Ana Maria Ferreira Pereira
Diversidade de Vertebrados do
Parque Oriental do Porto
Porto 2011
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Ana Maria Ferreira Pereira
Faculdade de Cincias da Universidade do Porto
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental
do Porto
Tese submetida Faculdade de Cincias da Universidade do Porto como requisito parcial
para obteno do grau de Mestre em Ecologia Ambiente e Territrio
Orientador: Prof. Doutor Paulo Jos Talhadas dos Santos
Porto 2011
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
Agradecimentos Qualquer trabalho, independentemente da sua expresso, dimenso ou mrito, resulta
mais, no de uma exerccio solitrio de quem o assina mas da conjugao feliz, de um conjunto de vontades em que a parte importante se deve fundamentalmente competncia, saber e disponibilidade de muitos, mestres colegas e amigos.
A todos, sem excepo quero agradecer, no nomeando ningum. Todos sabero reconhecer-se nele.
A alguns, porm, por imperativo de conscincia no poderei deixar de expressar o meu
profundo agradecimento e reconhecimento: Ao Prof. Doutor Paulo Jos Talhadas dos Santos pela dedicao e disponibilidade com
que sempre acompanhou o trabalho e muitas das sadas de campo, pelas sugestes, material fornecido e correces que de forma cordial e amiga me foi apresentando.
Ao CIBIO na pessoa da Filipa Guilherme, pela disponibilidade de material para
trabalho de campo, aos colegas Jael Palhas e Vasco Flores Cruz, cuja informao na identificao de espcies e trabalho de campo to prontamente disponibilizada, numa atitude de desinteressada colaborao, este trabalho teria sido mais difcil. Ao meu irmo Tiago pela ajuda e pacincia no tratamento de fotografia e todo o grafismo que permitiu a esta dissertao a frescura e o entusiasmo da imagem. Aos meus pais pelo incasvel acompanhamento e disponibilidade que permitiu a feliz concretizao deste trabalho.
A todos a minha gratido.
Bem hajam!
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
Resumo
A intensa urbanizao e o crescimento dos permetros urbanos podem ser incompatveis com a manuteno da biodiversidade e dos prprios ecossistemas. A compatibilizao destas duas realidades surge como um dos maiores desafios do sc.XXI.
Os parques urbanos e outros espaos verdes de proximidade surgem como uma das
solues mais poderosas para resolver esta problemtica, contribuindo simultaneamente para a melhoria da qualidade de vida das populaes dos centros urbanos. Estas, beneficiam no s do contacto directo com a Natureza que se reflecte a nvel fsico e psicolgico, mas tambm de outros servios de ecossistemas prestados pelo prprio parque. Estes locais, pelas suas particularidades e presena entre a malha urbana, apresentam uma relevante importncia para as comunidades de fauna, ao proporcionar-lhes um local de abrigo, reproduo e alimentao.
O potencial para a educao ambiental outra vantagem que deriva da biodiversidade
que se encerra nos parques verdes urbanos. O sucesso de programas de conservao reside no estudo prvio de inventariao que
fornece a base de dados detalhada da biodiversidade existente e que possibilita todo um conjunto de aces subsequentes.
De forma a exemplificar a importncia e a utilidade/aplicabilidade da ferramenta da
inventariao, este trabalho fez um levantamento da fauna de vertebrados existente no Parque Oriental do Porto. Os grupos estudados foram os das Aves, Mamferos (excepto quirpteros), Rpteis e Anfbios.
O Parque Oriental do Porto um parque recente (inaugurado em 2010), situado no
Vale de Campanh, possuidor de uma grande rea de terreno (cerca de 80 ha), da qual apenas uma pequena parte (10 ha) sofreu obras de requalificao.
Com os resultados obtidos foi possvel analisar a importncia deste Parque em contexto urbano, assim como propor medidas de gesto e conservao principalmente para as espcies de fauna detectadas. Foram tambm propostas medidas que visam a atraco e (re)povoamento com novas espcies nativas, de forma a enriquecer o patrimnio biolgico do Parque. O enquadramento paisagstico no foi ignorado e, como tal, todas as propostas foram elaboradas tendo em linha de conta a sua necessidade e utilidade para as espcies. Com as medidas propostas, a paisagem e a arquitectura do Parque no sero modificadas, mesmo com a plantao de novas espcies de flora que, alm de teis para as espcies s quais se destinam, servem tambm para o embelezamento do Parque. O potencial educacional e pedaggico no foi descurado e como tal, so propostas medidas que visam o acolhimento de actividades de educao ambiental e que asseguram a insero da comunidade envolvente. Toda a informao recolhida e analisada ser disponibilizada para bases de dados que valorizam e pesquisam dados sobre a biodiversidade
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
ABSTRACT
The intense urbanization and the growth of urban perimeters may be incompatible with the maintenance of biodiversity and ecosystems themselves. The compatibility of these two realities emerged as one of the biggest challenges of the XXI century.
Urban parks and other green spaces proximity emerge as one of the most powerful solutions to solve this problem while contributing to improving the quality of life of people in urban centers. These benefits not only from direct contact with nature that reflects the physical and psychological level, but also other ecosystem services provided by the park. These sites, due to their particularities and presence in the urban area, have a significant importance to the communities of wildlife, by providing them a place of shelter, breeding and feeding.
The potential for environmental education is another advantage that stems from the ending biodiversity in urban green parks. The success of conservation programs lies in the previous study of inventory that provides a comprehensive database of existing biodiversity and provides a range of subsequent actions.
In order to illustrate the importance and usefulness / applicability of the tool inventory, this paper conducted a survey of vertebrate fauna in Parque Oriental do Porto. The groups studied were Birds, Mammals (excluding bats), reptiles and amphibians. The Parque Oriental do Porto is a new park (opened 2010) located in the valey of Campanh, possessor of a large area of land (about 80 ha), of which only a small part (10 ha) has suffered upgrading works.
With the results we discuss the importance of this park in an urban context, and to propose measures primarily for management and conservation of fauna species detected. Were also proposed measures aimed at attracting and re (settlement) of new species, native in order to enrich the biological heritage of the Park. The landscape was not ignored and, as such, all proposals were drawn up taking into account their need and usefulness for the species. With the proposed measures, the landscape and architecture of the park will not be changed, even with the planting of new species of flora, as well as useful for the species to which they are intended, they also serve to beautify the park. The potential educational and teaching was not neglected and as such, are proposed measures to the reception of environmental education activities and to ensuring the inclusion of the surrounding community. All information collected and analyzed will be available for databases and research data that value on biodiversity.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
ndice
Captulo I ................................................................ ......................................................... 9
Introduo ................................................................ ............................................... 9
1.1. Enquadramento ................................ .......................................................... 1
1.1.1. Parques Urbanos e a sua evoluo ................................................. 1
1.1.2. Fenmeno da Urbanizao ................................ ................................. 4
1.2. A Ecologia Urbana e importncia dos parques verdes para a
sociedade e para a prpria natureza ............................................................ 7
1.2.1. Importncia dos parques para a sade pblica e qualidade
de vida ................................................................................................ ...................... 9
1.1.1................................................................. ....................................................... 10
1.2.2. Potencial educacional dos parques ................................................ 10
1.3. Parques Urbanos da rea Metropolitana do Porto ................... 13
1.1................................. ........................................................................................... 15
1.4. Importncia da Inventariao como ferramenta de
conservao ................................................................................................ .......... 15
1.5. Caracterizao biolgica do Parque Oriental anterior ao
presente trabalho ................................................................ ............................... 17
1.6. Objectivos ................................ ................................................................... 17
Captulo II ................................................................................................ ..................... 19
Metodologia ................................................................................................ .......... 19
2.1. Origem dos Dados e Fontes de Informao .................................. 20
2.2. Trabalho de campo e metodologias de amostragem ................. 20
2.2.1. Metodologias para o estudo da Avifauna .................................... 21
2.2.2. Metodologias para o estudo da Herpetofauna .......................... 22
2.2.3. Metodologias para o estudo dos Mamferos ( excepto
Quirpteros) ................................................................................................ ......... 23
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
2.2.3.1. Armadilhagem fotogrfica ............................................................. 23
2.2.3.2. ..................................... 24
2.2.3.3. Tratamento matemtico da informao .................................. 26
Captulo III ................................................................................................ .................... 27
Resultados e Anlise ................................ ......................................................... 27
3.1. Enquadramento da rea de estudo................................ ................... 28
1.1.1................................................................. ....................................................... 28
3.1.1. Ocupao do solo e Humanizao ................................................. 29
3.1.1.1. Caracterizao fsica ................................................................ ........ 29
3.1.1.2. Caracterizao socioeconmica e patrimnio ........................ 30
3.1.2. Caracterizao biolgica aps trabalho de campo .................. 30
3.2. Dados de prospeco de campo ........................................................ 34
