Monitoramento da Qualidade
de Água Superficial
Reservatório da Usina Hidrelétrica Passo São João
UHE-PSJ
RELATÓRIO 20
ETAPA 2 4º ano
Março/2015
SUMÁRIO
1 Introdução........................................................................................................................... 12
2 Área de Estudo.................................................................................................................... 13
2.1 Rede de monitoramento................................................................................................. 17
3 Metodologia de trabalho.................................................................................................... 18
3.1 Frequência de amostragem............................................................................................. 21
3.2 Amostragem..................................................................................................................... 22
3.4 Análises laboratoriais....................................................................................................... 25
4 Resultados analíticos.......................................................................................................... 28
4.1Caracterização físico-química da água............................................................................. 32
4.1.1 Temperaturas (Ar e Água).............................................................................. 32
4.1.2 Transparência (Secchi) e Turbidez.................................................................. 36
4.1.3 Cor................................................................................................................... 41
4.1.4 pH.................................................................................................................... 44
4.1.5 Condutividade elétrica.................................................................................... 48
4.1.6 Alcalinidade..................................................................................................... 51
4.1.7 Oxigênios: Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5), Demanda
Química de Oxigênio (DQO) e Saturação em Oxigênio...........................................
54
4.1.8 Sólidos: Sedimentáveis, Suspensos e Dissolvidos........................................... 61
4.1.9 Fósforos: Fósforo Total, Fosfato Total e Ortofostato..................................... 67
4.1.10 Nitrogênios: Total Kjedhal, Amoniacal, Inorgânico Total, Nitrito e Nitrato.. 75
4.2 Caracterização biológica da água..................................................................................... 87
4.2.1 Coliformes: Totais e Termotolerantes............................................................ 87
4.2.2 Clorofila “a”..................................................................................................... 92
4.2.3 Plâncton......................................................................................................... 96
4.2.3.1 Fitoplâncton................................................................................................. 96
4.2.3.1.1 Cianobactérias e cianotoxinas................................................................... 97
4.2.3.2 Zôoplancton................................................................................................. 111
4.2.3.3 Invertebrados Bentônicos............................................................................ 117
4.3 Indicadores de qualidade de água................................................................................... 123
4.3.1 Classes de Usos – CONAMA 357/05.............................................................................. 123
4.3.2 IQA - Índice de Qualidade da Água............................................................................... 125
4.3.3 IQAr – Índice de Qualidade de Água de Reservatório................................................... 131
4.3.4 IET – Índice do Estado Trófico....................................................................................... 138
5 Considerações finais............................................................................................................ 145
6 Bibliografia de apoio........................................................................................................... 154
ANEXO I - Mapa dos pontos de amostragens de água superficial......................................... 159
ANEXO II - Fichas com anotações de dados campo............................................................... 160
ANEXO III - Registros fotográficos das estações de amostragens......................................... 161
ANEXO IV - Caracterização físico e química da água.............................................................. 164
ANEXO V - Caracterização biológica da água......................................................................... 165
LISTA DAS TABELAS
Tabela 1. Descrição das Estações de Amostragens (listadas conforme a direção do fluxo do rio e seus afluentes: da nascente a foz). Tabela 2. Enquadramentos de parâmetros em Classes de Uso, conforme Resolução CONAMA nº 357/05. Tabela 3 a,b,c. Parâmetros e Métodos de Análises Físicas, Físico-Químicas e Biológicas. Tabela 4. Parâmetros físico-químicos e biológicos: dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (Anexo IV), nos pontos de amostragens na área de influência da UHE PSJ na campanha XXVII (março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório. Tabela 5. Parâmetros biológicos: Fitoplâncton (indivíduos/mL) dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens na área de influência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório. Tabela 6. Parâmetros biológicos: Cianobactérias (cel/mL) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXVII(março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório. Tabela 7. Parâmetros biológicos: Zooplâncton (indivíduos/L) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório. Tabela 8. Parâmetros biológicos: Invertebrados Bentônicos (indivíduos/m2) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório. Tabela 09: Lista de espécies de cianobactérias encontradas nos pontos de coletas em dezembro/2014 Tabela 10. Distribuição dos pontos de coletas e seu enquadramento nas Classes de Uso da Resolução 357/05 do CONAMA, campanha de março/2015, pós-enchimento – 4
