UNIVERSIDADE DO MINDELO
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ANO LETIVO 2016/2017- 4º ANO
AUTORA: VANUSA RAMALHO MORAIS Nº 3274
Mindelo, 2018
CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
ii
iii
Trabalho apresentado à Universidade do Mindelo como parte dos requisitos para a obtenção
do grau de licenciatura em enfermagem.
Alcoolismo e as suas implicações sociais na comunidade de Telha Tarrafal
de São Nicolau: Intervenções de enfermagem
Discente:
Vanusa Ramalho Morais
Orientadora:
Mestre Jericia Duarte
Mindelo, 2018
iv
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus familiares, principalmente á minha mãe e o meu pai
pela oportunidade de concretizar a minha participação nesse curso na qual resultou em
importante contribuição pessoal e profissional e a todos os meus familiares e amigos que me
serviram de apoio durante o meu percurso académico.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus e aos meus familiares por todo apoio, carinho,
confiança, dedicação, gentileza e paciência, por acreditarem em mim durante todos os
momentos, em especial naqueles em que mais fraquejei.
Á minha orientadora mestre Jericia Duarte, pela dedicação e paciência nos
atendimentos durante a orientação. A todos os meus professores desde o pré-escolar até os
universitários, que contribuíram para a minha formação académica.
Á Universidade do Mindelo que acolheu-me durante esses quatro anos de
licenciatura.
Aos inqueridos que disponibilizaram as informações necessários para a realização
deste trabalho.
Ao enfermeiro Milton Miranda que sempre esteve do meu lado, apoiando-me e
incentivando-me na conclusão deste trabalho.
Por último e não menos importante agradeço ao médico Nilson Sanches, à
enfermeira Dóris e o professor Sanisio pelo carinho, dedicação e material disponibilizado na
elaboração deste trabalho.
A todos um muito obrigada!
vi
EPÍGRAFE
“O toxicodependente é uma pessoa, uma pessoa dependente, uma pessoa doente. Consumiu
droga, pensou não ficar dependente, mas a droga é um engano. Hoje não é dependente
porque quer, é dependente porque consumiu droga. Só fica dependente quem consome.
Patrício (1995, p.123).
vii
INDICE
INTRODUÇÃO 15
Justificativa e Problemática do estudo 17
CAPÍTULO I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO 24
1. Alcoolismo 25
1.1. Aspetos gerais sobre o alcoolismo 25
1.1.1. Álcool, Alcoolismo e Alcoólatra 26
1.2. Intoxicação alcoólica 29
1.2.1. Intoxicação aguda e crónica 30
1.3. Perturbações relacionadas com o consumo de álcool 31
1.3.1. Abuso de álcool 31
1.3.2. Dependência de álcool 32
1.4. Tipos de dependência alcoólica 33
1.4.1. Dependência física 33
1.4.2. Dependência psicológico 33
1.5. Fatores predisponentes para o consumo e perturbações relacionados com o álcool
34
1.6. Efeitos do álcool no corpo 36
1.7. Problemas ligado ao álcool 37
1.8. Implicações do álcool nas três vertentes: família, escola e sociedade 39
1.9. Alcoolismo em Cabo Verde 45
1.10. Papel do enfermeiro no combate ao alcoolismo 46
1.11. Níveis de prevenção 47
1.12. Rastreio e diagnóstico precoce 53
1.13. Diagnóstico de enfermagem segundo NANDA / NIC 57
1.14. Modalidade de tratamentos para as perturbações relacionadas com o consumo de
álcool 59
1.15. Teoria de enfermagem segundo modelo Nola Pender (promoção da saúde) 66
CAPÍTULO II - FASE METODOLÓGICA 69
2.1. Percurso metodológico 70
2.2. Tipo de pesquisa 71
2.3. Instrumento de colheita de informações 72
2.4. População e amostra 74
viii
2.5. Caraterização do campo empírico 75
2.6. Procedimentos éticos do estudo 76
CAPÍTULO III – FASE EMPÍRICA 78
3.1. Apresentação e interpretação dos resultados 79
3.2. Análise do inquérito aplicado 79
3.4. Resultados 111
3.5. Discussão dos resultados 113
CONSIDERAÇÕES FINAIS 116
PROPOSTAS 118
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 119
ix
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1: Casos de internamentos na delegacia de saúde de Tarrafal São Nicolau por
alcoolismo (2010 – 2016) ………………………………………………………………….21
Quadro 2: Níveis de riscos e intervenções de alcoolismo pontuação de AUDIT…………55
Quadro 3: Diagnóstico de enfermagem segundo NANDA e interversões de NIC………..58
x
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Sexo……………………………………………………………………………..80
Gráfico 2. Idade…………………………………………………………………………….80
Gráfico 3. Estado civil……………………………………………………………………...81
Gráfico 4. Habilitações literárias…………………………………………………………...81
Gráfico 5. Ocupação………………………………………………………………………..82
Gráfico 6. Rendimento mensal familiar…………………………………………………….82
Gráfico 7. Consumo atual de bebidas alcoólicas…………………………………………..83
Gráfico 8. Motivo para o consumo de bebidas alcoólicas…………………………...........83
Gráfico 9. Companhia para o consumo da primeira bebida alcoólica…………………...84
Gráfico 10. Altura do dia em que é feito o consumo……………………………………….84
Gráfico 11. Bebidas consumidas com maior frequência…………………………………...85
Gráfico 12. Idade do primeiro consumo…………………………………………………....85
Gráfico13.Contextos sociais onde são feitas o consumo de bebidas
alcoólicas…………………………………………………………………………..……..86
Gráfico 14. Hospitalização por consumo excessivo de álcool……………………………..86
Gráfico 15. Efeito do álcool após a sua ingestão…………………………………………..87
Gráfico 16. Ferimento devido ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas………………87
Gráfico 17. Relações sexuais sem preservativo após a ingestão…………………………...88
Gráfico 18. Ingestão de álcool juntamente com outras substâncias………………………..88
Gráfico 19. Condução sobe efeito de álcool /embriagado………………………….............89
Gráfico 20. Idade mínima em que deve ser permitido o consumo de bebidas alcoólicas….89
Gráfico 21. Opinião acerca dos preços das bebidas alcoólicas………………………….....90
Gráfico 22. Quantidade de amigos que consomem bebidas alcoólicas…………………….90
Gráfico 23. Quantidade de bebida padrão consumida por dia……………………………..91
Gráfico 24. Necessidade de beber logo de manhã para curar ressaca……………………...91
Gráfico 25. Frequência do esquecimento do ocorrido na noite anterior por ter bebido…...92
Gráfico26.Satisfação das informações disponibilizadas pela delegacia de saúde
relativamente as consequências causadas pelo álcool …………………………………......92
xi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Relação entre o consumo atual e o sexo………………………………………….93
Tabela 2: Relação entre o consumo atual e a idade…………………………………………94
Tabela 3: Relação entre o rendimento mensal e o consumo………………………………...95
Tabela 4: Relação entre o consumo, ocupação e sexo ……………………………………...96
Tabela 5: Relação entre o motivo de consumo e o contexto social…………………………97
Tabela 6: Relação entre sexo e o contexto social de consumo……………………………...98
Tabela 7: Relação entre sexo e idade do primeiro consumo……………………………….99
Tabela 8: Relação entre sexo e hospitalização por consumo de álcool …………………...100
Tabela 9: Relação entre o efeito de consumo e o sexo…………………………………….101
Tabela 10: Relação entre idade e companhia para o primeiro consumo………………….102
Tabela 11: Relação entre sexo e quantidade de consumo por dia…………………………103
Tabela 12: Relação entre sexo e ferimento por consome de álcool ……………………….104
Tabela 13: Relação entre sexo e consumo de álcool com outras substâncias……………...104
Tabela 14: Relação entre sexo e uso de preservativo após a ingestão de álcool………….105
Tabela 15: Relação entre sexo e ressaca após a ingestão de álcool ……………………..105
Tabela 16: Relação entre sexo e condução sobe efeito de álcool………………………….106
Tabela 17: Relação entre sexo e informações relativamente às implicações de álcool…..107
Tabela 18: Indicadores de falsos conceitos………………………………………………..108
Tabela 19: Níveis de consumo por sexo…………………………………………………...110
xii
RESUMO Ao longo dos anos o alcoolismo tem-se revelado um fenómeno social muito
preocupante, pelo qual está associado a uma série de consequências adversas. O álcool é
uma droga lícita com fortes raízes culturais e consequentemente a primeira droga de eleição
para aqueles que decidem entrar no mundo das drogas. Com a alta prevalência de consumo
de bebidas alcoólicas e os seus danos, essa problemática tem transformado num grande
problema de saúde pública, estabelecendo uma grande inquietação a nível mundial e
nacional. A comunidade de Telha não é uma exceção, pelo qual as autoridades locais têm
vindo a demostrar as suas preocupações em relação a essa problemática. Assim devido ao
início precoce de consumo do álcool e o aumento de indivíduos com problemas relacionados
com o álcool os profissionais de enfermagem tem-se relevado agentes chave no processo da
transformação social no qual devem implementar programas de promoção de saúde,
prevenção do uso e abuso de álcool e outras drogas. Sendo assim durante esta investigação
objetivou-se analisar a prevalência de consumo de bebidas alcoólicas num grupo de
indivíduos da comunidade de Telha de Tarrafal de São Nicolau. Para a realização do trabalho
optou-se por um estudo quantitativo, descritivo, observacional e transversal. A população
estudada é constituída por 40 indivíduos residentes na comunidade Telha e para a recolha de
informações foi utilizado um questionário com perguntas fechadas. Os resultados mostraram
que 31 (77%) dos inquiridos consomem bebidas alcoólicas, o ponche é a principal bebida
consumida, a diversão, a curiosidade, a companhia de amigos, o contexto social são os
principais factores que levam os indivíduos a consumirem bebidas alcoólicas.
Comportamentos de riscos é uma das implicações do consumo exagerado. Tendo em conta
essa prevalência encontrada de indivíduos que consomem bebidas alcoólicas nesta
investigação torna - se necessário apostar mais nas acções de educação para saúde. É
importante o engajamento de todos os profissionais de saúde e dos familiares de modo a
minimizar o impacto dessa problemática a nível da saúde pública. A prevenção é melhor
solução no combate ao alcoolismo.
Palavras-chave: Álcool, alcoolismo, consumo e formas preventivas.
xiii
ABSTRACT
Over the years, alcoholism has proved to be a very worrying social phenomenon,
and is associated with a number of adverse consequences. Alcohol is a licit drug with strong
cultural roots and therefore the first drug of choice for those who decide to enter the world
of drugs. With the high prevalence of alcohol consumption and its damages, this problem
has become a major public health problem, establishing great concern worldwide and at the
national. The Telha community is not an exception, and local authorities have been
demonstrating their concerns about this issue. Thus, due to the early onset of alcohol
consumption and the increase of individuals with alcohol-related problems nursing
professionals have become key players in the process of social transformation in which they
must implement health promotion programs, prevention of abuse and abuse alcohol and
other drugs. Thus, during this investigation, the objective was to analyze the prevalence of
alcoholic beverages in a group of individuals from the community of Telha de Tarrafal de
São Nicolau. A quantitative, discretionary, observational and cross-sectional study was used
to perform the study. The population studied was composed of 40 individuals living in the
Telha community, and a questionnaire with closed questions was used to gather information.
The results showed that 31 (77%) of drinkers consume alcohol, punch is the main drink
consumed, fun, curiosity, company of friends and social context are the main factors that
lead individuals to consume alcoholic beverages. Risk behavior is one of the implications of
overconsumption. Taking into account the prevalence found of individuals who consume
alcoholic beverages in this investigation, it is necessary to bet more on health education
actions. It is important to engage all health professionals and family members in order to
minimize the impact of this problem on public health. Prevention is the best solution in the
fight against alcoholism.
Keywords: Alcohol, alcoholism, consumption and preventive form
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AA - Alcoólicos anónimos
AC-Antes de cristo
ACPA - Associação Cabo Verdiana de prevenção do alcoolismo
APA - American psiquchiatric associotion
ACPA - Associação Cabo Verdiana de prevenção do alcoolismo
AUDIT - Alcohol use disorders identificativo teste
CNS - Sistema nervoso central
CISA - Centro de informação sobre álcool
DSM - Diagnostic and statistical manual of mental disorders
DST - Doença sexualmente transmissível
Dr. - Doutor
EAF - Efeito alcoólica fetal
HIV - Vírus da imunodeficiência humana
INE - Instituto nacional de estatística
MS - Ministério saúde
NANDA - North american nursing diagnostic association
NIC - Nursing Intervention Classification
OMS - Organização mundial de saúde
PALOP - Países africanos de língua portuguesa
PNDS - Plano nacional desenvolvimento sanitário
PUA - Perturbação pelo uso de álcool
SAF - Síndrome alcoólica fetal
SPSS - Statistical packge for social sciences
UNESCO - Organização das nações unidas para a educação, ciência e a cultura
INTRODUÇÃO
O presente trabalho surge no âmbito do plano curricular do curso de licenciatura
em enfermagem da Universidade do Mindelo como parte dos requisitos para obtenção do
grau de licenciatura em enfermagem. Trata-se de um trabalho monográfico, que tem por
finalidade dar início ao processo de aprendizagem no âmbito da investigação científica.
O tema escolhido para esta pesquisa é o alcoolismo e as suas implicações sociais na
comunidade de Telha de Tarrafal de São Nicolau: intervenções de enfermagem. A
preferência pelo tema surgiu no decorrer do estágio voluntário na delegacia de saúde do
Tarrafal durante as férias onde pode-se constar um grande número de internamento
decorrente dessa patologia. Não obstando esse motivo é de realçar que se trata de um tema
bastante pertinente por ser um problema de saúde pública que tem vindo a afetar os
familiares e a sociedade em geral.
Deste modo acredita-se ser de grande valia esse estudo na medida em que permite
melhorar a qualidade de atendimento nos cuidados prestados aos utentes e familiares. Assim
sendo é necessário reconhecer o papel do enfermeiro perante um utente alcoolizado para dar
resposta a uma necessidade exigida.
As consequências do consumo de álcool para a saúde do indivíduo e mesmo da
família, deverão conduzir a uma reflexão mais profunda dessa problemática e sobretudo,
quando são conhecidos os seus impactos negativos para o bem-estar social.
Nos últimos anos o consumo de álcool vem ampliando, constituindo deste modo,
um motivo de inquietação mundial pelos riscos que pode acarretar a saúde físico e
psicológico. Sendo assim o problema de consumo de álcool está cada vez mais presente na
sociedade, atingindo todas as classes sociais, não se restringindo as faixas etárias.
Este estudo encontra-se organizado em três capítulos bem elucidados. Antes do
primeiro capítulo encontra-se a introdução, a problemática e a justificativa do estudo onde
defina-se o tema e delimita-se o problema, enuncia-se as hipóteses de investigação e define-
se os objetivos do estudo.
No primeiro capítulo encontra-se o enquadramento teórico, este aprecia uma breve
perspetiva histórica de álcool, definições e conceitos relacionados com o álcool e o
alcoolismo. Contempla também uma explanação sobre o impacto do álcool na vida familiar
e a importância da enfermagem perante o doente alcoólatra e entre outros.
16
No segundo capítulo apresenta-se a metodologia do trabalho onde define-se a
população alvo da pesquisa, os métodos e instrumentos de colheita de informações bem
como os procedimentos éticos para a sua elaboração. Por fim o terceiro capítulo corresponde
a fase empírica deste trabalho, que apresenta todo o tratamento, a análise e apresentação dos
resultados encontrados durante a investigação.
O trajeto efetuado nesta investigação termina com as considerações finais do
presente trabalho, a apresentação das referências bibliográficas, os apêndices utilizados na
elaboração deste trabalho bem como os anexos pertinente para compreensão dessa
investigação. E ainda, este trabalho foi redigido de acordo com as normas de formatação de
trabalho científico da Universidade do Mindelo.
17
Justificativa e Problemática do estudo
A escolha dessa temática surgiu do interesse pessoal e a curiosidade despertada ao
longo do ensino clínico e de uma observação direta, constatando-se que uma grande parte da
população se encontra aparentemente afetada por esse flagelo social, não obstando um
número considerável de óbitos provavelmente causado por alcoolismo.
Um dos aspetos que também ocasionaram a escolha do tema baseia-se na dimensão
dos impactos proporcionados pelo consumo excessivo de álcool, gerando consequências
sociais e económicas que afetam tanto o usuário como a sociedade.
Ao longo dos anos a definição e problemática do alcoolismo tem sido discutido por
várias instituições, verificando-se a sua pertinência para a área de saúde na medida em que
necessita de uma atenção e conhecimento especializados dos profissionais nessa área.
No contexto de alcoolismo a família tem sido um fator da estruturação de
personalidade e da socialização bem como uma ferramenta no tratamento e recuperação do
seu membro com problema, porém requer melhor envolvimento da família no tratamento da
pessoa adicto ao álcool e a participação da sociedade na reinserção social do indivíduo.
De certa forma o álcool é um problema que tem vindo a afetar adolescentes, jovens
e adultos de ambos os géneros, não é uma preocupação somente das autoridades, mas
também dos cidadãos pela dimensão dos problemas associados.
Assim a necessidade de estudar esta problemática deve-se ao fato do consumo
excessivo de álcool ser uma questão complexa e grave de todos os níveis de vida de uma
pessoa e também por estar presente em todas as ocasiões.
Nota-se uma preocupação com o consumo de álcool cada vez mais precoce pelo
que acredita-se que este estudo irá contribuir de uma forma positiva para promover a
consciencialização dos adolescentes, jovens e a sociedade em geral dos maléficos do
consumo abusivo de álcool. É nesse sentido que o enfermeiro torna um dos pilares
fundamental na prevenção e promoção da saúde e o bem-estar da sociedade.
Portanto tem-se atribuído a responsabilidade aos profissionais de saúde de
identificar e intervir nos casos em que o consumo de álcool tem provocado danos ou risco
para a saúde do consumidor, levando a um cuidado primário, onde os profissionais de saúde
18
têm o privilégio de promover uma educação para saúde de modo a consciencializar o
indivíduo adicto ao álcool e a sociedade do risco do consumo nocivo de álcool.
Segundo organização mundial de saúde (OMS) cit in instituto nacional estatísticas
(INE) de Cabo Verde (2002), cerca de dois mil milhões de pessoas no mundo consomem
bebidas alcoólicas e destas 76 milhões apresentam transtornos relacionados com o consumo
e dependência, 3,3 milhões de mortos atribuídos ao consumo de álcool em 2010. Ainda o
mesmo autor acrescenta que, em 2012 o número de óbitos relacionado ao consumo de álcool
foi de 5,9%.
Refere-se ainda o mesmo autor que, o consumo do álcool é responsável por 5,1%
de volume global das doenças e lesões, representando 139 milhões de anos de vida alinhados
por incapacidade. Deste total os homens são responsáveis por 7,4% e as mulheres por 2,3%
justificado pelo fato dos homens consumirem álcool com maior frequência e em maior
quantidade que as mulheres (OMS, 2010).
No que tange a violência baseado no género pode-se considerar o consumo abusivo
de álcool um fator relacionado com essa problemática, não só como ainda de vários outros
problemas sociais e é neste sentido que Oliveira et al (2012) definem o álcool como um dos
principais problemas de saúde pública em todo o mundo e que se encontra associado a 65-
70% dos casos de violência contra a mulher, acidentes de trabalho, problemas familiares e
profissionais.
Anjos, Santos e Almeida (2012) afirmam que o álcool tem as suas consequências
tais como o envolvimento em brigas, vandalismo, absenteísmo do trabalho, risco da
aquisição de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e perda da capacidade de
julgamento.
Segundo os dados do INE Cabo Verde (2002) as despesas familiares realizadas em
2001 e 2002 comprovaram que os familiares gastam 2% do seu orçamento no consumo de
bebidas alcoólicas visivelmente iguais à que gastam com as despesas de saúde e que é cerca
do dobro que gastam com a educação.
No ponto de vista de Oliveira (2012) os problemas causados na saúde pelo álcool
são determinados não só pela quantidade consumido, mas também pelo padrão de consumo
ao longo do tempo e pela qualidade do álcool ingerido.
19
Pode-se observar que há um número considerável de internações diretamente
relacionado com o álcool e consequentemente um aumento notável de óbitos por doenças
relacionado com o alcoolismo, onde Mello, Barris e Bredo (2001) afirmam que a incidência
de morbilidade por alcoolismo que leva o homem aos hospitais, é cerca de 90% por
hepatopatias e cirrose e os 60% por pancreopatias, ainda ressalta um aumento nos acidentes
cardiovascular, nos acidentes vasculares cerebrais e na doença oncológica.
Portanto é de extrema importância alertar os jovens para as consequências que o
álcool fomenta no organismo se ingerido em excesso, segundo Barbosa et al (2013) 50% dos
utentes com transtorno mentais graves está relacionados com o uso de álcool ou dependência
do álcool.
Segundo Anthony (2009) o álcool em relação ao vírus da imunodeficiência humana
(HIV) é também considerável, ou seja, os consumidores de bebidas alcoólicas expõem uma
oportunidade de duas vezes maior de contrair HIV em relação aqueles que não bebem,
associando assim ao começo precoce das atividades sexuais sem proteção.
No que se referencia à mortalidade, o álcool é responsável por cerca de 195 000
mortes por ano, atribuindo uma maior percentagem de morte causado por álcool numa faixa
etária compreendido ente 15 aos 29 anos, mostrando-se ser mais elevado no sexo masculino
(cerca de 25% a 30% do número total de mortes) que no sexo feminino (10% a 15%)
(instituído da droga e de tóxico dependência Portugal, 2010).
Conforme o boletim oficial de combate contra problemas ligado o álcool de Cabo
Verde (2012) os Portugueses gastam uma quantia de 125 bilhões de euro com o consumo de
álcool, enfatiza ainda que o seu consumo esta intimamente ligado ao ambiente festivo,
comemorativo e confraternização.
Ainda Pinto (2013) afirma que Portugal tem em média 1 milhão e oitocentos mil
consumidores de álcool e mais de 60% dos jovens são consumidores frequentes de bebidas
alcoólicas. É de salientar ainda que, a prevalência do consumo é superior na população
jovem adulto bem como a prevalência da embriaguez, considerando assim o consumo de
risco para população jovem.
Quanto a mortalidade atribuída ás perturbações mentais e comportamentos devido
ao uso de álcool foram registados 99 óbitos em Portugal representando 0,1% do total de
óbitos (Relatório Anual Portugal, 2013).
20
Relativamente aos problemas sociais esta mesma fonte revela que em 2013 tiveram
104 registos de situações comunicada à comissão de proteção de crianças e jovens (CPCJ)
em processo instaurados em que os jovens assumem comportamentos que afetam o seu bem-
estar relacionado com o consumo de bebidas alcoólicas (Relatório Anual de Portugal, 2013).
No Brasil, o álcool é a droga de acesso no percurso daqueles que desenvolvem
dependências, entretanto os números dos jovens consumidores de bebidas alcoólicas entre
12 e 17 anos teve um aumento de 48,3% para 54,3%. A taxa de dependência nesta
população ampliou de 5,2 para 7,0%, sendo que as meninas bebem de forma idêntica aos
meninos (Associação Médica Brasileira, 2012).
Segundo os dados do II levantamento domiciliar do Brasil (2006) 12,3% das pessoas
com idades entre 12 e 65 anos são dependentes de álcool. Considera- se ainda que no Brasil
o uso de álcool é responsável por mais de 10% dos problemas de saúde. Relativamente ao
acidente de trânsito provocado pelo consumo de álcool corresponde a 12,3% de mortos no
Brasil e o maior número de óbitos acontece na faixa etária mais jovens (Vargas, 2001).
Estima-se ainda que em Brasil cada três camas hospitalares encontram-se
preenchidas em consequência direta ou indireta do consumo do álcool, em que apenas 1%
dos Brasileiros com problema de alcoolismo consegue vaga para internação no sistema
público (Barbosa et al, 2013).
De acordo com OMS (2006) os estados insulares Africanos incluindo Cabo Verde
são uns dos maiores consumidores de álcool. Esse mesmo autor contempla ainda que, a
perturbação e dependência têm um peso de 3,3% na região africana.
Ainda segundo boletim oficial de combate contra problemas ligado álcool de Cabo
Verde (2012/2016) o aumento das mensagens publicitárias é uma das causas que leva o
homem a consumo de álcool. De acordo com o Ministério de Saúde e Segurança Social de
Cabo Verde (2016) 7 em cada 10 internamento no Hospital Baptista de Sousa em São
Vicente são resultantes do alcoolismo, ainda a mesma fonte refere que no ano de 2003/2013
verificou uma percentagem elevada de internações devido ao alcoolismo ou embriagues.
Em relação a ilha de Santiago, foram registados no Hospital psiquiátrico da
Trindade nos últimos anos mais de um terço de doentes hospitalizados relacionado com o
consumo do álcool, relata-se ainda que a taxa de internamento na delegacia de saúde Santa
21
Cruz foi de 13% no primeiro semestre (Ministério de saúde e segurança social de Cabo
Verde, 2016).
Relativamente ao campo empírico comunidade Telha Tarrafal de São Nicolau, os
dados disponibilizados pela delegacia de saúde de Tarrafal nos anos 2010 á 2016 registaram
inúmeros casos de internamento com diagnóstico associado a consumo excessivo de álcool.
Quadro 1: Casos de internamento na delegacia de saúde de Tarrafal de São Nicolau
por alcoolismo (2010 – 2016)
Ano Nº de internamento por alcoolismo
2010 3
2011 1
2012 1
2013 1
2014 5
2015 9
2016 9
Fonte: Dados de delegacia saúde Tarrafal São Nicolau
Os dados disponibilizados pela delegacia de saúde de Tarrafal de São Nicolau
mostram que, no ano de 2010 houve três casos de internamentos todos com o diagnóstico de
alcoolismo, nos anos de 2011/2013 tiveram um caso com o diagnóstico de alcoolismo e
cirrose hepática alcoólica, no ano de 2014 tiveram cinco casos com o mesmo diagnóstico do
ano anterior e de 2015/2016 ambos tiveram nove casos de internamentos com diagnósticos
diversos.
Referente aos dados recolhidos na delegacia de saúde de Tarrafal São Nicolau
pode-se constatar que, durante o período de sete anos 2010/2016 houve um aumento gradual
e considerável dos internamentos por consumo de álcool. Verifica-se também que os
maiores números de internamentos foram efetuados no ano de 2015/2016 com nove casos.
Em relação a faixa etária observa-se que, a mais acometida é a faixa jovem adulto
com maior prevalência no sexo masculino com vinte e sete casos e no sexo feminino com 2
casos no ano de 2011/2013.
O que não passou despercebido também foram os quatro casos de internamentos na
terceira idade todos do sexo masculino, contudo constatou-se que essa patologia não
22
acontece somente com os adolescentes e jovens, mas também na terceira idade, pois a
etiologia dessa problemática é multifatorial e complexa não escolhe a faixa etária, sexo ou
raça. Vale ressaltar que os dados relativamente ao campo empírico encontram-se
disponibilizados no (anexo I) com todos os dados desde o ano 2010 a 2016 juntamente com
os diagnósticos, sexo e idade da delegacia de saúde de Tarrafal São Nicolau.
