Assunto : Desnutrição
Professora : Enf.: Darlene Carvalho
www.darlenecarvalho.webnode.com.br
Desnutrição é uma doença de natureza clínico-social
multifatorial cujas raízes se encontram na pobreza.
O percentual de óbito em âmbito hospitalar devido à desnutrição infantil está em torno de 20 %, muito acima dos valores recomendados pela OMS ( inferior a 5%)
Desnutrição
O diagnóstico de desnutrição infantil é ainda hoje
subdiagnosticado e subnotificado
As condutas hospitalares para atender crianças desnutridas não são homogêneas
Desnutrição
Os problemas nutricionais mais comuns relacionados as crianças brasileiras são :
→ Anemia
→ Excesso de peso
→ Desnutrição
Problemas nutricionais prevalentes na infância
Em todo o mundo cerca 30 % das crianças menores de 5
apresentam baixo peso decorrente de má alimentação e infecções repetidas
→Em 2006 , no Brasil, a prevalência de :
Baixo peso para a estatura foi de 1,6 %
Baixa estatura para idade 6,8 %
Excesso de peso , 7,4%
Estatísticas da desnutrição no Brasil e no mundo
Privação socioeconômica
Desnutrição materna
Desmame precoce
Baixo peso ao nascer
Gemelaridade
Internações hospitalares repetidas
Outros casos de desnutrição na família
Irmão falecido antes dos 5 anos de idade
Situações de risco para desnutrição
Episódios repetidos de diarreia nos primeiros anos de vida
Ganho de peso ↓ 500 g por mês no 1ºtrimestre
Ganho de peso ↓ 250 g por mês no 2º trimestre
Baixa escolaridade materna
Fraco vínculo filho – mãe
História de maus tratos na família
Situações de risco para desnutrição
Energia total requerida para o crescimento saudável
em crianças em aleitamento materno :
6 a 8 meses → 615 Kcal/dia
9 a 11 meses → 686 Kcal/dia
12 a 23 meses → 894 Kcal/dia
Desnutrição
Necessidades calóricas para alimentação complementar :
6 a 8 meses → 200 Kcal /dia
9 a 11 meses → 300 Kcal/dia
12 a 23 meses → 550 Kcal/dia
Desnutrição
Média de calorias fornecidas pelo leite materno
6 a 8 meses → 413 Kcal/dia
9 a 11 meses → 379 Kcal/dia
12 a 23 meses → 346 Kcal/dia
Desnutrição
Oferecer ovo e carne cozida a partir dos 6 meses de
idade
Oferecer frutas a partir dos 6 meses de idade
→ sob forma de papas em colheradas
→ sucos de frutas não substituem as frutas sólidas
Oferecer comida da família a partir dos 8 meses de idade
Orientações nutricionais do MS para crianças menores de 5 anos
Orientar para o aleitamento materno exclusivo até o
sexto mês.
Sem chá, água ou qualquer outro alimento
Até os seis meses de vida:
Orientar a introdução dos alimentos complementares
Orientar a introdução da água tratada, filtrada ou fervida
Estimular a prática do aleitamento materno até dois anos
Orientar o consumo de alimentos que são fontes de ferro e vitamina A
Orientar para que não sejam oferecidos para criança açúcar, doces, chocolates, refrigerantes e frituras
Após completar seis meses de vida:
Fornecer o suplemento de ferro do Programa Nacional de
Suplementação de Ferro e orientar a forma de oferecer à criança
Em regiões cobertas pelo programa, fornecer a mega dose de vitamina A do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A
Orientar práticas de higiene no preparo da alimentação complementar.
Após completar seis meses de vida:
Orientar que a partir do 10º mês de vida a criança já
pode receber a comida preparada para a família
Estimular a prática do aleitamento materno até dois anos de idade
Orientar o consumo de alimentos fontes de ferro e vitamina A
Entre nove e dez meses de vida:
Orientar para que não sejam oferecidos para criança
açúcar, doces, chocolates, refrigerantes e frituras
Verificar se a criança está recebendo o suplemento de ferro
Para as regiões do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, verificar se a criança recebeu a dose referente ao período de seis a 11 meses.
