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LOGÍSTICA REVERSA COM ÊNFASE NO REUSO DE EMBALAGENS E PALETES EM UMA EMPRESA
LOCALIZADA EM OSASCO*
Anderson Soares (Faceq)
Claudinei Gomes Da Silva (Faceq)
Moisés De Sousa Melo (Faceq)
Resumo
A Logística Reversa é um assunto bastante comentado por conta de sua relação com a
redução de custos das empresas e com o meio ambiente. O mundo empresarial está
despertando para essa nova realidade e assim aumentando o interesse pelas questões de pós-
venda e pós-consumo, ambas pertencentes às discussões e práticas da Logística Reversa.
Seguindo essa ótica é que se apresenta o interesse em realizar a pesquisa sobre Logística
Reversa, pois a cada dia em uma crescente procura está se tornando um diferencial para as
empresas. Esse tema de Logística Reversa foi a base de nosso estudo de caso que abordou
detalhadamente o processo logístico de paletes e embalagens de produtos químico de uma
empresa localizada na cidade Jandira - SP. Foram expostos comparações entre os anteriores
processos sem uma política de logística reversa e novos processos agora com essa política e
com uma nova mentalidade para essa questão. Nosso trabalho mostrou uma empresa disposta
em implantar esse processo tendo assim um novo foco para as operações logísticas e servindo
de exemplo de sucesso na implementação da Logística Reversa. Relevante em decorrência do
nível estratégico em busca de maior competitividade e adequação às novas regras de mercado
de maximizar a satisfação dos clientes e reduzir os níveis de degradação do meio ambiente
com práticas produtivas ambientalmente corretas. Portanto, a realização de tal pesquisa
contribuiu com mais conhecimentos na área e dentro do contexto econômico, ambiental e
social, a Logística retribuindo de forma significativa para o reaproveitamento de paletes após
seu uso e uma melhor destinação de embalagens de produtos químicos dando ênfase ao uso de
containers de 1000 litros. Esses procedimentos amenizam os prejuízos causados ao meio
ambiente porque evita o aumento do volume de embalagens de produtos químicos descartados
na natureza. A pesquisa foi bibliográfica e com a participação de colaboradores da empresa
em que realizamos o estudo de caso, portanto esse trabalho nos levou ao atual assunto de
extrema importância para os universitários, empresários e todos aqueles que se interessar por
esse assunto, a Logística Reversa.
Palavras-chave: Logística Reversa; Meio Ambiente; Controle de Paletes e embalagens;
Containers de 1000 litros.
* Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Eça de Queiros (Faceq-Uniesp) em junho de 2013,
como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas, sob orientação da
Professora Dra. Maria Clara Lopes Saboya e Coorientação dos professores Ms. Eduardo Fernandes e Ms.
Marcos Roberto Buri.
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Abstract
The Reverse Logistics is a subject frequently discussed because of its relationship to reducing
business costs and the environment. The business world is waking up to this new reality and
thus increasing interest in the issues of post-sale and post-consumption, both belonging to the
discussions and practices of reverse logistics. Following this perspective is that it shows the
interest in conducting research on reverse logistics, because every day in a growing demand is
becoming a differentiator for companies. This theme Reverse Logistics will be the basis of
our case study will address in detail the process of logistics pallets and packaging of chemical
products from a company located in Jandira - SP. Will be exposed comparisons between
previous cases without a political reverse logistics processes and now with this new policy
and a new mindset for this question. Our work shows a company willing to deploy this
process thus providing a new focus for logistics operations and serving as an example of
successful implementation of Reverse Logistics. Relevant due to the strategic level in pursuit
of greater competitiveness and adaptation to new market rules to maximize customer
satisfaction and reduce levels of environmental degradation with environmentally sound
production practices. Therefore, conducting such research will contribute more knowledge in
the area and within the context of economic, environmental and social, Logistics returning
significantly to the reuse of pallets after use and better disposal of chemical containers
emphasizing the use containers of 1000 liters. These procedures alleviate the damage caused
to the environment because it avoids the increased volume of chemical containers discarded
in nature. The research literature and will be attended by employees of the company that
conducted the case study, so this work will lead us to the current issue of utmost importance
for academics, businessmen and all those who are interested in this subject, Reverse Logistics.
Keywords: Reverse Logistics, Environment, Control Pallets and containers; Containers 1000
liters.
Introdução
A partir do fim da segunda guerra mundial, as empresas notaram a importância de se
ter um departamento para cuidar da Logística, onde a demanda crescia num ritmo acelerado,
os consumidores tornavam-se cada vez mais exigentes. Foi então que surgiu o conceito de
Logística empresarial, motivado por uma nova atitude do consumidor, sendo assim
reconhecido pelo meio acadêmico. Aqui no Brasil por volta de 1996, passou a ser estudada
como uma ferramenta estratégica, e foi introduzida nas organizações tornando-se um
diferencial competitivo para qualquer empresa. (CAIXETA e MARTINS 2010)
Por mais definições que possamos encontrar para a Logística nenhuma se difere tanto
da outra, a final o termo logístico é como se fosse uma linguagem universal, todos a definem
da mesma forma, com as mesmas vantagens, porém nem todos a aplicam com a mesma
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eficácia. A Logística Reversa passou a ser introduzida nesse contexto há poucos anos, é ainda
um assunto novo para os problemas atuais enfrentados pelas empresas e a sociedade.
(CAIXETA e MARTINS, 2010)
Segundo Guarnieri (2005), com o advento da globalização, e o consequente
atendimento a mercados distantes e alta rotatividade dos estoques, os armazéns descartam
quantidades enormes de materiais ao final do processo logístico. Esses materiais, além de
representarem considerável valor econômico, podem causar danos ao meio ambiente se
descartados de forma indiscriminada.
Diante desse fato surgiu a ideia do tema Logística Reversa (reuso das embalagens)
visando melhorias diante da necessidade de aperfeiçoamento da logística no local de trabalho,
trazendo redução de custos e que consequentemente também contribuindo para a redução dos
problemas ambientais, fator de extrema importância para um crescimento sustentável.
Como é visto a Logística Reversa pode ser uma importante arma, quando falamos de
diferencial competitivo. No que se refere à concorrência, podemos observar que as empresas
buscam cada vez mais reduzir seus custos de maneira a se tornarem mais competitivas no
mercado. Estes são alguns dos benefícios que uma Logística Reversa eficaz pode
proporcionar a uma organização seja ele micro, pequena, média ou grande.
Justificativa
Esta pesquisa consiste em mostrar a importância da implantação de um processo de
logística reversa em uma empresa, para reduzir o custo em relação a paletes e embalagens e
ainda contribuir para uma destinação adequada de produtos possivelmente degradantes do
meio ambiente. Para a administração algumas ações deverão ser tomadas como pesquisar a
melhor forma no recebimento e acondicionamento de materiais a ser utilizado e inclusive na
reutilização das embalagens, onde automaticamente impactará em reduções significativas de
custo e enxugando sua mão de obra em decorrência desta redução. Tarefa de o administrador
utilizar as ferramentas necessárias para redução de custos.
O assunto em foi abordado haja vista que os procedimentos adotados atualmente
pelas empresas não apresentam um resultado satisfatório em relação à redução de custo
aplicando a logística reversa nos itens específicos:
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a) Retorno de paletes;
b) Coleta e substituição de embalagens de produtos químicos.
Objetivos Gerais
Mostrar que na logística reversa é possível utilizar um serviço de retorno de
materiais que ainda possam ser reutilizados. Como por exemplo, os paletes que após uma
venda podem ser reutilizados.
Mostrar a importância de uma Logística Reversa eficaz que consequentemente
resultará em uma redução significativa de custos, imagem positiva da empresa perante a
sociedade e que também impactará no ciclo de sustentabilidade.
Mostrar que em uma alta demanda operacional das embalagens existe um alto índice
de risco de acidentes, devido ao formato das embalagens e seus encaixes, seja no manuseio
dessas embalagens ou até no transporte dos mesmos. Além disso, com esse formato de
embalagens seu armazenamento ocupa um grande espaço físico. Comprometendo a segurança
e a velocidade da operação.
Apontar os pontos favoráveis da logística reversa no uso das embalagens contínuas,
aquelas utilizadas para produtos químicos, desenvolvendo estratégias para as empresas que
ainda não utilizam o processo reverso dessas embalagens como forma de redução de custo,
apresentando práticas que atualmente são adotadas por muitas empresas no mercado.
Objetivos Específicos
Conscientizar de que a logística reversa é um diferencial para as empresas.
a) Identificar as dificuldades na reutilização contínua das embalagens de produtos
químicos;
b) Mostrar que o uso da logística reversa deve ser uma prática constante;
c) Contribuir para metas mercadológicas;
d) Reduzir o custo unitário do produto com utilização de novas embalagens;
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e) Mostrar como preservar o produto na armazenagem e transporte;
f) Facilitar ao cliente o uso do produto;
g) Promover a imagem de empresa e seu produto;
h) Facilitar o manuseio, estocagem e transporte;
i) Contribuir a preservação do meio ambiente.
Problemas de Pesquisa
Nos dias atuais, a maioria das empresas ainda não dá a atenção suficiente à questão
da logística reversa, sendo a grande problemática a questão de custo, pois as organizações
teriam de adotar novos processos de operação reversa, ou seja, tendo que realizar
investimentos em sua estrutura para poderem melhor administrar o processo de logística
reversa de produtos pós-venda e até pós-consumo.
a) Como é possível uma empresa adotar uma política de reutilização de paletes,
caixas de papelão e tudo aquilo que envolve uma pós venda, para uma possível reutilização
gerando assim uma otimização de custo?
b) Em relação ao pós-consumo, como administrar as embalagens contaminadas e
retornáveis de forma que as mesmas tenham uma destinação adequada, uma vez que o
Governo Federal fiscaliza e pune qualquer negligência referente às mesmas?
c) Com tudo isso, é possível colaborar com a preservação do meio ambiente, uma
vez que essa é uma questão cada vez mais observada pela sociedade e governos?
A logística reversa não gera receitas e sim a otimização dos custos, porém com
a falta de investimentos em relação a uma destinação final adequada de um produto pós venda
como caixas de papelão e paletes ou até de produtos pós-consumo como embalagens de
produtos químicos, incluindo aquelas utilizadas em agrotóxicos, nos deparamos com uma
falta de reutilização de materiais recicláveis, falta de otimização e a degradação de nosso
planeta.
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Hipóteses
a) Através de um planejamento objetivo e um direcionamento de foco é possível
pensar no que se pode reduzir em relação a custos.
b) Através de uma parceria entre o cliente e o fornecedor é possível criar um
canal único de reutilização atendendo as normas vigentes.
c) A partir de uma adaptação na reutilização de embalagens, é possível contribuir
para uma menor degradação ao meio-ambiente, estando assegurado por um processo correto,
viável e bem visto pelos meios.
Metodologia
A metodologia que adotamos para o desenvolvimento do nosso trabalho é baseada
em pesquisa bibliográfica, pesquisas na internet, revistas especializadas no assunto e pesquisa
de campo.
Para complementar nosso TCC, desenvolvemos um estudo de caso, aplicado em uma
empresa de grande porte na região de Jandira e deu se importância à redução de custo, pois
uma vez que executando um procedimento de reuso de embalagens de produtos químicos e
paletes, haverá uma considerável redução de custo e que consequentemente impactará em
uma contribuição significativa a preservação do meio ambiente.
Com o apoio dos Gestores no esclarecimento de informações de dados e o apoio dos
funcionários dessa empresa pudemos desenvolver um estudo de caso não só rico de
informações, mas também com muita qualidade e propriedade.
1 História da Logística
Apresentamos aqui, de forma sintetizada, um pouco da história da logística
empresarial e a apresentação de sua crescente introdução como parte da estratégia
empresarial, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, com a introdução de
sistemas mais sofisticados de informatização de controle e de decisão (LEITE, 2009).
De acordo com Larcerda (2005, p. 2)
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Logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo
de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de
informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de
recapturar valor ou realizar um descarte adequado.
1.1 Da Logística Empresarial à Logística Reversa – Breve Histórico
A logística pode ser entendida como uma das mais antigas e inerentes atividades
humanas na medida em que sua principal missão é disponibilizar bens e serviços gerados por
uma sociedade, nos locais, no tempo, nas quantidades e na qualidade em que são necessários
aos utilizadores. Embora, muitas vezes, seja decisiva em operações militares históricas, sua
introdução como atividade empresarial tem sido gradativa ao longo da história empresarial, de
uma simples área de estocagem de matérias, a uma área estratégica no atual cenário
concorrencial. (Paulo Roberto Leite, 2009, p.2)
Segundo Leite (2009, p. 2) essa evolução como atividade empresarial tornou-se
nítida a partir da segunda guerra mundial, quando se evidenciou como suporte às novas
tecnologias produtivas em empresas industriais. Ainda Leite (2009 apud DEMING, JURAN E
CROSBY, 2001), afirma que no sistema de produção Just-in-time, a partir dos ensinamentos
da qualidade total no qual se substitui a antecipação pela reação à demanda, o
equacionamento logístico dos fluxos de materiais em toda a cadeia de suprimentos, torna-se
fundamental. Novos relacionamentos com fornecedores e novas técnicas operacionais são
introduzidas, principalmente no Japão, dando início ao que se entende atualmente como
Supply Chain Management.
Para Lima (2002, p. 76):
“é mais um termo de origem militar aplicado ao mundo dos negócios, que, em sua
origem, referia-se ao planejamento e execução de projetos, armazenamento, transporte e
distribuição, manutenção e reparação de veículos e de armamentos”.
De acordo com Leite (2009, p. 2) nesse cenário, a alta velocidade de resposta, torna-
se imperativa a localização logística das empresas fornecedoras, o controle e o transporte de
suprimentos de componentes com alta frequência e pequenas quantidades, o contrato de
compra e venda de longo prazo, a garantia de qualidade dos componentes que entram
diretamente nas linhas de produção, o absoluto rigor no cumprimento de prazos e
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quantidades, entre outros aspectos, exigindo planejamento, operação e controle logístico de
alto desempenho nos níveis estratégicos, tático e operacional.
