRO 57,9 42,1 0 19
M 7639 RR 44,0 52,0 4,0 25
M 8133 IPRO 75,0 25,0 0 4
M 8210 IPRO 0 100 0 3
NA 7337 RR 0 40,0 60 10
NS 7338 IPRO 0 33,3 66,7 6
NS 7494 RR 0 50,0 50,0 2
NS 7497 RR 0 33,3 66,7 3
P 98C81 0 16,6 83,4 6
SP 700 RR 0 100 0 4
SYN 1059 RR 0 0 100 2
TMG 1175 RR 0 100 0 3
TMG 1168 RR 0 100 0 1
TMG 1176 RR 0 13,3 86,4 15
TMG 1179 RR 5,2 65,5 29,3 58
TMG 1180 RR 0 25,0 75,0 4
TMG 1174 RR 2,6 47,4 50,0 38
TMG 4182 6,1 25,2 68,7 115
TMG 123 RR 10,8 44,6 44,6 56
TMG 7262 RR 14,3 57,2 28,5 7
TMG 2183 IPRO 100 0 0 3
W 799 RR 14,3 71,4 14,3 7
Verificou-se, portanto, diferenças em função das cultivares em relação à
qualidade das sementes em ambas as safras (Tabelas 7 e 8). A obtenção de
sementes de menor qualidade pode ser atribuída a vários fatores. Na cultivar Anta
82 RR, por exemplo, as amostras com baixa qualidade de sementes nas duas safras
avaliadas apresentaram alta porcentagem de sementes esverdeadas associadas
com alta deterioração por umidade.
Entre as 14 empresas onde foram realizadas as coletas de amostras de
sementes, somente sete, apresentaram em todas as amostras analisadas,
independente da cultivar, germinação acima de 80%. A variabilidade ocorreu em
função da safra, devido as condições ambientais, da cultivar e da empresa
produtora. Nessa última, provavelmente devido ao controle interno (condução e
manejo dos campos) realizado em cada sementeira.
A avaliação da qualidade de sementes de soja utilizadas para a semeadura
no estado de Mato Grosso, obtidas na abrangência do Circuito Tecnológico da
Aprosoja, safra 2013/2014, identificou níveis baixos de germinação e de vigor pelo
teste de tetrazólio nas sementes utilizadas, com médias de 71,85 e 73,41%,
respectivamente (Chagas, 2014). Esse autor verificou, em média, na região Centro
Sul 72,06% de germinação, Sudeste 72,16%, Médio Norte, 73,28%, Oeste, 70,05%
e Noroeste com a menor média de 62,18%.
Neste trabalho foram encontrados resultados superiores devido às coletas
serem efetuadas diretamente nas sementeiras de soja e as análises realizadas em
julho, com as sementes armazenadas em condições ambientais favoráveis. Por
outro lado, no trabalho realizado por Chagas (2014), as amostras foram coletadas
próximas ao momento de semeadura, em áreas onde seriam produzidos os grãos.
Segundo Salinas et al. (2001), a qualidade das sementes diminui com o
transcorrer do tempo, e a taxa de deterioração depende das condições ambientais
durante o armazenamento e o tempo em que essas permanecem armazenadas.
Para Baudet (2003), a deterioração da semente é um processo irreversível, não se
pode impedi-la, mas, é possível retardar sua velocidade através do manejo correto e
eficiente das condições ambientais durante o armazenamento.
4.2.3 Atributo sanitário
As sementes de soja de cultivares precoces, as quais findam seus ciclos entre
meados de janeiro e fevereiro, apresentam sérios danos, pois, além da deterioração
fisiológica causada por flutuações do grau de umidade, as mesmas apresentam
altos índices de infecção, causados principalmente por fungos que acompanharão a
mesma até o momento da emergência de plântulas no campo (Hamawaki et al.,
2002).
Na safra 2012/2013 (Figura 7a), nas amostras de sementes de soja, a maior
incidência entre os patógenos foi: Cercospora (9,72%), Aspergillus (8,65%) e
Fusarium (7,06%). Esses resultados corroboram com os encontrados por Danelli
(2011), no Rio Grande do Sul, onde os fungos patogênicos mais importantes
encontrados nas sementes de soja foram: Fusarium, Cercospora e Aspergillus,
ocorrendo ainda Alternaria, Colletotrichum e Penicillium. Lucca e Braccini et al.
(2003) verificaram, em quinze cultivares de sementes de soja, que os gêneros mais
frequentes, em ordem decrescente foram Fusarium, Cercospora e Phomopsis.
(a) (b)
FIGURA 7. Boxplot do atributo sanitário de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L.), produzidas no estado de Mato Grosso, safras
2012/2013 (a) e 2013/2014 (b).
O fungo C. kikuchii pode desenvolver-se nas folhas e vagens e penetrar na
semente através do hilo, produzindo, posteriormente, descoloração do tegumento
que varia de róseo a púrpura-escuro; daí a denominação da doença como mancha
púrpura. Porém, nem todas as sementes infectadas apresentam essa coloração
(Goulart, 2005).
Os principais patógenos transmitidos pelas sementes de soja são: C. kikuchii,
C. sojina, F. semisectum, Phomopsis spp., anamorfo de Diaporthe spp. e
Colletotrichum truncatum (Embrapa, 2003). Dentre esses patógenos, levantamentos
realizados por Henning (2004) e Costa et al. (2003) citaram C. kikuchii como um dos
fungos patogênicos mais importantes e de maior ocorrência. Costa et al. (2003)
verificaram ligeira predominância de Phomopsis spp, no sul do Paraná e em Minas
Gerais e, de Aspergillus sp. tanto no sul do Paraná como no Rio Grande do Sul.
Outros patógenos foram identificados com baixa incidência nas sementes de
soja: Phomopsis, Colletotrichum truncatum, Penicillium, Alternaria, Cladosporium e
Curvalaria.
Em 2013/2014 (Figura 7b), a maior incidência foi de Rhizopus (23,38%), e de
Cercospora (7,62%). O fungo Rhizopus é considerado sem importância econômica
em sementes, sendo contaminante saprófita, mas, normalmente dificulta a detecção
de patógenos importantes, por cobrir as sementes devido ao rápido crescimento e,
em lotes de sementes com elevada incidência desse fungo, é necessário a
desinfestação superficial, com o objetivo de facilitar a leitura do teste (Goulart, 2005).
Alguns fungos podem sobreviver no solo por meio de estruturas de resistência
e, ainda, em estruturas internas das sementes, como no embrião. A diagnose
preventiva, antes da semeadura, assim como o tratamento químico das sementes,
são medidas que auxiliam no combate das doenças (Costa et al., 2003).
Na safra 2013/2014 também houve incidência dos patógenos: Fusarium,
Colletotrichum truncatum, Penicillium e Cladosporium.
Comparando as duas safras (Figuras 8 e 9), pode-se observar que na safra
2012/2013 houve maior incidência de patógenos do que na safra 2013/2014, e que
na safra 2012/2013 os fungos ocorreram em quase todas as regiões. Nessa safra,
nas regiões Médio Norte e Noroeste, não houve incidência dos patógenos
Phomopsis, Cladosporium e Curvalaria; na região Oeste não ocorreram
Cladosporium e Curvalaria e na região Centro Sul não se detectou a presença de
Phomopsis e Alternaria. Na região Sudeste houve incidência de todos os patógenos
avaliados nas sementes de soja.
FIGURA 8. Boxplot do atributo sanitário de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L.), produzidas em cinco regiões de Mato Grosso, safra
2012/2013.
As maiores incidências de Cercospora foram detectadas nas sementes
produzidas nas regiões Noroeste, Centro Sul e Sudeste. Bringel et al. (2001)
verificaram que a incidência do fungo Cercospora depende da cultivar, e que, de
nove materiais de soja testados, a BRSMA Juçara apresentou as maiores
porcentagens de incidência dos fungos Cercospora e Fusarium (26 e 42%,
respectivamente) e a menor porcentagem de germinação (40%) em comparação
com as demais cultivares. Neste trabalho, as cultivares TMG 1174RR, TMG
1179RR, TMG 1176RR e TMG 4182 foram as que apresentaram, em todas as
amostras, incidência maior que 10% do patógeno Cercospora, fato ocorrido com
amostras provenientes de Brasnorte, da região Noroeste, fazendo com que essa
região apresentasse resultado da mediana de 17% desse patógeno (Figura 8).
