Geada e a cafeicultura: prevenção e recuperação
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Heverly MoraisAgrometeorologia
IAPAR – Londrina, PR
Sumário
Parte I – Geada: conceituação, condições para ocorrência, tipos, caracterização, Alerta Geada
Parte II – Métodos de proteção: ao nível de macroclima, topoclima e microclima; espécies/cultivares
Parte III – Recuperação: podas
Parte I – Geada: conceituação, condições para ocorrência, tipos, caracterização, Alerta Geada
Geada
Definição física - Congelamento do orvalho ou sublimação do vapor d’agua sobre uma superfície, provocado pela queda da temperatura abaixo de 0ºC.
Definição agronômica – Queda de temperatura que provoca danos aos vegetais.
Geada: aspecto anato-fisiológico no tecido vegetal
Formação de cristais de gelo entre as células – queda do potencial hídrico – desidratação e rompimento das paredes celulares - morte das células
Sensibilidade do cafeeiro arábica à geada : -3ºC folha -2ºC base do tronco
Dano no cafeeiro depende: intensidade da geada, tempo de exposição ao frio, idade da planta, nutrição da planta, porte do cafeeiro, espécie.
Condições para ocorrer a geada
Entrada e intensidade da massa polar (pressão atmosférica)
13-07-2000
09:00 h
LOCAL 13/jul 14/jul 17/jul 18/jul 20/jul 21/jul 24/julAPUCARANA 2,0 3,3 6,7 2,0
ASSIS CHATEAUBRIAND -0,3 -1,0 -0,7 4,0 -0,4 2,8 0,8BANDEIRANTES 2,5 4,1 0,2 1,5 2,4 0,0 2,5
BELA VISTA DO PARAISO 2,2 5,4 1,6 6,0 5,4 6,2 4,6CAMBARA -0,1 2,1 -1,8 1,2 0,0 0,1 1,6
CAMPO MOURÃO -0,9 -2,6 -4,4 0,1 -0,3 -1,4 -1,9CIANORTE 0,8 2,8 0,0 5,2 2,2 5,2 3,1
GUAIRA 0,7 -0,4 0,3 3,7 0,5 3,0 1,2IBIPORÃ 2,4 3,6 0,0 3,2 4,2 2,8 4,2
JAGUARIAIVA -1,3 0,8 -2,5 -1,7 -2,2 -3,0 0,6JOAQUIM TÁVORA -1,8 3,2 -2,8 -0,8 -1,2 -2,8 0,2
LONDRINA -0,3 1,3 -1,3 1,9 1,6 0,9 1,5MARINGA 0,2 1,4 0,2 6,7 2,8 8,1 2,5PALOTINA -1,9 -3,2 -3,9 -0,7 -4,6 -2,0 -2,9
PARANAVAI 0,2 1,3 0,5 6,9 2,5 5,9 2,5SANTA HELENA 2,6 -0,3 -0,1 3,0 -0,1 3,3 0,8
UMUARAMA -0,3 0,6 1,2 5,9 2,3 7,2 3,0
Londrina – 1030 mbarSul de Minas – 1022 mbar
T E M P E R ATU R A ( C )
ALT
UR
A (
cm)
300
250
200
150
100
50
010 2 3 4 5
Gis/
2000
Céu sem nebulosidade
G is/20 00
R ad iação A bsorvida e R e fle tida pe la A tm osfe ra
R ad iação Terres tre de O ndas Longas
R ad iação S olar deO ndas C urtas quechega à Supe rfíc ie Te rrestre
Condições para ocorrer a geada
Inversão térmica
Estação meteorológica 1 e 0
Folha do cafeeiro -3 e -4
Temperatura de relva -5 e -6
Temperatura (ºC)
Tipos de geada Geada de radiação ou geada branca
Formação de orvalho e congelamento sobre a planta ou sublimação do vapor d’agua próximo da folha.
Geada de vento ou geada negraQueima dos tecidos e aspecto enegrecido de um lado da planta. Não há deposição de gelo.
