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ATUAÇÃO DOCENTE E CULTURA ESCOLAR:
UM OLHAR SOBRE AS NOVAS TECNOLOGIAS NO PROCESSO DE INCLUSÃO
HUTFLESZ, Amanda Martins1
RESUMO Este artigo traz como temática de discussão a atuação docente no contexto da diversidade de culturas na escola, trazendo ao debate especificamente o uso das novas tecnologias enquanto instrumentos pedagógicos para favorecer o processo de inclusão. A diversidade de culturas presentes no espaço escolar é uma realidade inerente a comunidade escolar constituindo-se em ocorrência comum nas salas de aula, de forma que os professores precisam estar preparados para atuar nesse contexto munidos de instrumentos que favoreçam o trabalho pedagógico com as diferenças e a inclusão. Igualmente, as novas tecnologias são um elemento indissociável da vida humana moderna, de forma que sua inserção na sala de aula acaba inevitável. Neste contexto, a presente pesquisa se propõe a discutir as novas tecnologias como instrumentos pedagógicos no contexto da diversidade escolar. Compreendendo a amplitude do tema do proposto, definiram-se os seguintes objetivos: evidenciar a importância das novas tecnologias como ferramenta de ensino; discutir a atuação docente perante a diversidade e a promoção da inclusão e apresentar como as novas tecnologias podem ser empregadas para ferramenta de ligação entre as diferentes culturas presentes na escola favorecendo de forma prática a inclusão. O método utilizado é a pesquisa bibliográfica. Evidencia-se a importância de educar para a diversidade promovendo valores de respeito, tolerância e compreensão, e evidencia-se a aplicabilidade das novas tecnologias no contexto da interatividade social, na quebra de barreiras e na aproximação com o diferente, fomentando o entendimento necessário para a convivência harmônica. Palavras-chave: Tecnologias. Diversidade. Inclusão. Educação.
1. INTRODUÇÃO
1Graduada em História pela Universidade Católica de Petrópolis, Pós-Graduação na Faculdade Unopar (EAD)
em Africanidades e Cultura-Afro Brasileira, Membro do Grupo GEIR Kemet na Universidade Federal
Fluminense, Atuou como colaboradora e pesquisadora do NEA – Núcleo de Estudos da Antiguidade na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, cursando Pós-Graduação em Arqueologia (Claretiano).
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A diversidade é uma constante com a qual as escolas precisam lidar na
contemporaneidade. No espaço escolar convergem e convivem diferentes
realidades, distintos contextos e culturas singulares. Segundo Koch (2013, p.09) “o
grande número de informações e as possibilidades de interação entre indivíduos de
diferentes universos intelectuais e culturais têm trazido inúmeras mudanças no
processo de ensino-aprendizagem”.
É preciso destacar que a inclusão escolar não contempla somente os alunos
portadores de necessidades especiais, mas sim observa aspectos como raça, etnia,
gênero, religiosidade e outros elementos particulares que cada aluno traz junto a si
os quais muitas vezes acabam gerando conflito com o diferente. Assim, explica
Silva; Prates; Ribeiro (2015), os professores precisam buscar formas de trabalhar os
conteúdos escolares em meio à diversidade, sendo este um dos grandes desafios
que permeia a educação atual.
Assim sendo, a presente pesquisa elenca como temática de discussão a
atuação docente no contexto da diversidade de culturas na escola, e ressalta
especificamente o uso das novas tecnologias enquanto instrumentos pedagógicos
para favorecer o processo de inclusão. Desta forma, foram explorados tantos
conceitos inerentes ao fazer pedagógico, quanto o envolvimento do processo
tecnológico e como este pode influenciar positivamente os processos escolares.
A tecnologia inserida como instrumento no contexto escolar ainda divide
opiniões, afirma Silva; Prates; Ribeiro (2015), havendo aqueles que são favoráveis
ao seu uso, ao mesmo tempo em que ainda existem docentes que expressam
resistência quanto às mesmas, vendo-as como empecilhos ao processo de ensino
aprendizagem. Diante disso, a pergunta basilar que embasa este estudo questiona:
qual o papel das novas tecnologias no processo de ensino aprendizagem no
contexto da diversidade e da inclusão?
A escola é um espaço social de grande importância, sua responsabilidade
tem crescido e expandindo-se para além da transmissão de conteúdos, como
explica Koch (2013) o espaço escolar configura-se como local privilegiado para a
formação integral do aluno, assim questões como a inclusão e o trabalho junto a
diversidade constituem-se assunto de amplo interesse educacional, social e
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científico. É preciso pensar a escola e os processos de ensino aprendizagem que
nela vem sendo construídos, uma vez que juntamente a família e a escola formam a
base da educação de toda criança.
Igualmente, não é possível negar o impacto que as novas tecnologias da
informação têm na vida das pessoas na contemporaneidade, celulares,
computadores e outros aparelhos, especialmente com acesso a internet, fazem
parte do dia a dia dos indivíduos contemporâneos, principalmente dos jovens.