De acordo com o Dicionário Aurélio o termo logístico vem do francês “Logistique”
e tem como uma de suas definições:
[...] a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de projeto de
desenvolvimento, obtenção armazenamento, transporte, distribuição, reparação,
manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos.
(FERREIRA, 1986, p. 1045)
Já pela definição do Council of Logistic Management:
Logística é aquela parte do processo da cadeia de abastecimento que planeja,
implementa e controla o fluxo e estocagem eficiente e eficaz de produtos, serviços e
informações relacionadas desde o ponto de origem ao ponto de consumo, a fim de
atender as necessidades dos clientes. (MOURA et al, 2004, p. 8)
A partir dos anos 90, com a estabilização da moeda brasileira, o poder aquisitivo do
consumidor aumentou, e graças a esse aumento na renda do trabalhador, tem-se um frenético
aumento de consumo de bens e serviços. Desse aumento de consumo desenfreado e o ciclo de
vida dos produtos cada vez menor, devido às inovações tecnológicas no espaço de tempo
curtíssimo, e com clientes consumindo de forma mais consciente, as organizações começam a
se preocupar com o meio ambiente e por sua vez com o descarte desses bens e o possível
retorno desses ao início da cadeia, é onde se alicerça a logística reversa, que é o nosso objeto
de estudo e que de acordo com Dias (2005, p. 205), é a área da logística que trata, gerencia o
fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, desde o ponto de consumo até o
local de origem, ou seja, é o processo inverso da logística tradicional
(http://www.soartigos.com/artigo/11095/LOGISTICA-REVERSA/). Acesso em 19/10/12
Segundo Paulo Roberto Leite (2009, p.3), a logística empresarial torna-se área vital
para o processo empresarial em empresas que adotam esse tipo de produção.
Simultaneamente ao tempo histórico empresarial, desenvolvem-se os sistemas de produção
baseados no planejamento de necessidades de materiais (MRP - Material Requirements
Planning), geridos por computadores e predominantes nos Estados Unidos do pós-guerra, nos
quais a logística evidencia-se como atividade de planejamento e gestão de materiais. O MRP
é adotado nas principais indústrias que trabalham com produtos com altas quantidades de
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componentes e diversificados modelos em suas linhas montagem, permitindo planejamento de
compras e de produção, bem como seu controle.
Zaidat, Boucher e Vicent (2005, p. 21), mostram que os envolvimentos sociais e
econômicos estão caracterizados pela imersão de novas organizações induzidas por fatores
mercadológicos, produtos com ciclo de vida curto, alta variação da demanda necessidade de
flexibilidade e reação e rápido desenvolvimento da tecnologia de informação.
Conforme Leite (2009 p.06), a logística empresarial assume um papel relevante no
planejamento e controle do fluxo de materiais e produtos desde a entrada na empresa até sua
saída como produto finalizado.
A Logística é um processo que pode ser dividido em várias etapas: envolve compra e
venda, devolução de mercadoria por motivo de desistência ou de defeito e, finalmente, se
preocupa com o destino de um produto ao final de sua vida útil. A preocupação da Logística
Reversa (LR) é fazer com que esse material, sem condições de ser reutilizado, retorne ao seu
ciclo produtivo ou para o de outra indústria como insumo, evitando uma nova busca por
recursos na natureza e permitindo um descarte ambientalmente correto. Parece simples e
inteligente, mas o processo ainda não funciona bem. Informações extraídas do site
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/lixo/conteudo_471850.shtm Acesso em
10/10/2012.
Segundo Leite (2009) o processamento dos pedidos e o serviço oferecido aos clientes
são diferenciais estratégicos nas empresas, regulando, dessa forma, as quantidades a serem
produzidas e os modelos a serem fabricadas, sua sequência de fabricação, as quantidades e as
datas de entrega das matérias primas e os componentes diretos da fabricação, os estoques de
insumos e de produtos intermediários e acabados, entre outros, tornam-se fundamentais para o
cumprimento das estratégias empresariais.
De acordo com Leite (2009) na década de 1980 o advento de computadores pessoais,
os sistemas de comunicação e a digitalização das informações, permitiram acelerar o ritmo
empresarial, reduzindo os tempos de comunicação e as distâncias pelos espaços virtuais – a
globalização – que, como consequência, exigiram processos logísticos compatíveis com esse
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ambiente de maior complexidade operacional, de alta concorrência e volatilidade nos
mercados, tornando a logística vital para estratégia empresarial.
Segundo o site www.ean.brasil.com acessado em 12/04/2013 o advento do código de
barras permitiu a identificação de produtos e materiais em diversos estágios de seu fluxo,
digitalizando as informações e modificando a velocidade desses fluxos. Esse formato
certamente marca um avanço importante nas atividades da logística empresarial, contribuindo
para seu relevante papel nas últimas décadas.
O código de barras é uma forma de representar a numeração, que viabiliza a captura
automática dos dados por meio de leitura óptica nas operações automatizadas
(www.ean.brasil.com EAN Brasil, 2012).
Com a expansão do comércio global e do uso de computadores, descrições de
produtos e serviços em linguagem simples precisam ser substituídas por sistemas de
identificação que possam ser usados em todos os setores da indústria e comércio
mundialmente. o código de barras tem esta função, é uma forma de representar a numeração,
que viabiliza a captura automática dos dados por meio de leitura óptica nas operações
automatizadas (FRANCISCHINI, 2002, p. 129).
A logística empresarial adquiriu um novo status nas empresas, desempenha um papel
estratégico no planejamento das redes operacionais em todas as regiões do globo e controla os
fluxos dos materiais e as informações correspondentes em todas as fases da cadeia de
suprimentos. Com crescente utilização da informação logística, é possível obter maior
visibilidade dos fluxos logísticos ao longo das cadeias de suprimentos e maior racionalidade
em seus controles (LEITE, 2009, p.05).
Segundo Leite (2009) com a implantação de sistema de gestão empresarial
informatizado – ERP – (Enterprise Resources Planning) - , são introduzidos diversos
módulos de gerenciamento das operações em geral e, em particular, das operações logísticas.
Novos sistemas informatizados de gestão de atividades logística (Softwares) são
disponibilizados no mercado, com possibilidades de planejamentos, operação e controle com
maior velocidade e precisão.
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A intensa globalização dos mercados tornou o mercado mundial de prestação de
serviços logísticos atrativos a muitos grupos internacionais e nacionais, desencadeando
desdobramentos, aquisições e fusões de empresas para entrar nesse novo seguimento de
serviços. Empresas dedicadas a atividades de correios, transportes, armazém e afins entraram
nessa nova área, constituíram grandes grupos de prestação de serviços logísticos,
desenvolveram tecnologias logísticas especializadas de alto nível pelo mundo, iniciando
assim uma fase se intensa terceirização das tarefas logísticas. (LEITE, 2009)
Leite (2009) escreve que, simultaneamente, nesse momento histórico de globalização
acelerada dos mercados, empresas líderes em seus seguimentos, pressionadas principalmente
pelo aumento da concorrência em seus mercados no mundo e pela complexidade acrescida em
suas operações logísticas, buscam novas formas de obter competitividade. Identificam novas
possibilidades de aumento da eficiência em custos e serviços aos clientes por meio de uma
visão sistêmica da cadeia de suprimentos, afloram novas formas de relacionamento entre as
empresas, envolvendo todas as áreas empresariais em uma nova visão estratégica.
Desenvolvem-se novas estratégias de relacionamentos e parcerias efetivas nas cadeias de
suprimentos, compartilhando-se informações de diversas naturezas e coordenam-se os fluxos
de materiais e produtos em sua rede operacional, reduzindo ineficiências e melhorando o
atendimento de seus clientes diretos e finais – o Supply Chain Management. (SCM)
De acordo com Leite (2009), nesse cenário, as principais ideias de visibilidade e
velocidade nos fluxos logísticos para atendimento dos clientes pela demanda, equivalentes as
do sistema Just-in-Time industrial, são trazidas a todas as áreas das empresas modernas,
adequando todas as atividades empresariais à satisfação dessas parcerias à longo prazo nas
cadeias de suprimentos. A logística empresarial adquiriu papel de alta relevância estratégica,
contribuindo decisivamente para a competitividade empresarial.
A figura 1, apresentada a seguir, permitir identificar as 4 áreas operacionais da
logística empresarial atual, definição pela maioria dos autores, que privilegia a ideia de
Closed Loop na logística.
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Figura 1. Área de atuação da logística Empresarial Fonte: Leite, 2009, p.4
Distinguem-se a logística de suprimentos, com a responsabilidade das ações
necessárias para suprir a empresa dos insumos materiais; a logística de apoio à manufatura,
responsável por planejamento, armazenamentos e controle dos fluxos internos. Definem-se
ainda a logística de distribuição, que basicamente se ocupa da entrega dos pedidos recebidos,
a logística reversa, a mais nova área da logística, responsável pelo retorno dos produtos de
pós-venda e pós-consumo e de seu endereçamento a diversos destinos.
Conforme Leite (2009 p. 8), o imperativo empresarial atual exige das empresas,
simultaneamente, competir, cooperar e inovar em ambientes globalizados, em constantes
mudanças, com a introdução frequente de novos produtos, com clientes sensíveis a serviços,
requerendo de suas atividades velocidade de resposta, flexibilidade operacional, alta
visibilidade de suas cadeias de suprimentos e de seus negócios, de forma que se adaptem a
essas circunstâncias. Aumentos significativos nas quantidades e na variedade das mercadorias
produzidas e comercializadas atualmente exigem alto desempenho de planejamento, operação
e controle das cadeias de suprimentos para chegar eficientemente ao mercado.
Área de atuação da logística empresarial
Mercado
FornecedorOrganização
Mercado
Consumidor
Reintegração ao
ciclo de negócios
ou produtivo
Logística ReversaPós-venda
Pós Consumo
Logística de
Suprimentos
Logística de apoio
à manufatura
Logística de
Distribuição
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Logística empresarial é a função empresarial que concretiza tais ações necessárias
para a garantia do desempenho empresarial com importância reconhecida por
diversos autores, que a justificam como área estratégica fundamental para o sucesso
empresarial. (BALLOU, 1993, p. 23)
Até o presente momento pudemos exibir de maneira clara e objetiva a base da
logística, passando por sua história e sua real importância para as organizações e finalmente
alavancarmos nesse assunto e termos fundamentos e propriedades em nossas afirmações para
tratarmos de maneira aprofundada e contextualizada a respeito de Logística Reversa.
Seguindo essa tendência estratégica de redução de custos e endereçamentos
apropriados a produtos que podem ser reutilizados ou devidamente destinados com o intuito
de preservação ambiental, passaremos da tão importante e vital logística empresarial para a
uma nova visão de logística, a chamada logística reversa.
1.2 Definições de Logística Reversa
A Logística é um tema bastante discutido e de grande interesse para organizações de
diversos segmentos de mercado. Já a Logística Reversa é uma área recente com poucas
referências bibliográficas, entretanto é crescente o interesse das empresas que buscam
diferencial competitivo. Existem algumas definições para a Logística Reversa e os canais de
distribuição reversos, alguns autores definem os objetivos.
A Logística Reversa é como a área da logística empresarial que planeja, opera e
controla o fluxo de informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de
pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio
dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas:
econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.
(LEITE, 2002, p. 97)
De acordo com Caixeta Filho e Martins apud Stock (1998, p. 15), “a Logística
Reversa se refere ao papel da logística no retorno de produtos, redução da fonte, reciclagem,
substituição de materiais, disposição dos resíduos entre outros”.
Caixeta Filho e Martins (2001) com base no conceito de aplicado por Leite (2002)
descrevem que Logística Reversa representa todos os assuntos relacionados redução,
reciclagem, substituição, reuso de matérias e a disposição final. Afirmam que os aspectos
ambientais têm um grande impacto no trabalho logístico e será o maior assunto na área da
logística dos próximos anos.
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Segundo Leite (2002) a Logística Reversa vem se definindo com o passar do tempo,
abrangendo novas áreas e gerenciamentos de fluxos com o objetivo de tornar possível o
retorno dos bens ou de materiais que constituem o ciclo produtivo ou de negócios. Existem
diferentes tipos de fluxos logísticos, tais como: diretos - são fornecedores e clientes e reversos
- fornecedores, fabricantes e clientes.
O autor Nogueira (2012) afirma que em setores de indústrias, os fluxos de retorno de
embalagens e produtos, devoluções de clientes ou o reaproveitamento dos mesmos é a
Logística Reversa mais recente.
Leite (2002) descreve dois campos da Logística Reversa: pós-venda tem como
objetivo agregar valor a um produto que é devolvido por razões comerciais, erros de
procedimentos dos pedidos, garantias, entre outros, bem como planejar, operar e controlar o
fluxo de retorno destes produtos; em outras palavras são constituídos pelas formas e
possibilidades de retorno de uma parcela de produtos, com pouco ou nenhum uso, que fluem
no sentido inverso, do consumidor ao varejista ou ao fabricante, do varejista ao fabricante
entre empresas, motivados por problemas relacionados à qualidade em geral ou a processos
comerciais entre empresas, retornando ao ciclo de negócio de alguma maneira, já a de pós-
consumo tem o objetivo de agregar valor a um produto inservível - que tenha condições de
utilização - produtos no final da vida útil ou usado que podem ser reutilizados - geralmente
tem origem de bens duráveis ou descartáveis dos canais de reversos de reuso, desmanche e
reciclagem.
Segundo Leite (2002 p.17) a Logística Reversa pós-venda é constituída pelos
seguintes aspectos:
Garantia / Qualidade: produtos que apresentam defeitos, avarias e outros; que
podem ser consertados e voltar ao mercado;
Comerciais: são produtos de estoques (liquidação, excesso), que retornam ao ciclo
através da redistribuição;
Substituição de componentes: produtos que são consertados ou remanufaturas e
voltam ao mercado ou para reciclagem, quando não podem ser reaproveitados.
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Conforme Leite (2002, p.17) no pós-consumo são classificados devido a função do
seu estado de vida e origem, conforme segue:
Condições de uso: os bens que estão em condições reutilização, denominando este
canal de reuso, até atingir o fim da vida útil constituindo o looping.
