FACULDADE METROPOLITANAS UNIDAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
SANDRA MARIA MARTINI
INTERFERÊNCIA DO BRINDE NA ATITUDE E INTENÇÃO DE ESCOLHA DA
CRIANÇA NA ALIMENTAÇÃO
SÃO PAULO
2015
SANDRA MARIA MARTINI
INTERFERÊNCIA DO BRINDE NA ATITUDE E INTENÇÃO DE ESCOLHA DA
CRIANÇA NA ALIMENTAÇÃO
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em
Administração do Centro Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas como requisito para a obtenção
do título de Mestre em Administração.
Área de Concentração: Marketing e Ciência
Orientador (a): Profa. Dra. Claudia Rosa Acevedo de
Abreu Campanário
SÃO PAULO
2015
FICHA CATALOGRÁFICA
Martini, Sandra Maria
Interferência do brinde na atitude e intenção de escolha da
criança na alimentação / Sandra Maria Martini. – São Paulo: S. M.
Martini, 2015.
88 f. : il. ; 30 cm
Orientador: Claudia Rosa Acevedo de Abreu Campanário
Dissertação (Mestrado) – Faculdades Metropolitanas Unidas,
Mestrado Acadêmico em Administração, 2015.
1. Atitude e intenção. 2. Experiência do consumo hedônico. 3.
Motivação. 4. Brinde. I. Título. II. Orientador.
CDD 658
SANDRA MARIA MARTINI
INTERFERÊNCIA DO BRINDE NA ATITUDE E INTENÇÃO DE ESCOLHA DA
CRIANÇA NA ALIMENTAÇÃO
Data de aprovação: ____ de ____________________ de ________.
Banca Examinadora:
__________________________________________________________________
Presidente: Prof. Dra. Claudia Rosa Acevedo de Abreu Campanário
Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU
__________________________________________________________________
Membro Externo: Prof. Dra. Lisete Barlach
Universidade de São Paulo - USP
__________________________________________________________________
Membro Interno: Prof. Dra. Jouliana Jordan Nohara
Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU
Dedicatória
In memorian
A uma mulher admirável, inesquecível, que me gerou neste mundo. Uma mulher que amou,
lutou por seus direitos na profissão, na família e na sociedade, honesta, guerreira, alegre,
amante da natureza, e que me ensinou a enfrentar os desafios de frente, sejam eles quais
forem não deixando nada para trás, mas agindo sempre com amor. Sua estrela faz parte da
constelação que brilha em nosso universo e é para ela que ofereço este trabalho tão sonhado...
E sou extremamente grata por tudo...
Luiza Eloy Martini
AGRADECIMENTOS
À minha estimada Orientadora Dra. Claudia Rosa Acevedo de Abreu Campanário, sou
extremamente agradecida por sua dedicação, apoio, colaboração, entendimento, paciência,
ensinamentos e motivação, para que eu apresentasse o melhor e superasse as dificuldades.
A todos os professores do curso de Mestrado Acadêmico de Administração da FMU, o
meu muito obrigado pelos ensinamentos e aprendizado transmitidos ao longo do curso, pois
sem eles nada teria acontecido.
A Alfredo Passos, meus filhos Ana Carolina e Giovanni Martini Passos e Silva, o meu
muito obrigado pelos incentivos, paciência e me fazerem crer que nunca devemos desistir de
nada e sempre avançarmos não importando o que está acontecendo a nossa volta.
Ao meu pai Osvaldo Martini, pelo apoio e incentivo, em um momento tão importante
da minha vida.
As minhas queridas e amadas irmãs Inês, Cristina, Elisabeth, Rosana e Ana Lúcia,
pelo incentivo e carinho.
Aos meus queridíssimos amigos e professores: Prof. Ms. Álvaro Augusto Dozzo Dick,
Prof. Ms. Antonio Carlos Lima, Prof. Dr. Emilio Michele Cirillo, Prof. Esp. Vagner
Palomares, Prof. Ms. Paulo Barreto, Profa. Esp. Tatiana Penna, e professores colegas do
grupo Uniesp Interlagos.
A todos os meus queridos alunos do curso de Administração do grupo Uniesp
Interlagos, que me ensinam tantas coisas maravilhosas em minha linda vida.
A todos os meus queridos e amados colegas da primeira turma de mestrado acadêmico
de Administração da FMU.
Ao Colégio Adventista de Santo Amaro através da Diretora Francis Freire,
Coordenadora do Ensino Fundamental Profa. Mariane Angélica Ferreira Alves Viana,
Auxiliar Coordenadora Ana Camila Briet, Auxiliar das Classes Gabriele Raima, Professora 2º
ano Meire Jane Gomes Paim Alves, Professora 3º ano Gislene de Oliveira Cavalcanti, e a
todos os alunos da 2as e3as séries do período da manhã e da tarde do Ensino Fundamental por
me possibilitarem a realização de meu estudo nesta pesquisa, e sou grata a todos pela
participação.
Ao meu querido Deus, Jesus, Nossa Senhora de Fátima, Sathya Sai Baba e todas
divindades que me iluminam no universo da vida, sou grata por me colocarem no caminho do
conhecimento.
i
RESUMO
A proposta deste estudo é compreender a interferência do brinde na atitude e intenção
de escolha de crianças entre 7 e 8 anos de idade em relação à alimentação refeição e à
alimentação lanche. A teoria que norteia o trabalho é a da experiência do consumo hedônico,
que pode ser caracterizada por fantasias (sonhos, imaginação e desejos inconscientes),
sentimentos (emoções tais como amor, ódio, raiva, inveja e divertimento) e diversão (prazer
hedônico derivado de atividades divertidas, alegres e prazerosas) associados ao consumo. O
pressuposto da pesquisa é que as crianças respondem positivamente à alimentação quando
estas são caracterizadas por fantasias, sentimentos ou diversão. Visando compreender melhor
o assunto este estudo teve como método o experimento. Participam deste experimento
crianças do sexo masculino e feminino entre 7 e 8 anos de idade. Os resultados desta pesquisa
foram desenvolvidos com base nas variáveis dependentes atitude de escolha, intenção de
escolha e avaliação do brinde, na alimentação refeição com brinde, alimentação lanche com
brinde, alimentação refeição sem brinde e alimentação lanche sem brinde, e as análises
utilizadas neste estudo deixam claro que a interferência do brinde na atitude e intenção de
escolha da alimentação refeição com brinde é muito importante para as crianças dessa faixa
etária, enquanto que a interferência do brinde na atitude e intenção de escolha da alimentação
do lanche não tem importância para as crianças dessa faixa etária, e quanto à avaliação do
brinde utilizado neste estudo, a análise mostrou que é um estimulo importante para a maioria
das crianças entre 7 e 8 anos de idade.
Palavras-chave: Atitude e intenção, Experiência do consumo hedônico, Motivação, Brinde.
ii
ABSTRACT
The purpose of this study is to understand the interference of the freebie in the attitude and
intention of choice of the children between 7 and 8 years old in relation to meal food and
snack food. The theory that guides the work is the experience of hedonic consumption, which
can be characterized by fantasies (dreams, imagination and unconscious desires), feelings
(emotions such as love, hate, anger, envy and fun) and entertainment (hedonic pleasure
derived from fun, cheerful or pleasant activities) associated with consumption. The research
assumption is that children respond positively to food when they are characterized by
fantasies, feelings and entertainment. To better understand the subject, this study used the
method of the experiment. Participated in this experiment children both male and female
between 7 and 8 years old. The results of this research have been developed based on the
dependent variables attitude of choice, intent of choice and evaluation of freebie, feed meal
with freebie, snack food with freebie, meal feeding without freebie and snack food without
freebie, where the analyzes used in this study make it clear that the interference of freebie in
the attitude and intention of choice of meal feeding freebie is very important for this age
group, while the interference of freebie in the attitude and intention of choice of food snack
does not matter to the kids this age group, and the evaluation freebie used in this study,
analysis showed that it is an important stimulus for most children between 7 and 8 years old.
.
Keywords: Attitude and intention, Experience of hedonic consumption, Motivation, Freebie.
iii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Uma visão contemporânea das relações entre crenças, sentimentos, atitude,
intenção comportamental e comportamento...............................................................................8
FIGURA 2 – Desenho experimental 2 x 2................................................................................19
Figura 3 – Cartões com Alimentação Refeição e Alimentação Lanche (com e sem brinde)....22
FIGURA 4 – Equação do coeficiente alfa de Cronbach..........................................................25
iv
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Preferência quanto ao brinde............................................................................20
GRÁFICO 2 – Preferência quanto à alimentação refeição.......................................................20
GRÁFICO 3 – Preferência quanto à alimentação lanche.........................................................21
GRÁFICO 4 – Atitude de escolha para refeição com brinde versus refeição sem brinde........38
GRÁFICO 5 – Intenção de escolha para refeição com brinde versus refeição sem brinde......40
GRÁFICO 6 – Atitude de escolha para lanche com brinde versus lanche sem brinde.............42
GRÁFICO 7 – Intenção de escolha para lanche com brinde versus lanche sem brinde...........44
v
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Questionário A: Atitude de escolha na alimentação refeição com brinde..........27
TABELA 2 - Questionário A: Intenção de escolha na alimentação refeição com brinde........28
TABELA 3 - Questionário B: Atitude de escolha na alimentação lanche com brinde.............29
TABELA 4 - Questionário B: Intenção de escolha na alimentação lanche com brinde...........30
TABELA 5 - Questionário C: Atitude de escolha na alimentação refeição sem brinde...........31
TABELA 6 - Questionário C: Intenção de escolha na refeição sem brinde.............................32
TABELA 7 - Questionário D: Atitude de escolha na alimentação lanche sem brinde.............33
TABELA 8 - Questionário D: Intenção de escolha na alimentação lanche sem brinde...........34
TABELA 9 - Estatísticas do questionário atitude de escolha: Refeição com brinde versus
refeição sem brinde...................................................................................................................36
TABELA 10 – Testes de Levene e T-Student para questionário atitude de escolha: Refeição
com brinde versus refeição sem brinde....................................................................................37
TABELA 11 - Estatísticas do questionário intenção de escolha: Refeição com brinde versus
refeição sem brinde...................................................................................................................39
TABELA 12 – Testes de Levene e T-Student para questionário intenção de escolha: Refeição
com brinde versus refeição sem brinde.....................................................................................39
TABELA 13 - Estatísticas do questionário atitude de escolhe: lanche com brinde versus
lanche sem brinde.....................................................................................................................41
vi
TABELA 14 – Testes de Levene e T-Student para questionário atitude de escolha: lanche com
brinde versus lanche sem brinde...............................................................................................41
TABELA 15 - Estatísticas do questionário intenção de escolhe: lanche com brinde versus
lanche sem brinde......................................................................................................................43
TABELA 16 – Testes de Levene e T-Student para questionário intenção de escolha: lanche
com brinde versus lanche sem brinde.......................................................................................43
TABELA 17 – Avaliação do brinde que acompanha a refeição...............................................44
TABELA 18 – Avaliação do brinde que acompanha o lanche.................................................46
vii
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................ i
ABSTRACT ................................................................................................................... ii
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. iii
LISTA DE GRÁFICOS .............................................................................................. iiv
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... v
1 INTRODUÇÃO: JUSTIFICATIVA, PROBLEMA, OBJETIVOS E QUESTÕES. 1
1.1 Apresentação ........................................................................................................... 1
1.2 Problema e Objetivo de Pesquisa ........................................................................... 3
1.3 Justificativa da escolha do Tema ............................................................................ 4
1.4 Das Linhas de Pesquisas Em Que Se Insere o Trabalho, Contribuição do Estudo
e Estrutura do Texto ........................................................................................................ 6
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 7
2.1 Variável Atitude e Intenção .................................................................................... 7
2.1.1 Conceito e definição de atitude ............................................................................ 7
2.1.2 Conceito e definição de intenção .......................................................................... 9
2.2 Teoria Experiencial do Consumo Hedônico ........................................................ 10
2.2.1 Histórico da visão experiencial .......................................................................... 10
2.2.2 Definição de experiência .................................................................................... 11
2.2.3 Noção experiencial do consumo ......................................................................... 11
2.2.4 Definição: consumo, valor e experiência hedônica ............................................ 12
2.3 Motivação .............................................................................................................. 14
2.4 Estudos Anteriores e Hipóteses ............................................................................ 15
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 18
3.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................................... 18
viii
3.2 O Que É Um Experimento.................................................................................... 18
3.3 Amostra ................................................................................................................. 19
3.4 Pré-Teste ............................................................................................................... 19
3.5 O Experimento ...................................................................................................... 21
3.6 Variáveis do Estudo .............................................................................................. 23
4 ANÁLISES DAS INFORMAÇÕES E ACHADOS DO ESTUDO ......................... 24
4.1 Análise de Confiabilidade e Coeficiente Alfa de Cronbach Para Avaliação do
Brinde ............................................................................................................................. 24
4.1.1 Uso do coeficiente alfa de Cronbach .................................................................. 25
4.2 Comparações entre as atitudes e intenções dos quatro questionários................. 35
4.2.1 Análise do questionário atitude de escolha: refeição com brinde versus refeição
sem brinde. .................................................................................................................. 36
4.2.2 Análise do questionário intenção de escolha: refeição com brinde versus
refeição sem brinde. .................................................................................................... 39
4.2.3 Análise do questionário atitude de escolha: lanche com brinde versus lanche
sem brinde. .................................................................................................................. 41
4.2.4 Análise do questionário intenção de escolha: lanche com brinde versus lanche
sem brinde. .................................................................................................................. 43
4.3 Análise da avaliação do brinde que acompanha a refeição. ................................ 45
4.4-Análise da avaliação do brinde que acompanha o lanche. .................................. 45
5 CONCLUSÕES, DISCUSSÓES E LIMITAÇÕES DO ESTUDO ......................... 47
5.1 Discussão Do Estudo ............................................................................................. 49
5.2 Limitações Do Estudo ........................................................................................... 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................53
......ANEXO.................................................................................................................. ............60
APÊNDICES ................................................................................................................ 62
1
1 INTRODUÇÃO: JUSTIFICATIVA, PROBLEMA, OBJETIVOS E QUESTÕES
1.1 Apresentação
Este estudo discute a seguinte problemática: Qual a interferência do brinde na atitude e
intenção de escolha da criança em relação à alimentação refeição e à alimentação lanche? O
objetivo é compreender a interferência do brinde na atitude e intenção de escolha de crianças
entre 7 e 8 anos de idade, em relação à alimentação refeição e à alimentação lanche, quando
feitas fora de casa.
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (em anexo), elaborado
pelo Ministério da Saúde (2014), uma alimentação saudável deve ser de origem vegetal,
conter alimentos “in natura” ou minimamente processados (como conservas de legumes,
compotas de frutas, pães e queijos), possuir alto valor nutritivo, ser balanceada, saborosa,
culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar social e de todos os tipos, com
grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas, castanhas, leite, ovos, carnes e
variedade dentro de cada tipo, como feijão, arroz, milho, batata, mandioca, tomate, abóbora,
laranja, banana, frango, peixes, etc. Deve-se utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas
quantidades. É importante evitar o consumo de alimentos ultraprocessados (como biscoitos
recheados, “salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão instantâneo”) devido seus
ingredientes serem nutricionalmente desbalanceados. Sempre que possível procurar comer em
ambientes apropriados e com companhia. Recomenda-se fazer compras em locais que
ofereçam variedades de alimentos “in natura” e minimamente processados (como mercados,
feiras livres e feiras de produtores). É importante desenvolver, exercitar e partilhar
habilidades culinárias com amigos e família e planejar o uso do tempo para dar à alimentação
o espaço que ela merece. Quando a refeição for feita fora de casa, procurar dar preferência a
locais que servem refeições feitas na hora (como, por exemplo, comida a quilo e comida
caseira) e evitar redes de fast-food (alimentação rápida). É essencial ser crítico quanto às
informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas
comerciais.
Observa-se na alimentação fora de casa que a indústria de fast-food (alimentação
rápida) utiliza-se muito das estratégias de marketing para incentivar a criança a consumir
produtos de baixo conteúdo nutritivo e altamente calóricos, e a Organização Mundial da
2
Saúde (OMS, 2014) bem como os governos em vários países têm se preocupado em
monitorar tal fato e incentivar a criança a comer de forma mais saudável em decorrência dos
altos níveis de obesidade.
Pesquisas têm indicado que o consumo de alimentos industrializados, como, por
exemplo, o fast-food (alimentação rápida), está associado à alta ingestão calórica, com
presença de gorduras saturadas1, gorduras trans
2, carboidratos e sódio, nutrientes estes que
estão relacionados à hipertensão, a doenças cardiovasculares e à diabetes tipo 2 (FRENCH et
al 2001; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2003).
A indústria de fast-food (alimentação rápida) em 2006 gastou cerca de US$350
milhões para anunciar promoções de brinquedo (BERNSTEIN 2010; PARSONS 2010). Há
uma crescente pressão da opinião pública, principalmente na Califórnia, para proibir a prática
do acompanhamento de brinquedos com refeições de alto teor calórico para crianças,
permitindo apenas para refeições que atendam orientações nutricionais (BERSTEIN, 2010).
No Brasil, o debate em torno da venda de alimentos combinada com a distribuição de
brinquedos vem se desenvolvendo e são crescentes os esforços para sua proibição3 (ALANA,
2014). A iniciativa desse Projeto de Lei está em consonância com as diretrizes de promoção
de hábitos de alimentação saudáveis para crianças e a proteção de seus direitos é uma
preocupação importante existente em diferentes países (ALANA, 2014).
Estudos feitos no Brasil mostram aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade,
principalmente nas crianças em idade escolar e nos adolescentes (6 a 17 anos de idade). Essa
mudança vem desencadeando o desenvolvimento da síndrome metabólica que se associa a
1É um tipo de gordura encontrada principalmente nos produtos de origem animal e que em temperatura ambiente fica sempre
em estado sólido. Encontrada em carnes vermelhas e brancas, principalmente em gorduras de carne, peles de aves, leite e derivados integrais como a manteiga, o creme de leite, e o azeite de dendê. Diariamente é preciso ter um consumo de no máximo 20 gramas deste tipo de gordura. Como efeitos no corpo ela aumenta o colesterol ruim, que se deposita nas artérias, elevando o risco de vários problemas cardíacos. Fonte: <www.megaartigos.com.br/saude/obesidade> no Brasil
2 São gorduras formadas por processos químicos, como a hidrogenação, onde os óleos vegetais líquidos costumam ser transformados em ácidos graxos trans, uma gordura sólida. Encontrada em margarina, biscoitos, batatas fritas, sorvetes e
salgadinhos, precisa ser consumida diariamente em 2 gramas , ou seja, duas colheres de chá. Não faz bem para a saúde, aumentando o colesterol ruim e ainda reduzindo o colesterol bom. Fonte: <www.megaartigos.com.br/saude/Obesidade> no Brasil
3 De acordo Projeto de Lei número 99/2009, do Vereador Arselino Tatto – PI, aprovado em 2.7.2014 pela Câmera Municipal
de São Paulo.
3
doenças crônicas (como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemias4 e doenças
cerebrovascular e cardiovascular). Sabe-se que, o grande consumo de gorduras saturadas e
trans e açúcares, com a diminuição no consumo de cereais, leguminosas, frutas e verduras,
aliados ao sedentarismo, podem ocasionar riscos à saúde da criança.
Observa-se que as estratégias de marketing têm um forte componente nas atitudes e
intenções de escolha destes consumidores e a prova disso são os recursos e técnicas usados
pelas empresas com marketing. Esse fator tem implicações importantes sobre as políticas
públicas com relação à produção, distribuição e promoção dos alimentos.
Este estudo é uma tentativa de compreender a interferência da utilização do brinde na
atitude e intenção de escolha de crianças entre 7 e 8 anos de idade em relação à alimentação
refeição e à alimentação lanche, quando feitas fora de casa.
1.2 Problema e Objetivo de Pesquisa
Qual a interferência do brinde na atitude e intenção de escolha da criança em relação à
alimentação refeição e à alimentação lanche?
Segundo Kuntz (2003), brinde é todo e qualquer tipo de material ou objeto para gerar
afinidade, fidelidade, ações de venda e formas de promoções ou com o fim de serem
utilizados em eventos, sendo ou não o seu valor cobrado ao consumidor, de acordo com o tipo
de campanha.
Para Azevedo (2003), o brinde é uma mídia de contato pessoal, um momento de
fidelização, uma mídia de convivência pessoal. A grande importância acontece quando o
veículo seja ele o produto que for se torna um objeto de afeto (AZEVEDO, 2003). De acordo
com o autor o brinde associa a força e as propriedades da marca para criar experiências
tangíveis aos clientes e, quando criados com planejamento e distribuídos adequadamente, são
veículos poderosos de comunicação da marca. Esse tipo de comunicação pode passar um ano
inteiro acompanhando as negociações de um executivo ou funcionando como brinquedo,
sendo levado de um lado para outro pelas crianças.
4 Dislipidemias, também chamadas de hiperlipidemias, referem-se ao aumento dos lipídios (gorduras) no sangue,
principalmente do colesterol e dos triglicerídeos. O colesterol é uma substância semelhante à gordura com função importante
em muitos processos bioquímicos do organismo. Fonte: <www.abcdasaude.com.br/geriatria/dislipidemias>
4
Segundo Azevedo (2003) o brinde pode estar inserido em diferentes contextos
técnicos da área de marketing, como numa estratégia de branding, fidelização ou
relacionamento.
No cenário de diversão, a indústria de alimentos infantis utiliza-se de várias técnicas
para oferecer às crianças uma variedade cada vez maior de produtos, em toda a sua
multiplicidade de cores, aromas, sabores, embalagens, brindes e personagens, trazendo para
os consumidores um universo de alimentação, diversão, comunicação e interatividade.
A diversão, no segmento infantil, pode se utilizar de diversos tipos de recreação ou
passatempos com: brindes (como personagens e brinquedos), brincadeiras (como fantoches,
contadores de estórias, músicas, pinturas, caricaturas, mágicas e desenhos) e brinquedos
infantis (como carrosséis, pula-pulas, balanças, gira-giras, casinhas, escorregadores, jogos,
trepa-trepas, entre outros).
O objetivo desta pesquisa é o de compreender a interferência do brinde na atitude e
intenção de escolha da criança entre 7 e 8 anos de idade, em relação à alimentação refeição e a
alimentação lanche, quando feitas fora de casa.
1.3 Justificativa da escolha do Tema
A escolha do tema justifica-se por meio de quatro argumentos, quais sejam: (1)
crianças são um importante público-alvo para a indústria de alimentos, (2) a diversão é um
fenômeno moderno, (3) o brinde é uma técnica usada na indústria alimentícia, (4) questões
sucitadas pelas Políticas Públicas, sendo:
(1) Crianças são importante público-alvo para a indústria de alimentos: As crianças
vêm se tornando cada vez mais um público-alvo em evidência para os comerciantes
(VALKENBURG, 2000), em grande parte porque elas se tornaram mais capazes de fazer suas
próprias escolhas de compra e adquiriram a capacidade de influenciar fortemente as compras
domésticas. Empresas de marketing dirigidas às crianças e jovens têm a preocupação de criar
e desenvolver a lealdade da marca para incentivar seu consumo regular (VALKENBURG,
2000). Isso vem favorecendo um crescimento em marketing (JOHN, 1999) e as crianças e os
jovens crescem cercados por publicidade, branding e outras formas de promoção
(LEONHARDT; KERWIN, 1997). Os profissionais de marketing estão se tornando cada vez
mais sofisticados no desenvolvimento de técnicas capazes de influenciar os consumidores
5
infantis, baseando suas estratégias em um trabalho de compreensão das crianças e seus
interesses, motivações, valores e crenças (ACUFF, 1997).
(2) A diversão é um fenômeno: A diversão representa um fenômeno de consumo
marcante no comportamento alimentar da sociedade, que se expressa como uma técnica no
mercado de alimentos. Conforme Galindo(2008) a indústria de produtos alimentícios
(especialmente os alimentos infantis) tem como premissa basear suas estratégias de
comunicação e marketing na constante combinação de alimentação e diversão com o intuito
de atrair e falar diretamente com o seu público-alvo (as crianças).
(3) Técnica usada na indústria de alimentos: Observa-se que uma das propostas na
indústria de alimentos que mais se destaca ao público infantil (e que muitas vezes se utiliza da
combinação de brindes e personagens nos seus produtos) é representada pelo segmento de
fast-food (alimentação rápida): lanches de todos os tipos, cores, sabores e com brindes e
personagens. Fischler (1998), menciona como exemplo ilustrativo o contexto do sucesso
mundial da marca McDonald’s.Segundo o autor, a experiência do lanche fast-food
(alimentação rápida) torna-se uma preferência universal entre as crianças, mesmo para
aquelas ainda muito pequenas, pela sensação de prazer, liberdade e autonomia que tal
momento lhes proporciona, quase como uma experiência de lazer (uma experiência de
diversão).
(4) Questões sucitadas pelas Políticas Públicas: Há uma crescente pressão de opinião
pública nos Estados Unidos e em outros países para a mudança da legislação. De acordo com
artigo das autoras McAlister e A. R. Cornwell (2012), os lobistas das cadeias de fast-food
(alimentação rápida) têm oferecido suporte aos legisladores na Flórida e Arizona para impedir
que aconteça a proibição de brinquedos associados às refeições nestes estados. As autoras
citam as cidades de Santa Clara, na Califórnia, e San Francisco que proibiram a prática de
associação de brinquedos com alimentos de alto teor calórico dirigidos às crianças. A
regulamentação governamental do marketing de alimentos para crianças deve ajudar os
governos a diminuir os efeitos da alimentação pouco saudável e capacitá-los a cumprir as suas
obrigações no direito internacional para proteger os direitos da criança (THORNLEY et al.,
2010, p. 31, tradução dos autores).
6
1.4 Das Linhas de Pesquisas Em Que Se Insere o Trabalho, Contribuição do Estudo e
Estrutura do Texto
Segundo Morris B. Holbrook e Elizabeth C. Hirschman (1982), o consumo é uma
experiência voltada para a busca das fantasias, sentimentos e diversão associados ao consumo.
Os autores definem a experiência hedônica em procurar pela mercadoria, em consumir o
espaço e a diversão dos locais de compra, em conversar com outros indivíduos durante este
processo exercendo uma interação social ou em passar pela experiência fantasiosa de se
imaginar utilizando determinado bem ou produto.
Este estudo terá como base a teoria de experiência do consumo hedônico, de Holbrook
e Hirshman (1982).
A terminologia da dissertação é a diversão através do brinde, definida por Holbrook e
Hirshman (1982) como experiência do consumo hedônico.
Ao longo dos anos, sabe-se que o marketing se apropriou de recursos das ciências
sociais, da psicologia e da comunicação para chegar ao consumidor.
Este estudo tem o objetivo de trazer conhecimento à luz do marketing crítico,
contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas e construir técnicas de marketing
adequadas à alimentação da criança, possibilitando a continuidade de pesquisas futuras e
tornando os estudos críticos um desafio para os novos pesquisadores.
Esta apresentação está dividida em cinco partes, sendo esta, (1) a introdução, (2) a
revisão bibliográfica sobre o tema, (3) descrever a metodologia do trabalho, (4) explanar
sobre à análise das informações e achados do estudo e (5) apresentar as conclusões,
recomendações e limitações deste estudo.
7
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Dando início à revisão bibliográfica desta pesquisa, este capítulo aborda a
apresentação e a discussão dos seguintes tópicos assim propostos: na 2.1 a variável atitude e
intenção; na 2.2 a teoria experiencial do consumo hedônico; na 2.3 o processo psicológico da
Motivação; e na 2.4 os estudos anteriores.
2.1 Variável Atitude e Intenção
Este tópico sobre as variáveis atitude e intenção aborda: na seção 2.1.1 o conceito e a
definição de atitude e na seção 2.1.2 o conceito e definição de intenção.
2.1.1 Conceito e definição de atitude
De acordo com Fishbein e Ajzen (1975) o conceito de atitude é muito importante para
o entendimento dos consumidores para o marketing, pois oferece uma compreensão completa
dos mesmos. Segundo esses autores, a quantidade de afeto que uma pessoa tem a favor ou
contra um objeto é formada por um conjunto de três componentes: crenças ou cognições
(conhecimento sobre o objeto),afeto (avaliações positivas ou negativas sobre o objeto, ou
como o consumidor se sente em relação a um objeto de atitude) e conação (intenção ou
comportamento desejado relativo ao objeto).
O conceito unidimensional proposto por Fishbein e Ajzen (1975) quanto à quantidade
de afeto que uma pessoa sente por um objeto foi adotado pelos pesquisadores, sendo que as
crenças (cognição) e intenções (comportamento desejado) são vistas como relacionadas à
atitude, mas como conceitos cognitivos separados (FIGURA 1), ou seja, como parte intrínseca
da atitude (PETER; OLSON, 1999).
8
Figura 1 – Uma visão contemporânea das relações entre crenças, sentimentos, atitude, intenção comportamental
e comportamento.
Fonte: Engel, Blackwell e Miniard (2000).
Não existe consenso na literatura científica sobre a distinção ou não entre os termos
atitude e afeto (conhecido como construto utilizado em alguns modelos de ação). Fishbein e
Ajzen (1975) propõem o termo “afeto” para um sistema de resposta, que “inclui estados de
ânimo generalizados sem um objeto ou referência bem-definido (por exemplo, tristeza versus
felicidade), bem como emoções qualitativamente diferentes (raiva, medo, orgulho, etc)”
(AJZEN; FISHBEIN, 1975, p. 3).
Os autores definem atitude como “sentimento positivo ou negativo de um indivíduo
com relação a um determinado objeto de comportamento”. Os consumidores têm atitudes em
relação a uma ampla gama de objetos: desde comportamentos muito específicos relacionados
a produtos (como comprar um creme dental de uma marca e não de outra) até
comportamentos mais gerais relativos ao consumo (como a decisão sobre comprar numa loja
da maneira tradicional ou através de comércio eletrônico). O comportamento é influenciado
por atitudes em relação a vários aspectos que envolvem o consumo, como uma marca,
produto, loja ou forma de pagamento. Ao decidir que marca ou em que loja comprar, os
consumidores geralmente selecionam o que é avaliado de maneira mais favorável.
Fishbein e Ajzen (1975) afirmam que um comportamento-alvo é previsto pela atitude
do indivíduo em relação ao comportamento em si do que por sua atitude relativa aos objetos
envolvidos no comportamento (ou seja, os produtos/serviços que são comprados).
Ainda que as atitudes sejam consideradas como prognósticos do comportamento,
resultados desfavoráveis indicam que ainda há um caminho a percorrer para o entendimento
de como as atitudes se relacionavam ao comportamento (ARMITAGE; CHRISTIAN, 2003).
CRENÇA ATITUDE INTENÇÃO COMPORTAMENTO
SENTIMENTO
9
A perspectiva que visualiza a atitude como uma disposição estável para responder
favorável ou desfavoravelmente a um objeto, não implica que as pessoas formam atitudes de
uma maneira racional por meio de todas as informações relevantes, seguindo regras formais
de lógica. Ao contrário, o modelo expectativa-valor, assim como outras abordagens para
formação e mudança de atitude, reconhece que as crenças podem ser alteradas por uma
variedade de processos cognitivos e motivacionais (AJZEN; FISHBEIN, 1975).
2.1.2 Conceito e definição de intenção
O conceito da intenção atua como mediador entre atitudes e comportamentos. As
intenções comportamentais são compreendidas como um resumo da motivação necessária
para desempenhar um comportamento particular, refletindo uma decisão do indivíduo de
seguir um curso de ação, bem como um índicativo sobre o quanto uma pessoa estaria disposta
a tentar e desempenhar um comportamento (FISHBEIN; AJZEN, 1975). Em vez das atitudes
estarem diretamente relacionadas ao comportamento, atitudes serviriam unicamente para
direcionar o comportamento ao influenciar as intenções.
Ainda que de um ponto de vista teórico intenções determinem o comportamento, isto
não significa que uma medida de intenção sempre será uma previsão exata do
comportamento. Vários fatores influenciam a relação entre intenção e comportamento, tais
como o grau de correspondência entre as medidas dos dois construtos ou o grau em que a
intenção se mantém estável ao longo do tempo. Fishbein e Ajzen (1975) afirmam que as
pesquisas na psicologia social mostram que as intenções são mais bem previsíveis pelas
atitudes do indivíduo com relação ao comportamento específico (no caso, de utilizar o
comércio eletrônico para adquirir produtos/serviços) do que suas atitudes relativas aos objetos
envolvidos no comportamento (os produtos/serviços que estão sendo adquiridos). Ou seja, a
relação entre atitudes e intenções, bem como entre intenções e comportamento pode ser
estabelecida desde que seus elementos ação, alvo, contexto e tempo sejam idênticos (AJZEN;
FISHBEIN, 1975).
Atitudes são determinantes para a intenção comportamental, ou, segundo Fishbein e
Ajzen (1975), “a força da intenção de um indivíduo em desempenhar um comportamento
específico”. A importância do conceito de “intenção comportamental” deve-se à dificuldade
de observação e mensuração do comportamento efetivo do consumidor (ou seja, se sua
10
intenção de consumo foi efetivada). As pesquisas normalmente procuram explicar e prever a
intenção de consumo, antecedente imediato do comportamento em si.
A relação entre atitude, intenção e comportamento não alcança unanimidade, havendo
discordâncias e modelos alternativos para prever intenções comportamentais que não por
meio das atitudes, como os de Warshaw (1981) e de Sheth (1974), o comportamento
planejado (AJZEN, 1975), devido à enorme quantidade de trabalhos que os validam
(ARMITAGE; CHRISTIAN, 2003) e ao fato de serem mais parcimoniosos.
2.2 Teoria Experiencial do Consumo Hedônico
A noção experiencial do consumo pode ser caracterizada por um fluxo de fantasias
(sonhos, imaginação e desejos inconscientes), sentimentos (emoções tais como amor, ódio,
raiva, inveja e divertimento) e diversão (prazer hedônico derivado de atividades divertidas,
alegres e prazerosas) associado ao consumo (HOLBROOK; HIRSCHMAN, 1982).
Este tópico da teoria experiencial do consumo hedônico é discutido tendo na seção
2.2.1 o histórico da visão experiencial, na seção 2.2.2 a definição de experiência, na seção
2.2.3 a noção experiencial do consumo, e na seção 2.2.4 o consumo, valor e experiência
hedônica.
2.2.1 Histórico da visão experiencial
Há trinta anos, Holbrook e Hirschman (1982), destacavam a importância da pesquisa
do consumidor na “visão experiencial”.
Para Holbrook e Hirschman (1982) experiência compreende o consumo como um
estado subjetivo e consciente, com uma variedade de significados simbólicos, respostas
hedônicas e critérios estéticos. A experiência deriva do contato entre o evento planejado e o
estado de espírito do consumidor, sendo que duas pessoas não vivenciam a experiência da
mesma forma.
11
2.2.2 Definição de experiência
Para Holbrook e Hirschman (1982), uma experiência é uma ocorrência pessoal,
fundamentada na interação com estímulos de produtos e serviços consumidos. Na visão
desses autores, a abordagem experiencial é fenomenológica e considera o consumo como um
estado subjetivo de consciência com uma variedade de significados simbólicos, respostas
hedônicas e critérios estéticos.
Segundo Holbrook e Hirschman (1982), as experiências são resultado do encontro e da
vivência de situações, sendo compostos por estímulos criados para os sentidos, para os
sentimentos e para a mente.
2.2.3 Noção experiencial do consumo
Desde a década de 1980, percebeu-se na literatura relacionada à pesquisa do
consumidor uma busca por uma extensão da abordagem, em que o consumidor era apenas um
tomador de decisão racional (ADDIS; HOLBROOK, 2001).
Uma das perspectivas que vão além desta visão refere-se à noção experiencial do
consumo, que pode ser caracterizada por um fluxo de fantasias (sonhos, imaginação e desejos
inconscientes), sentimentos (emoções tais como amor, ódio, raiva, inveja e divertimento) e
diversão (prazer hedônico derivado de atividades divertidas, alegres e prazerosas) associado
ao consumo (HOLBROOK; HIRSCHMAN, 1982).
É possível incorporar uma série de variáveis que não ocupavam lugar de destaque na
pesquisa do consumidor como: o papel dos sentimentos e das emoções no comportamento de
compra, o significado do simbolismo no consumo, a necessidade do consumidor de buscar
divertimento e prazer, o papel do consumo além do ato da compra, entre outras.
Deve-se levar em conta que os consumidores utilizam-se de bens e serviços para dizer
alguma coisa sobre si mesmos, seja para reafirmar sua identidade, definir sua posição no
espaço social, declarar seu pertencimento a um grupo, falar de gênero e etnia, afirmar ou
negar sua relação com o outro ou atribuir qualquer significado (ADDIS; HOLBROOK, 2001).
O prazer está no centro da experiência hedônica de consumo, em que o consumidor e
busca diversão e lazer (TAUBER, 1972; HIRSCHMAN; HOLBROOK, 1982; BABIN et al.,
12
1994; passar o tempo e escapar dos problemas cotidianos (O’GUINN; FABER, 1989;
BRIDGES; FLORSHEIM, 2008).
O consumidor busca laços e vínculos sociais (REYNOLDS; BEATTY, 1999;
RAGHUNATHAN; CORFMAN, 2006), gratificação, acompanhar tendências e inovações de
mercado (ARNOLD; REYNOLDS, 2003), adquirir os objetos para seu consumo (SHERRY,
1990) e contemplar pessoas, produtos, ambientes e objetos (HOLBROOK, 2001).
Seja através de sensações ou de emoções, a obtenção de prazer é o resultado de
perspectiva hedônica. Contudo, para o hedonista, não é necessário existir um consumo real
para que o prazer seja obtido.
2.2.4 Definição: consumo, valor e experiência hedônica
De acordo com Hirschman e Holbrook(1982), o consumo hedônico é a junção de três
fatores únicos do ser humano: sensações, emoções e fantasias. Os autores definem o consumo
hedônico como o comportamento que se relaciona com os aspectos multissensoriais (tato,
olfato, paladar, audição e visão), fantasiosos e emotivos da experiência do consumidor na
presença dos produtos.
O consumo hedônico pode estar relacionado tanto com o ato de comprar/possuir uma
mercadoria quanto à sensação de vivenciar uma experiência (LANGREHR, 1991), mesmo
que não se efetive a compra de um produto ou serviço e todo o prazer esteja concentrado
somente na aventura da busca (HIRSCHMAN; HOLBROOK, 1982; ARNOLD;
REYNOLDS, 2003).
Assim, Arnold e Reynolds (2003), Hirschman e Holbrook (1982), relatam a
experiência hedônica como a procura pela mercadoria, o consumo do espaço e a diversão dos
locais de compra, em conversar com outros indivíduos durante este processo exercendo uma
interação social ou em passar pela experiência fantasiosa de se imaginar utilizando
determinado bem ou produto.
A partir do trabalho de Hirschman e Holbrook (1982), as possibilidades de estudos
sobre experiências hedônicas no consumo se abriram, passando a provocar maior interesse
entre os pesquisadores (LANGREHR, 1991; BABIN et al., 1994; WAKEFIELD; BAKER,
1998; REYNOLDS; BEATTY, 1999, HOLBROOK, 2001; ADDIS; HOLBROOK, 2001; O
'SHAUGHNESSY; O SHAUGHNESSY, 2007; ARNOLD; REYNOLDS, 2003).
13
Os estudos sobre o consumo hedônico revelaram que a procura por experiências
prazerosas de consumo podem ser muito mais importantes para os consumidores do que a
aquisição utilitária de produtos (HIRSCHMANN; HOLBROOK, 1982; SHERRY, 1990;
O SHAUGHNESSY; O SHAUGHNESSY, 2007), caracterizando o termo hedonismo como o
exercício do prazer e como uma experiência associada à busca da excitação (CAMPBELL,
1987).
Consumidores realizam experiências hedônicas de consumo em busca de vivenciar
sensações de prazer (BRIDGES; FLORSHEIM, 2008), multissensoriais, fantasiosas e
emocionais na interação com produtos e serviços (HIRSCHMAN; HOLBROOK, 1982)
através de iniciativas individuais ou coletivas que passam sentimentos de desejo, busca,
conquista e prazer conciliados pela própria experiência de consumo (BATRA; AHTOLA,
1991; ADDIS; HOLBROOK, 2001).
O valor hedônico representa o valor emocional da experiência de compra e, segundo
Holbrook (2000), está fortemente relacionado à satisfação, ao boca a boca positivo e a
fidelidade dos consumidores.
Holbrook (1982) coloca que a emoção é a chave que liga a experiência hedônica ao
consumo, uma vez que as pessoas estão mais propensas a formar atitudes positivas para
produtos ou serviços cujas experiências sensoriais proporcionem maiores recompensas
psicológicas (KATZ, 1960).
As emoções são uma das principais motivações do consumo hedônico e representam
um fator determinante no consumo, pois são umas das motivações do consumidor quando está
à procura de determinado produto (HIRSCHMAN, HOLBROOK, 1982).
Consumidores que vivenciam experiência hedônica de consumo relacionada com
emoções positivas tendem a estabelecer um compromisso maior com as marcas e produtos
que lhe proporcionam prazer (HIRSCHMAN; HOLBROOK, 1982).
O consumidor, dotado de capacidade fantasiosa, transforma estímulos externos reais
(multissensoriais) e estímulos internos (criações multissensoriais) em fantasias. Sem ter que
recorrer à memória de experiências passadas, como o hedonista tradicional, pode construir
realidades que se tornam prazerosas (HIRSCHMAN, HOLBROOK,1982).
A construção da fantasia possibilita ao consumidor viver uma realidade em que os
sentidos acontecem. Porém, apesar de não ser uma coleção de eventos passados, a fantasia só
pode ser construída se forem sucedidas de informações de experiências reais passadas, neste
14
caso sensoriais (HIRSCHMANN, HOLBROOK, 1982). A fantasia torna-se uma antecipação
do consumo e um prazer, mesmo que por vezes o consumo real cause a dor emocional que se
pretende evitar (CAMPBELL,1987; HIRSCHMAN, HOLBROOK, 1982).
Holbrook e Hirschman (1982) pesquisaram o fato que os consumidores procuram
diversão, fantasia, excitação, estimulação sensorial e gozo em suas atividades de consumo.
Tendo por base a diversão com o brinde, este estudo tentará compreender a
interferência deste na atitude e intenção de escolha da criança entre 7 e 8 anos de idade em
relação à alimentação refeição e a alimentação lanche, quando feitas fora de casa.
2.3 Motivação
Este tema tratará do conceito, definição e tipos de motivação.
A motivação é encarada como uma espécie de força interna que emerge, regula e
sustenta todas as ações mais importantes. Contudo a motivação é uma experiência interna que
não pode ser estudada diretamente (VERNON, 1973, p.11), é uma força interna que leva a
ação e, sendo interna, só podemos sentir.
Na visão de outros autores há abordagens diferentes quanto à definição de motivação,
tais como: “Sempre que sentimos um desejo ou necessidade de algo, estamos em um estado
de motivação. Motivação é um sentimento interno, é um impulso que alguém tem de fazer
alguma coisa” (ROGERS; LUDINGTON; GRAHAM, 1997, p. 2).
“Um motivo é uma necessidade ou desejo, acoplado com a intenção de atingir um
objetivo apropriado” (KRENCH; CRUTCHFIELD, 1959, p. 272).
“Um motivo é uma busca dos determinantes (todos os determinantes) da atividade
humana e animal” (YOUNG, 1961, p. 24).
“O estudo da motivação é a investigação das influências sobre a ativação, força e
direção do comportamento” (ARKES; GARSKE, 1977, p. 3).
Porém, de acordo com Huertas (2001) a motivação é entendida como um processo
psicológico, ou seja, ela é proporcionada por meio dos componentes afetivos e emocionais.
Para o autor, as pessoas possuem diferentes tipos de motivação para um determinado assunto.
Huertas (2001) afirma que existem dois tipos de motivação: intrínseca e extrínseca.
A motivação intrínseca está relacionada ao interesse para com a própria atividade que
tem um fim em si mesma e não como um meio para outras metas. Pode ser considerada como
15
um sistema motivacional independente dos demais, que suporta um tipo concreto de
antecipação de metas e um conjunto de crenças e atitudes. Para para o autor, quando uma ação
se encontra regulada intrinsecamente, esta se fundamenta principalmente em três
características: autodeterminação, competência e satisfação em fazer algo próprio e familiar.
A motivação extrínseca está relacionada às rotinas que aprendemos ao longo da vida.
Segundo Huertas (2001), quando a finalidade da ação, a meta e o propósito têm a ver com
uma contingência externa, com uma promessa de um benefício tangível e exterior, se fala de
motivação extrínseca. Pode-se dizer que ela vem de fora e está associada à matéria, à
remuneração e ao ter.
De acordo com Huertas (2001) toda motivação deve estar relacionada a metas e
objetivos. O autor afirma que as metas são desencadeadoras da conduta motivada, formam
parte do núcleo imprescindível para considerar uma ação como motivada ou não. Portanto,
sem desejo e metas, não há motivação.
De acordo com esse estudo, observa-se que os brindes são um forte estímulo e grande
motivador extrínseco para o público infantil, pois se trata de um benefício tangível e exterior,
sendo uma técnica muito utilizada pelas indústrias alimentícias e de fast-food (alimentação
rápida) para atrair e motivar o segmento infantil.
2.4 Estudos Anteriores e Hipóteses
Em seus estudos, Kotler et al. (2007) colocou que os prêmios são bônus oferecidos
como brindes para incentivar a compra de um produto. Exemplo popular entre as crianças
incluim brinquedos em caixas de cereais, negociação de cartões e brinquedos acompanhados
com as alimentações das crianças em restaurantes, entre outros. Esta investigação aborda os
brinquedos de coleção como prêmios. O prêmio de brinquedo de coleção é tido como um
forte apelo quando oferecido como bônus para promover a aquisição de outro produto.
Em seus dois estudos, McAlister e Cornwell (2012) mostraram que os prêmios de
brinquedos de coleção oferecidos como bônus para promover a compra de alimentos para
crianças, influenciam as atitudes destas para com uma alimentação saudável e não saudável; e
que as escolhas alimentares das crianças são influenciadas pela presença ou ausência de um
prêmio com brinquedo de coleção, porque as crianças escolhem uma alimentação saudável e
16
não saudável à alimentação fast-food (alimentação rápida) se há um bom prêmio de brinquedo
de coleção.
De acordo com McAlister, Cornwell e Cornain (2012) pesquisas em psicologia do
desenvolvimento mostram que a motivação por brinquedos de coleção é muito forte e que a
maioria das crianças em idade pré-escolar tem habilidades para distinguir cores, tamanhos e
formas e ser capaz de empregar regras de decisão por categoria, e está disposta a pagar
qualquer preço para ter o brinquedo oferecido como premiação ou bônus. A premiação com
brinquedos de coleção têm forte influência na compra combinada com uma opção de
alimentação.
Conforme pesquisa australiana (Obesity Policy Coalition, 2009) com mais de 800
(oitocentos) adultos entrevistados, o prêmio de brinquedo de coleção junto com a alimentação
infantil é um forte motivador usado por restaurantes.
Segundo estudos de Schlosser (2001), do ponto de vista da criança, um prêmio com
brinquedo junto com alimentos facilita uma experiência de aprendizagem associativa
que pode influenciar a preferência alimentar. Os pais queixam-se que em casa tentam
promover uma alimentação saudável e não conseguem superar as preferências alimentares das
crianças que são moldadas por esforços de marketing (Notícia Saúde, 2011). Em relação ao
fast-food (alimentação rápida), o prêmio com brinquedo tem sido citado como o principal
bônus usado para atrair as crianças, e o fast-food (alimentação rápida) McDonald’s foi
nomeado como um dos maiores distribuidores de brinquedos.
Roberts e Pettigrew (2007), em suas pesquisas, enfatizaram que é importante ressaltar
que estudos que examinam o uso de prêmios como incentivos para as decisões de compra de
alimentos infantis não examinaram os prémios de brinquedos colecionáveis.
Um ponto importante na utilização de prêmios de brinquedos colecionáveis para
promover a alimentação da criança é que, quando uma criança obtém o primeiro brinquedo, o
desejo de completar a coleção é tão forte que a criança faz de tudo para obter todos os itens da
coleção.
Baseado nestes estudos anteriores, e a partir da revisão teórica, essa pesquisa evidencia
a teoria de experiência do consumo hedônico, no segmento infantil, com relação à
interferência do brinde nas práticas de promoções alimentares com refeição e lanche,
procurando compreender as seguintes indagações/hipóteses:
17
H1: A alimentação lanche oferecida com brinde interfere na atitude positiva em
relação à escolha do alimento por parte da criança mais do que a alimentação lanche oferecida
sem brinde.
H2: A alimentação lanche oferecida com brinde interfere na intenção positiva em
relação à escolha do alimento por parte da criança mais do que a alimentação lanche oferecida
sem brinde.
H3: A alimentação refeição oferecida com brinde interfere na atitude positiva em
relação à escolha do alimento por parte da criança mais do que a alimentação refeição
oferecida sem brinde.
H4: A alimentação refeição oferecida com brinde interfere na intenção positiva em
relação à escolha do alimento por parte da criança mais do que a alimentação refeição
oferecida sem brinde.
18
3 METODOLOGIA
Esta seção aborda a estratégia metodológica que orientará a etapa empírica desta
pesquisa, abordando: na seção 3.1, o tipo de pesquisa, na 3.2, o que é um experimento, na 3.3,
a amostra, na 3.4, o Pré Teste, na 3.5, o experimento e na 3.6, as variáveis do estudo.
3.1 Tipo de Pesquisa
Para alcançar o objetivo geral, este estudo usou o método do experimento. Segundo
Vieira (2002), este tipo de pesquisa assume que quando há uma manipulação de algum
aspecto da realidade, esta pode ser usada para obter evidências de relações de causa e efeito.
A casualidade pode ser inferida quando entre duas ou mais variáveis houver variação
concomitante, ordem de ocorrência correta das variáveis no tempo e quando os outros
possíveis fatores causais forem eliminados (MATTAR, 1999).
A seguir descrevo o que é um experimento, método utilizado nesse estudo.
3.2 O Que é um Experimento
A pesquisa experimental é característica das ciências naturais, pautadas no método
científico para comprovação de seus nexos causais, o que ocorre basicamente através de
experimentos.
Segundo Kerlinger (1980, p. 94) “um experimento é uma pesquisa onde se manipulam
uma ou mais variáveis independentes e os sujeitos são designados aleatoriamente em grupos
experimentais”.
As variáveis independentes, que são escolhidas aleatoriamente, bem como as variáveis
que variam de conformidade com as variáveis dependentes que estão em seus antecedentes,
podem ser únicas ou múltiplas e os testes experimentais consistem em comparar os resultados
obtidos com os esperados ao acaso (KERLINGER, 1980).
O objetivo do experimento nesta pesquisa é identificar a interferência da utilização do
estímulo brinde nas variáveis dependentes atitude e intenção de escolha da criança entre 7 e 8
anos de idade em relação as variáveis independentes alimentação refeição e a alimentação
lanche com e sem brinde, quando feitas fora de casa.
19
O experimento desse estudo foi realizado com 100 crianças entre 7 e 8 anos de
idade por meio de um desenho experimental 2 x 2 (figura de refeição e figura de lanche x
figura com e sem brinde) entre sujeitos do projeto (conforme figura abaixo).
Figura 2 – Desenho experimental 2 x 2.
LANCHE COM BRINDE LANCHE SEM BRINDE
REFEIÇÃO COM BRINDE REFEIÇÃO SEM BRINDE
Fonte: Própria Autora.
3.3 Amostra
Para esse experimento, selecionou-se uma amostra de 100 crianças com alunos (as) do
curso de Ensino Fundamental para crianças com idade entre 7 e 8 anos, das classes B/C, de
uma escola particular na zona sul da capital paulista..
3.4 Pré-Teste
Realizaram-se dois pré-testes, no início da etapa empírica desta pesquisa, assim
descritos:
a) No 1º pré-teste, identificou-se a preferência do público infantil quanto ao estímulo
brinde, alimentação refeição e alimentação lanche, através de um brainstorming com dez
crianças (cinco meninos e cinco meninas) entre 7 e 8 anos de idade. Solicitou-se que as
crianças listassem o brinde, a alimentação refeição e a alimentação lanche de suas
preferências, e no final discutiu-se com as crianças suas escolhas, identificando-se os 10 (dez)
brindes mais admirados, as 10 (dez) alimentações refeição mais escolhidas e as 10 (dez)
alimentações lanche, mais frequentes. No final do 1º pré-teste todos ganharam uma
recompensa pela participação, um jogo da memória.
b) No 2º pré-teste, através das principais escolhas, desenvolveu-se um questionário,
para se avaliar as preferências do público infantil quanto ao tipo de brinde, alimentação
refeição e alimentação lanche. Este questionário foi aplicado em 32 (trinta e duas) crianças
com idade entre 7 e 8 anos (sendo 16 meninos e 16 meninas) por meio de uma escala de
preferência (em ordem decrescente: 5 = gosto muito, 4 = gosto pouco, 3 = não gosto e nem
20
desgosto, 2 = não gosto e 1 = não gosto nada). No final do 2º pré-teste todos ganharam uma
recompensa pela participação, lápis preto de madeira reflorestada.
As perguntas foram elaboradas através de um questionário para saber as preferências
das crianças quanto à brindes, refeição e lanche. Cada um destes itens apresentou dez (10)
tipos de preferências (10 brindes, 10 refeições e 10 lanches), e foram avaliados com notas de
5 à 1 pelas crianças, e são apresentados no apêndice 1.
Foram obtidos os seguintes resultados quanto à escolha do brinde, da alimentação
refeição e da alimentação lanche, demonstrados nos gráficos abaixo.
Gráfico 1 – Preferência quanto ao brinde
Fonte: Própria Autora.
Nota: O brinde mais escolhido foi o brinde 10 (jogos).
Gráfico 2 – Preferência quanto à alimentação refeição
Fonte: Própria Autora
Nota: As alimentações refeição mais escolhidas foram 1 (batata frita), 7 (nuggetes de frango) e 5
(lasanha).
21
Gráfico 3 – Preferência quanto à alimentação lanche
Fonte: Própria Autora
Nota: A alimentação lanche mais escolhida foi a 1 (hambúrguer).
3.5 O Experimento
O experimento identificou a interferência da utilização do brinde na atitude e intenção
de escolha da criança entre 7 e 8 anos de idade, com relação à alimentação refeição e à
alimentação lanche, quando feitas fora de casa.
Com base nos resultados de preferências do 2º pré-teste, desenvolveu-se o
experimento com quatro questionários abordando a variável dependente, atitude e intenção de
escolha, para alimentação refeição com brinde, alimentação lanche com brinde, alimentação
refeição sem brinde e alimentação lanche sem brinde.
Para medir a atitude de escolha da criança para a alimentação refeição e a alimentação
lanche, com brinde e sem brinde, utilizou-se a escala de medida de atitude adaptada de Batra
e Ray (1986) e Olney, Holbrook e Batra (1991), com uma escala de 5 pontos (em ordem
decrescente: 5 = discordo totalmente, 4 = discordo em parte, 3 = não sei ao certo, 2 =
concordo em parte e 1 = concordo totalmente).
Para medir a intenção de escolha da criança para a alimentação refeição e alimentação
lanche com brinde e sem brinde, utilizou-se a escala de medida de intenção adaptada de
Hardesty, Carlson e Bearden (2002) com uma escala de 5 pontos (em ordem decrescente: 5 =
discordo totalmente, 4 = discordo em parte, 3 = não sei ao certo, 2 = concordo em parte e 1 =
concordo totalmente).
Para medir se o brinde realmente fez efeito quando acoplado à alimentação refeição e
alimentação lanche, utilizou-se um questionário de preferência, medido através de uma escala
22
Likert de cinco pontos (em ordem decrescente: 5 = discordo totalmente, 4 = discordo em
parte, 3 = não sei ao certo, 2 = concordo em parte e 1 = concordo totalmente).
Foram desenvolvidos quatro cartões com as variáveis independentes escolhidas no 2º
pré-teste para serem apresentados às crianças antes da entrega do questionário, sendo:
Figura 3 – Cartões com Alimentação Refeição e Alimentação Lanche (com e sem
brinde)
Fonte: Própria Autora.
a) o 1º cartão com as alimentações refeição lasanha, batata frita e nuggetes de frango
com o brinde jogo;
b) o 2ºcartão com a alimentação refeição lasanha, batata frita e nuggetes de frango sem
o brinde;
c) o 3º cartão com as alimentações lanche hambúrguer sem o brinde;
d) o 4º cartão com a alimentação lanche hambúrguer com o brinde.
Os questionários de atitude e intenção de escolha para alimentação refeição e
alimentação lanche, com brinde e sem brinde, foram escolhidos de forma aleatória e aplicados
em quatro grupos de 50 crianças, em dias e horários alternados.
Aplicou-se também um questionário para avaliar o interesse do brinde que foi
acoplado à alimentação refeição e à alimentação lanche.
Ao final dos questionários respondidos, todas as crianças ganharam como recompensa
pela participação jogos da memória e lápis preto de madeira reflorestada.
23
Os quatro questionários desenvolvidos para medir as variáveis dependentes atitude de
escolha, intenção de escolha e avaliação do brinde, na alimentação refeição com brinde,
alimentação lanche com brinde, alimentação refeição sem brinde e alimentação lanche sem
brinde, são apresentados nos apêndices deste estudo.
3.6 Variáveis do Estudo
As variáveis dependentes analisadas neste estudo são a atitude e intenção de escolha e
as variáveis independentes são a alimentação refeição e a alimentação lanche. Já o brinde é o
estímulo, que está relacionado à teoria experiencial do consumo hedônico de Holbrook e
Hirschman (1982).
24
4 ANÁLISES DAS INFORMAÇÕES E ACHADOS DO ESTUDO
Conforme descrito no capítulo de procedimentos metodológicos, este estudo conduziu
um experimento com o objetivo geral fde compreender a interferência do brinde na atitude e
intenção de escolha da criança entre 7 e 8 anos de idade, em relação à alimentação refeição e à
alimentação lanche, quando feitas fora de casa.
As Hipóteses levantadas nesse estudo foram:
H1: O lanche oferecido com brinde interfere na atitude positiva em relação à escolha
do alimento por parte da criança mais do que o lanche oferecido sem brinde.
H2: O lanche oferecido com brinde interfere na intenção positiva em relação à escolha
do alimento por parte da criança mais do que o lanche oferecido sem brinde.
H3: A refeição oferecida com brinde interfere na atitude positiva em relação à escolha
do alimento por parte da criança mais do que a refeição oferecida sem brinde.
H4: A refeição oferecida com brinde interfere na intenção positiva em relação à
escolha do alimento por parte da criança mais do que a refeição oferecida sem brinde.
A análise das informações deste estudo foi feita através de procedimentos estatísticos
usando ferramentas como:
a) Análise de confiabilidade e Coeficiente Alfa de Cronbach para avaliação do brinde;
b) Comparações entre as atitudes e intenções dos quatro questionários (lanche com
brinde e lanche sem brinde (atitude), lanche com brinde e lanche sem brinde (intenção),
refeição com brinde e refeição sem brinde (atitude) e refeição com brinde e refeição sem
brinde (intenção), através do Teste T-Student e Teste Levene.
c) Análise da avaliação do brinde que acompanha a refeição e Análise da avaliação do
brinde que acompanha o lanche.
Os resultados serão apresentados da seguinte forma:4.1 – Análise de Confiabilidade e
Coeficiente Alfa de Cronbach Para Avaliação do Brinde; 4.2 - Comparações entre as atitudes
e intenções dos quatro questionários.; 4.3 – Análise de Avaliação do Brinde que Acompanha a
Refeição ; 4.4 Análise de Avaliação do Brinde que Acompanha o Lanche.
4.1 Análise de Confiabilidade e Coeficiente Alfa de Cronbach Para Avaliação do Brinde
25
Segundo Hair Jr et al.(2005), confiabilidade é o grau em que um conjunto de
indicadores de uma variável latente (construto) é consistente em suas mensurações.
É muito importante poder avaliar se o instrumento utilizado na pesquisa consegue
inferir ou medir aquilo a que realmente se propõe, conferindo relevância para a pesquisa. O
Coeficiente Alfa de Cronbach (α) é uma medida comumente utilizada de confiabilidade (ou
seja, a avaliação da consistência interna dos questionários) para um conjunto de dois ou mais
indicadores de construto (BLAND; ALTMAN, 1997). Os valores de α variam de 0,0 a 1,0;
quanto mais próximo de 1,0, maior confiabilidade entre os indicadores.
De uma forma geral, o Coeficiente α de Cronbach mede a correlação entre as respostas
em um questionário através da análise do perfil das respostas dadas pelos respondentes
(HORA et al., 2010). É calculado a partir do somatório da variância dos itens individuais e da
soma da variância de cada avaliador, pela equação:
Figura 4 – Equação do coeficiente alfa de Cronbach
Fonte: Própria Autora
O k corresponde ao número de itens (perguntas) do questionário; S2i corresponde à
variância de cada item; S2t corresponde à variância total do questionário (soma das variâncias
dos avaliadores).
4.1.1 Uso do coeficiente alfa de Cronbach
Uma vez que o objetivo deste estudo é a difusão maior do uso do Coeficiente α de
Cronbach, para efeitos práticos, é proposta a simulação de uma análise de confiabilidade de
um questionário hipotético com escala quantitativa do tipo Likert 5.
A Escala Likert deriva seu nome de Rensis Likert, um professor de sociologia e
psicologia do Instituto de Pesquisas Sociais de Michigan (ESCALA LIKERT, 2011). É um
tipo de escala de respostas psicométricas utilizada amplamente em questionários de pesquisa
de opinião. Nos questionários com Escala Likert os entrevistados especificam seu nível de
concordância com uma afirmação proposta em um item do questionário (assertiva atitudinal),
26
mediante um critério que pode ser objetivo ou subjetivo. Assim, se mede o nível de
concordância ou não concordância à afirmação proposta.
Normalmente são utilizados cinco níveis de respostas, porém se encontram também
Escalas Likert de quatro, sete ou mesmo nove níveis. É exemplificado abaixo um tipo de
resposta a uma assertiva atitudinal em um questionário usando Escala Likert:
1) Discordo totalmente;
2) Discordo parcialmente;
3) Não sei ao certo;
4) Concordo em parte;
5) Concordo totalmente.
A confiabilidade do instrumento no estudo-piloto foi verificada através da análise da
congruência e da homogeneidade interna, pelo método do coeficiente Alfa de Cronbach
(HAIR et al, 2005). Considera-se, segundo o autor, que a fidedignidade ideal do coeficiente
alfa é 1; os valores maiores ou iguais a 0,70 significam que existem coerência e compensação
de erros entre os diferentes escores e itens, podendo ser agregados para análise estatística. Os
valores abaixo de 0,70 já não possuem a mesma consistência; portanto, as questões devem ser
revisadas de forma a se tornarem mais claras e compreensíveis.
Entretanto não existe um consenso entre os pesquisadores acerca do valor deste
coeficiente na interpretação da confiabilidade de um questionário (HORA et al, 2010). Ainda
não se definiu um limite mínimo, porém um limite inferior geralmente aceito para o Alfa de
Cronbach é de 0,7, apesar de poder diminuir para 0,6 em pesquisas exploratórias (HAIR
JUNIOR et al, 2005; SANTOS, 1999). Bland e Altman (1997) sugerem como satisfatórios
valores α de 0,7 a 0,8 para comparação entre grupos, porém com a ressalva de que para
aplicações clínicas (área médica) valores maiores são necessários, sendo um mínimo de 0,9 ou
até 0,95, desejáveis.
Porém, também é muito importante ressaltar que esta técnica não substitui o papel do
pesquisador em avaliar a pertinência de um item. A análise de confiabilidade, bem como a
purificação da escala, deve auxiliar o pesquisador sobre a pertinência ou não de um item em
determinado levantamento de dados (HORA et al, 2010).
Os resultados da análise de confiabilidade desse estudo serão apresentados através dos
quatro questionários aplicados no experimento, que foram discriminados como : Questionário
A – Atitude de Escolha na alimentação refeição com brinde e Intenção de Escolha na
27
alimentação refeição com brinde; Questionário B – Atitude de Escolha na alimentação lanche
com brinde e Intenção de Escolha na alimentação lanche com brinde; Questionário C –
Atitude de Escolha na alimentação refeição sem brinde e Intenção de Escolha na alimentação
refeição sem brinde; e Questionário D – Atitude de Escolha na alimentação lanche sem brinde
e Intenção de Escolha na alimentação lanche sem brinde.
Tabela 1 - Questionário A: Atitude de escolha na alimentação refeição com brinde.
Fonte: própria autora
Nos resultados da análise do questionário de atitude de escolha para refeição com
brinde, observa-se maior média no item ‘1 - Eu gosto de brindes em refeição’ enquanto o item
Estatísticas dos itens
Média Desvio
Padrão
N
1 - Eu gosto de brindes em refeição 4,14 1,309 50
2 - Eu compro uma refeição quando tem
um brinde
3,26 1,426 50
3 - Acredito que os brindes de refeição
são sempre originais
3,50 1,374 50
4 - Certamente os brindes de refeição
são informativos
3,16 1,346 50
5 - Geralmente os brindes de refeição
são muito interessantes
3,74 1,468 50
6 - Acredito que os brindes de refeição
são muito apropriados
3,46 1,593 50
7 - Os brindes de refeição atraem minha
atenção
3,64 1,306 50
8 - Eu gosto quando vejo um brinde em
uma refeição
4,06 1,316 50
Estatísticas de confiabilidade
Alfa de Cronbach N de itens
,722 8
28
que apresentou menor média foi ‘2 - Eu compro uma refeição quando tem um brinde’, com
médias 4,14 e 3,26 respectivamente.
De acordo com a análise de confiabilidade, observa-se que com relação à atitude de
escolha para a refeição com brinde, a maioria das crianças gosta de brindes em refeição, e
mostraram que escolhem
uma refeição quando possui um brinde.
Com os resultados das estatísticas de confiabilidade, observa-se que os 8 itens
apresentaram um Alfa de Cronbach de 0,722, valor este considerado satisfatório. Como este
valor é acima de 0,70 conclui-se que existem coerência e compensação de erros entre os
diferentes escores e itens.
Tabela 2 - Questionário A: Intenção de escolha na alimentação refeição com brinde
Estatísticas dos itens
Média Desvio
Padrão
N
1- A qualidade da refeição com brinde é
muito boa
3,92 1,441 50
2- Eu já conhecia a refeição com brinde 3,88 1,423 50
3- A refeição com brinde parece ser muito
boa
3,82 1,289 50
4- Eu compraria esta refeição com brinde
em minha próxima visita a um restaurante
3,68 1,596 50
5- Eu compraria esta refeição com brinde no
lugar daquela que costumo comprar
3,48 1,542 50
6 - Acho que esta refeição com brinde é
uma ótima opção de compra
3,78 1,404 50
7 - Comprar esta refeição com brinde me
faria muito feliz
4,30 1,165 50
8 - Para comprar esta refeição com brinde
eu pagaria um pouco mais.
3,10 1,669 50
Estatísticas de confiabilidade
Alfa de Cronbach N de itens
,815 8
Fonte: própria autora
29
As análises do questionário de intenção de escolha para refeição com brinde indicam
que o item com maior média foi ‘7 - Comprar esta refeição com brinde me faria muito feliz’,
enquanto que o item com menor média foi ‘8 - Para comprar esta refeição com brinde eu
pagaria um pouco mais’ com médias 4,3 e 3,10 respectivamente.
De acordo com a análise de confiabilidade, observa-se que com relação à intenção de escolha
para a refeição com brinde, a maioria das crianças escolhem a refeição com brinde porque as
fazem muito felizes, enquanto que algumas crianças pagariam um pouco mais para comprar
uma refeição com brinde.
As estatísticas de confiabilidade indicam alta correlação entre as respostas do
questionário das respostas dadas pelos respondentes, dado que o Alfa de Cronbach apresentou
um valor de 0,815 para os 8 itens.
Tabela 3 - Questionário B: Atitude de escolha na alimentação lanche com brinde
Estatísticas dos itens
Média Desvio
Padrão
N
1- Eu gosto de brindes em lanche 4,54 ,908 50
2- Eu compro um lanche quando tem um
brinde
2,86 1,591 50
3- Acredito que os brindes de lanche são
sempre originais
2,76 1,465 50
4- Certamente os brindes de lanche são
muito informativos
2,72 1,294 50
5- Geralmente acho os brindes de lanche
muito interessantes
3,58 1,500 50
6 - Acredito que os brindes de lanche são
muito apropriados
3,24 1,533 50
7 - Os brindes de lanche chamam minha
atenção
3,32 1,634 50
8 – Eu gosto quando vejo um brinde em um
lanche
3,54 1,619 50
Estatísticas de confiabilidade
Alfa de Cronbach N de itens
,605 8
Fonte: própria autora
30
As análises do questionário de atitude de escolha para lanche com brinde apontam que
o item que apresentou maior média foi ‘1- Eu gosto de brindes em lanche’ enquanto que o
item com menor média foi ‘4- Certamente os brindes de lanche são muito informativos’ com
médias 4,54 e 2,72 respectivamente.
De acordo com a análise de confiabilidade, observa-se que com relação à atitude de escolha
no lanche com brinde a maioria das crianças gosta de lanche com brinde, e que para algumas
crianças os brinde são muito informativos.
A análise de confiabilidade da escala apontou que há correlação não muito alta entre
as respostas do questionário dadas pelos respondentes. O Alfa de Cronbach apresentou um
valor de 0,605 para os 8 itens e apesar do índice ser próximo a 0,6 os autores defendem que
ainda assim é um índice aceito para pesquisas exploratórias.
Tabela 4 - Questionário B: Intenção de escolha na alimentação lanche com brinde
Estatísticas dos itens
Média Desvio
Padrão
N
1 - A qualidade do lanche com brinde é muito boa 3,66 1,271 50
2 - Eu já conhecia o lanche com brinde 4,12 1,451 50
3 – O lanche com brinde parece ser muito bom 3,72 1,385 50
4 - Compraria este lanche com brinde em minha
próxima visita a um restaurante
3,24 1,585 50
5 - Eu compraria este lanche com brinde no lugar
daquele que costumo comprar
2,98 1,672 50
6 - Acho que este lanche com brinde é uma ótima
opção de compra
3,30 1,581 50
7 - Comprar este lanche com brinde me faria muito
feliz
3,82 1,395 50
8 - Para comprar este lanche com brinde eu pagaria
um pouco mais.
2,90 1,693 50
Estatísticas de confiabilidade
Alfa de Cronbach N de itens
,703 8
Fonte: própria autora
31
Através das análises do questionário de intenção de escolha para lanche com brinde,
observa-se que o item que apresentou maior média foi ‘2 - Eu já conhecia o lanche com
brinde’ enquanto que o item que apresentou menor média foi ‘8 - Para comprar este lanche
com brinde eu pagaria um pouco mais’ com médias 4,12 e 2,90 respectivamente.
De acordo com a análise de confiabilidade, observa-se que com relação à intenção de
escolha para a alimentação lanche com o brinde, a maioria das crianças conhecia o lanche
com o brinde, e que algumas crianças pagariam um pouco mais no lanche para ter o brinde.
De acordo com a análise de confiabilidade da escala, o Alfa de Cronbach apresentou
um valor de 0,703 para os 8 itens, indicando que os dados são confiáveis e o instrumento tem
boa qualidade para interpretação.
Tabela 5 - Questionário C: Atitude de escolha na alimentação refeição sem brinde
Estatísticas dos itens
Média Desvio
Padrão
N
1 - Eu gosto de refeição sem brinde 2,76 1,636 50
2 - Eu compro uma refeição sem brinde 3,22 1,360 50
3 - Acredito que a refeição sem brinde é sempre
original
3,28 1,371 50
4 - Certamente a refeição sem brinde é muito legal 2,64 1,495 50
5 - Geralmente acho a refeição sem brinde muito
interessante
2,86 1,443 50
6 - Acredito que a refeição sem brinde é muito
apropriado
3,02 1,421 50
7 - A refeição sem brinde chama minha atenção 3,30 1,542 50
8 - Eu não me importo quando não vejo um brinde
em uma refeição
3,30 1,705 50
Estatísticas de confiabilidade
Alfa de Cronbach N de itens
,682 8
Fonte: própria autora
De acordo com as análises do questionário de atitude de escolha para refeição sem
brinde, observa-se que os itens que apresentaram maior média foram ‘7 - A refeição sem
brinde chama minha atenção’ e ‘8 - Eu não me importo quando não vejo um brinde em uma
32
refeição’, enquanto que o item que apresentou menor média foi ‘1 - Eu gosto de refeição sem
brinde’ com médias 3,30 e 2,76 respectivamente.
De acordo com a análise de confiabilidade, observa-se que com relação à atitude de
escolha para a alimentação refeição sem o brinde, para a maioria das crianças a refeição sem o
brinde chama a atenção e algumas não se importam quando não tem brinde em uma refeição e
afirmam gostar de uma refeição sem brinde.
A análise de confiabilidade da escala revelou através do Alfa de Cronbach um valor de
0,682 para os 8 itens, indicando que é um bom valor para medir a consistência interna dos
dados da pesquisa exploratória.
Tabela 6 - Questionário C: Intenção de escolha na refeição sem brinde
Estatísticas dos itens
Média Desvio
Padrão
N
1 - A qualidade da refeição sem brinde é muito boa 2,94 1,812 50
2- Eu já conhecia a refeição sem brinde 3,64 1,626 50
3- A refeição sem brinde é muito boa 3,30 1,607 50
4 - Compraria esta refeição sem brinde em minha próxima
visita a um restaurante
3,14 1,750 50
5 - Eu compraria esta refeição sem brinde no lugar
daquele que costumo comprar
3,48 1,657 50
6 - Acho que esta refeição sem brinde é uma ótima opção
de compra
3,60 1,591 50
7 - Comprar esta refeição sem brinde me faria muito feliz 3,10 1,753 50
8 - Para comprar esta refeição sem brinde eu pagaria o
preço normal
3,68 1,671 50
Estatísticas de confiabilidade
Alfa de Cronbach N de itens
,697 8
Fonte: própria autora
De acordo com as análises do questionário de intenção de escolha para refeição sem
brinde, observa-se que o item que apresentou maior média foi ‘8 - Para comprar esta refeição
sem brinde eu pagaria o preço normal’, enquanto que o item que apresentou menor média foi
33
‘7 - Comprar esta refeição sem brinde me faria muito feliz’ com médias 3,68 e 3,10
respectivamente.
De acordo com a análise de confiabilidade, observa-se que com relação à intenção de
escolha para a alimentação refeição sem o brinde, a maioria das crianças pagariam o preço
normal por uma refeição sem brinde, e algumas crianças ficam felizes em comprar uma
refeição sem o brinde.
A análise de confiabilidade da escala revelou através do Alfa de Cronbach um valor de
0,697 para os 8 itens, indicando que é uma boa medida de confiabilidade dos dados da
pesquisa exploratória.
Tabela 7 - Questionário D: Atitude de escolha na alimentação lanche sem brinde
Estatísticas dos itens
Média Desvio
Padrão
N
1 – Eu gosto do lanche sem brinde 3,30 1,374 50
2 - Eu compro esse lanche sem brinde 3,66 1,520 50
3 – Acredito que o lanche sem brinde é
muito original
3,04 1,564 50
4 – Certamente o lanche sem brinde é
muito legal
3,20 1,325 50
5 – Geralmente eu acho o lanche sem
brinde muito interessante
3,12 1,520 50
6 – Acredito que o lanche sem brinde é
muito apropriado
3,10 1,669 50
7 - O lanche sem brinde chama a minha
atenção
2,32 1,491 50
8 – Eu não me importo quando não vejo
um brinde em um lanche
3,44 1,593 50
Estatísticas de confiabilidade
Alfa de Cronbach N de itens
,787 8
Fonte: própria autora
As análises do questionário de atitude de escolha para lanche sem brinde informam
que o item que apresentou maior média foi ‘2 - Eu compro esse lanche sem brinde’, enquanto
34
que o item que apresentou menor média foi ‘7 - O lanche sem brinde chama a minha atenção’
com médias 3,66 e 2,32 respectivamente.
De acordo com a análise de confiabilidade, observa-se que com relação à atitude de
escolha para a alimentação lanche sem o brinde, a maioria das crianças compra o lanche sem
o brinde, mas para algumas crianças o lanche sem brinde chama a atenção.
Através da análise de confiabilidade da escala observa-se que o Alfa de Cronbach
apresenta um valor de 0,787 para os 8 itens, indicando que é uma boa medida de
confiabilidade dos dados da pesquisa exploratória.
