A preeminência de Cristo permeia a Carta
aos Filipenses, não de qualquer forma, em
uma estrutura formal, mas em quase todos
os comentários, o apóstolo faz assim,
mesmo no mais simples deles.
Aparentemente a totalidade do pensamento
de Paulo é afetada pelo poder e presença de
Cristo que tinha mudado a sua própria vida
tão radicalmente (cf. 1:21; 3:4b-10) e,
portanto, tudo o que ele escreve, cada
conselho que ele dá, cada palavra de
encorajamento que ele oferece, ele faz em
nome de Cristo e na realidade da sua
presença viva.
Apesar de “Jesus” ter sido o nome dado a
esta pessoa especial por um anjo (Mt 1:21),
e utilizada com tanta frequência nos
Evangelhos, Paulo não está disposto a usá-
la, pelo menos, não apenas ela. E não é que
ele faça isso em sua carta aos Filipenses,
exceto uma vez, em um hino que ele pode
estar citando (2:6-11; ver esp. V.
10). “Cristo” é a designação que Paulo
prefere usar quando fala ou escreve sobre
esta pessoa mais importante na sua vida.
Talvez seja porque esta palavra “Cristo”
(gr. Christos; hb.Messiah), que significa
“Ungido”, carregando em si as esperanças e
os sonhos daquelas gerações antes dele – e
sonhos que agora, finalmente, tinham
chegado a realização.
A palavra “Cristo” foi uma denominação
antiga para quase qualquer pessoa
escolhida por Deus e equipada para fazer o
trabalho especial de Deus no mundo (1 Sam
16:1-3; 1 Crônicas 16:22, Isaías 45:1). Davi,
um “homem segundo o coração de Deus”,
era o “Cristo” de Deus neste sentido, como
foram os descendentes régios que o
sucederam (2 Samuel 22:51, Salmo 89:35-
36). Mas quando a monarquia davídica,
eventualmente, foi derrubada e Israel estava
em desordem, uma promessa veio de um
futuro rei, um maior descendente de Davi, a
excelência de Cristo, cuja regência seria
infinitamente justa (Isa 9:6-7; 42:1 -- 4;
Ezequiel 34:23-24). A história obscura de
Israel tornou-se mais clara com esta
esperança de tal libertador, um rei
poderoso, filho de Davi, ungido com
o Espírito, um rei cujo reino seria
grandioso, um reino eterno de bondade e de
justiça (Isaías 11:1-5).
O que era diferente nos escritos do Novo
Testamento, os do Antigo Testamento e na
literatura entre os Testamentos, é que o
Messias, o Ungido do Senhor, que estava
para vir, tinha vindo e podia ser
identificado. Ele era Jesus (Lc 1:31-33).
Mas, ao contrário das expectativas, ele não
era um guerreiro-rei, que instituiria o seu
governo pela força das armas, trazendo
libertação política de Israel do poder
opressor dos invasores estrangeiros. E, por
esta razão, a sua vinda foi ignorada e
rejeitada por muitos. Pelo contrário, Jesus
foi o humilde servo de Deus, o Ungido do
Senhor, enviado não só para Israel, mas
para o mundo, para lhes mostrar a Sua
força por sua fraqueza, o Seu poder para
salvar as pessoas, não de Roma, mas da
morte, pela Sua própria morte em uma
cruz; sua habilidade não era apenas de
inverter nas forças destrutivas do
imperador, mas do Maligno, por sua
ressurreição dos mortos. Ele era o ungido
de Deus, o “Cristo de Deus” por excelência!
Paulo passou a entender tudo isso como
resultado de ter encontrado o vivo, e
ressuscitado Cristo na estrada de Damasco,
que, em um momento, o havia transferido
do reino das trevas, e o libertado do poder
do mal, salvo do seu pecado, e lhe dado
vida, em vez da morte. Foi essa mensagem,
então, que ele pregou aos Filipenses: a ação
de Deus para salvar o mundo através de
Cristo, o tão esperado Messias (1:15-18, 27;
3:9, 18). Paulo é tão tocado pela majestade,
o amor, bondade e misericórdia de Cristo
que não vê qualquer motivo para sua
existência, exceto de “existir para Cristo”
(1:21).
