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APRESENTAÇÃO
O presente relatório consiste no Projeto Executivo do Sistema de Esgotamento Sanitário do
distrito de Flecheiras, pertencente ao Município de Trairi/CE para o atendimento à
população carente de um sistema de coleta de esgoto, possibilitado através do processo nº
0094.000159/2006-70 de interesse do Departamento de Gestão de Projetos da CAGECE,
GPROJ. .
O projeto contempla a Concepção do Sistema Proposto, Memorial Descritivo, Memorial de
Cálculo, Especificações Técnicas, Manual de Operação, Orçamento, Parte Gráfica e Projeto
Elétrico.
O presente relatório será composto por 03 (três) volumes:
• Volume I: Memorial Descritivo, Memorial de Cálculo, Manual de Operações,
Especificações Técnicas, Anexos e Orçamento;
• Volume II: Peças Gráficas (tomo I e tomo II).
• Volume III: Projeto Elétrico
O presente documento, correspondente ao Volume I, constando dos seguintes elementos:
• Memorial Descritivo – Apresenta a concepção, as premissas e a descrição do projeto;
• Memorial de Cálculo – Apresenta o dimensionamento dos elementos do sistema;
• Manual de Operação – Descreve a manutenção, controle, atividades de rotina,
recomendações e cuidados para a operação do sistema proposto;
• Especificações Técnicas – Apresenta as prescrições para o controle tecnológico na
execução dos elementos constituintes do projeto;
• Anexos – Apresentam algumas informações adicionais, que permitem melhor análise
técnica de alguns parâmetros (Planilhas de cálculo de rede das respectivas bacias e os
transientes hidráulicos dos emissários de recalque);
• Orçamento – Fornece os quantitativos e os custos de todos os materiais e serviços,
referentes às obras, necessários à execução do projeto, juntamente ao cronograma
físico-financeiro para implantação do empreendimento.
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SUMÁRIO
1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO........................................ 9
1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO...............................................................................................9
1.2 ASPECTOS CLIMÁTICOS ..............................................................................................10
1.3 ASPECTOS AMBIENTAIS ..............................................................................................11
1.4 ASPECTOS HIDROGRÁFICOS ........................................................................................11
1.5 ASPECTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS ..............................................................................11
1.6 ASPECTOS SANITÁRIOS: .............................................................................................13
1.7 INFRA-ESTRUTURA EXISTENTE .....................................................................................14
2 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS EXISTENTES .... 17
3 ELEMENTOS PARA CONCEPÇÃO DO SISTEMA ............................... 19
3.1 PARÂMETROS DE PROJETO .........................................................................................19
3.2 POPULAÇÃO ............................................................................................................19
3.3 VAZÕES DO SISTEMA..................................................................................................19
4 ESTUDOS DE ALTERNATIVAS ................................................................... 22
5 CONCEPÇÃO DO SISTEMA .......................................................................... 27
6 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES ...................................................................... 31
6.1 REDE COLETORA ...................................................................................................... 31
6.2 TRATAMENTO PRELIMINAR ..........................................................................................31
6.3 ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO BRUTO .................................................................32
6.3.1. Estação elevatória de esgoto da sub-bacia 1:....................................................33
6.3.2. Estação elevatória de esgoto da sub-bacia 2:....................................................33
6.3.3. Estação elevatória de esgoto da ETE: ..............................................................33
6.4 REATOR UASB ........................................................................................................33
3
6.5 FILTRO SUBMERSO AERADO........................................................................................34
6.6 DECANTADOR LAMELAR .............................................................................................35
6.7 TANQUE DE CONTATO................................................................................................35
6.8 TANQUE ADENSADOR DE LODO....................................................................................35
6.9 FILTRO PRENSA........................................................................................................36
6.10 FILTROS RÁPIDOS .....................................................................................................36
6.11 DECANTADOR DA ÁGUA DE LAVAGEM DOS FILTROS..........................................................37
6.12 . RESERVATÓRIO DE ÁGUA TRATADA.............................................................................37
6.13 . EMISSÁRIO FINAL ....................................................................................................38
7 PLANTA DO SISTEMA PROPOSTO........................................................... 40
8 FOTOS ..................................................................................................................... 42
9 MEMORIAL DE CÁLCULO ............................................................................. 45
9.1 VAZÕES E POPULAÇÃO...............................................................................................46
9.2 DIMENSIONAMENTO ...................................................................................................47
9.2.1 Sub-bacia 1 ................................................................................................48
9.2.2 Sub-bacia 2 ................................................................................................49
9.2.3 ETE...........................................................................................................50
10 MANUAL DE OPERAÇÃO .............................................................................. 52
10.1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................52
10.2 DESCRIÇÃO SIMPLIFICADA DA ETE ...............................................................................52
10.3 PARÂMETROS DE PROJETO .........................................................................................53
10.4 PROCEDIMENTOS DE OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO............................................................54
10.4.1 Reator UASB..............................................................................................54
10.4.2 . Filtro Submerso Aerado e Decantador Lamelar.............................................55
10.4.3 Sopradores ................................................................................................55
4
10.4.4 Tanque de Dosagem de Solução Química .....................................................56
10.4.5 Descarte e Desidratação do Lodo .................................................................56
10.4.6 Estações Elevatórias ...................................................................................57
10.5 PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA ................................................................................57
10.6 MONITORAMENTO .....................................................................................................57
10.7 CÂMARA DE CARGA ...................................................................................................58
10.8 FILTROS ASCENDENTES E DESCENDENTES .....................................................................58
10.9 DECANTADOR DE ÁGUA DE LAVAGEM ............................................................................60
10.10 RESERVATÓRIO DE ÁGUA TRATADA ..........................................................................60
11 ANEXOS.................................................................................................................. 61
11.1 REDE SUB-BACIA 1 ...............................................................................................62
11.2 REDE SUB-BACIA 2 ...............................................................................................63
11.3 TRANSIENTE HIDRÁULICO DA LINHA DE RECALQUE 1..........................................64
11.4 TRANSIENTE HIDRÁULICO DA LINHA DE RECALQUE 2..........................................65
12 ORÇAMENTO ....................................................................................................... 67
13 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS..................................................................... 69
14 ART ........................................................................................................................... 71
15 MEMORIAL DE DESAPROPRIAÇÃO......................................................... 73
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FICHA TÉCNICA – SES
Informações do Projeto:
Projeto:
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE FLECHEIRAS
Projetista: Programa:
LARISSA GONÇALVES MAIA CARACAS -
Município: Localidade: Data de elaboração do Projeto:
TRAIRI FLECHEIRAS 24/08/09
Valor do Orçamento: Data do Orçamento: Responsável pelo Orçamento:
R$ 9.660.345,15 JANEIRO/2010 JOÃO CARLOS SANFORD
Dados da População:
Método de
Estimativa
Populacional
Taxa de
Crescimento
Alcance do
Projeto
Ano de Início do
Projeto
População Inicial
de Projeto
Ano Final de
Projeto
População Final
de Projeto
GEOMÉTRICO 4,1% 20 ANOS 2009 4.664 2029 6.958
Vazões de Projeto:
VAZÃO (L/s) ANO
Mínima Média Máxima
2009 5,75 l/s 8,99 l/s 12,23 l/s
2019 6,47 l/s 10,42 l/s 16,75 l/s
2029 7,35 l/s 12,18 l/s 19,91 l/s
Ligações Domiciliares e Intradomiciliares:
Discriminação Implantação
Ligações Domiciliares 933 unid.
