FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO DE CURSO 2
RAPHAELLA LEAL SANTOS
ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM EDIFÍCIO
MULTIFUNCIONAL COM PRINCÍPIOS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
NAS FACHADAS EM RECIFE - PE
RECIFE
DEZEMBRO / 2017
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO DE CURSO 2
RAPHAELLA LEAL SANTOS
ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UM EDIFÍCIO
MULTIFUNCIONAL COM PRINCÍPIOS DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
NAS FACHADAS EM RECIFE - PE
Trabalho de curso desenvolvido pela aluna Raphaella Leal Santos, orientada pelo Prof. Josué Luiz de Mendonça Junior, apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Ciências Humanas Esuda como requisito final para obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista.
RECIFE
DEZEMBRO / 2017
RESUMO
Atualmente a arquitetura de edificações segue um modelo estético sem a devida
adequação ao clima local, proporcionando um alto consumo de eletricidade, a solução
para este problema é o desenvolvimento de edificações eficientes energeticamente
proporcionando o uso racional da energia elétrica bem como o aproveitamento da
iluminação e ventilação natural. Sendo assim esta pesquisa tem o objetivo de
desenvolver uma edificação com soluções de eficiência energética para as suas
fachadas. Buscou- se por noções de conforto ambiental, métodos construtivos e
materiais para o desenvolvimento do anteprojeto. Por fim, apresenta um anteprojeto
arquitetônico de um edifício multifuncional com princípios de eficiência energética nas
fachadas de forma mais adequada ao clima metropolitano da cidade de Recife.
Palavras-chave: Eficiência energética, arquitetura, edifício multifuncional.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Salas individuais.
Figura 2: Espaço livre.
Figura 3: Salas para grupos.
Figura 4: Galeria de lojas.
Figura 5: Loja com mezanino
Figura 6: Apartamento com corredor central.
Figura 7: Apartamento cm agrupamento espacial – funcional.
Figura 8: Apartamento com zona funcional central.
Figura 9: Apartamento com corredor central ampliado.
Figura 10: Sistemas estrutural de altura ativa.
Figura 11: Tipos de treliça.
Figura 12: Estrutura entreliçada.
Figura 13: Esboço do funcionamento da ventilação cruzada.
Figura 14: Posições do sol ao longo do dia.
Figura 15: Elementos externos de sombreamento.
Figura 16: Abertura de 20% da parede.
Figura 17: Proteção externa contra insolação.
Figura 18: Composição de placa fotovoltaica.
Figura 19: Sistema de funcionamento das placas fotovoltaicas.
Figura 20: Detalhe fachada ventilada e efeito chaminé.
Figura 21: Tipos de placas para fachadas ventiladas.
Figura 22: Tipologia das juntas.
Figura 23: Dimensões das placas para fachada ventilada.
Figura 24: Conjunto Habitacional, Barcelona.
Figura 25: Hospital Numancia, Barcelona.
Figura 26: Transmissão luminosa.
Figura 27: Fórmula de densidade de fluxo de calor para matérias transparentes.
Figura 28: Fórmula do fator solar.
Figura 29: Brises fixos horizontais.
Figura 30: Brises fixos verticais.
Figura 31: Planta baixa do pav. tipo com 5 salas do edifício empresarial JCPM Trade Center.
Figura 32: Sala 01 com área de 227m².
Figura 33: Salas com área de 112m².
Figura 34: Sala 05 com área de 258m².
Figura 35: Edifício empresarial JCPM Trade Center.
Figura 36: Fachada ventilada no JCPM.
Figura 37: Detalhe construtivo de fachada ventilada.
Figura 38: Sistema spider glass.
Figura 39: Detalhe do sistema spider glass.
Figura 40: Sistema quadro para fixação de pele de vidro.
Figura 41: Brises fixos verticais.
Figura 42: Tanque de termo acumulação.
Figura 43: Área externa de convivência.
Figura 44: A lanchonete localizada na área externa entre as edificações.
Figura 45: Pavimento tipo com 4 salas.
Figura 46: Pavimento tipo com 2 salas.
Figura 47: Edifício Isaac Newton.
Figura 48: Fachada envidraçada Edifício Isaac Newton
Figura 49: Vista interna da fachada ventilada do edifico garagem do Isaac Newton
Figura 50: Placas fotovoltaica instaladas na laje impermeabilizada do edifico Isaac Newton
Figura 51: mapa com a localização do terreno
Figura 52: mapa com a localização do terreno
Figura 53: Terreno modificado de acordo com as exigências do Plano Santo Amaro Norte
Figura 54: Mapa de cheios e vazios
Figura 55: Mapa de usos
Figura 56: Mapa de gabarito
Figura 57: Mapa de vias e fluxo
Figura 58: Fachada nordeste
Figura 59: Fachada noroeste
Figura 60: Fachada sudeste
Figura 61: Fachada sudoeste
Figura 62: Mapa dos ventos da cidade de Recife
Figura 63: planta baixa de um banheiro acessível
Figura 64: Desconstrução das 4 torres
Figura 65: Diagrama de usos
Figura 66: Sistema estrutura do anteprojeto
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Programada de necessidades JCPM.
Tabela 2: Programa de necessidades edifício Isaac Newton.
Tabela 3: Afastamentos mínimos
Tabela 4: Parâmetros para reservatório de água e armazenamento de lixo
Tabela 5: Programa de necessidades e pré- dimensionamento
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACM – Chapa de alumínio composto
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
LOW- E – Low Emissivity
PE – Pernambuco
PL – Projeto de Lei
SPA – Setor de Preservação Ambiental
UV – Ultravioleta
ZEPH 19 – Zona Especial de Patrimônio Histórico- Cultural
LISTA DE SÍMBOLOS
(%) – Percentagem
(°C) – Graus Centígrados
(CO2) – Dióxido de Carbono
(mm) – Milímetro
(cm) – Centímetro
(m) – Metro
(m²) – Metro Quadrado
(Wh) – Watt hora
(KWh) – Kilowatt hora
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................12
1 REFERÊNCIAL TÉCNICO..............................................................................14
1.1 Tipologia de edifício multifuncional, programa de necessidades e
dimensionamento........................................................................................14
1.2 Sistemas Estruturais de Altura Ativa.........................................................19
1.3 Eficiência energética...................................................................................20
1.4 Placa fotovoltaica........................................................................................24
1.5 Fachada Ventilada.......................................................................................26
1.6 Vidro de proteção solar...............................................................................30
1.7 Brises............................................................................................................32
2 REFERÊNCIAL PROJETUAL (ESTUDOS DE CASO) ..................................34
2.1 Edifício empresarial JCPM Trade Center..................................................34
2.1.1 Partido arquitetônico..................................................................................34
2.1.2 Programa de necessidades.......................................................................35
2.1.3 Funcionamento básico...............................................................................35
2.1.4 Relação com o entorno..............................................................................36
2.1.5 Soluções de eficiência energética..............................................................36
2.2 Edifício empresarial Isaac Newton............................................................40
2.2.1 Partido arquitetônico..................................................................................40
2.2.2 Programa de necessidades.......................................................................41
2.2.3 Funcionamento básico...............................................................................42
2.2.4 Relação com o entorno..............................................................................43
2.2.5 Soluções de eficiência energética............................................................44
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA (ANÁLISE DA ÁREA) ............................46
3.1 Localização...................................................................................................46
3.2 Análise do entorno.......................................................................................48
3.3 Condicionantes climáticos..........................................................................50
3.4 Análise da legislação urbanística...............................................................52
4 ANTEPROJETO DO EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL.......................................56
4.1 Etapas pré- Projetuais.................................................................................56
4.2 Estudo preliminar........................................................................................57
4.3 Memorial justificativo..................................................................................59
4.4 Anteprojeto arquitetônico...........................................................................61
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................62
REFERÊNCIAS..................................................................................................63
APÊNDICES.......................................................................................................65
12
INTRODUÇÃO
Na arquitetura modernista as edificações tem seguido o modelo estético das fachadas
envidraçadas independentemente de sua adequação ao clima local. A utilização deste
tipo de fachada no nordeste brasileiro, pode promover um alto consumo de
eletricidade por não ter a especificação correta do tipo de vidro usado nas fachadas.
O vidro não é utilizado apenas para embelezamento da edificação mas por ser um
material reciclável, impermeável e de fácil manutenção. Inicialmente é um produto que
pede um desembolso maior num curto espaço de tempo, porém por sua fácil aplicação
e manutenção reduz o tempo de execução e consequentemente a diminuição do custo
total da obra.
A desvantagem criada pelo uso do vidro em larga escala nas fachadas de edificações
é o aquecimento gerado pela penetração da radiação solar provocando o aumento da
temperatura e por seguinte o desconforto térmico em seu interior.
O método mais praticado para solucionar esta situação é a utilização de resfriamento
artificial acarretando o aumento no consumo de energia elétrica, que somando aos
sistemas de iluminação artificial contribuem para o aumento ainda maior de energia
elétrica.
Desenvolver uma edificação multifuncional voltada para comércio varejista, serviços
e habitação trabalhando suas fachadas nos princípios da eficiência energética,
aproveitamento da ventilação e iluminação natural, a proteção contra radiação solar e
a produção de energia de forma limpa. Promovendo assim o conforto térmico no
interior da edificação, reduzindo a demanda de resfriamento e iluminação artificial,
proporcionando benefícios e vantagens econômicas aos usuários.
A eficiência energética traz métodos de utilização da energia elétrica de forma mais
racional, bem como maneiras de produzir uma eletricidade limpa sem emissão de CO2
para a atmosfera e evitando o efeito estufa.
O lote escolhido para a elaboração do edifício multifuncional se localiza na Vila Naval,
do bairro de Santo Amaro, próximo ao Shopping Tacaruna, por ser uma área prevista
para a construção de novas edificações multifuncionais, parque linear, edifícios
13
multifamiliares da Marinha e uma estação para transporte fluvial. Com o interesse de
mostrar um novo modelo de edificação adequado ao clima nordestino que minimiza
os impactos ao meio ambiente através dos princípios da eficiência energética, o
projeto buscou aplicar o sistema de fachadas ventiladas, vidros com películas que
inibem a penetração da onda de calor provocada pela radiação solar e placas
fotovoltaicas.
O objetivo geral é elaborar o anteprojeto arquitetônico de um edifício multifuncional
dentro dos princípios de eficiência energética. Os objetivos específicos são estudar
casos de edifícios multifuncionais que trabalhem com eficiência energética no
tratamento de suas fachadas; investigar novas metodologias construtivas dentro dos
princípios da eficiência energética para as fachadas; aplicar soluções de eficiência
energética para o clima nordestino bem como a sua possível compatibilidade.
