229
1. Bióloga, mestre em Botânica (UFPR). Professora da UNOESC, Joaçaba. E-mail:
2. Bióloga, mestre em Engenharia Ambiental (UFSC). Professora da UNOESC, Joaçaba. E-mail:
3. Biólogo, doutor em Zoologia (PUCRS). Professor da UNOESC, Joaçaba. E-mail:
A Diversidade De Flora E Fauna Nas Matas Ciliares Da Bacia Hidrográfica Do
Rio Do Peixe1
BÜNDCHEN1, Márcia, DALAVÉQUIA
2, Maira Aparecida e LINGNAU
3, Rodrigo
1 AS MATAS CILIARES
A mata ciliar, ou ripária, encontrada ao longo dos cursos e reservatórios d`água, é
fundamental na preservação dos mananciais, manutenção da qualidade da água e equilíbrio
dos ecossistemas aquáticos. Embora a legislação ambiental brasileira preveja sua preservação
permanente, atualmente em nossa região restam poucos fragmentos florestais relativamente
conservados.
Recompor a vegetação extirpada das margens dos cursos d’água constitui uma tarefa
urgente e imprescindível para a melhoria da qualidade de vida na região oeste do estado,
comprometida nas últimas décadas em função do desmatamento desenfreado e da
contaminação hídrica por pesticidas e dejetos de suínos. Para tanto, conhecer a composição da
flora e fauna destas matas é essencial no estabelecimento das ações planejadas para restaurar
as florestas ripárias da região preservando as características fisionômicas originais.
No oeste catarinense a ocupação territorial caracterizou-se pela exploração predatória
das matas para extração madeireira e subsequente incorporação dessas áreas para as
atividades agrícolas e pecuárias. Esse processo provocou a descaracterização das paisagens
regionais e desencadeou graves desequilíbrios ambientais.
De acordo com o diagnóstico geral das bacias hidrográficas do estado de Santa
Catarina (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 1997), a região hidrográfica do Rio do Peixe
(RH-3) apresenta como principais fontes poluidoras a atividade pecuária, atividade de
lavoura, frigoríficos, abatedouros e, em menor escala, fontes urbanas e industriais. Como
resultado, os coliformes fecais por dejetos de suínos, agrotóxicos e fertilizantes, bem como, o
assoreamento dos rios são os principais tipos de poluição que tornam os rios da região
altamente contaminados.
1 - Pesquisa financiada pela FAPESC e CT Hidro/ANA/CNPq, Projeto Rede Guarani/Serra Geral (Convênio
FUNJAB/FAPESC 15.915/2007-8).
230
O primeiro fator de desequilíbrio nos sistemas ambientais ciliares é o desmatamento.
Conforme exposto anteriormente, o processo de ocupação da região oeste foi acompanhado
pela destruição maciça da floresta. Hoje, raras são as áreas onde podemos encontrar vegetação
primária e, em especial as margens dos rios encontram-se desprovidas de vegetação ripária,
uma vez que as planícies aluviais constituem locais propícios à agricultura inseridos no relevo
acidentado que caracteriza a região. Matas ciliares localizadas em áreas agrícolas preservam a
biodiversidade de plantas e animais nativos e sua preservação é fundamental como estratégia
de conservação (BOUTIN; JOBIN; BÉLANGER, 2003), frente à crescente demanda por
espaço para as atividades produtivas.
Na região oeste de Santa Catarina, a contaminação das águas por dejetos de suínos
constitui um sério problema de desequilíbrio ambiental (ASSIS; MURATORI, 2007). Nas
áreas urbanas, a falta de planejamento e de consciência ecológica por parte do poder público e
da população em geral, transforma os cursos d'água em depósito do lixo produzido na cidade,
com canalizações dos esgotos domésticos desembocando diretamente nos rios. Contribui
ainda para a contaminação o escoamento superficial urbano que carreia diferentes tipos de
poluentes, particulados e sólidos de maior tamanho.
A mata ciliar desempenha um papel fundamental no controle das variáveis
microclimáticas que permitem a retenção da umidade necessária à permanência dos cursos de
água (MANDER; HAYAKAWA; KUUSEMETS, 2005). As florestas localizadas às margens
de cursos e corpos d`água promovem o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos e a qualidade da
água, regulam a entrada de luz e nutrientes no sistema aquático e impedem o assoreamento
dos rios, entre outras funções (CARVALHO et al., 2000; ROMAGNOLO; SOUZA, 2000).
Essas florestas são mantenedoras do equilíbrio hídrico nos ecossistemas adjacentes aos
cursos d’água, uma vez que possuem mecanismos compensadores dos componentes térmico e
hídrico, pois a estrutura da vegetação (composição específica, estratificação, aspectos
estacionais etc.) permite uma maior interceptação da energia solar e de compostos
inorgânicos, além de reduzir a evapotranspiração do solo, estabilizando as condições
microclimáticas que são necessárias para a sobrevivência de diversas outras espécies
associadas aos ambientes florestais (KLUBER; OLSON; PUETTMANN, 2008;
MELEASON; QUINN, 2004). O efeito tampão do ecossistema ripário depende de diversos
fatores, como os processos hidrológicos predominantes na microbacia, o tipo de solo, práticas
de manejo nas áreas circunvizinhas, declividade, extensão da mata ciliar e tipo de vegetação
que a compõe, largura do rio entre outros fatores que variam temporal e espacialmente
(BROOKS; KYKER-SNOWMAN, 2009; GAZAL et al., 2006; LIMA, 2003).
