Coletnea de Manuais Tcnicos de Bombeiros
GERENCIAMENTO DE CRISES ENVOLVENDO SUICIDAS E ATENTADOS TERRORISTAS
35
COLETNEA DE MANUAISTCNICOS DE BOMBEIROS
MGCESAT
MANUAL DE GERENCIAMENTO DE CRISES ENVOLVENDO SUICIDAS E ATENTADOS
TERRORISTAS
1 Edio2006
Volume 35
PMESP CCB
ii
Os direitos autorais da presente obra pertencem ao Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo. Permitida a reproduo parcial ou total desde que citada a fonte.
COMISSO
Comandante do Corpo de Bombeiros
Cel PM Antonio dos Santos Antonio
Subcomandante do Corpo de Bombeiros
Cel PM Manoel Antnio da Silva Arajo
Chefe do Departamento de Operaes
Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias
Comisso coordenadora dos Manuais Tcnicos de Bombeiros
Ten Cel Res PM Silvio Bento da Silva
Ten Cel PM Marcos Monteiro de Farias
Maj PM Omar Lima Leal
Cap PM Jos Luiz Ferreira Borges
1 Ten PM Marco Antonio Basso
Comisso de elaborao do Manual
Cap Fem PM Ana Rita do Amaral Souza Streinfinger
Cap PM Edivaldo de Medeiros Quirino
2 Ten PM Edson Luiz de Moraes
Sten PM Josemar Soares de Almeida
Sd PM Srgio Ricardo da Silva Santos
Comisso de Reviso de Portugus
1 Ten PM Fauzi Salim Katibe
1 Sgt PM Nelson Nascimento Filho
2 Sgt PM Davi Cndido Borja e Silva
Cb PM Fbio Roberto Bueno
Cb PM Carlos Alberto Oliveira
Sd PM Vitanei Jesus dos Santos
COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS
APRESENTAO
O Presente Manual Tcnico de Bombeiros (MTB-35), trata do Gerenciamento de Crises
Envolvendo Suicdios e Atentados Terroristas. Seu objetivo fornecer conhecimento acerca
destas duas modalidades de crises, abordando sinteticamente o atendimento operacional
por parte das guarnies do Corpo de Bombeiros.
Est organizado em 7 Captulos, conforme segue:
Captulo 1 Introduo
Captulo 2 Crise
Captulo 3 Suicdio
Captulo 4 Atendimento a Crise de Tentativa de Suicdio
Captulo 5 Atentado Terroristas
Captulo 6 Atendimento a Crise de Atentado Terrorista
Captulo 7 Referncias Bibliogrficas
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SUMRIO
APRESENTAO.............................................................................................. iii1. INTRODUO................................................................................................ 22. CRISE............................................................................................................. 42.1. Histrico de gerenciamento de crises na PMESP....................................... 42.2. Conceito de crise......................................................................................... 52.3. Dimenses do problema.............................................................................. 62.4. Graus de risco ou ameaa: elementos essenciais de informao e nveis .de
resposta....
7
3. SUICDIO........................................................................................................ 93.1. Conceito de suicdio..................................................................................... 93.2. Causas de suicdio....................................................................................... 93.2.1. Perspectiva biolgica................................................................................ 103.2.2. Teorias psicolgicas................................................................................. 103.2.3. Sentido sociolgico................................................................................... 103.3. Transtornos mentais.................................................................................... 123.4. Doenas fsicas............................................................................................ 143.5. Suicdio e fatores scio-demogrficos e ambientais.................................... 143.6. Fatores que potencializam a consumao do suicdio................................ 143.7. Mtodos suicidas e anlise de risco............................................................ 154. ATENDIMENTO A CRISE DE TENTATIVA DE SUICDIO............................. 194.1. Como identificar uma pessoa sob risco de suicdio..................................... 194.2. Abordagem operacional............................................................................... 194.2.1. Orientaes gerais.................................................................................... 204.2.2. Conduta ao lidar com tentativa de suicdio............................................... 214.3. Como abordar a vtima................................................................................ 224.4. O que deve ser feito em uma abordagem psicolgica................................. 224.4.1. Tentar formar vnculo com a vtima.......................................................... 224.4.2. Manter canal de comunicao aberto....................................................... 234.4.3. Olhar para a vtima................................................................................... 234.4.4. Ouvir atentamente.................................................................................... 234.4.5. Respeitar pausas silenciosas................................................................... 234.4.6. No completar frases para a vtima.......................................................... 244.4.7. Repetir, resumir e relacionar idias.......................................................... 244.4.8. Ajudar a encontrar solues..................................................................... 244.4.9. Espao para a vtima perguntar................................................................ 254.5. O que evitar em uma abordagem psicolgica............................................. 254.5.1. Mentir, prometer ou seduzir...................................................................... 254.5.2. Chamar por nomes jocosos...................................................................... 264.5.3. Ser agressivo ou rspido........................................................................... 264.5.4. Ameaar a vtima...................................................................................... 264.5.5. Desafiar a vtima....................................................................................... 264.5.6. Julgar, dar opinio pessoal e aconselhar................................................. 274.6. Fases da abordagem psicolgica................................................................ 274.6.1. Aproximao............................................................................................. 274.6.2. Silncio..................................................................................................... 274.6.3. Apresentao............................................................................................ 274.6.4. Parfrase resumida................................................................................... 274.6.5. Perguntas simples.................................................................................... 28
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4.6.6. Perguntas complexas............................................................................... 284.6.7. Ajudar a vtima a encontrar soluo......................................................... 284.6.8. Mostrar que normal a pessoa perder o controle em situaes difceis.. 284.7. Cenrios mais comuns de tentativas de suicdio......................................... 294.7.1. Torres de transmisso de energia eltrica................................................ 294.7.1.1. Posio e distncia do bombeiro em relao vtima........................... 304.7.1.2. Estacionamento de viaturas e isolamento do local................................ 314.7.1.3. Riscos potencialmente presentes.......................................................... 324.7.1.4. Equipamentos que o bombeiro deve portar na abordagem psicolgica 334.7.1.5. rgos a serem acionados.................................................................... 334.7.1.6. Informaes relevantes.......................................................................... 334.7.2. Local elevado (Prdios, pontes ou viadutos)............................................ 344.7.2.1. Posio e distncia do bombeiro em relao vtima........................... 344.7.2.2. Estacionamento de viaturas e isolamento do local................................ 354.7.2.3. Riscos potencialmente presentes.......................................................... 364.7.2.4. Equipamentos que o bombeiro deve portar na abordagem psicolgica 364.7.2.5. rgos a serem acionados.................................................................... 37
4.7.2.6. Informaes relevantes.......................................................................... 374.8. Outros cenrios de tentativa de suicdio...................................................... 385. ATENTADO TERRORISTA............................................................................ 405.1. O terrorismo e seu contexto histrico.......................................................... 405.2. Conceito de terrorismo................................................................................. 415.2.1. Elementos caractersticos do terrorismo................................................... 425.3. Os principais grupos terroristas da atualidade............................................. 425.4. Novas formas de terrorismo...................................................................... 435.4.1. Terrorismo ciberntico.............................................................................. 445.4.2. Terrorismo ecolgico................................................................................ 445.4.3. Terrorismo catastrfico............................................................................. 455.5. Motivos do terrorismo.................................................................................. 455.5.1. Motivao racional.................................................................................... 455.5.2. Motivao psicolgica............................................................................... 465.5.3. Motivao cultural..................................................................................... 476. ATENDIMENTO A CRISE DE ATENTADO TERRORISTA............................ 496.1. Procedimentos operacionais em ocorrncias com artefato explosivo......... 506.1.1. Classificao de ocorrncias com bombas............................................... 506.1.1.1. Ameaa de bomba................................................................................. 506.1.1.2. Localizao de bomba........................................................................... 516.1.1.3. Exploso de bomba............................................................................... 516.2. Procedimentos operacionais em casos de ameaas de bombas................ 516.3. Procedimentos operacionais em casos de localizao de bombas............. 536.4. Procedimentos operacionais em caso de exploses de bombas................ 546.5. Tcnicas de busca e localizao de bombas.............................................. 556.5.1. Regras bsicas de busca.......................................................................... 556.5.2. Seqncia de varredura............................................................................ 566.5.3. Mdulos de varreduras............................................................................. 576.5.4. Simbolismo de cores padronizadas.......................................................... 576.5.5. Identificao de objetos suspeitos............................................................ 587. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.................................................................... 59
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COLETNEA DE MANUAIS TCNICOS DE BOMBEIROS vi
1INTRODUO
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1. INTRODUO
A expresso gerenciamento de crises parece ser contraditria pois a crise
emerge do nada e desafia nosso conceito do que normal e bem administrado. O
termo empregado freqentemente caracterizado por confuso, ou mesmo pnico
e, ocasionalmente pode induzir os indivduos racionais a recuar ou desistir,
dependendo do grau de complexidade, gravidade e extenso dos desdobramentos
oriundos dela, parecendo improvvel e em alguns casos impossvel gerar
adequadamente os recursos disponveis para solucionar ou minimizar aqueles
resultados.
Nos ltimos anos o termo crise sofreu um processo de banalizao sendo
empregado indistintamente em nosso dia a dia. Na Polcia Militar do Estado de So
Paulo, o emprego do termo para atendimento operacional e estratgico deu-se em
1977 atravs da Nota de Instruo n 3EM/PM 003/32 que fazia a distino clara
entre o acionamento de vrios tipos de policiamento e de servios de bombeiros.