Rede Coletora:
Sub-bacias Diâmetro (mm) Extensão (m) Material
Sub-bacia 1 150
200
11.209
69
PVC Ocre
PVC Ocre
Sub-bacia 2 150 1289 PVC Ocre
TOTAL 150 e 200 12.567 PVC Ocre
6
Estação Elevatória de Esgoto:
Quant. Bombas Q (l/s) Hman (m) Potência (CV) Elevatória Tipo
Ativas Reserva 10 anos 20 anos 10 anos 20 anos 10 anos 20 anos
EEE-1 submersível 1 1 16,9 l/s 22,5 l/s 19,5 m 29,0 m 10 cv 15 cv
EEE- 2 submersível 1 1 2,2 l/s 3,3 l/s 9,95 m 9,90 m 2,0 cv 2,0 cv
EEE- ETE submersível 1 1 18,0 l/s 20,3 l/s 9,5 m 9,7 m 5,0 cv 7,5 cv
Estação Elevatória de Água – Polimento:
Quant. Bombas Q Hman Potência (CV) Elevatória Tipo
Ativas Reserva 10 anos 20 anos 10 anos 20 anos 10 anos 20 anos
EEAR submersível 1 1 16,8 l/s 19,9 l/s 9,8 m 9,8 m 5 cv 5 cv
EEEL centrífuga 1 1 106 l/s 106 l/s 24 m 24 m 50,0 cv 50,0 cv
Bomba - lodo meganorm 1 1 1 m3/h 1 m3/h 12 bar 12 bar 1,0 cv 1,0 cv
Linha de Recalque:
Elevatória Vazão de projeto Material Diâmetro Extensão
EE-1 22,5 l/s PVC DEFoFo 150 mm 1.101 m
EE-2 3,3 l/s PVC DEFoFo 100 mm 500 m
Estação de Tratamento de Esgoto:
Unidades Tipo
10 anos 20 anos
Dimensões aproximadas
UASB 3 UN + 1 UN D = 4,50 m; H = 5,50 m
FSA 3 UN + 1 UN D = 4,50 m; H = 4,00 m
DL 3 UN + 1 UN C = 2,67 m; L = 1,50 m (18 PLACAS)
TC 3 UN + 1 UN D = 3,20 m; H = 1,00 m
TAL 2 UN - D = 3,20 m; H = 2,00 m
FP 1 UN - 40 placas; 500x500 mm e torta de 30 mm
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Estação de Tratamento de Água – Polimento:
Unidades Tipo
10 anos 20 anos
Dimensões aproximadas
CC 1 UN - D = 0,80 m, H = 7,43 m
FA 2 UN - D = 3,00 m; H = 3,66 m
FD 2 UN - D = 4,50 m; H = 4,00 m
DAL 2 UN - C = 2,67 m; L = 1,50 m (18 PLACAS)
RAT 2 UN - D = 3,20 m; H = 1,00 m
Emissário Final (EF):
Corpo receptor Material Diâmetro Extensão
Lago de monitoramento/aquário/ córrego PVC 200 mm 12,0 m
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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO
9
1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DO PROJETO
1.1 Localização e acesso
Flecheiras é distrito do município de Trairi. Segundo o IPECE, o município de Trairi foi criado
em novembro de 1863 pela Lei 1068. O nome Trairi vem da aldeia que originou o município,
organizada em 1608. Etimologicamente significa Rio das Traíras.
O município localiza-se na região Norte do Ceará, na Microrregião de Itapipoca, com
coordenadas geográficas de 3º 16’ 40" de latitude (S) e 39º 16’ 08’’ de longitude (WGr). Tem
como limítrofes o Oceano atlântico e o município de Itapipoca (Norte), Itapipoca, Tururu,
Umirim, São Luís do Curu e São Gonçalo do Amarante (Sul), São Gonçalo do Amarante e
Paraipaba (Leste) e Itapipoca (Oeste).
Possui uma área de 924,555 km² tendo uma área relativa de 0,62% em relação ao Estado.
Situa-se em uma altitude de 18 m acima do nível do mar e dista da capital, em linha reta,
105km. Na Figura 1, é apresentado o Município de Trairi.
10
Figura 1 – Trairi
1.2 Aspectos climáticos
Segundo a FUNCEME e o IPECE, o clima predominante da região é o Tropical Quente
Semi-árido Brando. As temperaturas variam de 26 a 28ºC. A pluviosidade média é de
1588,8mm/ano e o período chuvoso encontra-se no intervalo de janeiro a abril.
11
1.3 Aspectos ambientais
O município de Trairi apresenta como principais unidades geomorfológicas Tabuleiros Pré-
Litorâneos e Planícies Litorâneas.
Na região predominam solos do tipo Areias Quartzosas Distróficas, Latossolo Vermelho-
Amarelo, Podzólico Vermelho-Amarelo, Regossolo, Solonchak e Solonetz Solodizado,
utilizados predominantemente para a agropecuária.
A Vegetação característica é Complexo Vegetacional da Zona Litorânea e Floresta
Perenifólia Paludosa Marítima
1.4 Aspectos hidrográficos
Trairi está inserida na Bacia do Litoral. Esta bacia possui como características uma região
hidrográfica de 8.619 km², correspondente a 5,82% do território Cearense, engloba um
conjunto de bacias independentes compreendidas entre as do Curu e Acaraú, variando de
quase 155 km² (Riacho Zumbi) ate 3.450 km² (Rio Aracatiaçu). É composta por 11
municípios e apresenta uma capacidade de acumulação de águas superficiais de
98.290.000 milhões de m³, num total de 7 açudes públicos gerenciados pela COGERH. Os
lagos e as lagoas existentes na bacia do Litoral ocorrem principalmente devido a extensa
faixa litorânea e pela predominância de um relevo muito suave e de baixa altitude. No Trairi
são caracterizados como recursos hídricos o açude Almácegas e 68 poços.
1.5 Aspectos sociais e econômicos
A população total residente no município de Trairi, distribuída entre urbana e rural, homens e
mulheres segundo censos de 1991 e 2000 está indicada no quadro abaixo:
Quadro 1 – População residente – 1991 e 2000
1991 2000 DISCRIMINAÇÃO
Nº % Nº %
Total 36.344 100,00 44.527 100,00
Urbana 7.661 21,08 14.413 32,37
Rural 28.683 78,92 30.114 67,63
Homens 18.675 51,38 22.942 51,52
Mulheres 17.669 48,62 21.585 48,48
12
Segundos dados do IBGE (2000), a densidade demográfica do município é de
48,16hab/km², a taxa de urbanização é de 32,37%.
O município possui um PIB total de 159 491 000,00 (2005), alcançando a 29º posição no
ranking do Ceará, e um PIB percapita de 3 212 (2005). Quanto ao PIB por setor, em termos
de porcentagem, temos 14,3% do PIB devido a Agropecuária; 34,97% devido a Indústria e
50,73% devido ao setor de Prestação de Serviços.