Fim da vida útil: a Logística Reversa pode atuar em dois segmentos – bens duráveis
entram no canal de desmontagem e reciclagem industrial, sendo desmontados na etapa de
desmanche que será reaproveitado / remanufaturado ou usado na própria indústria no canal
reverso - bens descartáveis retornam através da reciclagem industrial que constituirá matéria-
prima para fabricação de produtos ou quando não há condições vão para o destino final
(aterros sanitários, lixões e incineração).
O autor Leite (2002) identifica que existem interesses na implementação do retorno
de bens de pós-venda e de pós-consumo, tais como: fator econômico – de grande importância
para as empresas, objetivos ecológicos e imagem corporativa - que visam contribuir com a
comunidade, também o objetivo legal, que é caracterizado pela exigência ao fabricante da
devida destinação final ao produto, obrigando a cadeia a aceitar a devolução de embalagens
de seus clientes e responsabilizar pelo retorno do produto perigoso.
1.3 Objetivos da Logística Reversa
Segundo Leite (2003, p. 34) o objetivo da implementação da Logística Reversa é a
revalorização de bens, pode-se considerar os tipos abaixo:
Revalorização econômica: o interesse é na obtenção de economia da reutilização /
comercialização no mercado secundário dos bens de pós-consumo ou economia obtida na
substituição de matéria-prima virgem por matérias-primas secundária.
Revalorização ecológica: o interesse da empresa é obter uma boa imagem
corporativa, adaptando-se as novas condições do mercado competitivo onde o marketing
ambiental se torna uma estratégia empresarial e demonstrando à sociedade, formas de
proteção contra os impactos negativos de seus produtos ao meio ambiente.
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Revalorização legal: são exigências de cumprimento de legislações ambientais, sob
pena de serem punidas pelo impacto de seus produtos no meio ambiente.
De acordo com Leite (2003) para tomada de decisão estratégica relacionada a
construção de uma rede reversa é preciso realizar uma análise integral / minuciosa dos fatores
ligados e de influência. A terceirização de atividades especializadas tem sido muito utilizada
na implementação, pois as empresas individualmente não possuem volume de negócios que
justifiquem sua especialização em todas as etapas.
Para Leite (2003) o tipo de tecnologia utilizado pela empresa determinará a forma
adequada de Logística Reversa a ser utilizada. E também é possível deduzir o valor e a
quantidade disponível dos bens de pós-consumo de acordo com as peculiaridades do
segmento e do custo logístico, bem como o nível de integração da rede reversa.
Conforme Leite (2003) existe dois tipos natureza dos produtos de pós-consumo:
durável em condições de reutilização e de alto valor relativo, tem tendência de ciclo fechado e
integrado a fim de garantir a integridade, sempre utilizando empresas prestadoras de serviços
logísticos especializado; descartáveis de baixo valor, portanto de reduzido interesse de
revalorização econômica.
1.4 Impacto da Logística Reversa na organização
Segundo Leite (2003) alguns fatores importantes e que influenciam nas quantidades
do fluxo reverso de pós-consumo são: a localização de origens, destinos, a organização dos
diversos tipos de coleta, considerando que será eficiente o processo se houver interesse das
empresas de determinado setor e governo, ou seja, só através dessa união haverá
revalorização logística dos produtos de pós-consumo nos canais reversos, tornando os
produtos e materiais de pós-consumo acessíveis nos locais em quantidades adequadas e
permitindo a viabilidade econômica das diversas etapas reversas.
O autor Nogueira (2012) afirma que a Logística Reversa está sendo levada cada vez
mais a sério no Brasil, onde as empresas de hoje devem saber utiliza - lá como forma de
competitividade, reestruturando e organizando seu fluxo, tanto para a satisfação da empresa e
principalmente a satisfação do cliente.
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De acordo com Leite (2003) existem dificuldades na logística de pós-consumo
principalmente porque as empresas produtoras de matérias-primas novas estão localizadas
próximas às fontes de recursos naturais - como exemplo: as indústrias de papel normalmente
se localizam perto das florestas, as siderúrgicas ficam próximas às jazidas de minério de ferro
e as indústrias químicas de resinas de plásticos encontram-se próximas a centros
petroquímico - desta forma, as fontes ou produtos de pós-consumo e seus subsequentes
tratamentos reversos geralmente encontram-se próximo aos centros urbanos, gerando
dificuldades logísticas em seu aproveitamento como substitutos da matéria-prima primária.
Para Leite (2003) é visível a tendência de aproximação de alguns setores a
determinadas unidades industriais de reaproveitamento de matéria-prima secundárias dos
centros urbanos, reduzindo as distâncias e os custos de transporte.
Leite (2003) explica que alguns produtos descartáveis ou duráveis sem condição de
uso apresentam peso/volume e preço/peso muito baixo, mas na ótica da Logística as diversas
etapas dos canais reversos elevam o custo do transporte dos materiais. Já alguns materiais –
como exemplo: metais, jornais, revista, resíduos industriais previamente adensados, entre
outros - são exceções sendo que o volume é mais adequado para o transporte, entretanto
mesmo nesses casos o raio de ação de transporte raramente ultrapassa 100 km na fase de
coleta dos produtos de pós-consumo – exemplo dessa limitação são as coletas de lixo urbano
e as coletas seletivas, nas quais a densidade de carga é muito baixa.
Para Leite (2003) é notável que a dispersão / distância geográfica das origens dos
produtos de pós-consumo exigem coletas em pequenas quantidades, que sofrem etapas
logísticas intermediárias de seleções e adensamento, permitindo transporte a maiores
distâncias.
Concordamos com o autor ao explicar que:
Entende-se por revalorização logística a adequação de localização aos produtos de
pós-consumo de modo que se viabilize uma rede reversa. O desenvolvimento de
uma rede de distribuição Logística Reversa, diretamente ou por parceria, convênio
com poderes públicos, cooperativas etc.., permitirá as empresas revalorizar
logisticamente produtos de pós-consumo , agregando – lhes valor e confortando
situações empresariais. (LEITE, 2003, p. 72)
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Dentro desse cenário ou do cenário já visto é fácil compreendermos a necessidade
das preocupações em facilitar os transportes, os estoques, a movimentação de materiais, o
nível de integração das atividades logísticas e o sistema de informação correspondente a fim
de adequar os diversos fluxos de materiais e mercadorias em toda a cadeia logística.
1.5 Condições essenciais de organização e implementação da Logística Reversa em um canal
reverso.
Remuneração em Todas as Etapas Reversas.
Segundo Leite (2003), na Logística Reversa, deve-se obter uma lucratividade
compensadora, onde os custos obtidos permitam preço de venda dos reciclados inferiores ou
compatíveis com matérias primas virgens que serão substituídas.
Qualidade dos Materiais Reciclados
Conforme Leite (2003), o retorno ao ciclo produtivo dos materiais deve ser
economicamente aceitável e obtendo também sua qualidade do pós-consumo, que influenciará
na matéria prima secundária.
Escala Econômica de Atividade.
De acordo com Roberto Leite (2003), a quantidade de reciclados deve ser suficiente
e de certo modo a uma quantidade satisfatória no fornecimento do pós-consumo.
Mercado para Produtos com Conteúdo de Reciclados
Segundo Leite (2003), os produtos que são fabricados com materiais reciclados
devem ter qualidade, pois reflete com muita importância em mercado final.
Concordamos com o autor ao explicar que:
Logística reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição
de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e
remanufatura. (STOCK, 1998:20, Apud LEITE, 2003)
1.6 Produto logístico de pós-consumo
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Para Leite (2003), os materiais depois de serem utilizados transformam-se em
produtos de pós-consumo, que devem ser descartados corretamente através de incineração
(queima dos resíduos), aterros sanitários (seguros e autorizados) ou também retornar ao ciclo
produtivo como reciclagem ou reuso em sua vida útil.
Classificam-se materiais de pós-consumo em três categorias:
Bens descartáveis: materiais que tem a durabilidade no máximo de 6 (seis) meses.
São produtos como embalagens, brinquedos, materiais para escritório, suprimentos para
computadores, artigos cirúrgicos, pilhas, fraudas, jornais, revistas e etc.
Bens semiduráveis: materiais que tem a durabilidade de alguns meses, não passando
de dois anos. São produtos como baterias de veículos, óleos lubrificantes, baterias de celulares
etc.
Bens duráveis: materiais que tem a durabilidade variando entre alguns anos e
décadas apresentam a possibilidade de reutilização. São produtos como automóveis,
eletrodomésticos, eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos industriais, navios, aviões etc.
Segundo Nogueira (2012), o ciclo de vida do produto não acaba com sua entrega ao
cliente, ou seja, os produtos depois de utilizados, danificados ou que não funcionem devem
retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou
reaproveitados.
1.7 Canais de distribuição diretos e reversos
De acordo com Leite (2009), os canais de distribuição reversos de pós-consumo, são
constituídos pelo fluxo reverso de uma parcela de produtos de materiais constituintes
originados no descarte dos produtos, depois de finalizada sua atividade original, retorna ao
ciclo produtivo de alguma maneira. Distinguem-se três subsistemas reversos: Os canais
reversos de reuso, de remanufatura e de reciclagem. Observamos também, no esquema geral
apresentado, a possibilidade de uma parcela desses produtos de pos-consumo ser dirigida a
sistemas de destinação final seguro ou controlados, que não provocam poluição, ou não
seguro, que provoca impactos maiores no meio ambiente.
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1.8 Canais de distribuição reversos de bens de pós-consumo (CDR – PC)
Os bens industriais apresentam ciclos de vida útil de algumas semanas ou de muitos
anos, após os quais são descartados pela sociedade, de diferentes maneiras, constituindo os
produtos de pós-consumo e os resíduos sólidos em geral. As diferentes formas de
processamento e de comercialização dos produtos pós-consumo ou de seus materiais
constituintes, desde sua coleta até sua reintegração ao ciclo produto como matéria prima
secundária, são denominadas, neste livro, de – Canais de Distribuição Reversa de pós-
consumo – (LEITE, 1999 p 17).
De acordo com Leite (2009) os bens industriais classificados como duráveis ou
semiduráveis, após seu desembaraço pelo primeiro possuidor, tornam-se produtos de pós-
consumo. Nos casos em que ainda apresentam condições de utilização podem destinar-se ao
mercado de segunda mão, sendo comercializado diversas vezes.
O caso mais comum desse tipo de canal reverso é de veículos em geral, eletrômetros,
produtos de informática e vestuário, entre outros exemplos, que possuem trabalho de segunda
mão instituído em todas as regiões do planeta (Leite, 2009). Entrando no mérito de nosso
trabalho, os paletes podem ser reutilizados de maneira a serem reaproveitados até fim de sua
vida útil. Nesses casos, portanto, os canais reversos de reuso são definidos como aqueles em
que se tem a extensão do uso de um produto de pós-consumo ou de seu componente, com a
mesma função pela qual foi originalmente concedido, ou seja, sem nenhum tipo de
remanufatura (DIAS, 1993, p.135). Devemos observar que, nesses casos, o termo ‘pós-
consumo’ é adotado como sinômino de bem usado, mesmo que ainda haja interesse em sua
reutilização.
Após os bens atingirem seu fim de vida útil efetivo – é nessa categoria de pós-
consumo incluem-se os produtos descartáveis que apresentam vida útil de algumas semanas.
O fluxo reverso de bens por meio de dois grandes sistemas de canais reversos de
revalorização: O canal reverso de ‘remanufatura’ e o de ‘ reciclagem’. Na impossibilidade
dessas revalorizações, os bens de pós-consumo encontram a ‘ disposição final’ em aterros
sanitários.
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Remanufatura é o canal reverso no qual os produtos podem ser reaproveitados em
suas partes essenciais (‘cores’), mediante a substituição de alguns componentes
complementares reconstituindo-se um produto com a mesma finalidade e natureza do original.
Esse processo industrial é denominado remanufatura industrial. (LEITE, 2009)
De acordo com Leite (2009), as embalagens de produtos químicos ou agrotóxicos
são outros exemplos que podem mencionados como remanufatura, pois em status de avaria,
podem perfeitamente ser retrabalhados e novamente utilizados pelos seus fabricantes em um
processo que teria a participação efetiva e minuciosa do laboratório e do setor de qualidade, a
fim de providenciar um retorno seguro do produto ao setor de armazenagem e por fim ao
cliente final.
Podemos definir ‘desmanche’ como um processo industrial no qual um produto
durável de pós-consumo é desmontado em seus componentes. Os componentes em condições
de uso ou remanufatura são separados e destinados à remanufatura industrial e os materiais
para os quais não existem condições de revalorização são enviados para a reciclagem
industrial. Os primeiros são enviados, diretamente ou após remanufatura, ao mercado de
peças usadas, enquanto os materiais inservíveis são destinados a aterros sanitários ou são
incinerados (LEITE, 2009).
A disposição final é entendida, aqui, como o último local de destino para o qual são
enviados produtos, materiais e resíduos em geral sem condições se revalorização.
Tradicionalmente são consideradas ‘ disposições finais seguras’, sob o ponto de vista
ecológico, em aterros sanitários tecnicamente controlados, nos quais os resíduos sólidos de
diversas naturezas são ‘estocados’ entre camadas de terra, para que ocorra sua absorção
natural, ou são incinerados, obtendo-se a revalorização pela queima e extração de sua energia
residual. A ‘disposição’ final não controlada’, constituída pela deposição desses resíduos em
lixões não controlados e pelo despejo em córregos, rios, terrenos etc. resulta em poluição
ambiental.
Compreende-se, então, que o fluxo reverso dos bens de pós-consumo nos canais de
distribuição reversos de bens de pós-consumo refere-se a uma parcela do total existente,
sendo a outra parte destinada a disposições seguras ou não seguras.
