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o vinho tratado com inteligncia
ENOTURISMOprovence, muito alm dos ross
DEGUSTAO ESPECIAL
os sofisticados bordeaux 1990
VIAGEMos diferentes terroirs do chile
N M E R O 1 0 | S A F R A 2 0 0 7
BRASIL R$ 10,00 / EU 3,50
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ENOTURISMO
porARTHUR AZEVEDO fotos ARTHUR AZEVEDO/FRANOIS MILLO/ DIVULGAO
Provencemuito alm dos rossCONHECIDA POR SUA BELEZA NATURAL E PELA EXCELNCIADE SUA GASTRONOMIA, A PROVENCE TEM NOS V INHOS ROSSSEU GRANDE TRUNFO. UMA V IAGEM PELA REGIO MOSTRA
QUE ELA OFERECE BEM MAIS QUE ISSO
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POUCO CONHECIDA PELOS BRASILEIROS, a
Provence uma regio que vive quase que exclusivamen-
te de vinhos ross, que representam nada menos que 75%
de todos os vinhos produzidos na regio e 50% dos ross
franceses de regio demarcada. A pequena produo de
vinhos tintos e brancos, alguns de excepcional qualidade,
e o fato de praticamente no se encontrar estes vinhos no
Brasil (com raras excees, caso do cultuado Domaine de
Trvallon), torna a regio pouco presente junto aos consu-
midores, que s agora e ainda de forma tmida, comeam
a se interessar pelos vinhos ross ali produzidos.
Claro que a Provence tem grandes atraes tursticas,
como Saint-Tropez, que sempre foram muito cultuadas,
alm de renada gastronomia e cidades de grande tra-
dio, como Aix-en-Provence, importante centro univer-
sitrio, o que por si s garante o sucesso das viagens regio. Alm disso, por suas paisagens e luminosidade in-
comparvel, a regio foi escolhida, em diferentes pocas,
por grandes pintores franceses, para ali viver e trabalhar.
Para car nos mais famosos, basta lembrar Picasso, que
passou seus ltimos anos em Mougins, uma pequena ci-
dade a 10 minutos de Cannes; o atormentado Van Gogh
e seus dias tumultuados em Arles; ou ainda Henri Ma-
tisse, cuja residncia-museu em Nice merece uma visita
(para os amantes da arte, e em especial da obra de Marc
Chagall, recomenda-se tambm um pequeno dtour,
para conhecer a esplndida coleo da Fundao Mae-
ght, perto de Saint Paul de Vence, que, por sinal, tambm
merece uma visita). No entanto, a gura mais reveren-
ciada na regio Paul Czanne, um impressionista nas-
cido em Aix-en-Provence, que tinha em sua terra natal a
maior fonte de inspirao. Os diversos quadros que tm a
montanha de Sainte-Victoire como tema so referncias
obrigatrias no panorama artstico da Provence.
Mas, o que de interessante, do ponto de vista dos vi-nhos, a regio oferece, alm de seus deliciosos ross? Para
responder a esta pergunta, Wine Style esteve l e con-
feriu os avanos da moderna vitivinicultura da regio.
N
c
e
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diVersidade de Terroirse inFluncia do MisTral criaMcondies para a produode grande Variedade de uVas
Logo na chegada Saint-Tropez, fomos recepcionados
pelo diretor de turismo, Claude Maniscalco, na prefeitura
da cidade, e apresentados magnca infra-estrutura turs-
tica desta minscula villa de 5.000 habitantes, mas que
recebe impressionantes 5 milhes de turistas por ano, sen-
do 70% de fora da Frana.
Turismo parte, o assunto que nos levou a Provence
foi vinho e para conhecer a regio nada mais melhor que
uma palestra de um mestre do assunto, o diretor do CIVP-
Conseil Interprossionnel des Vins de Provence (www.
vinsdeprovence.com), Franois Millo, que nos mostrou os
segredos e a razo da qualidade dos vinhos ali produzidos.
Beneciando-se de uma diversidade de terroirs, que variam
desde as reas costeiras at as reas montanhosas; dos solos
argilo-calcrios aos solos de xisto, quartzo e reas de solo
vulcnico, e contando ainda com a imensa inuncia do frio
vento Mistral (que, diga-se de passagem, deixou seu carto
de visitas durante nossa viagem), a Provence tem condies
perfeitas para produzir uvas muito distintas, que do origem
a vinhos de muita personalidade, sejam eles ross, tintos ou
brancos, alm de alguns espumantes muito interessantes.