No primeiro capítulo é apresentado um levantamento bibliográfico, de livros, artigos
científicos e matérias disponíveis sobre eficiência energética para fachadas de
edificações, com aprofundamento em placas fotovoltaicas, fachadas ventiladas e
vidros com películas de controle solar.
No segundo capítulo são apresentados dois estudos de caso, sendo o primeiro deles
o JCPM Trade Center, localizado no Pina; por possuir fachadas compostas de
alumínio e vidro laminado, proporcionando isolamento térmico e acústico. O segundo
estudo de caso é o edifico Isaac Newton na Ilha do Leite, que também possui
tecnologia para o uso racional e eficiente da energia elétrica.
No terceiro capítulo é apresentado os dados levantados pelas visitas ao local onde foi
implantado o anteprojeto, os estudos do entorno urbano (topografia e entorno), dos
condicionantes ambientais, do fluxo de veículos. Também inclui estudos dentro dos
parâmetros estabelecidos pelas legislações e normas municipais, estaduais e
federais. Sendo uma delas a Minuta PL – Plano Santo Amaro Norte.
No quarto capítulo são apresentadas as etapas pré- Projetuais e o estudo preliminar,
o memorial justificativo e por fim o anteprojeto arquitetônico do edifico multifuncional
com princípios de eficiência energética nas fachadas.
14
1 TÍTULO DO CAPÍTULO
Neste capitulo é apresentado a tipologia da edificação multifuncional, o sistema
estrutural e os mateias e produtos que serão empregados no desenvolvimento do
anteprojeto.
1.1 Tipologia de edifício multifuncional, programa de necessidades e
dimensionamento
Edificações multifuncionais são uma tipologia formada por setor residencial, setor de
comercio de produtos (varejista), setor de serviços e as vezes um setor de
entretenimento em um conjunto edificado. Este tipo de edificação proporciona o
aproveitamento do solo urbano, com usos variados num mesmo lote e assim
agregando atividades em vários turnos do dia, também permite uma permeabilidade
do espaço público através do lote e contribui para o adensamento do centro urbano.
Isto otimiza o uso da infraestrutura urbana instalada, rede de transportes públicos e
dos serviços de limpeza e coleta urbana (ROSSI, 2011).
Desde a primeira publicação do livro: “Empreendimentos de Usos Mistos: Novas maneiras de utilizar o solo”; pela “ULI” em 1976, tanto o conceito do
multifuncional (“MIxed-Use”) como os atuais produtos imobiliários do gênero
desenvolvidos tem evoluído muito. Mas, as características e definições originais de 1976 ainda são as mesmas utilizadas na última edição de 2003, que segundo Patrick Phillips, Spink Frank e Dean Schwanke, esses empreendimentos são caracterizados por: “a) Possuir três ou mais usos significativos e geradores de renda (tais como comercio, entretenimento, escritórios, residencial, hotel, espaço cívico, cultural e de recreação) e que, num contexto bem elaborado suportam- se mutualmente; por exemplo, o espaço comercial deve oferecer mais do que um lugar que atua com a venda de pequenos produtos e utensílios e deve atrair um mercado significativo por si mesmo. Na maioria dos empreendimentos multifuncionais, a condição primordial é gerar renda, tais como o comercio, escritórios, residencial, e serviços de hotel. As arenas, centro de convenções, locais para performances, museus e edifícios cívicos são também outros bastante significativos. No caso de espaço cultural e cívico, alguma receita pode advir de filantropia ou de recursos públicos para tornar a utilização financeiramente viável. O fator mais importante é que eles devem ter um uso significativo para atrair sua própria clientela para o projeto. b) ter uma integração física e funcional significativa de todos os componentes do projeto (e suas proximidades relativas devem compor um intenso uso do terreno), a fim de gerar um intenso uso do local. Esses componentes necessitam estar interconectados pela circulação de pedestres, que, por sua vez, pode ser elaborada de muitas formas físicas distintas: .1- Um “mix” vertical dos componentes do projeto dentro de um único prédio ou torre, geralmente ocupando somente uma quadra da cidade; .2- Posicionamento cuidadoso das “chaves ou âncoras” dos componentes do projeto em torno do espaço público central (por exemplo; uma rua, parque, átrio, galeria ou centro de compras);
15
.3- Interconexões dos componentes do projeto através dos passeios agradáveis para os pedestres incluindo as calçadas ao longo das ruas, ruas internas, corredores cobertos e varandas, comercio das praças e dos “shopping centers”, as escadas rolantes ou pontes áreas conectado dois edifícios. A circulação de pedestres, assim como a orientação e sinalização são elementos críticos do projeto, porque sem elas o local não adquirirá a sinergia desejada e nem o caráter do lugar, que formam a alma e a marca de bom projeto multifuncional. c) Finalmente, deve ser elaborado em conformidade com um plano coerente (que frequentemente estipula o tipo e a escala de usos, densidade permitida, e seus consequentes itens relacionados). Os empreendimentos multifuncionais são concebidos e executados seguindo uma estratégia coerente de planejamento”. (ROSSI, 2011, p. 40- 42)
Numa edificação multifuncional, os escritórios podem ser classificado em grandes
espaços livres ou salas individuais. O pavimento das salas individuais é caracterizado
por possuir salas de uso simples ou duplo (figura 01), já o pavimento com grandes
vãos livres é necessário o uso de iluminação e resfriamento artificial pois seu interior
torna- se escuro devido a distância da fachada, podendo abranger uma grande
quantidade de pessoas em um mesmo ambiente (figura 02). Como o melhoramento
dos escritórios de grandes espaços livres surgiu a organização em grupos,
subdividindo uma grande área em equipes ou departamentos (figura 03)
(NEUFERT,2013).
Figura 1: Salas individuais Figura 2: Espaço Livre
Fonte: Neufert, 2013 Fonte: Neufert, 2013
16
Figura 3: Salas para grupos
Fonte: Neufert, 2013
Em edificações multifuncionais, as lojas geralmente são implantadas no térreo
proporcionando movimento de pessoas e segurança. Disponibilizando áreas comuns
de circulação e descanso, e áreas para o comercio varejista (figura 04).
Figura 4: Galeria de lojas
Fonte: elementararquitetura.com, 2017
Os pavimentos voltados para o comércio de produtos podem ser divididos em
pequenas áreas possibilitando a venda de uma grande variedade de produtos
(MANUAL DO ARQUITETO, 2011). A área interna das lojas (figura 05) é livre para a
realização do comercio podendo possuir mezanino e flexibilidade de ampliação da loja
incorporando a sala vizinha.
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Figura 5: Loja com mezanino
Fonte: arquiteturaecasa.com.br, 2017
Numa edificação multifuncional, os apartamentos são organizados de formas
diversas; com corredor central, permite que os espaços se distribuam ao longo da
fachada proporcionando iluminação natural em todos os ambientes (figura 06); por
agrupamento espacial- funcional que divide o apartamento em duas zonas, área de
vivência e área de dormitórios, criando corredores íntimos que separam o acesso dos
dormitórios da área de vivência por uma porta (figura 07); por zona funcional central
em que a cozinha, área de serviço e banheiros são locado no centro da planta
liberando as fachadas para espaços de estar e dormitórios (figura 08); e o corredor
central ampliado no qual a área de vivência funciona também com circulação de
acesso para os dormitórios (figura 09) (NEUFERT,2013).
Figura 6: Apartamento com corredor central
Fonte: Neufert, 2013
18
Figura 7: Apartamento cm agrupamento espacial - funcional
Fonte: Neufert, 2013 Figura 8: Apartamento com zona funcional central
Fonte: Neufert, 2013
Figura 9: Apartamento com corredor central ampliado
Fonte: Neufert, 2013
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1.1 Sistemas Estruturais de Altura Ativa
O sistema estrutural é um conjunto de componentes horizontais e verticais. Os
componentes horizontais são as lajes e vigas; já os verticais são os pilares externo e
internos. Estes componentes apoiam um ao outro criando um espaço em que seus
usuários possam exercer suas atividades (REBELLO, 2000).
O sistema estrutural de altura ativa é direcionados para a construção de edificações
com grande altura e tem como objetivo concentrar as cargas horizontais e direciona-
las verticalmente até a base. Segundo Rebello (2000) entende- se por cargas
horizontais o peso da própria estrutura, as cargas acidentais (peso das pessoas,
mobiliários, veículos, entre outros) e a força dos ventoso, ou seja, para altura ativa “as
características típicas das estruturas são: absorção de cargas/ transferência das
cargas para a base/ estabilização” (ENGEL, 2001, p. 270). Ver figura 10.
Figura 10: Sistemas estrutural de altura ativa
Fonte: Engel, 2001
De acordo com Engel (2001) para obtenção de um maior vão livre no pavimento,
elementos funcionais como caixa de escada e elevadores são secções estruturais em
potencial (figura 11).
20
Para aliar o sistema estrutural a estética da edificação multifuncional com princípios
de eficiência energética nas fachadas foi adotado o uso de treliças metálicas.
Segundo Rebello (2000) treliças são barras que se ligam criando interseções
chamadas de nós, essas barras variam seu comprimento com o objetivo de vencer
vãos maiores sofrendo esforços de tração e de compressão simples.
Figura 11: Tipos de treliça Figura 12: Estrutura entreliçada
Fonte: Rebello, 2000 Fonte: Engel, 2001
1.3 Eficiência energética
A eficiência energética para a arquitetura não trata só do uso racional da eletricidade
ou de fontes renováveis não poluentes, mas da elaboração de projetos cuja a
edificação esteja orientada de modo que aproveite a ventilação natural predominante
e proteja contra incidência solar. Além da utilização de materiais de construção que
inibam o acesso de calor provindo do sol ao interior da edificação, proporcionando
conforto ambiental (KEELER; BURKE, 2010).
O conforto ambiental é influenciado pelo clima externo, sendo este, a temperatura, a
direção e intensidade dos ventos, umidade do ar e a incidência de radiação solar junto
com as atividades realizadas no interior da edificação (KEELER; BURKE, 2010).
21
Esperamos que nossos prédios proporcionem ambientes em que não nos sintamos desconfortáveis devido ao calor ou frio. O conforto térmico varia de pessoa para pessoa. Nossas edificações deveriam manter temperaturas internas entre 18°C e 25°C no inverno e entre 20°C e 27°C no verão. As pessoas também mudarão suas roupas e comportamentos a fim de encontrar sua zona de conforto (HEYWOOD, 2015, p. 106).
