UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA
CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE EDUCAO
CURSO DE PEDAGOGIA
ROMANA RONIGRECI DIAS DA SILVA
A ORIENTAO EDUCACIONAL EM FACE ORIENTAO
PROFISSIONAL: UMA EXPERINCIA NO ENSINO MDIO NUMA
ESCOLA PBLICA DE CAMPINA GRANDE
CAMPINA GRANDE-PB 2011
ROMANA RONIGRECI DIAS DA SILVA
A ORIENTAO EDUCACIONAL EM FACE ORIENTAO
PROFISSIONAL: UMA EXPERINCIA NO ENSINO MDIO NUMA
ESCOLA PBLICA DE CAMPINA GRANDE
Trabalho de Concluso de Curso apresentado no curso de Pedagogia da Universidade Estadual da Paraba-Departamento de Educao, para obteno do titulo de graduado.
Orientadora: Ma. Antnia de Arajo Farias
CAMPINA GRANDE-PB 2011
FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UEPB
S586o Silva, Romana Ronigreci Dias da. A Orientao Educacional em face Orientao Profissional [manuscrito]: uma experincia no ensino mdio numa escola pblica de Campina Grande. / Romana Ronigreci Dias da Silva . 2011.
68f.
Digitado. Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em
Pedagogia) Universidade Estadual da Paraba, Centro de Educao, 2011.
Orientao: Profa. Ma. Antnia de Arajo Farias, Departamento de Educao.
1. Orientao educacional. 2. Cotidiano escolar. 3. Estagio. I. Ttulo.
21. CDD 344.810 7
AGRADECIMENTOS
Agradeo a Universidade Estadual da Paraba por ter me aberto as portas
para o ingresso no Ensino Superior, em especial ao departamento de educao e a
coordenao do curso de Pedagogia.
A todos os professores do curso de Pedagogia, pela pacincia, dedicao e
ensinamentos disponibilizados nas aulas. Em especial a minha Orientadora Antnia
de Arajo Farias, pelo ensinamento e dedicao dispensados no auxilio e na
concretizao desse Trabalho de Concluso de Curso (TCC).
Agradeo tambm as escolas que me abriram as portas para realizao das
prticas pedaggicas I, II, III e IV.
Aos meus avs maternos (in memoriam), por ter sido minha estrutura familiar
por muitos anos, me incentivando sempre a lutar pelos meus objetivos.
A minha me Maria e a minha irm Rosenilda, por serem to dedicadas e
amigas, por me apoiarem e acreditarem na minha capacidade, meu agradecimento
pelas horas em que ficaram ao meu lado no me deixando desistir e me mostrando
que sou capaz de chegar onde desejo.
Aos meus irmos pelo carinho e ateno que sempre tiveram comigo, me
dando apoio, tanto emocional quanto financeiro.
As amigas que fiz durante o curso, pela verdadeira amizade que construmos
em particular aqueles que estavam sempre ao meu lado (Ivanice, Karla, Cladia,
Natali, Juliana) por todos os momentos que passamos durante os quatro anos de
curso. Sem vocs essa trajetria no seria to prazerosa.
Por fim, gostaria de agradecer aos meus amigos e amigas pelo carinho e pela
compreenso nos momentos em que a dedicao aos estudos foi exclusiva, a todos
que contriburam direta ou indiretamente para que esse trabalho fosse realizado meu
eterno AGRADECIMENTO.
O tempo da escola se insere no tempo do tempo da vida. No podemos separ-los, mas podemos perceber os seus significados de forma diferente. Mas o sujeito da histria ser sempre o mesmo. Ajudar a compreend-lo tarefa da escola.
Mrian Paura S. Zippin Grinspun.
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a descrio das atividades de estgio em Orientao Educacional na Escola Estadual Dr. Elpdio de Almeida realizada no perodo de 2010 a 2011. As atividades de estagio foram organizadas em duas etapas: inicialmente observamos o cotidiano escolar e coletamos dados referentes caracterizao da escola, seus recursos materiais e humanos. Neste momento buscamos conhecer a escola em seus aspectos fsicos, administrativos e pedaggicos, visando conhecer suas condies em geral, seus projetos pedaggicos, e especificamente o trabalho da Orientao Educacional. Para conhecermos melhor o pblico discente que iramos trabalhar, aplicamos um questionrio nas turmas de primeiro, segundo e terceiro ano do turno manh do Ensino Mdio. A partir dos resultados obtidos na anlise dos questionrios elaboramos um plano de interveno em Orientao Educacional junto aos alunos, que foi direcionado para as turmas de 3 ano do turno manh. Nossa prtica esteve embasada no referencial terico que norteou o histrico de surgimento da Orientao Educacional nos Estados Unidos e no Brasil e o respaldo legal que autorizou o funcionamento da OE no Brasil.
Palavras chave: Estgio - Orientao Educacional - cotidiano escolar.
Abstract
This work of Course Completion aimed to present a description of the internship activities in Educational Guidance in State School Dr. Elpidio de Almeida held in the period 2010 to 2011. The stage activities were organized in two steps: first look at the school routine and collect data on the characterization of the school, its material and human resources. At this moment we know the school in terms of physical, administrative and teaching in order to assess their condition in general, their pedagogical projects, and specifically the work of the Educational Guidance. To learn more about the audience that students would work, we applied a questionnaire in groups of first, second and third year of high school morning shift. From the results obtained from analysis of questionnaires drawn up a contingency plan in Educational Guidance to the students, which was diverted to the third grade classes from the morning shift. Our practice was grounded in the theoretical framework that guided the historical emergence of Educational Guidance in the United States and Brazil.
Keywords: Training - Educational Guidance - school life.
SUMRIO
INTRODUO ....................................................................................................... 7
1. ORIGENS HISTORICAS DA ORIENTAO EDUCACIONAL: ESTADOS UNIDOS E NO BRASIL .................................................................................... 9
1.1O SURGIMENTO DA ORIENTAO EDUCACIONAL NOS ESTADOS UNIDOS NO INCIO DO SCULO XX .............................................................. 9
1.2A ORIENTAO EDUCACIONAL NO BRASIL .............................................. 12
1.2.1 PERCURSO HISTRICO ............................................................................ 12
1.2.2 A ORIENTAO EDUCACIONAL NO MOMENTO ATUAL ......................... 16
2. A PRTICA EM ORIENTAO EDUCACIONAL NUMA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MDIO EM CAMPINA GRANDE-PB ......................................... 17
2.1BASE TEORICA DA AO PROFISSIONAL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL .............................................................................................. 18
2.2 LEVANTAMENTO DE DADOS GERAIS DA ESCOLA E DO SEU FUNCIONAMENTO ............................................................................................... 22
2.1.2 2.2.1.1 Histria da Escola .................................................................... 23
2.1.3 2.2.1.2 Estrutura Fsica da Escola ....................................................... 24
2.1.4 2.2.1.3 Caracterizao da Populao Escolar ..................................... 25
2.1.5 2.2.1.4 Aes Educativas Desenvolvidas Na Escola ........................... 26
2.1.6 2.2.1.5 Organizao Pedaggica da Escola ........................................ 28
2.1.7 2.2.1.6 Atuao do Servio de Orientao Educacional (SOE) na Escola .................................................................................................. 28
2.1.8 2.2.1.7 Perfil Social e Pedaggico dos alunos do turno manh ........... 29
2.1.9 2.2.1.8 Sondagem das necessidades de Orientao Educacional dos Alunos .................................................................................................. 33
2.1.10 2.2.2 .......................Elaborao de um Projeto de interveno: Projeto de Orientao/Informao Profissional ..................................................... 34
2.3DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INTERVEO ............................. 35
2.3.1 APRESENTAO DO PROJETO DE ORIENTAO/INTERVENO PROFISSIONAL AOS PROFESSORES................................................................ 35
2.3.2 REALIZAO DAS SESSES DE GRUPO ................................................ 36
2.1.11 2.3.2.1 Sesso de grupo I .................................................................... 37
2.1.12 2.3.2.3 Sesso de grupo III .................................................................. 38
2.1.13 2.3.2.4 Sesso de grupo IV ................................................................ 38
2.1.14 2.3.2.5 Sesso de grupo V ................................................................. 39
2.1.15 2.3.2.6 Sesso de grupo VI ................................................................ 39
CONSIDERAES FINAIS ................................................................................. 41
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................... 43
APENDICES ........................................................................................................ 45
APENDICE A: Questionrio de sondagem do perfil dos alunos ............................ 46
APENDICE B: Projeto de Orientao/Informao Profissional .............................. 48
APENDICE D: Questionrio de sondagem de perfil profissional ........................... 51
APENDICE E: A importncia da escolha profissional ............................................ 52
APENDICE F: Fatores que interferem na escolha profissional .............................. 53
ANEXOS .............................................................................................................. 54
ANEXO 1: Perfil dos cursos das Universidades pblicas da Paraba .................... 55
ANEXO 2: Teste de interesse profissional ............................................................. 62
7
INTRODUO
Na sociedade atual visvel a importncia que a escola exerce para o
desenvolvimento do educando no que diz respeito habilidades e competncias que
iro nortear o exerccio de sua cidadania. Entre os responsveis para que isso
acontea encontra-se o Orientador Educacional, responsvel pela insero social e
pedaggica do educando na sociedade e na escola respectivamente.
So varias as atribuies referidas ao Orientador Educacional. No Brasil o
primeiro documento legal a fazer meno o decreto 72.846/73, que regulamentou
a lei 5.564/68. Este documento alm de prev o exerccio da profisso tambm
caracteriza a atuao do orientador sob uma abordagem psicolgica. O que se
observa frequentemente na prtica, pelo menos foi isso que observamos na escola
campo de nosso estgio, que a atuao do Orientador Educacional segue
caminhos diferentes dos estabelecidos por lei. O que torna o trabalho do OE
indefinido e com descredito perante a comunidade escolar.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados de uma
prtica desenvolvida durante as atividades de estgio, na referida habilitao
oferecida na Universidade Estadual da Paraba, no curso de Pedagogia, realizado
durante o perodo de 2009 a 2010 na Escola Estadual de Ensino Mdio e
Profissionalizante Dr. Elpdio de Almeida, no municpio de Campina Grande-PB.