Além de apresentar alta incidência de Cercospora, a região Noroeste também
foi a que apresentou maior valor da mediana entre as amostras de sementes para o
fungo Fusarium, 12,45% (Figura 8).
O fungo Aspergillus é associado aos primeiros estágios de deterioração das
sementes sendo considerado fungo de armazenamento (Lazzari, 1997) e foi
observado nas amostras de sementes nas duas safras analisadas. Os maiores
valores ocorreram, na safra 2012/2013, nas regiões Sudeste e Noroeste com
mediana de 9,23 e 9,27% de incidência, respectivamente (Figura 8), já na safra
2013/14, o maior valor da mediana foi na região Médio Norte com 7,0% de
incidência de Aspergillus (Figura 9). Provavelmente, houve a presença desse
patógeno nas sementes de soja devido às amostras estarem armazenadas por um
período em torno de seis meses até a realização do teste de sanidade.
FIGURA 9. Boxplot do atributo sanitário de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L.), produzidas em cinco regiões de Mato Grosso, safra
2013/2014.
Na safra 2013/2014, na região Noroeste, se verificou apenas a ocorrência do
patógeno Rhizopus, com valor muito baixo de mediana, 1,33% (Figura 9). Nessa
região, a quantidade de amostras analisadas foi muito pequena, talvez por isto
outros patógenos não foram detectados. Na região Centro Sul observou-se baixa
incidência dos patógenos: Cercospora, Fusarium, Cladosporium e Rhizopus. As
regiões Sudeste e Médio Norte foram as que apresentaram incidência de todos os
patógenos avaliados nas amostras de sementes de soja.
Em trabalho desenvolvido por Chagas (2014), nas sementes coletadas na
região Centro-Sul do estado de Mato Grosso, os patógenos de maior importância
foram Aspergillus, Fusarium e Penicillium, com valores de mediana de 5,63, 2,81 e
3,11% de incidência, respectivamente. Na região Sudeste, foram observados níveis
dos patógenos Colletotrichum truncatum de 0,79% e Phomopsis de 0,49%.
Na safra 2013/2014 houve maior incidência do patógeno Cercospora nas
regiões Médio Norte (11,75%) e Sudeste (8%) (Figura 9). Na região Médio Norte, o
valor da mediana desse patógeno foi proveniente de cinco amostras de duas
cultivares: ANSC 83022 e ANSC 78017, oriundas do município de Sinop. Na região
Sudeste, as amostras das cultivares Anta 82, TMG 1179RR, TMG 1174RR e TMG
123RR foram as que apresentaram os maiores valores de mediana para
Cercospora, verificando-se valores acima de 10%.
No Médio Norte, Chagas (2014) encontrou níveis baixos, em relação a outras
regiões, de patógenos relacionados às sementes de soja, com exceção de
Aspergillus, com incidência de 4,38%.
Considerando ser um estado de dimensões continentais, no Mato Grosso, há
uma grande variabilidade climática entre as regiões de produção e nem todas com
condições ótimas para conservação das sementes. De acordo com Lazzari (1997),
existe uma correlação entre umidade e temperatura da semente quanto ao consumo
de matéria seca pelos fungos de armazenamento. Segundo este autor, o maior
consumo ocorre nas condições de temperaturas e umidades mais elevadas, pois,
permitem maior crescimento fúngico na massa de sementes. Portanto, o
armazenamento realizado nessas condições pode afetar negativamente os lotes de
sementes.
Na safra 2013/2014 não houve incidência dos patógenos Phomopsis,
Alternaria e Curvalaria.
Entre as regiões produtoras de sementes (Figura 10), a região Sudeste foi a
que apresentou maior valor de mediana para mancha púrpura, com 2,3% na safra
2012/2013 e 1,6% na safra 2013/2014 (Figura 11). Nessa região, houve amostra que
apresentou valor máximo de 27,6 e de 14,5% de mancha púrpura nas sementes
produzidas nas safras 2012/2013 e 2013/2014, respectivamente.
FIGURA 10. Boxplot para a determinação dos porcentuais de sementes com macha
púrpura em cultivares precoces de soja (Glycine max L.), produzidas
em diferentes regiões do estado de Mato Grosso, safra 2012/2013.
Na região Oeste, verificou-se amostra com valor máximo de 11,5% de
mancha púrpura na safra 2012/2013 e de 7% na safra 2013/2014; vale ressaltar que
as regiões Sudeste e Oeste foram as que apresentaram maior número de amostras
analisadas.
FIGURA 11. Boxplot para a determinação dos porcentuais de sementes com
mancha púrpura de cultivares precoces de soja (Glycine max L.),
produzidas em diferentes regiões do estado de Mato Grosso, safra
2013/2014.
4.3 Identificação dos Principais Fatores Responsáveis pela Redução da
Qualidade de Sementes de Soja
As sementes de cultivares precoces de soja coletadas nas empresas
produtoras de sementes de Mato Grosso, independente da cultivar e da região de
coleta, apresentaram qualidade relativamente alta, quando se considerou o padrão
de 80% de germinação (Brasil, 2013) para a sua comercialização. Apenas 9,7% das
amostras, na safra 2012/2013 e 13,2% na safra 2013/2014 (Tabela 6 do item 4.2.2)
apresentaram valores mais baixos que 80% (Figura 12).
FIGURA 12. Germinação (%) de sementes de cultivares precoces de soja (Glycine
max L.), produzidas no estado de Mato Grosso, safras 2012/2013 (A) e
2013/2014 (B).
Entretanto, o vigor das sementes, quando avaliado pelo testes de primeira
contagem e emergência de plântulas em campo não apresentaram resultados
satisfatórios (Figuras 13 e 14), principalmente na safra 2012/2013, quando
apresentaram resultados inferiores aos da safra 2013/2014.
FIGURA 13. Primeira contagem (%) do teste de germinação de sementes de
cultivares precoces de soja (Glycine max L.), produzidas no estado
de Mato Grosso, safras 2012/2013 (A) e 2013/2014 (B).
FIGURA 14. Emergência de plântulas em campo (%) de sementes de cultivares
precoces de soja (Glycine max L.), produzidas no estado de Mato
Grosso, safras 2012/2013 (A) e 2013/2014 (B).
Na avaliação da porcentagem emergência de plântulas em campo (Tabela 9),
em diferentes intervalos, observou-se na safra 2012/2013, que 35,8% das amostras
de sementes de soja apresentaram emergência entre 70 e 90% e na safra
2013/2014, esse porcentual foi maior, 42,1% das amostras. N safra 2013/2014, 98%
das amostras tiveram amostras acima de 90% de emergência.
TABELA 9. Porcentual de amostras de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L.), em diferentes intervalos de porcentagem de
emergência de plântulas em campo, produzidas no estado de Mato
Grosso, safras 2012/2013 e 2013/2014.
Intervalos Safra 2012/2013
(%)
Safra 2013/2014
(%)
< 50% 19,6 21,2
> 50 a 60% 24,6 17,3
> 60 a 70% 19,9 18,7
> 70 a 80% 26,7 27,7
> 80 a 90% 9,1 14,4
> 90% 0 0,8
Número de amostras 341 487
Quando o vigor das sementes de soja foi avaliado pelo teste de tetrazólio, o
maior porcentual das amostras de sementes analisadas apresentou valores muito
baixos, menores que 49% (Tabela 10). Na safra 2012/2013, das 341 amostras
coletadas, 36% apresentaram vigor acima de 60% e na safra 2013/2014, das 48
amostras coletadas, 49,1% das amostras apresentaram vigor médio, alto ou muito
alto.
TABELA 10. Porcentual de amostras de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L. Merrill), em diferentes intervalos de porcentagem de
vigor pelo teste de tetrazólio, produzidas no estado de Mato Grosso,
safras 2012/2013 e 2013/2014.
