ENTREVISTACASA COR GOIÁS 2010“Estamos em pé deigualdade com Milão”
Sustentabilidade e mix de cores marcam a 14ª edição da mostra,que privilegia a busca pela felicidade
decorarquitetura & interiores
Junho 2010 - Ano III - nº 12
GO
IÂN
IA
índice
128
42
2028
Milão com alma por leo romano
artigo
Felicidade sustentável por daíse de sá
especial
Alegria dentro de casa editorial
Harmônica mistura das cores por daíse de sá
casa cor 2010
Sonhos com personalidade com genésio maranhão
entrevista
editorial
busca pela arquitetura da felicidade e a
sustentabilidade tomaram conta da Casa
Cor Goiás 2010 e ganhou espaço nessa
edição da decor. Cores e projetos práticos mostram
que é possível criar espaços aconchegantes,
estimulantes, e acima de tudo que revelem a
personalidade de seus moradores.
O leitor poderá ainda encontrar notícias da Feira de
Milão, que atendeu a expectativa do público sempre
ansioso por novidades e lançamento de tendências.
Seja no Brasil ou Europa, a preocupação da
arquitetura e do design este ano é levar a felicidade
para dentro de casa com o mix de cores.
Nosso entrevistado, o designer Genésio Maranhão,
fala sobre tendências e seu dom estampar a
personalidade de seu cliente nos espaços que
projeta. A dica parece simples: ouvir com atenção o
que o futuro morador deseja ter em seu lar.
Bruno Brasil
a8
Alegriadentro de casa
Sala de Cinema – Ambienteassinado por André Brandão
e Márcia Varizo, na Casa Cor
Goiás 2010
Foto da capa: Paulo Oliani
Em sua 49ª edição, o salão internacionaldo móvel de Milão aparece mais suave,mais alegre, mais feliz. Uma verdadeirafesta para os sentidos
Milão com alma
ão bastasse a grandiosidade do salão em
um espaço de 210 mil metros quadrados de
área, Milão foi invadida por mais de 500
mostras espalhadas pela cidade revelando idéias ex-
perimentais e um doce sabor de novidade.
Cada vez mais percebe-se um design mais corajo-
so e autoral. Cores, ousadia, figuração e textura são mar-
cas desse disgn do século XXI. Os mestres espa-lham-se
e colaboram com um número maior de marcas. Isso
comprova a força do design e os valores que os bons
projetos agregam ao produto.
Bons exemplos desta magia podem ser percebidos
nas peças de Fábio Novembre, que desenhou para a
Dríade uma poltrona como o formato de um rosto gi-
gante. Nina Zupanc criou o Carrinho Konstantin para
as crianças. A beleza da peça buscou sua inspiração nos
anos 50, deixando claro a liberdade da reinterpretação.
nArquiteto formado pela UCG,mestre em Artes Visuais pelaUFG e professor dos cursosde design da UFG
artigo
12
Fotos: Divulgação
leoromano
Sensorialidade no trabalho cênico de Jaime Hayon
No campo da transposição das idéias,
conceitos e matérias, o show é mantido por
nossos Irmãos Campana, que dentre outras
criações apresentaram a estante cabana,
um objeto escultura que nos lembra uma
oca indígena.
Inspirado nas garrafas pet, o holandês
Marcel Wanders exibe para Magis a cadeira
Sparkling. Tem-se ai um exemplo da trans-
parência e tecnologia que são essenciais nos
produtos expostos por esta marca.
Na contramão da novidade, marcas reedi-
taram clássicos e homenagearam grandes no-
mes do passado. Destaque para a marca De
Pavoda com uma bela homenagem ao mes-
tre Achille Castiglione. Também a Vitra exibiu
a consagrada cadeira Dar, de Charles e Ray Ea-
mes. Le Corbusier foi homenageado pela Cas-
sina com a nova edição da coleção LC em cores
fortes na estrutura metálica e nos estofados.
Contudo, mas do que anunciar as ten-
dências do design, esta edição da feira de-
clarou um novo tempo. Viramos a página da
crise econômica. Foram dias de pesquisa
imersos na energia das forças do bem. Ven-
ceu o diálogo de um caminho onde nova-
mente o móvel é concebido para o homem.