Apesar da relevância do desempenho energético, este não é o único fator a ser
trabalhado durante a elaboração de um projeto arquitetônico. Aspectos como
necessidades funcionais, contexto urbano e a plástica da edificação influenciam na
concepção projetual. Portanto cabe ao arquiteto projetar de forma que atenda as
demandas gerais do projeto bem como sua eficiência energética (KEELER; BURKE,
2010).
A ventilação natural é efetiva através da circulação cruzada dos ventos ao longo do
espaço. Segundo Heywood (2015) a ventilação cruzada é eficiente quando a
profundidade do espaço não supera 5 vezes a altura do pé- direito e a dimensão das
aberturas é de 5% da área do piso (figura 13).
Figura 13: Esboço do funcionamento da ventilação cruzada
Fonte: Heywood, 2015
A iluminação natural é trabalhada de duas formas, aproveitando a luz que entra no
interior da edificação mas evitando o aquecimento gerado pelo contato da radiação
solar com a superfície de objetos e pessoas. Deve-se considerar o posicionamento do
sol ao longo do dia (figura 14) (HEYWOOD, 2015). Na região metropolitana de Recife
a fachada oeste está exposta a um período prolongado de incidência solar, portanto
evita- se a implantação de espaços de permanência prolongada no setor habitacional.
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Figura 14: Posições do sol ao longo do dia
Fonte: Heywood, 2015
Soluções praticadas para a redução dos ganhos térmicos provocados pela insolação
são brises, fachadas ventiladas, beirais amplos, jardins verticais e outros (figura 15).
De acordo com Heywood (2015), para obter iluminação natural adequada utiliza- se
20% da área de uma parede para a locação de janelas (figura 16).
Figura 15: Elementos externos de sombreamento
Fonte: Heywood, 2015
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Figura 16: Abertura de 20% da parede
Fonte: Heywood, 2015
A luz diurna é um recurso natural gratuito, abundante e confiável. Precisamos de aproximadamente 100 lux para um leitura normal e de 300 lux para tarefas visuais continuas. No exterior, há uma quantidade de luz natural superior a esses níveis, mesmo em dias encobertos: sob a luz solar direta, recebemos 100 mil lux. Mesmo assim, nos baseamos demais na iluminação artificial de nossas edificações, que consomem uma enorme quantidade de energia elétrica. Até 50% da energia consumida em um edifício de escritórios típico é usada para a iluminação artificial, e esse valor é de 90% na lojas e mais de 20% nas escolas. Um derivado da maior parte da iluminação artificial é o calor, que nem sempre é desejável – particularmente nas estações de resfriamento e nas zonas climáticas mais quentes. Assim, devemos buscar o aproveitamento eficiente da iluminação natural e seu direcionamento aos locais onde ela é necessária. Uma estratégia de iluminação natural pode acarretar uma economia de até 40% no consumo de energia em relação a um esquema com iluminação artificial (HEYWOOD, 2015, p. 156)
Diferentes das edificações habitacionais, as edificações comerciais apresentam um
volume de aquecimento interno maior por causa da quantidade de pessoas no
ambiente além do uso de equipamentos eletrônico como computadores, impressoras
e fotocopiadoras. A forma praticada para redução do consumo de energia em prédios
comerciais é através da luz natural. Em edificações de múltiplos andares usa- se
iluminação natural lateral, por ter acesso limitado ao interior da edificação, o
pavimento tipo adequado é longo e estreito (KEELER; BURKE, 2010).
O funcionamento da iluminação natural lateral é aprimorado quando há elementos
externos de sombreamento (figura 17), pois inibem os ganhos térmicos no interior da
edificação. Apesar do desempenho da luz natural, é necessário aliar está com a
iluminação artificial e o sistema de refrigeração para obter conforto ambiental, sendo
assim as edificações investem em auto geração de energia renovável como as placas
fotovoltaicas (KEELER; BURKE, 2010).
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Figura 17: Proteção externa contra insolação
Fonte: Heywood, 2015
1.4 Placas fotovoltaicas
As placas fotovoltaicas são instaladas nos telhados, produzem energia de forma
silenciosa e não poluente através da conversão de luz solar em eletricidade. O
material conversor mais utilizado é silício e por não ser toxico evita danos ao meio
ambiente. O processo de conversão da luz solar em eletricidade se dá pela incidência
dos raios solares sobre a placa e aquecendo- a, com isso os elétrons do material
semicondutor começam a se agitar. A movimentação desses elétrons produzem a
energia elétrica (figura 18) (portalsolar.com.br, 2017).
Figura 18: Composição de placa fotovoltaica
Fonte: portalsolar.com.br, 2017
25
Diferentes tipos de módulos são encontrados no mercado (mono e multicristalinos, amorfos), caracterizados segundo a capacidade, o grau de eficiência e aparência. As células monocristalinas são cinza- escuro até pretas, uniformes; multicritalinas apresentam superfície cinza até azulada; também são possível módulos semitransparentes. (NEUFERT, 2013, p.476)
O sistema fotovoltaico funciona da seguinte forma, a energia gerada pela placa
fotovoltaica é convertida para ser utilizada na edificação através de um inversor, este
é conectado ao quadro de energia para que a eletricidade possa ser distribuída em
todo o edifico. Caso não haja o consumo da toda energia produzida, esta é direcionada
a rede elétrica gerando ao proprietário um crédito que pode ser usado durante a noite
ou em dia de pouca iluminação solar. A legislação nacional que regulamenta o uso de
fontes fotovoltaicas é a RN 482/12 da ANEEL (figura 19) (portalsolar.com.br, 2017).
Figura 19: Sistema de funcionamento das placas fotovoltaicas
Fonte: energycenter.org, 2017, modificado pela autora
Para a produção de eletricidade os painéis fotovoltaicos devem ser posicionados com
sua face orientada para o norte, grau de inclinação dos painéis fotovoltaicos é
estabelecido pela latitude da cidade ondem serão instalados (portalsolar.com.br,
2017). A cidade de Recife possui uma latitude de 8° sendo assim, a inclinação
adequada para as placas fotovoltaicas são de 8°.
De acordo com o site atomra.com.br (2014) a quantificação de placas fotovoltaicas é
definida por um cálculo, para a realização desse cálculo são necessário os seguintes
dados:
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Consumo médio anual de energia elétrica;
Índice solamétrico do local;
Quantidade de dias no mês (padrão de referência é de 30 dias);
Eficiência do projeto fotovoltaico (padrão de referência é de 83%).
O cálculo é efetuado da seguinte forma, a quantidade de energia consumida
anualmente é convertida de kWh/mês para Wh/mês após esta etapa o valor
encontrado é dividido pela quantidade de dias no mês (30 dias) obtendo o consumo
médio diário, este valor é dividido pelo índice solamétrico do local, será considerado
apenas 83% do resultado total desta divisão, esses 83% equivalem a eficiência do
projeto fotovoltaico e por fim será estabelecido o potencial em watts de cada placa
fotovoltaica para estabelecer o quantitativo total de placas necessárias.
De acordo com o cálculo apresentado pelo site atomra.com.br (2014) foi elaborada
uma demonstração prática do mesmo, sendo estipulado um consumo médio anual
para uma edificação multifuncional de25.000 kWh/mês. Sendo assim:
Consumo médio anual de energia elétrica = 25.000 kWh/mês
Índice solamétrico de Recife = 5,71 kWh/m²/dia (dado disponível na
cresesb.celpe.br, 2017)
Quantidade de dias no mês = 30 dias
Eficiência do projeto fotovoltaico = 83%
Converter o consumo médio anual 25.000 kWh/mês para 25.000.000 Wh/mês dividir
por 30 dias (25.000.000 Wh/30 = 833.333 Wh/dia) dividir pelo índice solamétrico de
Recife (833.333/5,71 = 145.942 watts) considerar 83% do resultado (145.942/0,83 =
175.834 watts) supondo que cada placa fotovoltaica terá a potência de 315 watts
(175.834/315 = 1.302) Serão necessárias 559 painéis fotovoltaicos.
1.5 Fachada Ventilada
Fachada ventilada é um revestimento usado na face externa de edificações, tem como
finalidade obter conforto térmico no espaço interno e consequentemente aprimora a
27
eficiência energética da edificação. É caracterizada por apresentar uma lâmina de ar
provocada pelo afastamento entre as placas verticais e a alvenaria de vedação,
promovendo ventilação pelo efeito chaminé em que o ar aquecido se desloca da parte
inferior da lâmina de ar para cima, enquanto entra mais ar fresco na parte inferior,
tornando um ciclo de entrada de ar fresco e saída do ar aquecido (Figura 20) (SOUSA,
2010).
Figura 20: Detalhe fachada ventilada e efeito chaminé
Fonte: Pinterst, 2017
No mercado está disponível diversos tipos de formas e materiais para o revestimento
de fachada ventilada. Os materiais mais comumente usados são os metálicos,
cerâmicos, vidros, madeiras e placas fotovoltaicas. Suas formas variam entre placas,
réguas ou lâminas. As placas classificam- se em planas, curvas, perfiladas e
perfuradas. Enquanto as lâminas podem apresentar formas simples, nervurada,
aerodinâmica e asa (figura 21) (SOUSA, 2010).
28
Figura 21: Tipos de placas para fachadas ventiladas
Fonte: Sousa, 2010
O componente que promove a ventilação pelo efeito chaminé são as juntas que podem
variar entre abertas, sobrepostas e perfil de junta (figura 22). Estas juntas impedem a
vedação completa entre as placas, a cavidade existente por causa das juntas varia de
10 a 15mm e é através destas aberturas que permite a passagem de ar (SOUSA,
2010).
Figura 22: Tipologia das juntas
Fonte: Sousa, 2010
29
Para o edifício multifuncional com princípios de eficiência energética nas fachadas
será usado placas de concreto polímero devido a sua função estética, cores e texturas
disponíveis além de ser um material leve e reciclável (ULMA ARCHITECTURAL
SOLUTIONS, 2017).
A modulação usada em cada placa pode variar de acordo com o padrão de cada
fabricante além de ser possível a realização de cortes nas placas para atender a
paginação do projeto. De acordo com ULMA ARCHITECTURAL SOLUTIONS (2017)
a dimensões das placas são:
Altura: Desde 250 mm até 500 mm em múltiplos de 50 mm e desde 500 mm
até 900 mm em múltiplos de 100 m. Cortes a qualquer medida (figura 23);
Largura: Desde 600 mm até 1800 mm em múltiplos de 100 mm (figura 23);
Espessura: 14mm (figura 23).
Figura 23: Dimensões das placas para fachada ventilada
Fonte: Ulma, 2017, modificado pela autora
Devido a flexibilidade do material em se obter diversas dimensões é possível
proporcionar várias modulações, as imagens abaixo apresentam exemplos de layout
para as fachadas (figura24 e 25).