Vigor Intervalos 2012/21013 (%) 2013/2014 (%)
Muito Baixo ≤ 49% 44,6 33,5
Baixo 50 a 59% 19,4 17,5
Médio 60 a 74% 28,7 31
Alto 75 a 84% 6,7 11,7
Muito Alto ≥ 85% 0,6 6,4
Número de amostras 341 487
O baixo vigor pode ser consequência de imprevistos ocorridos durante a
maturação das sementes, pelas variações climáticas no período de maturidade
fisiológica, provocando deterioração por umidade, pelos danos mecânicos
provocados no momento da colheita, por ações de patógenos ou por sementes
esverdeadas.
Na avaliação do atributo sanitário, houve incidência de vários patógenos com
destaque os gêneros Cerscospora, Aspergillus e Fusarium na safra 2012/2013
(Figura 7a do item 4.2.3) e Rhizopus e Cercospora na safra 2013/2014 (Figura 7b do
item 4.2.3), sendo que a presença desses fungos favoreceu a redução da qualidade
em algumas amostras de sementes de soja.
O fungo Fusarium contribuiu para a redução da germinação e vigor das
sementes das cultivares EMGOPA 304, EMGOPA 309, EMGOPA 316, EMBRAPA 1,
EMBRAPA 4 e Itiquira, principalmente quando associado aos elevados danos
mecânicos e deterioração por umidade, em trabalho desenvolvido por Pereira et al.
(2000). Segundo França Neto e Henning (1992), o Fusarium também pode causar
danos à germinação das sementes, afetar a germinação no teste-padrão em
laboratório e seus efeitos podem somar-se aos do P. sojae.
De acordo com Machado (1988), os danos provocados pelos patógenos,
podem estar diretamente relacionados com o potencial de inóculo e com a
localização na semente. Por isso, independente da intensidade da incidência dos
fungos, a preocupação maior deve ser com a localização, principalmente, se for
próximo ao embrião, o que leva à deterioração das sementes. Barrozo et al. (2012)
verificaram que a infecção das sementes por fungos reduz a viabilidade e o vigor,
devido às modificações estruturais nas membranas. Assim, a semente desempenha
papel muito importante para a sobrevivência de patógenos, e a avaliação sanitária
pode possibilitar a identificação de problemas ocorridos durante as fases de campo,
colheita e armazenamento, apontando tolerâncias para o estabelecimento de
métodos de controle.
Pelo teste de tetrazólio, foi feito o diagnóstico das causas de redução da
qualidade das sementes, classes 6 a 8 (Tabela 11). Verificou-se que, na safra
2012/2013, 57,7% das amostras apresentaram problemas muito sérios com
deterioração por umidade (>10%). Esse problema nas sementes é resultado da
exposição dessas a ciclos alternados de condições ambientais úmidas e secas na
fase de pós-maturidade.
TABELA 11. Porcentual de amostras de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L. Merrill), em diferentes intervalos de deterioração por
umidade, danos mecânicos e danos por percevejo (classes 6 a 8) do
teste de tetrazólio, produzidas no estado de Mato Grosso, safras
2012/2013 e 2013/2014.
Deterioração por
Umidade
Sem problema sério Problema Sério Problema muito sério
Safras ≤ 6% 7 a 10% > 10%
2012/2013 24,9 17,3 57,7
2013/2014 47,4 17,5 35,1
Dano Mecânico
≤ 6% 7 a 10% > 10%
2012/2013 69,8 20,8 9,4
2013/2014 54,0 23,2 22,8
Dano Percevejo
≤ 6% 7 a 10% > 10%
2012/2013 96,2 1,7 2,1
2013/2014 98,4 1,4 0,2
Os danos mecânicos e por percevejos não apresentaram problemas muito
sérios às sementes, com a maior parte das amostras com danos abaixo de 6%.
Esses dois tipos de danos dependem muito do manejo dado às sementes no
momento da colheita e do manejo de pragas, portanto, esses resultados comprovam
que os produtores, nas diferentes regiões, estão realizando os cuidados necessários
para manutenção da qualidade das sementes.
A deterioração por umidade é considerada um sério problema durante a
produção de sementes de soja (Arango et al., 2006; Pinto et al., 2007) e tem sido
verificada com frequência, devido à ausência da camada tegumentar composta por
células em forma de “ampulheta” da hipoderme, na região oposta ao hilo, de modo
que as expansões e contrações não são atenuadas (Marcos Filho, 2005),
provocando nessa região, rugas características nos cotilédones, na região oposta ao
hilo, ou sobre o eixo embrionário (França Neto et al., 1998).
Algumas empresas produtoras de sementes têm verificado que a deterioração
por umidade em sementes de soja evolui durante o armazenamento, de tal forma
que o ambiente de armazenamento pode estar influenciando diretamente na
intensidade dessa evolução (Forti et al., 2010). Os valores encontrados para
deterioração por umidade neste trabalho foram mais elevados, provavelmente
devido às sementes se encontrarem armazenadas a um determinado tempo.
Entretanto, representam a qualidade das sementes próxima ao momento da
semeadura e pode interferir na porcentagem de emergência de plântulas em campo.
Na safra 2013/2014 (Tabela 11), 47,4% das amostras não apresentaram
problemas em relação à deterioração por umidade, porém, 35,1% das amostras
apresentaram problemas muito sérios com esse tipo de deterioração, o que é um
valor elevado. Por meio do teste de tetrazólio, Chagas (2014) identificou e
quantificou danos mecânicos, por percevejo e deterioração por umidade em
amostras de sementes no estado de Mato Grosso, na safra 2013/2014, e verificou
que em todas as regiões ocorreram índices elevados de deterioração por umidade.
Nas regiões Noroeste e Centro Sul (Tabela 12) foi possível verificar, entre as
amostras de sementes de soja, problema muito sério de deterioração por umidade,
tanto na safra 2012/2013 como na safra 20013/2014, 81,8 e 100% das amostras e
75,0 e 73,6% das amostras analisadas com porcentuais acima de 10% de dano por
umidade, respectivamente. Na região Oeste observou-se que as amostras com
deterioração por umidade inferiores a 6% foram de 56,1% (safra 2012/2013) e de
67,2% (safra 2013/2014), não sendo um problema para essa região. As amostras
provenientes dessa região apresentaram os maiores valores de germinação,
emergência em campo, vigor e viabilidade (TZ 1-5 pelo teste de tetrazólio) nas duas
safras (Figuras 5 e 6 do item 4.3.2). Regiões Noroeste e Centro Sul, que
apresentaram alta incidência de amostras com problemas muitos sérios de
deterioração por umidade, foram as que apresentaram menor resultado do atributo
fisiológico nas duas safras analisadas.
TABELA 12. Porcentual de amostras de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L.), com deterioração por umidade (classes 6 a 8) no
teste de tetrazólio, produzidas em diferentes regiões do estado de Mato
Grosso, safras 2012/2013 e 2013/2014.
Sem problema sério
(≤ 6%)
Problema sério
(7 a 10%)
Problema muito sério
(> 10%)
Regiões Safra
12/13
Safra
13/14
Safra
12/13
Safra
13/14
Safra
12/13
Safra
13/14
Sudeste 18,6 42,5 18,3 19,4 63,1 38,1
Médio Norte 14,3 60,0 28,6 20,0 57,1 20,0
Noroeste 9,1 0 9,1 25,0 81,8 75,0
Oeste 56,1 67,2 15,2 17,0 28,7 22,0
Centro Sul 0 21,1 0 5,3 100,0 73,6
Pelas Figuras 15, 16 e 17 verifica-se que houve correlação negativa e
significativa entre germinação x deterioração por umidade, entre emergência de
plântulas em campo x deterioração por umidade e entre o vigor pelo teste de
tetrazólio x deterioração ano por umidade, nas duas safras. Quanto maiores esses
danos, menor foi o resultado do atributo fisiológico das sementes.
FIGURA 15. Análise de correlação entre germinação (%) e deterioração por
umidade (TZ 6 a 8 %), de sementes de diversas cultivares precoces de
soja (Glycine max L.), produzidas no estado de Mato Grosso, safras
2012/2013 (A) e 2013/2014 (B).
FIGURA 16. Análise de correlação entre emergência de plântulas em campo (%) e
deterioração por umidade (TZ 6 a 8 %), de sementes de diversas
cultivares precoces de soja (Glycine max L.), produzidas no estado de
Mato Grosso, safras 2012/2013 (A) e 2013/2014 (B).