Geada de canelaAr frio mais denso tende-se a se acumular junto ao solo e temperaturas abaixo de –2ºC provocam lesões no tronco do cafeeiro. Danos aparecem depois de 2 a 3 meses. Pode ocorrer rebrota abaixo da área lesionada.
Frequência e intensidade das geadas
Geada severíssimaOcorre a cada uma 30 anos. Morte da parte aérea. Exige recepa. Ex: 1975
Geada severaOcorre a cada uma a cada 6 anos. Danos parciais ou totais nos cafeeiros. Ex:1981, 1994, 2000 e 2013.
Geada moderadasOcorre a cada uma a cada 3 anos. Danos nas áreas mais baixas.
Período do ano de maior ocorrência de geadas15 de junho a 20 de julho
Geadas e Eventos ENOSData das geadas ocorridas em Cambará, PR, que causaram impacto na cafeicultura paranaense (A), temperatura mínima no abrigo meteorológico (B), intensidade da geada (C), fenômeno ENOS atuante no dia da geada e sua duração nos meses antecedentes (D).
Data de ocorrência da geada
(A)
Temperatura mínima
(B)
I ntensidade da geada
(C)
Fenômeno ENOS atuante no dia da geada e sua duração
nos meses antecedentes (D)
07/ 07/ 1962 -1,8 Moderada Neutro - 39 meses 07/ 08/ 1963 -3,5 Severa El Niño - 2 meses 06/ 08/ 1966 0,6 Fraca Neutro - 4 meses 09/ 06/ 1967 -2,6 Severa Neutro - 14 meses 10/ 07/ 1969 0,0 Fraca El Niño - 12 meses 09/ 07/ 1972 -1,6 Moderada El Niño - 4 meses 18/ 07/ 1975 -3,7 Severa La Niña - 26 meses 15/ 08/ 1978 1,8 Fraca Neutro - 5 meses 31/ 05/ 1979 -1,0 Moderada Neutro - 14 meses 21/ 07/ 1981 -2,2 Severa Neutro - 40 meses 05/ 06/ 1988 -0,1 Moderada La Niña - 4 meses 26/ 06/ 1994 -1,4 Moderada Neutro - 24 meses 09/ 07/ 1994 -1,0 Moderada Neutro - 25 meses 13/ 07/ 2000 -0,6 Moderada La Niña - 25 meses 17/ 07/ 2000 -1,8 Moderada La Niña - 25 meses 24/ 07/ 2013 0,6 Fraca Neutro – 15 meses
SISTEMA “ALERTA GEADA”
Até a geada severa de 1994, os cafeicultores do Paraná não tinham acesso às previsões de geada confiáveis e métodos de proteção de suas lavouras.
“ALERTA GEADA”
No ano de 1995, com a implantação do Instituto Tecnológico SIMEPAR, tornou-se possível monitorar as geadas no Paraná.
“ALERTA GEADA”
Assim, a partir de 1995 foi implantado o programa “Alerta Geada” para a cafeicultura paranaense.
“ALERTA GEADA”
Finalidade do sistema:
Proteção das lavouras cafeeiras contra geadas
“ALERTA GEADA”
Baseia-se em três pontos fundamentais:
1.Previsão de ocorrência de geadas
“ALERTA GEADA”
2.Rápida difusão das previsões
3.Métodos de proteção
1. Previsão de ocorrência de geadas
As previsões são feitas pelo SIMEPAR e IAPAR, com a
colaboração do CPTEC/INPE, baseadas em modelos
matemáticos rodados em supercomputadores, imagens de
satélite, radares e dados de superfície.
O conteúdo desses boletins são decididos em conjunto por
meteorologistas do SIMEPAR, pesquisadores do IAPAR e
extensionistas da EMATER.
1. Previsão de ocorrência de geadas
• Ocorrência ou não de geadas na região cafeeira;
• Tipo e intensidade da geada;
• Necessidade e forma de proteção dos cafeeiros jovens e viveiros.
Diariamente até as 11:00h da manhã, são emitidos boletins pelo “Alerta Geadas” através do site e telefone, informando para a madrugada seguinte:
2. Rápida difusão das previsões
No caso de ocorrência de geada o Alerta é “disparado”. Neste caso são enviados emails e SMS aos cadastrados informando sobre o evento.
