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ESTUDO METODOLÓGICO DE AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
ÓSSEO AO REDOR DE IMPLANTES OSSEOINTEGRADOS
ATRAVÉS DE MICROSCOPIA CONFOCAL DE VARREDURA A
LASER E TORQUE DE REMOÇÃO
EVANDRO DE TOLEDO LOURENÇO JÚNIOR
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Doutor em Odontologia, na Área de Periodontia.
BAURU-SP
1998
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ESTUDO METODOLÓGICO DE AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
ÓSSEO AO REDOR DE IMPLANTES OSSEOINTEGRADOS
ATRAVÉS DE MICROSCOPIA CONFOCAL DE VARREDURA A
LASER E TORQUE DE REMOÇÃO
EVANDRO DE TOLEDO LOURENÇO JÚNIOR
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Doutor em Odontologia, na Área de Periodontia. Orientador: Prof. Dr. Aguinaldo Campos Júnior
BAURU-SP
1998
i
Lourenço Júnior, Evandro de Toledo Estudo metodológico de avaliação do crescimento ósseo ao Redor de implantes osseointegrados através de microscopia confocal de varredura a laser e torque de remoção. Evandro de Toledo Lourenço Júnior. --Bauru, 1998.
00 p ; 30 cm. Tese. (Doutorado) -- Faculdade de Odontologia de Bauru. USP. Orientador: Prof. Dr. Aguinaldo Campos Júnior.
ii
DADOS CURRICULARES
EVANDRO DE TOLEDO LOURENÇO JÚNIOR
22 de maio de 1963
Juiz de Fora-MG
Nascimento.
1982-1985 Curso de Graduação em Odontologia na
Universidade Federal de Juiz de Fora-MG.
1987-1988 Curso de Especialização em Periodontia pela
Sociedade de Proteção ao Fissurado Lábio-
Palatal - PROFIS - Bauru-SP.
1989-1992 Curso de Pós-Graduação em Periodontia
(Mestrado) na Faculdade de Odontologia de
Bauru da Universidade de São Paulo, Bauru-
SP.
1994 Professor Assistente de Periodontia da
Faculdade de Odontologia da Universidade
Federal de Juiz de Fora-MG.
iii
à minha esposa Aneliese, por sua colaboração,
compreensão, paciência e incentivo nesta
jornada. Sem o seu auxílio a concretização deste
trabalho seria impossível,
aos nossos filhos Breno e Marco que, de maneira
inocente, tiveram que dispor de vários momentos
de lazer e alegria junto a mim, para que eu
pudesse realizar este estudo,
DEDICO ESTA TESE
A vocês, meu eterno obrigado!
iv
Um agradecimento especial e carinhoso aos meus pais Evandro e
Aparecida, às minhas irmãs Maria Inês (Zi) e Eliza Maria (Tita), aos
meus cunhados Fernando e Serginho, e ao meu sobrinho Rodrigo,
pelo apoio e compreensão na realização deste trabalho.
Agradeço com carinho aos meus sogros Curt e Mirna, pelo apoio e
estímulo constante.
v
Ao meu Orientador e amigo, Prof. Dr. Aguinaldo Campor Júnior,
pelo apoio, incentivo, exemplo, dedicação e amizade, o meu sincero
agradecimento.
Aos Professores Euloir, Deoclécio e Sebastião, pela amizade, pelos
ensinamentos e pelo convívio, o meu abrigado.
vi
À Liane, pela inestimável ajuda na confecção desta tese, o meu
obrigado;
À Adriana Silveira e à Adriana Passanezzi um agradecimento
especial pelo auxílio no preparo e avaliação histológica.
Aos meus colegas de turma, Wellington, Ricardo, Amália, Marta,
José Augusto e Liane, pela amizade e pelos bons momentos de
convívio.
vii
Ao meu amigo Dirceu Alves Amorim, veterinário nato, pelo apoio no
manejo com os animais. Muito obrigado!
Agradeço a todos os funcionários da Periodontia e do NAPIO, pela
atenção e pelo carinho.
viii
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................... viii
1 - INTRODUÇÃO ......................................................................... 2
2 - REVISÃO DE LITERATURA ................................................... 6
3 - PROPOSIÇÃO ......................................................................... 69
4 - MATERIAL E MÉTODOS ........................................................ 71
5 - RESULTADOS ......................................................................... 88
6 - DISCUSSÃO ............................................................................ 139
7 - CONCLUSÕES......................................................................... 152
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 154
ABSTRACT .................................................................................................... 163
5
RESUMO
i
RESUMO
A necessidade de uma compreensão cada vez abrangente
sobre o fenômeno da osseointegração faz com que os pesquisadores
busquem melhorias constantes nos meios de avaliação deste processo
cicatricial. Para analisar as características deste fenômeno ao redor de
implantes NAPIO inseridos em tíbias de coelhos, foi realizado um duploo
acompanhamento pós-operatório (forças de torque e histológico). Sete
animais foram usados neste experimento e cada um recebeu a
colocação de 2 implantes, um para avaliação histológica e outro para
obtençào da força de remoção por torque. Os animais receberam
injeções intra-musculares de 3 diferentes marcadores da atividade óssea,
tetraciclina, alizarina e calceína em diferentes intervalos de tempo:
Dia 0 – 14 implantes em 7 animais
Dia 7 – Tetraciclina em 6 animais
Dia 15 - Sacrifício animais 1 e 2 e Alizarina animais 3, 4, 5 e 6
Dia 21 - Alizarina animais 3, 4 5 e 6
Dia 45 - Sacrifício animais 3 e 4 e Calceína animais 5 e 6
Dia 52 - Calceína animais 5 e 6
Dia 90 - Sacrifício animais 5 e 6
Dia 180 - Sacrifício animal 7 (sem marcador)
No momento do sacrifício dos animais os implantes para
torque foram removidos e os valores obtidos foram registrados:
Animal 1 - 7,49 N.cm (15 dias após a inserção)
ii
Animal 2 – 7,12 N.cm (15 dias após a inserção) èMédia=7,30 N.cm
Animal 3 – 35,4 N.cm (45 dias após a inserção)
Animal 4 – 31,1 N.cm (45 dias após a inserção) èMédia=35,25 N.cm
Animal 5 – 58,1 N.cm (90 dias após a inserção)
Animal 6 – 47,2 N.cm (90 dias após a inserção) èMédia=52,65 N.cm
Animal 7 – 79,7 N.cm (180 dias após a inserção)
Os implantes para avaliação histológica foram
processados pela técnica de Donath e analisados por microscopia
confocal a laser, sendo detectada intensa atividade óssea na interface
implante/osso.
Os resultados demonstraram uma contínua formação
óssea circunjacente aos implantes e concomitantemente um aumento da
força de remoção por torque à medida que o intervalo de tempo pós-
inserção aumentou.
6
1 - INTRODUÇÃO
2
1 - INTRODUÇÃO
Desde o início do século, vários pesquisadores, de
maneira mais científica ou mais empírica, buscaram criar diferentes
sistemas de implantes utilizando os mais diversos materiais. Vários
sistemas que almejaram, em última análise, a reabilitação do paciente
possuem nos dias atuais somente um valor histórico, aliado ao mérito do
pioneirismo. Dentre os implantes que contribuíram para o conhecimento
atual da implantologia podemos citar os implantes agulhados,
subperiostais e laminados, os quais encontravam-se freqüentemente
associados a infecções dos tecidos moles circunjacentes e a perdas
ósseas aceleradas. Devido a inúmeras falhas na utilização dos sistemas
de implantes e à falta de estudos clínicos bem controlados, o uso dos
implantes manteve-se restrito a uma pequena parcela da comunidade
odontológica. Entretanto, desde 1960, significantes pesquisas básicas e
clínicas com um novo e, aparentemente, bem sucedido sistema de
implantes, foram apresentadas e publicadas por Brånemark e seus
colaboradores. Em 1977, Brånemark utilizou pela primeira vez o termo
osseointegração, porém, o conceito sobre a existência de um contato
direto entre o osso e os implantes metálicos, sem interposição de tecido
mole, fôra descrito previamente em 196915.
A partir da observação da osseointegração até o início dos
anos 80 ainda existia entre os profissionais da área odontológica uma certa
3
desconfiança em relação à durabilidade e prognóstico para utilização dos
implantes. Com a publicação de estudos longitudinais sobre a utilização dos
implantes de titânio, o interesse pelos sistemas de implantes odontológicos
osseointegrados tornou-se amplo, assim como a busca por novas técnicas
cirúrgicas e pelos avanços obtidos na pesquisa dos materiais.
Entre as características que determinam o sucesso a
longo prazo dos implantes estão, além da forma e material constituintes,
aspectos inerentes à técnica cirúrgica propriamente dita. Procedimentos
cuidadosos devem ser realizados, evitando-se o trauma sobre o tecido
ósseo, por aquecimento ou pela remoção excessiva de tecido ósseo
durante o preparo dos sítios receptores. Para que o processo de
osseointegração se desenvolva com sucesso, deve-se observar contato
íntimo do implante com o tecido ósseo, promovendo perfeita adaptação
entre as estruturas. Além disso, idealmente, deve-se procurar “travar” o
implante nas corticais superior e inferior (princípio do bicorticalismo),
resultando em estabilidade primária dos implantes. Este cuidado impede
a movimentação precoce dos implantes, o que poderia ocasionar
alterações da dinâmica existente na interface titânio/tecido ósseo e,
conseqüentemente, interferir no processo de osseointegração. Outro
requisito importante a ser respeitado é a realização do procedimento
cirúrgico em duas etapas, favorecendo o processo cicatricial sem a
incidência de cargas funcionais diretamente transmitidas ao implante por
período variável de 3 a 6 meses.
4
Um sistema de implantes ideal deve permitir a
transferência de forças ao tecido ósseo, sem que ocorra qualquer
alteração no tecido circundante ou a nível sistêmico durante a vida do
paciente. Esta permanência do implante em contato direto com o osso
deve ocorrer, comprovando a biocompatibilidade do material. Entretanto,
logo após a inserção de um implante no tecido ósseo, uma reação
inflamatória ocorrerá e os eventos sucessórios a esta inflamação serão
de fundamental importância para a longevidade do implante.
Extrapolando para as condições bucais alguns conhecimentos de
ortopedia pode-se perceber que é de fundamental importância a
ausência total de movimento entre o implante e o leito receptor para que
o titânio e o osso se unam, tornando viável a reabilitação. Vários
trabalhos da literatura demonstram ocorrer, com o passar do tempo, uma
maior condensação óssea ao redor dos implantes de titânio, o que
significaria que a força de união na interface osso/implante aumenta
quantitativamente em relação ao intervalo de tempo de maneira
diretamente proporcional. O tecido ósseo passa também por um
processo de maturação que pode ser observado utilizando-se técnicas
de marcadores para o crescimento ósseo.
Baseado nesses conceitos, este trabalho foi desenvolvido
com o objetivo de avaliar a força de união entre o osso e o implante (Sistema
NAPIO) através de testes de remoção ao torque e determinar as áreas de
atividade metabólica óssea através da injeção de marcadores de
5
crescimento ósseo avaliadas por microscopia confocal a laser.
A utilização da técnica de microscopia confocal a laser deve-
se a algumas vantagens oferecidas pela mesma em relação à microscopia
óptica convencional. A primeira delas consiste na pequena profundidade de
campo (0,5 a 1,5 µm) a partir da qual a microscopia confocal fornece
informações cujos cortes ópticos apresentam-se mais bem definidos em
relação à microscopia de luz convencional. As imagens fluorescentes
desfocadas são eliminadas resultando em maior contraste, claridade e
detecção da imagem. Uma segunda vantagem apresentada é o
seccionamento óptico dos espécimes, uma vez que os artefatos oriundos do
seccionamento físico observados na microscopia de luz e eletrônica são
eliminados. Outra significativa vantagem da microscopia confocal é o
seccionamento óptico que pode ser realizado em três planos (x, y e z), o que
permite observar uma célula em profundidade ou em lateralidade, além de se
poder reconstruir a imagem em três dimensões55.
Além disto, a microscopia confocal à laser permite a
observação de índices de transmissão e reflexão do raio laser incidente,
oferecendo índices quantitativos objetivos quanto aos fenômenos de
incorporação de marcadores aos tecidos, o que não é possível de
maneira acurada com métodos colorimétricos. Este é justamente o
objetivo deste trabalho metodológico, ou seja, a correlação entre índices
obtidos pela microscopia confocal à laser e os método convencional,
largamente exploraro na literatura, que é a medida de torque mecânico.
7
2 - REVISÃO DE LITERATURA
7
2 - REVISÃO DE LITERATURA
No ano de 1981, ALBREKTSSON et al.8 realizaram um
estudo no qual procuraram analisar ultraestruturalmente implantes
osseointegrados em função, em seres humanos. Um total de 3 grupos foi
avaliado a partir de implantes removidos de 3 tipos de osso. No grupo I,
10 implantes de Ti em forma de parafuso foram removidos da mandíbula
de 3 pacientes. No grupo II, 22 implantes foram removidos da metáfise
tibial superior de 11 pacientes (6 meses após a inserção) e outros 2
implantes foram removidos do osso ilíaco. No grupo III, implantes foram
removidos do osso temporal. A interface de união do osso/implante foi
analisada por radiografias, por microscopia eletrônica de varredura, por
microscopia eletrônica de transmissão e análise histológica convencional.
Através de microscopia eletrônica de transmissão os autores sugeriram a
ocorrência de uma ligação química entre osso e titânio devido à
integridade da interface osso/implante.
Um artigo foi também publicado em 1981, no qual ADELL
et al.1 relataram o acompanhamento por 15 anos do total de 2.768
implantes inseridos em 191 maxilas e 219 mandíbulas de 371 pacientes.
Dos 410 arcos operados, 405 receberam próteses e os pacientes
apresentavam entre 20 e 77 anos de idade. As maiores taxas de perda
óssea pós-inserção ocorreram desde a inserção do implante até o final
do primeiro ano de utilização da prótese, representando em média 1,2
8
mm. Após o primeiro ano em função, a média de perda óssea foi de 0,1
mm ao ano, salientando a importância da execução de uma técnica
cirúrgica delicada e a necessidade de um período de cicatrização sem
carga de 3 a 4 meses na mandíbula e 5 a 6 meses na maxila, para que
ocorra a osseointegração. Os autores ressaltaram ainda a importância
não somente da reabilitação bucal, mas também a recuperação psico-
social do paciente que sofria de edentulismo.
BRÅNEMARK15 publicou um artigo em 1983, no qual
demonstrou a base experimental para a descoberta da osseointegração.
Neste conceituado artigo o autor demonstra que o fenômeno da
osseointegração foi observado casualmente quando tentou-se remover
as microcâmeras de titânio utilizadas para o estudo da biologia óssea por
microscopia vital. Uma equipe interdisciplinar composta por cirurgiões
plásticos, otorrinolaringologistas e outros profissionais passou a
pesquisar a possibilidade de utilização dos implantes de titânio. Os
estudos longitudinais experimentais demonstraram a possibilidade de
ancoragem de próteses sobre implantes osseointegrados em cães. O
primeiro paciente a receber uma prótese sobre implantes
osseointegrados, de acordo com este fenômeno, teve seu tratamento
realizado em 1965. Após análise e acompanhamento de vários casos, o
uso desta técnica foi sugerido para tratamento de pacientes portadores
de edentulismo, o que contrariava a literatura da época, que afirmava a
impossibilidade de ancoragem em osso vivo de qualquer implante com
9
carga por um longo período. Após 20 anos de avaliação experimental e
clínica, o implante de titânio puro com dimensões de 3,7 mm de diâmetro
e 10 mm de altura foi a alternativa de escolha para a grande maioria dos
casos. Neste artigo o autor descreve a forma de fixação das próteses
sobre os implantes, bem como outras aplicações extra-bucais dos
mesmos.
Em 1983, ALBREKTSSON7 apresentou um artigo de
revisão que englobava os aspectos biológicos necessários para obtenção
de integração dos implantes de titânio no tecido ósseo. Para
conseguirmos sucesso com um sistema de implantes o autor destacou:
a) a biocompatibilidade do material utilizado, b) a condição do leito
receptor, c) técnica cirúrgica atraumática e d) a época da carga sobre o
implante. Em relação à biocompatibilidade, o autor demonstrou que o
melhor material para utilização é o titânio e questionou a validade do uso
de ligas de titânio para confecção de implantes, ressaltando ainda a
formação de hemidesmossomas como um claro indício de
compatibilidade com os tecidos moles. No que diz respeito ao leito
receptor o autor recomendou que o mesmo não apresentasse sinais de
infecção e possuísse altura adequada. Da mesma forma, o osso alveolar
não deveria ser submetido a tomadas radiográficas após a colocação dos
implantes. Quanto à técnica cirúrgica utilizada, o autor ressalta a
importância de se evitar que a temperatura ultrapassasse 47oC, porque
este fato geraria uma menor área de necrose óssea, permitindo que
10
ocorresse uma rápida e completa cicatrização. Em relação à aplicação
de carga sobre os implantes o autor recomendou prazo de 3 a 6 meses
após a colocação dos implantes para que o osso necrótico fosse
totalmente substituído por osso vivo concluindo que uma meticulosa
abordagem clínica poderia permitir uma osseointegração efetiva e
duradoura.
Com o objetivo de avaliar o estado do conhecimento
obtido até 1983 sobre a interface entre o implante e o tecido circundante,
HANSSON; ALBREKTSSON; BRÅNEMARK39 avaliaram implantes de
titânio comercialmente puro removidos por diversas razões, após
preencherem os critérios de sucesso por períodos de tempo que
variaram até 7 anos. Também foram realizadas avaliações em modelos
animais com a finalidade de analisar situações que não seriam
eticamente possíveis em seres humanos. Em relação a interface osso-
titânio os autores, após avaliação de cortes histológicos, observaram que
o titânio inserido em osso compacto de seres humanos induziu à
formação e preenchimento ósseo ao redor do implante, significando que
o implante estava ancorado por uma união ativa e camadas de osso
remodeladas. Na avaliação da interface tecido conjuntivo-titânio,
concluíram que o titânio foi aceito pelo tecido sem que ocorresse seu
isolamento como corpo estranho. Em relação à interface formada entre o
titânio e as células epiteliais os autores observaram a presença de
hemidesmossomas unindo a margem das células epiteliais ao metal. Por
11
estas razões, definiram o titânio como o metal de escolha para uso em
implantes, pelo fato de, ao permanecerem estáveis e sem carga durante
a fase de cicatrização, integrarem-se aos tecido dos humanos e dos
animais.
Nesse mesmo ano, ERIKSSON; ALBREKTSSON34
procuraram avaliar as alterações teciduais ósseas após a variação de
temperatura de 47oC a 50oC, através de microscopia vital com câmeras
instaladas na tíbia de 15 coelhos. Três diferentes grupos foram
avaliados. No grupo A, a temperatura foi elevada a 50oC por 1 minuto, no
grupo B a 47oC por 5 minutos e no grupo C a 47oC por 1 minuto. Através
da análise por microscopia vital durante o aquecimento, os autores
observaram reações vasculares severas com alterações no fluxo
sangüíneo demonstrando que o tecido ósseo é sensível ao aquecimento
próximo a 47oC. Destacaram nesse estudo a importância do controle do
trauma cirúrgico para que não ocorressem danos ao osso em
cicatrização, o que poderia ser irreversível se temperaturas elevadas
fossem geradas durante a preparação do tecido ósseo por uma técnica
intempestiva e inadequada.
Ainda no ano de 1983, LINDER et al.58 utilizaram
implantes cilíndricos de policarbonato recobertos por Ti cp (espessura de
120-150 nm) inseridos na tíbia de 5 coelhos para avaliar o
comportamento celular circunjacente. Doze semanas após a inserção
dos implantes, os coelhos foram sacrificados. Utilizando a microscopia
12
óptica comum, os autores não conseguiram observar a interposição de
tecido mole. Quando observada por microscopia eletrônica de
transmissão a camada de Ti encontrava-se separada dos filamentos
colágenos por um espaço de 20-50 nm. Dentro desse espaço foram
observados proteoglicanas, ácido hialurônico e sulfato de condroitina
bem próximos ao titânio. Afirmaram ainda que a espessura do leito de
proteoglicanas tem o mesmo valor que a distância entre dois filamentos
de colágeno na mesma fibra colágena e entre a membrana da célula e a
fibrila colágena mais próxima. Após estas observações concluíram que
existe uma grande biocompatibilidade entre o titânio e os tecidos
biológicos.
Em 1984, BRÅNEMARK et al.14 realizaram estudo
experimental (cães) e clínico (humanos) no qual foram analisados
implantes que penetraram a tábua óssea da fossa nasal e seio maxilar.
Dois implantes foram inseridos bilateralmente na maxila de 3 cães de
modo que penetrassem a cavidade nasal. Os animais foram sacrificados
1 ano após, e os tecidos duro e mole circunjacentes aos implantes foram
analisados microscopicamente. Os exames radiográficos e histológicos
não demonstraram sinais de reação tecidual adversa. Os implantes
encontravam-se integrados ao osso sem formação de tecido fibroso na
interface. Um total de 139 implantes, os quais trespassavam o osso do
seio maxilar e da fossa nasal, foram inseridos na maxila de 101
pacientes. Quarenta e quatro implantes que penetraram o seio maxilar e
13
47 implantes que penetraram a fossa nasal foram acompanhados por 5 a
10 anos, com índices de sucesso de 70 e 72% respectivamente. Vinte e
cinco implantes que penetraram o seio maxilar e 23 que penetraram a
fossa nasal foram observados por 2 a 5 anos, com índices de sucesso de
88 a 96% respectivamente. Os implantes que penetraram na fossa nasal
e no seio maxilar não causaram efeitos indesejáveis durante a
cicatrização e mantiveram sua ancoragem quando submetidos a carga e
quando removidos permitiram que a cicatrização se processasse sem
formação de fístula.
Em estudo realizado em 1984 por ROBERTS et al.72
avaliou-se a cicatrização óssea ao redor de 28 implantes de titânio puro
colocados em fêmur de 14 coelhos com o objetivo de (1) investigar a
biocompatibilidade óssea a um implante de titânio relativamente simples
e barato, (2) determinar um período de cicatrização adequado para a
obtenção de uma interface óssea rígida que poderia resistir à carga
contínua, (3) descrever a ocorrência do modelamento e remodelamento
ósseo após a aplicação de carga e (4) determinar parâmetros
histomorfométricos e temporais do ciclo de remodelamento do osso
cortical de coelhos. Os implantes utilizados possuíam 8 mm de altura e
3,2 mm de diâmetro e sofreram ataque superficial com ácido
hidroclorídrico por 5 minutos antes do procedimento de autoclavação.
Durante o preparo do leito cirúrgico receptor foram utilizadas brocas
refrigeradas internamente por solução fisiológica isotônica em todas as
14
perfurações imprimindo 3.000 rotações por minuto. Foram aplicados
marcadores (Tetraciclina, Oxitetraciclina e Demecloxiclina) para uma
posterior avaliação por luz ultravioleta. A avaliação histológica permitiu
concluir que: 1) uma alta capacidade osteogênica foi preservada após o
ato cirúrgico, 2) 6 semanas constituem um período adequado de
cicatrização, antes da aplicação de carga, para obter-se uma estabilidade
rígida e evitar fraturas em coelhos, 3) os implantes com carga contínua
permanecem estáveis no osso e 4) os implantes podem ser utilizados
como ancoragem ortodôntica e ortopédica dentofacial.
Buscando observar uma possível diferença no grau de
reabsorção óssea após a colocação de implantes utilizando-se um ou
dois procedimentos cirúrgicos, LARHEIM et al.56 avaliaram em 1984
implantes colocados em cães. Os implantes que sofreram dois
procedimentos cirúrgicos, aguardaram um período de cicatrização entre
a 1a e a 2a cirurgia. Os implantes colocados em um único procedimento
já apresentaram comunicação com a cavidade oral durante o ato
cirúrgico. Com a finalidade de estimar radiograficamente o grau de perda
óssea entre os dois diferentes procedimentos, os implantes foram
instalados contralateralmente na mandíbula dos cães e radiografias intra-
orais periódicas idênticas revelaram reabsorção óssea cervical em todos
os implantes. Após 1 ano utilizando próteses fixas sobre os implantes
bilateralmente, a reabsorção óssea variou entre 3 e 5 mm. Os autores
concluíram que nenhuma diferença foi observada entre os dois métodos
15
em relação à reabsorção óssea.
Em 1984, WIE et al.84 avaliaram a validade dos métodos
clínicos utilizados para estimativa das alterações das estruturas de
suporte de implantes dentais endósseos que encontravam-se em função.
Foram avaliados 12 implantes inseridos em 3 cães da raça labrador. O
período de observação compreendia 3 meses submersos e 6 meses em
função. Na presença de limpeza gengival diária, os índices de placa e de
sangramento gengival foram reduzidos ao redor dos implantes. Nenhuma
correlação foi observada entre os índices de sangramento gengival e o
grau de reabsorção óssea. A correlação entre a sondagem e as medidas
radiográficas foi estudada por meio da comparação de 136 medidas
paralelas. A diferença média foi de 0,4 mm. Esses dados permitiram
concluir que uma combinação da sondagem com as medidas
radiográficas parece ser a informação mais confiável sobre o nível do
osso de suporte e foi recomendada como controle de rotina dos
implantes.
Em 1985, KAVANAGH et al.49 desenvolveram um modelo
de estudo utilizando ratos Sprague-Dawley para avaliação da
cicatrização, após a inserção de implantes revestidos por titânio.
Colocaram-se 21 implantes revestidos por titânio na região dos segundos
molares superiores. Os animais foram sacrificados após diferentes
intervalos de tempo a saber: Grupo 1 (9) - 2 semanas; Grupo 2 (3) - 3
semanas e o Grupo 3 (9) - 4 semanas. A avaliação histológica das
16
amostras revelou a presença de hemidesmossomas entre as células
epiteliais e o titânio nos implantes avaliados 3 ou 4 semanas após a
inserção. O grupo avaliado após 2 semanas não apresentava ainda a
presença de hemidesmossomas. Os autores ressaltaram a importância
deste tipo de modelo animal para avaliações histológicas, uma vez que
questões éticas impediriam este tipo de estudo em humanos.
As reações do tecido ósseo em contato com o titânio e o
zircônio foram comparadas em estudo publicado por ALBRETSSON;
HANSSON; IVARSSON9 em 1985. Para tanto, utilizaram 10 coelhos, que
foram submetidos à inserção de um implante de titânio e um implante de
zircônio nas metáfises tibiais. As peças para análise foram removidas 6
meses após a inserção dos implantes. Os autores puderam observar que
a zona mais próxima ao titânio consistia de um leito de proteoglicanas
com 200 a 400 Å de espessura, seguida por uma segunda zona com
filamentos colágenos organizados ao acaso e, por fim, uma zona com
feixes colágenos localizados a aproximadamente 1000 Å da interface.
Próximo ao zircônio, o leito de proteoglicanas foi de 300 a 500 Å de
espessura e o leito de feixes colágenos foi um pouco mais espesso que
próximo ao titânio. Os autores concluíram que o titânio e o zircônio são
bem aceitos pelo organismo, devido à ausência de reações adversas no
tecido e pelo grande contato direto apresentado com o osso.
Neste mesmo ano, buscando avaliar a deposição
sistêmica de titânio em diferentes tecidos do corpo, KELLER; YOUNG;
17
HANSEL52 analisaram estes tecidos em 3 macacos Rhesus adultos após
a colocação de implantes na mandíbula dos mesmos. Os implantes
permaneceram em posição por 52 a 76 semanas, após as quais os
tecidos do fígado, rins, pulmão, baço, músculos esqueléticos e cardíaco
foram avaliados histologicamente. A espectofotometria por absorção
atômica revelou a presença de mínimas concentrações de titânio nos
pulmões dos animais implantados e não-implantados (controle). Os
autores afirmaram que as condições dos metais, o tratamento superficial
e a limpeza dos mesmos contribuem para as características
farmacocinéticas e de corrosão de um sistema de implantes, e que
estudos futuros seriam necessários para avaliação destes tópicos.
Ainda no ano de 1985, LINDER59 publicou um estudo que
avaliou a interface entre osso e implante. Foram utilizados implantes
cilíndricos de Ti cp implantados na tíbia de coelhos e permaneceram em
cicatrização por 3 a 4 semanas. Após esse período os implantes foram
removidos com o auxílio de uma trefina, mantendo o osso ao redor das
fixações. As peças foram desmineralizadas em EDTA e processadas
para análise em histologia ótica e microscopia eletrônica. Os autores
puderam identificar uma superfície de metal quase plana e sem sinais de
separação do osso, sendo que a superfície plástica do material de
inclusão não apresentou trincas ou defeitos. A região observada por
microscopia eletrônica de transmissão apresentou células com superfície
de aparência intacta e, da mesma forma, elementos filamentosos não
18
danificados.
Em estudo publicado em 1986, ADELL et al.2 avaliaram
por um período de 3 anos, um total de 16 pacientes que receberam 95
implantes osseointegrados (7 maxilas e 9 mandíbulas). Os tecidos mole
e duro circunjacentes aos implantes foram acompanhados por métodos
clínicos e radiográficos padronizados nos períodos de 6, 11, 21, 30 e 39
meses após o tratamento. No último exame (39 meses) amostras
microbiológicas e biópsias gengivais foram também analisadas. O
percentual médio de intermediários (abutments) sem placa (70-75%) e
sem gengivite (80-85%) foi sempre constante durante todo o estudo. A
profundidade de sondagem média foi de 1,9 mm no exame final. Em
torno de 75% das sondagens foram menores que 3 mm e nenhuma
ultrapassou 5 mm. A gengiva inserida circundou 65% das superfícies
vestibulares e linguais dos implantes. Somente 0,9 mm do osso marginal
foi perdido em média durante o primeiro ano e não mais do que 0,05 mm
anualmente nos 2 anos seguintes. O osso periimplantar tornou-se
gradualmente radiopaco, especialmente na região marginal das maxilas,
indicando um sucessivo remodelamento relacionado à carga. A
microbiota compreendia cocos e bastonetes não-móveis em 93% de 32
amostras. Tecido sadio estava presente em 35% das 14 biópsias de
tecido mole e em 29% somente uma ligeira inflamação ocorreu. Os
autores concluíram que a reação tecidual marginal foi discreta e não
ocorreu evolução para periimplantite. O prognóstico para os implantes
19
osseointegrados, segundo os autores, parece excelente, especialmente
em relação à microbiota, à pequenas alterações ósseas marginais e ao
remodelamento do osso periimplantar.
DEPORTER et al.29 relataram em 1986 os resultados da
avaliação histológica da resposta cicatricial inicial após a colocação de
implantes de uma liga de titânio com superfície porosa na mandíbula de
6 cães da raça beagle. Dois implantes foram colocados em regiões
edêntulas de cada lado da mandíbula de cada cão e cobertos por um
retalho de espessura total. Um dos lados da mandíbula cicatrizou por 4
semanas, enquanto o outro lado cicatrizou por 8 semanas antes do
sacrifício dos animais. Cortes histológicos foram obtidos e avaliados
qualitativamente e por morfometria computadorizada. Todos os 24
implantes, com exceção de 1, foram bem tolerados e cicatrizaram com
crescimento ósseo variável na geometria da superfície porosa. A medida
histomorfométrica revelou que o crescimento ósseo atingiu um grau
máximo em 4 semanas de pós-operatório. Baseados nos resultados,
afirmaram não haver vantagem em usar um período de cicatrização
inicial acima de 4 semanas e que a carga protética poderia ser colocada
nesse período.
Em artigo publicado em 1986, ERICSSON et al.33
relataram o emprego de implantes de titânio osseointegrados e dentes
naturais como suporte combinado para próteses fixas em 10 pacientes
parcialmente desdentados. Os dentes remanescentes apresentavam-se
20
em pequeno número e também distribuídos de forma desfavorável nas
mandíbulas para servirem como pilares para próteses fixas. As
avaliações feitas nos períodos de 6 a 30 meses pós-operatórios
revelaram bons resultados clínicos. Entretanto, algumas reações
teciduais foram observadas indicando a presença de certas diferenças
clínicas no comportamento funcional dos dentes pilares em relação aos
implantes pilares. Apesar de não ocorrerem falhas durante o pequeno
período de observação afirmaram não ser possível recomendar este tipo
de técnica para próteses fixas.
Nesse mesmo ano, ALBREKTSSON; HANSSON4
publicaram um estudo no qual foi avaliada a interface entre o osso e uma
superfície de policarbonato recoberta por aço inoxidável ou titânio cp. Os
pesquisadores utilizaram 10 coelhos que receberam 2 implantes cada
um, sendo um implante recoberto por aço e o outro por Ti cp. Outros 5
animais receberam pinos com camada de titânio evaporado, enquanto
que no lado contralateral foram inseridos pinos borrifados com titânio. Os
animais foram sacrificados 3 meses após a inserção dos implantes. Os
implantes revestidos por aço inoxidável apresentaram, no mínimo, uma a
duas camadas de células no leito circunjacente, com grande quantidade
de células inflamatórias. Os implantes revestidos por titânio não
apresentaram tecido interposto entre o osso e o Ti, não ocorrendo
diferenças entre o titânio evaporado e borrifado.
Ainda em 1986, CARLSSON et al.21 avaliaram três
21
diferentes tipos de implantes de Ti cp (parafuso, cilindro e lâmina em
formato de T), em relação às alterações teciduais. O total de 60
implantes foram colocados em 6 cães adultos (tíbia proximal e metáfise
femoral). Após um período de cicatrização variável de 3 a 14 meses, os
implantes foram removidos em bloco. Observou-se que não houve
interposição de tecido mole entre o osso e o titânio na cortical óssea,
sendo que os parafusos estavam firmemente osseointegrados. Não
foram visualizadas diferenças na quantidade de contato ósseo após 3 ou
14 meses. A integração óssea observada nas placas apresentou uma
camada de fibras em 20% da sua superfície, sendo inferior quando
comparada aos parafusos. Os implantes cilíndricos apresentaram áreas
em contato direto com o osso e áreas com fibras. Os autores concluíram
que o contato entre o osso e o implante pode ser direto ao redor de toda
a circunferência de um implante de titânio.
No ano de 1987, KELLER; YOUNG; TRANCICK53
desenvolveram um método simplificado para avaliação do crescimento
ósseo no interior de um implante cilíndrico, oco e perfurado com 4 mm de
diâmetro e 7 mm de altura. As perfurações apresentavam diâmetro de
0,6 mm, 0,9 mm e 1,0 mm. Quinze implantes foram colocados no fêmur
de 15 coelhos e os animais foram sacrificados após 2, 4 e 8 semanas (5
coelhos por grupo). Após a obtenção dos resultados e análise estatística,
pode-se concluir que o crescimento ósseo não dependeu do tamanho da
perfuração utilizada, porém houve um contínuo crescimento ósseo desde
22
a implantação até a 8a semana. Os autores salientaram que o método
apresentado permite uma avaliação efetiva do crescimento ósseo no
interior dos implantes perfurados (ou porosos).
Em 1987, JOHANSSON; ALBREKTSSON45 publicaram
um estudo no qual procuraram avaliar o torque necessário para remoção
de implantes em animais em diferentes intervalos de tempo pós-inserção.
Relacionou-se os valores obtidos para o torque com o grau de contato
osso-implante por meio de análise morfológica. Um total de 25 coelhos
adultos foi dividido em 5 grupos a serem sacrificados 3 semanas, 1, 3, 6
e 12 meses após a inserção dos implantes. Foram inseridos 50 implantes
(2 por coelho) na tíbia dos animais. Em cada intervalo supracitado um
grupo de animais tinha um dos implantes removidos utilizando-se um
torquímetro e o outro implante removido por uma trefina, que retirava
uma razoável quantidade de osso ao redor do implante para avaliação
morfológica. Os torques necessários para remoção dos implantes 3
semanas, 1, 3, 6 e 12 meses após a inserção foram 10, 16,8, 68, 77,6 e
88 Ncm respectivamente. Na avaliação morfológica, observou-se
aumento gradual do osso em contato direto com a superfície do implante
de acordo com o aumento do intervalo de tempo pós-inserção.
Em 1987, THOUSEN; ERICSON80 publicaram um estudo
no qual avaliaram morfologicamente o osso, a cartilagem e o tecido
sinovial adjacente a parafusos de titânio inseridos na articulação do
joelho de coelhos. Esta avaliação foi realizada 2, 4 e 6 semanas após a
23
inserção dos parafusos. Observou-se, duas semanas após o
procedimento, reabsorção óssea assim como formação de novo osso
sobre a superfície do titânio. O processo inflamatório constatado foi
transitório e a quantidade de osso no interior das roscas do parafuso
aumentou progressivamente com o passar do tempo. A cartilagem
articular regenerou-se e cobriu os parafusos de titânio. Os resultados
desse estudo levaram à conclusão de que o titânio fornece uma
superfície inerte para a proliferação dos tecidos em diferenciação in vivo.
Em 1987, COX, ZARB26 publicaram um estudo no qual
foram avaliados 25 pacientes com idade variando entre 20 e 69 anos,
que receberam em suas próteses sobre implantes. O período de
cicatrização dos implantes Brånemark foi de pelo menos 6 meses antes
da instalação das próteses de acordo com a quantidade de gengiva
inserida, o índice gengival e o grau de mobilidade. Todas as avaliações
foram repetidas anualmente. Após um período de avaliação de 3 anos,
pode-se concluir que: I - os implantes osseointegrados podem ser
usados com sucesso previsível, já que o índice de sucesso foi 87,5%
para os implantes individualmente e de 96% para as próteses implanto-
suportadas, II - técnicas protéticas alternativas àquelas propostas por
Brånemark são possíveis de execução e almejadas, III - parecem existir
fortes evidências sobre a falta de confiabilidade dos métodos de
avaliação dos tecidos moles convencionais em relação ao monitoramento
da eficácia dos implantes.
24
HENRY42 publicou um interessante artigo em 1987, no
qual comparou a microestrutura superficial de dois diferentes tipos de
implantes comerciais (Biotes System e Bone-Vent System). Dez
amostras de implantes de cada sistema foram avaliadas por microscopia
eletrônica de varredura e por análise espectrofotômetro. Os implantes
Biotes apresentaram, ao final das avaliações, uma alta reprodutibilidade
de sua composição, de sua geometria e de seu acabamento superficial.
Os implantes Bone-Vent apresentaram uma composição e um
acabamento superficial inconsistentes e altamente variáveis. Os autores
ressaltaram que muitos aspectos da biologia da interface osso/implante
estão relacionados com o acabamento superficial e com a composição
dos implantes metálicos. Entretanto também afirmam que muitas
pesquisas precisariam ser feitas para esclarecimento dos efeitos destes
fatores e suas interrelações com os fenômenos físicos e químicos que
são responsáveis pela integração osso/titânio.
Em um artigo publicado em 1987, ARLIN11 ressaltou
algumas características que deveriam ser comuns a todos os sistemas
de implante que buscassem a osseointegração. As primeiras
consideravam os pré-requisitos para obtenção da osseointegração:
a) biocompatibilidade do material; b) desenho macro-estrutural do
implante; c) osso saudável no leito receptor e d) técnica cirúrgica
adequada. Dando seqüência ao seu artigo, ARLIN descreveu algumas
características da técnica cirúrgica para obtenção da osseointegração
25
que seriam: a) brocas afiadas, b) alargamento gradual do leito receptor,
c) pouca pressão, d) irrigação abundante, e) pressão intermitente,
f) baixa rotação, g) localização adequada do implante e h) desenho
adequado do retalho. Ainda no mesmo artigo, descreveu algumas
evidências da osseointegração: a) nenhuma evidência radiográfica de
espaço peri-implante, b) o implante não pode ser removido, c) o implante
não pode ser movido ortodonticamente, d) o implante estava imóvel,
e) histologicamente, havia osso em contato direto com o implante. Como
conclusão, o autor afirmou que a obtenção de uma osseointegração é
melhor do que qualquer outra forma de cicatrização.
Em 1987 foi publicado um artigo no qual LÜTHY; STRUB;
SCHÄRER61 avaliaram o revestimento plasmático de implantes de titânio
que foram esfoliados após diferentes intervalos de utilização em seres
humanos. Sete implantes ITI e 8 implantes IMZ foram analisados por
metalografia e comparados com implantes do mesmo tipo, porém não
utilizados. Dois terços dos implantes removidos apresentaram diminuição
significante da espessura do revestimento em comparação com os
implantes não utilizados. Não houve correlação entre o grau de redução
da espessura do revestimento e o tempo de função intra-oral. Diante
dessas evidências, afirmaram que a maior força de adesão do
revestimento dos implantes ITI em relação aos implantes IMZ ocorreu,
provavelmente, devido à maior microdureza dos primeiros.
Ainda no ano de 1987, MEFFERT; BLOCK; KENT63
26
publicaram um artigo no qual 3 diferentes tipos de implantes foram
analisados: 1) cilindro de titânio comercialmente puro; 2) cilindro de
titânio cp jateado com areia (irregularidades de 25 a 30 µm) e 3) cilindro
de titânio cp. revestido por hidroxiapatita (75 µm de espessura). Nenhum
dos implantes possuía roscas. Cento e um implantes foram colocados
em 10 cães mestiços e removidos 1, 4 e 10 meses após a inserção.
Destes, 96 cicatrizaram sem sinais de infecção ou inflamação e 5 não
foram bem sucedidos por razões desconhecidas ou erro do operador. Os
implantes cilíndricos lisos apresentaram fibras paralelas ao longo eixo e
foram facilmente removidos do local cirúrgico com uma cureta. Os
implantes com superfície jateada apresentaram um encapsulamento
delgado, que diminuiu acentuadamente do primeiro ao décimo mês,
tornando-se indistingüível aos 10 meses. Todos os implantes recobertos
por hidroxiapatita estavam histologicamente biointegrados, apresentando
uma camada de osso lamelar na maior parte das superfícies, levando a
concluir que estudos controlados devem ser realizados para acompanhar
não somente o sucesso ou a falha do implante, mas também para relatar
todos os parâmetros clínicos, dos tecidos mole e duro, que poderiam
afetar a longevidade de um sistema de implantes.
No estudo publicado por DOUNDOULAKIS32 em 1987, foi
avaliada a efetividade 5 métodos de esterilização sobre a superfície de
implantes de titânio. As amostras de titânio foram limpas por dispositivo
ultra-sônico e lavadas por água tridestilada antes da avaliação da
27
esterilização. Os 5 métodos de esterilização utilizados foram:
1) esterilizador endodôntico de esferas de vidro, 2) autoclave; 3) calor
seco (estufa), 4) radiação ultravioleta e 5) descarga de calor por
radiofreqüência. Após o procedimento de esterilização, as superfícies
dos implantes foram avaliadas por microscopia eletrônica de varredura,
análise do ângulo de contato e espectroscopia infravermelha por reflexão
interna. Concluiu-se que: 1) a esterilização convencional poderia
comprometer as propriedades superficiais por aderentes orgânicos ou
materiais heterogêneos estranhos, que, por sua vez, poderia influenciar
no sucesso de qualquer sistema de implantes, 2) a série de testes
realizados forneceu evidências adicionais sobre os efeitos adversos da
esterilização por autoclave nas superfícies experimentais, assim como
informação inicial sobre os efeitos degradantes do esterilizador de
esferas de vidro para uso similar, 3) a esterilização por calor seco,
apesar de não remover restos orgânicos de superfície das amostras, não
forneceu uma energia superficial maior para as mesmas e 4) a
esterilização de materiais de baixa energia superficial por descarga de
calor por radiofreqüência e tratamento por ultravioleta pode ser
recomendado para obtenção de uma limpeza criteriosa e uma energia
superficial alta que estaria relacionada com adesão celular e fixação do
implante.
Em 1988, TJELLSTRÖM; JACOBSSON;
ALBREKTSSON81 apresentaram os resultados de um estudo em que
28
avaliaram a força para remoção por torque de 10 implantes craniofaciais
osseointegrados inseridos na região mastóide de osso temporal de 10
indivíduos voluntários. Dois implantes foram colocados em cada
paciente, sendo que um deles foi utilizado para fixação de um aparelho
auditivo e o outro foi utilizado para esta avaliação. Para remoção de 9
implantes, 3 a 4 meses após sua instalação, foi utilizado torquímetro,
resultando em força média de remoção de 42,7 Ncm, com uma variação
de 26 a 60 Ncm. Um dos implantes foi utilizado para avaliação histológica
quando puderam ser constatadas áreas ósseas com continuidade direta
com a superfície do titânio, apesar de existir algum tecido conjuntivo sem
inflamação devido ao pequeno período de tempo após a inserção dos
implantes. Os autores salientaram a capacidade de união entre o titânio e
o osso à medida que aumenta o período de tempo após a inserção.
Um importante estudo retrospectivo multiclínico foi
publicado por ALBREKTSSON et al.3 em 1988, englobando 14 equipes
cirúrgicas não pertencentes à Universidade de Gotemburgo, com pelo
menos 3 anos de experiência na utilização de implantes osseointegrados
Nobelpharma(R). O número total de implantes inseridos consecutivamente
nas 14 clínicas foi de 8.139. A evolução de cada implante foi relatada e
todas as falhas nos implantes, independente da época ocorrida, foram
publicadas. Os critérios de sucesso incluíram ausência de mobilidade do
implante, ausência de zonas radiolúcidas nas radiografias e uma perda
óssea anual, após o primeiro ano, menor que 0,2 mm. Na mandíbula 334
29
implantes foram acompanhados por 5 a 8 anos, com somente 3 falhas, e
um índice de sucesso de 99,1%. Na maxila 106 implantes foram
acompanhados por 5 a 7 anos, com um índice de sucesso de 84,3%. Em
mandíbulas enxertadas e irradiadas, 56 implantes foram inseridos e
nenhum foi perdido durante acompanhamento de até 5 anos. Em maxilas
irradiadas foram inseridos 16 implantes com 3 falhas relatadas, e em
maxilas enxertadas 71 implantes foram inseridos com 12 falhas. A
proporção de implantes mandibulares e maxilares submersos foi de 0,8%
e 0,3%, de implantes de pacientes que abandonaram o estudo foi de
0,3% e 0,6% e de implantes de pacientes falecidos de 0,9% e 1,2%
respectivamente. Esses dados permitiram concluir que os implantes
osseointegrados, se inseridos de acordo com as normas básicas
propostas, apresentariam um alto grau de sucesso, indo de encontro, e
até mesmo superando, qualquer índice de sucesso de outros sistemas
de implantes já publicados.
Com a finalidade de avaliar a influência das diferentes
superfícies dos implantes em relação ao torque necessário para a
remoção dos mesmos, CARLSSON et al.22, em 1988, publicaram um
estudo no qual compararam implantes de superfície lisa e rugosa,
confeccionados com titânio comercialmente puro em 5 coelhos adultos.
Em cada um foram inseridos 1 implante liso e 1 implante rugoso no
fêmur, totalizando 20 implantes colocados. Os valores obtidos na
remoção por torque foram maiores para os implantes rugosos em relação
30
aos lisos, 6 semanas após a inserção. Os dois tipos de implantes
apresentaram osseointegração, ou seja, estavam ancorados no osso
sem interposição de qualquer camada de tecido mole, como foi
demonstrado por histologia na interface óssea, segundo os autores.
Em um abrangente artigo publicado por KASEMO;
LAUSMAA48 em 1988, várias reações que ocorrem na interface implante-
tecido ósseo foram analisadas em relação às propriedades superficiais
dos implantes. Dentre as propriedades superficiais que poderiam
influenciar a cicatrização, os autores destacaram: a composição química,
a contaminação e a limpeza, a microarquitetura e a estrutura dos
implantes. A ciência das superfícies poderia oferecer uma gama de
métodos para a caracterização superficial (espectroscopia por
fotoemissão radiográfica, espectroscopia por elétron Auger) e
preparação, que poderiam ser utilizados para otimização da fabricação
dos implantes com controle a nível molecular. Os autores afirmaram que
os métodos de preparo disponíveis poderiam ser usados em combinação
com técnicas analíticas para moldar as superfícies dos implantes para
diferentes aplicações clínicas. Ressaltaram ainda que o maior obstáculo
a ser enfrentado seria a falta de conhecimento sobre como as diferentes
propriedades superficiais influenciariam a resposta do hospedeiro, sendo
este o maior desafio na evolução das pesquisas sobre biomateriais na
área da implantodontia.
Buscando avaliar a interface osso-implante, ROBERTS71
31
publicou em 1988 um artigo de revisão sobre a metodologia histológica
utilizada para avaliação da cicatrização óssea. Afirmou que a
microrradiografia de alta resolução e a marcação fluorocrômica múltipla
eram métodos histológicos definitivos para avaliação dos mecanismos e
do intervalo para cicatrização, maturação e adaptação óssea. Dois tipos
fundamentais de cicatrização de interface entre o tecido e os implantes
dentais endósseos foram descritos: 1) fibro-ósseo integração e 2) fixação
óssea rígida (osseointegração). A reação cicatricial inicial envolvia
predominantemente a remodelação óssea nas superfícies do periósteo e
do endósteo (ex.: preenchimento de calo ósseo por lamelas através do
processo de compactação lamelar. A interface óssea não vital e a
compacta adjacente foram substituídas pelo remodelamento ósseo
(turnover). Através de análise por microrradiografia de alta resolução,
amostras que obtiveram “sucesso clínico” apresentaram menos da
metade da interface intraóssea em contato direto com o osso.
Extrapolando dados obtidos em animais, sugeriu-se que os implantes
podem sofrer carga com restaurações provisórias 18 semanas após a
colocação dos mesmos, porém, a maturação da interface necessitaria
aproximadamente um ano.
SATOMI et al.73 em 1988 publicaram um artigo no qual foi
avaliado o efeito da irrigação sobre o grau de osseointegração. Foram
colocados 8 implantes em cada macaco da amostra, sendo 2 revestidos
por óxido de titânio (TiO2). Os implantes foram inseridos utilizando-se
32
irrigação em somente 50% dos casos e após 3 meses os animais foram
sacrificados. As amostras foram preparadas histologicamente para uma
avaliação por morfometria computadorizada. Os implantes de titânio
revestidos por óxido de titânio (TiO2) apresentaram valores de contato
ósseo direto de 29% sem uso de irrigação e 74,5% utilizando a irrigação.
Os implantes sem revestimento (TiO2) apresentaram valores contato
ósseo direto de 28,9% sem uso da irrigação e 68,4% utilizando a
irrigação, o que levou a concluir que os implantes revestidos ou não por
óxido de titânio (TiO2) não apresentaram diferenças quanto ao percentual
de osseointegração quando inseridos sob irrigação, sendo que os
implantes inseridos sem utilização da irrigação apresentaram baixo
índice de osseointegração.
No estudo apresentado em 1988 por PARR et al.66 foram
analisados 4 implantes que demonstraram insucesso, tendo sido
removidos de 3 pacientes. Os implantes permaneceram no local por
períodos de tempo que variaram de 3 a 13 meses e foram removidos
devido à dor, mobilidade ou infecção, sendo fixados em formalina a 10%.
As amostras foram embebidas em polimetilmetacrilato, seccionadas e
coradas com fucsina básica e azul de toluidina. Sua análise mostrou uma
grande variedade da resposta tecidual em toda a extensão ápico-coronal.
Os cortes da região apical apresentaram uma adaptação óssea ao
implante aceitável com pouca ou nenhuma interposição de tecido
conjuntivo. À medida que os cortes progrediram coronalmente, o tecido
33
conjuntivo interposto alargou-se frouxamente arranjado e alinhou-se
paralelamente à superfície do implante. A região mais coronal do tecido
ósseo apresentou necrose, ulceração e hemorragia. Os resultados
obtidos sugeriram que o trauma cirúrgico durante a inserção e uma falha
da regeneração vascular foram as causas dos insucessos.
Em artigo publicado em 1988, BRUNETTE17 realizou uma
abrangente revisão sobre o comportamento celular durante a fase
cicatricial, após a inserção do implante, ressaltando a importância de 4
fenômenos do comportamento celular, que foram previamente
observados in vitro, e que também parecem ser efetivos in vivo (guia por
contato, rugofilia, efeito de dois centros e haptotaxia). O fato da guia por
contato ocorrer in vivo estaria claramente indicado pela orientação das
fibras nos sulcos circulares dos implantes Tuebingen. Apesar das
superfícies rugosas não apresentarem efeitos danosos a longo prazo
sobre a performance dos implantes, algumas evidências sugeriram que
os macrófagos apresentariam rugofilia in vivo porque seriam atraídos por
superfícies rugosas. A orientação das células do tecido conjuntivo e
fibras adjacentes às superfícies porosas poderia ser explicada pelo efeito
dos dois centros. Por outro lado, a haptotaxia pode estar envolvida na
formação de cápsula de tecido fibroso ao redor de implantes com baixa
energia superficial. Como conclusão, o autor afirmou que da mesma
forma que os avanços na ciência dos materiais dos implantes modernos
beneficiaram suas confecções, as interações célula-implante in vivo
34
permitiriam a melhora da topografia superficial dos implantes no futuro.
Em 1988, LINDQUIST et al.60 avaliaram a reabsorção
óssea ao redor de 276 implantes mandibulares inseridos em 46
pacientes. Vinte e cinco pacientes foram avaliados por 5 1/2 a 6 anos, e
21 pacientes foram avaliados por 3 a 4 anos. As radiografias
estereoscópicas foram realizadas 1, 6 e 12 meses após a inserção e a
cada 2 meses subseqüentes. Os pacientes também foram avaliados
quanto à higiene bucal, ao desgaste oclusal e ao apertamento dental
durante a evolução do estudo. Observaram durante o estudo uma
pequena reabsorção óssea (aproximadamente 0,5 mm) durante o
primeiro ano pós-cirúrgico e 0,06 a 0,08 mm anualmente a partir do
segundo ano. A higiene bucal deficiente bem como o apertamento dental
influenciaram de maneira significativa a perda óssea. Uma maior perda
óssea foi observada nos implantes medianos do que nos implantes
posteriores.
Ainda no ano de 1988, JOHANSSON; JACOBSSON;
ALBREKTSSON46, utilizando 26 coelhos, inseriram 104 implantes de Ti
cp (Brånemark) nas tíbia e fêmur dos animais para avaliação do grau de
contato ósseo obtido após diferentes intervalos de tempo. Os implantes
foram preparados por lavagem com detergente e álcool em ultra-som,
seguida de autoclavagem. As amostras foram obtidas 21, 30, 90, 180 e
360 dias após a inserção, sendo que um implante foi removido por
torquímetro e o outro contendo o implante e o tecido circundante foi
35
removido em bloco para análise histológica. O torque necessário para
remoção após 21 dias foi de 11 Ncm na tíbia e 29 Ncm no fêmur. Aos 90
dias o torque obtido foi de 68 Ncm na tíbia e 61 Ncm no fêmur. Após 360
dias a média do torque de remoção foi de 88 Ncm na tíbia e 85 Ncm no
fêmur. A análise por microscopia ótica demonstrou a presença de tecido
mole na interface osso/implante no período de 21 dias. Aos 90 dias a
quantidade de contato osso/implante foi maior na tíbia do que no fêmur.
Após 360 dias a tíbia e o fêmur apresentaram média de contato direto
osso/implante acima de 90%. Os dados obtidos sugeriram que o
aumento da força necessária para a remoção dos implantes em função
do tempo podia ser explicado pelo aumento da quantidade de osso na
interface.
Em 1989, RIEGER et al.70 avaliaram 3 diferentes tipos de
implantes em relação aos revestimentos bioativos e seu papel no
aumento da união do osso ao implante. Foi utilizada a análise de
elemento finito para avaliar se a união óssea ou a adaptação óssea
(osseointegração) seria bioquimicamente benéfica. Os resultados
demonstraram que, apesar de uma interface unida entre o implante e o
tecido hospedeiro poder ser bioquimicamente benéfica, a união óssea
pode não ser biomecanicamente benéfica para o implante ou para o osso
circundante. Os autores demonstraram a geração de uma grande
quantidade de “stress” quando uma força era aplicada sobre um implante
com revestimento bioativo. Também afirmaram que nem os cirurgiões-
36
dentistas nem os fabricantes deveriam assumir que revestimentos
bioativos ou a união óssea em geral melhoram o prognóstico
biomecânico dos implantes endósseos.
Nesse mesmo ano, KELLER; GROTENDORST;
DOUGHERTY51 avaliaram a capacidade de adesão celular sobre o titânio
puro. Para tanto, utilizaram discos de titânio que, após passarem por um
processo de polimento, foram limpos em solvente, lavados, passivados
por ácido nítrico a 30%, enxaguados em água destilada e esterilizados
em autoclave, óxido de etileno ou imersão em álcool etílico a 100%. Após
a realização dos procedimentos de limpeza e esterilização os discos
foram imersos em um meio de cultura para fibroblastos por uma hora.
Como controle, foram utilizados plásticos tratados para adesão celular
(60 minutos = 96% adesão). Após 60 minutos os índices de adesão
celular observados foram de 76% para os discos esterilizados em óxido
de etileno, 82% para os discos esterilizados em autoclave e 75% para
esterilização em álcool etílico. Algumas observações por microscopia
eletrônica de varredura demonstraram que a difusão celular foi inibida em
algumas áreas das superfícies esterilizadas quando comparadas com as
superfícies passivadas. Os dados mostraram que alguns procedimentos
de esterilização podem afetar a resposta biológica dos tecidos aos
implantes.
MICHAELS64, em 1989, publicou um estudo comparativo
com a finalidade de avaliar a capacidade de adesão celular sobre
37
superfícies de titânio com vários graus de rugosidade,. As amostras de
titânio foram preparadas com polimento com pasta diamantada de 1 µm
(superfície lisa), lixadas com papel de sílica granulação 600 ou jateadas
(superfície rugosa). Os espécimes foram limpos em solvente, lavados,
passivados e enxaguados em água deionizada. Meios de cultura
contendo fibroblastos de ratos foram incubados sobre várias superfícies
de titânio (lisas e rugosas) por mais de 2 horas. Utilizando cultura de
tecido em plástico como controle da adesão celular, o número de células
que não aderiram foi quantificado e a porcentagem de células aderidas
foi calculada. Após 15 minutos a adesão celular e os fibroblastos do
ligamento periodontal apresentaram maiores índices sobre as superfícies
lisas (41%) e menores índices nas superfícies rugosas (21%). Após 2
horas, a adesão celular foi a mesma para as duas superfícies e o
controle (≅80%). Em relação aos osteoblastos, após 15 minutos a
adesão celular foi a mesma para superfícies lisas e rugosas (30%).
Entretanto, após 2 horas, os índices de adesão celular foram de 63%
para as superfícies rugosas, 64% para o controle plástico e 47% para as
superfícies lisas. Diante das evidências observadasooo, os autores
sugeriram haver diferentes respostas frente as variações de rugosidade
superficial, o que poderia influenciar a resposta biológica mediante a
inserção de um implante.
Procurando avaliar as possíveis vantagens do tratamento
de implantes de titânio com plasma de titânio em relação ao tratamento
38
convencional, CARLSSON; ALBREKTSSON; BERMAN23 realizaram um
estudo em 1989. Um total de 84 implantes foi inserido na tíbia e fêmur de
21 coelhos adultos. De um lado foram inseridos implantes com plasma
de Ti enquanto do outro lado os implantes convencionais serviram como
controle. Todos os implantes foram lavados com etanol e butanol e então
autoclavados. No grupo A os implantes (22) foram inseridos 2 minutos
após a aplicação do plasma. No grupo B, 20 implantes tratados com
plasma foram imediatamente imersos em água tridestilada para
alcançarem estado de alta energia superficial. Os implantes mantiveram-
se úmidos, expostos à atmosfera por menos de 30 segundos e
implantados em 10 minutos. No grupo C, 42 implantes foram somente
lavados e autoclavados. Os implantes foram removidos com o auxílio de
um torquímetro 6 semanas após a inserção. Dois animais de cada grupo
foram utilizados para análise histológica. Os resultados apresentaram
torque médio de 18 Ncm no fêmur e 16 Ncm na tíbia para o grupo A, 19
Ncm no fêmur e 17 Ncm na tíbia para o grupo B e 22 Ncm no fêmur e 17
Ncm na tíbia para o grupo C (controle). Os autores concluíram que o
tratamento convencional descrito é suficiente para fornecer condições
superficiais para uma resposta cicatricial inicial, semelhantes àquelas
observadas no implante com plasma de Ti.
Em abrangente artigo de revisão sobre osseointegração
publicado em 1990 por ALBREKTSSON; SENNERBY5 este termo foi
analisado em relação às suas definições clínicas e teóricas além de ser
39
comparado com outras formas de implante. Para os autores, o termo
osseointegração denotaria significado clínico claro, mas existiriam
dúvidas quanto ao seu uso em condições experimentais. Clinicamente,
um implante poderia ser descrito como osseointegrado se não houvesse
algum movimento discernível quando uma força é aplicada sobre o
mesmo. Esta característica estaria em contraste com os implantes
circundados por tecido conjuntivo fibroso, os quais apresentariam
movimentação no interior do tecido mole. Técnicas laboratoriais
recentemente desenvolvidas poderiam ser usadas no futuro para
caracterizar precisamente a osseointegração. Ressaltaram que o termo
osseointegração deveria ser sempre empregado com muito cuidado, e
nunca em situações experimentais. Da mesma forma, os autores
estabeleceram 10 exigências mínimas para que um implante pudesse ser
clinicamente acompanhado com confiança.
Em 1990, BUSER et al.20 publicaram um estudo no qual
se avaliou a possibilidade de formação de cemento com fibras colágenas
inseridas sobre a superfície de implantes de Ti cp. Implantes cilíndricos
ITI recobertos por plasma de titânio foram inseridos na mandíbula de
macacos em regiões onde porções radiculares apicais ficaram retidas no
processo alveolar. Após 12 meses as peças foram processadas
histologicamente em cortes não desmineralizados. Nas áreas onde os
implantes foram colocados em contato com o ligamento periodontal das
raízes retidas, pode-se observar a formação de um leito de tecido duro
40
sobre regiões das superfícies dos implantes, o qual apresentava
continuidade com o cemento recém-formado sobre as raízes
subjacentes. O cemento formado sobre os implantes apresentou um
ligamento periodontal que o separava do osso. Entretanto, não se
observou ligamento periodontal em torno de implantes colocados em
contato direto com fragmentos radiculares cortados ou quando colocados
em áreas sem raízes retidas.
Em 1990, DAVIES; LOWENBERG; SHIGA27 avaliaram as
características morfológicas da interface osso/metal usando discos de Ti
cp polidos, lavados por água bidestilada, passivados por 1 hora em ácido
nítrico e autoclavados. Os discos foram colocados em meio de cultura
contendo células da medula óssea de ratos adultos jovens. Este estudo
foi realizado para confirmar a possibilidade de avaliação dos mecanismos
de cicatrização da interface em cultura e, segundo os autores, os
resultados demonstraram claramente que tecido semelhante ao osso
pode crescer sobre discos de Ti cp.
Em artigo publicado em 1990, DONOHUE; MASCRÈS31
avaliaram os efeitos de aplicação de hidroxiapatita sobre as cabeças de
implantes expostas no fêmur de 38 coelhos. Após 6 meses a aposição
óssea foi avaliada por exame visual e microscopia eletrônica de
varredura. Apesar de ser observado osso em contato direto com as
cabeças dos implantes, as extremidades dessas cabeças estavam
envolvidas por tecido conjuntivo. Comparando-se com os animais de
41
controle, a aplicação de colágeno de hidroxiapatita densa não aumentou
a área de osteogênese. Quando os implantes penetraram no osso
através de blocos de colágeno/hidroxiapatita previamente colocados,
houve diminuição da quantidade de osso unida ao corpo dos implantes
em comparação com os controles, sugerindo que o uso de hidroxiapatita
densa não aumentaria a quantidade de tecido ósseo formado ao redor
dos implantes de titânio.
Nesse mesmo ano, DEPORTER et al.30 publicaram um
estudo no qual compararam implantes cônicos porosos de Ti6Al4V e
implantes cilíndricos rosqueados de titânio puro. Seis cães beagle
receberam 2 implantes porosos de um lado da mandíbula e 2 implantes
rosqueáveis do lado oposto. Cada grupo de dois implantes suportou uma
prótese fixa de dois elementos por um período funcional de 18 meses.
Através da utilização de morfometria computadorizada foi avaliada a
extensão da superfície do implante em contato direto com o osso, em
cada face dos mesmos. Observaram que quando a extensão de contato
absoluto foi relacionada com a altura óssea vertical correspondente,
algumas diferenças foram notadas, sendo que a extensão de contato
absoluto foi maior para qualquer altura óssea observada para os
implantes porosos. Os dados, segundo os autores indicaram que
implantes mais curtos poderiam ser usados com um desenho de
superfície porosa com mais segurança.
Em 1990 foi publicado um estudo realizado por KLAUBER;
42
LENZ; HENRY54 no qual os autores caracterizaram a contaminação
superficial e mediram a composição e espessura da camada de óxido de
titânio de 6 implantes diferentes. Como método de análise foi utilizada a
espectroscopia eletrônica por análise química devido a sua sensibilidade
e habilidade para detectar todos os elementos com número atômico
maior que 2. Foram observados em todos os implantes diferentes níveis
de C e Na. Além disso, a presença de N, F, Mg, Si, Cl, Ca, Mn, Cu, Ag e
As foi detectada em muitos implantes. De todos os tipos de implantes
observados (Core-Vent, Screw-Vent, Brånemark, Sterioss, IMZ e
Osseodent), a mínima oxidação se deu (20 Å) nos implantes Core-Vent,
Screw-Vent e Brånemark, enquanto os níveis mais baixos e
contaminação foram observados nos implantes Sterioss, IMZ e
Brånemark.
Em artigo publicado em 1990, PILLIAR68 descreveu as
características comuns a todos os implantes dentais utilizados. Entre
estas observou: 1) o uso de materiais biocompatíveis, 2) a necessidade
de um período de ausência de função para permitir ao implante uma
fixação rígida (“osseointegração”), 3) um desenho que evitasse a perda
óssea crônica devido a fatores mecânicos ou bioquímicos. O autor
afirmou ainda a ausência de um implante dental com um formato
claramente superior aos demais, salientando que os pesquisadores
precisam desenvolver um implante que possa ser colocado com
procedimentos mais simples, seja confiável e possa ser utilizado em
43
situações críticas (por exemplo: altura óssea alveolar reduzida) e seja
relativamente barato, tornando seu uso mais universal. Foi também
relatada a necessidade de estudos básicos e avançados como fatores
essenciais para alcançarmos esses objetivos anteriormente citados.
KELLER et al.50 avaliaram em 1990 a superfície de discos
de titânio cp lixados e polidos com papéis metalográficos, sendo
posteriormente lavados em cetona metilmetacrilato e água destilada,
sofrendo passivação em ácido nítrico 30% por 30 minutos. Um último
banho em água destilada à temperatura ambiente e à vácuo foi realizado.
Após este tratamento, as peças foram esterilizadas em autoclave, óxido
de etileno ou imersão em etanol absoluto. Várias amostras foram
preparadas através de passivação com ácido e água destilada e não
foram esterilizadas, servindo como controle. Os autores puderam
observar um aumento da espessura da camada de óxido comparada
com superfícies não estéreis.
Um complexo estudo realizado em 1990 por LAUSMAA;
KASEMO; MATTSON57 buscou caracterizar a composição química da
superfície de implantes de Ti cp. Os principais métodos de
caracterização empregados foram: espectroscopia por fotoemissão de
raios-x (XPS ou ESCA) para análise da composição química superficial e
espectroscopia eletrônica de Auger (AES) para análise da composição e
concentração do perfil da profundidade dos elementos superficiais.
Informações adicionais foram obtidas através de espectroscopia de
44
massa de íons secundários dinâmicos (SiMS), fluorescência radiográfica
por energia dispersiva (EDAX) e perfil do hidrogênio por microanálise
nuclear (NMA). Após a usinagem das peças em forma de parafuso ou
retangular em Ti cp, as amostras foram lavadas e esterilizadas em
autoclave, calor seco ou embaladas em ampolas de vidro lacradas e
esterilizadas. Através de análise por espectroscopia de fotoemissão de
raios-x, em todas as amostras, estéreis ou não, foi observada a presença
de Ti, O, C, N e Ca. Ocasionalmente foram encontrados traços de S, Cl,
P. Si, Na, Cu, Zn, Sn e Pb. As amostras embaladas estéreis mostraram
níveis de C mais reduzidos e menor variação do que as amostras não
estéreis. Isto provavelmente ocorreu devido ao controle da contaminação
proporcionado pelas ampolas seladas, o que preveniu a exposição ao ar.
De acordo com os autores, na esterilização ocorria aumento na
espessura da camada de óxido, não havendo diferença significativa entre
a espessura de óxido das amostras esterilizadas por calor seco ou
úmido. Os autores concluíram que a fina superfície de óxido é coberta
por uma camada de contaminantes de composição complexa.
Em 1991 UEDA et al.82 avaliaram a relação entre o torque
de inserção e o torque de remoção. Na primeira parte do estudo os
autores utilizaram 2 ossos temporais obtidos de cadáver fresco. A área
cirúrgica foi separada em duas regiões distintas, sendo uma bicortical e
outra unicortical, nas quais foram inseridos implantes de latão, pois a
proposta do estudo foi avaliar as características das roscas ósseas. Os
45
implantes foram inseridos com torques que variaram entre 20, 30, 40, 50,
60 e 70 Ncm e imediatamente após a inserção, o implante foi
desparafusado e o torque de remoção foi medido com o mesmo
torquímetro. Na segunda parte do estudo, 3 implantes foram inseridos
nos processos mastóides de humanos vivos e de cadáver, os quais
foram removidos junto com os implantes e analisados histologicamente.
O torque de inserção foi medido no aperto final do implante e o torque de
remoção foi medido enquanto a mesma fixação era desparafusada. Os
autores observaram que o torque de inserção máximo sem causar fratura
nas roscas ósseas foi de 70 Ncm no osso bicortical e 50 Ncm em osso
unicortical. O torque de remoção foi sempre menor que o de inserção em
todas as medidas, porém houve entre eles uma correlação positiva.
Entretanto, o ponto de fratura nas roscas ósseas foi em média de 77
Ncm em osso bicortical e 57,7 Ncm em osso unicortical. As microfraturas
foram observadas principalmente nas roscas da base. Os autores
concluíram que, se o cirurgião exercer pressão exagerada sobre o
implante, uma compressão contínua é adicionada ao osso circundante e
especialmente sobre as roscas.
Nesse mesmo ano, JOHANSSON; SENNERBY;
ALBREKTSSON47 compararam a força de torque necessária para
remoção de implantes fabricados em Ti cp e Vitallium. O total de 7
coelhos recebeu 4 implantes cada, sendo 2 de Ti cp e 2 de Vitallium, com
inserção unicortical. Após 3 meses foram realizadas análises de torque
46
para remoção e histológica. Os autores observaram que a força de
torque necessária para remoção dos implantes de Ti cp foi em média
24,9 Ncm, enquanto que para os implantes de Vitallium foi de 11,7 Ncm.
Pela análise histométrica os autores constataram que a média de contato
osso-metal para os implantes de Ti cp foi de 34,7% enquanto para os
implantes de Vitallium a média foi de 21,7%.
Com a finalidade de avaliar a influência de diferentes
características superficiais dos implantes em relação à osseointegração,
BUSER et al.19 publicaram um estudo em 1991 no qual implantes
cilíndricos ocos com 6 diferentes superfícies foram inseridos na metáfise
da tíbia e fêmur de 6 roedores. Após 3 e 6 semanas, os implantes e o
osso circundante foram removidos e analisados em cortes histológicos
transversais não descalcificados. O exame histológico demonstrou
contato direto entre osso e implante para todas as superfícies avaliadas.
Entretanto, a análise morfométrica demonstrou diferenças significantes
no percentual de contato osso/implante, quando foi avaliado o osso
medular. As superfícies dos implantes eletropolidos (E) e jateados com a
área de granulação média e conservadas em ácido (SMA) apresentaram
o percentual mais baixo de contato entre implante e osso, com valores
situados entre 20 e 25%. Os implantes jateados com areia grossa (SL) e
os implantes com plasma de titânio apresentaram valores entre 30 e 40%
de contato com o osso. O maior grau de contato implante/osso foi
observado em implantes jateados com areia grossa e atacados por ácido
47
(SLA) com valores entre 50 e 60% e implante com plasma de
hidroxiapatita com valores entre 60 e 70%. Entretanto, o revestimento de
hidroxiapatita apresentou sinais de reabsorção. Concluiu-se que o
percentual de contato entre osso e implante está diretamente relacionado
com aumento da rugosidade da superfície do implante.
PILLIAR et al.67 avaliaram o remodelamento ósseo ao
redor de 3 diferentes tipos de implantes, em diferentes intervalos de
tempo, histológica e radiograficamente. Os implantes foram inseridos em
mandíbulas de cães e divididos em 3 grupos: A) implante de Ti cp em
forma de parafuso, B) implante cônico de liga de Ti com poros
superficiais e C) implante cônico de liga de Ti com poros apenas nos 2/3
apicais. Os implantes do grupo B foram mantidos em função por até 23
semanas, enquanto que os implantes do grupo A e C foram mantidos em
função por no máximo 73-77 semanas. A avaliação radiográfica foi
realizada periodicamente durante o tempo em que os implantes
estiveram em função. Pode-se verificar que os implantes do grupo A
encontravam-se osseointegrados com a presença de osso em toda a
extensão do implante. Estatisticamente, ocorreu variação no crescimento
ósseo em relação ao tempo. Nos implantes do grupo B ocorreu
crescimento ósseo 4 semanas após a inserção. No grupo C houve
crescimento coronal (sem porosidade), pequena quantidade de osso
formou-se próximo à superfície em algumas amostras. Ocorreu alguma
perda óssea marginal no primeiro ano apenas para os implantes em
48
forma de parafuso e nos parcialmente cobertos, porém, limitada à região
dos implantes. Os autores concluíram que a modificação na transferência
de cargas para o osso circunjacente ao implante pode causar alterações
significativas na estrutura óssea. Os autores também sugeriram recobrir
coronalmente o implante com material poroso para evitar a perda óssea
inicial.
Em 1992, BOWERS et al.13 estudaram a influência da
rugosidade superficial do titânio com relação à aderência de células
osteoblásticas. Discos de Ti cp foram preparados para apresentarem
superfície regulares e irregulares. As amostras com morfologia irregular
foram polidas usando papel metalográfico de granulação 600 e a seguir
jateados com Al2 O3 em partículas de 50 µm ou condicionadas por
ataque ácido com HF 3,5%/HNO3 25% por 1, 5 ou 10 minutos. As
superfícies com morfologia regular foram produzidas usando papel
metalográfico de granulação 60 ou 120. O grupo controle foi polido
usando-se papel de granulação 600 para fazer a medida da rugosidade
no perfilômetro. Todas as amostras foram limpas em solvente, lavadas
em água destilada, passivadas com ácido nítrico e submetidas à lavagem
final em água destilada, sendo secas à vácuo. Utilizando o perfilômetro,
os autores avaliaram a rugosidade superficial. A adesão celular foi
avaliada em meios de cultura com células da calvária de ratos e as
características morfológicas das células, em função das diferentes
superfícies e intervalos de tempo, foram avaliadas por microscopia
49
eletrônica de varredura. A superfície irregular produzida pelo jateamento
demonstrou ser mais condutiva para a aderência celular do que a
superfície rugosa produzida pelo polimento e lixamento ou ataque ácido.
Níveis significativamente mais altos de aderência celular foram
encontrados nas superfícies jateadas.
Com a finalidade de quantificar o osso em contato com
três diferentes tipos de implantes, WEILANDER et al.83 publicaram um
artigo em 1992. Três implantes disponíveis comercialmente
(Nobelpharma, IMZ e Integral) foram inseridos em mandíbulas edêntulas
de 7 cães. Vinte e um implantes foram removidos com o osso
circunjacente 3 meses após a sua inserção, sendo então embebidos em
resina de polimetilmetacrilato para preparo de cortes histológicos por
desgaste. O percentual de contato ósseo com as superfícies dos
implantes foi medido por um método de histomorfometria desenvolvido
pelos autores, utilizando uma grade milimetrada em um
estereomicroscópio. Dois implantes utilizados possuíam superfícies de
titânio (Nobelpharma e IMZ) e um deles possuía uma camada externa de
hidroxiapatita. Os resultados demonstraram que houve a formação de um
percentual significativamente maior de osso ao redor dos implantes
revestidos por hidroxiapatita quando comparados com os implantes de
titânio puro (Brånemark) ou plasma de titânio (iMZ).
SENNERBY; THOUSEN; ERICSSON74, em 1992,
avaliaram a força de torque para remoção de 128 implantes de titânio
50
puro em forma de parafuso inseridos na tíbia de coelhos e na porção
femoral da articulação do joelho> Avaliou-se também a morfometria dos
cortes histológicos 6 semanas, 3 meses e 6 meses após a inserção. Os
implantes intraarticulares na porção femoral apresentaram osso mais
medular, enquanto os implantes da tíbia formaram osso cortical. O torque
necessário para remoção dos implantes intraarticulares aumentou em
relação ao intervalo de tempo, porém não houve aumento para os
implantes da tíbia. Após 6 semanas, um torque significativamente menor
foi necessário para remoção dos implantes intraarticulares, porém mais
osso foi observado nas roscas desses implantes quando comparados
aos implantes da tíbia. Quando foi calculada a quantidade de osso nas
roscas situadas no osso cortical uma maior quantidade foi observada nas
roscas dos implantes inseridos na tíbia, o que correspondeu a um torque
de remoção maior. Os achados sugeriram que a resistência à remoção é
dependente da quantidade de osso compacto ao redor do implante de
titânio.
Buscando avaliar a formação do coágulo in vivo sobre a
superfície de titânio puro e sobre a superfície de titânio revestida por
hidroxiapatita, STEINBERG; WILLEY; DRUMMOND78 realizaram um
interessante estudo de 1992. Imediatamente após às exodontias, 80
implantes (40 de cada grupo) foram inseridos no coágulo sangüíneo que
formou-se no interior dos alvéolos por 1, 30, 60 ou 120 segundos.
Observações sobre a topografia do coágulo foram realizadas através de
51
microscopia eletrônica de varredura. Nenhuma das superfícies dos
implantes apresentou grandes diferenças no grau de formação do
coágulo durante os 120 segundos de inserção, revelando uma formação
precoce do mesmo, porém, com uma adesão limitada. Estes resultados
foram comparados com um estudo prévio, no qual a mesma metodologia
foi utilizada em relação ao ligamento periodontal intacto, a raízes
raspadas e a raízes tratadas com ácido cítrico pH 1,0. A superfície com
ligamento periodontal intacto foi a que apresentou a mais rápida
formação de coágulo. Os dados obtidos sugeriram que a velocidade de
formação do coágulo é sensivelmente menor em superfícies artificiais
quando comparadas às superfícies radiculares.
Em um estudo publicado em 1992 por STEFLIK et al.75, 8
implantes de titânio, rosqueados nas mandíbulas de 4 cães adultos,
foram avaliados em relação ao crescimento e aposição óssea. Os
implantes foram removidos 5 meses após a inserção com uma
quantidade de osso ao redor para avaliação histológica. A análise
histológica foi realizada por microscopia eletrônica de transmissão
convencional de alta voltagem e microscopia ótica, o que demonstrou
uma dinâmica interface osso/implante. Um tecido mineralizado foi
observado de forma rotineira distante 20 a 50 µm da superfície do
implante e separado da interface do implante por uma camada elétron-
densa. Uma matriz de fibras colágenas densamente mineralizadas
encontrava-se orientada paralelamente à interface do implante, assim
52
como os osteócitos observados próximas à interface. Projeções
osteocíticas através de canalículos geralmente direcionadas para a
superfície do implante, também foram observadas. Os autores
concluíram que a interface osso/implante é extremamente dinâmica e
apresentaria um osso saudável sobre a superfície de titânio.
No ano de 1992, BUDD et al.18 avaliaram 8 implantes que
foram inseridos na porção cortical do osso frontonasal de suínos, sendo
removidos 6 meses após a inserção. Os implantes foram removidos em
bloco, desidratados e imersos em resina de baixa viscosidade. As
amostras foram analisadas por microscopia eletrônica de varredura,
microscopia eletrônica de transmissão e por análise radiográfica de alta
resolução por energia dispersiva. Estas avaliações combinadas
sugeriram, segundo os autores, que os depósitos amorfos observados na
interface osso/implante continham titânio e altas concentrações de cálcio
e fósforo, levando a concluírem que o uso de resina de baixa viscosidade
para a inclusão das peças histológicas poderia apresentar melhor
penetração na camada de óxido de titânio, facilitando a análise da
interface.
Procurando comparar a composição da superfície de
implantes semelhantes ao sistema Brånemark, BINON; WEIR;
MARSHALL12 publicaram um extenso estudo em 1992. Foram avaliados
4 tipos de implantes através de análise de superfície microanalítica,
sendo eles NobelPharma, Core-Vient, Osseodent e Implant Innovations.
53
As amostras foram submetidas à análise por EDX (espectroscopia
radiográfica por energia dispersiva) e AES (espectroscopia eletrônica de
Auger). Por meio das análises, os autores afirmaram que os 4 implantes
avaliados foram obtidos de blocos de titânio comercialmente puros. Os
resultados demonstraram que cada um dos implantes avaliados
apresentou um variado grau de contaminação superficial. O grau de
limpeza superficial mais alto foi obtido pelo implante Osseodent, seguido
dos implantes NobelPharma, Implant Innovations e Core-Vent em ordem
decrescente. Os autores salientaram que as substâncias contaminadas
seriam provenientes das máquinas utilizadas na fabricação e
recomendaram o uso rotineiro da análise superficial para obtenção de
uma superfície biologicamente limpa e aceitável para a implantação.
Neste mesmo ano, GOTTLANDER; ALBREKTSSON;
CARLSSON37 publicaram um estudo no qual uma avaliação
histomorfométrica foi realizada para comparar a quantidade de osso na
interface de implantes cilíndricos revestidos por hidroxiapatita ou por
titânio. Dezoito implantes foram inseridos no fêmur de 9 coelhos adultos,
sendo removidos em bloco com o osso circunjacente 6 meses após a
inserção. Uma análise histomorfométrica foi realizada para que fosse
calculado o percentual de contato direto entre o osso e o implante. O
percentual de contato ósseo na região medular foi de 75,9% para
implantes revestidos por hidroxiapatita e de 59,9% para implantes
revestidos por titânio, em média. O percentual de contato ósseo na
54
região cortical foi de 80,2% para implantes revestidos por hidroxiapatita e
de 69,4% para implantes revestidos por titânio, em média. Os dados
sugeriram a ocorrência de uma maior formação óssea nos implantes
cilíndricos revestidos por hidroxiapatita, porém os autores ressaltaram
que para os implantes rosqueáveis estes resultados não foram
observados em um estudo prévio. Afirmam ainda que o papel da
hidroxiapatita pode ser importante para os implantes cilíndricos lisos
devido à instabilidade inicial.
Em 1993, HAIDER; WATZEK; PLENK38 JUNIOR
avaliaram a afetividade da irrigação interna ou externa em relação ao
comportamento do tecido ósseo, através de microscopia in vivo. Doze
implantes IMZ foram inseridos na tíbia de 6 ovelhas. Cada par de
implantes foi inserido, sendo que um dos implantes foi colocado
utilizando irrigação interna e outro irrigação externa. Os animais foram
sacrificados 4, 8 e 16 semanas após a inserção, sendo que o
crescimento ósseo sofreu marcação polifluorocrômica seqüencial. Esta
marcação foi realizada com doses subcutâneas de tetraciclina 14 dias
após a inserção, alizarina no período médio da fase cicatricial e calceína
4 dias antes do sacrifício dos animais. Baseado no percentual de osso
recém-formado em contato com o implante, a irrigação externa
demonstrou maior efetividade em todas as perfurações do osso
compacto e esponjoso superficial, enquanto a irrigação interna foi
superior somente no osso compacto profundo. Os autores afirmaram que
55
um sistema de implantes deveria apresentar irrigação interna e externa
como alternativa para resfriamento durante as perfurações ósseas.
Em estudo publicado em 1993, ETTINGER et al.35
procuraram desenvolver uma metodologia para avaliação da cicatrização
óssea ao redor de 15 implantes IMZ inseridos em alvéolos de dentes
recém-extraídos de 3 cães adultos. Além dos implantes, cada animal
teve uma área receptora preparada sem que houvesse a inserção do
implante (região controle). Hidroxiapatita porosa foi colocada circundando
a metade inferior de 2 implantes, um dos quais foi coberto por uma
membrana de politetrafluoretileno. Após 12 semanas, os animais foram
sacrificados e suas mandíbulas foram removidas para obtenção dos
implantes com o osso circunjacente e, posteriormente, foram embebidos
em resina. Cortes longitudinais e transversais seriados foram realizados
e posteriormente desgastados até uma espessura entre 50 e 100 µm. Os
cortes foram então corados por hematoxilina-eosina, alizarina e toluidina.
Fotomicrografias padronizadas foram obtidas de modo que o contato da
interface osso/implante pudesse ser medido por um digitador sônico. O
percentual médio de contato ósseo com o implante em cortes
longitudinais foi de 47,9% ± 5,2%. Os cortes transversais apresentaram
contato ósseo médio de 53,5% ± 3,7%. Os autores sugeriram que este
estudo piloto demonstrou que os implantes IMZ inseridos em alvéolos de
dentes recém-extraídos apresentaram um íntimo contato com o osso,
porém grande variação na quantidade de osso foi observada em um
56
mesmo animal.
Neste mesmo ano, PARR; STEFLIK; SISK65 procuraram
avaliar a cicatrização óssea através de análise histológica e
histomorfométrica ao redor de 13 implantes de titânio rosqueáveis
(Sterioss) inseridos na maxila e mandíbulas de 3 cães adultos
imediatamente após exodontia dos pré-molares. Os implantes inseridos
na mandíbula apresentaram a maior quantidade de aposição óssea, com
uma média de 60,3%. Os implantes localizados na maxila apresentaram
uma menor aposição óssea, com uma média de 46,3%. Os valores
obtidos para o crescimento ósseo 5 meses após a inserção nas regiões
de controle foram consistentes com aqueles obtidos para o osso que se
formou ao redor dos implantes no mesmo intervalo de tempo. Os autores
observaram que os valores obtidos para o crescimento ósseo nas áreas
preparadas para receber os implantes foram maiores do que nas áreas
em que foram apenas realizadas as exodontias (controle). Os autores
sugeriram que a inserção de implantes imediatamente após a exodontia
demonstra potencial para ocorrência de uma boa aposição óssea,
dependendo da região a ser implantada.
Buscando desenvolver um método para avaliação das
relações existentes entre os implantes de titânio inseridos no osso e as
populações de células imunes e hematopoiéticas, RAHAL;
BRÅNEMARK; OSMOND69, em 1993, utilizaram implantes miniaturizados
na diáfise do fêmur de ratos. Após a inserção dos implantes, os animais
57
foram sacrificados com intervalos de 1, 2, 3, 4 e 18 semanas e as peças
histológicas preparadas para avaliação por microscopia ótica e
microscopia eletrônica de varredura. A análise histológica demonstrou
contato direto do osso com a superfície do implante apresentando a
primeira evidência de osseointegração em ratos. Além disso, uma
extensa superfície apresentou-se diretamente em contato com a medula
óssea regenerada, condição que permaneceu até a 18a semana após a
inserção dos implantes. Algumas células da medula óssea, que
formavam uma camada incompleta em contato com a interface de titânio
possuíam características morfológicas de macrófagos e células gigantes
multinucleadas. Segundo os autores, os resultados demonstraram uma
integração a longo prazo entre os implantes de titânio e os elementos
celulares do osso medular e a possibilidade de utilização deste modelo
experimental para avaliar as possíveis implicações desta interação no
processo linfocitopoiético e hematopoiético.
Procurando avaliar a espessura da camada de óxido que
forma-se sobre implantes de Ti cp após diferentes processos de limpeza,
MACHBEEM et al.62 em 1993 utilizaram 12 discos de titânio que foram
submetidos a 4 diferentes tipos de procedimentos de limpeza e
desinfecção. O primeiro grupo de 3 discos foi submetido ao regime de
limpeza padrão do sistema Brånemark, que compreende escovação com
detergente, lavagem em água destilada, secagem com ar, limpeza ultra-
sônica em butanol por 10 minutos, 3 lavagens com álcool absoluto (a
58
última com ultra-som) e secagem em um secador à vácuo. O segundo
grupo (3 discos) foi submetido ao regime padrão do sistema Brånemark e
posteriormente autoclavados. O terceiro grupo (3 discos) passou pelo
tratamento padrão do sistema Brånemark e posteriormente tratamento
por descarga de raios por radiofreqüência por 5 minutos. O quarto grupo
(3 discos) sofreu o mesmo tratamento do terceiro grupo, porém as
amostras foram armazenadas em água tridestilada por 30 dias. Todas as
amostras foram analisadas por espectroscopia eletrônica e nenhuma
diferença significativa foi observada na camada de óxido formada nos 4
grupos.
Em 1993, ALBREKTSSON; ZARB6 publicaram um artigo
de revisão no qual vários aspectos da osseointegração foram abordados.
O termo osseointegração foi definido como o processo pelo qual uma
fixação rígida e clinicamente assintomática de um material aloplástico no
osso seria obtida e mantida durante aplicação de carga funcional.
Também foi destacada a importância da avaliação da resposta
ultraestrutural em associação com a performance clínica nos estudos que
avaliassem a osseointegração. Além das investigações ultraestruturais
da interface osso/metal, os autores enfatizaram a observação de alguns
parâmetros biológicos para que ocorra a osseointegração, a saber:
a) biocompatibilidade do material, b) desenho do implante, c) superfície
do implante, d) estado do sítio receptor, e) técnica cirúrgica e
f) condições de carga oclusal. A observação de 105 implantes
59
(NobelPharma) removidos por razões de desordem psicossomática ou
post-mortem demonstrou, segundo os autores, que a osseointegração
ideal atinge cerca de 80% ao nível do osso cortical, enquanto no osso
medular esse valor encontra-se diminuído de 10% a 20%. Apesar dos
grandes avanços já obtidos, ressaltaram que muitas pesquisas deveriam
ser realizadas para a obtenção de um total controle do processo de
osseointegração nos mais diversos pacientes.
Em 1994, STEFLIK et al.77 avaliaram implantes de titânio
rosqueáveis, implantes de óxido de alumina rosqueáveis e implantes de
titânio em forma de lâmina através de microscopia eletrônica de
transmissão e através de microscopia de transmissão de alta voltagem.
Todas as observações foram obtidas de tecidos interfaciais não
descalcificados de cães, nos quais foram inseridos implantes
comercialmente disponíveis, na mandíbula. Dois implantes similares
foram inseridos de ambos os lados da mandíbula, sendo que em 12 dos
18 cães utilizados, os implantes suportaram próteses fixas por 6 a 12
meses. Neste estudo os autores puderam observar a existência de uma
matriz mineralizada em aposição direta sobre o implante. Uma vez que o
tecido mineralizado não recobriu toda a interface do implante, em outras
regiões da interface foram observados tecidos não mineralizados. Nestas
regiões foram observados osteoblastos em contato direto com a interface
osso/implante. Este tecido incluía fibras colágenas, uma fina matriz
interfibrilar, material semelhante a proteínas e osteoblastos. Os autores
60
afirmaram que este estado reforçou o conceito de que a interface
implante/tecido bucal seria uma zona dinâmica que consiste de
atividades de remodelamento das células ósseas e matrizes
extracelulares.
Neste mesmo ano, HELSINGEN; LYBERG41 realizaram
um estudo no qual foram comparadas a microestrutura superficial e os
elementos componentes de 4 implantes odontológicos de titânio
rosqueáveis de 4 diferentes fabricantes (Nobelpharma, Swede-Vet, 3i e
Osseodent). Os implantes foram avaliados por microscopia eletrônica de
varredura e análise radiográfica por energia dispersiva. Os 4 implantes
não apresentaram diferenças qualitativas substanciais em relação à
composição química. As observações ao nível ultraestrutural revelaram
que os implantes Nobelpharma, 3i e Osseodent apresentaram topografia
superficial bem semelhante, enquanto o implante Swede-Vent
apresentou uma superfície mais irregular. Após a realização de um
estudo clínico piloto, com acompanhamento clínico e radiográfico de 126
implantes inseridos e submetidos à carga funcional por períodos de 1 a 2
anos, os autores afirmaram não existir diferenças entre os 4 sistemas de
implantes avaliados.
STEFLIK et al.76, em 1994, utilizando a mesma amostra de
72 implantes inseridos em 18 cães (mandíbula), investigaram a aposição
e o comportamento do tecido ósseo ao redor de diferentes materiais e
formatos de implantes. Os implantes avaliados foram do tipo rosqueável,
61
de titânio ou cerâmica, inseridos em um estágio ou dois estágios.
Avaliou-se também um sistema de implante em forma de lâmina, inserido
em um estágio ou dois estágios. Os animais foram sacrificados em
diferentes intervalos de tempo e os tecidos foram preparados para
análise por morfometria computadorizada e avaliação morfológica. Neste
estudo, o tecido de suporte apresentou-se extremamente dinâmico na
interface osso/implante, tanto para o tecido mineralizado, quanto para o
tecido não mineralizado. Um ano após a aplicação de carga protética
sobre os implantes, observou-se uma maior aposição óssea sobre os
implantes de titânio, quando comparados aos implantes de cerâmica. Os
autores ressaltaram que uma maior densidade óssea ocorreu após
períodos de carga maiores, talvez devido a uma maior condensação
lamelar do osso que suportava os implantes.
Em 1995, CARR et al.24 publicaram um estudo no qual as
diferentes forças para remoção por torque foram avaliadas em 3 tipos de
implantes rosqueáveis (Ti cp, Ti6Al4V e revestido por hidroxiapatita).
Implantes de tamanhos idênticos foram inseridos em regiões edêntulas
da maxila e mandíbulas de 6 macacos, utilizando um protocolo cirúrgico
padronizado (37 macacos em cada grupo). Após um período de tempo
de 3 a 4 meses os implantes foram removidos em sentido anti-horário e
os valores de torque obtidos foram avaliados estatisticamente em relação
ao tipo de implante e à região inserida. Os valores obtidos para a
hidroxiapatita foram maiores (média = 186,0 Ncm), enquanto para a liga
62
Ti6Al4V foram 78,6 Ncm em média e para Ti cp foram de 74,0 Ncm em
média. Não houve diferença significante entre o torque de remoção na
mandíbula e na maxila, porém para cada grupo testado os valores
obtidos na mandíbula foram sempre maiores que na maxila. Os autores
concluíram que, dentro dos limites desse estudo, o torque recomendado
para colocação de um intermediário seria de 35 Ncm e forneceria uma
margem de segurança para a maioria dos implantes com forma e
material semelhantes aos utilizados neste estudo.
Neste mesmo ano, BROSH; PERSOVSKI; BINDERMAN16
avaliaram 4 parâmetros clínicos para caracterizarem as propriedades da
interface osso-implante. Os parâmetros analisados foram o pico de força,
o deslocamento vertical, a rigidez da interface e a energia tensional.
Todos os parâmetros foram medidos no momento da inserção dos
implantes e após 3 meses de cicatrização, utilizando testes de
compressão dos implantes de titânio na mandíbula de 3 cães adultos. A
comparação dos resultados demonstrou que o pico de força, a rigidez da
interface e a energia tensional aumentaram durante os 3 meses de
cicatrização, enquanto o deslocamento vertical diminuiu. Os autores,
baseados nas observações deste estudo, sugeriram que a rigidez da
interface, a qual é considerada o principal fator de sucesso de um
implante, aumentaria durante os 3 meses de cicatrização em cães, o que
corresponde a 4 a 6 meses de cicatrização em mandíbulas humanas.
Um interessante estudo foi publicado em 1995 por
63
GOHEEN et al.36, comparando a utilização de dispositivos manuais e
mecânicos para indução de torque nos componentes dos implantes
osseointegrados. Esse estudo avaliou a habilidade de 5 cirurgiões e 11
protesistas em induzirem o torque desejado com dispositivos manuais,
sendo que todos os profissionais tinham vasta experiência no uso dos
componentes do sistema Brånemark. Foi solicitado a cada profissional a
indução de forças de torque de 10, 20 e 32 Ncm. Os valores obtidos
através de aparelhos demonstraram grande variação em relação aos
valores solicitados aos profissionais. O torque gerado por aparelhos
eletrônicos manteve-se dentro dos valores pré-determinados, o que
demonstrou um melhor controle de torque quando da utilização de
aparelhos eletrônicos pré-calibrados. Os autores sugerem o uso de
aparelhos para a obtenção de valores de torque adequados ao
procedimento utilizado.
CLOKIE; WARSHAWSKY25 desenvolveram em 1995 um
modelo de estudo em tíbia de ratos para análise da osseointegração ao
redor de implantes de titânio rosqueáveis. Implantes miniaturizados
foram inseridos na região anterior da tíbia de 24 ratos adultos, sendo que
12 deles foram sacrificados 6 semanas após a inserção e 2 ratos foram
sacrificados semanalmente durante 6 semanas subseqüentes. Quatro
dias antes do sacrifício os animais receberam uma injeção intraperitoneal
de 3H-prolina. As amostras foram fixadas e embebidas em resina, sendo
que os implantes foram removidos e avaliados por microscopia óptica,
64
eletrônica e radioautografia. As observações morfológicas demonstraram
que a inserção do implante resultou em necrose e reabsorção óssea,
seguida de crescimento ósseo a partir do osso antigo, preenchendo as
roscas com canais vasculares e novo osso lamelar. A osseointegração
completou-se em 6 semanas em todos os animais examinados. A
microscopia eletrônica na interface osso/titânio demonstrou uma camada
amorfa, uma camada granular elétron-densa ou uma camada de fibrilas
colágenas não calcificadas. O novo osso radiomarcado foi depositado
somente sobre o osso preexistente e estendeu-se em direção ao espaço
disponível. Devido à inexistência de uma relação entre o implante e o
novo osso, os autores sugeriram que o titânio é biocompatível, porém
não necessariamente osteoindutor.
Em 1996, IVANOFF; SENNERBY; LEKHOLM43 avaliaram
a força de remoção por torque e a resposta do tecido ósseo a implantes
de titânio ancorados em uma ou duas corticais. Um total de 72 implantes
de titânio rosqueáveis, com 10 ou 16 mm de extensão e 3,75 mm de
diâmetro foi inserido nas tíbias esquerda e direita de 18 coelhos adultos
da raça New Zeland. Os implantes foram ancorados em uma ou duas
corticais, e a cicatrização ocorreu por 6 ou 12 semanas. O grau de
osseointegração foi avaliado pelo torque de remoção utilizando-se um
torquímetro. O cálculo histomorfométrico foi realizado em cortes
histológicos com 10 µm de espessura. Todos os implantes encontravam-
se clinicamente estáveis no final do experimento. O torque de remoção
65
foi duas vezes maior para os implantes com inserção bicortical 6
semanas após, e três vezes maior 12 semanas após a inserção. Os
implantes de 16 mm de extensão apresentaram uma maior quantidade
de tecido ósseo em contato com o implante após 6 e 12 semanas,
quando comparados com os implantes de 10 mm. De acordo com os
autores, os resultados recomendam a obtenção de uma ancoragem
bicortical nas situações clínicas.