FIGURA 17. Análise de correlação entre vigor pelo teste de tetrazólio (%) e
deterioração por umidade (TZ 6 a 8 %), de sementes de diversas
cultivares precoces de soja (Glycine max L.), produzidas no estado de
Mato Grosso, safras 2012/2013 (A) e 2013/2014 (B).
Outro problema considerado sério para a redução da qualidade das sementes
de soja foram os danos mecânicos (Tabela 11). Na safra 2012/2013, 20,8% das
amostras apresentaram danos entre 7-10% e, 9,4% com danos acima de 10%,
considerados como problema muito sério. Em 2013/2014 foram 23,2% das amostras
com problemas sérios e 22,8% muito sério.
Algumas amostras das cultivares M 7639 RR, Anta 82 RR, TMG 117 RR,
TMG 123 RR, M 7739 RR e TMG 4182 produzidas na safra 2013/2014, tiveram a o
atributo fisiológico das sementes afetada, resultando em baixas porcentagens de
germinação e de emergência de plântulas em campo, por apresentarem valores
acima de 7% de danos mecânicos nas amostras analisadas. Costa et al. (2005b)
avaliaram 364 amostras oriundas dos estados do Paraná, Minas Gerais, Mato
Grosso do Sul e Mato Grosso e observaram que sementes que apresentaram
incidência de danos mecânicos até 5% (TZ 6-8), não tiveram o comportamento
fisiológico afetado; contudo, a partir de 6% (TZ 6-8) ocorreu declínio acentuado do
vigor. Os autores também verificaram que os índices elevados de danos mecânicos,
de quebra e de ruptura do tegumento, quando associados a altos porcentuais de
deterioração por umidade e de ataque de percevejo afetaram, em maior intensidade,
a qualidade das sementes provenientes de Minas Gerais, de Mato Grosso do Sul e
das regiões norte e oeste do Paraná.
Existem diversos programas de melhoramento genético no Brasil que
produzem cultivares com melhor atributo genético de sementes (França Neto e
Krzyzanowski, 2004). A produção de cultivares com mais de 5,0% de lignina no
tegumento tem propiciado a produção de sementes de melhor qualidade, pois a
lignina, além de proporcionar maior resistência ao dano mecânico, confere à
semente maior tolerância à deterioração por umidade (França et al., 2007).
Considerando as diferentes regiões de coleta (Tabela 13), a maioria das
amostras apresentaram porcentagens de danos mecânicos inferiores a 6%,
considerado sem problema sério. A região Centro Sul foi a com maiores
porcentagens de amostras com problemas muito sério de danos mecânicos; na safra
2012/2013; 40% das amostras apresentaram valores acima de 10% de danos e na
safra 2013/2014, o porcentual foi ainda maior, 57,9%. A região Sudeste
também apresentou porcentuais altos de amostras com problemas sérios de danos
mecânicos (Tabela 13), tanto na safra 2012/2013 como em 2013/2014. Costa et al.
(2005b) também observaram, em regiões consideradas estratégicas na produção de
sementes como o sul do Paraná e Alto Garças (localizada na região Sudeste do
estado de Mato Grosso), principalmente em função de condições climáticas amenas
no período de maturação da soja, que amostras de sementes foram sensivelmente
afetadas por acentuados níveis de ruptura de tegumento, quebra de sementes e por
danos mecânicos, que proporcionaram perdas significativas da qualidade fisiológica
das mesmas.
Esse cenário de variabilidade do atributo físico em relação aos danos
mecânicos é preocupante e merece ser destacado com ênfase, pois, porcentuais
significados de lotes de sementes são descartados e comercializados como grãos
em parte significativa de regiões produtoras de soja do Brasil.
TABELA 13. Porcentual de amostras de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L.) com dano mecânico (classes 6 a 8) pelo teste de
tetrazólio, produzidas em diferentes regiões do estado de Mato
Grosso, safras 2012/2013 e 2013/2014.
Sem problema sério
(≤ 6%)
Problema sério
(7 a 10%)
Problema muito sério
(> 10%)
Safras
Regiões 12/13 13/14 12/13 13/14 12/13 13/14
Sudeste 64,7 48,2 23,8 26,2 11,5 25,6
Médio Norte 71,4 60,0 28,6 20,0 0 20,0
Noroeste 72,7 50,0 27,3 50,0 0 0
Oeste 87,8 74,8 10,6 13,4 1,5 11,7
Centro Sul 40,0 15,8 20,0 26,3 40,0 57,9
Nas Figuras 18, 19 e 20, verificam-se correlações negativas e significativas
entre os danos mecânicos e o atributo fisiológico das sementes, na safra 2013/2014.
Quanto maiores os índices de danos mecânicos, menores o porcentual de
germinação e de vigor tanto pela emergência de plântulas em campo como pelo
tetrazólio (TZ 1-3) nas sementes de soja. Na safra 2012/2013, os maiores
porcentuais de danos mecânicos foram abaixo de 6% (Tabela 11), que não se
constituem em problema sério para as sementes.
FIGURA 18. Análise de correlação entre germinação (%) e dano mecânico (TZ 6 a 8
%), em sementes de diversas cultivares precoces de soja (Glycine max
L.), produzidas no estado de Mato Grosso, safra 2013/2014.
FIGURA 19 Análise de correlação entre emergência de plântulas em campo (%) e
dano mecânico (TZ 6 a 8 %), em sementes de diversas cultivares
precoces de soja (Glycine max L.), produzidas no estado de Mato
Grosso, 2013/2014.
FIGURA 20. Análise de correlação entre vigor pelo teste de tetrazólio (%) e dano
mecânico (TZ 6 a 8 %), em sementes de diversas cultivares precoces
de soja (Glycine max L.), produzidas no estado de Mato Grosso, safra
2013/2014.
Na Tabela 11, pode-se verificar que não houve problema sério de danos por
percevejos nas amostras de sementes de soja. Nas duas safras analisadas, houve
alto porcentual das amostras, 96,2 e 98,4%, respectivamente, com resultados
inferiores a 6% de danos ocasionados por percevejos. Costa et al. (2005a),
avaliando a qualidade das sementes de soja do estado do Paraná, verificaram que a
deterioração por umidade e os danos mecânicos foram, nessa ordem, os principais
fatores que contribuíram para redução da qualidade de sementes de soja, enquanto
as lesões de percevejos não foram tão expressivas e, algumas regiões
apresentaram em maior ou menor intensidade, de acordo com características
climáticas e de manejo das lavouras.
No estado do Paraná, menos de 20% das lavouras foram estabelecidas com
sementes de baixa qualidade fisiológica (Carraro e Peske, 2005), em razão
principalmente da danificação mecânica e da deterioração por umidade. Já em
relação ao dano por percevejo, constatou-se porcentual médio inferior a 4%, apesar
de terem sido encontrados lotes com 17% de suas sementes atacadas por tal praga.
O dano por percevejo requer atenção devido às toxinas que o mesmo introduz
nas sementes. Panizzi et al. (1979) observaram que alta proporção de
microrganismos estava associada com sementes danificadas por Piezodorus
guildinii, dentre estes, Fusarium, infectando mais de 30% de sementes lesionadas
pelo percevejo.
Esses resultados de baixos porcentuais de sementes com danos por
percevejos foram obtidos em todas as regiões estudadas de Mato Grosso (Tabela
14), não sendo problema sério nas amostras, pois na maioria das amostras o
porcentual foi menor que 6%. Não foram verificadas correlações significativas entre
os danos por percevejos e a germinação e vigor das sementes. Costa et al. (2005b)
também verificaram na região sul do Paraná e no estado de Mato Grosso menor
intensidade de infestação do citado inseto, não chegando a afetar o comportamento
fisiológico das sementes.
Na região Sudeste, todas as amostras da cultivar Anta 82, produzidas por
uma determinada empresas de sementes, apresentaram alta porcentagem de danos
por percevejos, chegando a 21% de danos, sendo que nessa amostra a germinação
foi de 65%, portanto, se os danos por percevejos ocorrerem em altas porcentagens,
podem contribuir para a queda da qualidade das sementes de soja.