2. Rápida difusão das previsões
ALERTA GEADA
EMATER
SEAB
COOPERATIVAS
MÍDIA
DISQUE-GEADA
INTERNET
SMS
PRODUTORES
Medidas de proteção
2. Rápida difusão das previsões
Disque Geada
(43)3391-4500
www.iapar.brCadastro no site: Receba o boletim por email ou SMS
2. Rápida difusão das previsões
Impactos no Paraná em 2000
3 mil hectares recém-plantados - R$ 6 milhões
6 mil hectares com 6 meses a 2 anos - R$ 13 milhões
8 milhões de mudas em viveiros - R$ 2 milhões
Total: R$ 21 milhões
Parte II – Métodos de proteção: ao nível de macroclima, topoclima e microclima; espécies/cultivares
Ao nível de macroclima
Escolher preferencialmente a face do terreno voltada para o norte.
Ao nível de topoclima
NÃO PLANTAR
Terrenos com declividade superior a 5%.
Plantar somente da meia encosta para o alto do espigão. Nunca plantar em baixadas.
Ao nível de microclima
1. Consorciação de café com guandu/tremoço
2. Coberturas direta do cafeeiro
3. Cobertura parcial do cafeeiro
4. Manejo da lavoura
5. Proteção de mudas em viveiros
6. Arborização de cafeeiros
Consorciação de café com guandu
Podar o guandu em setembro, mantendo manejado até o início do próximo inverno, depois deixar crescer novamente.
Consorciação de café com guandu Semear em outubro/novembro uma linha de
guandu comum (gigante) nas entrelinhas de cafeeiros.
Em maio o guandu cobre totalmente os cafeeiros.
Temperatura entre 2ºC e 4ºC mais elevada durante a noite na área com proteção do guandu.
Consorciação de café com guandu
Outras vantagens do guandu
Melhora o pegamento das mudas;
Aumenta o teor de matéria orgânica do solo;
Produção de grãos para a alimentação humana;
Uso eficiente como quebra-vento;
Redução na infestação de ervas daninhas;
Proteção contra altas temperaturas;
Diminuição na incidência de bicho mineiro.
Temperatura da folha de mudas de cafeeiros consorciados com tremoço e a pleno sol. Londrina, 15 de agosto de 2013.
Consorciação de café com tremoço
Enterrio total das mudas de até 6 meses de idade
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Dia
oC
Enterrio Total
Sem proteção
Julho/2000
Métodos eficientes
Coberturas direta do cafeeiro
Procedimentosde enterrio
1
2 3
Procedimentosde desenterrio
1
32
Palha de arroz/feijão
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Dia
oC
Palha de arroz
Sem proteção
Julho/2000
Bambu gigante cortado ao meio
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Dia
oC
Bambu Cortado ao Meio
Sem proteção
Métodos eficiência intermediária
Tubo de PVC
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Dia
oC
Tubo PVC
Sem proteção
Sacos plásticos
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Dia
oC
Sacos Plásticos
Sem proteção
Métodos ineficientes
Sacos de papel
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
14
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Dia
oC
Sacos de Papel
Sem proteção
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
Sem proteção
Saquinho plástico
Saquinho de papel
Plástico bolha
Tubo PVC
Bambu inteiro
Bambu cortado ao meio
Enterrio parcial
Enterrio total
Palha de arroz
Palha de feijão
Métodos eficientes: palhadas e enterrio total
Métodos de baixa eficiência:
bambu inteiro e PVC
Métodos de eficiência intermediária:
enterrio parcial e bambu cortado ao meio
Métodos ineficientes:
sacos plásticos e de papel
Temperatura mínima diária na folha do cafeeiro nos dias de geada. Julho/2000, Londrina, PR.
Chegamento de terra junto aos troncos dos cafeeiros:
No início de maio, fazer amontoa de terra junto ao tronco
de cafeeiros jovens (6 meses a 2 anos);
Retirar a terra em meados de setembro.