30
Figura 24: Conjunto Habitacional, Barcelona Figura 25: Hospital Numancia, Barcelona
Fonte: Ulma, 2017 Fonte: tectonica-online.com, 2017
1.6 Vidro com proteção solar
Existem dois tipos de vidros eficientes na proteção solar, são os vidros de baixa
emissividade (low- e) e os vidros espectralmente seletivo com controle solar. Os vidros
conhecidos com Low- e (low emissivity) bloqueiam a penetração da radiação solar
proveniente de elementos exteriores como edificações sem inibir a acesso da luz
natural, portanto são mais eficientes que o vidros reflexivos comuns (LAMBERTS;
DUTRA; PERREIRA, 2013).
O vidro Low- e normalmente é usado em peles de vidro duplo, quando a camada
metálica de baixa emissividade está aplicada ao vidro externo, as perdas de calor são
minimizadas. Quando a mesma está aplicada ao vidro interno, emite radiação de volta
para o exterior. Estas camadas reduzem de 5 a 10 vezes a transferência de calor por
radiação (LAMBERTS; DUTRA; PERREIRA, 2013).
Apesar de ser semelhante ao vidro low- e, os vidros espectralmente seletivos com
proteção solar possuem peculiaridades óticas, com alta transmissão de luminosidade
natural com sombreamento de 80% da radiação infravermelha, reduzindo assim os
ganhos de calor no interior da edificação e consequentemente minimizando a
31
demanda de resfriamento artificial, este vidro possui uso indicado para peles de vidro
duplo, emitindo a radiação solar absorvida (LAMBERTS; DUTRA; PERREIRA, 2013).
A imagem a seguir (figura 26) apresenta o comprimento das ondas solares ao de
acordo com cada tipo de vido utilizado; a curva 1, se refere aos vidros comuns; a cursa
2, é representada pelo vidro low- e com alta transmissão luminosa porém com ganhos
térmicos no período do inverno (inadequado para o clima nordestino); a curva 3, é
apresentado o vidro espectralmente seletivo com alta transmissão luminosa sem
ganhos térmicos; por fim a curva 4, também representada pelo vidro espectralmente
seletivo porém com baixa transmissão luminosa, este tem a finalidade de ser instalado
nas fachadas voltadas para o nascente e poente que não possuam proteção solar
adequada (LAMBERTS; DUTRA; PERREIRA, 2013).
Figura 26: Transmissão luminosa
Fonte: Lamberts; Dutra; Perreira, 2013
Para a utilização de fachadas envidraçadas no nordeste brasileiro é importante
considerar a densidade de fluxo de calor, esta densidade é obtida através de um
cálculo. Para a realização deste cálculo é necessário saber o valor do fator solar.
“O fator solar de uma abertura pode ser entendido como a razão entre a quantidade
de energia solar que atravessa a janela pelo que nela incide” (LAMBERTS; DUTRA;
PERREIRA, 2013, p. 221).
32
Sendo assim de acordo com Lamberts; Dutra; Perreira (2013) as fórmulas para
calcular a densidade de calor em materiais transparentes são apresentas nas
seguintes imagens:
Figura 27: Fórmula de densidade de fluxo de calor para matérias transparentes
Fonte: Lamberts; Dutra; Perreira, 2013
Figura 28: Fórmula do fator solar
Fonte: Lamberts; Dutra; Perreira, 2013
1.7 Brises
Os brises tem como objetivo minimizar a incidência de radiação solar no interior da
edificação além disso pode funcionar como um componente estético para
embelezamento das fachadas. Os brises dividem- se em horizontais, verticais, mistos,
fixos e móveis.
Os brises fixos horizontais (figura 29) proporcionam sombreamento ao longo das
aberturas no entanto criam um obstáculo para o vislumbre do céu. Este tipo de brise
é dimensionado de acordo com o ângulo do sol, a orientação da abertura e o horário
que fornecerá sombra (LAMBERTS; DUTRA; PERREIRA, 2013).
33
Figura 29: Brises fixos horizontais
Fonte: LAMBERTS; DUTRA; PERREIRA, 2013
Segundo Lamberts; Dutra; Perreira (2013) os brises verticais fixos (figura 30) também
proporcionam proteção contra radiação solar minimizando a penetração destas
insolação no interior da edificação, logo reduzindo os seus ganhos térmicos.
Geralmente, são instaladas placas nos limites laterais das aberturas criando a
projeção de sombras sem obstruir o vislumbre do céu.
Figura 30: Brises fixos verticais
Fonte: LAMBERTS; DUTRA; PERREIRA, 2013
A utilização de brises apresenta vantagens como aproveitamento da iluminação e
ventilação natural, conforto térmico e economia do consumo de eletricidade devido a
redução da demanda de resfriamento e iluminação natural. Por fim esses materiais e
métodos construtivos foram escolhidos para serem implantados no anteprojeto
arquitetônico do edifício multifuncional com princípios de eficiência energética nas
fachadas por apresentarem soluções que permitem um utilização racional e eficiente
da energia elétrica e um maior aproveitamento da ventilação e iluminação natural.
34
2 REFERÊNCIAL PROJETUAL (ESTUDOS DE CASO)
Neste capitulo são apresentados os estudos de caso. Através deles é possível
conhecer algumas soluções arquitetônicas que foram aplicadas para o
desenvolvimento de edifícios multifuncionais e de eficiência energética não apenas
nas fachadas porém em toda a edificação.
2.1 Edifício empresarial JCPM Trade Center
2.1.1 Partido arquitetônico
O edifício JCPM Trade Center foi implantado em um terreno irregular limitado pela
Avenida Antônio de Goes, Rua Eduardo Jorge e Rua Comendador Moraes. Este
empresarial composto morfologicamente por dois blocos, sendo o primeiro bloco o
edifício multifuncional com áreas para recepção, eventos, restaurante e salas para
escritórios. Possui uma área construída de 37.884,16m² e possui 20 andares, sua
fachada fica de frente para a praia de boa viagem com vista para o mar. O segundo
bloco é o edifício garagem, em que sua fachada voltada para o poente utiliza brises
como proteção para filtrar a incidência solar.
2.1.2 Programa de necessidades
Através da análise realizada na visita técnica foi possível descrever o programa de
necessidades tendo em vista as diferentes atividades realizadas na edificação, na
tabela a seguir são apresentados os ambientes e suas áreas aproximadas (tabela 01).
Tabela 1: Programada de necessidades JCPM
Distribuição Ambientes Áreas (m²)
1° pav. (térreo)
Recepção 5,00 m²
Foyer 266,00 m²
Auditórios 322,00 m²
WC Feminino 5,00 m²
WC Masculino 5,00 m²
Restaurante 266,00 m²
2° ao 21° pav.
Sala comercial 1 227,00 m²
Sala comercial 2,3,4 112,00 m²
Sala comercial 5 258 m²
Bloco separado Estacionamento 20.000,00 m²
Fonte: jcpm.com.br, modificado pela autora, 2017
35
Localizado no térreo o restaurante tem capacidade para 120 pessoas, o auditório tem
capacidade total de 200 pessoas podendo se dividir em 3 partes. Apesar do layout
para o pavimento tipo apresentado pela JCPM, o mesmo pode obter diferentes
soluções de layout devido a suas divisões internas serem de drywall, proporcionando
assim versatilidade ao pavimento possibilitando a demolição destas divisões para
tornar todo o pavimento numa única sala.
2.1.3 Fucionograma básico
O acesso de pedestres é feito pela Avenida Antônio de Goes, já o acesso e saída de
veículos para o edifício garagem está localizado na Rua Eduardo Jorge, o edificio
garagem possui capacidade total de 609 vagas.
O transporte vertical é composto por 6 elevadores e 2 escadas de emergência nas
extremidades, o pavimento tipo (figura 31) apresenta o layout de 5 salas, a sala 01
com área de 227 m² (figura 32), salas 02, 03 e 04 com área de 112m² cada (figura 33)
e pôr fim a sala 05 com área de 258m² (figura 34).
Figura 31: Planta baixa do pav. tipo com 5 salas do edifício empresarial JCPM Trade Center
Fonte: jcpm.com.br, 2017
36
Figura 32: Sala 01 com área de 227m²
Fonte: jcpm.com.br, 2017
Figura 33: Salas com área de 112m²
Fonte: jcpm.com.br, 2017
Figura 34: Sala 05 com área de 258m²
Fonte: jcpm.com.br, 2017
37
2.1.4 Relação com o entorno
O edifício JCPM Trade Center (figura 35) fica localizado a beira mar de Recife, na
Avenida Antônio de Goes, número 60, no Pina em Boa Viagem. Sua localização é
privilegia devido as infraestruturas existentes em seu entorno proporcionado não
apenas fácil acesso a serviços como também entretenimento e lazer.
Figura 35: Edifício empresarial JCPM Trade Center
Fonte: Portal JCPM, 2017
2.1.5 Soluções de eficiência energética
As fachadas do JCPM Trade Center são compostas por placas de alumínio composto
modular (ACM), pele de vidro e fachada ventilada. Na orientação poente da edificação
é usado a fachada ventilada (figura 36 e 37) minimizando o aquecimento causado pela
insolação na edificação.
38
Figura 36: Fachada ventilada no JCPM Figura 37: Detalhe construtivo de fachada ventilada
Fonte: Autora, 2017 Fonte: pertech.com.br, 2017
O vidro usado nas fachadas é formado por três camadas onde a primeira camada é
um vidro laminado seguido pela película de proteção solar e por fim uma camada de
vidro temperado. No térreo a pele de vidro é fixada pelo sistema conhecido como
spider glass, em que o vidro é preso as braçadeira e estas são fixadas aos tirantes
em aço (figura 38 e 39) nos demais andares o vidro é fixado pelo sistema de quadro,
em que cada painel de vidro é emoldura num suporte de alumínio (figura 40).
Figura 38: Sistema spider glass
Fonte: Autora, 2017
39
Figura 39: Detalhe do sistema spider glass
Fonte: Autora, 2017 Figura 40: Sistema quadro para fixação de pele de vidro
Fonte: jcpm.com.br, 2017
Já o edifício garagem é composto por fachada ventilada e brises em chapas metálicas,
esses brises permite a entrada de iluminação e ventilação natural dispensando a
utilização de iluminação artificial no andares impares durante o dia (figura 41).
Figura 41: Brises fixos verticais
Fonte: Autora. 2017
40
Outra solução adotada pelo JCPM Trade Center para minimizar o consumo de
eletricidade é o sistema de resfriamento usando fancoil e chiller, o chiller retira o calor
da água e a resfria, está água gelada vai para o fancoil que climatizam os ambientes.
