O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
RECURSOS HÍDRICOS LOCAIS: reconhecimento, recuperação e cuidado.
Autora: Profª Edilene Santos de Farias1
Orientadora: Profª Drª Carolina Viviana Minte-Vera2
Resumo
Águas superficiais são fontes importantes de água para todos os seres vivos. É necessário que haja preocupação em conservar os ecossistemas aquáticos, a fim de garantir água de qualidade para usos no presente e no futuro. Para isso deve haver tomada de decisão com responsabilidade e compromisso. O momento atual que os nossos rios passam demanda um novo olhar por pessoas sensíveis e atentas aos problemas ambientais. Neste estudo são descritas atividades de sensibilização e de percepção ambiental realizadas com estudantes do ensino fundamental de Nova Cantú, município rico em recursos hídricos. Inicialmente foi realizado um diagnóstico sobre o conhecimento e atitudes dos estudantes frente aos recursos hídricos locais. Os estudantes da 6ª série “Z” do Colégio Estadual Prof. João Farias da Costa- E.F.M., em 2010, utilizaram registros fotográficos e entrevistas com pioneiros para resgatar a história local, analisar a situação atual dos rios locais e compará-la com a conjuntura pretérita do início da colonização da região nos anos cinquenta. Os estudantes também participaram de visitas a campo, assistiram vídeos, leram textos, produziram redações, desenhos e uma exposição ao público. Os resultados nos evidenciam que os estudantes tinham noção da importância das águas das nascentes e rios, da Legislação Ambiental, mas não aplicavam os princípios fundamentais para mantê-los com água de qualidade e abundante. A maioria dos estudantes que desenvolveram este projeto provém da zona rural e utilizam água de nascentes para uso doméstico ou na agricultura. Ao fim do projeto de intervenção pedagógica, observou-se a mudança de atitudes. A adoção de medidas preventivas para garantir a qualidade destas águas e dos rios próximos já está sendo colocada em prática pelos estudantes, por exemplo, ao plantarem árvores nativas às margens de um dos rios do município, o que mostra que se apropriaram do conhecimento quanto à função da mata ciliar.
Palavras-chave: rios; água; recursos hídricos; educação científica; bacia do Rio Piquiri.
____________
1 Pós-graduada em Educação Matemática pela FECILCAM - Faculdade Estadual de Ciências e Letras
de Campo Mourão - PR (1999), graduada em Química pela UNOESTE Paulista, Presidente Prudente – SP (1998), atualmente é professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná no Col. E. Prof. J. F. da Costa - E.F.M. em Nova Cantú - PR nas disciplinas de Ciências e Química.
2 Doutora em Ciências Aquáticas e Pesqueiras pela University of Washington (2004), mestre em
Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (1997), graduada em Ecologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1995), atualmente é professora adjunta nível D da Universidade Estadual de Maringá-PR.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, o ensino de ciências incorpora os princípios da educação
ambiental e estimula o educando desde sua tenra idade até seu amadurecimento, a
observar o ambiente que o cerca com olhos de cuidador. A educação cidadã
exercita o compromisso do trabalho em grupo e individual e leva o conhecimento de
sala de aula à comunidade, instigando ações conscientes e multiplicadoras para
solucionar problemas ambientais. Para Freire (1996) “a educação é uma forma de
intervenção no mundo”, é preciso que a escola mantenha seu papel de transmissora
de conhecimentos para que a construção do conhecimento científico escolar
permeie as relações do ser humano com o ambiente. É através da contextualização
que o sujeito pergunta, conhece, atua e reconhece. “O exercício da curiosidade
convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a capacidade de conjecturar, de
comparar, na busca da perfilização do objeto ou do achado de sua razão de ser”
(FREIRE, 1996).
Esse novo olhar de cuidado para com o ambiente, estimulado pelo ensino de
ciências contemporâneo, dá outro sentido à vida dos estudantes. O conhecimento
interfere na reeducação do sujeito, lhe estimula a assumir um compromisso com a
conservação ambiental e a pôr em prática os saberes adquiridos de forma a atingir o
resto da sociedade. Para Freire (1979), “é preciso procurar uma nova escala de
valores”, que seja à base do exercício da relação sustentável entre o sujeito e o
ambiente. Nesta procura, é necessário resgatar a história e o contexto das ações
pretéritas, retificar os erros dos antepassados e avaliar o futuro provável sob
diferentes escalas de valores. É preciso “um novo modelo de vida, um novo
paradigma, que valorize a coletividade, o respeito, a diferença e o amor entre as
pessoas, e entre elas e a natureza. E acima de tudo, que valorize o ser em
detrimento do ter” (ARAÚJO, 2010, p.06).
O envolvimento da comunidade em readquirir sua história e resgatar valores
é um processo educativo que desenvolve o sujeito como indivíduo responsável e a
comunidade como uma sociedade preocupada com seus problemas ambientais.
Segundo Tucci (2008), o envolvimento comunitário “é também essencialmente
integrador na medida em que a qualidade de vida somente é possível com um
ambiente conservado que atenda às necessidades da população, garantindo
harmonia do homem e da natureza”. O trabalho de sensibilização é um desafio por
ser cadenciado e os resultados surgirem apenas a médio e longo prazo.
A falta de água potável é um dos problemas ambientais globais, devido ao
mau uso e desperdício. As ações individuais e coletivas responsáveis em preservá-
la e cuidá-la são relevantes à manutenção dos ecossistemas e dos seres vivos.
Embora a água, “uma vez poluída, possa ser recuperada e reusada para fins
benéficos diversos” (HESPANHOL, 2008), essa recuperação envolve custos e não
revertem completamente os danos causados pela degradação ambiental, assim é
essencial que, além de recuperar o que está degradado, conservar o que não está.
A realidade dos cursos de água e nascentes do município de Nova Cantú
exige um olhar de cuidado. As nascentes estão sendo devastadas através do
desmatamento das matas ciliares, da mecanização de pastos e do plantio de
produtos agrícolas. Estes usos da terra contribuíram expressivamente para a
poluição, contaminação e assoreamento dos rios e nascentes. Partindo do
pressuposto de que, “é importante entender a urgência de programas educacionais
que valorizem as concepções de mundo, e vivências dos alunos a cerca de uma
consciência ecológica mais abrangente, integrando sociedade e educação”
(ROCHA; MARTINELLI, p.02), é fundamental discutir e analisar as causas e
consequências da degradação das nascentes e rios locais com nossos estudantes,
a fim de que os mesmos possam mudar suas atitudes e explorar os recursos
naturais com a terra e a água sem precisar destruí-los.
Diante desta realidade, desenvolvemos ações de sensibilização e de
reflexão na Produção Didático-Pedagógica do PDE – Programa de Desenvolvimento
Educacional do Estado do Paraná, a fim de que houvesse a reeducação do cidadão
e este modificasse suas atitudes diante dos recursos naturais, “conscientizando o
estudante da importância do seu papel na sociedade, como agente de direitos e
deveres” (BEZERRA; MONTENEGRO, 2009, p.15). Estas discussões visaram
incentivar a geração contemporânea a cuidar do ambiente para que a geração
vindoura possa continuar preservando e usufruindo dos recursos naturais de Nova
Cantú.
É preciso resgatar e refletir sobre nossa história, para que se compreendam
as causas da degradação atual dos recursos hídricos locais, a fim de que a
cidadania se traduza na modificação de atitudes e de mentalidades, e contribua para
a formação de indivíduos participativos e transformadores. Deste modo, nossos
cursos de água devem ser uma preocupação de todos para todos, “devido à
importância que o rio e suas margens têm para todas as pessoas” (ANGELO, 2007,
p.22).
A relação homem-natureza está sendo prejudicada ao longo dos tempos
com o descumprimento das leis ambientais, com o desrespeito pela biodiversidade
local, outrora abundante em Nova Cantú, e com atitudes impensadas do ser humano
para com os ecossistemas aquáticos da localidade. “Durante muito tempo,
aceitaram-se as consequências da destruição das matas ciliares, porque se
acreditava que esses prejuízos eram menores que os benefícios trazidos pelo
progresso” (ROCHA; MARTINELLI, p.03). Deste modo, com este trabalho trouxemos
a preocupação com os cursos de água de Nova Cantú à sala de aula, para que os
estudantes utilizassem sua inteligência e conhecimento para refletir sobre os
problemas ambientais locais, suas causas e consequências. Assim, colhemos
amostras, desenvolvemos pesquisas e entrevistas, nos questionamos e buscamos
conhecer com nossos familiares e pioneiros, tanto a biodiversidade local quanto a
história do desbravamento do município. Ao reconhecer a degradação das
nascentes e dos rios, despertaram-se os indivíduos a recuperar e cuidar dos
recursos hídricos locais e a olhar o todo, enquanto sistema complexo. “Nesta ótica,
as partes devem ser percebidas interligadas, pois são estas conexões que permitem
o que denominamos de vida” (SILVA, 2008, p. 06). Dessa forma, levamos à
comunidade as situações dos trabalhos realizados dentro e fora de sala de aula, a
fim de que um novo olhar seja desenvolvido e que estimule o cumprimento das leis
ambientais, especificamente a que protege os cursos de água.
O futuro dos ecossistemas aquáticos do município de Nova Cantú depende
da ação individual e coletiva dos cidadãos, que necessitam de uma visão educativa
e comprometida com a sustentabilidade de nossas nascentes, córregos e rios. De
acordo com Asami (2004), “a mata ciliar no município de Nova Cantú precisa ser
reposta em 80%, pois se encontra em condições precárias de preservação [...]”, o
que podemos constatar em nossas andanças pelo município, em que os recursos
hídricos estão fragilizados ou devastados. A negligência que o ser humano vem
tendo para com os cursos de água doce municipais é algo preocupante e
degradante, pois “o equilíbrio e o futuro de nosso planeta „e do nosso município‟
dependem da preservação da água e de seus ciclos” (ASAMI, 2004).
Os esforços para a construção de uma sociedade sustentável são
acanhados, nosso trabalho é simples, mas fundamental para desenvolver em
nossos alunos, ações responsáveis na exploração do ambiente sem que seja
preciso depredá-lo ou exterminá-lo. A educação modifica o comportamento de cada
indivíduo, de cada comunidade, pois desenvolve mecanismos que contribuem para
ações efetivas, eficazes, transformadoras e sustentáveis. Sendo a escola uma
instituição relevante na formação e construção sistemática do saber, o trabalho é
contínuo, construtivo e envolvente. Para Bacci; Pataca (2008), “a escola, inserida
nesse contexto social, deve ter como responsabilidade a disseminação do
conhecimento, com base na realidade, de forma a caminhar na direção de uma nova
ética e maneiras de viver que sejam pertinentes à sociedade”.
2 DESENVOLVIMENTO
Para Bacci; Pataca (2008), “as metodologias de ensino e de aprendizagem
devem se valer das diferentes estratégias”. Por isso, neste trabalho, nós
desenvolvemos atividades que permitiram aos estudantes investigar, comparar,
avaliar, reconstruir e conhecer a situação do ecossistema aquático do municipío de
Nova Cantú desde 1955 até os dias atuais, promovendo a interação entre o passado
e o presente. Ao contextualizar o conhecimento científico ministrado na escola com
a realidade local, novos conhecimentos foram construídos, o que muniu os
indivíduos de ferramentas para o replanejamento e reorganização de suas atuações
na sua realidade. A produção didática resultante das atividades implementadas
direcionou o sujeito à reflexão, reorganizou suas práticas e sua busca de soluções
aos problemas contemporâneos pelos quais os recursos hídricos de Nova Cantú
vêm passando. Assim, fizemos a releitura do nosso ambiente construída, na e com
a realidade local, partindo do campo proximal para a esfera global, estimulando o
intelecto, retomando o conhecimento para construção de um futuro mais rico e
melhor.
“As fontes para a obtenção de respostas e de conhecimentos sobre o mundo
vão desde o ambiente doméstico e a cultura regional, até a mídia e a cultura de
massas” (MEC, 1997b, p.45, apud VALENCIO, 2007, p.30). As atividades propostas
na produção didático-pedagógica foram compartilhadas com o GTR-Grupo de
Trabalho em Rede, curso à distância e proporcionado pela Secretaria de Educação
do Estado do Paraná aos professores da rede pública de ensino, por meio da
internet, tendo nós, professores PDE, como tutores. Desta forma, atingimos um
grande grupo de educadores e interagimos com outros colegas sobre o
desenvolvimento do tema e do título da produção didático-pedagógica, onde
recebemos sugestões e análises das atividades que poderiam ser adaptadas de
acordo com as necessidades de cada escola.
2.1 METODOLOGIA
Foram desenvolvidas dez atividades com os alunos da 6ª Série/7ºano “Z”,
oriundos da zona rural e turno vespertino, entre 11 anos e 13 anos de idade no ano
letivo de 2010 do Colégio Estadual Professor João Farias da Costa – E.F.M., cujos
subtemas foram o reconhecimento local, a recuperação, a preservação das
nascentes e rios de Nova Cantú e o cuidado para com o ambiente aquático natural.
Conteúdos locais foram interrelacionados com os conteúdos científicos apropriados
para a série/ano, e em conjunto contextualizaram e fundamentaram a busca do
conhecimento e efetivaram significativamente o ensino e a aprendizagem.
2.1.1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Para Bacci; Pataca (2008), “a água é um tema amplo e pode ser tratado a
partir de diferentes enfoques”. Foi o que desenvolvemos na escola durante a
Implementação das atividades. A Tabela 1 descreve as atividades realizadas, o
período de execução e sua duração. O projeto de Implementação Pedagógica na
Escola foi executado no segundo semestre de 2010.
ATIVIDADE DESCRIÇÃO PERÍODO DE
EXECUÇÃO
DURAÇÃO
1-Imagens fotográficas de alguns cursos de água doce locais.
Mostragem em sala de aula aos alunos da 6ª Série/7º Ano “Z” do registro fotográfico feito pela professora quando visitou algumas nascentes e rios de Nova Cantú em fevereiro e março de 2010 para análise e reflexão da degradação feita pelo ser humano às matas ciliares locais.
Fevereiro, Março, Agosto.
Duas aulas (120 min).
2-Aplicação de questionário em sala de aula aos estudantes (Anexo I).
O questionário foi formulado pela professora com vinte e quatro questões objetivas e relacionadas ao ambiente local para obter informações comportamentais, valores e atitudes diante do ambiente de moradia.
Setembro
Uma aula
(60 min).
3-Contextualização dos conteúdos com vídeos, textos informativos e científicos.
A contextualização aconteceu várias vezes e de formas variadas, pois vinculamos conteúdos científicos aos conteúdos referentes aos recursos hídricos de Nova Cantú. Foram apresentados textos científicos e informativos, vídeos, que foram reconstruídos por meio de produções de textos, desenhos e outras atividades escolars.
Setembro,
Outubro e
Novembro.
Dez aulas
(600 min).
4-Questionário de entrevista dos estudantes aos familiares (anexo II).
Este recurso foi preparado pela professora e distribuído a cada aluno para que o mesmo realizasse a entrevista com familiares mais velhos. Constava de vinte e duas perguntas „abertas‟ que propiciou aos educandos informações em tempos e lugares diferentes, resgatando a história de cada família com o ambiente.
Setembro
Duas aulas (120 min).
5-Planejamento das entrevistas pelos estudantes à pioneira.
Ao serem informados da visita de uma pioneira à sala de aula, os alunos preparam questões de sua curiosidade. Logo após, fizemos leitura oral para que não houvesse perguntas repetitivas e os mesmos foram orientados a registrar no caderno todas as respostas da pioneira.
Outubro
Uma aula
(60 min).
6-Entrevista à pioneira de Nova Cantú.
Convidamos uma pioneira à sala de aula para retratar e responder às
perguntas e curiosidades dos alunos quanto aos rios locais desde sua chegada ao município até a atualidade.
Outubro Uma aula (60min).
7- Apresentação aos alunos das entrevistas a pioneiros, feitas pela professora.
A professora realizou em novembro de 2009 e fevereiro de 2010, extraclasse, entrevistas a pioneiros de Nova Cantú, propiciando o resgate da história local, utilizando a TV pendrive, fotos e relatos destes conhecedores do desbravamento local.
Outubro
Uma aula
(60 min).
8- Construção do diário do Rio Cantu.
Após o conhecimento do passado do Rio Cantu, da fauna e flora locais, resgatamos a origem do nome e suas características principais com fotos do passado e do presente, frases informativas e sugestivas, organizadas cronologicamente e construímos o Diário do Rio Cantu na biblioteca do colégio.
Novembro
Duas aulas (120 min).
9-Exposição à comunidade escolar da situação dos recursos hídricos locais.
Fixamos no mural da escola o Diário do Rio Cantu e um painel com informações fraseadas de outros cursos de água locais para conhecimento da comunidade escolar e civil que nos visitasse.
Novembro
Sete aulas (420 min)
10-Visita a campo e plantio de árvores (Rio do Peixe, Sítio Santa Luzia).
Esta atividade foi construída em parceria com as Secretarias de Educação e do Meio Ambiente de Nova Cantú e o Instituto Ambiental do Paraná de Campo Mourão, que nos cedeu algumas mudas de árvores nativas para replantio às margens de um dos rios do município, o Rio do Peixe, que corre por uma parte do Síto Santa Luzia e fizemos o plantio de cerca de cem mudas de árvores nativas sob a orientação de dois técnicos em agronomia.
Novembro
Cinco aulas (300 min).
Tabela 1 - Atividades e suas descrições realizadas durante o Projeto de Implementação Pedagógica com os alunos da 6ª série/7º ano do Colégio Estadual Professor João Frias da Costa – E.F.M. Fonte:
Produção Didático-Pedagógica –PDE- 2009-2011.
2.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com Marengo (2008), “as incertezas ainda representam
obstáculos para o planejamento operacional e ferenciamento do recurso água, mas
mesmo assim esse fato não pode ser utilizado para evitar ações imediatas”. As
inovações tecnológicas facilitam o ensino e a aprendizagem, aproximam e
compartilham conhecimentos. Deste modo, ao utilizar o ambiente virtual e participar
do Grupo de Trabalho em Rede – GTR com outros educadores, houve interação de
ideias que abrangeu de forma imediata outros paradigmas e contextos ao enfatizar a
degradação dos recursos hídricos. A discussão poderá inspirar outros professores a
realizar ações similares de sensibilização e mudanças de atitudes frente aos
problemas ambientais.
Em sala de aula, nossos trabalhos ocorreram de maneira reflexiva,
construtiva e participativa, pois apresentamos os acontecimentos locais para
discussão, procurando despertar em nossos alunos o sentido da preservação dos
recursos hídricos locais com matas ciliares. Buscamos “um novo modelo de vida, um
novo paradigma, que valorize a coletividade, o respeito, a diferença e o amor entre
as pessoas, e entre estas e a natureza” (ARAÚJO, 2010, p.6).
2.2.1 1ª ATIVIDADE - Imagens fotográficas
Foram visitados pela professora Edilene Santos de Farias, idealizadora
deste projeto, os rios Cantu, do Peixe, Santo Rei, Tonete e uma nascente localizada
na estrada do Tacada nos meses de dezembro de 2009 e fevereiro a março de 2010
(Fig.1). Nestas visitas constatou-se que há desrespeito com a legislação ambiental:
os rios são usados para dessedentação de animais domésticos; algumas árvores
que restavam às margens dos córregos foram derrubadas para alargar estradas; há
indústrias, residências e plantações próximas às margens dos rios, entre outros. A
degradação é notória ao longo dos cursos d‟água local, outrora grande produtores
de peixes e de exuberantes matas ciliares, abrigos naturais e de alimentação para
animais e seres humanos.
A visita da professora PDE a ambientes fluviais foram apresentadas aos
estudantes por meio da TV pendrive. Esta ação deu início aos trabalhos em sala de
aula, a fim de que os alunos reconhecessem ambientes locais e comentassem sobre
as circunstâncias das matas ciliares, a situação dos cursos de água doce local e do
desrespeito com o Código Florestal (Lei 4771, de 15 de setembro de 1965). Cada
material apresentado foi comentado. Estimulou-se a discussão sobre a importância
em recuperar e preservar nossos rios, pois, conforme Angelo (2007 p.14), “se as
margens dos rios não estiverem protegidas com mata ciliar, estes poderão sofrer
erosão e assoreamento”, o que já está ocorrendo com os cursos de água de Nova
Cantú.
As ações humanas interferem na natureza de modo degradante.
Reconhecer-se como parte integrante do ambiente é fator primordial para as
pesquisas e estudos. Portanto, investigar, codificar, interpretar e transformar é
construir responsabilidade individual e coletiva para que haja transformação
significativa. Dessa maneira, ao apresentar as imagens coletadas pela visita da
professora aos recursos hídricos de Nova Cantú, os alunos reconheceram os
ambientes e demonstraram consternação diante das situações apresentadas. Em
seguida, fizemos um breve comentário e cada aluno retratou a degradação dos rios
locais com um desenho representativo (Fig. 2) e um texto explicativo (Fig. 3), pois,
apresentar o contexto local por meio das fotos registradas, “possibilitou o discurso
novo, a explicação da nova percepção da mesma realidade” (FREIRE, 1996).
A B
C D Figura 1 – (A) Rio do Peixe (próximo à comunidade48) fotografado em 10 abr. 2010;
(B) Nascente que fica na estrada do Tacada em fev. 2010; (C e D) Rio Água da Abelha, estrada Laranjal/ Balsa nova em 10 abr. 2010.
Fotos de Nilton Farias.
Figura 2 - Desenho produzido pelo aluno Adir de O. Cândido, 6ª Série, 2010, após a discussão realizada com a análise das fotografias do estado dos recursos
hídricos de Nova Cantú.
Figura 3 - Texto feito pelo aluno Cleberson M. Oliveira, 6ª série, 2010, após a discussão realizada com a análise das fotografias do estado dos
recursos hídricos de Nova Cantú.
Varios temas foram abordados nos desenhos e textos realizados pelos 22
alunos da 6ª série/7ºano “Z” após a discussão realizada com a análise das
fotografias do estado dos recursos hídricos de Nova Cantú. O tema poluição foi o
mais retratado, seguido do tema desmatamento (Fig. 4).
40,9 %
45,45 %
13,63 %
DESMATAMENTO - 09 ALUNOS
POLUIÇÃO - 10 ALUNOS
CONTAMINAÇÃO - 03 ALUNOS
Figura 4 - Temas representados nos desenhos e nas redações realizadas após a discussão
que seguiu a análise das imagens fotográficas dos rios locais.
Desenho construído pelo aluno Adir de Oliveira Andrade, 6ª Série, 2010.
2.2.2 2ª ATIVIDADE - Questionário para os estudantes
A noção precedente dos alunos iniciou suas reflexões sobre seu próprio
conhecimento diante da natureza.
O estudante constrói significados cada vez que estabelece relações substantivas e não arbitrárias entre o que conhece de aprendizagens anteriores (nível de desenvolvimento real – conhecimentos alternativos) e o que aprende de novo (AUSUBEL, NOVAK e HANESIAN, 1980, apud DCE-Diretrizes Curriculares de Educação Básica de Ciências do Estado do Paraná, 2008, p.62).
Os alunos da 6ª série/7º ano “Z” responderam o questionário em sala de
aula, 90% dos estudantes sente-se parte integrante do ambiente, porém apenas
55% tomam banho de rio e pescam (Tabela 2). A maioria afirma residir próximos a
uma nascente, um rio ou um córrego e utilizam água das nascentes para uso
doméstico (73%), porém desconhece a nascente e a foz do córrego ou rio que
passam pela sua propriedade e todos desconhecem a origem dos nomes dos rios
próximos a sua residência (70%).
TÓPICOS ABORDADOS % DOS ALUNOS
Afirmam que há plantação de cultura (soja, milho e outros) e pastos às margens dos rios; Citam que os dejetos de suas casas são jogados em fossas sépticas e concordam na preservação do ecossistema aquático.
100
Afirmam que a mata ciliar é importante para os rios e que a água do planeta vai acabar.
95
Sentem-se parte integrante do ambiente; as famílias residem há mais de 15 anos no mesmo local; sendo abundante e divesificadas a fauna e a flora quando chegaram ao local.
90
Declaram que é preciso a economia de água. 81
Percebem pouca mata ciliar ou não existe; havia grande diversidade da fauna e da flora quando chegaram ao local de moradia e as famílias residem há mais de 15 anos no mesmo local.
80
Afirmam residir próximos a uma nascente, um rio ou um córrego e utilizam água das nascentes para uso doméstico.
73
Desconhecem a nascente e a foz do córrego ou rio que passam pela sua propriedade.
70
Alegam que o lixo de suas casas é queimado. 63
Percebem vida dentro dos rios e às suas margens e dizem que as águas desses rios não estão contaminadas.
50
Tomam banho nos rios e pescam 55
Tabela 2 – Percepção do aluno ao espaço físico onde vive obtida através de questionário (Anexo 1)
Percebeu-se que apesar de apresentarem pouco conhecimento sobre o
espaço físico que o cerca, entendem a importância da preservação e do cuidado
para com os cursos d‟água doces locais e que estes servem de abrigo para outras
espécies de vida, dentro e fora da água. A dinâmica da atividade foi extrair do
estudante seu conhecimento prévio sobre o ambiente em que vive, o que propiciou a
sua reflexão e percepção como um dos elementos da natureza.
2.2.3 3ª ATIVIDADE - Conteúdos informativos e científicos
No decorrer do ano letivo de 2010, nossos estudantes da 6ª série/7º ano “Z”
do Ensino Fundamental do turno vespertino, puderam apreender que a prática
escolar está inseparável das práticas diárias do mundo e da localidade, e que os
conhecimentos refletem nas atitudes do cotidiano do estudante. Nesta atividade,
buscamos retratar os problemas locais assistindo alguns vídeos retirados da internet
(Pardinho - Pardoo sim, sujo não; A turma da Clarinha e o ciclo da água; Mata
Ciliar... Plante e cuide!), lendo textos informativos (Lei Ambiental- Art. 2º; Principais
rios de Nova Cantú e outros), articulando conhecimento prévio aos conhecimentos
científicos. É importante conhecer as leis ambientais referentes aos fundamentos da
lei das águas, porque “a primeira refere-se à compreensão da água como um
recurso natural que, embora considerado renovável, é limitado, estando sujeito a
diversas formas de esgotamento” (MACHADO, 2008).