231
A mata ciliar oferece também abrigo para espécies remanescentes da fauna da região
cujas populações alcançaram níveis críticos devido à falta de habitat. Diversos estudos têm
demonstrado o importante papel desempenhado por esses ecossistemas como refúgios de
animais silvestres (KLUBER; OLSON; PUETTMANN, 2008; LLOYD; LAW;
GOLDINGAY, 2006; COCKLE; RICHARDSON, 2003; DARVEAU; LABBEÂ;
BEAUCHESNE, 2001). A florestação das margens dos rios pode ainda ser utilizada,
futuramente, no planejamento de corredores verdes ligando os remanescentes florestais e
permitindo assim o inter-cruzamento das populações de espécies que encontram-se
atualmente isoladas em fragmentos florestais distantes Os corredores verdes, por vezes
denominados corredores ambientais, corredores de vida selvagem ou tampões ciliares
(riparianos) constituem uma importante forma de proteger áreas naturais e desenvolver
oportunidades de recreação (LIMA; ZAKIA, 2000). Os corredores verdes contribuem para
muitos valores ecológicos e sociais, ajudam a manter a diversidade biológica, protegem os
recursos hídricos, conservam solos, suportam atividades recreativas, estimulam a coesão
comunitária e cultural e provêem rotas de migração para as espécies durantes mudanças
sazonais ou épocas reprodutivas (MILLER et al., 1998).
A existência de uma faixa de mata em torno dos corpos d’água estimula a reciclagem
dos nutrientes adicionando ao solo elementos como nitrogênio (N), Fósforo (P) e enxofre (S)
e retendo-os no ecossistema de modo que possam sustentar a produção vegetal (HEFTING et
al., 2005). A decomposição da serapilheira, constituída por folhas, galhos, frutos, flores e
outros materiais das árvores, permite a assimilação gradual dos nutrientes sustentando o
crescimento da vegetação, a nutrição de microrganismos e macroinvertebrados de solo e a
redução da lixiviação dos elementos minerais do solo (RUAN; LI; ZOU, 2005). O aporte de
material vegetal nos rios é uma das principais fontes para os organismos detritívoros dos
ecossistemas aquáticos.
Merece destaque, neste contexto, o papel desempenhado pelas florestas ripárias no
controle da poluição difusa (BICALHO; LANGENBACH; HAGLER, 2009; ANBUMOZHI;
RADHAKRISHNAN; YAMAJI, 2005) reduzindo o efeito prejudicial dos fertilizantes,
pesticidas e demais agroquímicos na qualidade da água. As atividades agrícolas têm sido
apontadas como a maior fonte de poluição difusa em rios e lagos, sendo que 70% das cargas
anuais de nitrogênio e fósforo que chegam aos rios são provenientes da agricultura. De acordo
com REBOUÇAS (1997) apud SIMÕES (2003), no Brasil, o impacto da qualidade da água
decorre principalmente da erosão do solo em bacias hidrográficas desflorestadas, além do alto
consumo de pesticidas, que atinge 150 mil toneladas por ano. Os solos de florestas ciliares
232
bem desenvolvidas abrigam uma biota (fungos, bactérias e outros microrganismos) capaz de
degradar diversos pesticidas (ENTRY; DONNELLY; EMMINGHAM, 1995).
As estratégias para controle da poluição em bacias hidrográficas devem envolver a
adoção de práticas de manejo que considerem a geomorfologia local e sua dinâmica espaço-
temporal, a proposição de alternativas econômicas sustentáveis para as comunidades atingidas
e a recomposição florística das matas ciliares degradadas, a partir da vegetação nativa
característica da área e a fauna a ela associada.
A preservação dos recursos hídricos e dos fragmentos florestais e remanescentes de
mata, bem como, o desenvolvimento de estratégias de conservação adequadas às
características locais, exige a realização de pesquisas científicas que forneçam informações
qualitativas e quantitativas do ambiente regional.
Embora o rio do Peixe assuma para a região importantes conotações históricas, sociais
e ecológicas, o que se observa atualmente é uma grande lacuna quanto a dados científicos
básicos referentes aos aspectos geológicos, geomorfológicos, hídricos, vegetacionais e
faunísticos do rio e dos ambientes que o cercam. Frente a esta carência de dados e a
importância de se conhecer e preservar o ambiente natural, tornou-se inadiável o
levantamento sistemático de dados que permitam, em um primeiro momento, diagnosticar tais
aspectos e, posteriormente, subsidiar projetos de recuperação e recomposição de áreas
degradadas em consonância com o ambiente original da área, disponibilizando para a
comunidade um banco de dados sobre os recursos hídricos e florísticos da região.
Considerando que o referido rio atravessa vários municípios e que ao longo de seu percurso as
características de suas águas e da vegetação ripária são modificadas via ação antrópica, estas
informações poderão servir ainda como parâmetro de comparação sobre o grau de
modificações sofridas no trajeto do curso d’água auxiliando as atividades do Comitê de Bacia
Hidrográfica do Rio do Peixe e órgãos públicos.
2 BIODIVERSIDADE
O Brasil é um dos países com a maior biodiversidade do mundo, com uma riqueza
praticamente inestimável de plantas e animais. Segundo Lewinsohn e Prado (2005), há no
Brasil aproximadamente 13% de todas as espécies do mundo, representando cerca de 1,8
milhões delas. Entretanto, o conhecimento a respeito de toda essa riqueza é ainda muito
233
limitado, sendo a cada ano, descritas centenas de espécies novas, principalmente em países
predominantemente tropicais como o Brasil.
Em termos de biodiversidade, o estado de Santa Catarina se destaca uma vez que sua
área está inserida no bioma Mata Atlântica, considerado um dos hotspots do planeta, onde
ocorre grande biodiversidade de fauna e flora e onde as ações de conservação são mais
urgentes. O estado compreende diversos ecossistemas, tais como a floresta atlântica e suas
vegetações associadas (como restingas, dunas e mangues), campos e campos de altitude,
matas de araucária e florestas deciduais.