A seguir, são apresentados alguns dados sócio econômicos do Município:
Quadro 2 – Receita Municipal - 2005
DISCRIMINAÇÃO VALOR CORRENTE (R$MIL) %SOBRE A RECEITA
TOTAL
Receita Total 26.800 100,00
Receitas Correntes 26.635 99,38
Receita Tributária 530 1,98
Receita Patrimonial 36 0,13
Receita de Serviços - -
Transferências Correntes 26.437 94,91
Outras Receitas Correntes 632 2,36
Receita de Capital 165 0,62
Transferências de Capital 165 0,62
Outras Receitas de Capital - -
Fonte:Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Quadro 3 – Despesa Municipal - 2005
DISCRIMINAÇÃO VALOR CORRENTE (R$MIL) %SOBRE A RECEITA
TOTAL
Total 27.637 100,00
Despesasas Correntes 24.679 89,30
Pessoal e encargos sociais 10.416 37,69
Juros e encargos da dívida - -
Outras despesas correntes 14.197 51,37
Despesas de capital 2.958 10,70
13
Investimentos 2.672 9,67
Inversões Financeiras - -
Fonte:Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Quadro 4 – Receita Estadual Arrecadada - 2005
DISCRIMINAÇÃO VALOR CORRENTE (R$MIL) %SOBRE A RECEITA
TOTAL
Receita Total 540 0,02
Receita Tributária 540 0,02
Receita do ICMS 408 0,01
Fonte: Secretaria da Fazenda (SEFAZ)
Quadro 5 – Receita da União Arrecadada - 2005
DISCRIMINAÇÃO VALOR CORRENTE (R$MIL) %SOBRE A RECEITA
TOTAL
Receita Total 399 0,01
Arrecadação IPI 6 0,00
Fonte: Secretaria Regional da Receita Federal
Segundo fontes do Pnud e Ipece os indices de desenvolvimento de Trairi possuem os
seguintes valores, no quadro a seguir:
Quadro 6 – Índices de Desenvolvimento
ÍNDICES VALOR POSIÇÃO NO RANKING
Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) – 2004 19,58 125º
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – 2000 0,632 90° no Ceará; 4.078°
no Brasil
1.6 Aspectos Sanitários:
Trairi possui em totalidade 11 Unidades de Saúde Ligadas ao Sistema Único de Saúde
sendo 10 públicas e 1 particular. Especificamente Trairi possui 9 Centros de Saúde, 1
Unidade Mista e 1 Hospital.
14
Quadro 7 – Principais indicadores de Saúde - 2004
INDICADORES MUNICÍPIO ESTADO
Médicos/1000 hab. 0,32 2,04
Dentistas/1000 hab. 0,22 0,31
Unidades de Saúde/ 1000 hab. 0,22 1,96
Leitos/1000 hab. 0,40 0,30
Nascidos vivos 855 139.762
Óbitos 11 2.555
Taxa de Mortalidade Infantil/1000 nascidos vivos 12,87 18,28
1.7 Infra-estrutura existente
O município de Trairi possui, segundo o censo de 2000, 9.496 domicílios, segundo dados
obtidos em 2006, 38,52% de sua área urbana e 9,49% de sua área rural atendidas por
serviços de água, 16,53% de sua área urbana atendida por Esgoto, 82,46% dos domicílios
atendidos com energia elétrica e 1.757 linhas telefônicas.
Através de Dados obtidos pela própria CAGECE e pela Coelce foi possível elaborar as
seguintes tabelas, fornecendo informações de infra-estrutura, saneamento e energia
elétrica:
Quadro 8 – Abastecimento de Água - 2005
ESPECIFICAÇÃO MUNICÍPIO ESTADO % SOBRE O TOTAL
DO ESTADO
Ligações Reais 1.736 1.149.633 0,15
Ligações Ativas 1.508 1.057.938 0,14
Volume Produzido (m³) 465.622 319.585.720 0,15
Quadro 9 – Esgotamento Sanitário - 2005
ESPECIFICAÇÃO MUNICÍPIO ESTADO % SOBRE O TOTAL
DO ESTADO
Ligações Reais 303 367.532 0,08
Ligações Ativas 268 317.854 0,08
15
Quadro 10 – Energia Elétrica - 2005
DISCRIMINAÇÃO VALOR CORRENTE (R$MIL) %SOBRE A RECEITA
TOTAL
Total 16.883 100,00
Residencial 7.708 45,65
Industrial 744 4,41
Comercial 1.182 7,00
Rural 4.898 29,01
Público 2.351 13,92
Própio - -
Revenda - -
Fonte:Companhia Energética do Ceará (Coelce).
16
DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS EXISTENTES
17
2 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS EXISTENTES
Na localidade de Flecheiras não existe sistema público de coleta ou tratamento de
esgotos, predominando como solução para destino dos esgotos, a utilização de fossas
rudimentares.
Não existe sistema de coleta e tratamento de resíduos sólidos (lixo), sendo estes
jogados a céu aberto ou queimados.
O sistema de Abastecimento de Água existente foi construído através do projeto São
José, mas este nunca foi ativado, estando fora dos padrões da CAGECE e por
orientação da própria concessionária este sistema será todo descartado.
18
ELEMENTOS PARA CONCEPÇÃO DO SISTEMA
19
3 ELEMENTOS PARA CONCEPÇÃO DO SISTEMA
3.1 Parâmetros de Projeto
Os parâmetros e considerações a serem utilizados no dimensionamento das unidades
constituintes do sistema em estudo são:
� Alcance do plano............................................................................... 20 anos
� Consumo per capita ( q ) ....................................................... .150 L/hab./dia
� Número de habitantes estimados por imóveis............................. 5,0 habitantes
� Coeficiente de demanda diária máxima ( k1 ) ........................................... 1,2
� Coeficiente de demanda horária máxima ( k2 ) ........................................ 1,5
� Coeficiente de menor consumo ( k3 ) ....................................................... 0,5
� Coeficiente de retorno ( C ) ...................................................................... 0,8
� Taxa de Infiltração ( Ti )............................................................. .0,0002 l/s.m
3.2 População
As populações atuais e futuras da localidade foram estimadas respectivamente,
através de levantamento semi-cadastral realizado pela equipe de topografia, que
cadastrou 933 imóveis, sobre o qual se aplicou uma taxa de ocupação de 5,0.
� Taxa de crescimento populacional segundo IBGE............................. 0,54 %
� Taxa de crescimento populacional adotada........................................ 2,00 %
� População atual estimada - 2009 ( P0 ) ...............................4.664 habitantes
� População final de projeto - 2029 ( P20 ) ..............................6.958 habitantes
Obs: A população acima foi calculada por equivalência, transformando a
população correspondente às pousadas, bares e restaurantes todas em população
equivalente.
3.3 Vazões do sistema
As vazões para dimensionamento das unidades do sistema de esgotamento sanitário
foram calculadas a partir das equações a seguir:
Qmáx = iTxLCqP
KK +××××400.8621
20
Qméd = iTLCqP ×+××
400.86
Qmín = LxTiCqP
K +×××400.863
Onde:
� P = população de projeto;
� L = comprimento total da rede coletora de esgoto;
� C = coeficiente de retorno;
� q = quota per capita = 150 L/hab./dia;
� k1 = coeficiente de máxima demanda diária = 1,2;
� k2 = coeficiente de máxima demanda horária = 1,5;
� k3 = coeficiente de menor consumo = 0,5;
21
ESTUDO DE ALTERNATIVAS
22
4 ESTUDOS DE ALTERNATIVAS
O estudo de alternativas teve o objetivo de avaliar as opções possíveis para a
configuração do sistema de esgotamento sanitário de Flecheiras - Trairi,
considerando-se os aspectos tecnológicos, ambientais e financeiros.
No tocante à coleta dos esgotos, foi estudada a melhor alternativa para o
caminhamento do esgoto e dimensionamento da rede, considerando um sistema do
tipo separador absoluto. Também foi descartado o emprego de soluções individuais
para tratamento de esgoto com uso de fossa e sumidouro, que não é recomendável
para aglomerado urbano de considerável densidade demográfica. O recalque dos
esgotos coletados pelas EEE’s será encaminhado até o PV mais próximo da outra
bacia ou até a área de tratamento.
Assim, o estudo resumiu-se à avaliação das opções possíveis para o tratamento dos
esgotos. Foram estudadas três alternativas.
a) Alternativa 1 Contempla o tratamento com uso de um sistema de lagoas de estabilização. O
conjunto seria composto por uma lagoa facultativa e duas lagoas de maturação, em
série.