3.3. Padres de abundncias relativas globais................................ ...... 37
3.4. Padres de abundncias relativas especficas .............................. 37
3.4.1. Inventrio de aves e abundncias relativas .............................. 37
3.4.2. Herpetofauna ................................ ......................................................... 39
3.4.2 Mamferos (excepto Quirpteros) .................................................. 41
3.4.2 ................................................................ ........................................................ 41
3.5. Tipos de Ocorrncia ................................................................................ 41
3.6. Estatutos de Conservao .................................................................... 42
3.7. Instrumentos Legais de proteco ................................ .................... 43
3.8. Anlise dos resultados ................................ ........................................... 44
3.8.1. Consideraes sobre a diviso espacial e consequente
relao com o nmero e tipo de espcies ................................................ 44
3.8.2. A abundncia de gato domstico (Felis silvestris catus) e
consequentes implicaes na fauna selvagem do Parque Oriental 48
3.8.3. Comparao entre as trs zonas integrantes do Parque
Oriental ................................................................................................ ................... 50
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
Captulo IV ................................................................................................ .................... 52
Propostas de Conservao ................................ .............................................. 52
e Concluses finais ............................................................................................ 52
4. Propostas de Conservao ................................................................... 53
4.1. Conservao e maximizao da biodiversidade .......................... 54
4.1.1. Maximizao e conservao da fauna ................................ .......... 56
4.2. Educao ambiental ................................................................................ 61
4.3. Integrao da comunidade ................................ .................................. 63
4.4. Divulgao da informao .................................................................... 64
4.5. Principais Concluses ................................ ............................................. 66
4.6. Consideraes para o futuro ................................ ............................... 68
Referncias ................................................................ ........................................... 69
Anexo A ................................ .................................................................................. 74
Anexo B ................................ .................................................................................. 84
Anexo C ................................ .................................................................................. 86
Anexo D ................................ .................................................................................. 88
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
Captulo I
Introduo
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
1
1.1. Enquadramento
1.1.1. Parques Urbanos e a sua evoluo
Os jardins e parques verdes espalhados um pouco por todo o mundo, assumem-se
como uma expresso de proximidade entre o Homem e a natureza e so um local
adequado meditao e ao repouso. Os espaos verdes podem ainda afirmar-se como um
marco cultural de um pas, poca, ou estilo. Os primeiros jardins europeus foram os
criados pela civilizao grega, onde a prtica de horticultura ornamental foi datada do ano
de 7000 A.C. (Turner, 2009). Sculos depois, comearam a ser construdos os a que hoje
chamamos jardins histricos. Eles guardam, essencialmente, patrimnio botnico e so
testemunhos de pocas passadas, autnticos monumentos vivos. A ttulo de exemplo
temos o Parque da Pena (sc. XIV) e do Monserrate (sc. XVIII) em Sintra, sendo este
ltimo um dos mais notveis exemplos de jardins romnticos em Portugal (Parques de
Sintra, 2011)
No obstante a inteno destes jardins fosse, por um lado o embelezamento de
palcios, parques e casas senhoriais, havia os que reuniam um esplio to grande de
Estas coleces que preenchem os vrios espaos transportam-nos para diferentes
latitudes e regies do mundo. Nascem assim, os jardins botnicos que se assumem pela
sua importncia cientfica mas tambm so referncias pela mancha verde que, muitas
das vezes, emerge nos centros das cidades. O Jardim botnico da Ajuda (sc. XVIII) foi o
primeiro jardim botnico portugus e dever ser considerado como a primeira e a mais
importante instituio dedicada cultura da histria natural do Pas (Jardim Botnico da
Ajuda, 2011). Existem muitos outros igualmente importantes e que renem em si, histria
e patrimnio natural como o Jardim botnico de Coimbra com 13 ha (sc. XVIII) (Jardim
Botnico de Coimbra, 2009) e o jardim botnico do Porto com 4 h ( sc. XIX) (Jardim
Botnico do Porto, 2011).
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
2
A intensa ocupao das cidades remonta aos incios do sc. XIX claramente
relacionada com a revoluo industrial, onde novos materiais eram transportados para as
cidades, favorecendo o aumento e a disperso das infra-estruturas. Todas estas inovaes
requeriam o seu espao e este foi sendo resgatado ao meio ambiente ao longo dos anos
estando esta necessidade espacial patente ainda nos dias de hoje (Pregill, et al., 1999).O
permetro das cidades foi aumentado, assim como a prpria vida quotidiana das
populaes citadinas foi ganhando uma maior complexidade. Um horrio de trabalho
mais exigente, poluio atmosfrica e o crescimento urbano levou a populao do sculo
XIX em Inglaterra a pensar que os parques poderiam ser uma ajuda soluo dos
Associadas a estas necessidades, estava ainda uma projeco buclica e romntica aos
parques frondosos de outras pocas. Um exemplo deste tipo de empreendimento foi o
Central Park de Nova Iorque que sete anos aps a inaugurao em 1859 contava j com
trs milhes de visitantes (Pregill, et al., 1999). A existncia deste tipo de
empreendimentos nos coraes das cidades foi ganhando relevo e importncia nas
escolhas e qualidade de vida das populaes das grandes metrpoles.
Esta necessidade de parques verdes no seio das cidades no no entanto uma ideia de
todo actual, uma vez que se recuarmos aos anos entre 1830 e 1840 encontraremos relatos
park movement
centros fortemente industrializados na Esccia (Conway, et al., 2000). Este, poder ter
sido o primeiro contributo para a alterao das paisagens urbanas e tambm o rastilho
para muitos projectos pioneiros, aliados inovao nas mais diversas reas.
No incio do sculo XX o desenvolvimento e inovao na arte, cincias, tecnologia e
planeamento associado a novas e diferentes polticas imergentes, levaram a uma viso
diferente da paisagem Europeia. Esta modernidade e concepes radicais da natureza e de
parques urbanos podem ainda ser vistos actualmente preservando ainda toda a sua
excentricidade como o caso do Parq Guell desenhado por Antnio Gaudi em 1990 em
Barcelona (Pregill, et al., 1999). Igualmente por todo o mundo, na actualidade,
permanecem as construes de parques urbanos dignos de visita quer pelo corredor verde
que se rasga pelo meio do asfalto das cidades, quer pela arquitectura singular, Jardin de
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
3
Luxembourg em Paris, Bryant Park em Nova Iorque, Tiergarten em Berlim, Stanley Park
em Vancover, entre muitos outros (Tate, 2004). Estes parques, surgem como o exemplo
da perfeita simbiose entre a vertente ldica, esttica e ambiental presente dentro dos
ncleos urbanos.
de facto nas cidades que a qualidade de vida das populaes ser determinada. Estas
evoluram para locais de concentrao de edifcios, produo, consumismo e transportes.
Ao longo do sculo XX a relao entre o ambiente e a forma urbana tem sido alvo de
controvrsias e tem gerado tenses no seio do design urbano. As cidades do sculo XXI
ma reestruturao ecolgica do ambiente construdo,
definindo prioridades e objectivos mais concretos para uma melhor compatibilizao
entre crescimento urbano e natureza (Hall and Pfeiffer, 2000).
Os parques urbanos encerram em si variadas importncias que no devem ser
descuradas no crescimento e planeamento das cidades. H que promover os impactes
positivos das infra-estruturas verdes para criar uma conscincia global da sua importncia
e as autoridades locais tero que desempenhar um papel fundamental nesta temtica
(Robichaud, 2010). Sendo a cidade ela prpria um ecossistema, a manuteno e
melhoramento da sua sade, proporcionam benefcios sociais, econmicos e ecolgicos
para as mesmas reas urbanas e por conseguinte para o bem estar dos residentes
(Declarao de Curitiba, 2007). Desde a importncia para a sade pblica prpria
manuteno dos servios de ecossistemas, para muitos dos habitantes dos centros
fortemente industrializados a biodiversidade existente nos parques, jardins e corredores
a nica que eles iro experimentar em toda sua vida e como tal desempenham um papel
fundamental na percepo e compreenso do meio ambiente (Muller, 2007). Experincias
e projectos de conservao dos ecossistemas e da biodiversidade e a sua proteco podem
contribuir para o reforo das polticas nacionais, estratgias regionais e agendas globais
que respondam s necessidades urbanas (Declarao de Curitiba, 2007). Se o sculo XX
foi o sculo das tecnologias de poupana de trabalho, o sculo XXI dever concentrar-se
numa nova dimenso de eco-modernizao, sendo o sculo das inovaes de poupana
ecolgica (Hall and Pfeiffer, 2000).
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
4
1.1.2. Fenmeno da Urbanizao
Em termos histricos e cronolgicos as paisagens foram-se modificando medida que
o Homem se dispersava e instalava nos novos continentes que colonizava e modificava
para satisfazer as suas necessidades. O incio da sua sedentarizao deveu-se exactamente
alterao da paisagem natural e sua converso em terrenos agrcolas dos quais lhe
permitiram tirar o seu sustento e que milhares de anos passados evoluram para espaos
urbanos e suburbanos (Pickett, et al., 2001). Esta converso do territrio em permetros
urbanos tem aumentado ao longo do ltimo sculo e tem crescido a um ritmo cada vez
mais acelerado. Em 1800 apenas 3% da populao mundial residia em cidades e em 2008
mais de 50% da populao mundial j vivia em meios urbanos com mais de 500 mil
habitantes (National Geographic, 2011). Este crescimento, s tender a aumentar e
espera-se que em 2050 cerca de 7 bilies de pessoas habitem em zonas urbanas, sendo
que o maior aumento se verifique em pases menos desenvolvidos (United Nations,
2008). No caso particular de Portugal, dados dos ltimos censos de 2001 com alterao
feita em 2008 mostram que 36.08% dos portugueses vivem em cidades com populao
acima dos 10 000 habitantes. Segundo estes dados, ao Norte corresponde cerca de um
tero do parque habitacional do Continente portugus (Conceio, 2003).