O fancoil é um serpentina de cobre por onde passa a água gelada e os ventiladores
fazem a troca do ar. Utilizam também o sistema de termo acumulação (figura 42),
graças a esse sistema, de segunda a sexta no horário das 17:00 até as 21:00 e nos
finais de semana e feriados das 12:00 as 21:00 os chillers são desligados e o
resfriamento do prédio é mantido apenas pela água gelada existente no tanque de
termo acumulação proporcionando assim economia de energia elétrica.
Figura 42: Tanque de termo acumulação
Fonte: Autora, 2017
2. 2 Edifício empresarial Isaac Newton
2.2.1 Partido arquitetônico
O edifício Isaac Newton foi implantado em um terreno com formato irregular de um
retângulo, limitado pela Avenida Agamenon Magalhães, Rua Jornalista Trajano
Chacon, Avenida Frei Matias Teves e Rua Senador José Henrique. Este empresarial
é composto morfologicamente por três blocos, o edifico Isaac Newton, o edifico Alfred
Nobel e o edifico garagem. Possui uma área construída de 19.120,92m² formada por
23 andares. Entre as duas torres empresariais existe uma área de convivência a céu
aberto (figura 43 e 44).
41
Figura 43: Área externa de convivência
Fonte: Autora, 2017
Figura 44: A lanchonete localizada na área externa entre as edificações
Fonte: Autora, 2017
2.2.2 Programa de necessidades
Através da análise realizada na visita técnica foi possível descrever o programa de
necessidades tendo em vista as diferentes atividades realizadas na edificação, na
tabela a seguir são apresentados os ambientes e suas áreas aproximadas (tabela 02).
42
Tabela 2: Programa de necessidades edifício Isaac Newton
Distribuição Ambientes Áreas (m²)
1° pav. (térreo) Recepção 5,00 m²
Administração 5,00m²
Auditórios 322,00m²
Loja 01 244,58m²
Loja 02 188,92m²
Loja 03 219,99m²
2° pav. ao 14° pav. Sala tipo 1 62,00m²
Sala tipo 2 126,00m²
15° pav. ao 23° pav. Sala tipo 3 188,00m²
Bloco separado Estacionamento 10.000,00m²
Fonte: Autora, 2017
No pavimento térreo possui dois auditórios que podem ser unificados tornando- se
uma único auditório com capacidade para 120 pessoas e quando usados de forma
separada possuem capacidade de 60 pessoas em cada um.
2.2.3 Fucionograma básico
Existem três layouts para os pavimentos tipo, sendo do 1° ao 13° pavimentos
formados por 4 salas, duas salas com 62m² e duas salas com 126m² por andar (figura
45), do 14° ao 22° pavimentos são formados por duas salas de 188m² (Figura 46) por
andar e por fim o 23° pavimento é destinado para uma única sala, devido à altura do
pé direito é possível instalar mais dois pavimentos internos, sendo formando também
por uma varanda.
Figura 45: Pavimento tipo com 4 salas
Fonte: Autora, 2017
43
Figura 46: Pavimento tipo com 2 salas
Fonte: Autora, 2017
2.2.4 Relação com o entorno
Fica localizado no fim da Avenida Agamenon Magalhães, 4779, na Ilha do Leite em
Recife. Está situado em meio a edificações que proporcionam atendimentos de saúde,
serviços, lazer e entretenimento (figura 47).
Figura 47: Edifício Isaac Newton
Fonte: rioavecorporate.com.br
44
2.2.5 Soluções de eficiência energética
As fachadas no edifício empresarial são compostas por placas de alumínio composto
modular (ACM) e pele de vidro laminado na cor verde que proporciona iluminação
natural e possui proteção contra os raios UV (figura 48). Já as fachadas do edifico
garagem são compostas por painéis metálicos perfurados, permite a entrada de luz e
ventilação natural (figura 49).
Figura 48: Fachada envidraçada Edifício Isaac Figura 49: Vista interna da fachada ventilada do Newton edifico garagem do Isaac Newton
Fonte: Autora, 2017 Fonte: Autora, 2017
A torre empresarial além de aproveitar a iluminação natural através de suas fachadas
envidraçadas utiliza lâmpadas de led para iluminar artificialmente a edificação, tendo
em vista que as lâmpadas de led são mais econômicas no consumo de energia
elétrica. Nesta torre utiliza também o sistemas de placas fotovoltaica (figura 50), estes
painéis ficam instalados no telhado da edificação e geram eletricidade para as áreas
comuns da edificação como recepção e áreas de circulação e também para o
funcionamento dos elevadores.
45
Figura 50: Placas fotovoltaica instaladas na laje impermeabilizada do edifico Isaac Newton
Fonte: Autora, 2017
Outra medida tomada foi a pintura da laje impermeabilizada de branco para fazer com
que os raios solares ao incidirem sobre a laje fossem refletidos evitando a penetração
de calor além disso, no 23° pavimento foi instalado um forro de gesso com uma
camada isolante térmico de lã de rocha para minimizar ainda mais a incidência de
calor no interior da edificação.
Outra solução que promove o consumo mais racional da energia elétrica é o
reaproveitamento das águas da chuva e dos drenos dos ar condicionados, essas
águas coletadas são usadas para alimentar o sistema de resfriamento da edificação.
Analisando os dados coletados pelas visitas técnicas, os elementos implantados nas
edificações que trabalham a eficiência energética nas fachadas são, a utilização das
placas fotovoltaicas no edifício Isaac Newton reduzindo o consumo de eletricidade e
pelos painéis perfurados metálicos em seu edifico garagem proporcionando
iluminação e ventilação natural. Já o JCPM trade center possui o sistema de fachada
ventilada na orientação poente da edificação minimizando a penetração de calor no
interior da edifício e os brises metálicos em seu edifício garagem que permitem o maior
aproveitamento da iluminação e ventilação natural.
46
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA (ANÁLISE DA ÁREA)
Apresenta as análises do local escolhido para implantação do anteprojeto, bem como
estudos do entorno e condicionantes climáticos. Além de apontar os parâmetros que
foram seguidos para o desenvolvimento do anteprojeto, estabelecidos pelas
legislações vigentes.
3.1 Localização
O terreno utilizado para a implantação do edifício multifuncional com princípios de
eficiência energética nas fachadas está localizado no Bairro de Santo Amaro onde
atualmente existe a Vila Naval em Recife/PE. Trata-se de uma região central de fácil
mobilidade através da Av. Cruz Cabugá e de valorização pela proximidade com o
Shopping Tacaruna, Hospital do Câncer de Pernambuco e Hospital de Santo Amaro
(figura 51).
Figura 51: mapa com a localização do terreno
Fonte: Google Earth alterado pela Autora, 2017
O terreno escolhido é limitado pela Av Cruz Cabugá, a noroeste, Rua Batista Regueira,
a sudeste, Rua Doná Mariana Rêgo Barreto, a nordeste, Rua Doná Maria de Souza,
a sudoeste. Possui infraestrutura urbana e disponibilidade de transporte público, além
do acesso a cidade pela Av. Cruz Cabugá (figura 52).
47
Figura 52: mapa com a localização do terreno
Fonte: Google Earth alterado pela Autora, 2017
O terreno escolhido foi ajustado com a finalidade de se enquadrar nas exigências
apresentadas pelo projeto de lei denominado Plano Santo Amaro Norte. Após as
alterações realizadas no terreno, este passou a ter área total de 9.669,93m² e
permaneceu com formato de poligono irregular (figura 53).
Figura 53: Terreno modificado de acordo com as exigências do Plano Santo Amaro Norte
Fonte: Autora, 2017
48
3.2 Análise do entorno
Para análise do entorno foram elaborados os mapas de cheios e vazios (figura 54),
de usos (figura 55), de gabarito e de vias. Através da verificação do mapa de cheios
e vazios juntamente com o de uso, concluiu- se que a região é predominantemente
residencial, destacando-se o shopping Tacaruna no setor comercial e no setor de
saúde apresentam- se o Hospital de Santo Amaro e do Câncer.
Figura 54: Mapa de cheios e vazios
Fonte: Autora, 2017
Figura 55: Mapa de usos
Fonte: Autora, 2017
49
De acordo com o mapa de gabarito a predominância é de construções entre um e dois
pavimentos, algumas edificações do setor de saúde e o Shopping Tacaruna possuem
um gabarito acima de 3 pavimentos (figura 56).
Figura 56: Mapa de gabarito
Fonte: Autora, 2017
Por fim o mapa de vias apresenta as ruas e avenidas do entrono do terreno e seus
fluxo do intenso ao moderado. A Av. Cruz Cabugá é a via de duplo sentido e com o
fluxo mais intenso (figura 57).
Figura 57: Mapa de vias e fluxo
Fonte: Autora, 2017
50
3.3 Condicionantes climáticos
Na cidade de Recife o clima é caracterizado como quente e úmido, com temperatura
média de 26°. Com estes dado foi realizado o estudo da carta solar e dos ventos para
a cidade de Recife, com o propósito de obter informações que orientem a forma
adequada de implantação da edificação no terreno escolhido.
A carta solar referente a fachada nordeste (figura 58) demostra que a mesma sofre
maiores períodos de exposição a incidência solar no período de 22 de dezembro a 22
de junho nos horários de 6:00 as 13:00 aproximadamente. A fachada nordeste (figura
59) apresenta maior período de exposição solar no período de 24 de julho a 22 de
dezembro nos horários de 11:00 as 15:30 aproximadamente. A fachada sudeste
(figura 60) demonstra que o maior período de insolação é em 21 de janeiro a 22 de
junho nos horários de 5:00 as 15:00 aproximadamente. Por fim a fachada sudoeste
(figura 61) fica exposta a incidência solar no período de 22 de junho a 22 de dezembro
nos horários de 11:15 até as 13:00 aproximadamente, sendo a fachada menos
exposta a irradiação solar em todos os períodos do ano.
As fachadas posicionadas no sentido sudoeste e noroeste sofrem insolação poente,
tornando necessário a proteção com elementos arquitetônicos adequados visto que o
objetivo do anteprojeto é apresentar soluções em eficiência energética nas fachadas.
Os brises verticais são a solução mais adequada para fachadas norte e sul e pelo fato
de todas as fachadas da edificação estarem posicionadas em suas intermediações,
será adotado o uso de brises verticais em todas as fachadas de estacionamento e
para os pavimentos tipo serão instalados brises móveis.