Conforme Silva; Prates; Ribeiro (2015), inserir a tecnologia no espaço escolar não é
apenas uma questão metodológica, mas constituem-se mesmo em uma
necessidade tendo em vista a amplitude que as mesmas têm tomado nas diferentes
tarefas da vida humana em sociedade e também no aspecto pessoal, constituindo-
se um dever da instituição escolar preparar o aluno para agir nestes contextos e
usufruir dos benefícios tecnológicos com responsabilidade.
É com esta perspectiva, entendo a importância social e pedagógica da
inclusão, considerando a realidade da diversidade escolar e da necessidade de
aprender a lidar com as tecnologias, que esta pesquisa propõe-se a discutir a
atuação docente neste cenário. Para tanto, definiram-se os seguintes objetivos:
evidenciar a importância das novas tecnologias como ferramenta de ensino; discutir
a atuação docente perante a diversidade e a promoção da inclusão e apresentar
como as novas tecnologias podem ser utilizadas como ferramenta de ligação entre
as diferentes culturas presentes na escola favorecendo de forma prática a inclusão.
2. DIVERSIDADE ESCOLAR: UMA ESCOLA MUITAS CULTURAS
O Brasil possui um território vasto com uma ampla diversidade de culturas
presentes, ou seja, constitui-se em uma nação com ampla diversidade. Nas palavras
de Ribeiro; Santos; Paiva (2014, p.03) “o termo diversidade diz respeito à variedade
e coexistência de diferentes idéias, características ou elementos distintos entre si,
em determinado assunto, situação ou ambiente”, por sua vez, no que tange a
cultura, os autores comentam que “cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é
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um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferentes
especificidades” (p.03).
Faz-se necessário, assim, para o âmbito do presente estudo, apresentar uma
definição mais ampla do conceito de cultura. Concernentes a isto, Santos (1996,
p.84) esclarecem:
A cultura diz respeito à humanidade como um todo e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos. Quando se considera as culturas particulares que existem ou que existiram, logo se constata a grande variação dela. [...] Cada realidade cultural tem sua lógica interna, as quais deveram procurar conhecer para que façam sentidos a suas práticas, costumes, concepções e as transformações pelas quais passam. [...] O estudo da cultura contribui no combate a preconceitos, oferecendo uma plataforma firme para o respeito e a dignidade nas relações humanas. [...] A cultura é uma produção coletiva, mas nas sociedades de classe seu controle e benefícios não pertencem a todos. Isso se deve o fato de que as relações entre os membros dessas sociedades são marcadas por desigualdades profundas, de tal modo que a apropriação dessa produção comum se faz em benefício dos interesses que dominam o processo social. [...] Afirmando que num sentido mais amplo e também mais fundamental,
cultura é o legado comum de toda a humanidade.
Portanto, ao se falar em diversidade de culturas na escola, explica Ribeiro;
Santos; Paiva (2014) está se falando primordialmente em diversidade humana, e
cultura nesse sentido faz referência àquilo que é cultivado pelo indivíduo tanto
internamente (aspectos psicológicos, afetivos, memória, personalidade etc.), quanto
externamente (sua forma de viver e ser em coletividade), e que integra o escopo de
todas as coisas que formam seu caráter, suas crenças, seus hábitos, costumes,
comportamentos, personalidade e modo de ser único.
Neste contexto, Ramalho (2015) recorda que a evolução das novas
tecnologias e a conseqüente integração de culturas proporcionadas pelo fenômeno
da globalização, aspectos que ampliaram os horizontes de constituição das
identidades únicas dos indivíduos expandindo a diversidade presente na sociedade
contemporânea, dando assim origem a diferentes tribos, diferentes personalidades e
identificações, além de propiciar que pessoas de culturas distintas façam
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intercambio cultural viajando e até mesmo imigrando para localidades bem
diferentes de sua origem.
Todos esses aspectos fazem com que a diversidade constitua-se em um tema
atual a ser discutido por toda a comunidade escolar. Conforme Silva (2017), ao
falar-se em diversidade e inclusão a maioria das pessoas lembra-se primeiramente
dos alunos com necessidades especiais matriculados no ensino regular, no entanto,
embora a diversidade inclua tais indivíduos e seja importante discutir a situação
educacional dos mesmos, é igualmente relevante adquirir a compreensão de que
diversidade envolve um público muito maior e contempla assim um entendimento
mais aprofundado sobre o tema e como trabalhar em meio a esse contexto no
ambiente escolar.
Toda essa diversidade acaba convergindo para o espaço escolar,
especialmente pelo caráter formador da mesma, a qual é uma das primeiras
instituições a ser freqüentada por qualquer pessoa na época atual. Segundo
Rodrigues (2013) essa nova perspectiva tem fomentado o que se define como
multiculturalismo, um contexto onde convivem diversas culturas no espaço escolar e
social.