As cidades representam cerca de 3% da utilizao do solo a nvel mundial, mas os
seus efeitos em termos de clima, uso de recursos, poluio e biodiversidade vo muito
mais alm da jurisdio das fronteiras municipais (Faeth, et al., 2011; Grimm, 2008).
As cidades apresentam-se como o ecossistema mais alterado de todos, graas s
exigncias dos seus habitantes e s constantes inovaes tecnolgicas. Durante a vida de
uma cidade mobilizam-se nutrientes em detrimento de outros, extinguem-se espcies e
alteram-se os padres de distribuio das comunidades de espcies, muda-se a
composio da atmosfera e da prpria paisagem (Collins, et al., 2000; Pickett, et al.,
2001).
O meio urbano apresenta-se como um ambiente altamente fragmentado composto por
mosaicos de manchas de vrios tamanhos e com diferentes usos de solo cuja escala pode
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
5
ir desde as
pelos seus proprietrios (Faeth, et al., 2011). Numa perspectiva ecolgica a urbanizao
contribui ainda para a alterao dos fragmentos naturais em termos de forma, tamanho,
composio e ainda interconectividade. Estas mudanas sem precedentes, feitas atravs
de mudanas fsicas e fisiolgicas na paisagem alteram ainda as funes dos ecossistemas
(Alberti, 2005). Estes fragmentos esto por vezes de tal forma isolados entre si que
dificilmente se proporcionam trocas de indivduos. Assim sendo, este fenmeno ir
contribuir para alterao da quantidade, qualidade dos habitats, fluxos genticos estando
ainda associada alterao dos padres de riqueza das espcies.
Os animais em contexto urbano, tendem a alterar os seus comportamentos e com o
aumento da presso humana estes respondem de forma semelhante predao, mesmo
que no caso do Homem esse risco no se concretize. As espcies passam a evitar reas
mais perturbadas, provocando-lhes alteraes a nvel do sucesso reprodutivo e afasta-as
das reas preferenciais de alimentao (Gill, et al., 2001b; Beale and Monagham, 2004).
O Homem sempre teve um controlo directo na vegetao urbana e consequentemente est
a alterar a qualidade e diversidade do habitat uma vez que este definido em termos da
sua vegetao e relaes entre comunidades de espcies de fauna e flora. A introduo de
animais domsticos, espcies exticas e a eliminao de pestes contribuem para um
desequilbrio neste tipo de habitat j de si fragilizado.
Alguns processos ecolgicos e tipos de interaces podem levar a mudanas
evolutivas (mudanas genticas) em comunidades isoladas e levar a adaptaes de
algumas espcies a ambientes urbanos (Faeth, et al., 2011; Grimm, et al., 2008 Palumbi,
2001). Um contributo para estas mudanas que tambm no deve ser desprezado
presena de poluentes como antibiticos e herbicidas nas guas e na vegetao.
Em termos de intensidade e extenso, a urbanizao uma das principais causas de
homogeneizao do territrio, uma vez que a necessidade espacial das cidades cada vez
mais intensa. Neste processo h uma substituio das espcies endmicas e dos biota
locais por espcies no indgenas que so introduzidas pelo Homem, levando a uma perda
de identidade biolgica (Mckinney and Lockwood, 1999; McKinney, 2006). A perda de
habitat est directamente relacionada com a fragmentao, onde grandes parcelas de
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
6
terreno so arrasadas, impermeabilizadas e muitas vezes de tal forma intervencionadas
que dificilmente podero ser recuperadas ou restauradas, levando a perdas irrecuperveis,
quer do patrimnio biolgico quer de biodiversidade (Nicholls, et al., 2008).
A uma escala mais particular pode ainda concluir-se que a urbanizao contribui com
importantes mudanas e efeitos nas paisagens a nvel regional. Os ecossistemas urbanos
diferem substancialmente dos ecossistemas naturais em vrios aspectos, sendo o mais
necessrios para o seu funcionamento (grandes quantidades de
energia, materiais e ainda uma necessidade de consumo e explorao de recursos
renovveis e no renovveis) (Collins, et al., 2000; Alberti, 2005).
So estas exigncias que justificam a j , et al.,
2000) que nada mais do que a rea de terra produtiva que a cidade necessita para
subsistir. Esta pegada chega a ser centenas de vezes maior que a cidade, uma vez que
para obter o que necessita no existem barreiras geolgicas nem geogrficas como
aquelas que definem e condicionam os ecossistemas naturais (Faeth, et al, 2011). Alm
destas caractersticas, os ecossistemas urbanos diferem ainda em termos de microclimas,
hidrologia e solos que maioritariamente se encontram com grandes concentraes de
metais pesados e matria orgnica (Collins, et al., 2000). Os centros urbanos,
principalmente os que esto em desenvolvimento, so a fonte primria de produo de
gases de estufa e por conseguinte est implcita a mudana e contributo para as alteraes
climticas (Faeth, et al., 2011). As mudanas climticas em meios urbanos sentem-se
actualmente atravs do fenmeno de - . Este, nas cidades algo que no deve
ser menosprezado pois tem efeitos bastante adversos quer para as comunidades de
espcies vegetais e animais como para as prprias populaes. O que define este processo
so as temperaturas do ar e do solo mais altas nas cidades que nas suas vizinhanas mais
rurais, especialmente noite. Isto, deve-se s alterao do balano energtico potenciado
pelas emisses de gases pelos transportes e fbricas, aumento de superfcies
impermeabilizadas e reduo das reas de coberto vegetal e gua que permitiriam a
libertao do calor por evaporao (Alberti, 2005; Grimm, et al., 2008).
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
7
1.2. A Ecologia Urbana e importncia dos parques
verdes para a sociedade e para a prpria
natureza
A ecologia urbana integra a teoria e os mtodos de ambas as cincias naturais e
sociais (Grimm, et al., 2008). Baseia-se no estudo dos organismos vivos, dos
ecossistemas e da sua relao com o Homem, nomeadamente no que respeita aos
processos de urbanizao e os seus impactos para o ambiente (Sukopp, 2002; Marzluff, et
al., 2008). As bases dos estudos da ecologia urbana assentam na compreenso do
ambiente fsico, dos solos, da fauna e da flora (Pickett, et al., 2001). Cada componente
possui as suas prprias caractersticas. Estas, em meio urbano, esto dependentes da
utilizao dada pelo Homem que a pode alterar significativamente, desde a poluio dos
solos com pesticidas e outros qumicos, como a nvel da vegetao e fauna quando decide
alterar os padres de distribuio das espcies ao construir grandes edifcios ou cidades
ou mesmo com introduo de espcies exticas. A terra onde vivemos finita e a pegada
humana cada vez mais profunda, no entanto, est nas mos desta mesma humanidade
conseguir arranjar solues para reduzir ou amenizar os seus impactos no meio ambiente.
Assim sendo, cada vez mais urgente compatibilizar as nossas necessidades com o meio
natural (Pickett, et al., 2001; Johns, 2010). Aliada j referida componente esttica, os
parques urbanos desempenham inmeros papis importantes na conservao do meio
natural e proporcionam inmeros benefcios ao ser humano. Dada a acelerao j
comprovada da urbanizao e da converso de terrenos, a necessidade de preservar e
conservar os espaos (semi)-naturais que ainda resistem essencial. Esta necessidade,
no se encerra apenas em questes paisagsticas ou de habitats, mas tambm essencial
para a biodiversidade ao fornecer refgio e habitat para muitas espcies (Miller and
Hobbs, 2002; Goddar, et al., 2010; Kawarik, 2011). A maior parte das cidades no possui
espao suficiente para ter vrios parques de grandes dimenses que alberguem todas as
populaes viveis das vrias espcies e assim sendo necessrio que se estabeleam
e que garantam um
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
8
continum verde ao longo da cidade. (Cabral e Telles, 1999; Donald, et al., 2009). Estes
espaos verdes, podem apresentar diferentes formas e em contexto urbano podem
simplesmente ser ptios ou jardins privados, parques urbanos de maiores dimenses,
margens dos rios ou corredores centrais de rvores nas cidades. Toda esta fragmentao
feita pelo Homem acaba por contribuir para uma riqueza de espcies em meio urbano
dada a quantidade de nichos diferentes que so criados, como reas residenciais, jardins
pblicos, separadores nas vias de acesso, reas industrializadas, entre outros. H no
entanto a necessidade de referir, que este aumento da diversidade se verifica
maioritariamente em espcies que, ou tem elevado poder de mobilidade como aves ou
ento so espcies introduzidas, como alguns espcimes de flora exticas introduzidas
com fins ornamentais (Muller, 2007). Espcies ecologicamente associadas ao Homem
prevalecem neste tipo de habitats sobre outras mais especializadas, por exemplo nas
comunidades de aves h uma prevalncia de espcies granvoras e uma diminuio das
espcies insectvoras (Faeth, et al., 2011; Grimm, et al., 2008; Chace and Walsh, 2006;
Alberti, 2005; Palumbi, 2001). No entanto, no balano entre espcies que saem
vencedoras e vencidas, as que saem prejudicadas so muito mais numerosas e
normalmente perdem-se espcies mais sensveis (Mckinney and Lockwood, 1999;
Donald, et al., 2009; Grcia, et al., 2009; Pudyatmoko, 2009). Desta forma todos estes
espaos so importantes para a conservao e apresentam um papel relevante na
conservao de espcies e da biodiversidade em contexto urbano ao contrrio do que se
possa imaginar quando falamos em biologia da conservao onde rapidamente se pensa
em grandes florestas, selvas, savanas e outros lugares to longnquos para a maioria dos
habitantes urbanos.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
9
1.2.1. Importncia dos parques para a sade
pblica e qualidade de vida
Alm da componente ecolgica da conservao dos espaos verdes em zonas urbanas,
advm, da presena destes, ainda grandes benefcios s prprias populaes,
nomeadamente no que concerne aos servios de ecossistemas. Estes servios, tornam-se
particularmente importantes em reas densamente populosas -
island e a extensa rea impermevel so aspectos tipicamente negativos de reas urbanas.