Especificamente na Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe, localizada na região meio-
oeste do estado, duas importantes formações florestais estão representadas: a Floresta
Ombrófila Mista e a Floresta Estacional Decidual. Contudo, apesar da importância ecológica,
social e econômica atribuída a estes ecossistemas, são escassas as informações sobre a flora e
a fauna nativas. Neste sentido, a Rede Guarani-Serra Geral pretende através do levantamento
florístico e faunístico das áreas remanescentes de mata ciliar desta bacia hidrográfica, angariar
dados científicos que possam nortear futuros projetos de conservação da flora e fauna e dos
recursos hídricos da região, bem como, fomentar ações de conscientização e educação
ambiental.
2.1 A FLORA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DO PEIXE
Os estudos florísticos, mais especificamente aqueles que envolvem as florestas
ripárias, concentram-se na região sudeste do Brasil, em especial no estado de São Paulo
(DURIGAN, 1994). Na região sul, Paraná e Rio Grande do Sul são os estados com maior
número de pesquisas desenvolvidas nesta área (DANIEL, 1991; CAMPOS; SOUZA, 2002;
LANDAU, 1994; SILVA et al., 1995).
Em Santa Catarina, Klein (1980) descreveu a ecologia das matas ciliares do vale do
Itajaí, Citadini-Zanette (1995) estudou a florística, fitossociologia e os aspectos dinâmicos de
um trecho de floresta na encosta atlântica da microbacia do rio Novo, no município de
Orleans e Lisboa (2001) avaliou a estrutura fitossociológica de uma comunidade arbórea na
Floresta Ombrófila Densa, em uma área em processo de restauração da biodiversidade após
50 anos do corte seletivo. Na região oeste Belotti et al. (2002) realizaram um estudo florístico
e fitossociológico da mata ciliar do lago da barragem Engenho Braun no município de
Chapecó.
234
A Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe possui uma área de aproximadamente 530 mil
hectares na qual, segundo levantamento realizado por Raimundo (2003) foram encontrados
apenas 96 fragmentos florestais com área superior a 300 ha, sendo a maioria de propriedade
privada.
Originalmente a região da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe era ocupada por dois
tipos florestais: Floresta Ombrófila Mista (FOM), ao norte, destacando-se a presença da
Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná), Ocotea porosa (imbuia), Parapiptadenia rigida
(angico-vermelho), Diatenopterix sorbifolia (maria-preta), Cedrela fissilis (cedro), Ilex
paraguariensis (erva-mate), Drimys winteri (casca d’anta), Podocarpus lambertii (pinheiro-
bravo), além de diversas canelas, e, ao sul, nas áreas de influência do Rio Uruguai e do Rio do
Peixe a Floresta Estacional Decidual (FED), formada por espécies tais como a Apuleia
leiocarpa (grápia), Parapiptadenia rigida (angico-vermelho), Myrocarpus frondusus
(cabreúva), Cedrela fissilis (cedro), Cordia tricotoma (louro-pardo), Peltophorum dubium
(canafístula), Balfourodendron riedelianum (guatambu), Cordia americana (guajuvira),
Nectandra megapotamica (canela-preta), Nectandra lanceolata (canela amarela), Ocotea
puberula (canela-guaicá), entre outras (LEITE; KLEIN, 1990; KLEIN, 1972; KLEIN, 1978,
REITZ; KLEIN; REIS, 1983; GOVERNO DE SANTA CATARINA, 1997).
No estrato superior da Floresta Estacional Decidual (Floresta Subtropical do Rio
Uruguai de acordo com KLEIN, 1978), as árvores apresentam-se desfolhadas durante o
período hibernal; esta marcante mudança na fisionomia das árvores emergentes revela as
espécies do estrato das perenifólias (onde predominam as canelas) expondo-as mais
intensamente à radiação solar.
Como parte das atividades desenvolvidas através da Rede Guarani-Serra Geral está
sendo realizado, com o objetivo de caracterizar a estrutura dos fragmentos florestais
remanescentes um inventário florístico e fitossociológico abrangendo a extensão do Rio do
Peixe, desde sua nascente, no município de Calmon, até a sua foz, no rio Uruguai, no
município de Alto Bela Vista.
A amostragem é realizada através do método das parcelas múltiplas, de 10 m x 10 m
(100 m2) distribuídas nos fragmentos de acordo com dois critérios: i. presença de vegetação
arbórea ciliar, uma vez que grande parte da área encontra-se descaracterizada e ii. área
ocupada pela vegetação arbórea ciliar, em razão de a mata ciliar na área encontrar-se
extremamente reduzida, não atingindo, em alguns pontos uma faixa de 10 m e, portanto, não
comportando a parcela. Cabe salientar que este método de análise florística e fitossociológica
tem como premissa o uso de unidades amostrais (parcelas) de tamanho fixo. Em cada parcela
235
são amostradas as árvores com CAP (circunferência à altura do peito) igual ou superior a 10
cm.
Os resultados preliminares evidenciam a composição florística diferenciada entre os
fragmentos situados na região norte e na região sul da bacia. Por exemplo, Drimys winteri
(Fig. 1), Podocarpus lambertii e Ocotea porosa são espécies muito características da Floresta
Ombrófila Mista, não sendo até o momento encontradas nos fragmentos do baixo Rio do
Peixe.
Figura 1. Detalhe das flores de Drimys winteri (casca d’anta), encontrada em
fragmento florestal no município de Caçador, SC, alto Rio do Peixe.
As nascentes do Rio do Peixe consistem no afloramento de água em diversos
banhados que, confluindo, formam o rio. Estas nascentes se encontram em pequenas
propriedades rurais, nas quais se pratica agricultura de subsistência e são desprovidas de
vegetação ciliar arbórea.
Ao longo do rio, grandes extensões de sua margem são desprovidas de vegetação (Fig.
2), sendo destinadas à atividade pecuária ou simplesmente consistindo em áreas abandonadas.
Na região de Rio das Antas e de Caçador foi constatada a prática de produção de
carvão vegetal a partir de vegetação nativa, em especial bracatinga (Mimosa scabrella).
236
Figura 2. Vista da margem destacando ausência de mata ciliar e utilização para
atividade pecuária, no município de Piratuba/SC, baixo Rio do Peixe.
