UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PR-REITORIA DE PS-GRADUAO E PESQUISA
CENTRO DE SADE E TECNOLOGIA RURAL PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ZOOTECNIA
ESTUDO FITOQUMICO, BROMATOLGICO E MICROBIOLGICO DE Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e
Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke
DENISE ALINE CASIMIRO BEZERRA
Patos PB 2008
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PR-REITORIA DE PS-GRADUAO E PESQUISA
CENTRO DE SADE E TECNOLOGIA RURAL PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ZOOTECNIA
ESTUDO FITOQUMICO, BROMATOLGICO E MICROBIOLGICO DE Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke
Dissertao apresentada Universidade Federal de Campina Grande como parte dos requisitos exigidos pelo Programa de Ps-Graduao em Zootecnia, rea de concentrao em Sistemas Agrossilvipastoris no Semi-rido para a obteno do ttulo de Mestre
Denise Aline Casimiro Bezerra
Orientador: Prof. DSc. Onaldo Guedes Rodrigues
Patos PB 2008
FICHA CATALOGADA NA BIBLIOTECA SETORIAL DO CAMPUS DE PATOS -
UFCGP
B574e Bezerra, Denise Aline Casimiro . 2008
Estudo fitoqumico, bromatolgico e microbiolgico de Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke. / Denise Aline Casimiro - Patos PB: CSTR UFCG, 2008.
62P. Inclui bibliografia. . Orientador: Onaldo Guedes Rodrigues. Dissertao (Ps-Graduao em Zootecnia Sistemas Agrossilvopastoris). Centro de Sade e Tecnologia Rural, Universidade
Federal de Campina grande. 1 Plantas medicinais - Dissertao. 2 - Microbiologia. 3 - Fitoqumica CDU: 633.88
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PR-REITORIA DE PS-GRADUAO E PESQUISA
CENTRO DE SADE E TECNOLOGIA RURAL PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ZOOTECNIA
CERTIFICADO DE APROVAO
TTULO: ESTUDO FITOQUMICO, BROMATOLGICO E MICROBIOLGICO DE Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke. AUTOR: Denise Aline Casimiro Bezerra ORIENTADOR: Prof. DSc. Onaldo Guedes Rodrigues APROVADA em ... ____/____/____
Prof. DSc. Onaldo Guedes Rodrigues
UFCG Orientador
Prof. DSc. Jos Galberto Martins da Costa URCA 1 Examinador
Prof. DSc. Maria das Graas Veloso Marinho
UFCG 2 Examinadora
Patos PB
Maio de 2008 A Ti meu Deus,
Elevo as minhas mos e vos glorifico! Tu que me deste a vida e a graa de conhec-lo e am-lo a cada dia.
O Senhor a minha luz e a minha salvao; a quem temerei? O Senhor fora da minha vida; de que me recearei? (Salmo 27)
Dedico
Aos meus pais,
Wanderl e Zilma, cujo amor incondicional e esforo me impulsionaram a crescer como crist, como mulher e como profissional. A vocs, meus pais que so meu espelho de virtudes.
Os filhos no precisam de pais gigantes, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e sejam capazes de
penetrar-lhes o corao. (Augusto Cury)
Ofereo
AGRADECIMENTOS
Com gratido deixo aqui consignados sinceros agradecimentos a quantos comigo estiveram e me apoiaram no decorrer desse trabalho, de modo especial:
A Deus, por renovar minha f a cada dia e fazer-me perseverar mesmo quando os
obstculos pareciam-me intransponveis!
Aos meus pais e irmos Dalton, Wanderl e Lgia, pelo carinho e incentivo.
Ao meu orientador Prof. Dr. Onaldo Guedes Rodrigues pela orientao, dedicao,
amizade e pacincia na execuo desta pesquisa.
Ao Prof. Dr. Jos Galberto Martins da Costa, coordenador do Laboratrio de Pesquisa
de Produtos Naturais-LPPN da Universidade Regional do Cariri - URCA, que disponibilizou
seu tempo, seu conhecimento e o laboratrio (LPPN) para a realizao dessa pesquisa.
Aos professores do programa do Programa de Ps-Graduao em Zootecnia, Antnio
Lucineudo, Ana Clia R.Athayde, Olaf A. Bakke, Romilson P. Miranda, Nadege , Clebert
Jos Alves e Srgio Santos Azevedo, minha gratido e admirao.
Fabola Fernandes Galvo, colaboradora do LPPN, pela amizade e grande ajuda na
execuo dos testes realizados no LPPN, minha gratido e admirao.
Aos amigos, estagirios e funcionrios do LPPN Carla Karine, Erlnio Souza, Paula
F. dos Santos, Josniel Pires e Sr. Lus pelo carinho com que me receberam e pelo auxlio na
execuo dos trabalhos no laboratrio.
minha turma do mestrado 2006.1, a famlia que Deus me permitiu escolher:
Flamrio Arajo, Giovanna Nbrega, Wladimir e Edivnia Nicolau, Sfora Gil, Alosio
Monteiro, Slvio Moreira, Jos Carlos Jr., Guilherme Sobral e Adailton Nobre pelos
momentos compartilhados de estudos, de dificuldades e de alegrias. Seria muito mais difcil
concretizar esse objetivo sem a presena de vocs!
s amigas Katiuscia Lbo, Andria Vieira, Karla Oliveira e Aline Justino pela
parceria, incentivo e grande ajuda na execuo do trabalho, minha gratido e minha amizade
so eternas.
Ao professor Aderbal Marcos, coordenador do Programa de Ps-Graduao em
Zootecnia, pelo apoio, incentivo em todos os momentos e imprescindvel auxlio na avaliao
estatstica do trabalho.
UFCG, Centro de Sade e Tecnologia Rural, pela oportunidade de participar do
Programa de Ps-Graduao em Zootecnia.
Aos funcionrios da UFCG Alexandre, Maria Jos e Otvio do Laboratrio de
Nutrio Animal, pelo auxlio nas anlises; a Damio, Joselito e Seu Bill pela imensa ajuda
na rdua tarefa de coletar as plantas; Natan Dalan, secretrio da PPGZ, Leonardo, Antnio e
Aparecida, pela amizade e disposio em ajudar-me em tudo que lhes foi possvel com
imensa boa vontade! toda grande famlia UFCG, meus sinceros agradecimentos!
CAPES (Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior), pela
bolsa de estudo cedida durante o curso.
SUMRIO
Pgina LISTA DE FIGURAS i
LISTA DE TABELAS ii
CAPTULO 1 iii
RESUMO iii
ABSTRACT iv
1 INTRODUO 1
2 Fundamentao terica 4
2.1 Mimosa tenuiflora (Willd) Poiret 4
2.2 Piptadenia stipulacea (Benth)Ducke 6
2.3 Metabolismo secundrio de plantas 6
2.3.1 Terpenos 7
2.3.2 Compostos Fenlicos 8
2.3.3 Alcalides 9
2.4 O bioma Caatinga 10
2.5 Resistncia microbiana a antibiticos 11
3 Referncias Bibliogrficas
13
CAPTULO 2 Abordagem fitoqumica e composio bromatolgica de Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke.
17
RESUMO
17
ABSTRACT 18
1 INTRODUO 19
2 MATERIAL E MTODOS 20
2.1 Coletas e preparo de material 20
2.2 Coleta de dados etnobotnicos sobre as espcies de jurema Mimosa tenuiflora e Piptadenia stipulacea.
20
2.3 Verificao da presena de leos essenciais 20
2.4 Estudo dos constituintes fixos dos extratos 21
2.4.1 Obteno dos extratos a frio 21
2.4.2 Extrao a quente dos constituintes de jurema preta 21
2.5 Prospeco dos extratos de jurema preta e jurema branca 21
2.5.1 Teste para taninos e fenis 22
2.5.2 Teste para antocianinas, antocianidinas e flavonides 22
2.5.3 Teste para leucoantocianidinas, catequinas e flavonas 22
2.5.4 Teste para flavonis, flavanonas, flavanonis e xantonas 23
2.5.5 Teste para esterides e triterpenides 23
2.5.6 Teste para saponinas 23
2.5.7 Teste para alcalides 23
2.6 Avaliao nutricional de jurema preta e jurema branca 24
3 RESULTADOS E DISCUSSO 25
3.1 Avaliao Etnobotnica 25
3.2 Estudo dos leos essenciais 26
3.3 Prospeco dos extratos de jurema preta e branca 26
3.3.1 Quantidade de extrato obtida a partir das partes das plantas 26
3.3.2 Teste para taninos e fenis 26
3.3.3 Teste para antocianinas, antocianidinas e flavonides 27
3.3.4 Teste para leucoantocianidinas, catequinas e flavonas 27
3.3.5 Teste para flavonis, flavanonas, flavanonis e xantonas 27
3.3.6 Teste para esterides e triterpenides 27
3.3.7 Teste para saponinas 28
3.3.8 Teste para alcalides 28
3.4 Avaliaes bromatolgicas de jurema preta e jurema branca 29
4 CONCLUSES 31
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
32
CAPTULO 3 Avaliao da atividade antibacteriana de Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e Piptadenia Stipulacea (Benth) Ducke
34
RESUMO
34
ABSTRACT 35
1 INTRODUO 36
2 MATERIAL E MTODOS 38
2.1 Coletas e preparo de material 38
2.2 Extrao a frio dos constituintes de jurema preta e branca 38
2.3. Extrao a quente dos constituintes de jurema preta 39
3 Ensaios antibacterianos 39
3.1 Avaliao da atividade antimicrobiana das espcies de jurema preta e jurema branca
39
4 ANLISE ESTATSTICA 39
5 RESULTADOS E DISCUSSO 40
5.1 Obteno dos extratos etanlicos de jurema preta e jurema branca 40
5.1.2 Extrao a quente dos constituintes de jurema preta 40
5.2 Resultados dos testes com extratos etanlicos de jurema preta e jurema branca 40
6 CONCLUSES 46
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 47
ANEXO 49
i
LISTA DE FIGURAS
CAPTULO 1
Figura 1 Diferentes compostos fenlicos. .............................................................