Pois, prossegue Rodrigues (2013), no espaço escolar se encontram e
convergem em convivência uma grande diversidade de crianças, desde aquelas que
possuem necessidades especiais, até aquelas que guardam diferenças de etnia, de
religião, de orientação sexual, de gênero, de nacionalidade entre outros, constituindo
assim uma nova configuração que difere do padrão considerado como “normal” ao
longo de muito tempo pela sociedade e pela própria escola.
Rodrigues (2013, p.11) comenta sobre essa diversidade e o papel docente em
meio a ela:
O multiculturalismo é um tema muito atual e pertinente, tanto na sociedade, bem como no contexto escolar. O docente tem um papel muito importante a desempenhar neste âmbito intercultural, pois a sua atitude, prática e formação influenciam no processo educativo, podendo favorecer ou mesmo criar obstáculos ao desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos alunos como também ao desenvolvimento de competências e capacidades de cada um.
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Ribeiro; Santos; Paiva (2014, p.02) complementam esse entendimento:
O grande desafio hoje do contexto escolar, é reconhecer a diversidade cultural como elemento inseparável da identidade nacional e regional de seus alunos, pois esse reconhecimento implica na superação de qualquer tipo de preconceito e ensina o educando a valorizar as especificidades dos grupos que compõem sua escola, seus vínculos afetivos e a sociedade.
Silva (2017) destaca que embora diferença seja uma constante nesse novo
contexto, lidar com a mesma nem sempre é fácil para muitas pessoas, isso porque o
diferente causa espanto, choca e até mesmo gera repulsa em alguns indivíduos
mais apegados a seus próprios conceitos e visão de mundo, por vezes entender e
conviver com as diferenças é um processo complexo e doloroso.
Paiva; Ribeiro; Santos (2014, p.03) concordam com esse entendimento e
ressaltam que “a Diversidade Cultural presente em nosso dia-a-dia convida-nos a
conviver com diferenças de todas as ordens, exigindo de todos e cada um a
tolerância e o respeito ao diferente. Mas, não é fácil reconhecer e aceitar a
diversidade humana".
Silva (2017) destaca, contudo, que mesmo em um contexto de diferença
cultural ampla é possível encontrar fatores comuns que sirvam de força motriz para
promover a necessária aproximação que demanda o entendimento e a aceitação do
outro mesmo que este outro seja diferente, pois em uma ultima instância todos são
seres humanos, com os mesmos direitos e deveres, sentindo as mesmas emoções,
nutrindo sonhos, anseios e medos, portanto, ao conseguir superar a barreira inicial
do estranhamento em face do diferente, diversos caminhos de aproximação podem
ser encontrados.
Neste contexto, Ramalho (2015) destaca que a diversidade cultural sempre
existiu, pois sempre houve os mais diferentes povos e civilizações sob a Terra cada
qual com sua cultura, no entanto, os povos mantiveram-se isolados em seus
territórios por muito tempo, interagindo usualmente somente pelo comércio e pelas
guerras, onde conquistas de povos sobre outros demandavam algumas vezes uma
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junção forçada de culturas, no entanto, o contexto vivenciado na
contemporaneidade, suas tecnologias, meios de transporte, internet e comunicação,
quebrou esses paradigmas e agora se observa toda essa diversidade convivendo
junta nos mesmos espaços sociais.
Juntamente a tudo isso, explica Ramalho (2015), também surgem as novas
identidades construídas na contemporaneidade, onde os indivíduos possuem acesso
a ampla gama de informação e podem fazer escolhas sobre si mesmos, sobre o que
querem ser, de forma como nunca antes foi possível, as pessoas podem tanto
escolher abraçar a cultura tradicional de seu povo/etnia, quanto abraçar novos
paradigmas com os quais se identifique, podem ainda buscar uma mescla entre
ambos, divergindo assim em orientações sexuais, de gênero, de estilo, de
preferências várias e até mesmo constituindo parte de alguma tribo urbana como os
góticos, entre outros.
Algumas pessoas podem bem querer distância disto ou daquilo, e até mesmo
discordar de algumas preferências e identificações, mas aos docentes asseveram
Santos; Aquino (2014) cabe compreender e estar a par de todas essas
transformações, porque é na escola que primeiramente elas vão convergir e colidir,
logo independente das preferências pessoais do professor, que também é um
indivíduo, logo também tem suas crenças e faz suas próprias escolhas constituindo
uma cultura própria, faz-se necessário saber trabalhar pedagogicamente nesse
contexto, entendendo a diversidade e compreendendo as particularidades de cada
aluno para a promoção da tolerância, do respeito e da inclusão.
Ribeiro; Santos; Paiva (2014) destaca a importância de que o tema
diversidade seja contemplado desde o planejamento dos currículos escolares,
igualmente incluído nos fundamentos dos projetos políticos pedagógicos das escolas
e inserido em sala de aula através de atitudes práticas por parte dos professores, os
quais também precisam elencar a temática seus planos de ensino e planos de aula,
contextualizando a questão em face da especificidade da demanda atendida em
suas turmas, o que por sua vez implica em um necessário conhecimento da
realidade vivida pelos alunos.