Este tem cara e alma. Seu mobiliário é um
complemento para a alegria de viver. d
Tecnologia e sustentabilidade é
o eixo de Simone Carminate
para a indústria Movo
Sparkling
Foto
s: D
ivul
gaçã
o
Nina Zupanc
Fábio Novembre Driade
Autoria e identidade são as marcas de Pieke
Bergmans para a coleção
Design Virus
Sandra CamargoArquitetura, interiores e paisagismo
3095-1612 | [email protected]
Fotos: Rogério Naves
A mostra completa 14 anos e durante 40dias exibe cenários que aliam praticidade,sustentabilidade e beleza. O resultadoalcançado é uma atmosfera de felicidadeque respeita a natureza
por Daíse de Sá
Felicidade sustentável
especial
ai de cena o branco com preto. Os holofotes
estão voltados para o nude e a variedade de
cores. A 14ª edição da Casa Cor Goiás celebra
felicidade e sustentabilidade, com o tema Sua casa, sua
vida, mais sustentável e feliz. O grande desafio deste ano
foi provar que é possível criar espaços sofisticados, acon-
chegantes, funcionais, e que acima de tudo inspirem fe-
licidade. Durante 40 dias da mostra, os 47 ambientes
apresentados por 75 profissionais, entre arquitetos, de-
signers e paisagistas, puderam ser observados e dese-
jados no Espaço EBM, construído exclusivamente para
abrigar o evento.
A sustentabilidade foi incorporada ao evento em
2009, propondo mudança de comportamento. As or-
s
20
Foto: Edgar Cesar
ganizadoras da Casa Cor Goiás, Eliane Mar-
tins e Sheila Podestá, estão aos poucos im-
plantando práticas sustentáveis, para que
em 2012, a mostra se torne referência no te-
ma. Este objetivo é visivelmente percebido
pela utilização de mat eriais sustentavel-
mente corretos desde a preparação dos es-
paços. Segundo Sheila Podestá, o impor-
tante é “atender às necessida des do pre-
sente sem comprometer as possibilidades
das futuras gerações atenderem às suas
próprias necessidades”.
Seguindo a proposta de criar espaços sustentáveis
e felizes, os profissionais trouxeram as tendências lan-
çadas na Feira de Milão deste ano, cores no revestimen-
to e mobiliário, e praticidade dos eletro-eletrônicos, que
facilitam a vida. Um bom exemplo dessa junção é a Co-
zinha e Dependências, das arquitetas Gabriela Saback e
Paula Munhoz. O ambiente de tons claros com pastilhas
douradas tem suas áreas totalmente integradas, alian-
do o aspecto clean com boa utilização do espaço por
meio da integração entre cozinha e área de serviço. O
charme do quintal fica por conta do verde, que abriga
horta orgânica e uma queijeira rodeada de plantas.
IntegraçãoAspecto clean, boa
utilização da área
e quintal verde
foram o destaque
da Cozinha e
Dependências
Foto
: Ped
ro M
orae
s
sentimentos e sensações. “Escolhi uma poltrona cuja es-
tampa exibe a capa do LP mais vendido dos Beatles e
um puff revestido com a bandeira do Reino Unido, para
dar ao Café ar descolado”, diz a arquiteta. Para iluminar o
ambiente a arquiteta escolheu os pendentes da designer
francesa Céline Wright.
Mais uma vez o arquiteto Leo Romano surpreende
pelo mix de cores e tendências. Seu Loft do Esteta, pre-
miado como Projeto Mais Original do evento, é marca-
do pela mistura harmônica entre aparente opostos. O
Cultura pop – O contemporâneo Café, de Claudia Zuppani, privilegia o bem o estar dos visitantes com uso de mobiliárioamplo, incluindo poltrona com estampa do LP mais vendido dos Beatles
O vermelho é a cor escolhida por Clau-
dia Zuppani que assina o Café desta mostra,
exprimindo sobriedade e acolhimento. En-
trando no ambiente, ficamos cercados pela
cultura pop e facilidades do mundo con-
temporâneo, que agrega num só espaço
possibilidades de bar, lanchonete e confei-
taria. O mobiliário amplo e colorido dá per-
sonalidade ao espaço, confirmando a im-
portância da escolha de cores para aflorar
Foto
s: P
edro
Mor
aes
Originalidade – Chuva de cores e linhas atuaismarcam a harmonia entre aparente opostos no
Loft do Esteta, do arquiteto Leo Romano
Leandra Castro criaram um jardim vertical com irrigação
automatizada na Cozinha e Estar do Chef, unindo o lugar
de refeições à área social de uma residência. Sentado em
uma das poltronas é possível visualizar as plantas que
além de aconchego, conferem charme, humanizam o es-
paço e contam que ali mora alguém feliz. Nesse ambiente,
encontramos tons pastéis com o toque de cor azul tur-
amerelo, pink, roxo e azul foram incorpora-
das a um espaço de linhas atuais com áreas
integradas, transmitindo ao visitante o de-
sejo de experimentar novas possibilidades.