09
Figura 2 Via do cido chiqumico - rota biossintica de compostos fenlicos e alguns alcalides
10
CAPTULO 2
Figura 1 Resultado do levantamento etnobotnico feito com moradores a respeito de jurema preta, no municpio de Patos-PB...............................
25
Figura 2 Via do cido chiqumico - rota biossintica de compostos fenlicos e alguns alcalides......................................................................................
25
ii
LISTA DE TABELAS CAPTULO 2 Tabela 1 Parte das plantas analisadas
21
Tabela 2 Indicativo da presena de compostos nas amostras vegetais
22
Tabela 3 Indicativo da presena de leucoanticianidinas, catequinas e flavonas
22
Tabela 4 Quantidade, concentrao e rendimento dos extratos obtidos das partes das plantas
26
Tabela 5 Prospeco Qumica de M. tenuiflora e P. stipulacea.
29
Tabela 6 Teores de matria seca (MS), matria mineral (MM), protena bruta (PB),fibra em detergente neutro (FDN) e energia bruta (EB) das cascas de jurema preta e jurema branca.
30
CAPTULO 3 Tabela 1 Partes das plantas M. tenuiflora e P. stipulacea, no preparo dos
extratos brutos
38
Tabela 2 Quantidades, concentrao e rendimento dos extratos brutos obtidos de jurema preta e jurema branca
40
Tabela 3 Resultado da atividade bacteriosttica dos testes antimicrobianos com o extrato etanlico de partes das plantas jurema preta e jurema branca
43
Tabela 4 Resultado da atividade bactericida dos testes antimicrobianos com o extrato etanlico de partes das plantas jurema preta e jurema branca
44
iii
CAPTULO 1
BEZERRA, Denise Aline Casimiro. Estudo fitoqumico, bromatolgico e microbiolgico de Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke. Patos, PB: UFCG, 2008. 62 p. (Dissertao Mestrado em Zootecnia Sistemas Agrossilvipastoris no Semi-rido).
RESUMO Jurema preta (Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret) e jurema branca (Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke), plantas nativas e de grande ocorrncia nas reas semi-ridas do Brasil. So descritas na literatura e usadas pelas populaes locais como forrageiras, plantas medicinais, insumo energtico, dentre outros usos. Esta pesquisa objetivou realizar um estudo fitoqumico, microbiolgico bem como a determinao de parmetros nutricionais dessas espcies com o intuito de caracteriz-las quimicamente e investigar seu potencial etnofarmacolgico. Para isso, foram coletadas cascas do caule, folhas, entrecascas e cerne de M. tenuiflora e P. stipulacea. Os experimentos foram realizados nos laboratrios de Cincias Qumicas e Biolgicas LCQB, da Universidade Federal de Campina Grande, Patos- PB e no Laboratrio de Pesquisas de Produtos Naturais - LPPN da Universidade Regional do Cariri - URCA, Campus do Pimenta, em Crato, CE. Aps a coleta das plantas, estas foram devidamente identificadas e preservadas em exsicatas no Herbrio Caririensis Drdano de Andrade Lima, URCA, Crato - CE. Em seguida o material coletado foi seco, modo, pesado e acondicionado em recipientes de vidro estreis at seu uso. As amostras foram submetidas a uma extrao com etanol a frio. O extrato bruto foi utilizado para realizar a avaliao fitoqumica na identificao de seus constituintes qumicos e para avaliao da atividade antimicrobiana. A avaliao da atividade antimicrobiana dos extratos foi feita pelo mtodo de difuso por cavidade. Realizou-se a anlise da composio bromatolgica a partir da determinao da Matria Seca, Matria Mineral, Protena Bruta, Fibra em Detergente Neutro. Palavras chave: prospeco qumica, avaliao nutricional, jurema preta, jurema branca, atividade antimicrobiana.
iv
BEZERRA, Denise Aline Casimiro. Phytochemical, bromatologic and microbiological studies of Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret and Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke. Patos, PB: UFCG, 2008. 62 p. (Dissertao Mestrado em Zootecnia Sistemas Agrossilvipastoris no Semi-rido).
ABSTRACT Jurema preta (M. tenuiflora (Wild) Poiret) and jurema branca (P.stipulacea (Benth) Ducke), are native plants and occur widely in semi-arid surfaces of the Brazil. Theyre used by local people and describe in the literature as forage, medicinal plants, energetic source, and other uses. This study aimed to carry out a phytochemical and microbiological study, as though determine some nutritional parameters of M. tenuiflora and P.stipulacea species. The assays were realized in the Laboratories of Chemical and Biological Science, of the Federal University of Campina Grande UFCG, Patos- PB, Brazil, and in the Laboratory of Natural Products Research, of the Regional University of Cariri, Crato CE, Brazil. After the collect of plants, these were orderly identified and preserved in collections deposited in the Drdano de Andrade Lima Herbarium Caririensis, on the Regional University of Cariri, Crato CE, Brazil. The material plant collected was dried, ground, weighed and conditioned in glass recipient until to be used. The samples were submitted to cold extraction using ethanol. The crude extracts were utilized to realize the phytochemical and antimicrobial avaliations. This was made using the well diffusion method in agar. To the nutritional parameters were determinated wordings of Dry Matter (DM), Mineral Matter (MM), Crude Protein (CD), Neutral Detergent Fiber (NDF) and Crude Energy (CE). Keywords: chemical prospecting, nutritional avaliation, jurema preta, jurema branca, antibacterial activity.
1
1 INTRODUO
O uso de plantas medicinais para o tratamento de muitas doenas est associado
medicina popular de diferentes partes do mundo (ARAJO & LEON, 2001). Diferentes
culturas dos mais distintos lugares, desenvolvidas ou no, conhecem e utilizam o potencial
teraputico dos vegetais no tratamento de doenas. Prticas estas que acompanham o homem
desde a pr-histria e evoluram com ele ao longo dos anos e constituram a medicina do
homem primitivo. Com a evoluo do conhecimento cientfico, intensificaram-se os estudos
das plantas medicinais, relacionando a sua composio qumica com os seus efeitos,
confirmando, muitas vezes, a sua utilizao popular.
Apesar do longo tempo que se conhece o potencial curativo das plantas, apenas
recentemente estas se tornaram objeto de estudo cientfico no que concerne s suas variadas
propriedades medicinais. estimado que das 250 a 500.000 espcies de plantas superiores
existentes no planeta, apenas 1% tem sido estudadas pelo seu potencial farmacolgico
(MELENDZ & CAPRILES, 2006).
Nos ltimos anos, a resistncia de microorganismos patognicos a mltiplas drogas
tem aumentado devido ao uso indiscriminado de antimicrobianos, comumente
comercializados e usados no tratamento de doenas infecciosas. Em geral, bactrias tm a
habilidade gentica de adquirir e transmitir resistncia s drogas utilizadas como agentes
teraputicos. O problema dos microorganismos resistentes est crescendo e a perspectiva para
o uso de antibiticos indefinida (AMOROSO, 2002; NASCIMENTO et al., 2000).
A necessidade de se encontrar novos compostos que possam combater efetivamente os
microorganismos patognicos tem forado os cientistas busca de novas drogas. Como os
vegetais so uma excelente fonte para a busca de novas drogas antimicrobianas, por terem
uma diversidade molecular muito superior quelas derivadas de produtos sintticos, as plantas
tm se tornado objeto de estudo cientfico no que concerne s suas variadas propriedades
medicinais (NOVAIS, 2003).
O interesse na diversidade molecular das plantas tem estimulado a busca pelo
conhecimento do seu metabolismo secundrio, o qual responsvel pela sntese de grande
parte dos compostos vegetais com atividade biolgica. Grupos de compostos de estruturas
complexas como alcalides, terpenides e compostos fenlicos, bem como seus derivados tem
sido alvo de investigao a respeito de suas propriedades medicinais, aromticas e curativas.
A diversidade, em termos de estruturas e propriedades qumicas, na qual essas substncias
2
ocorrem na natureza, podem servir para o desenvolvimento de um grande nmero de produtos
naturais de interesse comercial, principalmente fitofrmacos (ALVES, 2001).
As plantas so capazes de produzir diferentes substncias txicas em grandes
quantidades, aparentemente para sua defesa contra vrus, bactrias, fungos e animais
predadores. Muitas dessas substncias so responsveis pelas suas propriedades medicinais e
aromticas que so utilizadas na medicina popular e despertam interesse cientfico pelas suas
atividades biolgicas. No entanto, plantas utilizadas como medicamentos so xenobiticos, e
como todo corpo estranho, os produtos de sua biotransformao so potencialmente txicos
at que se prove o contrrio (LAPA et al., 2002).