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Rodrigues (2013, p.06) comenta a respeito da importância de trabalhar as
diferenças no contexto escolar:
Perante a nossa realidade é urgente alertar as nossas crianças para a diferença. Prepará-las e ajudá-las a tomar consciência da desigualdade existente nos objetos, nas pessoas, nas culturas e sociedades, mas, sobretudo não será importante levar a própria criança a descobrir o aspeto positivo da diversidade? Não é de estranhar que quanto mais cedo estiverem habituadas a ouvir, a falar e a pensar sobre as diferenças e semelhanças, mais aptas estarão a conhecer-se a si mesmas e aos outros. Quanto mais habituadas estiverem a ver exemplos das múltiplas formas de executar as mesmas atividades, mais fácil se tornará de aceitarem a variedade como normal.
No entendimento de Rodrigues (2013), o qual é compartilhado pela autora da
presente pesquisa, o trabalho pedagógico a respeito da questão da diversidade,
promovendo na criança atitudes positivas perante o diferente, ensinando-a não
apenas a conhecer as diferenças, mas a compreendê-las e respeitá-las, é
fundamental para que se formem seres humanos mais tolerantes, pois quanto mais
cedo a criança tiver acesso a uma educação orientada para a diversidade, mais
facilmente ela irá assimilar valores de respeito ao próximo e tolerância, carregando
consigo esses princípios quando crescer e se tornar um indivíduo adulto.
Conforme Santos; Aquino (2014), contudo, muitos docentes ao verem a
ampla diferença presente em sua sala de aula e escola têm dúvidas, receios e
temores sobre como trabalhar nesse contexto, desta forma os professores ficam
inseguros, até mesmo desorientados no que tange as quais ações pedagógicas
devem empreender e quais instrumentos de ensino podem ser mais apropriados
para trabalhar a diversidade sem que com isso se fomentem ainda mais conflitos, os
quais são comuns em meio a uma sala de aula repleta de alunos diferentes uns dos
outros, com uma educação própria que trazem de casa, e que nem sempre inclui a
questão da tolerância e da busca pelo entendimento harmônico do outro como um
ser humano.
É neste contexto que se insere as novas tecnologias como forma de trabalhar
a diversidade e promover aproximações culturais. As tecnologias da informação
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como instrumento de ensino, contudo, constituem-se em um assunto ainda polêmico
para docentes mais tradicionalistas, conforme elencando no tópico a seguir.
2.1 Tecnologias como ferramentas de ensino
A sociedade contemporânea é marcada pelo acesso e compartilhamento de
informações, assim como por sua produção em grande escala. Esse grande volume
de informação somente pode ser gerado e passado adiante graças as novas
tecnologias da informação e da ampliação do acesso a rede mundial de
computadores, a internet. Neste contexto, Koch (2013) destaca que as novas
gerações se inserem cada vez mais cedo no contexto do uso constante destas
ferramentas tecnológicas, o que torna imprescindível que as escolas e seus
profissionais adotem um posicionamento diante dessa realidade.
As crianças e adolescentes nascidas neste inicio do século XXI, complementa
Chiofi; Oliveira (2014) já nasce em meio a diversos dispositivos tecnológicos e são
iniciadas pela família nos usos das tecnologias cada vez mais cedo, não sendo
incomuns os casos de crianças do ensino fundamental I e até mesmo do ensino
infantil que já receberam dos pais um dispositivo como smartphone ou tablet,
mesmo que seja de brinquedo, principiando assim as relações da criança com a
tecnologia.
Esse aspecto diz muito sobre a formação das novas gerações, pois o uso
destas tecnologias tão prematuramente, ressalta Koch (2013) traz diversos efeitos
sobre aspectos cognitivos, psicológicos, afetivos e sociais, modificando e influindo
na forma como a criança constrói relações consigo mesmos, com os demais e com o
conhecimento em si. Torna-se imperativo, portanto, conforme Chiofi; Oliveira (2014),
que os docentes conheçam as tecnologias, saibam trabalhar com elas e entendam
os efeitos das mesmas no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes, tanto
para aproveitá-las positivamente como instrumentos de ensino, pois as tecnologias
ressaltam os autores, são uma possibilidade real de ensino.
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Hubner (2016, p.06) comenta sobre a relação humana com as novas
tecnologias:
Vivemos na era das tecnologias e é inegável a influência delas em nosso cotidiano. Já não conseguimos conceber a idéia de vivermos sem as facilidades que as tecnologias nos proporcionam. Estamos conectados ao mundo, encurtamos as distâncias, mudamos a perspectiva de tempo e espaço, ao mesmo tempo em que nos esquecemos de nos relacionar com quem está do nosso lado. Estar inserido na cultura digital é imprescindível para poder se inserir e viver no mundo moderno, onde conhecimentos básicos são fundamentais para poder atuar de forma crítica e com protagonismo.