51
Figura 58: Fachada nordeste Figura 59: Fachada noroeste
Fonte: Autora, 2017 Fonte: Autora, 2017
Figura 60: Fachada sudeste Figura 61: Fachada sudoeste
Fonte: Autora, 2017 Fonte: Autora, 2017
Para análise dos ventos, foi usada como base o gráfico anual das rosas dos ventos
da cidade de Recife (figura 62), de acordo com o gráfico a direção da ventilação
predominante é de sentido sudeste. A composição volumétrica do edifício
multifuncional com princípios de eficiência energética proporciona ventilação cruzada
através dos seus vãos abertos em toda a edificação além de possuir uma fachada
voltada para o sentido sudeste.
52
Figura 62: Mapa dos ventos da cidade de Recife
Fonte: projeteee.mma.gov.br, 2017
3.4 Análise da legislação urbanística
O anteprojeto arquitetônico do edifício multifuncional com princípios de eficiência
energética nas fachadas obedece aos parâmetros e diretrizes estabelecidas pelas
seguintes leis e normas:
Plano Santo Amaro Norte (Projeto de lei, 2017);
Lei das edificações e instalações do Recife (n°16.292 de 29/01/1997);
Código de segurança contra incêndio e pânico para o estado de Pernambuco
(Decreto n°19.644 de 13/03/1997);
ABNT NBR 9050- Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos (2004).
Segundo o Plano Santo Amaro Norte (2017) o local em que o anteprojeto foi
implantado é classificado como ZEPH 19 (Zona Especial de Patrimônio Histórico-
Cultural), esta estabelece as diretrizes para o uso e ocupação do solo dividindo- se
em SPA1 e SPA2 e posteriormente subdividido- se em quadras A, B, C, D, E e F
localizadas na SPA1 e a quadra G localizada na SPA2.
Na SPA1 encontram- se os parâmetros de edificabilidade para a elaboração do
anteprojeto, esses parâmetros são, o coeficiente de aproveitamento, o índice de
aproveitamento, a taxa de solo natural, o gabarito, os afastamentos e a taxa de
ocupação. O coeficiente de aproveitamento corresponde ao coeficiente de utilização,
53
seu valor máximo é de 4,0; o coeficiente de aproveitamento é obtido através da soma
da área total construída contabilizando as áreas comuns e de estacionamento. O
índice de aproveitamento estabelece o potencial construtivo da edificação e tem o
valor máximo de 6,25. A taxa de solo natural é de 20% (PLANO SANTO AMARO
NORTE, 2017)
O gabarito corresponde a altura limite da sua edificação partindo do meio fio,
totalizando em 66,00m de altura, apenas uma torre pode atingir a altura máxima
estabelecida, sendo obrigatório a criação de no mínimo 3 torres no lote escolhido para
implantação do anteprojeto. Os valores dos afastamentos são definidos pela
localização das vias de acordo com a tabela 3 (PLANO SANTO AMARO NORTE,
2017).
Tabela 3: Afastamentos mínimos
Afastamentos mínimos
Av. Cruz Cabugá Até o 3° pav.: 0 / A partir do 4° pav.: largura total da galeria
Via parque 7m
Vias transversais 5m
Fonte: Projeto de lei – Plano Santo Amaro Norte,2017, modificado pela autora
Outros elementos especificados pelo Plano Santo Amaro Norte (2017) é a locação de
galerias no térreo com fachada ativa e permeabilidade visual “com o objetivo de
promover a dinamização e vitalidade dos passeios públicos” (PLANO SANTO AMARO
NORTE, 2017, p.13) bem como implantação de ajardinamento frontal e uma faixa de
amenização ambiental com 2,00m de largura.
Segundo o Plano Santo Amaro Norte (2017) o quantitativo de vagas para
estacionamento é estabelecido de acordo com os usos. Para uso habitacional não é
determinado o número mínimo de vagas, já para o uso não habitacional o mínimo
estabelecido é de 1 vaga para cada 100m². Independente do uso é determinado o
valor máximo de 1 vaga para cada 70m².
O estacionamento pode ocupar até o 3° pavimento da edificação, podendo ser
compartilhado entre os diferentes usos existentes no conjunto edificado. Devendo
dispor de vagas para deficientes, idosos e gestantes, além de bicicletário público e
privado.
54
Lei das edificações e instalações do Recife (n°16.292 de 29/01/1997) tem como
finalidade estabelecer os padrões que asseguram os usuários, condições mínimas de
segurança, acessibilidade, durabilidade, conforto térmico e acústico. Delimitando
também os parâmetros das instalações prediais, como reservatório de água e
armazenamento de lixo e gás (tabela 4). De acordo com a lei será locado dois
reservatórios de água, o superior e o inferior, o inferior deve possuir o dobro do volume
do superior, e no superior deve constar a reserva para combate de incêndio. Seu
respectivo cálculo está localizado nos apêndices, sendo apêndice A, o cálculo para
reservatório de água; o apêndice B, o cálculo do armazenamento de lixo e o apêndice
C, o cálculo de consumo de gás.
Tabela 4: Parâmetros para reservatório de água e armazenamento de lixo
Usos Atividades Densidades populacional
Reservatório de água superior
Volume/pessoa
Lixo
Volume/pessoa
Habitacional Unifamiliar
Multifamiliar
02 pessoas/
quarto
150Litros/pessoa 4,6 litros/
pessoa
Não Habitacional
Comércio varejista
01 pessoa/ 7m² de área de construção
80Litros/pessoa
4,6 litros/
pessoa
Serviços técnicos,
financeiros, pessoais, de reparação,
diversionais, religiosos e
serviço público (governamental)
01 pessoa/ 7m² de área de construção
80Litros/pessoa
4,6 litros/
pessoa
Fonte: Lei das edificações e instalações do Recife, 1997, modificado pela autora
O código de segurança contra incêndio e pânico para o estado de Pernambuco
estabelece medidas de segurança para combate a incêndios, rotas de fuga, entre
outros. Um dos elementos classificados como rota de fuga são as escadas de
emergência, estas devem ser construídas em concreto armado ou em materiais
resistentes contra o fogo. Deve possuir porta corta-fogo e corrimãos em todos os
lados, estes corrimãos devem estar instalados com altura entre 75cm até 85cm do
degrau, ter largura de 6cm e estar afastado 4cm das paredes.
ABNT NBR 9050 (2004) estabelece parâmetros de acessibilidade para todas as
pessoas, sejam elas deficientes, possuir mobilidade reduzida ou ter condições físicas
55
plenas. Proporcionando a criação de espaços em que todos possam se deslocar com
autonomia e segurança.
De acordo com a ABNT NBR 9050 (2004) sinalização tátil no piso serve como
orientação para deficientes visuais, dividi- se em dois tipos, alerta e direcional, tanto
um quanto o outro devem ter coloração e textura que criem contraste sobre o piso que
será instalado. Uma placa de piso tátil de alerta possui dimensões de 25cm x 60cm e
deve ser instalado em situações como: início e término de rampas e escadas; na
entrada de elevadores; quando houver obstáculos suspenso numa altura entre 0,60m
até 2,10m. O piso tátil direcional tem a função de guiar o caminho em áreas externa
e interna quando não há obstáculos, sua placa possui dimensões de 20cm x 60cm.
Segundo a ABNT NBR 9050 (2004) utiliza-se como referência a dimensão de um
cadeirante com 0,80m x 1,20m no entanto é necessário considerar atividades de
movimentação e rotação que geram a demanda de um espaço ainda maior. Em
escadas de emergência deve ser dimensionado e demarcado um local para o regate
do cadeirante. Também estabelece o dimensionamento de um banheiro indicando as
alturas e a distância de cada peça sanitárias, além das barras de apoio (figura 63).
Figura 63: planta baixa de um banheiro acessível
Fonte: ABNT NBR 9050, 2014
56
4 ANTEPROJETO DO EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL
Neste capitulo são apresentados um conjunto de análises e esboços para a
elaboração do anteprojeto, bem como o memorial justificativo, explicando e
descrevendo as soluções adotadas no anteprojeto e por fim o anteprojeto em si,
apresentado por meio de desenhos técnicos e artísticos da proposta conforme as
convenções contidas nas normas.
4.1 Etapas pré- Projetuais
De acordo com o Plano Santo Amaro Norte, a quadra F foi escolhida para a
implantação do anteprojeto de uma edifício multifuncional com princípios de eficiência
energética nas fachadas. O terreno possui área de 9.669,93m², a altura máxima da
edificação é de 66m e usando o índice de aproveitamento máximo de 6,25 resulta em
um potencial construtivo de 60.437,06m². O afastamento frontal final à Avenida Cruz
Cábuga é a largura total da galeria implantada no anteprojeto, esta possui largura de
3m mais a dimensão dos pilares da edificação totalizando em 3,50m. Os afastamentos
das vias transversais são de 5m e o afastamento em frente ao parque linear é de 7m.
A taxa de solo natural é de 20% que corresponde a uma área de 1.933,98m² do lote.
Atendendo aos aspectos legais estabelecidos, os veículos não poderão acessar a
edificação pela Av. Cruz Cabugá, as rampas de acesso para os estacionamentos
poderão ser posicionadas na Rua Doná Maria de Souza e na Rua Doná Mariana Regô
Barreto. Tendo em vista a permissão para o compartilhamento do estacionamento
para todos os usos implantados no conjunto edificado, os veículos terão o mesmo
acesso para a edificação.
O programa de necessidades foi desenvolvido com base nas informações
apresentadas no referencial técnico sobre edificação multifuncionais e nos estudos de
caso analisados. O pré- dimensionamento foi elaborado segundo os parâmetros
legislativos encontrados na lei ordinária 16.292 (1997). A tabela a seguir apresenta o
programa de necessidades dividido nos setores residencial, comercial e de serviço
interligados ao pré- dimensionamento.
57
Tabela 5: Programa de necessidades e pré- dimensionamento
Uso Programa de necessidades Pré- dimensionamento
Ambiente Quantidade Área (m²)
Residencial áreas privadas
Sala de estar/jantar 1 12,00
Bwc 2 3,00 x 2
Quarto 2 8,00 x 3
Cozinha 1 6,00
Área de serviço 1 1,80
Residencial áreas comuns
Sala de dança 1 -
Espaço infantil 1 -
Academia 1 -
Salão de festas 1 -
Salão de jogos 1 -
Portaria 1 -
WC portaria 1 2,00
Zeladoria 1 -
WC Zeladoria 1 2,00
Serviço
Escritórios 81 salas 60,00
wc 1 por escritório 2,00
Copa 1 por escritório 3,00
Portaria 1 -
WC portaria 1 2,00
Zeladoria 1 -
WC Zeladoria 1 2,00
Comercial Lojas 16 30,00
wc 1 por loja 2,00
Fonte: Autora, 2017
4.2 Estudo preliminar
Segundo as análises e dados demonstrados nas etapas pré- Projetuais foi elaborado
um estudo preliminar. Neste estudo (figura 64) estão representados 4 torres e ao lado
as mesmas 4 torres desconstruídas, com o objetivo de tornar o volume edificado
dinâmico, gerando mais áreas verdes de convívio e lazer.
