Luuanda
Estória do ladrão
e do papagaio
Luandino Vieira
Musseque de Musseque de LuandaLuanda
A cidade de Luanda concentra 3 cidades:1 - A cidade "colonial" - centro administrativo, dos negócios e urbanizada antes de 1974.2 - Os musseques - onde moram a maioria dos citadinos.3 - Os subúrbios de luxo.A palavra musseque tem origem no kimbundo (mu seke) e significa areia vermelha. A um dado momento, musseque, passa a designar os grupos de palhotas, que se adensam no alto das barrocas. O seu desenvolvimento está intimamente ligado ao da cidade propriamente dita.A partir de 1962, a febre da construção civil e o lançamento da indústria, fascina cada vez mais as populações rurais que abandonam os seus locais de origem e migram para a cidade grande, Luanda. Estas gentes instalam-se nos musseques e reagrupam-se segundo as suas origens. Os musseques passam a designar o espaço social dos colonizados, assalariados, reduto da mão de obra barata e de reserva, ao crescimento colonial, colocados à margem do processo urbano, surgindo como espaço dos marginalizados, e cuja fisionomia está em constante transformação.
O musseque é fechado sobre si mesmo, num entrelaçado complexo e orgânico de ruelas, "pracetas" e corredores. As ruas são estreitas, verdadeiros corredores ou espaços de passagem, com a largura de um homem, desconhecendo qualquer tipo de planeamento, respondendo apenas à possibilidade de acesso pedonal aos espaços mais recônditos do coração do musseque, ocupando apenas os pequenos espaços sobrantes entre cada construção. Estes corredores são delimitados pelas próprias construções e por vedações, sustentadas por estacas, e fechadas com diversos materias recuperados nos lixos e abandonados nas obras (lata e desperdícios), fazendo lembrar verdadeiras paliçadas, interrompidas por janelas e portas com as mesmas características.A configuração caótica e fechada, favoreceu, a formação da personalidade e da identidade nacional no seio do povo, o desenvolvimento da resistência ao colonialismo e a construção de um espírito revolucionário, que tanto inspirou poetas, contadores de histórias e cantores populares.
Musseque de LuandaMusseque de Luanda
Características da Características da narrativanarrativa
Tempo - indefinido
Espaço – musseque de Sambizanga
Narrador - Heterodiegético, omnisciente
A estória começa com Lomelino DosReis a ser preso por ter roubado sete patos.
Quando este é preso arranja conflitos com Zuzé, auxiliar da prisão, onde andam à ‘chapada’.
Xico da Futa, seu já amigo de muito tempo, está também preso e DosReis desabafa com ele, dizendo que acusou Garrido Fernandes de seu cúmplice e de este o ter incriminado à policia do roubo.
Algum tempo depois sabe-se que o tal Garrido estava na polícia por ter roubado um papagaio, o papagaio Jacó.
Xico da Futa começa então a dizer que ninguém o pode julgar pois não sabem quais os motivos que o levaram a fazer isso, chegando a comparar o ‘fio da vida’ a um cajueiro.
ResumoResumo
Págin
a
70
Garrido enamorava Inácia, mas por ser coxo, todos gozavam com ele, até o tal papagaio Jacó, pelo qual ele foi preso.
Um dia, Garrido decidido a falar com Inácia para obter uma resposta (um sim ou um não) de ir viver com ele, esta provoca-o com Jacó, deixando o papagaio explorar todo o seu corpo, desde a boca, passando pelo peito e até o deixar ir “dentro do vestido”.
Inácia promete um beijo a Garrido Fernandes se em troca ele andar ao contrário, ele aceita embora muito envergonhado e sentindo-se humilhado.
Quando ele vai para receber o beijo, depois da sua humilhação, Inácia começa a gritar e a dizer que Garrido é um “Sem-pernas da tuji!”, deixando-o só.
ResumoResumo
Garrido Fernandes, a partir daí, ganhou coragem e enfrentou o amigo João Miguel e decidiu roubar o papagaio Jacó na mesma hora que seus amigos iam roubar os sete patos.
Garrido já não parecia um “meio-homem”, mas sim um Homem.
depois do roubo, encontrou-se na prisão com Xico da Futa e Lomelino, DosReis pediu-lhe desculpa e “Garrido sorriu, e com a asneira da amizade foi mesmo.”
ResumoResumo
Lomelino DosReis ھ Xico Futa ھ Zuzé ھ ,Garrido Fernandes ھKam’tuta Papagaio Jacó ھ
PersonagensPersonagens
Página 120
Nesta estória há um conflito entre a lição fabular “o seu a seu dono”.
Afinal, estamos presente em histórias de roubos de animais (patos e um papagaio, principalmente) e, “o seu a seu dono” não corresponde ao assunto da estória, pois as coisas pertencentes aos seus donos são-lhes retiradas, roubados por outréns, podendo nem chegar a voltar ao seu próprio dono.
““O seu a seu dono”O seu a seu dono”
Por volta do ano de1960 as aspirações por independência efervesciam em Angola, onde a população e aqueles intelectuais inspirados sobretudo pela independência do Congo, apresentavam-se insatisfeitos com a condição de “servo” típica no tratamento colonial da época para aqueles que trabalhavam e viviam nas fazendas dos portugueses. Neste contexto, a administração colonial portuguesa veio a fortalecer mais e mais a repressão sobre a população insatisfeita, através do envio de unidades do exército e da força aérea naquela época de inspiração fascista, para o controlo dos focos de resistência, especialmente na região do Malanje, o que veio a provocar um massacre de grandes proporções na história colonial de Angola. Este que tinha como objectivo, segundo registo daquela época, a eliminação dos angolanos ditos pelos portugueses “instruídos”, também chamados “assimilados” que eram articulados transnacionalmente com os Movimentos de Libertação em África e serviam como principais vectores dos pensamentos de independência e “ameaça” da perpetuação dos ideais coloniais portugueses em Angola.
Repressão colonialRepressão colonial
A 4 de Janeiro de 1961 os camponeses da Baixa de Cassanje revoltaram-se contra a repressão colonial portuguesa, desencadeando uma greve nos campos de cultivo de algodão por melhores condições salariais e de trabalho.
A manifestação resultou na chacina desses trabalhadores.Hoje há quem afirme que este acto foi de muita bravura e
foi a ponta do iceberg para a luta pela independência, conquistada em 1975.
Todos os anos se comemora o 4 de Janeiro, sendo também um feriado nacional.
Repressão colonialRepressão colonial
BibliografiaBibliografia
http://www.infopedia.pt/$luuandahttp://kitabulivraria.wordpress.com/
2007/10/28/luuanda-estorias/http://incorrigivel-
ratodebiblioteca.blogspot.com/2007/07/frica-nas-palavras.html
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