Embora Paulo seja relutante em usar o
nome “Jesus” por si só, não obstante, ele o
conecta frequentemente com o título
“Cristo” (1:1, 6, 8, 11, 26; 2:5, 21; 3:3, 12,
14; 4:7, 19, 21). Neste nome combinado, ele
deixa claro para seus amigos em Filipos que
o tão esperado libertador, e aguardado
Salvador, a esperança do antigo Israel e do
mundo, o Messias, era Jesus de Nazaré.
E este “Jesus Cristo” que ele prega é
também Senhor (1:2, 3:8, 4:23), declarado
assim pelo próprio Deus (2:11). Pela vontade
do próprio Jesus Cristo, em humilhar-
se, em derramar-se pelo outros, em
obedecer à vontade do Pai, até mesmo ao
ponto de aceitar a morte, por causa desta
atitude e ação de sua parte, Deus o exaltou
soberanamente e lhe deu o nome que está
acima de todo nome, sendo “Senhor”, de
modo que, neste nome se dobre todo joelho
em reverência e temor (2:6-11). “Senhor",
então, é o título que Paulo coloca que
melhor corresponde quem é Jesus Cristo. É
o título na qual a primeira igreja foi
estabelecida (Atos 2:32,36) e que Paulo
também opta por utilizar (Filipenses 1:2, 14;
2:11, 24, 29, 3:1, 8, 4:1 , 2, 4, 10, 23). Por
que ele é capaz de dizer que Jesus é divino,
que Ele compartilha a própria natureza de
Deus (2:6-11: “Senhor”, no Antigo
Testamento, era a palavra grega que
traduzia o hebraico, “Yahweh”, “Jeová”).
“Jesus Cristo é o Senhor” torna-se o credo
de Paulo, o credo que ele vive.
Como Senhor, Jesus Cristo deve ser servido.
Como Senhor, Ele deve ser obedecido. Paulo
define todo o curso da sua vida para
cumprir essa liberdade de obrigação, e ele
incentiva seus amigos em Filipos a fazerem
o mesmo. Porque ele sabe que aquele que é
o “escravo” de Cristo é aquele que é
verdadeiramente livre (Rm 6:17-23).
Gerald F. Hawthorne
Bibliografia
L. Cerfaux, Christ in the Theology of Saint
Paul; J. D. G. Dunn, Christology in the
Making; G. F. Hawthorne, Philippians;
idem, Word Biblical Themes: Philippians; R.
P. Martin, Carmen Christi:Philippians 2:5-11
in Recent Interpretation and in the Setting of
Early Christian Worship; C. F. D. Moule,The
Origin of Christology; P. T. O'Brien, The
Epistle to the Philippians; J. Ziesler, Pauline
Christianity.
Teologia da Carta aos Filipenses:
Que é que não gosta de aprender um segredo?
Certamente, ficou emocionado quando alguém
lhe tomou por confidente e lhe contou um
segredo, talvez um evento feliz que a pessoa lhe
confiou até ele ou ela o tornar público.
Outra espécie de segredo é o conhecimento ou
o discernimento de que outros carecem. Essa
espécie de segredo foi importante para certo
grupo de cristãos do primeiro século, a
congregação da cidade macedônia de Filipos.
Para entendermos o que era esse segredo
especial e vermos como podemos tirar proveito
dele, vejamos brevemente um pouco do fundo
histórico da carta escrita aos filipenses, carta
essa que agora faz parte da Bíblia.
I. PAULO — AOS FILIPENSES
O missionário Paulo estava preso em Roma por
volta dos anos 59 a 61 EC. Durante esse tempo,
ele pôde refletir nas muitas situações que vivera
em suas viagens. Pôde lembra-se dos muitos
irmãos fiéis com quem se encontrara e das
muitas congregações que tivera o privilégio de
iniciar no caminho da verdade e de vê-las
crescer. Ele não podia deixar de pensar na
congregação de Filipos. Ocupava um lugar muito
especial em seu coração, por causa das
experiências muito incomuns associadas com
ela.