Conforme nos explicou Millo, o ros provavelmen-
te o vinho mais antigo que se conhece, juntamente com
os vinhos brancos. Segundo a histria, o ros foi o vinho
dominante at o sculo 17, quando comearam a surgir
os primeiros vinhos tintos, por demanda dos comercian-
tes ingleses. O declnio do ros se deu com a Revoluo
Francesa, pois era associado nobreza, enquanto o tinto
era consumido pelas classes mais populares. Hoje em dia, o
esforo dos produtores no sentido de rmar a imagem do
ros como o vinho do prazer.
Falando da entidade, Franois destaca que a principal
funo do CIVP zelar pela qualidade do vinho, restringindo
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a produo de uvas ao mximo de 55 hectolitros por hec-
tare e buscando a perfeita adaptao de cada casta ao seu
respectivo terroir, obtendo-se desta forma a melhor expres-
so possvel de cada uma das uvas.
As entrevistas com os principais produtores visitados na
viagem deixam muito clara a disposio de produzir vinhos
de alta qualidade, limitando o rendimento dos vinhedos,
utilizando tcnicas cuidadosas de vinifcao e buscando a
melhor expresso possvel para os vinhos, sejam eles ross,
tintos ou brancos. Os investimentos feitos nos vinhedos e nas
vincolas so de grande monta, e mostram seus resultados
nos melhores vinhos produzidos. O caminho no fcil e a
misso rdua. Uma frase ouvida no
produtor Rimauresq, um Cru Class
da Provence, d a dimensionamento
da questo: a qualidade nos vinhos
um compromisso que demanda dedi-
cao, tempo e muito investimento.
O mercado mundial parece
estar se dando conta de que os
vinhos da Provence vo muito
alm dos ross, o que facilmen-
te se comprova pela quantidade
de matrias abordando a regio,
publicadas nas mais prestigiadasrevistas de todo o mundo. No
entanto, conquistar novos merca-
dos no tarefa fcil, especialmente para regies pou-
co conhecidas do pblico fora da Frana e da Europa.
Os brasileiros, que em sua imensa maioria esto enga-
tinhando na cultura do vinho, tm uma aguda predileo
pelos vinhos tintos e tero que ser seduzidos gradualmente,
principalmente por vinhos ross de alta qualidade. Um pro-
blema a ser resolvido a pouca resistncia destes vinhos aocalor, agravado pelo fato de que esses vinhos devem ser con-
sumidos muito jovens, quando exprimem toda a exubern-
cia da fruta e agradvel frescor. Os importadores, lojistas e
donos de restaurante tero que dimensionar muito bem seus
estoques, evitando que vinhos fora do padro sejam ofereci-
dos aos clientes, o que certamente destruiria a reputao dos
ross da Provence, colocando por terra todo um trabalho,
que at agora tem sido muito bem planejado e executado.
Tibouren e rolle so casTasTpicas da regio
As uvas mais cultivadas na Provence so as tintas Grena-
che, Syrah, Mourvdre, Cinsault, Tibouren, Carignan e Ca-
bernet Sauvignon; e as brancas Rolle, Clairette, Ugni Blance Marsanne. A uva Tibouren uma velha casta do Medi-
terrneo, muito sensvel oxidao, que confere aos vinhos
com ela produzidos interessantes aromas de casca de laranja
e frutas secas. Deve ser usada sempre em associao com ou-
tras uvas, nos chamados vinhos de corte, e nunca isoladamen-
te. J a Rolle bastante conhecida na ilha da Crsega e no
noroeste da Itlia, onde conhecida,
respectivamente, como Vermentinu e
Vermentino. uma casta branca que
d origem a vinhos parecidos com a
familiar Chardonnay, especialmente
se vinifcada em barricas de carvalho.
Os ross produzidos na Pro-
vence tm como principal caracte-
rstica a cor muito plida, contras-
tando com os vinhos do mesmo tipo
produzidos no resto do mundo. No
entanto, o fato de ter pouca cor no
quer, em absoluto, dizer que tenhamenos sabor ou personalidade. Um
grande esforo feito no sentido de
se produzir vinhos com sabor agradvel, geralmente secos,
com elevado frescor, sem se extrair demasiadamente a cor
das cascas das uvas tintas. A legislao local permite que se
utilize at 15% de uvas brancas para a produo de ross,
mas so poucos os produtores que as utilizam.
duas Tcnicas so usadasna produo de ross
Duas so as tcnicas usadas na produo dos ross: a
sangria (retirada do suco aps breve contato com as cascas)
e a prensagem direta das uvas, o que d origem ao ros
de pressurage. No primeiro caso, os vinhos produzidos
so um pouco mais estruturados e complexos. J o mtodo
de prensagem direta d origem a vinhos muito aromticos
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e delicados, com tima acidez e perfeitos para aperitivos e
para o consumo fora das refeies. Alguns produtores dizem
no haver dois mtodos, mas apenas um, pois antes da pren-
sagem, h um contato, breve e baixa temperatura, das cas-cas com o suco, dentro da prpria prensa. Tem lgica...
