Estudos Lingusticos:
textos selecionados/ABRALIN-2013
Marco Antonio Martins
Lucrcio Arajo de S Jnior
Kssia Kamilla de Moura
Aryonne da Silva Morais
(Organizadores)
Estudos Lingusticos:
textos selecionados/ABRALIN-2013
Marco Antonio Martins
Lucrcio Arajo de S Jnior
Kssia Kamilla de Moura
Aryonne da Silva Morais
Organizadores
E82 Estudos lingusticos: textos selecionados / Abralin-2013.
Marco Antonio Martins, Lucrcio Arajo de S Jnior,
Kssia Kamilla de Moura, Aryonne da Silva Morais
(Orgs.). Joo Pessoa: Ideia, 2016.
2989p. 1. Lingustica - Estudos
CDU: 81'1
Apresentao
Nesta coletnea, Estudos Lingusticos textos selecionados/ABRALIN-2013, publica-se uma seleo de duzentos e quatorze captulos organizados em torno de diferentes subreas temticas que tm orientado trabalhos na lingustica brasileira: fontica e fonologia, sintaxe, morfologia, semntica, pragmtica, lingustica da enunciao, lingustica do texto, anlise do discurso, lingustica histrica, historiografia lingustica, sociolingustica e dialetologia, lingustica centrada no uso, semitica, lingustica aplicada, psicolingustica, aquisio e ensino de lngua materna e de lnguas adicionais, neurolingustica, cognio, letramentos, gneros textuais/discursivos, lexicologia, lexicografia e terminologia, estudos da traduo, lnguas de sinais e polticas lingusticas.
Esta publicao mais um produto do VIII Congresso Internacional da Associao Brasileira de Lingustica (ABRALIN), realizado em Natal/Rio Grande do Norte, sob a organizao da diretoria do binio 2011-2013, sediada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. A ABRALIN uma associao civil de carter cultural que congrega professores universitrios, pesquisadores e estudiosos de Lingustica em mbito nacional, sendo a maior e mais importante das entidades da rea no Brasil.
O trabalho de seleo e organizao dos captulos aqui reunidos tem por objetivo principal disponibilizar comunicade cientfica um panorama das produes na rea, considerando temticas e teorias diversas em foco na lingustica brasileira. Agradecemos de modo especial ao comit cientfico que muito contribuiram para a avaliao e seleo dos captulos reunidos nesta coletnea.
Os organizadores
SUMRIO
Fontica e Fonologia ....................................................................................................................................... 12
A ENTONAO PR-LINGUSTICA DO ESPANHOL E DO ESPANHOL FALADO POR BRASILEIROS: ANLISE
CONTRASTIVA ................................................................................................................................................. 12
ALAMENTO DAS VOGAIS POSTNICAS MEDIAIS NO PORTUGUS SAPEENSE ................................................ 27
AS VOGAIS MDIAS PRETNICAS E POSTNICAS NO FINAIS NA ORALIDADE DE MONTES CLAROS/MG:
UM CASO DE DIFUSO LEXICAL ...................................................................................................................... 48
CARACTERIZAO ACSTICA DO PADRO MELDICO DAS INTERROGATIVAS TOTAL E PARCIAL EM
FALANTE CONQUISTENSE: ESTUDO DE CASO .................................................................................................. 60
COARTICULAO NO ATAQUE COMPLEXO : PISTAS ACSTICAS ..................................................................... 72
DISPERSO VOCLICA EM SUJEITOS COM DOWN: AVALIAO DAS ZONAS ESPECTRAIS ................................ 83
ESTUDO DA VARIAO PROSDICA DO DIALETO CAPIXABA NO MBITO DO PROJETO AMPER ..................... 98
O APAGAMENTO DAS VOGAIS TONAS EM PORTUGUS: UMA ANLISE COMPARATIVA ENTRE AS
VARIEDADES BRASILEIRA E EUROPEIA .......................................................................................................... 115
THE INTONATION OF ABSOLUTE QUESTIONS IN BRAZILIAN PORTUGUESE ................................................... 131
Sintaxe .......................................................................................................................................................... 146
A CONCORDNCIA EM NMERO COM O POSSUIDOR: UM ESTUDO DA SINTAXE DO DP .............................. 146
ADVRBIOS LOCATIVOS NA POSIO DE SUJEITO NO PB .............................................................................. 164
CASO E ESPECIFICIDADE NOS REDOBROS PRONOMINAIS DO DIALETO MINEIRO .......................................... 174
EXPANSO DA SUBESPECIFICAO DA CAUSA NO PORTUGUS BRASILEIRO ................................................ 190
FORA ILOCUCIONRIA, CP CINDIDO E EFEITO V2 ........................................................................................ 206
POR UMA ABORDAGEM FUNCIONAL DO ALAMENTO DE CONSTITUINTES ARGUMENTAIS ......................... 224
UMA ABORDAGEM UNIFICADA PARA A POSIO DE CLTICOS EM PORTUGUS BRASILEIRO E EM
FRANCS ....................................................................................................................................................... 243
Morfologia .................................................................................................................................................... 260
EU IA PUM LADO... ELA IA TAMBM: DESCRIO PROSDICA DO CLTICO PREPOSICIONAL PARA NA
VARIEDADE DO NOROESTE PAULISTA ........................................................................................................... 260
A MORFOSSINTAXE DA COMPOSIO NEOCLSSICA .................................................................................... 274
CATEGORIZAES E CONFIGURAES LINGUSTICAS: OS NOMES E OS VERBOS ........................................... 290
INCORPORAO DE NUMERAL NA LIBRAS .................................................................................................... 305
O COMPORTAMENTO MORFOLGICO E SEMNTICO DE VERBOS TERMINADOS EM -ICAR E ISCAR NO
PORTUGUS BRASILEIRO: DIMINUTIVIZAAO E PLURALIDADE ..................................................................... 323
VARIAO PARAMTRICA EM PREDICADOS COMPLEXOS E NOMES COMPOSTOS: UM ESTUDO
TRANSLINGUSTICO ...................................................................................................................................... 340
Semntica ..................................................................................................................................................... 358
A EXPRESSO DO DESLOCAMENTO NAS LNGUAS NATURAIS: ANLISE DA ESTRUTURA [Vmaneira + Preploc] .. 358
A PRESSUPOSIO NO GNERO TIRA: UMA INTERPRETAO SEMNTICO-PRAGMTICA............................ 376
CATLOGO DE VERBOS DO PORTUGUS BRASILEIRO ................................................................................... 389
FOCO SOBREINFORMATIVO E ALARGAMENTO DE DOMNIO ........................................................................ 406
PLURACIONALIDADE DE EVENTOS EXPRESSA POR REDUPLICAO NO PORTUGUS BRASILEIRO ................. 419
SER E ESTAR E A DISTINO PREDICADO-DE-INDIVDUO X PREDICADO-DE-ESTGIO ................................... 437
UM OLHAR SOBRE O MUITO(A) NO PORTUGUS BRASILEIRO: O CASO (OU NO) DA AMBIGUIDADE .......... 453
VERBOS DE MOVIMENTO NAS LNGUAS ROMNICAS: ANLISE COMPARATIVA (PORTUGUS,
ESPANHOL, FRANCS, ITALIANO E ROMENO)................................................................................................ 471
Pragmtica .................................................................................................................................................... 484
(IM)POLIDEZ E ATENUO NO DISCURSO JURDICO: UMA ANLISE DE PETIES INICIAIS .......................... 484
A MODALIDADE DENTICA EM WEBCOMENTRIOS: UM ESTUDO FUNCIONALISTA DA LNGUA
ESPANHOLA .................................................................................................................................................. 500
MODALIDADE DENTICA EM LNGUA ESPANHOLA: UMA ANLISE EM GNEROS TEXTUAIS (EDITORIAL E
ARTIGO DE OPINIO) .................................................................................................................................... 511
PERTINNCIA E ENUNCIAO: A INSTITUIO DO SENTIDO TEXTUAL-DISCURSIVO ...................................... 525
RELEVNCIA E MANIPULAO MIDITICA: ANLISE DE ENTREVISTAS COM OS CANDIDATOS
PRESIDNCIA DOS ESTADOS UNIDOS ............................................................................................................ 540
Lingustica da enunciao ............................................................................................................................. 556
DIRIO REFLEXIVO NO AMBIENTE VIRTUAL (AVA) DO CURSO DE LETRAS: DIZER A SI ATRAVS DO
OUTRO .......................................................................................................................................................... 556
Lingustica do Texto ...................................................................................................................................... 569
A CORREO DE TEXTO NO ENSINO SUPERIOR: UM DILOGO (POSSVEL) ENTRE PROFESSORES E
ALUNOS DO CURSO DE LETRAS ..................................................................................................................... 569
A ESCRITA ALM DA LNGUA PORTUGUESA: UMA COMPARAO DE PROPOSTAS DE PRODUO
TEXTUAL ENTRE LIVROS DIDTICOS DE HISTRIA E DE GEOGRAFIA ............................................................. 583
A ESTRUTURA MASSN NA PRODUO DO TEXTO DE OPINIO: CONSIDERAES SEMNTICO-
DISCURSIVAS ................................................................................................................................................ 593
A RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA EM ITINRAIRE DUN VOYAGE EN ALLEMAGNE E TROIS ANS EN
ITALIE, SUIVIS DUN VOYAGE EN GRCE ........................................................................................................ 606
A RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA EM TEXTOS ACADMICOS: EM FOCO AS INDICAES DE QUADROS
MEDIADORES ................................................................................................................................................ 619
ABORDAGEM DO TEXTO NAS PROVAS DO SAEPE: UM SISTEMA DE DECODIFICAO. .................................. 631
ARGUMENTAO EM QUESTO: ANLISE DO DISCURSO ARGUMENTATIVO EM TEXTOS DE OPINIO
PRODUZIDOS POR ALUNOS RECM-INGRESSOS NO ENSINO SUPERIOR ........................................................ 641
AS REPRESENTAES DISCURSIVAS DA VIOLNCIA CONTRA A MULHER ....................................................... 656
BLOG JORNALSTICO: GNERO DISCURSIVO .................................................................................................. 672
ESTRATGIAS DISCURSIVAS DE ENVOLVIMENTO ENUNCIATIVO NA ESCRITA ACADMICA: ANLISE DE
TRABALHOS DA PRTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR ...................................................................... 685
ETHOS E ESTILO NOS TEXTOS DE ARNALDO JABOR ....................................................................................... 700
FOLDER INSTRUCIONAL: UM MTODO GRFICO-TEXTUAL POTENCIALIZADOR NA APREENSO DE
INFORMAES.............................................................................................................................................. 718
LEITURA E INTERTEXTUALIDADE NO LIVRO DIDTICO DE PORTUGUS ......................................................... 730
LINGUSTICA E CRTICA GENTICA: UMA APROXIMAO POSSVEL .............................................................. 740
LITERATURA E BULLYING: UMA IMAGEM REFLETIDA A PARTIR DO OLHAR DO OUTRO................................. 757
MECANISMOS DE REFERENCIAO NO GNERO CARTA ABERTA: UMA ANLISE DOS TEXTOS
PRODUZIDOS PELOS ALUNOS DO CURSO FIC LINGUAGEM E ARGUMENTAO IFRN NOVA CRUZ ............. 772
O PROCESSO DE REFERENCIAO ANAFRICA EM TEXTOS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL ........... 786
O TESAURO JURDICO: UM ESTUDO DO GNERO NO DIREITO AMBIENTAL .................................................. 799
ORIENTAO ARGUMENTATIVA: RECATEGORIZAO DE REFERENTES EM DISCURSOS POLTICOS .............. 815
PETIO INICIAL: UM ESTUDO DA RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA ATRAVS DAS CONSTRUES
MEDIATIZADAS ............................................................................................................................................. 828
REFERENCIAO E INTERTEXTUALIDADE: UMA ANLISE INTERACIONAL-DIALGICA DE TEXTOS DE
ALUNOSDO 5 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................................................... 845
REFERENCIAO E MULTIMODALIDADE EM ANLISE DE TIRINHAS: A NECESSIDADE DE NOVAS
ABORDAGENS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES DE LEITURA E DE PRODUO TEXTUAL ...... 859
REFERENCIAO EM GNEROS JORNALSTICOS: REVISITANDO AS ANFORAS INDIRETAS ........................... 871
Anlise do Discurso ....................................................................................................................................... 887
GRACINHA: UM ESTUDO DAS CONSTRUES IDENTITRIAS DE UMA CELEBRIDADE................................. 887
A ANLISE DISCURSIVA CRTICA DE METFORAS SOBRE A CORRUPO POLTICA ....................................... 903
A CONSTRUO DO SUJEITO PRESIDENCIAL, DO BRASIL E DO BRASILEIRO NO DISCURSO DE POSSE ............ 924
A CONSTRUO DOS ETH DE CHICO XAVIER NA BIOGRAFIA AS VIDAS DE CHICO XAVIER ........................... 938
A MEMRIA DISCURSIVA E CONSTITUIO DA RESISTNCIA XAVANTE NA/PELA ESCOLA/ESCRITA
OCIDENTAL ................................................................................................................................................... 950
A POLMICA DISCURSIVA NA CONSTITUIO DO SENTIDO DE SUSTENTABILIDADE EM UMA PEA
PUBLICITRIA ............................................................................................................................................... 966
A RESSOCIALIZAO DE DETENTOS E A COPA DO MUNDO FIFA 2014: OS DISCURSOS INSTITUCIONAIS E
AS RESISTNCIAS .......................................................................................................................................... 980
ANLISE DE ATIVIDADES DIDTICAS DE LINGUA PORTUGUESA NO ENSINO MDIO: O CASO DA
FORMAO CRTICA DOS ESTUDANTES NAS PRTICAS SOCIAIS QUE ENVOLVEM A LEITURA E A ESCRITA ... 995
ANLISE DE DISCURSO DOS ALUNOS DE PORTUGUS LNGUA ESTRANGEIRA SOBRE O BRASIL .................. 1010
ANLISE DO DISCURSO DE DEMSTENES TORRES NO CONSELHO DE TICA DO SENADO ........................... 1041
AS CENAS DE ENUNCIAO DOS DISCURSOS SOBRE A SECA NO SEMIRIDO BAIANO (HOJE) ..................... 1057
CASO YOKI: A CONSTRUO DISCURSIVA DO ETHOS PELA VEJA E ISTO .................................................... 1069
CIBERATIVISMO EM DESTAQUE: UM ESTUDO DO DISCURSO FEMINISTA NAS REDES SOCIAIS .................... 1086
CONTRIBUIES DA PSICANLISE PARA A FORMAO DOCENTE: O QUE PODEMOS APRENDER COM OS
ANALISTAS? ................................................................................................................................................ 1097
DA MDIA AO SENSO COMUM: O DISCURSO DA INTOLERNCIA CONTRA O LINGUISTA ............................. 1114
DISCURSO DE (REMEMORAO) E DISCURSO SOBRE (COMEMORAO): FUNCIONAMENTOS DA
MEMRIA ................................................................................................................................................... 1131
DO SABER/PODER E DA GOVERNAMENTALIDADE: A FORMAO DE NOVOS SUJEITOS DE ENSINO NO
CURSO DE LETRAS ....................................................................................................................................... 1142
EFEITOS DE SENTIDO DAS NOMEAES NAS ENCCLICAS SOBRE TRABALHO: RELAES ENTRE LNGUA E
IDEOLOGIA .................................................................................................................................................. 1163
ETHOS E MORAL DO REBANHO NO DISCURSO RELIGIOSO: UMA ANLISE DE UM TESTEMUNHO NO
BLOG DE EDIR MACEDO .............................................................................................................................. 1177
GOVERNAMENTALIDADE E CONTROLE: A PRODUO DE SENTIDOS NOS DISCURSOS SOBRE O
GRAFISMO E A PICHAO NA CIDADE JOO PESSOA .................................................................................. 1193
GOVERNAMENTALIDADE E CONTROLE: A DISCIPLINARIZAO DOS CORPOS NAS PLACAS URBANAS ........ 1204
HERMENUTICA E LUGARES DE MEMRIA DISCURSIVA: A APLICAO DA LEI DA FICHA LIMPA S
ELEIES 2010 ............................................................................................................................................ 1216
IMAGENS DE SI NA IMPRENSA - UM OLHAR SOBRE A FMEA DO SCULO XXI ............................................ 1228
LATAE SENTENTIAE: IGREJA Vs. CINCIA UMA CONCEPO TRIDIMENSIONAL DE DISCURSOS O CASO
DA MENINA DE ALAGOINHA, PERNAMBUCO .............................................................................................. 1241
MDIA E PRODUO TEXTUAL ESCOLAR: O DISCURSO SOBRE AS PRTICAS DE ESCRITA ESCOLARES NA
REVISTA LNGUA PORTUGUESA. ................................................................................................................. 1258
MODALIZAO AUTONMICA NA ESCRITA DE DISSERTAES .................................................................... 1274
MST E REFORMA AGRRIA NO DISCURSO DA MDIA: INVESTIGANDO CONCEITOS E ESTERETIPOS .......... 1291
O CABELO EM LUGAR DO VU: ANLISE DISCURSIVA DE UMA POLMICA NOS DISCURSOS
PROTESTANTES ........................................................................................................................................... 1302
O CARNAVAL ENTRE A IDENTIDADE E A INTERDIO: ANLISE DO CORPO FEMININO NO DISCURSO
TURSTICO DO BRASIL ................................................................................................................................. 1313
O DISCURSO DA VIRADA PRAGMTICA NOS TEXTOS DE APRESENTAO DAS GRAMTICAS
PEDAGGICAS DO PORTUGUS .................................................................................................................. 1330
O ETHOS DA MULHER NA LITERATURA ESPRITA ........................................................................................ 1349
ORAO E JEJUM PELOS MUULMANOS: UMA ANLISE DISCURSIVA DE UM GUIA EVANGELSTICO DA
JUNTA DE MISSES MUNDIAIS ................................................................................................................... 1359
OS PROFISSIONAIS EGRESSOS DE LETRAS E SEUS DISCURSOS: A CONSTITUIO DO ETHOS ....................... 1369
PATHEMIZAES EM CAPAS DE FILME E DE LIVRO UM ESTUDO DE MADAME BOVARY ........................... 1384
PROCESSOS DE SUBJETIVAO NA REVISTA MENS HEALTH: CONFISSO E CONTROLE DO INDIVDUO DO
GNERO MASCULINO ATRAVS DA SEXUALIDADE ...................................................................................... 1399
RELAES ENTRE A ANLISE DO DISCURSO E O ENSINO DE LNGUA PORTUGUESA .................................... 1410
REPRESENTAES SOBRE O ENSINO-APRENDIZAGEM DE LNGUA INGLESA EM ESCOLAS PBLICAS NA
CIDADE DE PORTO NACIONAL, TOCANTINS ................................................................................................ 1422
SER PROFESSOR: REPRESENTAES IDENTITRIAS EM JORNAIS MINEIROS ............................................... 1436
UM OLHAR DISCURSIVO SOBRE O ALUNO DE ESCOLA PBLICA NA SOCIEDADE TECNOLGICA .................. 1451
UMA ANLISE DISCURSIVA DA CRNICA O NOVO MANIFESTO DE LIMA BARRETO X O CASTELO DE
EDMAR E O FEUDALISMO DE ARNALDO JABOR ...................................................................................... 1467
Lingustica Histrica .................................................................................................................................... 1480
A EXPRESSO DE SEGUNDA PESSOA EM CARTAS NORTE-RIOGRANDENSES: UM OLHAR PARA A
PRODUTIVIDADE DO VOC ......................................................................................................................... 1480
DESCRIO DO ESTATUTO PROSDICO DAS FORMAS ADVERBIAIS EM - MENTE NO PORTUGUS
ARCAICO ..................................................................................................................................................... 1498
O QUE DADOS RURAIS PODEM INDICAR SOBRE A COLOCAO DOS ADJETIVOS NO PORTUGUS
BRASILEIRO ................................................................................................................................................. 1515
OMOLOCUM: UM PRATO DE IGUARIAS, TRADIES E MAGIA .................................................................... 1531
Historiografia lingustica ............................................................................................................................. 1548
LNGUA ESTOQUE E ESTILO: O PROJETO DA GRAMTICA CONSTRUTURAL ........................................... 1548
A LNGUA PORTUGUESA NO SCULO XIII E A CULTURA MEDIEVAL ............................................................. 1564
Sociolingustica ........................................................................................................................................... 1580
A ALTERNNCIA ENTRE O FUTURO DO PRETRITO E O PRETRITO IMPERFEITO NO PORTUGUS CULTO
FALADO EM FEIRA DE SANTANA-BA ........................................................................................................... 1580
A CN E A CV COMO MARCA DA CONSTRUO DA IDENTIDADE LINGUSTICA E SOCIAL: UM ESTUDO
ETNOGRFICO EM COMUNIDADES DE PRTICA ......................................................................................... 1592
A ESCRITA DIGITAL DE CARIOCAS E A VARIAO PRONOMINAL TU vs VOC .............................................. 1609
A INFLUNCIA DOS SONS DA FALA NA ESCRITA DE ALUNOS DAS SRIES INICIAIS ....................................... 1622
A MARCAO DE PLURALIDADE NO SN NA FALA E NA ESCRITA DE ADOLESCENTES DA REGIO DE SO
JOS DO RIO PRETO .................................................................................................................................... 1637
A PALATALIZAO DAS OCLUSIVAS DENTAIS EM CONTEXTOS DE ASSIMILAO PROGRESSIVA: UMA
ANLISE SOCIOLINGUSTICA DO DIALETO PESSOENSE ................................................................................ 1655
CONSTITUIO DO DISCURSO FORMAL EM SESSES PARLAMENTARES NO SENADO FEDERAL .................. 1668
CRENAS E ATITUDES LINGUSTICAS EM TRS LOCALIDADES PARANAENSES FRONTEIRIAS
ARGENTINA ................................................................................................................................................ 1684
DISCURSO ACADMICO: VARIAO ESTILSTICA E NEGOCIAO DE IDENTIDADES..................................... 1698
ENTRE RIO E MINAS: A REALIZAO DO /S/ EM CODA ............................................................................... 1711
GRAMTICA E CULTURA CONTRASTIVA: A ALTERNNCIA DAS FORMAS VERBAIS NA INTERAO TEMPO,
MODO, ASPECTO EM ESTUDOS DE TRADUO ALEMO-PORTUGUS ....................................................... 1726
LNGUAS EM CONTATO: O PORTUGUS E O ITALIANO EM ITARANA, ESPRITO SANTO .............................. 1739
MAPEANDO TEXTOS DE DIFERENTES GNEROS EM ENTREVISTAS SOCIOLINGUSTICAS: O CASO DO
BANCO DE DADOS VARSUL ......................................................................................................................... 1754
O COMPORTAMENTO DA VOGAL /E/ EM CLTICOS PRONOMINAIS E NO PRONOMINAIS ......................... 1770
O USO DO PRESENTE DO SUBJUNTIVO EM SALVADOR ............................................................................... 1784
O USO VARIVEL DA PARTCULA REFLEXIVA: UMA ANLISE VARIACIONISTA ............................................. 1800
Dialetologia ................................................................................................................................................ 1819
ESTUDOS DIALETAIS EM PERNAMBUCO: CONVERGNCIAS POSSVEIS........................................................ 1819
O LINGUAJAR DO SERTO PARAIBANO: FORMAO DE UM CORPUS ORAL ............................................... 1831
Lingustica Centrada no Uso ........................................................................................................................ 1846
A ORDENAO DE CONSTITUINTES HIERRQUICOS DO NVEL INTERPESSOAL ........................................... 1846
ANLISE DA CONFIGURAO ARGUMENTAL DOS VERBOS DE ENUNCIAO NA CONVERSAO ............... 1861
AVALIAO E ARGUMENTAO: ANLISE DA PRODUO TEXTUAL DE ALUNOS DO ENSINO MDIO ........ 1874
E POR A VAI: UMA ABORDAGEM COGNITIVO-FUNCIONAL ........................................................................ 1892
ESTRATGIAS DE RELATIVAO E CONTINUIDADE CATEGORIAL ................................................................. 1904
ESTRATGIAS DE RELATIVIZAO NO PORTUGUS DA BAHIA NOS SCULOS XIX E XX ................................ 1919
O USO DO OU SEJA NO GNERO CARTA AO LEITOR: UMA ANLISE FUNCIONALISTA .................................. 1932
PREDICADOS MANIPULATIVOS NO PORTUGUS DO BRASIL ....................................................................... 1948
VERBOS DE PERCEPO: ASPECTOS MORFOSSINTTICOS E SEMNTICO-PRAGMTICOS ........................... 1959
Semitica .................................................................................................................................................... 1971
A CONSTRUO DO IMAGINRIO FEMININO NA VOZ DA MULHER REPENTISTA: PROCEDIMENTOS
SEMITICOS DE NARRATIVIZAO ............................................................................................................. 1971
A PAIXO DA CLERA E FORMA DE VIDA NO CONTO "O ZELADOR" DE MENALTON BRAFF ........................ 1983
A TEORIA SEMITICA DE L. HJELMSLEV COMO EPISTEMOLOGIA DISCURSIVA PERANTE A FILOSOFIA
TRANSCENDENTAL E AS CINCIAS REALISTAS ............................................................................................. 1999
ANLISE SEMITICA DO BRASO DA CIDADE DE BELM............................................................................. 2012
AS METAFUNES EM TEXTO PUBLICITRIO FRANCS: USO E ANLISE DA GRAMTICA DO DESIGN
VISUAL ........................................................................................................................................................ 2021
DO POEMA VIDEODANA: UMA ANLISE DA OBRA "SOBRE MUROS E JARDINS" .................................... 2032
O MINISTRIO DA SADE ADVERTE: UM ESTUDO DA MESCLAGEM MULTIMODAL NAS ADVERTNCIAS
DE EMBALAGENS DE CIGARRO .................................................................................................................... 2045
O PERCURSO NARRATIVO DO HERI EM LULA, O FILHO DO BRASIL............................................................ 2064
O ROMANCE POLIFNICO E SEUS DESDOBRAMENTOS: UMA ANLISE SEMITICA DAS OBRAS
DOSTOIEVSKIANAS CRIME E CASTIGO E OS IRMOS KARAMZOV ............................................................. 2081
TRADUES INTERSEMITICAS: O TRAO, A LINHA E A VIGA ..................................................................... 2098
Lingustica Aplicada .................................................................................................................................... 2115
A AVALIAO ESCOLAR DE LNGUA PORTUGUESA DE 9 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: QUAL O
ESPAO DA ANLISE LINGUSTICA? ............................................................................................................ 2115
A DIMENSO POLTICA DA LNGUA: UMA ILUSTRAO DAS POLTICAS LINGUSTICAS NO BRASIL ............. 2130
A ELABORAO DIDTICA DA NOMINALIZAO EM GRAMTICAS PEDAGGICAS .................................... 2144
A INTERAO EM UM PROJETO DE MULTILETRAMENTOS NA UNIVERSIDADE: HIBRIDISMO DE
COMPETNCIAS .......................................................................................................................................... 2161
A LEITURA DOS GNEROS CITAO E PETIO INICIAL: DESAFIOS DE COMPREENSO ............................... 2174
ANLISE LINGUSTICA EM AULAS DE LNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MDIO: VIVNCIAS E DESAFIOS .. 2186
CONHECIMENTO METACOGNITVO E DIFICULDADES DE PROFESSORES NA COMPREENSO ORAL EM
LNGUA INGLESA ......................................................................................................................................... 2200
ENSINO DE FONTICA E FONOLOGIA NA GRADUAO: REVISO E PROPOSIES...................................... 2218
LINGUSTICA APLICADA: INDISCIPLINAR/TRANSDISCIPLINAR? .................................................................... 2230
O QUE OS ALUNOS RECM-INGRESSOS NO CURSO DE LETRAS SENTEM AO RECEBEREM SEUS PRIMEIROS
TEXTOS ACADMICOS ................................................................................................................................. 2241
O USO DA ESCRITA EM GRUPOS DE MULHERES NO FACEBOOK .................................................................. 2256
PRTICAS DE LEITURA DE PROFESSORES EM FORMAO CONTINUADA .................................................... 2266
RELAES LEXICAIS NO ENSINO DA LNGUA MATERNA: UM BREVE OLHAR PARA AS PRTICAS
PROPOSTAS EM MATERIAIS DIDTICOS ...................................................................................................... 2276
Psicolingustica ........................................................................................................................................... 2293
COMO OS FALANTES INTERPRETAM O QUANTIFICADOR TODO NO PB? NOVAS EVIDNCIAS
EXPERIMENTAIS A PARTIR DE UMA TAREFA DE PRODUO DE FIGURAS ................................................... 2293
O EFEITO STROOP NO PROCESSAMENTO DE PALAVRAS FORMADAS COM BASES PRESAS .......................... 2304
Aquisio e ensino de lngua materna ........................................................................................................ 2316
A ESCRITA EM CONTEXTO DE EDUCAO FORMAL: CONTATO DE LNGUAS (L1 e L2) E AQUISIO DE L2 .. 2316
AQUISIO BILNGUE: ESTUDO DE CASO SOBRE AQUISIO DE OBJETO DIRETO NULO ANAFRICO EM
PORTUGUS BRASILEIRO E INGLS .............................................................................................................. 2333
HIPO E HIPERSEGMENTAO EM TEXTOS DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II: INFLUNCIA
EXCLUSIVA DE ASPECTOS PROSDICOS? .................................................................................................... 2350
RITMO E HIPERSEGMENTAO: REFLEXES SOBRE A NOO DE PALAVRA ............................................... 2361
Aquisio e ensino de lnguas adicionais ..................................................................................................... 2379
A EAD E A AQUISIO DAS VOGAIS DA LNGUA ESPANHOLA...................................................................... 2379
A REALIZAO DA LATERAL /l/ EM CODA SILBICA POR APRENDIZES BRASILEIROS DE INGLS COMO L2 .. 2393
ANLISE VARIACIONISTA DA AQUISIO DA CODA SILBICA POR APRENDIZES DE INGLS COMO LE 2406
ANLISE VARIACIONISTA DO /l/ EM POSIO DE NCLEO POR APRENDIZES DE INGLS COMO L2 ............ 2422
ANLISE VARIACIONISTA DO FENMENO DA EPNTESE VOCLICA: UMA DISCUSSO ACERCA DO
PROCESSO DE AQUISIO DE L2 ................................................................................................................. 2438
ANOTAES EM LNGUA INGLESA: A PRTICA DO CICLO DE AUTORREGULAO DA APRENDIZAGEM ...... 2453
AQUISIO DE CONTRASTES NO NATIVOS: EVIDNCIAS PROPOSTAS A PARTIR DE ESTUDO COM
IMIGRANTES ADULTOS ............................................................................................................................... 2468
ARQUITETURA PEDAGGICA VIRTUAL E O ENSINO DE PORTUGUS COMO LNGUA ESTRANGEIRA: O
USO DO COMPUTADOR COMO FERRAMENTA ONLINE DE TRABALHO NO CURSO DE LETRAS-
PORTUGUS E NO CENTRO DE LNGUAS DA UFES ....................................................................................... 2484
RITMO E HIPERSEGMENTAO: REFLEXES SOBRE A NOO DE PALAVRA ............................................... 2499
Neurolingustica .......................................................................................................................................... 2517
AS PALAVRAS NA PONTA-DA-LNGUA E O FUNCIONAMENTO SEMNTICO-LEXICAL: REFLEXES A
PARTIR DE UMA ANLISE QUALITATIVA DAS AFASIAS ................................................................................ 2517
Lingustica e Cognio ................................................................................................................................. 2528
ANLISE DA POLISSEMIA DO VERBO TOMAR, SEGUNDO PRESSUPOSTOS TERICO-METODOLGICOS
DA LINGUSTICA COGNITIVA ....................................................................................................................... 2528
DA PESTE GAY A AIDS: ANLISE SEMNTICA DOS NOMES DA DOENA ................................................... 2546
EFEITOS COGNITIVOS GERADOS A PARTIR DA INTERAO PROFESSORA-ALUNOS SOBRE OS ESTMULOS
OSTENSIVOS DE UM ANNCIO PUBLICITRIO ............................................................................................ 2563
Letramentos ............................................................................................................................................... 2580
A CONTRIBUIO DAS CAPACIDADES FORMATIVAS PARA SE ENTENDER A APROPRIAO DO
LETRAMENTO ACADMICO ......................................................................................................................... 2580
A [INTER]AO FAMILIA-ESCOLA AES DE LETRAMENTO MEDIADAS POR ALUNOS EM COMUNIDADE
DO COMPLEXO DA MAR............................................................................................................................ 2597
CONSTRUO DE SIGNIFICADOS EM UM CURSO BSICO DE INFORMTICA ............................................... 2608
LEITURA E ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR: PROPOSTA DE ATIVIDADES EM LETRAMENTO DIGITAL DO
PIBID LETRAS IFPA/CAMPUS BELM ........................................................................................................... 2626
LETRAMENTO POLTICO NOS SANTINHOS: A MULTIMODALIDADE PRESENTE NO MATERIAL IMPRESSO
DOS CANDIDATOS DE FORTALEZA EM 2012 ................................................................................................ 2642
MULTIMODALIDADE E TEXTOS PUBLICITRIOS: O TRABALHO COM A LEITURA DE IMAGENS EM
CONTEXTO ESCOLAR ................................................................................................................................... 2658
PRTICAS SOCIAIS DE ORALIDADE E DE LETRAMENTO NO ENSINO MDIO: ................................................ 2670
SER LETRADO HOJE: NA CONFLUNCIA DO VERBAL COM O NO VERBAL ............................................... 2680
Gneros textuais/discursivo ....................................................................................................................... 2691
ANLISE DAS PRODUES DISCURSIVAS NAS TIRAS HUMORSTICAS EM UMA PERSPECTIVA DO
INTERACIONISMO SCIODISCURSIVO ......................................................................................................... 2691
ASPECTOS PROBLEMTICOS NA PRODUO DE RESUMOS NA UNIVERSIDADE .......................................... 2701
GNERO TEXTUAL SENTENA JURDICA NA TICA DE MARCUSCHI............................................................. 2714
INTERDISCURSIVIDADE EM CHARGES: UMA ABORDAGEM DISCURSIVA ..................................................... 2726
O ENSINO DE GNEROS DIGITAIS EMERGENTES UMA ABORDAGEM POSSVEL ........................................ 2739
O ENSINO DE PORTUGUS ATRAVS DOS GNEROS TEXTUAIS EM UMA ESCOLA DO ENSINO
FUNDAMENTAL DE CRUZEIRO DO SUL ........................................................................................................ 2753
OS MARCADORES METADISCURSIVOS DE ENGAJAMENTO NO GNERO ARTIGO CIENTFICO NA
DISCIPLINA LINGUSTICA ............................................................................................................................. 2766
Lexicologia, lexicografia e terminologia ...................................................................................................... 2774
A TERMINOLOGIA DO MICRO E DO PEQUENO AGRICULTOR DE CANA-DE-ACAR DO MARANHO: A
VARIAO DIATPICA ................................................................................................................................ 2774
LIVROS DIDTICOS E DICIONRIOS: FERRAMENTAS DIDTICO-PEDAGGICAS PARA A AQUISIO
LEXICAL ....................................................................................................................................................... 2786
QUILOMBOLAS REMANESCENTES DO TOCANTINS: ESTUDO DOS TOPNIMOS DAS COMUNIDADES COM
FOCO NOS ESTUDOS LINGUSTICOS E NAS PRTICAS CULTURAIS E HISTRICAS ......................................... 2803
RESULTADOS DE UM BREVE LEVANTAMENTO LEXICAL NO MUNICPIO DE DORMENTES-PE ....................... 2819
UMA ABORDAGEM ETNOTOPONMICA DO PARQUE ESTADUAL TURSTICO DO ALTO RIBEIRA: PETAR ....... 2835
Estudos da Traduo ................................................................................................................................... 2846
TRADUO E DIALOGISMO: UM ESTUDO DO PAPEL DO TRADUTOR NA CONSTRUO DO SENTIDO ......... 2846
UM HABITUS TRADUTRIO PARA A ANTROPOLOGIA BRASILEIRA EM LNGUA INGLESA: UM ESTUDO
BASEADO NO CORPUS DA OBRA O POVO BRASILEIRO DE DARCY RIBEIRO ................................................. 2864
Lnguas de Sinais ......................................................................................................................................... 2882
LNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E FORMAO DE PROFESSORES: UMA ANLISE DE CONTEDOS E
MTODOS NO ENSINO DE LIBRAS. .............................................................................................................. 2882
MEMRIAS LINGUSTICAS E REGISTROS DOS VERBOS DO SISTEMA DE SINAIS CASEIROS DE DUAS
CRIANAS SURDAS DE JACAR DOS HOMENS ............................................................................................. 2900
METONMIA E ICONICIDADE: RELAES COGNITIVAS POSSVEIS EM LIBRAS ............................................. 2915
O CORPO NA CONCEPO DE EVENTOS NA LNGUA DE SINAIS BRASILEIRA ............................................... 2926
O ENSINO DE LIBRAS PARA OUVINTES: DESAFIOS PARA A PRODUO DE MATERIAL DIDTICO ................ 2942
TRADUO EM LNGUA DE SINAIS: UM ESTUDO DAS ESTRATGIAS DE INTERPRETAO DE
FRASEOLOGISMOS DO PORTUGUS PARA A LIBRAS. .................................................................................. 2957
Polticas Lingusticas ................................................................................................................................... 2975
REPRESENTAES DO TRABALHO DOCENTE NO DIZER DE PROFESSORES ANGOLANOS.............................. 2975
12
Fontica e Fonologia
A ENTONAO PR-LINGUSTICA DO ESPANHOL E DO ESPANHOL FALADO
POR BRASILEIROS: ANLISE CONTRASTIVA
Aline Fonseca de Oliveira, Miguel Mateo Ruiz
FONSECA DE OLIVEIRA, A & MATEO, M.
Resumo: Este trabalho apresenta uma anlise contrastiva entre as caractersticas das
entonaes pr- lingusticas do espanhol falado por nativos peninsulares e do espanhol falado
por brasileiros em fala espontnea, com o objetivo de estabelecer as caractersticas meldicas
que os aprendizes necessitam adquirir para ter uma competncia lingustica plena em
espanhol. Com base nos pressupostos da teoria da Anlise Meldica da Fala (AMH) expostos
em Cantero (2002) e Font-Rotchs (2007). Primeiro descrevem-se as caractersticas dos perfis
meldicos do espanhol de cada grupo de falantes; em seguida apresenta-se uma anlise das
semelhanas e divergncias e das suas consequncias sob um ponto de vista comunicativo e
para o ensino de lnguas.
Palavras chave: Entonao. Anlise meldica da fala. Anlise contrastiva. Ensino de
lnguas.
1 Introduo
O estudo da entonao tem experimentado um notvel crescimento a partir das ltimas
dcadas do sculo XX tanto por seu interesse a partir de diversas reas do conhecimento
(fontica clnica, sntese e reconhecimento de voz ou ensino de lnguas, entre outras), como
13
pelo desenvolvimento de software de obteno de dados acsticos da freqncia fundamental
(F0) que permitiram um grande avano na anlise rigorosa de corpus com grande nmero de
informantes e de diferentes tipos de fala.
No Laboratrio de Fontica Aplicada da Universidade de Barcelona (LFA) uma das
reas preferentes de estudo a descrio lingustica da entonao para sua aplicao no
ensino de lnguas. Neste contexto, seguindo o mtodo Anlisis Meldico del Habla (AMH)
proposto por Cantero (2002), revisado em Font-Rotchs (2007), esto sendo realizados
diversos estudos tanto sobre a entonao das variedades do espanhol peninsular e Canrias
como da entonao do espanhol falado por diferentes grupos de falantes no nativos, sempre
em fala espontnea: brasileiros, taiwaneses, italianos, suecos, entre outros1.
Este trabalho apresenta as caractersticas da entonao pr-lingustica de falantes
nativos e de falantes brasileiros de espanhol. A comparao das caractersticas de ambas
permitir estabelecer as diferenas que contribuem a caracterizar o sotaque estrangeiro dos
falantes brasileiros e estabelecer futuras aplicaes didticas que permitam melhorar a
prosdia dos discentes de espanhol e, portanto, sua competncia comunicativa.
O protocolo de anlise que se utilizou est descrito em Cantero & Font-Rotchs (2009),
trata-se de um mtodo formal que oferece um critrio de segmentao da melodia da fala
exclusivamente fnico.
2 Metodologia
A metodologia utilizada de base emprica e experimental; frente a outros mtodos de
anlise da entonao, oferece um critrio de segmentao das melodias da fala
exclusivamente fnico e apresenta um sistema de processamento dos dados acsticos que
possibilita a obteno dos valores relativos que constituem as melodias. Isto permite compar-
las, classific-las e reproduzi-las com toda fidelidade; experimentar com elas mediante sntese
de voz, submet-las a provas perceptivas e fazer generalizaes lingusticas.
Em Cantero & Mateo (2011) oferecida uma viso detalhada do mtodo de anlise, que
aqui se apresenta de forma resumida. No processo foi utilizado o software de anlise e sntese
1 Em VV.AA. (2009) podem-se consultar os principais trabalhos realizados e publicados durante os primeiros dez anos de existncia da AMH.
14
de voz Praat (Boersma y Weenink, 1992-2011). Consta de duas fases: uma primeira,
acstica, na que, tomando como critrio a presena de uma inflexo final, identificam-se as
unidades meldicas e obtm-se os valores acsticos, extraindo a freqncia fundamental (em
Hz) das vogais. Nesta fase tambm se estandardizam os valores em Hertz e realizada uma
representao grfica da melodia, que permite comparar os contornos de forma independente
das caractersticas dos informantes. Na segunda fase, perceptiva, so validadas
experimentalmente as anlises realizadas para estabelecer os traos meldicos e suas margens
de disperso. Esta fase perceptiva baseia-se na manipulao das melodias mediante rotinas de
sntese, na que cada trao descrito modificado e submetido a um experimento perceptivo,
para estabelecer as porcentagens significativas de subida/baixada e suas margens de
disperso.
Segundo Cantero (2002), a entonao articula-se mediante processos dinmicos
conforme uma determinada hierarquia fnica (entonao pr-lingustica) para produzir
entidades significativas, fonolgicas (entonao lingustica), com base na combinao de trs
traos (/enftico/, /suspendido/, /interrogativo/). Estas representaes permitem a
incorporao de diversas significaes no lingusticas que fornecem informaes pessoais e
expressivas (entonao paralingustica). O estudo da entonao pode centrar-se em cada um
destes trs nveis, este trabalho detm-se na descrio do nvel entonativo pr-lingstico.
3 Anlise meldica da entonao pr-lingustica
A forma de integrar e delimitar a fala o que se conhece como o nvel pr-lingustico
da entonao, no qual intervm, junto com a melodia, o sotaque e o ritmo da fala, a
estruturao conjunta de todos estes fenmenos permite a integrao fnica do discurso.
Quando se fala, faz-se de forma hierarquizada, esta hierarquia fnica estabelece-se a
travs do sotaque e da entonao, fenmenos que so informados pela freqncia fundamental
(F0) nico parmetro fsico-, e tem a funo de dar coeso ao discurso, facilitando a
compreenso entre os falantes. A hierarquia d-se em diversos nveis: slabas, palavras
fnicas e grupos fnicos; os trs esto constitudos por blocos de sons que se agrupam em
torno a um segmento tonal (a slaba, a vogal) ou em torno a um acento.
O grupo fnico coincide com o que se denomina do ponto de vista da entonao,
contorno entonativo: a sucesso de tons (a melodia) das vogais organizada em torno a uma
inflexo final, ou ncleo entonativo. Sua funo integrar o discurso em unidades
15
compreensveis: o jogo de grupos fnicos o principio integrador do discurso oral; o uso
adequado da entonao pr-lingustica imprescindvel para obter o xito comunicativo: gerar
enunciados com sentido e compreend-los.
Cada melodia contorno entonativo- individual e caracteriza-se por uma srie de
traos concretos (fonticos), que no modelo AMH denominam-se traos meldicos. Estes
traos so os seguintes (v. Figura 1, adaptada de Cantero & Font-Rotchs, 2007:70):
Anacruse: slabas tonas anteriores ao primeiro pico.
Primeiro pico: proeminncia inicial da melodia, que normalmente corresponde com a
primeira vogal tnica do grupo ou com a vogal tona seguinte.
Declinao (ou corpo): as slabas entre o primeiro pico e a ltima vocal tnica, na qual
comea a Inflexo final.
Inflexo final (ou ncleo): segmentos tonais desde a ltima vogal tnica at o final do
grupo fnico.
Campo tonal /registro tonal: amplitude total de valores entre os quais se move a
melodia.
Figura 1. Esquema das partes de um contorno
Com o mtodo AMH pode-se caracterizar cada um destes traos com medidas objetivas:
porcentagens de variao, de declinao, forma e porcentagem da inflexo, etc. As variaes
de cada um deles influi na configurao de cada tipo de entonao (lingustica, pr-lingustica,
paralingustica), conforme se indica na mesma figura 1, que mostra a tendncia geral em
espanhol, apesar de que se identificaram e descreveram padres meldicos nos quais a
posio do primeiro pico, seu possvel deslocamento com relao primeira slaba tnica,
tambm condiciona a significao lingustica da melodia.
16
Duas manifestaes da entonao pr-lingustica so os fenmenos que se conhecem
como sotaque estrangeiro, o falante no nativo organiza seu discurso oral conforme os
traos da entonao pr-lingustica de seu prprio idioma (Cantero & Devs, 2011) e o
sotaque dialetal, a estruturao do discurso e sua integrao em unidades prosdicas
inteligveis2.
Em AMH, denomina-se perfil meldico ao conjunto de traos da entonao pr-
lingustica que caracterizam uma variedade ou uma lngua, Cantero & Devs (2011) explicam
que o que permite reconhecer a um falante no nativo de espanhol no so seu repertrio
lxico ou seus usos gramaticais e sim, os traos meldicos de seu discurso, a estruturao
fnica do discurso concretizada em um conjunto de traos que caracterizam o sotaque.
4 Corpus
A realizao da pesquisa baseou-se na anlise de dois corpus elaborados no Laboratrio
de Fontica Aplicada da Universidade de Barcelona.
Por uma parte, um corpus de dez variedades do espanhol. O corpus completo consta de
2700 enunciados produzidos por 770 informantes, obtidos a partir de ms de 100 horas de
gravaes de programas televisivos das diferentes zonas e que foram emitidos em contextos
de debates, concursos, entrevistas, reportagens temticas y programas similares3. Analisaram-
se os enunciados de cinco variedades setentrionais (Astrias, Navarra, Pas Basco, Castela
Leo e Madri) e cinco variedades meridionais (Andaluzia, Canrias, Castela La Mancha,
Extremadura e Mrcia)4; enunciados produzidos por informantes com idades compreendidas
entre 16 e 88 anos no momento de sua emisso. Todos falantes nativos das diversas
variedades dialetais do espanhol e de composio aleatria com relao origem social e
nvel cultural.
Por outra parte o corpus de espanhol falado por brasileiros consta de um total de 511
contornos emitidos em situaes comunicativas genunas, por um conjunto de 12 informantes
2 Outros autores, como Lahoz (2012), incluem esta funo entre os valores sociolingsticos da entonao, sem significao estritamente lingstica. 3 Para uma descrio detalhada sobre o procedimento de seleo e obteno do corpus ver o trabalho de Ballesteros, M., Mateo, M. e Cantero, F.J. (2011). 4 A interpretao dos dados dos corpus de Canrias e Castela La Mancha est em preparao (Mateo, no prelo).
17
brasileiros distintos (6 homens e 6 mulheres), nvel universitrio com fluidez em espanhol,
residentes na Espanha o mnimo de dois anos na poca. Os doze brasileiros escolhidos so
todos nativos, procedentes de vrias regies do Brasil (Pernambuco, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul, Par, So Paulo e Gois), o que configura um corpus
representativo da fala brasileira. Com idades compreendidas entre 24 e 49 anos, que se
comunicavam com fluidez em espanhol e a dirio em situao de imerso. Onze dos doze
informantes viviam em Barcelona na poca e um em Valladolid. Todos os informantes foram
selecionados com os seguintes critrios: brasileiros nativos, adultos, nvel universitrio
(concludo ou em curso) e estadia mnima na Espanha de dois anos. Foram realizadas doze
entrevistas durante o perodo de 20/04/07 a 08/06/07, totalizando 8 horas, 26 minutos e 4
segundos de gravaes.
Por se considerar que o exame da lngua oral genuna a maneira mais fivel de
averiguar e conhecer a realidade fnica, dado que deste modo evita-se o monitoramento,
consciente ou inconsciente por parte do pesquisador e do pesquisado, alm das interferncias
da linguagem escrita. Os informantes receberam a informao que a pesquisa estava
relacionada com as crenas de aprendizagem da lngua oral, uma vez que o objetivo era
conseguir um corpus de fala espontnea e, portanto os entrevistados no tinham que prestar
ateno a sua forma de falar e sim expressar suas opinies com espontaneidade. As conversas
em geral j comeam diretamente em espanhol, uma vez que os informantes receberam a
explicao prvia que para facilitar a posterior transcrio para o estudo a entrevista seria feita
em lngua espanhola.
5 Entonao pr-lingustica do espanhol
A partir da anlise dos dois corpus mencionados verificaram-se as caractersticas
meldicas do espanhol dos diversos grupos de falantes, as quais so descritas a seguir.
Em geral o perfil meldico do espanhol peninsular coincide com o modelo de
contorno entonativo apresentado na figura 1:
um primeiro pico elevado, cujo centro , normalmente, a primeira vogal tnica do
grupo (ou, em casos de pico deslocado, a primeira vogal ps-tnica);
uma declinao descendente de forma regular, com inflexes paulatinas que comeam,
sistematicamente, em uma vocal tnica;
18
uma inflexo final cujo incio a ltima vogal tnica do grupo, que pode ser
descendente (superiores a -15% de desnvel) ou ascendente (com valores que podem
ser de ms de +120% de subida)
Como se pode observar no contorno entonativo representado na figura abaixo:
Figura 2: Quieres ver a la gaviota?
Neste exemplo da figura 2, pode-se apreciar um contorno de pergunta que responde
exatamente ao contorno-modelo, com um primeiro pico deslocado, corpo descendente e
inflexo final ascendente, prprio de +/- interrogativo. Na anlise das variedades dialetais
foram encontradas as seguintes caractersticas:
1. Variedades setentrionais, espanhol do norte (Ballesteros, 2011b):
Deslocamento do primeiro pico.
Declinao: tendncia a inflexes internas.
Tendncia a inflexes finais circunflexas.
19
Figura 3: Cuatro das o as.
Na figura 3, pode-se observar o contorno entonativo de um enunciado do espanhol
falado no Pas Basco, no qual se verifica a ocorrncia de ligaduras internas e proeminncias
em vogais tonas, que neste caso uma caracterstica dialetal, no enftica, a falante
simplesmente est indicando a periodicidade de um fato. Por outro lado, no exemplo abaixo
(figura 4), os picos nas tonas achado de forma significativa, unicamente na variedade
andaluza, para indicar nfase.
Figura 4: Aqu el nico responsable de que la msica suene soy yo.
2. Variedades meridionais (Mateo, no prelo):
Primeiro pico: tendncia acusada a no apresentar primeiro pico (em torno a
40%). Quando aparece, geralmente recai na primeira vogal tnica.
Corpo: tendncia declinao plana ou a contornos ondulados, com diferenas
quanto proeminncia ou no nas vogais tonas.
20
Inflexo final: tendncia atenuao, a porcentagens de subida / baixada
inferiores aos que Cantero & Font-Rotchs (2007) estabeleceram para o espanhol
estndar.
Figura 5: Nunca he visto una tienda como esta en Espaa.
Na figura 5, apresenta-se o contorno meldico de um enunciado de um falante de
Extremadura no qual se pode ver uma declinao praticamente plana, desde um primeiro pico
deslocado tona posterior.
6 Entonao pr-lingustica do espanhol falado por brasileiros
Atravs da anlise do corpus descrito verificou-se a ausncia de primeiro pico na
maioria dos enunciados, fato que indica que a organizao dos grupos fnicos da-se de forma
distinta ao que ocorre em espanhol. Quando se identificam indcios de primeiro pico, este no
ocorre na primeira vogal tnica, e sim muitas vezes na pr-tnica e tambm na ps-tnica,
porm no fica clara a regularidade de dito fenmeno. Ao no existir primeiro pico, no h
declinao, por isto percebem-se melodias muito planas, porm com contornos ondulados ou
em ziguezague resultantes da presena de proeminncias tonais em vogais tonas e ligaduras
internas. Estas caractersticas marcam a entonao pr-lingustica do espanhol falado por
brasileiros.
6.1 Primeiro pico
Na maioria dos enunciados no se identifica o primeiro pico, porm em alguns deles
possvel notar-se indcios de um primeiro pico, como no exemplo abaixo:
21
Figura 6: Sigo en contacto con ellos
6.2 Declinao
Outra caracterstica que foi possvel observar nos enunciados analisados foi a ausncia
de declinao uma vez que a maioria dos enunciados no apresenta primeiro pico. Em muitos
se nota uma declinao muito plana com tendncia a manter a altura tonal das primeiras
slabas, como se pode apreciar na figura 7.
Figura 7: Qu se llama Melissa?
22
6.3 Proeminncias tonais em vogais tonas
Figura 8: Yo trabajo contabilizando facturas de hoteles
A presena de proeminncias tonais em vogais tonas ocorre em quase todos os
enunciados analisados, parece ser um trao constante e caracterstico da entonao pr-
lingustica do espanhol falado brasileiros, no contorno do grfico da figura 8 apresenta-se um
exemplo.
6.4 Ligaduras internas.
No corpus analisado ocorrem ligaduras tonais, ou seja, inflexes internas massivas,
isto somado s proeminncias das vogais tonas produz contornos ondulados, dando um
efeito perceptivo de subida e baixada muito caracterstico da interlngua dos brasileiros.
23
Figura 9: En el en el eh Brasil Espaa.
7 Anlise contrastiva
A partir da anlise dos corpus em questo identificaram-se as seguintes caractersticas
da entonao pr-lingustica:
Espanhol Espanhol falado por brasileiros
Primeiros picos em tnica ou tona
posterior.
Corpo descendente plano: variedades
AN, CA y EX.
Inflexes internas
Inflexo final (15%-120%); atenuada
nas variedades meridionais.
Ausncia de primeiros picos
Corpo plano
Contornos ondulados resultantes da
presena de proeminncias tonais em
vogais tonas e ligaduras internas
Inflexo final atenuada
8 Concluso
Partindo do princpio que a entonao pr-lingustica inclui os fenmenos de acento, ritmo
e entonao os quais funcionam de forma conjunta como componentes fnicos que estruturam
o discurso, integrando e delimitando suas unidades, entende-se que a compreenso deste nvel
o ponto de partida para o estudo da entonao.
Com respeito entonao pr-lingustica do espanhol falado por brasileiros verificou-se
atravs da anlise do corpus que na maioria dos enunciados no se detecta a presena de um
primeiro pico no contorno entonativo, fato que indica que a organizao dos grupos fnicos
ocorre de forma distinta ao espanhol, apesar de que em algumas variedades dialetais percebe-
se tambm este fenmeno. Quando se identificam indcios de primeiro pico, este no ocorre
exatamente na primeira vogal tnica, e sim muitas vezes na vogal pr-tnica ou ps-tnica,
porm no h uma regularidade em dito fenmeno. Ao no existir primeiro pico, no h
declinao ao longo do enunciado, por isto percebem-se melodias muito planas, porm com
contornos ondulados o em ziguezague resultantes da presena de proeminncias tonais em
vogais tonas e ligaduras internas.
24
Estes traos meldicos como ausncia de primeiro pico tonal ou localizao diversa do
utilizado no espanhol, ausncia de declinao, manuteno da mesma altura tonal da
enunciao, proeminncias em segmentos tonos, inflexes internas e forma da inflexo final,
determinam as caractersticas da entonao pr-lingustica do espanhol falado por brasileiros.
Como resultado de dita entonao pr-lingustica, entende-se que a organizao do discurso dos
brasileiros ao falar em espanhol em parte distinta organizao do discurso dos nativos de lngua espanhola.
Fato que configura seu perfil meldico (Cantero & Devs, 2011) e caracteriza seu sotaque estrangeiro. No caso
do espanhol falado por brasileiros, com nvel avanado e em fala espontnea, a entonao pr-lingustica
apresenta as seguintes caractersticas:
- Ausncia de primeiro pico tonal
- Ausncia de declinao
- Corpos planos com tendncia a manter a mesma altura tonal
- Contornos ondulados
- Contornos en ziguezague
- Proeminncias tonais principalmente em vogais tonas
- Ligaduras internas massivas.
Todos os aspectos descritos no nvel de entonao pr-lingustica indicam que certos
comportamentos lingsticos so transferidos do portugus ao espanhol. Percebe-se que os
fenmenos contemplados e analisados so frutos da transferncia da entonao pr-lingustica
da L1, demonstram que se transfere a estruturao do discurso do portugus brasileiro ao
espanhol. Alm disso, muitas das caractersticas identificadas coincidem com os traos
meldicos identificados como de cortesia para o espanhol, o que faz com que a interlngua
dos brasileiros seja associada cortesia. Fato que inicialmente positivo, porm podem dar-se
situaes em que estes falsos amigos entonativos produzam dificuldades na comunicao.
Para combater os fenmenos de transferncia faz-se necessrio que os docentes e alunos
levem em considerao as diferenas com relao organizao fnica entre a L1 e a lngua
meta, assim como as diferentes melodias conforme o uso pretendido, perguntar, afirmar, em
fim, facilitando assim o processo comunicativo desde a perspectiva da complexidade, em seu
amplo aspecto de produo, percepo, compreenso e mediao.
O conhecimento trazido pela pesquisa pode servir como premissa para um ensino mais
eficaz da pronunciao. Ao mesmo tempo, a compreenso de ditos fenmenos permitem-nos
entender melhor os processos de desenvolvimento da aquisio fnica em lnguas
estrangeiras, assim como os elementos de transferncia que atuam de uma lngua a outra.
25
Como implicaes didticas resultantes da pesquisa v-se que h de se entender
pronunciao como lngua oral, conceber a ideia de que falar aprende-se falando, deve-se
focalizar o discurso, no os sons isolados e diminuir a mediao da leitura-escritura nos
primeiros nveis de aprendizagem para que seja possvel alcanar melhores nveis de
aquisio fnica em uma lngua estrangeira. necessrio iniciar uma competncia oral na
qual se desenvolvam estratgias de comunicao e se gerencie a aquisio em detrimento da
instruo.
Uma entonao adequada possibilita a elaborao de um discurso fluido e compreensvel,
e deve considerar-se um objetivo crucial no ensino da pronunciao.
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26
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27
ALAMENTO DAS VOGAIS POSTNICAS MEDIAIS NO PORTUGUS
SAPEENSE
SILVA, Andr Pedro da (UFRPE)
1. Apresentao
H um grande nmero de regras fonolgicas atuantes no sistema voclico do
Portugus Brasileiro (PB). Por vezes, estas regras so de natureza prosdica, fonotticas ou
morfolgicas (BATTISTI e VIEIRA, 2005). E as vogais mdias so quase sempre alvo destas
regras fonolgicas: ora alternando entre si, ora alternando com vogais altas.
De acordo com estas regras, alm do apagamento da vogal postnica medial entre as
vogais mdias e as vogais altas, os dados aqui trabalhados apontam para este efeito, o da
alternncia voclica. Esta alternncia ocorre quando o processo de apagamento no pode
acontecer em determinadas situaes, ou seja, quando a fonottica5 da lngua no permite a
sncope, ou, ento, quando outro processo fonolgico atua em lugar dela, como o caso do
alamento [das vogais mdias vogais altas], apontado como recorrente em palavras
proparoxtonas por vrios estudiosos do PB, como Cmara (1979), Amaral (1999), Bisol
(1999, 2002), Battisti e Vieira (2005).
2. Variao das Vogais Mdias
5 Regras fonotticas so regras especficas de cada lngua, que determinam as posies em que cada som ou sequncias de sons pode aparecer, como por exemplo: na lngua portuguesa permitida a sequncia BR (brao, branco, Brasil), mas no a sequncia rb.
28
Estudos lingusticos comprovam que as vogais postnicas mediais so passveis de
variao, como o processo de apagamento, este mais recorrente e em todo territrio brasileiro,
como j apontam Amaral (1999), Silva (2006), Lima (2008), entre outros. Isso significa que
h contextos em que este processo no ocorre, isto , no apagam, abrindo possibilidades para
a realizao de outros processos variveis.
A variao, no mbito das vogais mdias, uma caracterstica marcante no PB, haja
vista que estas vogais so palco de alguns processos variveis, como o de alamento, que
resulta em neutralizaes, e o de abertura.
Em contexto postnico final, segundo Cmara Jr (2002 [1970]), o processo de
alamento atuaria plenamente devido a trs segmentos:
- Arquifonema /I/, resultado da neutralizao dos fonemas //, /e/ e //, como em:
rvore (rvor//, rvor/e/ e rvor//).
- Arquifonema /U/, proveniente da neutralizao dos fonemas / /, /o/ e //: semforo
(semfor/ /, semfor/o/ e semfor//).
- Fonema /a/, como em: casa (cas//).
Ainda segundo Cmara Jr (2002 [1970]), em relao ao contexto postnico medial, a
neutralizao s ocorreria entre as mdias e a alta posteriores, mantendo-se a oposio entre
/e/ e /i/, conforme acontece nas slabas pretnicas, resultando, assim, em um quadro de quatro
segmentos fonolgicos.
O nosso corpus tem um total de 3.590 ocorrncias. Deste total, tem-se um nmero de
2.513 ocorrncias que no sofreram o processo de apagamento da vogal postnica medial,
como se v na tabela que segue:
TABELA 1 APAGAMENTO/PRESENA DA VOGAL POSTNICA MEDIAL
PROCESSOS Aplicao/Total %
Apagamento 1077/3590 30%
Presena 2513/3590 70%
Das 2513 ocorrncias sem apagamento, tem-se um total de 1.987 dados de vogal
mdia que no sofreu processo algum e 526 que apresentaram algum processo fonolgico,
29
como: alamento (fsf//ro), abertura (fsf/ /ro) ou mudana por uma outra vogal (fsf//ro).
Para melhor entendimento de todos estes nmeros, observe-se a tabela 2:
TABELA 2 FENMENOS RECORRENTES VOGAL MDIA POSTNICA
PROCESSOS Aplicao/Total %
Sem Processos 1987/2513 79%
Abertura 348/2513 14%
Alamento 156/2513 6%
Mudana de Vogal 22/2513 1%
Input: 0.23
Significncia: 0,008
No decorrer da pesquisa, medida que se iam observando os resultados das rodadas e
aps constatar que os processos acima mencionados faziam-se presentes nos dados da
pesquisa, levantavam-se em outras hipteses, tais como:
A abertura seria mais frequente que o alamento, haja vista os falantes pessoenses usarem mais as vogais pretnicas abertas (HORA, 2004, p. 127). Se no uso pretnico mais frequente haver abertura das mdias, seria, nas postnicas, mais fcil ocorrer o processo de abertura em vez do de alamento;
O alamento seria, embora menos frequente, bastante recorrente no falar sapeense, porm sendo de maior uso quando vogais labiais;
Restries de natureza social no condicionariam tais processos, tendo, estes motivaes de natureza fontica.
Como a proposta deste trabalho analisar os processos que ocorrem nos vocbulos
resistentes ao apagamento, em especial ao processo de alamento exaustivamente, passar-se,
ento a tal discusso.
3. O Processo de Alamento nas Vogais Postnicas Mediais
Aps observar os resultados expostos na Tabela 2, viu-se a necessidade de se estudar
separadamente os dois processos apontados. E para este trabalho, desenvolveremos apenas as
ideias concernentes ao alamento da vogal postnica medial, deixando as demais
possibilidades para trabalhos futuros.
30
O processo de alamento das vogais postnicas mediais no to recursivo no corpus
em estudo, como mostra a ltima tabela, j que, das 2513 palavras que no foram sincopadas,
518 destas tinham vogal postnica medial. E dessas, apenas 156 sofreram processo de
alamento.
Na anlise pelo pacote de programas estatstico VARBRUL, percebeu-se que foram
selecionadas quatro grupos de fatores como sendo relevantes no processo de alamento das
vogais em anlise. So elas, respectivamente de acordo com seu grau de relevncia:
a. Trao de Ponto de Articulao da Vogal b. Extenso da Palavra c. Contexto Fonolgico Precedente d. Contexto Fonolgico Seguinte
Como se v, apenas os fatores lingusticos foram tidos como favorveis ao processo de
alamento das vogais mdias postnicas. Deixando claro, mais uma vez, que os fatores
sociais em nada influenciam no processo em questo.
Depois de realizado o tratamento dos dados, chegou-se s seguintes concluses acerca
de cada fator, seguindo, claro, a ordem em relao ao grau de relevncia apresentado pelo
pacote de programas computacional.
a. Trao de Ponto de Articulao da Vogal
Este foi eleito mais relevante ao processo de alamento das vogais postnicas mediais.
De acordo com os resultados, as vogais mdias labiais, como: semf/o/ro ~ semf//ro,
tendem a sofrer mais o processo em estudo, com peso relativo de (.70), enquanto as vogais
mdias coronais ficam com (.12), como em: nm/e/ro ~ nm//ro. Para um melhor tratamento
acerca das vogais mediais, sero feitas outras rodadas dos dados: uma rodada s com as
vogais labiais e outra rodada s com as vogais coronais para se verificar melhor quais fatores
favorecem ao fenmeno de alamento. Acredita-se que, com isso, podero se estabelecer
melhor os motivos/fatores que levam tais vogais a alarem.
b. Extenso da Palavra
Tida como o segundo fator relevante ao alamento, a extenso da palavra aponta
como favorveis ao processo as palavras com maior nmero de slabas, como em agrn/o/mo
31
~ agrn//mo e fenm/e/no ~ fenm//no, com peso relativo de (.34), e inibidoras as palavras
com menor nmero de slabas, como em: pr/o/la ~ pr//la e nm/e/ro ~ nm//ro; com (.85).
Segue a tabela 16 para melhor entendimento:
TABELA 3 EXTENSO DA PALAVRA (Alamento da vogal postnica medial)
EXTENSO DA
PALAVRA
Aplicao/
Total % PR
3 Slabas 97/193 50% .85
4 Slabas ou mais 56/72 78% .34
Input: 0.58
Significncia: 0,006
O fator lingustico extenso da palavra tambm apontado por Silva (2006) como
maior favorecedor do processo de apagamento da vogal postnica medial, sendo as palavras
com maior nmero de slabas as em que mais ocorre sncope.
Assim, pode-se pensar que a velocidade de fala (no controlada nesta pesquisa, e nem
por Silva (2006)), tenha a ver com o fenmeno de apagamento, que Caixeta (1989) afirma
acontecer no s com falante analfabeto, como tambm com falante com alto grau de
escolarizao, levando-se em considerao a velocidade, o que provou que, em estilos mais
rpidos, as proparoxtonas tendem a ser sincopadas. Logo, se a velocidade de fala interfere no
processo de apagamento, ela tambm pode interferir em outros processos, como o caso do
alamento, aqui apresentado.
c. Contexto Fonolgico Precedente O contexto fonolgico precedente tambm foi tido como importante ao alamento, j
que o pacote de programas computacional estatstico o selecionou, apontando como elemento
motivador do alamento a lquida vibrante (.95), como por exemplo: pr/o/la ~ pr//la e
cr/e/bro ~ cr//bro. Vale deixar claro que no se encontrou nenhum exemplo de alamento
com contexto fonolgico precedente oclusivo com vogal coronal.
Para melhor tratamento dos dados, ser feita outra rodada dos dados, a fim de melhor
explicar os contextos mais relevantes para o alamento da vogal em estudo, dividindo-as em
labial e coronal. Dessa forma, espera-se apontar quais vogais (labiais ou coronais) aceitam o
processo de alamento com menor resistncia.
32
Silva (2006) observou que, quando havia consoantes lquidas vibrantes, como
contexto fonolgico precedente, as vogais postnicas mediais sofriam menos o processo de
apagamento. Essas consoantes, marcadas como contexto propcio ao no apagamento, seriam
estas expostas a outros fenmenos, como o de alamento.
d. Contexto Fonolgico Seguinte
O alamento foi mais propcio quanto a este contexto e bastante recorrente sempre que
ocorria um contexto lquido vibrante (.74), aps a vogal em estudo (abb/o/ra ~ abb//ra e
nm/e/ro ~ nm//ro). J com um contexto seguinte no vibrante, o alamento foi menos
propcio, com (.38), como em: agrn/o/mo ~ agrn//mo e fenm/e/no ~ fenm//no.
Na pesquisa de Silva (2006) acerca do apagamento das vogais postnicas mediais,
apontou-se a lquida lateral como sendo a mais favorecedora ao processo de sncope. Logo,
era de ser esperar que ela estivesse envolvida em outro tipo de processo fontico/fonolgico,
como o de alamento.
Visando a melhores respostas ao processo de alamento da vogal postnica medial, foi
realizada uma segunda rodada, com as vogais separadas: em uma rodada expuseram-se as
vogais postnicas labiais e, em outra, as vogais postnicas coronais. Os resultados sero
comentados a seguir.
3.1 Alamento das Vogais Postnicas Mdias Labiais
Ao se observar o alamento das vogais postnicas mediais, foi constatado que 156
palavras que apresentaram o processo em anlise. A partir da, dividiu-se este grupo em dois:
o das vogais mediais labiais e o das vogais mediais coronais. Aps esta diviso, um total de
137 vocbulos, do grupo das vogais mediais labiais, foi exposto anlise pelo pacote de
programas estatstico VARBRUL.
Aps o tratamento, VARBRUL apontou os seguintes fatores como os condicionadores
do alamento das vogais mdias labiais, seguindo o grau de relevncia por ele apresentado:
a. Extenso da Palavra b. Contexto Fonolgico Precedente c. Contexto Fonolgico Seguinte
33
Como j falado, os fatores sociais em nada influenciam no processo de alamento,
sendo, assim, deixados de lado pelo pacote de programas estatstico computacional
VARBRUL. Sabedor dos fatores que condicionam o processo em questo passa-se ento
anlise dos dados.
a. Extenso da Palavra
O fator extenso da palavra foi considerado pelo programa como o mais relevante,
pois apontou as palavras com mais de trs slabas (.77) como favorecedoras do processo de
alamento, e as palavras com apenas trs slabas (.38), as inibidoras do processo em questo.
A tabela abaixo mostra bem este resultado:
TABELA 4 EXTENSO DA PALAVRA (Alamento da vogal postnica mdia labial)
EXTENSO DA
PALAVRA
Aplicao/
Total % PR
4 Slabas ou mais 47/53 89% .77
3 Slabas 90/132 68% .38
Input: 0.79
Significncia: 0,006
Acredita-se que a velocidade de fala interfere no processo de alamento das vogais
postnicas medias labiais (agrn/o/mo ~ agrn//mo; abb/o/ra ~ abb//ra; semf/o/ro ~
semf//ro), assim como ele interfere no processo de apagamento (SILVA, 2006).
b. Contexto Fonolgico Precedente Neste fator, ficou claro que a consoante lquida vibrante favorece o processo de
alamento da vogal postnica medial labial, com peso relativo de (.99). Como se pode
observar, quase todos os vocbulos tm uma consoante lquida vibrante, precedendo a vogal
postnica medial labial, alam. Das 31 ocorrncias com o contexto apresentado acima, 29
alaram, porm todas as ocorrncias referem-se a um s vocbulo: pr/o/la ~ pr//la.
O segundo contexto considerado pelo pacote de programas estatstico computacional
foi o de consoante oclusiva, com peso relativo de (.63), em palavras do tipo: abb/o/ra ~
abb//ra; parb/o/la ~ parb//la; agrc/o/la ~ agrc//la; cc/o/ra ~ cc//ra.
34
O VARBRUL aponta a consoante nasal como sendo o contexto com menor influncia
para o alamento das vogais postnicas mediais labiais, com (.18). Como exemplo, podem-se
citar: agrn/o/mo; cm/o/da.
Para melhor observao e entendimento do processo de alamento, em relao s
vogais postnicas mediais labiais, observe-se a tabela 20.
TABELA 5 CONTEXTO FONOLGICO PRECEDENTE (Abertura da vogal postnica mdia coronal)
CONTEXTO
FONOLGICO
PRECEDENTE
Aplicao/
Total % PR
Lquida Vibrante 29/31 94% .99
Oclusiva 12/20 60% .63
Fricativa 50/65 77% .28
Nasal 45/67 67% .18
Input: 0.79
Significncia: 0,006
Observando a tabela acima, nota-se perceber que os contextos que tm maior
frequncia so os que tm fricativa e nasal como contexto fonolgico precedente, com 77% e
67%, respectivamente. Embora tenham menor frequncia, as lquidas vibrantes e as oclusivas,
mantm-se como as condicionadoras do processo de alamento das vogais postnicas mediais
labiais.
c. Contexto Fonolgico Seguinte Do ltimo fator relevante no processo de alamento das vogais postnicas mediais
labiais, o VARBRUL aponta para a consoante lquida vibrante (.76) como sendo o mais
favorvel ao processo em questo, como em: abb/o/ra ~ abb//ra; semf/o/ro ~ semf//ro;
fsf/o/ro ~ fsf//ro, e a consoante lquida lateral como a que menos aceita o processo de
alamento, apresentando-se com peso relativo de (.04).
TABELA 6 CONTEXTO FONOLGICO SEGUINTE (Alamento da vogal postnica mdia labial)
35
CONTEXTO
FONOLGICO
SEGUINTE
Aplicao/
Total % PR
Lquida Vibrante 60/75 80% .76
No lquidas 47/68 69% .69
Lquida Lateral 30/42 71% .04
Input: 0.79
Significncia: 0,006
A tabela acima mostra que, embora tenha o menor peso relativo, a lquida lateral tem
um bom nmero de ocorrncias. Convm enfatizar que, das 42 ocorrncias que envolvem a
lquida lateral como contexto precedente a vogal postnica medial labial, todas so referentes
palavra: pr/o/la ~ pr//la.
3.2 Alamento das Vogais Postnicas Mdias Coronais
Do total de 156 palavras, que apresentaram mudana fnica das vogais, apenas 23
eram mdias coronais. Aps tratamento, pelo programa estatstico computacional
VARBRUL, alguns fatores foram selecionados como importantes no processo de alamento
das mdias coronais, a saber:
a. Extenso da Palavra b. Contexto Fonolgico Precedente
a. Extenso da Palavra Este fator foi selecionado como o mais relevante no processo em estudo. Isso
demonstra que a extenso da palavra fator realmente importante no alamento das vogais
mdias postnicas coronais.
TABELA 7 EXTENSO DA PALAVRA (Alamento da vogal postnica mdia coronal)
EXTENSO DA
PALAVRA
Aplicao/
Total % PR
4 Slabas ou mais 15/25 60% .75
36
3 Slabas 8/63 13% .39
Input: 0.15
Significncia: 0,009
O resultado, mais uma vez leva a caracterizar as palavras com o maior nmero de
slabas como as mais propcias ao alamento, como em: helicpt/e/ro ~ helicpt//ro,
fenmeno ~ fenm//no e termm/e/tro ~ termm//to, assim como ocorreu com as mdias
labiais em relao ao alamento. Nas coronais, o peso relativo de (.75), quase o mesmo
valor referente s labiais, que foi de (.77).
Com pesos relativos bastante prximos, tanto as labiais, quanto as coronais, mostram-
se suscetveis ao alamento, sempre que a palavra tiver mais de trs slabas. Com apenas trs
slabas, est tender a no sofrer tal processo.
b. Contexto Fonolgico Precedente
Presente em todos os processos, tanto no de alamento, quanto no de abertura da vogal
postnica mdia, independentemente de esta vogal ser labial ou coronal, o contexto
fonolgico precedente apresenta-se como sendo um fator bastante importante nos processos
mencionados.
De acordo com os resultados obtidos, a consoante que mais propicia o alamento nas
vogais postnicas mdias coronais a lquida vibrante (.85) - cr/e/bro ~ cr//bro -, seguida
da nasal (.77) - nm/e/ro ~ nm//ro -, da obstruinte (.38) - helicpt/e/ro ~ helicpt//ro-, e da
fricativa (.19) - pss/e/go ~ pss//go.
TABELA 24 CONTEXTO FONOLGICO PRECEDENTE (Alamento da vogal postnica mdia coronal)
CONTEXTO
FONOLGICO
PRECEDENTE
Aplicao/
Total % PR
Lquida Vibrante 2/3 40% .85
Nasal 19/39 49% .77
Oclusiva 1/7 14% .38
Fricativa 1/37 3% .19
Input: 0.15
37
Significncia: 0,009
Nota-se, aqui, que os resultados so relevantes at certo ponto, pois a frequncia das
ocorrncias no d muita concretude aos resultados. O programa estatstico computacional
aponta para a nasal como sendo a maior motivadora do processo de alamento, mas,
observando-se mais atentamente, so apenas dois alamentos em trs ocorrncias. muito
pouco para se dizer que esse, realmente, o principal causador do processo em questo.
Um fator bastante relevante diz respeito nasal, j que aparece com 39 ocorrncias,
sendo que em 19 delas, ocorre alamento, o que significa que a metade dos alamentos
ocorreu quando o contexto fonolgico precedente vogal postnica medial coronal era uma
consoante nasal, em um total de 49%.
As oclusivas e fricativas no parecem ser tambm to relevantes, haja vista que ambas
so contexto num pequeno nmero de ocorrncias. As oclusivas apresentam um alamento em
sete; e as fricativas, uma ocorrncia em 37. Logo, no podem dar um parmetro preciso do
alamento em vogais postnicas mdias coronais. Sendo assim, pode-se afirmar que as nasais
so as grandes motivadoras do processo de alamento da vogal em estudo.
4. Regra de Alamento das Vogais Postnicas Mdias Sapeenses
H um grande nmero de regras fonolgicas atuantes no sistema voclico do PB. Por
vezes, estas regras so de natureza prosdica, fonotticas ou morfolgicas (BATTISTI e
VIEIRA, 2005). E as vogais mdias so quase sempre alvo destas regras fonolgicas: ora
alternando entre si, ora alternando com vogais altas.
De acordo com estas regras, alm do apagamento da vogal postnica medial entre as
vogais mdias e as vogais altas, os dados aqui trabalhados apontam tambm para este efeito, o
da alternncia voclica. Esta alternncia ocorre quando o processo de apagamento no pode
acontecer em determinadas situaes, ou seja, quando a fonottica6 da lngua no permite a
sncope, ou, ento, quando outro processo fonolgico atua em lugar dela. o caso da
6 Regras fonotticas so regras especficas de cada lngua, que determinam as posies em que cada som ou sequncias de sons pode aparecer, como por exemplo: na lngua portuguesa permitida a sequncia BR (brao, branco, Brasil), mas no a sequncia RB.
38
neutralizao, apontado como recorrente em palavras proparoxtonas por vrios estudiosos do
PB, como Cmara (1979), Amaral (1999), Bisol (1999, 2002), Battisti e Vieira (2005).
Cmara Jr (1979, p. 44) define o sistema voclico do PB na posio medial como
sendo formado por quatro segmentos. Segundo o autor, h uma neutralizao para a posio
postnica, que se d apenas entre o /o/ e o /u/, no passando de mera conveno ortogrfica
sua grafia ora com e, ora com i. No entanto, em anlise dos dados da cidade de Sap,
percebeu-se que a sistematizao do quadro voclico para a posio da postnica medial
composto por cinco vogais. Embora seja real a presena dos processos fonolgicos nessas
vogais (como o de abertura e o de alamento das vogais /e/ e /o/ postnicas no finais), estes
processos apresentam um comportamento varivel entre a aplicao e a no aplicao.
Dessa forma, tm-se no apenas quatro segmentos voclicos postnicos mediais, como
proposto por Cmara Jr (1979), na variedade sapeense, mas um quadro simtrico de cinco
vogais postnicas mediais, como em (1).
(1)
altas /u/ /i/
mdias /o/ /e/
baixa /a/
Para melhor entendimento, o quadro abaixo apresenta alguns exemplos das formas
com vogais postnicas mediais presentes no dialeto sapeense:
QUADRO 1 FORMA BASE DAS VOGAIS POSTNICAS NO FINAIS NO DIALETO SAPEENSE
Postnica No Final Portugus Brasileiro Dialeto Sapeense
I msica ms[i]ca
E pssego pss[e]go
A ptala pt[a]la
O agrnomo agrn[o]mo
U crculo crc[u]lo
39
A partir do quadro acima, fica evidente a presena de processos fonolgicos como o
de abertura e o de alamento das vogais postnicas mediais, como expresso no quadro a
seguir:
QUADRO 2 PROCESSOS DE ABERTURA E ALAMENTO NO DIALETO SAPEENSE
Postnica No Final Estilo Formal Abertura Alamento
Fenmeno fenm[]no7 fenm[i]no
e Pssego pss[]go pss[i]go
Nmero nm[]ro nm[i]ro
Abbora abb[ ]ra abb[u]ra
o rvore rv[ ]re rv[u]re
Prola pr[ ]la pr[u]la
A literatura j aponta para fenmenos recorrentes com vogais mdias postnicas no
finais. De acordo com Amaral (1999), no litoral sul do Bra