Foi durante a segunda viagem missionária, por
volta do ano 50 EC, que o espírito de Deus
impediu que ele (e Silas) pregassem no distrito
da Ásia, na Mísia e na Bitínia. Portanto, Paulo
seguiu para Trôade, onde certa noite teve uma
visão. “Certo homem macedônio estava em pé,
suplicando-lhe e dizendo: ‘Passa à Macedônia e
ajuda-nos.’” (Atos 16:9) Paulo e seus
companheiros partiram imediatamente de
barco para a Samotrácia e depois para o porto
de Neápolis. Daí, viajaram por terra até Filipos.
Talvez para a sua surpresa, encontraram poucos
judeus naquela cidade, e, pelo visto, nem
sequer uma sinagoga. No sábado, Paulo e Silas,
em vez de como de costume irem a uma
sinagoga, foram para fora do portão, para junto
dum rio, e começaram a falar às mulheres
reunidas ali. (Atos 16:13) Poderá descobrir mais
a respeito dessa memorável visita a Filipos por
ler Atos 16:11-40. O testemunho de Paulo levou
ao início duma congregação na Europa, e ele
havia de revisitar essa congregação em Filipos,
talvez até duas vezes. — Atos 20:1, 2, 6;
Filipenses 2:24.
Paulo, quando preso em Roma, podia pensar
nos excelentes cristãos com quem se associara
em Filipos. Lídia demonstrara extraordinária
hospitalidade. Evódia e Síntique haviam
trabalhado lado a lado com Paulo na divulgação
das “boas novas”. Paulo tampouco podia
esquecer-se do carcereiro e de sua família, bem
como do acontecimento milagroso ligado à
ocasião em que aceitaram o cristianismo.
Ao refletir no amor, na bondade e no interesse
dos filipenses, Paulo tinha motivos para
escrever-lhes uma carta. (Filipenses 1:3, 12) Esta
revela o amor que ele sentia por eles e o “fruto
justo” que eles demonstravam. — Filipenses
1:11.
II. QUAL É O SEGREDO?
Em sua carta, Paulo falou dum segredo que ele
pessoalmente aprendera, e a evidência é que os
filipenses o haviam aprendido dele. Tratava-se
dum segredo que ajudou Paulo a atravessar
diversas provas no decorrer dos anos. Ele
escreveu: “Em tudo e em todas as circunstâncias
aprendi o segredo tanto de estar suprido como
de ter fome, tanto de ter abundância como de
sofrer carência. Para todas as coisas tenho força
em virtude daquele que me confere poder.”
(Filipenses 4:12, 13) Portanto, tratava-se dum
segredo do modo de vida cristão, não importa
qual fosse a situação da pessoa, sempre devia
confiar em Deus.
Os filipenses haviam aprendido esse segredo e
isso influiu neles de diversas maneiras. Em
primeiro lugar, a congregação era muito zelosa
na pregação. Paulo escreveu: “Estais brilhando
como iluminadores no mundo.” (Filipenses 2:15)
Aceitaram as boas novas com grande alegria e
depois continuaram a promover essas boas
novas. Paulo pôde descrevê-los como
“participantes comigo . . . em defender e
estabelecer legalmente as boas novas”. —
Filipenses 1:7.
Quando Paulo escreveu sua carta, sabia que eles
estariam interessados em suas experiências de
prisão. Ele descreveu que, embora preso, seus
assuntos ‘resultaram mais para o progresso das
boas novas do que de outro modo’, conforme
disse, “minhas cadeias se têm tornado
conhecimento público, em associação com
Cristo, entre toda a Guarda Pretoriana”.
(Filipenses 1:12, 13) Relatou também que a
maioria dos cristãos romanos estava mostrando
mais coragem para falar a palavra de Deus
destemidamente em razão das cadeias dele.
Deve ter encorajado os filipenses saber que
Paulo, embora na prisão, continuava zeloso pela
pregação do Reino assim como eles. —
Filipenses 1:14.
Outra coisa que podia estar relacionada com o
segredo mencionado em Filipenses 4:12, 13, era
terem a atitude mental correta. Sua disposição
era, não de agradar a si mesmos, mas de ajudar
a outros. Deveras, eles foram muito úteis a
Paulo. Enquanto ele estava em Tessalônica, por
duas vezes eles lhe enviaram ajuda, a única
congregação que fez isso. (Filipenses 4:15, 16)
Mais tarde, quando, por causa da perseguição, a
congregação de Jerusalém padecia dificuldades
e necessitava de ajuda, os filipenses, embora
fossem pobres, contribuíram liberalmente.