As atividades de estgio foram desenvolvidas em duas etapas e esteve sob a
orientao da professora Maria de Lourdes Nascimento Vieira, professora do
Departamento de Educao da Universidade Estadual da Paraba e Orientadora
Educacional. Inicialmente observamos o cotidiano escolar e coletamos dados
referentes caracterizao da escola, seus recursos materiais e humanos. Neste
momento buscamos conhecer a escola em seus aspectos fsicos, administrativos e
pedaggicos, visando conhecer suas condies em geral, seus projetos
pedaggicos, e especificamente o trabalho da Orientao Educacional.
Para conhecermos melhor o pblico discente que iramos trabalhar, aplicamos
um questionrio nas turmas de primeiro, segundo e terceiro ano do turno manh do
Ensino Mdio. A partir dos resultados obtidos na anlise dos questionrios
elaboramos um plano de interveno em Orientao Educacional junto aos alunos,
que foi direcionado para as turmas de 3 ano do turno manh e executado pelo
8
grupo formado por cinco estagirias, ficando cada uma responsvel pela execuo
do projeto em uma turma. O relato da prtica objeto deste trabalho se refere aos
alunos do 3 ano B.
O referencial terico que utilizamos para a realizao da prtica do estgio e
para as reflexes nesse trabalho, como um todo, est interligado com a prpria
histria da origem da Orientao Educacional nos Estados Unidos e no Brasil. Por
isso inicialmente apresentamos um pouco do contexto histrico da Orientao
Educacional nos Estados Unidos, e como surgiu legalmente no Brasil para em
seguida mostrarmos a situao que a Orientao Educacional se encontra no
contexto atual em nosso pas. Em seguida abordamos algumas teorias que
embasam o trabalho da Orientao Educacional e nos atemos quela que trata mais
especificamente da Orientao Profissional pelo fato de ter sido o tema que guiou
nossa prtica pedaggica em Orientao Educacional durante o estgio.
O trabalho est dividido da seguinte forma: na primeira parte abordamos as
Origens Histricas da orientao Educacional nos Estados unidos e no Brasil, no
qual enfatizamos o Surgimento da Orientao Educacional dos estados Unidos no
inicio do sculo XX para em seguida abordarmos a Orientao Educacional no Brasil
o seu percurso histrico e a OE no contexto atual.
Na segunda parte relatamos a prtica em Orientao Educacional numa
Escola Estadual de Ensino Mdio em Campina Grande, mostrando inicialmente a
base terica da ao profissional do orientador educacional e o Planejamento para
uma interveno, neste momento levantamos dados gerais e do funcionamento da
escola (historia da escola, estrutura fsica, caracterizao da populao, aes
educativas e administrativas desenvolvidas, atuao do OE, perfil social e
pedaggico dos alunos do turno manh e sondamos necessidades de OE para
elaborao de um projeto de interveno. Finalizamos o trabalho mostrando o
desenvolvimento das sesses de grupo realizadas nas turmas de 3 ano B.
9
1. ORIGENS HISTORICAS DA ORIENTAO EDUCACIONAL: ESTADOS UNIDOS E NO BRASIL
1.1 O SURGIMENTO DA ORIENTAO EDUCACIONAL NOS ESTADOS UNIDOS NO INCIO DO SCULO XX
A Orientao Educacional, como conhecemos hoje, teve suas origens na
primeira dcada do sculo XX nos Estados Unidos da Amrica. A Orientao
Educacional na esfera profissional surgiu em 1895, em So Francisco, e em 1909,
em Boston, com Frank Parsons. Ele foi responsvel por introduzir a orientao nas
escolas pblicas de Boston e por apresentar ao mundo a Orientao Educacional,
alm de organizar o Bureau of Vocatcnal Guindance e escrever o Choosing a
Vocation (NRICE 1983).
Parsons foi um educador e reformador americano cuja compreenso dos
problemas da propriedade pblica e dos assuntos municipais fez influente entre os
reformadores e administradores, nasceu em 14 de novembro de 1854, um estudante
brilhante, que entrou para a Universidade de Cornell com 15 anos de idade,
formando-se em engenharia civil. Depois de trabalhar com uma estrada de ferro que
foi falncia, ele ensinou na escola Southbridge, Massachusetts. Decidido de que
precisava de um diploma de Direito completou 3 anos de estudo.
Em 1892 ele assumiu uma cadeira na Universidade de Boston, que ocupou at
1905. Com o objetivo inicial de orientar os estudantes para uma adequada escolha
de trabalho. O contato direto com o educando foi revelando outras demandas e
ampliando seu campo de atuao para uma assistncia mais ampla e completa,
orientando para a vida pessoal e social.
O mtodo proposto por Parsons, para orientar os jovens na escolha vocacional,
contava com trs passos: conhecer o estudante, conhecer o mundo do trabalho e
ajustar o homem ao emprego. O Orientador devia conhecer os gostos e as
averses, as capacidades, as experincias e as limitaes dos jovens. Assim como
est familiarizado com o mundo das ocupaes, com os pr-requisitos para obter e
conservar empregos de diversos tipos. Devia tambm est habituado a fazer a
relao da tarefa com cada individuo (BECK, 1977).
Segundo Williamson e Hahn Apud Schmidt (1942. P. (12)
10
a orientao educacional fruto de numerosos movimentos sociais, educacionais e psicolgicos, entre os quais so de salientar a mensurao cientifica dos fatos pedaggicos iniciada com Wundt, Binet, Rice, Galton e outros, a individualizao da educao da massa em funo das diferenas individuais e por fim o movimento j iniciado por Rousseau e retomado com vigor pelo grande filosofo americano John Dewey, movimento este chamado motivao resultando na mxima firmada por Dewey O interesse deve preceder ou resultar do esforo.
Desta forma percebemos que a Orientao Educacional caminhou lado a lado
com as transformaes sociais ocorridas durante o perodo de surgimento nos
Estados Unidos . A atuao do Orientador Educacional seguiu um enfoque muito
amplo, cabendo-lhe acompanhar o aluno atravs de estudo detalhado da
personalidade, e fazendo aconselhamentos e encaminhamentos para outros
especialistas.
Outro fator que influiu bastante na expanso da OE nos estados Unidos foi o
estabelecimento em 1918, pela comisso organizadora do Ensino Secundrio, dos
sete princpios cardeais da Educao, tais como: a sade do aluno, a integrao
satisfatria na vida familiar, a cidadania, a vocao, o uso adequado das horas de
lazer e a formao do carter, alm da aquisio das tcnicas fundamentais
(SCHMIDT, 1942. P. 12). Diante disso tornou-se necessrio criar um rgo
especializado, que tomasse a si a responsabilidade pela orientao dos alunos nas
atividades sociais e pedaggicas. Mas para isso era necessrio que estes
profissionais tivessem um embasamento terico para afirmar sua prtica, foi
atendendo a esta demanda que os cursos universitrios dos Estados Unidos
incluram em seus programas seces especiais para a formao de orientadores,
uma vez que todos os graus de ensino do pas contavam com um rgo
especializado em Orientao.
Em 1940 com o crescimento das cincias e das relaes humanas a
Orientao Profissional passou a ser considerada como uma das habilitaes da
Orientao Educacional. O processo de escolha profissional tornou-se o principal
foco de trabalho dos Orientadores Educacionais, os quais aplicavam testes
oscilomtricos e psicomtricos com o objetivo de traar o perfil profissional dos
alunos.
Yerkes e Scott desenvolveram o primeiro sistema de classificao de pessoal, em grande escala, para o exerccio dos Estados Unidos. O sistema baseava-se em cartes de
11
classificao nos quais se registravam muitos dados. Este trabalho foi realizado essencialmente com base no modelo de Parsons [...] Um dos instrumentos bsicos para coleta dos dados era o teste de inteligncia. As formas usadas foram os testes Alfa e Beta [...] Posteriormente os livros sobre a escolha de uma ocupao tornaram-se mais comuns (BECK, 1977. P. 30).
Portanto a principal vertente da Orientao Educacional era a Orientao
Profissional, a qual no cabia apenas ajudar o aluno na escolha de uma profisso,
mas ajud-lo na descoberta das aptides necessrias para exerc-la com eficincia.
A Orientao Educacional se originou das prprias necessidades humanas e isto
est associado ao fato da educao ter deixado de ser uma exclusividade de poucos
se estendendo para todos.
A funo principal da Orientao Educacional, assim como da Educao
adaptar a criana ao meio social a que est inserido. Esta se dar inicialmente na
famlia e depois tambm atribuda escola e especificamente ao Orientador
Educacional. A obra educativa, seja qual for o prisma por que seja encarada,
forosamente uma ao que deve ir do maior para o menor, do mais adestrado para
o menos preparado (SCHMIDT, 1942. P. 19).
Na fase da adolescncia o aluno est vivenciando outra fase de sua vida, que
segundo Vermeylen (Apud Schmidt, 1942) se distingue em trs etapas principais
a fase de preparao, a fase de conflito e a fase de equilbrio psico-social por isso
requer do educador uma atuao apropriada para esta fase de sua vida. Da a
oportunidade da Orientao educacional conhecer e compreender os conflitos que
envolvem esta fase e procurar utilizar estratgias de trabalho apropriadas.
12
1.2 A ORIENTAO EDUCACIONAL NO BRASIL
1.2.1 PERCURSO HISTRICO
No Brasil o sistema escolar no ficou insensvel ao movimento da orientao
Educacional. A Orientao Educacional teve inicio no Brasil, assim como nos
Estados Unidos, no campo especifico da Orientao Profissional. Os trabalhos
tiveram incio em 1924, no Liceu de Artes e Ofcios de So Paulo, com o Prof.
Roberto Mange, engenheiro Suo, que foi contratado pelo governo brasileiro para
lecionar na Escola Politcnica de So Paulo.
A primeira tentativa de criao do Servio de Orientao Educacional deve-se ao
notvel educador Loureno Filho, que em 1931, diretor do departamento de
Educao do estado de So Paulo, criou o Servio de Orientao Profissional e
Educacional. Uma segunda tentativa de implantao foi liderada pelas educadoras
Aracy Muniz Freire e Maria Junqueira Schmidt que em 1934, implantaram o servio
de orientao na Escola do Comrcio Amaro Cavalcante na Prefeitura do Rio de
Janeiro (NRECI, 1983).