A análise qualitativa dos fragmentos florestais amostrados até o momento permite
inferir que nos fragmentos de maior área, cuja mata ciliar se desenvolve com porte mais
elevado (Fig. 3) possuem baixa diversidade de espécies e, consequentemente, não cumprem
plenamente sua função ecológica.
Esta descaracterização em termos de diversidade florística dá-se, principalmente, em
função da criação de animais (bovinos e caprinos) que se alimentam da vegetação jovem e das
espécies herbáceas, dificultando o processo de regeneração. Dessa forma, permanecem
somente as árvores de grande porte, sem ocorrência dos demais estratos, característicos de
florestas maduras ou em estágios avançados de regeneração. Além disso, é freqüente a
ocorrência de espécies exóticas, com destaque para Hovenia dulcis (uva-do-japão), Morus
nigra (amora-preta), Eryobotrya japonica (ameixa-amarela) e várias espécies de Citrus
(laranja, bergamota, limão) cultivadas nas propriedades adjacentes e facilmente dispersas para
as áreas de mata ciliar.
237
Figura 3. Aspecto de margem apresentando cobertura florestal desenvolvida, no município de
Rio das Antas/SC, alto Rio do Peixe. A análise florística indica baixa diversidade de espécies e
presença de espécies exóticas.
Pode-se concluir, portanto, que as matas ciliares do Rio do Peixe, quando presentes,
encontram-se bastante comprometidas com relação à diversidade de espécies vegetais o que
as torna pouco representativas da vegetação característica desta bacia hidrográfica. Para
finalizar, cabe destacar ainda que embora as matas ciliares possuam proteção legal específica
observa-se que esta é sistematicamente descumprida.
2.2 A FAUNA DE VERTEBRADOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DO PEIXE
A maioria dos estudos de vertebrados no Brasil não se limita somente às matas
ciliares, com os peixes sendo, possivelmente, a única exceção, devido à sua óbvia associação
com os riachos nas matas ciliares. Os animais terrestres geralmente se deslocam entre as
matas ciliares e os campos e florestas mais distantes dos corpos d’água, mas estas matas
podem lhes fornecer abrigo e alimento, sendo de grande importância na manutenção de
populações de diversas espécies da fauna. Assim, matas ciliares bem preservadas fornecem
hábitat para animais florestais e funcionam como corredores de dispersão (JOHNSON;
SARAIVA; COELHO, 1999).
Conforme já abordado, na região da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe, as matas
ciliares estão fortemente degradadas. As maiores ameaças, resultantes da atividade humana,
238
que podem levar muitas espécies à extinção, são a destruição e fragmentação do hábitat, a
superexploração para uso humano, a introdução de espécies exóticas e o aumento de
ocorrência de doenças (PRIMACK; RODRIGUES, 2002). Na Bacia Hidrográfica do Rio do
Peixe, além dos problemas com a grande geração de resíduos da suinocultura, tem aumentado
o problema da expansão da silvicultura com espécies exóticas, como Pinus spp. e Eucalyptus
spp. Em muitas regiões ao longo da bacia são realizados grandes plantios dessas árvores
exóticas para obter celulose para a fabricação de papéis e compensados para móveis, entre
outras utilidades. Infelizmente, muitas vezes esses plantios não respeitam as legislações
ambientais, chegando muito próximo das margens dos rios ou em outras áreas de preservação
permanente (Fig. 4). Diversos estudos já mostraram a influência negativa das extensas
monoculturas sobre a diversidade da fauna (e.g. PARRIS; LINDENMAYER, 2004;
KRISHNA; KRISHNA; VIJAYALAXMI, 2005).
A atual Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção apresenta 633 espécies da
fauna em diversas categorias de ameaça, sendo que 424 destes animais são vertebrados
(MACHADO; MARTINS; DRUMMOND, 2005); aves e peixes representam os grupos mais
ameaçados e, juntos, correspondem a cerca de metade de todas as espécies animais ameaçadas
no Brasil. As águas continentais, no Brasil, abrigam uma imensa biodiversidade, sendo
responsáveis por cerca de 20% das espécies de peixes no mundo, além de grande parte
também de grupos como algas e invertebrados (AGOSTINHO; THOMAZ; GOMES, 2005).
Rio Grande do Sul e Paraná já elaboraram suas listas estaduais de espécies da fauna
ameaçadas. No extremo sul do país, o Rio Grande do Sul apresentou 261 espécies ameaçadas
(FONTANA; BENCKE; REIS, 2003), enquanto o Paraná levantou 163 (MIKICH; BÉRNILS,
2004). É importante destacar que essas listas são revisadas periodicamente, e com o acúmulo
de novos conhecimentos acerca da fauna, algumas espécies podem ser retiradas dessas listas e
outras incluídas.
239
Figura 4. Margem desmatada do Rio do Peixe, no município de Caçador/SC, alto Rio do Peixe,
mostrando ao fundo as grandes áreas de plantio de Pinus sp.
Em Santa Catarina ainda não temos uma lista oficial das espécies ameaçadas de
extinção, mas, desde 2007, a associação civil IGNIS – Planejamento e In-Formação
Ambiental executa o projeto de elaboração da Lista Vermelha da Fauna do Estado de Santa
Catarina, em conjunto com a FATMA. Para a efetiva discussão dos principais grupos animais,
participam desse processo pesquisadores de diversas universidades e centros de pesquisa de
Santa Catarina e de outros estados. Há previsão de que em 2010 o projeto seja concluído e
entregue ao governo estadual para os procedimentos legais de transformação em decreto.