Com as crianças não é diferente, é cada vez mais comum a presença de
celulares nas salas de aula, assim como dificilmente se observa uma criança ou
adolescente que não tenha ao menos algum conhecimento sobre como usar tais
aparelhos, prossegue Hubner (2016), neste contexto muitos professores e mesmo
escolas em seu planejamento pedagógico consideram as tecnologias em sala de
aula como um empecilho que atrapalha o andamento da aula, gera indisciplina e
desvia a atenção, proibindo (na maioria das vezes infrutiferamente) qualquer uso
das mesmas no espaço escolar.
Mas, o educando que tem afinidade tecnológica continuará fazendo uso das
tecnologias de qualquer forma, senão puder fazê-lo na escola o fará em outro lugar
assim que tiver oportunidade. Conforme Koch (2013) em um contexto tecnológico
onde a informação pode ser acessada com alguns clicks e uma procura no Google,
as tradicionais metodologias de ensino pautadas apenas em aula expositiva, giz e
quadro negro estão defasadas, elas não atraem mais a atenção dos alunos que
sabem encontrar o mesmo conteúdo, ou muitos outros conteúdos de interesse na
internet, muitas vezes de forma divertida e interativa como em um vídeo online.
Os docentes que atuam em sala de aula na contemporaneidade têm plena
consciência de que não basta mais apresentar os conteúdos aos alunos em uma
forma tradicional e autoritária, é preciso tornar a aula interessante, criar no aluno o
desejo por aprender. Otto (2016) destaca que um dos primeiros e mais visíveis
pontos da inserção das novas tecnologias em sala de aula é justamente chamar a
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atenção do educando de modo positivo através da promoção de uma aula
diferenciada que integra o contexto tecnológico já vivenciado por eles de uma forma
pedagógica.
Neste contexto, explica Otto (2016), o professor apresenta ao aluno novos
modos de aprender, demonstrando a ele que a tecnologia já conhecida e usada nos
momentos de diversão e lazer também pode ser utilizada para o estudo e a busca
do conhecimento, tudo depende da criatividade docente ao formular sua
metodologia, muitas vezes além de ensinar o estudante a buscar e acessar a
informação confiável para o aprendizado, a tecnologia pode ser usada como
produtora de novos conhecimentos através dos múltiplos recursos que oferece, por
exemplo, ao trabalhar com fotografia e vídeo de forma interativa em atividades de
campo.
A questão problemática em se trabalhar com a tecnologia não reside, em
muitas escolas, na falta de equipamentos, como comenta Hubner (2016, p.06):
Atualmente a maioria das escolas já está estruturada e o investimento em tecnologias é bem maior do que em tempos passados. Possuem salas informatizadas com acesso à internet, que em geral é lenta, computadores multimídia, projetores, notebook, tablet, máquina fotográfica, filmadora e mídias diversas estão à disposição dos professores. Porém, ainda não se pode dizer que as mesmas estão sendo utilizadas como ferramentas de aprendizagem.
Não basta disponibilizar o acesso à tecnologia, por exemplo, levando o
educando a sala de informática, e mandando que o aluno pesquise online um
conteúdo que o professor usualmente passaria com giz e quadro negro em tempos
mais antigos, destaca Hubner (2016), para usar as tecnologias como ferramenta de
ensino é preciso saber construir aprendizagens tendo as mesmas como ferramentas
do processo. Ensinar à criança os usos básicos dos aparelhos e principalmente os
cuidados que deve ter ao inserir-se no ambiente online é importante, destaca o
autor, mas não deve constituir o objetivo principal do uso das novas tecnologias em
sala de aula.
Nas palavras de Diogines et al. (2015, p.1157):
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É fundamental atentar-se para o fato de que as novas tecnologias, por si só, não são capazes de desenvolver o conhecimento dos estudantes, mas podem ser facilitadores do aprendizado. Atualmente podem ser utilizadas muitas ferramentas tecnológicas para auxiliar no aprendizado em sala de aula. O vídeo e a TV, por exemplo, são recursos comuns em grande parte das escolas e, com eles, pode-se estimular a linguagem oral e escrita, explorar a capacidade visual e auditiva, porque são recursos que favorecem a motivação dos alunos e o bom relacionamento entre professores e alunos.
Portanto, além de estarem abertos a usar as novas tecnologias em sala de
aula, os docentes precisam igualmente saber como trabalhar com elas de forma
efetiva. Diogines et al. (2015) concorda que as novas tecnologias são um excelente
meio de promover o interesse do aluno pela aula, igualmente são uma excelente,
prática e barata ferramenta de pesquisa, mas asseveram que se o uso das
tecnologias pelos docentes se resumir a isso não trará ao universo das crianças e
adolescentes nada além daquilo que elas já estão habituadas, não constituindo
assim em uma estratégia efetiva de ensino a longo prazo.