Mas ser apenas na dcada de 1940 que a expresso Orientao Educacional
aparecer pela primeira vez na legislao brasileira, no Decreto-lei n4.073 de 30 de
janeiro de 1942 (Lei orgnica do Ensino Industrial), seguido do n 4.424 de 9 de abril
de 1942 (Lei Orgnica do Ensino Secundrio) e depois o n 6.141 de 28 de
dezembro de 1943. A formulao mais precisa apareceu na lei Orgnica do Ensino
secundrio, quando diz:
Art. 80. Far-se-, nos estabelecimentos de ensino secundrio, Orientao Educacional. Art. 81. funo da Orientao Educacional, mediante a necessria observao, cooperar, no sentido de que cada aluno se encaminhe convenientemente nos estilos e na escolha de sua profisso, ministrando-lhe esclarecimentos e conselhos, sempre em entendimento com sua famlia. Art. 82. Cabe ainda a Orientao Educacional cooperar com os professores no sentido da boa execuo, por parte dos alunos, dos trabalhos escolares, buscar imprimir segurana e atividade aos trabalhos complementares e velar para que o estudo, a recreao e o descanso dos alunos decorram em condies de maior convenincia pedaggica.
Em 1947, foi criado, no Rio de Janeiro, o Instituto de seleo e de Orientao
Profissional (ISOP), pertencente Fundao Getlio Vargas, cuja direo foi
entregue ao psiclogo Emilio Mira Y. Lopes. Esta instituio estava encarregada de
13
fazer estudos e padronizaes de testes, instrumentos de medida e preparao de
pessoal qualificado para orientao (NRECI, 1983).
O primeiro Manual de Trabalho dos orientadores Educacionais publicado em
1952 conceituava as vrias modalidades de orientao, as funes do orientador e o
regime tcnico-administrativo dos cargos de orientador educacional. Ele inspirava-se
em parte na educational guindace (concepo americana), e em parte, na psicologia
scolare (concepo francesa). No havendo uma concepo concreta de orientao
educacional de acordo com a realidade brasileira (Idem).
A Orientao Educacional no Brasil se expandiu a partir do momento em que
passou a tambm desenvolver servios de Orientao Profissional. Segundo Bock
(2002) os autores brasileiros que se propuseram a fazer a discusso em torno da
orientao profissional utilizaram a classificao elaborada por Crites, que agrupa as
teorias de orientao profissional em trs blocos: teorias no psicolgicas, teorias
psicolgicas e teorias gerais.
De acordo com as teorias no psicolgicas a escolha profissional resultante de
elementos externos. Para as teorias psicolgicas so os determinantes internos do
individuo que explicariam seus movimentos de escolha, isto , o individuo teria papel
ativo enquanto que as condies scio-econmica-culturais teriam uma funo
secundria. J nas teorias gerais a escolha profissional determinada ora por
aspectos psicolgicos, ora por aspectos socioeconmicos (BOCK, 2002).
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) n 4.024/61 alm de reafirmar a necessidade
da orientao Educacional estabeleceu normas para formao do Orientador
educacional. No ttulo VIII, a legislao da educao brasileira sugere que a
formao do Orientador Educacional seja oferecida de acordo com as necessidades
do grau de ensino onde v atuar (Art.62). Sugere tambm que essa formao seja
oferecida como um curso especial pela Faculdade de Filosofia (Art.63) quando se
tratar de orientao para o nvel mdio. Portanto, mesmo com leis que a antecedem,
ser apenas nesta legislao que se dar uma nfase maior a formao deste
profissional
Em 1968 o ensino superior passa por reformulao com a Lei n 5.564/68.
Essa lei faz meno a Orientao Educacional, definindo com mais clareza a funo
que deve ser desempenhada pelo orientador, porm no traz nenhuma modificao
quanto formao.
14
Art. 1 A orientao educacional se destina a assistir ao educando, individualmente ou em grupo, no mbito das escolas e sistemas escolares de nvel mdio e primrio visando ao desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influncia em sua formao e preparando-o para o exerccio das opes bsicas.Art. 2 A orientao educacional ser atribuio exclusiva dos profissionais de que trata a presente Lei.
A Lei n 4.024/61 instituiu nas escolas de Ensino Mdio e Ensino Primrio a
Orientao tendo uma ao educativa voltada para a Orientao Educacional e
Vocacional em cooperao com a famlia, j a legislao posterior (Lei 5.564/68)
prev o exerccio da profisso do Orientador em que foi confirmada a linha
psicolgizante e a funo de preveno.
Na dcada de 1970 sob a vigncia do Regime Militar nortear a ao do
Congresso Nacional a apreciao do projeto de Lei n 5.692/71 de Reforma do
Ensino de 1 e 2 graus. Com sua promulgao reforou-se ainda mais a importncia
do Orientador na escola, pois foi instituda a obrigatoriedade da Orientao
Educacional nos Estabelecimento de 1 e 2 Graus.
Em 1973 com a promulgao do Decreto Lei n 72.846 /73 que regulamentou
a profisso do orientador educacional foi reforado ainda mais a presena deste
profissional nas escolas. Segundo este Decreto so atribuies do Orientador
Educacional (art.8): planejar e coordenar o funcionamento do servio de Orientao
Educacional em nvel de escola e comunidade, dos rgos do Servio Pblico
Federal, Estadual e Autrquico; coordenar a orientao vocacional, a informao
educacional e profissional, o processo de sondagem de interesses aptides e
habilidades do educando; sistematizar o processo de intercambio das informaes
necessrias ao conhecimento global do educando; fazer o acompanhamento dos
alunos e encaminhar para especialistas.
Tambm so atribuies do Orientador Educacional participar do processo de
identificao das caractersticas bsicas da comunidade, do processo de
identificao da clientela escolar, elaborao do currculo pleno da escola, do
processo de recuperao e avaliao dos alunos, do processo de integrao escola-
famlia-comunidade.
O Decreto Lei n 72.846/73 foi uma grande marco par a profisso do
Orientador Educacional, pois alm de mencionar sobre a formao do Orientador
15
Educacional, tambm estabeleceu algumas atribuies para este especialista. Para
reforar ainda mais as atribuies expressas em lei, o Ministrio da educao e
Cultura, por meio do Departamento do Ensino Mdio fez algumas publicaes que
seriam utilizadas para orientar o trabalho do Orientador Educacional.
Na dcada de 1980 com o fim do Regime Militar no campo educacional
tivemos muitos dissabores, a crise social abalada pela recesso econmica trouxe
serias consequncias para o pas. O modelo econmico comea a enfraquecer e
com o aumento da inflao seus reflexos so sentidos em todos os mbitos da
sociedade, principalmente na educao, que tem neste perodo altas taxas de
evaso e repetncia (Muribeca, 1999). Para tentar sanar esta crise educacional o
governo passa a oferecer os mais variados cursos para todos os envolvidos
diretamente com a educao (orientadores, supervisores, professores,
administradores) como tentativa de reverter o quadro.
A partir da dcada de 1980 percebe-se que h uma verdadeira unio por
parte dos Orientadores que por meio dos congressos vo em busca de seu
verdadeiro papel. Tentando desenvolver uma orientao voltada para o coletivo. A
prtica educacional passou a ser comprometida com a formao poltica e social do
aluno, e a Orientao Educacional voltou-se para reflexo de uma sociedade mais
justa e igualitria. O seu objetivo passou a ser a escola como um todo, buscando a
construo social, histrica, poltica de todos os envolvidos no mbito escolar. O
orientador passa a ser considerado um agente de transformao que contribuir
para o desenvolvimento do pensamento critico-reflexivo dos indivduos (Muribeca,
1999).
A dcada de 1990 foi de grandes conquistas para o nosso pas, pois a
populao pde exercer sua cidadania por meio do voto. Devido s mudanas
sentidas na sociedade durante este perodo a Orientao Educacional ser exercida
com base nessas transformaes. Porm estas mudanas no sero muito
positivas. A prpria legislao educacional deste perodo (LDB, Lei n 9394/96)
demonstra a pouca importncia dada a este profissional, quando menciona apenas
sobre a formao deste profissional que dever ser em nvel de ps-graduao
(Art.64). A nova LDB Mesmo com as necessidades de traar novas atribuies para
este profissional, no faz meno alguma, o que faz com que muitos ainda
desempenhem funes que eram atribudas na legislao de 1973.
16
1.2.2 A ORIENTAO EDUCACIONAL NO MOMENTO ATUAL
Atualmente devido s mudanas socioeconmicas e culturais ocorridas em
nossa sociedade so vrios os desafios a serem enfrentados pela escola, eles esto
ligados tanto democratizao da superao de questes de excluso, como
tambm da efetivao de um processo de ensino aprendizagem de qualidade para
todos. Diante desta realidade o campo de atuao da orientao se redimensionou
para uma abrangncia muito mais ampla, hoje envolvendo questes
epistemolgicas, filosficas, antropolgicas e sociais (GRINSPUN, 2008).
Porm observa-se que grande parte destes profissionais permanecem
estagnados. O que contribui para que se reforce uma imagem negativa da
Orientao Educacional, sendo taxado como uma especialidade incapaz de
contribuir para o desenvolvimento do projeto educacional da escola. O que refora a
imagem negativa da orientao educacional e ocasionado algumas problemticas:
no criao de vagas para Orientadores Educacionais no Sistema de Ensino
Municipal e Estadual, permanecia descontinua e trabalho assistemtico do
Orientador Educacional, solicitao do orientador nas escolas para realizao de
mltiplas tarefas que no dizem respeito ao trabalho do Orientador, comunidade
escolar que desconhecem o significado da Orientao Educacional e as
perspectivas de sua atuao (Lck: 1995).
Grinspun (2002) ao tratar da situao em que se encontra a Orientao
Educacional nos dias de hoje defende a posio de que a orientao possui papel
mediador junto aos demais educadores da escola, devendo buscar o resgate de
uma educao de qualidade. Da nfase ao individual de antes, passa-se, agora, a
reforar o aspecto coletivo, sem deixar de levar em conta que este formado por
pessoas com particularidades nicas, ou seja, maneiras de ser e viver diferentes.
