Curso Avançado de Reabilitação Funcional
Cinesiterapia Respiratória no Doente Cirúrgico
Cinesiterapia Respiratória em Situações Cirúrgicas
A reeducação funcional respiratória desempenha um papel importante nos doentes de foro cirúrgico, tendo por finallidade:
preparar o doente para a intervenção; prevenir e corrigir as complicações
broncopulmonares, pleurais, circulatórias e posturais do pós-operatório;
obter uma recuperação funcional o mais rápida e completa possível.
Indicações
Em todas as operações com anestesia geral em particular: Cirurgia torácica Cirurgia abdominal Doentes de alto risco (fumadores, obesos, idosos,
DPOC)
Em qualquer destas cirurgias existem factores comuns que favorecem o aparecimento de complicações respiratórias, circulatórias e posturais.
Cirurgia Toráxica
Temos a considerar dois tipos de doentes
Pulmonares Cardíacos
O Doente Pulmonar em Cirurgia Toráxica
Preparação Pré-Operatória ao Doente Pulmonar
Dois tipos de preparação pré-operatória:
A preparação do doente que ainda não tem alteração da dinâmica ventilatória;
A preparação do doente que já tem alteração da dinâmica ventilatória.
No 1º caso pretende-se que o doente fique com conhecimento claro do tipo de intervenção a que vai ser submetido e a importância fundamental da sua colaboração com a Enfermeira de Reabilitação.
Princípios a que devemos atender neste grupo de doentes
1. Assegurar a permeabilidade das vias aéreas
• Ensino da tosse– Tosse dirigida– Tosse assistida
• Drenagem postural
2. Exercícios preventivos de incorrecções futuras pós-operatórias
• Para o Pescoço:– Flexão e extensão– Flexão lateral– Rotação
• Para o Tronco: – Flexão e extensão– Flexão e extensão lateral
• Para o Membro Superior:– Elevação e rotação dos ombros– Elevação anterior dos cotovelos– Elevação dos braços– Rotação lateral dos antebraços
• Relaxamento da Musculatura
3. Ensino e automatismo da respiração diafragmática
• Aquisição da consciência respiratória• Intervenção da respiração assistida• Tosse e expectoração assistida
Ensinar o doente como tossir imobilizando o hemitórax que vai ser operado e como amparar a sutura
No 2º caso, além dos princípios apontados há que cumprir um esquema específico de cada situação que vise aumentar a capacidade de respiração, de forma a permitir ao doente ser submetido à intervenção.
o tempo de duração e o esquema estabelecido está sempre em função do tipo de patologia.
Preparação Pré-Operatória
• Maior relaxamento do doente• Consciencialização do tipo de respiração que
pretendemos – localizada do lado doente
do lado são
• Limpeza das vias aéreas doentes broncorreicos
• Evitar complicações broncopulmonares• Manter e aumentar a capacidade respiratória• Manter posições correctas• Prevenir problemas circulatórios e articulares
Pretende-se
Cinesiterapia no Período Pós-Operatório
O período pós-operatório começa logo que o doente acorde e esteja consciente.
Independentemente da intervenção a que foi submetido é sempre necessário:
• Drenagem de secreções• Posicionamento correcto – ombros e ancas
alinhadas• Mobilização dos membros superiores e inferiores• Vigilância dos drenos• Observação do frasco de drenagem – quantidade,
bolhas de ar
Depois do doente ter nebulizado e tomado analgésicos prescritos, procede-se à drenagem de secreções.
As técnicas destinadas a auxiliar a mobilização das secreções até à traqueia são:
• Exercícios respiratórios da base do tórax e abdómen
• Manobras de percussão e vibração• Drenagem postural• Fluidificar secreções Bronco dilatadores
Nebulizações
Cinesiterapia no Pós-Operatório Imediato em Situações Específicas
1. Doente Lobectomizado
• Manter o esquema anterior• Insistir na drenagem de secreções pelo perigo de
atelectasia e suas complicações – infecção
Sabemos da sua existência pela auscultação e pela radiografia pulmonar que o doente faz diariamente.