Em estudo publicado em 1996, HANTHAMRONGWIT et
al.40 cultivaram ceratinócitos humanos na superfície de esponjas de
colágeno e utilizaram a microscopia confocal de varredura a laser
(CLSM) para avaliar a microestrutura das esponjas, a morfologia das
células e a sua distribuição através das esponjas. Os ceratinócitos
penetraram nas esponjas a partir da incubação e atingiram um máximo
de penetração 10 dias após, com uma profundidade de 120 µm. Apesar
da presença dos ceratinócitos aumentar a distorção da estrutura das
esponjas, alguns fatores inerentes ao meio de cultura também
contribuíram para a ocorrência deste fenômeno. Os autores afirmaram
que a microscopia confocal de varredura a laser é um poderoso recurso
na avaliação das interações celulares com os bioimplantes, fornecendo
informações qualitativas e quantitativas. A técnica utilizada fornece
algumas vantagens sobre a microscopia de varredura convencional e
sobre as técnicas histológicas por consumir um menor intervalo de
tempo, não necessitar de extensivo preparo das amostras e permitir o
66
seccionamento ótico seriado não invasivo de amostras intactas.
Em 1996, KONIJN et al.55 demonstraram que uma melhor
visualização confocal do osso recém-formado é possível se este osso é
marcado seqüencialmente in vivo com dois marcadores osteotrópicos
(xylenol laranja e tetraciclina). A reconstrução das secções óticas
confocais foram feitas através do uso do sistema de aplicação visual
CONVEX (AVS). Os dados obtidos por imagem computadorizada
fornecem ao pesquisador uma grande flexibilidade na apresentação dos
resultados, levando à conclusão de que a microscopia confocal por
varredura a laser em conjunto com o AVS é excelente para visualização
do processo de remodelamento ósseo em três ou quatro dimensões, no
qual a quarta dimensão é o tempo. Com esta abordagem a visualização
do remodelamento ósseo tornou-se possível de uma forma que não é
facilmente obtida por outras técnicas.
Em 1997, TAKESHITA et al.79 avaliaram a formação óssea
ao redor de implantes revestidos por hidroxiapatita e titânio através de
microscopia de luz, microscopia de varredura a laser, e processamento
de imagens. Foram utilizados 65 ratos, divididos em 2 grupos: 60
utilizados em observação histológica e 5 utilizados para marcação óssea.
A análise histométrica do percentual de contato ósseo revelou que os
implantes de titânio apresentaram uma curva de crescimento contínuo,
enquanto os implantes revestidos por hidroxiapatita apresentaram um
rápido aumento no período inicial da cicatrização até 14 dias, com 96%
67
de contato ósseo ocorrido 84 dias após a inserção. A observação por
microscopia de varredura confocal a laser revelou a presença de
calceína no 14o dia e somente pequena quantidade de alizarina no tecido
ósseo no 28o dia. Os dados sugeriram uma maior atividade óssea em
torno de 14o dia e que o percentual de contato ósseo foi maior nos
implantes revestidos por hidroxiapatita.
Em estudo apresentado em 1997, IYAMA et al.44
Compararam a quantidade e a distribuição regional da formação óssea
ao redor de implantes de hidroxiapatita em ratos normais (controle) e
ratos com diabete induzida. Calceína, alizarina e tetraciclina foram
injetadas nos animais no 7o, 14o e 21o dias após a inserção dos
implantes, sendo que o sacrifício foi realizado no 28o dia. Os cortes
histológicos foram preparados para leitura por microscopia confocal de
varredura a laser. No grupo controle o tecido ósseo formou-se em um
padrão laminado com três camadas de cores (calceína, alizarina e
tetraciclina), mas no grupo experimental (diabéticos) não foi observada a
presença da tetraciclina. Os autores demonstraram que no grupo
controle foi observada uma intensa formação óssea a partir do endósseo
e do periósteo, enquanto no grupo experimental esta formação óssea foi
quase suprimida, principalmente ao redor do 21o dia pós-inserção.
Em 1998, den BRABER et al.28 apresentaram um estudo
no qual pequenas lâminas de titânio foram tratadas por ataque ácido
para que apresentassem suas superfícies com microgranulações de 1,0
68
µm; 2,0 µm, 5,0 µm e 10,0 µm. Após incubação em meio de cultura
contendo fibroblastos por 3 dias as células foram observadas por
microscopia de varredura, por microscopia de transmissão e por
microscopia confocal a laser. Os autores observaram uma orientação
paralela das fibras sobre as granulações de 1,0 µm e 2,0 µm, enquanto
muitos pontos de adesão puderam ser observados sobre as granulações
de 5,0 µm e 10,0 µm. Somente sobre a granulação de 10,0 µm puderam
ser observados pontos de adesão no fundo dos sulcos. Os autores
relataram que a orientação dos fibroblastos não estaria relacionada com
as propriedades específicas do material, porém quando comparado com
superfícies de silicone o titânio apresentou uma proliferação de
fibroblastos muito maior.
8
3 - PROPOSIÇÃO
70
3 - PROPOSIÇÃO
Este trabalho metodológico se propõe a avaliar o sistema
de implante NAPIO no tocante:
a) à correlação entre os valores obtidos no torque da força
de remoção dos implantes e eventos da cicatrização em relação ao
tempo de cicatrização;
b) à presença de sítios de calcificação e crescimento
ósseo em relação à superfície dos implantes através de microscopia
confocal de varredura a laser;
c) a possível diferença da atividade óssea em relação às
regiões cortical e medular, através de análise em microscópio confocal a
laser.
d) à viabilidade da análise por microscopia confocal á
laser dos eventos da osseointegração.
9
4 - MATERIAL E MÉTODOS
72
4 - MATERIAL E MÉTODOS
Na confecção deste estudo foram utilizados 7 coelhos da
raça New Zeland (5 machos e 2 fêmeas) com peso variável entre 2,9 e
3,8 kg. Cada animal sofreu a inserção de 2 implantes na tíbia esquerda.
Um dos implantes foi utilizado para avaliação histológica e o outro foi
utilizado para avaliação da força de remoção por torque. Todos os
implantes foram produzidos pelo NAPIO (Núcleo de Apoio à Pesquisa em
Implantes Odontológicos - Faculdade de Odontologia de Bauru - USP),
usinados em titânio grau I com composição química controlada. Os
implantes NAPIO utilizados apresentavam um comprimento de 10 mm,
diâmetro de 3,75 mm e foram tratados previamente conforme descrito a
seguir:
1. lavagem com tricloroetileno por 10 minutos em ultra-som;
2. lavagem com álcool absoluto por 10 minutos em ultra-som;
3. remoção das rebarbas da usinagem (com lupa de 40 x
aumento);
5. jateamento com esferas de vidro;
6. lavagem com tricloroetileno por 10 minutos em ultra-som;
7. lavagem com álcool absoluto por 10 minutos em ultra-som;
8. lavagem com álcool absoluto por 10 minutos em ultra-som;
9. jateamento com óxido de alumínio;
10. lavagem com tricloroetileno por 10 minutos em ultra-som;
11. lavagem com álcool absoluto por 10 minutos em ultra-som;
12. inserção em ácido sulfúrico 10% por 10 minutos em ultra-som;
13. três lavagens com água deionizada em bidestilada;
73
14. lavagem com tricloroetileno por 10 minutos em ultra-som;
15. lavagem com álcool absoluto por 10 minutos em ultra-som;
16. lavagem com álcool absoluto por 10 minutos em ultra-som;
17. secagem ao ar;
18. passivação em estufa a 180oC por 30 minutos;
19. colocação dos implantes em ampolas de vidro contendo álcool
etílico a 10%;
20. esterilização em autoclave a 121oC por 20 minutos.
Os animais foram sedados utilizando-se inicialmente um
relaxante muscular (Rompum; Bayer) via intramuscular (0,28 ml/kg de
peso corporal). Após 5 minutos, seguiu-se com a aplicação do anestésico
(Ketalar; Park-Davis) também por via intramuscular (0,39 ml/kg de peso
corporal) (Figura 1).
FIGURA 1 - Aplicação da solução anestésica via I.M. para sedação do animal
74
A seguir realizou-se a tricotomia da região escolhida da
tíbia esquerda do animal. A antissepsia da área foi executada com um
degermante à base de polivinilpirrolidona, seguido de álcool iodado. A
área a ser incisada foi infiltrada com lidocaína a 2% para que se
conseguisse uma hemostasia local mais efetiva durante o procedimento
cirúrgico. Foi realizada uma incisão com lâmina de bisturi no 15 de
aproximadamente 8 cm, em sentido longitudinal à tíbia, ultrapassando a
pele, o tecido muscular e o periósteo para alcançar o tecido ósseo
(Figura 2).
FIGURA 2 - Incisão para exposição da tíbia
75
Neste leito de tecido ósseo foram realizadas duas
perfurações para instalação de dois implantes. Estas perfurações foram
realizadas por uma broca esférica seguida de uma broca cilíndrica de 3
mm de diâmetro em alta velocidade (≅2.000 rpm), sob irrigação
abundante com soro fisiológico, como preconiza a técnica cirúrgica
(Figuras 3, 4 e 5).
FIGURA 3 - Perfuração óssea com broca esférica
76
FIGURA 4 - Perfuração (alargamento) com broca cilíndrica de 3 mm de diâmetro
FIGURA 5 - Visão direta das duas perfurações realizadas
77
Os implantes para avaliação histológica foram inseridos
utilizando-se o motor do sistema NAPIO, e os implantes da cabeça
quadrada para avaliação do torque foram inseridos utilizando-se a chave
do sistema NAPIO. A velocidade de inserção foi de 20 rpm (Figuras 6, 7
e 8).
FIGURA 6 - Desmontagem do porta-implante após a sua inserção utilizando o motor
do sistema NAPIO
78
FIGURA 7 - Inserção do implante de cabeça quadrada para avaliação posterior com o torquímetro
FIGURA 8 - Visão direta dos implantes já inseridos
79
O implante de cabeça quadrada foi utilizado para teste de
remoção por torque, enquanto que o outro foi utilizado para controle
histológico. Após a conclusão da inserção, o retalho foi readaptado ao
leito e suturado com fio de seda preta 4-0 agulhado Ethicon (Johnson &
Johnson) (Figura 9). Tomou-se um cuidado especial para que houvesse
no mínimo 4 mm de tecido ósseo entre os implantes colocados.
FIGURA 9 - Incisão suturada
80
Os animais foram numerados de 1 a 7 no dia zero.
Imediatamente após a inserção, os implantes foram radiografados para
verificação da adaptação ao tecido ósseo (Figura 10) e em seqüência os
animais receberam a primeira dose do primeiro marcador ósseo
(Tetraciclina 25 mg/kg), excetuando-se o animal 7. Uma semana após a
inserção, os animais 1, 2, 3, 4, 5 e 6 receberam a segunda dose do
primeiro marcador (Tetraciclina 25 mg/kg) via intramuscular.
FIGURA 10 - Tomada radiográfica logo após a inserção dos implantes
81
Quinze dias após inserção, os animais 3, 4, 5 e 6 receberam
a primeira dose do segundo marcador ósseo (Alizarina 30 mg/kg) via
intramuscular, enquanto que os animais 1 e 2 foram sacrificados. Os animais
foram sacrificados utilizando-se uma dose excessiva de anestésico (Ketalar;
Parke-Davis) de 2 ml/kg de peso corporal. Em seguida realizou-se uma
incisão, através da pele e da camada muscular, para que os implantes
pudessem ser encontrados. Em alguns casos, realizou-se uma pequena
osteotomia para exposição da cabeça do implante. O implante de cabeça
quadrada foi conectado a um torquímetro digital ATG 1.500 Nm (Mecmesin-
Inglaterra) e o valor obtido foi registrado. Em seqüência a pata do animal foi
amputada sendo fixada em formalina a 4% e a peça foi processada para
análise histológica. Vinte um dias após a inserção dos implantes, os animais
3, 4, 5 e 6 receberam a segunda dose do segundo marcador ósseo (Alizarina
30 mg/kg). Decorridos 45 dias após a inserção os animais 3 e 4 foram
sacrificados seguindo a metodologia previamente descrita enquanto os
animais 5 e 6 receberam a primeira dose do terceiro marcador ósseo
(Calceína 20 mg/kg) via intramuscular. Após 52 dias os animais 5 e 6
receberam a segunda dose do terceiro marcador ósseo (Calceína 20 mg/kg).
Noventa dias após a inserção os animais 5 e 6 foram sacrificados para a
obtenção e registro dos dados. O animal 7 foi sacrificado 180 dias após a
inserção e obteve-se o valor da força de força de remoção por torque. O
implante para avaliação histológica também foi processado, apesar do
modelo experimental objetivar a não utilização dos marcadores ósseos neste
82
último animal. A única ocorrência não programada durante a fase
experimental foi a fratura da tíbia na região do implante que seria utilizado
para avaliação histológica no animal 2.
PROCESSAMENTO LABORATORIAL
Técnica histológica para tecido mineralizado
A técnica histológica utilizada para avaliação da estrutura
osso/implante deve preservar da melhor forma possível a mesma relação
existente entre as estruturas in vivo. Na implantodontia, grande avanços
ocorreram em relação às técnicas de processamento e avaliação histológica.
A técnica de corte por desgaste é um método usado para
obter secções finas (menores que 10 µm) para exame histológico de
espécimes que não podem ser processados por técnicas convencionais como,
por exemplo, a inclusão em parafina. Para a preparação de cortes finos para
diagnóstico histológico por transiluminação, são necessárias máquinas,
acessórios e suplementos cuja descrição e uso serão feitos a seguir:
1 - Máquinas
1.1 - Sistema EXAKT de corte por desgaste
1.2 - Sistema EXAKT de micro-desgaste
83
2 - Acessórios
2.1 - Sistema EXAKT de adesão pelo vácuo para preparação de blocos
paralelos
2.2 - Sistema EXAKT de precisão para adesão de lâminas
2.3 - Unidade de polimerização EXAKT-KULZER
2.4 - Micrômetro com mostrador digital
2.5 - Sistema EXAKT para infiltração
2.6 - Navalha reta para certificação do paralelismo do bloco
3 - Suplementos
3.1 - KULZER-EXAKT
. meio de inclusão(Technovit 72.00 VLC)
. Technovit 4.000
. Technovit de adesão
. Fixação adesiva (Technovit 72.30 VLC)
. Moldes para inclusão (transparentes)
. lâminas plásticas
. lixas de diferentes granulações
3.2 - Outros
. glicolmetacrilato
. meio de montagem (Technovit 72.00 VLC) e lamínulas
. benzina ou acetona
Após a fixação, o bloco removido da pata do animal foi
84
preparado até se obter uma porção tecidual de 2 a 4 mm de espessura,
que pôde ser fixada com boa preservação. A superfície de corte foi
colocada paralela ao eixo longitudinal do implante.
O espécime foi então lavado em água corrente por 2 horas
para eliminação do fixador. Passou-se à fase da desidratação, obtida
através de soluções de álcool etílico gradualmente da concentração de
60o GL até o álcool absoluto, com tempo de 3 dias para cada
concentração sob agitação constante.
A etapa seguinte foi a infiltração plástica, realizada com
uma seqüência de concentrações de glicometacrilato, terminando com 2
infiltrações de glicometacrilato puro. Cada infiltração durou 3 dias, sob
agitação constante.
A seguir, os espécimes infiltrados foram colocados em
moldes apropriados para inclusão e foram realizadas a polimerização
inicial com luz amarela e a polimerização final com luz azul, por
aproximadamente 4 horas pelo sistema de adesão EXAKT pelo vácuo
(prensa), a peça foi levada para um corte preliminar no sistema de corte
EXAKT. Em seguida, após a verificação do paralelismo, a superfície do
espécime foi submetida ao nivelamento e alisamento superficial por ação
do sistema EXAKT de microdesgaste.
Realizou-se então a adesão de uma segunda lâmina
(lâmina final) e o conjunto sofreu um novo desgaste no sistema EXAKT
de microdesgaste até obter uma espessura entre 80 e 100 µm.
85
As lâminas foram então lavadas em água corrente por 10
minutos e secadas com papel absorvente. Recobriu-se as lâminas com
uma lamínula, sendo esta aderida pela resina Technovit 7200 VLC e
polimerizada por luz durante 5 minutos.
Utilizou-se para a leitura das lâminas um microscópio
Leica TCS NT, acoplado a uma fonte de emissão de um feixe de laser de
íons Ar/Kr, com objetivas Leitz PL APO 40 x para imersão em óleo,
associado a dois monitores Mitsubish Diamond PRO 91 TXM.
Para cada lâmina, foram avaliadas três regiões contadas a
partir da primeira rosca imediatamente subjacente à cortical superior,
sendo uma nesta região e duas mais inferiormente, na região subcortical
e medular. Para cada área avaliada, realizou-se secção óptica seriada
através de método de varredura confocal a laser multicolorido. A imagem
foi adquirida em dois canais separados destinados à detecção do 1o sinal
(fluorescência vermelha – alizarina; reflexão – tetraciclina) e do 2o sinal
(fluorescência verde – calceína; tetraciclina) denominados,
respectivamente, de canais 1 e 2. O seccionamento óptico permite a
varredura das amostras no eixo z e posterior reconstrução tri-dimensional
da imagem obtida. O canal I registrou a fluorescência vermelha emitida
das amostras pela Alizarina (dias 15 e 21), enquanto o canal II registrou
a fluorescência verde emitida pela Calceína (dias 45 e 52). As imagens
obtidas pelos canais I e II foram então fundidas para que fosse registrada
a dupla fluorescência vermelha e verde gerada pelo computador. Por ter
86
sido a Calceína o último marcador no tecido ósseo utilizado, a
fluorescência verde apareceu no tecido ósseo mais próximo à superfície
do implante, enquanto a fluorescência vermelha (Alizarina) foi observada
no tecido ósseo mais distante da superfície do implante. Todos os
tecidos não marcados, como por exemplo o osso preexistente ou o osso
formado em períodos nos quais não foram usados marcadores
fluorescentes, foram observados em tonalidades escuras. Utilizando os
recursos oferecidos pela microscopia confocal foi possível realizar a
sobreposição de todos os cortes óticos formando uma imagem
tridimensional da interface osso/implante (planos x, y e z). Uma imagem
ainda mais interessante pode ser obtida quando foram fundidas
(sobrepostas) as imagens processadas para a Alizarina e a Calceína.
Como os marcadores do crescimento ósseo foram administrados em
diferentes intervalos de tempo, está implícito que a mesma unidade
óssea foi observada em uma mesma imagem em diferentes estágios do
seu desenvolvimento. Torna-se então o tempo um fator extra adicionado
à imagem que passa a ser observada em 4 dimensões (4D). Para análise
microscópica os filtros utilizados foram:
. método FITC/TRITC para visualização da alizarina e
. método reflexão/TRITC para visualização da tetraciclina.
87
Os comprimentos de onda de excitação e emissão dos
fluorocronos foram:
EXCIT. EMISS. COR
ALIZARINA 580 nm 600 nm Vermelho
CALCEÍNA 495 nm 520 nm Verde
TETRACICLINA - - natural
Todas as imagens obtidas foram armazenadas no
computador para que os resultados e a análise numérica da formação
óssea ao redor do implante pudessem ser obtidos.
O corte obtido de cada espécime foi muito espesso, para
permitir-se a análise em profundidade de cada região, o que permitiu
somente uma ou duas lâminas de cada implante.
As análises feitas foram por método descritivo, perfil da
fluorescência e histograma de concentração de picos de emissão. O
processamento de análise no microscópio foi extremamente longo, na
magnitude de muitas horas por lâmina, o que poderia danificar as amostras
pela concetração de energia provocada pela incidência de argônio-
kriptônio,mas, apesar de não terem sido usados agentes “anti-fading”
controlou-se os eventuais danos com uso de “pinholes” bastante diminutos.
As caracteríticas de tomada de cada imagem estão
expressas no corpo da figuras.
A análise descritiva.
10
5 - RESULTADOS
89
5 – RESULTADOS
A seguir serão apresentados os resultados obtidos a partir
da coleta dos dados.
Primeiramente podemos observar os valores obtidos para
a força de torque de remoção dos implantes, de acordo com os
diferentes intervalos de tempo, após a inserção dos mesmos.