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Esses produtos ou materiais de pós-consumo, quando não retornam ao ciclo
produtivo de alguma forma, em quantidades adequadas, constituem-se em acúmulo
que excedem em alguns casos, as diversas possilibidades e capacidades de
‘estocagem’, transformando-se em ‘problemas’ ambientais com ‘visibilidade’
crescente no limiar de nosso século. (FULLER E ALLEN, 1995, p.244)
Nas últimas décadas, os impactos causados sobre o meio ambiente pelos produtos e
processos industriais, acrescidos dos grandes desastres ecológicos cada vez mais próximos e
que fazem parte da vida moderna, tornaram-se mais visíveis à sociedade em geral,
modificando hábitos de consumo em alguns países, bem como a percepção empresarial sobre
a importância desses canais reversos sobre sua imagem corporativa. No final do século XX, as
sociedades mais desenvolvidas preocupavam-se com as crescentes quantidades de produtos
descartáveis provenientes de embalagens de alimentos em geral. (Leite, 2009)
Regulamentações expressas que visam equacionar melhor o retorno dos produtos em
geral, reduzindo seus impactos no meio ambiente e outros aspectos evidenciando no decorrer
deste livro, justificam o interesse crescente pelas oportunidades e riscos dos canais de
distribuição reversos de pós-consumo.
1.9 Canais de distribuição reversos de bens de pós-venda (CDR-PV)
Os bens industriais de pós-venda – que, por diversos motivos, retornaram à cadeia de
suprimentos, sendo reintegrados ao ciclo de negócios, por meio de uma diversidade de formas
de comercialização e de processamentos – constituem outra categoria de fluxos reversos
denominados “canais de distribuição reversos de pós-venda”. Esses produtos retornam por
uma variedade de motivos: término de validade, estoques excessivos no canal de distribuição,
por estarem em consignação, por apresentarem problemas de qualidade e defeitos etc., após
serem destinados aos mercados secundários, a reformas, ao desmanche, à reciclagem dos
produtos e de seus materiais constituintes ou a disposição reversa, de acordo com a definição
do Council of Logistcs Management. (CLM, 1993, p.3).
Esses canais reversos também apresentam importância crescente, tanto do ponto de
vista estratégico-empresarial como do ponto de vista econômico, para alguns setores
empresariais. Estima-se que atinjam cerca de 35 bilhões de dólares anuais nos Estados
Unidos, ou seja, cerca de 0,23% do Produto Nacional Bruto (PNB) do país. Levando-se em
conta que as preocupações com esses canais reversos são relativamente recentes, mesmo nos
Estados Unidos, pode-se avaliar que essas cifras aumentarão em poucos anos. O mercado de
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peças de reposição de automóveis representou um valor econômico de 36 bilhões de dólares
em 1997, apresentando 12 mil empresas de desmontagem em atividade, à época, no país
(Rogers e Tibben-Lembke, 1999, p. 6).
Pesquisas realizadas nos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil, revelando a
importância econômica e estratégica na obtenção de diferenciados objetivos empresariais, que
justificam as preocupações crescentes com esses fluxos reversos de pós-vendas. (LEITE,
2009 APUD CLM, 1993, p.3)
O fluxo reverso de bens de pós-venda pode se originar de várias formas, por
problemas de desempenho do produto ou por garantias comerciais; ao mesmo tempo, pode se
originar em diferentes momentos da distribuição direta, ou seja, do consumidor final para o
varejista ou entre membros da cadeia de distribuição direta. Dentre os problemas de
desempenho mais comuns, podem ser citados as avarias de transporte e os defeitos em
garantia, enquanto os comerciais são os erros de pedido, a limpeza de canal nos elos da cadeia
de distribuição, os excessos de estoques, o fim de estações, o fim de vida comercial o produto,
os estoques obsoletos, entre outros.
1.10 Definições da área de atuação
Nas últimas décadas, vivenciamos uma indiscutível ânsia de lançamentos de
produtos e modelos em todos os setores empresariais e em todas as partes do globo.
Comparando a quantidade de modelos que compõem uma única categoria de produto com a
quantidade adquirida há algumas décadas, é possível constatar, sem dificuldade, um
crescimento extraordinário. Empresas elaboram produtos e modelos específicos para
satisfazer diferentes segmentos de clientes em uma variedade de aspectos: além das cores,
tamanhos, capacidade e especificações diferenciadas, os produtos são segmentados por idade
e sexo, etnia dos clientes, sabor e odor de diversas naturezas, tamanho e tipo de embalagem,
teores de açúcar de gordura etc. (LEITE, 2009)
Segundo Callegari (2009), do ponto de vista das empresas, alguns cuidados precisam
ser tomados. Nos locais de armazenagem, faz-se necessário estruturar sistemas capazes de
lidar com estes volumes crescentes (e dificilmente previsíveis). Além disso, assim como a
logística tradicional, a logística reversa tem como um dos principais componentes os sistemas
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de transporte. É necessário que os sistemas de roteamento sejam capazes de solucionar os
complexos problemas de entregas e coletas simultaneamente, levando em conta, dentre outras
restrições, as capacidades dos caminhões e os intervalos de tempo (este problema é chamado
tecnicamente de pickup and delivery routing problem - PDRP).
Leite (2009) afirma que por outro lado, observa-se uma nítida redução no tempo de
vida mercadológico e útil dos produtos em todos os setores da atividade humana. O ciclo de
vida mercadológico dos produtos se reduz em virtude da introdução de novos modelos, que
tornam os anteriores ultrapassados em consequência de seu próprio projeto, pela concepção
de ser utilizada uma única vez, pelo uso de materiais de menor durabilidade, pela dificuldade
técnica e econômica de conserto etc.
Como resultado, há quantidades maiores de produtos, ainda sem uso ou já
consumidos, que retornam de alguma forma ao ciclo produtivo ou de negócios. Produtos
obsoletos sob diversas óticas, com defeitos ou dentro da garantia, com validade vencida, com
excesso de estoque, não consumidos ou com pouco uso, retornam ao ciclo de negócios na
busca pela recuperação de valor de alguma natureza. Produtos no fim de sua vida útil ou em
condições de reutilização e resíduos industriais, não apresentando interesse ao primeiro
proprietário, retornam ao ciclo de negócios ou produtivo idênticos, porém por caminhos
diferentes dos primeiros (Leite, 2009).
Já Rogers e Tibben-Lembke (1999, p. 2) apud LEITE (2009), adaptando a definição
de logística do Council of Logistics Management (CLM), Conselho de Gestão de Logística
(CGL) definem a Logística Reversa como:
O processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo
do custo de matérias primas, estoque em processos, produtos acabados e informações
correspondentes do ponto de consumo ao ponto de origem com o propósito de recapturar o
valor ou destinar à apropriada disposição.
Nos ambientes globalizados e de alta competitividade em que vivemos, as empresas,
modernas reconhecem cada vez mais que, além da busca pelo lucro em suas transações, é
necessário atender a uma variedade de interesses sociais, ambientais e governamentais,
garantindo seus negócios e sua lucratividade ao longo do tempo (LEITE, 2009). Dessa forma,
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torna-se necessário satisfazer diferentes stakeholders – acionistas, funcionários, clientes,
fornecedores, comunidade local, governo – que avaliam as empresas sob diferentes
perspectivas. O planejamento empresarial em seus diversos níveis (estratégico, tático e
operacional) deve ser elaborado de acordo com a visão holística de competir, colaborar e
inovar. (LEITE, 2009)
Atualmente, tornou-se impossível ignorar os reflexos que o retorno dessas
quantidades crescentes de produtos de pós-venda e de pós-consumo causam nas operações
empresariais. O retorno dos produtos de pós-venda em grande quantidade precisa ser
equacionado, sob pena de interferir nas operações e na rentabilidade das atividades das
empresas. (MOREIRA, 2012).
Por outro lado, e não menos importante, as crescentes quantidades de produtos de
pós-consumo, ao esgotar os sistemas tradicionais de disposição final, se não equacionadas,
provocam poluição por contaminação ou por excesso. Legislações ambientais, visando à
redução desse impacto, desobrigam gradativamente os governos e responsabilizam as
empresas, ou suas cadeias industriais, pelo equacionamento dos fluxos reversos dos produtos
de pós-consumo. A isso, acrescenta-se o fato de que a falta de equacionamento desses fluxos
reversos pode se constituir em um risco à imagem da empresa, à sua reputação de empresa
cidadã e consciente da responsabilidade socioambiental diante da comunidade. (Leite, 2004)
Os primeiros estudos sobre logística reversa são encontrados nas décadas de 1970 e
1980, tendo seu foco principal relacionado ao retorno de bens a serem processados em
reciclagem de materiais, denominados e analisados como canais de distribuição reversos. A
partir da década de 1990, pelas razões anteriormente expostas, o tema tornou-se mais visível
no cenário empresarial. (BRITO e LEITE, 2002)
A observação dos hábitos empresariais no Brasil tem revelado avanços importantes
na implementação da logística reversa, como consequência do crescimento dos volumes
transacionados nestes últimos anos, da difusão de suas principais ideias, da melhor
compreensão de seus objetivos e possibilidades estratégicas, bem como das oportunidades
empresariais para os agentes das cadeias de suprimentos (LEITE et al., 2008).
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Segundo Lacerda (2000), os processos logísticos reversa têm oferecido consideráveis
retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens
retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em
desenvolvimento e melhoria nos processos reversos.
Segundo Leite 2009, já no ano de 2003, mais de 80% dos operadores logísticos
atuantes no Brasil oferecia o serviço de logística reversa, revelando crescimento acentuado de
interesse, diferente entre setores em razão dos diversos níveis de impacto causados pelo
retorno de produtos e materiais ao ciclo de negócios e produtivo.
1.11 Canais de distribuição reversos
Segundo Leite (2003) os canais de distribuição são conhecidos pelas diversas etapas
onde os bens produzidos são comercializados até chegar ao consumidor final. Desta forma,
canais de distribuição reversos são as etapas, formas e os meios em que uma parte dos
produtos retorna ao ciclo produtivo ou de negócio, agregando valor em mercados secundário
pelo reuso ou pela reciclagem de seus materiais.
Para Leite (2003) existem dois tipos de canais de distribuição reversos o de pós-
consumo e pós-venda. O pós-venda é constituído pelas formas e possibilidades de retorno de
produtos, com ou sem uso, que faça o sentido inverso – consumidor, varejista ou fabricante –
geralmente devido problemas de qualidade, processos comerciais, que retornam ao ciclo de
negócio. O pós-consumo é constituído pelo fluxo reverso de produtos e materiais originados
do descarte depois de finalizada sua utilidade original ao ciclo produtivo. São divididos em:
canais reversos de “reciclagem” e de “reuso” ou são disponibilizados para a destinação final
segura e controlada.
Conforme Leite (2003) após a primeira utilização os produtos são considerados de
pós-consumo sendo que as formas de processamento e comercialização são denominadas
“canais de distribuição reversos de pós-consumo”. Os canais de reuso são aqueles que os bens
de pós-consumo têm utilidade igual a que foi destinada inicialmente, caso ainda tenha
condições de utilização são destinados ao mercado de segunda mão até o fim da vida útil.
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Para Leite (2003) os bens de pós-consumo que atingem o fim da vida útil são
geralmente os descartáveis, que se destina ao “desmanche”, “reciclagem” ou disposição final
em aterros sanitários ou incinerados. Pode-se definir “desmanche” como o processo de
desmontagem no qual as peças em condições de uso são separadas para reutilização. Já a
“reciclagem” é a revalorização de materiais através da transformação em matéria-prima
secundária ou recicladas que serão incorporadas a fabricação de um novo produto. A
“disposição final” é o último destino do material sem condição de revalorização. São
recomendados locais ecologicamente corretos, aterros sanitários controlados onde os resíduos
são absorvidos pela terra.
1.12 Fator econômico da Logística Reversa
Leite (2003) escreve que a Logística Reversa como uma cadeia de distribuição,
reciclagem e reutilização, traz para a organização o objetivo de economia, desde que todas as
etapas reversas estejam reestruturadas para esse segmento, ou seja, deverá a empresa
implementar em seus setores recursos necessários para que seja assim utilizado.
Leite (2003) cita alguns exemplos de economia obtida através da Logística Reversa,
conforme segue:
Valor econômico nos canais reversos: tem a substituição de matéria-prima primária
por secundária, impactando no valor da venda.
Ferro / aço no Brasil: existe facilidade na reutilização do aço como matéria-prima
secundária, no Brasil é reaproveitado cerca de 17%.
Alumínio no Brasil: O alumínio também é um produto com a facilidade de
reutilização como matéria-prima secundária, no Brasil foi utilizado cerca de 13%.
Plástico no Brasil: tem um nível de reciclagem de 15%.
Já para Nogueira (2012), além dos custos com a matéria-prima, produção,
armazenagem e estocagem. O produto tem custos que estão relacionados a todo o
gerenciamento do seu fluxo reverso, ou seja, há custos para a reciclagem, reutilização e
descarte desses produtos.
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Para Caixeta Filho e Martins (2001) o transporte, se utilizado adequadamente,
apresenta uma fonte de redução de custos, como exemplo: roteirização e programação horária
de veículos, escolha do modo de transportes, a escolha entre transporte público e privado,
planejamento de tráfego entre outros assuntos.
Leite (2003) chega a conclusão que a sociedade perde no mínimo cerca de 6 bilhões
de reais no Brasil por não reciclar os materiais do lixo urbano.
1.13 Fator ecológico na Logística Reversa
Segundo Leite (2003) atualmente a sociedade tem se preocupado com equilíbrio
ecológico, pois a quantidade de produtos descartados (lixo urbano) vem aumentando e não é
encontrando canais de distribuição reversos devidamente estruturados e organizados,
provocando muita diferença entre quantidade de produtos descartados e os reaproveitados.
Leite (2003) afirma que a sensibilidade ecológica vem manifestando em empresas e
governos atitudes para amenizar os efeitos mais visíveis dos diversos tipos de impacto ao
meio ambiente, aproveitando também para um interesse de diferenciação estratégica para seus
produtos e interesses políticos.
Caixeta Filho e Martins (2001) retratam a falta de conscientização da sociedade, que
precisa compreender a necessidade de reduzir seus resíduos, considerando que a matéria-
prima virgem será escassa em poucos anos e capacidade dos aterros e incineradores é finita.
Para Leite (2003) os consumidores estão cada vez mais preocupados e dispostos a
pagar mais pelos produtos feitos pensando no meio ambiente, além disso, os acionistas têm
preferência por investir em empresas comprometidas com o meio ambiente.