Entre nove e dez meses de vida
Idade inferior a 4 meses → leite proveniente do
Banco de Leite Humano
Evitar o leite de vaca não modificado
→ pobre teor de ferro
→ baixa biodisponibilidade de ferro
Alimentação para crianças não amamentadas
Alimentação para crianças não amamentadas
Primária : decorre da diminuição da disponibilidade ou da oferta de alimentos
Secundária: resulta de situações em que a ingestão, a absorção ou a utilização de nutrientes ocorre de maneira insatisfatória, apesar de haver disponibilidade e oferta de alimentos: obstruções mecânicas do tubo digestivo, estado hipercatabólico, déficit enzimático ou alteração psíquica.
Desnutrição classificação
Mista: é decorrente da ação concomitante dos dois
processos, uma vez que a desnutrição primária acaba por desencadear uma série de alterações que impedem a ingestão e o aproveitamento do pouco alimento disponível, com o estabelecimento de um círculo vicioso e comprometimento progressivo da saúde do indivíduo.
Desnutrição classificação
1. Normalidade das medidas antropométricas : peso >90 %
do padrão de peso para altura
Diminuição da concentração proteica visceral :
→ albumina sérica < que 9 g/dl
→ transferrina < 180 mg/dl
Causada por deficiência energética e proteica agudas ou refletindo uma resposta metabólica a lesão
Kwashiorkor- edema nutricional com despigmentação da pele e cabelo
Caracterizada por edema
Catabolismo do tecido muscular
Fraqueza
Alterações neurológicas
Perda de vigor
Infecções secundárias
Retardos do crescimento em crianças
Alterações dos cabelos
Kwashiorkor- edema nutricional com despigmentação da pele e cabelo
http://www.flickr.com/photos/sokwanele/2947297824/
Fonte:http://www.flickr.com/photos/sokwanele/2947297824/
Marasmo
Marasmo atrofia nutricional ;deficiência calórica crônica grave ;desnutrição grave
Diminuição dos valores antropométricos:
→ peso < 80 % do padrão de peso para altura e/ou
→ perda de peso > 10 % do peso habitual nos últimos 6 meses com redução muscular
Preservação relativa das proteínas viscerais :
albumina sérica > 3 mg/dl
Causada por ingestão crônica deficiente de energia
Caracterizado por catabolismo de tecido adiposo e muscular, letargia, fraqueza generalizada e perda de peso
Marasmo
Emagrecimento acentuado
Apresentando grande redução
de panículo adiposo,
distrofia muscular de ombros,
braços e pernas
e distensão abdominal.
Criança com Desnutrição Grave apresentando Marasmo
Escassez de gordura nas
nádegas e coxas , formando
numerosas pregas na
pele (aparência de estar usando
pijamas ou calças folgadas).
Quadris estreitos em relação
ao tórax.
Criança com Desnutrição Grave apresentando Marasmo
Sinais clínicos dos casos graves de desnutrição
5) (APRIMORE) A desnutrição infantil continua sendo um grave problema de saúde no mundo inteiro, sobretudo em crianças menores de 5 anos. Nas consultas de enfermagem de puericultura, o enfermeiro deverá reconhecer seus sinais e sintomas. Associe o tipo de desnutrição com as manifestações clínicas numerando os parênteses:
1. Kwashiokor ( ) pele enrugada 2. Marasmo ( ) áreas alopécicas ( ) atrofia dos tecidos ( ) ascite ( )anorexia A alternativa que apresenta a seqüência correta é: a) 2,1,2,2,1 b) 1,2,2,1,2 c) 2,1,2,1,1 d) 1,2,1,1,2
6) (ASPERHS) Sobre desnutrição em criança é INCORRETO afirmar:
a) Desnutrição grave é uma desordem tanto de natureza médica como social. Isto é, os problemas médicos da criança resultam, em parte, dos problemas sociais do domicílio em que a criança vive.
b) O sucesso no manejo da criança gravemente desnutrida requer que ambos os problemas, médico e social, sejam reconhecidos e corrigidos. Se a doença é vista como sendo apenas uma doença médica, é provável que a criança recaia quando voltar para casa, e que outras crianças da família permanecerão em risco de desenvolver o mesmo problema.
c) Tratamento em regime de internação é essencial para o tratamento inicial e para o início da reabilitação de uma criança com desnutrição grave.
d) A criança deve ser admitida em hospital, preferivelmente em unidade especial de nutrição, que é uma área em um hospital geral que é dedicada ao manejo inicial e reabilitação de desnutrição grave.
e) As crianças muito doentes respondem mal a manuseio frequente; elas devem ser levadas ao raio-x inicialmente, e depois permanecer no leito, para serem colhidas as amostras para o exames de laboratório.