O dano ocasionado pela picada do inseto, dependendo do local e extensão da
área lesionada, como o eixo-embrionário, torna a semente incapaz de germinar, uma
vez que essa região é vital nos processos metabólicos, pois, aí estão inseridas as
principais estruturas de crescimento, como plúmula e sistema radicular que darão
origem à futura plântula (França Neto et al., 1998). Entretanto, neste trabalho, não
foram verificadas correlações significativas entre os danos por percevejos e o
atributo fisiológico das sementes (germinação e vigor pelo teste de emergência de
plântulas em campo e teste de tetrazólio).
TABELA 14. Porcentual de amostras de sementes de cultivares precoces de soja
(Glycine max L.), com dano por percevejo (classes 6 a 8) no teste de
tetrazólio, produzidas em diferentes regiões do estado de Mato
Grosso, safras 2012/2013 e 2013/2014.
Sem problema sério
(≤ 6%)
Problema sério
(7 a 10%)
Problema muito sério
(> 10%)
Safras
Regiões 12/13 13/14 12/13 13/14 12/13 13/14
Sudeste 95,6 97,6 1,9 2,1 2,4 0,3
Médio Norte 100 100 0 0 0 0
Noroeste 100 100 0 0 0 0
Oeste 97,0 0 1,5 0 1,5 0
Centro Sul 100 100 0 0 0 0
As sementes esverdeadas, que podem prejudicar o potencial fisiológico das
sementes, não tiveram porcentuais elevados nas duas safras analisadas (Tabela
15). Esses porcentuais concentraram-se abaixo de 3% de sementes esverdeadas.
Considerando as regiões de forma isolada (Tabelas 16 e 17), constata que as
médias encontradas nas duas safras. Na safra 2012/2013 foi observado valor
máximo de sementes esverdeadas de 7,9% (Tabela 16) e de 13,0% na safra
2013/2014 (Tabela 17), ambas produzidas na região Sudeste do estado de Mato
Grosso. Muitas amostras não apresentaram sementes esverdeadas, resultando em
coeficiente de variação alto.
TABELA 15. Resultados porcentuais de sementes esverdeadas de soja (Glycine
max L.), em diferentes intervalos, produzidas no estado de Mato Grosso,
safras 2012/2013 e 2013/2014.
Intervalos
(%)
2012/2013
(%)
2013/2014
(%)
≤3 93,5 89,9
> 3 a 6 5,6 6,4
> 6 a 9 0,8 2,8
> 9 0 0,8
Número de amostras 341 487
TABELA 16. Resultados porcentuais de sementes esverdeadas de cultivares
precoces de soja (Glycine max L.), produzidas em diferentes regiões
do estado de Mato Grosso, safra 2012/2013.
Índices estatísticos Regiões
Sudeste Médio Norte Noroeste Oeste Centro Sul
Média (%) 1,0 0,9 0,3 0,5 0,6
Mínimo (%) 0,0 0,6 0,1 0,0 0,3
Máximo (%) 7,9 1,8 0,9 3,5 0,9
Desvio padrão (%) 1,4 0,5 0,2 0,6 0,2
Coeficiente de variação (%) 135,7 47,6 88,6 140,2 43,7
Número de amostras 252 07 11 66 05
Mesmo não apresentando média geral alta de ocorrência de sementes
esverdeadas, as amostras que apresentaram porcentuais com mais de 6% tiveram
redução em relação ao vigor, quando avaliadas pelos testes de emergência de
plântulas em campo e de tetrazólio. Na safra 2013/2014, por exemplo, as amostras
acima de 6% de sementes esverdeadas apresentaram em média, vigor de 46,4% de
emergência de plântulas em campo e 36,2% para o teste de tetrazólio.
Considerando esses valores porcentuais, verificou-se que nas safras
2012/2013 (Tabela 16) e 2013/2014 (Tabela 17), a maior parte das amostras de
sementes de soja analisadas apresentaram valores menores que 3% de sementes
esverdeadas, portanto não sendo considerado como um problema para a qualidade
das sementes. Vale ressaltar que o limite considerado tolerado pelas empresas
armazenadoras e processadoras de grãos de soja é de 10% de sementes
esverdeadas (Rangel et al., 2011).
A qualidade das sementes é afetada negativamente e os teores de clorofilas
se elevam com o aumento dos porcentuais de sementes esverdeadas (Pádua et al.,
2007). Esses autores verificaram que índices de até 3% de sementes esverdeadas,
em lotes de sementes de soja, não propiciaram reduções na germinação, na
viabilidade e no vigor; a partir de 6% de sementes esverdeadas, a qualidade teve
reduções significativas e níveis superiores a 9% de sementes esverdeadas,
comprometeram a qualidade de lotes de sementes de soja para fins comerciais,
pelos efeitos significativos na redução do potencial fisiológico.
TABELA 17. Resultados porcentuais de sementes esverdeadas de cultivares
precoces de soja (Glycine max L.), produzidas em diferentes regiões
do estado de Mato Grosso, safras 2013/2014.
Índices estatísticos Regiões
Sudeste Médio Norte Noroeste Oeste Centro Sul
Média (%) 1,3 3,3 1,6 0,5 1,6
Mínimo (%) 0,0 0,5 0,0 0,0 0,0
Máximo (%) 13,0 7,5 5,0 5,5 9,5
Desvio padrão (%) 2,1 3,3 1,6 0,7 2,2
Coeficiente de variação (%) 163,5 92,5 100,4 161,0 141,6
Número de amostras 336 05 08 119 19
O principal dano propiciando perda de qualidade nas sementes esverdeadas
verificado por Zorato et al. (2007b) foi a deterioração por umidade. Quando a
superfície dos cotilédones apresentava pigmentação mais abrangente e numa
tonalidade mais forte de verde, foi notada a deterioração generalizada dos
cotilédones e isso pode ter representado relevante perda do potencial fisiológico, de
forma mais acentuada, do vigor das sementes. França Neto et al. (2005)
consideraram razoável a hipótese de sementes verdes serem detentoras de
elevados índices de deterioração por umidade e argumentaram que, dependendo da
intensidade da região afetada, ocorre redução de vigor e germinação de lotes. Neste
trabalho, esses danos foram observados nas cultivares TMG 123 RR e TMG 7262
RR.
A ocorrência de esverdeamento em lotes de sementes de soja tem suscitado
discussões acerca dos níveis aceitáveis, que não comprometam a sua qualidade
(Rangel et al. 2011). Sinnecker (2002) relatou que o teor de clorofila em sementes
de soja é determinado pelo genótipo e sofre variação significativa entre as cultivares.
Pádua et al. (2007) também discutiram haver diferenças de comportamento entre
cultivares, pois, algumas são mais sensíveis ao problema do que outras.
Os resultados obtidos por Costa et al. (2001) indicam claramente que lotes de
sementes que apresentam índices superiores a 10% de sementes verdes, foram
afetados em função da redução significativa da germinação, à exceção da cultivar
BRS 138, que só apresentou maiores problemas de redução de qualidade com 20%
ou mais de sementes verdes. Os resultados também mostraram que a incidência de
sementes verdes tem relação direta com os índices de deterioração por umidade,
sendo que, à medida que ocorreram acréscimos dos níveis de sementes verdes,
normalmente se verificou redução acentuada da germinação, do vigor e da
viabilidade das sementes das cultivares analisadas, confirmando o estudo realizado
por França Neto et al. (2005).
Na avaliação da safra 2012/2013 (Tabela 18), pode-se observar que a maioria
das amostras de todas as cultivares, apresentaram valores menores que 3% de
sementes esverdeadas. A cultivar TMG 123 RR foi a que apresentou maior
porcentual de amostras (18,2%) com 3 a 6% de sementes esverdeadas.
TABELA 18. Resultados porcentuais de sementes esverdeadas em amostras de
cultivares precoces de soja (Glycine max L.), em diferentes intervalos
de tolerância, produzidas no estado de Mato Grosso, safra
2012/2013.
Cultivares Intervalos Total
≤ 3% > 3 a 6% > 6 a 9% > 9% de amostras
ANTA 82 92,5 7,5 53
ANsc 78017 100 2
ANsc 84107 100 3
ANsc 83022 100 2
FMT-TUCUNARÉ 100 5
M 7639 RR 100 22
NA 7337 RR 100 7
NS 7494 RR 100 3
P 98Y11 100 3
P 98C81 100 4
SA 701 RR 100 3
ST 810 RR 95,0 5 20
TMG 127 RR 100 2
TMG 1176 RR 85,4 7,3 7,3 41
TMG 1179 RR 100 60
TMG 1174 RR 100 35
TMG 4182 96,8 3,2 32
TMG 123 RR 81,8 18,2 44
TABELA 19. Resultados porcentuais de sementes esverdeadas em amostras de
cultivares precoces de soja (Glycine max L.), em diferentes intervalos
de tolerância, produzidas no estado de Mato Grosso, safra
2013/2014.