Dessa poca at hoje passamos por transformaes no cenrio poltico, social,
cultural, financeiro e religioso acarretando mudanas tambm no modus-operandi
da Corporao.
Com esse trabalho pretende-se apresentar a fundamentao bsica para que o
bombeiro possa gerenciar adequadamente as ocorrncias envolvendo suicdios e
atentados terroristas buscando primordialmente preservar sua segurana e o
sucesso do atendimento. Devido a complexidade do tema, v-se que para a
manuteno da integridade fsica e psicolgica do bombeiro, h necessidade de
conhecer o manual ora apresentado e ser detentor de qualidades importantes tais
como raciocnio estratgico e rpido, fluncia verbal com capacidade de negociador,
controle emocional e timo preparo psico-fsico tendo em vista que algumas crises
podem perdurar por horas, ser exmio observador de detalhes j que estes so
indicativos determinantes em circunstncias especiais.
A crise no deve ser vista como algo apenas negativo. Todo momento de
crise traz embutida a oportunidade de crescer, a oportunidade de rever conceitos e
mtodos. No gerenciamento de crises, este lado positivo do fenmeno, muitas
vezes, o que perdurar da ao institucional do Corpo de Bombeiros. Em suma, h
que se estar atento para as oportunidades e no deixar de buscar entrever que
toda crise no fenmeno to somente negativo.
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2CRISE
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2. CRISE
2.1. Histrico de gerenciamento de crises na Polcia Militar do Estado de So Paulo
1977 primeira notcia que se tem na Corporao a respeito de regular o emprego da Polcia Militar em ocorrncias que, como diz a NOTA DE
INSTRUO N 3EM/PM-003/32 de 25 de agosto de 1977, tinham
propores anormais, exigindo, portanto, o emprego de vrios tipos de
policiamento e de servios de bombeiros, seja em recintos ou reas pblicas
de jurisdio federal, estadual ou municipal. Cita tambm esta NI: ... fatos
cuja ao principal do policiamento (tumultos, concentraes
reivindicatrias, passeatas, greves e outros)..., alm de:...fatos cuja ao
principal do servio de bombeiros (incndios, desabamentos, inundaes,
desastres ferrovirios e outros)...;
1988 a NOTA DE INSTRUO N PM3 002/1/88, referente DIRETRIZ N PM 001/1/87 (RPP), tem por finalidade criar a partir de 01 de maro de
1988, a ttulo experimental, uma Companhia PM integrada por Grupos de
Aes Tticas Especiais, subordinada ao Comandante do 3 BPChq. Teve em
sua organizao bsica e destinao de um Capito QOPM e quatro
Tenentes QOPM. Ficou responsvel por misses especficas, ou seja,
atendimento de ocorrncias incomuns que exigiam mobilidade, instruo,
adestramento e preparo logstico especficos, atuando em ocorrncias com
refns, ocorrncias onde existissem criminosos armados entrincheirados em
locais de difcil acesso, participao nas aes por ocasio de motins e
combate ao fogo em estabelecimentos penais para atuar na libertao de
pessoas apresadas como refns, apoio em fora ao Corpo de Bombeiros em
caso de incndio com distrbio ou quaisquer circunstncias especiais que
implicasse em sua atuao;
1989 a ORDEM COMPLEMENTAR N PM3 001/1/89, referente NI de 1988, altera a subordinao da Cia GATE, passando a ser subordinada
operacionalmente ao Cmt do CPChq e administrativamente ao Cmt do 3
BPChq, dando a faculdade ao Cmt do CPChq de propor, dependendo da
anlise das necessidades e do desenvolvimento operacional do GATE, a
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criao de pessoal fixo encarregado de observao, reconhecimento e
negociao nos locais de ocorrncias, onde se enquadrasse o trabalho de
Policiais Militares masculinos e femininos paisana e psiclogos;
1989 a DIRETRIZ DE OPERAES N PM3 004/2/89, procura baixar normas e disciplinar o emprego da Cia GATE em aes isoladas ou em
conjunto com as demais OPM, destacando a atuao em ocorrncias
incomuns que exigissem mobilidade, instruo, adestramento e preparo
logstico especficos para emprego em todo o Estado.
1990 a RESOLUO SSP 22, de 11 de abril de 1990, vem para disciplinar as atividades do Grupo Especial de Resgate da Polcia Civil e do GATE, no
atendimento de ocorrncias com refns determinando que o GATE
providencie o isolamento da rea de operaes, e ao GER a direo das
negociaes, passando a Polcia Militar, atravs do GATE, a assumir a
ocorrncia, alm da atribuio do isolamento, em caso da negociao ser
infrutfera, atuando como polcia ostensiva e de preservao de ordem
pblica, passando a comandar a totalidade da operao, podendo decidir
quanto oportunidade, convenincia, forma e procedimentos operacionais;
1996 a NOTA DE INSTRUO N PM3 001/02/96 fixa normas para atuao da Corporao em ocorrncias em que haja emprego conjugado de
meios e/ou naquelas de grande vulto ou passveis de repercusso,
principalmente com refns localizados. Busca, portanto, consolidar o tema
Gerenciamento de Crises em bases doutrinrias.
2.2 Conceito de crise
Segundo publicao do Ministrio da Justia na Revista A FORA POLICIAL
em sua 10 edio, uma crise pode surgir de uma emergncia grave e pode
manifestar-se de diferentes formas: incndios, inundaes, terremotos, acidentes
comerciais ou industriais (desastres de aviao, desabamento de minas e derrames
de petrleo), epidemias, violncia trabalhista, extorso criminosa, levantes polticos,
insurreies, motins em presdios, ocupao ilegal de terra, etc, bem como
terrorismo. H vrios conceitos de crise. O primeiro, um conceito geral que
considera como crise ... uma situao que:
Ameace metas de alta prioridade do nvel decisrio...
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Restrinja a quantidade de tempo de resposta disponvel antes da tomada de
uma deciso e...
Sua ocorrncia surpreenda os membros do nvel decisrio.
Um incidente ou situao que envolva a um pas, seus territrios, cidados,
foras de segurana e possesses ou interesses vitais, que se desenvolva
rapidamente e gere condies de importncia diplomtica, econmica, poltica ou de
segurana nacional de tal grau que exija a considerao do compromisso de foras
militares, foras de segurana interna e recursos nacionais para realizar objetivos
nacionais.
A Academia Nacional do FBI (Federal Bureau of Investigation) define crise
como: Um evento ou situao crucial, que exige uma resposta especial da Polcia, a
fim de assegurar uma soluo aceitvel.
Segundo o Gabinete de Segurana Institucional da Repblica Federativa do
Brasil o conceito de gerenciamento de crises vem da etimologia da palavra que nos
proporciona uma curiosa pista sobre o seu significado atual. O termo crise, que
possui variaes mnimas em muitos idiomas, origina-se do grego krimein, que
quer dizer decidir ou, mais apropriadamente a capacidade de bem julgar. A
primeira e muito apropriada, aplicao do termo ocorreu na medicina. Cumpre
guardar essa noo, vlida tanto para Hipcrates, Pai da medicina, na Grcia
Antiga, quanto para ns nos dias de hoje. Na essncia do termo crise h uma
qualidade, mais arte do que cincia, definida como a capacidade de bem julgar.
2.3 Dimenso do problema
Quando se configura uma crise, seja ela de qualquer origem e em especial as
envolvendo suicidas e atentados terroristas, temos por misso gerenci-la para que
seja solucionada a bom termo. A articulao das aes necessrias tem origem no
COBOM, na triagem da ocorrncia, levantando informaes importantes para a
definio da abordagem operacional a ser adotada.
O Comandante da operao dever inteirar-se do maior nmero de
informaes e analisar os efeitos e seus desdobramentos, a fim de minimizar
possveis potenciais de risco, adotando primeiramente medidas de segurana no
local para a equipe de servio e para terceiros.
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Da anlise criteriosa da situao pode-se definir a dimenso do problema, que
poder ser resolvida por uma nica guarnio do CB ou at mesmo envolver uma
srie de organismos do Governo Federal, Estadual e Municipal, bem como
entidades civis. O acionamento rpido e o gerenciamento desses rgos exigem
uma coordenao centralizada.
2.4 Graus de risco ou ameaa: elementos essenciais de informao e nveis de resposta
A otimizao de recurso humano e material est intimamente vinculada com o
grau de risco do evento crtico.
No super dimensione, nem sub dimensione o grau de risco do evento, procure
identific-lo perfeita e precisamente.
Tabela 1: Graus de risco (FBI).
CLASSIFICAO TIPO EXEMPLOS
1 GRAU ALTO RISCOAssaltos a banco por um ou dois
elementos armados de revlver
sem refns.
2 GRAU ALTSSIMO RISCO
Assalto a banco por dois
elementos armados de
metralhadora, mantendo trs ou
quatro refns.
3 GRAU AMEAA EXTRAORDINRIA
Terroristas armados com
metralhadoras ou outras armas
automticas, mantendo refns a
bordo de uma aeronave.
4 GRAU AMEAA EXGENA
Um indivduo de posse de um
recipiente, afirmando que o
contedo radioativo e de alto
poder destrutivo ou letal, por
qualquer motivo, ameaa uma
populao.
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3SUICDIO
MGCESAT
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3. SUICDIO
3.1. Conceito
Existem inmeras conceituaes para suicdio, denotando as mltiplas
pesquisas, dos mais variados autores, sobre o tema.