Convém dizer ainda que não foi possível saber a ocupação desses utentes para o
estudo, visto que os dados disponibilizados não contêm essas informações na ficha do
atendimento dos usuários de álcool. Face a essa problemática que é o alcoolismo pode-se
concluir que o ambiente sociofamiliar compõe uma estrutura marcante no desenvolvimento
dos adolescentes e consequentemente na sua relação como o álcool.
Deste modo Pinto (2013) afirma que a utilização do álcool pelos jovens não pode ser
separada do consumo efetuado pela família e pela sociedade, principalmente pelos adultos.
Estes são sem dúvidas as principais referências e exemplos nos padrões de consumo de
álcool.
Ainda de acordo com Pinto (2013, p. 47):
“Existe uma relação firme e gradual entre o álcool e uma variedade de doença
crónica, algumas delas mortais, incluindo a cirrose hepática, as neoplasias das vias
respiratórias, trato digestivo superior, bem como colo-retal, fígado hipertensão
arterial, a pancreatite crónica, relação essa que estudos recentes de metanálise
demostram, inequivocante, mesmo com consumos considerados reduzidos de
álcool por dia”.
É na mesma linha de raciocino que Oliveira (2001) refere que, existe uma interação
entre o património genético do indivíduo e o meio ambiente relativamente ao consumo
excessivo de álcool, o que pode apurar que o maior consumo de álcool se verifica em
pessoas que vivem em ambiente com maior uso de álcool, desta forma a etiologia, o ciclo de
consumo nocivo e dependência de álcool são amplamente explicados por fatores
comportamentais, ambientais e do percurso da vida.
Sendo assim a comunidade de Telha foi eleita a esta investigação por ser a zona
que aparentemente apresenta o maior número de indivíduos com problemas relacionado com
o uso do álcool e por estar localizado no centro da cidade, próxima aos vários
estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas e é precisamente neste contexto que
surge o presente trabalho com o seguinte objetivo geral:
23
Analisar a prevalência de consumo de bebida alcoólica num grupo de indivíduo da
comunidade de Telha de Tarrafal de São Nicolau.
De modo a dar resposta a problemática anteriormente levantada deparou-se com a
necessidade de delinear os seguintes objectivos específicos:
Identificar os fatores de consumo de bebidas alcoólicas nos indivíduos da
comunidade de Telha de Tarrafal de São Nicolau;
Verificar a prevalência de consumo de bebida alcoólica enquanto problema social no
seio da comunidade de Telha de Tarrafal de São Nicolau;
Descrever as implicações da problemática do alcoolismo num grupo de indivíduos da
comunidade de Telha de Tarrafal de São Nicolau;
Verificar a importância da prevenção do consumo de álcool no seio da comunidade
de Telha de Tarrafal de São Nicolau.
Ao longo dessa investigação achou-se importante elaborar as seguintes hipóteses de
investigação:
O desemprego é um fator relacionado com o consumo abusivo do álcool nos
indivíduos da comunidade de telha de Tarrafal de São Nicolau.
O consumo de álcool nos indivíduos inqueridos da comunidade Telha de Tarrafal de
São Nicolau está relacionado com menor rendimento salarial mensal.
24
CAPÍTULO I - ENQUADRAMENTO TEÓRICO
25
1. Alcoolismo
Entender todo o processo que envolve o alcoolismo engloba muitos aspectos que o
tornam um processo bastante complexo. Claramente não é possível compreender todos os
aspectos ligados ao alcoolismo sem definir conceitos correlacionados. Deste modo a
fundamentação teórica é importante para demostrar conceitos essenciais relacionados com o
tema. Assim sendo, inicia-se o trabalho com uma breve revisão bibliográfica de conceitos
relacionados com o alcoolismo
1.1-Aspetos Gerais sobre o alcoolismo
De fato já é comprovado que o álcool é uma das antigas criações do homem, a sua
existência é tão antiga quanto a humanidade. O seu efeito nocivo já era notório, mas não
atribuído a divida atenção de hoje.
Sendo assim Dias (2003) partilha da mesma ideia que o consumo de álcool é uma
prática desde os nossos antepassados é um hábito amplamente difundido na sociedade,
podendo considerar ainda que a sociedade tem mitos relativamente ao álcool onde ela é
consumida para aliviar as dores físicos e reduzir tensões nervosas, fazer dormir ou apenas
para experimentar novas sensações.
Deste modo Pinto (2013) afirma que o primeiro contacto do homem com o álcool
situa-se entre 10.000 e 5.000 anos antes do cristo durante a transição do período paleolítico
para o neolítico modificando com as condições climáticas benéficas ao processo químico
primordial da fermentação.
Segundo Pinto (2013) a extraordinária bebida alcoólica foi fabricada a partir de
cereais fermentados e pelos seus efeitos típicos não podendo ser visto como um pensamento
primitivo, sendo considerado origem divina.
Pois foi com os Árabes que surgiram as bebidas destiladas, porém foram os cristãos
do mediterrâneo que lideraram o desenvolvimento industrial da produção a partir do século
XII, atingindo seu auge no século XIV e implantado no resto da Europa (Lino, 2006).
Durante a idade média a Europa consumiam vinho e cerveja cuja fabricação era
feita apenas por fermentação, mas com o tempo passaram a produzir bebidas com mais
elevado teor alcoólico com o processo de destilação pelos Árabes (Mello, Barris & Breda
2001).
26
Acredita-se que foi com a expansão colonial que o vinho a tornou um produto
comercial de grande importância destacando com a revolução industrial e com novos
desenvolvimentos da tecnologia de produção e conservação (Instituto de Droga e
Toxicodependência Portugal, 2010).
Torna se essencialmente abordar a questão do consumo de álcool de maneira
contextualizada, é neste sentido que a Melo (2011) afirma que o álcool é uma substância que
acompanha a humanidade desde sua origem, como elemento de rituais religiosos,
celebrações e confraternizações, tem-se considerado também várias funções, actuando em
medicamentos, perfumes e principalmente componentes de bebidas que acompanham a
sociedade. De acordo com o estudo feito por Reis et al (2014) o álcool era considerado
como medicamento e acreditavam que tinha o poder de cura, recebendo o significado água
da vida.
O álcool só veio a ser considerado como uma doença e uma dependência no séc.
XIX por um médico de renome da época Beijamin Rush. Foi com a forte costume religioso
em que os pais foram criados que levaram a proibição de venda de bebidas alcoólicas, no
entanto foi no meado do séc. XIX que 13 estados promulgaram lei de proibição, a maior
proibição verificou-se com os Estados Unidos onde teve a restrição obrigatória aos hábitos
sociais nacionais (Townsend, 2011).
Nota-se então que o álcool tem acompanhado a humanidade desde os seus
primórdios, aumentando o seu uso com a revolução industrial e com o processo de
destilação, o que aumentou bastante o número dos consumidores e consequentemente os
problemas sócias causado pelo álcool.
1.1.1. Álcool, Alcoolismo e Alcoólatra
Sem sombra de dúvidas o álcool tem vindo a causar danos na população quer a
nível físico, psicológico e sociocultural. É de extrema importância planear estratégias
adequadas de modo a levar a família e sociedade civil a uma reflexão da complexidade dessa
problemática. Perante essa situação torna-se relevante definir alguns conceitos básicos
relativamente a álcool com o intuito de destingirem esses conceitos.
27
Álcool
O álcool é um fenómeno universal, tendo-se tornado comportamento adaptado de
várias culturas, sendo assim mencionado na gastronomia bem como nas ocorrências
recreativas e sociais. Pois para além dos seus efeitos alguns países têm tido lucro com a sua
exportação na medida que contribui para a economia do país e fonte de emprego para
milhares de pessoas (Dias, 2003).
Assim o consumo de álcool na sociedade atual é visto predominantemente de forma
positiva, o que dificulta a identificação de determinados modelos de consumo como doença
e, ao mesmo tempo a mobilização de profissionais de saúde para diminuir índices de
problemas decorrentes do uso do álcool (Patrício, 2006). Segundo Anjos, Santos e Almeida
(2012) o álcool pode ser entendido como uma substância psicoativa prejudicial à saúde, tem
sido aceito e consumido abundantemente pela sociedade de forma precoce.
Entende-se por álcool a substância etanol ou álcool etílico, do qual sua fórmula
química é CH3CH2OH. É uma substância psicoativa gerada através de cereais fermentados
ou destiladas, cujo consumo provoca dependência física ou psicológico (APONTE, 2013).
Deste modo considera-se o álcool uma droga ou substância psicoativa absorvido
pelo organismo podendo atingir o cérebro, provocando alteração do comportamento ou até
mesmo habituação e dependência (Ministério de Saúde Cabo Verde, 2013).
Sendo assim o álcool é classificado como um depressor do sistema nervoso central
(SNC) isto porque diminui o controlo de inibição ao interferir com o ácido (aminobutirico),
este é o maior inibidor da neura transmissão no cérebro é o neurotransmissor mais
vulgarmente atingido por álcool (Aragão & Sacadura, 2001).
É de salientar ainda que para além desse neurotransmissor o álcool afeta também
outros neurotransmissores originando um aumento de produção de dopamina, norepinefrina
e serotonina ao atravessar a barreira hemática cerebral. Deste modo o álcool dá origem
inicialmente a uma fase de excitação, sonolência e por vezes profunda com paragem
respiratória (Aragão & Sacadura, 2001).
Pois, álcool exerce um efeito depressor no sistema nervoso central (SNC),
resultante em alterações comportamentais e do humor. Os efeitos do álcool no CNS são
proporcionais á concentração alcoólica no sangue (Townsend, 2011).
28
Alcoolismo
O termo alcoolismo é uma questão em debate, de significado variável, geralmente
utilizado para relatar um consumo de álcool contínuo e frequente determinada pela perda de
controlo da ingestão de álcool. Num conceito mais reduzido pode assim dizer que o
alcoolismo é uma doença causado pela perda de controlo sobre o consumo, causando assim
danos físico e psicológico (Mello, Barros & Breda, 2001).
Pois o alcoolismo está relacionado ao uso excessivo e prolongado de álcool e pode
ser entendido como vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, deste modo
Rosa, Gomes e Carvalho (2000) consideram que a definição de alcoolismo está associada ao
status social, uma espécie de suporte às relações e às interações sociais.
No entanto o termo alcoolismo não é incluído como entidade no CID-10, mas
apesar do seu significado ambíguo, é ainda bastante utilizado como o termo diagnóstico e
descritivo. O termo alcoolismo surgiu em 1849 pelo sueco Magnus Huss (Rosa, Gomes &
Carvalho, 2000).
Entretanto alcoolismo é uma doença que prejudica todas as áreas que fazem parte
da vida do alcoólatra, descontrolando a vida da pessoa, prejudicando as relações familiares,
o trabalho e a vida social em geral (Mello, Barrias & Breda, 2001). Ainda Segundo Mello
(2013) o alcoolismo é uma doença causada pelo uso imoderado de bebidas alcoólicas.
De acordo com Reis et al (2014) o alcoolismo é uma intoxicação crónica que afeta
todo o sistema fisiológico e psicológico do indivíduo, no qual o mesmo faz uso da
substância para causar conforto ou aliviar sintomas indesejáveis proporcionados pela
abstinência.
Sendo assim a Organização internacional de trabalho (2008) refere o alcoolismo
como um problema de saúde primário crónico cujo desenvolvimento e manifestações são
influenciados por fatores genéticos, psicossociais e ambientais.
Foi nesse contexto que o termo alcoólatra e alcoolismo foram propostos por alguns
pesquisadores como alternativa menos carregada de valoração, ou seja, estigma. Esse termo
não reduz a pessoa como uma condição de alcoólatra muito pelo contrário (Patrício, 2006).
Por tanto nem todo o consumo de álcool caracteriza-se como alcoolismo. O
alcoolismo só é identificado quando o indivíduo faz o uso excessivo, frequente e compulsivo
de bebidas alcoólicas com prejuízo a nível pessoal, familiar e social.
29
Alcoólatra
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2010) o alcoólatra é um bebedor
excessivo, com dependência física, perturbações mentais e consequências negativas a nível
do comportamento social e económico.
Assim Melo (2011) define o alcoólatra sendo uma pessoa dependente do álcool,
que adquire o hábito de beber e através desse hábito o seu organismo passará por um
processo de adaptação.
O alcoólatra é considerado uma pessoa com necessidade frequente e contínua de
consumo de bebida alcoólica para obtenção de uma sensação prazerosa. Caracterizado pela
falta de autocontrolo no que tange ao consumo (Caçador & Antunes, 2012).
Entretanto o alcoólatra é uma pessoa que não consegue interromper ou ficar sem
consumir bebidas alcoólicas, uma vez interrompida a ingestão de álcool causa desconforto
físico e psicológico.
1.2. Intoxicação alcoólica
A intoxicação pelo álcool tem-se observado muito no contexto da socialização dos
indivíduos em geral desde os mais novos até os mais velhos, assim o consumo de álcool tem
aumentado paulatinamente no seio da sociedade e consequentemente danos a saúde da
população.
Sendo assim torna importante levar em conta os efeitos tóxicos que podem ser
causados por intoxicação alcoólica. A intoxicação alcoólica é também designada por
alcoolismo e pode apresentar-se sobre duas formas:
Intoxicação aguda;
Intoxicação crónica.
Segundo Townsend (2011) a intoxicação pelo álcool é a presença de alterações
comportamentais ou psicológico desadaptativo, clinicamente significativo, que se
desenvolve durante ou pouco depois da ingestão de álcool. Estas alterações são
acompanhadas por evidências de discurso implantado, descoordenação, marcha instável,
nistagmo, défices na atenção ou memoria, estupor ou coma. O mesmo autor realça que a
intoxicação ocorre geralmente a níveis sanguíneas de álcool entre 100 e 200mg/dl e que a
morte foi verificada a níveis entre 400 e 700mg/dl (APA, 2002).
30
O etanol é causa de intoxicação em pediatria correspondente a um total de 5%,
essas intoxicações são observadas principalmente a partir dos 13 anos de idade. Nos
adolescentes a intoxicação aguda encontra-se associado ao consumo casual e intenso fora de
casa com amigos nos fins de semanas (Silva et al, 2012).
Porém os principais problemas relatados com o álcool são decorrentes da
intoxicação alcoólica aguda, são geralmente ao imenso consumo de bebidas em percurso
frequente de tempo. A intoxicação é mais alta entre aqueles que consomem frequentemente
do que aqueles que consome com menor frequência (Duailibi & Laranjeira, 2007).
Sendo assim os danos associados a intoxicação aguda são violência, acidente de
trânsito, entre outros. Ao contrário de padrão frequente do álcool que causa problemas de
saúde crónicos como cirrose, doenças cardiovasculares.
1.2.1. Intoxicação aguda ou embriaguez
A intoxicação aguda ou embriaguez é caracterizado por um conjunto de
perturbações físicas e mentais que o homem pode apresentar quando bebe, ocasionalmente
uma dose excessiva de uma bebida alcoólica que pode ter como consequências tonturas ou
em casos mais graves, pode levar ao coma alcoólico (Pinto, 2013).
Deste modo a intoxicação aguda é resultado da ingestão imoderado da bebida
alcoólica, ou seja, acima das limitações de tolerância do organismo. Cada pessoa é afetada
de forma diferente, contudo a sintomatologia apresentada poderá ser diversa consoante o
nível de intoxicação (Townsend, 2011).
1.2.2. Intoxicação crónica
É o estado resultante do habitual e repetido de bebidas alcoólica mantendo-se o
organismo continuadamente e em geral durante vários anos, sob a ação de quantidades de
álcool que embora possam corresponder a ingestão de pequenas doses, somam com tudo,
diariamente, uma quantidade superior aquela que o fígado pode destruir (Pinto, 2013).
Segundo Mello, Barris e Breda (2001) o alcoolismo crónico é considerado uma
síndrome autónimo definido como forma de doença correspondendo a uma intoxicação
crónica. O alcoolismo crónico é quando ingerimos usualmente bebidas alcoólicas, com
frequência, repartidas ao longo do dia em várias doses, que vão mantendo uma alcoolização
31
duradoura no organismo, nunca saindo do efeito do álcool (Lopes, Marcon & Decesaro,
2015).
1.3. Perturbações relacionadas com o consumo de álcool
Não se pode descartar as lesões potencialmente acomodadas em todos os órgãos do
corpo pelo álcool, este tem sido a causa principal dos encaminhamentos e de internamento
nos serviços de psiquiatria, pois Cruz (2000) afirma que o uso do álcool é um grande
problema de saúde pública devido a sua prevalência e transversalidade, constituindo assim
um impacto social e económico de grande importância, pelo qual torna-se relevante retratar
as perturbações relacionado com uso de álcool.
Segundo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V) as
perturbações pelo uso de álcool são definidos como um padrão adverso de consumo de
álcool, que leva a uma deterioração de saúde bem como danos clinicamente significativos.
As perturbações relacionadas com o consumo de álcool são classificadas da seguinte forma:
Ligeiro, moderado ou grave.
Formas de uso excessivo de álcool que podem causar riscos importantes ou nocivos
ao indivíduo. Entre elas, a situação de beber muito diariamente e de forma prossigo
episódios de intoxicação pelo álcool, beber de maneira que cause prejuízo físico ou mental e
o ato de beber que origina na dependência alcoólica (Townsend, 2011).
1.3.1. Abuso de álcool
O abuso de álcool é um fator que compõem muitos aspetos, incluindo assim o uso
prejudicial e a dependência, conforme APA (2000) o consumo regular de álcool provoca
danos a nível físico, mental e social.
Na mesma linha de pensamento APA (2000) considera o consumo nocivo de
álcool como um padrão de consumos que têm consequências para a saúde, tanto a nível
física como psicológico.
Ainda segundo Townsend (2011) o abuso do álcool é considerado um padrão mal
adaptativo de uso de substância, manifestado por consequências opostas recorrentes e
significativas relacionadas ao uso repetido de substância. O abuso de substâncias foi também
reconhecido como qualquer uso de substâncias que consista em perigos significativos para a
saúde.
32
1.3.2. Dependência de álcool
O prejuízo causado pelo consumo abusivo de bebidas alcoólicas vai muito além da
dependência desenvolvida no indivíduo, sendo assim a Associação Médica Brasileira (2012)
define a dependência de álcool como uma doença crónica, recorrente, que se não for tratada
pode ser fatal.
Dependência alcoólica é caracterizada por um padrão de consumo constituído por
um conjunto de fenómenos fisiológicos, cognitivos e comportamentais que podem
desenvolver-se após repetido uso de álcool. Inclui um desejo intenso de consumir bebidas,
descontrolo sobre o seu uso, continuação dos consumos independentemente das
consequências, uma alta prioridade dada aos consumos (Ribeiro, 2008).
Na ótica de Townsed (2011) a dependência é uma necessidade coerciva ou crónica,
em que a carência é tão forte ao ponto de gerar tensão quer física ou psicológica se não for
satisfeita.
Uma pessoa que consome bebidas alcoólicas exagerado quando diminui o consumo
ou se abstém completamente pode apresentar um conjunto de sintomas e sinais denominado
síndrome de abstinência alcoólica (Laranjeiro et al, 2000).
American psychiatric association (2000) define abstinência como uma suspensão
ou diminuição da utilização maciça e prolongada de álcool. Sendo assim a duração do estado
de abstinência são limitados no tempo e relacionado com a dose de álcool consumido
imediatamente antes da parada e da redução do consumo, pois essa fase pode ser complicada
com o aparecimento da convulsão (Laranjeira et al, 2000).
Assim a medida que o sistema nervoso central se adapta ao álcool, o consumidor
precisa de dose cada vez mais elevado para obter o mesmo efeito. A síndrome de
abstinências alcoólicas é uma consequência do alcoolismo pois ela é bem mais comum em
pessoas adultas, mas pode surgir em adolescentes e até mesmo crianças (Abrão, Nina &
Cruz, 2002).
Nesse sentido diminuição ou suspensão do álcool em paciente dependente provoca
um conjunto bem definidos de sintomas chamado de síndrome de abstinência, embora
alguns pacientes possam experimentar sintomas leves, existem aqueles que podem
33
apresentar sintomas e complicações mais graves levando até a morte, tais como tremores,
ansiedade, insónia, náuseas e inquietação (Carvalho, 2013).
1.4. Tipos de dependência alcoólica
O consumo de álcool é um fator negativo para a saúde da população levando em
conta que se trata de um dos principais agentes de risco para o aparecimento de doenças
relacionado com o consumo nocivo quer a nível físico ou psicológico. Nessa sequência
Rosa, Gomes e Carvalho (2000) defendem que a dependência engloba dupla vertente,
psíquica e física resultante de uma interação entre um indivíduo e uma substância, sendo
assim caracterizada por alterações no comportamento e outras reações que envolve uma
compulsão em consumir contínuo e periódico a fim de encontrar o efeito desejado.
Assim os dependentes de álcool geralmente são avaliados na ótica da enfermagem
como retardo ou hiperatividade psicomotora, alteração ou deficit de funcionamento social e
familiar, aparência e hábitos higiénicos mal conservados, padrão de sono, funções psíquicas
e alteração no padrão alimentar (Noto & Golduroz,1999).
1.4.1. Dependência física
A dependência física de uma substância evidencia-se por um conjunto de sintomas
cognitivo, comportamentais e fisiológico indicando que o indivíduo continua a usar a
substância apesar de problemas significativos relacionado com a substância. Existe um
padrão de autoadministração repetida que resulta geralmente em tolerância, abstinência e
comportamento compulsivo quanto ao consumo de drogas (Townsend, 2011).
Sendo assim a dependência física é o resultado da adaptação do organismo,
independente da vontade do indivíduo. Deste modo a dependência física e a tolerância
podem manifestar-se isoladamente ou associadas, somando-se a dependência psicológica
(Rosa, Gomes & Carvalho, 2000).
Pois a suspensão da droga provoca múltiplas alterações somáticas, causando a
desastrosa situação do delirium, tremes. Isto significa que o corpo não suporta a síndrome da
abstinência entrando em estado de pânico (Townsend, 2011).
34
1.4.2. Dependência psicológico
Segundo Townsend (2011) um indivíduo é considerado psicologicamente
dependente de uma substância quando existe um desejo dominador de repetir o uso de uma
substância em particular de modo a produzir prazer ou evitar desconforto. Podendo ser
extremamente forte, produzindo um desejo intenso (craving) por uma substância, assim
como pelo seu uso compulsivo.
A dependência psicológica indica a existência de alterações psíquicas que favorece
a aquisição do hábito. O hábito é um aspecto importante a ser considerado na toxicomania,
pois a dependência psíquica e a tolerância significam que a dose deverá ser ainda aumentada
para se obter os efeitos desejados (Townsend, 2011). Em dependência psíquica o desejo de
tomar outra dose ou de aplicar transforma se em necessidade que se não for satisfeita leva o
indivíduo a um profundo estado de angústia estado depressivo (Pires, 2008).
1.5. Fatores predisponente para o consumo e perturbações relacionados
com o álcool
Nem todas as pessoas estão igualmente propensas a se tornar dependentes do
álcool, para que a dependência alcoólica ocorra é fundamental que haja vulnerabilidade e
suscetibilidade à dependência, favorecidas por condições biológicas, psicológicas, sociais e
ambientais. Do ponto de vista médico é relevante o fato de que as enzimas que metabolizam
o álcool no organismo diferem de indivíduo para indivíduo, o que se chama vulnerabilidade
biológica (Heckmann & Silveira, 2014).
Fatores Biológicos
Existe um fator genético aparente que está envolvido no desenvolvimento das
perturbações relacionadas com substâncias, sendo assim Oliveira (2001) afirma que as
motivações que levam ao consumo de álcool podem ser de causas internas: relacionadas à
personalidade do indivíduo, sua formação e à fase da adolescência. Por outro lado, as
motivações externas são aos fatores socioculturais, moda, sociedade consumista, interesses
económicos, propagandas, movimentos de contracultura e situações de carência económica.
De acordo com Townsend (2011) os filhos biológicos de pais alcoólatras têm uma
incidência significativamente maior para o alcoolismo que os filhos de pais não alcoólatras,
35
isto acontece mesmo que a criança tenha sido criada pelos pais biológicos ou por pais
adotivos não alcoólatras.
Fatores Bioquímicos
Uma hipótese bioquímica diz respeito a possibilidade do álcool poder produzir
substâncias semelhantes à morfina no cérebro, que são responsáveis pela dependência do
álcool. Estas substâncias são formadas pela reação de aminas biologicamente ativas
(dopamina, serotonina) com produtos metabólicos do álcool, como acetaldeído (Mello,
Barris & Breda, 2001).
Fatores psicológicos
A abordagem psicodinâmica à etiologia do abuso de substâncias focasse no
superego punitivo e na fixação no estado oral do desenvolvimento psicossexual. O indivíduo
com superegos punitivos viram-se para o álcool para diminuir inconscientemente a
ansiedade e aumentar sentimentos de poder e valor próprio como forma de automedicação o
álcool pode ser utilizado para controlar o pânico (Sadock & Sodock 2007).
Ainda Mello (2013) afirma que o alcoolismo esta relacionado com o fator
psicológicos, que afetam a resposta e o comportamento do organismo face ao álcool, ressalta
ainda que a depressão psicológica e ansiedade é também uma causa do consumo.
Fatores de personalidade
Alguns clínicos acreditam que a baixa autoestima, depressão frequente, passividade
incapacidade de relaxar ou incapacidade de comunicar de modo eficaz são comuns em
indivíduos que abusam de substâncias (Townsend, 2011).
O abuso de álcool foi também associado á personalidade antissocial e a estilos
depressivos de resposta. Isto pode ser explicado pela incapacidade do indivíduo com
personalidade antissocial de antecipar as suas consequências eversivas do seu
comportamento (Silva & Padilha, 2013).
O alcoólatra quase sempre é um imaturo, passa do desejo ao ato sem se conseguir
dominar. É quase sempre um indivíduo instável, neurótico ou psicopata. Muitas vezes vê na
droga formas de vencer a insegurança ou de viver o imediato sem preocupações do futuro
(APA, 2000).
36
Fatores socioculturais
Os efeitos de moldagem, imitação e identificação do comportamento podem ser
observados desde o início de infância. Em relação ao consumo de substâncias a família
parece ser uma influência importante, pois vários estudos mostram que crianças e
adolescentes têm maior probabilidade de usar substâncias se tiverem pais que proporcionam
um modelo de uso de substâncias (Malta, et al, 2011).
Nessa circunstância os pais exercem uma grande influência na vida da criança e do
adolescente que esta a ser encorajado a usar substâncias pela primeira vez. A moldagem
pode continuar a ser um fator no uso de substâncias, depois o indivíduo entra no mundo de
trabalho que proporciona bastante tempo para lazer com os colegas onde a bebida é
valorizada e usada para expressar a coesão do grupo (Dias, 2001).