Conforme nos mostra Caixeta Filho e Martins (2001), as empresa estão utilizando os
3R’s – Reduzir, Reciclar e Reutilizar - para que seus produtos possam agredir o mínimo
possível o meio ambiente.
Para Caixeta Filho e Martins (2001) os resíduos sólidos vêm se transformando em
um problema para as grandes cidades, sendo que aquelas que ainda não tomaram nenhuma
providência ou ao menos venha estudando uma forma de resolver esse problema, certamente
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enfrentarão problemas de sujeira, proliferação de insetos, contaminação das águas, plantas e
animais, e o aparecimento de frequentes doenças. Os investimentos para o tratamento dos
resíduos sólidos são altos em relação aos orçamentos (escassos) municipais e se não for feito
corretamente podem acarretar custo de manutenção elevada e grandes danos ambientais.
Logo, este é o momento para o governo (municipal, estadual e federal) e comunidade buscar
soluções para seus lixos / resíduos sólidos.
Assim como Caixeta Filho e Martins (2001) acreditamos que a Logística Reversa
tem grande importância no processo de destinação de resíduos, a sugestão é a utilização da
reciclagem e reuso de materiais, podendo minimizar o uso dos aterros e incineradores, que
representa um grande impacto ambiental.
De acordo com Leite (2003) a sociedade tem desenvolvido novas legislações e novos
conceitos de responsabilidade empresarial, adequando assim o crescimento econômico com as
variáveis ambientais. O desenvolvimento sustentável está sendo utilizado constantemente para
atender às necessidades presentes se preocupando com o futuro.
O autor Leite (2003) define que a legislação ambiental estuda desde a fabricação e
uso da matéria prima até o produto final, regulamentando a produção e o uso de selos verdes
para a identificação de produtos amigáveis ao meio ambiente, e quais produtos podem ser
depositados em aterros ou não, a restrição de utilização de matéria-prima secundaria e outros.
Leite (2003) também afirma que as indústrias devem se responsabilizar por seu
produto desde sua fabricação até a decisão correta do seu destino após seu uso original.
Conforme Nogueira (2012) as empresas devem se preocupar com o ciclo de vida dos
produtos mesmo depois de serem entregues aos seus clientes, pois deverá ter a
responsabilidade referente à legislação ambiental, onde os mesmos não prejudiquem o meio
ambiente.
De acordo com Leite (2003) a análise do ciclo de vida útil dos produtos estuda as
consequências ambientais desde a fabricação até a disposição final. A norma ISO 14000,
padroniza estas técnicas e a ideia principal é que se tenha um instrumento de medição para
escolher a forma que tenha menor impacto ambiental (exemplo: optar por embalagens
descartáveis ou retornáveis), além disso, as empresas antecipam-se os impactos causados por
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seus produtos, disponibilizam departamentos especializados nas legislações relacionadas e
estabelecem programas de conscientização.
A ISO 14000 é um conjunto de normas técnicas referentes a métodos e análises que
possibilitam certificar determinado produto quando de sua produção, sua distribuição e
descarte, a organização que o produziu, utilizando um processo gerencial e técnico que não
proporciona, ou reduz ao mínimo, os danos ambientais; e que estejam de acordo com a
legislação ambiental. A instituição armazenadora do país, ou outra por ela delegada, emite
então o certificado sobre o processo de produção ou rótulo sobre o produto. (Filho e Martins,
2001, p. 23).
De acordo com Caixeta Filho e Martins (2001) a norma inclui sistema de gestão
básico, auditoria, avaliação de desempenho, selos, avaliação de ciclo de vida e aspectos
ambientais de normais de produto.
Percebemos a importância de implementação a norma ISO 14000, que mostra a
atuação ambiental responsável de uma empresa. De acordo com Caixeta Filho e Martins
(2001) o grande objetivo da ISO 14000 é a redução do impacto global dos resíduos de
embalagens no meio ambiente, por meio de medidas como: diminuição da quantidade de
materiais utilizados, incentivos à reciclagem das embalagens e minimização de volumes de
resíduos que vão para os aterros. A norma abrange seis áreas: sistema de gerenciamento
ambiental, auditorias ambientais, avaliação do desempenho ambiental, rotulagem ambiental,
análise do ciclo de vida e aspectos ambientais relacionados a produtos.
Algumas providências podem ser tomadas para minimizar o impacto ambiental em
diversos setores da cadeia logística, para Caixeta Filho e Martins (2001, p. 23) estas ações
seriam:
Canal de entrada (recebimento, estocagem e movimentação de matérias-
primas): análise do melhor modo de transporte a ser utilizado, uso de contêineres
reutilizáveis, layout adequado dos depósitos;
Transformação (transformar a matéria-prima em um bem acabado): escolher o
tipo de embalagem adequado a ser utilizado;
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Canal de saída (distribuição física): localização estratégica do depósito,
consolidação dos depósitos em um centro de distribuição.
As dificuldades encontradas no recolhimento dos produtos no seu fim de vida útil
são bastante abordadas. Caixeta Filho e Martins (2001) apontam o transporte como o
contribuinte mais danoso em termos ambientais dentro da logística, mas algumas ações
podem ser tomadas para que redução dos impactos gerados, tais como: a roteirização dos
veículos, a disposição final dos veículos e suas partes.
Segundo Leite (2003) ainda não é contabilizado custos ecológicos na contabilidade
empresarial, mas aos poucos estão sendo introduzidos pelas empresas preocupadas com o
meio ambiente.
Para Leite (2003) empresas na “fase de busca de valor” podem ganhar em
competitividade, na imagem corporativa, na redução de custos operacionais, no incentivo a
rede de distribuição reversa – e seus fornecedores e clientes. Essas organizações têm imagem
diferenciada, buscam constantemente produtos de menor impacto ao meio ambiente. Abaixo
são apresentadas algumas atitudes tomadas:
Avaliação dos produtos e processos por meio da análise do ciclo de vida ambiental:
empresas utilizam essa metodologia para desenvolver seus produtos e adaptar os existentes.
Concepção dos produtos visando reduzir impactos sobre o meio ambiente e
facilitando o ciclo reverso do pós-consumo: no desenvolvimento do produto é preciso
considerar os impactos ambientais, facilitando a desmontagem e separação dos constituintes.
Criação de vantagem competitiva por meio da Logística Reversa.
Extensão dos conceitos de responsabilidade ambiental: essas empresas exigem
comprometimento de seus parceiros comerciais, fornecedores e clientes, além de possuir a
certificação ISO 14000.
1.14 Fator legal na Logística Reversa
Para Leite (2003) é preciso a intervenção governamental quando não há sintonia
entre os fluxos reversos e fluxos diretos. As legislações ambientais estão se voltando para as
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responsabilidades dos fabricantes através de regulamentações para reciclagem, aterros
sanitários e outras. Existem leis orientando:
Para proibições de aterros sanitários e incineradores;
Sobre a implantação de coleta seletiva;
Sobre responsabilidade de fabricante sobre o canal reverso e seus produtos;
Sobre proibição de disposição em aterros sanitários de certos produtos;
Sobre valor monetário depositado na compra de certo tipo de embalagens;
Sobre os índices mínimos de reciclagem;
De incentivo ao conteúdo de reciclados nos produtos;
Sobre proibição de venda ou uso de certos produtos;
Sobre proibição de embalagens descartáveis;
Sobre rótulos ambientais;
Sobre incentivos fiscais;
Relativas à redução de fonte.
Caixeta filho e Martins (2001) apontam o Governo como sendo o principal
instrumento de ajuda para se tratar da Logística Reversa. É interessante a padronização de
alguns itens, como: a emissão de poluentes pelos veículos, índices de ruídos, necessidade de
reciclagem no âmbito Municipal, Estadual e Federal, incentivos a empresas que se adaptam a
legislação ambiental em vigor; estas seriam formam de incentivar as empresas a adotar
métodos de reverso e reuso.
De acordo com Leite (2003) as legislações ambientais foram implantadas
efetivamente nos Estados Unidos (coleta seletiva) e Alemanha (retorno das embalagens). No
Brasil foi criado o Programa Brasileiro de Reciclagem e o Projeto Política sobre Resíduos
Sólidos.
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Segundo Caixeta Filho e Martins (2001) sem a ajuda do governo não há
possibilidades de se contornar a situação ambiental, são necessárias iniciativas para um bom
desenvolvimento da rede reversa, que terá maior impacto se for feito pela parceria entre a
população, governantes e empresários:
Sociedade: contribuir com os projetos do município, como exemplo: a coleta seletiva
roteirizará (a população deposita seu lixo em recipientes separados e disponibiliza em um
ponto mais estratégico para a sua coleta).
Governos: impor leis rigorosas para combate à poluição do solo e meio ambiente,
assim empresas começariam a obedecer e seguir as regras.
Empresas: apresentar programa de recolhimento dos produtos que disponibilizam no
mercado através de pontos de descartes, que posteriormente será destinado a reciclagem e
reuso.
O que nos chama atenção é o fato de já saber o que deve ser feito, da existência de
algumas leis, porém não existe um projeto que faça valer todas essas sugestões. Em época de
eleição, são poucos os candidatos que apresentam propostas nestas questões, não é possível
esquecer-se deste aspecto.
Segundo Caixeta Filho e Martins (2001) as vantagens da utilização de produtos
reciclados são indiscutíveis, vejamos dois exemplos:
Estudos mostram que o vidro produzido inteiramente de sucata, economiza cerca de
15% a 20% da energia necessária para produção do mesmo material proveniente de matéria-
prima virgem;
O plástico, quando produzido a partir de material reciclado, economiza de 92 a 98%
de energia.
1.15 Fator imagem corporativas na Logística Reversa
Segundo Leite (2003) hoje as empresas que querem crescer devem se preocupar com
seu posicionamento em meio à sociedade, e com atitudes relacionadas a responsabilidade
ética empresarial referente aos canais de distribuição reversos visando os problemas
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ecológicos. Para isso modificações de projetos com o objetivo de melhoramento nas
condições de reaproveitamento dos produtos acabam sendo de extrema importância.
Leite (2003) diz que várias empresas já criaram associações de incentivam o sistema
de reciclagem e reuso e investem em programas educacionais de conscientização junto a
sociedade para os problemas ambientais.
Segundo Caixeta Filho e Martins (2001) para responder aos assuntos ambientais, as
empresas adotam as estratégias mais utilizadas na Logística Reversa que são a reciclagem de
materiais, a redução de consumo e o reuso de materiais, tudo está relacionado a imagem
corporativa e consequentemente o diferencial competitivo que é a principal causa da tomada
de decisão a sua conscientização.
1.16 Novos padrões de competitividade empresarial
Conforme Leite (2003) as empresas com sua visão estratégica estão utilizando a
supply chain management, permitindo a ampliação e a visão dos fluxos logísticos para além
da entrega dos produtos ao mercado, tenha o fluxo reverso, assumindo a responsabilidade de
retorno dos seus produtos de pós-venda e de pós-consumo.
Leite (2003) afirma que a organização encontra-se em diferentes estágios como: a
fase funcional onde as áreas possuem estratégias independentes, visando objetivos internos,
clientes e fornecedores; fase sistêmica interna onde tem por objetivo principal seus clientes,
buscando a valorização de cada um e a fase sistêmica em cadeia empresarial (Supply Chain
Management) onde a empresa possui uma visão interna e externa em sua rede de operações
com o intuito de aperfeiçoar as operações e os fluxos logísticos desse sistema.
Os autores Caixeta Filho e Martins (2001) também retrata a questão de novos
padrões adotados como forma de competitividade, segundo eles As empresas que
normalmente vêm criando um diferencial no mercado, são empresas que geralmente buscam
um desenvolvimento sustentável, pesquisando produtos e serviços que representem menos
impactos o meio ambiente, ou seja, trabalham com a implantação de um planejamento
estratégico voltado a preocupação ambiental. Mas surge então a pergunta que não quer calar,
embora nem todas as empresas trabalhem engajadas em projetos de adequação ambiental, as
que assim praticam, adotam essa nova prática por conscientização dos danos ao meio
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ambiente, consequentemente a sociedade, por se conscientizar do seu papel, dos seus deveres
ou por medo de punições severas como multas e interdição á inadimplência? Ou ainda, se
aplicam as novas técnicas por ser uma nova tendência e querer acompanhar a competitividade
com demais empresas para se manter no mercado, perdendo novamente o foco na
conscientização da necessidade do mundo (globalização) em ter um crescimento sustentável?
1.17 Impacto tecnológico na Logística Reversa
Leite (2003) diz que a implantação de tecnologia adequada nos processos logísticos e
industriais utilizadas nas etapas dos canais reversos causam a estruturação e organização das
cadeias reversas de produtos e materiais, trazendo equilíbrio no fluxo.
Leite (2003), também diz que é necessário que a tecnologia esteja disponível nos
processos para tratamento econômico no descarte em seu pós-consumo, como na
desmontagem, na separação de materiais, reciclagem e no processo de transformação no
produto final.
De acordo com Leite (2003) as empresas devem utilizar a tecnologia e inovação para
que sua estrutura se adéque a um sistema de fluxo satisfatório, elaborando um projeto que se
preocupe com o produto desde a fabricação até seu pós-consumo, ou seja, sistemas de coletas,
compactação, desmontagem de produtos duráveis, remanufatura, e a reutilização dos produtos
de pós-consumo transformados em matéria-prima secundária para sua utilização como
matéria-prima nova.
Leite (2003) diz que existem fatos que prejudicam a reciclagem e reaproveitamento
dos produtos, como soldas e colas que dificultam desmontagem, produtos com mistura de
materiais de alumínio, plástico, dificultando a separação dos mesmos, produtos com cores,
pois a reciclagem deve ser realizada depois do processo de eliminação das tintas, produtos de
plástico, pois possuem diferentes propriedades em sua função química, apresentando a
dificuldade de separação, pois suas propriedades físicas são bastante semelhantes (para
facilitar a separação destes componentes foi feito um projeto de gravação com símbolos para
que sejam de fácil identificação).