No entanto, como ressalta Millo, os vinhos da Provence
so produzidos por uma mescla de uvas e de mtodos, sem-
pre buscando a melhor expresso de cada uma delas. Millo
diz que o grande desao na Provence se produzir vinhos
com pouca cor, mas com aromas complexos e sabor intenso.
J os tintos e brancos so produzidos por tcnicas mo-
dernas, com fermentao em barricas de carvalho ou ao
inoxidvel e controle de temperatura. A maturao se faz
em barricas de carvalho francs, novas ou de segundo uso.
os MelHores VinHos da proVence
Muitos foram os vinhos degustados e alguns merecem
destaque, por sua elevada qualidade. Nem todos esto dispo-
nveis no Brasil, pelo menos por enquanto, mas se depender
da disposio dos produtores e entidades regionais ligadas ao
vinho, muito em breve os consumidores brasileiros podero
degustar estas verdadeiras preciosidades provenais.
Chteau de Pampelonne (www.mavigne.com) pertencen-
te famlia Gasquet-Pascaud, um produtor destacado,
que faz parte do consrcio Les Matres Vignerons de la
Presqule de Saint-Tropez, com vinhos nos estilos ros,
branco e tinto, todos de grande qualidade. Merecem men-
o o Chteau Pampelonne Cuve Prestige Blanc 2005
um corte das uvas Ugni Blanc e Rolle, de agradveis aro-
mas frutados e minerais, concentrado e persistente; o ros
Saint-Roch 2005 simptico e jovial, de aromas frutados
e muito fresco; o Chteau Pampellone Ros 2005, excep-
cional, com aromas sutis de frutas vermelhas, com notas
orais e de anis, boa expresso na boca, sabores deliciosos e
destacado frescor. Em resumo, um ros da Provence exem-
plar! E, por m, o Chteau Pampelonne Rouge 2003- um
tinto produzido com Syrah, Grenache e Mourvdre, com
passagem em barricas de carvalho francs. Pertencente
elite dos tintos da Provence, tem aromas de frutas escuras,
chocolate e tostado, bom corpo, taninos nos e maduros,
muito boa persistncia e retro-olfato agradvel.
Chteau Beaulieu (www.pgadomaines.com) uma vinco-
la exemplar, com vinhedos histricos com mais de 2000
anos, situados na cratera de um antigo vulco. O castelo,
construdo em 1720, pertenceu ao Rei Ren, Conde deProvence e por si s merece uma visita. Hoje, pertence
famlia de Nicole e Pierre Gunant e no momento passa
por ampla reforma. Os melhores vinhos so o Chteau Be-
aulieu Cuve Brengre Blanc 2005- um belo branco, ma-
cio, encorpado e de longa persistncia; o Chteau Beaulieu
Ros 2005 apresentado na garrafa tradicional da regio
e exibindo delicados aromas de frutas vermelhas (cerejas e
morangos), com grande frescor e agradvel nal; o timo
Chteau Beaulieu Cuve Brengre Rouge 2003 perso-nalssimo, com aromas de frutas escuras (ameixas), choco-
late e tostado, com boa acidez, taninos nos, bom corpo e
concentrao na medida certa da elegncia; e ainda o intri-
gante Vin Cuit Beaulieus Basalte 2 ans uma especialida-
de local, cujo mosto cozido em tachos de cobre de 2000
litros, com fermentao posterior em barricas de carvalho,
com leveduras naturais. O resultado um vinho curioso,
de cor mbar e aromas de frutas caramelizadas, com notas
de oxidao, doce, macio e longo, ideal para acompanhar
sobremesas e bolos de frutas secas.