A absoro de poluentes e a proteco contra cheias so alguns dos benefcios de um
espao verde bem planeado, podendo trazer ainda fortes benefcios aos sistemas
hidrolgicos pela filtrao de poluentes. A vegetao da copa das rvores pode ainda
constituir uma estratgia de reduo da poluio das cidades, sequestrando o carbono
emitido pelas indstrias e pelos veculos em circulao. Ao mesmo tempo, esta ajuda a
melhorar a qualidade do ar e consequentemente a melhorar a qualidade de vida dos
habitantes das reas urbanas (Donald, et al., 2009)A presena de espaos verdes, mostrou
ainda ser um contributo importante para a melhoria da percepo de sade das
populaes, onde a simples presena de rvores no alcance de viso de moradores de um
prdio de 16 andares surgiu como sendo o suficiente para que estes consigam a nvel
psicolgico lidar com problemas e desafios das suas vidas quotidianas como a sade e
idade (Kuo, 2001). Investigao em psicologia e medicina ambiental mostraram que a
exposio de crianas a espaos e ambientes naturais, sejam eles jardins ou outras reas
florestais contribui para uma melhoria no seu desenvolvimento e pode ainda mitigar os
efeitos da hiperactividade e outras desordens em jovens e adolescentes (Kuo and Taylor,
2004).
Esta melhoria da qualidade de vida verifica-se no s a nvel de aspectos fisiolgicos
mas tambm a nvel emocional e recreativo. A noo de bem-estar das populaes,
nomeadamente a nvel do poder de reflexo e restauro da ateno aumenta com a
presena de espaos verdes e em proporo com o aumento da biodiversidade. A
presena destes espaos em proximidade com as populaes mostrou ter efeitos positivos
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
10
na recuperao de situaes stressantes (Kaplan and Kaplan, 1989; Mitchell and Popham,
2008; Fuller, et al., 2009). Alm da perspectiva de sade pblica, a vegetao arbrea
serve ainda de albergue para muitas espcies de insectos, pssaros e ainda outras plantas
que posteriormente as iro colonizar, aumentando por conseguinte, a abundncia de
organismos que habitam nessas reas (Donald, et al., 2009). Desta forma, estes espaos
devero deixar de ser encarados como algo sumptuoso mas sim como locais necessrios
para um desenvolvimento saudvel e sustentvel das comunidades. Estes proporcionam
uma coabitao feliz entre ser humanos e as mais diversas espcies animais e vegetais.
Assim sendo, devero ocupar uma posio de destaque em planos de ordenamento e
gesto do territrio de forma a proporcionar s populaes um ambiente mais equilibrado
(Maas, et al., 2009). No entanto, a preocupao com a criao destes espaos no pode
ser estanque e no se pode cingir apenas sua construo, necessrio encontrarem-se
medidas de gesto e preservao para que se salvaguardem os seus valores no futuro.
1.2.2. Potencial educacional dos parques
Preservar a maioria da biodiversidade da Terra o grande objectivo dos
conservacionistas, mas, para tal, mudanas significativas tm que ocorrer dentro da
relao entre humanos e a natureza. Para que esta mude necessrio que a sociedade
entenda o valor da conservao e que os valores a ela associados sejam claros e
persuasivos mesmo para os que esto fora das disciplinas cientficas. Para que a
conservao se torne uma realidade e a sua importncia inequvoca, ter que se transpor
vida quotidiana dos cidados e tomar parte das suas formas e escolhas de vida
(Angermeier, 2000). Desta forma, associado a todas as vertentes j referidas, h ainda
uma outra considerao importante associada aos parques urbanos, a vertente
educacional. No entanto, esta potencialidade apenas ser possvel com o envolvimento
quer da comunidade cientfica conservacionista, quer da prpria populao para a
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
11
proteco destes espaos, tornando as cidades mais habitveis, com melhor qualidade de
vida. Sero estas parcerias, que permitiro equipar as geraes futuras com ferramentas
que as permitam continuar a atingir os objectivos de conservao destes espaos verdes
de proximidade e dos mesmos a nvel global (Miller, et al., 2002). Assim sendo, no se
dever descurar as vrias vertentes e potenciais dos parques urbanos numa perspectiva de
sustentabilidade quer do prprio espao, quer da prpria populao.
A conservao de zonas verdes em zonas urbanizadas apresenta um forte potencial
educacional e de aprendizagem numa perspectiva de aproximao da biologia da
conservao aos habitantes das cidades. Estes espaos potenciam um envolvimento mais
activo dos cidados voluntrios em tarefas de conservao como remoo de exticas,
monitorizao de espcies de fauna entre outras actividades, (Donald, et al., 2009)
contribuindo para o aumento do conhecimento destas reas e potenciando melhores
estudos de planeamento e gesto para a preservao.
Importantes contribuintes para a divulgao da informao, sensibilizao e educao
ambiental a nvel do pas so os Centros de Interpretao e Monitorizao Ambiental
espalhados pelos vrios distritos, concelhos e freguesias e que desempenham um papel
fundamental na instruo dos cidados para as questes ambientais. Estes espaos contam
com equipas de trabalho devidamente instrudas, competentes e com enorme sentido de
voluntariado que abraam as causas da conservao, preservao e defesa do ambiente e
da natureza. Considerados como espaos multidisciplinares, estes permitem uma
abordagem mais prxima das comunidades contribuindo para o sucesso a longo prazo das
suas iniciativas. A educao ambiental portanto uma via fundamental para a formao
de uma populao mais consciente e participativa nas temticas ambientais. As hortas
pedaggicas desempenham tambm um papel importante na divulgao e formao das
populaes no que concerne s boas prticas de agricultura, aos cuidados e importncia
dos habitats rurais. Junto do pblico mais jovem, desempenham um papel deveras
importante, visto que podemos estar prestes a enfrentar uma nova gerao que
desconhece por completo a provenincia de muitos dos produtos alimentares, quais os
principais cultivares do patrimnio agrcola das nossas regies e ainda qual a importncia
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
ht
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
12
da manuteno e conservao dos habitats rurais e zonas agrcolas para a conservao da
biodiversidade e a sade dos ecossistemas.
Para finalizar e no menos importante so as Organizaes No Governamentais de
Ambiente (ONGA s) com estatuto regulamentado (pela Lei n. 35/98) que renem nelas
o esprito do associativismo que surge como um instrumento fundamental de interveno
das populaes na sociedade. Estas desempenham um papel essencial e de enorme relevo
no campo da promoo, proteco, conservao e valorizao do ambiente e mais
importante, integrando a sociedade annima nas suas campanhas, desenvolvendo aces
de interesse pblico. Existindo as que se dedicam a temas mais especficos, todas elas
renem o esprito de responsabilidade, voluntariado e divulgao das temticas
ambientais. A ttulo de exemplo nacional com representao no distrito do Porto so de
salientar: A AAMDA, Associao dos Amigos do Mindelo para a defesa do Ambiente,
FAPAS, Fundo para a proteco dos Animais Selvagens, a Quercus, entre outras. Estas
ajudam a melhorar o conhecimento das populaes sobre o ambiente, sensibilizando para
a urgncia do combate contra a degradao dos ecossistemas, das espcies e do nosso
patrimnio ambiental.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
13
1.3. Parques Urbanos da rea Metropolitana do
Porto
Especificamente relacionado com a zona metropolitana do Porto, de salientar a
existncia de um relatrio sobre a rede de parques metropolitanos na grande rea
Metropolitana do Porto (AMP), que props a criao de uma rede deste tipo de parques.