7) (IFEP) A forma mais adequada para o acompanhamento do crescimento de uma criança nos serviços básicos de saúde é o registro periódico do Peso/Idade do Cartão da Criança.
Uma criança com peso baixo para idade encontra-se em que percentil?
a) Entre os percentis 97 e 3
b) Acima do percentil 97.
c) Entre os percentis 3 e 0,1
d) Entre os percentis 10 e 3
e) Abaixo do percentil 0,1
8) (APRIMORE) O tratamento da criança com desnutrição energético-protéica envolve:
a) antibioticoterapia profilática, administração de vitaminas e adequação da dieta.
b) Adequação de dieta, prevenção e controle de processos infecciosos, estimulação do desenvolvimento, educação para saúde e suporte para as famílias.
c) Adequação da dieta, administração de soro de reidratação oral, antibioticoterapia profilática.
d) Adequação da dieta, observação do estado vacinal da criança, administração de vitaminas e antibioticoterapia profilática.
Classificação da desnutrição segundo o percentil 3 e 10
Diagnóstico e encaminhamento da criança com desnutrição grave : Critérios para Internação
→ Sinais gerais de perigo :
Hipoglicemia
Desidratação
Hipotermia
Anemia grave
Sinais de infecção
Desnutrição
Tratar ou prevenir
→ Hipoglicemia
→ Hipotermia
→ Desidratação
Corrigir desequilíbrio eletrolítico
Tratar infecção
Corrigir deficiência de micronutrientes ( ferro )
Iniciar alimentação : recuperar peso perdido
Estimular desenvolvimento emocional e sensorial
Prepara para alta
Tratamento da desnutrição grave
A hipoglicemia é uma importante causa de morte da criança com desnutrição grave nos primeiros dias de tratamento.
Hipoglicemia
Importante causa de morte na desnutrição grave
Pode ser causada por infecção sistêmica grave ou período de jejum superior a 4 horas
Diagnóstico laboratorial
→ Glicose sanguínea menos que 54 mg/dl (↓ 3mmol/l)
Desnutrição : Hipoglicemia
O quadro clínico da hipoglicemia na desnutrição grave é
inespecífico e, na maioria das vezes, se expressa como:
• Baixa temperatura corporal (temperatura axilar <36,5 ºC)
• Provável presença de letargia, dificuldades de coordenação motora e perda de consciência;
• Sonolência, crises convulsivas e coma são sinais de gravidade que podem levar à morte.
Atenção: Sudorese e palidez habitualmente não ocorrem em crianças com desnutrição grave e hipoglicêmicas, como freqüentemente ocorre nas crianças eutróficas.
Desnutrição : Hipoglicemia
Se a criança está consciente, pode ser levantada e é capaz
de deglutir
Dê o que estiver acessível mais rapidamente: (1 ou 2)
1.Solução de glicose a 10% ou sacarose a 10%
Se apenas a solução de glicose a 50% estiver disponível dilua 10 ml desta solução em água estéril (diluição 1:4) e dê via oral (VO).
2. Preparado Alimentar Inicial
Hipoglicemia : tratamento
Hipoglicemia : tratamento
Caso a criança se apresente inconsciente :
→ 5 ml de solução de glicose a 10%intra-venosa para cada Kg de peso da criança.
Ex: Criança com 12 kg = 60 ml glicose 10 %
→ Infusão venosa de glicose com velocidade entre 4 a 6
mg/Kg/minuto
→Repetir a determinação de glicose sanguínea 30 minutos depois.
Hipoglicemia : tratamento
Se neste período as convulsões cessaram, o estado de
consciência melhorou e o resultado da glicemia está próxima do nível normal, a velocidade de infusão pode ser reduzida para que a administração de glicose seja mantida até que se tenha o resultado da glicemia, colhida 30 minutos após a melhora da criança.
Hipoglicemia: tratamento
Criança consciente e sem convulsão
Comece com a solução de glicose a 10% ou sacarose a 10% por sonda nasogástrica ou inicie diretamente a alimentação com o Preparado Alimentar Inicial, por via oral, se a criança aceitar bem, ou por sonda nasogástrica.
Hipoglicemia: tratamento
Mantenha a alimentação oral ou por sonda
nasográstrica, com o Preparado Alimentar Inicial de duas em duas horas, durante o dia e a noite, num período mínimo de 24 horas, para prevenir a reincidência da hipoglicemia.