o ano de monitoramento do
reservatório da UHE Passo São João. Tabela 11: Pesos relativos a cada parâmetro utilizado no cálculo do índice, adotado pelo COMITESINOS. Tabela 12: Faixas de qualidade de água – IQA. Tabela 13. Variáveis selecionadas e seus respectivos pesos “wi” para o cálculo do IQAr. Tabela 14. Determinação das classes de qualidade (qi = 1 a 6) com relação a concentração da variável “i”, segundo IAP (2009). Tabela 15. Interpretação dos cálculos do IQAR, com base nas Classes e suas definições, com base no IAP (Barzan et al, 2007). Tabela 16. Valores obtidos do IQAr (índice de qualidade de água do reservatório) obtido no ponto PS3 (profundidades: I- superfície; II- meio; III- fundo) reservatório da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Tabela 17. Classificação do estado de trofia, segundo Carlson e Toledo et al. Tabela 18. Classificação do Estado Trófico, segundo CETESB. Tabela 19. Valores obtidos do IETm para os pontos amostrados na área de influência da UHE PSJ, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
LISTA DAS FIGURAS Figura 1:Fonte: Imagens Google (mapa das regiões hidrográficas do Rio Grande do Sul). Figura 2a. Imagem do reservatório. Dados do reservatório - Potência instalada: 77 megawatts; Geração média prevista: 39 megawatts; Reservatório: 25,24 km²; Perímetro do lago: 20 km². Fonte: Google Earth (2012). Figura 2b. Imagem dos Reservatórios da UHE São José e UHE Passo São João, além das estações de amostragens (SJ1, PS6, PS5, PS5, PS4, PS3, PS2, PS1, Alça PSJ, Jus PSJ) da área de abrangência da UHE PSJ. Fonte Google Earth (2012). Figura 3. Registros fotográficos demonstrando meio de transporte (terrestre e fluvial) e os equipamentos utilizados para procedimentos de coleta e análises utilizadas em campo. Figura 4. Valores de temperaturas: Ar e Água (°C) obtida nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 5. Valores médios de temperatura Ar (fig 5a) e Água (fig 5b) em (°C) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março
2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 6. Valores de transparência Secchi (m) e Turbidêz (NTU), obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 7. Valores médios de turbidez (NTU (fig.7a) e transparência de Secchi (m) (fig.7b) e médias das medições obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório):
dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 8. Valores de turbidez obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 9. Valores de Cor (Hazen) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 10. Valores médios da cor (Hz) da água, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 11. Valores de pH, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 12. Valores médios de pH das medições obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e
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do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014;
(4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 13. Valores de pH obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 14. Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 15. Valores médios de condutividade elétrica e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março
2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 16. Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 17. Valores médios de alcalinidade (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 18. Valores de OD - oxigênio dissolvido, DBO5d - demanda bioquímica de oxigênio e DQO - demanda química de oxigênio (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 19. Valores da demanda química de oxigênio (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 20. Valores médios de oxigênio dissolvido (mg/L) obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014;
(4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 21. Valores médios de demanda bioquímica de oxigênio (mg/L) obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-
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Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014,
setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 22. Valores de oxigênio dissolvido nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 23. Valores de DBO5d (demanda bioquímica de oxigênio) nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 24. Valores de sólidos sedimentáveis, suspensos e totais dissolvidos (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 25. Valores médios dos sólidos: sedimentáveis (mL/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março
2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015 . Figura 26. Valores médios dos sólidos: suspensos (mg/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março
2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 27. Valores médios dos sólidos dissolvidos totais (mg/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março
2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 28. Valores de sólidos dissolvidos totais (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento, 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 29. Valores de fósforo total, ortofosfato e fosfato total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
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Figura 30. Valores de ortofosfato (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, ), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 31. Valores de fósforo total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, ), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 32. Enquadramento do fósforo total (mg/L) em Classes de Uso da Resolução 357/2005 do CONAMA, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 33. Valores das formas de nitrogênio (Kjeldhal, amoniacal, nitrito, nitrato e inorgânico total em mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 34. Valores médios de nitrogênio total Kjeldhal (NTK), em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março
2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 35. Valores médios de nitrogênio amoniacal, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março
2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 36. Valores das formas de nitrogênio inorgânico total em mg/L, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) - 4º ano de monitoramento do reservatório.
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Figura 36. Valores médios de nitrato, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014,
setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 37. Valores médios de nitrito, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014,
setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 38 a,b,c. Enquadramento do Nitrogênio Amoniacal, Nitrito e Nitrato (mg/L) em Classes de Uso da Resolução 357/2005 do CONAMA, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 39. Valores da contagem de coliformes termotolerantes e totais (NMP/100mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 40. Valores médios de coliformes termotolerantes (NMP/100mL) e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março
2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 41. Valores médios de coliformes totais (NMP/100mL) e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março
2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 42. Enquadramento em Classes de Uso de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL) na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 43. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 44. Valores médios de clorofila a das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento
10
(agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014;
(4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 45. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 46. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (total de ind/mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 45. Organismos fitoplantônicos (total de ind/mL), obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 46. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (%) de ocorrência obtida nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 47. Fitoplâncton: Densidade (cél/mL) e Riqueza de Espécies, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 48. Valores de contagens de cianobactérias (cél/mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 49. Valores de densidade (cél/mL) e de riqueza (n
o de espécies) de cianobactérias obtidos nos
pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 50. Cianobactérias (cel/mL), obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 51. Valores médios de cianobactérias obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório):
dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 52. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 53. Grupos taxonômicos representantes dos organismos zooplantônicos (total de ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
11
Figura 54. Frequência relativa dos grupos zooplantônicos (% de ocorrência) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 55. Valores de densidade (ind/L) e de riqueza (n
o de espécies) de organismos da comunidade
zooplantônica obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 56. Valores médios de densidade dos organismos zooplanctônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014,
setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 57. Grupos taxonômicos representantes da macrofauna bentônica (ind/m
2) obtidos nos pontos
da campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 58. Valores médios de densidade dos organismos invertebrados bentônicos (ind/m2) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas na Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 59. Invertebrados Bentônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 60. Índice de qualidade das águas, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório. Figura 61. Grau de qualidade (IQA) comparativo médios das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014,
setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015. Figura 62. Valores comparativos do IQAr (índice de qualidade de água do reservatório) obtido no ponto PS3 (profundidades: I- superfície; II- meio; III- fundo) reservatório da UHE PSJ, entre as classes de qualidade na Etapa 1: fase do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensais - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014,
junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório);: dezembro/2014 e março/2015. Figura 63. Grau de Trofia (IET) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório e suas
12
cores simbólicas: Ultraoligotrófico (azul claro); Oligotrófico (azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho). Figura 64. IET – índice do estado trófico (grau de trofia) comparativo e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas nas Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; (3
o ano de reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014,
setembro/2014; (4º ano de reservatório) dezembro/14 e suas cores simbólicas: Ultraoligotrófico(azul claro); Oligotrófico(azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho).
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1 INTRODUÇÃO
O presente relatório apresenta os dados obtidos da campanha XXVII, realizada entre os
dias 08 (oito) e 09 (nove) de março de 2015, fazendo parte do 4º (quarto) ano de
monitoramento após o enchimento do reservatório UHE Passo São João, ocorrido em
agosto de 2011. Este quarto ano de monitoramento iniciou-se no mês de dezembro de
2014 (considerado como uma segunda etapa do trabalho (Etapa 2), tendo como a
primeira etapa (Etapa 1) ocorrida entre 2008 e 2012 compreendendo as fases do pré-
enchimento, enchimento e pós-enchimento do reservatório (1º) primeiro ano de
monitoramento no ano de 2012.
Este serviço é parte integrante do programa de “Monitoramento Limnológico e de
Qualidade da Água” e visa atender a Condicionante 4.2, 4.3 e 4.4 da Licença de
Operação nº 4490/2012-DL, emitida em agosto de 2012 pela Fundação Estadual de
Proteção Ambiental – FEPAM.
O objetivo deste monitoramento é acompanhar a evolução das alterações da
qualidade da água ao longo da operação da Usina; aplicar Índices de Qualidade da
Água; aprimorar os instrumentos de análise; permitir a elaboração de estudos e
prognósticos e propor intervenções à mitigação dos impactos indesejáveis gerados
pela implantação/operação do reservatório.
Os dados de qualidade das águas superficiais aqui apresentados foram determinados
nos pontos de amostragem aprovados pela FEPAM, descritos e apresentados no Plano
Básico Ambiental da Usina Hidrelétrica Passo São João.
14
2 ÁREA DE ESTUDO
A região do estudo em questão é denominada fisiograficamente de Missões, situada
na porção noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, distando aproximadamente 600
km do município de Porto Alegre.
A UHE Passo São João está implantada no município de Roque Gonzáles, na sub-bacia
do rio Ijuí (U-90) (figura 1) que pertence à região Hidrográfica do Uruguai, a qual está
inserida integralmente nos terrenos da Bacia do Paraná.
15
Figura 1:Fonte: Imagens Google (mapa das regiões hidrográficas do Rio Grande do Sul).
Nas Figuras 2a e 2b abaixo se visualiza uma imagem do aplicativo Google Earth com as
estações de amostragens onde foram realizados os monitoramentos de qualidade de
água.
Figura 2a. Imagem do reservatório. Dados do reservatório - Potência instalada: 77 megawatts; Geração média prevista: 39 megawatts; Reservatório: 25,24 km²; Perímetro do lago: 20 km². Fonte: Google Earth (2012).
Figura 2b. Imagem dos Reservatórios da UHE São José e UHE Passo São João, além das estações de amostragens (SJ1, PS6, PS5, PS5, PS4, PS3, PS2, PS1, Alça PSJ, Jus PSJ) da área de abrangência da UHE PSJ. Fonte Google Earth (2012).
2.1 Rede de Monitoramento
A rede de monitoramento é composta de 09 estações de amostragens localizadas na
área do reservatório, a jusante do mesmo e no arroio Lageado das Pedras (afluente
localizado na alça de vazão reduzida da UHE Passo São João). As estações de
amostragens são denominadas como: SJ1, PS6, PS5, PS4, PS3, PS2, AlçPSJ e JusPSJ; e
PS1 que é a estação localizada no arroio Lajeado das Pedras (afluente do rio Ijuí).
No ponto PS3, após a formação do reservatório, as coletas estão sendo realizadas em
três profundidades (superfície, meio e fundo), acrescendo mais 02 (duas) amostras em
cada campanha, totalizando 11 pontos amostrados e 53 amostras coletadas por
campanha.
O mapa com a localização das estações de amostragem e demais dados estão
apresentados em Informações Adicionais - Anexo I (MAPA - Pontos de Amostragens de
Água Superficial), Anexo II (Fichas de Campo), Anexo III (fotos das Estações de
Amostragens).
A Tabela 1 abaixo descreve as estações, conforme definido no PBA - Programa de
“Monitoramento Limnológico e de Qualidade da Água”.
19
Tabela 1. Descrição das Estações de Amostragens (listadas conforme a direção do fluxo do rio e seus afluentes: da nascente a foz).
Pontos Coordenadas UTM
Descrição
PS-1 690691.8766 6884452.6817
Arroio Lageado das Pedras quase na confluência com o rio Ijuí (Alça de Vazão Reduzida da UHE Passo São João)
PS-2 691301.0207 688.5341.2211
Rio Ijuí imediatamente a jusante do barramento da UHE Passo São João
PS-3 692924.8909 6886146.6919
Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da foz do arroio que drena parte do município de Roque Gonzales
PS-4 694024.1159 6881896.9404
Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da confluência com o arroio Limoeiro
PS-5 699619.5060 6879848.0824
Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da confluência com o arroio Tigre
PS-6 706504.0917 6882836.4165
Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da confluência com o arroio Pobre
SJ1 711491.4797 6882789.1330
Rio Ijuí a jusante da UHE São José e a montante do reservatório da UHE Passo São João
Jus PSJ 691487.9162 6887574.6180
Rio Ijuí a jusante da confluência com a água turbinada pela Usina Hidrelétrica Passo São João (Abaixo do canal de fuga da Usina)
Alç PSJ 690363.9220 6884858.1654
Rio Ijuí na alça de vazão reduzida após a foz com o arroio Lageado das Pedras
Fonte: PBA – Programa de Monitoramento Limnológico e de Qualidade de Água (ELETROSUL).
3 METODOLOGIA DO TRABALHO
O monitoramento em execução compreende a coleta sistemática de amostras de água
e a determinação de variáveis físicas, químicas e biológicas nas nove estações de
monitoramento especificadas no PBA, bem como, a aplicação de índices de qualidade
das águas tais como: IQA (Índice de Qualidade de Água), conforme COMITÊSINOS; do
IET (Índice do Estado Trófico) em todos os pontos amostrados e o IQAR (Índice de
Qualidade de Água de Reservatório) aplicado somente no ponto PS3.
20
Embora estes cursos d’água ainda não tenham enquadramento pela Resolução nº
357/2005 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), serão utilizados os
parâmetros analisados para fins de comparação aos limites estabelecidos nas classes
de usos (Classe 1 – C1, Classe 2 – C2, Classe 3 – C3, Classe 4 – C4) da referida
Resolução.
As cores atribuídas na tabela abaixo (Tabela 2) expressarão, simbolicamente, a
qualidade da água das referidas classes: C1 (azul – excelente); C2 (verde – boa); C3
(amarelo – regular) e C4 (vermelho - ruim).
21
Tabela 2. Enquadramentos de parâmetros em Classes de Uso, conforme Resolução CONAMA nº 357/05.
Parâmetros
RESOLUÇÃO CONAMA 357/05
Unid C1 C2 C3 C4
Oxigênio dissolvido
mg/L 6,0 5,0 4,0 > 2,0
Coliformes fecais NMP/100 mL
200 1000 2.500 4.000
Clorofila a
µg/L 10 30 60
Densidade de cianobactérias cel/mL ou
mm3/L
20.000 cel/mL ou 2 mm
3/L
até 50000 cel/mL ou 5 mm
3/L
100.000 cel/mL ou 10 mm
3/L
pH
6 a 9 6 a 9 6 a 9 6 a 9
DBO5/20
mg/L
3,0
5,0
10,0
Fósforo Total Lêntico Fósforo Total Intermediário Fósforo Total Lótico
mg/L 0,020
0,025
0,1
0,030
0,050
0,1
0,05
0,075
0,15
Turbidez
UNT 40 40 100
Sólidos Dissolvidos Totais
mg/L 500 500 500
Nitrato
mg/L 10,0 10,0 10,0
Nitrito
mg/L 1,0 1,0 1,0
Nitrogênio Amoniacal mg/L 3,7mg/L N, para pH ≤ 7,5
2,0 mg/L N, para
7,5 < pH ≤ 8,0
1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5
0,5 mg/L N, para
3,7mg/L N, para pH ≤ 7,5
2,0 mg/L N, para 7,5 <
pH ≤ 8,0
1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5
0,5 mg/L N, para pH >
13,3 mg/L N, para pH ≤ 7,5
5,6 mg/L N, para 7,5 <
pH ≤ 8,0
2,2 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5
1,0 mg/L N, para pH >
8,5
23
3.1 Frequência de Amostragem
As coletas e análises das águas superficiais do presente monitoramento são
distribuídas através de 12 campanhas (campanhas XVIII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII, XXIV,
XXV, XXVI, XVII, XXVIII, XXIX) que iniciaram a partir do (2º) segundo ano de formação
do reservatório, fazendo parte da segunda etapa do trabalho (Etapa 2), tendo o
primeiro (1º) ano de monitoramento do reservatório ocorrido entre 2011 e 2012, o
qual está inserido na primeira etapa do trabalho (Etapa 1); o 2º ano de monitoramento
(2013); o 3º ano de monitoramento (2013 e 2014) e o 4º ano de monitoramento (2014
e 2015) iniciando-se a partir da campanha realizada em dezembro/2014, conforme
descreve-se a seguir:
Etapa 1 (2008-2012):
1º ano de monitoramento do reservatório: campanhas pós enchimento - X a
XVII, realizadas entre os anos 2011 e 2012.
Etapa 2 (2013-2015):
2° ano de monitoramento do reservatório: campanhas XVIII, XIX, XX, XXI,
realizados, ano 2013.
3° ano de monitoramento do reservatório: campanhas XXII, XXIII, XXIV, XXV, em
realização, ano 2014.
4° ano de monitoramento do reservatório: campanha XXVI, realizada em
dezembro de 2014. Campanha XXVII realizada em março de 2015, e as
campanhas XXVIII e XXIX a serem realizadas durante o presente ano.
24
3.2 Amostragem
As amostragens desta campanha ocorreu no dia 04 (quatro) de dezembro de 2014. No
ponto PS3 as amostragens foram realizadas em três profundidades, a fim de se
verificar a eventual formação de padrões verticais de estratificação com influência nas
características físicas e químicas. As profundidades realizadas estão especificadas a
seguir:
Profundidade I: camada da zona eufótica com 40% da luz incidente, onde é esperado o limite da
profundidade de produção primária de fitoplâncton.
Prof. I = ZdS. 0,54; onde:
ZdS= profundidade Secchi;
0,54= fator para calcular 40% da luz incidente.
Profundidade II: metade da zona afótica, onde independentemente da ocorrência de estratificação
térmica, a respiração e a decomposição são predominantes sobre a produção autotrófica.
Prof II = (Zmax+Zeu)/2, onde:
Zmax = profundidade máxima (m), na estação de amostragem; Especificação Técnica
Zeu = zona eufótica, que é igual à profundidade Secchi*F;
F = 3 (fator correspondente a aproximadamente 1% da luz incidente na superfície da água).
Profundidade III: quando, durante as medições “in situ”, for detectada uma zona anóxica, mais uma
amostra é coletada na porção intermediária.
Prof III = (Zmax – prof II)/2
Pt= profundidade total
Todas as amostras de águas superficiais do rio Ijuí e afluentes diretos foram obtidas
com amostrador Van Dorn (análises físicas, químicas e biológicas), com exceção das
25
amostras para o exame de fitoplâncton (cianobactérias) e zooplâncton, onde foi
utilizada rede de plâncton com 20cm de diâmetro, 60 cm de comprimento e malhas de
20μm (fitoplâncton+cianobactérias) e 48μm (zooplâncton), filtrando-se 20 e 40L de
amostras d’água respectivamente, nas profundidades I, II e III.
Nas amostragens de invertebrados bentônicos, foi utilizado o amostrador draga de
Petersen, com área de 592 cm2, compondo um dado através da extração de três
amostras de sedimentos de fundo; quando possível, no centro de cada ponto de coleta
ou, nas margens direita ou esquerda destes quando impossível a coleta na calha
central do ponto.
Alguns parâmetros físicos foram medidos e avaliados em campo, tais como:
- temperatura da água e do ar (termômetro simples)
- transparência (disco de Secchi)
- as condições do tempo (observação visual) e com referência a previsão
climática da região
- posição geográfica com GPS, medidas de latitude e longitude
- profundidade total e da coleta (corda com peso de profundidade graduada a
cada 10 cm)
26
Abaixo, registros fotográficos visualizando-se os materiais diversos, equipamentos,
embarcação, transporte e procedimentos utilizados em campo (figura 3).
27
Figura 3. Registros fotográficos demonstrando meio de transporte (terrestre e fluvial) e os equipamentos utilizados para procedimentos de coleta e análises utilizadas em campo.
3.3. Análises Laboratoriais
As análises laboratoriais foram realizadas segundo métodos padronizados pelo
Standard Methods for Examination of Water and Wastewaters – 21a edição (2005).
Na Tabela 3 (a, b e c), são citados os métodos de análise estabelecidos para cada
parâmetro utilizando-se como apoio outras referências técnicas pertinentes às
avaliações em questão.
Tabela 3 a,b,c. Parâmetros e Métodos de Análises Físicas, Físico-Químicas e Biológicas.
28
a) Parâmetros Físicos
Parâmetro Método de Análise
Temperatura da água (°C) PO 045– conforme SMWW 21º Ed.2005, Método 2550
Transparência Secchi (m) Disco de Secchi
Turbidez (NTU ou UNT) PO 047 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2130
Condutividade Elétrica (µS/cm) PO 010 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2510 B
pH PO 031 – conforme SMWW 4500 – H+ B
Cor verdadeira (Hz) POP 005 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 212 °C
29
b) Parâmetros Físicos e Químicos
Parâmetros Métodos
Oxigênio Dissolvido (mg OD/L) POP 030 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500
DBO5 (mg DBO5/L) POP 015 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 5210B
DQO (mg DQO/L) conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 5220 C
Sólidos Dissolvidos Totais (mg SDiss/L) POP 039 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2540 C
Sólidos Sedimentáveis (mL SD/L) POP 034 – conforme SMWW 21º Ed.2005, Método 2540 F
Sólidos Suspensos (mg SS/L) POP 036 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2540 G
Fósforo Total (mg P/L) POP 021 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500 P D
Ortofosfato (mg P/L) POP 029 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500 P D
Fosfato Total (mg/L PO4) POP 029 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500 P
Nitratos (mg N-NO3/L) POP 024 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método NO3 B
Nitritos (mg N-NO2/L) POP 025 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4500 NO2 B
Nitrogênio Amoniacal (mg NH3-N/L) POP 026 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4500 NH3 C
Nitrogênio Total Kjedhall (mg NH3-N/L) POP 027 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4599 N B
Nitrogênio Inorgânico Total (mg NH3 - N/L) POP 026 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4500 NH3 C
Alcalinidade (mg/L) POP 002 – conforme SMWW 21° Ed. 2005, Método 2320 B
30
c) Parâmetros biológicos
Parâmetros Métodos
Clorofila “a” (µ/L ou mg/m3) POP 008 SMWW 21º Ed 2005, Método 10200-H
Coliformes termotolerantes (org/L ou NMP/100 mL)
POP 009 - conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 9223 B
Coliformes totais (org/L ou NMP/100 mL) POP 009 - conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 9223 B
Fitoplâncton (ind/mL) Sedimentação/identificação/contagem
(contagem em Câmara de Segdwick-Rafter/Microscópio Ótico)
Cianobactérias (cel/mL) Sedimentação/identificação/contagem
(contagem em Câmara de Segdwick-Rafter/Microscópio Ótico)
Zooplâncton (ind/L) Sedimentação/identificação/contagem
(contagem em Câmara de Segdwick-Rafter/Microscópio Ótico)
Invertebrados bentônicos (ind/m2)
Peneiração/Triagem/identificação/contagem
(Lupa estereomicroscópica e microscópico Ótico)
Nas amostras coletadas foram analisados, ao todo: 06 (seis) parâmetros físicos, 15
(quinze) químicos e 07 (sete) biológicos de qualidade para águas superficiais.
31
4 RESULTADOS ANALÍTICOS
Para as discussões dos dados obtidos foram utilizados como apoio bibliográfico as
descrições do EIA-RIMA do Empreendimento, relatórios de programas ambientais
referentes a outros empreendimentos de mesma natureza, legislação ambiental
pertinente, entre outros documentos técnicos relevantes ao assunto em questão. Os
dados foram agrupados em tabelas e as configurações destes valores são visualizadas
em formato gráfico.
Os resultados dos parâmetros físicos medidos em campo e os parâmetros físicos,
químicos e biológicos analisados em laboratório, encontram-se arrolados nos laudos
analíticos nos anexos IV e V.
Abaixo, encontram-se agrupados e tabelados os dados dos parâmetros físicos,
químicos e biológicos obtidos nesta campanha extraídos dos laudos de campo e
laboratório para fins da caracterização textual e visualização gráfica (Tabelas 4, 5, 6, 7
e 8).