O termo suicdio provavelmente foi utilizado pela primeira vez, em lngua
francesa, pelo abade DESFONTAINES em 1734 ou 1737, para significar "o
assassinato ou morte de si mesmo", com o seguinte significado etimolgico:
Sui = si mesmo;
Caedes = ao de matar.
Em peas jurdicas, comum observar-se o uso do termo "autocdio" como
sinnimo de suicdio, j tendo estes termos passados a constar do lxico.
Durkheim, conceitua suicdio como sendo todo caso de morte que resulte direta
ou indiretamente de um ato positivo ou negativo, praticado pela prpria vtima,
sabedora de que devia produzir esse resultado. A tentativa o ato assim definido,
mas interrompido antes de resultar em morte.
Por sua vez Shneidman utiliza o seguinte conceito: o ato humano de cessao
auto-infligida, intencional" e que pode ser mais bem compreendido como um
fenmeno multidimensional, num indivduo carente, que define uma questo, para a
qual o suicdio percebido como a melhor soluo."
O suicdio resulta de um ato deliberado, iniciado e levado a cabo por uma
pessoa com pleno conhecimento ou expectativa de um resultado fatal. O suicdio
constitui hoje um grande problema de sade pblica. Tomada como mdia para 53
pases, dos quais h dados completos disponveis, a taxa agregada e padronizada
de suicdio em 1996 foi de 15,1 por 100.000 habitantes. A taxa de suicdio quase
universalmente mais alta entre homens em comparao com mulheres, por um
coeficiente agregado de 3,5 homens para cada mulher.
3.2. Causas
Segundo GREGRIO, as causas do suicdio so numerosas e complexas. Elas
so geralmente analisadas sob trs aspectos:
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3.2.1. Perspectiva biolgica
Pesquisas indicam que o comportamento suicida acontece em famlias,
sugerindo que fatores biolgicos e genticos desempenham papel de risco. Algumas
pessoas nascem com certas desordens psiquitricas tal como a esquizofrenia e o
alcoolismo, o que aumenta o risco de suicdio.
3.2.2. Teorias psicolgicas
Em princpio, o suicdio comparado por muitos psiclogos com os casos de
neurose.
Os determinantes do suicdio patolgico esto nas perturbaes mentais,
depresses graves, melancolias, desequilbrios emocionais, obsesses e delrios
crnicos.
O psiquiatra americano Karl Menninger elaborou sua teoria baseando-se nas
idias de Freud. Ele sugeriu que todos os suicidas tm trs dimenses inconscientes
e interrelacionadas: vingana/dio (desejo de matar); depresso/desespero (desejo
de morrer); culpa/pecado (desejo de ser morto).
3.2.3. Sentido sociolgico
Socialmente o suicdio um ato que se produz no marco de situaes
anmicas (desorganizadas) em que os indivduos se vem forados a tirar a prpria
vida para evitar conflitos ou tenses inter-humanas, para eles insuportveis. Para
mile Durkheim, a causa do suicdio s pode ser sociolgica. Em seu estudo
caracterizou trs tipos de suicidas:
suicida egosta. A pessoa se mata para no sofrer mais;
suicida altrusta. A pessoa se mata para no dar trabalho aos outros (geralmente pessoas de idade);
suicida anmico. A pessoa se mata por causa dos desequilbrios de ordem econmica e social. Exemplo: a Revoluo Industrial, tirando empregos de
algumas pessoas, estimulou-lhes o suicdio. (Enciclopdia Encarta)
De acordo com os estudos de Gregrio (1996), o suicdio um mal individual-
social que tanto choca e traumatiza, e que aumenta sobremodo nas situaes de
crise. Devido a isso, aumentou muito o nmero de suicdios ao mesmo tempo em
que surgem ou se intensificam crises econmicas. S em Braslia, em 1996, chegou
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ao assustador nmero de 30 os casos ocorridos, s no comeo do ano, incluindo os
cometidos em circunstncias espetaculares, com a visvel inteno de chocar, como
um ltimo, desesperado e nem sempre to eficiente brado contra as dificuldades ou
dores que os seus protagonistas experimentam.
Nestas circunstncias, as causas do suicdio so:
Runas financeiras;
Vergonha e desonra;
Desiluses amorosas;
Doenas surgidas, do corpo e da mente;
Depresso, solido;
Medo do futuro, de fatos sabidos ou imaginados.
Mas, analisando em maior profundidade essas principais razes do tresloucado
gesto, veremos tambm, sem dificuldade, que no so fatos e ocorrncias, em si,
que devem ser responsabilizados pela consumao do suicdio, sim a repercusso
deles na pessoa. O que leva ao desespero no o fato desditoso, mas a maneira
como a pessoa o elabora. Prova disso que inmeras pessoas esto, por toda
parte, suportando fardos bem mais pesados que os que levam tantos ao suicdio e
nem se crem to infelizes assim. Na verdade, correspondendo aos itens acima, que
desencadeiam os atos extremos, dentre os quais o crime e o suicdio. Poderamos
listar outros que se referem no aos acontecimentos externos, mas s reaes
subjetivas perante eles:
Orgulho pessoal, que se recusa a admitir o fracasso e a repentina ou gradual
mudana do padro de vida;
Amor prprio exacerbado, que faz acreditar que sua imagem no possa sofrer
nenhum arranho ou ferimento, que o tempo e o esforo no possam
recompor;
Excessivo apego matria e esquecimento dos "exerccios da alma", expondo-
se sensao de derrocada, do "tudo acabado", quando um mal fsico ou
perda emocional cega a pessoa para os caminhos da reabilitao, ainda
quando trabalhosos e longos.
Em suma, a verdadeira causa do suicdio no est nas ocorrncias infelizes,
mas na maneira como a pessoa capitula diante delas, por uma simples questo de
livre arbtrio mal dirigido.
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3.3. Transtornos mentais
Segundo Amaral, [...] transtornos mentais so alteraes do funcionamento da
mente que prejudicam o desempenho da pessoa na vida familiar, na vida social, na
vida pessoal, no trabalho, nos estudos, na compreenso de si e dos outros, na
possibilidade de autocrtica, na tolerncia aos problemas e na possibilidade de ter
prazer na vida em geral. Donde se pode concluir que no deixam nenhum aspecto
da condio humana sem causar dano.
O termo transtorno mental significa a existncia de uma sintomatologia psquica
ou de alteraes no comportamento que, em geral, esto associados a sofrimento
psicolgico e prejuzos no desempenho social e ocupacional da pessoa.
Os transtornos mentais podem ser classificados de acordo com uma causa
preponderante, idade de aparecimento ou por caractersticas sintomatolgicas
comuns. Assim, pode-se citar:
Transtornos mentais orgnicos (a demncia arterioesclertica dos idosos e a
Doena de Alzheimer).
Transtornos mentais e de comportamento devidos ao uso de lcool e outras
drogas (como a cocana).
Esquizofrenia.
Transtornos do humor (como a depresso e o transtorno bipolar).
Transtornos ansiosos (como as fobias, o pnico, o transtorno obsessivo-
compulsivo, a hipocondria e as somatizaes).
Transtornos alimentares (como a anorexia e a bulimia).
Transtornos do sono (como a insnia e o sonambulismo).
Transtornos sexuais.
Transtornos da personalidade.
Deficincia mental.
outros transtornos prprios da infncia (como o autismo e o dficit de ateno).
Os transtornos mentais so bastante comuns e podem ocorrer em pessoas de
qualquer sexo, idade e classe social. Ainda que os transtornos mentais possam
ocasionalmente levar uma pessoa ao suicdio, sua importncia em termos de sade
pblica no est relacionada somente com uma alta mortalidade mas sim com
incapacidade para o trabalho, retraimento social e maior predisposio a
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desenvolver doenas fsicas.
Depresso o diagnstico mais comum em suicdios consumados. Todos
sentem-se deprimidos, tristes, solitrios e instveis de tempos em tempos, mas
marcadamente esses sentimentos assim. Contudo, quando os sentimentos so
persistentes e interferem na vida normal, usual da pessoa, eles tornam-se
sentimentos depressivos e levam a um de transtorno depressivo.
Alguns dos sintomas comuns de depresso so:
Sentir-se triste durante a maior parte do dia, diariamente;
Perder o interesse em atividades rotineiras;
Perder peso (quando no em dieta) ou ganhar peso;
Dormir demais ou de menos ou acordar muito cedo;
Sentir-se cansado e fraco o tempo todo;
Sentir-se intil, culpado e sem esperana;
Sentir-se irritado e cansado o tempo todo;
Sentir dificuldade em concentrar-se, tomar decises ou lembrar-se das
coisas;
Ter pensamentos freqentes de morte e suicdio.
Apesar de uma grande variedade de tratamentos estarem disponveis para a
depresso, existem muitas razes para que esta doena seja freqentemente no
diagnosticada:
As pessoas freqentemente ficam constrangidas em admitir que esto
deprimidas, porque vem os sintomas como um sinal de fraqueza.
As pessoas esto familiarizadas com os sentimentos associados depresso
e, ento, no so capazes de reconhec-los como doena.
A depresso mais difcil de diagnosticar quando as pessoas tm outra
doena fsica.
Pacientes com depresso podem apresentar-se com uma ampla variedade
de dores e queixas vagas.
Abuso de substncias qumicas tem sido encontrado cada vez mais em
adolescentes que comeam a ter comportamentos suicidas. Pessoas dependentes
do lcool que cometem suicdio no s comeam a beber em idade precoce e
bebem intensamente, como tambm vm de famlias de alcolatras.