Apesar do longo período de ocupação e urbanização, a fauna em Santa Catarina
permanece ainda pouco conhecida. Provavelmente, grande parte da fauna do Estado foi muito
mais dizimada do que estudada. É consenso geral que nosso nível de conhecimento sobre a
fauna de Santa Catarina ainda é muito restrito, mas também se pôde observar, nas últimas
décadas, um significativo aumento do conhecimento dessa fauna, comprovado pelas listagens
de espécies do Estado, novos registros de espécies anteriormente não conhecidas e também
descrições de novas espécies da fauna, inclusive de espécies ocorrentes na Bacia Hidrográfica
do Rio do Peixe (CHEREM et al., 2004; GHAZZI, 2008; HARTMANN et al., 2008; RUPP et
al., 2008).
Uma listagem dos peixes do Estado de Santa Catarina foi elaborada por Godoy (1987),
mas, desde então, várias espécies novas já foram catalogadas por diversos pesquisadores.
240
Pouco material realmente provém da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe, sendo raros os
trabalhos que citam exemplares da bacia. Entre esses, pode-se citar Ghazzi (2008), que
descreveu uma nova espécie de Rineloricaria (cascudo-viola) ocorrente em trechos na Bacia
Hidrográfica do Rio do Peixe, e Quevedo e Reis (2002), que descreveram uma nova espécie
de Pogonopoma (cascudo-preto) também ocorrente na bacia.
Quanto aos anfíbios, os estudos são muitos escassos no sul do Brasil, particularmente
no Estado de Santa Catarina. Apesar de haver trabalhos envolvendo descrições de espécies
novas, ampliações de distribuição geográfica, discussões taxonômicas e alguns sobre aspectos
da biologia de algumas poucas espécies, Santa Catarina apresenta um grande vazio em relação
ao conhecimento de sua anurofauna (LINGNAU, 2009). Somente na última década
começaram a surgir os primeiros trabalhos considerando a riqueza específica de anfíbios
anuros em algumas regiões do Estado (HARTMANN et al., 2008; LUCAS; FORTES, 2008).
Recentemente, Hartmann et al. (2008) estimaram uma riqueza de 52 espécies de anuros para o
oeste de Santa Catarina, enquanto Lucas (2008), em extensa revisão sobre os anfíbios de
Santa Catarina, citou 110 espécies de ocorrência confirmada no Estado. A fauna de anfíbios
da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe ainda é pouco conhecida, pois a maioria dos trabalhos
que citam o Estado se concentra em sua região leste.
Os répteis também estão entre os grupos menos conhecidos em Santa Catarina, mas,
recentemente, Bérnils et al. (2007) levantaram 110 espécies desse grupo para o Estado. Não
há trabalhos voltados unicamente à fauna de répteis na Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe; já
para a Bacia do Rio Itajaí, Bérnils, Batista e Bertelli (2001) estimaram a ocorrência de 61
espécies de Squamata, com outras 25 espécies passíveis de serem encontradas naquela bacia.
Vale salientar que espécies novas de répteis ainda são encontradas no Estado, como a
recentemente descrita serpente Clelia hussami, com registro para a Bacia Hidrográfica do Rio
do Peixe (MORATO; FRANCO; SANCHES, 2003). Há também trabalhos com descrições de
espécies novas de outros estados que utilizaram material coletado em Santa Catarina e mesmo
na Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe, para fins de comparação (e.g. PASSOS;
FERNANDES; ZANELLA, 2005; PRUDENTE; PASSOS, 2008).
Quanto à fauna de aves em Santa Catarina, uma obra visivelmente de grande valor é a
de Rosário (1996), resultado de cerca de 20 anos de observação de aves no Estado. Em seu
livro, a autora apresenta 596 espécies de aves registradas para Santa Catarina àquela época. A
obra foi considerada “referência fundamental para ambos os leitores: ornitólogos
propriamente ditos e amantes da natureza que se deliciam ao observar o bater das asas de um
beija-flor” (MACHADO, 1997). Apesar disso, ainda há muito a ser estudado sobre as aves de
241
Santa Catarina; e nas últimas duas décadas o conhecimento a respeito das aves do Estado vem
crescendo rapidamente, principalmente devido à formação de novos ornitólogos e
consequente aumento no número de pesquisas de campo (RUPP et al., 2008). A cada ano
ainda são reportadas novas ocorrências de aves para o Estado, demonstrando que ainda há
uma grande lacuna no conhecimento da ornitofauna do Estado (e.g. ACCORDI;
BARCELLOS, 2008; PACHECO; BRANCO; PIACENTINI, 2009). Especificamente na
Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe foi feito um levantamento da avifauna no Parque Natural
Municipal Rio do Peixe, em Joaçaba, onde os autores encontraram 129 espécies de aves
(FAVRETTO; ZAGO; GUZZI, 2008).
Em Santa Catarina, mesmo os mamíferos, animais geralmente mais reconhecidos pela
população em geral, ainda não foram adequadamente estudados, principalmente na região
oeste e na Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe. Entre os primeiros trabalhos abordando esse
grupo no Estado, pode-se citar Cimardi (1996) e Ávila-Pires (1999). Porém, somente
recentemente foi feito um estudo mais completo, através de extenso levantamento em
coleções científicas e levantamento bibliográfico, a cargo de Cherem et al. (2004). Esses
autores registraram 152 espécies de mamíferos nativos de ocorrência confirmada em Santa
Catarina, 60 espécies de possível ocorrência, além de seis espécies ou subespécies citadas na
literatura para o Estado, mas provavelmente não ocorrentes.
De modo geral, percebe-se, pelo que foi exposto, que há ainda uma enorme carência
por estudos da fauna de vertebrados na Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe. Essa carência não
é exclusiva da região da bacia, pois essa situação é compartilhada por outras regiões de Santa
Catarina e do Brasil. Objetivando aumentar o conhecimento acerca da fauna das matas ciliares
do Rio do Peixe, está sendo realizado um levantamento da fauna de vertebrados ao longo da
bacia, vinculado às atividades da Rede Guarani-Serra Geral, com amostragens sendo
realizadas em diversos pontos ao longo das porções do alto, médio e baixo vale do Rio do
Peixe. Os registros são obtidos de distintas formas, dependendo do grupo animal que se está
procurando: capturas através de redes, tarrafas e anzóis de espera, gravação de vocalizações,
registros visuais e auditivos, fotografias e vídeos, além de registros diretos e indiretos (fezes,
pegadas e carcaças) (Fig. 5).