O sistema de lagoa facultativa proporciona uma redução da matéria orgânica através
de ações de bactérias aeróbia no período diurno e anaeróbio no decorrer da noite.
Após um período de detenção de no mínimo 15 dias o efluente direcionado para a
primeira e posteriormente para segunda lagoa de maturação recebe por incidência de
raios solares o tratamento predominante na desinfecção.
Vantagens:
• A construção e a operação desse sistema são consideradas relativamente simples;
• Eficiência no tratamento, remoção de matéria orgânica e organismos patogênicos;
• Há uma reduzida produção de lodo.
• Não há necessidade do uso de produto químico. Desvantagens:
23
• Elevados requisitos de área para implantação do sistema;
• Elevados custos de implantação dependendo da topografia e tipo de solo da área;
• Possibilidade do descaso na manutenção devido à aparente simplicidade operacional;
• Possibilidade da proliferação de insetos; b) Alternativa 2
Consiste na implantação de uma ETE com tratamento biológico, através de reatores
UASB (upflow anaerobic sludge blanket), filtros submersos aerados (FSA) e
decantadores lamelares de alta taxa, com posterior desinfecção do efluente em tanque
de contato.
No reator UASB, é realizado o tratamento por processo anaeróbio, conseguindo-se
uma redução de grande parte da matéria orgânica biodegradável. O pós-tratamento do
efluente do reator UASB é feito no FSA por processo aeróbio, obtendo-se uma
qualidade em nível secundário. O efluente do FSA passa por um decantador lamelar
de alta taxa para a remoção de sólidos. Antes de ser encaminhado ao emissário final,
o efluente é ainda desinfectado no tanque de contato, com a aplicação de cloro.
Vantagens:
• Requisitos de área bastante inferiores em comparação aos das lagoas
de estabilização;
• Maior praticidade de modulação, simplificando o planejamento e
possibilitando a implantação por etapas;
• Instalação compacta da ETE;
• Eficiência na remoção de DBO e DQO;
• Os reatores UASB têm tolerância a elevadas cargas orgânicas. Desvantagens:
• Necessidade de processamento do lodo descartado com mais
freqüência;
• Necessidade de maior controle na operação que o sistema de lagoas
de estabilização;
• Possibilidade de geração de maus odores no reator UASB (porém
controláveis).
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c) Alternativa 03
Consiste na implantação de uma ETE com tratamento biológico por lodo ativado,
através de reator UASB (upflow anaerobic sludge blanket), tanque de aeração e
decantador secundário, com posterior desinfecção do efluente em tanque de contato.
No reator UASB, é realizado o tratamento por processo anaeróbio, conseguindo-se
uma redução de grande parte da matéria orgânica biodegradável. O pós-tratamento do
efluente do reator UASB é feito no tanque de aeração e no decantador secundário,
que constituem o sistema de lodos ativados, obtendo-se uma qualidade em nível
secundário. Antes de ser encaminhado ao emissário final, o efluente é ainda
desinfectado no tanque de contato, com a aplicação de cloro.
Vantagens:
• Requisitos de área bastante inferiores em comparação aos das lagoas de estabilização;
• Elevada eficiência na remoção de matéria orgânica (DBO e DQO);
• Melhor controle operacional;
• Elevada resistência à variação de carga orgânica;
• Baixa demanda de área (média = 0,10 m² por habitante);
• Instalação compacta;
• Satisfatória independência das condições atmosféricas; e,
• Reduzidas possibilidades de maus odores, insetos e vermes.
• Desvantagens:
• Elevado índice de mecanização;
• Elevado consumo de energia elétrica (7 kwh/habitante.ano);
• Baixa eficiência na remoção de patogênicos (90%), por isso da
necessidade de desinfecção; e,
• Menor capacitação para remoção biológica de nutrientes (N e P).
Quanto à Alternativa 1, apresentou como principal obstáculo o tipo de solo, que por ser
área de praia este solo é bastante arenoso, com isso o material a ser utilizado nestas
lagoas teriam que ser adquiridos, tornando-se inviável. Além de ser distante a área
possível para esta implantação e não tinha corpo receptor próximo desta área.
A Alternativa 3 foi descartada tendo em vista a sua complexidade operacional e o
25
consumo superior de energia elétrica.
Assim, baseando-se no critério técnico-operacional e ambiental, considerando a
eficiência na remoção de DBO e DQO, a possibilidade de uma instalação compacta,
foi escolhida a Alternativa 2 para o sistema projetado.
26
CONCEPÇÃO DO SISTEMA
27
5 CONCEPÇÃO DO SISTEMA
Na concepção do sistema de tratamento de da localidade de Flecheiras, procedeu-se
a um amplo estudo de todas as diretrizes e parâmetros necessários e suficientes para
a completa caracterização da infra-estrutura projetada.
As vazões de esgoto foram calculadas com base no número imóveis que será
contemplado no projeto.
A definição dos níveis e distâncias utilizados no projeto foi feita a partir do
levantamento topográfico da área.
De acordo com a topografia da área em questão, o projeto contemplará 2 sub-bacias,
cada uma constituída por uma estação elevatória de esgoto, a qual a sub-bacia 1
receberá o esgoto da sub-bacia 2 e a sua EEE-1 lançará na ETE.
Considerando-se as características apresentadas pelo esgoto, optou-se por adotar um
tratamento biológico dos despejos, em nível secundário acrescido de polimento.
Resumidamente, o sistema de tratamento será composto por:
• Tratamento preliminar: caixa de grade, caixa de areia e calha Parshall;
• Estação elevatória;
• Reator UASB;
• Filtro Submerso Aerado;
• Decantador Lamelar;
• Tanque de contato para desinfecção (cloração);
• Tanque Adensador de Lodo;
• Filtro Prensa.
No reator UASB, é realizado o tratamento por processo anaeróbio, conseguindo-se
uma redução de grande parte da matéria orgânica biodegradável. O pós-tratamento do
efluente do reator UASB é feito no Filtro Submerso Aerado e no decantador Lamelar,
obtendo-se uma qualidade em nível secundário. Antes de ser encaminhado ao
emissário final, o efluente é ainda desinfectado no tanque de contato, com a aplicação
de cloro.
28
Adicionalmente, para garantir uma melhor eficiência do sistema, foi solicitado pela
equipe do CAAP (comissão de acompanhamento e aprovação de projeto) fazer
posterior ao tratamento secundário um polimento. O efluente do polimento será
encaminhado ao lago de monitoramento de efluente e deste será lançado no corpo
receptor (córrego sem denominação dentro da área da ETE). Este efluente também
alimentará o aquário que ficará dentro da área da ETE, além de poder ser reutilizado
como água de irrigação. Será proposto um sistema de tratamento, para polimento do
efluente, constituído de:
• Estação elevatória;
• Câmara de carga;
• Filtros rápidos (dupla filtração);
• Estação elevatória da água de lavagem dos filtros;
• Decantador de Água de Lavagem e
• Reservatório de água tratada.
O fluxograma do sistema de tratamento proposto é apresentado na Figura 2, Abaixo.
29
REATORUASB
ESGOTO
EE
ÁGUA DELAVAGEM
DESCARGA
CASA DEQUÍMICA
FILTROS
CC
COAGULANTE
FLOCULANTE
CLORO
LODO
EE
ÁGUA DELAVAGEM ÁGUA
TRATADA
MONITORAMENTO DE EFLUENTES /
ÁGUATRATADA
AR
CC - CÂMARA DE CARGA
EE - ESTAÇÃO ELEVATÓRIA
LEGENDA:
CORPO RECEPTOR
LODO
DESIDRAT.