Essas novas mudanas comeam a surgir no incio da dcada de 1990,
quando muitos acontecimentos permitem tal processo, passando a educao e a
orientao a andarem juntas. Mas para que a Orientao Educacional obtenha
sucesso preciso que exista interdisciplinaridade dentro da escola, em que o
trabalho de todos seja realizado em conjunto, conectado, no qual todos buscam os
melhores processos e resultados (ibid, 2002). A Orientao tem que servir para esse
novo tempo, em que O principal papel da Orientao ser ajudar o aluno na
17
formao de uma cidadania crtica, e a escola, na organizao e realizao de seu
projeto pedaggico. (GRINSPUN, 2002, p. 29). A Orientao faz parte da educao
e por esse motivo deve pensar, hoje, nas dimenses sociais, culturais, polticas e
econmicas na qual ela acontece. Por esse motivo, devem-se definir as tarefas de
um orientador engajado com as transformaes sociais, com a o momento histrico
em que est inserido.
2. A PRTICA EM ORIENTAO EDUCACIONAL NUMA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MDIO EM CAMPINA GRANDE-PB
18
2.1 BASE TEORICA DA AO PROFISSIONAL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
A Orientao Educacional formal desenvolveu-se no Inicio do sculo XX,
entretanto sua prtica to antiga quanto a historia da humanidade. Os
pressupostos que norteavam a Orientao na Amrica do Norte era a adeso
democrtica de sociedade, assim como a importncia dada as descries da
personalidade sadia, que inclua traos considerados desejveis em uma
democracia: produtividade, sade, autodomnio, esprito de cooperao, eficincia
social e tica. Desta forma o trabalho de orientao foi considerado como um passo
importante para aliviar os conflitos interpessoais, intergrupais e interculturais. A
orientao na sociedade moderna pode ser considerada uma tentativa do homem
para descobrir as verdades preexistentes a cerca de si mesmo, do seu mundo e do
mundo dos valores para ajudar os outros a atingir determinados objetivos que no
conseguiram obter sozinhos (BECK, 1977).
Por isso ao Orientador Educacional cabe o papel de reconhecimento da
realidade do educando como ser portador de algumas dificuldades que precisam ser
superadas. Visando no apenas resultados positivos nos estudos como tambm a
adequada integrao do educando na escola, na famlia, na sociedade e no trabalho
(NRECI, 1983). A insero da Orientao Educacional no sistema escolar
proporcionou um atendimento da realidade social, psicolgica e vocacional do
educando, ou seja, a Orientao Educacional possibilitou a integrao entre
educando e as instituies na qual est inserido.
Portanto ao Orientador Educacional cabe o papel de manter o bom
funcionamento do SOE atravs da coordenao e unicidade dos trabalhos na
escola, socializar com a comunidade escolar os dados levantados, elaborar planos
de trabalho e acompanh-los de perto, atender todos os aspectos da escola com
intuito de propor solues para as falhas identificadas. Segundo Saltiel (Apud
Nreci, 1983. P. 95) O Orientador um educador tendo a responsabilidade de
estar preparado tecnicamente para conhecer e estudar o seu objeto de trabalho,
conhecer os fatores que influem no comportamento do educando.
19
Segundo Lck (1991) existem alguns princpios que devem guiar o trabalho do
Orientador Educacional, tais como: a Orientao educacional deve ser um processo
dinmico, continuo cooperativo, sistemtico e integrado com o currculo da escola; a
Orientao Educacional cabe o papel de v o aluno com um ser global que deve
desenvolver-se em todos os seus aspectos fsicos, mental, emocional, social,
poltico, educacional e vocacional; a Orientao educacional deve oferecer um
servio de assistncia direta e indireta independente de etnia, classe social ou
qualquer outro tipo de discriminao social; obrigatrio que a Orientao
Educacional promova situaes e condies que favoream o desenvolvimento do
educando e a preveno de possveis dificuldades.
J para Super (Apud CRESTANI, 2000. P. 52).
[] o papel do orientador consiste em auxiliar o indivduo no s a desenvolver uma imagem verdadeira de si mesmo e do mundo do trabalho, mas em auxili-lo, tambm, a verificar essa imagem em contato com a realidade e atualiz-la de modo satisfatrio. Ajuda-o, em particular, a compreender para onde vai, isto , as etapas pelas quais deve passar os fatores capazes de influenciar suas decises quanto carreira, a natureza das tarefas de que deve desincumbir-se para conseguir uma adaptao vocacional satisfatria, a maneira de cumprir essas tarefas e as condies que facilitem ou dificultam o seu cumprimento.
So varias as atribuies para o Orientador Educacional, porm devido ao
contexto de surgimento da profisso no mundo, os trabalhos foram mais
direcionados para Orientao Profissional. Inclusive as principais teorias de
orientao estavam voltadas para a Orientao Profissional. preciso esclarecer
que alguns autores denominam este ramo da Orientao como Orientao
Profissional, enquanto que outros denominam de Orientao Vocacional, porm os
dois termos tm o mesmo significado, ou seja, a Orientao Profissional ou
Vocacional uma tentativa de estabelecimento de sntese entre as aspiraes do
educando, suas potencialidades e suas oportunidades (SCHMIDT Apud NRECI,
1983).
So vrios os fatores que direcionam o individuo a fazer uma escolha
profissional, eles vo desde fatores econmicos, sociais at psicolgicos. Desta
forma surgiram algumas teorias que se espelharam nestes fatores para explicar e
justificar as razes pelas quais so determinadas a escolha profissional, tais como:
Teorias no psicolgicas, Teorias psicolgicas e Teorias gerais.
20
As teorias no psicolgicas entendem que a escolha profissional ocorre
devido elementos externos ao individuo, neste grupo enquadra-se a Teoria do
Acidente, Teoria Econmica, Teoria Cultural e Sociolgica. So teorias que
descrevem o processo de insero das pessoas no trabalho, mas no acreditam que
o individuo tenha nenhum papel ativo quanto escolha profissional (BOCK, 2002).
Segundo Pimenta (Apud BOCK, 2002) as Teorias no psicolgicas direcionam para
um sociologismo ou economicismo na orientao profissional, uma vez que
tenderiam a opor o fenmeno da escolha ao esquema cientifico da Economia e da
Sociologia, no dando chances do individuo que decide de lidar com estes
esquemas.
As Teorias psicolgicas foram as que tiveram melhores repercusses no
Brasil, quase todas as prticas desenvolvidas em nosso pas se baseiam em seus
pressupostos. Ela analisa os determinantes internos do individuo como justificativa
para escolha profissional, ou seja, o individuo teria papel ativo ou primrio e as
condies socioeconmicas e culturais teriam funo secundria.
Segundo Crites (Idem) h pelo menos quatro explicaes de Teorias
psicolgicas: a de trao e fator, a psicodinmica e a desenvolvimentistas e as teorias
de deciso. A teoria trao e fator foi a que deu inicio a orientao profissional, a
mesma baseia-se na psicologia diferencial, supondo que cada indivduo tem suas
caractersticas prprias quanto a aptides, interesses, caractersticas fsicas e traos
de personalidade (NRECI, 1983). Pauta sua ao e fundamenta sua prtica nos
testes vocacionais. Segundo Bock (2002. P. 29)
A concepo de escolha aproxima-se do modelo mdico, que radiografia o sujeito, analisa os dados coletados e os sintomas, realiza um diagnstico e por fim, prope um prognstico. Na realidade, o interessado no decide, mas aceita ou no o conselho do profissional. Os instrumentos utilizados em geral mensuram as aptides, inventariam ou testam os interesses e descrevem a personalidade do individuo.
A Teoria psicodinmica explica como as pessoas constituem sua
personalidade e consecutivamente como se aproximam das profisses.
Fundamentam-se na psicanlise, principalmente no desenvolvimento afetivo sexual
para entender o desenvolvimento das aptides, interesses e caractersticas da
personalidade (BOCK, 2002). Desta forma a escolha profissional seria resultante da
mera curiosidade pessoal do individuo de conhecer mais sobre algo para satisfazer
21
suas necessidades. Assim, o ginecologista procuraria, de forma sublimada e
socialmente aceita, satisfazer seus impulsos de curiosidade sexual (NRECI, 1983.
P. 132). Outras vertentes surgiram posteriormente: a de Roe que defende a idia de
que o individuo escolhe uma profisso visando satisfao de necessidades
fisiolgicas, segurana, aceitao e amor, autoestima, independncia, informao,
compreenso. J Holland acredita que quando um indivduo opta por uma
determinada atividade profissional faz para atender o seu tipo de personalidade
motora, intelectual, adaptativa, persuasiva, esttica. No Brasil esta teoria no
alcanou grande xito (BOCK, 2002).
A Teoria desenvolvimentista surgiu a partir de 1950, como contestao da
abordagem trao e fator, criticando a idia do momento de escolha. O fato do
individuo possuir um ciclo de vida influencia na escolha profissional, ou seja, os
indivduos desenvolvem-se vocacionalmente, e este processo dura a vida toda. Para
Ginzberg (Apud BOCK, 2002) o introdutor desta viso o desenvolvimento vocacional
divide-se em trs estgios: escolha fantasia (fase que vai da infncia at os 11
anos), tentativas de escolha (dos 12 aos 17 anos) e por fim o realista estagio que
apresenta as fases sucessivas de explorao, cristalizao e especificao. Super
foi o mais representativo e influente autor dessa teoria. Ele acreditava que par o
exerccio de uma profisso necessrio que o indivduo possua caractersticas
compatveis com a profisso. Para ele o desenvolvimento vocacional acontece
devido a estgios denominados de crescimento, explorao, estabelecimento,
manuteno e declnio (BOCK, 2002).
As Teorias decisionais direcionam seus pressupostos para a administrao de
empresas e da economia visando racionalidade das escolhas. A escolha
resultante da analise minuciosa dos elementos que intervm no processo. Este
modelo prope que o orientador deve ajudar o individuo a analisar os dados capazes
de constiturem bases adequadas para o estabelecimento das decises, a coligir
informaes que possam direcionar alternativas, e a determinar empiricamente a
utilidade de cada escolha. De acordo com Pelletier Apud Bock (2002) esta viso no
formula exatamente uma teoria de escolha profissional.
As Teorias gerais explicam a escolha profissional como resultante ora por
fatores psicolgicos, ora por fatores socioeconmicos. No entanto no formulam
novas teorias, apenas justapem as anteriores. Blau, principal representante desta
22
linha, elabora um esquema conceitual com fundamentos da psicologia, da economia
e da sociologia.
A escolha profissional um processo de desenvolvimento que se estende por muitos anos, [] no h uma carreira nica em que os jovens se decidam por uma dentre todas as carreiras possveis, mas h muitas encruzilhadas em que suas vidas do passos decisivos que vo tornando limitado o rol de futuras alternativas e que, conseqentemente, influem sobre a escolha final de uma ocupao (Blau et al Apud Bock, 2002. P. 38).