242
Figura 5. Fezes de Hydrochoerus hydrochaeris (capivara) às margens do Rio do Peixe, no
município de Caçador/SC, alto Rio do Peixe – evidência indireta da presença da espécie no local.
Os resultados obtidos até o momento indicam uma fauna bastante empobrecida ao
longo das matas ciliares que restaram na Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe. A maioria dos
animais encontrados é composta por espécies de ampla distribuição, e há muitas que são
favorecidas, de certa maneira, por ambientes antropizados. Como exemplo, pode-se citar a
jararaca, Bothrops jararaca (Fig. 6), serpente peçonhenta que sobrevive bem em áreas
antropizadas, devido, em grande parte, à proliferação de presas como pequenos roedores.
Além disso, mesmo em pequenos banhados antropizados é comum encontrar diversas
espécies de anfíbios de ampla distribuição por grandes áreas no Brasil, tais como as pererecas
Dendropsophus minutus e Hypsiboas leptolineatus (Fig. 7). Também são comuns, nas matas
ciliares e mesmo próximo a algumas residências rurais, o gambá-de-orelha-branca (Didelphis
albiventris), o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a capivara (Hydrochoerus
hydrochaeris), entre outros. A maioria dessa fauna encontrada ao longo das matas ciliares na
Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe é oportunista e generalista, fato que explica sua
abundância nesses ambientes geralmente degradados.
243
Figura 6. Um exemplar jovem de Bothrops jararaca (jararaca) no Parque Natural Municipal Rio
do Peixe, no município de Joaçaba/SC, médio Rio do Peixe.
Figura 7. Um macho de Hypsiboas leptolineatus (perereca-listrada) no município de
Caçador/SC, alto Rio do Peixe. Observe o saco vocal inflado demonstrando atividade de canto
do animal.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos alunos e moradores que auxiliaram e/ou permitiram a
realização dos trabalhos de campo, à UNOESC, e aos financiamentos da Caixa Econômica
Federal, Agência Nacional das Águas e FAPESC concedidos a este projeto através da Rede
Guarani/Serra Geral. Por informações diversas sobre a seção de fauna, agradecemos a
244
Roberto E. Reis e Renato S. Bérnils. Agradecimento também a Renato S. Bérnils pela
cuidadosa revisão da seção de fauna.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACCORDI, I. A.; BARCELLOS, A. Novas ocorrências e registros notáveis sobre distribuição
de aves em Santa Catarina, sul do Brasil. Biotemas, Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 85-93, 2008.
AGOSTINHO, A. A.; THOMAZ, S. M.; GOMES, L. C. Conservation of the biodiversity of
Brazil’s inland waters. Conservation Biology, Washington, v. 19, n. 3, p. 646-652, 2005.
ANBUMOZHI, V.; RADHAKRISHNAN, J.; YAMAJI, E. Impact of riparian buffer zones on
water quality and associated management considerations. Ecological Engineering,
Amsterdam, v. 24, n.5, p. 517-523, 2005.
ASSIS, F. O.; MURATORI, A. M. Poluição hídrica por dejetos de suínos: um estudo de caso
na área rural do município de Quilombo, Santa Catarina. Revista Eletrônica Geografar,
Curitiba, v. 2, n. 1, p. 42-59, jan./jun. 2007.
AVILA-PIRES, F. D. Mamíferos descritos do Estado de Santa Catarina. Revista Brasileira
de Zoologia, Curitiba, v. 16, n. 2, p. 51-62, 1999.
BELOTTI, A. et al. Estudo fitossociológico e florístico da mata ciliar do lago da barragem
engenho Braun do lageado São José – Chapecó – SC. Acta Ambiental Catarinense,
Chapecó, v. 1, n. 1, p. 43-58, Ago. 2002.
BÉRNILS, R. S.; BATISTA, M. A.; BERTELLI, P. W. Cobras e lagartos do Vale:
levantamento das espécies de Squamata (Reptilia, Lepidosauria) da Bacia do Rio Itajaí, Santa
Catarina, Brasil. Revista de Estudos Ambientais, Blumenau, v. 3, n. 1, p. 69-79, 2001.
BÉRNILS, R. S. et al. Répteis das porções subtropical e temperada da região neotropical.
Ciência & Ambiente, Santa Maria, v. 35, n. 2, p. 101-136, 2007.
BICALHO, S.; LANGENBACH T.; HAGLER, A. Herbicide distribution in soils of a riparian
forest and neighboring sugar cane field. Toxicology Letters, Amsterdam, v. 189S, n. 1, p.
S202, 2009.
BOUTIN, C.; JOBIN, B.; BÉLANGER, L. Importance of riparian habitats to flora
conservation in farming landscapes of southern Québec, Canada. Agriculture, Ecosystems &
Environment, Amsterdam, v. 94, n. 1, p. 73-87, 2003.
BROOKS, R. T.; KYKER-SNOWMAN, T. D. Forest-floor temperatures and soil moisture
across riparian zones on first- to third-order headwater streams in southern New England,
USA. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 258, n. 9, p. 2117-2126, 2009.
CAMPOS, J. B.; SOUZA, M. C. Arboreus vegetation of an alluvial riparian forest and their
soil relations: Porto Rico Island, Paraná river, Brazil. Brazilian Archives of Biology and
Technology, Curitiba, v. 45, n. 2, p. 137-149, 2002.
245
CARVALHO, D. A. et al. Florística e estrutura da vegetação arbórea de um fragmento de
floresta semidecidual às margens do reservatório da usina hidrelétrica dona Rita (Itambé do
Mato Dentro – MG). Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 37-55, 2000.
