Disciplina de Antropologia das Actividades Corporais -
Mestrado em Estudos da Criança - Área de especialização
em Educação Física e Lazer.
Objectivo: Perceber e entender o corpo nas vertentes do
Desporto e da Arte.
Corpo Exposto
Acerca do Desporto
Parece ser possível afirmar que se poderá analisar o tipo
de sociedade através dos desportos que ela pratica.
Costa (1992) cita Thomas, Haumont e
Levet (1987) “o desporto
contemporâneo nasceu na Europa, 2ª
metade do século XIX, com regras e as
instituições que conduziram os jogos
físicos tradicionais do ritual ao recorde”
O desporto moderno nasceu com a sociedade
capitalista industrial. Este começou a ser visto
por muitos como organização do corpo como
uma máquina de rendimento desportivo ou
enquanto ciência experimental do rendimento
corporal. O desporto antigo era visto como uma
espécie de culto do corpo. O desporto moderno
bem depressa se tomou num culto do progresso.
“O corpo que não experimenta o desporto,
corre o risco de perder uma parte importante
da significação do movimento. A ausência
de movimento do corpo, em última análise,
poderá levar à doença ou morte.”
“A imagem, projectada pelo corpo de cada
um, funciona como cartão de visita através
do qual nos apresentamos aos outros”.
Na sociedade do século XXI o desporto constitui uma das
vias mais importantes de acesso do corpo ao movimento.
O desporto encontra no corpo o seu suporte material
mais importante, funcionando, não raras vezes, como a
roda do oleiro para o barro: “a corrida desenfreada aos
locais de prática de actividades físicas e desportivas
permite, de algum modo, desenhar, modelar, reconstruir
o corpo à imagem e semelhança dos estereótipos mais
apreciados socialmente” Lacerda, T. e Queirós, P.
(2004).
“Falar sobre o corpo na arte é falar da própria
história da arte, porque ela sempre tratou do
próprio corpo dos que a fizeram”
Sá, R. P.(2003) diz que, voltar-se ao corpo é voltar-
se às origens. Pois o corpo como representação
devolve ao homem aquilo que lhe foi retirado, ou
seja, o seu significado simbólico. Assim, ao mesmo
tempo em que ele quer significar algo, ele é.
Conceito de beleza não é
transcultural nem tão
pouco intemporal, mas
subordina-se a cada
momento, a cada povo, a
cada região e, por vezes, a
cada estrato social.
“É o pós-humanismo. Corrente do pensamento que
não apenas relega o corpo humano a um segundo
plano, mas anuncia sua necessária substituição por
máquinas inteligentes”.
Portanto, é esta a nossa questão:
será o corpo humano obsoleto?
Continuaremos humanos sem
corpos humanos?” Gaya, A.
(2005).
Enfim, será o século XXI a
despedida do corpo biológico? A
entrada no mundo virtual? O
mundo das máquinas? A morte
do corpo? Ou haverá espaço
para recuperar sua dignidade?
Deveremos anunciar a morte do Deveremos anunciar a morte do corpo humano? corpo humano?
O homem está no mundo com um
corpo. O corpo é um dado material, um
dado indesmentível de matriz físico-
material.
Ao longo dos séculos o corpo, segundo
Garcia R.P. (1997), tem sido representado,
analisado, discutido, criado e recriado,
tem sido alvo de proibições, de tabus.
CorpoCorpo
Estabeleceram-se éticas e a não observância de
alguns dos seus princípios legitimou a mutilação, a
destruição e a cremação de corpos.
O desaparecimento destes
conceitos segundo, Ana Márcia
Silva tem a ver com: o fim da
perspectiva de transcendência
humana e o fim do predomínio
aristocrático, marcado pela
Revolução Burguesa.
O corpo segundo Garcia, R.P. (1997), “foi entendido de
forma diferenciada e valorizado de acordo com os
códigos culturais vigentes.”
Sendo como é, um produto da
biologia e da cultura, o corpo
retrata com fidelidade a
sociedade a que pertence. O
corpo humano é tratado como
um bocado de madeira que cada
um talhou e arranjou conforme a
sua vontade” Garcia, R.P.(1997).
Cada EU constrói,
modela o seu corpo.
“O homem é um ser inacabado, nunca está formado na
sua totalidade e por mais perfeito que seja, há sempre
algo a aguardar uma intervenção condizente, para isso
o homem tenta acrescentar formas novas e superiores
às originais e anteriores, até conseguir um equilíbrio e
reciprocidade com aquilo que o rodeia.”
Trilogia: Arte/Desporto/Corpo
O discóbolo entre outras é exemplo desta trilogia corpo
desporto e arte “Discóbolo (Lançador de discos) é uma
famosa estátua do escultor grego Míron.
É essa a estatua mais bela cuja construção nos deve
mobilizar e projectar para a vanguarda. Uma estatua
simbólica que celebre e exalte a necessidade e o anseio
do homem de estar sempre á procura de uma forma
nova e superior.
Parkour é uma disciplina física de
origem francesa. Consiste em
passar por obstáculos da maneira
mais rápida e directa possível,
usando várias técnicas de salto.
Capoeira – “Batem palmas, cantam em português
histórias do passado e do presente, ao ritmo do som
do berimbau, do atabaque e também da pandeireta,
numa dança e luta que “não está na moda, está na
vida”.