LODO FILTROPRENSA
CONTEINER /
ATERRO SANITÁRIO
TANQUE DECONTATO
BRUTO
SOPRADORES
LODO
ÁGUA DE LAVAGEM
TRATADA
EFLUENTETRATADO
CÓRREGO
ESGOTOBRUTOR
ED
EC
OLE
TO
RA
FLECHEIRAS
CAIXA DEAREIA ELEVADA
GRADEAMENTO / ELEVATÓRIA
FILTROSUBMERSO AERADO /
PERCOLADO
LODO
RESERVATÓRIODE ÁGUA TRATADA
DECANTADOR DEÁGUA DE LAVAGEM
EFLUENTETRATADO
TRATAMENTO DE ÁGUA
POLIMENTO
PERCOLADO
DECANTADORLAMELAR
FIGURA 2 – FLUXIGRAMA DO SISTEMA PROPOSTO
30
DESCRIÇÃO DAS UNIDADES
31
6 DESCRIÇÃO DAS UNIDADES
6.1 Rede Coletora
A rede coletora projetada será considerada nas vias. O projeto será contemplará 2
sub-bacias. Os esgotos coletados na sub-bacia 2 serão encaminhados para o PV 149
da sub-bacia 1 e o esgoto coletado na sub-bacia 1 será encaminhado para a ETE.
A rede total projetada será composta por tubulação de PVC rígido de infra-estrutura
(NBR 7362), com diâmetros de 150 e 200 e uma extensão total de 12.567 m.
Rede coletora da sub-bacia 1:
• Diâmetro de 150................................................................................................... 11.209 m
• Diâmetro de 200.......................................................................................................... 69 m
Rede coletora da sub-bacia 2:
• Diâmetro de 150..................................................................................................... 1.289 m
6.2 Tratamento Preliminar
O tratamento preliminar de esgoto bruto da sub-bacia 1 será constituído de caixa de
grade, caixa de areia e calha Parshall.
O tratamento preliminar de esgoto bruto da sub-bacia 2 será constituído apenas de
gradeamento, já que a contribuição desta sub-bacia é pequena.
Na área da ETE terá outro tratamento preliminar, composto por grade, calha parshall e
caixa de areia elevada.
Na caixa de grade, é feita a retenção de sólidos grosseiros e flutuantes, estranhos ao
tratamento, com o objetivo de proteger os dispositivos subseqüentes e aumentar a
eficiência do sistema de tratamento de esgoto. A grade é composta por barras de
ferros dispostos paralelamente, de modo a não alterar o fluxo normal dos esgotos,
evitando assim grandes perdas de cargas, retendo o material grosseiro transportado.
As características da caixa de grade adotada para sub-bacia 1 são as seguintes:
• Largura da caixa ............................................................................................... 0,30 m
• Seção da barra............................................................................................ 3/8” x 1 ½”
32
• Espaçamento entre as barras ........................................................................... 10 mm
• Inclinação da grade.................................................................................................45°
• Quantidade de barras........................................................................................... 8 un.
As características da caixa de grade adotada para sub-bacia 2 são as seguintes:
• Largura da caixa ............................................................................................... 0,30 m
• Seção da barra............................................................................................ 3/8” x 1 ½”
• Espaçamento entre as barras ........................................................................... 10 mm
• Inclinação da grade.................................................................................................45°
• Quantidade de barras........................................................................................... 8 un.
As características da caixa de grade adotada para área da ETE são as seguintes:
• Largura da caixa ............................................................................................... 0,30 m
• Seção da barra............................................................................................ 3/8” x 1 ½”
• Espaçamento entre as barras ........................................................................... 10 mm
• Inclinação da grade.................................................................................................45°
• Quantidade de barras........................................................................................... 8 un.
A caixa de areia da sub-bacia 1 tem o objetivo de reter substâncias inertes como areia e
sólidos minerais sedimentáveis, servindo para proteger registros e tubulações, evitando
entupimento e abrasão. Será adotada caixa de areia com as seguintes dimensões.
• Largura da caixa de areia.................................................................................. 0,30 m
• Comprimento da caixa de areia......................................................................... 4,00 m
A caixa de areia elevada da área da ETE tem o objetivo de manter a eficiência do reator,
impedindo a entrada de uma quantidade elevada de areia dentro deste reator. Será adotada
caixa de areia com as seguintes dimensões.
• Diâmetro da caixa de areia................................................................................ 3,00 m
• Altura total da caixa de areia ............................................................................. 6,66 m
O objetivo da calha Parshall é realizar a medição da vazão do esgoto afluente a ETE. Serão
adotadas calhas Parshall com garganta de 3” em todos os preliminares.
6.3 Estações Elevatórias de Esgoto Bruto
33
6.3.1. Estação elevatória de esgoto da sub-bacia 1: O recalque do esgoto bruto da sub-bacia 1 para a área da ETE será feito por meio de
uma estação elevatória que contará com 2 (dois) conjuntos motor-bomba
submersíveis, sendo um destinado a rodízio ou reserva. As características da estação
elevatória são as seguintes:
• Potência nominal(10 anos)................................................................................. 10 CV
• Vazão.............................................................................................................. 16,9 L/s
• Altura manométrica ........................................................................................... 19,5 m
• Volume do poço de sucção .............................................................................. 2,54 m³
6.3.2. Estação elevatória de esgoto da sub-bacia 2: O recalque do esgoto bruto da sub-bacia 2 para o PV 149 da sub-bacia 1 será feito por meio
de uma estação elevatória que contará com 2 (dois) conjuntos motor-bomba submersíveis,
sendo um destinado a rodízio ou reserva. As características da estação elevatória são as
seguintes:
• Potência nominal(10 anos)................................................................................... 2 CV
• Vazão.................................................................................................................2,2 L/s
• Altura manométrica ........................................................................................... 9,95 m
• Volume do poço de sucção .............................................................................. 0,33 m³
6.3.3. Estação elevatória de esgoto da ETE: O recalque do esgoto bruto da área da ETE para a caixa de areia elevada será feito por
meio de uma estação elevatória que contará com 2 (dois) conjuntos motor-bomba
submersíveis, sendo um destinado a rodízio ou reserva. As características da estação
elevatória são as seguintes:
• Potência nominal(10 anos)................................................................................... 5 CV
• Vazão.............................................................................................................. 18,0 L/s
• Altura manométrica ............................................................................................. 9,5 m
• Volume do poço de sucção .............................................................................. 2,70 m³
6.4 Reator UASB
No reator tipo UASB (upflow anaerobic sludge blanket – reator anaeróbio de fluxo ascendente
e manta de lodo), a depuração decorre de um intenso contato entre o esgoto e um manto de
lodo suspenso, previamente maturado no equipamento, rico em microrganismos anaeróbios.
34
No reator UASB ocorre à remoção de grande parte da carga orgânica biodegradável do
esgoto, através de processo anaeróbio, cujos parâmetros operacionais e ambientais são
bastante favorecidos pelas características climáticas da região.
Deverão ser implantados 3 (três) reatores UASB (1ª etapa) e mais 1 (um) reator (2ª
etapa), com as seguintes características:
• Diâmetro ........................................................................................................... 4,50 m
• Altura útil ........................................................................................................... 5,50 m
• Tempo de detenção hidráulica ........................................................................... 7,98 h
O lodo descartado do reator UASB será encaminhado para o tanque adensador de lodo para
ser encaminhado ao filtro prensa ou retornar para estação elevatória de esgoto.
6.5 Filtro Submerso Aerado
O filtro submerso aerado (FSA) é composto de um tanque preenchido com material
suporte, através do qual esgoto e ar fluem permanentemente. O meio suporte é mantido
sob total imersão pelo fluxo hidráulico.