Paulo escreveu que essa dádiva foi “além de sua
capacidade real”. (2 Coríntios 8:3) Ainda mais
tarde, quando Paulo estava preso em Roma,
eles lhe enviaram bens materiais por meio de
Epafrodito.
Sim, os filipenses tinham interesse amoroso
pelos co-cristãos. Agiam como Paulo os exortou,
“não visando, em interesse pessoal, apenas os
[seus] próprios assuntos, mas também, em
interesse pessoal, os dos outros”. Que espírito
revigorante isso mostrava! Sugeria que os
filipenses tinham uma atitude mental de
humildade, assim como Jesus, e não eram
críticos para com outros. — Filipenses 2:1-5, 14.
II. PODEMOS APRENDER E APLICAR O SEGREDO
DELES
Distantes como estamos no tempo, não
estamos em condições de nos associar
diretamente com o apóstolo Paulo. Portanto,
quão gratos devemos ser por Deus ter
preservado em sua Palavra a inspirada carta aos
filipenses! Podemos, pois, empenhar-nos em
aprender e aplicar os maravilhosos conselhos
contidos nela, incluindo o segredo que Paulo
aprendeu e evidentemente partilhou com eles.
Para os filipenses, esse segredo envolvia
conhecimento, atitude e conduta. Paulo
incentivou-os a ‘comportar-se da maneira digna
das boas novas acerca do Cristo’. (Filipenses
1:27) Ao seguirem a admoestação de Paulo,
viriam a ser “inculpes e inocentes, filhos de
Deus sem mácula no meio duma geração
pervertida e deturpada”. (Filipenses 2:15)
Naturalmente, manter tal conduta correta
exigiria cautela, mesmo com respeito ao seu
modo de pensar. Isso certamente constitui uma
lição para nós.
Talvez queiramos fazer o que muitos outros que
procuram aplicar esse “segredo” têm feito —
memorizar e considerar regularmente o que
Paulo escreveu em Filipenses 4:8 sobre os
nossos pensamentos. Consegue repetir essa
passagem de cabeça?
O segredo de se confiar em Deus e de servi-lo
com alegria, quer se tenha muito, quer pouco
em sentido material, pode resultar numa vida
muito satisfatória. No caso de Paulo, pense na
satisfação que ele podia sentir ao refletir nos
frutos de seus labores manifestos na
congregação filipense. Ele vira a congregação
crescer em amor pela verdade cristã e em zelo
pela divulgação das boas novas. Ele também
testemunhou o amor deles em ação para com
co-cristãos. Podia derivar muita satisfação de
ver que eles haviam aprendido também o
segredo de confiar completamente em Deus em
tudo o que faziam e em servi-lo com tudo o que
tinham.
Todos os cristãos hoje podem perguntar-se
corretamente quanto a se já aprenderam o
importante segredo mencionado por Paulo em
Filipenses 4:12, 13. Uma evidência é termos a
bênção de Deus, estarmos “cheios de fruto
justo”. (Filipenses 1:9-11; 4:17) Também, se
tivermos aprendido esse segredo vital e o
manifestarmos, os que se encontram à nossa
volta serão ajudados a fazer o mesmo.
Estaremos dando um bom exemplo para os
outros, assim como fez Paulo, de modo que
pôde aconselhar os filipenses: “Tornai-vos
unicamente imitadores meus, irmãos, e ficai
observando os que estão andando dum modo
que está de acordo com o exemplo que tendes
em nós.” (Filipenses 3:17; veja os versículos 13,
14.) Portanto, para nós e para outros, esse
segredo é de muitíssimo valor; contribuirá para
a obtenção da vida eterna.