Durante a Implementação na escola realizamos diversas atividades, nas
quais relacionamos o conteúdo científico - Reino das Plantas e suas partes - que se
estudava no momento, ao tema do projeto - Recursos hídricos locais:
reconhecimento, recuperação e cuidado. Destacamos a atividade na qual os alunos
trouxeram à sala de aula folhas de diversas formas e tamanhos que estivam
próximas às suas moradias, onde foram reproduzidos por pinturas em seus
cadernos, trabalhos demonstrados na (Fig. 5), pois “a sensação de pertencimento ao
universo não se inicia na idade adulta e nem por um ato de razão” (GADOTTI, 2009,
p.61), mas por um ato de manutenção à vida.
Com isso, firmaram conhecimentos significativos que permeiam o trabalho docente
ao contextualizar o problema local em uma esfera global.
Figura 5 - Pintura realizada pela aluna Fabiana Martins, 6ªsérie, 2010, retratando a diversidade de folhas locais, após textos
científicos e informativos.
A leitura, a reflexão e a discussão foram fatores fundamentais para a
dinâmica das aulas, efetivando o ensino e a aprendizagem. Para que estas ações
firmassem o conhecimento, os estudantes produziram textos que retrataram a
situação local das nascentes e rios locais, como exibe a (Fig. 6).
Figura 6 - Texto escrito pela aluna Silvana A. Carvalho, 6ª série,
2010, retratando o vídeo Pardinho, “Pardo sim, sujo não”.
A
Foram trabalhos que confirmaram e edificaram o saber, buscando modificar
o modo de estar no mundo, pois “nas condições de verdadeira aprendizagem os
educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução
do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo” (FREIRE,
1996).
2.2.4 4ª ATIVIDADE - Entrevista a familiares
Tendo como pressuposto que a participação da família é importante para a
construção da aprendizagem do estudante, foi elaborado pela docente, um
questionário para ser aplicado às famílias por cada aluno. Esta atividade possibilitou
o resgate do conhecimento familiar do ambiente local para auxiliar os alunos a
compreenderem o que levou à degradação ambiental, salientando o compromisso
de cada indivíduo com a natureza. Para Freire (1996), “o momento fundamental é o
da reflexão crítica sobre a prática”, acreditando que é essa nova geração de
pessoas, conscientes e trasformadoras, que os ecossitemas podem ser recuperados
e cuidados para a harmonia de todos, pois “mudar o mundo é urgente, difícil e
necessário” (FREIRE, 1997, apud GADOTTI 2009, p.71).
Observou-se que as famílias entrevistadas degradaram o ambiente para
construir sua moradia, plantar lavouras, criar gado, utilizando água procedida das
nascentes ou poços; percebem a substância água como algo importante à
sobrevivência dos seres vivos, como também a necessidade de matas ciliares ao
longo das margens dos rios (Tabela 3). Entendeu-se também que, com o decorrer
do tempo a fauna e a flora foram diminuídas e algumas extintas, sendo os animais
locais, substituídos, por animais domésticos. Enfatizaram a importância das Leis
Ambientais e do cumprimento das mesmas para que o ser humano tenha
compromisso com a natureza e interaja com os outros seres vivos e ambientes em
harmonia.
Tabela 3 - Investigação do ambiente onde vive com familiar feita com 22 alunos através do questionário (Anexo 2)
2.2.5 5ª ATIVIDADE – Preparação à entrevista
Para reconstruir valores é preciso conhecer o passado, para tal, foi
planejada uma entrevista a ser realizada com uma das primeiras moradoras de Nova
Cantú (pioneira). À orientação da docente, cada aluno redigiu no caderno algumas
perguntas que gostariam de fazer à pioneira convidada que viria à sala de aula
(Fig.7). Dessa forma, cada aluno propôs o seu questionamento, de modo que não
houve perguntas recorrentes. Nesta atividade os alunos se descobriram partícipes
ativos no resgate do conhecimento sobre o município de Nova Cantú e verdadeiros
repórteres, ao apresentarem habilidade, criatividade e curiosidade na elaboração da
entrevista. A conclusão ocorreu com a organização das perguntas que iriam nortear
a entrevista. Algumas perguntas elaboradas pelos estudantes foram:
- Por que deram os nomes aos rios de: Rio Cantu, Rio Caratuva, Rio do Peixe, Rio Tricolor?
ASPECTO DO AMBIENTE QUANDO CHEGARAM AO LOCAL DE MORADIA
ASPECTO ATUAL
Tempo de residência
Entre 10 e 40 anos.
-
Quantidade de flora %
83,4
16.6
Quantidade de fauna %
83,4
16.6
Motivo do desmatamento
Construção de residência e cultivo de algoão, arroz,
milho e aveia.
Ampliação do cultivo de soja, milho e mecanização de
pastos.
Origem da água para uso doméstico
Nascente de rio.
Nascente de rio e poços semiartesianos.
Cuidado com os cursos d´agua
Mata ciliar
Lei Ambiental
Água Importante à sobrevivência do ser humano
Importante à sobrevivência dos sere vivos
Matas Ciliares Espessa Escassa
- Qual o tipo de vegetação em Nova Cantú que ocorria em 1965?
- Quais as espécies de animais que existiam na época em que a pioneira chegou à Nova Cantú?
- Como era a água dos rios?
- Quais eram as espécies de peixes que havia nos rios?
- Como era tratada a Saúde no município?
. A B Figura 7 - (A e B) Alunos da 6ª série em sala de aula em out. de 2010, elaborando as
questões para entrevista com a pioneira. Fotos de Nilton Farias.
2.2.6 6ª ATIVIDADE- Entrevista
Com a chegada da nossa convidada em sala de aula, a Srª Laura Ferreira
Vendramin, na época com 69 anos de idade e 45 anos de residência no município,
deu-se início a entrevista. Os alunos a indagaram com eloquência (Fig.8), sobre o
desbravamento de Nova Cantú e dos nomes de alguns rios que cortam o município,
anotando as suas respostas, confrontando a história do passado com as alterações
que o ser humano vem fazendo ao longo dos tempos. A improvisação de algumas
questões encantou a docente e a convidada pela sede de conhecimento dos alunos.
Ao terminar a entrevista, os alunos organizaram as perguntas e respostas em forma
de texto, pois o registro escrito leva o aluno a aprender significativamente, além de
ficarem memorizadas as informações que a pioneira lhes trouxe. Estes
conhecimentos serão levados para suas vidas.
A B Figura 8 - (A e B) Entrevista à pioneira em sala de aula do Colégio E. Prof. J. F.da
Costa em out. de 2010. Fotos de Nilton Farias.
Os estudantes tiveram uma oportunidade única, pois o confronto entre o
passado e o presente remete à reflexão de atitudes contemporâneas.
2.2.7 7ª ATIVIDADE- Conhecendo o passado do Rio Cantu
Esta atividade apresentou aos alunos as entrevistas realizadas pela
professora PDE a dois pioneiros cantuenses: a Srª Aparecida Faria, 76 anos de
idade e 55 de residência em Nova Cantú e o Sr. Rui Pereira, 77 anos de idade e 50
de moradia no município, entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010 com resgate
de algumas fotos do ano de 1955 às margens do Rio Cantu. A utilização de recursos
antigos (fotos) e modernos (TV pendrive) retratou de maneira clara e objetiva a
relação entre a sociedade e a natureza no decorrer do tempo, como podemos
constatar através da (Fig.9).
A B
C D
Figura 9 – (A) Margem esquerda do Rio Cantu em 1955; (B) Margem esquerda do Rio Cantu em abr. de 2010;
(C) Margem direita do Rio Cantu em 1955; (D) Margem direita do Rio Cantu em abr. de 2010.
Fonte das fotos antigas: Álbum de família de Aparecida Faria. Fotos atuais de Nilton Farias.
A comparação das ações humanas no decorrer da história cantuense,
promoveu discussões e reflexões. Ressaltou que os avanços sociais e tecnológicos
alteraram a interação do ser humano com os outros seres vivos e com os
ecossistemas, principalmente o ecossistema aquático local. Para Gadotti (2009, p.
103), “o papel da Década é promover a educação como fundamento de um outro
mundo possível, de uma outra sociedade, mais viável para a humanidade”, com
possíveis recursos para a reeducação do ser humano diante da natureza. Segundo
Gadotti (2009, p.74) “educar globalmente é saber pensar, e pensar a realidade”.
Dessa forma, exercitamos o pensar a realidade através da comparação do passado
com o presente. Os alunos finalizaram a atividade retratando o Rio Cantu no
passado e no presente por meio de desenhos artísticos (Fig.10).
Figura 10 - Desenho feito pela aluna Jaqueline Jora, 6ª série, 2010, após a atividade
de analogia da situação passada com o presente do Rio Cantu.
2.2.8 8ª ATIVIDADE – Montagem do diário do Rio Cantu e do painel
Construir e reconstruir faz parte do ensino e da aprendizagem. Dessa forma,
apresentar a realidade dos nossos recursos hídricos locais que hora se apresenta é
transportar para perto o que geralmente é visto à distância. Com essa perspectiva,
construímos o diário do Rio Cantu (conforme sugerido em site
http://cadernoaguas.wwf.org.br/index.php?cap=3&pag3&est5. Cap.: O sorriso de um
rio), resgatando a origem do nome, suas características principais, a utilização de
suas águas, flora e fauna no passado (1955) e no presente (2010) através de frases
e fotos impressas (Fig.11). A organização do diário foi feita segundo o tempo
cronológico, ratificando a degradação dos rios e matas no decorrer dos anos. Deste
modo, evidenciamos a necessidade de resgatar valores e de observar o ambiente. A
disseminação de ações responsáveis entre nossos alunos é uma maneira de que os
mesmos revejam suas atitudes para com o ambiente em que vivem e tornem-se
atuantes efetivos, multiplicadores e cuidadores.
Estimular os alunos a pensar em seu futuro e no destino dos nossos
recursos hídricos baseado no conhecimento do passado é reconhecer que “a mata
ciliar forma uma comunidade de plantas, animais e outros organismos vivos que
interage com outros componentes não vivos, como os rios. Essa interação é
benéfica a todos” (NASS, 2002). Além de garantir a qualidade das nossas águas, a
mata ciliar apresenta importância econômica ao município, que ao recuperar as
nascentes e os rios, pode explorar sua beleza cênica, tornando-o também um
ambiente de lazer.
A B
Figura 11 - (A e B) Alunos da 6ª série “Z” na biblioteca do Colégio Estadual Prof. J. F. da Costa em nov. de 2010, elaborando o diário do Rio Cantu.
Fotos de Edilene Farias.
2.3.9 9ª ATIVIDADE – Exposição
“A relação do ser humano com o ambiente sempre teve sua essência na
transformação da natureza mediante a dominação” (MORALES, 2008, p.16).
Contudo, a vida nos faz buscar textos e contextos para redirecionar e reformular a
história de Nova Cantú e dos seus recursos hídricos, a fim de reconhecer as falhas
cometidas no passado, estagnar os erros e recuperar o que pode ser reconstruído,
norteando as futuras gerações para uma cultura de preservação ambiental.
É diante dessa relação que a sociedade cresce cultural, econômica e
politicamente. Assim, construímos frases e fotos informativas expondo a situação
provável e a situação preferível dos cursos de água do município de Nova Cantú,
fixando-o no mural da escola juntamente com o diário do Rio Cantu (Fig.12), para
que a comunidade escolar e visitante tivesse ciência dos fatos que modificaram a
paisagem natural do município e das consequências que a degradação vem
trazendo aos cursos de água doce locais. Este trabalho retratou a negligência do
cidadão cantuense para com as nascentes e cursos d‟água em busca de interesses
econômicos. Assim, colocamos em prática a teoria da ação-reflexão-ação, pois
“através da reflexão sobre a prática, a curiosidade ingênua, se vá tornando crítica”
(FREIRE, 1996), para promover na comunidade um novo olhar para o ambiente que
a cerca e a reavaliação de suas atitudes para com o mesmo.
Figura 12 - Exposição no mural do Colégio Estadual Prof. J. F. da Costa,
pátio, em nov. de 2010. Foto de Edilene Farias.
2.2.10 10ª ATIVIDADE – Visita a campo e plantio de árvores
A interação entre escola e comunidade é essencial, levando para além das
paredes escolares os conhecimentos científicos e tornando o ensino e a
aprendizagem significativos. Dentro deste contexto, visitamos o Sítio Santa Luzia,
por onde corre uma parte do Rio do Peixe, um dos grandes rios que corta Nova
Cantú e que apresenta degradação, assoreamento de seu leito e pouca mata ciliar.
Os estudantes envolvidos no projeto demonstraram interesse em fazer o plantio de
árvores nativas, corroborando mudanças de atitudes e de notar o ambiente.
Em parceria com a Secretaria de Educação de Nova Cantú, Secretaria
Municipal da Agricultura e com o IAP - Instituto Ambiental do Paraná de Campo
Mourão foi adquirido múltiplas espécies de árvores nativas das matas ciliares locais
para fazer a recuperação das margens devastadas. Professora e alunos foram
orientados por dois técnicos agrônomos, um deles o Diretor Municipal do
Departamento da Agricultura, Jeferson Gonçalves de Souza, para fazer o plantio
adequado das espécies: Açoito Cavalo, Amora, Canafístula, Gurucaia, Cedro,
Guajuvira e Guine outrora árvores abundantes neste local, recuperando,
literalmente, o espaço físico mencionado (Fig.13).
A B
C D
Figura13--(A) Profª Edilene Farias plantando a margem esquerda do Rio do Peixe; (B) Alunos no Sítio Santa Luzia recebendo orientações dos técnicos agrônomos;
(C) Alunos escavando buracos; (D) Alunos procurando lugares à margem esquerda do Rio do Peixe para o plantio
de árvores nativas, nov. de 2010. Fotos de Edilene Farias.
Espera-se que a atuação posta em prática leve os alunos à reflexão. Sendo
assim, em sala de aula, foi retratada a visita através de um texto (Fig.14) e acredita-
se que o exemplo de cidadania exercido naquela tarde, possa ser desempenhado
pelos nossos alunos onde quer que estejam fazendo valer seus direitos e deveres
de cidadãos e cuidadores do ambiente onde vivem.
A B
Figura 14 – (A)Textos produzidos pela aluna Pamella G. Marquese (B) pela aluna Lumayra da Silva, ambas da 6ª Série, 2010, após o debate da visita a campo.
2.2.11- Repercussões do trabalho
Os rios foram fundamentais para o desbravamento de Nova Cantú, ainda
que não houvesse preocupação com a exploração, levando à extinção espécies
típicas de plantas e animais da região. Para redirecionar e reformular a história dos
recursos hídricos do município, as falhas cometidas no passado estão sendo
revistas com a recuperação de algumas áreas devastadas, seguindo o Código
Florestal (Lei 7803, de 18 de julho de 1989) e norteando as futuras gerações para
uma cultura de preservação efetiva.
A preocupação com o poder econômico vem desenvolvendo no sujeito,
costumes que degradam o ambiente, tornando a água imprópria para o bem-estar
dos seres vivos e contribuindo para o desequilíbrio ecológico e climático. Vimos que
é possível reverter à situação dos cursos de água locais através de atividades de
sensibilização que mudem as atitudes da comunidade. Os munícipes de Nova Cantú
precisam agir para o bem individual sem desviar do bem comum, reconstruindo
valores e atitudes que os tornem sujeitos da história, onde os seres vivos se
interrelacionem sem que forças naturais sejam rompidas previamente.
Em outubro de 2010, os alunos da 6ª Série/7ºAno “Z” do Colégio Estadual
Professor João Farias da Costa – E.F.M. do turno vespertino com faixa etária entre
11 e 13 anos de idade, participaram do 1º Concurso Cultural SANEPAR de Redação
com o tema, “Mananciais: cuidado de hoje, garantia de água para amanhã”,
questão que veio de encontro ao nosso trabalho em desenvolvimento. O concurso
foi voltado para alunos da 6ª série das escolas públicas do Estado do Paraná.
Desta participação, o texto (Fig.15) do aluno João Vítor de Caldas
Valderrama (11 anos), o classificou em primeiro lugar na região da COMCAM-
Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão. Os textos das alunas
Jaqueline Jora de Vargas (11 anos) e Lumayra Andrade da Silva (11 anos), foram
classificados em terceiro lugar no mesmo concurso, o que corrobora que a educação
é o principal meio de fortalecimento para rever as ações humanas.
Outro momento importante aconteceu em 1º de maio de 2011 (Fig.16),
quando a professora foi convidada pelas Irms. Lisandra e Carmelita, coordenadoras
da Pastoral da Juventude no Município, para fazer a apresentação da experiência e
da situação dos rios e nascentes de Nova Cantú para cento e dez jovens por meio
da coletânea fotográfica e das pesquisas realizadas. Ocasião que propiciou
conhecimento, análise e reflexão, pois “só dessa maneira o compromisso com a
transformação da prática social começa a ser efetivamente exercido” (GASPARIN,
2002).
Figura 15 - Texto produzido por João Vítor de Caldas Valderrama. 6ª série, out. de 2010, selecionado como finalista no 1º concurso da SANEPAR de Redação com o tema “Mananciais: cuidado de hoje, garantia de
água para amanhã”.
A B Figura 16 – (A e B) Palestra ministrada pela Profª Edilene S. de Farias em maio de 2011,
no centro de convivência da 3ª idade em Nova Cantú –Pr. Fotos de Nilton Farias.
Como “não há seres educados e não educados. Estamos todos nos
educando” (FREIRE, 1979, p.28), construir um novo saber e uma nova visão do
mundo partindo do âmbito local é rever atitudes e reconstruir valores, em que na
relação homem-natureza, a equidade passe a ser relevante na reeducação do ser
humano e o recurso natural à garantia para o futuro sustentável.
3-CONCLUSÃO
Durante o desenvolvimento do projeto, encontramos pouquíssimas
informações dos recursos hídricos de Nova Cantú. No entanto, desenvolvemos
atividades que auxiliaram os estudantes a resgatarem o passado e a avaliarem
como as ações humanas foram responsáveis pelas condições nas quais se
encontram os rios locais. Para isso, entrevistamos pioneiros, fomos a campo,
fizemos o registro fotográfico da degradação dos rios, buscamos conhecer o Código
Florestal em seu artigo 2° e desenvolvemos atividades simples em sala de aula, mas
que proporcionaram análise, reflexão e reavaliação de valores, que irão refletir no
futuro próximo.
As evidências apontam que há muito a ser feito pelos cursos de água de
Nova Cantú e “as incertezas ainda representam obstáculos para o planejamento
operacional e gerenciamento do recurso água, mas mesmo assim esse fato não
pode ser utilizado para evitar ações imediatas” (MARENGO, 2008), sendo relevante
a discussão e análise sobre a escassez da água em seu âmbito global e local, a fim
de que o comprometimento com o Código Florestal seja a alavanca para a
recuperação dos rios, córregos e nascentes.
O trabalho educativo propõe a reeducação de valores e requer um trabalho
de ensino e aprendizagem contínuo, pois “a educação tem caráter permanente”
(FREIRE, 1979, p.28) e envolver os estudantes a preservar e cuidar dos cursos de
água é um trabalho desafiador e necessário, pois as ações educativas associam
conhecimento científico às situações do cotidiano, onde ciência e cultura andam
juntas para a transformação do indivíduo e consequentemente, da sociedade.
“Educar para não ser omisso, indiferente e nem conivente com a destruição
da vida em qualquer parte do planeta” (GADOTTI, 2009, p.74), é o trabalho que
precisa ser desenvolvido nas escolas e foi o que buscamos com esse projeto:
disseminar o olhar para os problemas que atingem os cursos de água doce locais. É
um processo lento, com resultados que aparecerão a médio e longo prazo. O
caminho para a transformação é a informação, a pesquisa e o conhecimento. Desse
modo, a escola exercita o trabalho individual em prol do trabalho em grupo, expondo
a degradação do ecossistema aquático, que distende os benefícios aos outros
ecossistemas. Nesta prática, a relação entre professor e alunos é fundamental para
o bom desempenho, pois, “não há docência sem discência” (FREIRE, 1996).
Nós fomos instigados a produzir e explorar, e precisamos ser estimulados a
preservar e cuidar da natureza, visto que “a sobrevivência do planeta Terra é uma
causa comum” (GADOTTI, 2009, p. 74). Haja vista que, “foi aprendendo socialmente
que, historicamente, mulheres e homens descobriram que era possível ensinar”
(FREIRE, 1996). Sendo assim, é relevante que outros profissionais da educação
orientem seus alunos para observar o „pedido‟ de socorro que os cursos de água
locais vêm fazendo, pois a “inserção do tema de desastres na sala de aula faz-se
muito importante, já que é relevante que a criança, minimamente a partir da idade
escolar, comece a entender os conceitos que regem sua vida social” (VALENCIO,
2007, p.11) e que o ser humano seja sensibilizado através da reeducação, porque “o
papel da instituição escolar é, entre outros, o da formação da criança como cidadão,
capaz de entender e conviver com as diversas formas de viver e perceber o mundo
na sociedade plural” (VALENCIO, 2007, p.11).
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ANEXOS
ANEXO 1
Questionário aplicado aos estudantes
1) Você se sente parte integrante do meio ambiente onde vive?
a) Sim b) Não.
2) Qual a região de Nova Cantú que você mora?
a) comunidade 48
b) comunidade do Campinho
c) assentamento Santo Rei
d) assentamento Nova Jerusalém
e) comunidade Água da Irara
f) outros. Qual?__________
3) Há quanto tempo sua família reside neste local?
a) 0 a 5 anos
b) 6 a 10 anos
c) 10 a 15 anos
d) mais de 15 anos.
4) Como era o ambiente quando sua família chegou neste local de moradia?
a) muita vegetação e animais b) pouca vegetação e animais
5) Atualmente, como se encontra o ambiente que você habita?
a) muita vegetação e animais b) pouca vegetação e animais
6) Qual o rio principal ou córrego que passa por sua comunidade?
a) Rio Cantu f) Rio Tonete
b) Rio do Congo g) Rio Caratuva
c) Rio do Peixe h) Rio Tricolor
d) (Rio do Irerê i) Rio Água da Abelha
e) outro rio. Qual?________
7) Você sabe onde ele nasce?
a) Não b) Sim Onde?____________
8) E onde deságua?
a) Não b) Sim Onde?____________
9) Tem vegetação às margens (beiras) desse rio?
a) Nada b) Pouco c) Muito Quais tipos?___________
10) Existem animais vivendo dentro da água deste rio?
a) Não b) Sim Quais?_______
11) Existem animais vivendo nas margens deste rio?
a) Não b) Sim Quais?_______
12) A água do rio ou córrego apresenta cheiro?
a) Não b) Sim Que tipo?_______
13) Há erosão perto dos rios?
a) Sim b) Não
14) Qual a distância da plantação para os cursos de rios ou nascentes?
a) muito perto b) muito longe
15) Você acha que as águas do rio podem estar contaminadas?
a) Sim b) Não. Por quê?______
16) Como as pessoas se relacionam com o rio?
a) para pescar b) para transporte
c) para banhar-se d) outras relações. Quais?________
17) De onde vem à água que abastece a sua casa?
a) do rio b) do poço d) da mina e) outro local. Qual?________
18) A qualidade da água que você e sua família consomem é:
a) boa b) ruim. Por quê?___________
19) Qual o destino do lixo da sua casa?
a) queima b) põe em terreno a céu aberto
c) enterra d) o caminhão recolhe
e) outro. Qual?______
20) Qual é o destino dos dejetos do banheiro da sua casa?
a) fossa séptica
b) rede de esgoto
c) no rio d) a céu aberto
e) outro local. Qual?__________
21) Na sua casa, vocês economizam água?
a) Sim b) Não
22) É preciso manter a vegetação à beira dos rios e das nascentes?
a) Sim b) Não Por quê?__________
23) Você acha que a água do Planeta um dia irá acabar?
a) Sim b) Não Por quê?__________
24) É preciso preservar o meio ambiente na cidade e na zona rural?
a) Sim b) Não Por quê?__________
ANEXO 2
Questionário de entrevista dos estudantes aos familiares
INVESTIGANDO O AMBIENTE ONDE VIVE
1) Qual o nome da comunidade que você e sua família residem?
2) Como aconteceu a formação desta comunidade?
3) Há quanto tempo vocês residem neste local?
4) Como você vê o ambiente onde mora?
5) Quando vocês chegaram nesta região, havia muita ou pouca vegetação
nativa? Quais?
6) Neste local, havia muitas ou poucas espécies de animais? Quais?
7) É importante ter mata por perto de onde vocês vivem? Por quê?
8) Ao chegar neste local, foi preciso derrubar a vegetação? Por quê?
9) Atualmente, qual a situação da vegetação e dos animais da região?
10)Qual a situação atual da vegetação às margens dos rios locais?
11)Como vocês cuidam da vegetação local?
12)Para você, qual a importância da água para os seres vivos?
13)De onde vem à água qua sua família utiliza?
14)Como sua família aproveita a água em sua residência?
15)Na sua casa, alguém “varre” a calçada ou o terraço com a mangueira d‟água?
16)É importante economizar água? Por quê?
17)Você conhece algum rio importante para o município de Nova Cantú? Qual?
18)Qual a importância deste rio para o município?
19)Você conhece a origem do nome deste rio?
20)A qualidade da água dos rios e nascentes que você conhece em Nova Cantú
é confiável para consumo humano e dos outros seres vivos?
21)Como você e sua família cuidam dos cursos de água locais?
22)São necessárias as leis ambientais?
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