CHEREM, J. J.; SIMÕES-LOPES, P. C.; ALTHOFF, S. e GRAIPEL, M. E. Lista dos
mamíferos do Estado de Santa Catarina, sul do Brasil. Mastozoologia Neotropical, Mendoza,
v. 11, n. 2, p. 151-184, 2004.
CIMARDI, A. V. Mamíferos de Santa Catarina. Florianópolis: Fundação de Amparo à
Tecnologia e Meio Ambiente, 1996. 302 p.
CITADINI-ZANETTE, V. C. Florística, fitossociologia e aspectos dinâmicos de um
remanescente de mata atlântica na microbacia do Rio Novo, Orleans, SC. 1995. 236p.
Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais). Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos, 1995.
COCKLE, K. L.; RICHARDSON, J. S. Do riparian buffer strips mitigate the impacts of
clearcutting on small mammals? Biological Conservation, Barking, v. 113, n. 1, p. 133-140,
2003.
DANIEL, A. Estudo fitossociológico arbóreo/arbustivo da mata ripária da bacia
hidrográfica do rio dos Sinos. 1991. 219p. Dissertação (Mestrado em Ecologia).
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1991.
DARVEAU, M.; LABBEÂ P.; BEAUCHESNE, P. The use of riparian forest strips by small
mammals in a boreal balsam Fir Forest. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v.
143. n. 2, p. 95-104, 2001.
DURIGAN, G. Florística, fitossociologia e produção de folhedo em matas ciliares da
região oeste do estado de São Paulo. 1994. 130p. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal).
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1994.
ENTRY, J. A.; DONNELLY, P. K.; EMMINGHAM, W. H. Atrazine and 2,4-D
mineralization in relation to microbial biomass in soils of young, second, and old-growth
riparian forests. Applied Soil Ecology, Amsterdam, v. 2, n. 2, p. 77-84, 1995.
FAVRETTO, M. A.; ZAGO, T.; GUZZI, A. Avifauna do Parque Natural Municipal Rio do
Peixe, Santa Catarina, Brasil. Atualidades Ornitológicas, Ivaiporã, v.141, p. 87-93, 2008.
FONTANA, C. S.; BENCKE, G. A.; REIS, R. E. Livro vermelho da fauna ameaçada de
extinção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. 632p.
GAZAL, R. M. et al. Controls on transpiration in a semiarid riparian cottonwood Forest.
Agricultural and Forest Meteorology, Amsterdam, v.137, n. 1-2, p. 56-67, 2006.
GODOY, M. P. Peixes do Estado de Santa Catarina. Florianópolis: Editora UFSC, 1987.
572 p.
246
GHAZZI, M. S. Nove espécies novas do gênero Rineloricaria (Siluriformes, Loricariidae) do
rio Uruguai, do sul do Brasil. Iheringia, Série Zoologia, Porto Alegre, v. 98, n. 1, p. 100-122,
2008.
GOVERNO DE SANTA CATARINA. Secretaria de estado do desenvolvimento urbano e
meio ambiente. Bacias hidrográficas do estado de Santa Catarina diagnóstico geral. CD-
Rom, 1997.
HARTMANN, M. T. et al. Anfíbios. In: CHEREM, J. J.; KAMMERS, M. (Org.). A fauna
das áreas de influência da usina hidrelétrica Quebra Queixo. Erechim: Habilis, 2008. p.
89-110.
HEFTING, M. M. et al The role of vegetation and litter in the nitrogen dynamics of riparian
buffer zones in Europe. Ecological Engineering, Amsterdam, v. 24, n. 5, p. 465-482, 2005.
JOHNSON, M. A.; SARAIVA, P. M.; COELHO, D. The role of gallery forests in the
distribution of cerrado mammals. Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 59, n. 3,
p. 421-427, 1999.
KLEIN, R. M. Árvores nativas da floresta subtropical do alto Uruguai. Sellowia – Anais
Botânicos do Herbário Barbosa Rodrigues, v. 24, p. 9-62, 1972.
KLEIN, R. M. Flora ilustrada catarinense: mapa fitogeográfico do Estado de Santa
Catarina. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, V Parte – mapa fitogeográfico, 1978. 24p.
KLEIN, R. M. Ecologia da flora e vegetação do vale do Itajaí. Sellowia, Itajaí, v. 32, n. 32, p.
165-389, 1980.
KLUBER, M. R.; OLSON, D. H.; PUETTMANN, K. J. Amphibian distributions in riparian
and upslope areas and their habitat associations on managed forest landscapes in the Oregon
Coast Range. Forest Ecology and Management, Amsterdam, v. 256, n. 4, p. 529-535, 2008.
KRISHNA, S N.; KRISHNA, S. B.; VIJAYALAXMI, K. K. Variation in anuran abundance
along the streams of the Western Ghats, India. Herpetological Journal, London, v. 15, n. 3,
p. 167-172, 2005.
LANDAU, E. C. Ecologia de paisagem da região do vale do rio dos Sinos – Santa
Cristina do Pinhal, Parobe/RS em bases fitossociológicas e de geoprocessamento. 1994.
116p. Dissertação (Mestrado em Ecologia). Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 1994.
LEITE, P. F.; KLEIN, R. M. Vegetação. In Geografia do Brasil: Região Sul. Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro, v. 2, p.113-150, 1990.
LEWINSOHN, T. M.; PRADO, P. I. How many species are there in Brazil? Conservation
Biology, Washington, v. 19, n. 3, p. 619-624, 2005.
LIMA, W. P. Relações hidrológicas em matas ciliares. In: HENRY, R. (Org.) Ecótonos nas
interfaces dos ecossistemas aquáticos. São Carlos: Rima, 2003. p. 293-300.
247
LIMA, W. P.; ZAKIA, M. J. B. Hidrologia de matas ciliares. In: RODRIGUES, R. R.;
LEITÃO FILHO, H. F. Matas ciliares. Conservação e recuperação. Editora EDUSP, São
Paulo, 2000, 320p.