Esta proposta surge enquadrada num dos objectivos do actual programa nacional de
poltica
recur (Andresen, et al., 2009). Este trabalho rene os
vrios parques metropolitanos cujas reas so delimitadas por qualidades paisagsticas
elevadas onde existe uma convergncia e salvaguarda de valores naturais e culturais. Por
fim, este esforo na reunio e estudo de informao tem como objectivo contribuir
para a promoo da AMP como um espao de excelncia quer a nvel ambiental, quer
social e econmico, permitindo ao Homem ter um contacto com o seu contexto natural e
cultural. (Andresen et al., 2009). Os parques metropolitanos, em projecto, esto
distribudos segundo diferentes tipologias, sendo eles: Monte (Parque das Brisas, Parque
da Freita, Parque do Montalto, parque de Monte Crdova e Parque do Salto); Vale
(Parque do Douro, Parque do Lea e Parque do Tinto Torto); Paisagem Cultural (Vale do
Arda e Vila do Conde); Litoral (Parque do Mar) e os Corredores Metropolitanos que so
de natureza ribeirinha.
A criao desta rede de parques metropolitanos vem no seguimento de dinmicas
actuais de muitas outras reas metropolitanas a nvel mundial. (Andresen, et al., 2009).
A acrescentar a esta informao de carcter mais formal deve ainda salientar-se a
existncia de outros espaos verdes e parques urbanos existentes na cidade do Porto,
sendo referidos, seguidamente os de maior importncia, quer pelas suas dimenses quer
pelo patrimnio histrico arquitectnico e biolgico que representam. O Parque da
Cidade do Porto constitui-se como o parque urbano maior do pas com 83 hectares. sem
dvida uma obra notvel da arquitectura paisagista e uma fonte de biodiversidade com 74
espcies arbreas, 42 espcies arbustivas, 15 espcies de rvores de fruto e 10 espcies
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
14
aquticas e, em termos de fauna, possui cerca de 60 espcies de aves (Fapas s/d) e tem
vindo a verificar-se a fixao de espcies de aves, peixes, rpteis e anfbios, tendo
algumas espcies sido introduzidas deliberadamente como patos, cisnes, gansos e coelhos
(Santos, P., comunicao pessoal) como cisnes, patos bravos, coelhos, gansos, peixes,
rpteis e anfbios (Porto XXI, 2011), . Apresenta um carcter semi-selvagem com 9km de
caminhos por entre a vegetao e o arvoredo, permitindo aos visitantes caminhadas
agradveis pelo meio da natureza (Porto XXI, 2011).
O parque da Quinta do Covelo um espao multidisciplinar com 8 hectares que
acolhe actividades ldicas de educao ambiental, e onde reside o Centro de Educao
Ambiental e uma Horta Pedaggica (Cmara Municipal do Porto, 2011).
O parque urbano da Pasteleira conta com 7 hectares de terreno e inspira-se nas
paisagens naturais, aproveitando a mata existente nas proximidades. Localizado num
local privilegiado, est situado nas proximidades dos principais eixos rodovirios que
ligam a periferia rea metropolitana (Cmara Municipal do Porto, 2011).
O parque de S. Roque com 4 hectares, adquirido pela Cmara em 1979, mantm ainda
hoje as caractersticas de um jardim romntico, aprazvel repleto de encontros e refgios
(Cmara Municipal do Porto, 2011).
Existem ainda parques e jardins que no obstante as suas dimenses reduzidas so
tambm eles um passo importante para o desenvolvimento do conceito de parques verdes
de proximidade em contexto urbano na cidade do Porto. Sendo eles os Jardins das
Virtudes com vista privilegiada para o Douro, os Jardins de Arca d gua, os Jardins os
Palcio de Cristal que primam pela arquitectura e frescura dos seus espaos, os Jardins da
Pena, da Parca da Repblica, da Cordoaria, de S. Lzaro, da Corujeira, da Boavista e
ainda do Carregal (Cmara Municipal do Porto, 2011). Em relao investigao feita
nos parques urbanos do Porto e em termos mais abrangentes h que salientar o livro
do autor do projecto de arquitectura do
parque (Pardal, 2006), obra sobre o acervo documental do conceito, paisagem e desenho
subjacentes s obras do Parque da Cidade. A ttulo de exemplo h ainda a referncia a
teses de mestrado realizadas sobre parques urbanos da cidade do Porto, tais como a de
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
15
Morais, J., (2009) sobre cianotoxinas nos lagos do parque da cidade. H igualmente
alguns artigos publicados em revistas cientficas, que abordam o essencial de teses de
mestrado realizadas, tais como Xavier, et al., (2007) sobre eutrofizao em Serralves e no
Palcio de Cristal, Soares, et al., (2011), tambm sobre eutrofizao no Palcio de
Cristal, ainda algumas comunicaes em congressos, como Xavier, et al., (2003) sobre
fitoplncton em Serralves e no Palcio de Cristal e Xavier, et al., (2004) sobre a Gesto
de lagos urbanos do Porto e um trabalho de Caic (2009) sobre comunidades de plncton
nos lagos do Parque da Cidade do Porto.
De referir ainda os estudos iniciados recentemente, tais como o iniciado em 2010
Estrutura Verde Urbana: Estudo da relao entre morfologia do espao
pblico e diversidade de flora e de fauna na cidade do Porto de Investigao
em Biodiversidade e Recursos Genticos (CIBIO), e ainda o estudo
intitulado "Inventariao e caracterizao de parques e jardins da cidade do Porto"
integrado no projecto Charcos com Vida do CIBIO, iniciado em 2010.
1.4. Importncia da Inventariao como
ferramenta de conservao
O conhecimento do meio natural em cidades e em meios urbanos surge como uma
base firme para a compreenso dos processos ecolgicos dessas mesmas reas
metropolitanas (Pickett, et al., 2001). A comunidade cientfica, atravs de bilogos,
ecologistas, conservacionistas, gelogos, botnicos e outros cientistas pode contribuir de
forma decisiva para o conhecimento da estrutura, diversidade, e funes das parcelas de
terreno natural remanescentes no seio das cidades (Faeth, et al., 2011).
Aps um estudo de base mais terico e de pesquisa bibliogrfica sobre histria,
patrimnio cultural e localizao inequivocamente necessrio um estudo cientfico no
terreno. Este dever contar com um planeamento bem delineado e rigoroso que abranja
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
16
uma vasta extenso de rea, de forma a fornecer dados o mais fiveis e correctos
possvel. Posteriormente, com os dados adquiridos, podero conduzir-se projectos de
conservao com bases slidas e onde se garanta o seu sucesso a mdio e longo prazo.
Este tipo de estudos de caracterizao dos espaos verdes assume um maior relevo em
zonas urbanas, dado ser o crescimento do urbanismo uma das principais ameaas
biodiversidade.
O estudo das comunidades biticas destes espaos permite retirar informao sobre o
estado de integridade dos espaos verdes e ainda tirar concluses sobre a existncia e
evoluo dos vrios organismos. A inventariao surge como um instrumento base muito
poderoso na aquisio deste tipo de informao, devendo ser aplicado numa fase inicial,
em estudos de conservao e planos de gesto ambiental.
Processos de criao de listas de espcies so uma prtica recorrente quando o
objectivo conhecer a fauna ou a flora de um determinado local, potenciando futuras
aces de conservao ou estratgias de gesto. A ttulo de exemplo, estudos nesta rea
foram j elaborados para a avifauna no Parque da Cidade do Porto (FAPAS, s/d), parque
este que se enquadra perfeitamente no grupo de zonas verdes inseridas em contexto
urbano, cuja dinmica poder ser muito semelhante ao parque em estudo neste trabalho.
A utilizao da informao recolhida em inventrios passvel de ser usada em
cartazes, painis informativos no interior dos parques e at mesmo publicada em livro ou
prospectos. Assim sendo, este tipo de prticas possui a grande vantagem da divulgao da
informao recolhida. Esta essencial para a formao e informao do pblico que
visita e usufrui deste tipo de parques. A divulgao dos dados acaba tambm por
sensibilizar os utentes dos parques para a conservao das espcies que podem ver e
ouvir diariamente durante os seus passeios e as suas actividades ao ar livre em famlia. Os
visitantes podero passar a ser mais conscientes da biodiversidade que os rodeia e mais
sensveis s causas da conservao e preservao da natureza pois conseguem aceder in
loco informao sobre as espcies que partilham o meio urbano com eles.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
17
1.5. Caracterizao biolgica do Parque Oriental
anterior ao presente trabalho
At data do presente trabalho a nica informao formal que chegou ao nosso
conhecimento foi a recolhida pelo grupo de trabalho responsvel pela elaborao do
relatrio sobre a rede de parques metropolitanos na grande rea Metropolitana do Porto
em 2009.
Nos predominantes campos agrcolas em abandono existem espcies de flora
infestantes como Erva-das-Pampas (Cortaderia sp.), associadas a matas de Accias e
Eucaliptos. No leito actual e antigo do Rio Tinto, predominam na fauna os passeriformes
ubiquistas, gaios e herptofauna vulgar e na flora alm dos salgueiros (Salix atrocinerea)
presentes na Ribeira da Castanheira, h ainda a destacar algumas exticas
ornamentais Andresen, et al., 2009).
1.6. Objectivos
Ressalvando-se a possibilidade de existir algum material publicado que no tenha
chegado ao nosso conhecimento, e dada a inexistncia de informao sobre a
caracterizao, abundncia e distribuio de fauna presente no Parque Oriental do Porto,
surge com este trabalho o objectivo pioneiro de preencher essa lacuna no conhecimento.
