Entendendo a Tecnologia da TISS:
Perspectivas, Riscos e Oportunidades
Luiz Antonio De Biase Nogueira
Prólogo
Desde sempre, padronizar os “formulários” de
eventos assistenciais tem sido um desejo de
todos, mas, apesar de vários esforços, o
consenso nunca havia sido possível.
As primeiras reações à TISS
Sou totalmente favorável a que haja padronização das guias.
Desde que as novas guias sejam iguais às que eu já uso!
É claro que deve haver um padrão eletrônico.
Desde que eu possa fazer alguns ajustes!
O padrão eletrônico deve utilizar a melhor tecnologia.
Desde que seja uma que eu esteja familiarizado!
Em outras palavras:
1. Eu já uso o que há de melhor, estou plenamente satisfeito com os resultados, e sei tudo que vale a pena saber.
2. Qualquer inovação é desnecessária, não vale o esforço.
3. Resumindo: Melhor deixar como está.
Constatações mais ou menos óbvias
A TISS não é apenas um padrão de troca de
informações. É o arcabouço das relações
operacionais entre operadoras e prestadores
A TISS (e a TUSS) estabelecem a simetria de
informações entre os agentes da saúde
suplementar (operadora, prestador, beneficiário,
estipulante, ANS)
Constatações mais ou menos óbvias
A TISS padroniza o sistema de informações
assistenciais das operadoras. Na prática, a TISS é
o sistema de informações assistenciais das
operadoras
A TISS é o universo das informações assistenciais
disponíveis na Saúde Suplementar, tanto para
efeito de gestão empresarial quanto de estatística,
monitoramento e fiscalização
Sem dúvida, um caso de sucesso ...
A TISS tem influência no ritmo e na produtividade
do setor de saúde suplementar
Fora do Brasil, a TISS é considerada um grande
sucesso, pois em pouco tempo mudou a dinâmica
de faturamento da Saúde Suplementar no país
... mas nem tudo são rosas
A implantação da TISS vem “desacelerando” há
algum tempo, e hoje é quase estacionária.
O faturamento eletrônico vai bem, com algumas
ressalvas. As autorizações, não tão bem. E fica por
aí – as demais transações ainda engatinham.
Sem a TUSS, o demonstrativo de glosas tem tido
dificuldades para avançar. E sem ele, a (nova)
transação de revisão de glosas ficará prejudicada.
O desafio é grande, mas o caminho é claro
A TUSS tem que avançar. E rápido.
A troca de informações tem que ir além do
faturamento
A tecnologia tem que ser melhor e mais produtiva
do que é hoje
Por falar em tecnologia ...
O uso de “Portais” (sites) é hoje preponderante, inclusive para autorizações on-line, reeditando o problema da “multiplicação dos POS”
Em tempo: Portais de Autorização são inviáveis para laboratórios e PAs de grande movimento. Por isso, algumas empresas de conectividade, em vez de adotar a tecnologia de webservices, vêm instalando em tais prestadores seus “servidores de comunicação” proprietários (não-TISS)
Demonstrativos e revisão de glosas em Portais vai ser penoso. A conciliação vai dar um trabalho...
Conclusão: Portais são bons. Mas o bom é inimigo do ótimo
Interoperabilidade: Que bicho é esse?
“É a interconexão de dois ou mais sistemas, de forma a prover o intercâmbio de dados e/ou a computação distribuída” (National Industrial Information Infrastructure Protocols Consortium, 1994)
É um diálogo entre sistemas
Ocorre tipicamente por meio da Internet
É baseado no modelo pergunta-resposta, em formatos pré-estabelecidos e conhecidos por ambos os sistemas
Dura poucos segundos (ou nem isso)
Pode ser implementada em qualquer sistema
A interoperabilidade entre sistemas se dá por
meio de webservices (ou seja, um programa
pede um serviço a outro pela web)
Webservices: O que são e para que servem
São trechos de programas que podem ser executados à distância por outros programas
Todos os detalhes técnicos e operacionais são gerenciados e resolvidos pelos próprios programas, sem intervenção humana.
Webservices não são sites (ou websites, ou páginas web): Sites interagem com humanos, webservices interagem com programas
Cada webservice é encarregado de responder a um pergunta específica, seja ela simples ou complexa.
Webservice 1: O prestador “X” pode executar o procedimento “Y” no beneficiário “B”?
Webservice 2: Qual é o resultado da análise das guias e procedimentos do lote protocolado sob o número “12345”
Podem ser acessados por virtualmente qualquer dispositivo de comunicação (computadores, celulares, TVs, videogames, ...)
O prestador e a interoperabilidade
A interoperabilidade não exige do prestador
Conhecimento (só de como operar seu próprio sistema de atendimento/gestão)
Infraestrutura (só a necessária ao seu próprio sistema de atendimento/gestão, incluindo um link de internet simples)
Qualquer outro investimento adicional (talvez a atualização de seu software, se não estiver prevista em contrato)
É da operadora a responsabilidade (e o custo) de disponibilizar os webservices.