Análise da Carta aos Filipenses:
O apóstolo Paulo desejava que os cristãos em
Filipos continuassem a avançar para alcançar o
alvo do prêmio da vida eterna. Assim, escreveu-
lhes por volta de 60 ou 61 EC, durante seu
primeiro encarceramento em Roma. Sua carta
foi enviada a uma congregação que ele havia
estabelecido uns dez anos antes em Filipos,
cidade fundada por Filipe da Macedônia (pai de
Alexandre Magno). No primeiro século EC, ela se
tornou “a cidade principal do distrito da
Macedônia”, agora parte da Grécia setentrional
e da Iugoslávia meridional. — Atos 16:11, 12.
Os crentes filipenses eram pobres, mas
generosos. Mais de uma vez, eles enviaram algo
para suprir as necessidades de Paulo. (Filipenses
4:14-17) Mas sua carta era muito mais do que
uma nota de agradecimento. Fornecia também
encorajamento, expressava amor e dava
conselhos.
I. Eram Evidentes as Qualidades Cristãs
A carta de Paulo começou com uma evidência
de seu amor pelos crentes filipenses. ( 1:1-30)
Ele agradeceu a Deus pela contribuição deles
para a promoção das boas novas e orou para
que o amor deles aumentasse. Paulo estava
contente porque seu encarceramento fez com
que eles mostrassem ‘mais coragem para falar
destemidamente a palavra de Deus’. Ele
desejava estar com Cristo, mas achava que
ainda podia ministrar a eles. Paulo também
queria que eles prosseguissem ‘esforçando-se
lado a lado pela fé das boas novas’.
A seguir, vieram conselhos sobre atitude e
conduta. (2:1-30) Os filipenses foram
incentivados a mostrar interesse pessoal nos
outros e a demonstrar humildade como a de
Cristo. Eles estavam “brilhando como
iluminadores no mundo” e foram instados a
manter-se “firmemente agarrados à palavra da
vida”. Paulo esperava enviar-lhes Timóteo e
estava confiante de que ele mesmo iria em
breve. A fim de tranquilizá-los quanto a
Epafrodito, que estivera muito doente, Paulo
lhes estava enviando este servo leal.
II. Continuemos a Avançar Para Alcançar o Alvo
Em seguida, o apóstolo mostrou aos filipenses
em que deviam depositar sua confiança ao
passo que avançassem para atingir o alvo. (3:1-
21) Ela devia ser depositada em Jesus Cristo,
não na carne ou na circuncisão, como alguns
faziam. Paulo considerava suas credenciais
carnais como refugo por causa “do valor
superior do conhecimento de Cristo”. O
apóstolo ‘empenhava-se para alcançar o alvo do
prêmio da chamada para cima, da parte de
Deus, por meio de Cristo Jesus’, e incentivou os
filipenses a terem a mesma atitude mental.
Aplicar o conselho concludente de Paulo
ajudaria os filipenses a manter o alvo e o prêmio
em vista. (4:1-23) Ele os incentivou a lançar suas
ansiedades sobre Deus em oração e a encher a
mente com pensamentos salutares. Paulo
elogiou-os novamente por sua generosidade e
concluiu com cumprimentos e com o desejo de
que a benignidade imerecida do Senhor Jesus
Cristo estivesse com o espírito que eles
mostravam.
A carta de Paulo aos filipenses promove
generosidade, amor e humildade. Incentiva à
confiança em Cristo e à oração fervorosa a
Deus. E as palavras de Paulo certamente ajudam
os cristãos a continuar avançando para alcançar
o alvo do prêmio da vida eterna.
III. Alcançar o Alvo
“Esquecendo-me das coisas atrás e esticando-
me para alcançar as coisas na frente”, escreveu
Paulo, “empenho-me para alcançar o alvo do
prêmio da chamada para cima, da parte de
Deus, por meio de Cristo Jesus”. (Filipenses
3:13, 14) O apóstolo esforçava-se como alguém
empenhado numa corrida. Não desperdiçava
tempo e esforço olhando para trás, mas
avançava para alcançar o alvo — como o
corredor que se estica para cruzar a linha de
chegada. Para Paulo e outros cristãos ungidos, o
prêmio era a vida celestial pela ressurreição
após terminarem a carreira terrestre de
fidelidade a Deus. Mantenhamos integridade a
Deus e avancemos para alcançar o alvo como
Seus servos dedicados. — 2 Timóteo 4:7.