A linguagem do ambiente é trabalhada co-
mo um caminho para provocar sensações
que o design permite e ainda criar atmos-
fera única e lúdica.
O colorido também guiou o projeto da
Loja, assinado pelas arquitetas Luana Men-
donça, Mariana Mendonça, Tarcila Lobo e a
designer Alinne Queiroz. Os tons predomi-
nantes foram preto, branco, marrom, doura-
do e o bordô. A disposição do mobiliário e
dos papéis de parede lembra a preferência
pela simetria nos projetos do homenagea-
do desta edição da Casa Cor Goiás, Lúcio
Costa. O arquiteto e urbanista venceu, na dé-
cada de 50, o concurso nacional para elabo-
ração do Plano Piloto de Brasília. Gravuras e
projetos de croquis de sua autoria são ex-
postos dentro de molduras clássicas doura-
das, fazendo alusão a obras de arte.
Outra tendência da mostra é a natureza
dentro de casa. Pedro Ernesto Gualberto e
vores frutíferas dão a impressão de pomar. A escolha de
materiais naturais ou pouco industrializados guiou a
criação da atmosfera acolhedora. Os tons de areia e o
verde dão ao espaço aconchego. O grande detalhe fica
por conta do piso produzido especificamente para o
ambiente tendo como resultado revestimento que lem-
bra o fundo de um riacho e se torna um belo convite
para caminhar descalço sobre ele. Sem dúvida, é im-
possível estar no Boulevard e não se sentir em casa, e,
sobretudo estar feliz por isso.
quesa. “Nosso objetivo era criar um ambien-
te convidativo e feliz para receber amigos”,
diz a designer de interiores, Leandra Castro.
O verde toma conta do Boulevard, assi-
nado pelos arquitetos e urbanistas Ana Pau-
la Castro e Sanderson Porto. O espaço, de
aproximadamente 99m², privilegia a des-
contração e valoriza elementos da nature-
za. A utilização de samambaias reforça o
conceito de jardim interno e vasos com ár-
Jardim vertical – A forte tendência de ter o verde dentro de casa humanizou a Cozinha e Estar do Chef
Foto
: Ped
ro M
orae
s
sual e emocional. Acústica agradável e sensação de acon-
chego são obtidas por meio da madeira do piso. O ce-
nário atemporal e sem fronteiras liga-se perfeitamente
a proposta da Casa Cor de proporcionar bem estar e fe-
licidade ao visitante.
Como nas demais edições, o evento mostrou-se pre-
destinado a dar novos rumos ao morar bem e bem vi-
ver na jovem Capital. Faro fino foi essencial para criar
ambientes sofisticados, sustentáveis e, sobretudo, indi-
cadores de trazer felicidade para dentro de casa.
Para pessoas de sensibilidade apuradís-
sima, a designer de interiores Maurem Fran-
çoise assinou o Restaurante, escolhido co-
mo Projeto Mais Ousado deste ano. “O am-
biente é inspirado nos sentidos que devem
ser aguçados em um restaurante - visão, au-
dição, olfato e paladar”, afirma. Para obter es-
se efeito, ela se valeu de 200m² que equili-
bram tons concreto, grafite e branco com
brilho e vidro. O resultado: conforto físico, vi- d
Restaurante – Atemporal e sem fronteiras, o ambiente de Maurem Françoise desperta todos nossos sentidos
Foto
: Edg
ar C
esar
Multicolorido no revestimento emobiliário. Tendência revelada na Feira deMilão ganha destaque na mostra anualda Casa Cor Goiás, e deixa claro o poderque as cores tem para aguçar os sentidos
Harmônicamistura das cores
Mais cor para o jardim – A misturacoordenada das cores no Boulevard da Casa
criaram um lugar agradável e que busca a
permanência do visitante no local
casa cor 2010
Casa Cor Goiás 2010 encheu o Espaço EBM,
construído exclusivamente para o evento, de
cores para dar vazão a felicidade. Com a mes-
cla de bases claras com azul, vermelho, pink, amarelo, ver-
de, os ambientes criaram uma atmosfera onde o bem es-
tar foi garantido não apenas pelo aconchegante mobi-
liário; mas, sobretudo pelas cores que entram pela íris de
nosso olhar e se espalham pela alma. A tendência de usar
cores fortes na decoração chega com toda força no Bra-
sil, após ser revelada na Feira de Milão deste ano. Para al-
guns ambientes da mostra, uma única cor foi eleita para
ganhar destaque; em outros, a variedade e mistura do co-
lorido ditou os sentidos e emoções a serem despertados.
As cores, poderosa ferramenta visual, sensibilizam
28Foto: Edgar Cesar
por Daíse de Sá
a
cia a capacidade da cor de transmitir tranquilidade. En-
trando nesse ambiente é impossível não se sentir à
vontade e vivenciar bons e felizes momentos.
Outro resultado que o uso das cores proporciona é a
criação de espaços ecléticos. Já que cada personalidade
pede uma cor, é possível atender a essa necessidade se
valendo de variedade delas. A mistura equilibrada e har-
mônica das cores pode acolher o visitante, seja qual for
seu estilo. Neste aspecto, o Cerveja Bar, assinado por Ani-
nha e Marília Teixeira, merece destaque. A junção de co-
Lounge de Chegada – O clássico estilo da estampa do papel de parede deu charme ao azul escolhido
e aguçam os sentidos. Ter tonalidades va-
riadas em casa é uma oportunidade contar
muito sobre a personalidade do morador
e ainda de ambientar os visitantes. Seja qual
for a opção, o grande salto é burlar regras
e quebrar o esperado de sempre. Um bom
exemplo do uso da cor para guiar a criação
é o Lounge de Chegada, de Alexandre Mi-
lhomem. O azul presente no papel de pa-
rede e no estofado das poltronas eviden-
Foto
: Ped
ro M
orae
s
Todas as tonalidades esboçadas em Milão, o arquiteto
trouxe para um espaço de linhas atuais e com áreas in-
tegradas. O mix do amplo sofá montado como peças
de um quebra-cabeça remete a sensação de experi-
mentação por meio da mistura harmônica das cores e
ainda, como dito pelo arquiteto, “provocam sensações
que o design permite”.
Além de colorir ambientes de uso coletivo, os pro-
fissionais expositores da Casa Cor 2010 exibiram cores
fortes até mesmo em espaços voltados para o descan-
res, preto, vermelho, verdes, e dourado – de-
coração que lembra um pub europeu deram
ao espaço tom versátil e prático. “Queríamos
criar ambiência aconchegante e descontraí-
da, para promover aproximação entre as pes-
soas”, diz Aninha Teixeira.
Em alguns moment os, as c ores sur-
preendem rompendo de vez com o con-
vencional. Amarelo, pink, verde, azul per-
sonalizam o Loft do Esteta, de Leo Romano.
Cerveja Bar – A atmosfera de um pub europeu foi produzida com variedade de cores
Foto
: Ped
ro M
orae
s
Foto: Edgar Cesar
Mix – O sofá colorido emontado como um quebra-
cabeça personaliza o ambiente
criado por Leo Romano
seus usuários o desejo proposto. A arquiteta Laciana Ta-
quary atingiu seu objetivo de estimular a prática de exer-
cício por meio do mix bem sucedido entre verde, azul,
cinza e alaranjado, na Academia exposta na Casa Cor
deste ano. Mesmo aqueles que não são adeptos à gi-
nástica se sentem motivados ao bem estar obtido pelo
tratamento físico e relaxamento. Para garantir o efeito
estimulante das cores, vale também pensar na disposi-
ção delas. Neste caso, as listras foram escolhidas para
marcar o caminho a ser percorrido pelos visitantes.
so. Quem diria que com bom gosto é pos-
sível levar tonalidades cítricas para o quar-
to. No Refúgio do Jovem Casal, assinado
por Fátima Mesquita, Márcia Albieri e Regi-
na Amaral, o uso de verde cítrico no floral
das cortinas, sofás e almofadas mistura-se
com móveis clássicos criando um cant o
apropriado para curtir um ao outro.
O importante é ter cautela na escolha da
cor que dará vida ao espaço para aguçar em
Refúgio do Jovem Casal – O moderno verde compõe o espaço criado para curtir boa companhia
d
Foto
: Ped
ro M
orae
s
Av T-8, 1080, Sl. 105/106, St. Bueno
Fone: (62) 3285-6554
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Se o cinema é a maior diversão porque oscinemas sempre têm que ser sóbrios esisudos? Porque o preto é dominante?
Cinema é a maior diversão
profissional
36Foto: Maria Célia Siqueira
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: Pau
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liani
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(62) 3286-8812
(62) 3281-7432
erá que pessoas modernas e de
bem com a vida não querem al-
go a mais que isso? Ao nos co-
locarmos nessa posição respondemos: “Pes-
soas modernas, e de bem com a vida que-
rem um cinema alegre, divertido, descon-
traído.... Colorido!!!
Cinema colorido? Sim, senhor!!!!
Aí as perguntas não pararam de passar pela nossa
cabeça: Por que as poltronas de um cinema são todas
iguais se as pessoas não tem corpos e tamanhos dife-
rentes? Se um casal não quer assistir o mesmo filme,
mas quer ficar junto, como entreter o desinteressado?
Por que não podemos ter um bar dentro de um cine-
ma? Porque as poltronas de um cinema não podem
servir para leitura?
s
O ambiente é
marcado pela
explosão de diferentes
cores e texturas
ser aficionado por Super-heróis, claro! . Afinal, esses são
os guardiões das cidades, seus grandes heróis, às vezes
vilões... Tudo puro reflexo do mundo contemporâneo.
Coleções de bonecos de super-heróis e todos aqueles
objetos que nos trazem felicidade povoam o espaço.
Aí selecionamos os móveis cada qual com seu es-
tilo: para os mais preguiçosos - "chaises", para os mais
formais - poltroninhas bem comportadas, para os mais
descontraídos e românticos um mistura de “chaise” e
poltrona onde dá pra ficar abraçadinho no escurinho
Os vários estilos dos móveis, atendem a todos os tipos de pessoas
Pois é, precisávamos resolver todos es-
ses problemas. Aí decidimos que a Sala de
Cinema da Casa Cor Goiás 2010 seria uma
explosão de cores, com uma linguagem ur-
bana, que remetesse à miscelânea de infor-
mações a que somos submetidos todos os
dias. Diferentes cores, diferentes texturas, di-
ferentes caras, diferentes raças... tudo isso so-
bre um belo tapete cinza... Nada mais urba-
no. O dono de um cinema assim, só podia
Foto
s: P
aulo
Olia
ni
corpo, tudo para deixar todo mundo bem confortável.
Uma estante moderníssima, que mais parece escultu-
ra, sustenta livros, bebidas, copos, e é claro: um cafezi-
nho!!!! Pode ser importante, pois quem nunca deu uma
cochilada no cinema sem ter coragem de tirar o rosto
do ombro amado.
É isso aí, esse cinema foi pensado desse jeito: Nós
nos divertimos muito, pensamos nas nos pontos téc-
nicos, descobrimos soluções, inventamos coisas, mas,
o mais importante de tudo isso é que conseguimos
do cinema. Para alguém especial, uma pol-
trona bem exibida – parece colo de mãe.
Tudo isso sem esquecer as cores, que dei-
xam móveis antigos com cara de moder-
nos, modernos com cara de sérios, e tudo
foi indo por aí...