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A presena conjunta de alcoolismo e depresso em um indivduo aumenta
enormemente o risco de suicdio.
3.4. Doenas fsicas
As doenas fsicas se constituem em uma importante motivao para a prtica do suicdio. um fator significativo em cerca de 25% dos suicdios, aumentando em conjunto com o fator idade: cerca de 50% dos suicdios em pacientes com mais de 50 anos e 70% dos suicdios em maiores de 70 anos esto relacionados com o sofrimento por doenas fsicas (Hendin, 1999).
As condies clnicas associadas a altas taxas de suicdio incluem o cncer, a
AIDS, a lcera pptica, o traumatismo craniano, a insuficincia renal e a leso da
medula espinhal.
3.5. Suicdio e fatores scio-demogrficos e ambientais
SEXO: Homens cometem mais suicdio que mulheres, mas mais mulheres
tentam suicdio.
IDADE A taxa de suicdio tem dois picos: em jovens (15 35 anos) e em
idosos (acima de 75 anos).
ESTADO CIVIL: A maioria dos que cometem suicdio passaram por
acontecimentos estressantes nos trs meses anteriores ao suicdio, como:
Problemas interpessoais como discusses com esposas, famlia, amigos,
namorados e rejeio (separao da famlia e amigos).
FACILIDADE DE ACESSO: O imediato acesso a um mtodo para cometer
suicdio um importante fator determinante para um indivduo cometer ou no
suicdio. Reduzir o acesso a mtodos de cometer suicdio uma estratgia
efetiva de preveno.
EXPOSIO AO SUICDIO: Uma pequena parcela dos suicdios consiste em
adolescentes vulnerveis que so expostos ao suicdio na vida real, ou
atravs dos meios de comunicao, e podem ser influenciados a se envolver
em comportamento suicida.
3.6. Fatores que potencializam a consumao de suicdio
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considerada tentativa de suicdio qualquer ato no fatal de automutilao ou
de auto-envenenamento. A inteno da morte no deve ser includa nesta definio,
pois nem sempre manifestada. Por razes no completamente esclarecidas, as
mulheres cometem trs vezes mais tentativas de suicdio que os homens, no
entanto, os homens so mais eficazes. Isto porque o sexo feminino recorre aos
mtodos mais brandos como o envenenamento enquanto os homens usam armas
de fogo, tendem ao afogamento, enforcamento ou saltando de grandes altitudes. A
gravidade da tentativa deve relacionar-se com a "potencialidade autodestrutiva" do
mtodo utilizado.
Toda abordagem psicolgica deve ser conduzida com o mximo de cuidado e
ateno, assim como toda vtima deve ser considerada um suicida em potencial,
porm, a Tabela 1 nos indica alguns fatores que, isoladamente ou relacionados
entre si, potencializam a consumao do suicdio durante uma negociao.
Tabela 2: Fatores que potencializam a consumao do suicdio
ITEM MAIOR PROBABILIDADE X MENOR PROBABILIDADESEXO MASCULINO X FEMININOIDADE MAIOR DE 50 ANOS X MENOR DE 50 ANOSMTODO CRUEL, DOLOROSO X RPIDOSADE DOENA GRAVE X SAUDVELSADE MENTAL PROBLEMAS MENTAIS X SAUDVELOUTRAS TENTATIVAS TENTATIVAS ANTERIORES X PRIMEIRA VEZ
SOBRIEDADE SOB EFEITO DE DROGAS E ALCOOL X SBRIACASOS NA FAMLIA SIM X NO
3.7. Mtodos suicidas e anlise de risco
muito importante a rpida identificao do mtodo escolhido pela vtima para
a consumao do suicdio, quer seja solicitando maiores informaes ao COBOM
durante o caminho para a ocorrncia, quer seja atravs de rpida anlise e
levantamento de informaes no prprio local da ocorrncia.
Atravs destas informaes o comandante da emergncia poder traar seu
plano de ao, adotar medidas de segurana no local para a equipe de servio e
para terceiros e minimizar os riscos.
Alguns mtodos de suicdio mais freqentes:
Ferimento com arma de fogo.
Ferimento com arma branca.
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Precipitao.
Envenenamento.
Atropelamento.
Exploso.
Asfixia.
Queimadura.
Enforcamento.
Choque eltrico.
Cada ambiente de emergncia de tentativa de suicdio, assim como o mtodo
suicida escolhido ou disponvel para a vtima, deve ser tratado cuidadosamente pela
equipe de emergncia, visando garantir segurana equipe, vtima e a outras
pessoas envolvidas. Assim, uma vtima que encharca o corpo de combustvel e
ameaa atear fogo nas vestes requer proteo total contra incndio por parte dos
bombeiros no local, requer tambm a montagem de um esquema ttico de combate
a incndio, isolamento e desocupao do local e uma linha de proteo para o
negociador. J uma vtima que ameaa se jogar de um viaduto requer uma
ancoragem para o negociador e para cada bombeiro envolvido, requer o isolamento
do local, controle do trnsito, afastamento de curiosos e o posicionamento das
guarnies de suporte bsico e avanado estrategicamente prximas ao local onde
a vtima possa cair.
Outras providncias, evidentemente para riscos especficos, que devem ser
adotadas para segurana aps a anlise da situao:
Isolar o local.
Afastar curiosos, familiares e imprensa.
Posicionamento das equipes no local.
Utilizar equipamento de proteo individual adequado situao.
Afastar objetos que possam ser utilizados pela vtima como armas.
Posicionar um barco no rio prximo ao local onde a vtima possa se jogar.
Solicitar policiamento para controlar o trnsito local.
Preparar esquema ttico para interveno rpida que ser utilizada em ltimo
caso quando a ocorrncia no pode mais ser resolvida atravs da
negociao.
Levantar o maior nmero de informaes possveis sobre a vtima.
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Desligar a energia eltrica.
Cortar o fornecimento de gs.
Ventilar o local.
Contatar com a concessionria de energia eltrica para o corte da energia e
aterramento da torre de alta tenso.
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4ATENDIMENTO A CRISE DE TENTATIVA DE SUICDIO
MGCESAT
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4. ATENDIMENTO A CRISE DE TENTATIVA DE SUICDIO
4.1. Como identificar uma pessoa sob risco de suicdio
Nem sempre fcil diagnosticar uma tentativa de suicdio. Para identificar
esses casos importante estar atento a alguns fatores de risco, tais como:
Tentativas anteriores de suicdio.
Ideao de suicdio verbalizada.
Histria familiar de suicdio ou tentativa de suicdio.
Conhecimento de casos recentes de suicdio.
Morte recente de algum prximo.
Fim de relacionamento afetivo.
Conflitos familiares.
Histria de violncia domstica.
Histria de violncia sexual.
Depresso e doena psiquitrica.
Mudana nas condies de sade ou de estado fsico.
Alcoolismo e uso de drogas.
Isolamento social.
Problemas econmicos e de desemprego.
4.2. Abordagem operacional
De acordo com o mtodo suicida adotado pela vtima, relevante adotar todas
as medidas cabveis no sentido de garantir a segurana da cena, no que se refere
aos profissionais de bombeiros, mesmo que encarregado da abordagem psicolgica,
conforme demonstra a Figura 1, instalaes e equipamentos envolvidos, outras
pessoas e tambm vtima, conforme mostra a Figura 2, que tem por finalidade
minimizar possibilidades de leso grave, no caso de queda da vtima, quer
intencional ou acidental.
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Figura 1 Segurana do bombeiro durante a abordagem psicolgica
Figura 2 Colcho armado no possvel local de queda da vtima
Os exemplos de segurana das Figuras 1 e 2 aplicam-se a casos de tentativa
de suicdio no qual a vtima ameaa saltar de local elevado, entretanto devem ser
adotados os procedimentos conforme Procedimento Operacional Padro especfico,
de acordo com o mtodo de suicdio escolhido pela vtima, alm de atentar para:
4.2.1. Orientaes gerais
Ao chegar prximo ao local da ocorrncia desligue a sirene, quanto mais
discreta for aproximao, maior ser a chance de se relacionar com a vtima
de maneira positiva.
Estabelecer relao com a vtima apresentando-se.
Chamar a vtima pelo nome.
Manter concentrao na conversao com a vtima.
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Utilizar linguagem compreensvel, falar pausadamente e no utilizar termos
tcnicos.
Evitar conversas paralelas entre os membros da equipe de resgate na frente
da vtima.
Ter uma postura impecvel, calma, gestos confiantes e no ameaadores, ser
profissional e transmitir segurana.
Evitar gritar ou mesmo usar fora fsica com a vtima.
Deixar a vtima falar, deixando-a o mais confortvel possvel.
Nunca deixar a vtima sozinha at o trmino de seu resgate.
Antecipar reaes para sua maior segurana.
Questionar familiares e/ou testemunhas sobre histrico e/ou motivos
geradores do comportamento atual.
4.2.2. Conduta ao lidar com tentativa de suicdio
Chegar ao local da ocorrncia de forma discreta, com sirenes desligadas e
sem criar tumultos.
Estudar inicialmente o local, verificando riscos potenciais para a equipe de
resgate e para a vtima, neutralizando-os ou minimizando-os.
Isolar o local, impedindo aproximao de curiosos.
Verificar necessidade de apoio material e/ou pessoal e comunicar a Central
de Operaes.