Os resultados da pesquisa proporcionam informao para projectos futuros de
conservao e requalificao. Estes, podero doravante incluir consideraes sobre a
biodiversidade faunstica a residente, contribuindo para uma melhor ponderao nos seus
planos de aco, de forma a no pr em risco a integridade dos habitats e a
biodiversidade. O objectivo principal baseia-se no estudo da diversidade de vertebrados,
como parte integrante da caracterizao biolgica do parque.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
18
Alm do objectivo principal, o trabalho conta ainda com objectivos mais especficos:
- Inventariar a fauna vertebrada;
- Fornecer informao para uma posterior zonao do parque;
- Recolher informao e posterior anlise dos dados, seguindo-se a elaborao de
propostas de conservao que visem uma melhor harmonizao entre a requalificao
paisagstica e requalificao ecolgica
Estas fases particulares do projecto pretendem que no futuro se actue de forma
consciente tendo em conta a distribuio, abundncia das vrias espcies e os seus
requisitos, alm da componente temporal e espacial.
Em suma, com a definio destes objectivos mais especficos h a tentativa de tornar
este espao um local multi-usos que combine a vertente conservao com a vertente
ldica e social.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
19
Captulo II
Metodologia
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
20
2.1. Origem dos Dados e Fontes de Informao
Para a caracterizao da rea de estudo foi consultada informao na Cmara
Municipal do Porto, especificamente atravs do Pelouro do Ambiente e do Departamento
de Espaos Verdes e Sade Pblica que forneceu o mapa da zona (CMP, 2010). Em
termos de outra documentao foram consultados o Relatrio Final da Rede de Parques
Metropolitanos na Grande rea Metropolitana do Porto (Andresen, et al., 2009), o Plano
de Pormenor do Parque Oriental Relatrio sobre as condies scio- demogrficas e
equipamentos (Martins et al., 2005) e o Destaque Informativo da Cmara Municipal do
Porto sobre A Base Econmica do Porto Norte e Oriental (Oliveira e Pau-Preto, 2009.
2.2. Trabalho de campo e metodologias de
amostragem
Em termos metodolgicos as tcnicas de amostragem utilizadas foram escolhidas face
aos trs grupos de fauna vertebrada que foram alvo de investigao (avifauna, mamferos
com excepo de morcegos e herptofauna).
O trabalho de campo decorreu entre Maio de 2010 e Maio de 2011. Todas as
observaes foram registadas com navegador GPS. As espcies detectadas foram
registadas em formulrios. Nestes formulrios foram registadas, para alm da espcie, as
coordenadas GPS. Os locais que foram alvo de investigao foram escolhidos tendo em
conta os vrios tipos de ocupao do solo, tentando abarcar a maior diversidade de
habitats possvel, sendo elas: zonas de mato, zonas de prado aberto, zonas de floresta
densa, zonas de floresta aberta e a rea central do parque oriental.
A Ficha de observao a preencher pelo observador poder ser consultada na Tabela 1,
anexo A)
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
21
2.2.1. Metodologias para o estudo da Avifauna
Para este grupo foi realizada uma lista de espcies no qual o esforo de amostragem
foi medido e foi calculado posteriormente um ndice de abundncia relativa das espcies
nos vrios locais de estudo.
(1986) para habitats de floresta aberta e matos. Simples e eficaz um mtodo que fornece
uma medida razovel de abundncia relativa (Colin, et al., 1998).
Os dados resultantes deste mtodo foram registados num total de 6 colunas,
correspondente a 10 minutos de intervalo durante uma hora de sada de campo. Nos
primeiros 10 minutos, cada espcie observada foi anotada na primeira coluna atribuindo
apenas o nome da espcie e no o nmero de indivduos. Nos segundos 10 minutos,
espcies que no tenham sido observadas durante a primeira diviso foram colocadas nas
segunda coluna e assim sucessivamente ao longo do restante tempo da durao da hora.
A espcie observada consta de apenas uma nica coluna durante a qual foi primeiro
observada.
Para a anlise dos resultados a cada espcie constante da tabela, foi-lhe atribuda uma
pontuao consoante o perodo de 10 minutos no qual foi observada. Para as primeiras
espcies foi atribuda uma pontuao de 6, s da segunda coluna uma pontuao de 5 e
assim sucessivamente. Espcies nos ltimos 10 minutos tero uma pontuao de 1 e
espcies no observadas durante uma sada tero total de 0.
Um ndice de abundncia relativa para as espcies foi posteriormente obtido pela
mdia das pontuaes dadas a cada sada e por conseguinte variou entre o valor mximo
de 6 e um valor mnimo de 1/n onde n corresponde ao nmero de sadas de campo
efectuadas (Colin, et al., 1998).
O estudo foi realizado abarcando todas as estaes do ano. No entanto, o esforo de
amostragem (n de sadas) foi ligeiramente maior na Primavera, uma vez que durante esta
poca do ano o nmero de indivduos activos maior (Tellera, 1986). Estas amostragens
decorreram nos perodos do dia de maior afluncia de indivduos, isto , nas primeiras
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
22
duas horas depois de amanhecer (Tellera, 1986). Para efectuar o despiste de espcies
com regimes nocturnos foram feitas sadas espordicas durante a noite.
Para a identificao das espcies, recorreu-se alm da identificao visual, confirmada
usando guias de campo (Brun, et al., 2002), identificao bioacstica dos cantos
recorrendo posteriormente a bases de dados (Roch, 1990) para confirmao das
espcies.
As fichas de observao a preencher pelo observador podero ser consultadas na
tabela 2, anexo A.
2.2.2. Metodologias para o estudo da
Herpetofauna
Para este grupo de fauna, foram estabelecidos transeptos ao longo dos quais foram
sendo anotadas as espcies de rpteis avistadas no formulrio. Ao longo dos mesmos
percursos recorreu-se captao fotogrfica dos espcimes. Para os rpteis foi efectuada
a prospeco remexendo na manta morta, aglomerados de folhas e levantamento de
pedras. Parte da prospeco foi ainda realizada nos muros que cercam a zona principal do
parque. Pequenos orifcios em rvores e no solo foram inspeccionados para deteco de
indivduos que se encontrem refugiados nos mesmos. No caso particular das espcies de
anfbios, foi dada especial ateno s visitas nocturnas. Foram efectuadas prospeces
mais pormenorizadas nos charcos artificiais, utilizando camaroeiros onde se procedeu
identificao de adultos e das larvas. Alm da utilizao dos guias de campo para
identificao taxonmica (Almeida, et al., 2011), recorreu-se ainda a uma identificao
bioacstica dos cantos com recurso consulta de bases de dados (Matheu e Mrques, s/d)
A amostragem foi realizada tendo em conta factores abiticos como temperatura,
humidade, intensidade solar e poca do ano (Bennett, 1999). Os dados foram registados
nas fichas de observaes (Tabela 1 anexo A )
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
23
2.2.3. Metodologias para o estudo dos
Mamferos ( excepto Quirpteros)
A amostragem de mamferos foi efectuada atravs de dois mtodos: indirectos como
armadilhagem fotogrfica e observao de indcios e directos como a armadilhagem
, abaixo descritos com mais detalhe.
2.2.3.1. Armadilhagem fotogrfica
um mtodo cada vez mais utilizado para a
prospeco de mamferos resultando como uma
poderosa ferramenta em ecologia, para realizar
inventrios de espcies (Silveira et a.l, 2003;
Rowcliffe, et al., 2008). A presena de uma fotografia
uma prova indiscutvel da presena de uma
determinada espcie e a tecnologia de armadilhagem
fotogrfica surge com mais vantagens associadas ao
tipo de mtodo no invasivo que .
Para este trabalho em particular foram utilizadas 3 cmaras de infra-vermelhos
(Scoutguard SG550) que foram sendo colocadas perto de locais de passagem de fauna ou
locais que apresentavam indcios da presena de espcies de mamferos. As cmaras
efectuaram disparos com intervalos de 10 segundos e os registos foram feitos por
perodos entre 72 a 96 horas. As fotografias foram datadas automaticamente. Foram
anotados os pontos de GPS da localizao das cmaras para um melhor controlo da rea a
ser estudada. As cmaras foram colocadas 2 vezes por ms, ao longo de toda a rea do
parque, decorrendo o trabalho de campo de Setembro de 2010 a Maio de 2011.
Fig. 1 Colocao das cmaras de
infra-vermelhos.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
24
Numa fase inicial no foram usados iscos, tendo posteriormente passado a usar 3 tipos
de isco em simultneo para aumentar a probabilidade de avistamento de espcimes. Os
iscos utilizados foram: urina de gato concentrada em areia, sardinhas enlatadas e infuso
de erva valeriana (Monterroso, P., comunicao pessoal, Kry, et al., 2011)
2.2.3.2. Armadilhagem com caixas
so caixas de folhas
metlicas (desdobrveis e finas) de tamanho standard
50x62x165mm. Este tipo de armadilhagem leve e de
fcil transporte. Todo o interior da armadilha serve de
refgio e um mecanismo de pedal que accionado
pelo peso do animal faz o fecho da porta da armadilha,
ficando o espcime retido no seu interior (Barnett, et
al., 1995).