A ETE contará com 3 (três) FSA para (1ª etapa) e mais um 1 (um) para 2ª etapa
atendendo às seguintes características:
• Diâmetro ........................................................................................................... 4,50 m
• Altura útil ........................................................................................................... 4,00 m
• Área específica do meio suporte .................................................................. 265 m³/m²
A aeração deverá ser feita por 2 conjuntos sopradores com potência de 25 CV cada e
sobrepressão de 700 mbar. Para a 1ª etapa será indispensável o uso de inversor de
freqüência e soft-start para um dos conjuntos sopradores, já que este vai ficar
funcionando apenas com metade da vazão de ar nominal deste equipamento, já que na
primeira etapa só contempla 3 módulos de ETE, e cada soprador alimenta 2 módulos de
ETE.
35
6.6 Decantador Lamelar
A finalidade do decantador é remover sólidos sedimentáveis, de forma a permitir que o
efluente esteja em condições de ser lançado no corpo receptor ou de ser submetido a
tratamento terciário.
Cada módulo de FSA contempla internamente 1 (um) decantador lamelar, então para
a 1ª etapa será contemplada com 3 (três) módulos de decantadores lamelares e para
2ª etapa será acrescentado mais 1 (um) módulo de decantador lamelar, com as
características a seguir:
• Velocidade de sedimentação ....................................................................1,10 cm/min
• Largura.............................................................................................................. 2,15 m
• Comprimento..................................................................................................... 2,67 m
• Comprimento da placa ...................................................................................... 1,50 m
• Quantidade de placas por decantador................................................................. 18 un
O lodo proveniente do decantador do FSA será acumulado em um tanque adensador
de lodo e encaminhado ao filtro prensa, ou será recirculado para a estação elevatória
de esgoto.
6.7 Tanque de Contato
No tanque de contato, é feita a cloração do efluente, com a finalidade de desinfecção.
A dosagem da solução de hipoclorito de sódio será feita através de bomba dosadora,
a partir de 2 tanques de dosagem de 150 L, localizado na casa de química.
Serão utilizados 3 (três) tanques de contato para 1ª etapa e mais 1 (um) para 2ª etapa,
com as seguintes características:
• Diâmetro ........................................................................................................... 3,20 m
• Profundidade útil ............................................................................................... 1,00 m
• Espaçamento entre chicanas ............................................................................ 0,45 m
6.8 Tanque Adensador de Lodo
O tanque adensador de lodo servirá para adensar o lodo proveniente do reator UASB
e do FSA antes de ser encaminhado ao filtro prensa para sua desidratação, serão
utilizados 2 (dois) TAL com as seguintes característica:
36
• Diâmetro ........................................................................................................... 3,20 m
• Altura útil ........................................................................................................... 2,00 m
6.9 Filtro Prensa
O filtro prensa é um equipamento utilizado para desidratação do lodo gerado na
estação de tratamento de esgoto, este equipamento será automático sendo
programado para recalcar o lodo do TAL em 2 (dois) turnos, com as seguintes
características:
• Tamanho da placa....................................................................................500x500 mm
• Espessura da torta ............................................................................................ 30 mm
• Nº de placas.....................................................................................................40 unid.
6.10 Filtros Rápidos
Na filtração é feita a remoção das impurezas da água por sua passagem através de
um meio poroso. A finalidade da filtração na ETE projetada é de conferir ao efluente
tratado as características adequadas de polimento servindo inclusive para reuso.
Serão utilizados 4 (quatro) filtros rápidos interligados em série: dois de fluxo
ascendente e dois de fluxo descendente, com as seguintes especificações:
• Taxa de filtração ascendente ................................................................. 150 m³/m².dia
• Taxa de filtração descendente ............................................................... 180 m³/m².dia
• Diâmetro ascendente ........................................................................................ 3,00 m
• Diâmetro descendente ...................................................................................... 2,50 m
• Altura................................................................................................................. 3,66 m
O leito filtrante consistirá de areia, com camada suporte de seixo.
A entrada do efluente no filtro será feita a partir de uma câmara de carga para garantir
uma carga hidráulica de 6 mca. Nesse ponto serão adicionadas as soluções de
coagulante e de floculante bombeadas dos tanques na casa de química. Na saída da
água tratada, será feita ainda a cloração.
37
Características da câmara de carga: • Diâmetro ........................................................................................................... 0,80 m
• Altura................................................................................................................. 7,43 m
A alimentação da câmara de carga será feita a partir de uma estação elevatória que
recalcará o efluente tratado do tanque de contato. As características desta estação
elevatória são:
• Potência nominal............................................................................................... 5,0 CV
• Vazão...............................................................................................................16,8 L/s
• Altura manométrica ............................................................................................. 9,8 m
O filtro deverá ser lavado durante 6,5 min a uma vazão de 6,36 m³/min. A lavagem
será garantida por meio de uma estação elevatória com as características a seguir:
• Potência nominal............................................................................................. 50,0 CV
• Vazão.............................................................................................................106,0 L/s
• Altura manométrica ........................................................................................... 24,0 m
6.11 Decantador da Água de Lavagem dos Filtros
As águas provenientes da lavagem dos filtros serão acumuladas em 2 (dois)
decantadores a fim de que os sólidos sedimentem e o líquido possa ser novamente
reutilizado. O lodo sedimentado será encaminhado a estação elevatória de esgoto. A
água clarificada retornará à elevatória que alimenta a câmara de carga.
O decantador da água de lavagem terá formato cilíndrico, com fundo cônico,
apresentando as seguintes características:
• Taxa de aplicação ......................................................................................... 3,0 m³/m²
• Diâmetro superior.............................................................................................. 4,20 m
• Diâmetro do fundo............................................................................................. 1,50 m
• Altura útil ........................................................................................................... 4,00 m
• Volume útil ..................................................................................................... 41,40 m³
6.12 . Reservatório de Água Tratada
Serão projetados 2 (dois) RAT. Os reservatórios projetados terão como finalidade
armazenar a água tratada proveniente dos filtros para lavagem destes. As unidades
38
terão capacidade para armazenar 95,38 m³ de água, o que corresponde a 15 min de
lavagem do filtro.
As dimensões básicas do reservatório de água tratada são as seguintes:
• Diâmetro ........................................................................................................... 4,00 m
• Altura útil ........................................................................................................... 3,80 m
6.13 . Emissário Final
O efluente tratado será encaminhado, através do emissário final a um lago de
monitoramento, alimentando também um aquário ornamental, a partir deste lago este
emissário final será encaminhado a um córrego dentro da área da ETE.
As características do emissário são as seguintes:
• Diâmetro ......................................................................................................... 200 mm
• Extensão ......................................................................................................... 12,00 m
• Material ....................................................................................PVC rígido (NBR 7362)
39
PLANTAS DO SISTEMA PROPOSTO
40
7 PLANTA DO SISTEMA PROPOSTO
41
FOTOS
42
8 FOTOS
Área da Estação Elevatória de Esgoto 1 (EEE-1)
Área da Estação Elevatória de Esgoto 2 (EEE-2)
43
Área da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)
Vista da área da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)
44
MEMORIAL DE CÁLCULO
45
9 MEMORIAL DE CÁLCULO
46
9.1 Vazões e População
47
9.2 Dimensionamento
48
9.2.1 Sub-bacia 1
49
9.2.2 Sub-bacia 2
50
9.2.3 ETE
51
Manual de Operação da ETE
52
10 MANUAL DE OPERAÇÃO
10.1 Introdução
Para o adequado funcionamento do sistema de tratamento, é fundamental que a estação
de tratamento de esgoto (ETE) seja devidamente operada por pessoal qualificado,
seguindo as instruções aqui apresentadas.