Ensaios farmacolgicos para determinar a toxicidade dessas substncias presentes nos
vegetais so fundamentais para assegurar a sua utilizao reduzindo os riscos sade. De
acordo com Oga (1996), a toxicologia experimental desenvolve estudos para elucidao dos
mecanismos de ao dos agentes txicos sobre sistemas biolgicos e a avaliao dos efeitos
decorrentes dessa ao. Dessa forma, estudos relacionando a composio qumica aos seus
efeitos podem contribuir de modo efetivo na busca e potencial utilizao de vegetais na
produo de novas drogas com segurana e eficcia.
A regio Nordeste do Brasil abriga em seu ecossistema, com predominncia de
Caatinga, uma grande biodiversidade, com um habitat especfico para plantas medicinais e
aromticas no encontradas em outras regies do globo. O seu povo e a sua cultura utilizam
tambm essas plantas de uma maneira diferenciada e caracterstica, seja em cosmtica,
culinria, medicina popular ou outros usos.
A vegetao da Caatinga tambm apresenta grande potencial de produo de forragem
constituindo na maioria das vezes a principal fonte de alimentao animal na regio semi-
rida no Nordeste brasileiro (CALDAS PINTO, 2006). Dentre as espcies forrageiras
destacam-se a jurema-preta e a jurema-branca (Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret), (Piptadenia
stipulacea (Benth) Ducke) abundantes na Caatinga e muito apreciadas como alimento por
ovinos, caprinos e bovinos principalmente na estao seca quando no h pastagens para sua
alimentao. Porm, seu uso pelas populaes locais vai alm do seu valor forrageiro, sendo
utilizada tambm como madeira, carvo e usada na medicina caseira em tratamentos de
queimaduras, acne, e problemas de pele e ainda pelo seu potencial antimicrobiano, analgsico,
regenerador de clulas, antitrmico e adstringente peitoral (MAIA, 2004).
Desta forma, diante do potencial botnico da Caatinga e da necessidade de se
encontrar novos compostos capazes de controlar a ao de microorganismos, buscou-se
realizar um trabalho que viabilize um maior conhecimento das espcies existentes na regio,
3
especificamente das espcies de jurema preta e jurema branca, objetos de estudo desta
pesquisa, e que principalmente permita contribuir para identificao de novas substncias com
atividades biolgicas definidas. Ainda mais, o conhecimento, anlise, avaliao e efetivo uso
dos recursos naturais disponveis, de forma racional, podem auxiliar significativamente na
manuteno da biodiversidade e na promoo do desenvolvimento cientfico e econmico-
social.
Sendo assim o objetivou-se com esta pesquisa realizar estudos fitoqumicos,
microbiolgicos, da composio bromatolgica e pr-clnicos de Mimosa tenuiflora (Wild)
Poiret e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke que possibilitem um melhor conhecimento da
diversidade biolgica da regio e aproveitamento sustentvel dessas espcies nas mais
diversas reas.
4
2 FUNDAMENTAO TERICA
2.1 Mimosa tenuiflora (Willd) Poiret
Tpica das reas semi-ridas do Brasil, a jurema preta pertence famlia Mimosaceae
(CRONQUIST, 1981). uma arvoreta de 5 a 7 m de altura, de porte arbustivo, formando
hastes de mais de 1,5 m de altura, com acleos esparsos, eretos e bem agudos. Possui caule
ereto ou levemente inclinado, com ramificao abundante, desprendendo-se em pores
delgadas escamiformes e ramos castanho-avermelhados, esparsamente aculeados. Apresenta
casca rugosa, fendida longitudinalmente, pouco fibrosa. (OLIVEIRA et al., 1999).
A jurema preta uma planta arbustiva encontrada em larga escala na Caatinga,
estando disseminada nos estados do Piau, Cear, Rio Grande do Norte, Paraba, Pernambuco,
Alagoas, Sergipe e Bahia (OLIVEIRA et al., 1999). Ocorre preferencialmente em formaes
secundrias de vrzeas com bom teor de umidade, de solos profundos, alcalinos e de boa
fertilidade, aonde chega a crescer vigorosamente. Suas razes tm uma alta capacidade de
penetrao nos terrenos compactos. A jurema preta possui grande potencial como planta
regeneradora de terrenos erodidos, uma espcie indicadora de uma sucesso secundria
progressiva ou de recuperao e sua tendncia ao longo do processo de reduo da
densidade. No incio da sucesso formam matas quase puras, seus fololos caem e se refazem
continuamente cobrindo o solo com uma tnue camada que se decompe formando ligeiras
camadas de hmus e participa tambm da recuperao do teor de nitrognio do solo.
Preparando, dessa forma, o solo para o aparecimento de outras plantas mais exigentes (MAIA,
2004).
Em seu habitat natural, a jurema-preta tem sido explorada para produo de estacas e
lenha, alm de que, os caprinos, ovinos e bovinos tem nessa planta, verde ou fenada, um
importante componente de suas dietas, especialmente pastejando as rebrotas mais jovens no
incio das chuvas, bem como as folhas e vagens secas durante o perodo de estiagem
(PEREIRA FILHO, 2005). Porm seu uso vai alm do seu valor forrageiro. Segundo Faria
1984, seu caule excelente fornecedor de madeira, especialmente para a gerao de calor,
pois dela se conseguem temperaturas mais elevadas.
Na medicina popular a casca do caule a principal parte da planta utilizada no
tratamento de diversas enfermidades como queimaduras e inflamaes. No Mxico, onde
tambm muito conhecida popularmente por tepescohuite, a Mimosa tenuiflora tem sido
muito estudada quanto ao seu potencial teraputico. Trabalhos realizados no Mxico
5
avaliando as propriedades antimicrobianas do caule de M. tenuiflora demonstraram a ao
inibitria dos extratos aquoso e etanlico contra bactrias Gram-positivas, Gram-negativas e
fungos dermatfitos (LOZOYA et al., 1989). Em estudos sobre as propriedades
farmacolgicas in vitro de vrios extratos do caule de jurema preta, o extrato etil-acetato do
caule inibiu o crescimento de diferentes microorganismos (MECKESLOZOYA et al., 1990).
Em estudos sobre a atividade antimicrobiana de algumas rvores nativas do Brasil, Gonalves
et al. (2005) observaram uma excepcional atividade antimicrobiana do extrato hidro-alcolico
de jurema preta sobre Escherichia coli, Streptococcus pyogenes, Proteus mirabilis, Shigella
sonnei, Staphylococcus aureus, Staphylococcus spp. coagulase apresentando halos variando
entre 12 e 33mm.
Devido sua importncia como forrageira no semi-rido nordestino, estudos sobre a
Mimosa tenuiflora tm sido mais direcionados para seu valor nutricional bem como ao seu
carter txico, fatores que interferem diretamente na produtividade animal.
Com relao a composio qumica, Vasconcelos (1997), citado por Pereira Filho et
al. (2003), trabalhando com feno de jurema-preta obtido no perodo chuvoso (maro e abril) e
de estiagem (setembro e outubro), verificou para matria seca (MS) teores de 90,0 e 90,9%;
protena bruta (PB) de 15,1 e 13,5%; fibra em detergente neutro (FDN) de 35,1 e 36,2%; fibra
em detergente cido (FDA) de 16,0 e 15,7%; e tanino de 26,6 e 16,9%, respectivamente. Em
trabalho realizado em Pernambuco com trs espcies de pastagens arbustivas e arbreas da
Caatinga, dentre elas a jurema preta, Almeida et al. (2006) encontraram valores mdios para
MS, PB, FDN e FDA das folhas de jurema preta colhidas no perodo seco de 47,62; 14,82;
46,38; 33,04 respectivamente e, no perodo chuvoso de 47,52; 14,41; 46,33; 32,36 quando
avaliaram espcies arbreas e arbustivas de pastagens, comparando seus valores nutricionais
na poca seca e chuvosa.
Apesar da sua importncia como forrageira, a jurema preta tambm faz parte do grupo
de plantas txicas. H relatos na literatura da ocorrncia de defeitos congnitos em bovinos e,
mais freqentemente, caprinos e ovinos provocados pela ingesto de jurema preta durante a
gestao. Segundo Riet-Corra et al. (2006) outras podem ser as causas de malformaes
congnitas, porm a alta freqncia da doena no Semi-rido e sua reproduo experimental
mediante a administrao de jurema preta sugerem que a maioria das malformaes causada
pela ingesto desta planta. Seu mecanismo de ao ainda no conhecido e no h tratamento
especfico, importante evitar o acesso dos ovinos e caprinos reas com jurema,
principalmente, fmeas, nos primeiros 60 dias de gestao.
6
2.2 Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke
A jurema branca uma planta da famlia Mimosaceae, de acordo com a classificao
de Cronquist (1981). Conhecida vulgarmente no Nordeste do Brasil como carcar, cassaco,
jurema e rasga-beio. uma rvore pequena com cerca de 2-4m de altura, com casca
castanho-claro, fortemente armada por acleos vigorosos. Possui folhas alternas, compostas,
com 10-16 pares de pinas opostas, cada pina com 2 a 5,5cm de comprimento e com 25-40
pares de fololos verde-claros, foscos, oblongos, com 3-8mm de comprimento. As flores em
espigas possuem de 4-8cm de comprimento, de cor alva, na extremidade dos ramos onde se
encontram at trs espigas por axila de folha. Seu fruto uma vagem de cor castanho-plido,
com 8-12cm de comprimento, com superfcie ondulada nas reas onde ficam as sementes.