Como qualquer outro instrumento de ensino, destaca Otto (2016), as novas
tecnologias da informação se constituem em algo proveitoso do ponto de vista
pedagógico somente se os professores souberem utilizá-las dentro de
planejamentos didático-pedagógicos criativos e inovadores, o que prescinde de
necessário preparo prévio por parte dos educadores, exigindo que estes
primariamente se capacitem, estudem, pesquisem e busquem inserir esses saberes
dentro da perspectiva de uma formação docente continuada.
Neste contexto, Koch (2013) comenta que os usos das novas tecnologias em
sala de aula são os mais variados possíveis e dependem de alguns fatores que
precisam ser observados e determinados pelos docentes, entre os quais se citam: a
faixa etária dos alunos; o contexto socioeconômico vivenciado pelos estudantes; a
disciplina escolar e conteúdos a serem trabalhados; as regras internas da instituição
e os equipamentos tecnológicos que estiverem disponíveis para uso; e o mais
importante, os objetivos educacionais a serem alcançados e a criatividade docente.
Segundo elenca Otto (2016, p.10):
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[...] trabalhar com as tecnologias (novas ou não) de forma interativa nas salas de aula requer: as responsabilidades de aperfeiçoar as compreensões de alunos sobre o mundo natural e cultural em que vivem. É indispensável o desenvolvimento contínuo de alunos e professores, trabalhando adequadamente com as novas tecnologias, constata-se que a aprendizagem pode se dar com desenvolvimento emocional, racional, da imaginação, do intuitivo, das interações, a partir dos desafios, da exploração de possibilidades, de assumir responsabilidades, do criar e do refletir juntos.
Dioginis et al. (2015) ressalta que as tecnologias da informação precisam
estar disponíveis tanto a professores quanto a alunos para que seu uso seja efetivo
na construção da aprendizagem reafirmando assim a importância de que os
profissionais da educação se instrumentalizam para atuar nesse contexto, deixando
de lado os velhos e engessados métodos para adotarem novas perspectivas
educacionais adaptadas as novas necessidades e demandas a serem atendidas
deste publico diverso e informatizado que freqüenta as instituições escolares na
contemporaneidade.
Portanto, conforme demonstram os autores, as novas tecnologias são parte
indissociável da vida social e pessoal na contemporaneidade, sendo cada vez mais
notável seu uso pelas crianças e adolescentes, o que torna esta questão igualmente
imprescindível de ser considerada no espaço escolar. Assim sendo, chega-se a
ponto central a ser discutido no presente artigo, no tópico a seguir aprofunda-se
essa discussão inserindo as tecnologias no rol do trabalho pedagógico com a
inclusão em meio à diversidade de culturas presentes no espaço escolar.
2.2 Tecnologia e atuação docente: promovendo a inclusão
Como visto no primeiro tópico deste artigo, lidar com as diferenças não é uma
tarefa fácil, para muitos indivíduos torna-se um processo doloroso e complexo, pois
o diferente é muitas vezes estranho e assenta na figura de algo incompreendido por
quem o contempla a priori. Carvalho (2009) destaca que o desafio da inclusão
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encontra-se justamente em ultrapassar essa barreira de estranhamento, tornando as
diferenças compreensíveis para que se possa gerar uma convivência tolerante e
harmoniosa entre aqueles que, mesmo sendo diferentes e mantendo suas
distinções, compreendem as diferenças do outro e assim conseguem interagir com
ele de forma respeitosa.
Assim, uma educação verdadeiramente inclusiva, destaca Neto et al. (2018),
precisa ser capaz de ofertar um ambiente escolar onde todas as crianças
independente de suas particularidades possam aprender e tenham condições de
adentrar ao convívio escolar e social de forma saudável, sendo respeitadas e
toleradas em suas diferenças pelos demais que delas não compartilham, ou seja,
trata-se de criar um ambiente pedagogicamente apto a trabalhar com a diversidade
tanto nas questões de aprendizado quanto na sociabilidade.
Conforme Saviani (2008, p.13):
[...] o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo.
Para Silva; Prates; Ribeiro (2016) as novas tecnologias se constituem em
importante instrumento para a promoção da inclusa, primeiro por sua natureza
universal, com raras exceções a maioria das crianças independente de suas
crenças, orientações várias e necessidades especiais se interessa pelas tecnologias
da informação e consegue usá-las de alguma forma, mesmo que tenha suas
limitações sejam motoras ou cognitivas, sendo assim as tecnologias um instrumento
que aproximará os jovens pelo interesse compartilhado em seu uso, permitindo
inclusive socializar conhecimentos a partir das tecnologias.