1.6. Efeitos do álcool no corpo
O álcool é responsável pela perda de saúde, contribuindo significativamente para o
aumento da mortalidade e consequentemente um elevado peso sobre o sistema de saúde. É
também um elemento implicado em vários problemas de ordem pública quando o individuo
se encontra sobre os efeitos do álcool. No ponto de vista de Pinto (2013) o álcool é uma
classe de compostos orgânicos que possui na sua estrutura, um ou mais grupos de hidroxilos
(OH) ligados a carbonos saturados. É comummente, utilizado como combustível e solvente.
O álcool pode induzir uma depressão geral, não seletiva e reversível do CNS. Cerca
de 20% de uma dose única de álcool são absorvidos direta e imediatamente pela corrente
sanguínea através da parede do estômago. Ao contrário de outros alimentos, o álcool não
tem de ser digerido. O sangue leva-o diretamente ao cérebro, onde o álcool atua sobre as
áreas centrais de controlo do cérebro, abrandando ou deprimindo a atividade cerebral
(Martins, 2013).
Os outros 80% de álcool de uma bebida são processados ligeiramente mais
lentamente através do trato intestinal superior até a corrente sanguínea. Apenas alguns
momentos após o álcool ter sido consumido, este pode ser encontrado em todos os tecidos,
órgãos e secreções do corpo (Martins, 2013).
Pois a rapidez da absorção é influenciada por diversos fatores, por exemplo, a
absorção é atrasada quando a bebida é ingerida em pequenos golos e não de uma só vez,
37
quando estômago contém alimentos, em vez de estar vazio e quando a bebida é de vinho ou
cerveja em vez de bebidas destiladas (Patrício, 2006).
Assim as doses baixas de álcool produzem relaxamento, perda de inibição, falta de
concentração, sonolência, fala arrastada e sono. O abuso crónico resulta em perturbações
fisiológicas em múltiplos sistemas (CISA, 2013).
O etanol é constituído por pequenas moléculas que são solúveis tanto nos lípidos
como na água. Deste modo o álcool pode distribuir-se em todo o corpo, como plasma,
espaços intersticiais e espaços intracelulares que pode travessar facilmente a barreira
hepática cerebral exercendo os seus efeitos (Arão & Sacadura, 2001).
Embora o álcool afeta todos os órgãos, o cérebro é o mais afetado. O efeito no
sistema nervoso central é responsável pela euforia e os efeitos tóxicos, sendo assim o nível
do álcool no sangue são estabilizados ao fim de 40 minuto (Aragão & Sacadura, 2001).
1.7. Problemas ligado ao álcool
O consumo de bebidas alcoólicas tem provocado vários problemas a saúde e a
segurança social, no entanto o conceito de problemas ligado ao álcool é justificado pela
necessidade de caracterizar as consequências nocivos provocado pelo consumo de álcool
(Anjos santos e Almeida, 2012). Deste modo as perturbações relacionadas com o consumo
de álcool podem ser a nível físico, mental ou social e emergem de um consumo excessivo ou
consumo prolongado (Oliveira, 2001).
Nessa sequência Pinto et al (2015), sustente que a dependência alcoólica tem
provocado grandes problemas e consequências ao usuário, tanto físico e psicológico,
podendo na maioria das vezes causar danos a nível do trabalho, desestruturação familiar,
comportamentos agressivos, acidentes de trânsitos e até mesmo exclusão social entre outros.
Deste modo o álcool é responsável por um número elevado de patologia, problemas
de saúde, assim como problemas sociais. Há uma evidência entre o consumo de álcool e a
prevalência de criminalidade nos diferentes contextos sociais, familiar e laboral (Ribeiro,
2008). Considera-se o álcool potencial agente de doenças e mortalidade mundialmente, pelo
qual o seu uso é responsável por 3,2% de mortes e por 4% de anos de vida útil perdidos
(Marinho, 2008).
38
Referentes as doenças físicas causadas pelo alcoolismo é de evidenciar as de
origem gastrintestinal, tais como úlceras, varizes esofágicas, gastrite e cirrose, relativamente
a neuromuscular pode ocorrer caibras, formigamentos e perda de força muscular os danos
cardiovasculares como a hipertensão é também uma das consequências do alcoolismo para
além de provocar impotência ou infertilidade (Anjos, Santos & Almeida, 2012).
De certo modo o consumo de bebidas alcoólicas no local de trabalho é considerado
um facilitador de acidentes, deste modo Topa e Salgadinho (2001) salientam que devido ao
aumento de acidente atribuído a ingestão de álcool durante o período de trabalho só se
compreende se tiver em conta os efeitos do álcool no organismo, destacando o
comportamento motor, equilíbrio deficiente, movimento mal coordenado, os erros de
perceção e ainda os erros de decisão provocados por um mau tratamento de informação,
todos esses fatores são responsáveis pela diminuição de produtividade.
Portanto a morbidade que leva o homem aos hospitais gerais 90% é causada por
hepatopatias e cirrose e os 60% pela pancreopatia. É também elevado nas doenças
cardiovascular, nos acidentes vasculares cerebrais e nas doenças oncológicas (Topa &
Salgadinho, 2011)
Realmente o álcool é responsável por perda de saúde, contribuindo
significativamente para a taxa de mortalidade e colocando um peso enorme sobre o sistema
de saúde 8 a 10% das mortes de indivíduos com idade entre 16 a 74 anos de todas as
admissões agudas em hospitais estão relacionados com álcool (Mello, Barrias & Breda,
2001).
Em relação aos acidentes de trânsito o álcool é uma principal causa de morte, sendo
a causa direta e principal, em 40 a 50% dos acidentes mortais, e uma das causas associada,
em 25 a 30% dos acidentes, com feridos (Mello, Barrias & Breda, 2001).
Segundo APA (2000) os transtornos mentais subsequentes do uso abusivo de
bebidas alcoólicas prevalecem o delirium, a demência, as perturbações psicóticas do humor
de ansiedade ou de sono e a disfunção sexual.
A relação entre o consumo de álcool e o efeito alcoólico fetal (EAF) é muito
ambígua, deste modo a síndrome alcoólico fetal (SAF) é a causa mais vulgar reconhecida de
atraso mental, com uma taxa de incidência mundial de 1,9% de nados vivos. Durante o
primeiro trimestre da gravidez o álcool está associado a anomalias múltiplas e durante o
39
segundo e o terceiro o atraso de crescimento e distúrbio do comportamento neurológico
(Miura et al, 2007).
Contudo tem-se observado também que a maioria dos comportamentos inadequado
que infringe a ordem pública, a segurança e a lei é causada por indivíduos em estado de
embriaguez, sendo os delitos praticados com maior violência e mais frequente na
embriaguez patológico (Fonseca, 2008).
1.8. Implicações do álcool nas três vertentes: família, escola e sociedade
O álcool é uma substância que causa mudanças na forma de agir e na perceção de
uma pessoa, são vários os motivos que levam os indivíduos ao consumo exagerado do
álcool. O mais importante é ter em conta o uso que se faz dessa substância em grande
quantidade pode afetar o bem-estar físico, mental, trabalho e até mesmo escola.
Não existe um agente singular que determina o consumo dessa substância, assim
para cada configuração da vida (domínios da vida) há fatores de risco além de fatores
protetores do uso. Entendem-se como domínios da vida: o individual, o grupo de pares, o
familiar, o comunitário, o escolar (Oliveira, 2009)
Álcool e a família
A família é tida como referencia para qualquer indivíduo, formando parte do
desenvolvimento cognitivo, emocional, cultural e relacional, é nesse sentido que Gomes
(2012) afirma que a família não é estática ela se move tanto nos espaços das construções
ideológica quanto no papel que exerce na vida social. A família tem a capacidade de mudar
suas estruturas quando sofre mudança no seu meio, é também espaço de troca de construção
de personalidade e ao mesmo tempo lugar de conflito e tensões.
Sendo assim Barbosa et al (2013), afirmam que a família constitui um pilar
fundamental no que diz respeito ao contacto inicial da criança com o álcool, pois o seio
familiar onde não existe violência doméstica e onde há diálogo e interesse dos pais pelos
filhos, existe menor probabilidade do uso abusivo de álcool.
De acordo com Silva (2014) o álcool é o responsável por desavenças entre casais,
chegando muitas vezes a agressão verbais e físico, afirma também que os filhos muitas
vezes são vítimas dos pais alcoólatras o que pode refletir no desempenho escolar e social da
criança.
40
É na mesma linha pensamento que Oliveira (2009) refere-se que, um alcoólatra na
família perturba o equilíbrio familiar, neste sentido ainda a mesma defende que a presença
de um membro da família sobre efeito persistente do álcool cria fragilidade na união do
sistema familiar, causada especialmente pelo distanciamento emocional do dependente.
Ainda Pinto (2013) explicita que numa família com filhos pequenos e pais
alcoólatras, coloca-se dificuldades em identificar a imagem paterna e de autoridade.
Acrescenta ainda que quando a mãe é alcoólatra o cuidado básico encontra-se
comprometido, observando carências de afeto, negligência, maus tratos físicos e por vezes,
abandono.
Nesse contexto as famílias com pessoas dependentes de substância são de uma
estrutura confusa, onde os membros que a compõem não apresentam relacionamento e
papéis definidos. Todas as famílias se regem por regras que determinam o funcionamento
intrínseco da família bem como o seu meio envolvente (Townsend, 2011).
Segundo Wegscheider cit in Townsend (2011) identifica como importante três
regras da dependência de substâncias toxicas: desumana, rígida e fechada.
I. Na primeira normalmente, as regras são difíceis e irrealistas de serem compridas,
havendo assim um estímulo para a manipulação dos outros e para a desonestidade, de
modo a evitar-se castigos, sentimentos de culpa e rejeição;
II. Na segunda, as regras desencorajem as mudanças não permitindo diferenças entre as
pessoas e as situações;
III. Na terceira e última caraterística, existem certos temas, sentimentos e informações
que não podem ser abordadas, e que deverão ser mantidas em família e lidados por
cada pessoa individualmente.
Contudo essas famílias quando procura as unidades de tratamento, já tentou
solucionar o problema pelos seus próprios meios, sentindo-se impotente para o fazer. É
habitual, os familiares durante o tratamento terem intervenções contraditórias, pois por um
lado querem que o seu familiar se trate, embora por outro ponha em causa a competência do
técnico na mudança do individuo.
Álcool e a escola
A carência de limite pelos adolescentes tem acarretado danos no âmbito escolar,
emergindo em problemas disciplinares e até mesmo conduta desviante como consumo do
41
álcool no ambiente escolar. Sendo assim é preciso estar preparado para encarar as
modificações da adolescência, tais como as dificuldades com as mudanças comportamentais
e corporais.
O álcool é a substância mais consumida entre os jovens e adolescentes em idade
escolar, na maioria das ocasiões o consumo da substância é iniciado mesmo na infância,
sendo assim a prevalência do abuso de substância principalmente do álcool altera de acordo
com o ambiente familiar em que estão inseridos e influência social exercida (Castro, Nobre
& Reis, 2014).
De acordo o Ministério de saúde do Brasil (2006) a adolescência é uma fase de
insegurança associado a uma rebeldia e a crise de identidade que constituí um risco para o
consumo de substância nomeadamente álcool em idade escolar. Os adolescentes e os jovens
têm a necessidade de se sentir aceito pelos grupos de pares a que pertencem, e muitas vezes
o consumo do álcool é a forma que eles se encontram para afirmar no grupo.
Ainda Segundo Reis, Nobre e Castro (2016, p. 209):
A adolescência e juventude são períodos importantes de transformações
estruturais, funcionais e de conectividade neuronal, nomeadamente, ao nível do
córtex temporal, parietal e pré-frontal e de estruturas como o hipocampo e as
amígdalas, entre outras, pelo que a exposição ao etanol, nesta faixa etária, pode
causar défices irreversíveis a nível cerebral. Contudo o desenvolvimento ocorrido durante a adolescência é devido ao córtex
pré-frontal, dai que as alterações ocorridas nesta região no período da adolescência estão
relacionadas com as modificações cognitivo e com a aquisição de funções cerebrais
executivas tais como: a atenção, a aprendizagem e a memória. A inteligência está também
associada ao desenvolvimento cortical primordialmente nas áreas frontais como no córtex
pré-frontal que exerce um papel extremamente relevante na maturação da atividade
inteligente (Reis, Nobre & Castro, 2016).
Já é comprovado cientificamente que o álcool apresenta consequência diferente nos
adolescentes e nos adultos a nível mental, justificado pelo fato dos adolescentes se
encontram em desenvolvimento o que os torna um grupo indefesa aos desfechos do etanol
(Monteio et al, 2011).
Pois em maioria das vezes os jovens bebem com o objetivo de se alcoolizar
ingerindo o maior número de copos possíveis com a finalidade de conseguir o estado
42
eufórico, o que não percebem é que este modelo de consumo pode simplificar a propensão
para a dependência (Fonseca, 2010)
Neste sentido pode concluir-se que o consumo do álcool na adolescência trás
consequências graves a nível cerebral afetando o amadurecimento do cérebro e atingindo os
resultados escolares visto que o processo cognitivo é afetado (Reis, Nobre & Castro, 2016).
Face a essas problemáticas a UNESCO (2005) aponta a escola como o local mais
adequado para o desenvolvimento de ações preventivos a melhoria de qualidade de vida.
Atribuindo a escola a responsabilidade de informar e formar os seus alunos para o seu
desenvolvimento académico e social.
Sendo assim a escola desempenha um papel importante no que desrespeita a
mudanças de hábitos saudáveis, servindo de ponto para chegar a esses adolescentes e jovens.
Os programas preventivos no ambiente escolar é de extrema importância para alertarem os
adolescentes e os jovens acerca dos efeitos nocivos do consumo excessivo do álcool
(Junqueira et al 2013).
Assim a educação e a saúde devem caminhar juntos de forma articulada na
construção dos sujeitos individuais e coletivos dos quais a sociedade é constituída. Portanto
Lopes et al (2007), defendem que o processo educativo precisa ser visto na dimensão
humana e da melhor qualidade de vida e saúde das pessoas e não apenas na perspetiva de
gerar conhecimento.
Portanto nesse contexto os enfermeiros como agente de saúde e educador, visa à
prevenção ao uso de álcool, não defende e nem recrimina o consumo, mas possibilita o
diálogo, da crítica e da aplicação de processo educativo com vista a promover o
desenvolvimento saudável dos estudantes (Lopes et al, 2007).
Outro ponto a ser destacado é também a capacitação do corpo docentes, com o
intuito de instrumentalizar os professores com informações acerca do tema, a partir de
informações, reuniões, palestras, materiais escritos bem como o sentido de investigar o
domínio que o educador possui acerca do tema que será debatido (Lopes et al, 2007).
Muitos autores defendem que o álcool afeta negativamente o desempenho escolar
dos alunos enquanto outros defendem que o insucesso escolar é que conduz ao consumo de
bebidas alcoólicas, ainda existe aqueles que compartilham da mesma ideia que tanto o
insucesso escolar como o consumo do álcool dirigem a problemas de comportamento ou de
43
conduta desviante. De fato pode se concluir que o consumo de drogas diminui o interesse
dos jovens nas atividades escolares assim como a diminuição do consumo de drogas
melhora o rendimento escolar (UNESCO, 2005).
Sendo assim o álcool prejudica o indivíduo na sua vida escolar e profissional,
fazendo com que perca o interesse em aprender e abandona os estudos e o trabalho, o que
acarrete a perda de confiança e autoestima no indivíduo (Monteiro et al, 2011).
Desta forma a escola deve abordar uma prevenção primária, mas não se pode
discutir a prevenção secundaria nem a terciaria, pois, esta instituição tem um papel de
destaque na deteção, referenciações e encaminhamento dos seus alunos aos profissionais de
saúde isto porque os alunos passam uma boa parte do seu tempo nas escolas (Ministério de
saúde do Brasil, 2006).
Com isso entende-se que a promoção da saúde é mais eficiente para desenvolver
em espaços escolares uma vez que estes são locais de diálogo, favorecido para troca de
saberes e manifestações da diversidade cultural.
Álcool e a sociedade
A sociedade é construída a partir da ação social, sendo esta ação entendida como
social quando se leva os outros em consideração, ou sejas as ações são guiadas pelo que os
outros fazem na situação, porque os outros com os quais se interage são considerados
objetos sociais (Dias, 2001).
Sendo assim a sociedade é considerado um processo dinâmico, em que os
indivíduos interagem modificando e definindo a direção dos atos uns dos outros. Sociedade
é o conceito que integra todos os outros conceitos internacionalismo simbólico e auxilia a
intender a natureza do ser humano (Stel, 1953).
O álcool esta presente na sociedade desde as origens da humanidade e sempre
residiu lugar privilegiado em todas as culturas. No entanto a medida que as sociedades
foram ultrapassando por transformações económicas e sociais, teve alterações profunda no
jeito da sociedade se relacionar com o álcool. Pois a própria substância que une, alegria,
também estimula a agressividade desarmonia, quebrando os laços familiares (Plano
estratégico de Combate ao Problemas Ligado ao Álcool 2016).
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Segundo Scali e Ronzani (2007) o álcool é considerado numa perspetiva
sociocultural como um impacto das normas e crenças em que a sociedade é o principal
responsável pelos problemas inerente ao consumo de álcool.
Já é mais do que comprovado que desde da história da humanidade o álcool tem um
papel importante na vida social quotidiano estando presente em ocasiões sociais como o
nascimento de uma criança, casamento e funerários, assim como a transição entre o trabalho
e o lazer facilitando o intercâmbio social. Em diferentes culturas o álcool é utilizado entre
amigos como um meio comum para desfrutar mais da companhia dos outros (Rozin &
Zagonel, 2011).
É nesse contexto que o álcool tem sido uma das poucas drogas psicotrópica que
tem seu consumo aceito pela sociedade e até mesmo o incentivo. Esse é o motivo pelo qual
ela é aceita de forma positiva pela sociedade, quando comparado com as outras drogas (Scali
& Rozani, 2007).
As bebidas alcoólicas são amplamente consumidas mundialmente, sendo o
consumo moderado de álcool conhecido como beber socialmente, contudo o uso diário é
bem aceito pela sociedade. Os efeitos nocivos do álcool são usados pelos jovens e adultos
em festa, cerimónias religioso e fins de semanas, deste modo considera-se que o álcool é
aceito na sociedade por ser um facilitador nas relações interpessoais (Plano estratégico de
Combate ao Problemas Ligado ao Álcool 2016/ 2020.
Entretanto tem-se considerado o álcool um ato social com um valor simbólico,
justificado culturalmente por um conjunto de virtude e mitos. O comportamento de risco
antissocial esta intimamente ligado ao excesso de álcool consumido, que deve ser
considerado um problema grave de saúde público (Plano estratégico de Combate ao
Problemas Ligado ao Álcool 2016).
Pois é durante a socialização principalmente na infância e até pré-adolescência que
o álcool é introduzido na vida social de forma positiva. Para os jovens o ato de beber é um
comportamento que sustenta as relações estabelecidas no quotidiano, acarretando
repercussões a nível biopsicossocial (Mano, 1990).
Também as divulgações publicitárias das novidades surgidas no campo de bebidas
alcoólicas é um dos fatores responsáveis pelo consumo de bebidas alcoólicas, visto que as
45
propagandas têm como objetivo influenciar os antitudos e comportamento do público
(Pereira, 2003).
O alcoolismo é negado por parte dos familiares e usuário no sentido de doença,
devido ao preconceito social em que o alcoolismo muitas vezes é visto como uma fraqueza
de carater e consequentemente implica o não tratamento da doença (Pires, 2003).
Deste modo o foco de prestação de cuidados de saúde é a pessoa no seu contexto
familiar e comunitário, sendo assim Rosa e Tavares (2008) apresenta alguns aspetos que
devem ser considerados pelos profissionais de enfermagem de modo a dar respostas as
necessidades da sociedade frente à problemática que é o alcoolismo:
Levantar dados e traçar perfil epidemiológica;
Implementar funções e prevenções para prevenção e controlo de agravos de
complicações à saúde dos usuários, familiares e comunidade em geral;
Promover ações de educação continuado aos colaboradores de equipa
multidisciplinar e para além de atuar na assistência direta aos usuários.
1.9. Alcoolismo em Cabo Verde
Os dados relativamente a Cabo Verde têm-se apresentado bastante preocupante,
pois estamos perante uma sociedade consumista em que o álcool tem feito parte do dia-a-dia
dos Cabo-Verdianos, frente a essa situação torna-se importante planear estratégia coerente
por parte das autoridades de modo a levar as famílias e sociedade a meditar sobre a
complexidade desta problemática que é o alcoolismo.
De forma a controlar essa situação encontra-se estipulado na lei nº27/V/97 de 23
junho a proibição de venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos e interdita a
publicidade de bebidas alcoólicas em algumas situações (Boletim oficial de combate aos
problemas ligado ao álcool Cabo Verde 2012/ 2016).
A produção e o consumo de álcool em Cabo Verde têm preocupado as autoridades
devido aos problemas que este tem causado na sociedade e no seio familiar. Tem-se
observado um consumo de álcool em idade cada vez mais precoce bem como o volumo e a
quantidade de álcool consumido (Boletim Oficial, de combate aos problemas ligado ao
álcool Cabo Verde 2016).
46
Segundo o Ministério saúde de Cabo Verde (2012) o consumo de álcool constitui
um dos principais fatores de risco de doenças crónicas não transmissíveis em Cabo Verde. O
álcool é responsável pelas mortes e incapacidade por acidentes de trânsito, agressões,
violência domestica, abstinência ou incapacidade para trabalhar. Pois a lei Cabo Verdiana
(lei nº 59/VII/2010) 19 de abril proíba a condução de veículos com ou sem motor, em via
publica ou equiparado por individuo sob efeito de álcool.
O grogue é considerado a bebida alcoólica destilada produzida em Cabo Verde,
sendo a ilha de Santo Antão o principal produtor seguida a ilha de Santiago, São Nicolau e
Brava. Cabo Verde importa uma grande quantidade e variabilidade de bebidas alcoólicas
principalmente da Europa, ocupando a cerveja o lugar de destaque com uma percentagem de
86% de consumo a nível nacional (INE, 2004).
De acordo com o Ministério da Saúde e segurança Social de Cabo Verde (2016) os
efeitos nocivos de álcool tendem-se a aumentar e os métodos utilizado na sua redução tem-
se revelado um fracasso, de tal modo que afeta a população Cabo Verdiana atingindo as
crianças em idade precoce, constituindo assim uma ameaça para a população principalmente
crianças e jovens.
O Relatório da Situação Global sobre Álcool e Saúde (2014) indica para uma
situação social e de saúde pública muito grave em Cabo Verde. Os dados dão luminosos
sinais de alarme que determina respostas urgentes. O Relatório explana ainda que Cabo
Verde tem um consumo médio per capita de álcool superior à média africana, a mais alta
taxa de mortes associadas ao álcool entre os Países Africanos de Língua Portuguesa
(PALOP), e a maior percentagem de perturbações mentais ligados ao consumo de álcool.
Assim a prevalências de consumo variam entre as ilhas/concelhos, sendo a
percentagem de pessoas com experiência de consumo de bebidas alcoólicas mais elevada
nas ilhas de S. Vicente (84,5%), S. Antão (80,9%) e Maio (80,7%), valores claramente
acima do valor nacional (63,5%) (Ministério de saúde e segurança social Cabo Verde, 2016).
1.10. Papel do enfermeiro no combate ao alcoolismo
A intervenção de enfermagem é importante na medida em que os enfermeiros são
os profissionais de saúde que tem maior contacto com o utente alcoólatra durante o
internamento. Assim Vargas e Soares (2011) defende que os enfermeiros requerem
47
capacidade e competência obtida no manuseio diariamente e experiencia, tanto no aprender
a aprender como na busca do abarcamento social e da implementação de atuações para um
cuidar apropriado as persistentes transformações da conduta terapêutico.
Os profissionais de saúde, no estabelecimento do vínculo terapêutico passam
também a ser corresponsáveis pelos caminhos a ser construídos pelo usuário e pelas muitas
vidas que a ele se ligam e que nele se expressam (Azevedo & Miranda, 2010).
No entanto Azevedo e Miranda (2010) afirmam ainda que os profissionais de
enfermagem são responsáveis pelo fortalecimento de uma rede de auxílio e atenção
psicossocial, atribuindo ao enfermeiro o papel importante na reabilitação e reinserção social
do usuário.
Ainda Moraes (2013) sustenta que o profissional de saúde deve perfilhar uma
abordagem de cuidado que leva em ponderação os valores e as crenças, facilitando ao
individuo e ao grupo o sustento do bem-estar, a melhoramento de suas capacidades e estilos
de vida, visando o enfrentamento da doença que é o alcoolismo.
Na ótica de Jamar e Breu (2011) o enfermeiro deve restringir seu papel em
atividades de prevenção ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas, inserindo-se como
profissional atuante, participando de forma autónoma, interagindo com outros profissionais,
no manuseio e assistência aos usuários de álcool.
Por sua vez Gonçalves e Tavares (2007) defendem que os enfermeiros devem atuar
na prevenção de promoção a saúde partir da prática de educação em saúde tais como:
palestras para a comunidade, escolas, igrejas e visitas domiciliar levando a expansão do seu
papel profissional nesse campo.
1.11. Níveis de prevenção
A prevenção do álcool objetiva a precaução dos problemas relacionado ao consumo
do álcool, é garantir que os filiados de uma dada população não abusem do álcool e
consequentemente não causem danos pessoais e sociais relacionados ao consumo excessivo.
A história da doença é composta por três níveis, a prevenção primária, a prevenção
secundaria e por último a prevenção terciaria, deste modo torna-se essencial desenvolver
intervenções voltadas para a prevenção abrangendo trabalhos direcionados para os demais
aspetos que envolvem o usuário de substâncias, ou seja individuo e o meio social em que se
48
encontra. Essas ações preventivas podem acontecer em diferentes níveis, dependente da
população alvo e do perfil da intervenção (Ribeiro, 2008)
Sendo assim Noto e Golduroz (1999) considera o sistema de saúde é um processo
de formação perseverante e em desenvolvimento com o propósito de medrar a melhor
condição de saúde para as suas populações, contudo a sistema de saúde não é estática, sendo
assim deve acompanhar as necessidades e mudanças socioculturais.
Deste modo a prevenção visa prevenir o consumo nocivo ou a dependência em
indivíduos que apresenta um padrão de consumo de risco, reduzindo o número de casos,
investindo essencialmente na redução dos fatores de risco, assim como no desenvolvimento
dos fatores protetores (Lima & Ribeiro, 2008).
Assim a prática de saúde não se deve restringir apenas à saúde do individuo, pois se
amplia também a visão da atenção a saúde da população. Na ótica ampliada da saúde a
atenção à saúde é responsabilidade dos profissionais de saúde dentro de uma população
adoecida (Gomes, 2004).
Nesse sentido as ações dirigidas a essa população podem ser a nível preventivo ou
terapêutico. As ações devem abordar grupos ou organizações com interesses compartilhados
entre os participantes (Lima & Ribeiro, 2008).
Ainda Lima e Ribeiro (2008) afirmam que todas as ações individuais ou coletivos
devem ser intendidas nas suas três vertentes:
1. Vertical: busca intender a necessidade do individuo (desde a promoção até a
reabilitação).