Contm 2-12 sementes pequenas, ovais de cor marrom por vagem. A madeira de cor clara
(MAIA, 2004).
Planta que ocorre na caatinga, do Piau at a Bahia, do tipo arbrea densa at a
arbustiva rala, a jurema branca uma planta pioneira que facilmente ocupa capoeiras e
beiras de estrada, tolerante a elevados nveis de perturbao da vegetao e uma rvore
com capacidade de fixar nitrognio no solo atravs de simbiose com bactrias na sua raiz.
uma planta caduciflia e sua florao ocorre na estao chuvosa, mas pode tambm ser
encontrada na estao seca, seguida pela frutificao que se estende at a estao seca
(MAIA, 2004). Nativa da caatinga, utilizada na medicina popular como anti-inflamatrio, a
partir do decocto ou tintura preparados com a casca do caule (ALBUQUERQUE &
ANDRADE, 2002). Em testes para avaliar o seu potencial biolgico, a folha da P. stipulacea
apresentou atividade antimicrobiana contra cepas da bactria Klebsiella pneumoniae
multiresistentes (SOARES et al., 2006; GRAMOSA et al., 2005) e o fungo Candida albicans
(GRAMOSA et al., 2005).
2.3 Metabolismo secundrio de plantas
Entende-se por metabolismo secundrio de plantas, o conjunto de processos
metablicos que originam compostos que no possuem uma distribuio universal nos
vegetais, por no serem necessrios a todas as plantas (PERES, 2008). Diferente do primrio,
o metabolismo secundrio no essencial para o desenvolvimento do vegetal, mas
imprescindvel para a sobrevivncia de uma espcie dentro de um ecossistema, viabilizando a
adaptao do indivduo no ambiente, respondendo pelas relaes e interaes entre planta-
ambiente (MONTANARI Jr., 2002).
7
As substncias, produtos desse metabolismo secundrio das plantas, so conhecidas
principalmente como princpios ativos. Esses metablitos ainda no possuem suas funes
fisiolgicas completamente elucidadas, no entanto sua produo associada defesa da
planta contra herbivoria, ataque de patgenos, radiao solar (MONTANARI Jr., 2002), ou
ainda atuando na competio entre plantas e atrao de organismos benficos como
polinizadores, dispersores de sementes e microorganismos simbiontes (PERES, 2008) e
tambm em alelopatias (SANTOS, 2002).
Esses metablitos, alm de muito diversificados, possuem interessantes propriedades
biolgicas. Muitas comercialmente importantes para os setores alimentcio, agronmico, de
perfumaria e principalmente farmacutico, o qual visa principalmente o grande nmero de
substncias farmacologicamente ativas. A surpreendente variedade de metablitos
secundrios vegetais vm despertando o interesse de pesquisadores de vrios campos da
cincia que visam neles uma promissora fonte de molculas potencialmente teis ao homem
(SANTOS, 2002).
A abrangente atuao dos metablicos secundrios dos vegetais, desde produo de
substncias farmacologicamente ativas at a interferncia na interao entre vegetais em um
sistema de produo, mostra a importncia e a necessidade do conhecimento sobre esses
compostos. Compreender a sua atuao pode abrir inmeras possibilidades de estudos que
direcionem a busca pela soluo de importantes problemas enfrentados atualmente como a
resistncia microbiana s drogas sintticas; prejuzos causados pelo uso desordenado de
pesticidas, enfim, conhecer esse lado pouco explorado das plantas pode abrir caminhos para
solucionar problemas de forma sustentvel.
Existem trs grandes grupos de metablitos secundrios: terpenos, compostos
fenlicos e alcalides. Os terpenos so feitos a partir do cido mevalnico (no citoplasma) ou
do piruvato e 3-fosfoglicerato (no cloroplasto). Os compostos fenlicos so derivados do
cido chiqumico ou cido mevalnico. Por fim, os alcalides so derivados de aminocidos
aromticos (triptofano, tirosina), os quais so derivados do cido chiqumico, e tambm de
aminocidos alifticos (ornitina, lisina) (PERES, 2008).
2.3.1 Terpenos
Originam-se da via do acetato-mevalonato a partir de uma unidade de isopreno
(Figura 3). So precursores de quatro classes hormonais de plantas, as citocininas (CKs), o
cido abscsico (ABA), as giberelinas (GAs) e os brassinoesterides (BR). Sua classificao
feita de acordo com a quantidade de unidades de isopreno em: hemiterpenides (C5);
8
monoterpenides (C10); sesquiterpenides, (C15); diterpenides, (C20); triterpenides,
(C30); e carotenides, (C40) (PERES, 2008).
Os terpenos esto envolvidos em diferentes funes nos vegetais, desde a
composio de alguns leos essenciais de plantas (monoterpenos), o que confere
caractersticas como a atrao de polinizadores; ao inseticida e antimicrobiana
(sesquiterpenos), dentre outras (OLIVEIRA, 2007). Vrios terpenos j so conhecidos e
utilizados pelo homem pelas suas propriedades inseticidas, e aromticas dos leos essenciais
derivados dos monoterpenos (VIEGAS Jr., 2003).
2.3.2 Compostos Fenlicos
Grupo pertencente a uma classe de compostos com estruturas bastante diversificadas
e possuem pelo menos um anel aromtico no qual, pelo menos um hidrognio substitudo
por um grupamento hidroxila (OH-) (CARVALHO et al., 2002). Os compostos fenlicos
tendem a se solubilizar em gua e podem estar ligados a acares. So compostos instveis,
facilmente oxidveis em pH alcalino. Do ponto de vista farmacolgico possuem atividade
anti-sptica, antiinflamatria e podem inibir atividade enzimtica (BRUNETON, 1985). A
ligao das hidroxilas com o anel aromtico lhes confere poder anti-oxidante. Existem cerca
de cinco mil fenis, dentre eles, destacam-se os flavonides, cidos fenlicos, fenis simples,
cumarinas, taninos, ligninas e tocoferis. (NGELO & JORGE, 2007). Esse grupo de
compostos est largamente distribudo no reino vegetal, nos microorganismos e em menor
quantidade no reino animal e podem ser classificados de acordo com sua ocorrncia no reino
vegetal:
Compostos fenlicos amplamente distribudos, como exemplo os derivados de cidos benzicos e de cidos cinmicos; cumarinas; flavonides e derivados de polimerizao
(taninos e ligninas);
Compostos fenlicos de distribuio restrita, so em nmero reduzido, como exemplo os fenis simples, o pirocatecol, a hidroquinona, o resorcinol e ainda os aldedos
derivados dos cidos benzicos, que so constituintes dos leos essenciais, como a
vanilina (CARVALHO et al., 2002; NGELO & JORGE, 2007).
Nunes et al. (2006) afirmam que plantas do gnero Mimosa (Leguminosae-
Mimosoideae), apresentam flavonides, geralmente flavonas e flavanonas como principais
compostos fenlicos. A figura 1 mostra alguns exemplos de compostos fenlicos.
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OH
OH
H3CO
OH
H
O
OH
OHO
OH
OH
OH
COOH
Figura 1: Diferentes compostos fenlicos. 2.3.3 Alcalides
A definio mais aceita para alcalides a descrita por Pelletier (1983) que diz que
um alcalide uma substncia orgnica cclica contendo um nitrognio (N) em um estado de
oxidao negativo e cuja distribuio limitada entre os organismos vivos. So compostos
farmacologicamente ativos e encontrados predominantemente em angiospermas
(HENRIQUES et al., 2002).
Essa classe de compostos conhecida pela presena de substncias que possuem
acentuado efeito no sistema nervoso, sendo muitas delas largamente utilizadas como venenos
ou alucingenos. (PERES, 2008). Como exemplo desse potencial alucingeno tem-se o
alcalide conhecido como DMT, N,N-dimetiltriptamina, presente em algumas plantas como
a Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret utilizadas por tribos indgenas no Nordeste do Brasil em
rituais religiosos (PACHTER et al., 1959).
Os alcalides so classificados de acordo com sua origem biossinttica. (Figura 2)
De modo geral so formados a partir de aminocidos (alcalides verdadeiros e
protoalcalides).
Vanilina
Catecolcido Saliclico
cido glico
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OH
OH
OH
O OH
Figura 2 Via do cido Chiqumico - rota biossintica de compostos fenlicos e alguns alcalides. Fonte: (PERES, 2008). 2.4 O bioma Caatinga
A Caatinga o tipo de vegetao que cobre a maior parte da rea com clima semi-
rido da regio Nordeste do Brasil (RODAL & SAMPAIO, 2002) abrangendo partes dos
Estados do Piau, Cear, Rio Grande do Norte, Paraba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia
e Minas Gerais. Possui solo raso e pedregoso, embora relativamente frtil, e ndice
pluviomtrico que varia entre 300 e 800 milmetros anuais (WWF, 2008).
De modo geral, a biota Caatinga tem sido descrita na literatura como pobre, abrigando
poucas espcies endmicas e, portanto, de baixo valor para fins de conservao
(TABARELLI & VICENTE, 2003). Porm, tal descrio contrasta com a diversidade de
tipos vegetacionais observada neste ecossistema.