Intervalos Total
Cultivares ≤ 3% > 3 a 6% > 6 a 9% > 9% de amostras
ANTA 82 76,8 12,5 8,9 1,8 56
ANsc 78017 100 2
ANsc 83022 33,3 33,3 33,3 3
M 7110 IPRO 90 10 10
M 8372 IPRO 100 11
M 6972 IPRO 50,0 35,7 14,3 14
M 7739 IPRO 89,5 10,5 19
M 7639 RR 100 25
M 8133 IPRO 100 4
M 8210 IPRO 100 3
NA 7337 RR 90,0 10 10
NS 7338 IPRO 83,4 16,6 6
NS 7494 RR 100 2
NS 7497 RR 100 3
P 98C81 100 6
SP 700 RR 100 4
SYN 1059 RR 100 2
TMG 1175 RR 33,4 66,6 3
TMG 1168 RR 100 1
TMG 1176 RR 93,3 6,7 15
TMG 1179 RR 96,5 3,5 58
TMG 1180 RR 100 4
TMG 1174 RR 89,5 10,5 38
TMG 4182 99,2 0,8 115
TMG 123 RR 80,4 8,9 8,9 1,8 56
TMG 7262 RR 71,4 28,6 7
TMG 2183 IPRO 100 3
W 799 RR 100 7
Neste trabalho, pode verificar respostas diversas entre as cultivares, pois,
mesmo as cultivares apresentando valores semelhantes de porcentual de sementes
esverdeadas, obtiveram resultados diferentes em relação à qualidade fisiológica das
sementes. As cultivares Anta 82 RR e TMG 123 RR, com média de 5% de sementes
esverdeadas nas amostras, tiveram 75% de germinação e 35% de emergência em
campo, já a cultivar TMG 1176 RR com esse mesmo percentual de sementes
esverdeadas apresentou acima de 80% de germinação e de 45% de emergência em
campo.
Não houve ocorrência de amostras de sementes com porcentuais de
cotilédones verdes acima de 9% na safra 2012/2013 (Tabela 18). Na safra
2013/2014 (Tabela 19), houve amostras com porcentuais de sementes esverdeadas
com mais de 9%, nas cultivares Anta 82, TMG 1175 RR e TMG 123 RR. Nessas
cultivares, houve redução da qualidade fisiológica, porém, foi variável de acordo com
a cultivar.
Foi possível verificar que amostras da mesma cultivar produzidas em locais
diferentes, porém, provenientes da mesma região, apresentaram valores distintos
quanto às porcentagens de sementes esverdeadas, isto pode ser explicado tanto
pelo estádio de maturação das cultivares como pelas condições climáticas que
podem interferir no amadurecimento normal em campo.
Sementes esverdeadas da cultivar MG/BR46-Conquista, ciclo precoce,
produzidas na safra 1999/2000, na região sul do Mato Grosso, apresentaram menor
germinação, viabilidade e vigor, maior desuniformidade de plântulas, taxa de
deterioração e quantidade de lixiviados, menor comprimento de plântulas e massa
de mil sementes e baixa capacidade de emergência em campo, independente do
índice porcentual de cotilédones com pigmentação verde, porém, o prejuízo foi maior
em lotes com 37,4% do que em relação à lotes com 11,8% de sementes
esverdeadas (Zorato et al., 2007a).
Analisando as sementes esverdeadas de oito cultivares de soja produzidas
em seis locais do estado de Mato Grosso do Sul, Rangel et al. (2011) verificaram
pronunciada interação entre os genótipos e o ambiente como, por exemplo, a grande
amplitude nos porcentuais de sementes esverdeadas da cultivar BRS 241, de 0,51
até 72,24%. Por outro lado, observaram inversões de comportamento, ao se
comparar duas cultivares, conforme o ambiente, onde a cultivar BRS181 apresentou
níveis de sementes esverdeadas 16,7 pontos porcentuais superiores à BRS 133, em
Maracajú; entretanto, em Dourados, a situação inverteu-se, com a BRS 133
apresentando 5,44 pontos porcentuais a mais que a BRS 181. Na avaliação da
qualidade, os autores concluíram ainda que, à medida que ocorrem acréscimos dos
porcentuais de sementes verdes, houve redução acentuada na germinação e no
comprimento da raiz primária. Mas, neste trabalho, nas duas safras avaliadas, não
houve correlação significativa entre sementes esverdeadas e germinação e vigor.
A ocorrência de sementes com mancha púrpura, nas diferentes regiões de
Mato Grosso (Figura 10 do item 4.3.3) foi baixa levando em consideração os valores
da mediana, variando de 0,1% (região Médio Norte) a 2,3% (região Sudeste), na
safra 2012/2013. Na safra 2013/2014 (Figura 11 do item 4.3.3), a região Sudeste foi
a que apresentou maior valor da mediana (1,6%). Nessa região, houve amostra que
apresentou valor máximo de 27,6% e de 14,5% de mancha púrpura nas sementes
produzidas nas safras 2012/2013 e 2013/2014, respectivamente. Na região Oeste,
verificou-se amostra com valor máximo de 11,5% de mancha púrpura na safra
2012/2013 e de 7% na safra 2013/2014.
Das 341 amostras analisadas na safra 2012/2013 (Tabela 20), somente 4,7%
apresentaram ocorrência maior que 10% de sementes com mancha púrpura. Na
safra 2013/2014, esse valor ainda foi menor (2,1%). A maior parte das amostras de
sementes de soja apresentou ocorrência menor que 5% de sementes com mancha
púrpura nas sementes.
Não há padrão de tolerância para sementes com mancha púrpura para
comercialização no Brasil. Nas normas mais antigas, como as "Normas de Produção
de Semente Básica, Registrada, Certificada, Fiscalizada", emitidas pela Secretaria
de Estado da Agricultura, Departamento de Fiscalização (CESM-PR, 1981), o índice
de mancha púrpura (em 200 g) tinha como limite máximo 10% (para semente
Básica, Certificada e Fiscalizada), porém, o padrão deixou de existir após pesquisas
realizadas por França Neto et al. (1983) e Henning et al. (1981).
TABELA 20. Resultados porcentuais de sementes com mancha púrpura em
amostras de cultivares precoces de soja (Glycine max L.), em
diferentes índices de tolerância, produzidas no estado de Mato
Grosso, safras 2012/2013 e 2013/2014.
Intervalos 2012/2013
(%)
2013/2014
(%)
0 a 5% 88,3 92,6
> 5 a 10% 7,1 5,4
> 10% 4,7 2,1
Número de amostras 341 487
Esses trabalhos propiciaram o estabelecimento de novos padrões de
qualidade nas sementes, pois, os autores verificaram que a mancha púrpura não
tinha relação com a viabilidade do fungo nas sementes, pois muitas vezes havia a
presença de mancha púrpura, porém o fungo (C. kikuchii) não estava viável ou
muitas vezes poderia ter o fungo viável, infectando o tegumento das sementes, sem
a presença da mancha.
No entanto, existem dados conflitantes na literatura com relação ao efeito do
patógeno Cercospora sobre o atributo fisiológico das sementes (Reis e
Goulart,1998). Almeida et al. (1997) citaram que o patógeno C. kikuchii, causador da
mancha púrpura em sementes de soja e que penetra no tegumento da semente pelo
funículo, ataca todas as partes da planta e pode ser responsável por severas
reduções no rendimento e na qualidade da semente.
De acordo com Henning (2004), em ensaios conduzidos no estado do Paraná,
sementes de soja das cultivares Paraná, Davis e Bossier, com 0, 5, 10, 20 e 40% de
mancha púrpura, não diferiram entre si com relação à germinação de sementes,
emergência de plântulas e rendimento. No entanto, neste estudo, todas as cultivares
testadas, cujas sementes possuíam acima de 10% de manchas no tegumento,
apresentaram valores de porcentagem de emergência a campo menores do que as
sementes sem manchas.