2. Horizontal: mantendo as ações de atenção à saúde ao longo do tempo
(promovendo a saúde das pessoas).
3. Intersectorial: mantendo o sector extras saúde como a educação, segurança
para manter a promoção à saúde
Portanto quando se pensa na prevenção do consumo abusivo de álcool há que ter
em consideração o ser humano como todo, nesse sentido as ações devem ser concretizadas
ao fim de reaver para o usuário o que foi perdido, sentido de vida social desenvolver seus
valores e normas éticas baseado no respeito à pessoa em sua individualidade com todo o seu
costumo e tradição.
49
Prevenção primária
Na prevenção primária o objetivo é diminuir a probabilidade ou evitar o primeiro
consumo do álcool, é nessa fase que se inicia a educação para a promoção da saúde, a
informação e medidas sociais e legais. De acordo com Gomes (2014) esta prevenção
constitui ações destinadas ao desenvolvimento e bem-estar gerais no período pre-
patogenese, pois esse nível contribui para avaliar ações sobre o ambiente e o estilo de vida.
Segundo Almeida (2004) a prevenção primária engloba conjuntos de atividades que
visam evitar ou remover a exposição de um indivíduo ou uma população a um fator de risco
ou causalmente que se desenvolve um mecanismo patológico.
Sendo assim a finalidade da prevenção primária é reduzir a incidência da doença,
partir de controlo de fatores de risco ou casuais, ou reduzir o risco médio na população
(Almeida, 2004). Deste modo cabe aos profissionais de saúde primária oferecer intervenções
breve aos utentes cuja pontuação de AUDIT (alcohol use disorders identification teste) se
situa entre 8-15 ponto, ou seja, se o consumo de álcool for igual ou superior a 280g por
semana nos homens e 140g nas mulheres o que indica um consumo de risco (Lima &
Ribeiro, 2008).
Portanto Almeida (2004) define as intervenções breves como práticas cuja
finalidade é identificar a ação de um problema relacionado com o álcool real ou potencial,
no sentido de motivar o individuo a tomar uma atitude visando a resolução do problema
relacionado com o álcool.
Ainda segundo Lima e Ribeiro (2008) uma pontuação na AUDIT (alcohol use
disorders identification teste) que se põe entre esse valor 8-15 geralmente indica um
consumo de risco, podendo incluir utente que o seu uso atual seja nocivo ou dependente. O
aconselhamento breve pode abarcar as seguintes informações:
- Informar o utente que o seu atual padrão de consumo de álcool coloca-o na categoria de
consumo de risco associado ao consumo contínuo de álcool;
- Proporcionar o estabelecimento de objetivos pelo utente no sentido de alterar o seu padrão
de consumo;
- Encorajar o utente mostrando que um consumo de risco não é sinónimo de dependência
alcoólico e que é possível alterar o padrão;
50
- Dar conhecimento ao utente do risco pessoal para os problemas ligados ao consumo de
álcool;
- Sugerir meios para modificação do comportamento, técnicas de coping e materiais de
autoajudas;
- Encorajar auto motivação e otimismo.
Os cuidados de saúde primária abrangem o tratamento de diversos problemas físicos
e mentais semelhantes, torna-se indispensável abordar e agir as causas que levam os doentes
a consumir bebidas alcoólicas, assumindo particular importância acarretados pelo terciário
(Galduroz, 1999). Nesse contexto a enfermagem deve atuar no sentido de traçar estratégias
que visa a prevenção do alcoolismo e consequentemente diminuição de distúrbios mentais e
físicos (Townsend, 2011).
As intervenções breves revelam ser eficácia nos cuidados de saúde primária quando
os utentes não ostentem dependência alcoólica, só é possível uma abordagem preventiva se
forem inquiridos todos os utentes adultos relativamente ao consumo excessivo, e se esta não
for viável, pode-se considerar uma alternativa o rastreio de situações pacíficos ou de grupos
de alto risco (Noto & Golduroz, 1999).
Assim, as informações não tenham tido muito sucesso enquanto medidas
preventivas quando aplicada isoladamente, uma vez que ela seja capaz de mudar alguns
conceitos, mas não implica necessariamente uma mudança de comportamento (Ribeiro,
2008).
No âmbito da prevenção primária, o método informativo é o centro das ações,
portanto a equipa de enfermagem a partir de prática educativa adequada pode exercer papel
relevante na medida que visa formar agentes multiplicadores de saúde (Lopes et al, 2007).
Portanto nessa fase os enfermeiros devem focar nos grupos de maior risco de se
tornarem alcoólatra e planear estratégias adequadas de modo a sensibilizar os indivíduos aos
hábitos saudáveis fundamentado em programas educacionais (Townsend, 2011).
Prevenção secundária
A prevenção secundária é a fase em que se evita estabelecer o estado de
dependência. Está indicado as pessoas que já apresentam contacto com o álcool, ou seja, um
padrão de consumos esporádicos ou abuso repentino.
51
Nesse sentido Nota e Golduroz (1999) carateriza essa fase como um conjunto de
ações que buscam a ocorrência de complicações de pessoas que fazem uso casual de drogas
e que ostentam um nível relativamente baixa de problemas. Essas ações buscam sensibilizar
os a respeito dos riscos, favorecendo a mudanças de comportamentos através do aprendizado
de novas atitudes e escolhas responsáveis.
De certo modo a prevenção secundaria a sua finalidade é a deteção precoce de um
problema de saúde num individuo ou numa população, de modo a condicionar
favoravelmente a sua evolução (Gomes, 2004).
Pois é nesta fase que se enquadra os rastreios e os achados de casos, todos
direcionam a identificar indivíduos presumivelmente doentes assintomáticos relativamente
em situação em estudo (Almeida, 2004).
Deste modo os rastreios são de caráter comunitária enquanto os achados de casos
direcionam a indivíduos sob cuidados médicos. Os achados de casos geralmente a iniciativa
é do individuo e nos rastreios são dos serviços de saúde (Almeida, 2004).
Os rastreios aplicam-se as doenças crónicas que progridem para estádios
progressivamente mais graves a não ser que sejam tratadas, com o propósito de reduzir a
mortalidade ou morbidade por um determinado doença no grupo rastreado. Em contrapartida
os achados constam numa deteção oportunista da doença ou seus fatores de riscos em
individuo que consulta o médico por outros problemas (Ribeiro, 2008).
Por considerar a multiplicidade de atuação de enfermagem diariamente, os
enfermeiros se destacam como um grupo de profissionais que deparam com usuários de
álcool, segundo Figlie et al (2005) os enfermeiros ou os membros da equipe nos cuidados
primários utilizam várias estruturas que são baseados na prática clínica, visando incorporar a
história do uso da substância que certamente orienta a coleta das informações necessárias
para estruturar uma adequada proposta de intervenção.
Ainda segundo os mesmos autores Figlie et al (2005) os enfermeiros na maioria das
vezes como líder do grupo, cabe a função de submeter o utente a uma breve entrevista de
saúde e histórico psicossocial tais como:
- Avaliação física e mental (exame físico de enfermagem, exame psíquico);
- Investigação de uso de substâncias psicoativas no passado e ou recentemente;
- Diagnóstico da Síndrome de Dependência Alcoólica (CID-10);
52
- Avaliação do padrão de consumo alcoólico (frequência de uso, quantidade, último dia de
consumo, tipo de bebida mais utilizada, horários que bebe com maior frequência);
- Avaliação dos sintomas de abstinência (tremores, sudorese, entre outros).
Logo o enfermeiro tem o dever de detetar possíveis sinais e sintomas do alcoolismo
na sua fase inicial e prestar tratamento, ou encaminhamento de pessoas para outros serviços
quando a necessidade se centra fora do sector da enfermagem (Townsend, 2011).
Se as intervenções de enfermagem acontecerem atempadamente há maior
possibilidade de se evitar que a pessoa entre num estado de dependência. Assim, a
prevenção secundaria consiste na intervenção rápida para evitar o estado de dependência
(Towsend, 2011).
Prevenção terciaria
A prevenção terciaria tem por finalidade reduzir a prevalência das incapacidades
crónicas em uma população, ou seja, reduzir ao mínimo possível as dificuldades funcionais
às doenças causado por álcool, deste modo incluindo as medidas terapêutica e a reabilitação.
Nesse sentido esta prevenção tem por finalidade reduzir os custos sociais e
económicos dos estados de doenças na população a partir da recapacitação e reintegração
precoce e da potenciação da capacidade funcional dos restantes indivíduos. A prevenção
terciaria inclui o tratamento e o controlo das doenças crónicas, sendo assim este nível
corresponde a gestão dos estados da doença (Almeida, 2004).
Neste nível buscam melhorar a qualidade de vida dos doentes alcoólatras junto a
família, ao trabalho e a comunidade. Nessa etapa as ações desenvolvidas abrangem a
identificação e o lidar com casos emergentes como (síndrome de abstinência, overdose,
tentativas de suicídio entre outros) ou encaminhamento de pacientes portadores de
problemas que necessitam de um atendimento especializado. Envolve também o
encaminhamento familiar e o auxílio na reabilitação social dos alcoólatras (Gomes, 2004).
De acordo com schenker e Minayo (2004) a prevenção terciaria é um nível em que
se deve atuar ajuntamento com o usuário bem como os familiares, encorajando o dependente
a se engajar no tratamento e orientando os familiares no sentido de que a sua participação é
fundamental para a recuperação do seu membro dependente de álcool.
Sendo assim quanto maior o suporte que uma alcoólatra possa agrupar maiores são
as oportunidades de manutenção de abstinência bem como mudança de comportamento,
53
nesse sentido Schenker e Minayo (2004) evidencia que os enfermeiros devem disponibilizar
os seguintes cuidados com vista a recuperação do utente e dos seus membros familiares:
- Controlar de forma seguro os sinais e sintomas (físicos e psicológicos) de síndrome de
abstinência do álcool;
- Atender as necessidades humanas básicas (conforto, dignidade, autoestima, cuidados
básicos de saúde) entre outros;
- Apoiar o usuário no processo de mudança de comportamento;
- Auxiliar na medicação prescrita e monitorização dos sinais vitais;
- Fornecer informações e orientações como lidar com a dependência químico, objetivando a
melhora nas relações familiares e adequação de condutas;
- Proporcionar meios para que os familiares sensibilizem o dependente para recuperação;
- Sensibilizar os próprios familiares quanto aos aspetos emocionais, permitindo que
examinem atitudes de recaída.
Assim a enfermagem tem a função de ajudar o individuo alcoólatra na reintegração
social, no qual as intervenções são no sentido de tornar o individuo mais independente
possível. Ainda de acordo com Towsend (2011) o papel da enfermagem é auxiliar o utente a
conhecer ou reaprender comportamento social apropriado de modo a que consegue obter um
papel satisfatória na comunidade.
1.12. Rastreio e diagnóstico precoce
É de grande valia a utilização de instrumentos que ajudam na deteção de
substâncias psicoativas de modo a fazer uma avaliação do risco decorrente do consumo
dessas substâncias. Para uma avaliação do consumo de álcool pode-se utilizar a AUDIT
(anexo II) mediante as consultas de saúde familiar bem como noutros serviços comunitários.
Esse instrumento já referido é de grande relevância na medida que permite o
profissional de saúde identificar e informar o utente sobre o uso nocivo e a necessidade de
mudar o seu padrão de consumo.
Para Ministério Saúde Brasil (2010) o diagnóstico precoce implica abordagem de
individuo ou grupo que já apresenta sinais e sintomas de uma doença enquanto o rastreio é
uma ação dirigida à uma população assintomática na fase subclínica do problema em
questão.
54
Por sua vez o Ministério Saúde Portugal (2013) considera que o diagnóstico
precoce envolve a deteção do consumo do álcool antes que esta evolua em todas as suas
dimensões, diagnosticando através dos seus sintomas e sinais.
Ainda a mesma fonte Ministério saúde Portugal (2013) sustenta que o rastreio
implica detetar antecipadamente problemas de saúde ou fatores de risco com a finalidade de
prevenir o agravamento da situação ou presença de outros problemas decorrente do consumo
de álcool.
Sendo assim o rastreio não implica um diagnóstico, mas sim uma avaliação
antecipada do estado de saúde do utente através de sinais e sintomas presente antes que o
individuo ou profissional de saúde o identifique naturalmente. O rastreio é aplicado a
população pré-definido ou risco potencialmente aumentado (Ministério Saúde Brasil, 2010).
Durante o rastreio deve obedecer alguns critérios importantes em três dimensões:
doença ou condição de saúde, teste de rastreio utilizado, diagnóstico e tratamento
(Ministério Saúde Brasil, 2010)
Segundo Direcção Geral de Saúde (2015) o rastreio dispõe de quatro fases para a
avaliação e indicação de intervenção para o uso de substâncias:
Fase 1 - Avaliar o uso de substâncias:
a) Nível e padrão de consumo.
b) Aplicar escalas ou questionários relacionados com consumo e grau de
dependência.
Fase 2 - Avaliar os problemas relacionados com o uso de substâncias:
a) Problemas clínicos (físicos e mentais).
b) Problemas de funcionamento social.
c) Problemas relacionados com a dependência
Fase 3 - Aconselhe uma estratégia adequada.
Fase 4 - Monitorize a evolução do cliente.
Para fazer uma avaliação do uso nocivo e dependência alcoólica recomenda -se
AUDIT que é um questionário de fácil compreensão, dispõem de dez questões (anexo II)
que indica a existência de nível de risco relacionado ao consumo, foca-se no uso recente de
álcool, providência informações que possibilita dar feedback ao utente, ajuda na
55
recomendação de intervenções necessária, além de mais é um instrumento consistente com
classificação no CID-10 (Organização Mundial de Saúde, 2006).
As questões de AUDIT são referentes aos últimos 12 meses, em que as três
primeiras perguntas são relativamente a quantidade e frequência do uso regular ou eventual
de álcool, os três subsequentes investigam sintomas de dependência e os quatros terminais
abarcam os problemas recente relacionado ao consumo de álcool (Direção Geral de Saúde,
2015).
O escore varia de 0/40 pontos e a sua pontuação pode ser feita de várias formas,
contudo a direção geral de saúde Portugal (2015) vem propondo quatro níveis de escore para
AUDIT fazendo assim uma intervenção breve no contexto da atenção primaria à saúde por
parte dos profissionais de saúde. Tem-se verificado também uma necessidade de codificar
um padrão de consumo tanto para os homens como para as mulheres, sendo assim os níveis
de riscos variam de acordo com o sexo.
Quadro 2: Níveis de riscos e intervenções do alcoolismo segundo pontuação de AUDIT
Fonte: (Direcção geral de Saúde Portugal, 2015)
A avaliação de AUDIT é mais adequada quando o potencial risco envolvido no uso
de substâncias não está ainda identificado. É útil nos cuidados primários de saúde ou noutros
Níveis de riscos e respectivas intervenções
Resultado de AUDIT Níveis de riscos Situações identificadas Intervenções preconizada
0-7 Consumo de baixo risco Zona I Educação
8-15 Zona II Consumo de risco Orientação (Advice)
16-19 Zona III Consumo de alto risco
Orientação +
Aconselhamento +
monitorização
20-40 Zona IV Dependência Encaminhamento para
especialista
56
serviços na comunidade (serviços de orientação em estabelecimentos de ensino ou laborais,
comissões de dissuasão) Ministério Saúde Portugal (2013).
De acordo com APA (2000), para fazer um diagnóstico de dependência alcoólica é
necessário três ou mais das seguintes manifestações:
Um desejo forte ou senso de compulsão para consumir a substância;
Dificuldade em controlar o comportamento de consumir a substância em termos de
início, término;
Níveis de consumo e estado de abstinência quando o uso da substância cessou ou foi
reduzido.
Portanto o consumidor de risco é uma pessoa com pontuação entre oito a quinze
pontos nas dez perguntas do questionário da AUDIT. Sendo assim deve ser colhido histórias
clinicas por exemplo eventos traumáticos assim como pesquisar sinais físicos relacionado
(OMS, 2010).
Caso não seja encontrados sinais e sintomas de problemas relacionado com o álcool
deve ser disponibilizado aconselhamento simples, por outro lado caso seja encontrado sinais
e sintomas significa que o utente apresenta um consumo nocivo de álcool (Direção Geral de
Saúde Portugal, 2015).
Nesse sentido se o utente apresentar sinais e sintomas cabe aos enfermeiros
disponibilizar aconselhamento ou intervenções breves para os consumidores de riscos de
acordo com as características ou fase do ciclo de mudança em que o utente se encontra
(Direção geral de saúde Portugal, 2015).
Fase de pré-contemplação: nesta fase o objetivo é disponibilizar informações
pertinente de modo a consciencializar o individuo do problema relacionado com
o consumo de álcool levando o utente a uma perceção do risco que o
comportamento atual pode ter.
Fase de contemplação: nesta fase o objetivo centra na importância de vantagens e
desvantagem de mudar de padrão de consumo.
Assim, a primeira fase é quando o individuo não tem conhecimento dos problemas
envolvente relativamente ao álcool e a segunda fase é quando o individuo já reconhece a
existência do problema, mas ainda não pensa em modificar o seu padrão de consumo.
57
De acordo com Ministério Saúde Portugal (2013) se o consumo não reduzir ou a
pontuação de utente for superior ou igual a vinte pontos no AUDIT deve ser feito o
encaminhamento as consultas especializadas com os seguintes propósitos:
1. Saber históricos clínicos do utente;
2. Saber o resultado de deteção precoce;
3. Fazer uma avaliação de intervenção breve;
Conclui-se então que o rastreio e o diagnóstico servem de apoio na medida em
que permite disponibilizar uma intervenção adequada que dê respostas as necessidades de
cada doente em particular. Pois o rastreio do álcool tem-se revelado de grande importância
na identificação de indivíduos com dependência de álcool e consequentemente
encaminhamento para tratamento especializado (Monteiro et al, 2011).
1.13. Diagnóstico de enfermagem segundo NANDA / NIC
O enfermeiro tem-se efetuado os seus cuidados e intervenções apoiando num
referencial metodológica designado processo de enfermagem e que por outro lado se apoia
no modelo científico. Pois Barros (2009) refere que os diagnósticos e as intervenções de
enfermagem têm-se revelado um método de ajuda bastante importante para que os
enfermeiros, com esses métodos as ações dos enfermeiros são sistematizadas por etapas de
modo a serem operacionalizadas. Contudo a organização e a sistematização são ações
indispensáveis ao ser humano para que metas e resultados possam ser atingindo.
A assistência de enfermagem requer uma apreciação das condições de saúde de
cada utente, de modo a saber a gravidade, a instabilidade e complexidade de cada um deles.
Por tanto a equipa de enfermagem carece de um saber ordenado para dar respostas as
demandas da saúde, juntamente com os demais membros da equipa de saúde, de modo a
promover os melhores resultados aos pacientes (Ferreira et al, 20016).
Nesse contexto os mesmos autores Ferreira et al (2016), consideram o diagnóstico
de NANDA pertinente uma vez que esse descreve os cuidados e práticas de enfermagem
como um fenómeno padronizado de interesse dos enfermeiros.
O processo de enfermagem faculta a identificação das condições apresentados pelos
pacientes que necessita de intervenções de enfermagem e a tomada de decisão terapêutica
58
mais adequada, de modo a atingir os resultados pelo qual é a responsabilidade dos
enfermeiros (Barros, 2009).
O diagnóstico de enfermagem é definido pela NANDA (2012/2014) como uma
avaliação clínica sobre a resposta de um indivíduo, uma família ou uma comunidade com
ligação a problemas de saúde reais ou potenciais/ processos de vida que provêm a base para
uma terapia decisiva que procura adquirir resultados nos quais a enfermagem é
indispensável.
Segundo Barros (2009, p. 865) “a intervenção de enfermagem é qualquer
tratamento baseado no julgamento e no conhecimento clínico realizado por um enfermeiro
para melhorar os resultados dos pacientes”.
Sendo assim achou-se pertinente a elaboração do seguinte quadro para a
apresentação dos possíveis diagnósticos de enfermagem relativamente ao consumo de álcool
segundo a taxonomia de (NANDA) North American Nursing Diagnosis Association. Sale
realçar ainda que encontra-se no apêndice I um quadro relativamente ao diagnóstico de
enfermagem segundo NANDA juntamente com as intervenções de enfermagem segundo
NIC mais detalhadamente.
Quadro 3: Diagnóstico de enfermagem segundo NANDA
Diagnóstico de enfermagem segundo intervenções de NANDA
Paternidade ou maternidade alterado
Potencia para trauma
Interação social prejudicado
Processo familiar alterado
Nutrição alterado
Processo de pensamento alterado
Negação
Fonte: Elaboração própria
Por fim para se obter resultados positivos em relação ao consumo abusivo de
álcool, as intervenções devem focar ideias construtivas, direcionada à população alvo,
considerando as necessidades e características biopsicossociais destas pessoas.
59
1.14. Modalidade de tratamentos para as perturbações relacionadas com o
consumo de álcool
Atualmente as substâncias psicotrópicas principalmente o álcool tem despertado o
interesse dos psiquiatras devido sobretudo a factores de ordem científica e profissional
devido a avanços dos conhecimentos neurobiológicos no que se refere às bases
etiopatogénicas do alcoolismo e dependências, assim como aos tratamentos farmacológicos
e psicoterapêuticos.
De certo modo a dependência de álcool geralmente apresenta um impacto profundo
na vida dos indivíduos e também daqueles que estão ao seu redor, sendo assim dado a sua
complexidade os programas de tratamento devem ser multidisciplinares para atender as
necessidades do paciente quer nos aspetos sociais, psicológico, profissional e até mesmo
jurídicas (Rocha, 2009).
Deste modo na avaliação do utente pode englobar diversos profissionais de saúde
tais como, médicos, psicólogos, enfermeiros, psiquiátricos, assistentes sociais, educadores
ocupacionais entre outros (Rocha, 2009).
A ideia da avaliação dos tratamentos em todos os países é bastante clara, pois todos
concordam que não há uma forma de tratamento única e ideal para todas as pessoas com
problemas devidos ao uso do álcool. A escolha do melhor tratamento depende de um
diagnóstico precoce e apropriado, e isso resulta de uma metodologia de avaliação apropriado
(Laranjeiro et al, 2000).
Nesse sentido os mesmos autores Laranjeiro et al (2000), defendem que não existe
uma forma singular de tratamento, nem a melhor. Deste modo, a ideia de cuidar do utente
segundo suas particularidades pessoais e o tipo de abordagem vêm dirigindo os diferentes
serviços na busca de uma efetividade satisfatória e de uma melhor relação custo-benefício.
O tratamento ambulatório é uma intervenção não intensiva, menos estruturada, em
relação à internação, pois utiliza menos recursos, é segura e menos dispendiosa, sendo
considerada a mais popularmente difundida, tratando 90% dos utentes dependentes de
álcool. Para pacientes com síndrome de abstinência leve ou moderada, sem comorbidades
clínicas ou psiquiátricas graves, essa intervenção é adequada e sem riscos (Gomes, 2004).
60
Desta forma o tratamento ambulatório é menos estigmatizante, promovendo a
manutenção do indivíduo no seu sistema familiar, social e profissional, além de possibilitar a
participação mais ativa da família no tratamento (Gomes, 2004).
O tratamento hospital é um tratamento mais estruturado e intensivo, portanto mais
custoso, mas tem- se mostrado tão efetivo como o ambulatório. Está indicado para pacientes
com síndrome de abstinência grave em casos de comorbidades clínicas ou psiquiátricas
graves com remissão prolongada em dependentes graves que não se beneficiaram de outras
intervenções, para aqueles que usam múltiplas substâncias psicotrópicas, e também para
aqueles que apresentam comportamento auto ou hetera agressivo (Chagas et al, 2013).
Alcoólicos anónimos
O Alcoólicos anónimos (AA) é uma grande organização de autoajuda para o
tratamento do alcoolismo. Foi fundada em 1935 por dois alcoólatras – um corretor da bolsa
chamado Bill Wilson e um médico, Dr. Bob Smith, que descobriram que poderiam
permanecer sóbrios apoiando-se mutuamente (Townsend, 2011).
Isto não foi alcançado como profissionais, mas sim como pares capazes de
partilhar experiencias comuns. Em breve estavam a trabalhar com outros alcoólatras, que por
sua vez trabalhavam com outros. O movimento cresceu notavelmente, indivíduos que
tinham sido tratados sem êxito por profissionais conseguiam permanecer sóbrios ajudando-
se uns aos outros (Townsend, 2011).
Assim a associação cabo-verdiana de prevenção do alcoolismo (ACPA) foi criada
em 2008 por iniciativa de um grupo terapêutico do hospital Agostinho Neto como forma de
alertar a sociedade para os problemas ligados ao consumo do álcool. Desde então tem vindo
a promover algumas iniciativas sobre o problema do alcoolismo (ACPA, 2012).
Sendo assim o consumo de álcool é das práticas mais correntes e por ventura das
mais prejudiciais a saúde dos Cabo-verdianos, neste sentido há necessidade de um maior
controlo da qualidade das bebidas (Pires, 2008).
Portanto Vasconcelos e Neves (2010) reforçam a importância da enfermagem no
auxílio aos utentes alcoólatras, realçam também a necessidade de um atendimento
sistematizada da assistência de enfermagem em todos os níveis de cuidados. Ainda de
acordo com os mesmos autores Vasconcelos e Neves (2010) durante o atendimento dos
utentes alcoólatras os enfermeiros devem perfilhar as seguintes conduta:
61
- O enfermeiro deve tranquilizar o utente;
- Não fazendo exigências ou pedir decisões;
- Acalmar o paciente usando frases curtas e instruções concisas;
- Ficar atento à própria preocupação e evitar ansiedade reciproca;
- Transmitir uma sensação de compreensão hepática;
- Proporcionar a garantia de que uma solução pode ser encontrada;
- Proporcionar medidas físicas para auxiliar o relaxamento (banhos mornos, massagens,
músicas);
- Proporcionar oportunidade para exercícios;
- Ensinar interrupções de ansiedade para que sejam usados quando as situações stressantes
não puderem ser evitadas;
- Incentivar a expressão dos sentimentos,
- Escutar as queixar, modificar a auto expectativas excessivas e irreais;
- Fornecer informações confiante e esclarecer qualquer mal-entendido.
Farmacoterapia
Conforme Rocha (2009) várias medicações têm sido usadas para diminuir a
intensidade dos sintomas no individuo que se encontram em abstinência do álcool e outras
substâncias ou que esta experienciar os efeitos do uso excessivo destas. Pode ser necessária
terapia de substituição para reduzir os efeitos de intoxicação ou abstinência de algumas
substâncias. A intensidade da síndrome de abstinência depende da substância específica
usada, há quanto tempo é usada, da dose usada e da velocidade em que a substância é
eliminada do corpo.