Tabela 8 - Questionário D: Intenção de escolha na alimentação lanche sem brinde
Estatísticas dos itens
Média Desvio
Padrão
N
1 - A qualidade do lanche sem brinde é muito boa 3,08 1,576 50
2 - Eu já conhecia o lanche sem brinde 3,66 1,394 50
3 - O lanche sem brinde é muito bom 3,20 1,385 50
4 - Compraria este lanche sem brinde em minha próxima
visita a um restaurante
3,10 1,488 50
5 - Eu compraria este lanche sem brinde no lugar daquele
que costumo comprar
3,10 1,594 50
6 - Acho que este lanche sem brinde é uma ótima opção de
compra
3,16 1,462 50
7 - Comprar este lanche sem brinde me faria muito feliz 2,66 1,423 50
8- Para comprar este lanche sem brinde eu pagaria o preço
normal
3,30 1,529 50
Estatísticas de confiabilidade
Alfa de Cronbach N de itens
,789 8
Fonte: própria autora
Os resultados das análises do questionário de intenção de escolha para lanche sem
brinde revelam que o item que apresentou maior média foi ‘2 - Eu já conhecia o lanche sem
brinde’, enquanto que o item que apresentou menor média foi ‘7 - Comprar este lanche sem
brinde me faria muito feliz’ com médias 3,66 e 2,66 respectivamente.
35
De acordo com a análise de confiabilidade, observa-se que com relação à intenção de
escolha para a alimentação lanche sem o brinde, a maioria das crianças já conhecia o lanche,
enquanto que algumas crianças escolhem o lanche sem brinde e ficam felizes.
A análise de confiabilidade da escala apresentou um Alfa de Cronbach de 0,789 para
os 8 itens, este valor indica que há uma boa consistência interna dos dados da pesquisa
exploratória.
De modo geral, através das análises de confiabilidade das escalas, pode-se concluir
que as diferenças das respostas deve-se ao fato dos indivíduos terem diferentes opiniões e não
devido a diferentes interpretações do instrumento, dessa forma entende-se que a escala está
validada.
Todos os resultados apresentados através dos quatro questionários demonstraram que
as análises de confiabilidade sempre ficaram acima de 0,70 provando que houve uma
consistência com relação aos questionários apresentados, sendo claros e compreensíveis.
4.2 Comparações entre as atitudes e intenções dos quatro questionários.
Na segunda fase deste estudo adotou-se o Teste T-Student para amostras
independentes, considerando que esta técnica é utilizada quando se compara as médias de dois
grupos diferentes (MAROCO, 2007).
O Teste T-Student se aplica a planos amostrais em que se deseja comparar dois grupos
independentes. Esses grupos podem ter sido formados de duas maneiras diferentes:
a) Quando se extrai uma amostra da população A e outra amostra da população B;
b) Quando indivíduos da mesma população foram alocados aleatoriamente a um dos
dois tratamentos em estudo.
Ao executar o Teste T-Student deve-se relatar o valor de "t" chamado de razão crítica
assim como do p-valor, pois assim pode-se identificar a veracidade da sua probabilidade (p).
Com essas informações, pode-se afirmar se a diferença ocorre na realidade (p<0,05) ou ela
existe apenas ao acaso (p>0,05).
Quando o teste Teste T-Student leva à não rejeição da hipótese nula, significa que a
diferença nas médias dos dois grupos é zero. Assim, o intervalo de confiança para a diferença
de médias contém a diferença nula, ou seja, o valor zero. Contrariamente, quando o teste
Teste T-Student leva à rejeição da hipótese nula, significa que a diferença de médias dos dois
36
grupos não é zero, e neste caso o intervalo de confiança para a diferença de médias não inclui
a diferença nula, ou seja, o valor zero.
Quando as amostras têm dimensão inferior a 30 os Testes T-Student exigem que o(s)
grupos(s) em análise tenha(m) distribuição normal.
Na realização do Teste T-Student para igualdade de médias, Hair et al. (2005) orienta
a fazer também o teste de Levene para igualdade da variância. A homogeneidade das
variâncias nada mais é do que a variabilidade semelhante entre os grupos testados, isto é, se
os dados são coerentes e se há um padrão de normalidade.
Neste estudo será testada a suposição de homogeneidade das variâncias através do
teste de Levene. Dado o tamanho das amostras de cada grupo ser superior a 30 casos, não será
testada a distribuição normal.
Segundo Hair et al., 2005, o teorema do limite central afirma que para quase todas as
populações-alvo definidas, a distribuição amostral da média ou do valor percentual derivada
de uma amostra aleatória simples terá distribuição aproximadamente normal, desde que o
tamanho da amostra seja grande, ou seja, quando o número de casos é maior ou igual a 30
casos, pois a probabilidade de se selecionarem valores centrais fica incrementada com o
incremento das tentativas de amostragem.
Na segunda fase do estudo foram aplicados os Testes T de Student a fim de testar a
interferência do brinde na atitude e intenção de escolha da criança na alimentação.
O escore médio foi calculado utilizando-se escala de Likert de 5 pontos: 1 - Discordo
totalmente; 2 - Discordo parcialmente; 3 - Não sei ao certo; 4 - Concordo em parte; e 5 -
Concordo totalmente.
4.2.1 Análise do questionário atitude de escolha: refeição com brinde versus refeição sem
brinde.
Tabela 9 - Estatísticas do questionário atitude de escolha: Refeição com brinde versus refeição sem brinde.
Estatísticas dos grupos
Atitude de escolha N Média Desvio
Padrão
Erro Padrão
da Média
Refeição com brinde 50 3,620 0,813 0,115
Refeição sem brinde 50 3,048 0,836 0,118
Fonte: própria autora
37
A tabela acima apresenta os resultados das médias entre os grupos. Os resultados
demonstram que o grupo refeição com brinde apresentou média maior do que o grupo
refeição sem brinde. Essa diferença é de aproximadamente 0,572 e dessa forma deve-se testar
se esta diferença é estatisticamente significante.
Nas análises a seguir alguns testes de hipóteses serão exibidos, para devida
interpretação dos resultados são fundamentais os seguintes conceitos:
a) Hipótese nula (H0): é a hipótese assumida como verdade para a construção do teste.
É o efeito, teoria, alternativa a testar.
b) Hipótese alternativa (H1): é o que considera válido caso a hipótese nula não tenha
evidência estatística que a defenda.
Tabela 10 – Testes de Levene e T-Student para questionário atitude de escolha: Refeição com brinde versus
refeição sem brinde
Teste T de amostras independentes
Teste de Levene
para igualdade
de variâncias Teste T-Student para Igualdade de Médias
F Sig. t gl
Sig.
(bilateral)
Diferença
média
Erro
padrão da
diferença
I.C. da Diferença
Inferior Superior
Variâncias iguais
assumidas ,001 ,980 3,472 98 ,001 ,573 ,165 ,245 ,900
Variâncias iguais
não assumidas 3,472 97,923 ,001 ,573 ,165 ,245 ,900
Fonte: própria autora
Na tabela 10 são apresentados os valores do teste de Levene e do Teste T Student. O
teste de Levene é o primeiro teste a ser averiguado, pois permite verificar a homogeneidade
das variâncias, conforme as seguintes hipóteses:
a) Hipótese nula (H0): As variâncias dos grupos são iguais.
b) Hipótese alternativa (H1): As variâncias dos grupos diferem entre si.
Neste caso, conclui-se que as variâncias são homogêneas nos dois grupos, uma vez
que a significância associada ao teste (sig = 0,980) é maior que o α (0,05) estabelecido. Dado
que a hipótese nula do teste de Levene foi aceita, opta-se por utilizar os valores do
38
teste t de variâncias iguais assumidas. Em seguida observam-se os resultados do Teste T
Student para igualdade das médias que tem como hipóteses:
a) Ho: μa = μb: As médias dos grupos são iguais.
b) H1: μa ≠ μb: As médias dos grupos se diferem.
Para testar as hipóteses do Teste T Student tem-se na tabela 10 o valor da estatística t,
o p-valor associado ao teste t para igualdade de médias, a diferença média entre os grupos e o
intervalo de 95% de confiança da diferença.
Como a significância associada ao teste (sig = 0,001) é menor que o α (0,05)
estabelecido, conclui-se que as médias são diferentes, rejeitando a hipótese nula de que as
médias são iguais. Pode-se analisar também a significância dos resultados através do intervalo
de confiança da diferença de médias; neste caso dado que o intervalo de confiança não passou
pelo zero, significa dizer que a diferença entre os grupos não é zero.
Através do gráfico 4, observa-se que a média do grupo com brinde é superior à média
do grupo sem brinde, corroborando a hipótese da interferência do brinde na atitude de escolha
da criança em relação à alimentação refeição.
Gráfico 4 – Atitude de escolha para refeição com brinde versus refeição sem brinde.
Fonte: própria autora
Dessa forma, observa-se que na hipótese H3: (A refeição oferecida com brinde
interfere na atitude positiva em relação à escolha do alimento por parte da criança mais do que
39
a refeição oferecida sem brinde) foi validada, uma vez que a atitude de escolha para a refeição
com brinde é maior do que a refeição sem brinde.
4.2.2 Análise do questionário intenção de escolha: refeição com brinde versus refeição
sem brinde.
Tabela 11 - Estatísticas do questionário intenção de escolha: Refeição com brinde versus refeição sem brinde.
Estatísticas dos grupos
N Média Desvio
Padrão
Erro Padrão
da Média
Refeição
com brinde
50 3,745 0,957 0,135
Refeição
sem brinde
50 3,360 0,954 0,135
Fonte: própria autora
Na tabela acima, observa-se que a diferença entre as médias dos grupos é inferior à
análise do questionário atitude, sendo esta diferença de 0,385. Os resultados demonstram
ainda que o grupo refeição com brinde apresentou média maior do que o grupo refeição sem
brinde.
Tabela 12 – Testes de Levene e T-Student para questionário intenção de escolha: Refeição com brinde versus
refeição sem brinde
Teste T de amostras independentes
Teste de Levene
para igualdade
de variâncias Teste T-Student para Igualdade de Médias
F Sig. t gl
Sig.
(bilateral)
Diferença
média
Erro
padrão da
diferença
I.C. da Diferença
Inferior Superior
Variâncias iguais
assumidas ,058 ,810 2,015 98 ,047 ,385 ,191 ,006 ,764
Variâncias iguais
não assumidas 2,015 97,999 ,047 ,385 ,191 ,006 ,764
Fonte: própria autora
40
Na tabela acima, observa-se que as variâncias são homogêneas nos dois grupos, dado
que a significância associada ao teste de Levene (sig = 0,810) foi maior que o α (0,05)
estabelecido. Após aceita a hipótese nula do teste de Levene, observa-se os resultados do
Teste T Student para igualdade das médias.
De acordo com o a significância associada do teste T Student o valor (sig = 0,047) está
próximo do α (0,05) estabelecido, porém ainda assim conclui-se que as médias dos grupos são
diferentes, rejeitando-se, portanto, a hipótese nula de que as médias são iguais. Através do
intervalo de confiança da diferença de médias, observa-se que o limite inferior se aproximou
de zero, indicando que a diferença das médias também se aproxima do valor nulo.
O gráfico abaixo apresenta as médias dos grupos onde observa-se que o grupo com
brinde obteve média superior à do grupo sem brinde, corroborando a hipótese da interferência
do brinde na intenção de escolha da criança em relação à alimentação refeição.
Gráfico 5 – Intenção de escolha para refeição com brinde versus refeição sem brinde.
Fonte: própria autora
Dessa forma, observa-se que na hipótese H4: (A refeição oferecida com brinde interfere na
intenção positiva em relação à escolha do alimento por parte da criança mais do que a refeição
oferecida sem brinde) foi validada, sendo que a intenção para a refeição com brinde é maior
do que para a refeição sem brinde.
41
4.2.3 Análise do questionário atitude de escolha: lanche com brinde versus lanche sem
brinde.
Tabela 13 - Estatísticas do questionário atitude de escolha: lanche com brinde versus lanche sem brinde.
Estatísticas dos grupos
N Média Desvio
Padrão
Erro Padrão
da Média
Lanche com brinde 50 3,320 0,753 0,106
Lanche sem brinde 50 3,148 0,957 0,135
Fonte: própria autora
De acordo com a tabela descritiva 13, a média do grupo com brinde é superior à média
do grupo sem brinde, sendo que essa diferença é muito pequena (0,17) entre as médias.
Tabela 14 – Testes de Levene e T-Student para questionário atitude de escolha: lanche com brinde versus lanche
sem brinde
Teste T de amostras independentes
Teste de Levene
para igualdade
de variâncias Teste T-Student para Igualdade de Médias
F Sig. t gl
Sig.
(bilateral)
Diferença
média
Erro
padrão da
diferença
I.C. da Diferença
Inferior Superior
Variâncias iguais
assumidas 2,561 ,113 1,002 98 ,319 ,173 ,172 -,169 ,514
Variâncias iguais
não assumidas 1,002 92,846 ,319 ,173 ,172 -,169 ,514
Fonte: própria autora
Na tabela acima, observa-se que o teste de Levene para igualdade das variâncias foi
validado de acordo com o (sig = 0,113) maior que o α (0,05) estabelecido. Dada a aceitação
da hipótese nula do teste de Levene, o próximo passo é verificar o teste T Student para
igualdade das médias.
Ao analisar o teste T Student, observa-se que o mesmo não foi significativo (sig =
0,319) ou maior que o α (0,05) estabelecido. Dessa forma, conclui-se que as médias são
iguais, ou seja, aceita-se a hipótese nula de igualdade das médias. A não significância pode
42
ser observada ao analisar os intervalos de confiança da diferença das médias, em que o limite
inferior e superior contém o valor zero, indicando que a diferença entre os grupos pode ser
zero.
No gráfico abaixo também é possível observar a pequena diferença entre as médias
dos grupos lanche com brinde e lanche sem brinde, onde neste caso não corrobora a hipótese
da interferência do brinde na atitude de escolha da criança em relação à alimentação lanche.
Gráfico 6 – Atitude de escolha para lanche com brinde versus lanche sem brinde.
Fonte: própria autora
Dessa forma, observa-se que na hipótese H1:(O lanche oferecido com brinde interfere na
atitude positiva em relação à escolha do alimento por parte da criança mais do que o lanche
oferecido sem brinde) não é validada, pois a interferência é mínima demonstrando que o
brinde não é tão importante em um lanche.
43
4.2.4 Análise do questionário intenção de escolha: lanche com brinde versus lanche sem
brinde.
Tabela 15 - Estatísticas do questionário intenção de escolhe: lanche com brinde versus lanche sem brinde.
Estatísticas dos grupos
N Média Desvio
Padrão
Erro Padrão
da Média
Lanche com brinde 50 3,468 0,861 0,122
Lanche sem brinde 50 3,158 0,942 0,133
Fonte: própria autora
Através das estatísticas dos grupos pode-se observar que a maior média foi o lanche
com brinde.
Tabela 16 – Testes de Levene e T-Student para questionário intenção de escolha: lanche com brinde versus
lanche sem brinde
Teste T de amostras independentes
Teste de Levene
para igualdade
de variâncias Teste T-Student para Igualdade de Médias
F Sig. t gl
Sig.
(bilateral)
Diferença
média
Erro
padrão da
diferença
I.C. da Diferença
Inferior Superior
Variâncias iguais
assumidas 0,085 ,772 1,718 98 ,089 ,310 ,180 -,048 ,668
Variâncias iguais
não assumidas 1,718 97,211 ,089 ,310 ,180 -,048 ,668
Fonte: própria autora
A tabela acima apresenta os resultados obtidos para o Teste de Levene para igualdade
de variâncias, e também o teste t para igualdade de médias.
Para realização do teste t para igualdade de médias, Hair et al. (1998) orienta fazer
também o teste de Levene para igualdade da variância, o qual, segundo os resultados
ilustrados na tabela acima, sugerem a aceitação da igualdade da variância dos grupos dado
que o (sig = 0,772) maior que o α (0,05) estabelecido.