Essa descrio da Caatinga como pobre de diversidade deve-se ao fato de que pouco
ainda se conhece sobre esse bioma. De acordo com Tabarelli & Silva (2002), na verdade o
que a literatura indica que a Caatinga uma das regies menos conhecidas da Amrica do
Eritrose-4-fosfato +
Fosfoenolpiruvato
cido Chiqumico
Corismato Prefenato Fenilalanina
Antranilato Tirosina cido Cinmico
FenilpropanidesAlcalides Isoquinolnicos
Triptofano
Alcalides Indlicos
PAL
11
Sul, no que diz respeito sua biodiversidade. Estudos realizados revelam que h uma grande
diversidade de tipos vegetacionais na Caatinga.
A regio Semi-rida do Nordeste do Brasil marcada, em geral, pelo extrativismo de
seus recursos naturais, pois as atividades agrcolas tradicionais so muito dificultadas pelos
fatores climticos. A pecuria extensiva de bovinos, ovinos e caprinos, uma das principais
atividades econmicas dessa regio, depende quase que exclusivamente da vegetao nativa e
est associada satisfao de necessidades scio-econmicas de curto prazo, segurana e
sobrevivncia da populao, especialmente dos pequenos pecuaristas (GUIMARES FILHO,
et al., 2000).
Apesar de pouco conhecida botanicamente a flora da Caatinga bastante utilizada
pelas populaes locais para os mais variados fins e existe um vasto conhecimento dessa flora
que tem contribudo para os cuidados bsicos com a sade dessas populaes, visto que
grande parte das cidades do semi-rido nordestino no tem acesso aos avanos tecnolgicos
da medicina.
Embora ainda pouco estudada, a Caatinga tem sofrido intensas modificaes. A sua
m utilizao para fins pastoris, agrcolas e /ou silvcola tem conduzido a vegetao, bem
como o solo, a um estado de degradao, onde o superpastoreio caracterizado como o
principal fator de destruio desse ecossistema (PEREIRA FILHO et al., 2000). Tudo isso faz
da caatinga o terceiro bioma brasileiro mais alterado pelo homem, sendo ultrapassado pela
floresta Atlntica e pelo Cerrado. necessrio ento, que haja mais estudos sobre esse bioma
tanto da sua flora como tambm da distribuio de organismos na Caatinga so de
fundamental importncia para o entendimento da evoluo, ecologia e da conservao dessa
biota (TABARELLI & VICENTE, 2003).
2.5 Resistncia microbiana a antibiticos
A antibioticoterapia tem sido uma das principais formas de combate a doenas
causadas por microorganismos. Porm, desde a descoberta da penicilina, o primeiro
antibitico, em 1929, Fleming, seu descobridor, pde observar a resistncia de
microorganismos ao antibitico. A resistncia aos antimicrobianos um fenmeno gentico,
relacionado existncia de genes nos microorganismos que codificam um dos diferentes
mecanismos bioqumicos que impedem a ao das drogas. Essa resistncia pode ser originada
por mutaes que ocorrem durante o processo de diviso celular e resultam de erros de cpias
na seqncia de bases que formam o DNA cromossmico (WANDERLEY et al., 2003).
12
Embora existente, a resistncia a drogas especficas nas bactrias causadoras de
doenas em humanos era pouco freqente no incio da era da antibioticoterapia. A
importncia do problema coincide com a introduo e a ampla utilizao de inmeros
antimicrobianos na dcada de 1950, expandindo-se a partir da dcada de 1960, com a
introduo dos novos antibiticos b-lactmicos, e agravando-se nas dcadas de 1980 e 1990,
com o surgimento de novas formas de resistncia e a disseminao de microorganismos
multi-resistentes (TAVARES, 2000).
A resistncia a agentes antimicrobianos, algumas vezes, est relacionada ao uso
intensivo ou inadequado desses compostos, ocasionando a seleo de patgenos resistentes
(GALES et al., 1997). Esse problema possui importantes implicaes para a morbidade,
mortalidade e sade pblica, visto que pacientes infectados por esses microorganismos
necessitam de maior tempo de permanncia nos hospitais e doses de antimicrobianos mais
potentes e mais caros, at mesmo mais txicos, situao que aumenta o risco de morte dos
pacientes e os custos dos sistemas de sade (CASTRO et al, 2002). Apesar de ser conhecido
h muito tempo, continua sendo um grande desafio para a cincia, visto que classes de
antimicrobianos tm se tornado cada vez menos eficazes frente a muitos microorganismos
responsveis por infeces em animais e humanos, gerando dificuldades no seu controle.
Embora as indstrias qumicas e farmacuticas tenham desenvolvido uma variedade
de diferentes drogas antimicrobianas nos ltimos tempos, cada vez mais tem sido observado o
aumento da resistncia de bactrias tanto Gram-positivas quanto negativas a essas drogas
usadas para fins teraputicos. O aumento do nmero de linhagens patognicas resistentes vem
sendo documentado mundialmente, ao mesmo tempo em que esse problema vem sendo
encarado de forma sria em vrios programas de pesquisa, cujo objetivo encontrar formas
de utilizao racional para os que j existem bem como o desenvolvimento de novos
antimicrobianos (WANDERLEY et al., 2003).
Apesar do empenho da cincia nas buscas de novas formas de controle microbiano, a
situao preocupante principalmente nos pases em desenvolvimento, nos quais poucos
recursos so empregados na monitorizao de aes sobre o uso racional de antimicrobianos
(CASTRO et al., 2002). Dessa forma, estudos no sentido de compreender o mecanismo de
resistncia microbiana, bem como na busca de novos compostos antimicrobianos, sintticos
ou naturais, devem ser intensificados no intuito de controlar a ao de microorganismos
patognicos.
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3 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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17
CAPTULO 2
BEZERRA, Denise Aline Casimiro. Abordagem fitoqumica e composio bromatolgica de Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke. Patos, PB: UFCG, 2008. 62 p. (Dissertao Mestrado em Zootecnia Sistemas Agrossilvipastoris no Semi-rido).
RESUMO A investigao fitoqumica dos extratos etanlicos das espcies Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke, bem como estudos da composio bromatolgica da casca do caule dessas espcies, tem-se mostrado importantes ferramentas de informao na determinao do potencial forrageiro e fitoterpico na regio semi-rida. Para isso, cascas do caule, folhas, entrecascas e cerne de jurema preta e jurema branca foram coletadas. Este trabalho objetivou realizar a investigao fitoqumica e da composio bromatolgica das espcies M. tenuiflora and P. stipulacea. As amostras foram submetidas extrao com lcool etlico a frio. O extrato bruto foi utilizado para a anlise fitoqumica na identificao de seus constituintes qumicos. Tambm foi feita a anlise da composio bromatolgica da casca do caule de jurema preta e jurema branca. Os resultados da prospeco qumica indicaram a presena de taninos e outros compostos fenlicos, bem como a presena de saponinas em ambos os extratos. O extrato da casca de jurema preta tambm mostrou indicativo da presena de alcalides. A avaliao bromatolgica da jurema preta revelou 94,11% de teor mdio de MS, a determinao MM foi de 1,65%, a mdia de PB foi de 14,09% a FDN de 46,8% e EB de 4,4%. A jurema branca apresentou teor de 93,31% de MS; 4,81% de MM; 8,8%, de PB; 72% de FDN e 4,4% de EB. Palavras chave: Jurema, Mimosoidae, taninos, flavonides.
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BEZERRA, Denise Aline Casimiro. Phytochemical boarding and bromatologic composition of Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret and Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke. Patos, PB: UFCG, 2008. 62 p. (Dissertao Mestrado em Zootecnia Sistemas Agrossilvipastoris no Semi-rido).
ABSTRACT The phytochemical investigation of etanolic extracts of Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret and Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke as though studies of the bromatologic compositions of these species had showed important instruments of information on the determination of the phytoterapic and nutritional potential on the semi-arid region. This study aimed to realize the phytochemical evaluation and bromatologic composition of the Piptadenia stipulacea species. The samples were submitted to cold extraction using ethanol. The crude extract was utilized to phytochemical analysis on the identification of its chemical constituents. Was made too the bromatologic composition analysis of the jurema preta and jurema branca bark. The results of the chemical prospecting indicated the presence of tannins and other phenolic compounds, as though the presence of the saponins in both extracts. The jurema preta bark extract also showed indicative of presence of alkaloids. The bromatologic evaluation of the jurema preta showed 94.11% of mean content to Dry Matter (DM), 1.65% to Mineral Matter (MM), the mean of Crude Protein (CP) of 14.09%, the Neutral Detergent Fiber (NDF) means of 46.8% and Crude Energy (CE) with means of 4.4%. The jurema branca showed values of 93.31% of DM; 4.81% of MM; 8.8%, of CP; 72% of NDF and 4.4% of CE. Key words: Jurema, Mimosoidae, tannins, flavonoids.
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1 INTRODUO
O interesse pela elucidao dos constituintes do metabolismo secundrio das plantas
tem aumentado a cada dia e estimulado a busca nos vegetais, de novos compostos com
atividades biolgicas. A fitoqumica ento, ganha espao aliada a outros ramos da cincia,
colaborando para o conhecimento da constituio qumica dos vegetais e suas respectivas
propriedades e funes, direcionando assim a utilizao destes produtos seja como alimentos
ou frmacos, confirmando ou no sua indicao no conhecimento popular.