Analisar todas estas teorias importante, mas o fundamental de tudo
entender que a determinao quanto ao exerccio profissional exige certa
maturidade por parte de quem escolhe, requer tambm discernimento da realidade,
como tambm reconhecimento de suas prprias possibilidades pessoais, de suas
prprias preferncias, considerao da realidade de formao profissional e das
oportunidades de exercer com eficincia a profisso escolhida.
2.2 LEVANTAMENTO DE DADOS GERAIS DA ESCOLA E DO SEU FUNCIONAMENTO
O trabalho do orientador Educacional se constitui numa atividade bastante
ampla, pois seu campo de atuao perpassa os limites de sua formao. Para que
seu trabalho no se torne um mero tapa buracos preciso que o mesmo tenha em
mente de que planejar a melhor forma de organizao do trabalho. Para tanto seu
plano deve pauta-se em algumas diretrizes: a promoo do bem-estar do educando,
do seu desenvolvimento e de sua auto direo; levar em considerao a realidade
socioeconmica e cultural do educando; o seu planejamento deve ser feito de forma
que englobe todos os seguimentos da comunidade escolar; assim como todos
tambm devem participao desta fase de planejamento (LCK, 1991).
O plano anual de ao em orientao educacional caracteriza-se por apresentar
metas e aes a serem desenvolvidas durante o ano. Em linhas gerais ele
corresponde ao posicionamento, s diretrizes, a identificao, as proposies do
orientador educacional para a escola durante o ano em curso. Sendo que ele
apresenta algumas especificaes que o tornam dinmico e acessvel, como por
exemplo: sua flexibilidade e sua viabilidade.
Um plano anual dever ter uma serie de componentes, sendo que o
descompromisso com estes componentes poder travar o desenvolver dos outros.
23
Inicialmente deve ser feita uma descrio da realidade educacional, a mesma
envolve caracterizao geral do corpo discente (sexo faixa etria); caracterizao
scio-econmica-cultural; caracterizao das necessidades; levantamento dos
recursos humanos, fsicos e matrias da escola; levantamento do clima educacional,
ou seja, identificao de normas, atitudes, entre outros na promoo do
desenvolvimento integral do educando (LCK, 1991).
2.2.1.1 Histria da Escola
A Escola Estadual Dr. Elpdio de Almeida est localizada na Rua Duque de
Caxias n 235, no bairro da Prata, Municpio de Campina Grande. Ela tem um
histrico de surgimento bem relacionado com o contexto da cidade em que est
localizada.
No final da dcada de 1940, a cidade de Campina Grande contava com
apenas trs estabelecimentos de ensino secundrio, considerados de grande porte a
poca (Ginsio Alfredo Dantas, Pio I e Imaculada Conceio). Como a cada dia
crescia o nmero de jovens oriundos dos diversos cursos primrios, que se
proliferavam pela cidade e partiam em busca de um educandrio para que
pudessem dar prosseguimento aos seus estudos, e como tais estabelecimentos de
ensino gratuitos no atendiam a demanda, criou-se em Campina Grande um
24
movimentou de cunho cultural com o objetivo de sensibilizar o Governo do Estado,
no sentido de que ele construsse um educandrio de grande porte que atendesse
as necessidades da poca.
O ento Governador Dr. Oswaldo Trigueiro ouvindo a suplica dos
campinenses comprometeu-se na construo do estabelecimento de ensino. Porm
um impasse surgiu, onde se construiria uma obra de tal porte? O que foi solucionado
de pronto pelo Sr. Raimundo Viana, que doou o terreno onde hoje est edificado o
Estadual da Prata. De imediato o Governo do Estado deu incio s obras, que em
virtude do tamanho fsico da construo, no foi possvel conclu-la dentro do
cronograma pr-estabelecido, s sendo inaugurados vrios anos depois. Em 31 de
janeiro de 1953 no governo do Dr. Jos Amrico de Almeida foi inaugurado o que
viria a ser o maior estabelecimento de ensino do Estado da Paraba (Azevedo
Filho)1.
Com o Decreto N 456 DE 18 de julho de 1952 lhe foi autorizado o
funcionamento, porm foi apenas com a Resoluo N 145 de 1997 do Conselho
Estadual de Educao que a referida escola foi reconhecida oficialmente.
2.2.1.2 Estrutura Fsica da Escola
A Escola Estadual Elpdio de Almeida uma unidade de ensino que j nasceu
grande. Localizada numa rua que pode ser considerada nobre e que na sua
circunvizinhana oferece os mais variados servios na rea clinica e diagnstica. H
tambm prximo a escola um mercado livre (feirinha da Prata), em que so vendidos
os mais diversos produtos. Nas proximidades tambm existe Instituies de
Educao Infantil, Ensino Fundamental, como tambm de Ensino Superior,
ofertadas tanto por instncias pblicas como privadas.
1 O Professor Fernando Mrio Edson Ferreira de Azevedo Filho, tambm conhecido por Bad, nasceu em 1950 na cidade de Santana do Ipanema, Alagoas, e descendente dos Fundadores da Cidade. filho de Jos Francisco de Azevedo Filho (j falecido), Ex-combatente na 2 Guerra Mundial, e da Professora Wanda Elizabeth, que foi uma das fundadoras do Colgio Estadual da Prata. Formado em Educao Fsica, lecionou mais de 36 anos no Estado, destes, 25 na Prata, onde tambm estudou na dcada de 60. Atualmente est aposentado, mas se dedica ao resgate histrico do "Giganto da Prata".
25
A escola possui duas entradas, com escadarias e rampas que do acesso ao
prdio principal. Logo na entrada do prdio principal existe uma sala para
administrao, tratando-se de um espao bem amplo, porm mal distribudo, o que
torna o espao apertado e desorganizado. Prximo a este ambiente encontra-se a
sala dos professores, onde a m distribuio do espao torna-o tambm pequeno.
Neste local os professores se renem sempre no intervalo (para tomar um
cafezinho). Neste ambiente existem duas mesas bem grandes, um banheiro
masculino e um feminino, e uma sala pequena que serve apenas de ambiente de
espera para pais que vo procura dos professores para resolver questes
pendentes.
Quanto s salas de aula, a escola possui 33 salas, sendo que nem todas se
encontram em bom estado de conservao, principalmente no andar trreo, onde
esto localizadas as turmas de 1 ano, em que se percebe que algumas apresentam
tetos e paredes danificadas. Possui uma biblioteca com um acervo bibliogrfico
razovel, porm o espao muito apertado, o que dificulta a circulao dos alunos.
Prximo biblioteca temos o laboratrio de informtica, que embora oferea aula de
informtica ainda deixa muito a desejar, pois a sala tem apenas 13 computadores,
porm apenas nove esto em perfeito estado de uso, fato que complica a situao,
pois no mundo em que estamos hoje, em que o uso do computador est presente
nos mais variados espaos, no saber utilizar esta maquina traz como consequncia
a excluso das mais variadas instancias sociais.
No 1 andar existe uma sala para a equipe pedaggica. Trata-se de um
espao bem amplo, ele ocupado pela superviso, orientao e assistncia social.
Prximo a esta sala encontra-se a secretaria, um espao muito pequeno e que para
piorar a situao ocupado por muitos funcionrios. A escola possui tambm seis
ambientes de laboratrios, uma sala de vdeo, um ginsio poliesportivo e um campo
de futebol que ocupam um bom espao da rea exterior total do terreno, porm o
estado de conservao no se encontra em boas condies, principalmente o
campo de futebol, que se encontra mal conservado.
2.2.1.3 Caracterizao da Populao Escolar
26
A escola ministra o Ensino Mdio e Educao Profissionalizante, sendo essa
modalidade de ensino fixada a partir de 1974. No Ensino Mdio a escola tinha no
ano de 2010 2.879 alunos matriculados, sendo que a maior parte deste total
encontra-se no turno da manh. Temos 1.070 no turno da manh, 659 no turno da
tarde e 520 no turno noturno2.
Foto: alunos da escola Dr. Elpido de Almeida
Ao longo de 26 anos de trabalho a escola formou 6.760 tcnicos. A
experincia profissionalizante da escola hoje, se constitui com a oferta de cursos
tcnicos de secretariado e gesto comercial.
O quadro de funcionrios da escola conta com uma gestora administrativa, a
professora Ftima Lucia C. Lacerda e os diretores adjuntos Dario Douglas da Silva e
Ana Rejane R. Nogueira. No que se refere ao seu corpo docente escola conta com
152 professores. A equipe de apoio conta com 96 funcionrios. J a equipe que d
suporte pedaggico formada por uma supervisora, dois Orientadores Educacionais
e uma assistente social.
2.2.1.4 Aes Educativas Desenvolvidas Na Escola
2 Dados obtidos por meio das fichas de matriculas dos alunos do ano letivo de 2010.
27
Os Conselhos Escolares so importantes meios de participao social e
instrumento de gesto da escola, ele permite a integrao e envolvimento de todos
os interessados por uma escola democrtica. Suas atribuies vo desde
elaborao, aprovao, acompanhamento e avaliao da proposta ou do Projeto
Poltico Pedaggico da escola. O Conselho da Escola Dr. Elpdio de Almeida
procura se reunir mensalmente, porm devido implantao do Projeto Ensino
Mdio Inovador3 isso no vem ocorrendo.
A escola tambm tem Conselho de classe sendo que a atuao deste muito
deficitria, pois serve apenas para salvar os alunos que no conseguem
aprovao. Fato que pode ser considerado lamentvel, pois os mesmos podem ser
importantes estratgias na busca de alternativas para a superao dos problemas
pedaggicos, comunitrios e administrativos da escola (VASCONCELOS, 2000. p.
77). Uma caracterstica que faz com que tenhamos a certeza de que o conselho de
classe no alcance o seu objetivo primordial o fato dele tentar se organizar e se
constituir apenas no final do ano letivo, perodo em que sabemos que a escola
encontrasse tumultuada pelo nmero expressivo de alunos em exames finais ou at
mesmo reprovados nestes exames.