58
Figura 64: Desconstrução das 4 torres
Fonte: Autora, 2017
De acordo com os parâmetros legislativos do Plano Santo Amaro Norte fica definido
que não pode ter mais que duas torres com o mesmo gabarito, por isso foi pensando
na composição de duas torres com 45,90m de altura e outras duas torres com 55,90m
de altura. Ainda em comprimento a legislação que estabelece a diferenciação de
gabarito entre as torres devendo ser de 3 pavimentos, foi criado pequenos blocos com
3 pavimentos e posteriormente rotacionados promovendo a desconstrução
volumétrica. O Plano também estabelece que apenas uma torre pode atingir o gabarito
máximo de 66,00m, para que o volume desenvolvido como estudo preliminar fosse
adequado a este parâmetro nenhuma torre atingiu o gabarito máximo.
O partido arquitetônico é composto por 6 blocos (figura 65), sendo o térreo direcionado
para lojas, logo acima esta locado o estacionamento e depois 4 torres onde duas são
para escritórios e duas para habitação. Possui 5 acessos para pedestres com rampa
acessíveis para cadeirantes e sinalizados com pisos táteis de alerta e direcionais.
Figura 65: Diagrama de usos
Fonte: Autora, 2017
59
A circulação vertical é separada em cada torre, composta pela escada de emergência
por 4 elevadores sendo 3 sociais e 1 de serviço. Na escada possui uma área
delimitada para o resgate de cadeirantes e corrimãos de acordo com os parâmetros
legislativos já apresentados.
No sistema estrutural do anteprojeto (figura 66) para que os vãos abertos não
sofressem interferências dos pilares foi adotado o uso de treliças metálicas, como já
foi visto no referencial técnico, as treliças metálicas tem a função de vencer grandes
vãos. A caixa de elevadores e escada também apresenta função estrutural por ser de
concreto armado e os pilares são em perfis metálicos H revestidos para garantir
proteção contra corrosão e incêndio.
Figura 66: Sistema estrutura do anteprojeto
Fonte: Autora, 2017
4.3 Memorial justificativo
O edifício multifuncional com princípios de eficiência energética nas fachadas está
localizado na quadra F da Vila naval, no Bairro de Santo Amaro na cidade de Recife-
PE. Está implantado em um terreno com área de 9.669,93m² e possui 5 acessos pelas
60
vias Avenida Cruz Cabugá, Rua Batista Regueira, Rua Doná Mariana Rêgo Barreto e
Rua Doná Maria de Souza.
O edifício multifuncional possui 16 lojas no pavimento térreo, sendo 6 lojas com 76m²,
6 lojas com 90,70m² e 4 lojas com 116,28m². As duas torres empresariais possuem
81 salas para escritórios com copa e sanitário em cada escritório, sendo 27 salas com
68m², 36 salas com 78m² e 18 salas com 65m². As torres empresariais possibilitam a
duplicação da sala com o objetivo de adquirir áreas maiores ou até mesmo a locação
de todo um andar viabilizando o atendimento a empresas de qualquer porte.
As duas torres habitacionais possuem 67 apartamentos, são todos compostos por 2
quartos sendo um deles suíte e sala de estar e jantar integradas. Sendo 16
apartamento com 95m², 33 apartamentos com 82m² e 18 apartamentos com 79m².
Cada torre possui acesso e circulação vertical independentes sendo conectadas
apenas pelo estacionamento, que possui um total de 166 vagas e ocupa dois
pavimentos da edificação como um todo. O estacionamento conta com vagas para
carros, motos e bicicletário privado.
No pavimento térreo além das lojas, está localizado os halls de acesso das 4 torres e
banheiro público para cliente e funcionários das lojas. Nas áreas não edificadas esta
locado um bibicletário público e as edículas de lixo e gás (seus respectivos cálculos
estão nos apêndices).
Nas áreas comuns de circulação horizontal das torres são abertas e a cada 3
pavimentos existem dois vão abertos com vegetação natural, tem finalidade de ser
uma área de convívio, descanso e lazer para os proprietários tanto dos escritórios
quanto dos apartamentos. No terceiro pavimento do conjunto edificado é onde se tem
início as salas para escritórios e as áreas comuns de lazer para as torres
habitacionais, dispondo de sala de dança, espaço infantil, academia, salão de festa
com banheiros e cozinha de apoio e salão de jogos.
Quanto as soluções de eficiência energética no tratamento das fachadas, foi adotado
o uso de brises móveis nas 4 torres e brises verticais fixos no estacionamento. Toda
a pele de vidro do conjunto edificado, além de ter a proteção do brises móveis no
casos das torres e de beirais no caso das lojas são em vidro espectralemente seletivos
com proteção solar, pois apresenta uma alta transmissão luminosa sem ganhos
61
térmicos. Também foi implantado o uso de fachadas ventiladas nas caixas de
elevadores, escadas e varandas técnicas. As placas instaladas nas varandas técnicas
possuíram uma malha perfura para possibilitar maior fluxo de ventilação natural. Por
fim serão instaladas placa fotovoltaicas na coberta das 4 torres. Na coberta do
estacionamento foi implantando telhado verde e nos vãos entre as torres também foi
implantado telhado verde.
No estacionamento o uso de brises verticais fixos com angulação de 45° possibilitará
a entrada de luz natural e ventilação cruzada, além do beiral promovendo maior
projeção de sombra no interior do estacionamento tanto na fachada noroeste como
na sudeste. Devido a composição volumétrica do conjunto edificado todos os
pavimentos possuem ventilação cruzada e fornecimento de luz natural, o brises
móveis minimizam os ganhos térmicos no interior da edificação. As placas
fotovoltaicas instaladas na coberta de cada torre gera energia de forma limpa e sem
ruído reduzindo o consumo energético da distribuidora de energia.
Por fim as imagens a seguir apresentam duas perspectivas do anteprojeto de um
edifício multifuncional com princípios de eficiência energética nas fachadas estão
contidas no apêndice D e E.
4.4 Anteprojeto arquitetônico
O anteprojeto do edifício multifuncional com princípios de eficiência energética nas
fachadas está localizado nos seguintes apêndices:
Apêndice F – Planta de situação e locação
Apêndice G – Planta Baixa – 1° pav. (térreo)
Apêndice H – Planta Baixa – 2° pav. estacionamento
Apêndice I – Planta Baixa – 3° pav. estacionamento
Apêndice J – Planta Baixa – 4° pa. Áreas comuns residencial
Apêndice K – Planta Baixa – Pav. tipo 01
Apêndice L – Planta Baixa – Pav. tipo 02
Apêndice M – Corte AA
62
Apêndice N – Corte BB
Apêndice O – Fachada Nordeste
Apêndice P – Fachada Sudoeste
Apêndice Q – Fachada Sudeste
Apêndice R – Fachada Noroeste
63
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi elaborado o anteprojeto arquitetônico de um edifício multifuncional com princípios
de eficiência energética nas fachadas em Recife- PE com base nas noções adquiridas
coma elaboração do referencial técnico sobre eficiência energética, métodos
construtivos e materiais para atingir tal objetivo.
Foram apresentados os problemas causados pela larga utilização do vidro
especificado de maneira inapropriada para as fachadas em edificações localizadas no
nordeste brasileiro e também as soluções encontradas para o desenvolvimento de
uma edificação multifuncional com princípios de eficiência energética nas fachadas,
foram estudados o sistema de fachada ventilada, sistema de placas fotovoltaica e
vidro com película de controle solar.
Através dos estudos de caso realizados foi possível conhecer de forma pratica as
soluções implantadas para a obtenção do uso mais racional de energia elétrica e
analisar dentre essas medidas as que apresentam resultado significativos de
eficiência energética.
O anteprojeto buscou se adequar aos parâmetros legislativos vigentes no local que foi
implantado. Espera- se que através deste anteprojeto seja possível contribuir para a
arquitetura soluções Projetuais para o desenvolvimento de edificações eficientes
energeticamente em Recife, PE.
64
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050: Acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2 ed. Rio de Janeiro, 2004.
97 p. Disponível em:
<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/[field_gener
ico_imagens-filefield-description]_24.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2017.
AtomRA Eficiência Energética. Disponível em:
<http://www.atomra.com.br/dimensionamento-projeto-solar-fotovoltaico/ >. Acesso
em: 10 dezembro 2017
Decreto nº 9.644, de 13 de março de 1997. Coscip: Código de segurança Contra
incêndio e pânico para o Estado de Pernambuco. Disponível em:
<http://www.cbm.pe.gov.br/download/normas/coscipe.pdf>. Acesso em: 6 dez. 2017.
ENGEL, Heino. Sistemas estruturais. Barcelona: Gustavo Gili, 2001. 334 p.
HEYWOOD, Huw. 101 regras básicas para uma arquitetura de baixo consumo
energético. Barcelona: Gustavo Gili Brasil, 2015. 240 p.
KEERLE, Marian; BURKE, Bill. Fundamentos de Projeto de Edificações
Sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, 2010. 362 p.
LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PERREIRA, Fernando O.r.. Eficiência
energetica na arquitetura. 3. ed. Rio de Janeiro, 2015. 366 p.
Lei nº 16.292, de 29 de janeiro de 1997. REGULA AS ATIVIDADES DE
EDIFICAÇÕES E INSTALAÇÕES, NO MUNICÍPIO DO RECIFE, E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/a/pe/r/recife/lei-
ordinaria/1997/1629/16292/lei-ordinaria-n-16292-1997-regula-as-atividades-de-
edificacoes-e-instalacoes-no-municipio-do-recife-e-da-outras-providencias>. Acesso
em: 06 dez. 2017.
LITTLEFIELD, David. Manual do arquiteto: Planejamento, dimensionamento e
projeto. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
65
NEUFERT, Ernest. NEUFERT: A arte de projetar em arquitetura. 18.ed.
São Paulo: Gustavo Gill, 2013.
Portal JCPM. Disponível em: < http://www.jcpmtradecenter.com.br/>. Acesso em: 09
junho 2017.
Portal Solar. Disponível em: < http://www.portalsolar.com.br/>. Acesso em: 09 junho
2017.
Projeto de lei, Plano Santo Amaro Norte. 2017
REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. A concepção estrutural e a arquietura. São
Paulo: Zigurate Editora, 2000.