Animal 1 - 7,49 Ncm (15 dias após a inserção)
Animal 2 – 7,12 Ncm (15 dias após a inserção) èMédia=7,30 Ncm
Animal 3 – 35,4 Ncm (45 dias após a inserção)
Animal 4 – 31,1 Ncm (45 dias após a inserção) èMédia=35,25 Ncm
Animal 5 – 58,1 Ncm (90 dias após a inserção)
Animal 6 – 47,2 Ncm (90 dias após a inserção) èMédia=52,65 Ncm
Animal 7 – 79,7 Ncm (180 dias após a inserção)
Todos os valores previamente citados foram obtidos
através de um torquímetro digital ATG 1.500 (Mecmesin-England) no
momento do sacrifício dos animais, através da remoção dos implantes de
cabeça quadrada, indicados para esta avaliação.
Os implantes para avaliação histológica permaneceram
em posição e foram processados como já descrito no capítulo de Material
e Métodos.
90
Análise em microscópio confocal a laser multicolorido (CLSM)
Para cada lâmina, foram avaliadas as roscas
correspondentes às regiões cortical, sub-cortical e medular com objetivas
de imersão com aumentos de 20 e 40 vezes.
A descrição dos dados obtidos será descrita a seguir, de
acordo com cada lâmina avaliada.
91
Lâmina 1 (observações gerais):
Observou-se a presença de razoável volume ósseo nas regiões
de cortical superior e inferior, diminuindo na região medular.
Nas roscas correspondentes à cortical superior (roscas 1 e 2),
notou-se a presença de TTC, especialmente nas áreas
correspondentes à luz dos canais vasculares intra-ósseos
(Figura 11). Em maior aumento, observa-se apenas áreas
avermelhadas, representando regiões de marcação
inespecífica. As áreas coradas em verde (Figura 12)
representam dados obtidos do canal 1 (reflexão). Nas roscas 3
e 4, as mesmas características são visualizadas, porém com
espaços medulares mais amplos (Figura 13). Em maior
aumento, observa-se 3 áreas concêntricas marcadas com TTC
(Figura 14). Na rosca 5, correspondente à região de medular,
pouco volume ósseo pode ser observado. Na rosca 6,
correspondente à região de cortical inferior, algumas áreas
foram marcadas com TTC (Figura 15). Em maior aumento,
especialmente correspondente à região medular, não se
observa a presença do marcador (Figura 16). As áreas em
vermelho parecem ser representativas de regiões marcadas
inespecificamente.
92
FIGURA 11 – Imagem obtida da região cortical (roscas 1 e 2) da lâmina 1
93
FIGURA 12 – Imagem obtida da região cortical (roscas 1 e 2) da lâmina 1 e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
94
FIGURA 13 – Imagem obtida da região sub-cortical (roscas 3 e 4) da lâmina 1
95
FIGURA 14 – Imagem obtida para a região correspondente às roscas 3 e 4 (região sub-cortical), lâmina 1 e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
96
FIGURA 15 – Imagem obtida da região medular (roscas 5 e 6) da lâmina 1
97
FIGURA 16 – Imagem referente à região medular, lâmina 1 e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
98
Lâmina 3 (observações gerais):
Observou-se a presença de maior volume ósseo
comparativamente àquele existente na lâmina anteriormente
descrita. Na região de cortical superior (roscas 1 e 2), notou-se
pequena faixa corada com TTC (amarelo) e AL (vermelho)
(Figura 17). Em maior aumento, pequenas áreas foram
fracamente marcadas, com pequenas áreas concêntricas
próximas à superfície do metal. Entre esta e o tecido ósseo
parece existir um “gap”, correspondente na Figura 18 à área
escura. Não há distinção entre as camadas de AL e TTC. As
áreas em verde representam pontos de reflexão. Na região
correspondente às roscas 3 e 4, observa-se a presença de
tecido ósseo na rosca 4, com algumas áreas marcadas com
AL. Por outro lado, a rosca 3 parece estar preenchida por
material amorfo, não sendo possível a identificação de
qualquer dos marcadores (Figura 19). Em maior aumento,
pode-se observar a presença de áreas concêntricas marcadas
com TTC em regiões próximas à superfície da rosca, porém
com b rilho em baixa intensidade. As regiões coradas em
vermelho (AL) localizam-se posteriormente às anteriores e
também apresentam baixa intensidade de brilho (Figura 20). Na
região medular (roscas 5 e 6), observa-se mais volume ósseo
na rosca 5 em relação à rosca 6, apresentando algumas
regiões marcadas com AL, não sendo possível a distinção de
TTC (Figura 21). Em maior aumento, nota-se a presença de
pequenas áreas concêntricas regulares coradas com AL
próximas à superfície do implante e uma região mais extensa e
ligeiramente mais afastada da superfície do implante também
corada com AL. Não há distinção de TTC (Figura 22).
99
FIGURA 17 – Imagem obtida da região cortical (roscas 1 e 2) da lâmina 3
100
FIGURA 18 – Imagem obtida para a região cortical, lâmina 3 e respectiva ROI, em aumento de 40 vezes
101
FIGURA 19 – Imagem obtida da região sub-cortical (roscas 3 e 4) da lâmina 3
102
FIGURA 20 – Imagem obtida para a região sub-cortical, lâmina 3 e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
103
FIGURA 21 – Imagem obtida da região medular (roscas 5 e 6) da lâmina 3
104
FIGURA 22 – Imagem obtida da região medular, lâmina 3 e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
105
Lâmina 4 (observações gerais):
O padrão geral apresentado nesta lâmina foi semelhante à
anterior. Na região cortical (roscas 1 e 2), pequenas regiões
apresentaram marcação específica para AL, especialmente
aquelas correspondentes às paredes de canais vasculares
intra-ósseos, podendo-se observar a existência de uma área
mais externa e outra mais internamente localizada, separadas
entre si por distância de 7,9 µm, não sendo possível a distinção
das camadas de TTC (Figura 23). Em maior aumento, observa-
se a presença de áreas concêntricas bem definidas, com brilho
intenso de AL, sem distinção de TTC. Também é possível a
visualização de um “gap” entre o metal e o tecido ósseo (Figura
24). Na rosca 3, observa-se maior volume ósseo do que na
rosca 4, apresentando marcação para AL em maior intensidade
comparativamente à área cortical, não sendo possível a
distinção com TTC (Figura 25). Em maior aumento, observa-se
a existência de duas camadas, sendo uma camada com AL e
outra com TTC (Figura 26). As roscas 5 e 6 não apresentaram
áreas marcadas, estando preenchidas por material amorfo
(Figura 27).
106
FIGURA 23 – Imagem obtida da região cortical (roscas 1 e 2) da lâmina 4
107
FIGURA 24 – Imagem obtida da região cortical, lâmina 4 e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
108
FIGURA 25 – Imagem obtida da região sub-cortical (roscas 3 e 4) da lâmina 4
109
FIGURA 26 – Imagem obtida da região sub-cortical, lâmina 4 e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
FIGURA 27 – Região medular - lâmina 4 - imagem amorfa - não incluída na avaliação
110
Lâmina 5 (observações gerais):
Pode-se observar nas roscas correspondentes à região cortical
a presença de CAL e AL em pequenas quantidades.
Comparativamente às lâminas avaliadas anteriormente, nota-se
maior quantidade de tecido ósseo ao redor de todo o implante.
Nas roscas 1 e 2, distingue-se camadas de AL e TTC (Figura
28). Em maior aumento, observa-se a presença de AL e TTC
próxima à superfície do metal. Em outras regiões, nota-se área
marcada por TTC e CAL. Também visualiza-se a presença de
áreas pequenas e arredondadas, coradas internamente por
CAL e externamente por TTC e/ou AL (Figura 29). Na região
sub-cortical em aumento de 20 vezes, as áreas marcadas com
calceína estão separadas por uma distância de 698,62 µm
(Figura 30), enquanto que, em aumento de 40 vezes, observa-
se extensas áreas coradas externamente por TTC e
internamente por CAL, não sendo possível a identificação de
AL. Uma única região apresenta uma pequena área marcada
com AL, embora de brilho pouco intenso e de pequena
extensão (Figura 31). Em pequeno aumento, na área medular,
mais próximo à cortical inferior, observa-se a presença de AL,
TTC e CAL próximos à superfície do metal e pequenas áreas
concêntricas marcadas com AL e CAL (Figura 32) e, em maior
aumento, estas mesmas características podem ser
visualizadas. Nota-se uma região de formato arredondado bem
definido, marcada externamente por TTC (em amarelo) e
internamente por CAL (em verde), provavelmente
correspondente à luz de um vaso sangüíneo, sem se identificar
a presença de AL (Figura 33).
111
FIGURA 28 – Imagem obtida da região cortical (roscas 1 e 2) da lâmina 5
112
FIGURA 29 – Imagem em aumento de 40 vezes obtido da região cortical da lâmina 5
113
FIGURA 30 – Imagem obtida da região sub-cortical (roscas 3 e 4) da lâmina 5
114
FIGURA 31 – Imagem obtida da região sub-cortical, lâmina 5 e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
115
FIGURA 32 – Imagem obtida da região medular (rosca 5 e 6) da lâmina 5
116
FIGURA 33 – Imagem obtida da região medular, lâmina 5 e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
117
Lâmina 6 (observações gerais):
De modo geral, o padrão observado na lâmina 6 é semelhante
à lâmina 5, observando-se entretanto, a presença de maior
volume ósseo nas áreas correspondentes às corticais superior
e inferior. Nas roscas 1 e 2 não se visualiza a presença dos
marcadores em alta intensidade, podendo se observar extensa
área fracamente corada com CAL e TTC, sem AL, com
exceção de pequena área marcada em contato direto com a
superfície do metal (Figura 34). Em maior aumento, observa-se
nesta região extensas áreas marcadas externamente com TCC
e internamente com CAL, sem observar-se a presença de AL,
com exceção da pequena área anteriormente descrita (Figura
35). Nas roscas 3 e 4, nota-se uma pequena faixa corada com
AL em contato direto com a superfície do metal. As paredes
dos vasos sangüíneos são coradas com TTC e CAL, indicando
diminuição de sua luz em função do crescimento ósseo (Figura
36). Em maior aumento, observa-se nesta região extensa área
marcada externamente por TTC (amarelo) e internamente por
CAL (verde), próximo à superfície do metal. Em outra região,
nota-se a presença de AL, em vermelho (Figura 37).
Novamente em menor aumento, observa-se a presença de
CAL e TTC, mais afastada da superfície do metal, embora esta
última não esteja bem característica (Figura 38). Em maior
aumento, especialmente para a rosca 6, não se observa a
presença de nenhum dos marcadores utilizados (Figura 39).
118
FIGURA 34 – Imagem obtida da região cortical (roscas 1 e 2) da lâmina 6
119
FIGURA 35 – Imagem obtida da região cortical, lâmina 6, e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
120
FIGURA 36 – Imagem obtida da região sub-cortical (roscas 3 e 4) da lâmina 6
121
FIGURA 37 – Imagem obtida da região sub-cortical, lâmina 6, e respectiva ROI em aumento de 40 vezes
122
FIGURA 38 – Imagem obtida da região medular (roscas 5 e 6) da lâmina 6
123
FIGURA 39 – Imagem obtida da região medular, lâmina 6, e respectivo ROI em aumento de 40 vezes
124
ANÁLISE DO PERFIL DA LÂMINA 1
Profile 4
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
8,82
17,6
5
26,4
7
35,3
44,1
2
52,9
5
61,7
7
70,6
79,4
2
88,2
5
97,0
7
105,
9
114,
72
123,
55
132,
37
141,
2
150,
02
158,
85
167,
67
176,
5
185,
32
194,
15
202,
97
211,
8
Position [µm]
Inte
nsi
ty Channel 1Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
217,68 41374 93,18 37,93 38,00 244,00
217,68 45270 101,96 58,92 13,00 255,00
FIGURA 40 – Região cortical
Profile 5
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
10,4
1
20,8
2
31,2
2
41,6
3
52,0
4
62,4
5
72,8
6
83,2
7
93,6
7
104,
08
114,
49
124,
9
135,
31
145,
71
156,
12
166,
53
176,
94
187,
35
197,
75
208,
16
218,
57
228,
98
239,
39
249,
8
Position [µm]
Inte
nsi
ty Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
251,78 36785 72,41 17,44 35,00 153,00
251,78 68410 134,67 80,51 9,00 255,00
FIGURA 41 – Região sub-cortical
125
Profile 1
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
9,2
9
18
,58
27
,87
37
,16
46
,45
55
,74
65
,03
74
,32
83
,61
92
,9
10
2,1
9
11
1,4
9
12
0,7
8
13
0,0
7
13
9,3
6
14
8,6
5
15
7,9
4
16
7,2
3
17
6,5
2
18
5,8
1
19
5,1
20
4,3
9
21
3,6
8
22
2,9
7
Position [µm]In
ten
sit
y
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
225,42 17986 39,02 9,74 21,00 67,00
225,42 43356 94,05 67,27 3,00 255,00
FIGURA 42 – Região medular
ANÁLISE DO PERFIL DA LÂMINA 3
Profile 7
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
10,6
4
21,2
8
31,9
2
42,5
6
53,2
63,8
4
74,4
8
85,1
2
95,7
6
106,
4
117,
04
127,
68
138,
32
148,
96
159,
6
170,
24
180,
88
191,
52
202,
16
212,
8
223,
44
234,
08
244,
72
255,
36
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
259,09 31498 64,68 29,61 33,00 255,00
259,09 25893 53,17 50,02 3,00 255,00
FIGURA 43 – Região cortical
126
Profile 5
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
0
8,0
8
16,1
5
24,2
3
32,3
40,3
8
48,4
5
56,5
3
64,6
1
72,6
8
80,7
6
88,8
3
96,9
1
104,
99
113,
06
121,
14
129,
21
137,
29
145,
36
153,
44
161,
52
169,
59
177,
67
185,
74
193,
82
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
194,77 22485 54,84 33,44 18,00 224,00
194,77 14668 35,78 44,92 1,00 218,00
FIGURA 44 – Região sub-cortical
Profile 6
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
7,58
15
,16
22
,74
30
,31
37
,89
45
,47
53
,05
60
,63
68
,21
75
,79
83
,36
90
,94
98
,52
106,
1
11
3,6
8
12
1,2
6
12
8,8
4
13
6,4
1
14
3,9
9
15
1,5
7
15
9,1
5
16
6,7
3
17
4,3
1
18
1,8
9
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
188,99 7717 19,34 24,32 3,00 160,00
188,99 21157 53,03 53,62 2,00 255,00
FIGURA 45 – Região medular
127
ANÁLISE DO PERFIL DA LÂMINA 4
Profile 10
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
8,6
5
17
,29
25
,94
34
,59
43
,23
51
,88
60
,53
69
,17
77
,82
86
,47
95
,11
10
3,7
6
11
2,4
1
12
1,0
5
12
9,7
13
8,3
5
14
6,9
9
15
5,6
4
16
4,2
9
17
2,9
3
18
1,5
8
19
0,2
3
19
8,8
7
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
205,99 13080 32,30 21,08 11,00 124,00
205,99 28174 69,57 52,85 1,00 255,00
FIGURA 46 – Região cortical
Profile 8
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
8,0
4
16
,08
24
,12
32
,16
40,2
48
,23
56
,27
64
,31
72
,35
80
,39
88
,43
96
,47
10
4,5
1
11
2,5
5
12
0,5
9
12
8,6
3
13
6,6
7
14
4,7
15
2,7
4
16
0,7
8
16
8,8
2
17
6,8
6
18
4,9
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
191,99 19867 48,93 43,00 14,00 255,00
191,99 39663 97,69 66,89 1,00 255,00
FIGURA 47 – Região sub-cortical
128
Profile 9
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
8,3
1
16
,61
24
,92
33
,23
41
,53
49
,84
58
,15
66
,45
74
,76
83
,06
91
,37
99
,68
10
7,9
8
11
6,2
9
12
4,6
13
2,9
14
1,2
1
14
9,5
2
15
7,8
2
16
6,1
3
17
4,4
4
18
2,7
4
19
1,0
5
19
9,3
6
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
206,38 11794 36,51 37,97 7,00 217,00
206,38 26289 81,39 52,17 2,00 255,00
FIGURA 48 – Região medular
ANÁLISE DO PERFIL DA LÂMINA 5
Profile 1
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
160,00
180,00
200,00
0
2,4
2
4,8
4
7,2
6
9,6
8
12,1
14
,52
16
,93
19
,35
21
,77
24
,19
26
,61
29
,03
31
,45
33
,87
36
,29
38
,71
41
,13
43
,55
45
,96
48
,38
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
48,87 6497 64,33 61,87 0,00 198,00
48,87 4001 39,61 37,25 1,00 123,00
FIGURA 49 – Região cortical
129
Profile 1
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
7,8
15,6
23,4
31,2 39
46
,81
54
,61
62
,41
70
,21
78
,01
85
,81
93
,61
10
1,4
1
10
9,2
1
11
7,0
1
12
4,8
1
13
2,6
1
14
0,4
2
14
8,2
2
15
6,0
2
16
3,8
2
17
1,6
2
17
9,4
2
18
7,2
2
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
193,56 32824 82,68 53,77 1,00 255,00
193,56 38830 97,81 59,37 13,00 255,00
FIGURA 50 – Região sub-cortical
Profile 2
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
10
,27
20
,54
30
,81
41
,08
51
,34
61
,61
71
,88
82
,15
92
,42
10
2,6
9
11
2,9
6
12
3,2
3
13
3,5
14
3,7
6
15
4,0
3
16
4,3
17
4,5
7
18
4,8
4
19
5,1
1
20
5,3
8
21
5,6
5
22
5,9
2
23
6,1
8
24
6,4
5
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
247,92 33726 66,52 49,88 10,00 255,00
247,92 48920 96,49 56,69 21,00 255,00
FIGURA 51 – Região medular
130
ANÁLISE DO PERFIL DA LÂMINA 6
Profile 2
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
3,7
7
7,5
5
11
,32
15,1
18
,87
22
,65
26
,42
30,2
33
,97
37
,74
41
,52
45
,29
49
,07
52
,84
56
,62
60
,39
64
,17
67
,94
71
,71
75
,49
79
,26
83
,04
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
85,87 14085 77,39 55,13 3,00 255,00
85,87 12549 68,95 49,10 2,00 255,00
FIGURA 52 – Região cortical
Profile 2
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
0
9,1
1
18
,22
27
,32
36
,43
45
,54
54
,65
63
,76
72
,86
81
,97
91
,08
10
0,1
9
10
9,3
11
8,4
1
12
7,5
1
13
6,6
2
14
5,7
3
15
4,8
4
16
3,9
5
17
3,0
5
18
2,1
6
19
1,2
7
20
0,3
8
20
9,4
9
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
216,89 17416 45,71 48,26 0,00 222,00
216,89 18939 49,71 53,85 0,00 255,00
FIGURA 53 – Região sub-cortical
131
Profile 1
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
0
4,7
4
9,4
8
14
,23
18
,97
23
,71
28
,45
33,2
37
,94
42
,68
47
,42
52
,16
56
,91
61
,65
66
,39
71
,13
75
,88
80
,62
85
,36
90,1
94
,84
99
,59
10
4,3
3
10
9,0
7
Position [µm]
Inte
ns
ity
Channel 1
Channel 2
Length [µm]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
111,18 11295 53,53 58,31 1,00 241,00
111,18 11171 52,94 53,84 2,00 234,00
FIGURA 54 – Região medular
HISTOGRAMA DA LÂMINA 1
Histogram 3
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
11
0
12
1
13
2
14
3
15
4
16
5
17
6
18
7
19
8
20
9
22
0
23
1
24
2
25
3
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
105,62 41752 94,25 37,95 38,00 244,00
105,62 45660 103,07 58,94 13,00 255,00
FIGURA 55 – Região cortical
132
Histogram 4
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
ency
Channel 1Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
120,88 37233 73,44 17,44 35,00 153,00
120,88 68877 135,85 80,48 9,00 255,00
FIGURA 56 – Região sub-cortical
Histogram 1
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
11
0
12
1
13
2
14
3
15
4
16
5
17
6
18
7
19
8
20
9
22
0
23
1
24
2
25
3
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
109,67 18421 40,05 9,73 21,00 67,00
109,67 43766 95,14 67,32 3,00 255,00
FIGURA 57 – Região medular
133
HISTOGRAMA DA LÂMINA 3
Histogram 3
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
743864168937 17162 51,85 9,83 36,00 107,00
743864168937 21354 64,51 63,71 2,00 255,00
FIGURA 58 – Região cortical
Histogram 3
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
91,92 22866 55,91 33,46 18,00 224,00
91,92 14900 36,43 44,42 1,00 218,00
FIGURA 59 – Região sub-cortical
134
Histogram 4
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
89,44 8111 20,38 24,33 3,00 160,00
89,44 21504 54,03 53,68 2,00 255,00
FIGURA 60 – Região medular
HISTOGRAMA DA LÂMINA 4
Histogram 7
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
90,79 13426 33,23 21,06 11,00 124,00
90,79 28513 70,58 52,91 1,00 255,00
FIGURA 61 – Região cortical
135
Histogram 5
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
91,02 20257 50,02 43,02 14,00 255,00
91,02 39985 98,73 66,97 1,00 255,00
FIGURA 62 – Região sub-cortical
Histogram 6
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
72,36 12105 37,59 38,00 7,00 217,00
72,36 26566 82,50 52,21 2,00 255,00
FIGURA 63 – Região medular
136
HISTOGRAMA DA LÂMINA 5
Histogram 1
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
23,84 6596 65,96 61,85 0,00 198,00
23,84 4100 41,00 37,23 1,00 123,00
FIGURA 64 – Região cortical
Histogram 1
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
94,41 32965 83,24 53,13 1,00 255,00
94,41 38980 98,43 58,97 13,00 255,00
FIGURA 65 – Região sub-cortical
137
Histogram 2
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
120,64 34206 67,60 49,89 10,00 255,00
120,64 49368 97,57 56,72 21,00 255,00
FIGURA 66 – Região medular
HISTOGRAMA DA LÂMINA 6
Histogram 2
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
0 10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
220
230
240
250
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
40,68 14223 78,58 55,22 3,00 255,00
40,68 12697 70,15 49,16 2,00 255,00
FIGURA 67 – Região cortical
138
Histogram 2
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
90,60 17782 46,79 48,29 0,00 222,00
90,60 19307 50,81 53,89 0,00 255,00
FIGURA 68 – Região sub-cortical
Histogram 1
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
0 11
22
33
44
55
66
77
88
99
110
121
132
143
154
165
176
187
198
209
220
231
242
253
Intensity
Fre
qu
en
cy
Channel 1
Channel 2
Area [µm²]: Sum: Mean: Std. dev.: Minimum: Maximum:
50,07 11488 54,70 58,39 1,00 241,00
50,07 11363 54,11 53,92 2,00 234,00
FIGURA 69 – Região medular
11
6 - DISCUSSÃO
140
6 – DISCUSSÃO
Os implantes odontológicos apresentaram notáveis
avanços nos últimos 20 anos, porém os pesquisadores ainda tentam
elucidar e, ao mesmo tempo, aprimorar os sistemas de implantes,
buscando uma otimização de suas características.
