Crise Econômica e seus reflexos na Saúde Suplementar”
Carlos Alberto Suslik
Coordenador MBA Executivo em Gestão de Saúde
HIAE – Insper Instituto de Ensino e Pesquisa
Variáveis importantes para a saúde suplementar
Crescimento PIB
Carteira Assinada
Elasticidade do PIB Saúde
- Política Monetária
- Política Fiscal
- Conjuntura Macroeconômica Mundial
- Implicações para o Brasil
O Plano Real e o Papel da Âncora Cambial
Fonte:IBGE, CSHG
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jun/95 dez/95 jun/96 dez/96 jun/97 dez/97 jun/98 dez/98 jun/99
IPCA
Tradables
Non-Tradables
Preços Administrados
IPCA E SEUS COMPONENTES (1995-1999)
Taxa de Câmbio Fixa: eficaz na redução da inflação, mas pode apresentar problemas, tais como apreciação da taxa de câmbio real, déficit em conta corrente e penosos ajustes a choques externos negativos;Tradables trouxeram a inflação para baixo;
A Vulnerabilidade Externa
Fonte:BCB
O Câmbio Gera Distorções
Dependência do Financiamento Externo.
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Milh
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Balança Comercial
Transações Correntes
Balança Comercial e Transações Correntes - Saldo US$ Mi Acum. 12M
A Política Macroeconômica era Inconsistente
Câmbio Fixo: taxa de juros calibrada para manter nível de reservas internacionais;
Alta taxa de juros impedia investimentos e crescimento maior PIB;
A cada choque, Banco Central subia a taxa de juros, o que reduzia o crescimento e
elevava a dívida pública;
Setor público não elevava superávit primário para compensar maior pagamento de juros;
Na crise russa, alta dos juros não impediu fuga de capitais;
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Taxa Real de Juros (% a.a.)
Média 21.5 %
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Milhares
Reservas Internacionais
Fonte:BCB
O Regime de Metas para Inflação foi Introduzido em 1999
Fonte:IBGE, BCB, CSHG
Anúncio de metas para inflação de longo prazo;
Compromisso do Banco Central é com estabilidade de preços;
Taxa de Juros é o único instrumento de política monetária;
Crescimento de longo prazo é determinado pelo produto potencial
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jul/99 jul/00 jul/01 jul/02 jul/03 jul/04 jul/05 jul/06 jul/07 jul/08
IPCA
Banda Superior
Banda Inferior
Comportamento da Inflação: IPCA 12M e Bandas Estabelecidas (%)
Menor Taxa Real e Juros e Menor Volatilidade do Produto
Fonte: IBGE
Nova Macro: câmbio flutuante, metas inflação e superávit primário;
Num regime de câmbio flutuante, taxa real de juros deve cair; Taxa de câmbio ajuda a absorver parte dos choques;
Taxa real de juros caiu de 21,5% 1995-1999 para 10,6% 1999-2007;
Taxa real de juros é menor, leva a menor volatilidade do produto e maior patamar de crescimento;
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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Crescimento do PIB
Fim da Restrição Externa ao Crescimento
Fonte:IBGE, BCB, CSHG
Produção Industrial e Conta Corrente
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US$b
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Saldo em Conta Corrente 12M
Produção Industrial Dessaz MM3México Ásia
ArgentinaRussia
Importância do fim da restrição externa: a fase do “stop and go” fica para trás;
Crescimento da economia com superávit em transações correntes: sem pressões no
câmbio e na inflação;
O Ajuste Fiscal foi Implementado
Fonte: SRF, CSHG
Aumento da Carga Tributária para compensar aumento de Gastos;União: destaque para Contribuições Sociais, que não são compartilhadas com Estados/Mun.;Surpresa 2007-08: crescimento econômico puxado pela demanda doméstica, crédito, formalização, importações e fiscalização;
1998 2008 VarUnião 19.1 24.5 5.5IR 4.9 6.2 1.3Previdência 4.8 5.7 0.9Cofins 1.8 4.3 2.5CPMF 0.8 0.0 -0.8IPI 1.6 1.4 -0.3CSLL 0.7 1.6 0.9PIS/Pasep 0.7 1.1 0.4Outros 3.7 4.3 0.6Estados 7.3 9.4 2.1ICMS 6.2 7.7 1.5Outros 1.0 1.7 0.7Municípios 1.4 1.5 0.1TOTAL 27.8 35.4 7.7
Carga Tributária % PIB
Fonte: BCB
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0.5%
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Superávit Primário (% PIB)
E Conseguimos Mudar Dinâmica da Dívida Pública
Fonte:BCB, CSHG
Persistência no Superávit Primário Elevado;
Queda da Taxa de Juros e Maior Crescimento;
Troca de Dívida Pós e Cambial de Curto Prazo para uma Dívida Prefixada de Longo Prazo;
Dívida a Vencer em 12M saiu de 55% em 1999 para 26,4% em 2008.
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Pré Selic Preços Câmbio
Composição da Dívida Mobiliária por Indexador (% do Total)
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Dívida Líquida/PIB
Mas Ficamos com Carga Tributária Elevada
Fonte: Moody s, CSHG
Nossa Carga Tributária está muito acima dos demais Emergentes;Estrutura Complexa e Regressiva: leva à ineficiência e Informalidade (Doing Business)
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Renda per Capita (US$)
Carga Tributária (%
PIB)
Carga Tributária por Amostra de Países, por renda per capita (US$ correntes) - 2007
Suécia
EUAJapão
UK
Holanda
Áustria
França
Canadá
Austrália
Itália
Espanha
Coréia
Portugal
Israel
Dinamarca
Alemanha
México
Chile
África Sul
RússiaBrasil
Colômbia
Bolívia
VenezuelaArgentina
China Taiwan
Turquia
Mas Ficamos com Carga Tributária Elevada
Fonte: DoingBusiness A.Latina 2008
Nossa Carga Tributária está muito acima dos demais Emergentes;Estrutura Complexa e Regressiva: leva à ineficiência e Informalidade (Doing Business)
Brasil Gasta Muito e Gasta Mal I: Gastos com Pessoal
Fonte:STN, CSHG
Gastos com Pessoal (Ativos e Inativos) e Benefícios do INSS representam 53% dos Gastos;Transferências para Estados e Municípios: cresceram junto com arrecadação;Demais: Seguro-Desemprego, LOAS, Bolsa-Família, Saúde, Educação, Investimentos, Subsídios, etc...
4.1%
4.2%
4.3%
4.4%
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4.8%
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1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Gastos com Pessoal do Gov. Central (% PIB)
1998 2008Despesas Totais 18.0% 21.6%
Transferências E/M 2.9% 4.3%Pessoal 4.6% 4.6%Benefícios INSS 5.5% 6.9%Demais 5.0% 5.8%
Despesas do Gov. Central (% PIB)
Brasil Gasta Muito e Gasta Mal II: Previdência
Fonte: CSHG
Brasil gasta atualmente 12% PIB com Aposentadorias (Públicas e Privadas);Foto do Setor Público é ruim, mas dinâmica do INSS é mais preocupante;INSS: regras benevolentes e reajuste real do SM;SM teve aumento real de 108% de 1995-2008;
0 3 6 9 12 15 18
Japão
Espanha
Bélgica
Grécia
Alemanha
Portugal
França
Áustria
Dinamarca
Holanda
Canadá
EUA
Irlanda
Coréia
México
Brasil
Populaçãoacima 65 anos
Gasto comPrevidência(% PIB)
1998 2008INSS -0.7 -1.2Receita 5.1 5.7Despesa 5.8 6.9S. Público -3.7 -3.6Receita 0.7 0.7Despesa 4.4 4.3Total -4.4 -4.8Receita 5.8 6.4Despesa 10.2 11.2Fonte: MPAS
Déficit Previdência (% PIB)
Gastos Sociais/Assistenciais e sua Eficiência
Fonte: SPE-MF, STN, CSHG
Gastos Sociais subiram de 12,3% do PIB para 13,8% do PIB, puxados por Previdência e Assistência ao Idoso;Entretanto, estudos apontam que possuem baixa eficácia;
R$ PIB R$ PIBPrevidência 105,989 8.1% 238,082 9.3% 1.2%-INSS 77,885 6.0% 185,294 7.3%-Pública União 28,104 2.2% 52,788 2.1%Assistencia Social 8,506 0.7% 22,797 0.9%-Bolsa-Família 3,325 0.3% 8,605 0.3%-LOAS e RMV 1,644 0.1% 14,192 0.6% 0.4%Proteção Trabalhador 6,904 0.5% 18,472 0.7%Organização Agrária 1,331 0.1% 510 0.0%Educação 8,975 0.7% 17,844 0.7%Saúde 21,187 1.6% 40,514 1.6%Saneamento e Habitação 1,897 0.1% 5,098 0.2%Demais 4,953 0.4% 9,696 0.4%Total 159,742 12.3% 353,014 13.8% 1.6%
Gasto Social Direto Gov. Federal (2001-2007)2001 2007
Aumento SM não beneficia as crianças; Bolsa-Família é melhor e mais barato...