ROSSI, Oriode José. Espaço Multi Uso: O projeto de arquitetura do espaço Brooklin
-da concepção à implantação: o arquiteto e o desenvolvimento de um
empreendimento imobiliário de grande porte. São Paulo: Dupla Editora, 2011. 240 p.
SOUSA, Fernando Manuel Fernandes de. FACHADAS VENTILADAS EM
EDIFÍCIOS: Tipificação de soluções e interpretação do funcionamento conjunto
suporte/acabamento. 2010. 138 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil,
Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto, Porto, 2010. Disponível em: <https://repositorio-
aberto.up.pt/bitstream/10216/61566/1/000147488.pdf>. Acesso em: 24 maio 2017.
Ulma Architectural Solutions. FACHADAS VENTILADAS. Disponível em:
<http://www.ulmaarchitectural.com/br/fachadas-ventiladas/downloads/catalogo-
fachadas-ventiladas-brasil.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2017.
66
APÊNDICES
APÊNDICE A – cálculo para reservatório de água (67)
APÊNDICE B – cálculo do armazenamento de lixo (70)
APÊNDICE C – cálculo de consumo de gás (72)
APÊNDICE D – perspectiva 01 (74)
APÊNDICE E – perspectiva 02 (75)
APÊNDICE F – Planta de situação e locação (76)
APÊNDICE G – Planta Baixa – 1° pav. (térreo) (77)
APÊNDICE H – Planta Baixa – 2° pav. estacionamento (78)
APÊNDICE I – Planta Baixa – 3° pav. estacionamento (79)
APÊNDICE J – Planta Baixa – 4° pa. Áreas comuns residencial (80)
APÊNDICE K – Planta Baixa – Pav. tipo 01 (81)
APÊNDICE L – Planta Baixa – Pav. tipo 02 (82)
APÊNDICE M – Corte AA (83)
APÊNDICE N – Corte BB (84)
APÊNDICE O – Fachada Nordeste (85)
APÊNDICE P – Fachada Sudoeste (86)
APÊNDICE Q – Fachada Sudeste (87)
APÊNDICE R – Fachada Noroeste (88)
67
APÊNDICE A – cálculo para reservatório de água
Para o cálculo considera- se:
hab. por dormitório (apartamento)
1 hab. a cada 6m² (escritório e loja)
Apartamento 150L/dia 1 hab.
Loja 80L/dia 1 hab.
Escritório 80L/dia 1 hab.
Lojas
6 lojas – 90,70m² 1 loja = 16 hab. x 6 lojas = 96 hab.
4 lojas – 116,28m² 1 loja = 20 hab. x 4 lojas = 80 hab.
6 lojas – 76,00m² 1 loja = 13 hab. x 6 lojas = 78 hab.
Total de habitantes nas lojas = 245
Empresarial 1
3 salas de 68,00m² 1 sala = 12 hab.
3 salas de 78,00m² 1 sala = 13 hab.
3 salas de 68,00m² = 36 hab. por pav. logo, 36 hab. x 9 pav. = 324 hab.
3 salas de 78,00m² = 39 hab. por pav. logo, 29 hab. x 6 pav. = 234 hab
Total de habitantes no empresarial 1 = 558 hab
Empresarial 2
3 salas de 78,00m² 1 sala = 13 hab.
3 salas de 65,00m² 1 sala = 11 hab.
3 salas de 78,00m² = 39 hab. por pav. logo, 39 hab. x 6 pav. = 234 hab.
3 salas de 65,00m² = 33 hab. por pav. logo, 33 hab. x 6 pav. = 198 hab.
68
Total de habitantes no empresarial 2 = 432
Residencial 1
3 apt. com 2 dormitórios por pav. logo, 3 apt. x 12 pav. = 36 apt
36 apt. x 4 hab. = 144 hab.
Total de habitantes no residencial 1 = 144
Residencial 2
2 apt. com 2 dormitórios por pav. logo, 2 apt. x 9 pav = 18 apt
3 apt. com 2 dormitórios por pav. logo, 3 apt. x 6 pav. = 18 apt
18 apt + 18 apt = 36 apt x 4 hab. = 144 hab.
Total de habitantes no residencial 2 = 144
Fómula para quantidade de litros por uso – Cd = N x C
Cd = consumo diário
N = população abastecida
C = consumo por unidade
Lojas – Cd = N x C Empresarial 1 – Cd = N x C
Cd = 254 x 80 Cd = 558 x 80
Cd = 22.72 L/dia Cd = 44.640 L/dia
Empresarial 2 - Cd = N x C Residencial 1 – Cd = N x C
Cd = 432 x 80 Cd = 144 x 150
Cd = 34. 560 L/dia Cd = 21.600 L/dia
Residencial 2 – Cd = N x C
Cd = 144 x 150
Cd = 21.600 L/dia
69
Reservatório superior empresarial 1
44.640 L/dia + 11.36 L/dia (loja) + 7.200 L (reserva de incêndio) = 63. 200 L
Reservatório inferior empresarial 1
44.640 L/dia + 44.640 L/dia = 89.280 L
Reservatório superior empresarial 2
34. 560 L/dia + 11.36 L/dia (loja) + 7.200 L (reserva de incêndio) = 53.120 L
Reservatório inferior empresarial 2
34. 560 L/dia + 34. 560 L/dia = 69.120 L
Reservatório superior residencial 1
21.600 L/dia + 7.200 L (reserva de incêndio) = 28.800 L
Reservatório inferior residencial 1
21.600 L/dia + 21.600 L/dia = 43.200 L
Reservatório superior residencial 2
21.600 L/dia + 7.200 L (reserva de incêndio) = 28.800 L
Reservatório inferior residencial 2
21.600 L/dia + 21.600 L/dia = 43.200 L
70
APÊNDICE B – cálculo do armazenamento de lixo
Considera- se uma produção de 4,6 L/dia de lixo por hab.
hab. por dormitório (apartamento)
1 hab. a cada 7m² (escritório e loja)
Residencial 1 – 144 hab x 4,6 L/dia = 662,4 L/dia
Residencial 2 – 144 hab x 4,6 L/dia = 662,4 L/dia
Empresarial 1
3 salas de 68,00m² 1 sala = 10 hab.
3 salas de 78,00m² 1 sala = 12 hab.
3 salas de 68,00m² = 30 hab. por pav. logo, 30 hab. x 9 pav. = 270 hab.
3 salas de 78,00m² = 36 hab. por pav. logo, 36 hab. x 6 pav. = 216 hab
Total de habitantes no empresarial 1 = 486 hab x 4,6 L/dia = 2.235,6 L/dia
Empresarial 2
3 salas de 78,00m² 1 sala = 12 hab.
3 salas de 65,00m² 1 sala = 10 hab.
3 salas de 78,00m² = 36 hab. por pav. logo, 36 hab. x 6 pav. = 216 hab.
3 salas de 65,00m² = 30 hab. por pav. logo, 30 hab. x 6 pav. = 192 hab.
Total de habitantes no empresarial 2 = 408 hab x 4,6 L/dia = 1.876,8 L/dia
Lojas
6 lojas – 90,70m² 1 loja = 13 hab. x 6 lojas = 78 hab.
4 lojas – 116,28m² 1 loja = 17 hab. x 4 lojas = 68 hab.
6 lojas – 76,00m² 1 loja = 11 hab. x 6 lojas = 66 hab.
Total de habitantes nas lojas = 212 x 4,6 L/dia = 975,2 L/dia
71
Total de lixo produzido
662,4 L/dia + 662,4 L/dia + 2.235,6 L/dia + 1.876,8 L/dia + 975,2 L/dia = 6.412,4 L/dia
Acima de 3.000 L/dia deverá usar 3 containers e além de fazer contrato com a
prestadora de serviço do município.
72
APÊNDICE C – cálculo de consumo de gás
Potência Nominal dos Aparelhos - NBR 15526 de 2013
Aparelho Tipo Capacidade
(Kw)
Capacidade
(Kcal/h) Quantidade Total
Fogão 04 bocas Com forno 8,10 6.969,41 72 501.797,32
Fogão 04 bocas Sem forno 5,80 4.990,44 0,00
Fogão 06 bocas Com forno 12,80 11.013,38 0 0,00
Fogão 06 bocas Sem forno 9,30 8.001,91 0,00
Forno de parede - 3,50 3.011,47 0,00
TOTAL GERAL - Potência Computada (Kcal/h) 501.797,32
TOTAL GERAL - Potência Computada (Kcal/min) - multiplicar por 0,016666667 8.363,29
Dados dos Cilindros de GLP
Cilindro Capacidade (Kg) Vaporização (Kg/h)
P-45 45 1,00
P-90 90,00 2,00
P-190 190,00 3,50
P-500 500,00 7,00
Potência Computada (C) Valor de F (%)
Para C menor que 350Kcal/min 100,00
Para: 350Kcal/min < C > 9.612Kcal/min F = 100/[1+0,001(C-349)^0,8712]
Para: 9.612Kcal/min < C > 20.000Kcal/min F = 100/[1+0,4705(C-1.055)^0,19931]
Para C maior que 20.000Kcal/min 23,00
Fator de Simultaneidade (F) em Kcal/min
Para: 350Kcal/min < C < 9.612Kcal/min
Dados do Cálculo Valores Unidade
Potência Computada (C) 8.363,29 Kcal/min
(C-349) 8.014,29 Kcal/min
(C-349)^0,8712 2.517,95
1+0,001(C-349)^0,8712 3,52
100/[1+0,001(C-349)^0,8713] 28,43 %
Resultado 28,43 %
73
Para: 9.612Kcal/min < C < 20.000Kcal/min
Dados do Cálculo Valores Unidade
Potência Computada (C) 12.000,00 Kcal/min
(C-1.055) 10.945,00 Kcal/min
(C-349)^0,8712 6,38
1+0,001(C-349)^0,8712 4,00
100/[1+0,001(C-349)^0,8713] 24,98 %
Resultado 24,98 %
Cálculo da Potência Adotada (A)
Dados do Cálculo Valores Unidade
Potência Computada (C) 8.363,29 Kcal/min
Fator de Simultaneidade (F) 28,43 %
Fórmula: A = CxF/100 2.377,32 Kcal/min
Potência Adotada (Kcal/h) - x60 142.639,11 Kcal/h
Cálculo da Vazão do Gás GLP (Q)
Dados do Cálculo Valores Unidade
Potência Adotada (A) 142.639,11 Kcal/h
Poder Calorífico do Inferior do
GLP
24.000,00 Kcal/m3
Fórmula: Q = A/PCI 5,94 m3/h
Serão necessários 6 cilindros P -90 para abastecimento de gás.
74
APÊNDICE D – perspectiva 01
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APÊNDICE E – perspectiva 02