Domaine de Rimauresq (www.rimauresq.fr) um dos raros
Crus Classs da regio, vinhos de na estirpe, produzidos a
partir de uvas cuidadosamente cultivadas em solos de quart-
zo, pedra sedimentar, xisto e ardsia, com rendimentos
muito baixos no vinhedo (30 a 35 hectolitros por hectare). A
vincola bem equipada, gravitacional e so utilizados bar-
ris e barricas de tamanhos variados, entre 225 e 2.400 litros,
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Enoturismo na ProvenceA S D I C A S P A R A O V I A J A N T E
Uma viagem Provence no seria completa
sem se aproveitar toda a infra-estrutura deturismo que a regio oferece.Comece pela charmosa Aix-en-Provence,onde um passeio a p pelo famoso Cours Mi-rabeau certamente far bem alma. Conhe-a tambm uma das muitas fbricas do calis-son, um doce tipicamente natalino, produzi-do com amndoas e melo confeitado. Podeser a Confiserie du Roy Ren, que tem umadeliciosa visita para turistas. Atraes im-perdveis em Aix-en-Provence so as feiraslivres, como a da Place des Prcheurs, localonde os aromas provenais se fazem sentirem sua plenitude. Se voc gosta de chocola-te, d uma passada na Riederer (Cours Mira-beau, 67) e deguste as criaes de PhilippeSegond, um dos mais renomados chocola-
tiers da Frana. Uma boa loja para comprarvinhos a Jacqumes (Rue de la Glacire, 4),que tem tima variedade de queijos, vinhose produtos regionais, alm de uma seleoimpecvel de chocolates especiais, de dife-rentes crus. Dois timos restaurantes emAix-em Provence so o Relais Sainte-Victoi-re (www.relais-sainte-victoire.com), espeta-cular, com culinria refinada e estrelada, e osimptico Le Passage, moderno e elegante,
no centro da cidade (www.le-passage.fr).
Neste ltimo, se tiver coragem, experimentea desafiadora andouillette, uma especialida-de francesa, na verdade um embutido feitocom intestinos de pombo e boi. Os aromasso indescritveis e a experincia nica.Para estmagos e narizes fortes.Em Marseille (Marselha), uma visita obri-gatria: a igreja de Notre-Dame de la Gard,que se impe no s pela beleza como pelamagnfica vista da cidade. Para os amantesdo vinho, recomendo uma visita ao restau-rante La Cte de Boeuf, que tem uma dasmais interessantes adegas de todo o sul daFrana, com garrafas de mais de 100 anos.Quem comanda o show um dos melhoressommeliers franceses, Paul Launard, pro-prietrio da casa e anfitrio mais que perfei-to. O cardpio para carnvoros inveterados.Pea para conhecer a adega, que fica numprdio vizinho ao restaurante. Se tiver sorte,o prprio Paul ser seu cicerone.No deixe de experimentar um clssico da
regio, a bouillabaisse, uma sopa ou guisa-do, preparada com peixes, vegetais e ervasaromticas. A origem do nome seria do fran-cs bouillon abaiss ou seja, reduzir por eva-porao. Lembre-se que o prato pode ser en-contrado em qualquer lugar do mundo, mass na Provence com os aromas e sabores
originais. Os melhores locais para conhecer
esta maravilha so os restaurantes Miramar(Quai du Port, 12) e puisette (Vallon des Au-ffes, 156). Os preos so bastante salgados,mas vale a pena, e lembre-se que a bouilla-baisse completa precisa ser encomendadacom pelo menos 24 horas de antecedncia.Para se hospedar com classe, considere ohotel Sofitel Marseille Vieux Port, que ofere-ce uma das melhores (e mais confortveis)vistas para o Velho Porto.Para finalizar, uma dica bvia: faa um pas-seio demorado pela sofisticada e eleganteSaint-Tropez, nem que seja s para respi-rar o mesmo ar que um dia respirou a musaBrigitte Bardot. Em Saint-Tropez, um timorestaurante o LAuberge des Maures, (Ruedu Docteur Boutin 4), um local simptico echarmoso. Pea a daube provenale, prato base de carne bovina, cozida longamentecom vinho tinto, ervas, cebola, cenoura, alhoe casca de laranja, entre outras delcias. Ou-
tra boa indicao o sofisticado La Piscine(Rue Grenouillre), que tem culinria con-tempornea muito bem executada, com des-
taque para os frutos do mar. Para comprar asespecialidades gastronmicas locais a dica a Petit Village (Carrefour de la Foux 83580Gassin). As estrelas da casa so a tapenade(pat de azeitonas) e a anchoade (pat deanchovas), alm de azeites de oliva diversos,gelia de azeitonas perfumadas ao limo,pat de pimento, mel de lavanda e geliasmuito especiais. Outro local obrigatrio aptisserie Snquier (Place aux Herbes, 4 Quai Jean Jaurs), casa famosa pelos nou-gats, pela tarte tropzienne e pelas delica-
das tangerinas confits. Bon voyage!