2. Doente Pneumectomizado
• Posicionamento semi-sentado para melhor cicatrização do côto brônquico
• Drenagem do pulmão são• Observação da drenagem
3. Doente Descorticado
Apresenta com frequência “fugas de ar”
Estas vêm-se através do borbulhar do frasco de drenagem
Nesta situação deve haver cuidado com a drenagem de secreções que provocam aumento da rotura do parênquima pulmonar
Caso este incidente não surja, dever-se-à iniciar os exercícios respiratórios o mais precocemente possível, a fim de reexpandir o pulmão, evitando-se, desta forma, uma carapaça dura, sem elasticidade, que o volta a encapsular.
NOTA:
As nebulizações desempenham, nestes casos, um papel fundamental pelo que não podem ser omitidas no pós-operatório imediato, nomeadamente enquanto o doente tiver secreções.
É ainda fundamental, neste período, a mentalização do doente para conseguirmos a sua colaboração. Sem esta, a reeducação redunda em fracasso.
Período Pós-Operatório Tardio
• Vigilância da sutura – se necessário massagem de descolamento
• Manutenção de postura correcta• Respiração selectiva – localizada costo-diafragmática
para reexpansão do pulmão operado (lobectomia, segmentectomia e descorticação)
Todos os exercícios destinados a tonificar os
músculos respiratórios que intervêm do lado afectado• Insistir na correcção postural nos doentes
pneumectomizados ou nas toracoplastias (pouco frequentes)
O Doente Cardíaco em Cirurgia Toráxica
A Cinesiterapia no período pré-operotório é igual à do doente pulmonar.
Período Pós-Operatório
Pretende-se com a CinesiterapiaEvitar a acumulação de secreções, intensificando
exercícios destinados à sua expulsão
Também nestes doentes são importantes as nebulizações
Impedir todas as complicações provenientes da imobilidade
O pós-operatório nestes doentes está limitado ao período de internamento – 5 a 7 dias aproximadamente.
Se surgirem complicações bronco-pulmonares haverá necessidade de prolongar o tratamento.
OBJECTIVOS
Preparação do doente para a intervenção
Prevenção e tratamento das complicações broncopulmonares, pleurais, circulatórias e
posturais do pós-operatório
Obter uma recuperação funcional o mais rápida e completa possível
Indicações Todas as operações com anestesia geral em particular em
Cirurgia Torácica
Cirurgia Abdominal
Doentes de alto risco
Alteração da mecânica ventilatória
• Portadores de patologia pneumológica (ex.: DPCO)• Fumadores• Obesos• Idosos
Factores que Favorecem as Complicações Pneumológicas,
Circulatórias e Posturais no Pós-Operatório
Retenção dassecreções
Alt. da distribuição
e de ventilação
alveolar
Flebotromboses
Defeitos posturais
Hipersecreçãobrônquica e inibição
ciliar
Limitação da tosse
Infecção broncopulmonar e
atelectasia
Limitação dos movimentos respiratórios
Insuficiênciarespiratória
Imobilização do doente
Embolias pulmonares
Posição antiálgica defeituosa
Profilaxia TratamentoCR
Actuação nos Doentes Cirúrgicos
Pré-operatório
Colheita de Dados
Dados pessoais.Antecedentes pessoais.O que sabe sobre a doença.Gravidade da doença.Cirurgia a que vai ser submetido.Tipo de incisão cirúrgica.Explicação, ensino e execução de técnicas.
Doente em ventilação controlada.Doente em ventilação espontânea.Dados importantes a avaliar:
•SPO2, •Frequência Cardíaca•Respiratória.
Drenagens•qualidade•quantidade.
Execução de técnicas.Levante.
Actuação nos Doentes Cirúrgicos
Pós-operatório imediato
Doente na Enfermaria
Preparação para Alta
Hospitalar.
Incentivo à auto reeducação.
Ensino.
Actuação nos Doentes Cirúrgicos
Pós-operatório tardio
Insuficiência Cárdio – Respiratória Atlectasias extensas. Infecções. Derrame pleural que necessite de drenagem.Pneumotórax com ou sem pneumomediastino e enfisema subcutâneo extenso.
Complicações que Prolongam o Internamento
Atlectasias de um lobo pulmonar ou segmento, habitualmente nos lobos inferiores, junto ao diafragma. Derrame pleural de pequeno e médio volume que não condicionam a insuficiência cárdio – respiratória.Pneumotórax – habitualmente os apicais.
Complicações com o Doente em Ambulatório
A Reabilitação Respiratória é imprescindível em todos os doentes cirurgicos, não só para evitar complicações, mas para que a sua recuperação seja rápida e completa.
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