O contato com a vtima dever ser efetuado por apenas um integrante da
equipe, a fim de estabelecer uma relao de confiana. Os outros
permanecem distncia sem interferir no dilogo.
Manter imediatamente dilogo com a vtima, mostrando-se calmo e seguro,
procurando conquistar sua confiana.
Manter observao constante da vtima e no deix-la sozinha por nenhum
instante at o trmino do atendimento.
Conversar com a vtima de forma pausada, firme, clara, e num tom de voz
adequado situao.
Jamais assumir qualquer atitude hostil para com a vtima.
Procurar descobrir qual o principal motivo de sua atitude.
Procurar obter informaes sobre seus antecedentes.
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Aps ter conquistado sua confiana, iniciar o trabalho no sentido de dissuadi-
la, sempre oferecendo segurana e proteo.
Aps ter conseguido dominar a vtima, continuar tratando-a com respeito e
considerao, conduzindo-a para o hospital.
4.3. Como abordar a vtima
A observao e a comunicao so duas aes das mais importantes para se
ajudar ao paciente com comprometimento psquico ou no. Deve-se observar as
aes do paciente para que possa ter uma leitura de seu estado e poder atravs de
aes teraputicas, principalmente a inter-relao atravs da comunicao, trazer
alvio e melhora de seu sofrimento.
A comunicao pode ser feita atravs da mensagem verbal, como a fala e a
escrita, como pode ser extraverbal que aquela realizada atravs da expresso
corporal (postura corporal e mmica facial).
Nesse sentido, muitas vezes o que expresso por meio da fala, se contrapem
com o que o corpo ou mmica do rosto expressa. Por exemplo, pode-se dizer adorar
uma pessoa ao mesmo tempo em que seu rosto expressa dio, raiva e o tom de voz
se torna elevado, demonstrando ira tambm.
Faz-se necessrio ento que seja observada a linguagem extraverbal dos
indivduos que foram atendidos, porque do informaes valiosas para dar-lhes uma
assistncia, assim como, tentar controlar a prpria comunicao extraverbal,
passando informaes vtima que pode utiliz-las de uma maneira adequada.
4.4. O que deve ser feito em uma abordagem psicolgica
4.4.1. Tentar formar vnculo com a vtima
O vnculo passa a existir de forma adequada e teraputica quando o
profissional passa a ter atitudes adequadas para com a vtima e esta por sua vez
passa a ter segurana e confiana no profissional. Isto deve estar presente desde
os primeiros momentos do contato.
O profissional deve dar ateno, saber ouvir, saber compreender e aceitar os
atos da vtima, orientando-a sobre seu estado e o que dever ser feito, deve se
identificar de maneira formal (nome, trabalho, funo, por que est ali), o mesmo
deve ser feito com familiares e/ou acompanhantes; se tornar receptivo vtima,
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abord-la de forma respeitosa e gentil; sentir-se mobilizado para o seu sofrimento e
demonstrar que est ali para tentar ajudar.
Essas questes so de grande ajuda para a formao do vnculo, mas deve-se
ter em mente que a vtima quem escolhe a quem, quando e como se vincular a
cada indivduo; uma vez formado esse vnculo deve-se preserv-lo, pois de
intensa utilidade para se conseguir atitudes e abordagens teraputicas.
O vnculo facilmente se quebra se a vtima perceber que foi usada, que
usaram de mentiras, que a ameaam ou desafiam, e, atitudes as mais variadas
possveis podem ser tomadas, se sentir que o profissional no confivel.
4.4.2. Manter canal de comunicao aberto
Quando a vtima estiver desorientada, falando muito, a todo o momento
mudando de assunto, deve-se colocar limites (fixar assunto, todo vez que sair, fazer
o retorno, se fazer ouvir).
4.4.3. Olhar para a vtima
Devemos olhar a vtima durante o atendimento devido a uma questo de
respeito, demonstrar ateno, perceber comunicao extraverbal, e, at como
proteo para o profissional j que se estiver disperso e a vtima tentar uma
agresso, a capacidade de reao com movimentos ser diminuda e o fator
surpresa ser fator decisivo.
4.4.4. Ouvir atentamente
Tambm para demonstrar ateno, educao e respeito vtima deve-se
ouvir o que tem a dizer e se possvel manter dilogo, pois momentos de desabafos
podem trazer alvio de tenso e fazer com que o vnculo se estreite caso haja
demonstrao de interesse por quem ouve. No caso da vtima estar confusa e
mudando vrias vezes de assunto, no falar coisas compreensveis, no se deve em
momento algum demonstrar rejeio, rispidez, ameaa moral/fsica, desafiar e
corrigir.
4.4.5. Respeitar pausas silenciosas
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H pessoas que ao relatar seus conflitos e problemas podem ter um aumento
de seu sofrimento e por vezes necessitam de uma paralisao, uma pausa para
poderem reequilibrar-se, ordenar o pensamento, aliviarem as presses.
Quando ocorrerem essas pausas o profissional deve por alguns instantes
mant-las e em seguida estimular a vtima a voltar a falar, caso esta no queira no
se deve insistir e sim respeit-la, orient-la que quando quiser voltar a falar poder
procur-lo.
Por outro lado, no se deve deixar por muito tempo em silncio.
4.4.6. No completar frases para a vtima
H vtimas que tem o pensamento de forma mais lenta e por isso tem
dificuldades para se expressar, com isso no conseguem por vezes completar
frases, falar fluentemente, terminar um assunto. O profissional deve estimul-la a
concluir a frase, o assunto com suas prprias palavras na tentativa de melhorar o
curso desse pensamento (estmulo ao normal).
No caso de estar com fuga de idias (mudar de assunto vrias vezes) deve se
tentar fixar um assunto e toda vez que ela sair do mesmo, tentar retornar.
No caso da vtima no conseguir falar de maneira compreensvel, o
profissional deve orient-la quanto dificuldade de manter a comunicao e se
mostrar disponvel quando necessrio.
4.4.7. Repetir, resumir e relacionar idias
Quando a vtima mantm um dilogo e fornece vrias informaes importantes,
se faz necessrio que ao final ou ao tempo que achar adequado o profissional repita
as idias aps um pequeno resumo das mesmas e verifique a repercusso que isto
promove.
O profissional ao desenvolver essas idias deve observar a comunicao
extraverbal assim como as colocaes verbais que venham a ser feitas pela vtima.
4.4.8. Ajudar a encontrar solues
Pode-se ajudar a vtima na tentativa de resoluo de seus problemas, mas
sempre tendo em vista que no devemos dar opinio pessoal, conselho, ver a
situao como se estivesse vivenciando.
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A vtima quem deve decidir as coisas por si, deve-se ajud-la fazendo uma
orientao, relacionando idias, mostrando pontos ou situaes que a mesma no
v, resumindo seu relato.
No se deve passar vtima que se quer que ela faa e sim que a mesma
chegue a uma definio e venha agir em funo da mesma. No devemos dar a
soluo pronta e sim estimular a vtima na busca da mesma.
4.4.9. Espao para a vtima perguntar
Deve-se sempre deixar um espao para que possa se sinta vontade de se
expressar, assim como no caso que o mesmo tenha necessidade de fazer
perguntas, tirar dvidas, repetir assuntos, pedir orientao.
O respeito ao seu sofrimento e as suas necessidades devem sempre estar em
um primeiro plano para que se possa ser teraputicos na assistncia.
4.5. O que evitar em uma abordagem psicolgica
4.5.1. Mentir, prometer ou seduzir.
Em nenhuma ocasio mentir para passar, pois ao descobrir a verdade sentir-
se- enganado e o vnculo que possa existir ser perdido.
Deve-se prometer somente aquilo que atende a resoluo para suas carncias
emocionais, se apega ou se distancia afetivamente. A vtima pede s vezes carinho,
proteo, ajuda ou apenas ateno, s vezes pede coisas materiais (bolacha,
revista, cigarro, etc). Usando de bom-senso, frente a um pedido da mesma, somente
prometer algo, sempre que isto estiver dentro das possibilidades e de uma atuao
adequada.
A vtima de caso psiquitrico de posse das informaes, frente situao em
que se encontra pode em vrias ocasies fazer tentativas de testes para perceber
pontos fracos.
Um dos testes mais comuns quando pede algo e ameaa com agresso se
no for satisfeita sua vontade.
Nestes casos nunca devemos ameaar, desafiar ou satisfazer a vontade da
vtima, de maneira educada orientar sobre o que pode ser feito, assim como lhe
mostrar a ajuda que pode ser proporcionada.
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Deve-se deixar claro que o profissional do Corpo de Bombeiros no est ali
para ser ameaado ou agredido.
Devemos perceber a tentativa da vtima em tirar proveito de uma situao e
no cair nessa armadilha, para no satisfazer sua vontade caso ela seja
inadequada ou no teraputica.
No enganar a vtima dizendo, por exemplo, que ao chegar na unidade vamos
lhe dar o que pede.Tambm comum acontecer de o profissional frente a essa
situao e ao se sentir inseguro e/ou com medo satisfaa a vontade da vtima, mas
lembrar sempre que a vtima pode vir a pedir cada vez mais ao ser atendido na
primeira e chegar a uma situao insustentvel.
Por isso, na primeira tentativa de teste j limitar a ao da vtima.
4.5.2. Chamar por nomes jocosos
Chamar a vtima pelo seu nome e nunca colocar apelidos, ou, mesmo que de
forma carinhosa e respeito nunca chamar de irmo, tia, av, mano, etc. No se
deve fazer comentrios negativos sobre a vtima entre a equipe, com os familiares
ou acompanhantes.
4.5.3. Ser agressivo ou rspido
Em nenhum momento ser agressivos verbal ou fisicamente com a vtima, nos
casos de agressividade usar da ao fsica somente para se proteger, mas de forma
alguma para agredir.
Adotar a tcnica de conteno fsica quando necessrio, procurando no
agredir a vtima para cont-la.
Tambm se deve atuar de forma educada e firme, demonstrando ateno, sem
ser grosseiros, mal-educados, rspidos ou agressivos verbalmente.
4.5.4. Ameaar a vtima
Para obtermos uma postura adequada da vtima, em situao nenhuma
amea-la com presses morais, fsicas ou de tratamento.
4.5.5. Desafiar a vtima
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H vtimas que ameaam o profissional frente a uma situao, mas deve-se
lidar no com a ameaa e sim com a necessidade da vtima.
Frente a um desafio mostrar a nossa funo de ajuda, as complicaes que o
ato ir causar e a postura que ter que adotar em seguida.
4.5.6. Julgar, dar opinio pessoal e aconselhar.
Mesmo que a vtima ou familiar pea, no emitir opinio pessoal ou julgar a
vtima, atos que tenha feito ou que queria fazer, direcionar de maneira enganosa o
que desejvel que ela faa.
O mesmo no deve ocorrer quanto a dar conselhos, pois isso pode piorar em
muito o estado da pessoa.
comum a equipe que atende a uma tentativa de suicdio, em que considera a
forma suave ou leve (a pessoa quis chamar a ateno), emitir julgamentos ou
opinies, dar conselhos do tipo: j que quer morrer por que no d um tiro na
cabea, se matar pecado, Deus no quer (sic).
4.6. Fases da abordagem psicolgica
4.6.1. Aproximao
A aproximao dever ser calma e silenciosa e com o consentimento da vtima.
4.6.2. Silncio
Alguns segundos de silncio so recomendados para a vtima acostumar-se
com a presena do bombeiro.
4.6.3. Apresentao
O bombeiro deve se identificar de maneira formal dizendo seu nome, trabalho,
funo e por que est ali.
4.6.4. Parfrase resumida
Este recurso pode ser utilizado tanto no incio, como em qualquer momento da
negociao onde, de forma resumida, o negociador diz vtima o que percebe
diante da situao (do que ouviu da vtima ou do que esta vendo).
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O efeito desejado que a vtima sinta que o negociador a entende e percebe
sua aflio o que poder aumentar o vnculo entre ambos.
Ex: Eu estou vendo que o senhor est realmente muito nervoso ou Eu estou
vendo que o senhor est realmente abalado com este fato.
4.6.5. Perguntas simples
As perguntas simples tm como resposta o SIM e o NO e tem o objetivo de
colher informaes da prpria vtima verificando assuntos que a comovem e a
emocionam, ajudando o negociador a encontrar o motivo principal da sua aflio.
4.6.6. Perguntas complexas
A partir do que foi apurado com as perguntas simples e descoberto o motivo da
aflio da vtima, o negociador dever fixar limites e no divagar para outros
assuntos.
4.6.7. Ajudar a vtima a encontrar a soluo
Em momento algum o negociador dever dizer vtima o que fazer, dever sim
ajudar a vtima a encontrar a soluo. Ex - Este fato j aconteceu outras vezes?
Ento vejo que o senhor soube lidar com esta situao!
A vtima pode falar e fazer coisas no compatveis com a realidade em que est
inserido, enquanto h outras que se portam como milionrios quando sabido que
so pobres, que falam serem artistas famosos, que dizem ver monstros, ouvirem a
voz de Deus, etc. Estas vtimas tm um comportamento que as fazem ficar fora do
contexto real.
Em hiptese nenhuma o profissional que atende deve estimular a vtima a se
manter fora da realidade ou fazer brincadeiras com a situao, por exemplo: ao ver
uma vtima bater com o chinelo na parede e referir estar matando aranhas no dizer
que vamos ajud-la ou que tambm est vendo.
Quando a vtima estiver fora do contexto real deve-se ajud-la dando
informaes sobre o real, o que verdadeiro, tranqilizar, mostrando segurana.
4.6.8. Mostrar que normal a pessoa perder o controle em situaes difceis
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Tentar de forma singela enquadrar o nervosismo e a aflio da vtima pelo
assunto em questo como normal. Ex: perfeitamente normal que uma pessoa se
desespere com a perda de um familiar.
TODA GUARNIO DEVE ESTAR CONSCIENTE QUE MESMO REALIZANDO TODOS OS PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS, A VTIMA PODER CONSUMAR O SUICDIO, E SE ISSO ACONTECER, A GUARNIO NO TER CULPA NENHUMA SOBRE O FATO.
4.7. Cenrios mais comuns de tentativas de suicdio
4.7.1. Torres de transmisso de energia eltrica
Em muitas situaes vtimas de tentativa de suicdio utilizam torres de
transmisso de energia eltrica, nas quais sobem at onde podem ou consideram
suficientes para obter xito em seu intento.
Esta situao normalmente atendida pelo Corpo de Bombeiros e os
profissionais devem atentar para inmeros quesitos de segurana para os
bombeiros, para a vtima e para terceiros, alm de atentar para a estratgia
adequada de atendimento, visando sucesso na operao. Os cuidados necessrios
esto relacionados a:
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Figura 3 - Exemplo de torre de transmisso de energia eltrica
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4.7.1.1. Posio e distncia do bombeiro em relao vtima
Para efetuar o atendimento desta modalidade de crise dever ser escolhido um
bombeiro que preencha os requisitos necessrios para a realizao da abordagem
psicolgica e, este dever, depois de desligada a energia do lado onde a vtima se
encontra e realizado o aterramento da torre, subir imediatamente, procurando se
posicionar conforme indicado na figura 4, com o objetivo de no permitir que a vtima
se desloque para o outro lado da torre.
Figura 4 Posicionamento para abordagem psicolgica
Solicitar o imediato desligamento da energia eltrica da linha que passa no lado
em que a vtima se encontra, momento em que o bombeiro j estar iniciando a
abordagem psicolgica.
A posio do bombeiro em relao a vtima dever ser escolhida, na medida
do possvel, procurando se posicionar estrategicamente, conforme abaixo segue:
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31
Distncia = 2 a 3 m
bombeiro
vtima
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A uma distncia que possa ser visto claramente pela vtima, o que facilitar a
conquista da confiana daquela, durante a abordagem;
A uma distncia que permita conversar com a vtima sem que haja
necessidade de gritar ou fazer que a vtima grite;
A uma distncia que no permita vtima se agarrar ao bombeiro, colocando-
o em situao de risco;
importante lembrar que o fato da vtima estar posicionada em determinado
ponto da torre e no ter sofrido qualquer descarga eltrica, no significa que o
bombeiro poder seguramente chegar prximo com a linha energizada, pois,
diversos fatores interferem na distncia de segurana, tais como: umidade do
ambiente, transpirao, equipamentos metlicos, massa corporal, etc.
A Tabela 3 apresenta a distncia mnima necessria, de um ponto energizado,
para que uma pessoa possa se movimentar, inclusive manipulando equipamentos
ou ferramentas no isolantes, sem o risco de abertura de arco eltrico em relao ao
seu corpo.
Tabela 3 Distncias mnimas de segurana.
CLASSE DE TENSO (KV) DISTNCIA MNIMA (m)13,8 1,1020 1,15
34,5 1,2069 1,3588 1,45
138 1,60230 2,20345 3,00440 3,30500 3,80
Fonte: Apostila da Companhia de Transmisso de Energia Eltrica Paulista - CTEEP
4.7.1.2. Estacionamento de viaturas e isolamento do local
Quando da chegada ao local o comandante da operao dever dispensar uma
ateno especial determinao do local para estacionamento e providncias
quanto ao isolamento do local, buscando uma condio tal que:
As viaturas fiquem estacionadas em local que no chame a ateno da
vtima, a fim de que esta presena no influencie negativamente no resultado
desejado da operao.
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As pessoas, que geralmente esto assistindo o atendimento, fiquem fora do
campo visual da vtima e no interfiram e, conseqentemente, no dificultem
a abordagem psicolgica, desviando a ateno da vtima, que neste caso
conveniente que seu nico contato seja com o profissional de bombeiros que
executa a abordagem.
Caso ocorra de populares instigarem a vtima a consumar o suicdio, o
policiamento dever tomar as providncias para evitar tal situao.
Figura 5 - Posicionamento de viatura e local para pessoas no envolvidas
4.7.1.3. Riscos potencialmente presentes
Existem alguns riscos potenciais que devem ser considerados todo o tempo,
com o objetivo de garantir proteo para os bombeiros, vtima, demais pessoas
presente ou prximo e viaturas e equipamentos empregados. Tais riscos se
constituem de:
Choque eltrico a vtima, por deciso de consumar o suicdio, poder tocar
ou lanar-se sobre os cabos eltricos, ou ser atingido pela corrente que
poder ter o circuito fechado atravs do ar atmosfrico (arco voltaico).
Queda pessoal (bombeiro ou vtima) durante o atendimento poder ocorrer
queda do bombeiro ou da vtima, no caso do primeiro, dever estar o tempo
todo ancorado na estrutura e, no caso da vtima, a queda poder ser acidental
o proposital.