Foi utilizado algodo no absorvente como fonte de calor e proteco para evitar a
morte por hipotermia. O facto de ser no absorvente evita ficar ensopado com o orvalho
ou humidade. Para tentar atrair diferentes espcies com regimes alimentares distintos,
foram usados vrios tipos de isco, nomeadamente sardinhas enlatadas (aproveitando o
leo natural) que foram desfeitas e misturadas com flocos de aveia. Desta mistura retirou-
se uma pequena poro (aproximadamente 3cm) que foi colocada em cada armadilha. Foi
ainda adicionado ao isco inicial pedaos de ma. Numa segunda tentativa foram
utilizadas larvas de mosca (Tellera, 1986; Barnett, et al., 1995).
As armadilhas foram colocadas nos locais mais provveis para ocorrncia de
micromamferos, nomeadamente sobre a manta morta, tendo sido dada preferncia a
colocao perto de troncos cados ou aglomerados de pedras, dado a aptncia por este
grupo de mamferos em se deslocar ao longo de uma borda. Alm dos cuidados iniciais
Fig. 2
armadilhagem de micromamferos.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
25
foi ainda tida em considerao a humidade do local e a proximidade a cursos de gua
para evitar inundaes. Alm disso as armadilhas foram colocadas horizontalmente e o
mais paralelo ao solo possvel, para evitar que o declive constitusse um obstculo
entrada dos espcimes (Barnett, et al., 1995; Gurnell and Flowerdew, 2006).
O perodo de prospeco das armadilhas iniciou-se em Fevereiro de 2011 e prolongou-
se at Maio do mesmo ano. Foram utilizadas 20 armadilhas ao longo de 5 transeptos em
zonas distintas do parque. Numa primeira fase as armadilhas permaneceram no parque
apenas por uma noite, numa fase posterior alargou-se o perodo para 3 noites. Estas foram
colocadas respeitando ao mximo o transepto linear com um espaamento entre cada uma
de 10 metros (Gurnell and Flowerdew, 2006). A cada armadilha foi atribuda um ponto
de GPS.
Aps o perodo de uma noite, as armadilhas foram inspeccionadas e foram anotadas
num formulrio as espcies encontradas. Aps esta verificao e no caso da armadilha
conter espcime(s), dada a necessidade de recolha de informao biomtrica, foi
necessrio imobilizar o espcime, tendo-se recorrido para o efeito a uma anestesia. O
animal foi colocado dentro de um saco de plstico que continha um pedao de algodo
ligeiramente embebido em ter. (Gurnell and Flowerdew, 2006)
Aps alguns segundos e quando foi confirmada a imobilizao do animal (sinais de
prostrao) foram recolhidos dados de peso, comprimentos de corpo, pata e cauda, assim
como identificao do gnero e maturidade sexual. Finalizada a recolha dos dados,
esperou-se o tempo necessrio at o animal recuperar a conscincia tendo sido libertado
em seguida. Todo o tratamento de informao foi feito no exacto local da armadilha no
tendo sido nunca deslocado o espcime do local de captura (Gurnell and Flowerdew,
2006). Para a identificao dos espcimes foram utilizados Guias de Campo (Macdonald
and Barret, 1993; Brown, et al., 2004).
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
26
2.2.3.3. Tratamento matemtico da
informao
O principal objectivo desta anlise foi caracterizar cada uma das zonas em funo das
percentagens das espcies presentes e estabelecer uma possvel relao entre os 3 locais
do Parque Oriental com base no nmero de espcies.
A caracterizao percentual foi efectuada com o software Excel. Para estabelecer a
comparao entre zonas, foi calculado um ndice de similaridade que frequentemente
utilizado para estudar a semelhana ou similaridade entre os locais que se esto a
amostrar (Vargas e Real, 1996). Os dados de amostragem so dados de presena e
ausncia das espcies e o coeficiente utilizado foi o de Jaccard que compara a quantidade
de caractersticas que um grupo de objectos, neste caso, locais, possui em comum
relativamente ao total do nmero de caractersticas utilizadas.
O ndice toma a forma seguinte:
Em que o dividendo corresponde ao nmero de elementos comuns presentes num
grupo A e num grupo B e o divisor corresponde ao nmero de elementos que existem
apenas no grupo A somados com o nmero de elementos presente apenas no grupo B.
Os valores obtidos foram tratados com o software foi o Primer 5 verso 5.2.2 para
Windows para construir uma matriz de similaridade e, a partir desta, um dendograma de
ordenao das trs zonas do Parque, que nos indica o grau de semelhana entre as zonas.
Fig. 3 Frmula do Coeficiente de Jaccard. (Vargas e Real, 1996)
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
27
.
Captulo III
Resultados e Anlise
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http:
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
28
3.1. Enquadramento da rea de estudo
O Parque Oriental do Porto situa-se no vale de Campanh. Este, abrange o vale do Rio
Tinto no seu troo mais perto da foz, numa extenso de 81 ha. Situa-se encaixado entre
grandes eixos virios (Circunvalao, VCI, IC 29/A43).
A primeira fase do projecto, da autoria do arquitecto paisagista Sidnio Pardal, integra
10 ha. O projecto prev vrias intervenes, nomeadamente a nvel da preservao da
Quinta da Revolta, a integrao da ETAR do Freixo, a valorizao do rio Tinto, a
construo de zonas desportivas e de um hipdromo e ainda a integrao dos ncleos
rurais existentes (Andresen, et al., 2009).
Fig. 4 Zona de Enquadramento do Parque Oriental do Porto.
Cmara Municipal do Porto (Martins, et al., 2005)
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
29
3.1.1. Ocupao do solo e Humanizao
3.1.1.1. Caracterizao fsica
A ocupao do solo na sua maioria representada por campos agrcolas abandonados,
na carta de qualificao do solo do PDM da Cmara Municipal do Porto (2005). O vale
do rio Tinto est classificado como rea Verde de Utilizao Pblica (Andresen, et al,.
2009).
No Plano Director Municipal em vigor esto previstas vrias unidades operativas de
planeamento e gesto para esta zona do Porto, sendo uma delas o empreendimento do
Parque Oriental do Porto (UOPG n.23), (Oliveira e Pau-Preto, 2009). Neste momento,
ainda no est finalizado o plano de pormenor referente ao Parque Oriental. Em termos
de infra-estruturas possui j um parque de estacionamento de dimenses razoveis,
sanitrios pblicos e acessos virios bem delimitados e sinalizados. O parque est a
comear a usufruir das escolhas da populao, sendo possvel presenciar nos espaos
jardinados e nas pistas de manuteno, o passeio em famlia, desportistas a praticarem
passeios de bicicleta e ainda prticas balneares improvisadas.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
30
3.1.1.2. Caracterizao socioeconmica e
patrimnio
A zona Norte e Oriental do Porto abrange trs das freguesias mais extensas e
populosas do Porto, Paranhos, Ramalde e Campanh constituindo quase metade da
populao e da superfcie da cidade.
Mais recentemente, a zona recebeu um grande nmero de equipamentos do ensino
superior e da sade, coexistindo a um dos maiores plos Universitrios do pas, sedes de
grandes grupos econmicos e equipamentos de excelncia, a par de bairros sociais
problemticos e espaos industriais desactivados. Por sua vez, as actividades industriais
tm vindo progressivamente a ser substitudas por funes tercirias.
Em termos de potncia econmica esta zona do Porto concentra cinco das treze
maiores empresas da cidade, distribudas pelo ramo automvel, alimentar, farmacutico e
servios de engenharia (Oliveira e Pau-Preto, 2009).
3.1.2. Caracterizao biolgica aps trabalho de campo
Atravs da prospeco de campo e aps vrias visitas foi possvel constatar que os
primeiros 10 hectares de terreno intervencionados contam j com um substancial
melhoramento paisagstico. O espao possui agora zonas relvadas, plantaes de espcies
autctones como carvalhos (Quercus robur), Espinheiros (Crataegus monogyna),
Pinheiro-bravo (Pinus pinaster), Pinheiro-manso (Pinus pinea) e ainda de algumas
espcies ornamentais nos muros do parque e nos jardins, como Camlias (Camellia),
Redodendros e Azleas (Rhododendron), Roble americano (Quercus rubra), Pltanos
(Platanus x hispnica), Cipreste comum (Cupressus sempervirens) e Tlias (Tilia x
vulgaris). Foram construdas pistas de manuteno ao redor de algumas manchas
florestais e ainda alguns charcos artificiais, um deles com gua sempre corrente. Na
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
31
desembocadura de uma mina existente foi construdo um pequeno tanque e h ainda uma
queda de gua artificial no muro principal do parque. Na zona circundante do parque
existem ainda campos agrcolas activamente cultivados e pequenas e degradadas
habitaes nas imediaes dos mesmos.
Para uma descrio mais detalhada procedeu-se diviso da rea do parque em trs
zonas fundamentais, divididas, tendo como princpio o tipo de vegetao e o tipo de
ocupao do solo, sendo elas as seguintes, apresentadas na Figura 4.