Em um segundo momento, sugere Silva; Prates; Ribeiro (2016), as novas
tecnologias com suas instâncias online aparecem como forma de interação social,
onde os alunos podem inclusive interagir em ambientes online mediados por
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professores, como fóruns escolares e até mesmo grupos privados em redes sociais,
aprendendo assim a utilizar com responsabilidade as formas de comunicação online
e convivendo com os colegas em um espaço onde as diferenças mais visíveis face a
face são deixadas de lado, pois todos possuem as mesmas ferramentas
comunicativas e congregam dos mesmos direitos bem como dos mesmos deveres
em cumprir as regras que forem estabelecidas.
O tema a respeito da inclusão comenta Carneiro; Lennaco (2016) é
igualmente atual assim como a temática da diversidade, especialmente porque
ambos se relacionam intrinsecamente, uma vez que trabalhar em meio às diferenças
significa incluir, as tecnologias, defendem os autores, podem se encaixar em
variadas metodologias, promovendo aspectos como socialização, pesquisa,
ampliando os horizontes dos alunos, inclusive podendo promover o contato das
crianças com outras culturas de outros países, fazendo com que o educando
perceba pela própria atividade de descoberta que existem outras muitas formas de
viver diferentes da sua, mas que são igualmente válidas e dignas de respeito.
O fundamental é usar as tecnologias de forma a demonstrar a criança que
existem diferentes tipos de pessoas, de famílias, de povos, indivíduos com gostos,
orientações e preferências distintas, bem como diferentes tipos de necessidades,
explica Carneiro; Lennaco (2016), mas que independente das diferenças existentes
todos são seres humanos, com os mesmos direitos e deveres, com sentimentos e
uma identidade que lhes faz únicos.
Nas palavras de Carvalho (2009, p.02):
À medida que as TCI ganham espaço na escola, o professor passa a se ver diante de novas e inúmeras possibilidades de acesso à informação e de abordagem dos conteúdos, podendo se libertar das tarefas repetitivas e concentrar-se nos aspectos mais relevantes da aprendizagem, porém, torna-se necessário que o professor desenvolva novas habilidades para mover-se nesse mundo, sendo capaz de analisar os meios à sua disposição e fazer suas escolhas tendo como referencial algo mais que o senso comum.
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Segundo Reis; Santos (2015, p.5315) “é importante que o professor inclua em
sua prática pedagógica recursos que possibilitem a participação e a aprendizagem
significativa de todos os alunos, respeitando as peculiaridades de cada um”. As
novas tecnologias da informação com sua capacidade dinâmica de interatividade
permitem que esse processo seja executado, pois oferecem uma gama de recursos
muito eficazes quando bem usados, até mesmo a exibição de um filme
contextualizado e bem debatido, em consonância com a faixa etária da turma pode
fazer a diferença de forma positiva no processo inclusivo.
Para os alunos mais novos, explica Reis; Santos (2015), a interatividade do
lúdico propiciada por sons, imagens, cores, vídeo e mesmo jogos, constitui-se
igualmente em fonte rica para o trabalho pedagógico mediado pelas tecnologias da
informação, cabendo ao professor selecionar o material mais apropriado,
interessante perante as crianças e ressaltar em seus objetivos educacionais os
pontos que precisam ser destacáveis para a questão da inclusão junto as crianças.
Todas essas coisas podem parecer simples, o professor pode pensar que já
faz isso há anos, mas a questão referentes as novas tecnologias da informação,
assevera Koch (2013) não se encontra em inventar algo totalmente novo nunca
antes pensado, como descobrir uma nova roda, pois isso não é possível, trata-se de
estudar, aprimorar o próprio conhecimento a respeito da temática e buscar inserir as
tecnologias em sala de aula mediante o que é possível ser feito com aquilo que se
tem a disposição, sejam os computadores da escola, seja a TV Pendrive, ou até
mesmo dispositivos portáteis como o celular, desde que inseridos em um contexto
pedagógico.
Conforme Carvalho (2009, p.07):
Assim na escola, a prática pedagógica com a utilização das diversas tecnologias precisa realizar-se de maneira crítica para compreender, propor e desenvolver as estratégias de construção do conhecimento, e democrática para que esteja a serviço de uma educação preocupada com a mudança na sociedade, pretendendo a democratização dos saberes e das mídias. Portanto, o objetivo principal da prática pedagógica deve ser a ampliação do saber dos educandos, utilizando-se de todos os meios tecnológicos de informação e comunicação.
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Portanto, destacam-se as novas tecnologias enquanto elemento importante
para um processo educacional inclusivo no contexto da diversidade, as mesmas se
configuram em uma mais ferramenta disponível para compor estratégias de ensino
adequadas, diferenciadas, cuja inovação não se encontra necessariamente na
proposição de algo totalmente novo, mas especialmente em fazer o que for melhor
com aquilo que está disponível, lembrando-se sempre de integrar o contexto
vivenciando pelo educando neste processo.