O bar, esse não seria só um bar, seria um
mix de local pra bebericar, olhar o compu-
tador, trabalhar e quem sabe mais o que. Aí,
as poltronas ajustam altura angulação do
Foto
s: P
aulo
Olia
ni
O Ambiente tem piso de tapete, o que garante a qualidade acústica
contar ao público uma história, e é nisso que acre-
ditamos em cada projeto em que colocamos nossa
mão. Os espaços, os ambientes, têm que refletir, têm
que contar a história do dono. Isso é que faz os am-
bientes terem alma, terem vida, serem ricos e se-
rem muito chiques!!!
A sala de Cinema é toda automatizada, através de um
controle é possível regular a iluminação, abrir e fechar as
cortinas e ligar todos os aparelhos de audio e vídeo
Sonhos com personalidade
entrevista
42
genésiomaranhão
Ele não é refém de tendências da moda.Apesar disso, adora recorrer às inovaçõestecnológicas. Tudo para garantirmodernidade, conforto e segurança. Osseus clientes agradecem. Sempre bemhumorado, o designer e administradorGenésio Maranhão, que faturou o prêmiode Melhor Ambiente da 14ª edição daCasa Cor, diz que arquitetura e o design deGoiás se desenvolveram de formaacentuada nos últimos dez anos. Segundoele, o design de Goiás está também navanguarda no Brasil. Mais: profissionais daárea se destacam no mundo. “Estamos empé de igualdade com Milão”, afirma,animado. O sonho do seu cliente é seumaterial de trabalho. Uma concepçãomoderna.“Para dar início ao meu processode criação, ouço meu cliente. Gosto desaber com o que ele sonha, seus desejos.”
Tecnologia – Usar o que há de novo em proldo conforto e aconchego do lar
Foto: Paulo Oliani
Designer de Interiores
e-mail: [email protected]
por Daíse de Sá
gourmet brasileiro poderia gostar. Quis colocar ali,
um pouco de mim e das minhas preferências. Ser
premiado no espaço que coloquei conceitos meus
e voltados para o Brasil é muito bom. Fiquei feliz por
ver que os visitantes conseguiram entender minha
proposta.
decor – Como o senhor vê a evolução do design de
interiores em Goiás?
genésio maranhão – Penso que a Casa Cor trouxe
um movimento muito grande que nos possibilitou
e nos forçou a estudar mais, criar inovações e cobrar
Brasileiríssimo – Ambiente premiado da Casa Cor Goiás 2010 valoriza a cultura nacional
decor – O que significa a premiação na
Casa Cor 2010?
genésio maranhão – Foi muito gratifi-
cante. Recebi esse prêmio com muita hu-
mildade porque encaro meu trabalho
com uma inspiração divina, uma gene-
rosidade de Deus para comigo. Fiz a Co-
zinha do Gourmet na Casa pensando no
brasileiro. Enquanto todo mundo queria
seguir Milão, eu preferi apostar em um
espaço do Brasil e com objetos que um
Foto
: Ped
ro M
orae
s
genésio maranhão – Com certeza. Es-
paços maiores dão mais opções de
layout. Atualmente, a área social dos
apartamentos são maiores em detri-
mento das ár eas de intimidade , os
quartos estão menores. O fenômeno
de voltar ao ninho, típico dos anos 90, está de volta
com toda força. Com um detalhe novo, o homem mo-
derno descobriu os prazeres da gastronomia, de co-
zinhar e receber. Hoje, as pessoas estão preferindo re-
ceber um grupo de amigos a sair de casa. Daí, para
atender a essa necessidade surge a varanda gourmet.
Os goianos podem receber em casa, onde é possível
ter controle de qualidade sobre o que é consumido,
segurança e sem contar que a pessoa não se expõe a
insegurança da rua. Ter espaços coletivos ampliados
contribui para decoração e para qualidade de vida.
decor – Em que o senhor se inspira para projetar um
ambiente?
genésio maranhão – No sonho do meu cliente. Para
dar início ao meu processo de criação, ouço meu clien-
te. Gosto de saber com o que ele sonha, seus desejos.