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dependendo da uva. Os melhores vinhos so os da linha
R, o topo de gama da empresa. O Rimauresq Cru Class
Blanc 2005 destaca-se pelo frescor e pelos aromas ctricos;
o Rimauresq R Ros 2005 puro prazer, intenso, frutado
e delicioso; o Rimauresq R Rouge 2004 tem estilo, com
aromas de cassis, ervas aromticas e chocolate, boa acidez,
bom corpo e persistncia mdia. O vinho premium da casa,
s produzido em grandes anos, o Rimauresq Quintessen-
ce 2004, um corte de Mourvdre (85%) e Syrah(15%), um
vinho de guarda, encorpado, concentrado e muito longo.
Domaine Chaberts (www.chaberts.com) a simptica in-
glesa Betty Ann Cundall a proprietria desta exemplar
propriedade, com vinhedos de rara beleza e uma sede es-
petacular, outrora a moradia do Docteur Laforgue, um dos
primeiros psicanalistas franceses. Com 30 hectares de rea,
o Domaine Chaberts tem todas as suas parcelas voltadas ao
Sul, o que garante perfeita insolao e o calor necessrio
para o perfeito amadurecimento das uvas. O solo nico,
argilo-calcrio, com pedregulhos e restos de fsseis mari-
nhos. Para completar, existem ainda na propriedade stios
arqueolgicos da era romana. Os vinhos de Betty Ann re-
etem o carinho com que so produzidos, caracterizando-
se pela elegncia e sutileza. Bons exemplos so o Chaberts
Cuve Bacchus Ros 2005, da linha bsica, mas de excelen-
te qualidade. Aromtico, exuberante e esbanjando frescor,
tem corpo leve e tima persistncia. Ideal para os dias quen-
tes do vero brasileiro. Seu irmo mais velho, o Chteau
Chaberts Cuve Prestige Ros 2005, brilha pelos aromas
e sabores de framboesa, pela neza, pela intensa acidez e
pelo destacado equilbrio. Um ros do primeiro time, sem
dvida. Nos tintos, a grande estrela o Chteau Chaberts
Cuve Chaberts 2004 - o topo de gama, um timo vinho,
em todos os sentidos. Os aromas so instigantes, de cerejas
negras, chocolate e no tostado e na boca mostra sua alta
qualidade, com acidez e lcool perfeitamente equilibrados,
taninos nssimos, tima concentrao, longa persistncia e
retro-olfato muito agradvel. Campeonssimo.
Outros produtores e seus vinhos tambm merecem cita-
o. Entre eles, o Chteau Deffends (Cuve St Lucienne Ros
2005), o Chteau Real dOr ( Real DOr Ros 2005 e Real
dOr Blanc 2005), o Chteau de Pourcieux (Pourcieux Ros
2005) e o Domaines de Provence (Abbaye de Saint-Hilaire La
Cuve du Prieur 2002- um tinto 100% Cabernet Sauvignon).
Para fechar, uma super-dica sobre um grande vinho,
degustado no jantar em St-Tropez, um impecvel tinto que
tem a assinatura de Michel Rolland. Sim, ele tambm est
na Provence, mais precisamente no Domaine La BastideBlanche et La Croix, onde, diga-se de passagem, est fa-
zendo um timo trabalho. O vinho em questo o Domai-
ne de La Bastide Blanche 2004 Vieille Vignes du Cap Lar-
dier, um corte de Syrah de vinhas velhas (80%) e Grenache
Noir, com passagem por 12 meses em barricas de carvalho
francs. Encorpado, elegante e de grande personalidade,
exibe aromas de frutas negras em compota, bem emoldu-
radas por notas de chocolate e carvalho tostado. Equilibra-
do e muito persistente, tem sabores deliciosos e retro-olfato
agradvel. Absolutamente inesquecvel.A r t h u r A z e v e d o v i s i to u A P r o v e n c e A c o n v i t e d o
c o m i t i n t e r P r o f e s s i o ne l d e s v i n s d e P r o v e n c e e
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A r t h u r A z e v e d o e d i t o r d e W i n e s t y l e e
P r e s i d e n t e d A A B s - s P .
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