Cobertura parcial do cafeeiro
Terra junto ao tronco Caule protegido após a geada
Protege 100% contra geada de canela
Cobertura parcial do cafeeiro
Manejo da lavoura
Manter a lavoura livre de plantas invasoras ou cobertura morta durante o inverno, para que durante o dia o solo possa armazenar calor;
Eliminar a vegetação de porte alto, abaixo do cafezal para facilitar o escoamento do ar frio;
5 oC
3 oC
-1 oC
-1 oC
Cafeeiros bem adubados são mais tolerantes à geada;
Lavoura com boa sanidade, livre principalmente da ferrugem é menos suscetível a geada;
Manejo da lavoura
Cultivares
Cultivares precoces em regiões mais frias para evitar geadas em frutos verdes;
Cultivares de porte alto e compactas (fechadas, entrenós mais curtos) são menos sensíveis a geada;
Escalonamento de colheita dentro da propriedade com cultivares de vários ciclos.
Proteção das mudas em viveiros (recipientes e coberturas)
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
Sombrite + plástico pretoe branco
Sombrite + plástico preto Sombrite Relento
0C
Tubete
Saquinho
As coberturas plásticas, inclusive o sombrite, evitaram a queda acentuada da temperatura mínima sendo que quanto mais espessa a cobertura, mais efetiva a proteção;
Proteção das mudas em viveiros (coberturas)
-2
0
2
4
6
8
10
06:30 06:50 07:10 07:30 07:50 08:10 08:30Hora
ºC
Tubete
Saquinho plástico
Proteção das mudas em viveiros (recipientes)
Temperaturas das folhas das mudas cultivadas em tubetes foram sempre mais baixas quando comparada com saquinhos.
Aquecimento do viveiro
Utilizar vários aquecedores pequenos distribuídos em vários pontos distanciados 2 metros entre si;
Pode-se utilizar pó de serra com óleo diesel na proporção 3:1;
Quando a temperatura a 0,5m de altura no interior do viveiro chegar a 2ºC, deve-se acender a mistura e ser mantida até o nascer do sol.
Irrigação do viveiro
Adição de calor pela maior temperatura da água (impede a queda abaixo de 0ºC) ;
Gotículas pequenas de água (nebulização);
Irrigar ininterruptamente quando a temperatura atingir 2ºC até o nascer do sol;
Grevillea robusta Distribuir a cada 10 a 14 m árvores de grevílea no
interior do cafezal (cerca de 70 plantas/ha);
Proteção contra geadas a partir do terceiro
ano.
Arborização de cafeeirosExperiências do IAPAR
Densidade de grevíleas e a produção de café (6 colheitas, sem geadas)
900
950
1000
1050
1100
1150
1200
1250
0 50 100 150
grevilhas / ha
kg
/ h
a
Fontes: Baggio et al., Agroforestry Systems 37:111-120, 1997 Baggio, A.J. et al., 1997 (IAPAR, Boletim Técnico, 56)
Temperatura das folhas do cafécom bracatinga – 14/07/1988
-2
0
2
4
6
8
10
0 50 140
230
320
410
500
550
640
730
820
Hora local
oC
250 pl/ha
85 pl/ha
Pleno sol
Bracatinga
Produção de café com bracatinga(com geadas)
Densidade (pl/ha)
Kg café/ha (1988-94)
250 7229
83 6641
50 6584
Pleno sol 4340
50
60
70
80
90
100
%
250 83 50 Pleno sol
Plantas / ha
Café com bracatinga
Produção de café beneficiado de 2003 a 2005 (sem geadas)
9
119
4
59
48
100
77
4
2635
65
15
27
17
13
26
0
20
40
60
80
100
120
140
2002 2003 2004 2005 Média %
saca
s p
or
ha
T1 (pleno sol)
T3 (139 arv./ha)
T2 (555 arv./ha)
Café com bracatinga
Vantagens da Bracatinga
Crescimento muito rápido (4m de altura em 1 ano)
Proteção contra geada
Alto poder calorífico – produção de carvão e lenha
Espécie melífera
Fixação de Nitrogênio
Desvantagens da Bracatinga
Quebra-se com facilidade
Baixa longevidade (4 a 7 anos)
Baixa qualidade da madeira
Populações muito alta (acima de 100 pl/ha diminui a produção)
Café com Seringueira
Café com Seringueira
Temperaturas máximas
20
25
30
35
40
45
50
10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00
hora
°C
Pleno Sol 22 m face sul22 m norte
13 m face norte13 m sul
Café com Seringueira - Verão
-0.5
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
04:00 04:30 05:00 05:30 06:00 06:30 07:00 07:30hora
°C
Pleno Sol 13 m norte 22m norte13 m sul 22m sul
Temperaturas mínimas
Café com Seringueira - Inverno
1 – Café solteiro2 – Moringa (Moringa oleifera)3 – Capixingui (Croton floribundus)4 – Trema (Trema micrantha)5 – Gliricidia (Gliricidia sepium)6 – Manduirana (Senna macranthera)7 – Jangada (Heliocarpus Popayanensis)8 – Bracatinga (Mimosa scabrella)
Arborização de cafeeiros – novos estudos
Experimento implantado em abril de 2012
Cultivar IAPAR 98
Espaçamento entre cafeeiros 2,5 x 0,6
1 árvore na linha a cada 11 plantas de café (esquema alternado entre linhas). Manejo com podas e retirada de algumas árvores.