Manter essa conduta por cerca de 48 horas, ou mais, após o início do tratamento.
Hipoglicemia : tratamento
A hipotermia é uma das causas importantes de
mortalidade hospitalar em crianças com desnutrição grave nas primeiras 48 horas de internação.
Viabilizar medição da temperatura via retal por ser mais confiável do que a temperatura axilar.
Hipotermia
Lembre-se das características peculiares do oco
axilar da criança com desnutrição grave.
Pressione o braço da criança para que ocorra o contato adequado entre o seu corpo e o termômetro.
Mantenha a posição correta durante o tempo adequado para permitir a aferição da temperatura.
Hipotermia
As crianças com desnutrição grave são altamente susceptíveis a hipotermia que é uma importante
causa de morte nessas crianças e, frequentemente, ocorre nas seguintes condições:
Infecções graves
Marasmo
Presença de áreas extensas de pele lesada
Idade abaixo de 12 meses
HIPOTERMIA
Temperatura axilar está abaixo de 35,0 ºC
Temperatura retal estiver abaixo de 35,5 ºC
Quando a temperatura estiver tão baixa que não possa ser lida no termômetro axilar disponível
Hipotermia: diagnóstico
→ Estratégias para manter a criança aquecida
Técnica canguru: colocar a criança sobre a pele despida do tórax ou abdome da mãe ou cuidador da criança – pele a pele – e manter devidamente cobertos mãe e filho
Agasalhar bem a criança (inclusive a cabeça), de acordo com a temperatura local
Cobrir a criança com cobertor previamente aquecido (friccionado, passado a ferro),especialmente em locais de clima frio;
Hipotermia
Colocar aquecedor ou lâmpada próxima à criança. Evitar contato ou proximidade excessiva com a fonte de aquecimento. Não use lâmpadas fluorescentes, que não são úteis para aquecimento e podem causar danos à visão
Acomodar a criança em cama que deve estar em uma parte quente da enfermaria, livre de correntes de ar e, quando necessário, manter portas e janelas fechadas
Trocar freqüentemente as fraldas, roupas e lençóis molhados para conservar a temperatura corporal da criança
Hipotermia
Evitar exposição ao frio (ex: banho prolongado e exame
físico em lugares abertos ou com correntes de ar)
Deixar a criança dormir junto com sua mãe ou cuidador para receber aquecimento durante à noite
Monitorar a temperatura ambiente (recomenda-se, como ideal, em torno de 25° a 30 °C)
Hipotermia
Toda criança hipotérmica deve ser tratada como hipoglicêmica,
quando não for possível fazer o diagnóstico por determinação da glicemia.
Não use bolsa de água quente ou frasco de soro aquecido sobre a pele da criança, pois este procedimento apresenta alto risco de causar queimaduras.
Muitas vezes a criança desenvolve septicemia por infecção cruzada intra hospitalar e o primeiro sinal é a hipotermia. Às vezes, a situação é tão grave que acriança nem mesmo responde a antibioticoterapia, podendo ir a óbito.
Hipotermia
Anemia é a deficiência no tamanho ou número de
hemáceas ou da quantidade de hemoglobina que elas contém que limita a troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o sangue e as células teciduais.
Anemia
A anemia é na atualidade o principal problema de
saúde pública do mundo
→ Prevalência de anemia em crianças menores de 5 anos :
47,4 % na América Latina
39,5 % no Caribe
64,6 % na África
16,7 % na Europa
Anemia
Estima-se que no Brasil, cerca de 30 a 70 % das criança
menores de 5 anos desenvolvam anemia
A anemia provoca atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo que parecem não ser recuperados após a suplementação com Ferro
O leite materno supre as necessidades de ferro até os 6 meses de idade, no entanto, entre os 4 e 6 meses de idade ocorre o esgotamento das reservas de ferro
Anemia
Anemia normocrômica e normocítica acompanhada
por uma deficiência de todos os elementos formadores do sangue.