Queda de equipamento de bombeiro durante o manuseio dos equipamentos
poder ocorrer queda de materiais, pondo em risco as pessoas que esto no
nvel do solo, portanto, alm das atitudes de segurana como posicionamento
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Frente da vtima
Estacionamento de viaturase
Local para terceiros e transeuntes
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e ateno, os bombeiros que permanecerem embaixo devero utilizar
equipamentos de proteo individual.
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4.7.1.4. Equipamentos que o bombeiro deve portar na abordagem psicolgica
Durante a abordagem psicolgica, que ser realizada por um dos bombeiros
presentes na ocorrncia, em especial quele que preencher o requisitos necessrios
para a criao de vnculo, este dever subir na torre para se aproximar da vtima e
iniciar os contatos e, para tanto, dever portar os seguintes materiais e
equipamentos de proteo individual:
Capacete de salvamento em altura ou galet;
Luvas;
HT;
Cadeira de salvamento para si prprio;
Cadeira de salvamento para a vtima;
Fitas tubulares (para a confeco e instalao rpida de uma cadeira);
Tringulo de salvamento;
Folha de papel e caneta (para o caso da vtima preferir comunicao escrita; e
Cordas, Pea oito e mosquetes;
Os equipamentos de salvamento em altura (cordas, cadeiras e outros
materiais) destinar-se-o a manter o bombeiro ancorado durante toda a abordagem
psicolgica e auxiliar na descida segura da vtima, assim que esta abandonar a idia
de se suicidar.
4.7.1.5. rgos a serem acionados
Neste caso especfico, a Companhia responsvel pelo gerenciamento de
distribuio ou transmisso de energia eltrica dever ser acionada, esclarecendo-
se os motivos para que comparea ao local uma ou mais equipes contendo pessoal
habilitado a efetuar manobras de desligamento total ou parcial da rede, de acordo
com a necessidade especfica.
Dever tambm ser acionada viatura de policiamento que auxiliar no
isolamento e eventualidades ligadas tentativa de suicdio.
4.7.1.6. Informaes relevantes
Durante todo o tempo de atendimento, iniciando-se a partir do acionamento da
viatura e deslocamento para o local, devero ser transmitidas informaes que
permitam ao Comandante da operao concluir as caractersticas abaixo, que se
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constituem condies importantes para subsidiar a interveno e levar ao sucesso
da ocorrncia:
Possveis causas da tentativa do suicdio, levando o Comandante da Operao
a concluir quanto a perspectiva biolgica, psicolgica e sentido sociolgico da vtima;
Situao de sade fsica e mental da vtima;
Fatores scios demogrficos e ambientais associados ao caso concreto;
Fatores que potencializam a consumao e eventualmente se encontram
presentes no caso concreto; e
Mtodo suicida adotado com seus detalhamentos especficos.
As informaes devero ser obtidas pelo COBOM e pela guarnio no local,
atravs de entrevista a familiares, vizinhos e amigos, durante todo o tempo do
atendimento crise, em especial durante a fase da abordagem psicolgica.
4.7.2. Local elevado (Prdios e pontes)
Em muitas outras situaes as vtimas de tentativa de suicdio costumam se
colocar em fachadas de prdios elevados ou pontes e viadutos, de onde ameaam
saltar para obter xito em seu intento.
Esta situao normalmente atendida pelo Corpo de Bombeiros e os
profissionais devem atentar para inmeros quesitos de segurana para os
bombeiros, para a vtima e para terceiros, alm de atentar para a estratgia
adequada de atendimento, visando sucesso na operao. Os cuidados necessrios
esto relacionados a:
4.7.2.1. Posio e distncia do bombeiro em relao vtima
Para efetuar o atendimento desta modalidade de crise dever ser escolhido um
bombeiro que preencha os requisitos necessrios para a realizao da abordagem
psicolgica e, este dever posicionar-se em local prximo da vtima, quer seja na
fachada ou abertura na parede, procurando uma posio estratgica, conforme
abaixo segue:
A uma distncia que possa ser visto claramente pela vtima, o que facilitar a
conquista da confiana daquela, durante a abordagem;
A uma distncia que permita conversar com a vtima sem que haja
necessidade de gritar ou fazer que a vtima grite;
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A uma distncia que no permita vtima se agarrar ao bombeiro, colocando-
o em situao de risco;
A uma distncia que permita ao bombeiro segurar a vtima em caso desta se
atirar.
A figura 6 exemplifica um situao e mostra a distncia que atendeu, naquele
caso as exigncias anteriormente especificadas.
Figura 6 - Posio do bombeiro durante a abordagem psicolgica
4.7.2.2. Estacionamento de viaturas e isolamento do local
As viaturas que faro o atendimento ocorrncia de tentativa de suicdio, alm
da chegada silenciosa ao local, importante que sejam estacionadas em local onde
no permita a visualizao pela vtima, o que poder, em casos especficos, exercer
um efeito incmodo para a mesma e, eventualmente, levar o resultado final da
ocorrncia a termos no desejados pela equipe de bombeiros. O mesmo tratamento
dever ser dispensado a viaturas de policiamento e pessoas que estejam assistindo
o atendimento, sendo esta ltima situao resolvida por meio de um isolamento bem
planejado.
Em caso de tentativa de suicdio em pontes e viadutos, o trnsito dever ser
interrompido.
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As guarnies de USA e UR devero permanecer o tempo todo no solo, para o
caso da abordagem no obter xito e, se a vtima saltar, o atendimento seja de
imediato.
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4.7.2.3. Riscos potencialmente presentes
Durante este atendimento, existem alguns riscos potenciais que devem ser
considerados todo o tempo, com o objetivo de garantir proteo para os bombeiros,
vtima, demais pessoas presente ou prximo e viaturas e equipamentos
empregados. Tais riscos se constituem de:
Queda pessoal (bombeiro ou vtima) durante o atendimento poder ocorrer
queda do bombeiro ou da vtima, no caso do primeiro, dever estar o tempo
todo ancorado em estrutura suficientemente resistente para reter possvel
queda do bombeiro, vtima ou ambos e, no caso da vtima, a queda poder
ser acidental ou proposital.
Queda de equipamento de bombeiro durante o manuseio dos equipamentos
poder ocorrer queda de materiais, pondo em risco as pessoas que esto no
nvel do solo, portanto, alm das atitudes de segurana como
posicionamento, isolamento com fitas e ateno, os bombeiros que
permanecerem embaixo devero utilizar equipamentos de proteo individual.
4.7.2.4. Equipamentos que o bombeiro deve portar na abordagem psicolgica
Durante a abordagem psicolgica, que ser realizada por um dos bombeiros
presentes na ocorrncia, em especial aquele que preencher o requisitos necessrios
para um negociador, este dever aproximar-se da vtima e iniciar os contatos e, para
tanto, dever portar os seguintes materiais e equipamentos de proteo individual:
Capacete de salvamento em altura ou galet;
HT;
Luvas;
Fitas tubulares;
Cadeira de alpinista; e
Cordas, Pea oito e mosquetes;
Os equipamentos de salvamento em altura (cordas, cadeiras e outros
materiais) destinar-se-o a manter o bombeiro ancorado durante toda a abordagem
psicolgica e auxiliar na retirada da vtima para um local seguro, assim que esta
abandonar a idia de se suicidar.
A comunicao com o uso de HT entre o bombeiro responsvel pela
abordagem psicolgica e os outros membros da guarnio dever ser estabelecida
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atravs de cdigo estabelecido previamente, a fim de que no interfira
negativamente no vnculo que est sendo estabelecido.
Os demais bombeiros que estiverem prximos, sem participar da abordagem,
tambm devero estar ancorados e prontos para ajudar em caso de conteno
rpida.
No caso de vtima em sacada de prdio, sempre dever ser montado um 2
esquema de segurana (abordagem ttica atravs de rapel de impacto). Caso a
vtima esteja na cobertura de prdio, pontes ou viadutos, o mesmo procedimento
dever ser adotado, para execuo do salto de abordagem do suicida.
4.7.2.5. rgos a serem acionados
Dever tambm ser acionada viatura de policiamento que auxiliar no
isolamento e eventualidades ligadas tentativa de suicdio.
4.7.2.6. Informaes relevantes
Durante todo o tempo de atendimento, iniciando-se a partir do acionamento da
viatura e deslocamento para o local, devero ser transmitidas informaes que
permitam ao Comandante da operao concluir as caractersticas abaixo, que se
constituem condies importantes para subsidiar a interveno e levar ao sucesso
da ocorrncia:
Possveis causas da tentativa do suicdio, levando o Comandante da
Operao a concluir quanto a perspectiva biolgica, psicolgica e sentido
sociolgico da vtima;
Situao de sade fsica e mental da vtima;
Fatores scios demogrficos e ambientais associados ao caso concreto;
Fatores que potencializam a consumao e eventualmente se encontram
presentes no caso concreto; e
Mtodo suicida adotado com seus detalhamentos especficos.
Caso a vtima esteja posicionada em sacada de prdio, importante saber
qual o andar, para selecionar a melhor estratgia para montagem de
equipamentos para uma eventual abordagem ttica, de acordo com os
Procedimentos Operacionais Padro de salvamento em altura em casos de
tentativa de suicdio.