A vegetao da Caatinga apresenta grande potencial botnico, porm pouco explorada
quanto ao conhecimento da constituio qumica dos seus vegetais. Dentre as espcies desse
bioma, a jurema-preta (Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret) e a jurema-branca, (Piptadenia
stipulacea (Benth) Ducke) so abundantes e apreciadas como alimento por ovinos, caprinos e
bovinos principalmente na estao seca quando no h pastagens para sua alimentao
(MAIA, 2004).
A jurema preta alm de importante planta forrageira, e muito utilizada como insumo
energtico no Semi-rido do Nordeste brasileiro, tambm conhecida e utilizada nessa regio
e no Sul do Mxico como cicatrizante, propriedade atribuda casca do seu caule
(MECKESLOZOYA et al., 1990).
Em estudos no Mxico, tem-se conseguido identificar e isolar alguns dos constituintes
qumicos da jurema preta, como saponinas, alcalides (JIANG, et al., 1991;
MECKESLOZOYA et al., 1990) dentre outros, buscando identificar o ou os compostos
responsveis pela sua ao medicinal. No Brasil, porm, os estudos sobre essa espcie
limitam-se importncia forrageira de suas folhas e mais recentemente, do potencial tanfero
da casca do seu caule (PAES et. al. 2006), no havendo muitos estudos sobre seus
constituintes qumicos.
A jurema branca ocorre na Caatinga, do Piau at a Bahia. uma rvore com
capacidade de fixar nitrognio no solo atravs de simbiose com bactrias na sua raiz (MAIA,
2004). No entanto, pouco se sabe sobre a constituio qumica do seu metabolismo
secundrio, bem como do seu valor nutricional. O que torna oportuna sua investigao
fitoqumica e bromatolgica.
Esse trabalho objetivou realizar a investigao fitoqumica dos extratos alcolicos das
espcies M. tenuiflora e P. stipulacea, visando um melhor conhecimento dos seus
constituintes qumicos bem como a composio bromatolgica da casca do caule dessas
espcies.
20
2 MATERIAL E MTODOS
2.1 Coletas e preparo de material
A coleta da casca da M. tenuiflora foi realizada em agosto de 2006 no Centro de Sade
e Tecnologia Rural - CSTR, Campus de Patos- UFCG. A casca da P. stipulacea foi coletada
em novembro de 2006, na Rodovia que liga Patos a Campina Grande, entre os Km 22 e 23,
entre os municpios de Juazeirinho e Soledade-PB. O material vegetal de ambas as plantas
foram colocados para secagem ao ar por 48h, em seguida levados estufa de ventilao
forada a 60 C por 24h, logo aps, pesado e modo.
No ms de julho de 2007, tambm no Centro de Sade e Tecnologia Rural - CSTR,
Campus de Patos - UFCG, foram coletadas folhas, entrecasca e cerne de jurema preta e
branca. Em seguida o material foi seco ao sol por 24h, pesado e modo em forrageira. Foram
preparadas exsicatas de P. stipulacea e M. tenuiflora e depositadas no Herbrio Caririensis
Drdano de Andrade Lima, da Universidade Regional do Cariri URCA, Crato Ce sob os
respectivos nmeros de registro #3274 e #3275.
2.2 Coleta de dados etnobotnicos sobre as espcies de jurema Mimosa tenuiflora e Piptadenia stipulacea
Os dados foram coletados por intermdio de entrevistas semi-estruturadas com
emprego de um formulrio elaborado abordando aspectos sociais e culturais de uso das
plantas (Anexo 01). Foram feitas 100 entrevistas com a populao do municpio de Patos
PB. Os entrevistados eram oriundas na zona rural do municpio de |Patos e regies
circunvizinhas como So Mamede, Santa Luzia, Teixeira, Pombal, Catol do Rocha e So
Jos do Bonfim.
2.3 Verificao da presena de leos essenciais
A verificao da presena de leos essenciais em jurema preta e jurema branca foi
realizada utilizando-se o sistema de hidrodestilao, em aparelho tipo Clevenger.
Na oportunidade testou-se 200g do cerne, 138g de entrecasca, 500g de casca e 131g de
folha da jurema preta. Para jurema branca utilizou-se 277g do cerne, 83g de entrecasca, 500g
de casca e 100g de folha (MATOS, 1997).
21
2.4 Estudo dos constituintes fixos dos extratos
2.4.1 Obteno dos extratos a frio
O material vegetal foi pesado e adicionado lcool etlico P.A., deixando mistura sob
extrao por 72h. Em seguida o material foi filtrado e concentrado em rota-evaporador
obtendo um material viscoso. Para uma melhor evaporao do solvente, esse material foi
colocado em recipientes de vidro tarados e levados ao banho-maria (MATOS, 1997).
Para a obteno dos extratos da casca, cerne, entrecasca e folha de jurema preta e
branca foram utilizados as seguintes quantidades de material e solvente (Tabela 1):
Tabela 1. Partes das plantas analisadas
JUREMA PRETA JUREMA BRANCA Casca - foram utilizados 500g do p da casca para 1000mL de etanol.
Casca - foram utilizados 345g do p da casca para 2000mL de etanol
Cerne - foram utilizados 298g do material para 1000mL de etanol
Cerne - foram utilizados 279g do material para 1000mL de etanol.
Folhas - foram utilizados 122g de material para 1830 mL de etanol.
Folhas - foram utilizados 146g de material para 1800 mL de etanol.
2.4.2 Extrao a quente dos constituintes de jurema preta
Foi utilizado 125g do p da casca de jurema preta, colocado em um cartucho poroso
de celulose e submetido extrao com 250mL de etanol P.A. por 1h em um aparelho de
Soxhlet. Em seguida a soluo obtida foi concentrada em rota-evaporador obtendo-se 7,91g
de extrato etanlico bruto a uma concentrao de 0,25g/mL e rendimento de 6,33%.
2.5 Prospeco dos extratos de jurema preta e jurema branca
O conhecimento prvio dos componentes qumicos encontrados nos vegetais
necessrio, pois fornece a relao dos seus principais metablitos. Uma vez detectada a
presena de determinados grupos qumicos, direciona-se para futuras anlises (DOURADO,
2006).
Foi preparada uma soluo utilizando-se 1g do extrato bruto da planta diludo em
100mL de etanol. Foram separados 7 pores (tubos) contendo entre 3-4mL dos extratos
etanlicos da casca, cerne e folha de jurema preta em tubos de ensaio enumerados e
submetidos aos seguintes testes de acordo com a metodologia descrita por Matos (1997). O
mesmo procedimento foi feito com o extrato de jurema branca.
22
2.5.1 Teste para taninos e fenis
Foram adicionadas 3 gotas de soluo alcolica de FeCl3 e agitado por alguns
instantes. Foi preparado tambm um teste em branco com gua destilada e cloreto frrico para
comparaes. A presena de fenis ou taninos foi determinada de acordo com o aparecimento
da colorao indicada para cada substncia quando o teste branco for negativo. Colorao
varivel entre o azul e o vermelho indicativo da presena de fenis. Precipitado escuro com
tonalidade azul, presena de taninos hidrolizveis, colorao verde, taninos condensados. O
teste branco foi realizado usando gua e cloreto frrico.
2.5.2 Teste para antocianinas, antocianidinas e flavonides
Foi feita a acidulao do tubo 2 a pH 3, os tubos 3 e 4 foram alcalinizados a pH 8,5 e
11, respectivamente. A presena de antocianinas, antocianidinas e flavonides foi identificada
pelo aparecimento da colorao indicada para cada substncia na Tabela 2:
Tabela 2. Indicativos da presena de compostos nas amostras vegetais
Cor em meio Constituintes cido Alcalino (8,5) Alcalino (11) Antocianinas e Antocianidinas Vermelha Lils Azul-prpura Flavonas, Flavonis e Xantonas ___ ___ Amarela Chalconas e Auronas Vermelha ___ Vermelho prpura Flavononis ___ ___ Vermelho laranja
Fonte: Matos, 1997
2.5.3 Teste para leucoantocianidinas, catequinas e flavonas
Foi feita a acidulao do tubo 5 com HCl at pH 1-3 e a alcalinizao do tubo 6 com
NaOH at pH 1, em seguida foram aquecidos com o auxlio de lmpada de lcool por 2-3
min. Foram observadas as possveis alteraes de cor e comparadas aos resultados do teste
anterior de acordo com a Tabela 3.
Tabela 3. Indicativos da presena de leucoantocianidinas, catequinas e flavonas
Cor em meio Constituintes cido Alcalino
Leucoantocianidinas Vermelha Catequinas Pardo-amarelada Flavanonas Vermelho laranja
Fonte: Matos, 1997.
23
2.5.4 Teste para flavonis, flavanonas, flavanonis e xantonas
Foram adicionados ao tubo 7 alguns centigramas de magnsio em fita e 0,5mL de HCl
concentrado e, ao fim da reao (fim da efervecncia) foram observadas as possveis
mudanas na cor da mistura e comparada com a colorao da mistura do tubo 5. O
aparecimento de cor vermelha indicativo da presena de flavonis, flavanonas, flavanonis
e xantonas livres ou seus heterosdeos (MATOS, 1997).