44
Analisando o teste T Student observa-se que o (sig = 0,089) é maior que o α (0,05)
estabelecido, indicando que se deve aceitar a hipótese de igualdade das médias. O teste não
mostrou diferenças estatisticamente significativas para um intervalo de 95% de confiança.
Através do gráfico 7, é possível observar a diferença entre as médias dos grupos
lanche com brinde e lanche sem brinde, que neste caso não corrobora a hipótese da
interferência do brinde na intenção de escolha da criança em relação à alimentação lanche.
Gráfico 7 – Intenção de escolha para lanche com brinde versus lanche sem brinde.
Fonte: própria autora
Dessa forma, observa-se que a hipótese H2: (O lanche oferecido com brinde interfere
na intenção positiva em relação à escolha do alimento por parte da criança mais do que o
lanche oferecido sem brinde) não é validada, pois a interferência do brinde na intenção de
escolha é mínima tanto para o lanche com brinde quanto para o lanche sem brinde e isto
mostra que o brinde não tem tanta importância em uma alimentação com lanche.
45
4.3 Análise da avaliação do brinde que acompanha a refeição.
Tabela 17 – Avaliação do brinde que acompanha a refeição.
Avaliação do brinde – Refeição
Discordo
totalmente
Discordo em
parte
Não sei ao
certo
Concordo em
parte
Concordo
Totalmente
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
1 - Certamente conheço o brinde que
está na refeição
12 24% 6 12% 6 12% 9 18% 17 34%
2 – Gostaria muito de ganhar o
brinde que está na refeição
5 10% 7 14% 4 8% 8 16% 26 52%
3 – O brinde que está na refeição é o
meu favorito
3 6% 8 16% 15 30% 3 6% 21 42%
4 - Acho que o brinde que está na
refeição é muito bom
2 4% 3 6% 12 24% 8 16% 25 50%
Fonte: própria autora
A tabela 17 informa a avaliação dos respondentes em relação aos brindes que
acompanham a refeição.
Observa-se que 52% dos respondentes concordam totalmente que gostariam de ganhar
o brinde que acompanha a refeição.
Diante da afirmação sobre conhecimento do brinde, 36% responderam discordar total
ou em parte, enquanto em relação à concordância, 52% responderam concordar total ou em
parte, e 12% responderam não saber ao certo.
Conclui-se que o brinde na refeição é um estímulo importante para a maioria das
crianças entre 7 e 8 anos de idade das classes C/D, pois a maioria delas confirma que gostaria
muito de ganhar e que o brinde é muito bom.
4.4 Análise da avaliação do brinde que acompanha o lanche.
A tabela 18 informa a avaliação dos respondentes em relação aos brindes que
acompanham o lanche.
Observa-se que daqueles que concordam totalmente, 48% gostariam de ganhar o
brinde que está no lanche. O mesmo percentual dos que concordam totalmente aparece
naqueles que gostariam de ganhar o brinde que está no lanche.
46
Analisando a afirmação sobre conhecimento do brinde, constata-se que 52%
responderam concordar total ou em parte, enquanto em relação à discordância 32%
responderam discordar total ou em parte, e 16% responderam não saber ao certo.
Conclui-se que o brinde no lanche é importante para a maioria das crianças.
Tabela 18 – Avaliação do brinde que acompanha o lanche.
Avaliação do brinde – Lanche
Discordo
totalmente
Discordo em
parte
Não sei ao
certo
Concordo em
parte
Concordo
Totalmente
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
1 - Certamente conheço o brinde que
está no lanche
9 18% 7 14% 8 16% 2 4% 24 48%
2 – Gostaria muito de ganhar o
brinde que está no lanche
6 12% 3 6% 9 18% 8 16% 24 48%
3 – O brinde que está no lanche é o
meu favorito
16 32% 8 16% 3 6% 7 14% 16 32%
4 - Acho que o brinde que está no
lanche é com certeza muito bom para
ser utilizado
8 16% 8 16% 8 16% 9 18% 17 34%
Fonte: própria autora.
Conclui-se que o brinde no lanche tem um percentual um pouco abaixo, se comparado com o
brinde na refeição. Dessa forma, observa-se que tanto na análise da avaliação do brinde que
acompanha a refeição, quanto na análise da avaliação do brinde que acompanha o lanche, o
brinde que foi apresentado nesse estudo, é um fator importante e que as crianças de 7 e 8 anos
de idade das classes C/D, gostariam de ganhar .
.
47
5 CONCLUSÕES, DISCUSSÓES E LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Este estudo abordou a seguinte problemática: qual a interferência do brinde na atitude
e intenção de escolha da criança em relação à alimentação refeição e à alimentação lanche? O
objetivo geral foi o de compreender a interferência do brinde na atitude e intenção de escolha
de crianças entre 7 e 8 anos de idade, em relação à alimentação refeição e à alimentação
lanche, quando feitas fora de casa.
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2014) em anexo, uma alimentação saudável deve ser de origem vegetal, conter
alimentos “in natura” ou minimamente processados, possuir um alto valor nutritivo, ser
balanceada, saborosa, culturalmente apropriada. É importante evitar o consumo de alimentos
ultraprocessados e procurar comer em ambientes apropriados e com companhia. Recomenda-
se fazer compras em locais que ofereçam variedades de alimentos “in natura” e minimamente
processados, além de desenvolver o hábito de exercitar e partilhar habilidades culinárias.
Quando a refeição for feita fora de casa, procurar dar preferência a locais que servem
refeições feitas na hora (como, por exemplo, comida a quilo e comida caseira) e evitar redes
de fast-food (alimentação rápida) comerciais.
Observa-se na alimentação fora de casa, que a indústria de fast-food (alimentação
rápida) utiliza muitas estratégias de marketing para incentivar a criança a consumir produtos
de baixo conteúdo nutritivo e altamente calóricos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS,
2014), juntamente com os governos de vários países, têm se preocupado em monitorar tal fato
e incentivar a criança a comer de forma mais saudável, em decorrência dos altos níveis de
obesidade.
No Brasil, observa-se que o debate em torno da venda de alimentos combinada com a
distribuição de brinquedos vem se desenvolvendo e são crescentes os esforços para a
proibição desta prática5 (ALANA, 2014). Estudos feitos no Brasil mostram aumento da
prevalência de sobrepeso e obesidade, principalmente nas crianças em idade escolar e nos
adolescentes (6 a 17 anos de idade).
Nota-se que as estratégias de marketing têm um forte impacto nas atitudes e nas
intenções de escolha do segmento infantil e vêm se utilizando cada vez mais de recursos e
5 De acordo com Projeto de Lei número 99/2009, do Vereador Arselino Tatto – PI, aprovado em 2.7.2014 pela Câmera
Municipal de São Paulo.
48
técnicas. Esse fator tem implicações importantes sobre as políticas públicas com relação à
produção, distribuição e promoção dos alimentos.
Viu-se neste estudo que Azevedo (2003) define o brinde como uma mídia de contato
pessoal e um momento de fidelização ou uma mídia de convivência pessoal. Visto como um
objeto de afeto, o brinde associa a força e as propriedades da marca para criar experiências
tangíveis aos clientes e, quando criados com planejamento e distribuídos adequadamente, são
veículos poderosos de comunicação da marca.
Ao falar de diversão está se tratando de um tema ligado a emoções, motivações do ser
humano, ou o que causa maior prazer. São questões que a Psicologia aborda principalmente a
psicologia positiva (SELIGMAN; CSIKSZENTMIHALYI, 2000).
Este estudo abordou como referencial teórico a variável atitude e intenção, a teoria
experiencial do consumo hedônico, o processo psicológico da Motivação e estudos anteriores.
Para medir a atitude de escolha da criança para a alimentação refeição e a alimentação
lanche com brinde e sem brinde, utilizou-se a escala de medida de atitude adaptada de Batra e
Ray (1986) e Olney, Holbrook e Batra (1991).
Para medir a intenção de escolha da criança para a alimentação refeição e alimentação
lanche com brinde e sem brinde, utilizou-se a escala de medida de intenção adaptada de
Hardesty, Carlson e Bearden (2002).
Para medir se o brinde realmente fez efeito quando acoplado na alimentação refeição e
na alimentação lanche, utilizou-se um questionário de preferência, medido através da escala
Likert.
As análises das informações deste estudo foram feitas através de procedimentos
estatísticos que se utilizaram das seguintes ferramentas:
a) Análise de confiabilidade e Coeficiente Alfa de Cronbach para avaliação do brinde;
b) Comparações entre as atitudes e intenções dos quatro questionários (lanche com
brinde e lanche sem brinde (atitude), lanche com brinde e lanche sem brinde (intenção),
refeição com brinde e refeição sem brinde (atitude) e refeição com brinde e refeição sem
brinde (intenção), através do Teste T-Student e Teste Levene.
c.) Análise da avaliação do brinde que acompanha a refeição e Análise da avaliação do
brinde que acompanha o lanche.
Os resultados alcançados foram:
49
a.) De modo geral, através das análises de confiabilidade das escalas, pode-se concluir
que as diferenças das respostas deve-se ao fato dos indivíduos terem diferentes opiniões e não
devido a diferentes interpretações do instrumento, dessa forma entende-se que a escala está
validada.
Todos os resultados apresentados através dos quatro questionários demonstraram que
as análises de confiabilidade sempre ficaram acima de 0,70 provando que houve uma
consistência com relação aos questionários apresentados, sendo claros e compreensíveis.
b.) Comparações entre as atitudes e intenções dos quatro questionários
. Através do Gráfico 4, Atitude de escolha para refeição com brinde versus refeição
sem brinde, observa-se que a média do grupo com brinde é superior à média do grupo sem
brinde, corroborando a hipótese da interferência do brinde na atitude de escolha da criança em
relação à alimentação refeição.
. Através do Gráfico 5 – Intenção de escolha para refeição com brinde versus refeição
sem brinde, observa-se que o grupo com brinde obteve média superior à do grupo sem brinde,
corroborando a hipótese da interferência do brinde na intenção de escolha da criança em
relação à alimentação refeição.
. Através do Gráfico 6 – Atitude de escolha para lanche com brinde versus lanche sem
brinde. Observa-se uma pequena diferença entre as médias dos grupos lanche com brinde e
lanche sem brinde, e neste caso não corrobora com a hipótese da interferência do brinde na
atitude de escolha da criança em relação à alimentação lanche.
. Através do Gráfico 7 – Intenção de escolha para lanche com brinde versus lanche
sem brinde. Observa-se uma pequena diferença entre as médias dos grupos lanche com brinde
e lanche sem brinde, e neste caso não corrobora com a hipótese da interferência do brinde na
intenção de escolha da criança em relação à alimentação lanche.
5.1 - Discussão Do Estudo
A constatação de que as crianças preferem baixos nutrientes na alimentação e alto teor
de energia em alimentos não é novidade (DREWNOWSKI, 1989; SKINNER et al, 2002).
Os achados deste estudo, de acordo com as hipóteses que foram levantadas:
a) A alimentação refeição com brinde ou sem brinde interfere na atitude e intenção de
50
escolha das crianças entre 7 e 8 anos de idade no segmento das classes C/D, de uma
instituição educacional na capital paulista.
b) A alimentação lanche com brinde ou sem brinde não interfere na atitude e intenção
de escolha das crianças entre 7 e 8 anos de idade no segmento das classes C/D, de uma
instituição educacional da capital paulista.
A descoberta de que as atitudes e intenções de escolha na alimentação refeição com
brinde x alimentação refeição sem brinde interferem na escolha das crianças entre 7 e 8 anos de
idade no segmento das classes C/D, pode ter sido influenciada pela inclusão do brinde, mas
também e através da motivação que a criança possui diante de uma premiação. Isto é comprovado
em pesquisas anteriores de outros autores, e este estudo confirma a preferência das crianças entre
7 e 8 anos de idade das classes B/C. O tipo de alimentação refeição que foi apresentado nesta
pesquisa parece ter a preferência das crianças da faixa etária entre 7 e 8 anos, mas o que chama a
atenção nessa descoberta é que a refeição escolhida pelas crianças contém alto teor de gordura e
baixo teor nutritivo.
Quanto à descoberta de que as atitudes e intenções de escolha na alimentação lanche
com brinde x alimentação lanche sem brinde não interferem na escolha das crianças entre 7 e 8
anos de idade das classes C/D, esse resultado pode ter sido influenciado pelo hábito que as
crianças têm de dar preferência ao lanche hambúrguer, fato comprovado em pesquisas anteriores.
De um modo geral, este estudo demonstra o poder motivacional que o brinde tem para
crianças da faixa etária de 7 e 8 anos das classes B/C. De acordo com informação no início
deste estudo. o uso de brindes em alimentação é uma preocupação das políticas públicas,
especialmente quando combinados com alimentos altamente calóricos. Embora os resultados
deste estudo não sejam suficientes para justificar uma mudança no padrão de alimentação
quando feitos fora de casa, eles fornecem evidências da necessidade de pesquisas adicionais
para se compreender melhor a questão e ampliar o debate no segmento alimentício.
A escolha da criança entre uma alimentação refeição e uma alimentação lanche na
maioria das vezes é encorajada pelo acompanhamento de um brinde e isto apoia o argumento
de que a alimentação pode não ser compatível com a criança pelos seus nutrientes e calorias;
portanto deve-se restringir o uso de brindes como técnica de marketing no setor alimentício de
modo que os brindes acompanhem as refeições e lanches se estiverem em conformidade com
o regulamento e as orientações alimentares do Guia Alimentar para a População Brasileira
(2014) em anexo.
51
A atitude e intenção de escolha na alimentação refeição e lanche pode ser influenciada
pela inclusão de um brinde conforme observou-se nesta pesquisa em que a maioria das
crianças escolheu a refeição acompanhada de um brinde, sendo esta altamente calórica e não
saudável. O acompanhamento do brinde em refeição resultou em pontuações e atitudes mais
elevadas, do que as refeições não incentivadas com o brinde. Os resultados da escolha
mostraram que uma refeição fast food acompanhada de um brinde encoraja escolhas não
saudáveis de alimentos. Estes resultados são importantes para os formuladores de políticas
públicas, porque eles confirmam a interferência do brinde na escolha de produtos.
Conforme dados apontados nesta pesquisa, é importante ressaltar nesta discussão que
os brindes quando utilizados em promoções de produtos no segmento infantil, devem ser
informativos, educativos, e de conteúdo nutritivo e saudável.
5.2 - Limitações Do Estudo
Este estudo alcançou o objetivo proposto, porém apresentou limitações que são
mencionadas a seguir:
1º As crianças pesquisadas, foram avaliadas com cartões coloridos com a alimentação
refeição e alimentação lanche, e não fizeram escolhas em termos de consumo físico de
qualquer refeição; outros estudos poderão fazer a pesquisa com a alimentação física;
2º Devido as dificuldades em ter o consentimento para alimentar as crianças sem os
pais presentes, um estudo de campo acompanhando as crianças fazendo suas escolhas
alimentares com seus pais, pode ser mais bem sucedido do que os testes de laboratório (no
caso deste estudo feitos na própria instituição educacional);
3º Embora as crianças gostem da recompensa que foi oferecido nesta pesquisa, há
possibilidades de resultados negativos, pois o tipo de jogo apresentado (UNO) pode não suprir
as necessidades das crianças dessa faixa etária;
4º Os resultados apresentados podem não ser suficientes para justificar a mudança de
políticas públicas, mas fornecem evidência da necessidade de pesquisas adicionais para
entender a questão e informar o debate político;
5º O estudo foi realizado em uma instituição de ensino da capital paulista, e seria
interessante que outras instituições de ensino fossem pesquisadas em outras capitais, e que os
resultados fossem comparados;
52
6º Os participantes do experimento eram grupos de 50 crianças, e todos responderam
ao questionário juntos no mesmo local, e podem ter ocorrido interferências nas repostas por
parte de colegas.