Exposição a substância químicas tóxicas
Radiação ionizante
Medicações
Causas desconhecidas
Anemia aplástica
Anemia hemolítica crônica que ocorre mais
comumente em negros decorrente da herança homozigótica de HbS, resultando em síntese defeituosa de hemoglobina que faz com que as hemácias se tornem falciforme
Anemia falciforme
Causada pela curta sobrevivência das hemácias no
plasma
Anemia hemolítica
Nesse tipo de anemia as hemácias se apresentam maiores
do que as normais com aumento do volume corpuscular médio e aumento da hemoglobina corpuscular média
Anemia macrocítica
Há presença de progenitores de hemácias grandes,
imaturas e anormais na medula óssea
95 % dos casos são atribuíveis a deficiência de ácido fólico ou vitamina B12
Anemia megaloblástica
Caracterizada por eritrócitos menores do que o normal e
menos hemoglobina circulante característica de deficiência de ferro e talassemia
Anemia microcítica
Anemia macrocítica, megaloblástica causada por
deficiência de vitamina B12 secundária a ausência de fator intrínseco
Anemia perniciosa
Microcítica, hipocrômica caracterizada peor
desarranjo na via final da síntese de heme que leva a formação de hemáceas imaturas que contém ferro, responsiva a doses farmacológicas de vitamina B12.
Anemia sideroblática
Caracterizada pela produção de hemácias pequenas
e um nível diminuído de hemoglobina circulante
O ultimo estágio da deficiência de ferro que representa o ponto final de um longo período de privação de ferro
Anemia ferropriva
Ingestão inadequada de ferro secundária a uma dieta
precária
→ dietas vegetarianas
→ pobreza
Fisiopatologia
Absorção inadequada resultante de:
Diarreia
Acloridia
Doença intestinal
Gastrite atrófica
Gastrectomia parcial ou total
Interferência de droga →antiácidos, cimetidina, ranitidina
Necessidade de ferro para crescimento sanguíneo que ocorre durante a lactância, adolescência, gravidez e lactação
→ Excreção de sangue aumentada
Excesso de sangue menstrual
Hemorragia por lesão
Perda crônica de sangue por úlcera
Hemorroida por sangramento
Varizes esofágicas
Enterite regional
Colite ulcerativa
Parasitas : Ancilostomose
Liberação defeituosa de ferro para o plasma
Utilização defeituosa do ferro por inflamação crônica
Distúrbios crônicos
Visa a suplementação preventiva de Ferro a todas as
crianças de 6 a 18 meses
Fortificação das farinhas de trigo e de milho e ações educativas
Programa nacional de suplementação de ferro (PNSF)
O leite materno contém pouca quantidade de ferro, no entanto, o ferro contido apresenta uma alta biodisponibilidade permitindo a abosorção de 50% do ferro presente.
O Leite de vaca apresenta 10 % de biodisponibilidade
Ferro no leite materno
Ferro heme : presente na hemoglobina e na mioglobina de carnes e vísceras
→ 20 a 30 % de absorção
Ferro não heme : presente no ovo,
cereais , leguminosas
→ 2 a 10 % de absorção
Carnes
Vitamina A → retinol
Vtamina C → ácido ascórbico
Facilitadores da absorção do ferro da dieta
Fitatos
Taninos
Cálcio
Fosfatos
Inibidores da absorção do ferro
da dieta
Consumo diário de carnes
Consumo de miúdos uma vez por semana
Suco de fruta natural – vitamina C- sempre após almoço e jantar para aumentar a absorção de ferro não heme
Ingestão de no máximo 500 ml leite por dia
Crianças de 6 a 18 meses devem receber suplemento de ferro
Recomendações do MS
Crianças que apresentam doenças que promovam
acúmulo de ferro como a hemossiderose ou anemia falciforme não devem ser tratadas com ferro complementar salvo sob indicação de profissional
Recomendações do MS
Anemia
Hemoglobina (Hb) abaixo de 4g/dl →anemia muito grave
Hemoglobina →entre 4–6 g/dl→ anemia grave
→ Associados a:
Dificuldades respiratórias
Sinais de insuficiência cardíaca (taquicardia e hepatomegalia),
→são denominados aqui como anemia grave
Anemia grave : tratamento hospitalar
Papa de hemácia (10ml/Kg de peso), infundida lentamente, durante um período de 3 horas.
Obs: É preferível não usar o sangue total, pois há risco
de hipervolemia e insuficiência cardíaca congestiva.
Cuidados de enfermagem durante a transfusão:
→Monitorar o pulso
→Monitorar frequência respiratória da criança
Em no máximo, 15 minutos
Se a frequência respiratória aumentar em 5 incursões por minuto e/ou o pulso em 25 batimentos por minuto, transfundir a papa de hemácia mais lentamente.