J no que se refere s reunies de pais, a escola devido amplitude de seu
pblico de atendimento, procura realizar dois encontros para prestao de servios,
na ocasio participam todos os especialistas da escola (Orientadores Educacionais,
Supervisores Pedaggicos, psiclogo, e assistentes Sociais) e professores, que
fazem um planto pedaggico, isto , se renem por disciplina para atender aos
pais e prestam informaes sobre as condies de aprendizagem em que se
encontram os alunos.
A escola procura desenvolver aes educativas como palestras, amostras
culturais, jogos internos (realizados aos sbados para no atrapalhar o horrio das
aulas).
No perodo de observao do cotidiano escolar tive a oportunidade de
presenciar uma destas aes. Uma gincana denominada Aquecimento global, a
mesma foi bastante privilegiada, porm no contou com a efetiva participao de
3 Programa que pretende dar apoio tcnico e financeiro ao desenvolvimento de projetos que visem o aprimoramento de propostas curriculares para o Ensino Mdio, para que a escola tente disseminar a cultura de um currculo dinmico, flexvel e compatvel com as exigncias da sociedade contempornea.
28
toda a comunidade escolar, no conseguindo atingir todos os objetivos desejados de
um evento deste porte.
2.2.1.5 Organizao Pedaggica da Escola
O Projeto Poltico Pedaggico o melhor instrumento para que a escola
organize todo o seu trabalho pedaggico, como ressalta Veiga (1995. P. 12) Ao
construirmos os projetos de nossas escolas, planejamos o que temos inteno de
fazer, de realizar. Lanamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o
possvel.
A escola possui sua proposta pedaggica. Em que a equipe formada pelos
supervisores procura fazer as reformulaes e complementaes para que ele se
adque a realidade educacional da instituio e do pblico alvo do ano vigente.
A gesto Democrtica se constitui de muita importncia para a efetivao de
uma escola que esteja comprometida com a formao de cidados conscientes e
atuantes na realidade em que esto inseridos. justamente este tipo de gesto que
percebemos que existe na Escola Dr. Elpdio de Almeida.
No que se refere organizao dos planejamentos, a escola adota o
planejamento bimestral como forma de sistematizar as atividades e o contedo que
ser desenvolvido. Sendo que cada coordenador de rea se responsabiliza pela
organizao, junto com os demais, do planejamento das atividades a serem
desenvolvidas durante o bimestre pela disciplina.
2.2.1.6 Atuao do Servio de Orientao Educacional (SOE) na Escola
Diante do contexto social que estamos vivenciando o papel do Orientador
Educacional tambm requer mudanas. O orientador deve estar comprometido no
apenas com o Projeto Poltico Pedaggico da escola, mas tambm com o processo
de ensino-aprendizagem, e com a formao do sujeito enquanto cidado (Grinspun
2003). Porm isto ainda uma realidade muito distante. A prtica do Orientador
Educacional no Brasil ainda est muito pautada pelos moldes das dcadas
29
anteriores, em que era desenvolvido um trabalho individual ou em grupos e os
resultados no eram sentidos pela totalidade.
Durante os meses que observamos o trabalho da Orientadora Educacional
percebemos que a mesma ainda se sente perdida. uma faz tudo que ao mesmo
tempo no faz nada. O lamentvel que ela tem conscincia de que deve assumir
uma mudana de postura dentro de sua profisso, porm se sente vencida diante do
sistema e como falta pouco tempo para se afastar das suas atividades de
Orientao Educacional da Escola no se move para uma nova prtica
contextualizada com a realidade escolar atual.
Um trabalho que era para ser desenvolvido de forma articulada com os
demais seguimentos da comunidade escolar est sendo exercido de forma
fragmentada. A sua prtica ainda est permeada por aquele atendimento individual
de cunho mais psicolgico do que pedaggico. Desenvolvendo um trabalho de
secretaria, professora substituta, entre outros, a orientadora se sente til na escola.
Embora alguns alunos se mostrem indiferentes para a importncia da atuao deste
profissional visvel lacuna que a atuao descontextualizada que este
profissional deixa. Os alunos podem at no ter definido exatamente qual o papel
que deve ser exercido pelo Orientador Educacional, mas tem em mente a falta que
faz um verdadeiro trabalho de Orientao Educacional para o processo de ensino-
aprendizagem.
Com uma viso romntica e maternalista assim que a orientadora do turno
manh desenvolve suas atividades. Durante o tempo que acompanhamos sua
atuao a mesma estava dividida entre o trabalho de dar avisos de eventos que iam
ser desenvolvido na escola ou estava restrito ao trabalho de aconselhamento aos
alunos que eram encaminhados para o SOE.
2.2.1.7 Perfil Social e Pedaggico dos alunos do turno manh
Durante nosso trabalho de observao e coleta de dados tambm
adentramos para um melhor conhecimento do corpo discente da escola. Por meio da
aplicao de um questionrio4 obtemos informaes a cerca da vida familiar e
4 Consta em apndice
30
educacional dos mesmos, como tambm procuramos identificar a percepo
mantida a cerca da escola que estudam. Estes dados foram coletados por srie,
porm apresento aqui apenas a somatria do perfil geral dos alunos do turno
manh.
Uma primeira informao coletada ainda no momento de observao do
cotidiano escolar foi a faixa etria dos alunos. O publico atendido bastante jovem
mesmo existindo alguns alunos em idade avanada para sua srie a incidncia
bastante baixa se considerada aos demais. Na tabela a baixo estes dados so
melhor visualizados:
Grfico 1
Faixa etria 1 ano 13-20 anos 2 ano 14-27 anos 3 ano 16-23 anos
Fonte: fichas de matriculas dos alunos do turno manh do ano de 2009
A escola Dr. Elpdio de Almeida foi durante um bom tempo conhecida pela
sua fama em cursos de qualificao profissional, este fator ajudou para que alunos
de cidades circo-vizinhas procurassem este estabelecimento de ensino. Atualmente
esta realidade ainda permanece, porm baixa a procedncia. Visualize melhor
esta informao no grfico abaixo.
Quanto a composio das famlias, estas geralmente so compostas por mais
de 3 pessoas, e apesar das modificaes que vem ocorrendo na constituio desta
instituio detectamos que em sua maioria os alunos residem com os pais.
No que se refere a renda familiar: 2,63% responderam que a famlia sobrevive
com menos de um salrio mnimo, 51,31% de 1 a 2 salrios, 43,42% de 3 a 4
salrios e 1,97% no declararam. Estes dados demonstram que boas partes das
famlias dos alunos possuem um salrio razovel.
Diagnosticar o grau de escolaridade dos pais se constitui numa informao
bastante til. A escolaridade dos pais dos alunos bastante diversificada,
percebemos que entre os pais ela mais elevada que entre as mes, os dados
entre os pais indicam que: 3,2% no estudaram 23,4% estudou apenas as sries
iniciais do Ensino Fundamental, 15,6% estudou at a segunda fase do Ensino
31
Fundamental, 17,9% tem o Ensino Mdio Incompleto, 22,5% Ensino Mdio
Completo, 0,9% Ensino Superior Incompleto, 12,4% Ensino Superior Completo,
1,8% Possui Ps-graduao e 2,3% no declararam.
J entre as mes os dados so os seguintes: 2,3 % no estudaram 14,2%
estudou apenas as series iniciais do Ensino Fundamental, 15,1% estudou at a
segunda fase do Ensino Fundamental, 13,3% tem o Ensino Mdio Incompleto,
31,7% Ensino Mdio Completo, 2,8%Ensino Superior Incompleto, 7,8% Ensino
Superior Completo e 5% Possuem Ps-graduao e 7,8% no declararam.
Investigamos tambm sobre as profisses dos pais dos alunos e tivemos
uma diversidade de resposta, para uma melhor apreenso dos dados agrpamo-nos
por setor da economia. Os diagramas abaixo expressam melhor estes dados.
Grafico 4
Fonte: questionrio aplicado aos alunos do turno manh em 2009
Fonte: questionrio aplicado aos alunos do turno manh em 2009
!
"#$$
%
&
'
(
)
"*
!
+(%
(
32
Como a escola oferece apenas a modalidade de ensino Mdio interessante
saber a procedncia de ensino anterior a este nvel de ensino. Constatamos que
44,07% dos alunos estudaram apenas em escola publica, 55,26% estudaram tanto
na pblica como na particular e 0,65% dos alunos no declararam.
Portanto os dados mostram-nos que mais da metade dos alunos tambm
estudaram em escola particular, geralmente os motivo que levam estes alunos a
migrarem para a escola pblica est relacionada ao fator econmico, alunos que
muitas vezes recebem bolsas de estudo mais que devido a uma baixa no
desempenho escolar perdem o beneficio. Esse fator poder ser desencadeador de
repetncia e evaso, pois o fato de estarem acostumados com uma determinada
escola (amizades, metodologia, professores) faz com que os mesmos no se sintam
estimulados a se dedicar aos estudos na nova escola.
Foi nesta perspectiva que tentamos na questo seguinte sondar os motivos
que os levaram a escolher a escola em questo. Estes motivos esto relacionados
qualidade do ensino, a estrutura fsica da escola e a falta de condies financeiras
dos pais para pagar uma escola particular.
A 14 questo tentava justamente sondar a satisfao dos alunos com a
escola tanto nos aspectos fsicos como nos aspectos pedaggicos. No que se refere
aos aspectos fsicos 71,71% mostraram-se satisfeitos, 26,31% insatisfeitos e 1,97%
no declararam. Quanto ao aspecto pedaggico 55,92% mostraram-se satisfeitos,
42,76% insatisfeitos e 0,65% no declararam. Portanto, percebemos que o grau de
satisfao com os aspectos fsicos melhor do que com os aspectos pedaggicos.
A partir dos dados oferecidos na questo seguinte podemos perceber o quanto de
verdadeiro permeia esta situao. No diagrama abaixo expresso de forma clara o
desejo de mudana almejado pelos alunos.
33
Fonte: questionrio aplicado aos alunos do turno manh em 2009
Este perfil foi apresentado aos professores, para que a partir deste
diagnstico pudemos construir a idia de um trabalho de orientao educacional. O
momento foi bastante proveitoso, pois estavamos coletando dados na escola a cerca
de um uns dois meses mais ainda no tnhamos uma interao com o corpo docente
da escola. Este entrosamento foi bastante vivel para o desenvolvimento de nossas
prximas atividades, pois a partir do momento em que apresentamos o perfil dos
alunos aos professores e que adentramos na discusso de se desenvolver um
projeto de informao profissional, os mesmos se dispuseram a abrir espao de
suas atividades para ceder aulas para execuo do projeto.