No entanto para o tratamento farmacológico serão apresentados abaixo alguns
fármacos a serem utilizados no tratamento de abstinência alcoólica:
a) Benzodiazepinicos: são os agentes farmacoterapêuticos para prevenção e o tratamento dos
sinais e sintomas de abstinência do álcool, onde um regime típico inclui:
Consultas diárias por 5 a 10 dias param avaliações clínicas, múltiplas vitaminas e
farmacoterapia com Benzodiazepinicos de longa ação: Clonazepan, Clordiazepoxido
ou Diazepam;
62
Dosagem medicamentosa suficiente no primeiro dia de tratamento para avaliar os
sintomas de abstinência. As doses devem ser ajustadas se os sintomas de abstinência
aumentarem ou se o paciente reclamar de sedação excessiva;
Dose inicial de 25 a 50mg de Clordiazepoxido ou 10mg de Diazepam administrados
de 6/6 horas;
Os Benzodiazepinicos geralmente são suficientes para acalmar pacientes agitados,
porem, alguns pacientes podem necessitar de Barbitúricos por via endovenosa para controlar
uma agitação extrema. Disulfiram é a mais eficaz quando utilizado em um ambiente clínico
que enfatiza a abstinência e ofereça um mecanismo que assegure que a medicação seja
tomada. A adesão a droga pode ser bem-sucedida dando-lhe a medicação em intervalos de 3
a 4 dias no consultório do médico, ou no centro de tratamento, ou fazendo com que o
membro da família administra o medicamento.
O Disulfiram inibe uma enzima-chave, a aldeído desidrogenasse, envolvida na
quebra do álcool etílico. Após beber, a reação álcool -Disulfiram produz um aumento da
taxa de Acetaldeído no sangue, que é tóxico e produz enrubescimento facial, taquicardia,
hipotensão, náuseas e vómitos, e desconforto físico. A dose usual de Disulfiram é de
250mg/dia.
Deste modo o tratamento com fármacos é um método empregado com a finalidade
de tratar utentes com dependência alcoólica, visando a reintegração à sua vida social, assim
o enfermeiro deve estar apto na sua profissão para lidar com os problemas relacionado com
o alcoolismo, assim as classificações das intervenções de enfermagem (2004) apresentam
algumas intervenções prestados aos utentes na fase de desintoxicação alcoólica:
- Monitorar sinais vitais durante a retirada de álcool;
- Criar um ambiente de baixo estimulação para favorecer a desintoxicação;
- Administrar anticonvulcivantes ou sedativos, quando adequado;
- Monitorar delirium trems;
- Medicar para aliviar desconforto físico, conforme a necessidade;
- Tratar as alucinações de forma terapêutica;
- Administrar terapias com vitaminas;
- Monitorar a hipertensão e taquicardia;
- Monitorar convulsão, crise e depressão ou estimulação do sistema nervoso central;
63
- Monitorar o consumo escondido.
Assim ressalta a importância do conceito de cuidado, sendo este compreendido
como uma relação entre o enfermeiro e a pessoa, visto como um ato que envolve o saber
científico e prática de habilidades técnicas para a obtenção de uma meta de saúde. Portanto o
enfermeiro pode dar atenção especializada à saúde do alcoólatra que envolve intervenções
terapêuticas bem como nas ações que lhes são de competência como prestar assistência
domiciliaria sempre que necessária (Reis et al, 2014).
Aconselhamento
O aconselhamento é a base individual, é frequentemente usado para ajudar clientes
que abusam de álcool. A relação é dirigida aos objetivos e a duração do aconselhamento
pode variar de semanas a anos. O foco é na realidade atual, no desenvolvimento de uma
relação de tratamento operacional e no fortalecimento das capacidades do ego. O
conselheiro deve ser caloroso, gentil e não criticar, porém, tem de ser capaz de estabelecer
limites de maneira firme (Souza, Menandro & Menandro, 2015).
Segundo Townsend (2011) a característica principal dos terapeutas que influencia o
resultado do tratamento parece ser o funcionamento interpessoal, incluindo a empatia,
genuinidade e respeito pelos utentes da parte do terapeuta.
O cliente que abusa de álcool passa por vários níveis, cada qual sem duração
determinada. No primeiro nível é conduzida a avaliação, são reunidos dados reais para
determinar se o cliente tem mesmo um problema com álcool, ou seja, se o consumo esta a
comprometer periodicamente o funcionamento eficaz em uma área considerável da vida
(APA, 2000).
Portanto após a avaliação o enfermeiro ajuda o individuo a trabalhar na aceitação
do facto de que o uso de álcool causa problemas em áreas significativas da vida e de que este
não é capaz de impedir que ocorram. Os indivíduos com problemas menores de origem
recente relacionados com álcool têm menos dificuldade com o tratamento em relação com
perturbações de longo prazo (APA, 2000).
Deste modo uma vez identificado o problema o cliente deve ter um plano concreto
e viável para atravessar as primeiras semanas de abstinência, deste modo o aconselhamento
inclui frequentemente a família ou membros específicos da família (Patrício, 2006).
64
Sendo assim no aconselhamento familiar, o enfermeiro ou o profissional de saúde
envolvente tenta ajudar cada membro a ver como efetuou o comportamento do indivíduo
que abusa de álcool e como foi afetado por ele. As forças da família são movimentadas e os
membros da família são encorajados a deslocar numa direção positiva (Patrício, 2006).
Assim para além de aconselhamento familiar cabe aos enfermeiros disponibilizar
informações sobre a substância, orientar a família acerca de como lidar com a dependência e
disponibilizar meios para que eles se sensibilizem com o problema (CISA, 2013).
Terapia sistémica
Este tipo de terapia é há muito tempo considerado como um poderoso agente de
mudança em grupos. Os indivíduos são capazes de partilhar as suas experiencia com outros
que atravessam problemas semelhantes, São capazes de se rever nos outros e confrontar as
suas defesas sobre deixar o álcool, pois podem confrontar atitudes e defesas semelhantes nos
outros (Vargas, 2006).
Entretanto a terapia sistémica é dirigida à natureza interdependente do
relacionamento familiar e essas podendo influenciar relações (positiva ou negativamente) a
doença, no contexto da família como um sistema. O objetivo do tratamento é intervir nos
padrões de relações entre cada membro da família de modo a gerar mudanças positivas para
todo o núcleo (CISA, 2013).
Desta forma os cuidados de enfermagem oferecida a um núcleo familiar adoecida
dependem da necessidade do utente e da capacidade do profissional envolvido. Pois os
enfermeiros desempenham um papel fundamental na recuperação e integração destes
doentes alcoólatras na medida em que devem ajudar os familiares a reavaliar sua postura
frente ao utente, é também uma forma dos familiares receber apoio e amparo, reduzir a
probabilidade de recaída e promover estilos de vida saudáveis (Schenker & Minayo, 2004).
Terapia cognitivo-comportamental (familiar e de casal)
As interações familiares podem ser consideradas um meio de reforço
comportamento para o individuo alcoólatras, essa abordagem tem como finalidade alterar
comportamentos que atuam como gatilho para o uso de álcool, melhorar a comunicação
entre os membros da família e fortalecer e aumentar habilidades sociais (CISA, 2013).
65
Vale ressaltar que muitas vezes a família adoece juntamente com o dependente, é o
fenómeno chamado de codependência. Em termos gerais ela é descrita como uma relação
disfuncional entre o utente e o familiar, na qual o familiar passa a se preocupar mais com o
dependente do que consigo mesmo, sentindo-se dominado pelas suas necessidades e desejos.
Com o tempo, esse padrão de pensamentos e comportamentos pode se tornar compulsivo e
prejudicial como se a pessoa se tornasse dependente do dependente (Nacional Instituto on
Drug Abuse, 2009).
Assim, a família desempenha um papel importante no tratamento da dependência
do álcool, já que auxilia na aderência, permanência, na superação de dificuldades
decorrentes do processo e no estabelecimento de um novo estilo de vida sem o uso do
álcool. Por último, a família também pode ajudar a equipe multidisciplinar identificando
mudanças comportamentais (Gomes, 2004).
Deste modo considera a família o ponto de suporte tanto na prevenção do uso
nocivo de álcool e em situações em que a doença já se encontra instalada. Muitas vezes o
tratamento inicia-se pela família porque em alguns casos o usuário de álcool não aceita o seu
problema (Souza, Menandro & Menandro, 2015).
Sendo assim a família é a pessoa mais responsável com o problema e a figura que
dispõem de recursos para auxiliar o membro usuário de álcool, desde que corretamente
estimulada e assistida, sendo assim toda a família tem sua participação de responsabilidade
pelo problema apresentado. As características próprias de proximidade e convivência da
família revelam maior circunstância para acompanhar o processo saúde-doença dos seus
membros com problema (Azevedo & Miranda, 2010).
Nesse contexto torna-se essencial enfatizar o papel do enfermeiro na desintoxicação
do usuário e no relacionamento entre os seus familiares durante esse processo de reabilitação
(Schenker & Minayo, 2004):
O enfermeiro deve auxiliar o utente no reconhecimento de situações que podem
provocar o uso abusivo de álcool;
Intervir nos padrões de interação familiar desajustadas ao longo da relação e do
tratamento visando mudança de comportamento;
Ajudar a melhorar a relação do grupo familiar através do aperfeiçoamento da
comunicação e o ensinamento e na retenção dos familiares no tratamento;
66
Corrigir padrão de interação familiar desajustada com a finalidade de reduzir o
envolvimento do utente com uso abusivo de álcool;
Avaliar os efeitos de tratamento interativo para o utente e os seus familiares.
1.15. Teoria de enfermagem segundo modelo Nola Pender (promoção da
saúde)
Na elaboração deste trabalho não podia deixar de referenciar um modelo teórico de
enfermagem, sendo assim Nola Pender apresenta o modelo teórico que mais se adapta com a
temática em estudo, uma vez que a promoção da saúde tem sido entendida como uma
estratégia promissora para enfrentar os numerosos problemas de saúde, nomeadamente o
alcoolismo que afetam as populações humanas e seus entornos.
A teoria de promoção da saúde de Nola Pender centra na adesão de hábitos
saudáveis de vida por meio de ações educativas. O modelo de pender surgiu com o intuito de
integrar a enfermagem à ciência do comportamento, identificando os fatores que influenciam
comportamentos saudáveis, para além de explorar o processo biopsicossocial que motiva o
individuo para engajarem em comportamento produtores de saúde (Tomey & Alligood,
2004).
Assim, o modelo de promoção de saúde é considerado um modelo da enfermagem
pelo fato de ser usado para executar e avaliar ações de promoção de saúde, a partir das
atitudes que promove a saúde (Vitor, 2007).
Portanto ao longo dos anos, têm-se deparado com muitos problemas de saúde
diretamente relacionado com o comportamento de risco e entre elas o consumo excessivo de
álcool, que são possíveis de corrigir através de promoção da saúde, nesse contexto pender
tem atribuído uma grande importância nas ações dos indivíduos na prevenção da doença,
destacando assim os cuidados de enfermagem como a saúde ótima do individuo (Tomey &
Alligood, 2004).
Deste modo a melhor forma de mudar o comportamento das pessoas relativamente
ao consumo de álcool é trabalhar a nível da promoção da saúde, principalmente quando o
objeto em estudo se refere a comunidade, e é nesse cenário que o enpowermen e o
autocuidado têm sido muito utilizado, isto porque a promoção de saúde tem desenvolvido a
capacitação individual, comunitário e institucional relativamente ao álcool, com a intenção
67
de possibilitar a tomada de decisão benéfico e a participação efetiva no panejamento e
concretização de iniciativo, ratificando a qualidade de vida e a saúde (Ministério Saúde –
Brasil, 2011).
Sendo assim as maiores causas de doenças e mortalidade estão relacionadas com os
estilos de vida, como o consumo de álcool, o que significa que poderiam ser molificadas se
tomadas as opções corretas em relação à saúde. No entanto para atingir um estado de
completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e os grupos devem ser capazes de
identificar e realizar as suas exigências, satisfazendo as suas necessidades alterando ou
adaptando-se ao meio (Ministério Saúde Brasil, 2002).
Portanto durante as investigações pender sempre esforçou para criar uma equipa de
investigação interdisciplinar a fim de estudar e influenciar os comportamentos de promoção
de saúde dos indivíduos. No entanto desde o começo Pender teve sempre a visão de que o
individuo é o responsável pelo seu bem-estar físico e psicológico.
Assim comparando com os fatores que induzem o individuo ao consumo de álcool
pender durante a sua investigação defende que existe fatores que persuadem as
características individuais e as experiencias de cada um, estes fatores pessoais se dividem
em três categorias: biológicos, psicológicos e os socioculturais. Os biológicos incluem as
variáveis como a idade, e o sexo. As variáveis psicológicas são autoestima, automotivação, e
o estado de saúde percebido. As socioculturais as variáveis são raça, nível educacional,
status socioeconómico (Vítor, Lopes & Ximenes, 2005).
Diante dessa situação considera a saúde um estado positivo que enfatiza os meios
sociais e pessoais, bem como a aptidão física. A promoção de saúde não é cargo somente do
setor da saúde, pois vai além de estilo de vida saudável na rota de um bem-estar comum
(Fracolli & Almeida, 2011).
De tal modo que o utente desempenha um papel relevante na mudança do seu
padrão de consumo de álcool, a promoção da saúde proposto por Pender também enfatiza o
papel ativo do doente na gerência das condutas da saúde, modificando o contexto ambiental.
Pender destaca a família como a principal influência interpessoais, os pares e os prestadores
de cuidados de saúde como os principais determinantes de comportamento de saúde, não
afastando muito do alcoolismo em que os familiares têm uma grande influência no padrão de
consumo dos seus membros (Tomey & Alligood, 2004).
68
Sendo assim a enfermagem comunitária visa satisfazer as necessidades coletivas
através da identificação de problemas e gestão de interações dentro da comunidade e entre
comunidade e a sociedade, tornado os cuidados mais acessíveis às populações de maior risco
de consumo de álcool, capacitando cada um a ter um papel ativo na sua própria saúde
(Tomey & Alligood, 2004).
È fundamental que o enfermeiro reconhece as suas capacidades para responder às
carências da população, explorar novas alternativas, fazer adaptações nos projetos de
intervenções e promover a saúde das pessoas com problemas decorrente do consumo de
álcool (Ministério Saúde Brasil, 2011).
Assim, a promoção da saúde ocupava a posição secundário relativamente aos
cuidados de doença, e o ensino clinico era dirigido especialmente em contexto de cuidados
agudos. O modelo da promoção da saúde é importante nos cuidados de enfermagem, uma
vez que ele é aplicado ao longo do ciclo vital e vantajoso em vários contextos (Tomey &
Alligood, 2004). Neste contexto a promoção da saúde tem adquirido espaço nos cuidados da
enfermagem principalmente em enfermagem comutaria (Vítor, Lopes & Ximenes, 2005).
Pois o modelo da promoção é idêntico ao modelo de crenças na saúde, mas não se
delimita em explicar o comportamento da prevenção, sendo assim esses se desaprovam
porque a promoção de saúde não contém o medo ou ameaças como fonte de motivação para
o comportamento de saúde (Tomey & Alligood, 2004).
Desta forma conclui-se que o conhecimento que afeta o comportamento do ser
humano pode ser modificado por meio de ações de enfermagem, assim como o hábito de
consumo de álcool pode ser modificado consoante o desejo e o comportamento do
individuo. Ainda de acordo com os conteúdos expostos acima pode-se afirmar que são
vários os factores de vulnerabilidade, todas as pessoas que ingerem álcool tem possibilidade
de se tornar alcoólatra.
69
CAPÍTULO II - FASE METODOLÓGICA
70
2. Percurso metodológico
Após a exposição dos conceitos chave para a compreensão desta temática, segue a
fase metodológica que visa determinar as estratégias e os procedimentos utilizado para a
realização do presente trabalho, deste modo permite ao investigador encontrar respostas ao
problema por ele definido e comprovar ou não as questões levantadas. Segundo Fortim
(1999) a fase metodológica consiste num fenómeno em estudo, incluído num plano de
trabalho que conduzirá as atividades a serem realizados durante a investigação.
Pois é nesse capítulo que se apresenta o desenho metodológica utilizado durante o
trabalho, apresenta-se ainda o tipo de metodologia, a técnica e os instrumentos de colheita de
informações, a população alvo, a amostra, a técnica de amostragem assim como as questões
éticas de investigação. Deste modo o que determina uma correta pesquisa científica é a
escolha de uma metodologia de trabalho, que de acordo com Fortin (2009) é o conjunto dos
métodos e das técnicas que guiam a elaboração do processo de investigação científica.
Assim o percurso da fase metodológica determina os métodos utilizados para
alcançar respostas às questões de investigação colocadas. De fato a fase metodológica é
importante para garantir a credibilidade e a qualidade dos resultados de investigação, na
medida em que facilita o pesquisador á alcançar os objetivo proposto ao longo da pesquisa e
a descrever toda a trajetória do trabalho.
Para que fosse possível a elaboração deste trabalho demostrou ser importante fazer
o levantamento do problema em estudo, delinear o objetivo geral bem como o específico e
por último as hipóteses de investigação.
No entanto esta investigação só foi possível graças a um estudo de campo realizado
na comunidade de Telha, em que os resultados encontrados constituem um total de 699
indivíduos e 191 família, convém dizer ainda que entre esses 699 indivíduos apenas 481
indivíduos é que compõem o total da população em estudo, visto que um dos critérios de
inclusão é idade igual ou superior a 15 anos sendo assim os indivíduos nascido a partir de
2003 não fazem parte da população em estudo porque a idade é inferior a 15 anos.
71
2.1. Tipo de pesquisa
Todo e qualquer trabalho de investigação requerer uma metodologia de modo a
facilitar o pesquisador a alcançar os objetivos propostos, pois através dela é descrito como
será realizado a pesquisa. Portanto Fortin (2009) defende que o nível do conhecimento no
domínio em estudo determina a escolha do tipo de investigação. Saliente ainda que os
estudos descritivos visam denominar, classificar, descrever uma população ou
conceptualizar uma situação.
Tendo em conta as características da presente investigação, considerou-se
pertinente empregar um estudo de abordagem quantitativa do tipo descritivo, observacional,
transversal. Este estudo é o que mais se adequa a esta investigação, visto que o objetivo da
presente investigação é quantificar a prevalência de consumo de álcool num grupo de
indivíduos na comunidade de Telha de Tarrafal de São Nicolau.
Este estudo é quantitativo porque visa garantir a precisão dos resultados, pois
aumenta a margem de segurança para a comprovação de hipóteses ou dos problemas
levantados, além de mais é uma metodologia consistente com os pressupostos das ciências
biológicas, permitindo assim descrever a frequência do consumo de álcool relativamente ao
grupo em estudo.
Neste contexto Fortin (1999) refere o método de investigação quantitativa como um
processo sistemático de colheita de dados observáveis e quantificáveis que tem como
propósito contribuir para a evolução e consagração dos conhecimentos, garante também a
hipótese de generalizar os resultados, de predizer e de controlar os acontecimentos. Ainda
segundo a mesma autora a concretização, a predição, o controlo e a generalização são
características inerentes a esta abordagem.
Deste modo o que diferencia um estudo quantitativo de um qualitativo é o fato de
que na quantitativa o investigador procura conhecer melhor o fenómeno do exterior ou seja
de forma objetiva, enquanto na qualitativa o propósito principal do investigador é conhecer o
fenómeno na ponte vista do inquerido.
É descritivo na medida em que o propósito é observar, descrever e documentar
aspetos de uma situação, enfatizando aspetos mensuráveis sem entrar no mérito dos
conteúdos. Justifica ainda pelo fato de não haver nenhuma interferência por parte do
72
investigador cujo objetivo é descobrir a frequência que o fenómeno em estudo acontece que
nesse caso é o consumo de álcool num grupo de indivíduos numa comunidade. Ainda visa
identifica, registar e analisar características de fatores ou variáveis que estão relacionados
com o consumo de álcool.
Relativamente a pesquisa observacional é possível reunir informações como
condições dos indivíduos, atividades e condições ambientais para além disso envolve
instrumentos e protocolos que definem como será realizado a observação, tempo de duração
e registo dos dados. Entretanto ao longo do trabalho será avaliado se existe conexão entre os
fatores sociodemográficos e o consumo de álcool sem intervir diretamente na relação
analisada.
É transversal porque as observações e mensurações das variáveis de interesse são
feitas simultaneamente em um determinado ponto, não havendo seguimento dos indivíduos,
tendo em conta que a prevalência é o estudo de casos antigos e novos de uma nosologia num
determinado local e tempo, sendo assim é estática e essencialmente transversal. No entanto
durante o estudo interessa observar a causa e a consequência do alcoolismo num mesmo
momento histórico. Objetiva-se ainda determinar a frequência dos indivíduos que consomem
álcool e o índice de alcoolismo, por tanto é uma pesquisa comparativa direta.
Quanto aos procedimentos técnicos, este será realizado por meio de pesquisas
bibliográficas relacionado com o tema eleito para investigação. Deste modo, adotou-se uma
metodologia que busca descrever os conceitos já publicados constituídos principalmente de
livros e artigos. Assim foi possível aplicar questionário e posteriormente descrever os
resultados do estudo efetuado.
2.2. Instrumento de colheita de informações
Levando em consideração o objetivo em estudo achou-se pertinente utilizar um
questionário que compõem questões de escolha múltipla e perguntas fechadas (apêndice II),
onde este se divide em dois grupos em que a primeira parte retrata questões
sociodemográficas e a segunda parte é composto por questões sobre o indivíduo
relativamente ao álcool.
Segundo Fortin (1999) o questionário é um instrumento de medida que traduz os
objetivos de um estudo com variáveis mensuráveis, deste modo não permite aprofundar
73
tanto quanto a entrevista, mas permite um melhor controlo do enviesamento. Estes dados
foram levantados consoante o perfil sociodemográfico com variáveis dependentes (sexo,
idade, estado civil, escolaridade e ocupação), além das variáveis independentes que
identificassem o padrão de consumo de álcool e o motivo.
O período da coleta de dados ocorreu no mês de agosto de 2017 conforme o
cronograma (apêndice III), pela própria investigadora em dois momentos. No primeiro
momento foi a aplicação do questionário e o esclarecimento das dúvidas surgidas durante o
preenchimento e o segundo momento foi a recolha dos questionários uma vez que os
menores tiveram que levar para casa de modo a ter aprovação dos pais para a participação no
estudo .
No que desrespeita as questões elas foram elaboradas de forma clara e precisa, com
o propósito de dar resposta aos objetivos dessa investigação. É de salientar ainda que este
questionário foi adaptado com perguntas da AUDIT (alcohol use disorders identificativo
teste) (anexo II) que revelou ser de grande valia para a obtenção das informações chave.
Pois a AUDIT é um questionário breve composto por dez perguntas com pontuação
de 0-4 para cada pergunta, este foi elaborado pela OMS com o objetivo de rastreio e
intervenção no consumo de risco ou nocivo de álcool, cujo mesmo é recomendado pela DGS
(direção geral da saúde de Portugal). É um dos primeiros testes de rastreamento
desenvolvidos especificamente para utilização em serviços de atenção primária à saúde.
Entre as suas vantagens está o enfoque nos problemas atuais não apenas nas
identificações dos dependentes do álcool. Visa avaliar a possibilidade de danos físicos,
mentais ou sociais decorrentes do uso de álcool, verificou-se neste estudo padrões de uso de
risco, nocivo e dependência. Classificando estes padrões estabelecendo uma ocorrência entre
eles e as zonas de riscos, considerando que escores AUDIT superiores a 20 são sugestivos de
dependência alcoólica, para efeito de análise dos dados apresentados, a dependência do
álcool deve ser interpretada no decorrer desse estudo como provável dependência do álcool.
Os que obtiveram pontuação de zero a sete no AUDIT foram considerados como
consumidor de baixo risco e aqueles que obtiveram resultados acima de oito foram
classificados como consumo de risco a nocivo e por último as que obtiveram uma pontuação
igual ou superior a vinte como uma provável dependência. Por tanto esse instrumento
apresenta uma sensibilidade entre os 69 e os 95% e uma especificidade que varia entre os 71
74
e os 90%, permitem rastrear uma larga maioria da população, identificando grupos com
possíveis consumos de alto risco, abuso e dependência.
Posteriormente, este questionário foi validado pela orientadora do trabalho, de
modo a fazer a adequação e verificar a pertinência das questões relativamente á
problemática em estudos e aos objectivos, vale realçar ainda que esse questionário foi
testado num grupo de indivíduos que possuía as mesmas características da população em
estudo. No que tange a aplicação do questionário, este foi realizado no período de manha e
de tarde durante dois dias, a fim de abranger um maior número de pessoas tanto do sexo
feminino como masculino. Convém dizer ainda que o tempo médio no preenchimento do
questionário teve uma duração de vinte minutos cada
2.3. População e amostra
É de conhecimento de todos que a população é o conjunto de todos os elementos
em estudo, pois esses conceitos contrapõem-se à amostra que retrata apenas a uma parte
dessa população em estudo que se baseia para representar o todo.
Sendo assim na impossibilidade de estudar toda a população, estudou-se apenas
uma parte da população chamado amostra com a finalidade de representar toda a população.
A população alvo sobre o qual o estudo incidiu foi constituída por todos os indivíduos
residente na comunidade de Telha Tarrafal de São Nicolau com base num questionário, vale
ressaltar ainda que a população acessível foi 40 indivíduos.
Para a realização deste trabalho foram inquerido um total de 40 indivíduos, com
idade igual ou superior a 15 anos de ambos os sexos. A investigação foi desenvolvida
durante o mês de março a agosto de 2017 com a finalidade de saber com exatidão a
prevalência de consumo de bebida alcoólica num grupo de indivíduos da comunidade Telha.
O método de amostragem utilizada foi o não probabilístico deste modo não é
possível generalizar os resultados para a população, embora seja simples de organizar.
Optou-se ainda por essa amostragem devido aos elementos em estudo que são difíceis de
identificar e de contactar e também tendo em conta as razões éticas que impedem de se
identificar todos os elementos desse grupo, pelo qual se inqueriram apenas os voluntários.
Trata-se mais precisamente da amostragem por conivência, visto que as
informações foram recolhidas na comunidade junto a população que se apresentava no local
75
no momento da aplicação do questionário desde que esses indivíduos satisfizessem o critério
de seleção e aceitasse participar voluntariamente. Pois foram entrevistados indivíduos que
teve acesso imediato e direto desde que faziam parte da comunidade em estudo e acatasse os
critérios de inclusão.
De acordo Fortin (1999) a amostragem não probabilística é um procedimento em
que todos os elementos da população não tem a mesma probabilidade de ser escolhido para
fazer parte da amostra. Sendo assim não garante uma representatividade total da população.
Ainda segundo a mesma autora Fortin (1999) a amostragem por conveniência é composto
por sujeitos que são facilmente acessíveis e que estão presentes num local determinado,
salienta ainda que esse tipo de amostragem é utilizado embora os sujeitos acessíveis possam
ser diferentes da população alvo provocando assim o enviesamento.
A pesquisa teve como critério de inclusão, todas as pessoas residentes na
comunidade de Telha com idade igual ou superior a 15 anos, tanto do sexo feminino como
masculino, desde que voluntariamente quisessem participar do estudo. Foram excluídos do
estudo todos os indivíduos que no caso apresentam algum problema psicológico que o
impede de responder o questionário, indivíduos que apresentava alcoolizado no momento de
entrevista.
