João Antonio Jr – R3 Medicina EsportivaJoão Antonio Jr – R3 Medicina Esportiva
Dr. Gustavo BornholdtDr. Gustavo Bornholdt
INTRODUÇÃO• A cãimbra muscular é uma das condições
mais comuns que requerem atenção médica imediatamente após eventos esportivos.
• É particularmente comum em eventos de endurance como triatlo, maratonas e ultramaratonas.
• Apesar disso, os fatores associados ao desenvolvimento de cãimbras musculares ainda não são totalmente compreendidos.
INTRODUÇÃO
Importante ressaltar que as cãimbras também podem ocorrer por inúmeras condições patológicas;
EAMC – Exercise associated muscle cramping;Paraphysiological cramps;Cramps during sport activity;
DEFINIÇÃO
Contração involuntária, espasmódica e dolorosa do músculo esquelético que ocorre logo após o exercício;
Exclui-se:Cãimbras que ocorrem na musculatura lisa;Na musculatura esquelética em repouso;Relacionada a alguma doença;Relacionada ao uso de droga;
EPIDEMIOLOGIA
Prevalência aumenta à medida que aumenta a intensidade e a duração da atividade;
Maior prevalência sendo relatada no triatlo;
ETIOLOGIA
A hipótese mais tradicional se baseia em distúrbios eletrolíticos, grau de hidratação, alterações metabólicas e fatores ambientais.As evidências científicas para esta hipótese
foram revisadas recentementeSe baseia em observações empíricas,
estudos de casos isolados e pequenas séries de casos.
ETIOLOGIA
4 estudos de coorte de 2 grupos de pesquisadores diferentes em triatletas e corredores Não evidenciaram desidratação ou
alteração significativa do nível de eletrólitos associada ao desenvolvimento de cãimbra;
ETIOLOGIA
Devido essa ausência de evidência que suporte esta hipótese, uma outra linha foi formulada há cerca de 10 anos;Alteração no controle neuromuscular, como
resultado da fadiga muscular, seria o fator inicial para o desenvolvimento de EAMC;
Estudos em laboratório que reproduzem fadiga precoce, tem provocado alta incidência de cãimbras musculares;
FATORES DE RISCO
Fatores intrínsecos e extrínsecos; Os fatores intrínsecos com maior grau
de evidência são História prévia de cãimbras;Realizar atividade em intensidade ou
duração maior que o treino normal;
O fator extrínseco mais importante é o ambiente quente e úmido.
DIAGNÓSTICO
Quadro clínico é tipico; Diagnóstico é realizado baseado na
presença de uma história típica, associado a achados no exame físico.
Raramente são necessárias investigações adicionais para exclusão de outras possíveis causas;
DIAGNÓSTICO
Quadro Clínico Típico:Situações de exercício intenso e prolongado
em condições climáticas quentes e úmidas;Início geralmente precedido de fadiga
muscular, em atletas que não estão tão bem condicionados para o evento;
É precedida de uma notável contração do músculo (cramp prone state) e é seguida por contrações espasmódicas espontâneas e franca cãimbra se a atividade continua;
DIAGNÓSTICO Quadro Clínico Típico:
Dor muscular que se desenvolve após alguns minutos;
Recuperação que ocorre se a atividade for cessada ou se a musculatura é alongada passivamente;
Durante o estado de propensão, a cãimbra pode ser precipitada se o músculo for encurtado;
Na maioria dos casos, confinada a grupos musculares que são muito ativos durante a atividade○ Panturrilha, isquiotibiais, quadriceps;
DIAGNÓSTICO Paciente que tem cãimbra generalizada
ou severa ou está em estado comatoso ou semicomatoso, deve ser tratado como uma emergência;Distúrbios metabólicos e outras doenças
devem ser aventadas;Requer internação imediata em UTI, com
investigação para excluir causas cardiopulmonares, distúrbios hidroeletrolíticos, IRA ou patologia intracraniana.
DIAGNÓSTICO
Casos recorrentes: A cãimbra é precipitada por exercícios de
baixa intensidade ou duração ?A cãimbra ocorre no repouso ?Está associada a outros sintomas como
parestesia, perda de sensibilidade ou fraqueza muscular ?
DIAGNÓSTICO Casos recorrentes:
Ocorre em toda série/tiro de exercício ? Alogamento passivo piora ao invés de melhorar ? História familiar forte de cãimbras ? Usa alguma droga atualmente ? Está associada a urina de coloração escura após
a realização do exercício ? Em caso afirmativo a qualquer uma das
perguntas, investigação adicional é necessária;
DIAGNÓSTICO
Casos recorrentes:Avaliar o condicionamento físico do atleta;Exame físico completo com enfoque na
avaliação neurológica e musculoesquelética;Exames sanguíneos de rotina podem ser
realizados○ Hemograma, eletrólitos, CPK, TSH, T4L.
Identificar fatores de risco○ Testar flexibilidade, força e endurance
(isocinético), além de avaliação nutricional.
DIAGNÓSTICO Casos recorrentes:
À medida que os fatores de risco forem identificados, as correções e aconselhamentos devidos devem ser realizados;
Pode ser utilizado diários de treinamento, relatando a ocorrência dos episódios;
Retorno ao esporte é gradual;Alguns poucos atletas vão necessitar de
investigação adicional especial, como biópsia muscular, para deduzir a causa ou descartar miopatias;
TRATAMENTO Interromper a atividade (repouso) e
possibilitar avaliação médica; Feito o diagnóstico, o tratamento imediato
mais eficaz é o alongamento passivo da musculatura afetada;Aumenta a tensão sobre o músculo e a
atividade inibitória do orgão tendinoso de Golgi;Reforça a hipótese de que um reflexo espinhal
anormal estaria envolvido na etiologia;Reduz a atividade eletromiográfica em 10 a 20
segundos.Pode ser realizada por 20 a 30 minutos ou até a
fasciculação cessar;
TRATAMENTO
A administração de fluidos intravenosos e eletrólitos é controversa e não recomendada como rotina;
De qualquer maneira, é recomendada a ingestão líquida oral, preferencialmente contendo carboidratos (com ou sem eletrólitos);
Oferecer retorno à uma temperatura corporal confortável;
TRATAMENTO
Medicações intravenosas, como diazepam, magnésio ou cálcio, não estão recomendadas, pelo risco de complicações;Hipotensão, depressão respiratória;
Alertar o atleta que em caso de anúria/oligúria ou colúria nas primeiras 24 horas, devem procurar atendimento médico imediatamente;
PREVENÇÃO
Medidas para prevenir e/ou retardar fadiga muscular;
Estar alerta para condições climáticas quentes e úmidas;
O atleta deve diminuir a intensidade e/ou a duração do esforço se estiver propenso a ter cãimbras;
PREVENÇÃO
Deve estar bem condicionado para a atividade;
Alogamento regular de grupos musculares com propensão à cãimbra;
Aporte nutricional adequado, principalmente de carboidratos.