2.2.1.8 Sondagem das necessidades de Orientao Educacional dos Alunos
O planejamento um processo mental de organizao do trabalho extremamente
necessria para o alcance qualitativo de resultados educacionais. atravs dele que
traamos um esquema geral do trabalho e de seu significado no contexto escolar,
ele tambm dimensiona, estrutura e ordena as aes que sero desencadeadas,
tornando clara e precisa as responsabilidades quanto ao desenvolvimento das
,$-
.%*/
(0
1
(
2#34
%5%*
34
aes, evita o desperdcio de tempo, economiza recursos e esforos e garante a
unidade ao trabalho como um todo. A partir do momento em que fomos aplicar os
questionrios para traarmos o perfil dos alunos pudemos nos familiarizar mais com
as necessidades da escola e do seu pblico discente. Quando nos apresentvamos
e dizamos qual era o trabalho do Orientador Educacional, os mesmos expunham
demandas que sentiam que fosse desenvolvida. Principalmente nas turmas de
3ano, que estavam na tenso devido o curto perodo de tempo que tinham para
escolha de um curso superior para prestarem o vestibular. Ao tomarem
conhecimento do verdadeiro trabalho do Orientador Educacional os alunos se
sentiram instigados a cobrar o desenvolvimento de trabalhos desta natureza.
Foi na apresentao do perfil dos alunos aos professores que pudemos
construir a idia de um trabalho de Orientao Educacional. O momento foi bastante
proveitoso, pois estvamos coletando dados na escola a cerca de um uns dois
meses mais ainda no tnhamos uma interao mais intensa com o corpo docente.
Este entrosamento foi bastante vivel para o desenvolvimento de nossas prximas
atividades, pois a partir do momento em que apresentamos o perfil dos alunos aos
professores e que adentramos na discusso de se desenvolver um projeto de
Orientao Profissional, os mesmos se dispuseram a abrir espao de suas
atividades para ceder aulas para execuo do projeto.
Portanto foi com base nesta realidade e com a idia que tnhamos a cerca do
planejamento que nos dispusemos a planejar um projeto de Orientao Profissional
que seria desenvolvido pelo grupo de estgios nas turmas de 3 ano manh. Para
tanto voltamos para o espao fsico da Universidade para planejarmos as atividades,
os procedimentos metodolgicos, os recursos humanos e matrias que iramos
utilizar acordo com o cronograma de tempo que tnhamos dentro do tempo
estipulado.
2.2.2 Elaborao de um Projeto de interveno: Projeto de Orientao/Informao Profissional
Depois de feito este levantamento e descrio da realidade, deve-se fazer uma
analise com o objetivo de estabelecer prioridades com o intuito de identificar
necessidades urgentes de serem superadas. Para em seguida estabelecer
35
prioridades e alternativas de ao que possibilitem a proposta de objetivos e de ao
validos. O plano anual de ao muito importante, porm necessrio que ele seja
detalhado em nveis de mais especificaes, isso ser feito sob a forma de projetos.
A aplicao de projetos de pesquisa visa resolver problemas reais, imediatos do
contexto educacional. Ela envolve a testagem de hipteses plausveis para a
soluo dos problemas, utilizando um sistema estruturado e organizado de
observao, registro e analise dos acontecimentos, e envolvendo uma cuidadosa
ateno com instrumentos e procedimentos (LCK, 1991. P. 81).
A pesquisa em ao deve ser planejada e implantada no apenas com o intuito
de facilitar e promover resultados, mas tambm com vistas a obter evidencias
objetivas e precisas dos resultados obtidos. Para tanto necessrio aplicao de
mtodos cientficos em relao ao planejamento, a execuo e a avaliao da ao,
de forma que possa testar as hipteses orientadoras (LCK, 1991). Assim como no
plano o projeto de pesquisa tambm deve conter alguns componentes: descrio e
analise do problema, hiptese de soluo do problema, objetivos do projetivos que
se pretende alcanar coma execuo do projeto, estratgias e atividades que sero
desenvolvidas, cronograma de execuo e avaliao do projeto de pesquisa5.
2.3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE INTERVEO
2.3.1 APRESENTAO DO PROJETO DE ORIENTAO/INTERVENO PROFISSIONAL AOS PROFESSORES
O projeto de Orientao e Informao profissional foi uma iniciativa do grupo
de estgio em orientao Educacional formada pelas alunas do curso de pedagogia
na habilitao em Orientao educacional 2010.1. O mesmo foi desenvolvido pelas
5 integrantes do grupo, sendo que cada uma ficou responsvel pela execuo das
sees de grupo em uma turma de 3ano.
5 O projeto na integra encontra-se em apndice
36
Antes de iniciarmos a execuo do projeto propriamente dito o apresentamos
tanto aos professores quanto aos alunos. Por meio de um Folder contendo todas as
fases do projeto demonstramos rapidamente o que iramos trabalhar durante o
perodo de tempo estabelecido no cronograma.
A apresentao aos professores ocorreu na sala dos professores e contou
com a participao da sua maioria. Esse momento foi importante porque a partir de
ento j entregamos um cronograma mostrando quantas aulas seriam necessrias
para execuo do projeto e contamos com a colaborao dos mesmos para
cederem uma aula por semana para que a execuo das atividades fosse possvel.
A credibilidade depositada no nosso trabalho foi tamanha que no houve rejeio
por parte de nenhum.
2.3.2 REALIZAO DAS SESSES DE GRUPO
O planejamento das sees foi feito de forma que obedecesse a uma sequncia
lgica das atividades que iramos desenvolver. Como se tratava de um projeto de
Orientao e Informao Profissional, teramos que comear justamente pela parte
da orientao, ou seja, teramos de desenvolver discusses que trabalhassem as
aptides, o processo de escolha, os fatores que interferem, entre outros. Para s
depois partimos para a informao e descrio dos cursos existentes a nvel
Estadual.
As sees cinco sees de grupo foram desenvolvidas na turma de 3ano B,
turma que contava com um nmero expressivo de alunos (50) e que durante o
desenvolvimento das primeiras atividades se mostrou trabalhosa, mas com o
decorrer da execuo do projeto apresentou mudanas bastante significativas.
37
Foto: alunos do 3 ano manh da Escola Dr. Elpido de Almeida
2.3.2.1 Sesso de grupo I
Na primeira sesso de grupo apresentamos aos alunos do 3 ano B um folder
contendo as seis sesses de grupo que seriam desenvolvidas. A apresentao ficou
a cargo de cada integrante responsvel por uma turma. Os alunos se sentiram
instigados a ver como desenvolveramos nosso trabalho, pois estava prximo de
fazerem a escolha do curso para prestarem o vestibular nas universidades pblicas
do Estado.
No mesmo dia tambm aplicamos um pequeno questionrio contendo algumas
perguntas sondando sobre os interesses profissionais dos alunos e os cursos e
profisses que gostariam de obter mais informaes. Este questionrio foi muito til
para o desenvolvimento das prximas sees, pois foram muitas as opes e
duvidas profissionais dos alunos e consequentemente o vasto campo de informao
que teramos de trazer para sala de aula.
2.3.2.2 Sesso de grupo II
O tema da segunda sesso foi vocao na sociedade contempornea. Teve por
objetivo: refletir sobre a importncia que o exerccio de uma profisso tem na
38
sociedade contempornea e os principais fatores que interferem na escolha
profissional, ou seja, o exerccio de uma profisso. A partir da leitura em grupo de
dois textos6 (um que reflete sobre a importncia da escolha profissional e outro
sobre os principais fatores que interferem na escolha de uma profisso) discutimos a
problema que envolve o tema. Para isso utilizamos como Recursos materiais textos
xerocados.
Esta segunda sesso foi bastante trabalhosa, pois devido ao curto perodo de
tempo que tnhamos para trabalhar tivemos que fazer as atividades de forma
aligeirada e o contedo trabalhado nesta seo era algo que tinha de ser mais
debatido. Mas infelizmente tivemos de ficar apenas na superficialidade.
2.3.2.3 Sesso de grupo III
O tema da terceira sesso foi s formas de ingresso nas Universidades e
cursos de nvel superior existentes na Paraba. O objetivo da atividade foi apresentar
as formas de ingresso na Universidade; Informar os alunos sobre os cursos de nvel
superior existentes nas universidades da Paraba (UEPB, UFCG, UFPB, UNESC,
FACISA); as diferenas entre Licenciatura e Bacharelado; apresentao do perfil dos
cursos escolhidos pelos alunos. Para isso Realizamos encontros para apresentao
das formas de ingresso na Universidade (Vestibular e Enem), seguida da
apresentao das instituies de ensino superior existentes na Paraba e a
exposio dos cursos pertencentes a cada rea (sade, humana, tecnologia, e
exatas); apresentao detalhada dos cursos que foram requisitados maiores
informaes pelos alunos da turma de 3 ano B do turno manh, destacando: perfil
profissional, tempo de durao do curso, campus de localizao e Instituio de
ensino que oferece. Os Recursos materiais utilizados foram: relao dos cursos de
nvel superior existentes na Paraba7, Manuais do Candidato da UEPB, e UFCG, e
papel. Esta seo foi bem interessante, os alunos bastante participativos
questionavam, tiravam duvidas. E se sentiram motivados para as outras sees. T
2.3.2.4 Sesso de grupo IV
6 Em apndice 7 Consta em anexo
39
Na Quarta sesso o tema trabalhado foi Concorrncia e aptides, teve por
Objetivo: discutir a concorrncia a qual esto submetidos os alunos que prestam
vestibulares e as aptides que devem ser consideradas na hora da escolha da
profisso. A Metodologia de trabalho empregada foi realizao de uma conversa
para discutir as questes que envolvem a seleo de ingresso nas universidades
pblicas: concorrncia; retomada ao quadro dos cursos existentes nas trs
universidades publicas da Paraba. Seguida da exposio de questes que norteiam
as aptides pessoais. Os Recursos Materiais utilizados foram: Relao dos cursos
existentes na Paraba, manuais do vestibular da UEPB E UFCG; tabelas com a
concorrncia dos cursos das universidades pblicas da Paraba.