Esboço da Carta aos Filipenses:
Carta aos Filipenses reflete o vínculo especial de
amor existente entre Paulo e os cristãos em
Filipos.
Escrita por Paulo por volta de 60-61 EC,
enquanto preso em Roma. Amor de Paulo aos
irmãos e seu apreço pela generosidade deles.
Paulo agradece a Deus a contribuição feita pelos
filipenses para a promoção das boas novas. Em
profundo afeto por eles, ora para que o amor
deles aumente e que eles se certifiquem das
coisas mais importantes. (1:3-11)
Paulo se preocupa com o bem-estar dos
filipenses; espera enviar-lhes Timóteo, que ele
recomenda muito; confia em que ele mesmo
também os visite em breve. (2:19-24)
Para tranqüilizar os irmãos a respeito de
Epafrodito, a respeito de quem os filipenses
souberam que estava muito doente, Paulo lhes
envia este servo leal, que eles haviam designado
para ministrar a Paulo. (2:25-30)
Embora Paulo seja auto-suficiente em todas as
circunstâncias, graças à força concedida a ele de
cima, elogia muito os filipenses pela sua
generosidade. (4:10-19)
Resultado do encarceramento de Paulo. O
encarceramento de Paulo resultou na promoção
das boas novas; sua situação é bem conhecida
entre a Guarda Pretoriana, e a maioria dos
irmãos mostra mais coragem para falar
destemidamente a palavra de Deus. (1:12-14)
Alguns pregam com boa motivação, outros com
má motivação — de qualquer modo, Cristo está
sendo propalado; quer Paulo viva, quer morra,
magnificará a Cristo; mas ele acha que viverá
para ministrar aos filipenses. (1:15-26)
Conselho edificante a respeito de atitudes e
conduta. Comportem-se da maneira digna das
boas novas, não sendo amedrontados pelos
inimigos; os oponentes serão destruídos, ao
passo que os crentes obterão a salvação. (1:27-
30)
Demonstrem a mesma atitude mental de Cristo
por mostrar humildade e não procurar os
próprios interesses. (2:1-11)
Como filhos imaculados, brilhem como
iluminadores no meio duma geração pervertida
e deturpada, ‘mantendo-se firmemente
agarrados à palavra da vida’. (2:12-16)
Guardem-se dos que promovem a circuncisão; o
cristão confia em Cristo, não na circuncisão
carnal. (3:1-3)
Paulo tem a posição mais elevada no que se
refere a qualificações carnais, mas, ele
considera tudo isso como refugo, por causa “do
valor superior do conhecimento de Cristo”; ele
se empenha pelo prêmio e exorta outros a fazer
o mesmo. (3:4-21)
Continuem a alegrar-se no Senhor; manifestem
razoabilidade e confiem as ansiedades a Deus
em oração; encham a mente com pensamentos
sadios. (4:4-9)
Carta aos Filipenses:
A Carta aos Filipenses, também conhecida como
Epístola aos Filipenses, é uma carta das
Escrituras Gregas Cristãs, escrito pelo apóstolo
Paulo à congregação na cidade de Filipos, na
província da Macedônia, congregação que Paulo
havia estabelecido por volta de 50 EC, no
decorrer da sua segunda viagem missionária.
I. Quando e Onde Foi Escrita.
A evidência interna da carta indica que foi
escrita durante o primeiro encarceramento de
Paulo em Roma. Nela ele fala de “toda a Guarda
Pretoriana” como estando a par da razão de ele
estar em cadeias, e envia cumprimentos dos “da
família de César”. (Fil 1:13; 4:22) Considera-se
geralmente que o primeiro encarceramento de
Paulo em Roma ocorreu por volta de 59-61 EC.
Ocorreram vários eventos entre a chegada de
Paulo a Roma e a sua decisão de escrever aos
filipenses. Epafrodito fizera a viagem desde
Filipos, havia trabalhado para ajudar Paulo e
havia ficado muito doente. Os filipenses, a uns
1.000 km de distância, tinham recebido notícia
da sua doença. Agora, Epafrodito se recuperara
e Paulo o enviava de volta com a carta. De modo
que a carta foi escrita por volta de 60 ou 61 EC.