2.3 Metodologia
A presente pesquisa constituiu-se em um estudo bibliográfico, de natureza
descritiva exploratória e caráter analítico qualitativo. Gil (2002) explica que as
pesquisas bibliográficas são aquelas empreendidas mediante a leitura e revisão de
trabalhos previamente elaborados a respeito do objeto de estudo escolhido, sendo a
base de todos os trabalhos científicos, mesmo aqueles de campo e laboratoriais, e
podendo ser igualmente utilizadas como metodologia principal no desenvolvimento
de pesquisas.
Por sua vez, prossegue Gil (2002) as pesquisas de caráter descritivo são
aquelas que visam fazer a descrição de um dado objeto sem alterar seu significado,
ao passo que as pesquisas de caráter exploratório são aquelas que apresentam
discussões sobre um objeto de estudo que não é totalmente conhecido a priori do
pesquisador, de forma que o investigador pode surpreender-se com o que encontrar
durante o seu trabalho de pesquisa.
Já o método de estudo qualitativo, segundo Marconi; Lakatos (2003), é
aquele que pauta-se especificamente na revisão conceitual e discussões teóricas,
não fazendo uso para suas análises e considerações de cálculos, estatísticas e
outras metodologias exatas de apresentação de dados, doravante trata-se de
estudos que lidam primordialmente com conceitos, subjetividades e construções
teóricas.
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Os materiais pesquisados compõem-se em sua maioria de artigos científicos,
obtidos mediante buscadores especializados como o Google Acadêmico e a
plataforma Scielo. Também incluem teses, dissertações e alguns livros. Buscou-se
por trabalhos pesquisados entre 2013 a 2019 preferencialmente, eventualmente
incluindo alguns trabalhos mais antigos, mas cujo conteúdo se mostrou atual e
pertinente ao tema. Os critérios de inclusão foram: a cientificidade das fontes, a
adequação ao tema. Os critérios de exclusão foram: trabalhos com conteúdos não
atualizados, trabalhos que não se adequaram ao tema proposto.
3. CONSIDERÇÕES FINAIS
Com a realização da presente pesquisa constata-se que a diversidade é dos
assuntos mais pertinentes a ser discutido na esfera educacional. As diferenças são
uma realidade constante e crescente na atual sociedade e a instituição escolar
enquanto instituição de base na formação humana e educacional dos indivíduos é
uma das primeiras a receber o contexto das diferenças diretamente em seu centro,
não podendo, portanto, abster-se de pensar esta questão pedagogicamente.
O contexto da diversidade na escola envolve uma esfera ampla que inclui
tanto as crianças com necessidades especiais quanto aqueles alunos que fazem
parte de minorias étnicas, de gênero, orientação sexual, religião entre outros
elementos que fujam do conceito de padrão e normalidade que a comunidade
escolar possua, demandando, portanto, um trabalho pedagógico apropriado, que
considere as particularidades de cada criança. No contexto contemporâneo a
diversidade é uma realidade presente na escola.
No que tange as novas tecnologias da informação, constata-se que as
mesmas são igualmente uma realidade do viver na sociedade contemporânea,
fazem parte das atividades diárias dos indivíduos que as usam para as mais
variadas finalidades, desde trabalho ao lazer. Igualmente, as novas tecnologias têm
sido inseridas cada vez mais cedo na vida das crianças das novas gerações,
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fazendo com que as mesmas adentrem o espaço escolar já somando no rol de suas
experiências a interatividade com os aparelhos tecnológicos e a internet.
Assim, as novas tecnologias precisam ser inseridas de forma pedagógica na
escola, seu uso, contudo, não constitui um empecilho ao processo de ensino
aprendizagem, pelo contrário, pode vir a favorecê-lo quando o docente sabe aplicar
estas novas tecnologias de modo criativo, construindo através delas uma
metodologia sólida para o processo de ensino-aprendizagem do aluno. A tecnologia,
em si, não é maléfica nem benéfica, ela tanto pode ser aliada como um perigo para
as crianças e sua educação, tudo depende do uso que se fará da mesma, fator que
se constitui em mais um motivo para que as mesmas sejam inseridas no contexto
escolar.
No que concerne ao contexto da inclusão, destaca-se na presente pesquisa
que as tecnologias oferecem diferentes mecanismos, os quais podem ser
aproveitados pelo professor para a promoção da interação social, da aproximação
entre os alunos bem como para expandir os horizontes de conhecimentos dos
mesmos, pois para trabalhar no contexto da diversidade é preciso buscar caminhos
que levem a uma promoção e compreensão do diferente pelo outros, e as
tecnologias nesse contexto tem muito a contribuir.
Este estudo guarda as devidas limitações que se aplicam a uma pesquisa
teórica, por isso, deixa-se como sugestão para a realização de trabalhos futuros o
empreendimento de pesquisas de campo em instituições escolares que façam usos
das tecnologias em seu cotidiano, verificando assim nas metodologias docentes
aplicadas na prática quais estratégias os docentes estão utilizando para promover o
contexto inclusivo pelo meio tecnológico no contexto da diversidade.
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