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4.8. Outros cenrios de tentativa de suicdio
Diversos outros mtodos de tentativa de suicdio podem ser utilizados,
conforme exemplos apresentados a seguir, cada um determinando um cenrio com
especificidades importantes para ser estudado pelo Corpo de Bombeiros, a fim de
estabelecer a melhor estratgia e melhor ttica para prestar um atendimento com
bons resultados:
Uso de lquidos inflamveis no corpo;
Uso de arma de fogo;
Exploso de ambiente com uso de vazamento de GLP e GN;
Uso de arma branca;
Pulo em rios;
Enforcamento.
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5ATENTADO TERRORISTA
MGCESAT
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5. ATENTADO TERRORISTA
5.1. O terrorismo e o seu contexto histrico
O termo terrorismo passou a ser usado no mundo moderno depois que a
Academia Francesa classificou de perodo do terror o regime poltico existente na
Frana, entre setembro de 1793 e julho de 1794. Durante este perodo, mais de
300.000 suspeitos foram presos e 17.000 pessoas foram oficialmente executadas.
A concepo moderna do emprego do terrorismo como instrumento poltico
coube ao alemo Karl Heinzen (1809-1880), autor de Das Mord (O assassnio), livro
que sugere o uso de bombas, veneno e msseis, bem como a aliana dos
revolucionrios com o submundo da delinqncia e o uso de fanticos decididos a
sacrificar-se pela causa.
A filosofia poltica de destruio e violncia inspirou inmeros atos de
terrorismo praticados por grupos anarquistas no final do sculo XIX e incio do
sculo XX. O mais importante e conhecido desses grupos, o Narodnaya Volya, foi
responsvel pelo assassinato do Czar Alexandre II.
Segue a onda de terror. Em 1878, o rei Guilherme I, da Alemanha, o rei
Afonso XII, da Espanha, e o rei Humberto da Itlia sofrem atentados bomba, mas
sobrevivem. Em 1879, o czar Alexandre II escapa de dois atentados. Em 1881,
porm, em outro atentado, acaba falecendo. No mesmo ano, o presidente
americano, Garfield, tambm morto em um atentado bomba. Em 1882, quem
escapa de um atentado a rainha Vitria da Inglaterra. Em 1894, o presidente da
Frana, Sadi Carnot, morto em mais um atentado. Em 1898, a imperatriz da
ustria assassinada. Em 1901, o rei Guilherme II, da Alemanha, e o presidente
americano McKinley sofrem atentados. Guilherme II sobrevive e o presidente
americano acaba morrendo. Em 1908, o rei de Portugal Carlos I assassinado,
sorte igual de Vtor Emanuel III da Itlia, em 1912.
O terrorismo de esquerda ganhou fora no incio dos anos 70, principalmente
na Europa. Diversos grupos foram considerados terroristas; entre os principais esto
o ETA, na Espanha; o grupo Baader-Meinhof, na Alemanha; as Brigadas Vermelhas
e a Primeira Linha, na Itlia; o IRA, na Irlanda do Norte; o Exrcito Vermelho
Japons, o Hamas, o Al-Fatah e outros grupos terroristas do Oriente.
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O terrorismo das dcadas de 70 e 80, em geral, revelou um alto grau de
continuidade e de eficincia organizativa. Eram profissionais. As suas principais
aes foram seqestros de polticos importantes, exploses, seqestro de avies e
atentados suicidas. Os grupos terroristas dispunham de complexos sistemas
tcnicos, como armas e meios de comunicao.
5.2. Conceito de terrorismo.
uma bomba que explode em um avio em pleno vo, matando 234 pessoas,
um atentado terrorista? Pode o assassinato de um Chefe de Estado que discursava
em pblico ser considerado um ato de terrorismo? o lanamento de gs txico no
metr de uma cidade populosa terrorismo? uma bomba que explode em pleno
mercado pblico de uma cidade, matando 15 pessoas, um ato terrorista? a tortura
de presos, comuns ou polticos, em uma delegacia de polcia, um ato terrorista?
Uma invaso, com blindados, de um assentamento de palestinos por tropas
israelenses? Caracteriza terrorismo a priso arbitrria e violenta de um indivduo
acusado de roubo?
Os pesquisadores do terrorismo reconhecem a dificuldade em conceituar
terrorismo. Essa dificuldade explica-se, em parte, pela negatividade intrnseca ao
termo e por ser utilizado para caracterizar pejorativamente a violncia praticada por
indivduos ou grupos. A indefinio sobre o real significado do termo terrorismo
tamanha que qualquer ato que empregue a violncia, praticado por indivduos ou
grupos, pode ser considerado ato terrorista. Em geral, os atentados terroristas
noticiados pelos rgos de informao descrevem situaes em que vrias pessoas
foram mortas, nas quais h um grande nmero de feridos e, quase sempre, que
tenham sido provocadas por exploses de bombas. Todavia, h casos em que
apenas um homicdio considerado ato de terrorismo.
O rtulo de terrorista depende de quem pratica e de quem sofre a violncia.
Para a grande maioria dos israelenses, e principalmente para o Estado de Israel,
todos os rabes so potencialmente terroristas. Para os povos rabes, que vive nos
territrios ocupados, o Estado de Israel terrorista. Todavia, a Doutrina
convencionou denominar de terrorismo a violncia tida como ilegtima, praticada por
grupos contrrios ao regime poltico vigente.
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Dessa forma, o terrorismo pode ser entendido como a violncia de grupos ou
de indivduos praticada contra alvos civis ou militares com o objetivo especfico de
lutar por uma determinada causa, gerando medo para determinada sociedade.
Neste sentido ento, so grupos terroristas: o IRA, que luta pela independncia da
Irlanda do Norte; o Hamas, que luta pela criao de um Estado palestino; o ETA,
que luta pela independncia do Pas Basco, etc.
Assim sendo podemos conceituar Terrorismo como o uso de violncia, fsica ou
psicolgica, por indivduos, ou grupos polticos, contra a ordem estabelecida.
Entende-se, no entanto, que uma dada ordem pblica tambm possa ser terrorista
na medida em que faa uso dos mesmos meios, a violncia, para atingir seus fins.
5.2.1. Elementos caractersticos do terrorismo
Em razo da dificuldade de encontrar uma definio coerente para terrorismo,
muitos autores identificam os atos terroristas em seus elementos mais
caractersticos, comuns a todo ato terrorista. A primeira o fato de causar dano
considervel a pessoas e a coisas; a segunda a criao real ou potencial de terror
ou intimidao generalizada, e por fim, a presena de uma finalidade poltico-social
no ato.
Os grupos terroristas tambm apresentam algumas caractersticas
fundamentais:
A organizao: o terrorismo, que no pode consistir em um ou mais atos
isolados, a estratgia escolhida por um grupo ideologicamente homogneo.
manipulao do povo: desenvolve sua luta clandestinamente entre o povo
para convenc-lo a recorrer a aes demonstrativas que tm, em primeiro
lugar, o papel de vingar as vtimas do terror exercido pela autoridade e, em
segundo lugar, de aterrorizar esta ltima, mostrando como a capacidade de
atingir o centro do poder o resultado de uma organizao slida; e
de uma ampla possibilidade de ao, atravs de um nmero cada vez maior
de atentados.
5.3. Os principais grupos terroristas da atualidade
Atualmente, o governo norte-americano identifica, aproximadamente, 30 grupos
espalhados pelo mundo como sendo organizaes terroristas. Muitos deles existem
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h mais de 30 anos e outros foram formados recentemente. Para ser enquadrado
como terrorista, o grupo deve lanar mo da violncia contra civis e estar em
atuao, ou seja, praticando atentados. Isto porque existem alguns grupos que ainda
so considerados terroristas, mas que esto livres de sanes. o caso do IRA, que
desde 1997 mantm um cessar-fogo com o governo Britnico.
No Oriente Mdio, destacam-se os grupos: Organizao ABU NIDAL,
HIZBOLLAH (Partido de Deus), JIHAD ISLMICA DA PALESTINA, HAMAS
(Movimento de Resistncia Islmica), Frente de Libertao da Palestina e o AL-
FATAH. Todos lutam, basicamente, pela formao de um Estado palestino
independente. Provocam atentados lanando mo basicamente de bombas,
metralhadoras e os temidos homens-bomba - pessoas que sacrificam suas vidas,
utilizando seus corpos para denotar grande quantidade de explosivos em locais
pblicos.
Na Europa, o principal grupo terrorista em plena atividade o ETA (Ptria
Basca e Liberdade). Atua basicamente na Espanha e na Frana e defende desde
1959 a criao de um Estado basco no norte da Espanha. Os seus principais alvos
so militares, polticos e juzes espanhis.
Na Amrica Latina destacam-se, na Colmbia, as FARC (Foras Armadas
Revolucionrias da Colmbia) e o ELN (Exrcito de Libertao Nacional); no Peru, o
grupo Sendero Luminoso e o Movimento Revolucionrio TUPAC AMARU.
Outros grupos espalhados pelo mundo e citados pelo Departamento de Defesa
dos EUA so: Grupo ABU SAYYAF, Filipinas e Malsia; Exrcito Vermelho Japons
e Ensinamento da Verdade Suprema, Japo; o Movimento Islmico do Uzbequisto,
Uzbequisto e Tadjquisto, entre outros.
O mais temido, todavia, o grupo terrorista de OSAMA BIN LADEN, a AL
QAEDA, que significa a base. O grupo foi formado no final dos anos 80 com o
objetivo inicial de reunir rabes para expulsar os soviticos do Afeganisto. No ano
de 1989, quando finalmente os soviticos se haviam retirado do territrio afego, Bin
Laden teria iniciado a sua guerra santa contra o mundo o