Gourmet – Concepção moderna e aconchegante de receber em casa
mais de nossos fornecedores. A arquite-
tura e design hoje é muito diferente de
nove ou 10 anos atrás. Lançamos aqui as
mesmas inovações que se lança em Mi-
lão. Isso é muito bom para o mercado,
que passou a contar com excelentes pro-
fissionais. O mercado goiano não é mais
aquele emergente dos anos 90; hoje, de-
finimos e ditamos nossos próprios para-
digmas. Outro aspecto que contribui pa-
ra o crescimento dessa área são as facul-
dades que têm formado bons profissio-
nais, dispostos a sempre inovar.
decor – Projetos de condomínios verticais
têm ampliado os espaços coletivos da ca-
sa. Isso facilita o trabalho de decoração?
Aprendo quem é o
futuro ocupante do
projeto, e quero, certamente,
fazer um espaço que se
pareça com ele
“Fotos: Pedro Moraes
Não quero simplesmente fazer uma
casa. Baseio meu processo de criação
no objetivo de transformar o sonho
do cliente no cenário e espaço ideal
para ele viver. O primeiro passo é con-
versar com o dono do projeto para co-
nhecer o imóvel, o espaço, a edifica-
ção. A partir desse contato, começo a
esboçar o tipo de projeto que ele pre-
cisa para realizar seu sonho. Planejo o
trabalho de acordo com o quê está
pronto e que rumo deve tomar para
transformar o local não somente em
espaço de viver, e sim espaço de viver
o sonho do proprietário. Prefiro gastar o
tempo que f or necessário conversando
com ele para saber o que ele gosta, seus
quereres e não quereres. Isso leva um bom
tempo. Mas, o resultado é recompensador.
É muito bom quando finalizo um projeto e
o cliente diz: era exatamente isso que eu so-
nhei! Entretanto, para acertar é imprescin-
dível estudar profundamente o cliente.
decor – Seus valores são agregados ao
desejo do cliente durante a elaboração
do projeto?
genésio maranhão – Procuro colocar o
máximo possível da personalidade do
cliente. Eu aprendo quem é o futuro ocu-
Convite – Espaço amplo, sofisticado e ao mesmo simples inspirammomentos agradáveis entre amigos
pante do projeto, e quero, certamente, fazer um es-
paço que se pareça com ele. Por isso, que gosto de sa-
ber tudo sobre a pessoa, inclusive suas frustrações,
para não correr o risco de colocar algo que ele não
goste. Só para citar um exemplo, uma pessoa pode
ter sonhado durante muito tempo com uma cadeira
e nunca pôde adquiri-la. Daí, quando vai fazer sua ca-
sa, é claro que ela quer colocar o móvel. Não vejo mo-
tivos para negar essa vontade, mesmo que alguém
diga que a cadeira ou qualquer outro móvel seja ca-
fona. Acredito que sempre há possibilidade de inte-
grar estilos, criando uma contextualização. O resulta-
do será bacana. Nesse momento sim, deixo entrar
meu jeitinho. Com minha maneira de encarar o es-
paço faço adaptações e interação entre estilos. Além
somente o gosto de todo mundo ou das pessoas que
te venderam. Imagino que nesses casos, a pessoa se
sinta um peixe fora d'água. Não tenho nenhum pou-
co de preguiça de ouvir meu cliente justamente por
isso, prefiro gastar o tempo necessário para chegar ao
melhor resultado e fazê-lo sentir em realmente em
casa, no seu lar.
decor – É possível conciliar tendência e o que a per-
sonalidade de seu cliente pede?
genésio maranhão – Eu penso que tendência é mais
para moda, que muda com a estação. Acredito que a
decoração é uma consequência da arquitetura, sen-
Atual – Ambientes projetados com bom gosto e materiais de qualidade ganham caráter de permanência
disso, algo que não abro mão é priorizar a
função ao invés de estética. Faço questão
de aliar o desejo do meu cliente com a
melhor função disponível no mercado
para oferecer conforto para ele.
decor –O senhor diria que sua criação bus-
ca personalizar o que deseja o proprietário?
genésio maranhão – Exatamente. Perso-
nalizar o máximo possível. Deve ser muito
ruim morar em uma casa que parece com
todo mundo, menos com você mesmo.