LINGNAU, R. Distribuição temporal, atividade reprodutiva e vocalizações em uma
assembleia de anfíbios anuros de uma floresta ombrófila mista em Santa Catarina, sul
do Brasil. 2009. 103p. Tese (Doutorado em Zoologia). Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
LISBOA, R. B. Z. Análise fitossociológica de uma comunidade arbórea na floresta
ombrófila densa, no parque botânico do morro do Baú, Ilhota/SC. 2001. 132 p. 2v.
Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal). Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2001.
LLOYD, A; LAW, B.; GOLDINGAY, R. Bat activity on riparian zones and upper slopes in
Australian timber production forests and the effectiveness of riparian buffers. Biological
Conservation, Barking, v. 129, n. 2, p. 207-220, 2006.
LUCAS, E. M. Diversidade e conservação de anfíbios anuros no Estado de Santa
Catarina, sul do Brasil. 2008. 210p. Tese (Doutorado em Ecologia). Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2008.
LUCAS, E. M.; FORTES, V. B. Frog diversity in the Floresta Nacional de Chapecó, Atlantic
Forest of southern Brazil. Biota Neotropica, São Paulo, v. 8, n. 3, p. 51-61, 2008.
MACHADO, D. A. Resenha: L. A. Rosário. 1996. As aves em Santa Catarina: distribuição
geográfica e meio ambiente. Biotemas, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 81-84. 1997.
MACHADO, A. B. M.; MARTINS, C. S.; DRUMMOND, G. M. Lista da fauna brasileira
ameaçada de extinção: incluindo as espécies quase ameaçadas e deficientes em dados.
Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2005. 160p.
MANDER, Ü; HAYAKAWA, Y.; KUUSEMETS, V. Purification processes, ecological
functions, planning and design of riparian buffer zones in agricultural watersheds. Ecological
Engineering, Amsterdam, v. 24, n. 5, p. 421-432, 2005.
MELEASON, M. A.; QUINN, J. M. Influence of riparian buffer width on air temperature at
Whangapoua Forest, Coromandel Peninsula, New Zealand. Forest Ecology and
Management, Amsterdam, v. 191, n. 1-3, p. 365-371, 2004.
MIKICH, S. B.; BÉRNILS, R. S. Livro vermelho da fauna ameaçada no estado do
Paraná. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná, 2004. 763p.
MILLER, W. et al. An approach for greenway suitable analysis. Landscape and urban
planning, Amsterdam, v. 42, n. 2-4, p. 91-105, 1998.
MORATO, S. A. A.; FRANCO, F. L.; SANCHES, E. J. Uma nova espécie de Clelia
(Serpentes, Colubridae) do sul do Brasil. Phyllomedusa, Piracicaba, v. 2, n. 2, p. 93-100,
2003.
248
PACHECO, J. F.; BRANCO, J. O.; PIACENTINI, V. Q. Olrog’s Gull Larus atlanticus in
Santa Catarina, Brazil: northernmost occurrence and first state record. Cotinga, Sandy, v. 31,
n. 1, p. 80-81, 2009.
PARRIS, K M.; LINDENMAYER, D. B. Evidence that creation of a Pinus radiata plantation
in south-eastern Australia has reduced habitat for frogs. Acta Oecologica, Paris , v. 25, n. 1-2,
p. 93-101, 2004.
PASSOS, P.; FERNANDES, R.; ZANELLA, N. A new species of Atractus (Serpentes:
Colubridae) from southern Brazil. Herpetologica, Austin, v. 61, n. 2, p. 209-218, 2005.
PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Londrina: E. Rodrigues,
2001. 328p.
PRUDENTE, A. L. C.; PASSOS, P. New species of Atractus Wagler, 1828 (Serpentes:
Dipsadinae) from Guyana Plateau in northern Brazil. Journal of Herpetology, Lawrence, v.
42, n. 4, p. 723-732, 2008.
QUEVEDO, R.; REIS, R. E. Pogonopoma obscurum: a new species of Loricariid catfish
(Siluriformes: Loricariidae) from southern Brazil, with comments on the genus Pogonopoma.
Copeia, Washington, v. 2002, n. 2, p. 402-410, 2002.
RAIMUNDO, M. G. Estudo do processo de criação de uma unidade de conservação no
vale do Rio do Peixe, SC. 2003. 80p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental),
Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2003.
REITZ, R., KLEIN, R.; REIS, A. Projeto madeira do Rio Grande do Sul. Sellowia – Anais
Botânicos do Herbário Barbosa Rodrigues, n. 34-35, 1983.
ROMAGNOLO, M. B.; SOUZA, M. C. Análise florística e estrutural de florestas ripárias do
alto rio Paraná, Taquaruçu, MS. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 14, n. 2, p. 163-174,
2000.
ROSÁRIO, L. A. As aves em Santa Catarina: distribuição geográfica e meio ambiente.
Florianópolis: FATMA, 1996. 326p.
RUAN, H.; LI, Y.; ZOU, X. Soil communities and plant litter decomposition as influenced by
forest debris: Variation across tropical riparian and upland sites. Pedobiologia, Jena, v. 49, n.
6, p. 529-538, 2005.
RUPP, A. E. et al. Novas espécies de aves para o Estado de Santa Catarina, sul do Brasil.
Biotemas, Florianópolis, v. 21, n. 3, p. 163-168, 2008.
SILVA, F. C. et al. Composição florística e fitossociológia da componente arbóreo das
florestas ciliares da bacia do rio Tibagi. 3. Fazenda Bom Sucesso, município de Sapopema,
PR. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 289-302, 1995.
SIMÕES, L. B. A importância das matas ripárias no controle da poluição difusa. In: HENRY,
R. (Org.) Ecótonos nas interfaces dos ecossistemas aquáticos.São Carlos: Rima, 2003. p.
339-349.