O objetivo das presentes instruções é funcionar como um manual de operação e
manutenção da ETE, de modo que as instalações atendam aos serviços previstos, sem
oferecer riscos ao operador e ao meio ambiente.
É importante que a coordenação da operação da ETE fique a cargo de um engenheiro
especializado, de preferência que tenha experiência em atividades similares.
10.2 Descrição Simplificada da ETE
Informações básicas: • Tipo de tratamento ............................................... Anaeróbio + Aeróbio + Desinfecção
• Grau de tratamento .................................................................................... Secundário
• Corpo receptor do efluente tratado.................................................................. Córrego
Reúso de efluente: • Tipo de tratamento .................................................................. Filtração + Desinfecção
• Destino da água ............................................. lago de monitoramento/aquário/córrego
Unidades componentes:
• Tratamento de esgoto:
- Caixa de grade (CG);
- Calha Parshall (CP);
- Caixa de areia elevada (CAE)
- Estação elevatória de esgoto bruto (EEE);
- Reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo (UASB);
- Filtro Submerso Aerado (FSA);
- Decantador Lamelar (DL);
- Tanque adensador de Lodo (TAL);
- Tanque de contato (TC);
- Filtro Prensa (FP);
53
• Tratamento de água para reúso:
- Estação elevatória para alimentação dos filtros (EEE);
- Câmara de carga (CC);
- Filtro de fluxo ascendente (FA);
- Filtro de fluxo descendente (FD);
- Estação elevatória da água de lavagem dos filtros (EEE);
- Decantador da água de lavagem (DAL);
- Reservatório de água tratada (RAT);
• Unidades auxiliares:
- Casa de bombas e sopradores;
- Casa do gerador;
- Laboratório;
- Casa de química;
- Casa do Filtro Prensa.
10.3 Parâmetros de Projeto
a) Vazões de projeto:
Vazão média....................................................................................................... 1052,35 m³/d
Vazão mínima....................................................................................................... 635,04 m³/d
Vazão máxima................................................................................................... 1.720,22 m³/d
b) Características do esgoto bruto:
Concentração de DBO.............................................................................................. 350 mg/L
Concentração de DQO ............................................................................................. 700 mg/L
Carga de DBO .......................................................................................................368,32 kg/d
Carga de DQO.......................................................................................................736,65 kg/d
c) Eficiência do sistema:
Eficiência de remoção de DBO ...................................................................................... 98,8%
Eficiência de remoção de DQO...................................................................................... 96,7%
Concentração de DBO no efluente ............................................................................ 4,3 mg/L
Concentração de DQO no efluente.......................................................................... 23,0 mg/L
d) Vazão da água para reúso:
Vazão máxima................................................................................................... 1.720,22 m³/d
54
e) Características desejadas da água para reúso:
pH.............................................................................................................................. 6,0 a 9,0
Concentração de DBO............................................................................................... < 5 mg/L
Concentração de DQO ............................................................................................ < 60 mg/L
Concentração de coliformes termotolerantes..........................................< 1.000 NMP/100 mL
10.4 Procedimentos de Operação e Manutenção
10.4.1 Reator UASB
Semanalmente, deverá ser feita a descarga de lodo do reator, através da válvula
destinada para tal, localizada na caixa de manobra.
Recomenda-se a verificação diária da presença de material flutuante acumulado na
parte superior do reator. A passagem de alguns materiais flutuantes para a zona de
sedimentação é inevitável e o excesso destes poderá entupir as aberturas da calha
coletora, comprometendo a homogeneidade da coleta.
Pelo menos duas vezes por semana, deverá ser feita descarga de escuma acumulada
no topo do reator, utilizando-se válvula própria. A camada de escuma forma-se
naturalmente no processo, podendo dificultar a oclusão das bolhas, caso acumule-se
em quantidade excessiva ou ocorra o seu ressecamento.
Recomenda-se a permanente verificação das condições de passagem das tubulações
condutoras de biogás, que deverão permanecer sempre desobstruídas. Deve-se ter
cuidado ao operar o reator UASB, evitando-se o uso de cigarro ou de chamas e a
ocorrência de faíscas, pois o biogás gerado contém metano, que é um gás
combustível.
A fim de prevenir a liberação de maus odores, é necessário que o reator UASB
mantenha-se sempre tampado.
10.4.1.1 Partida do Sistema
Dadas as características dos esgotos sanitários a serem tratados, a partida da ETE,
no que se refere ao reator UASB, poderá ser realizada sem que haja necessidade de
inoculação. No entanto, poderá levar mais de 3 meses para que o sistema de
55
tratamento torne-se estável e atinja as condições desejadas.
Com isso, poderá haver vantagens em se usar um inóculo (lodo digerido de boa
qualidade) no início da operação de outro reator anaeróbio (UASB), para se reduzir ao
máximo o seu período de maturação. Porém, se o inóculo não estiver disponível, é
perfeitamente possível se iniciar a operação sem lodo no reator.
10.4.2 . Filtro Submerso Aerado e Decantador Lamelar As principais perturbações na operação do FSA estão relacionadas a uma formação
atípica da espuma no tanque e a uma flutuação do lodo no decantador, perdendo-se
com o efluente final.
Caso se verifique uma cor escura, quase negra, na espuma do FSA (causada por
condições anaeróbias, por quantidade de ar insuficiente ou pela presença de despejos
tóxicos), deverá ser providenciado o aumento na vazão de ar dos sopradores e/ou a
identificação dos despejos responsáveis pela toxicidade do esgoto.
Se for observada uma espuma marrom escura, grossa e oleosa (provocada por lodo
super-oxidado ou elevada idade do lodo), deve-se aumentar a descarga do lodo de
excesso do FSA/decantador.
Ocorrendo a formação de uma espuma branca intensa e agrupada, pode-se aumentar
a idade do lodo pela redução do descarte do mesmo, borrifar água sobre a espuma,
ou identificar e desviar a fonte de despejo não-biodegradável possivelmente
responsável pelo problema.
O decantador deverá ser constantemente vistoriado pelo operador, verificando se a
sedimentação está ocorrendo normalmente e se o líquido sobrenadante sai com
perfeita clarificação, sem arraste de lodo.
Periodicamente, deverá ser realizada limpeza das paredes, das calhas e das placas
do decantador com esguichamento de água, visando remover incrustações.
10.4.3 Sopradores
Havendo necessidade de manutenção ou reparo no conjunto soprador, o soprador
56
reserva será utilizado. O soprador só deverá ser acionado se sua respectiva válvula de
saída de ar estiver aberta.
O nível de óleo no conjunto soprador deverá ser verificado semanalmente,
adicionando-se a quantidade adequada de óleo caso seja necessário, seguindo a
recomendação do fabricante.
10.4.4 Tanque de Dosagem de Solução Química
O tanque de dosagem de solução química refere-se ao tanque que comporta a
solução de hipoclorito de sódio a 5% a ser dosada no tanque de contato.
O carregamento do tanque de dosagem deverá seguir os seguintes passos:
• Encher com água o tanque;
• Colocar no tanque, a medida de hipoclorito calculada (ou outra concentração,
conforme a demanda de cloro residual).
• Ajustar a abertura do registro, de modo que o residual de produto químico na saída
do tanque, corresponda à análise.
• Diariamente, deverá ser verificado o volume da solução de hipoclorito de sódio no
tanque de dosagem.
10.4.5 Descarte e Desidratação do Lodo
O lodo do reator UASB e do FSA/Decantador Lamelar deverá ser descartado de
acordo com os parâmetros estabelecidos no projeto.