Finalizando, é importante frisar que os profissionais de marketing das indústrias
alimentícias e empresas de fast food (alimentação rápida) devem utilizar técnicas adequadas
de marketing na promoção de alimentação infantil, estando em conformidade com os
objetivos de saúde e nutrição; enfatizar o uso da regulamentação governamental do marketing
de alimentos para crianças, colaborando com os governos na diminuição dos efeitos da
alimentação pouco saudável, e respeitar as obrigações no meio internacional para proteger os
direitos da criança.
53
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60
- ANEXO
- GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA, elaborado pelo Ministério da
Saúde (2014), sendo:
1 -FAZER DE ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE PROCESSADOS A
BASE DA ALIMENTAÇÃO
Em grande variedade e predominantemente de origem vegetal, alimentos in natura ou
minimamente processados são a base ideal para uma alimentação nutricionalmente
balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar
socialmente e de todos os tipos – grãos, raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas,
castanhas, leite, ovos e carnes – e variedade dentro de cada tipo – feijão, arroz, milho, batata,
mandioca, tomate, abóbora, laranja, banana, frango, peixes etc
2 - UTILIZAR ÓLEOS, GORDURAS, SAL E AÇÚCAR EM PEQUENAS QUANTIDADES
AO TEMPERAR E COZINHAR ALIMENTOS E CRIAR PREPARAÇÕES CULINÁRIAS
Utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in natura ou
minimamente processados, e tornar mais saborosa a alimentação sem torná-la
nutricionalmente desbalanceada.
3 - LIMITAR O CONSUMO DE ALIMENTOS PROCESSADOS
Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados – como conservas
de legumes, compota de frutas, pães e queijos – alteram de modo desfavorável a composição
nutricional dos alimentos dos quais derivam. Em pequenas quantidades, podem ser
consumidos como ingredientes de preparações culinárias ou parte de refeições baseadas em
alimentos in natura ou minimamente processados.
4 - EVITAR O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS
Devido a seus ingredientes, alimentos ultraprocessados – como biscoitos recheados,
“salgadinhos de pacote”, refrigerantes e “macarrão instantâneo” – são nutricionalmente
desbalanceados. Por conta de sua formulação e apresentação, tendem a ser consumidos em
excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente processados. Suas formas de
produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a
vida social e o meio ambiente.
5 - COMER COM REGULARIDADE E ATENÇÃO, EM AMBIENTES APROPRIADOS E,
SEMPRE QUE POSSÍVEL, COM COMPANHIA
Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias e evite “beliscar” nos
intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfrute o que está comendo, sem se
envolver em outra atividade. Procure comer em locais limpos, confortáveis e tranquilos e
onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimento. Sempre que
61
possível , coma em companhia, com familiares, amigos ou colegas de trabalho ou escola. A
companhia nas refeições favorece o comer com regularidade e atenção, combina com
ambientes apropriados e amplia o desfrute da alimentação. Compartilhe também as atividades
domésticas que antecedem ou sucedem o consumo das refeições.
6 - FAZER COMPRAS EM LOCAIS QUE OFERTEM VARIEDADES DE ALIMENTOS
IN NATURA OU MINIMAMENTE PROCESSADOS
Procure fazer compras de alimentos em mercados, feiras livres e feiras de produtores e outros
locais que comercializam variedades de alimentos in natura ou minimamente processados.
Prefira legumes,verduras e frutas da estação e cultivados localmente. Sempre que possível,
adquira alimentos orgânicos e de base agroecológica, de preferência diretamente dos
produtores.
7 - DESENVOLVER, EXERCITAR E PARTILHAR HABILIDADES CULINÁRIAS
Se você tem habilidades culinárias, procure desenvolvê-las e partilhá-las, principalmente com
crianças e jovens, sem distinção de gênero. Se você não tem habilidades culinárias – e isso
vale para homens e mulheres –, procure adquiri-las. Para isso, converse com as pessoas que
sabem cozinhar, peça receitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, consulte a internet,
eventualmente faça cursos e comece a cozinhar!
8 - PLANEJAR O USO DO TEMPO PARA DAR À ALIMENTAÇÃO O ESPAÇO QUE
ELA MERECE
Planeje as compras de alimentos, organize a despensa doméstica e planeje o cardápio da
semana com antecedência. Divida com os membros de sua família a responsabilidade por
todas as atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições. Faça da preparação de
refeições e do ato de comer momentos privilegiados de convivência e prazer. Reavalie como
você tem usado o espaço para a alimentação.
9 - DAR PREFERÊNCIA, QUANDO FORA DE CASA, A LOCAIS QUE SERVEM
REFEIÇÕES FEITAS NA HORA
No dia a dia, procure locais que servem refeições feitas na hora e a preço justo. Restaurantes
de comida a quilo podem ser boas opções, assim como refeitórios que servem comida caseira
em escolas ou no local de trabalho. Evite redes de fast-food.
10 - SER CRÍTICO QUANTO A INFORMAÇÕES, ORIENTAÇÕES E MENSAGENS
SOBRE ALIMENTAÇÃO VEICULADAS EM PROPAGANDAS COMERCIAIS
Lembre-se de que a função essencial da publicidade é aumentar a venda de produtos, e não
informar ou, menos ainda, educar as pessoas. Avalie com crítica o que você lê, vê e ouve
sobre alimentação em propagandas comerciais e estimule outras pessoas, particularmente
crianças e jovens, a fazerem o mesmo.
62
APÊNDICES
Apêndice 1 : Questionário de preferências das crianças quanto à brinde, refeição e
lanche.
Olá,
Em primeiro lugar, agradecemos a você, por participar da nossa pesquisa.
Estamos desenvolvendo esta pesquisa, para saber as preferências das crianças
quanto à brindes, refeição e lanche. Para isto, você encontrará nas próximas
páginas, três quadros pedindo a sua opinião quanto ao tipo de brinde, refeição e
lanche. Pedimos que você preste bastante atenção à cada item apresentado e dê
uma nota (de 5 à 1) fazendo um “X”, para cada uma das alternativas
apresentadas.
Não existem respostas certas ou erradas e, geralmente sua primeira impressão é
a melhor. O mais importante é você não conversar enquanto estiver
respondendo ao questionário.
Fique à vontade para começar quando sentir que está pronto.
Agradecemos por sua participação.
1º Com relação à Brindes
BRINDES 5
Gosto Muito
4
Gosto pouco
3
Não gosto e
nem desgosto
2
Não gosto
1
Não gosto
Nada
1 – Capa de
celular
2 – Adesivo
3 - Pulseira
63
4 – Coleção de
bonecas da Polly
5 -Maquiagem
6 - Chaveiro
7 - Bola
8 - Carrinho
9 – Bonecos de
personagens
10 - Jogos
2 – Com relação à Refeição
REFEIÇÃO 5
Gosto Muito
4
Gosto pouco
3
Não gosto e
nem desgosto
2
Não gosto
1
Não gosto nada
1 –Batata fritar
2 –Arroz e feijão
3 - Yakissoba
4 –Feijoada
5 -Lasanha
6 -Frango
7 –Nuggetes de
frango
8 - Macarrão
9 –Carne
10 -Salmão
64
3 – Com relação à Lanche:
LANCHE 5
Gosto Muito
4
Gosto pouco
3
Não gosto e
nem desgosto
2
Não gosto
1
Não gosto nada
1 –Hamburguer
2 –Hot Dog
3 - Coxinha
4 –Pastel
5 -Bolo
6 –Pão com
manteiga
7 –Pão com
Nutela
8 – Tapioca
9 – Pão com
mortadela
10 –Pão de queijo
Chegamos ao final e gostaríamos de saber um pouco mais sobre você. Por favor
responda as questões abaixo:
Sou [ ] menino [ ] menina Meu nome é:______________________
Tenho ________ anos e estou no ___________ano do ensino fundamental.
Estudo no período da: [ ] manhã [ ] tarde [ ] integral
Agradecemos muito por sua atenção e colaboração nesta pesquisa.
65
Apêndice 2 : Questionário A - Atitude e Intenção de Escolha na Refeição com brinde
(Avaliação do Brinde)
Meu nome é ______________________________Tenho __________ anos estou no
___________ano do ensino fundamental.
Estudo no período da: [ ] manhã [ ] tarde
Bem, agora que você já viu a figura de refeição com brinde, pedimos que você responda
algumas questões. Você verá algumas frases e queremos que você indique na coluna ao lado o
quanto concorda ou discorda.
Não existem respostas certas ou erradas o importante é você dar a sua opinião com bastante
sinceridade.
1
Discordo
totalmente
2
Discordo
em parte
3
Não sei ao
certo
4
Concordo
em parte
5
Concordo
Totalmente
1 - Eu gosto de brindes em refeição [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2 - Eu compro uma refeição quando
tem um brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3 - Acredito que os brindes de
refeição são sempre originais [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4 - Certamente os brindes de
refeição são informativos [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
5 - Geralmente os brindes de
refeição são muito interessantes [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
6 - Acredito que os brindes de
refeição são muito apropriados [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
7 - Os brindes de refeição atraem
minha atenção [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
8 - Eu gosto quando vejo um brinde
em uma refeição [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
66
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não sei
ao certo
Concordo
em parte
Concordo
Totalmente
1- A qualidade da refeição com
brinde é muito boa [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2- Eu já conhecia a refeição com
brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3- A refeição com brinde parece ser
muito boa [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4- Eu compraria esta refeição com
brinde em minha próxima visita a
um restaurante
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
5- Eu compraria esta refeição com
brinde no lugar daquela que
costumo comprar
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
6 - Acho que esta refeição com
brinde é uma ótima opção de
compra
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
7 - Comprar esta refeição com
brinde me faria muito feliz [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
8 - Para comprar esta refeição com
brinde eu pagaria um pouco mais. [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
67
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não sei
ao certo
Concordo
em parte
Concordo
Totalmente
1 - Certamente conheço o brinde
que está na refeição [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2 – Gostaria muito de ganhar o
brinde que está na refeição [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3 – O brinde que está na refeição e
o meu favorito [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4 - Acho que o brinde que está na
refeição é muito bom [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
68
Apêndice 3 : Questionário B - Atitude De e Intenção de Escolha Lanche com brinde
(Avaliação do brinde)
Meu nome é ______________________________Tenho __________ anos estou no
___________ano do ensino fundamental.
Estudo no período da: [ ] manhã [ ] tarde
Bem, agora que você já viu a figura de lanche com brinde, pedimos que você responda
algumas questões. Você verá algumas frases e queremos que você indique na coluna ao lado o
quanto concorda ou discorda.
Não existem respostas certas ou erradas o importante é você dar a sua opinião com bastante
sinceridade.
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não sei ao
certo
Concordo
em parte
Concordo
Totalmente
1- Eu gosto de brindes em lanche [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2- Eu compro um lanche quando
tem um brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3- Acredito que os brindes de
lanche são sempre originais [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4- Certamente os brindes de lanche
são muito informativos [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
5- Geralmente acho os brindes de
lanche muito interessantes [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
6 - Acredito que os brindes de
lanche são muito apropriados [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
7 - Os brindes de lanche chamam
minha atenção [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
8 – Eu gosto quando vejo um
brinde em um lanche [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
69
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não sei
ao certo
Concordo
em parte
Concordo
Totalmente
1 - A qualidade do lanche com
brinde é muito boa [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2 - Eu já conhecia o lanche com
brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3 – O lanche com brinde parece
ser muito bom [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4 - Compraria este lanche com
brinde em minha próxima visita
a um restaurante
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
5 - Eu compraria este lanche
com brinde no lugar daquele que
costumo comprar
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
6 - Acho que este lanche com
brinde é uma ótima opção de
compra
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
7 - Comprar este lanche com
brinde me faria muito feliz [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
8 - Para comprar este lanche
com brinde eu pagaria um pouco
mais.
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
70
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não sei
ao certo
Concordo
em parte
Concordo
Totalmente
1 - Certamente conheço o brinde
que está no lanche [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2 – Gostaria muito de ganhar o
brinde que está no lanche [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3 – O brinde que está no lanche
é o meu favorito [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4 - Acho que o brinde que está
no lanche é com certeza muito
bom para ser utilizado
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
71
Apêndice 4: Questionário C – Atitude e Intenção De Escolha Refeição sem brinde
Meu nome é ______________________________Tenho __________ anos estou no
___________ano do ensino fundamental.
Estudo no período da: [ ] manhã [ ] tarde
Bem, agora que você já viu a figura de refeição sem brinde, pedimos que você responda
algumas questões. Você verá algumas frases e queremos que você indique na coluna ao lado o
quanto concorda ou discorda.
Não existem respostas certas ou erradas o importante é você dar a sua opinião com bastante
sinceridade.
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não sei ao
certo
Concordo
em parte
Concordo
Totalmente
1 - Eu gosto de refeição sem brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2 - Eu compro uma refeição sem
brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3 - Acredito que a refeição sem
brinde é sempre original [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4 - Certamente a refeição sem
brinde é muito legal [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
5 - Geralmente acho a refeição sem
brinde muito interessante [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
6 - Acredito que a refeição sem
brinde é muito apropriado [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
7 - A refeição sem brinde chama
minha atenção [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
8 - Eu não me importo quando não
vejo um brinde em uma refeição [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
72
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não sei
ao certo
Concordo
em parte
Concordo
Totalmente
1 - A qualidade da refeição sem
brinde é muito boa [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2- Eu já conhecia a refeição sem
brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3- A refeição sem brinde é muito
boa [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4 - Compraria esta refeição sem
brinde em minha próxima visita
a um restaurante
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
5 - Eu compraria esta refeição
sem brinde no lugar daquele que
costumo comprar
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
6 - Acho que esta refeição sem
brinde é uma ótima opção de
compra
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
7 - Comprar esta refeição sem
brinde me faria muito feliz [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
8 - Para comprar esta refeição
sem brinde eu pagaria o preço
normal
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
73
Apêndice 5: Questionário D – Atitude e Intenção De Escolha Lanche sem brinde
Meu nome é ______________________________Tenho __________ anos estou no
___________ano do ensino fundamental.
Estudo no período da: [ ] manhã [ ] tarde
Bem, agora que você já viu a figura de lanche sem brinde, pedimos que você responda
algumas questões. Você verá algumas frases e queremos que você indique na coluna ao lado o
quanto concorda ou discorda.
Não existem respostas certas ou erradas o importante é você dar a sua opinião com bastante
sinceridade.
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não sei ao
certo
Concordo
em parte
Concordo
Totalmente
1 – Eu gosto do lanche sem
brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2 - Eu compro esse lanche sem
brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3 – Acredito que o lanche sem
brinde é muito original [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4 – Certamente o lanche sem
brinde é muito legal [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
5 – Geralmente eu acho o
lanche sem brinde muito
interessante
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
6 – Acredito que o lanche sem
brinde é muito apropriado [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
7 - O lanche sem brinde chama
a minha atenção
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
74
8 – Eu não me importo quando
não vejo um brinde em uma
refeição
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não sei ao
certo
Concordo
em parte
Concordo
Totalmente
1 - A qualidade do lanche sem
brinde é muito boa [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2 - Eu já conhecia o lanche
sem brinde [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3 - O lanche sem brinde é
muito bom [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
4 - Compraria este lanche sem
brinde em minha próxima
visita a um restaurante
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
5 - Eu compraria este lanche
sem brinde no lugar daquele
que costumo comprar
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
6 - Acho que este lanche sem
brinde é uma ótima opção de
compra
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
7 - Comprar este lanche sem
brinde me faria muito feliz [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
8- Para comprar este lanche
sem brinde eu pagaria o preço
normal
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]