2.3.2.5 Sesso de grupo V
Na quinta sesso o tema empregado foi interesses profissionais. Teve por
objetivo sondar os principais interesses dos alunos. Por meio da aplicao de um
teste de interesses8 e discusso dos resultados debatemos os interesses
profissionais dos alunos. Os Recursos Materiais utilizados foram textos xerocados.
Ao aplicarmos este teste no deixamos de ressaltar que ele pode no ser
considerado como uma verdade absoluta. Pois a inclinao para uma determinada
rea do conhecimento algo que envolve mltiplos fatores. Mas mesmo assim
alguns alunos se mostraram satisfeitos, pois diziam realmente se identificar com o
resultado obtido.
2.3.2.6 Sesso de grupo VI
O projeto programava para ultima seo a realizao de um Painel
profissiogrfico. Em que articularamos com um representante de cada rea do
conhecimento dos cursos oferecidos em Campina Grande, para que os mesmos
fizessem a exposio dos cursos existentes no seu Departamento atuao. Tambm
estava programado para esta ultima seo a avaliao do projeto aplicado pelas
alunas, porm devido grave dos professores da rede Estadual e
8 Idem
40
conseqentemente da paralisao das atividades no foi possvel executarmos esta
seo.
41
CONSIDERAES FINAIS
O estgio supervisionado uma tima oportunidade para o aluno da
graduao fazer a relao com os conhecimentos tericos apreendidos na
Universidade. A experincia vivenciada na escola Estadual de Ensino Mdio e
Profissionalizante Dr. Elpdio de Almeida foi bastante proveitosa para se pensar a
importncia que a Orientao Educacional deve assumir no ensino mdio. Por ser
transformadora da realidade, a prtica criadora. A experincia me fez pensar nas
muitas possibilidades de trabalho que podem ser desenvolvidas no ensino mdio,
Como tambm perceber que o prprio pblico discente sabe e sente a necessidade
que a atuao do orientador educacional tem para o processo de ensino
aprendizagem.
Ao presenciar o cotidiano da Orientao Educacional de uma escola de grande
porte como esta em Campina Grande pudemos constatar a importncia de um
profissional da rea para o bom funcionamento da escola, assim como um melhor
aprendizado de seus alunos. No caso especfico da Orientadora observada percebemos
que ela acumulava muitas funes o que fazia com que ela no cumprisse sua funo
principal. Este fato nos ajudou bastante na hora de pensar numa interveno possvel
para a escola.
O trabalho do Orientador Educacional no deveria ser reduzido apenas a
diagnosticar os alunos com dificuldade de aprendizagem, e sim refletir sobre solues
que minimizem o fracasso escolar. O papel do Orientador estaria muito mais relacionado
a promover reflexes na escola a respeito de seus alunos e professores, das suas
relaes, dos problemas encontrados, do currculo e dos objetivos encontrados no
Projeto Pedaggico que, muitas vezes, no so nem do conhecimento dos que dela
participam (Grinspun, 2002).
Trazer a experincia da prtica vivenciada em forma de Trabalho de
Concluso de Curso (TCC) e apresentar para uma banca examinadora uma forma
de divulgarmos o trabalho de Orientao educacional desenvolvido, alm de
disponibilizarmos para o restante da comunidade acadmica material que servir de
suporte para o desenvolvimento de futuros projetos de Orientao Educacional
nesta mesma temtica. Portanto relatar um trabalho como este uma tarefa muito
gratificante, pois faz com que o trabalho em si transpasse os muros da sala de aula
42
onde se originou e da prpria escola que teve o privilegio de ser implementado e
executado. Alm de ser instrumento de reflexo para prpria Orientadora da escola
campo do estgio, que passar a pensar sobre sua atuao enquanto orientadora.
43
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ASSUNAO, Maria madalena Silva de. Magistrio primrio e cotidiano escolar. Campinas, SP: Autores Associados, 1996.
BECK, Carlton E. Fundamentos da orientao educacional. So Paulo, EPU, Ed. da Universidade de So Paulo, 1977.
BOCK, Silvio Duarte. As teorias em Orientao Profissional. In: Orientao Profissional: a abordagem scio histrica. So Paulo; Cortez, 2002. P. 27-39.
CRESTANI, Regina Anzolch. Orientao Vocacional, Ocupacional e Profissional numa Escola de Ensino Fundamental e Mdio. In: Orientao Profissional em ao: formao e prtica de orientadores. So Paulo: Summus, 2000. P. 48-66.
FRISON, Lourdes Maria Bragagnolo. Competncias esperadas do Orientador educacional em diferentes espaos escolares e no escolares. Revista Prospectiva, Porto Alegre: n 27. 2002/2003. p. 65-72.
GANDIN, Danilo; GEMERASCA, Maristela P. Planejamento Participativo na escola: O que e como se faz. 3 ed. So Paulo: LOYOLA, 2002. p.37-51.
GRECA, Selena Maria Garcia. A importncia da informao na Orientao profissional: uma experincia com alunos do ensino mdio. In: Orientao Profissional em ao: formao e prtica de orientadores. So Paulo: Summus, 2000.
GRINSPUN, Mrian Paura S. Zippin. O papel da Orientao Educacional diante das perspectivas atuais da escola In: Superviso e Orientao Educacional: perspectivas de integrao na escola. So Paulo: Cortez, 2004.
LUCAS, Valria M. Borges. O orientador educacional: do discurso aos discursos. 2003.192f (Mestrado em cincias da Sociedade) Universidade Estadual da Paraba, Campina Grande: 2003, 201p.
LCK, Heloisa. Planejamento em Orientao Educacional. 7 ed. Petrpolis: Vozes, 1991.
44
MURIBECA, Maria Lucia Maia. Contextualizando a Orientao Educacional. In: Orientao Educacional: A contextualizao de um Caminhar. Joo Pessoa: UFPB/Editora Universitria, 1999.
NRECI, Imdio Giuseppe. Introduo Orientao Educacional. 3 ed. So Paulo: Atlas, 1983.
SCHMIDT, Isabel Junqueira. Orientao Educacional. Porto Alegre: Livraria Globo, 1942.
VASCONCELOS, Celso dos S. Concepo dialtico-libertadora do processo de avaliao escolar: 3 parte em busca de algumas alternativas. 11ed. So Paulo: Libertad, 2000. (Cadernos Pedaggicos do Libertad; v.3). P. 53-85.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Construindo o Projeto Poltico-Pedaggico. In: Projeto Poltico-Pedaggico da escola: uma construo possvel. Campinas, SP: Papirus, 1995.
XIMENES, Aline Novaes. Atribuies do Orientador Educacional: uma analise do real e do ideal na prtica do Orientador Educacional. 2008. 65f. 30cm. Dissertao (Mestrado). Universidade Catlica de Braslia.
Secretaria de Educao bsica. Diretoria de concepes e Orientao Curriculares para a Educao Bsica. Coordenao Geral de Ensino Mdio. Programa: Ensino Mdio Inovador, Documento Orientador. Setembro, 2009.
Colgio Estadual Dr. Elpdio de Almeida - Prata: Um pouco de Historia Disponvel em: < http://www.colegiodaprata.xpg.com.br/> Acesso em 10 outubro de 2009.
http://www.comprov.ufcg.edu.br/
http://www.coperve.ufpb.br/
http://comvest.uepb.edu.br/
45
APENDICES
46
Universidade Estadual da Paraba Centro de Educao
Curso: Pedagogia/Orientao Educacional Componente Curricular: Prtica pedaggica V
Professora: Maria de Lourdes Vieira Alunas: Romana Ronigreci
Ivanice Vieira Magna Karla
Rosana Figueiredo
Ns, alunas do curso de Pedagogia/Orientao Educacional da UEPB, vimos
solicitar atravs deste questionrio a sua cooperao e empenho em responder as
questes abaixo relacionadas. As informaes prestadas por vocs sero de grande
importncia para a realizao da nossa prtica. Agradecemos a sua participao
Alunas de Orientao Educacional da universidade estadual da Paraba.
Questionrio de sondagem: perfil dos alunos
1. Qual seu estado civil? ( ) Solteiro ( ) Casado- Tm filhos, quantos?............................... ( ) Outro
2. Onde reside? ( ) Campina grande, Endereo:........................................... ( ) Outras cidades...............................................................
3. Ocupao.............................................................................. 4. Voc exerce alguma atividade remunerada?
( ) Sim, qual o valor da remunerao.................................... ( ) no
5. Qual o meio de transporte utilizado para vir a escola?.................................. 6. Voc reside com?
( ) pais ( ) me ( ) pai ( ) outros...................................... 7. Quantas pessoas residem em sua casa?..................... 8. Quantas trabalham?.................................... 9. Qual a renda familiar?
( )menos de um salrio mnimo ( ) De 1 a 2 salrios mnimos ( ) De 3 a 4 salrios mnimos ( ) Outros
10. Nvel de escolaridade dos pais 10.1- pai 10.2- ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental incompleto ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Fundamental completo ( ) Ensino Mdio incompleto ( ) Ensino Mdio incompleto ( ) Ensino Mdio completo ( ) Ensino Mdio completo
47
( ) Ensino Superior ( ) Ensino Superior 11. Profisso dos pais
11.1- Pai..................................... 11.2- Me............................................ 12. Voc sempre estudou em: ( ) somente em Escola Pblica ( ) Escola pblica e particular 13. Por que optou em estudar nesta escola?.......................................................................... ........................................................................................................................................... 14. H quanto tempo voc estuda nesta escola?................................. 15. Voc est satisfeito com a escola nos seus aspectos: 15.1- Fsicos (sala de aula, biblioteca, quadra de esporte, tec.) ( ) Sim ( ) No 15.2- pedaggicos (ensino, metodologia, recursos didticos, tec.) ( ) Sim ( ) No 16. O que voc gostaria que melhorasse nesta escola?
48
APENDICE B: Projeto de Orientao/Informao Profissional
JUSTIFICATIVA
Atualmente, com a globalizao da economia, h exigncias crescentes no
mundo profissional, frente s quais so necessrias posturas flexveis que
respondam s demandas do mercado de trabalho. O ritmo das mudanas pede ao
indivduo uma postura ativa, de participante da realidade, capaz de se posicionar e
de exercer escolhas constantemente.
Dessa forma, parece no serem teis processos de Orientao Profissional que
reforcem uma postura passiva do sujeito e que partam do pressuposto de que este
no tem capacidade de auferir conhecimento sobre si mesmo e sobre suas
possibilidades. Pro