2.4. Caraterização do campo empírico
A delegacia de saúde situa-se na zona de Alto Fontainhas frente a uma praça
próximo a comunidade em estudo e é de fácil acesso. A delegacia é usada como referência e
presta cuidados de saúde a todo o município de Tarrafal mais precisamente sete zonas.
A infraestrutura física da delegacia de saúde de Tarrafal é constituída de uma
receção simples dividida em duas partes aleatórias em que a primeira parte compõe a entrada
da delegacia e a segunda parte é relativamente a parte traseira e que se encontra separadas
por um quintal.
Relativamente a primeira parte é constituída por duas casas de banho logo na
entrada principal sendo uma destinada aos homens e outra às mulheres, uma sala de reunião
e um refeitório ambos com acesso da parte externo como interno, duas salas médicas de
atendimento individual também com ingresso interno e externo, uma secretaria e de seguida
um portão cujo entrada leva a parte interna da delegacia e logo após essa entrada à esquerda
76
encontra-se uma farmácia, uma sala de tratamento com dois acessos e por último um posto
de atendimento as urgências e PMI (sala de planeamento familiar e atendimento às crianças)
que dispõem também de duas entrada.
A segunda é referente a parte interna dispondo assim de uma lavandaria ao lado de
um pequeno quintal utilizado para secar as roupas, seguindo ainda na mesma direção
encontra-se a maternidade e dentro dela a sala de parto, de seguida a pediatria e junto a sala
de enfermagem contém duas enfermarias um feminino e outro masculino, uma sala de
observação, um quarto destinado a isolamento, um quarto particular que é utilizado caso as
enfermarias não há espaço e finalizando com uma sala em que são feitas os atendimentos
por psicólogos.
No que tange a equipa de serviço é formado por 8 enfermeiros e uma enfermeira
chefe, dois médicos gerais, um psicólogo, uma fisioterapeuta, 6 auxiliares de limpeza geral,
4 agentes administrativos, um técnico farmacêutico e um diretor médico. Vale ressaltar
ainda que no momento encontra-se a estagiar alguns enfermeiros, alunos de enfermagem e
também uma aluna de fisioterapia.
A delegacia presta serviços a comunidade disponibilizando assim de alguns
técnicos de saúde que são contratados por um período de tempo para a pulvorizarão das
casas e ruas de modo a prevenir o paludismo. Como já foi referido anteriormente a delegacia
presta cuidados a sete zonas sendo assim são feitas as visitas de quinze em quinze dias todas
as quartas feiras com uma equipa composta por condutor da delegacia de saúde, um médico,
um enfermeiro que é responsável por PMI e técnico de farmácia. Geralmente as consultas
dentro da delegacia é feita pelo médico consoante as marcações, sendo maior parte dos
atendimentos feito pelos enfermeiros no banco de urgência e caso for necessário será
solicitado o atendimento dos médicos.
2.5. Procedimentos éticos do estudo
Referente aos procedimentos éticos, o presente estudo vai ao encontro com os
procedimentos éticos e deontológico seguindo os princípios do direito a autodeterminação,
direito a intimidade e o direito a anonimato.
77
Os questionários foram aplicados de forma individual e sigilosa, em nenhum
momento foi colocado em causa o direito do inquerido, portanto os participantes poderiam
retirar do estudo se assim o desejassem.
Este estudo teve a autorização do responsável pelo Centro de saúde de Tarrafal de
São Nicolau (apêndice IV) para o propósito de recolher dados e informações para dar
resposta as demandas das questões estabelecidas. O termo de consentimento informado
acompanhou o questionário, contemplava o objetivo de investigação e a importância da
participação dos inqueridos.
Após a recolha das informações os questionários foram codificados e as variáveis
estruturadas de modo a facilitar na introdução dos dados. Os dados foram processados
eletronicamente por meio do programa de dados para Windows em statistical packge for
social sciences versão 23 (SPSS) e com base nesse instrumento procedeu-se às análises
estatísticas das informações obtidas.
O statistical packge for social sciences (SPSS) é uma ferramenta informática que
permite realizar cálculos estatísticos complexos e visualizar em poucos segundos os
resultados. Esta aplicação torna a análise estatísticas de dados acessíveis para o utilizador
casual e conveniente para utilizador mais experiente. Assim o SPSS é um software
estatístico utilizado pelas mais diversas áreas científicas.
Sendo assim a maior vantagem de se utilizar o SPSS consiste em poder analisar
dados quantitativos de muitas formas diferentes e com grande rapidez a partir do momento
em que se adquire domínio sobre o programa.
78
CAPÍTULO III – FASE EMPÍRICA
79
3. Apresentação e interpretação dos resultados
Este capítulo tem por finalidade análise e interpretação dos resultados obtidos
durante a investigação, expõe os resultados alcançados a partir dos questionários e de
acordo com os objetivos traçados ao longo da investigação.
Para o efeito de tratamento dos dados foram inicialmente codificado os questionário
de modo a facilitar na introdução na base de dados, dando-se a cada questionário um
número de um a quarenta. Assim para o tratamento e análise descritiva das informações foi
utilizado o programa (SPSS) versão 23 (staistical Packager for the Sacional Sciens) por
meio do qual foram feitas comparações entre consumo de álcool, prevalência de consumo e
tipo de consumo em relação às variáveis sócio-demográficas (sexo, idade, ocupação, renda
familiar, escolaridade, estado civil).
Durante a introdução das respostas na base de dados foram levadas em
considerações as variáveis quantitativas e as variáveis qualitativas. Vale realçar ainda que
para avaliação do tipo de consumo foram analisados as respostas dos inqueridos
relativamente às questões de AUDIT de acordo com as pontuações obtidos por cada
inquerido
Após a introdução das respostas de cada questionário procedeu-se as análises
estatísticas no programa SPSS e de seguida foram transferidos os resultados da análise para
o programa Microsoft Office Excel 2010, permitindo assim a extracção dos gráficos com
um maior aspecto. A apresentação dos dados será efetuado através de gráficos, quadros e
tabelas, com o objectivo de facilitar a visão e a interpretação dos resultados.
3.1. Análise do inquérito aplicado
Durante a colheita de informações teve a necessidade de qualificar todos os
participantes. Estes foram qualificados quanto ao sexo, faixa etária, ocupação, habilitações
literário rendimento mensal estado civil. Foram escolhidas essas características por serem as
que melhor possibilitam apurar a semelhança com a população alvo.
80
Gráfico 1. Sexo
Fonte: Elaboração própria
Pode-se observar através do gráfico 1 que a amostra de 40 indivíduos (55%) é do
sexo masculino e (45%) do sexo feminino. Essa grande diferença deve ao fato de ter mais
participação e acesso ao sexo masculino do que feminino durante o inquérito, portanto há
um percentual maior dos homens inqueridos
Gráfico 2. Idade
Fonte: Elaboração própria
De acordo com o gráfico 2 foram inqueridos 20 indivíduos com idade
compreendida entre 15 /24 anos de idade, 10 entre 25/34 anos, 4 entre 35/44 anos, 4 entre
45/54 anos e 2 com mais de 65 anos de acordo com o gráfico 2.
55%
45%
Masculino
Feminino
0
5
10
15
20
15/24 25/34 35/44 45/54 mais de65
Série1 20 10 4 4 2
81
85%
10%
0% 5% 0%
solteiro
casado
divorciado
viuvo
uniao de facto
2%
60%
30%
8%
sem instrução
Ensino basico
Ensino secundaria
Ensino superior
Gráfico 3. Estado civil
Fonte: Elaboração própria
Em relação ao estado civil dos participantes podemos constatar através do
gráfico 3 que 85% são solteiros, 10% são casados, 5% são viúvos, 0% divorciados,
igualmente para união de fato com 0%.
Gráfico 4. Habilitações literária
Fonte: Elaboração própria
O gráfico 4 demostra que 60% dos participantes tem o ensino básico, o ensino
secundário corresponde a 30% dos participantes, ensino superior é representada por 8% e
2% encontra sem instruções.
82
Gráfico 5. Ocupação
Fonte: Elaboração própria
A maior parte dos inqueridos são trabalhadores com 50% o que pode ser
confirmado pelo gráfico 5 onde apresenta-se a ocupação dos participantes. Houve 27%
desempregados e 23% estudantes
Gráfico 6. Qual é o rendimento mensal da sua casa?
Fonte: Elaboração própria
No que tange ao rendimento mensal da casa dos inqueridos pode-se verificar que 19
indivíduos possui um salário mensal de 5000/10000 escudos, 11 indivíduos alegaram ter um
rendimento de 11000/15000 escudos, 5 indivíduos afirmaram receber uma quantia de
16000/20000 escudos, 4 indivíduos disseram que possuem mensalmente um valor de
21000/25000 escudos e ainda de acordo com o gráfico 6 constatou-se que 1 dos participantes
não respondeu a essa questão.
50%
27%
23%
trabalhador
desempregado
estudante
0
5
10
15
20
5000/10000
11000 /15000
16000/20000
21000/25000
ns/nr
Série1 19 11 5 4 1
83
77%
23%
sim
não
Gráfico 7. Atualmente consome bebidas alcoólicas?
Fonte: Elaboração própria
Ao analisar o consumo de bebidas alcoólicas, conforme o gráfico 7 observa-se uma
elevada percentagem 77% (31) dos inqueridos que relataram fazer o uso de bebidas
alcoólicas, 23% (9) dos inqueridos afirmaram não consumir álcool, o que corresponde a uma
memória num universo de 40 indivíduos.
Gráfico 8. O que levou a consumir bebidas alcoólicas?
Fonte: Elaboração própria
Tendo em conta o motivo de consumo muitos dos participantes referiram a
curiosidade e a diversão como fator de consumo. Referente ao gráfico 8 pode-se averiguar
que a curiosidade compõe o maior percentual com 52% dos inqueridos, de seguida a procura
de diversão com 48%, nenhum dos participantes apontaram a influência dos amigos e
problemas pessoais como motivo para o consumo.
52%
0% 0%
48%
0%
curiosidade
ser aceito no grupo
influencia dos amigos
procura de diversão
por problemas
84
Gráfico 9. Com quem consumiu a primeira bebida alcoólica?
Fonte: Elaboração própria
A partir dos dados do gráfico 9 verifica-se que o primeiro consumo dos
inqueridos aconteceu na companhia dos amigos o que corresponde 42%. Em relação a
companhia dos familiares para o consumo, esta é de 19%, pode-se constatar também que
39% dos inqueridos fizeram o consumo sozinho sem nenhuma parceria por parte dos
amigos, familiares ou namorado(a).
Gráfico 10. Em que altura do dia bebes?
Fonte: Elaboração própria
Dos inqueridos que consomem álcool pode-se apurar no gráfico 10 que 94%
consomo à noite, 3% consomo de manhã e os outros 3% são referentes à tarde. Portanto
esse maior número de consumo à noite pode estar relacionado com a saída com os
amigos ou então com a festa, visto que no gráfico 9 os amigos apresentam um papel de
destaque referente a companhia para o uso de álcool.
19%
39%
42%
0%
com familía
sozinho
com amigos
com namorado (a)
0% 3%
94%
3%
de manhã
à tarde
à noite
de manhã, tarde e noite
85
Gráfico 11. Das bebidas qual costuma consumir com maior frequência?
Fonte: Elaboração própria
Das bebidas consumidas pelos participantes, 42% revelaram o ponche como sendo
a bebida alcoólica predileta, 26% relataram a cerveja, 22% afirmam o vinho como a bebida
maior consumida e o grogue a menos consumida de entre os inqueridos com uma
percentagem de 10%.
Gráfico 12. Com que idade começaste a beber?
Fonte: Elaboração própria
O gráfico 12 apresenta resultados preocupantes em relação ao consumo de bebidas
alcoólicas pela primeira vez. Pois esses resultados demostraram que 6% dos inqueridos
experimentaram pela primeira vez na infância, 36% dos indivíduos fizeram o consumo na
pré-adolescência, 39% na adolescência e 19% na juventude.
22%
26% 42%
10%
vinho
cerveja
ponche
grogue
6%
36%
39%
19%
Antes dos 12 anos
Dos 12 aos 14 anos
Dos 15 aos 17 anos
Depois dos 18 anos
86
Gráfico 13. Em que contextos sociais costumam consumir bebidas alcoólicas?
Fonte: Elaboração própria
Dos inqueridos que disseram que consomem álcool 48% afirmaram consumir
durante as festas, 32% alegaram que só consomem álcool aos fins-de-semana, 10%
mencionaram que faz o uso de bebidas alcoólicas quando saem com os amigos, 10%
também mencionaram consumir diariamente o que pode ser constatado no gráfico 13.
Gráfico 14. Já alguma vez teve hospitalizado por consumo excessivo de álcool?
Fonte: Elaboração própria
Os resultados do gráfico 14 revelam que em decorrência de consumo 84% dos
participantes que consomem álcool nunca tiveram hospitalizado, 10% referiram que foram
hospitalizados exatamente uma vez, 3% afirmaram ter hospitalizado no máximo três vezes
devido ao álcool, outros 3% identicamente referenciaram que já foram hospitalizados mais
de três vezes.
48%
32%
10% 10%
festas
fins-de -semana
diariamente
saida com amigos
84%
10%
3% 0% 3%
nunca
1 vez
2 vezes
3 vezes
mais de 3 vezes
87
Gráfico 15. Quando consome álcool, como se costuma sentir?
Fonte: Elaboração própria
No que concede as sensações pelo consumo de álcool, 13% dos participantes
afirmaram não ter exposto quaisquer alterações, 45% revelaram comportamentos eufóricos,
29% alegam ter tido sensação de sono após a ingestão do álcool, 13% também dos
inqueridos revelaram ter apresentado alteações motora, relativamente a alteração visual não
houve percentagem.
Gráfico 16. Já alguma vez ficou ferido ou ficou alguém ferio por você ter bebido?
Fonte: Elaboração própria
Apoiando ao gráfico 16 os dados apresentados revelam que em decurso do consumo
77% dos participantes nunca apresentaram ferimentos ou ficou alguém ferido, 23%
revelaram ter reputado consequências a nível do ferimento.
13%
45%
0%
13%
29% sem alterações
euforico
alterção visual
alterção motora
sonolento
23%
77%
sim
não
88
Gráfico 17. Quando consomes bebidas alcoólicas, costumas ter relações sexuais sem
preservativo?
Fonte: Elaboração própria
Em relação ao uso de preservativos durante o ato sexual o grafico17 apresenta os
seguintes resultados, 39% dos inqueridos revelaram nunca ter tido contato sexual sem
preservativos após a ingestão do álcool, 22% dos inqueridos afirmam não ter usado
preservativos uma vez durante o ato sexual, 23% afirmaram não ter feito o uso de
preservativos pelo menos dois a três vezes, 16% relataram ter relações sexuais constantes
sem preservativos após a ingestão de bebidas alcoólicas.
Gráfico 18. Alguma vez consumiste álcool juntamente com outras substâncias?
Fonte: Elaboração própria
Relativamente a questão de consumo de bebidas alcoólicas juntamente com
outras substâncias ilícita pode-se constatar no gráfico 18 que a maioria 71% dos
consumidores de álcool afirmaram nunca ter feito o consumo com outras substâncias.
Portanto 29% dos consumidores revelaram ter feito o uso de outras drogas junto com o
álcool.
39%
22%
23%
16% nunca
1 vez
2 / 3 vezes
Frequentemente
29%
71%
sim
não
89
Gráfico 19. Alguma vez conduziste embriagado?
Fonte: Elaboração própria
A partir dos resultados expostos no gráfico 19 é de afirmar que 68% dos
participantes nunca teve contacto com o volante no momento de alcoolização, o que não
acontece com uma minoria de 32% dos consumidores que já conduziram sob o feito de
álcool.
Gráfico 20. Qual é a idade mínima em que deve ser permitido o consumo de bebidas
alcoólicas?
Fonte: Elaboração própria
No gráfico 20 a maioria dos consumidores assegura que a idade em que deve ser
feito o uso de bebidas alcoólicas é no mínimo dezoito anos correspondendo a uma
percentagem de 97%, contrapondo a estes consumidores uma minoria 3% quase
insignificante defende que o uso de bebidas alcoólicas devem ser permitido a partir dos
dezassete anos de idade.
32%
68%
sim
não
0% 0% 3%
97%
15 anos
16 anos
17 anos
18 anos
90
Gráfico 21. Opinião acerca dos preços das bebidas alcoólicas?
Fonte: Elaboração própria
Tendo em conta o gráfico 21 a cerca da opinião pessoal dos consumidores
comparativamente aos preços das bebidas alcoólicas nota-se que uma elevada percentual de
consumidores 65% é da opinião que o preço é razoável, 19% defende que o preço das
bebidas alcoólicas é barato, 7% é da opinião contraditório uma vez que ostentam que os
preços das bebidas são demasiado elevados, 6% alegaram que o preço é muito barato e 3%
dos consumidores consideram elevado o preço do álcool.
Gráfico 22. Do seu grupo de amigos, quantos consomem bebidas alcoólicas?
Fonte: Elaboração própria
Referente a quantidade dos amigos dos inqueridos que consomem álcool
representado pelo gráfico 22 pode-se averiguar um percentual esmagador de 45% dos
participantes afirmaram que mais de metade dos amigos consomem álcool, 29% assumiram
que todos os seus amigos fazem o uso de álcool, 13% relataram que menos de metade dos
seus amigos é que consomem álcool, 10% afirmaram que metade dos seus amigos
consomem álcool, os restantes 3% não responderam a essa questão.
7%
65%
6%
3% 19%
demasiado elevado
Rasoável
muito barato
elevado
barato
0%
13% 10%
45%
29%
3% nenhum
menos de metade
metade
mais de metade
todos
não sei
91
Gráfico 23. Que quantidade costuma beber num dia normal?
Fonte: Elaboração própria
No que tange a quantidade de consumo por dia pode-se conferir no gráfico 23 que
61% dos consumidores fazem o consumo de um a dois copos nos dias normais, 32%
mencionaram consumir no máximo três a quatro copos durante um dia normal e 7% dos
consumidores afirmaram ter ingerido num dia normal pelo menos cinco a seis copos.
Gráfico 24. Alguma vez teve necessidade de beber logo de manhã para curar ressaca?
Fonte: Elaboração própria
Dos inqueridos que consomem actualmente, 90% alegaram nunca ter experimentado
ressaca após o consumo, 7% já teve essa experiência no máximo um a dois vezes, 3%
declararam que a ressaca já faz parte do seu dia-a-dia.
61%
32%
7%
0% 0%
1 / 2 copos
3 /4 copos
5 / 6 copos
7 / 9 copos
10 ou mais copos por dia
90%
7% 3%
nunca
1 /2 vezes
Diariamente
92
Gráfico 25. Com que frequência não se lembrou do que aconteceu na noite anterior
por ter bebido?
Fonte: Elaboração própria
O gráfico 25 representa os resultados correspondentes a frequência do esquecimento
após terem ingerido álcool na noite anterior, onde 55% dos consumidores alegaram nunca
ter acontecido e os 45% teve o esquecimento dos acontecimentos no mínimo uma vez.
Gráfico 26. Consideras suficientes as informações disponibilizadas pela delegacia de
saúde relativamente as consequências causadas pelo álcool?
Fonte: Elaboração própria
De acordo com o gráfico 26 pode-se observar que maioria dos inqueridos 74%
afirmaram ser insuficientes as informações disponibilizadas pela delegacia de saúde em
relação aos efeitos do álcool, simplesmente 26% considera suficiente a informação
relativamente ao álcool por parte de delegacia.
55%
45%
0% 0%
nunca
1 vez
2/3 vezes
diariamente
26%
74%
sim
não
93
3.4 Cruzamento de variáveis
Para que pudesse relacionar a prevalência de consumo de álcool e os fatores em
estudos relativamente aos indivíduos inqueridos, foi necessário recorrer ao cruzamento das
variáveis.
Tabela 1: Relação entre o consumo atual e o sexo
Atualmente consome bebida alcoólica Total
Sim Não
Sexo Masculino 20 2 22
Feminino 11 7 18
Total 31 9 40
Fonte: Elaboração própria
Analisando a relação entre o sexo e a prevalência de consumo atual de álcool
(tabela 1), 20 dos inqueridos que consomem álcool são do sexo masculino e 11 são do sexo
feminino componde um total de 31 indivíduos consumidores de álcool. Ainda de acordo
com a mesma tabela pode-se averiguar que dos inqueridos que não fazem o uso de álcool 2
são do sexo masculino e 7 são do sexo feminino.
Desses inqueridos que relataram consumir álcool, 94% confirmaram ingerir bebidas
alcoólicas preferencialmente à noite, 3% referiram fazer o uso de bebias alcoólicas à tarde e
nos três períodos do dia 3% também relataram fazer o uso de álcool.
De entre as bebidas consumidas por esses inqueridos o gráfico 11 mostra que as
bebidas predilectas é o ponche com 13 (42%) dos inqueridos, no segundo lugar a cerveja 8
(26%) dos inqueridos, de seguida o vinho com 7 (22%) dos participantes e por último o
grogue a menos consumida com 3 (10%) dos inqueridos.
Esses dados estão em consonância com os disponibilizados pela Delegacia de
Saúde de Tarrafal (anexo I), onde se pode constatar que a maior parte dos utentes que deram
entrada nessa Delegacia são do sexo masculino 27 e 2 do sexo feminino.
Portanto um estudo feito no município de Bebedouro, região Noroeste do Estado de
São Paulo os dados demostraram que as dependências alcoólicas se caracterizam em sua
maioria no sexo masculino com uma percentagem de 71,6% (Vargas, Oliveira & Araújo,
2009).
94
Tabela 2: Relação entre o consumo actual e a idade
Atualmente consome bebidas
alcoólicas
Total
Sim Não
Idade 15/24 18 2 20
25/34 8 2 10
35/44 3 1 4
45/54 1 3 4
55/64 0 0 0
Maior ou
igual a 65
1 1 2
Total 31 9 40
Fonte: Elaboração Própria
A tabela 2 exibe o cruzamento entre a faixa etária e o consumo atual das bebidas
alcoólicas, podendo assim constatar que o maior consumo se encontra na faixa etária de
15/24 anos com 18 indivíduos. Em relação aos grupos etários observou-se uma tendência de
diminuição conforme a relação de idade, com isso pode-se constatar um consumo precoce e
exagerado de bebidas alcoólicas nos adolescentes. Conforme o estudo feito por Vargas,
Oliveira e Araújo (2009), a prevalência de consumo predomina na faixa etária de 20/39 anos
de idade com uma percentagem 44,6%, o que não se afasta muito das faixas etárias de maior
consumo no presente estudo.
O consumo de álcool vêm crescendo entre os adolescentes, pelo qual acredita ser
de grande importância promover acções preventivas direccionada a essa camada acometida
por esse flagelo, assim de acordo com Junqueira et al, 2013 consumo de bebidas alcoólicas
por adolescentes traz consequências negativas diversas, tais como: problemas no estudo,
prática de sexo sem proteção e acidentes relacionados ao consumo de álcool.
95
Tabela 3: Relação entre o rendimento mensal e o consumo
Actualmente consome
bebida alcoólica
Total
Sim Não
Rendimento mensal da
sua casa
5000 /10000 14 5 19
11000 / 15000 10 1 11
16000 /20000 4 1 5
21000 /25000 3 1 4
Ns/Nr 0 1 1
Total 31 9 40
Fonte: Elaboração própria
Observando a tabela 3 verifica-se que o rendimento mensal familiar dos
consumidores é de 5000/10000 escudos representado maioritariamente por 14 inqueridos, de
seguida uma quantia de 11000/15000 escudos representa o valor mensal familiar de 10
inqueridos, 4 inqueridos referiram ter um salário mensal familiar de 16000/20000 escudos, 3
dos participantes apresenta um rendimento mensal de 21000/25000 escudos.
Portanto observando o consumo atual e o rendimento mensal das famílias nota-se
que quanto maior for o rendimento mensal dessas famílias menor é o consumo de bebidas
alcoólicas. Entretanto pode-se considerar o baixo rendimento mensal um provável fator de
consumo.
Deste modo chega-se a uma conclusão de acordo com os dados da tabela 3 que o
consumo prevalece no seio dos familiares com o menor rendimento mensal. Assim ao longo
da pesquisa foi referenciado que 2% do rendimento mensal das famílias são destinadas ao
consumo de bebidas alcoólicas igualmente as despesas de saúde e o dobro gastado com a
educação (INE, 2002).
96
Tabela 4: Relação entre o consumo, ocupação e sexo
Actualmente consome bebida
alcoólica
Ocupação Total
Trabalhador Desemprego Estudante
Sim Sexo Masculino 12 3 5 20
Feminino 4 3 4 11
Total 16 6 9 31
Fonte: Elaboração própria
Ao fazer a relação entre a ocupação, consumo e o sexo ( tabela 4 ) apurou-se que o
maior número dos consumidores são trabalhadores com 16 inqueridos, já os desempregados
apresentam uma proporção de 6 inqueridos usuários de álcool e os estudantes ocupam uma
posição relativamente acima dos desempregados com 9 inqueridos consumidores regulares
de bebidas alcoólicas 5 masculino e 4 feminino.
Portanto não foi encontrado nenhuma relação entre o desemprego e o consumo de
álcool, pelo que neste caso não se pode afirmar o desemprego como um fator de consumo.
No entanto o que se pode constatar é que o consumo pode ser feito por diferentes ocupações.
Referente a tabela 4 dados apontam para os trabalhadores com o maior consumo e
predominantemente no sexo masculino, isto pode ser justificado pelo fato de terem um
rendimento mensal facilitando a aquisição de bebidas alcoólicas. Ao analisar o consumo de
bebidas alcoólicas pelos estudantes, conforme a mesma tabela observa-se que esta ocupa a
posição secundária, pelo qual essa posição pode estar associada pela facilidade de compra e
oferecimento de bebidas alcoólicas, sobre tudo pelos colegas.
Ainda o outro fator que pode estar associado ao consumo de álcool pelos
estudantes, é fato de este facilita a integração nos grupos de amigos segundo dados da tabela
20 (anexo III) representada por um percentual esmagador de 45% dos inqueridos afirmando
o álcool como fator de socialização entre grupos.
97
Tabela 5: Relação entre o motivo de consumo e o contexto social
Fonte: Elaboração próprio
A tabela 5 demostra a relação entre o motivo de consumo e o contexto social pelo
qual os inqueridos afirmaram ter feito o uso de bebidas alcoólicas. Dos 31 indivíduos que
relataram ter hábitos etílicos 16 asseguram ter feito o uso por curiosidade e 15 sustenta a
procura de diversão como motivo para o consumo de bebidas alcoólicas.
Constata-se ainda que os indivíduos que fizeram o consumo por curiosidade 9
experimentaram na festa e 7 nos fins-de-semana, os que relataram ter feito a experimentação
com a procura de diversão nota-se que 6 dos inqueridos fizeram o uso de bebidas alcoólicas
na festa, 3 nos fins-de semana, 3 alegaram consumir diariamente e 3 afirmaram ter
experimentado com os amigos.