O prestador é o agente ativo (consumidor), que estará sempre no comando
Seu sistema só usará a interoperabilidade quando ele quiser, e com quem ele quiser.
O que o prestador ganha?
Agilidade: Tudo ocorre no próprio sistema de gestão, e as respostas são imediatas
Padronização: Os funcionários devem saber usar o sistema de gestão. E só.
Segurança: Sigilo (criptografia desde a origem até o retorno; ninguém conhece senhas e logins; nada é anotado)
Histórico de ocorrências no próprio sistema de gestão
Produtividade: Ver itens “Agilidade” e “Padronização”
Não há URL a digitar, login a realizar, sites a navegar, dados a (re)digitar e resultados a registrar
Ganha-se algo como 300% em consultórios, e até 2.000% em laboratórios e PAs de grande movimento
E a operadora?
Consistência
As informações saem do sistema do prestador direto para
o da operadora. A única intervenção humana é apertar um
botão.
Economia
Menor consumo de banda (não há trafego de imagens,
scripts ou textos desnecessários).
Menos processamento no servidor (webservices são mais
leves e exigem menos recursos de máquina do que
Portais).
Webservices são mais simples e baratos de desenvolver e
de manter do que Portais (não envolvem design gráfico,
imagens, menus, logins e controle de sessões).
Interoperabilidade=Produtividade sistêmica
Case: Turismo (passagens, hotéis,
carros, cruzeiros, etc...)
A boa tecnologia é intuitiva.
A ótima é transparente.
A perfeita é invisível.
Site de
venda de
passagens
Portal X Interoperabilidade
Webservices da
TAM
Webservices da
Gol
Webservices da
Azul
Webservices da
Webjet
Webservices da
Trip
Portal (11)
Interoperabilidade (1N)
Prestadores e operadoras
Webservices da
Amil
Webservices da
Golden Cross
Webservices da
Unimed
Webservices da
Intermédica
Webservices do
Pasa/AMS (Vale)
Interoperabilidade (1N)
Sem Interoperabilidade não há Mobilidade
Maps: Onde estamos? Para onde vamos?
mCab: O taxi inteligente
mHealth: Muito além das transações eletrônicas
Tecnologia da TISS 3: Alguns destaques
XML reescrito do zero, com reorganização e normalização dos types
Melhorias nas regras de segurança (limite de tentativas, logs, timeout, vencimento de senhas)
Aperfeiçoamento dos requisitos de segurança (wsUsernameToken + SSL/TLS, novos critérios para certificados digitais das operadoras, possibilidade de assinatura digital do prestador)
Diferenciação de conceito: Solicitação de autorização e solicitação de execução
Esclarecimento, no (novo) componente organizacional, de inúmeros pontos de conflito, com destaque para:
A TISS tem a interoperabilidade como meta
Os formulários só devem ser usados como contingência
Algumas transações são obrigatórias, e outras são opcionais
TISS 3: Obrigatoriedade das transações eletrônicas Transação TISS Via WebService Via Portal
Faturamento Obrigatório Obrigatório
Revisão de glosas Obrigatório Obrigatório
Demonstrativos (análise e pagamentos) Obrigatório Obrigatório
Anexos (quimio, radio e OPME) Obrigatório Obrigatório
Status de lotes; Cancelamento de guias Obrigatório Obrigatório
Elegibilidade * Opcional * Opcional *
Autorização de procedimentos e de internação* Opcional * Opcional *
Status de autorizações; Informe de internação * Opcional * Opcional *
• As transações e tecnologias assinaladas como “Obrigatório” têm que ser disponibilizadas pelas operadoras, independente de solicitação dos prestadores.
• Em adição às tecnologias aqui elencadas, as operadoras podem disponibilizar outras, desde que respeitem integralmente o padrão TISS
• Os prestadores deverão escolher uma das tecnologias disponibilizadas pela operadora para praticar a TISS, podendo exigir apenas as marcadas como “Obrigatório”
(*) As transações opcionais, se disponibilizadas pela operadora por qualquer meio, deverão obrigatoriamente ser também disponibilizadas por Webservice e Portal
A visão da Abramge
A TISS e a TUSS representam um grande avanço para a saúde suplementar, tanto pela forma participativa como vêm sendo conduzida quanto pelo potencial de contribuição para o aprimoramento do setor. Mas há ressalvas:
É preciso estimular a oferta de software, principalmente para prestadores, que de fato implementem o melhor da TISS
É preciso utilizar a TISS para reduzir e simplificar os informes regulatórios (como está previsto), e diminuir o “custo ANS” para as operadoras
É preciso avançar com firmeza em direção ao Prontuário Eletrônico
As promessas da interoperabilidade
TISS plena
Trocas entre prestadores
Trocas entre operadoras
Prontuário eletrônico
Novas formas de remuneração