No reator UASB, será considerada uma idade de lodo de 30 dias. Assim, a freqüência
de descarte adotada será feita de acordo com esta idade de lodo. A descarga poderá
também ser feita semanalmente, desde que se despejem apenas volumes
proporcionais ao volume total de 30 dias. O descarte é feito através dos registros
existentes no lado externo do reator. Nos primeiros meses de operação, não será
necessário o descarte do lodo excedente.
Para o lodo proveniente do decantador lamelar, poderá ser adotada uma idade de lodo
de 10 dias. Este poderá ser descartado diretamente no tanque adensador de lodo ou
ser recirculado para a Estação Elevatória de Esgoto. A recirculação tem por objetivo
57
completar a estabilização do material biodegradável restante no lodo e ajudar no
desempenho da digestão anaeróbia no reator UASB.
10.4.6 Estações Elevatórias Para evitar o funcionamento a seco dos conjuntos motor-bomba, deve-se verificar o
nível mínimo de líquido antes de acionar a bomba. Na partida, os registros deverão
estar fechados, sendo abertos posteriormente. Para desligar as bombas, deve-se
antes fechar os registros.
A manutenção das bombas deverá seguir as orientações dos fabricantes, devendo
sempre haver duas bombas instaladas, sendo uma para operação e outra para
reserva e rodízio. Em caso de defeito, a bomba avariada deverá ser imediatamente
remetida para conserto e substituída.
10.5 Procedimentos de Segurança
• O operador da ETE deverá utilizar equipamentos de proteção individual, tais como:
luvas, botas, máscara e bata.
• Devem ser seguidas todas as orientações dos fabricantes referentes à
manutenção e à operação de equipamentos como: lubrificação, limpeza,
conservação, ajustes e recomendações de uso.
• O operador deverá adotar hábitos de higienização adequados e suas mãos devem
ser lavadas e desinfetadas sempre após o trabalho na ETE.
• Não será permitido o acesso de pessoas estranhas e de animais à ETE.
• Deve-se evitar, o máximo possível, o contato direto com os esgotos. Caso haja
contato, deve-se lavar e desinfetar as partes do corpo atingidas com uma solução
de hipoclorito, álcool ou outro produto equivalente.
• Todas as unidades da ETE deverão ser mantidas fechadas, salvo quando
submetidas à manutenção ou inspeção.
10.6 Monitoramento
Para acompanhar o funcionamento da ETE, recomenda-se que sejam realizadas
análises no esgoto afluente, no efluente e nos reatores. As freqüências recomendadas
de determinação dos parâmetros a serem analisados são apresentadas no Quadro. As
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características do efluente final da estação deverão obedecer aos padrões de emissão
especificados pela SEMACE e pelo CONAMA.
Freqüência de monitoramento dos parâmetros físico-químicos da ETE
Parâmetro Afluente Reator UASB FSA Efluente
pH Diária Diária - Diária
Temperatura (°C) Diária Diária - Diária
Alcalinidade (mgCaCO3/L) Semanal Semanal - Semanal
Ácidos graxos voláteis (mg HAc/L) Semanal Semanal - Semanal
Sólidos totais (mg/L) - Mensal Mensal -
Sólidos sedimentáveis (mL/L) Semanal - Semanal Semanal
Produção de biogás (m³/d) - Diária - -
OD (mg/L) - - Semanal -
DQO (mg/L) Semanal - - Semanal
DBO (mg/L) Quinzenal - - Quinzenal
Nitrato (mg/L) Mensal - - Mensal
Nitrito (mg/L) Mensal - - Mensal
Amônia (mg/L) Mensal - - Mensal
Fósforo total (mg/L) Mensal - - Mensal
Cloro residual (mg/L) - - - Semanal
Coliformes fecais (NMP/100 mL) Mensal - - Mensal
10.7 Câmara de Carga
A câmara de carga receberá o esgoto tratado da estalão elevatória de água tratada,
para encaminha-lo para a dupla filtração. No modelo da câmara de carga tem um
orificio para a lavagem desta, quando for necessário sua lavagem, deve- se
encaminhar o esgoto direto para o corpo-receptor, deixando a bomba da estação
elevatória de água tratada desligada.
10.8 Filtros ascendentes e Descendentes
Os filtros serão usados como polimento após o tratamento do esgoto da estação de
tratamento de esgoto, com a função de retirar microorganismos aumentando ainda
mais a eficiência do tratamento. Este esgoto após a dupla filtração e após o
adicionamento de coagulante está em nível de qualidade própria para reúso, aplicação
em psicultura, etc.
O bom funcionamento dos filtros depende da manutenção e da operação de lavagem
adequada.
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No sistema de operação manual, as operações dependerão muito da sensibilidade e
interesse dos operadores, sendo necessário um bom treinamento e, sobretudo
acompanhamento dos mesmos.
A água de alimentação para lavagem dos filtros será do Reservatório de Água Tratada
(RAT) através de bombeamento.
Procedimentos Operacionais
� Lavagem Geral dos Filtros com a utilização da EEE:
� Primeiro retira-se o filtro de operação;
� Em seguida fecha-se a válvula de entrada;
� Após o procedimento da parada abre-se a válvula de lavagem geral
lentamente;
� Quando a água de lavagem clarear (após +/- 6,5 minutos) fecha-se a
válvula de lavagem;
� Coloca-se o filtro em operação normal de filtração com a entrada de
água coagulada.
� Limpeza da Calha Coletora e Superfície Interna Livre
Para a limpeza da calha coletora e superfície interna livre proceder da seguinte
maneira:
� Com o filtro isolado, de preferência quando for lavá-lo, esfrega-se a calha e a
superfície interna do filtro com escova de nylon dura, removendo todo material
impregnado, utilizando-se água como removedor;
� A seguir enxágua-se com hipoclorito de sódio, ou água superclorada. Esse
enxágüe é seguido de pinceladas com escovas de nylon, próprias para pintura,
devendo o operador estar devidamente protegido.
Finalmente, quando as primeiras águas da lavagem do material filtrante forem
subindo, aproveita-se para utilizá-la na remoção dos resíduos amolecidos no enxágüe
acima citado e encaminha-os para a calha.
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10.9 Decantador de Água de Lavagem
O decantador de água de lavagem servirá para acumular a água usada na lavagem
dos filtros, fazendo com que o lodo decante na sua parte cônica e este seja recirculado
para a estação elevatória de esgoto e a parte clarificada que fica na parte reta do
decantador será retornada para a estação elevatória de água para ser reaproveitada
no sistema de polimento.
10.10 Reservatório de Água Tratada
O reservatório de água tratada servirá para acumular a água necessária para lavagem
dos filtros, quando for necessária o uso desta água para a lavagem destes filtros será
ligada a bomba que tem a função de lavagem destes e lavará os filtros apartir deste
reservatório, conforme mostrado em plantas.
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Anexos
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11 ANEXOS
62
11.1 REDE SUB-BACIA 1
63
11.2 REDE SUB-BACIA 2
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11.3 TRANSIENTE HIDRÁULICO DA LINHA DE RECALQUE 1
65
11.4 TRANSIENTE HIDRÁULICO DA LINHA DE RECALQUE 2
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Orçamento
67
12 ORÇAMENTO
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ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
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13 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
As especificações técnicas necessárias encontram-se no Manual de Encargos da
CAGECE. Disponível em: http://www.cagece.com.br/dowloads/ manual de encargos
de obras de saneamento.
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14 ART
70
ART
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Memorial de Desapropriação
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15 MEMORIAL DE DESAPROPRIAÇÃO