Relativamente aos indivíduos que alegaram consumir diariamente com o propósito
de divertir é um fato bastante preocupante, na medida em que os danos causado pelo uso de
álcool são claramente relacionados ao padrão de consumo, sendo eles a quantidade e a
frequência. Assim, quanto mais uma pessoa bebe, maior o risco de provocar ou sofrer danos.
Entretanto a curiosidade e a procura de diversão são um fator a ser considerado na
experimentação inicial de consumo de bebidas alcoólicas. Segundo Neves, Teixeira e
Ferreira (2015) a diversão, a companhia dos amigos e a fuga de realidade são os principais
fatores para o consumo de álcool.
O que levou a consumir álcool Total
Curiosidade Procura de diversão
Em que contexto social
costuma consumir álcool
Festas 9 6 15
Fins-de -
semana
7 3 10
Diariamente 0 3 3
Saída com
amigos
0 3 3
Total 16 15 31
98
Sendo assim a facilidade de acesso incentiva o consumo de álcool apesar de
conhecerem alguns dos riscos, consomem as bebidas geralmente em grupo (Neves, Teixeira
& Ferreira, 2015)
Tabela 6: Relação entre sexo e o contexto social de consumo
Em que contexto social costuma consumir álcool
Total
Festas Fins-de
semana
Diariamente Saída com
amigos
Sexo Masculino 7 9 3 1 20
Feminino 8 1 0 2 11
Total 15 10 3 3 31
Fonte: Elaboração própria
Analisando os dados da tabela 6 pode-se observar que relativamente ao contexto
social de consumo no ambiente festivo tem o maior consumo de bebidas alcoólicas no sexo
feminino do que sexo masculino, podendo assim dizer que as mulheres têm feito o maior
uso de bebidas alcoólicas durante as festas e os homens nos fins-de-semana. Vale realçar
ainda que os amigos mostraram exercer maior influência no sexo feminino do que nos
masculinos.
É importante considerar que aspetos como suporte social, lazer e cultura local
possam exercer influência sobre o modo de beber das pessoas (Vargas, Oliveira & Araújo,
2009). Segundo dados da pesquisa feito por Neves, Oliveira e Ferreira (2015), a
predominância de consumo pela primeira vez foi nas festas com amigos e na casa dos
parentes durante as festas familiares
Correlacionando os dados da tabela 6 e os da tabela 20 disponibilizado na (anexo
III) observa-se que 13% dos inqueridos concordaram totalmente e 33% concordaram
parcialmente que beber é a forma mais agradável de festejar, e quanto a afirmação de festas
serem mais divertidas se tiverem álcool 35% concordaram totalmente e 23% concordaram
parcialmente.
Assim, a partir dos resultados expostos pode-se afirmar que há relação direta entre
o consumo e o contexto social, nomeadamente o ambiente festivo. Ainda segundo boletem
99
oficial de combate contra problemas ligado ao álcool (2012/2016) o consumo de bebidas
alcoólicas esta intimamente ligado ao ambiente festivo, comemorativo e confraternização
Tabela 7: Relação entre sexo e idade do primeiro consumo
Sexo Total
Masculino Feminino
Com que idade
começaste a beber
Antes dos 12 anos 2 0 2
Dos 12 aos 14 anos 8 3 11
Dos 15 aos 17 anos 6 6 12
Depois dos 18 anos 4 2 6
Total 20 11 31
Fonte: Elaboração própria
Na tabela 7 apresenta resultados em relação ao consumo de bebidas alcoólicas pela
primeira vez pelos inqueridos. Relacionando com o quadro 4 observa-se que dos 31
inqueridos que responderam sim, ou seja, que fazem o uso de bebidas alcoólicas, assim
pode-se concluir que esses indivíduos experimentaram álcool precocemente entre a faixa
etária de 12 aos 14 anos e dos 15 aos 17 anos de idade.
Ainda na tabela 7 pode-se apurar que 2 dos inqueridos do sexo masculino referiram
ter feito o primeiro consumo na infância antes dos 12 anos, 11 dos inqueridos também
relataram ter consumido na fase de pré-adolescência para adolescência dos 12 aos 14 anos
com 8 indivíduos do sexo masculino e 3 feminino, já na fase de adolescência é que se avista
com o maior consumo inicial de bebidas alcoólicas com 12 inqueridos distribuindo assim 6
indivíduos cada para ambos os sexos, depois dos 18 anos nota-se uma baixa incidência para
o inicio do primeiro consumo de bebidas alcoólicas representado na tabela 7 por 6
indivíduos, 4 masculino e 2 feminino.
De acordo com o gráfico 20 observa-se que mais de metade 97% dos inqueridos é
da opinião que o consumo de bebidas alcoólicas deve ser iniciado a partir dos 18 anos, mas
constata-se que na prática esses participantes têm feito tudo oposto, iniciando o consumo
cada vez mais cede. O estudo apresentado por Neves, Oliveira e Ferreira (2015), demostra
100
que a idade que ocorreu o primeiro contato com bebidas alcoólicas variou entre 9 a 17 anos
de idade.
A partir dos dados nota-se que o inicio precoce das bebidas alcoólicas sobressai
mais no sexo masculino do que no sexo feminino, entretanto um estudo Brasileiro
evidenciou que 12,3% das pessoas com idade entre 12 e 65 anos são dependentes de álcool
(Vargas, Oliveira & Araújo, 2009).
Tabela 8: Relação entre sexo e hospitalização por consumo de álcool
Já teve hospitalizado por consumo excessivo
de álcool
Total
Nunca 1 Vez 2 Vezes Mais de 3
vezes
Sexo Masculino 16 2 1 1 20
Feminino 10 1 0 0 11
Total 26 3 1 1 31
Fonte: Elaboração própria
No que se refere as internações por consomo de bebidas alcoólicas a tabela 8
demostra que a maioria (26) dos inqueridos dos dois sexos responderam nunca ter
hospitalizado devido a essa substância, 3 dos inqueridos já teve hospitalizado uma vez
derivada ao álcool, 1 afirmou ter hospitalizado duas vezes por consumo excessivo de
álcool e 1 dos inqueridos declarou ter hospitalizado mais de três vezes subsequente as
bebidas alcoólicas.
Somando o número de vezes de internações chega-se a uma conclusão que houve a
mesma quantia de indivíduos hospitalizado de ambos os sexos referente ao consumo
abusivo de bebidas alcoólicas.
Confrontando esses resultados com os da Delegacia de saúde nota-se uma diferença
a nível de internamento por sexo, tendo o maior número de intermeto por parte dos
homens com 27 casos e 2 mulheres.
De acordo com Noto e Gorduroz (1999), os atendimentos hospitalares provocados
pelo abuso de psicotrópicos, tanto nos hospitais como nas clínicas psiquiátricas apontam
o álcool como responsável por cerca de 90% das internações por dependência.
101
Tabela 9: Relação entre o efeito de consumo e o sexo
Sexo Total
Masculino Feminino
Como se costuma
sentir quando
consome álcool
Sem
alterações
3 1 4
Eufórico 9 5 14
Alteração
motora
2 2 4
Sonolento 6 3 9
Total 20 11 31
Fonte: Elaboração própria
A partir da tabela 9 confirma-se que o feito mais produzido após a ingestão de
bebidas alcoólicas é a sensação de euforia, referido por 9 indivíduos do sexo masculino e
5 indivíduos do sexo feminino.
O segundo efeito mais produzido é a sonolência com 6 inqueridos do sexo
masculino e 3 do sexo feminino, a alteração motora foi referenciado por 4 indivíduos 2
cada de ambos os sexos e 3 dos inqueridos do sexo masculino alegaram nunca ter
experimento essas sensações perante o consumo de bebidas alcoólicas. Portanto esses
indivíduos ao exporem esses efeitos após a ingestão de bebidas alcoólicas já apresentam-
se no estado de embriaguez ou seja apresentam um padrão de consumo para além das
normas.
Sendo assim a maioria dos comportamentos que coloca em risco a ordem pública
ocorre em estados de embriaguez, estando os crimes mais graves praticados nos casos de
embriaguez patológica (Vargas, 2002).
Durante o efeito de álcool o indivíduo pode apresentar fala arrastada,
descoordenação motora, diminuição de capacidade de julgamento, aumento de
autoconfiança, desinibição, sonolência e euforia. Em recompensação o estado de humor por
sua vez pode ficar retraído, relaxado ou até mesmo violento (Monteiro et al, 2011).
Carvalho (2003) classifica como o consumo adotado de substâncias com atuação
psicotrópica tem progredido com as culturas e que, embora num primeiro momento
proceda causando euforia, estímulos, oferecer efeito anestésico e inebriante, num
102
segundo instante incita em dependência e tolerância, apresentando elevados riscos
biopsicossociais imediatos.
Tabela 10: Relação entre idade e companhia do primeiro consumo
Idade Total
15/24 25/34 35/44 45/54 75/84
Com quem
consumiu a
primeira
bebida
alcoólica
Com
família
4 0 0 1 1 6
Sozinho 5 5 2 0 0 12
Com
amigos
9 3 1 0 0 13
Total 18 8 3 1 1 31
Fonte: Elaboração própria
Relativamente a companhia do primeiro consumo tabela 10 apresenta que a maioria
dos inqueridos já experimentou pela primeira vez na companhia dos amigos adicionando
uma quantia de 13 indivíduos. O consumo sozinho ocupa a segunda posição com 12
indivíduos e o consumo na assistência dos familiares revela uma quantidade de 6 indivíduos
Observando a idade de companhia do primeiro consumo nota-se que esses
inqueridos fizeram o uso de maior consumo no intervalo de 15/24 anos apresentado por 18
inqueridos em que 4 foi na companhia dos familiares, 5 sozinho e 9 com os amigos.
Com base nesses dados obtidos comprova que os amigos exercem uma grande
influência na experimentação do primeiro consumo de bebidas alcoólicas. Estes dados estão
em consonância com a literatura, pois estas têm revelado um dos fatores que mais tem
contribuído para o consumo na adolescência, assumindo deste modo o lugar de destaque
entre os fatores de consumo (Carvalho, Lemos, Raimundo, Costa & Cardoso 2007).
Os resultados do gráfico 22 serve para fortalecer a influência dos amigos em
relação ao uso inicia de bebidas alcoólicas, portanto 45% dos inqueridos relataram que mais
de metade dos seus amigos consomem bebidas alcoólicas, 29% relataram que todos os seus
amigos fazem uso de álcool, 10% relataram que menos de metade é que consome álcool, 13
% referiram que metade dos seus amigos é que consome bebidas alcoólicas e 3% não sabe
dizer a quantidade de amigos que fazerem o uso de bebidas alcoólicas.
Entretanto o consumo de bebidas alcoólicas confecionadas pelos amigos pode
intervir de uma forma direta ou indireta na experimentação inicial de consumo de bebidas
103
alcoólicas. Pois a necessidade de sentir aceito pelo grupo de amigos ou até mesmo a
necessidade de se afirmar no grupo pode levar com que surge a ingestão precoce de bebidas
alcoólicas.
Tabela 11: Relação entre sexo e quantidade de consumo por dia
Que quantidade costuma beber
por dia
Total
1 / 2 Copos 3 /4 Copos 5 / 6 Copos
Sexo Masculino 11 7 2 20
Feminino 8 3 0 11
Total 19 10 2 31
Fonte: Elaboração própria
Analisando a quantidade de ingestão de bebidas alcoólicas (tabela 11) observa-se
que 19 dos inqueridos consomem 1 a 2 copos padrão por dial, sendo maior no sexo
masculino com 11 inqueridos e 8 femininos, em relação aos que consomem 3 a 4 copos por
dia foi representado por 10 inqueridos de ambos os sexos,7 masculino e 3 feminino e 2 dos
inqueridos do sexo masculino é que relataram fazer o uso de 5 a 6 copos por dia (bing
drinking).
Observa-se ainda que os 19 inqueridos que fazem o consumo de 1 a 2 copos padrão
de bebidas alcoólicas por dia apresentam um consumo de baixo risco ou abstensos, já os que
consomem 3 a 4 copos diário os 3 indivíduos do sexo feminino apresenta um consumo de
alto risco e os 7 inqueridos do sexo masculino apresentam um consumo moderado,
justificado pelo fato que a OMS define o consumo moderado não mais do que 4 dose por dia
e não mais do que 14 dose semanalmente para os homens e não mais do que 3 dose diário e
não mais do que 7 dose semanalmente para as mulheres.
Portanto é relevante considerar que aspectos como suporte social, lazer e cultura
local possam exercer influência sobre o modo de beber das pessoas, deste modo Ronzani et
al (2009) defendem que, quanto mais os jovens e adolescentes geram expectativas sobre os
efeitos prazerosos, maior será a frequência do consumo das bebidas alcoólicas e
consequentemente, a quantidades de doses consumidas.
Assim o beber constante pode originar em dependência, que uma vez instalada,
prejudica a habilidade pessoal de controlar a frequência e quantidade da bebida consumida
(Duailibi & Laranjeira, 2007).
104
Tabela 12: Relação entre sexo e ferimento por consome de álcool
Já ficaste alguma vez ou
alguém ficou ferido por você
ter bebido
Total
Sim Não
Sexo Masculino 5 15 20
Feminino 2 9 11
Total 7 24 31
Fonte: Elaboração Própria
Segundo a tabela 12 que representa o ferimento relativamente ao consumo
excessivo de álcool nota-se que 7 dos inqueridos referiram ter ferido ou alguém feriu por ele
ter feito o uso excessivo de bebidas alcoólicas e 24 dos inqueridos afirmaram nunca terem
ferido ou alguém ficou ferido por motivo decorrente ao consumo de álcool.
Nota-se ainda que relativamente aos que responderam sim a essa questão 5 são do
sexo masculino e 2 do sexo feminino e os que responderam não 15 são masculinos e 9
feminino.
Fazendo assim uma avaliação dos 7 indivíduos que referiram ter ferido ou alguém
já se ferio por ele ter feito o uso excessivo de bebidas alcoólicas, pode-se assim dizer que
esses inqueridos fazem o uso nocivo de bebidas alcoólicas.
Tabela 13: Relação entre sexo e consume de álcool com outras substância
Já consumiste álcool juntamente
com outra substância
Total
Sim Não
Sexo Masculino 5 15 20
Feminino 4 7 11
Total 9 22 31
Fonte: Elaboração própria
No que tange ao consumo de álcool juntamente com outras substâncias observa-se
na tabela 13 que 9 dos inqueridos referiram ter consumido substâncias ilícitas com o álcool,
5 masculino e 4 feminino. Por tanto a maioria dos indivíduos que referiram consumir álcool
22 inqueridos relataram não consumir outras sustâncias psicotrópicas simultaneamente com
as bebidas alcoólicas, 15 masculinos e 7 feminino.
As diferenças de modelo de consumo entre homens e mulheres, estando as drogas
ilícitas (maconha e cocaína) mais consumidas por homens, e os medicamentos psicotrópicos
105
(ansiolíticos, anfetaminas, entre outros) preferenciado pelas mulheres (Nota & Golduroz
1999).
Tabela 14: Relação entre sexo e uso de preservativo após a ingestão de álcool Costuma ter relação sexual sem preservativo quando
consome álcool
Total
Nunca 1 Vez 2 / 3 Vezes Frequentemente
Sexo Masculino 8 4 6 2 20
Feminino 4 3 1 3 11
Total 12 7 7 5 31
Fonte: Elaboração própria
Os resultados da tabela 14 revelam que em decorrência do consumo 31 (77%) dos
inqueridos que consomem álcool 12 nunca teve relação sexual sem preservativo, 7
afirmaram ter feito relação sexual desprotegida 2 a 3 vezes, 5 dos inqueridos também
alegaram ser frequente o ato de relação sexual sem preservativo após a ingestão de álcool e 7
responderam ter feito relação sexual uma única vez sem preservativo.
Nota-se um predomínio dos inqueridos do sexo masculino relativamente ao ato de
relação sexual sem preservativo durante e após a ingestão de bebidas alcoólicas.
Trindade e Correia (1999) asseguram que a utilização de álcool influência de forma
direta, a médio e a longo prazo, a diminuição do rendimento escolar, além de persuadir
condutas de risco para a saúde, no sector de comportamentos sexuais.
Segundo Duailibi e Laranjeira (2007) o álcool associa-se também com
comportamentos de alto risco, incluindo sexo inseguro com uma percentagem de 10,2%,
doenças sexualmente transmissíveis e o uso de outras substâncias psicoativas.
Tabela 15: Relação entre sexo e ressaca após a ingestão de álcool
Teve alguma vez a necessidade de beber logo
de manhã para curar ressaca
Total
Nunca 1 /2 Vezes Diariamente
Sexo Masculino 17 2 1 20
Feminino 11 0 0 11
Total 28 2 1 31
Fonte: Elaboração própria
Ao aumentar a dose e a frequência de ingestão de bebidas alcoólicas, ocorre uma
alteração fisiológica, conhecida como “ressaca”, que é um efeito adverso decorrente do uso
do álcool. Portanto observando a tabela 15 em relação a ressaca após a ingestão de bebidas
106
alcoólicas nota-se que 28 dos inqueridos responderam que nunca teve a necessidade de
beber logo de manhã para curar a ressaca, 2 referiram ter necessidade de beber pelo menos 1
a 2 vezes no dia seguinte e somente 1 dos participantes é que consome bebidas alcoólicas
diariamente com o propósito de curar a ressaca.
Pode-se constatar ainda que o uso de bebidas alcoólicas no dia seguinte com a
finalidade de curar uma ressaca ocorreu somente no sexo masculino com três casos. Portanto
em relação ao inquerido que faz o uso de bebidas alcoólicas diariamente com a finalidade de
curar a ressaca já se apresenta com uso com sintomas da dependência.
Segundo CISA (2013) a “ressaca” está associada a intoxicação aguda do álcool,
qualificada por efeitos adversos, sendo os mais comuns: cefaleias, náuseas, xerostomia,
desconforto gastroinstestinal, ocorridos após a ingestão e metabolização dependendo de
organismo para organismo
Tabela 16: Relação entre sexo e condução sobe efeito de álcool
Sexo
Total
Masculino Feminino
Já conduziste
embriagado
Sim 8 2 10
Não 12 9 21
Total 20 11 31
Fonte: Elaboração própria
Relacionando a condução sobe o efeito de álcool por sexo (tabela16) nota-se que 8
dos inqueridos do sexo masculino já conduziram alguma vez embriagado e 12 dos
inqueridos desse mesmo sexo nunca teve em contato com o volante sobe o feito do álcool.
Referente ao sexo feminino 2 dos inqueridos já conduziram embriagado e 9 mencionaram
nunca ter conduzido sobe o efeito de bebidas alcoólicas.
Noto e Golduroz (1999) apresentaram resultados de um estudo feito por associação
Brasileira dos departamentos de trânsitos em quatro capitais do Brasil em que 27,2% das
ocorrências examinado de vítimas de acidente de trânsitos, a dosagem de álcool ultrapassava
o valor de 0,6mg/l limite consentido pelo código nacional de trânsito.
Pesquisas apresentaram que os acidentes de transporte com viaturas motorizados,
após o uso de álcool matam uma pessoa a cada trinta minutos e ferem alguém a cada dois
minutos. (Gonçalves & Santos, 2014).
107
Referem Gonçalves & Santos (2014) que o uso do álcool compromete as funções
para a condução de viatura tais como: sistema motor óptica, visão periférica, processamento
de informações, memória, função vestibular e controle postural, o que possivelmente
favorece a situação de acidente.
Tabela 17: Relação entre sexo e satisfação das informações da delegacia de saúde
relativamente as implicações do álcool.
Consideras suficiente as
informações disponibilizado pela
delegacia de saúde sobre álcool
Total
Sim Não
Sexo Masculino 4 15 19
Feminino 4 8 12
Total 8 23 31
Fonte: Elaboração própria
Na tabela 17 expõem as respostas dos inqueridos em relação ao sexo e opiniões
pessoas a nível da consistência das informações disponibilizadas pela Delegacia local
relativamente as implicação de alcoolismo.
Ao analisar essa tabela 17 observa-se que a maioria indiscutível de 23 inqueridos é
da opinião que essas informações não são suficientes ou não estão a chegar á população
dessa comunidade de uma forma adequada. Contradizendo assim essa afirmação somente 8
dos inqueridos é que afirmaram ser suficiente as informações expostas pela delegacia
referente as consequência e danos causados por álcool.
Observando o sexo relativamente aos inqueridos que responderam não a essa
questão pode-se verificar que 15 são do sexo masculino e 8 são do sexo feminino, e os que
alegaram ser suficientes essas informações por parte da Delegacia 4 são do sexo masculino e
4 do sexo feminino.
Portanto há uma discórdia entre os inqueridos em relação a essa questão, o que nos
leva a questionar se a Delegacia esta a passar essas informações ou então se a forma como
essas informações são passadas é o melhor e por ultimo se o problema esta na população em
assimilar essas informações.
É nesse sentido que Jomar e Abreu (2012) afirmam que a educação em saúde é um
compromisso social do enfermeiro, garantindo não só o atendimento do utente quanto aos
108
problemas relacionados ao uso de álcool, mas também de sua família e comunidade, ao
intervir antes que problemas relacionados ao álcool surjam e interfiram na dinâmica familiar
e comunitária, ampliando, assim os limites do campo de atuação da enfermagem.
Nesse sentido os conhecimentos dos indivíduos na comunidade são importantes e
indispensáveis para a elaboração dos programas para a promoção da saúde e prevenção do
uso e abuso de álcool e outras drogas.
Tabela 18: Indicadores de falsos conceitos
Depois de beber é mais fácil expressar sentimentos n (%)
Concordo totalmente (7) 18%
Concordo (18) 45%
Discordo totalmente (2) 3%
Discordo (3) 8%
Não sei, não respondo (1) 3%
Bebidas alcoolicas podem aquecer n (%)
Concordo totalmente (6) 15%
Concordo (15) 38%
Discordo totalmente (1) 3%
Discordo (3) 8%
Não sei, não respondo (3) 8%
Álcool abre apetite n (%)
Concordo totalmente (0) 0%
Concordo (8) 20%
Discordo totalmente (5) 13%
Discordo (10) 25%
Não sei, não respondo (8) 20%
Álcool ajuda na digestão n (%)
Concordo totalmente (2) 5%
Concordo (8) 20%
Discordo totalmente (3) 8%
Discordo (6) 15%
Não sei, não respondo (12) 30%
O consumo de café pode curar a ressaca n (%)
Concordo totalmente (9) 23%
Concordo (4) 10%
Discordo totalmente (6) 15%
109
Discordo (9) 23%
Não sei, não respondo (3) 8%
Fonte: Elaboração própria
Analisando a tabela 18 observa-se que a maior parte dos inqueridos concordaram
parcialmente e totalmente, erradamente, que as bebidas alcoólicas podem aquecer. Por outro
lado 13% discordam totalmente e 25% discordaram correctamente que as bebidas alcoólicas
não abram o apetite.
Ainda em relação aos sentimentos nota-se que a maioria indiscutível 45% dos
inqueridos concorda parcialmente e 18% dos inqueridos totalmente que após a ingestão de
bebidas alcoólicas são mais fáceis de expressar os sentimentos e apenas uma minoria
insignificante de 3% é que discordaram totalmente dessa afirmação.
Quando avaliado se o álcool ajuda na digestão observa-se que a maior parte 12
(30%) dos inqueridos limitaram a responder a essa questão, embora 20% dos inqueridos é da
opinião parcial , 5% é que concordaram totalmente com essa afirmação.
Nota-se que em relação ao consumo de café para curar a ressaca há uma igualdade de
percentagem entre o concordo totalmente e discordo com 23% cada, 10% concordaram e
15% discordaram totalmente. Portanto somando as percentagens dos indivíduos que
discordaram observa-se que a maioria não é a favor dessa afirmação.
Entretanto analisando os resultados de cada afirmação da tabela 18 e os resultados
das habitações literária no gráfico 4 chega-se a uma conclusão que as respostas podem estar
relacionadas com as crenças de cada indivíduos, o meio social em que ele se encontra, o
nível de escolaridade e a cultura. Sendo assim pode-se afirmar uma relação direta entre os
falsos conceitos e a ingestão de bebidas alcoólicas.
O grau de instrução dos inqueridos em estudo, no gráfico 4, mostra que a
percentagem maior foi dos respondentes que possuem o nível básico (60%), seguido dos que
possuem a secundaria (30%), mostrando-se significativos os 8% dos que têm licenciatura e
2% dos inqueridos sem instruções . Portanto o grau de escolaridade dominante sugere um
nível de conhecimento científico básico, permitindo maior embate de um programa
educativo, tendo em vista a compreensão sobre os efeitos de uso e abuso de álcool, requisito
que favorece as atividades para a promoção da saúde e prevenção dos riscos.
110
Tabela 19. Níveis de consumo por sexo
Níveis de consumo Sexo Quantidade/ % Total
Abstinência ou consumo de
baixo risco
Feminino 6 (46%) 13
Masculino 7 (54%)
Consumo para além das normas Feminino 5 (50%) 10
Masculino 5 (50%)
Consumo nocivo Feminino 0 (0%) 2
Masculino 2 (100%)
Provável dependência- alto risco Feminino 0 (0%) 8
Masculino 8 (100%)
Fonte: Elaboração própria
Analisando a tabela 19 verifica-se que os indivíduos do sexo masculino 7 (54%)
possui um consumo de baixo risco e 6 (46%) do sexo feminino apresentam um padrão de
consumo de baixo risco. No que se retrata ao consumo para além das normas observa-se que
os indivíduos do sexo feminino como masculino têm feito a mesma quantidade de consumo
representado por 5 indivíduos de cada sexo (50%), 2 dos inqueridos apresentaram o uso
nocivo ambos do sexo masculino, 8 dos inqueridos todos do sexo masculino apresentaram
um consumo de alto risco ou uma provável dependência.
Portanto os inqueridos que apresentam um consumo de baixo risco encontram- se na
zona I, os consumidores para além das normas na zona II, os consumidores com o uso
nocivo na zona III e por último os consumidores provavelmente dependentes ou de alto risco
na zona IV.
111
3.5. Resultados
A prevalência de consumo de bebidas alcoólicas detetadas na população estudada
(n= 40) foi de 77%. A amostra do estudo é composta maioritariamente por sujeitos do sexo
masculino, solteiros, trabalhadores, ensino básico e um rendimento mensal familiares de
5000 a 10000 escudos.
Dos 40 entrevistados, 22 são do sexo masculino e 11 do sexo feminino. A idade dos
participantes variou entre 15 a mais de 65 anos, a faixa etária que apresentou o maior
número de consumo de bebidas alcoólicas é de 15 a 24 anos de idade.
Para análises estatísticas dos dados foi realizada um subamostra constituída por 31
indivíduos que referiram fazer o uso de bebidas alcoólicas. Os motivos alegados para o
consumo resumiram a curiosidade por (16) inqueridos e procura de diversão por (15) dos
participantes como finalidade de consumo.
Em relação a idade em que ocorreu o primeiro uso de bebidas alcoólicas constatou-
se que o início de primeira experimentação ocorreu maioritariamente entre a faixa etária de
15 aos 17 anos e de seguida a faixa etária de 12 os 14 anos ocupou a segunda posição.