Os sistemas de implantes mais modernos utilizam-se do
titânio comercialmente puro grau I, para confecção dos dispositivos a
serem instalados no tecido ósseo. O formato da grande maioria dos
implantes atuais é o de parafuso, e a razão para esta escolha baseia-se
no fato de apresentarem maior superfície de contato com o tecido ósseo,
maior estabilidade inicial favorecendo a cicatrização e uma melhor
distribuição de forças na superfície entre o implante a o tecido
ósseo5,6,7,8,9.
Os princípios que regem a inserção dos implantes para
que se possa assegurar uma alta taxa de sucesso, com a permanência
dos mesmos a longo prazo são: a) uso de materiais biocompatíveis em
sua confecção; b) formato de parafuso; c) técnica cirúrgica que permita
ao osso circunjacente realizar a osseointegração e d) permanência por
um período de tempo sem carga funcional sobre o implante. Os
processos químicos e biológicos que ocorrem na interface implante/osso
dependerão destes fatores para que a osseointegração possa ocorrer
141
com sucesso. O uso do titânio puro como material escolhido para a
confecção dos implantes modernos permite a ocorrência de um
fenômeno cicatricial com ausência de cápsula fibrosa ao redor dos
mesmos, conhecido como osseointegração14,15.
Atualmente, os trabalhos publicados na área da
implantodontia demonstram grande interesse dos pesquisadores em
desenvolver o tratamento da superfície dos implantes para que estes
possam obter a melhor resposta possível do osso circunjacente tornando
a formação óssea cada vez mais intensa na sua periferia18,19,35,62,73,83.
Alguma características da superfície do implante tais como
composição, topografia, rugosidade e energia são fundamentais e torna-
se difícil diferenciar os efeitos individuais de cada fator. Inicialmente
todos estes fatores influenciarão a cicatrização, determinando quais
serão as proteínas adsorvidas sobre a superfície do implante, assim
como as células que sofrerão ou não adesão. Desta forma, a energia
superficial pode ter um efeito sobre os estágios finais da formação óssea
e da calcificação influenciando os tipos de células que inicialmente se
aderem sobre o material e diferenciam a interface implante-célula. O
efeito combinado do material e da resposta celular inicial determina a
resposta orgânica ao material implantado a longo prazo10.
Imediatamente após a inserção de um implante, uma
camada de componentes orgânicos e inorgânicos oriundos do plasma
revestem sua estrutura. A primeira proteína e ligar-se instantaneamente
142
ao implante é a fibronectina, cuja seqüência do sítio de união permitirá a
adesão de células mesenquimais posteriormente. Algumas outras
proteínas sofrerão adesão durante os primeiros eventos cicatriciais como
a albumina e a imunoglobulina G. De uma forma geral as proteínas
sofrerão adesão durante os primeiros 5 minutos após a inserção do
implante, enquanto as células levarão algumas horas para iniciarem o
processo de adesão. Após aderirem sobre a superfície do implante, as
células passam por processos de proliferação e diferenciação que são
influenciadas pela rugosidade superficial76,83.
As diversas teorias sobre que tipo de superfície pode
promover a melhor osseointegração pelos tecidos circunjacentes podem
ser avaliadas adequadamente por meio de estudos in vivo. O trauma
cirúrgico necessário para a inserção de um implante deveria cicatrizar de
acordo com os mecanismos normais de inflamação e reparo de uma
ferida. A presença do implante, entretanto, fornece a oportunidade para
que estes mecanismos sejam alterados, permitindo a cicatrização do
tecido ósseo justaposto à estrutura do implante, o que é conhecido como
osseointegração. A rugosidade superficial altera a capacidade de um
implante sofrer osseointegração em maior ou menor intensidade. Os
trabalhos mais recentes apresentados na literatura demonstram que a
maior rugosidade superficial leva à ocorrência de uma maior
osseointegração ao redor dos implantes13,19,73,41,42,75. Tal fato pode ser
observado quando implantes com várias configurações e diferentes
143
rugosidades foram implantadas na tíbia de coelhos. A força de torque de
remoção nos implantes com superfícies mais lisas foram
significativamente menores quando comparadas com a remoção dos
implantes mais rugosos, tanto para as formas cilíndricas quanto para as
formas de parafuso. Estas diferenças puderam ser constatadas até
mesmo 3 semanas após a inserção dos implantes36,45,46,47.
Os valores do torque de remoção obtidos neste estudo
apresentam uma alta correlação com os valores obtidos por diversos
trabalhos na literatura, o que pode ser observado ao analisarmos, por
exemplo, os valores obtidos por JOHANSSON; ALBREKTSSON45 em
1987 para o torque de remoção após 3 semanas (10 Ncm) e neste
estudo após 15 dias (7,30 Ncm). Após 3 meses os valores foram 68,0
Ncm na literatura e neste trabalho 52,65 Ncm, sendo que após 180 dias
os autores encontraram 77,6 Ncm enquanto este estudo constatou 79,7
Ncm. Podemos observar um comportamento similar entre os implantes
do Sistema NAPIO e os implantes do Sistema NobelPharma, no que diz
respeito à força necessária para remoção por torque. Torna-se evidente
que as diferenças apresentadas entre os valores podem estar
relacionadas às diferenças de rugosidade superficial apresentadas pelos
dois sistemas, porém estas diferenças não são significativas para os
valores apresentados.
A comparação entre o osso da tíbia de um coelho e o osso
alveolar humano não pode ser interpretada como um modelo de estudo
144
perfeito, porém quando sistemas de implantes semelhantes produzem
resultados parecidos podemos extrapolar a interpretação para um
resultado positivo. O osso da tíbia de um coelho apresenta estabilização
do implante devido à inserção bicortical nos primeiros momentos da fase
cicatricial, porém a evolução dos resultados de torque ao longo de tempo
indicam que há melhora progressiva das condições ósseas.
O espécime de 180 dias mostra claramente que o
resultado de acréscimo na resistência ao torque progride bem além da
cicatrização inicial. Mesmo em humanos, os resultados clínicos sugerem
este mesmo fenômeno, pois a perda de implantes concentra-se em
períodos curtos de cicatrização.
Ao analisarmos os cortes histológicos por microscopia
confocal de varredura a laser, podemos perceber que desde o momento
da inserção até o sacrifício dos animais, os marcadores da atividade
óssea (tetraciclina, calceína e alizarina) demonstraram ocorrer um
intenso metabolismo do tecido ósseo ao redor do implante de titânio.
Este metabolismo apresentou-se cada vez mais intenso levando a uma
contínua aposição óssea até o 90o dia pós-inserção (lâminas 5 e 6).
Outro importante fator observado foi a presença constante dos
marcadores da atividade óssea nas regiões sub-cortical e medular, o que
poderia sugerir que a estabilidade secundária estaria diretamente ligada
à capacidade do endósteo para formar tecido ósseo e à capacidade da
superfície do implante em estimular esta proliferação celular,
145
favorecendo este tipo de cicatrização. Este hipótese já havia sido citada
na tese de doutorado de ARAGONES10.
Para análise dos resultados objetivos devem ser
observadas as figuras referentes aos resultados de perfil de histograma
de absorção de laser.
Os resultados mais precoces (figuras 40,41 e 42) indicam
valores médios de atividade de incorporação de marcadores
semelhantes para as três áreas observadas ( média de absorção de
93,18 e 101,96 para os dois canais na região cortical) , contra 72,41-
134,67 para a região sub-cortical e 39,02-94,05 para a região medular.
Isto indica que, além da maior penetração do feixe vermelho, devido à
sequência de aplicação de marcadores, há maior concentração de
atividade ósses na região cortical.
Para o espécime número 3 (figuras 43,44 e 45) acentua-
se o maior valor para a região cortical, porém com predominância do
canal verde. Há porém neste espécime, um crescimento de valores
médios para a região sub-cortical, com diminuição dos índices para a
área medular. Assim , a região sub-cortical mostra valores próximos
(55,84-35,78) aos obtidos na região cortical ( 64,68-53,17).
Esta tendência fica clara na análise do espécime número
4. Os valores demonstrados nas figuras 46,47 e 48 mostram que houve
maior atividade óssea na região sub-cortical do que na região cortical,
mostrando ainda valores já expressivos na região medular. Há portanto
146
uma migração da cicatrização , ou ao menos da incorporação de
marcadores de uma área inicialmente cortical para as regiões mais
profundas do tecido ósseo.
Para o espécime 5 (Figuras 49,50 e 51) são mais
consistentes, comprovando a ocorrência de fenômenos cicatriciais do
endósteo para a formação ósse medular. Na região medular há uma
incorporação absolutamente linear de marcadores, como prova a análise
gráfica.
O espécime 6 (Figuras 52,53 e 54) mostra atividade de
remodelamento ósseo , mesmo em períodos mais longos, demonstrando
haver picos bem definidos de maior absorção de marcadores. Estes
picos indicam a diferenciação existente entre osso novo e osso já
formado. Apesar do comprimento das linhas de análise serem bastante
variadas, a atividade óssea medular parece persistir durante longo tempo
de cicatrização.
Os picos observados na sequência de tempos de
administração de marcadores, indicam forte atividade inicial, com grande
velocidade de produção óssea, que se mantém relativamente consistente
com o tempo, indicando atividade óssea progressivamente incrementada
para áreas mais próximas do osso medular.
Os histogramas de intensidade X frequência por área
foram feitos no sentido de eliminar parcialmente s condições
dependentes do operador na escolha de linhas de análise de perfis.
147
Como atinge uma área mais vasta, os valores de absorção são melhores
distribuídos, embora esta análise não permite a visualização de picos de
absorção em relação à áreas previamente definidas, ou seja, não é
possível avaliar as velocidades de formação óssea.
As figuras do espécime 1 ( Figuras 55,56 e 57) indicam
nitidamente picos de absorção menores, contrastando com uma
aparência mais retilínea em outras áreas. Esta “turbulência” da absorção
indica atividade metabólica para a área cortical maior que em ourtas
áreas, onde a distribuição uniforme sugere a presença de ruídos de
absorção em todas as frequências.
Já para o espécime 3 (Figuras 58,59 e 60), começam a
surgir frequências maiores para absorção de ambos os canais, de
maneira mais intensa na região sub-cortical, comprovando os resultados
das análises de linhas de perfil. Estes resultados também comprovam
que a atividade óssea distribui-se mais profundamente com o tempo.
Para o espécime 4 (Figuras 61,62 e 63) há uma situação
de bastante semelhança da distribuição de valores de absorção. As
médias indicam predominância, ainda, para a região sub-cortical (50,02-
98,73), mas os valores de medular são agora ligeiramente maiores aos
obtidos na região cortical, ao contrário do espécime anterior.
Há diminuição expressiva de atividade ósse cortical no
espécime 5 (Figuras 64,65 e 66). A observação simples dos gráficos
indica atividades mais intensas nas áreas mais profundas, embora a
148
incorporação de marcadores seja, de maneira esperada, menor que nos
espécimes de tempos menores de cicatrização. Estas imagens
comprovam a hipótese que a área sub-cortical alimenta a migração
celular para as regiões mais profundas do osso.
Nas Figuras 67,68 e 69 esta observação pode ser
claramente confirmada. Há atividade metabólica expressiva na área sub-
cortical, muito maior que em outras regiões.
Desde conjunto de dados pode-se portanto depreender
uma série de fatos, sugeridos em outras observações, aqui
comprovadas:
- a atividade metabólica inicial se concentra na região
cortical, talvez em razão de seu alto “turn-over” ou em
razão ainda de ser a área , ao menos no coelho, mais
afetada pelo trauma cirúrgico;
- é absolutamente consistente a formação óssea que se
“aprofunda” no tecido ósseo.
- A fonte formadora de tecido ósseo é tipicamente a
região sub-cortical, ou mais precisamente, no
endósteo. Esta região é estimulada, não pelo trauma
cirúrgico, mas devido ao tempo que ocorrem os
processos formativos, pela presença de superfície
metálica osteocondutora.
149
- A superfície metálica não possui efeito osteoindutor,
pois a formação de maior atividade óssea medular se
dá após o estímulo sub-cortical. O reforço de
trabéculas, que implica em maior resistência mecânica
á remoção por torque se dá aparentemente por
aposição de tecido ósseo vindo da região sub-cortical.
O estímulo á formação óssea medular no coelho é
bastante diminuto, talvez pela baixa densidade celular
desta área.
- Há, portanto, estreita correlação entre os valores
obtidos por torque e aqueles visualizados pela
incorporação de marcadores excitáveis por argônio-
kriptônio.
- Os valores de resistência mecânica aumentadas
ocorrem devido ao aumento da espessura de tecido
ósseo mais denso na região sub-cortical, aumentando
assim a faixa de travamento mecânico do implante,
embora ocorra atividade proliferativa na região
medular.
O tratamento ácido realizado na superfície dos implantes
NAPIO pode ser o responsável pela boa resposta do tecido ósseo
medular em contato com o implante. Não podemos afirmar com toda
150
certeza a existência de uma relação direta entre o grau de
osseointegração e a força de remoção por torque, porém, para um
mesmo animal, verificamos que quanto maior a quantidade de tecido
ósseo observada ao redor do implante, maior a força de torque
necessária para a remoção do implante de cabeça quadrada associado.
A osseointegração , portanto, não pode ser definida, como
em muitos trabalhos, como aumento da área de contato total do tecido
ósseo. Isto na verdade não ocorre, à não ser na região sub-cortical.
Talvez o melhor conceito de osseointegração seja derivado da
capacidade de 1) promover estímulo migratório a partir das células do
endósteo) e 2) aumento da resistência mecânica à remoção derivado da
maior espessura de cortical e maior grau de mineralização do osso
medular.
À luz destas novas observações, o conceito clássico de
osseointegração, por análise de percentual de área de contato, deve ser
imediamente revisto.
O mérito do alto grau de sucesso dos implantes modernos
é creditado a uma série de fatores como o formato do implante
(parafuso), o material constituinte, sua energia superficial, sua
rugosidade superficial, e a todo o extenso protocolo cirúrgico e cuidados
pós-operatórios necessários para que o processo de osseointegração
possa ocorrer sem perturbações. O sucesso destes implantes pode ser
demonstrado na literatura pela correlação dos resultados entre a
151
ocorrência de osseointegração e os resultados clínicos positivos.
Sem dúvida, para melhoria dos resultados clínicos,
especialmente em áreas de pouca densidade óssea, a chave para
maiores índices de sucesso talvez seja a busca de tratamentos
superficias de toda espécie que permitam melhora acentuada nas
condições de “espessamento” das corticais. Curiosamente, a tendência
de pesquisas e marcas comerciais é preservar a área próxima ao colo
dos implantes sem tratamento superficial, ou com pouca rugosidade, o
que não parece ser o melhor caminho para melhoria das condições de
sobrevivência dos implantes.
12
7 - CONCLUSÕES
153
7 - CONCLUSÕES
Baseado nos resultados apresentados neste estudo,
podemos concluir que:
• a força de remoção por torque apresentou uma relação
diretamente proporcional ao intervalo de tempo pós-inserção, ou seja,
quanto maior o tempo decorrido após o ato cirúrgico, maior a força de
torque necessária para a remoção do implante. Há igualmente forte
correlação entre as forças de torque obtidas e os fenômenos da
cicatrização óssea.
•houve migração das áreas de atividade óssea, com o
tempo, das regiões mais superficiais para as áreas mais profundas,
demonstrando que a fonte de maior formação óssea é o endósteo sub-
cortical.
• a técnica de microscopia confocal a laser se mostra de
grande auxílio no campo da avaliação dos tecidos periimplantares;
• os trabalhos futuros na área da implantodontia possuirão
papel fundamental na melhora da superfície dos implantes com a
finalidade de potencializar a osseointegração.
13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
155
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14
ABSTRACT
167
ABSTRACT
Trying to understand osseointegration, many researches
look for better means to evaluate this healing process. In order to analysis
this healing process around NAPIO implants is rabbits tibia, a double
follow-up was done (torque removal forces and histology).
Seven animals were used in this study and each one
received 2 implants (one for confocal scanning laser microscopy analysis
and the other to obtain the removal torque). The animals received 3 bone
labelers injections of Tetracicline, Alizarine and Calceine on different
intervals.
Day 0 - 14 implants on 7 animals
Day 7 - Tetracicline on 6 animals (1, 2, 3, 4, 5 and 6)
Day 15 - Sacrifice animals 1 and 2, and Alizarine animais 3, 4, 5 and 6
Day 21 - Alizarine on animals 3, 4, 5 and 6
Day 45 - Sacrifice animals 3 and 4; Calceine animals 5 and 6
Day 52 - Calceine on animais 5 and 6
Day 90 - Sacrifice animals 5 and 6
Day 180 - Sacrifice animals 7 (no bone labeler)
168
At the sacrifice moment the torque removal implants were
registered:
Animal 1 - 7,49 Ncm
Animal 2 – 7,12 Ncm èMean=7,30 Ncm
Animal 3 – 35,4 Ncm
Animal 4 – 31,1 Ncm è Mean =35,25 Ncm
Animal 5 – 58,1 Ncm
Animal 6 – 47,2 Ncm è Mean =52,65 Ncm
Animal 7 – 79,7 Ncm
The remaining implants undergone histologic preparation
by Donath technique and were submetted to confocal scanning laser
microscopy. This analysis demonstrated a great bone activity on
bone/implant interface.
The results showed a continuous bone formation around
implants and na increasing torque removal force at different time
intervals.