Anemia grave : tratamento hospitalar
A vitamina A – retino, retinal- atua em diversas e
importantes funções do organismo , dentre elas:
Pigmentos visuais:
Cones : iodospsinas
Bastonetes : rodopsinas
Vitamina A
Diferenciação celular
Regulação genética
Síntese de glicoproteínas
Morfogênese no desenvolvimento embrionário
Função celular epitelial ( queratina)
Desenvolvimento e função óssea
Funcionamento normal do sistema imunológico
Antioxidante
Vitamina A
Acredita-se que 10 % das crianças brasileiras apresentam
deficiência de vitamina A
Até os seis meses de idade o leite materno é fonte de vitamina A
6 a 12 meses : 500 ug de vitamina A diariamente
1 a 3 anos : 300 ug de vitamina diariamente
Programa nacional de suplementação de vitamina A
Lesões Corneais Indicativas de
Deficiência de Vitamina A
Tratamento da hipovitaminose A
Deve ser feita a administração rotineira de vitamina A, em dose única, de acordo com a idade, no primeiro dia de internação, exceto se a criança já recebeu a vitamina A há 30 dias ou menos, da data de internação. Se não há manifestações oculares
→Manifestações oculares
Cegueira noturna
Xerose conjuntival
Xerose corneana
Ulceração de córnea
Amolecimento da córnea – queratomalácia
Tratamento da hipovitaminose A
→Manifestações oculares
Tratamento da hipovitaminose A
→Lesão ocular inflamatória ou ulceração
Protejer os olhos da criança com compressas úmidas em solução salina de 0,9% e pingar gotas oftálmicas de tetraciclina a 1%, 4 vezes ao dia, até que os sinais de inflamação desapareçam.
Procedimentos Complementares no Tratamento das Manifestações Oculares
Adicionalmente, pingar nos olhos uma gota de solução de
atropina a 1%, três vezes ao dia, durante 3 a 5 dias.
Os olhos lesados devem ser tamponados, pois pode haver ruptura da córnea ulcerada devido às escoriações provocadas pelo contato do dedo da criança ao tocar seus próprios olhos.
Dessa forma, é muito importante orientar a mãe ou cuidador para vigiar a criança para impedir que ela toque os olhos. Um procedimento prático é colocar luvinhas na criança.
Procedimentos Complementares no Tratamento das Manifestações Oculares
Estimular a prática do aleitamento materno até dois anos de
idade
Verificar se a criança está recebendo o suplemento de ferro
Para as regiões do Programa Nacional de Suplementação de vitamina A, verificar a data da última dosagem. Se houve intervalo de seis meses ou mais, fornecer a megadose.
Dos 12 aos 18 meses de vida:
O Ministério da Saúde , desde 1983, distribui
gratuitamente ampolas de vitamina A em estados Nordeste do Brasil e Minas Gerias – Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha .
Acredita-se que anualmente ocorrem entre 250.000 e 500.000 casos de cegueira por deficiência de vitamina A por ano, nos países em desenvolvimento ,e ainda 250 milhões de crianças estão em risco (Krause ).
Deficiência de vitamina A
Ingestão inadequada de vitamina A pré-formada ou
carotenoides de vitamina A
Desnutrição proteico energética
Má absorção secundária a baixa ingestão de gorduras
Insuficiência biliar ou pancreática
Doença hepática
Deficiência de zinco
Deficiência de vitamina A
Toda criança com desnutrição grave , que permanece
com os olhos é suspeita de lesão ocular por hipovitaminose A
Deficiência de vitamina A
Alimentos fonte de Vitamina A
A vitamina D é produzida a partir do colesterol e
exposição solar
Como pode ser produzida pelo corpo também é referida como um hormônio
Atua na homeostase do cálcio e metabolismo ósseo
Vitamina D
Exposição da criança ao sol
→ 30 min a 2 horas/semana ( 17 min /dia )
Face e mãos do bebê
→30 min/ semana ( 4 min /dia )
Bebê usando apenas fraldas
→ Crianças com pigmentação da pele escura podem requerem de 3 a 6 vezes o tempo de exposição
Vitamina D
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento infantil. Cadernos de Atenção Básica. n. 11. Brasília, 2002.
BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal de Saúde e Assistência. BH Vida – Protocolo de Atendimento da Secretaria Municipal de Saúde: Capacitação introdutória das Equipes de Saúde da Família, 2003.
BRASIL . Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição . Manual de atendimento da criança com desnutrição grave em nível hospitalar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição – Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
Referências Bibliográficas