Dentre as bebidas consumidas no primeiro contacto com o álcool, ponche apareceu
como a primeira bebida consumida por 13 (42%) dos inqueridos, em seguida a cerveja
consumido por 8 (26%) dos participantes, o vinho foi referido por 7 (22%) dos inqueridos e
por último o grogue representado por 3 (10%) dos inqueridos.
Relativamente ao contexto social de consumo de bebidas alcoólicas, houve a
prevalência de consumo em festas (15) inqueridos, bem como nos fins-de semanas (10)
inqueridos. Quanto a companhia do primeiro consumo 13 dos participantes relataram os
amigos como a companhia do primeiro consumo, já o consumo sozinho ocupa a segunda
posição relatada por 12 inqueridos e por último foi destacado entre os participantes a
companhia familiar referido por 6 inqueridos, para a experimentação inicial de bebidas
alcoólicas.
No que se refere a frequência de consumo durante um dia normal nota-se que 19
dos inqueridos relataram usar 1 a 2 copos num dia normal, 10 relataram consumir 3 a 4
copos por dia e 2 declararam fazer uso de 5 a 6 copos durante um dia normal ou seja binge
drinking.
112
Nota-se que a ingestão de bebidas alcoólicas pelos participantes é feita na sua maior
parte à noite com uma percentagem de 94% referenciado por 29 indivíduos,1 (3%) tem
hábito de o fazer à tarde e 1 (3%) consome bebidas alcoólicas nos três períodos do dia.
Quanto aos preços das bebidas alcoólicas mais de metade dos participantes 65%
consideram razoável, 19 % dos inqueridos relataram ser barato, 7% referiram ser demasiado
elevado os preços das bebidas alcoólicas, 3% revelam ser elevado o preço e 6% referiram
que o preço das bebidas alcoólicas é muito barato.
No que se refere a quantidade de amigos dos inqueridos que consomem álcool, 45%
dos participantes relataram que mais de metade consome álcool, 29% afirmaram que todos
os seus amigos fazem uso de bebidas alcoólicas, 13% responderam que menos de metade é
que consome álcool, 10% referiram que metade dos seus amigos consome álcool e apenas
3% não sabe a quantidade de amigos que utilizam as bebidas alcoólicas.
Referente a consequência decorrente do consumo 7 dos participantes que
consomem álcool já se apresentaram ferido ou alguém ficou ferido, 9 fizeram o uso de
bebidas alcoólicas juntamente com outras substâncias, 19 relataram ter comportamento de
risco (relação sexual sem preservativo), 3 alegaram ter experimentado a sensação de ressaca
e 10 dos inqueridos afirmaram conduzir em estado de embriaguez.
Quanto a nível de prevenção nota-se de extrema importância as informações e
estratégias adoptas pela Delegacia de Saúde de referência, mas é de salientar que deve-se
apostar mais nas divulgações dessas informações, isto porque a maioria dos participantes 23
(74%) asseguraram que as informações disponibilizadas pela Delegacia de saúde de São
Nicolau local não são satisfatórias. Nesse sentido torna-se necessária adequar essas
informações a capacidade dessa população para um melhor resultado em combate a essa
problemática que é o alcoolismo. Deve-se trabalhar junto a população de modo a conhecer
as suas principais preocupações e as melhores formas de atuação de modo a dar melhor
resposta às necessidades dos indivíduos.
113
3.6. Discussão dos resultados
Após o tratamento e análise dos dados recolhidos é indispensável a discussão dos
resultados com vista a esclarecimento e assimilação dos dados, estimando se os objetivos
gerais e específicos foram alcançados e se as hipóteses foram comprovadas
Tendo em conta o objetivo geral, a prevalência de consumo encontrada na
população em estudo é de 77% o que significa que mais de metade desses indivíduos em
estudos são consumidores regulares de bebidas alcoólicas e 23% não fazem o uso de bebidas
alcoólicas.
Avaliando o primeiro objetivo específico- Identificar os factores que induzem ao
consumo abusivo de bebidas alcoólicas na população escolhida: os factores que
apresentaram induzirem ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas foram a curiosidade com
52% e a procura de diversão com uma percentagem de 48%, portanto mais de metade
referiram a curiosidade como o principal motivo para o consumo desproporcionado de
bebidas alcoólicas.
O outro aspecto que também demostrou ser de grande relevância no consumo
abusivo é o contexto social em que o consumo é feito, sendo assim foi observado durante a
investigação que o local de maior consumo são os ambientes festivos com um percentual de
48% e saída nos fins-de-semana com 32%.
Relativamente ao contexto social de consumo nota-se que as mulheres fazem o uso
de bebidas alcoólicas mais no ambiente festivo representado por (8) das inqueridas, em
contrapartida os homens lideram o consumo nos fins-de- semanas representado por 9
indivíduos.
Vale realçar que a companhia dos amigos também demostrou ter um grande
impacto no consumo inicial de bebidas alcoólicas representando um percentagem de 42%
(13) inqueridos. Entretanto esse início de consumo deu-se precocemente ainda na infância
antes dos 12 anos e com maior prevalência na faixa etária de 15 a 17 anos com 39% (12)
participantes.
Quanto ao segundo objetivo especifico- verificar a prevalência de consumo
enquanto problema social no seio da comunidade em estudo: Observa-se que o maior
número do consumidor é representado por trabalhadores com 16 inqueridos, o que pode
114
levar a consequências a nível da produtividade, um outro sector com uma larga escala de
prevalência de consumo são os estudantes com 9 indivíduos consumidores, colocando em
causa o nível de aproveitamento escolar ou até mesmo o abandono escolar e por último os
desempregados com o menor número de consumidores representado por 6 inqueridos,
constatando assim que o desemprego não apresenta uma larga relação entre o consumo.
De entre os trabalhadores constata-se que a maioria 14 dos inqueridos que
consomem álcool possuiu um salário mínimo mensal de 5000 a 10000 escudos. Entretanto
esse salário é destinado para o consumo de bebidas alcoólicas e para o sustento familiar o
que muitas vezes não chega para satisfazer a necessidade familiar.
Observando os dados do rendimento mensal e o consumo das famílias nota-se que o
consumo de álcool prevalece mais no seio familiar com menor rendimento do que nos
familiares com maior rendimento mensal.
Analisando o terceiro objetivo especifico- Descrever as implicações da
problemática do alcoolismo na comunidade estudada: nota-se que o consumo de bebidas
alcoólicas tem causado estragos tanto a nível pessoal como social embora não tenham
apresentado em grande proporção.
Sendo assim pode-se apurar que subsequente as bebidas alcoólicas, 14 dos
inqueridos (45%) já apresentou efeito eufórico, sonolência representado por 9 indivíduos
(29%). Não obstando esses efeitos observa-se ainda que 16% desses inqueridos que
consomem álcool já tiveram hospitalizado, 77% já apresentaram ferimento devido ao álcool,
29% consumiram álcool juntamente com substâncias ilícitas, 61% tiveram relação sexual
pelo menos uma vez sem preservativo, 10% teve ressaca no dia seguinte após a ingestão de
bebidas alcoólicas, 32% dos inqueridos conduziram sobe feito de álcool e 41% esqueceram
o que aconteceu na noite anterior por estar embriagado.
Avaliando o último objetivo nota-se que a prevenção de consumo é bastante
relevante no combate aos problemas relacionado com o consumo de bebidas alcoólicas, uma
vez que durante a investigação a maioria dos inqueridos relataram não ser suficiente as
informações disponibilizadas pela delegacia de saúde.
Revela ser de grande importância a prevenção na medida em que esta tem por
finalidade a precaução dos problemas relacionado ao álcool e por ser uma das melhores
formas de levar as informações a cerca dos malefícios de consumo excessivo de bebidas
115
alcoólicas a polução. Entretanto o sistema de saúde tem um papel fundamental na prevenção
do alcoolismo, uma vez que esse desenvolve uma grande influência na sociedade.
Com as hipóteses de investigação levantada chegou-se a conclusão que o
desemprego na população estudada não representa necessariamente um fator de consumo,
porque ao analisar a ocupação e o consumo dos inqueridos observa-se que o maior
consumidor de álcool são os trabalhadores 20 (50%) dos inqueridos embora com um baixo
rendimento mensal.
Ainda no gráfico 5 observa-se que os desempregados se encontram em maior
percentagem (27%) do que os estudantes (23%), mas no entanto, o maior consumo é feito
por todos os estudantes o que não acontece com os desempregados. Sendo assim, reforça a
ideia de que o desemprego não esta obrigatoriamente relacionado com o uso de bebidas
alcoólicas.
Por tanto enfatiza a relação entre o baixo rendimento mensal e o consumo de bebias
alcoólicas entre esses inqueridos, constatando uma diferença de consumo entre os
participantes com um maior salário mensal e os com um baixo rendimento.
Durante o cruzamento de dados confirma-se ainda que a idade dos participantes tem
uma estreita relação a nível de consumo, assim ao atingir a idade adulta a tendência de
consumo é de diminuir.
116
Considerações finais
Á luz dos resultados obtidos pode-se afirmar que os objetivo propostos ao longo da
pesquisa foram alcançados, uma vez que se identificou a prevalência de consumo na
população pretendida ao longo do estudo.
Evidenciou-se que a curiosidade, a procura de diversão, a companhia dos amigos,
as festas e as saídas nos fins-de semanas como as principais finalidades para o consumo de
álcool. Nota-se que a facilidade de acesso incentiva a ingestão de bebidas alcoólicas
predominantes no sexo masculino do que no sexo feminino.
Portanto o estudo demostrou um inicio precoce de bebidas alcoólicas, iniciada na
fase de pré-adolescia para adolescência, o que remete para a importância de reforçar a
educação para a saúde a nível escolar e social criando estratégias adequadas de forma a
minimizar ou até mesmo acabar com esta problemática de alcoolismo.
Mesmo com a proibição de vendas de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos
nota-se que o primeiro consumo tem sido feito antes dos 12 anos com uma prevalência
maior na faixa etária de 15 a 24 anos de idade.
Assim sendo a maior ocorrência de consumo tem sido feito pelos adolescentes e
jovens. Contudo há um número elevado de 77% dos inqueridos consumidores de álcool com
a preponderância no sexo masculino.
Durante a investigação observou-se que a Hospitalização devido ao consumo de
bebidas alcoólicas tem-se aumentado bem como os acidentes de trânsitos e a incapacidade
de desenvolver tarefas diárias.
Vale ainda realçar que durante a investigação foram encontradas algumas
limitações, como a pouca experiencia na matéria de investigação, nomeadamente a amostra
e instrumentos de recolhas de informações bem como no programa para o tratamento de
dados.
É de referenciar também que ao longo do trabalho não foi possível obter dados que
indicassem o número exato da população da comunidade em estudo e nem a localização da
comunidade no mapa disponibilizada por câmara municipal, sendo assim teve a necessidade
de recorrer a um estudo de campo para ter uma noção da quantidade da população para que
pudesse fazer o cálculo da amostra.
117
Na aplicação dos questionários teve algumas dificuldades em convencer os
indivíduos a participarem no estudo, visto que se retratava de um tema bastante sensível
perante a sociedade.
Sobre o método de recolha de dados, por se tratar de um questionário de auto-
relato, os inqueridos podem simplesmente ter deixado transparecer uma imagem benéfica
em vez de responder as questões com honestidade. Assim, para investigações futuras
propõem-se: fazer um estudo no âmbito qualitativa sobre a temática de modo a aprofundar e
saber a opinião dos inqueridos sobre o alcoolismo; alargar o tamanho da amostra nas
próximas investigações de modo que seja representativa da população.
Acredita-se que estes resultados contribuem para estimular e fortificar o
desenvolvimento de novas pesquisas em relação a essa temática e um ponto de partida no
trajecto da investigação.
Entretanto após todos os obstáculos encontrados, no fim da investigação posso
assim dizer que todos os objetivos foram alcançados assim como as hipóteses de
investigação levantada foram comprovadas.
118
PROPOSTAS
Fazer campanha de consciencialização dos malefícios de bebidas alcoólicas para a
saúde nas escolas e nas ruas da comunidade ou mesmo do município.
Fazer o cadastre das famílias e identificar se existe algum membro naquela família
que é alcoólatra.
Reabilitação dos doentes alcoólatras com ajuda dos medicamentos e terapia
recreativas como jogos e dançam etc.
Criar espaços para atendimento aos familiares, disponibilizando informações de
como lidar com uma situação conflituosa relativamente ao seu membro com
problema de alcoolismo.
Incentivar os pais a acompanhar atentamente o crescimento dos filhos, dando
especial atenção às mudanças e estabelecer com eles uma relação empática e
compreensiva.
Estabelecer programas de promoção da saúde em conjunto com os vários sectores da
comunidade, promovendo estilos de vida saudável, nomeadamente no que diz
respeito aos hábitos alimentares e de diversão (onde a ingestão de bebidas alcoólicas
está presente).
Incentivar a criação de grupos de Autoajuda em todo o município.
119
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127
ANEXOS
128
Anexo I
Dados da delegacia de saúde Tarrafal São Nicolau
Ano Sexo Idade Morada Diagnostico
2010 Masculino 72 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 33 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 33 Tarrafal Alcoolismo
2011 Feminino 38 Tarrafal Alcoolismo
2012 Masculino 72 Tarrafal Cirrose hepática alcoólica
2013 Feminino ? Tarrafal Alcoolismo
2014 Masculino 46 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 32 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 66 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 73 Tarrafal Cirrose hepática alcoólica
Masculino 33 Tarrafal Alcoolismo
2015 Masculino 59 Tarrafal Intoxicação alcoólica
Masculino 48 Tarrafal Intoxicação alcoólica
Masculino 57 Tarrafal Intoxicação alcoólica
Masculino 48 Tarrafal Intoxicação alcoólica
Masculino 58 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 35 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 51 Tarrafal Cirrose hepática
Masculino ? Tarrafal Cirrose hepática
Masculino 25 Tarrafal Abstinência toxígena
2016 Masculino 35 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 51 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 23 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 32 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 23 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 51 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 34 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 56 Tarrafal Alcoolismo
Masculino 30 Tarrafal Alcoolismo
129
Anexo II: Questionário AUDIT
130
Anexo III
Tabela 20. De acordo com as afirmações no quadro abaixo, assinale a resposta que
melhor representa a sua opinião ou posição pessoal. (Legenda: CT-concordo totalmente;
C-concordo; D-discordo; DT-discordo totalmente; NS-não sei).
Afirmações CT C D DT NS
1 O álcool é uma droga. 40% 28% 10% 0% 0%
2 É possível organizar uma festa sem bebidas alcoólicas 5% 20% 33% 13% 8%
3 A publicidade as bebidas alcoólicas pode levar jovens a consumir mais 15% 30% 13% 3% 18%
4 Beber é uma das formas mais agradáveis de festejar 13% 33% 18% 5% 10%
5 Depois de beber é mais fácil expressar sentimentos. 18% 45% 8% 5% 3%
6 A bebida alcoólica pode aquecer. 15% 38% 15% 3% 8%
7 As bebidas alcoólicas abrem apetite. 0% 20% 25% 13% 20%
8 Álcool ajuda na digestão. 5% 20% 15% 8% 30%
9 O consumo de álcool facilita a integração no grupo de amigos. 13% 45% 3% 5% 13%
10 O consumo de álcool torna os jovens mais adultos. 3% 15% 20% 15% 25%
11 Os jovens que consomem bebidas alcoólicas bebem para fugir à realidade. 10% 25% 18% 5% 20%
12 Consumir bebidas alcoólicas melhora a capacidade de concentração. 3% 8% 43% 20% 5%
13 O consumo de bebidas alcoólicas é um meio dos jovens se afirmar. 5% 13% 18% 18% 25%
14 O álcool cria dependência física. 25% 20% 8% 10% 15%
15 O álcool cria uma dependência psicológico. 23% 25% 5% 8% 18%
16 O consumo de café pode curar a ressaca. 23% 10% 23% 15% 8%
17 Um alcoólico é uma pessoa que se embebeda com muita frequência. 45% 20% 5% 3% 5%
18 Álcool dificulta a capacidade de concentração. 15% 40% 10% 3% 10%
19 Álcool dificulta a digestão. 5% 18% 23% 10% 23%
20 As festas são mais divertidas se tiverem álcool. 35% 23% 8% 10% 3%
131
APÊNDICES
132
Apêndice I: Diagnóstico de enfermagem segundo NANDA e intervenções segundo
NIC
Diagnóstico de enfermagem segundo NANDA Intervenções segundo NIC
Paternidade ou Maternidade alterado
Características definidoras
Abandono;
Falta de atenção as necessidades das
crianças;
Fatores relacionado
Modelo de papel ineficaz;
Falta de entidade de papel;
Fato socioeconómico-cultural;
Suporte para proteção contra abuso da
criança.
Aconselhamento.
Apoio ao cuidador
Promoção da integridade familiar.
Potencial para trauma
Características definidoras
Dificuldade de equilíbrio;
Redução de coordenação
olho/mão;
Fatores relacionado
Uso excessivo de álcool
Redução de coordenação
olho/mão;
Fatores relacionado
Uso excessivo de álcool;
Controlo do ambiente segurança do
trabalhador.
Educação para saúde
Precaução contra convulsões
Interação social prejudicado
Características definidoras
Observação de comportamento de
interação social fracassado;
Relato de familiar de mudanças no estilo
ou padrão de interação
Fatores relacionado
Barreira de comunicação;
Alteração do processo de
pensamento;
Envolver pessoas significativas nas
sessões de treinamento sociais.
Controlo do comportamento
(hiperatividade)
Tratamento de uso de substâncias
Construção de relação complexa
Processo familiar alterado
Características definidoras
Aconselhamento.
133
Inabilidade para aceitar ou receber ajuda;
Incapacidade da família para adaptar-se as
mudanças ou para lidar construtivamente
com experiências traumáticas;
Falha familiar em atingir etapas de
desenvolvimento passado ou recente;
Fatores relacionados
Situação de transição ou crise
Suporte emocional.
Auxiliar os familiares na solução dos
conflitos.
Encaminhar a família para grupo de
apoios que lidam com problemas
similares.
Intervenções em crises suporte param
proteção contra abuso no lar.
Nutrição alterada Ingestão menor que a
necessidades corporais
Características definidoras
Peso corporal abaixo do ideal;
Ingestão inadequada de alimentos,
menos do que a porção diária
recomendada;
Falta de interesse por
alimentar-se;
Fatores relacionado
Inabilidade para ingerir e digerir
alimento absorver nutrientes, devido
a fatores biológico e psicológico;
Elaborar com o utente um método para
manter um registo diário da ingestão;
Discutir os riscos ao fato de estar abaixo
do peso.
Usar um controlo comportamental com o
utente para atingir o aumento desejado do
peso ou comportamento de manutenção.
Pesar rotinamento.
Ensinar e reforçar conceito de uma boa
nutrição com utente e pessoas
significativa quando adequado.
Processo de pensamento alterado
Características definidoras
Falta de concentração
Interpretação incorrecta do
ambiente;
Pensamento inapropriado
baseado na irrealidade;
Factores relacionados
Conflito psicológico;
Processo de julgamento
alterado;
Distúrbio de sono;
Identificar as necessidades de segurança
do utente, com base no nível de
capacidade física e cognitivo e na história
comportamental anterior.
Identificar ameaça à segurança do
ambiente.
Encaminhar para terapia ocupacional,
quando adequado.
Redução de ansiedade.
Treinamento de memória.
134
Negação
Características definidoras
Adiamento ou recusa de
assistência em detrimento em
saúde;
Incapacidade de admitir o impacto
da doença no padrão de vida;
Factores relacionados
Conflito interna não
resolvida;
Encorajamento do individuo, por
pessoa significativo, para solucionar
simbolicamente os problemas;
Crise situacionais;
Orientação para a realidade.
Construção de relação complexa entre o
enfermeiro e o utente.
Apoio a tomada de decisão.
Restruturação cognitiva.
Aconselhamento.
135
Apêndice II: Questionário
Data de aplicação:
Alcoolismo e as suas implicações sociais na comunidade de Telha de Tarrafal de
São Nicolau: Intervenções de enfermagem
No âmbito de conclusão de Licenciatura em Enfermagem na Universidade do Mindelo,
pretendendo efetuar um estudo de carater científico intitulado” Alcoolismo e as suas
implicações sócias na comunidade de Telha de Tarrafal de São Nicolau: Intervenções de
enfermagem”.
O respetivo questionário é a cerca do teu envolvimento geral com o álcool e bebidas
alcoólicas. Sendo assim solícita a sua participação respondendo o questionário com sinceridade
de modo a obter a veracidade dos fatos em estudo. O anonimato e a confidencialidade serão
garantindo ao longo dessa investigação.
1. Sexo: M F
2. Idade
2.1. 15/24
2.2. 25/34
2.3. 35/44
2.4. 45/54
2.5. 55/64
2.6. 65/74
2.7. 75/84
3. Estado civil:
3.1.Solteiro(a)
3.2.Casado(a)
3.3.Separado(a)
3.4.Divorciado(a)
3.5.Viúvo(a)
3.6.União fato
4. Habitações literária:
4.1. Sem instrução
4.2. Ensino básico
4.3.Ensino secundaria
4.4.Ensino superior
136
5. Coabitação
5.1.Sozinho
5.2.irmão (s)
5.3.avós
5.4.pais
5.5.pai
5.6.mãe
5.7.companheiro(a)
6. Qual é a sua ocupação no momento?
6.1. Trabalhador
6.2. Desempregado
6.3. Estudante
7. Qual é o rendimento mensal da sua casa?
7.1. 5.000 a 10.000
7.2. 11.000 a 15.000
7.3. 16.000 a 20.000
7.4. 21.000 a 25000
7.5. Maior de 25000
8. Atualmente consome bebidas alcoólicas?
8.1.Sim
8.2. Não
Se não bebes obrigado pela sua colaboração este questionário termina aqui.
9. O que levou a consumir bebidas alcoólicas?
9.1.Curiosidade
9.2.Para ser mais aceito pelo grupo
9.3.Por influência dos amigos
9.4.Procura de diversão
9.5.Porque estava com problema
137
10. Com quem consumiu a primeira bebida alcoólica?
10.1. Com família
10.2. Sozinho
10.3. Com amigos
10.4. Com namorado(a)
11. Em que altura do dia bebes?
11.1. De manhã
11.2. Á tarde
11.3. Á noite
11.4. De manhã, à tarde e à noite
12. Das bebidas qual costuma consumir com maior frequência?
12.1. Vinho
12.2. Cerveja
12.3. Ponche
12.4. Grogue
13. Com que idade começaste a beber?
13.1. Antes dos 12 anos
13.2. Dos 12 aos 14 anos
13.3. Dos 15 aos 17 anos
13.4. Depois dos 18 anos
14. Em que contexto sociais/ocasiões costuma consumir bebidas alcoólicas?
14.1. Festas
14.2. Fins-de-semana
14.3. Diariamente
14.4. Saídas com amigos
15. Já alguma vez teve hospitalizado por consumo excessivo de álcool?
15.1. Nunca
15.2. Uma Vez
15.3. Duas Vezes
15.4. Três Vezes
15.5. Mais de que 3 vezes
16. Quando consome álcool, como se costuma sentir?
16.1. Sem alterações
16.2. Eufórica
138
16.3. Alterações visuais
16.4. Alterações motora
16.5. Sonolento
17. Já alguma vez ficou ferido ou ficou alguém ferido por você ter bebido?
17.1. Sim
17.2. Não
18. Quando consomes bebidas alcoólicas, costumas ter relações sexuais sem
preservativo?
18.1. Nunca
18.2. Uma Vez
18.3. Duas a três Vez
18.4. Frequentemente
19. Alguma vez consumiste álcool juntamente com outras substâncias?
19.1. Sim
19.2. Não
20. Alguma vez conduziste embriagado/sob efeito do álcool?
20.1. Sim
20.2. Não
20.3. Frequentemente
21. Na sua opinião qual é a idade mínima em que deve ser permitido o consumo de
bebidas alcoólicas?
21.1. 15 Anos
21.2. 16 Anos
21.3. 17Anos
21.4. 18 Anos
22. Qual é a sua opinião acerca dos preços das bebidas alcoólicas?
21.5. Demasiado elevado
21.6. Razoável/aceitável
21.7. Muito barato
21.8. Elevado
21.9. Barato
22. Do seu grupo de amigos, quantos consomem bebidas alcoólicas?
22.1. Nenhum
139
22.2. Menos de metade
22.3. Metade
22.4. Mais de metade
22.5. Todos
22.6. Não sei
23. Que quantidade costuma beber num dia normal?
23.1. 1/2 Copos por dia
23.2. 3/4 Copos por dia
23.3. 5/6 Copos por dia
23.4. 7/9 Copos por dia
23.5. 10 A mais copos por dia
24. Alguma vez teve necessidade de beber logo de manhã para curar ressaca?
24.1. Nunca
24.2. 1/ 2 Vezes
24.3. Diariamente ou quase diariamente
25. Com que frequência não se lembrou do que aconteceu na noite anterior por ter bebido?
25.1. Nunca
25.2. 1 Vez
25.3. 2/3 Vezes
25.4. Diariamente
26. Consideras suficiente as informações disponibilizado pela delegacia de saúde e
comunicação social relativamente as consequência causado pelo álcool?
26.1. Sim
26.2 Não
27. De acordo com as afirmações no quadro abaixo, assinale a resposta que melhor representa a
sua opinião ou posição pessoal. (Legenda: CT-concordo totalmente; C-concordo; D-
discordo; DT-discordo totalmente; NS-não sei)
140
Afirmações CT C D DT NS
1 O álcool é uma droga.
2 É possível organizar uma festa sem bebidas alcoólicas
3 A publicidade as bebidas alcoólicas pode levar jovens a
consumir mais
4 Beber é uma das formas mais agradáveis de festejar
5 Depois de beber é mais fácil expressar sentimentos.
6 A bebida alcoólica pode aquecer.
7 As bebidas alcoólicas abrem apetite.
8 Álcool ajuda na digestão.
9 O consumo de álcool facilita a integração no grupo de amigos.
10 O consumo de álcool torna os jovens mais adultos.
11 Os jovens que consomem bebidas alcoólicas bebem para fugir à
realidade.
12 Consumir bebidas alcoólicas melhora a capacidade de
memorização.
13 O consumo de bebidas alcoólicas é um meio dos jovens se
afirmar.
14 O álcool cia dependência física.
15 O álcool cria uma dependência psicológico.
16 O consumo de café pode curar a ressaca.
17 Um alcoólico é uma pessoa que se embebeda com muita
frequência.
18 Álcool dificulta a capacidade de concentração.
19 Álcool dificulta a digestão.
20 As festas são mais divertidas se tiverem álcool.
141
Apêndice III: Cronograma
Atividades Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Novembro
Pesquisa
bibliográfica
Elaboração do
guião de
entrevista
Realização da
entrevista
Análise dos
dados
Revisão do
trabalho
Entrega do
trabalho final
142
Apêndice IV : Requerimento
143
144
145