Conforme diz Leite (2003) o impacto causado no meio ambiente trouxe ás empresas
a responsabilidade de eliminar ou ao menos reduzir com máxima urgência as quantidades de
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materiais jogados ao solo. Um exemplo de empresa ciente deste fato é a automobilística que
aplicou em sua engenharia de desmontagem a redução de números de partes constituintes do
automóvel, promovendo a redução de soldas em suas junções. Como exemplo, o número de
tipos de plásticos usados nos veículos foi reduzido de 150 para 20 nos carros da Ford,
provocando 85% de reaproveitamento de seus componentes.
Nesse sentido, Krell (www.jus.com.br) acessado em 13/10/2012 afirma que: “Quem
obtém lucros deve arcar também com os prejuízos causados a natureza, evitando assim a
privatização dos lucros e socialização dos prejuízos (...)”. A adoção da teoria do risco integral
no âmbito da responsabilidade civil pelo dano ambiental iria causar riscos incalculáveis para
o empresário, que não poderia mais confiar em licenças válidas concedidas pelos órgãos
administradores”.
1.18 Reuso de embalagens de químicos e paletes
A reutilização e reciclagem de produtos e materiais não é um fenômeno novo, é
sabido que os refrigerantes anos atrás eram envasados em garrafas retornáveis, o autor Leite
(2003) nos apontou um estudo de caso sobre as garrafas PET, Caixeta Filho e Martins (2001)
também vem mostrar que isso caracterizava perfeitamente um sistema de reutilização de
produtos, eles afirmam que neste e em muitos outros casos, o retorno dos produtos é mais
atrativo do que a disposição.
Figura 2. Cadeia de recuperação de produtos.
Fonte: (Fleischamann, 2000 p. 653)
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Destacamos aqui mais um ponto no qual em nossa concepção há controvérsias, pois
quando Caixeta Filho e Martins (2001) redigem que a ideia da redução da geração de resíduos
nos traz a eliminação de produtos recicláveis, é obvio que esse pensamento não é apenas
deles, mas de muitos outros, porém se tanto lemos sobre o incentivo ao reuso e reciclagem
como uma saída para amenizar os impactos ambientais, porque a redução de resíduos nos traz
a eliminação de produtos descartáveis? Não necessariamente, assim pensamos, ou a
reciclagem não necessita de produtos descartáveis? Entendemos que independente da redução
de resíduos, as embalagens, papelão, plástico (pet), madeira que são a principal matéria-prima
para que a reciclagem aconteça, sempre continuará existindo. Por isso a redução de resíduos
não eliminará em nossa concepção os produtos descartáveis, visto que estes sempre estarão
em processo de transformação e utilização.
Nas situações em que essas medidas para reutilização são adotadas, Caixeta Filho e
Martins (2001) nos apresentam uma série de aspectos que existe envolvimentos:
Motivação de reuso se é ecológica ou econômica;
Tipos de itens a serem retornados se são embalagens, bens de consumo ou peças de
substituição;
Forma de reuso se será um reuso direto, uma reparação, uma reciclagem ou ainda
uma remanufaturação, entre outros;
Atores envolvidos.
Porém Caixeta Filho e Martins (2001) não só nos apresenta essa série de aspectos
envolvidos na reutilização como nos define também algumas considerações que devem ser
feitas, tendo como pressuposto de que a maior questão sobre canais reversos é a de como são
feitas a integração entre canais reversos e canais diretos:
Os atores envolvidos: podem ser atuantes nos canais diretos ou partes especializadas
dos processos reversos;
As funções do canal reverso são: coleta, separação, transporte e processamento;
A relação entre o canal reverso e o direto pode ser escassa em função de diferentes
atores participantes dos canais.
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Mas também podemos contar com algumas metodologias para solucionar alguns
problemas quanto à rede reversa apresentada por Caixeta Filho e Martins (2001, p. 54), são
elas:
Modelagem separada para o fluxo reverso: o fato de o canal reverso possuir uma
estrutura baseada em muitas fontes para poucos pontos de demanda e a incerteza da
quantidade e da qualidade dos materiais obtidos é determinante na escolha de uma rede
adequada de distribuição;
Para resíduos sólidos domésticos, um modelo de alocação multiobjetivo pode ser
utilizado para planejar o sistema de gerenciamento de resíduos;
Para dimensionar um processo de reciclagem de areia dos resíduos de construção
civil, barros ET AL. (1996) mostraram que dois tipos de instalações intermediárias são
necessárias, num modelo de alocação de depósitos capacitados para vários níveis.
1.19 Embalagens retornáveis (reuso de embalagens)
Leite (2003) apresenta os três tipos em que as embalagens podem ser classificadas,
conforme segue:
Primárias ou de contenção: são as embalagens que estão em contato direto com o
produto e que definem o tipo de material constituinte, as dimensões adequada compatíveis
com as fases logísticas, geralmente tem como matéria-prima vidro, alumínio, plástico, papel,
complexos ou ligas de materiais, como exemplo temos: garrafas PET, latinhas e outros.
Secundárias: são provenientes da união de embalagens primárias, que tem o objetivo
de facilitar a comercialização de produtos diversos, compacta dando para o transporte e a
distribuição física, como exemplo tem: caixas de papelão, envoltórios de plásticos retráteis,
leite em caixa de leite.
Embalagens de unitização: são provenientes da união de embalagens secundárias,
visando principalmente à movimentação a armazenagem e ao transporte na distribuição dos
produtos. Como exemplo tem: pallets ou estrados que agrupam embalagens secundárias,
contêineres de transporte, racks especiais, caixas de papelão.
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Do ponto de vista dos autores Caixeta Filho e Martins (2001) não haveria
necessidade da fabricação de algumas embalagens. Segundo eles a tendência é que as
embalagens cada vez mais se adéquem ao tamanho dos produtos, acreditamos que isso pode
ou não facilitar o seu transporte ocupando menos espaço, cabendo mais produtos, porém as
chances de avarias não seriam maiores? Como afirmam Caixeta Filho e Martins (2001), existe
uma pressão para que se reduzam as embalagens, ou que elas sejam reutilizáveis, porém
acreditamos que ainda assim, haverá sempre uma necessidade de uma embalagem maior, por
exemplo, para comportar os produtos e acomodar seu deslocamento feito no transporte até sua
distribuição no cliente final. Concordamos sim com a ideia de essas embalagens serem todas
reutilizáveis e recicláveis, como já são em sua maioria, pois não teria impacto tão negativo
seu tamanho uma vez que tudo seria reaproveitado, a não ser que essas embalagens sejam em
um tamanho que fuja muito o padrão, pois haveria uma dificuldade maior no seu
recolhimento e em menor volume.
1.20 Canal reverso de pós-consumo: embalagens descartáveis
Segundo Leite (2003) as embalagens descartadas pela sociedade representam um
aspecto negativo para o meio ambiente sendo que os vários tipos delas podem contribuir
significativamente com as questões mercadológicas e logísticas se forem descartáveis.
Diversas tecnologias estão sendo implementadas para torná-las mais leves, transparentes,
seguras e baratas, adaptando-se as necessidades dos clientes e auxiliando na distribuição
física. Assim, esse segmento representa um dos mais importantes canais de distribuição
reversos, tendo em vista a revalorização pelo sistema de reciclagem.
A maior categoria individual de resíduos de acordo com Caixeta Filho e Martins
(2001), também é sem dúvida, a embalagem dos produtos que consumimos, voltamos mais
uma vez para a conscientização da sociedade, acreditamos que nesse ponto a sociedade
assume culpa maior, pois temos incentivos a separação dos tipos de lixo para coletas seletivas,
porém são poucos os que contribuem, é claro que essa ação não ária resolver este tão grande
problema mundial, mas seria uma das medidas tomadas que ajudaria a minimizar esses
impactos.
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Diante de todos esses fatos, nos questionamos e somos questionados sobre o que
deve ser feito para que toda essa poluição que aumenta cada dia possa surtir efeito contrário?
Ou seja, para que possa diminuir e que possamos ter prolongados dias de vida de uma forma
bem melhor (saudável). Uma das sugestões apresentadas por Caixeta Filho e Martins (2001) é
o investimento em campanhas de Marketing para promover os produtos que são menos
poluentes, explicam os autores, como aqueles que não utilizamos embalagens de papel, um
exemplo bem comum seria os tubos de pasta de dentes, o invólucro de papel (no caso a
embalagem secundária) é dispensável, ou seja, além de promover um comportamento de
preservação, implicaria uma redução de custo do produto, visto que não existiria mais um
componente a encarecê-lo.
1.21 Objetivo Econômico nos Canais Reversos de Reuso
Segundo Leite (2003), os produtos e componentes realizados nos canais reversos de
reuso, estão se revalorizando, pelo diferencial do preço obtido no comércio secundário.
Destaca-se o comércio de veículos, máquinas operatrizes, computadores, copiadoras e seus
respectivos componentes, juntamente com a reutilização de embalagens.
Leite (2003) afirma que devido aos fatores econômicos, a implementação da
Logística Reversa vem ganhando espaço nas organizações gerando a estruturação dos canais
reversos de pós-consumo.
2 SENSIBILIDADE ECOLÓGICA E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
2.1 Novos Fatores de Incentivo à Logística Reversa
Segundo Leite (2009), a sociedade, em todas as partes do globo, tem se preocupado
cada vez mais com os diversos aspectos do equilíbrio ecológico. Muitas pesquisas de opinião
pública têm sido elaboradas para comprovar essa maior conscientização e inúmeros são os
exemplos que evidenciam o aumento da sensibilidade ecológica na sociedade atua, com
ênfase nos países de maior desenvolvimento econômico e social.
Ainda conforme Leite (2009), o aumento da velocidade de descarte dos produtos de
utilidade após seu primeiro uso, motivado pelo nítido aumento da descartabilidade dos
produtos em geral, ao não encontrar canais de distribuição reversos de pós-consumo
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devidamente estruturados e organizados, provoca desequilíbrio entre as quantidades
descartadas e as reaproveitadas, gerando um enorme crescimento de produtos de pós-
consumo. Um dos mais graves problemas ambientais urbanos da atualidade é a dificuldade de
disposição do lixo urbano. Como já comentado, as quantidades de produtos que se
transformam rapidamente em ‘lixo’ (nomenclatura usada de maneira imprópria) é crescente
na atualidade. Embalagens descartáveis e produtos de informática geram preocupação em
vista das quantidades e dos custos envolvidos em sua logística reversa.
De acordo com Leite (2009), essas quantidades excedentes tornam-se ‘visíveis’ para
a sociedade em aterros sanitários, ‘lixões’, locais abandonados, rios ou córregos que
circundam as cidades etc.; ficam pouco visíveis quando são depositadas em mares e rios e não
sobrenadam ou quando são simplesmente enterradas para posterior solução. Essa nova
vertente de preocupação – a sensibilidade ecológica e a sustentabilidade ambiental – tem se
convertido em mais um importante fator de incentivo à estruturação e à organização dos
canais de distribuição reversos de pós-consumo.
Leite (2009) afirma que esse crescimento da sensibilidade ecológica tem sido
acompanhado por ações em empresas e governos, de maneira reativa ou proativa e com visão
estratégica variada, visando amenizar os efeitos mais visíveis dos diversos tipos de impacto ao
meio ambiente, protegendo a sociedade e seus próprios interesses.
Além das possíveis oportunidades econômicas oriundas desses reaproveitamentos,
reutilizações, reprocessamentos, reciclagens, etc., a questão da sustentabilidade empresarial
dirigirá esforços das empresas para a defesa de sua imagem corporativa e de seus negócios,
enquanto as sociedades se defenderão por meio de legislação e regulamentações específicas.
Segundo Leite (2009) astuciosamente, empresas e governantes também se utilizam
dessas preocupações como forma de diferenciação para seus produtos e interesses políticos,
respectivamente, posicionando-se no mercado, verdadeira ou enganosamente, com vantagens
competitivas ligadas ao aspecto ecológico.
Ainda de acordo com Leite (2009), para a maior parte dos bens descartados existem
algumas condições necessárias para a reintegração ao ciclo produtivo, como a tecnologia de
reciclagem, ou o mercado para aplicações dos materiais etc., mas nem sempre todas as
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condições necessárias são apresentadas para completar o ciclo de retorno. Em alguns casos, a
causa principal pode ser a baixa disponibilidade do produto de pós-consumo, em razão das
dificuldades de captação que impedem as escalas econômicas de atividade; em outros, a causa
pode ser a característica monopsônica ou oligopsônica dos mercados de matérias-primas
secundárias, que desencoraja investimentos não verticalizados, dificultando a estruturação
logística adequada e o desenvolvimento de novas aplicações para os materiais reciclados.
Leite (2009 p.12) afirma que as cadeias reversas dos metais em geral, apesar da
informalidade comercial e da logística pouco desenvolvida em alguns países, apresentam
excelentes níveis de reintegração de seus materiais ao ciclo produtivo, enquanto a cadeia
reversa dos plásticos, por exemplo, mesmo apresentado tecnologia de reciclagem acessível,
encontra dificuldade para se estruturar, conforme veremos no decorrer desse trabalho, o que
atesta a enorme variedade de casos de cadeias reversas encontrados.
2.2 Avanços e Conceitos e Legislações Ecológicas
Com reação aos impactos dos produtos sobre o meio ambiente, as sociedades têm
desenvolvido uma série de legislações e novos conceitos de responsabilidade empresarial, de
modo a adequar o crescimento econômico às variedades ambientais. O conceito de
desenvolvimento sustentado, cujo objetivo é o crescimento econômico com minimização dos
impactos ambientais, tem sido constantemente utilizado nos dias de hoje, baseado na ideia de
atender às necessidades o presente sem comprometer as gerações futuras no atendimento de
suas necessidades.
De acordo com Leite (2009) as legislações ambientais envolvem diferentes aspectos
do ciclo de vida útil de um produto (ou dos produtos que o constituem), desde a fabricação e o
uso de matérias-primas virgens até sua disposição final. Dessa maneira, essas legislações
regulamentam a produção e o uso de selos verdes para identificar produtos amigáveis ao meio
ambiente como, por exemplo: os produtos de pós-consumo que podem ou não ser depositados
em aterros sanitários, a restrição ao uso de produtos com conteúdos de matérias-primas
secundárias. As regulamentações que existem atualmente na maioria das grandes metrópoles
proíbem o descarte de móveis, eletrodomésticos, eletrônicos, baterias de automóveis e pilhas
em aterros sanitários.
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Conforme afirma Leite (2009), novos princípios de proteção ambiental estão sendo
propagados, como o de EPR (Extended Product Responsibility – Responsabilidade Estendida
do Produto), ou seja, a ideia de que a cadeia industrial produtora ou o próprio produtor – que
de certa maneira agridem o meio ambiente – devem se responsabilizar pelo seu produto até a
decisão correta de seu destino após o uso original.
Segundo Leite (2009), no Brasil são diversas as vertentes de legislações nas
diferentes esferas – federal, estadual e municipal – versando sobre a ordenação dos impactos
dos produtos ao meio ambiente.
2.3 O Objetivo legal na Logística Reversa de pós-consumo - o fator modificador legal
Alguns canais reversos estruturam-se naturamente pelas leis de mercado, pelo fato de
sua comercialização e sua reutilização apresentarem condições econômicas, tecnológicas e
logísticas que garantem rentabilidade aos agentes envolvidos em seus diversos elos, nos quais
a implementação da logística reversa depende exclusivamente das empresas do setor.
De acordo com Leite (2009) em alguns casos, no entanto, os custos somados desde a
coleta dos produtos de pós-consumo até a reintegração ao ciclo produtivo superam as
vantagens econômicas de reutilizá-los em substituição às matérias-primas originais ou de
nova utilização dos bens ainda em condições de uso, sendo necessário criar condições para
desbloquear uma das fases reversas para que esses canais reversos se estruturem e apresentem
rentabilidade operacional em todas as fases.
Segundo Leite (2009) as legislações ambientais sobre resíduos sólidos normalmente
têm suas origens em uma reação aos impactos que os excessos desses resíduos produzem no
meio ambiente, seja pelas dificuldades crescentes de desembaraçar-se deles até a disposição
final, seja pelo efeito negativo no meio ambiente, em decorrência do desequilíbrio entre a
oferta e a demanda que provocam. Essas legislações têm sido promulgadas em diversos
países, visando intervir em fases reversas, de modo a reduzir esses desequilíbrios, por meio de
modificações nas condições da oferta de materiais reciclados de determinado grupo de
produtos e de mercado desses materiais ou de seus produtos finais,
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.Na visão de Leite (2009) exemplos de legislações mal aplicadas ou imperfeitas, em
alguns casos, permitem avaliar os cuidados que devem ser tomados para não produzir
desequilíbrio de outra natura, evitar favorecer um elo ou um setor de etapa reversa, provocar
defasagem de preços de materiais reciclados no mercado, entre outras consequências
possíveis. A experiência, em diversos países, tem mostrado que as melhores soluções são
encontradas quando o governo, a sociedade e as empresas trabalham em conjunto, por meio
da conscientização de seus diversos segmentos, e que a regulamentação governamental
revela-se útil principalmente na definição de padrões e normas gerais, deixando ao mercado a
liberdade de buscar seu equilíbrio natural.
Conforme Leite, legislações eficazes devem responsabilizar de alguma forma todos
os agentes da cadeia direta, desde os produtores, distribuidores, varejista, consumidores,
assim como os da cadeia reversa, coletores, processadores, até o reaproveitamento dos
produtos ou materiais. São inúmeros os exemplos de legislações sem esta abrangência de
responsabilidade que se tornam inócuas e comprovam essa ideia.
2.4 Legislações Ambientais no Brasil
No Brasil, foi criado em 1998, o Programa Brasileiro de Reciclagem pelo Ministério
da Indústria, Comércio e Turismo, para elaborar propostas gerais orientadoras nacionais, e um
apreciável número de legislações tem sido discutido nas diversas esferas legislativas do país
(MICT, 1998).
Segundo Leite (2009), o projeto Político sobre os Resíduos Sólidos, que tramita
atualmente no Congresso, a ser promulgado, contempla uma série de aspectos diretamente
ligados à logística reversa de pós-consumo, tais como: o estabelecimento de uma classificação
para os diversos tipos de resíduos sólidos, como industriais, de saúde, perigosos etc.; a
instituição da coleta seletiva domiciliar obrigatória em municípios com mais de 150 mil
habitantes; o incentivo com tributação diferenciada aos produtos em diferentes fases dos
canais reversos, entre outros.
Dentre as legislações recentes emanadas pelo Conama (Conselho Nacional do Meio
Ambiente) relativas aos produtos pós-consumo, podem ser citadas aquelas relativas às
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embalagens de contenção de produtos utilizados como defensivos agrícolas, em geral nocivos
ao meio ambiente e aos pneumáticos em geral.
A prática de destinar corretamente as embalagens vazias de agrotóxicos é obrigatória
desde 2002, quando entrou em vigor a Lei nº 9.974/00, regulamentada pelo Decreto nº
4.074/02, que determinou as responsabilidades compartilhadas entre agricultores, canais de
distribuição/cooperativas, indústria e poder público quanto ao destino pós-consumo dessas
embalagens. Já em 2010, foi promulgada e regulamentada a Política Nacional de Resíduos
Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305/10 e Decreto nº 7.404/10), determinando que o sistema de
logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens
continuem a seguir o disposto na Lei nº 7.802 de 1989 e Decreto nº 4.074 de 2002, ampliando
para outros setores as responsabilidades quanto à destinação correta de seus resíduos.Em 17
de fevereiro de 2011, o governo instalou o Comitê Orientador de Logística Reversa, que vai
definir a regulamentação das regras para a devolução dos resíduos. O Comitê é formado pelos
ministérios do Meio Ambiente, da Saúde, da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior. O Comitê se reunirá a cada quatro meses e, em junho o próprio
Comitê apresentou o novo cronograma e os devidos editais para específicos acordos com cada
setor. (http://www.inpev.org.br/educacao/publicacoes/relatorio_anual/2010/port/ra/02.htm)2
Acesso em 23/02/2013
2.5 Mesmo com lei aprovada, Logística Reversa ainda não é realidade.
A logística reversa traz para vendedores e fabricantes parte da responsabilidade no
descarte dos resíduos dos produtos.
Até agora, nenhum setor da indústria apresentou uma proposta sobre o modelo de
recolhimento, reciclagem e destinação final de seus produtos.
Sancionada há um ano, no dia 2 de agosto de 2010, a Política Nacional de Resíduos
Sólidos mudou a maneira como o governo, em suas três esferas, empresas e cidadãos devem
encarar a destinação do lixo. Um dos principais pontos diz respeito à logística reversa, que
traz para os vendedores e fabricantes parte da responsabilidade no descarte dos resíduos dos
produtos. (http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/mesmo-com-lei-
rovada-logistica-reversa-ainda-nao-e-realidade) Acesso em 10/10/2012
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Veja a seguir:
Figura 3. Foto de Lixo
http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/noticias/mesmo-com-lei-
aprovada-logistica-reversa-ainda-nao-e-realidade. Acesso em 10/10/2012
2.6 Os paletes na Logística
Paletes ou estrados são plataformas destinadas a suportar cargas permitindo a
movimentação por meio de garfo (de empilhadeiras elétricas, a gás ou anuais), onde os
produtos podem ser unitizados. Os paletes têm como função a movimentação de grande
escala. A palavra palete é uma adaptação do termo inglês pallet.
Para Sobral (2006), paletes são dispositivos de unitização de cargas criados para
dinamizar a movimentação mecânica na produção industrial, nos depósitos e tendem a
agilizar os meios de transporte no momento de carregamento e descarga.
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Bertaglia (2005) afirma que o palete é uma plataforma fabricada de metal, madeira
ou fibra, projetada para ser movimentada mecanicamente por meio de empilhadeiras,
paleteiras, guindastes, carrinhos hidráulicos ou veículos similares. As principais vantagens do
seu uso correspondem à redução de recursos nas etapas logísticas de armazenagem, transporte
e movimentação, além de maior agilidade nos tempos de carga de descarga.
Já Keedi (2005) afirma que o palete pode ser entendido como qualquer estrutura
própria para acomodação de carga, feito de madeira, plástico, metal, fibra, papelão ou
qualquer material que se adapte a seu propósito e não interfira com a carga, seja ela sólida,
líquida, gasosa, química, alimentos, seca, refrigerada etc. Esta estrutura é construída para
servir de piso às mercadorias que serão unitizadas nela até certa altura.
Ainda de acordo com Keedi (2005) ainda afirma que o palete pode ser projetado e
construído para ser único (one way), o que quer dizer que ele não deverá retornar ao ponto de
origem, sendo a utilização normal no comércio exterior. Também pode ser para infinitas
utilizações, normalmente para uso interno em armazéns ou para troca de mercadorias entre
matrizes, filiais, congêneres etc., ou mesmo para utilização ao redor do mundo através da
utilização de paletes de terceiros na forma de aluguel.
Devem ser consideradas as possibilidades de utilização de modelos e dimensões de
paletes constantes das normas técnicas e/ ou normas internacionais. Exemplos das dimensões
constantes das normas brasileiras que derivam da ANSI (American National Standards
Institute) propõe paletes com:
Tabela 1: Dimensões de Paletes segundo a ANSI
1100 x 1100mm,
1200 x 1000mm,
1100 x 825 mm,
1100 x 1320mm
1100 x 1650mm.
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As normas técnicas internacionais ISO (International Organization for Standardization)
propõem as dimensões de:
Tabela 2: Dimensões de Paletes segundo a ISO.
800 x 1200
1000 x 1200mm,
1140 x 1140 mm,
E para os contêineres série 2, paletes de 1200 x 1200mm. Existem vários materiais
que são utilizados para a fabricação dos paletes. Os autores se limitaram aos paletes feitos de
madeira, pois a proposta inicial deste trabalho tem co-relação com a logística reversa e a
reutilização dos paletes desse material.
Palete de Madeira. A utilização de madeiras em embalagens e paletes obedecem a
uma prática tradicional. A disponibilidade de determinadas espécies na região ou
proximidades tem sido o principal critério de especificação. O dimensionamento estrutural e
os detalhes construtivos são uma decorrência dessa prática. Com isso, a especificação é feita
com base na indicação das espécies conhecidas.
Para Sobral (2006), a especificação da madeira por suas propriedades relevantes,
como a resistência à flexão, à compressão ou ao choque, independentemente da identificação
das espécies, é tecnicamente a melhor forma de controlar a qualidade do material pretendido,
além, naturalmente, das especificações dimensionais, de teor de umidade e de limitação de
defeitos das peças.
3 ESTUDO DE CASO DA LÓGISTICA REVERSA DE PALETES E CONTAINERS
DE 1000 LITROS NA EMPRESA PLASTCLEAN.
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A Plast clean é uma empresa referência em decoração e acabamentos especiais em
produtos de materiais diversos. Com um parque industrial de alta tecnologia e uma experiente
equipe, integrada aos conceitos de design e produção automatizada, a Plast clean oferece ao
mercado diferentes técnicas e múltiplas oportunidades para a decoração de produtos.
Com um design adequado, criativo e sofisticado, esta decoração tem grande
importância por diferenciar o produto, encantar o consumidor e valorizar ainda mais a sua
marca e é com este conceito que a Plast clean tem atuado de forma contínua nos mercados de
Bebidas e Utilidades Domésticas.
Preocupada com o meio ambiente e com a sustentabilidade do planeta, a empresa
utiliza insumos a base d’água, mantendo todas as opções de cores e os mais diversos
acabamentos.
A Plast clean está situada na cidade de Osasco - SP, no Parque Industrial Mazzei.
Figura 4. Foto da Empresa Plast Clean
Fonte: www.plastclean.com.br acessado em 13/10/2012
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O presente estudo analisou a empresa Plast clean e sua forma de descarte de
embalagens comuns e outros descartes como paletes. Observando in loco criteriosamente,
pudemos traçar um gráfico e comparar as informações atuais com os números da empresa.
Acompanhamos a empresa por exatamente um ano entre os meses de Janeiro e
Dezembro de 2012 e nossas fontes de pesquisas foram através de um funcionário da Plast
Clean, o Sr. Moises de Souza Melo (coordenador) que também compõe este grupo de estudo.
Aproveitando essa grande oportunidade, coletamos informações importantes e
compartilhamos com o Sr. Moises de todo um clima da empresa com detalhes preciosos e
imprescindíveis para montagem desse estudo de caso.
Nosso estudo de caso mostrará a situação pela qual a empresa Plast clean passava no
ano de 2012, adquirindo produtos e embalagens comuns e descartando outras que poderiam
ser reutilizadas, tendo assim custos desnecessários. Sendo essa a grande questão desse estudo,
analisaremos criteriosamente essa situação, demonstrando através de dados cuidadosamente
colhidos que dependendo da forma adequada de embalagem e dando a importância necessária
para reutilização de outras é possível se evitar gastos e consequentemente investir em outros
setores da empresa.
3.1 Discussão de Dados Coletados
A empresa Plast clean não possui nenhum projeto de logística reversa se tratando de
embalagens e paletes, tendo assim um grande prejuízo e que só eram percebidos nos
apontamentos de balanços anuais, onde era comprovado o grande desperdício se tratando de
reuso, na verdade, termo pouco utilizado pela empresa até o momento.
A empresa utilizava diversos produtos químicos nos processos de decoração, mas um
em especial chamava a atenção, no caso o Verniz Incolor Base, esse utilizado em todos os
seus produtos. Ou seja, um grande volume do mesmo produto em várias latas no estoque.
Outro ponto importante é em relação aos paletes despachados, pois não havia uma
política de retorno dos mesmos e o que é ainda pior, não havia um retrabalho em relação aos
paletes que se encontrava em mal estado na Plast clean. O que realmente havia, era uma
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solicitação para que uma empresa terceirizada coletasse esses paletes aparentemente
inutilizáveis e até se pagava para a terceirizada coletar.
Portanto é notório que a Plast clean não tinha um olhar panorâmico para a situação,
muito menos uma antecipação de visão de futuro, pois seguindo um modelo arcaico de gestão,
não acreditava que seria possível implantar uma logística reversa, reduzindo o custo do
processo e possibilitando um retorno financeiro atraente e significativo.
Após reuniões e tomadas de decisões a empresa Plast Clean com um apoio direto do
Sr. Moises de Souza Melo passou a se preocupar e pensar na possibilidade de uma
implantação de logística reversa, onde os objetivos eram:
a) Facilitar o processo de abastecimento de Verniz na Empresa.
b) Reduzir a necessidade de mão de obra em relação aos manuseios.
c) Potencializar a operação e enxugar o estoque.
Aproveitando o momento de uma implantação de Logística Reversa, discutiu-se a
possibilidade de reduzir o custo com os paletes One Way, pois esses serviam apenas para o
transporte das matérias primas do fornecedor até a Plast Clean, não podendo ser utilizados
novamente para os clientes. Portanto a redução de custo atingia também os paletes com os
objetivos:
a) Efetuar uma manutenção nos paletes danificados.
b) Através de programação, resgatar os paletes One Way para que os mesmos
possam novamente utilizados.
c) Acabar com o custo de pagar para uma terceirizada coletasse os paletes
aparentemente descartáveis.
Foi aí que surgiu o ideia de se abrir o olhos para um assunto sério, possibilitando que
os gestores buscassem soluções para viabilizar aquisições de material e embalagens que
pudessem reduzir o custo trazer dinâmica na operação de abastecimento fabril.
3.2 Estudo dos dados Coletados
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Os gráficos apresentados a seguir são baseados em informações obtidas junto à
empresa e com prévia autorização por escrito para sua utilização. Visando a transparência e
respeito à empresa que cooperou neste estudo, decidimos que os resultados não serão
entregues em hipótese alguma aos concorrentes. O estudo se deu por um período de 12 meses
do ano de 2012.
3.2.1 Prejuízos em relação aos Paletes descartados.
A tabela a seguir, será mostrada o quanto se perde em não se recuperar os paletes
danificados. Essa tabela tem como única intenção transparecer a real importância de uma
política de logística reversa em relação aos paletes que precisam de reforma. Considerando o
valor de R$ 24,00 Unidade.
Tabela 3: O quanto deixou de economizar
Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean (Dados Obtidos em 10/01/2013)
Percebe-se na tabela acima a importância de se reformar os paletes e reutilizá-los.
Cerca de R$ 302.400,00 a mais no caixa da empresa no final do ano. Sendo esse valor o
suficiente para uma reforma, ampliação e até um investimento em pró da empresa.
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Em uma visão panorâmica, é possível se perceber uma média de paletes descartados,
onde foi necessária uma implantação emergencial de reforma e reutilização de paletes.
Gráfico 1: Quantidade de Paletes Descartados
Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean (Dados Obtidos em
10/01/2013)
Abaixo, segue o fluxograma do processo anteriormente utilizado pela empresa Plast
Clean:
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Figura 5. O fluxograma do processo anteriormente utilizado pela Plast Clean
Fonte: Depto de Controladoria da Plast Clean. (Dados Obtidos em10/10/2012)
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Outro ponto importante é em relação aos paletes despachados aos clientes, pois
existia uma certa dificuldade em relação ao retorno dos paletes, mas após um planejamento e
um acordo entre cliente e fornecedor, se aproveita o caminhão da própria entrega para trazer
de volta os paletes anteriormente enviados.
Veja abaixo o fluxograma do novo processo que resolveu de uma vez por todas a
questão de desperdícios e custos de paletes One Way.
Figura 6. Fluxograma do novo processo de paletes One Way
NÃO SIM
VOLTA PARA O ESTOQUE COM PALETE CHEP
PALETE ONE WAY SERÁ SEGREGADO
ANÁLISEDE CONTROLE DE QUALIDADE
AMOSTRAGEM
OK?
ARMAZENAR COM PALETE ONE WAY
UTILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO
PRODUTO ACABADO VOLTA PARA O ESTOQUE COM
PALETE CHEP
VAI PARA SÃO BERNARDO DO CAMPO COM PALETE
VAI PARA O CLIENTE CO M PALETE CHEP
COMUNICA O CONTROLE DE QUALIDADE DO FORNECEDOR
FORNECEDOR RETIRA O REPROVADO E ENTREGA
OUTRO NOVO
CHEGADA DOS VIDROS NO PALETE ONE WAY
PALETEONE WAY SERÁ SEGREGADO
ENVIO DE PALETES ONE WAY PARA SÃO BERNARDO
CAMPO
A EMPRESA CHEP RECOLHE O PALETE NO CLIENTE
PALETE CHEP RETORNA A PLAST CLEAN
MANUTENÇÃO DOS PALETES
RETORNA PARA PLAST CLEAN COM PRODUTO
NOVO
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Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean.
(Dados Obtidos em 10/10/2012)
3.2.2 Economia no valor do líquidos em embalagens
Foi notado que a Plastclean dependia de um grande espaço para comportar tantas
embalagens de um mesmo produto, era assim com a tinta e também com Verniz Incolor Base.
Vejamos a seguir, como era o processo de recebimento, abastecimento e o descarte
das embalagens:
NÃO SIM
INÍCIO
CHEGADA DAS LATAS 17 A 20 LITROS COM VERNIZ
ANÁLISE DO PRODUTO
OK
ESTOCAGEM FIFO
ABASTECIMENTO DAS LINHAS DE PRODUÇÃO
DESCARTE DASEMBALAGENS
COLETA EFETUADA POR TERCEIROS DAS
EMBALAGENS DESCARTAS
SEGREGA O PRODUTO
DEPARTAMENTO DE QUALIDADE DO
FORNECEDOR É INFORMADO
FORNECEDOR RETIRA O REPROVADO E ENTREGA OUTRAS LATAS NOVAS
FIM
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Figura 7. Fluxograma do processo recebimento, abastecimento e descarte
Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean.(Dados Obtidos em 10/10/2012).
Uma das soluções encontradas para se reduzir esse volume de estoque foi a
substituição de embalagens de 17 litros por embalagens de 1000 litros, os chamados
containers.
Com isso percebeu-se que houve não só uma redução no volume de espaço, mas
também a possibilidade de reuso dos containers, uma vez que esvaziado, poderá simplesmente
voltar ao fornecedor para ser novamente enchido.
Nascia então mais uma canal reverso na empresa, que além de facilitar o manuseio,
tornou ainda mais segura, pois se reduziria os empilhamentos das embalagens de 17 a 20
litros facilitando dessa forma também a armazenagem e reduzindo o impacto ambiental, pois
com essa logística reversa de containers, é possível se usar inúmeras vezes a mesma
embalagem enchendo-a ou esvaziando-a em um processo que vai e volta.
NÃO SIM
CHEGADA DO CONTAINER COM VERNIZ
ANÁLISE DO PRODUTO
OK
ARMAZENAR
UTILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO
CONTAINER VAZIO SERÁ DESTINADO A UMA ÁREA
DEPARTAMENTO DE COMPRAS SOLICITA OUTRO
AO FORNECEDOR
A TRANSPORTADORA ENTREGA UM CONTAINER CHEIO E COLETA O VAZIO
COMUNICA DEPARTAMENTO DE COMPRAS
COMUNICA FORNECEDORES
FORNECEDOR RETIRA O REPROVADO E ENTREGA
OUTRO CONTAINER NOVO
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Figura 8. Fluxograma da logística reversa de embalagens
Fonte: Departamento de Controladoria da Plast Clean.(Dados Obtidos em 10/10/2012)
Monitoramos as tintas e percebemos a redução no valor pago por litro.
Tabela 4: Desconto no Valor das Tintas
Fonte: Departamento de PCP 13/07/2012
Como é observado acima, com a implantação de uma logística reversa das
embalagens de 1000 litros, percebeu-se uma economia de R$ 1.500,00 reais por mês. Cerca
de R$ 18.000,00 reais por ano. A princípio um valor pífio, porém mediante uma somatória
pode se tornar significativo.
Veja a seguir, um gráfico para explanar uma visão mais analítica da melhoria na
implantação desse processo.
Gráfico 2: Economia de Embalagens
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Fonte: (Departamento de PCP) Dados coletados em 13/07/2012
O conceito de Logística Reversa se tornava mais claro conforme a Plast Clean
prosseguia com a sua implantação. Números começavam apresentar significativas diferenças
e apontar que a implantação desse canal reverso em relação as embalagens além de ser
rentável, também contribuiu para uma melhor acomodação do produto químico, uma vez que
essa rotatividade se cumpria seguindo sempre a regra de que 3 container de 1000 litros faria o
trânsito, sendo que ao esvaziar o primeiro e iniciar o uso do segundo, o departamento de
compras de pronto se mobilizará para suprir a falta.
O interessante é que as ideias em relação a Logística Reversa se encontravam ao
decorrer desse estudo de caso entre os autores e percebemos seu conceito e quão é realista a
nossa situação.
Logística reversa é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo
de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de
informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de
recapturar valor ou realizar um descarte adequado. (LACERDA, 2005, p. 2)
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A próxima tabela torna explicito o quanto a empresa passou a economizar e como a
atitude de pesquisar, analisar e colocar em prática uma ideia de redução de custa pequeno,
porém perante uma somatória pode se tornar algo significativo.
Descarte de Embalagens
Total de Descarte para 6000 litros 353 Embalagens
Peso de cada embalagem 630 gramas R$ 0,63
Total de Descarte para 6000 litros R$ 222,39
Custo do Descarte por Kilo é de R$ 1,70
Custo Total de 222 Kg R$ 378,06
Ecônomia Gerada ao Mês R$ 378,06
Ecônomia Gerada no Ano R$ 4.536,76
Tabela 5: Descarte de Embalagens
Fonte: Departamento Financeiro 13/07/2012.
O intuito desse trabalho é expor o quanto é benéfico se implantar um processo de
logística reversa. Um exemplo que prova nossa essa afirmação é a redução no custo no
processo de recebimento de embalagens de 1000 litros ao invés de várias latas de 17 a 20
litros. A partir desse ponto pode-se traçar metas ainda maiores e considerando que o sistema
servirá para a pequena, média e grande empresa.
A prática de logística reversa é extremamente necessária ao considerar o crescimento
de operações reversas nos últimos anos, logo as empresas e a sociedade como um todo
buscam atender às demandas que surgem, a partir da necessidade do desenvolvimento
econômico; o compromisso sócio ambiental, e diretrizes legais; entre outros, são aspectos que
fomentam uma atenção plausível para esse tema. Este trabalho tem como objetivo principal
contextualizar o processo de logística reversa.
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Considerações Finais
Nos dias atuais é cada vez mais incontestável a importância da logística reversa no
Brasil e no mundo, pois é um grande diferencial no meio empresarial. Essa prática reversa
além de colaborar com o processo da operação, sua organização e redução de custo, também
apresenta aos seus clientes uma imagem positiva de uma empresa que pensa de forma macro e
que está antenada com as evoluções empresariais do mundo e por dentro de uma futura
tendência.
Esse importante tema engloba também o meio ambiente, pois ao analisarmos os
dados expostos nesse trabalho, notamos o quanto uma logística reversa bem planejada,
estruturada e bem executada pode contribuir com a preservação ambiental.
Percebemos que é possível tratar de forma responsável a melhor destinação de
embalagens vazias de produtos químicos, através de um processo simples, porém avançado de
canal ida e volta de containers de 1000 litros de verniz, ao invés da movimentação de
embalagens menores que além de ser um risco para a sociedade e natureza no momento do
transporte, também se torna um risco na sua má destinação pós-cliente.
Uma realidade agora frequente é a logística reversa de paletes possíveis para reuso,
pois o que foi visto em nosso estudo de caso é que após a implantação dessa logística reversa
na Plast Clean, percebeu-se a grandeza de se administrar o retorno e manutenção dos paletes
anteriormente descartáveis, pois se descobriu uma maneira inteligente de se reduzir custo. Por
isso, esse trabalho só comprovou as vantagens da aplicação logística reversa de paletes e o
quanto é significativo ter uma mentalidade de analisar, programar e executar processos que
realmente simplifiquem a operação e siga com o propósito de reduzir custos.
Este estudo de caso nos mostrou através de um olhar panorâmico o resultado de uma
logística reversa bem aplicada e quanto perdemos em percebemos apenas há poucos anos seu
verdadeiro benefício. Trata-se de uma nova tendência, um novo rumo para redução de custos
e uma simplificação de processos antes tumultuados e aparentemente desorganizados e hoje
com uma nova perspectiva por parte das empresas e fornecedores. Considerando a projeção
dos especialistas nos próximos anos, observado a necessidade e demanda do mercado, pela
diversificação de produtos e pela exigência governamental, a logística reversa será muito mais
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praticada, fazendo-se assim necessário seu crescimento e maturação dentro do contexto
empresarial.
Portanto, chegamos à conclusão e estamos convictos de que o nosso estudo de caso
provou que é possível adotar uma política de reutilização de paletes e tudo aquilo que envolve
pós-venda gerando assim uma otimização de custo.
A hipótese de que através de um planejamento objetivo e um direcionamento de foco
é possível pensar no que se pode reduzir em relação a custos foi confirmado pelo nosso estudo
de caso. Pois foi provado através de tabelas que a Plast Clean economizou com os processos
reversos e planejados.
Outra hipótese confirmada pelo nosso estudo de caso foi em relação a parcerias entre
o cliente e o fornecedor e que é possível criar um canal único de reutilização atendendo as
normas vigentes. Esse canal reverso de containers de 1000 litros facilita a operação e diminui
com degradação ao meio ambiente.
E finalmente na ultima hipótese conseguimos expor a melhoria no processo de
embalagens menores por embalagens maiores e que seguem um canal reverso de uso e reuso,
impactando diretamente de forma positiva nos custos e de certa forma significativamente
impactando o meio ambiente. Com essa parceria entre cliente e fornecedor nesse canal
reverso de container de 1000 litros, evita-se que embalagens menores sejam descartas no meio
ambiente, ou seja, a partir de uma adaptação na reutilização de embalagens.
Ao final desse trabalho ficou claro para o nosso grupo que não estamos falando de
simplesmente de cifrões, na aplicação de uma logística reversa, mas na mentalidade de
propiciar um mundo menos poluído e que nos inspira a sermos mais organizados com nossos
processos, sejam eles pequenos ou grandes e também nos ensina a respeitarmos o meio
ambiente e nossas futuras gerações.
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