Fonte: Ricardo Paes de Barros, 2006 “Desafios para a Política Social Brasileira”
As transferências governamentais não equalizam a pobreza. As crianças permanecem pobres.
Aumento Gastos Correntes reduzem espaço para Investimento Público
Dada a restrição orçamentária, o crescimento dos gastos correntes significam menor espaço para aumento dos Investimentos Públicos, especialmente Infra-Estrutura;Adicionalmente, representam mais um estímulo de demanda, o que dificulta a queda da taxa de juros;Investimentos Públicos: Brasil fica muito atrás de outros países emergentes;
Investimento Público (% do Total de Gastos Públicos)
22.1%
15.0%
11.1%10.8%10.3%8.8%
7.6% 7.6% 7.5% 6.8% 6.6% 6.6%5.6% 5.5% 5.0%
4.1%
Core
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Sul
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Fonte: Afonso, Schuknecth e Tanzi (2003), (2006) e Banco Mundial
A Crise Mudou de Patamar após Quebra da Lehman
- Bolha no Mercado Imobiliário e Subprime;
- Securitização e Alavancagem;
- Quebra da Lehman: gerou crise de confiança (contra-parte);
“No one is too big to fail”
- Risco Sistêmico: Instrumentos não tradicionais de P.Monetária e Fiscal;
- Paralisação do Crédito, forte desaceleração da Atividade, aumento riscos de Inadimplência;
- Medidas Excepcionais: participação estatal em banco, cobertura aos depositantes, redução dos juros, ampliação do redesconto e garantias aos empréstimos interbancários e programas de financiamento direto
Fed agora é FedInvest
- Sistema Financeiro é fundamental para alavancar crescimento e FED sabe disso;
A Tese do “Decoupling” 2007 -2008
� Economia mundial menos dependente do crescimento dos EUA:� Desaceleração da economia americana, mas melhor desempenho das demais
economias avançadas e países emergentes� Principal consequência da crise: aumento da aversão ao risco;
1980 1990 2000 2006World 3,3 3,2 4,3 5,4
Advanced economies 3,0 2,7 2,5 3,1United States 3,1 3,1 2,7 3,3
Euro area 2,0 1,9 2,6
Japan 3,8 1,5 1,7 2,2
Other advanced economies (ex G7 and euro area) 4,6 4,3 3,8 4,3
Newly industrialized Asian economies 7,8 6,2 4,8 5,3
Emerging market and developing countries 3,8 3,9 6,4 7,9Central and eastern Europe 2,1 1,1 4,6 6,0
Russia -3,8 6,8 6,7
Developing Asia 6,9 7,4 8,0 9,4
China 9,7 10,0 9,6 10,7
India 5,6 5,7 6,7 9,2
Middle East 1,3 4,3 5,1 5,7Western Hemisphere 2,1 3,0 3,3 5,5
Crescimento Médio Economia Mundial
Fonte: WEO April 2007, FMI
A Tese do “Decoupling” II 2009
� 22/05/2009 - 05h18
� Para 'Economist', emergentes podem sair da crise antes que os EUA
� A revista defende uma nova tese do "descolamento", teoria defendida no ano passado por alguns
analistas (entre eles a própria Economist) que afirmavam que os emergentes estariam mais
resistentes a uma recessão nos EUA. Admitindo que esta tese não se mostrou correta durante a
crise, a Economist apresenta agora a tese do "descolamento 2.0" ("Decoupling 2.0", que dá nome ao
artigo), que, segundo a publicação, seria "um fenômeno mais limitado, restrito a algumas das maiores
e menos endividadas economias emergentes".
� Países como o Brasil e a China não foram atingidos apenas pela queda na demanda dos EUA e sim
o quase colapso dos mercados de crédito globais e os cortes de estoques de companhias
"traumatizadas“.
� Mas os choques globais estão se acalmando agora. Empresas não podem reduzir estoques para
sempre. O pânico dos investidores está recuando, o que faz os mercados de crédito começarem a
funcionar.
Variáveis importantes para a saúde suplementar
Crescimento PIB
Carteira Assinada
Elasticidade do PIB Saúde