Neste trabalho, não foram verificadas correlações significativas entre a
ocorrência de sementes com mancha púrpura e o atributo fisiológico das sementes
(germinação e vigor). Entretanto, alguns casos isolados foram verificados. Na safra
2012/2013, observou-se que as cultivares M 7639 RR e NA 7337 RR apresentaram
porcentuais de emergência (42,6 e 35,4%, respectivamente) inferiores quando
comparadas com as outras cultivares, e foram as que apresentaram as maiores
médias de mancha púrpura nas sementes. Resultados semelhantes foram
encontrados por Venturoso et al. (2008), onde verificaram que para as cultivares CD
202 e BR 16, a emergência no campo foi negativamente influenciada pela presença
de mancha púrpura no tegumento das sementes, sendo a resposta diferenciada em
função da cultivar. No entanto, Galli et al. (2005), em estudos semelhantes, não
verificaram nenhum efeito negativo em relação à emergência no campo e ao
rendimento das sementes manchadas.
Na safra 2013/2014, a cultivar M 7639 RR apresentou 48,84% de emergência
de plântulas, o menor valor quando comparado com os outros resultados, e
apresentou maior média de mancha púrpura nas sementes de soja. Esse material
genético na safra anterior, também obteve desempenho inferior no campo.
A variação da ocorrência de mancha púrpura nas sementes entre as safras
(Tabela 20) foi possivelmente devido à influência das condições climáticas não
favoráveis obtidas na safra 2012/2013 quando comparada com a safra 2013/2014,
pois, se no período de maturação, ocorrerem variações da temperatura ambiental,
índices elevados de precipitações pluviométricas e variações na umidade relativa do
ar, acarretarão em grandes perdas do atributo sanitária das sementes.
Pereira et al. (2000) verificaram que o atributo fisiológico e sanitário das
sementes foi influenciada pelas cultivares e épocas de semeadura sendo as
cultivares precoces, as que obtiveram maior perda de qualidade devido às fases de
maturação e colheita coincidirem com períodos de altas temperaturas e chuvas
intensas.
Algumas variações entre as cultivares foram verificadas neste trabalho
(Tabelas 21 e 22). Na safra 2012/2013, a cultivar NA 7337 RR, em todas as
amostras analisadas apresentou ocorrência acima de 5%, sendo que duas amostras
dessa cultivar, apresentaram ocorrência acima de 20%. As cultivares Anta 82 RR,
TMG 1174 RR, M 7639 RR, NA 7337 RR, TMG 1179 RR e TMG 1174 RR foram as
que apresentaram amostras com ocorrência de mancha púrpura acima de 10% nas
sementes.
Na safra 2013/2014, verificou-se ocorrência de mancha púrpura abaixo de 5%
em quase todas as cultivares analisadas (Tabela 22), somente a M 7639 RR e M
7110 IPRO foram as cultivares que apresentaram ocorrência de mancha púrpura
acima de 10% nas amostras de sementes de soja.
TABELA 21. Resultados porcentuais de sementes com mancha púrpura em
amostras de cultivares precoces de soja (Glycine max L.), em
diferentes níveis de tolerância, produzidas no estado de Mato
Grosso, safra 2012/2013.
Intervalos Total
Cultivares 0 a 5% > 5 a 10% > 10% de amostras
ANTA 82 79,3 16,9 3,7 53
ANsc 78017 100 2
ANsc 84107 100 3
ANsc 83022 100 2
FMT-TUCUNARÉ 100 5
M 7639 RR 63,6 13,6 22,7 22
NA 7337 RR 0 28,6 71,4 7
NS 7494 RR 100 3
P 98Y11 100 3
P 98C81 100 4
SA 701 RR 100 3
ST 810 RR 100 20
TMG 127 RR 100 2
TMG 1176 RR 82,9 17,1 41
TMG 1179 RR 98,3 1,7 60
TMG 1174 RR 85,7 5,7 8,6 35
TMG 4182 100 32
TMG 123 RR 100 44
TABELA 22. Resultados porcentuais de sementes com mancha púrpura em
amostras de cultivares precoces de soja (Glycine max L.), em
diferentes níveis de tolerância, produzidas no estado de Mato
Grosso, safra 2013/2014.
Intervalos Total
Cultivares 0 a 5% > 5 a 10% > 10% de amostras
ANTA 82 92,8 7,2 56
ANsc 78017 100 2
ANsc 83022 100 3
M 7110 IPRO 50,0 30,0 20,0 10
M 8372 IPRO 100 11
M 6972 IPRO 85,7 14,3 14
M 7739 IPRO 94,7 5,3 19
M 7639 RR 40 28,0 32,0 25
M 8133 IPRO 100 4
M 8210 IPRO 100 3
NA 7337 RR 90,0 10,0 10
NS 7338 IPRO 100 6
NS 7494 RR 100 2
NS 7497 RR 100 3
P 98C81 100 6
SP 700 RR 100 4
SYN 1059 RR 100 2
TMG 1175 RR 100 3
TMG 1168 RR 100 1
TMG 1176 RR 100 15
TMG 1179 RR 96,5 3,5 58
TMG 1180 RR 50,0 50,0 4
TMG 1174 RR 100 38
TMG 4182 98,3 1,7 115
TMG 123 RR 100 56
TMG 7262 RR 100 7
TMG 2183 IPRO 66,6 33,4 3
W 799 RR 100 7
4.4 Validação das Regiões do Estado de Mato Grosso para a Produção de
Sementes de Alta Qualidade
A produção de sementes de alta qualidade requer que as fases de maturação
e de colheita ocorram sob temperaturas amenas, associadas com condições
climáticas secas. Levando em consideração essa premissa e de acordo com o
zoneamento agroclimático realizado neste trabalho, as regiões Sudeste e Oeste
foram classificadas como favoráveis para a produção de sementes de soja de
cultivares precoces (Figuras 2a e 2b do ítem 4.1) por apresentar temperaturas mais
amenas. Previamente a essa definição, a maior parte das amostras analisadas
quanto à qualidade de sementes foram provenientes das empresas produtoras
localizadas nessas regiões; isso confirma que as principais sementeiras do estado
estão localizadas nas regiões mais favoráveis para a produção de sementes de soja.
A região Oeste (municípios de Campo Novo do Parecis e Sapezal) foi a que
apresentou melhor resultado para os testes de geminação, primeira contagem,
emergência a campo e tetrazólio nas duas safras analisadas comprovando que a
localização dessas áreas é favorável para a produção de sementes, porém, nessa
região as amostras foram provenientes somente de dois produtores situados
geograficamente em altitudes entre 620 a 700 m.
Na região Sudeste foi possível verificar resultados satisfatórios quanto à
qualidade principalmente das amostras de sementes provenientes do município de
Alto Garças. Resultados semelhantes foram encontrados por Costa et al. (2005a)
que ao verificarem as melhores condições edafoclimáticas para produção de
sementes de alta qualidade em diferentes localidades produtoras de soja do Brasil,
observaram que Mato Grosso (região de Alto Garças) e região sul do Paraná são as
áreas com potencial climático, para produção de sementes de soja com elevada
qualidade fisiológica. Essas regiões são reconhecidas tradicionalmente como
produtoras de sementes de alta qualidade, pois, estão situadas geograficamente em
altitudes superiores a 700 m, com temperatura amena no período de maturação, o
que favorece a obtenção de sementes com alto potencial fisiológico (Costa et al.,
2005b).
Em algumas determinações na região Sudeste, os resultados apresentaram
valores mais baixos e isso pode ser explicado devido a localização de alguns
produtores de sementes em áreas que foram classificadas como pouco favoráveis
para a produção de sementes e porque algumas áreas estão situadas
geograficamente em altitudes inferiores a 700 m, como é o caso de áreas
localizadas nos municípios de Juscimeira, Rondonópolis e Pedra Preta, que
apresentaram baixa qualidade. Na determinação de sementes esverdeadas, por
exemplo, as amostras com maiores problemas foram provenientes da região
Sudeste, correspondendo as áreas dos municípios de Jaciara (município próximo de
Juscimeira) e Pedra Preta, áreas consideradas pouco favoráveis para a produção de
sementes de soja de cultivares precoces por apresentarem temperaturas acima de
25,1 °C conforme o zoneamento realizado. De acordo com Costa et al. (1994), as
sementes de soja são sensíveis aos ambientes quentes e úmidos no período de
maturação, podendo haver redução na qualidade do material produzido. Esse
quadro é agravado, principalmente, se tais condições estiverem associadas a
temperaturas superiores a 24 °C.