2.5.5 Teste para esterides e triterpenides
Em um bquer, foram colocados 10mL dos extratos diludos em etanol P.A. e levados
ao banho-maria at sua secura total. Em seguida, extraiu-se o resduo seco do fundo do bquer
com 1-2mL de clorofrmio, por duas a trs vezes. Essa soluo foi filtrada em um funil
fechado com algodo coberto com Na2SO4, anidro e passada para um tubo de ensaio. Foi
adicionado 1mL de anidrido actico e 3 gotas de H2SO4 concentrado, agitou-se suavemente e
observou-se a reao. O aparecimento da colorao azul seguida de verde permanente
indicativa da presena de esterides livres, enquanto que o aparecimento da colorao entre
parda a vermelha indica a presena de triterpenides (MATOS, 1997).
2.5.6 Teste para saponinas
A partir do resduo insolvel do teste anterior, este foi redissolvido em 5-10mL de
gua destilada e filtrado para um tubo de ensaio. A soluo foi agitada fortemente por 2-3
minutos e observou-se a formao de espuma. A presena de espuma persistente e abundante
indica a presena de saponinas (MATOS, 1997).
2.5.7 Teste para alcalides
O teste para alcalides foi realizado a partir dos extratos brutos do cerne, casca e folha
das juremas preta e branca. Pesou-se 1g do extrato e diluiu-se em 50mL de soluo de cido
actico a 5%. A mistura foi aquecida, em banho-maria, at sua fervura por alguns minutos e
foi transferida para um funil de separao. A soluo foi alcalinizada com hidrxido de
amnio (NH4OH) a 10%. Em seguida, adicionou-se 20mL de clorofrmio, agitou-se e deixou-
se a soluo em repouso por alguns minutos. Retirou-se do funil a fase clorofrmica, colocou-
se em banho-maria para evaporao do solvente, restando um resduo que contm alcalide. A
esse resduo adicionou-se HCL a 1%. Uma gota dessa soluo foi colocada em uma lmina de
vidro e, ao lado, uma gota de reagente de Draggendorff. Colocaram-se as duas solues em
24
contato e observou-se a reao. O aparecimento de precipitado indicativo da presena de
alcalides (MATOS, 1997).
2.6 Avaliao nutricional de jurema preta e jurema branca
As avaliaes nutricionais de jurema preta e jurema branca foram realizadas no
Laboratrio de Nutrio Animal (LANA) da Universidade Federal de Campina Grande-
UFCG, no Centro de Sade e Tecnologia Rural - CSTR, Campus de Patos-PB, no perodo
entre agosto e outubro de 2006, segundo o mtodo descrito por Silva (2002).
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0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Cicatrizante eantiinflamatrio
Outros usos No conhecem
% d
e us
o e
conh
ecim
ento
de
M. t
enui
flora
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Cicatrizante eantiinflamatrio
Outros usos No conhecem
% d
e us
o e
conh
ecim
ento
de
P. s
tipul
acea
3 RESULTADOS E DISCUSSO
3.1 Avaliao Etnobotnica
As entrevistas realizadas com a populao alvo mostraram que a espcie M. tenuiflora,
jurema preta, bastante conhecida e utilizada devido ao seu potencial cicatrizante e
antiinflamatrio. A casca do caule da planta a parte indicada por 90% dos entrevistados no
tratamento de ferimentos, lceras gstricas, inflamaes e problemas femininos (menorria,
dismenorria, endometrite). A decoco da casca do caule a forma de uso da planta mais
utilizada pela populao no tratamento de ferimentos tpicos com cuidados locais e por meio
de banhos medicinais (Figura 1). Esses resultados corroboram com Rivera-Arce et al. (2007),
que relatam o uso dessa planta pela populao mexicana, conhecida como tepescohuite, no
tratamento de ferimentos na pele causados por diversos fatores, dentre eles queimaduras ou
feridas oriundas de problemas circulatrios (Venous Leg Ulcerations-VLU), cujos efeitos
foram confirmados pelos autores em ensaios em laboratrio.
A espcie P. stipulacea mostrou-se desconhecida maioria da populao no que diz
respeito s suas propriedades medicinais, que a reconhecem apenas como planta comum na
regio, mas sem indicao teraputica. As poucas pessoas que a conheciam como medicinal
indicaram o uso do decoto da casca do caule como cicatrizante e antiinflamatrio (Figura 2).
No entanto, Albuquerque & Andrade (2002) relatam casos do uso da espcie como
antiinflamatrio, a partir do decoto ou tintura preparados com a casca do caule pela populao
da regio Agreste de Pernambuco.
Figura 1 Resultado do levantamento etnobotnico feito com moradores a respeito de jurema preta, no municpio de Patos-PB
Figura 2 Resultado do levantamento etnobotnico feito com moradores a respeito de jurema branca, no municpio de Patos-PB.
26
3.2 Estudo dos leos essenciais
As partes das plantas usadas na extrao, cerne, entrecasca, casca e folha de jurema
preta e jurema branca, aps 1h de extrao, no apresentaram leo essencial.
3.3 Prospeco dos extratos de jurema preta e branca
3.3.1 Quantidade de extrato obtida a partir das partes das plantas
Foram obtidas as seguintes quantidades de extratos da casca, cerne e folhas de jurema
preta e branca descritos na Tabela 4 a partir das seguintes quantidades de material e solvente:
Tabela 4. Quantidade, concentrao e rendimento dos extratos obtidos das partes das plantas.
JUREMA PRETA JUREMA BRANCA Casca - 57g de extrato bruto, concentrao de 0,5g/mL e rendimento de 11,4%.
Casca - 2,65g de extrato bruto, concentrao de 0,17g/mL e rendimento de 0,76%.
Cerne - 17g de extrato bruto, concentrao de 0,3g/mL e rendimento de 5,7%.
Cerne - 2,55g de extrato bruto, concentrao de 0,279g/mL e rendimento de 0,91%.
Folhas - 14g de extrato bruto, concentrao de 0,07g/mL e rendimento de 11,47%.
Folhas - 10,62g de extrato bruto, concentrao de 0,08g/mL e rendimento de 7,27%.
3.3.2 Teste para taninos e fenis
O resultado foi positivo para a presena de taninos hidrolisveis e condensados nos
extratos etanlicos da casca do caule, do cerne e da folha de jurema preta e jurema branca,
exceto para o extrato das folhas de jurema branca, cujo resultado foi negativo para esses
compostos.
Para o extrato etanlico da casca de jurema preta esses resultados so condizentes com
Paes et al. (2006) que verificaram que a quantidade de taninos em jurema preta maior que a
de angico-vermelho (Anadenanthera colubrina var. cebil), nica fonte de taninos dos
curtumes tradicionais da regio Nordeste (DINIZ et al., 2003). Paes et al. (2006),
quantificaram os taninos de M. tenuiflora, demonstrando uma produo de 177,40 Kg de
taninos por tonelada de casca seca. Mostrando que a espcie pode ser uma excelente
alternativa como fonte de taninos para as indstrias da regio Nordeste, diversificando a renda
do trabalhador rural, principalmente nos perodos de estiagem, ou ainda alternativa no
aumento da rentabilidade em sistemas silvipastoris ou agrossilvipastoris. Estudos
farmacognsticos de M. tenuiflora realizados no Mxico apontam os taninos como um dos
principais compostos responsveis pelas atividades biolgicas do caule da planta (JIANG et
al., 1991).
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O resultado positivo para a presena de taninos no extrato das folhas de M. tenuiflora
confirma os resultados encontrados por Guimares-Beelen et al. (2006), que investigou a
presena de taninos condensados em leguminosas nativas do Semi-rido do Nordeste
brasileiro e observou que a folha de jurema preta apresentou uma alta concentrao de taninos
condensados.
3.3.3 Teste para antocianinas, antocianidinas e flavonides
Os testes realizados com extratos etanlicos da casca do caule, cerne e folha de jurema
preta mostraram indicao da presena de flavonas, flavonis e xantonas; flavanonis.
Enquanto que os extratos etanlicos de jurema branca diferiram nos resultados de jurema
preta apenas no extrato do cerne, que alm dos compostos citados indicaram tambm a
presena de chalconas e auronas.
3.3.4 Teste para leucoantocianidinas, catequinas e flavonas
Os extratos etanlicos da casca do caule e cerne de jurema preta apresentaram
resultados positivos para a presena de leucoantocianidinas, catequinas e flavonas, enquanto
que o resultado do extrato etanlico da folha foi positivo apenas para a presena de
flavanonas.
Para os extratos etanlicos de casca, cerne e folha de jurema branca os resultados
foram positivos para a presena de leucoantocianidinas, catequinas e flavanonas.
3.3.5 Teste para flavonis, flavanonas, flavanonis e xantonas
Os extratos etanlicos da casca do caule, cerne e folha de jurema preta apresentaram
resultados positivos para a presena de flavonis, flavanonas, flavanonis e xantonas.
Enquanto que os extratos etanlicos da casca do caule, cerne e folha de jurema branca
apresentaram resultados negativos para a presena desses compostos.
3.3.6 Teste para esterides e triterpenides
A presena de triterpenides pentacclicos livres foi confirmada nos extratos
etanlicos da casca do caule e cerne de jurem preta, enquanto que o resultado do extrato
etanlico da folha foi positivo para a presena de esterides livres.