II. Fundo Histórico e Motivos da Escrita.
A congregação filipense mostrara grande amor e
consideração para com Paulo. Pouco depois de
ele a visitar, a congregação lhe enviara
generosamente provisões materiais durante a
sua permanência de várias semanas na vizinha
Tessalônica. (Fil 4:15, 16) Mais tarde, quando os
irmãos em Jerusalém entraram num período de
intensa perseguição e necessitavam de ajuda
material, os cristãos em Filipos, eles mesmos
muito pobres e passando por uma grande prova
de aflição, não obstante haviam demonstrado
prontidão para contribuir até mesmo além das
suas possibilidades. Paulo apreciou tanto a
excelente atitude deles, que os citou como
exemplo para as demais congregações. (2Co
8:1-6) Eram também muito ativos e diligentes
na pregação das boas novas, de modo que
parece que não haviam tido contato com Paulo
já por algum tempo. Mas então, quando ele
passava necessidade na prisão, eles não só lhe
mandaram dádivas materiais, de modo que
Paulo tinha abundância, mas também
mandaram seu enviado especial, Epafrodito,
homem que lhes era valioso. Este irmão zeloso
corajosamente prestou ajuda a Paulo, mesmo
colocando em perigo a sua própria vida. Por
conseguinte, Paulo o elogia muito perante a
congregação. — Fil 2:25-30; 4:18.
Paulo expressa confiança, em harmonia com as
orações deles, de ser liberto do
encarceramento, e de poder visitá-los de novo.
(Fil 1:19; 2:24) Sabe que, continuar ele vivo é ser
útil para eles, embora aguarde ansiosamente o
tempo em que Cristo o receberá junto de si. (Fil
1:21-25; compare isso com Jo 14:3.) No ínterim,
espera enviar Timóteo, o qual, mais do que
qualquer outro disponível, genuinamente
tomará a peito os interesses deles. — Fil 2:19-
23.
III. A carta transpira amor.
Paulo nunca deixou de dar elogios quando
apropriados, nem se refreou de dar a necessária
repreensão, mas, neste caso, era preciso dar
encorajamento. A congregação tinha opositores,
“obreiros do dano”, que queriam jactar-se de
relações carnais e da circuncisão na carne, mas
parece que os irmãos não ficaram seriamente
afetados ou transtornados. (Fil 3:2) Assim, Paulo
não precisou apresentar fortes argumentos,
nem repreensão, como, por exemplo, nas suas
cartas às congregações na Galácia e em Corinto.
O único leve indício de correção era sua
exortação à união por parte de Evódia e
Síntique. Em toda a carta, ele incentiva a
congregação filipense a continuar no seu
excelente proceder — procurando maior
discernimento e apegando-se firmemente à
Palavra da vida, uma fé mais forte e a esperança
do prêmio por vir.
Nesta carta são expressos muitos princípios
excelentes que dão encorajamento a todos os
cristãos. Alguns deles são:
Textos e Princípios
1:9, 10 Certifiquem-se das coisas mais
importantes, para
não fazer outros tropeçar por algum motivo.
1:15-18 Podemos alegrar-nos mesmo quando os
inimigos da
verdade falam contenciosamente sobre ela,
porque
isso só serve para propalar a verdade.
1:19 A oração dos servos de Deus é eficaz.
1:27, 28 A união e a coragem dos cristãos em
face dos seus
oponentes é prova da parte de Deus, de que ele
livrará seus servos e destruirá seus inimigos.
2:5-11 A humildade traz enaltecimento da parte
de Deus.
2:27 Pode-se agradecer a Deus sua misericórdia
quando um
dos seus servos fiéis se restabelece duma
doença.
3:16 Ao ponto que o cristão tiver feito
progresso, ele
deve continuar a andar ordeiramente na mesma
rotina, a fim de receber o prêmio.
3:20 Os cristãos devem olhar para o céu, onde
existe sua
cidadania, e não para relações terrestres.
4:6, 7 Não estejam ansiosos; em toda situação,
apresentem
suas petições a Deus, e ele dará uma paz que
guardará seu coração e suas faculdades
mentais.
4:8 Considerem em todas as ocasiões as coisas
corretas
e louváveis.