Não concordo com a ideia de ter em casa
Foto
: Div
ulga
ção
Precisamos adaptar o
que é novidade a nossa
realidade. Respeitar nossa
cultura, hábitos e costumes“do assim tem um caráter de permanên-
cia. Prefiro conceito de inovação tecnoló-
gica. É evidente que o mercado influen-
cia as fábricas que se dedicam à pesquisa
de novos produtos; e se essas novidades
puderem somar qualidade, conforto, be-
leza ao projeto escolhido certamente irei
usar. Se existe algo inovador no mercado
e cabe no orçamento do meu cliente, não
tenho motivos para não usar. Gosto de
aliar tecnologia a possibilidades reais, ava-
liando personalidade do proprietário e o
seu orçamento. Talvez exista uma novida-
de que se acrescida ao projeto poderá
causar enorme frustr ação levando em
conta a parte financeira. Isso tudo precisa
ser levado em consideração.
decor – Entre tecnologia e tendência, tec-
nologia deve prevalecer?
genésio maranhão – Tendência é muito
variante. Uma pessoa começa a usar o ver-
melho e em pouco tempo todo mundo
está usando. É evidente que as personali-
dades que vão morar na casa devem ser considera-
das para escolher o estilo da decoração, como por
exemplo, a escolha das cores. Alguém diz que a cor da
moda é vermelho, em seguida se vê vermelho em tu-
do. O vermelho não deve ser usado em uma casa de
pessoas com personalidade agitada, porque o tom irá
catalisar esse traço. Bem diferente é a tecnologia, que
são produtos que passam por estudos para oferecer
algo permanente. Moramos em Goiânia, cidade ex-
tremamente iluminada, muito clara. Já que estamos
num lugar claro, então não precisamos ficar usando
só o branco. Precisamos adaptar o que é novidade a
nossa realidade. Não é o fato de Milão ter ditado o uso
do branco, cinza ou amarelo que vai nos fazer usar so-
mente isso. Precisamos colocar nosso tempero goiano.
Nós, goianos, somos cosmopolitas e gostamos do que
é bom e tecnológico. Não concordo com simples-
mente importar uma cultura, seja de Milão ou outro
lugar, e querer que os goianos aceitem. Temos de res-
peitar nossa cultura, hábitos e costumes
decor – Qual a marca de sua in tervenção no am-
biente projetado?
genésio maranhão – Coloco minha alma em meus
projetos. Olhando os ambientes que faço é notável
minha preocupação em mostrar que seu ocupante é
uma pessoa real, com vida. Quero que meus trabalhos
tenham a cara do cliente. Minha satisfação é ouvir: vo-
cê fez exatamente o que sonhava em ter minha casa!
Isso vale muito mais do que qualquer honorário. d
O projeto destaca-se pelo altoaproveitamento dos espaços aliado a uma decoração impecável
Apartamentodo dentista
profissional
apartamento foi reformado e ambientado
para um jovem casal dentista, onde arquite-
tura, iluminação e decoração aliaram-se. For-
mando ambientes harmoniosos, elegantes e confortá-
veis, as arquitetas Elisa Veloso e Juliane Calvet idealiza-
ram espaços amplos para o casal receber os amigos. O
uso do estilo moderno definiu o visual deste projeto.
A cozinha foi o local mais recomendado pelo casal
que adora cozinhar. O mobiliário foi todo planejado e
foi utilizado o ladrilho hidráulico como detalhe, con-
trastando o preto e o branco que deu toda a graça ao
ambiente.
o
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Fotos: Diego
Elisa Veloso(62) [email protected]
Juliane Calvet(62) 7813-7893
(62) 7813-7893Rua C-255, nº 370, Ed. Suiss
Tower, Sl. 508, St. Bueno
A porta de correr foi
planejada para ser usada
nos dois módulos do
armário, sendo de um lado
a adega e do outro lado o
forno e o microondas
A bancada em
MDF branco é
retratil, usando
apenas quando
for necessário
Diretor ResponsávelBruno Brasil
Diretor AdministrativoVitor Berquó
Direção TécnicaSandra Camargo
Jornalista ResponsávelDaíse de Sá (DRT/GO 2143)
Projeto GráficoThiago Luis GomesDuMato studio - www.dumato.com
Assessoria JurídicaRenata Rangel
ColaboraçãoFotografia: Pedro Moraes e Paulo Oliani
Impressão e AcabamentoGráfica Talento Tiragem: 10.000 exemplares
ficha técnica
Contato:
(62) 3095-1612 (62) 7813-0878
decorarquitetura & interiores
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