Para os extratos etanlicos de casca do caule, cerne e folha de jurema branca os
resultados foram negativos para a presena desses compostos.
28
3.3.7 Teste para saponinas
A presena de saponinas foi confirmada nos extratos etanlicos de casca e cerne de
jurema preta, devido ao colarinho de espuma formado ao agitar a soluo. O resultado do
extrato das folhas de jurema preta foi negativo para a presena de saponinas. Nos testes
realizados com os extratos etanlicos de jurema branca, apenas o extrato do caule apresentou
resultado positivo para a presena de saponinas.
Alguns trabalhos confirmam a presena de saponinas no caule de jurema preta. Anton
et al.(1993) isolaram e identificaram 3 novas saponinas triterpenides (mimonosdeos A, B e
C) e 3 saponinas esterides (3-O--D-glicopiranosil campesterol, 3-O--D-glicopiranosil estigmasterol and 3-O--D-glicopiranosil beta-sitosterol) do caule de M. tenuiflora. Saponinas foram detectadas em extratos metanlicos e butanlicos da casca do caule dessa planta
(MECKESLOZOYA et al., 1990).
3.3.8 Teste para alcalides
A presena de alcalides foi confirmada apenas no extrato etanlico da casca do caule
de jurema preta. Nos extratos etanlicos de casca do caule, cerne e folha de jurema branca os
resultados foram negativos para a presena de alcalides.
Trabalhos realizados com extratos do p da casca do caule de jurema preta confirmam
a presena de alcalides nessa parte da planta. Estudos para a investigao de propriedades
farmacolgicas in vitro de vrios extratos de jurema preta mostraram que alcalides foram
particularmente abundantes no extrato butanlico da casca do caule da planta
(MECKESLOZOYA et al., 1990). Uma frao alcalodica foi obtida da casca do caule de M.
tenuiflora, o produto continha principalmente indolealkilamina e trs alcalides menores
(MECKESLOZOYA et al., 1990). Patcher, et al. (1959), encontraram no extrato da casca da
raiz de jurema preta, na poca classificada como Mimosa hostilis Benth., um alcalide da
classe dos alcalides indlicos que identificaram como N,N-dimetiltriptamina. Essa
substncia responsvel pelo poder alucingeno da planta, que usada por populaes
indgenas do Brasil em rituais religiosos. As razes de M. tenuiflora, contm 0.57% de DMT
so usadas por ndios do estado do Pernambuco como parte do culto a Yurema (Jurema), a
bebida conhecida como vinho de jurema que tem o poder de transport-los para mundos
desconhecidos, permitindo o contato com as almas dos mortos (PACHTER et al., 1959;
MECKESLOZOYA et al., 1990).
O extrato etanlico da folha de jurema preta apresentou resultado negativo para a
presena de esterides.
29
Tabela 5. Prospeco qumica de M. tenuiflora e P stipulacea
JUREMA PRETA JUREMA BRANCA PROSPECO QUIMICA Casca Cerne Folha Casca Cerne Folha
Teste para taninos e fenis *** *** --- *** *** --- Teste para antocianinas, antocianidinas e flavonides *** *** *** *** *** ***
Teste para leucoantocianidinas, catequinas e flavonas *** *** --- *** *** ***
Teste para flavonis, flavanonas, flavanonis e xantonas *** *** *** --- --- ---
Teste para esterides e triterpenides *** *** *** --- --- ---
Teste para saponinas *** *** --- *** --- --- Teste para alcalides *** --- --- --- --- ---
LEGENDA: (***) Presena de compostos; (---) Ausncia de compostos.
3.4 Avaliaes bromatolgicas de jurema preta e jurema branca
Na tabela 3 observa-se os valores das avaliaes bromatolgicas da casca da jurema
preta coletada no perodo seco. A planta apresentou teores de Matria Seca (MS) de 94,11%,
indicando uma perda de 5,89% de gua. O teor de Matria Mineral (MM) apresentado foi de
1,65%, porm, segundo a metodologia utilizada, a cinza diz pouco dos elementos minerais da
forragem, pois vegetais possuem uma quantidade muito pequena de minerais, porm muito
variados. Os teores de Protena Bruta (PB), Fibra em Detergente Neutro (FDN) e Energia
Bruta (EB) foram respectivamente 14,09%; 46,8% e 4,4%.
Para a jurema branca, coletada no mesmo perodo, os valores encontrados foram
93,31%, 4,81%, 8,81%, 72%, 4,4% para MS, MM, PB, FDN e EB, respectivamente. Ambas
as espcies apresentaram resultados divergentes em quase todos os itens determinados,
assemelhando-se apenas nos itens Matria Seca e Energia Bruta. A P. stipulacea, apesar de
sua ocorrncia na Caatinga, ocorre que esta tambm no foi ainda avaliada quanto aos
aspectos nutricionais, desta forma possvel apenas comparar seus valores nutricionais com
a jurema preta. No h relatos na literatura de avaliao bromatolgica de nenhuma parte da
jurema branca.
A casca do caule das espcies avaliadas, do ponto de vista nutricional no
considerada como forragem, apenas suas folhas, portanto, no havendo relato na literatura de
avaliao bromatolgica dessa parte das plantas. Porm observa-se que em pastejo os
animais tambm consomem e apreciam essas cascas, ainda que em menores quantidades o
que sugere a necessidade de se avaliar a sua composio bromatolgica a fim de conhecer e
comparar seus valores com a parte forrageira das plantas.
30
Tabela 6. Teores de matria seca (MS), matria mineral (MM), protena bruta (PB),fibra em detergente neutro (FDN) e energia bruta (EB) das cascas de jurema preta e jurema branca
Jurema Preta Jurema Branca MS MM PB FDN EB MS MM PB FDN EB
94,11% 1,65% 14,09% 46,8% 4,6% 93,31% 4,81% 8,81% 72% 4,4%
31
4 CONCLUSES
A Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret, alm de forrageira, conhecida pela populao da
regio estudada pelo seu potencial teraputico e usada principalmente como cicatrizante e
antiinflamatrio.
A Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke, jurema branca desconhecida pela populao da regio estudada no que diz respeito ao seu potencial teraputico, sendo reconhecida
apenas como planta forrageira.
Ambas as espcies vegetais apresentam em comum compostos como taninos, flavonas, catequinas leucoantocianinas, e saponinas, diferindo apenas na presena de triterpenides
e alcalides em Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret.
As composies bromatolgicas da casca do caule das espcies M. tenuiflora e P. stipulacea apresentam teores diferenciados para os parmetros de Matria Mineral,
Protena Bruta e Fibra em Detergente Neutro avaliados. Assemelhando-se apenas nos
valores de Matria Seca e Energia Bruta.
32
5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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CAPTULO 3
BEZERRA, Denise Aline Casimiro. Avaliao da atividade antibacteriana de Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret e Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke. Patos, PB: UFCG, 2008. 62 p. (Dissertao Mestrado em Zootecnia Sistemas Agrossilvipastoris no Semi-rido).
RESUMO
A necessidade de encontrar novas drogas eficazes no combate microbiano,tem estimulado a busca por fontes alternativas de compostos com atividade antimicrobiana. Por terem uma diversidade molecular muito superior quela derivada de produtos sintticos, os vegetais so uma excelente fonte de busca de novas drogas antimicrobianas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antibacteriana dos extratos etanlicos brutos de diferentes partes das plantas jurema preta (Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret) e jurema branca (Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke) frente a linhagens de bactrias patognicas. A avaliao da atividade antibacteriana foi feita pelo mtodo de difuso por cavidade em gar. As placas foram incubadas em estufa bacteriolgica a 37C por 24h efetuando-se leitura ao trmino de 24 e 48h. Os ensaios foram realizados em duplicata, acompanhados de controle positivo com os antibiticos vancomicina (30g); penicilina (10g); clorafenicol (30g); azitromicina (15 g) e controle negativo com etanol P.A. Os resultados mostraram que mais de uma parte das plantas possui atividade antimicrobiana, porm o melhor resultado para ambas as espcies foi encontrado na casca do caule. A espcie jurema preta possui atividade antimicrobiana superior de jurema branca. Palavras-chave: atividade antimicrobiana, Mimosa tenuiflora, Piptadenia stipulacea.
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BEZERRA, Denise Aline Casimiro. Evaluation of the antibacterial activity of Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret and Piptadenia stipulacea (Benth) Ducke. Patos, PB: UFCG, 2008. 62 p. (Dissertao Mestrado em Zootecnia Sistemas Agrossilvipastoris no Semi-rido).
ABSTRACT
The necessity of find new efficient drugs on the microbial combat has incited the search for alternative sources of compounds with antimicrobial activity. Due its molecular diversity is very higher to that resultant of synthetic products, the vegetables are the excellent search source of new antimicrobial drugs. This study aimed to evaluate the antibacterial activity of the ethanolic crude extracts of different components of jurema preta and jurema branca plants on patogenics bacterial strains. The evaluation of the antibacterial activity was made by well diffusion method in agar. The plates were incubated in bacteriological hothouse to 37C for 24h and the reading was made to ending 24 and 48h. The assays were made in duplicate, followed of positive control with antibiotics vancomicin (30g); penicillin (10g); clorafenicol (30g); azithromycin (15 g) and negative control using ethanol. The results showed more components of plants had antimicrobial activity, however the best result in both plants was met in the bark. Th