Por outro lado, na região Sudeste, se verificou áreas classificados como
favoráveis para a produção de sementes, mas, na avaliação da qualidade, os
resultados não foram satisfatórios. No município de Campo Verde, as amostras
provenientes das cultivares M 7639 RR (safra 2012/2013) e M 8133 IPRO (safra
2013/2014) apresentaram baixos valores quanto ao atributo fisiológico. Na cultivar M
7639 RR, por exemplo, foi verificada maior porcentagem de sementes com mancha
púrpura e alto valor de deterioração por umidade, possivelmente isso tenha sido a
causa da redução da qualidade mesmo estando localizado numa zona favorável.
O atributo genético das sementes também é um fator que deve ser
considerado, pois, as cultivares apresentam comportamentos diferentes, mesmo
sendo semeadas na mesma região. França Neto et al. (2007) relataram a influência
da cultivar, das condições de campo, da armazenagem, dos patógenos e da época
de colheita na qualidade da semente de soja. Sementes de genótipos de soja,
produzidas em locais com diferentes altitudes, tiveram variações na qualidade
conforme o local de produção (Costa et al., 1998).
A região Noroeste foi considerada a que apresentou resultados de menor
atributo fisiológico. Essa região possui somente um produtor de sementes registrado
no MAPA, com áreas localizadas em altitude de aproximadamente 400 m. Além
dessa região ser considerada medianamente favorável para a produção de
sementes, ocorrem também, maior precipitação, favorecendo a ocorrência de
deterioração por umidade, sendo um problema muito sério para a qualidade das
sementes. Consequentemente, todos esses fatores citados foram responsáveis pela
baixa qualidade de sementes produzidas nessas áreas.
Na região Centro Sul, as sementes analisadas foram provenientes de uma
área perto do município de Tangará da Serra conhecida como Chapadão do Rio
Verde. Pelo zoneamento realizado, essa área foi classificada como medianamente
favorável para a produção de sementes, porém, apresenta altitude de 746 m.
Mesmo localizada em área com altitude superior a 700 m, os resultados da
qualidade das sementes dessa região foram baixos quando comparados com as
regiões Sudeste e Oeste.
Pelo zoneamento, algumas áreas foram classificadas como favoráveis para a
produção de sementes nas regiões Norte e Nordeste, fazendo parte dos municípios
de Guaratã do Norte, Novo Mundo, Matupá, Peixoto de Azevedo, Marcelândia, Vila
Rica, Santa Teresinha, Campinápolis e Nova Xavantina. Esses municípios estão
situados em áreas com altitudes inferiores a 400 m e não foram coletadas amostras
de sementes para análise de qualidade, pois, não há registro no MAPA de campos
de produção de sementes de soja nesses locais.
Outras áreas localizadas nas regiões Oeste, Sudeste e Médio Norte como as
áreas dos municípios de Comodoro, Campos de Júlio, Diamantino, Paranatinga,
Santo Antônio do Leste e Santa Rita do Trivelato, também foram classificadas como
favoráveis para a produção de sementes, porém, não há registro de campos de
produção, podendo futuramente serem exploradas para a produção de sementes de
soja de cultivares precoces, pois, são áreas situadas geograficamente com altitudes
superiores a 500 m.
De acordo com Demito e Afonso (2009), no Brasil, em geral, os campos de
produção de sementes estão localizados em terras altas, onde as temperaturas são
mais amenas. Outro fator que deve ser levado em consideração é a localização dos
armazéns de sementes. No estado de Mato Grosso, os principais municípios que
produzem sementes normalmente situam-se em regiões altas, com clima ameno e
temperaturas médias, variando entre 22 e 23 °C durante o armazenamento (Inmet,
2014). Mesmo assim, existem armazéns localizados em regiões que não
apresentam essas características climáticas e geográficas sendo necessário o uso
de sistema de refrigeração para garantir a conservação das sementes armazenadas.
Por tanto, o entendimento dos efeitos do clima na cultura da soja
principalmente para a produção de sementes tem grande importância para definir
estratégias de manejo que visem minimizar os efeitos negativos, levando à
estabilidade da produção, sobretudo em termos de produtividade média e a
obtenção de sementes de melhor qualidade.
5 CONCLUSÕES
A maior parte das regiões Sudeste e Oeste são classificadas como favoráveis
para a produção de sementes de soja de cultivares precoces.
As sementes de soja de cultivares precoces produzidas na safra 2013/2014
apresentaram maior vigor do que as produzidas na safra 2012/2013.
O atributo fisiológico em amostras provenientes da região Oeste do estado de
Mato Grosso foi melhor do que a das demais regiões do estado. Na safra 2012/2013
houve maior incidência de patógenos do que na safra 2013/2014.
A deterioração por umidade seguida pelos danos mecânicos foram os
principais motivos de queda de qualidade em sementes de soja de cultivares
precoces.
As zonas classificadas como favoráveis para a produção de sementes de soja
de cultivares precoces, com base na temperatura média, produziram sementes com
maior qualidade de sementes.
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6. APÊNDICE A - Coeficientes de correlação de Pearson (r) entre os parâmetros de qualidade fisiológica e física de sementes de
cultivares precoces de soja, produzidas no estado de Mato Grosso, na safra 2012/2013.
PC G EC VG VB DU DM DP MP SE
PC 1
G 0,692** 1
EC 0,626** 0,834** 1
VG 0,533** 0,768** 0,897** 1
VB 0,547** 0,796** 0,803** 0,822** 1
DU -0,507** -0,722** -0,774** -0,826** -0,930** 1
DM -0,219** -0,300** -0,405** -0,456** -0,441** 0,421** 1
DP -0,286** -0,351** -0,427** -0,391** -0,381** 0,328** 0,159** 1
MP -0,162** -0,290** -0,411** -0,343** -0,182** 0,181** 0,321** 0,155** 1
SE -0,211** -0,304** -0,279** -0,251** -0,317** 0,283** -,003 0,064 -0,111* 1
PC= Primeira contagem do teste de germinação; G= Germinação; EC= Emergência em campo; VG= Vigor pelo teste de tetrazólio; VB= Viabilidade pelo teste de tetrazólio; DU= dano por umidade (TZ- 6 a 8); DM= Dano mecânico (TZ- 6 a 8); DP= Dano por percevejo (TZ- 6 a 8); MP= Mancha púrpura; SE= Sementes esverdeadas. **Nível de significância a 1% * Nível de significância a 5%
APÊNDICE B - Coeficientes de correlação de Pearson (r) entre os parâmetros de qualidade fisiológica e física de sementes de
cultivares precoces de soja, produzidas no estado de Mato Grosso, na safra 2013/2014.
PC G EC VG VB DU DM DP MP SE
PC 1
G 0,941** 1
EC 0,763** 0,812** 1
VG 0,689** 0,733** 0,861** 1
VB 0,722** 0,765** 0,802** 0,813** 1
DU -0,653** -0,683** -0,779** -0,800** -0,911** 1
DM -0,630** -0,683** -0,705** -0,710** -0,833** 0,741** 1
DP -0,250** -0,284** -0,227** -0,230** -0,286** 0,219** 0,181** 1
MP -0,152** -0,177** -0,256** -0,084 -0,050 0,021 0,090* -0,010 1
SE -0,200** -0,195** -0,256** -0,231** -0,183** 0,175** 0,027 0,140** -0,091* 1
PC= Primeira contagem do teste de germinação; G= Germinação; EC= Emergência em campo; VG= Vigor pelo teste de tetrazólio; VB= Viabilidade pelo teste de tetrazólio; DU= dano por umidade (TZ- 6 a 8); DM= Dano mecânico (TZ- 6 a 8); DP= Dano por percevejo (TZ- 6 a 8); MP= Mancha púrpura; SE= Sementes esverdeadas. **Nível de significância a 1% * Nível de significância a 5%