Árvores nativas, crescimento rápido, utilizadas como lenha
Moringa (Moringa oleifera)
Capixingui (Croton floribundus)
Trema (Trema micrantha)
Gliricidia (Gliricidia sepium)
Manduirana (Senna macranthera)
Jangada (Heliocarpus Popayanensis)
Bracatinga (Mimosa scabrella)
Arborização de cafezais
1. Produção de Cafés especiais e sistemas orgânicos têm grande potencial de utilização da arborização
1. A arborização é eficiente para a proteção de cafezais contra geadas
1. A arborização dos cafezais é uma técnica viável para produção econômica
1. A definição da melhor combinação de espécies e intensidade de sombra depende de cada caso
1. Deve-se considerar a produtividade do sistema, qualidade e a rentabilidade, ao invés de computar somente a produção de café
Espécie/cultivar de café e tolerância à geada
Parte III – Recuperação: podas
Poda para recuperação do cafeeiro após a geada
• Depende da intensidade da geada;
• Dano no cafeeiro;
• Geada 2013 no Paraná: 15% decotadas e 21% recepadas.
Qual poda utilizar?
Decote?
Esqueletamento?
Recepa?
Apenas desbrota?
Qual altura?
**Dano da geada tem correlação inversa com a altura da poda, devido a proteção do tronco pela copa dos cafeeiros.
Poda de recuperação
(Androcioli Filho & Caramori, 1999)
Cortar o mínimo possível (somente os ramos danificados)
1) Decote: - Quando há queima parcial do cafeeiro (capote)
- Conduzir os brotos do ponteiro e quebrar os ramos secos
Exemplos
4) Plantas novas atingidas pela geada de canela, quando as brotações estiveram em torno de 10 cm desbrotar e conduzir 1 broto por planta e em seguida eliminar a haste superior.
2) Esqueletamento quando grande extensão dos ramos plagiotrópicos foram queimados;
3) Recepa quando toda a parte aérea foi afetada;
Os melhores resultados são obtidos quando a poda é realizada 60 a 120 dias após as geadas. Deve-se esperar as primeiras chuvas (setembro/outubro), quando as plantas iniciam a brotação e dão indicação mais real do dano e do ponto a ser cortado. Também porque mantêm as reservas necessárias a recuperação das brotações.
Quando podar?
Referências bibliográficas• ANDROCIOLI FILHO, A.; CARAMORI, P. H. Influence of coffee pruning on the severity of frost damage.
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Referências bibliográficas
Equipe/IAPAR
Heverly Morais – AgrometeorologistaPaulo H. Caramori – AgrometeorologistaTumoru Sera - MelhoristaGustavo H. Sera – MelhoristaArmando Androcioli – FitotecnistaPatrícia H. Santoro – FitotecnistaGetulio T. Nagashima – FisiologistaCarolina M. G. de Oliveira– FisiologistaÂngela Ferreira da Costa - Meteorologista
Muito Obrigada!!!