Fig. 5 Mapa do Parque Oriental do Porto com a diviso feita por parcelas de terreno com
as diferentes reas estudadas (Adaptado do GoogleMaps, 2011).
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
32
A zona de cor verde (A), Fig.1 e 2, Anexo B corresponde a uma rea de cerca de 10
hectares e consiste na primeira fase de construo do Parque Oriental. Esta rea est
dividida pelo rio Tinto onde nas margens predominam os Amieiros (Alnus Glutinosa),
Vidoeiros (Betula pendula), Choupo-negro (Populus nigra), as Canas (Arundo donax)
Sabugueiro (Sambuncus nigra) e alguns salgueiros (Salix atrocinerea). Nos espaos
jardinados predomina o trevo branco (Trifolium repens). Existem ainda manchas de
Carvalhos (Quercus robur), Espinheiros (Crataegus monogyna) e Sobreiros (Quercus
suber). Em termos de matos predominam o Tojo (Ulex) e a Urze (Calluna vulgaris),
Silvas (Rubus fruticosus) e Giesta comum (Spartium junceum) existindo ainda
pontualmente alguns Medronheiros (Arbutus unedo). Na margem direita do rio
predominam os Carvalhos (Quercus robur), os Pinheiros-mansos (Pinus pinea), Pinheiro-
bravo (Pinus pinaster) e Sobreiros (Quercus suber). Quanto vegetao rasteira
predomina a Dedaleira (Digitalis purpurea), as Heras (Hedera helix), Amoreiras
Silvestres (Rubus fruticosus) e uma forte dominncia de Tradescantia fluminensis. Neste
local existem ainda os nicos charcos de toda a rea do Parque Oriental, sendo uns
permanentes e outros temporrios alm de uma mina de gua. A maior percentagem de
terreno encontra-se relvada e as manchas de floresta autctone so pontuais e cercadas
por muros e vias pedestres. ainda de salientar a existncia de uma zona agrcola
activamente cultivada que ocupa parte da margem direita do rio. Nas zonas rurais existem
ainda algumas habitaes muito degradadas e outras abandonadas.
A zona a cor laranja (B), Fig.3, Anexo B corresponde parcela de terreno mais
extensa da diviso do parque. A maior percentagem do terreno est ocupada por
vegetao rasteira como Dedaleira (Digitalis purpurea), Heras (Hedera helix), Amoreiras
Silvestres (Rubus fruticosus) e Tojo (Ulex), existindo tambm prados de trevo branco
(Trifolium repens), Urtigas (Urtica dioica) e Festuca rubra. Apresenta ainda uma rea
totalmente dominada por Acacia dealbata, Acacia longifolia e Robinia pseudoacacia.
Esta parcela possui uma mancha de floresta autctone com Carvalhos (Quercus robur) e
Sobreiros (Quercus suber). Nas margens do rio dominam os Vidoeiros (Betula pendula),
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
33
Choupo-negro (Populus nigra) e Canavial (Arundo donax). Neste local de prado
encontra-se ainda uma pequena mina de gua, criando em seu redor uma rea encharcada.
O rio surge bastante poludo com resduos slidos em suspenso e a gua apresenta-se
por vezes com espuma e mau cheiro. Mais para Sul encontra-se uma zona de areal junto
margem esquerda do rio. A maior parte do terreno, nomeadamente a zona de prado mais
plana junto ao rio frequentemente utilizada para pastoreio. No limite desta rea e em
locais pontuais so frequentes lixeiras a cu aberto e lixo espalhado pelo solo. Esta
parcela de terreno vai terminar junto ETAR do Freixo.
A zona de cor roxa (C) Fig.4, Anexo B pertence mata das traseiras da ETAR do Freixo, cuja zona murada pertence Quinta da Revolta que actualmente alberga as
instalaes do Horto do Freixo. O local encontra-se murado e no fim do terreno existem
habitaes rurais fazendo ainda a intercepo com o Bairro do Lagarteiro. Nesta zona de
mata densa encontramos diversas espcies, possuindo uma mancha considervel de flora
autctone como Carvalhos (Quercus robur), Sobreiros (Quercus suber) e Castanheiros
(Castanea sativa), existindo tambm alguns Loureiros (Laurus nobilis). Ainda em termos
de vegetao arbrea de salientar a existncia de Vidoeiros (Betula pendula), Choupo-
negro (Populus nigra) e Eucaliptos (Eucalyptus globulus) e espcies invasoras como
Acaccia delbata e Acacia longifolia. Existe tambm uma grande abundncia de Robinia
pseudoacacia. Em relao vegetao rasteira predominam espcies como Dedaleira
(Digitalis purpurea), tojo (Ulex) espcies trepadeiras como Heras (Hedera helix), Silvas
(Rubus fruticosus), Tradescantia fluminensis, e Arum sp. Uma das parcelas de terreno
onde dominam as gramneas e trevo branco (Trifolium repens) frequentemente utilizada
como pastoreio.
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
3.2
. D
ados
de
pro
spec
o
de c
amp
o
Nes
te s
ubca
ptu
lo s
ero
apr
esen
tado
s os
reg
istos
dos
dad
os d
e pr
ospe
co
de
cam
po,
coor
dena
das
de G
PS,
corr
espo
nden
tes
amos
trage
m d
e m
amfe
ros
(pon
tos
de lo
caliz
ao
das
cm
aras
de
infra
-ver
mel
hos,
e lo
caliz
ao
das
esp
cies
de
anfb
ios e
rpt
eis.
Par
a se
obt
er u
ma
mel
hor d
efin
io
de
imag
em e
mai
or ri
gor d
as p
osi
es
dos p
onto
s, o
map
a do
par
que
foi d
ivid
ido
nos
seus
3 p
rinc
ipai
s loc
ais
que
se a
pres
enta
m s
egui
dam
ente
, com
a re
spec
tiva
lege
nda
igua
l par
a to
dos
os m
apas
.
Loca
l A
do
Pa
rque
Ori
enta
l
Lege
nd
a:
Fig.
6 Z
ona
A d
o Pa
rque
Orie
ntal
, com
a lo
caliz
ao
das
cm
aras
de
infr
a-
obse
rvad
os a
nfb
ios,
rpt
eis
e m
amfe
ros
(Ada
ptad
o do
Goo
gleM
aps,
2011
).
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Div
ersid
ade
de V
erte
brad
os d
o Pa
rque
Orie
ntal
do
Porto
35
Loca
l B
do
Pa
rqu
e O
rien
tal
Lege
nd
a:
Fig.
7 Z
ona
B d
o Pa
rque
Orie
ntal
, com
a lo
caliz
ao
das
cm
aras
de
infr
a-
obse
rvad
os a
nfb
ios,
rpt
eis
e m
amfe
ros
(Ada
ptad
o do
Goo
gleM
aps,
201
1).
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Div
ersid
ade
de V
erte
brad
os d
o Pa
rque
Orie
ntal
do
Porto
36
Loca
l C
do
Par
qu
e O
rie
nta
l
Lege
nd
a:
Fig.
8 Z
ona
C d
o Pa
rque
Orie
ntal
, com
a lo
caliz
ao
das
cm
aras
de
infr
a-
obse
rvad
os a
nfb
ios,
rpt
eis
e m
amfe
ros
(Ada
ptad
o do
Goo
gleM
aps,
201
1).
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
3.3. Padres de abundncias relativas globais
No presente trabalho foram identificadas 51 Espcies pertencentes a 26 Famlias e 14
Ordens.
As Aves so o grupo mais diverso, representando a maior percentagem de taxa identificados
no local, os Anfbios e os Rpteis so o segundo grupo mais diverso e o menos representativo
o grupo dos Mamferos (Fig.8).
Fig.9. Representatividade em nmero e percentagem de espcies dos vrios grupos de vertebrados do Parque
Oriental
3.4. Padres de abundncias relativas especficas
3.4.1. Inventrio de aves e abundncias relativas
A lista de aves contm 43 espcies de 20 Famlias pertencentes a 10 Ordens. A ordem com
maior representatividade a dos Passeriformes com 27 espcies, Columbiformes com 4
espcies, Charadriiformes com duas espcies, Coraciiformes com duas espcies e
Ciconiiformes igualmente com duas espcies tendo as restantes ordem apenas uma espcie cada.
(Tabela 8, Anexo A).
You created this PDF from an application that is not licensed to print to novaPDF printer (http://www.novapdf.com)
http://www.novapdf.com
Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto
38
Fig.10 Representatividade em nmero e percentagem de espcies das principais ordens de aves do Parque Oriental
Em termos de abundncias relativas, estas variaram consoante os trs locais estudados
podendo ser consultadas na Tabelas 5 a 7, Anexo A, no entanto e na generalidade as espcies
que possuem um ndice de abundncia relativa (IAR) maior (Tabelas 5, 6 e 7 anexo A),
calculado, utilizando a metodologia , so: Melro Turdus merula (IAR:6),
Gaio Garrulus glandarius (IAR:5,8), Pombo comum Columba livia domest. (IAR:5,6), Carria
Troglodytes troglodytes (IAR:5,6), Gaivota Larus fuscus (IAR:5,6), Pardal comum Passer
domesticus (IAR: