PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Unidade 04
TAINÁ THIES
Unidade 4 | Introdução
Vamos verificar as principais linhas teóricas da Psicologia: Psicanálise, Behaviorismo e Humanismo.
Cada uma dessas áreas estuda o ser humano de um ponto de vista diferente, descrevendo o desenvolvimento e a aprendizagem em cada fase da vida.
Nos aprofundaremos também em algumas das características que marcam infância, adolescência e vida adulta, relacionando-as a diferentes teóricos.
OBJETIVOS
1. Distinguir as principais abordagens da Psicologia moderna.
2. Discutir o desenvolvimento psíquico da criança.
3. Apontar o desenvolvimento psíquico na adolescência.
4. Investigar o desenvolvimento da aprendizagem na vida adulta.
Teorias do desenvolvimento e da aprendizagem e suas implicações pedagógicas
Veremos como a pessoa se desenvolve na teoria de Freud (Psicanálise).
Por fim, como a pessoa muda ao longo da vida pela visão de Rogers (humanismo).
Em seguida, como o indivíduo aprende na concepção de Skinner (behaviorismo).
Sigmund Freud
•Médico.
•Atendeu em consultório.
• Interessou-se por Neurologia.
•Teve contato com hipnose.
•Desenvolveu a Psicanálise.
ESTRUTURA PSÍQUICA
Nossa psique humana é constituída
por uma parte consciente, uma
pré-consciente e uma parte
inconsciente.
ID
É o primeiro sistema do ser humano. Dele se originam os outros dois e é ele quem fornece a maior parte da energia para o ego e o superego. Composto pelos instintos, por aquilo que é herdado pela raça humana e está em contato permanente com o corpo e seus processos. É o que Freud chama de princípio do prazer, isto é, os impulsos que garantem que tenhamos a satisfação de nossas necessidades.
EGO
O ego tem uma tarefa árdua de dar conta tanto das demandas do sujeitos quanto das demandas do ambiente.
SUPEREGO
Essa instância se desenvolve ao longo da primeira infância, com as regras sociais impostas no desenvolvimento infantil. Ela será mais ou menos exigente, dependendo da internalização de tais regras pelas crianças. Assim, os valores, as normas, o certo e o errado e os padrões de vida internalizados formarão o superego, o qual é uma instância altamente exigente por seu teor moral, sendo o oposto do Id.
FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
De acordo com Freud, os anos iniciais (de 0 a 5 anos) são os anos de desenvolvimento da personalidade infantil. Há sempre muitas críticas (positivas e negativas) em relação ao modelo proposto por Freud, pois o mesmo leva em consideração o desenvolvimento sexual.
FASE IDADE DESCRIÇÃO
Oral 0-12/18 meses PRAZERES LIGADOS À BOCA E AO RECONHECIMENTO DO MUNDO.
Anal 12/18 meses – 3 anosFASE LIGADA À PRODUÇÃO E AO PRAZER EM EVACUAR E RETER AS
FEZES.
Fálica 3 – 6 anos DESCOBERTA DAS SENSAÇÕES NOS GENITAIS.
Latência 6 anos até a puberdade FASE MAIS CALMA EM RELAÇÃO À GRATIFICAÇÃO.
Genital da puberdade até a idade adulta O DESEJO É VOLTADO PARA O OUTRO.
BEHAVIORISMO
• PAVLOV:
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO
• WATSON:
PEQUENO ALBERT E MANIFESTO BEHAVIORISTA
BURRHUS FREDERIC SKINNER
• Dedicou-se à psicologia experimental.
• Escreveu inúmeros livros e artigos.
• Estudou a consequência produzida pelo comportamento – comportamento operante (reforço positivo/ reforço negativo/ punição positiva/ punição negativa).
COMPORTAMENTO CONSEQUÊNCIA
Estudar para a prova. Tirar boas notas.
Girar a torneira do chuveiro. Ter água para banhar-se.
Fazer manha. Receber o chocolate no mercado.
Conversar muito alto em sala. Obter a atenção dos colegas.
Exemplos de comportamentos e suas possíveis consequências:
REFORÇO POSITIVO
Quando acrescentamos um estímulo ao ambiente, temos um reforço positivo ao comportamento.
Exemplo: Um cachorro ganha um petisco se apresentar o comportamento de sentar.
REFORÇO NEGATIVO
Quando retiramos do ambiente um
estímulo aversivo, temos um reforço
negativo do comportamento.
PUNIÇÃO POSITIVA
É adicionado um estímulo (tapa/dor/humilhação) para diminuir determinado comportamento.
PUNIÇÃO NEGATIVA
O famoso castigo. É quando se retira do ambiente algo considerado bom.
HUMANISMOCom o surgimento de uma filosofia que pensava a respeito da existência do homem,
surgiu uma outra escola que procura relacionar tais pensamentos à Psicologia.
Nasceu, então, uma terceira grande escola, a do Existencial Humanismo, embora
possamos chamá-la apenas de humanista.
CARL ROGERS
• Criado com valores restritivos.
• Revolta-se contra a própria família.
• As pessoas é que deveriam pensar quais
os melhores caminhos para suas vidas
baseadas em suas interpretações e não
indicadas por um código moral ou social
restritivo.
• Abordagem centrada na pessoa.
ATENÇÃO POSITIVA E AUTORREALIZAÇÃO
Atenção positiva
Ter o amor incondicional do cuidador desde o nascimento é um grande
facilitador na vida do sujeito, pois construirá nele um sentimento de valor, de
que ele tem possibilidades de demonstrar e aceitar amor, desenvolvendo uma
personalidade que podemos chamar de saudável.
Autorrealização
Para Rogers, é a mais alta expressão de uma boa saúde mental. É quando o
sujeito tem a possibilidade de aceitar novas experiências e valores, vivendo o
momento presente, sem ansiedades ou depressões.
ABRAHAM MASLOW
Como podemos ver na imagem, antes da autorrealização, o sujeito precisa ainda garantir que suas necessidades fisiológicas, de segurança, amor e estima sejam satisfeitas.Quando o sujeito atinge o topo da pirâmide e se autorrealiza, ele é alguém que tem aceitação de quem é e de seus limites. Além disso, tem uma visão clara da realidade, independência, autonomia e age com naturalidade e criatividade.
ERIK ERIKSON E AS CRISES DE DESENVOLVIMENTOPsicanalista. Para Erikson, só há desenvolvimento ao vencer a crise pertencente à etapa em que se encontra, que tem 8 estágios.
Confiança básica x desconfiança Nascimento - 12/18 meses O lugar é bom e seguro ou não?
Autonomia x vergonha e dúvida 12/18 meses - 3 anos Equilíbrio de independência e autossuficiência.
Iniciativa x culpa 3 anos - 6 anos Experimenta novas atividades sem se culpar.
Produtividade x inferioridade 6 anos – puberdade Enfrentar sentimentos de incompetência no aprendizado.
Identidade x confusão de identidade
Puberdade - início da vida adulta Determinar sua identidade e seus papéis.
Intimidade x isolamento Início da vida adulta Formar laços e compromissos ou isolar-se.
Generatividade x estagnação Vida adulta intermediária Estabelecer e orientar as futuras gerações.
Integridade x desespero Vida adulta tardia Aceitação da sua vida ou desespero frente à finitude.
PSIQUISMO INFANTIL – CONFIANÇA
O primeiro estágio de Erikson prevê que a criança forme um equilíbrio entre confiar nas pessoas e no mundo e desconfiar delas com o objetivo de se proteger. Porém, ao final do período de 18 meses, deve prevalecer a confiança, para que o bebê possa ir em busca da satisfação de suas necessidades.
PSIQUISMO INFANTIL – APEGOBOWLBY DESENVOLVEU A TEORIA DO APEGO
O padrão de apego da criança em idade tenra com seu cuidador afeta os padrões de confiança e relacionamento com outras pessoas em outras fases da vida.
APEGO COMPORTAMENTOS
Seguro
O relacionamento entre criança e cuidador é baseado na segurança. A criança é livre para
explorar, mas possui proteção e cuidados, se necessitar. O cuidador age com responsabilidade,
e a criança se incomoda com a separação dele, porém, sem exageros.
Evitativo
Uma criança tranquila em relação à exploração ou brincadeira e que busca pouca interação
com o cuidador e ao mesmo tempo não se preocupa tanto com a interação com estranhos.
Normalmente não há procura do cuidador para conforto e segurança.
Ambivalente
É uma criança mais imatura e que não explora muito o ambiente. Fica muito incomodada com
a separação do cuidador e não interage bem com estranhos. Quando o cuidador retorna, a
criança reage mal, com irritação.
Desorganizado
Quando a adaptação foi uma experiência negativa, as crianças podem apresentar muita
apreensão em relação à separação do cuidador, apresentando irritação e comportamento
confuso antes da separação.
PSIQUISMO INFANTIL – AUTONOMIA, INICIATIVA E PRODUTIVIDADE
No estágio de autonomia x vergonha, a criança entrará em
contato com o que se espera dela e, ao mesmo tempo, tentará
exercer controle sobre sua vida. Assim, é um conflito constante
entre controlar e ser controlado.
Entra, então, no estágio de iniciativa x culpa, em que surge a
iniciativa para que a criança consiga se orientar para metas e
objetivos próprios, como explorar o ambiente, pesquisar sobre os
dinossauros, etc. Em caso de fracasso ao atingir suas metas, pode
surgir um sentimento de culpa.
Em seguida, entra no conflito entre a produtividade x
inferioridade. Se a criança não conseguir produzir o que se espera,
pode ter sentimentos de inferioridade em relação à sua
competência.
Fracasso escolar
PSIQUISMO NA ADOLESCÊNCIA
Erik Erikson descreve em seus estágios que a adolescência é um período de conflito entre identidade x confusão de identidade. Esse conflito ocorre por inúmeras escolhas que agora se colocam ao adolescente, afinal, ao sair dessa fase ele deverá ter um papel na sociedade, saber que é de fato.
Crise de identidade durante a adolescência
PSIQUISMO ADOLESCENTE – FAMÍLIA
Um relacionamento saudável entre
adolescente e família auxilia no
desenvolvimento da identidade do
sujeito. Assim, famílias que dão
maior autonomia e encorajam
geram indivíduos mais autônomos
no agir e pensar; famílias que fazem
tudo pelo jovem, mostram a ele que
não é preciso questionar, apenas
seguir e impor as regras. Há padrões
que deixam o sujeito mais ansioso e
há famílias disfuncionais que não
proporcionam um nível adequado de
desenvolvimento do sujeito.
ESTADO FAMÍLIA PERSONALIDADE
Realização de identidade
Há maior liberdade para o adolescente ser autônomo. O
ambiente familiar é encorajador.
O adolescente tem um alto nível de desenvolvimento moral, da
autoestima, da intimidade, de sua capacidade de sair-se bem sob
pressão e de sua segurança.
Sob execução
Quando as famílias envolvem-se demais na vida dos filhos,
permitindo pouca autonomia ou expressão de diferenças.
Adolescentes mais autoritários, dependentes, com pouca
ansiedade e que preferem seguir a norma imposta a pensar sobre
ela.
MoratóriaDisputas de autoridade entre
pais e filhos.
Adolescente ansioso e com medo de fracassar, porém com bom
desenvolvimento da autoestima e do julgamento moral.
Difusão de identidade
Não há intervenção alguma na educação dos filhos, ou há uma rejeição, ou não disponibilidade.
Os níveis de desenvolvimento do comportamento moral, da própria
segurança, da cooperação e da cognição são mais baixos em relação aos outros estados.
GÊNERO E SEXUALIDADE
É aqui que o adolescente, provavelmente, iniciará uma busca por parceiros sexuais, do mesmo sexo ou do sexo oposto. Também se construirá com uma identidade, de acordo com diferentes gêneros.
A identidade sexual não diz respeito a apenas ao ato em si, mas também à identificação da orientação sexual, ao reconhecimento do próprio corpo, agora com formas diferentes, e à segurança dele, à formação de uniões afetivas e sexuais e todo o contexto que elas trazem.
VIDA ADULTA
O conflito generatividade x estagnação – preocupação com o que foi gerado.
Caso não haja uma evolução no sentido de perpetuar o cuidado e os saberes adquiridos ao longo da vida = estagnação.
O estágio da integridade x desespero marca uma fase de adaptação – balanço da vida e da morte. Se a pessoa conseguir ultrapassar esses conflitos, Erikson aponta que alcançará, então, a sabedoria.
INTELIGÊNCIA E VIDA ADULTA
Embora em um primeiro momento possamos achar que os jovens têm vantagens muito significativas em relação aos mais velhos, uma pesquisa demonstrou que o desenvolvimento humano é mais complexo e que habilidades podem se desenvolver ao longo da vida.
INTELIGÊNCIA FLUIDA X CRISTALIZADA
APRENDIZAGEM NA VIDA ADULTA
De acordo com Papalia, Olds e Feldman, “eles (os adultos) necessitam de conhecimentos que possam aplicar a problemas específicos. O estudo cooperativo construído em torno de problemas ou projetos criados pela própria pessoa é o mais apropriado para um estudante maduro” (2010, p. 581).
REFERÊNCIAS
DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA [em linha], 2008-2013. Disponível em: https://bit.ly/3ciKoCo. Acesso em: 22 set. 2020. HALL, C.; LINDZEY, G; CAMPBELL, J. Teorias da personalidade. Porto Alegre: Artmed, 2000.
MOREIRA, M.B.; MEDEIROS, C.A. de. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
PAPALIA, D.F.; OLDS, S.W.; FELDMAN, R.D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre: AMGH, 2010.
SCHULTZ, D.P.; SCHULTZ, S.E. História da psicologia moderna. trad. Suely Sonoe Murai Cuccio. São Paulo: Cengage Learning, 2012.