Tabela 4. Parâmetros físico-químicos e biológicos: dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (Anexo IV), nos pontos de amostragens na área de influência da UHE PSJ na campanha XXVII (março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório.
Estações de amostragens Unidade SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 S PS3 M PS3 F PS2 PS1 ALÇ PSJ JUS PSJ
Parâmetros/datas março 08/mar 08/mar 08/mar 08/mar 09/mar 09/mar 09/mar 09/mar 09/mar 08/mar 08/mar
Horário H 07:00 07:45 09:40 10:15 11:00 11:00 11:00 14:10 11:10 08:30 07:30
Temperatura do Ar °C 20,0 21,0 25,0 27,0 25,0 25,0 25,0 25,0 25,0 22,0 26,0
Temperatura Água °C 24,0 25,0 26,0 28,0 29,0 29,0 27,0 26 25,0 25,0 26,0
Transparência de Secchi m 0,30 0,38 0,35 0,30 0,42 0,44 0,5 0,32 0,28
pH 7,50 7,16 6,99 7,36 7,45 7,18 7,07 7,09 8,04 7,19 8,32
Oxigênio Dissolvido mg/L 8,60 8,70 8,40 8,80 8,60 9,20 7,90 8,00 8,20 8,30 8,00
DBO5 mg/L 2,25 3,00 2,25 2,75 3,29 2,25 2,00 3,0 2 1,75 2,5
DQO mg/L <4,61 <4,61 <4,61 <4,61 <4,61 <4,61 7,7 7,6 <4,61 <4,61 <4,61
Fósforo Total mg/L 0,08 0,1 0,08 0,1 0,18 0,09 0,32 0,21 0,06 0,1 0,08
Ortofosfato mg/L 0,02 0,03 0,03 0,02 0,02 0,06 0,04 0,01 0,04 0,02 0,02
Fosfato Total mg/L 0,24 0,31 0,24 0,31 0,31 0,28 0,98 0,64 0,18 0,31 0,24
Nitrogênio Total Kjeldhal mg/L 0,29 0,25 0,3 0,28 0,48 0,45 0,69 0,58 0,32 0,52 0,44
Nitrogênio Amoniacal mg/L 0,06 <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 0,04 0,03 <0,02 <0,02 0,03
Nitrogênio Inorgânico mg/L 3,74 2,92 0,96 1,88 1,52 1,79 2,57 1,56 1,76 2,59 2,9
Nitrito mg/L 0,02 0,026 0,032 0,023 0,018 0,024 <0,003 <0,003 0,03 0,025 0,018
Nitrato mg/L 3,54 2,66 0,93 1,86 1,51 1,77 2,57 1,55 1,73 2,57 2,88
Condutividade elétrica µ/cm 53,3 54,1 67,8 52,2 54,6 53,1 56,9 55,8 76,6 55,5 54,9
Sólidos Sedimentáveis mg/L <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 <1,0 1,0 <1,0 <1,0 <1,0
Sólidos Suspensos mg/L
10,0
7,0
19,0
5,0
7,0
9,0
126,0
116,0
5,0
3,0
7,0
Sólidos Dissolvidos Totais mg/L
99,0
109,0
63,0
72,0
101,0
76,0
66,0
85,0
112,0
88,0
93,0
Turbidez NTU
41,6
45,9
14,2
40,9
26,3
25,8
39,3
32,1
16,2
32,4
28,0
Coliformes Fecais NMP/100mL 1252 27 559 396 47 233 657 336 55 512 400
Coliformes Totais NMP/100mL 10490 1443 8610 5810 545 41485 45695 13994 15112 10490 5810
Cor Hz 92,5 103,7 42,5 104,5 30,1 67,8 88,9 62,6 38,9 85,4 73,0
Alcalinidade Total mg/L 31,8 25,7 37,9 25,7 30,6 26,9 29,4 28,1 42,8 30.6 29,4
Clorofila a µg/L N.D N.D N.D N.D N.D N.D N.D 5,5 N.D N.D N.D
33
Tabela 5. Parâmetros biológicos: Fitoplâncton (indivíduos/mL) dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens na área de influência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório.
Taxóns/Estações de amostragens SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ
CYANOPHYTA
2,3 1,2 1,3
2,7 3,5
1,1 2,8
CHLOROPHYTA 6,3 5,9
3,4 2,2
1,6 1,1 2,8
BACILLARIOPHYTA 4,7 4,7 1,2 12 6,8 6,5 13,3 11,6 8 8,9 8,2
FLAGELADOS PIGMENTADOS 7,8
38,7 7,9 29,1 9,8 4 5 1,6 4,4 2,7
Densidade Total (ind/mL) 18,8 12,9 41,1 21,2 39,3 18,5 20 20,1 11,2 15,5 16,5
Riqueza de Espécies 12 9 10 14 9 9 8 9 9 12 7
Tabela 6. Parâmetros biológicos: Cianobactérias (cel/mL) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXVII(março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório.
Cianobactérias/Estações amostragem SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ
Densidade (cél/mL)
139,4 14,1 551,6
962,6 291,7
183,0 351,2
Riqueza de espécies
1 1 1
1 2
1 2
TOTAL 0,0 139,4 14,1 551,6 0,0 0,0 962,6 291,7 0,0 183,0 351,2
34
Tabela 7. Parâmetros biológicos: Zooplâncton (indivíduos/L) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório.
Grupos Taxonômicos SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ
PROTOZOA 25,6 25,6 51,3
34,2
25,6 25,6 ROTIFERA 25,6 25,6
68,3
25,6
CRUSTACEA
51,3 MOLLUSCA
ZOOFLAGELADOS GASTOTRICHA FUNGI NEMATODA Densidade (ind/L) 51,2 51,2 51,3 51,3 102,5 0 0 25,6 25,6 25,6 0
Riqueza de espécies 6 4 2 0 4 0 0 2 2 2 0
Tabela 8. Parâmetros biológicos: Invertebrados Bentônicos (indivíduos/m2) dados extraídos dos laudos analíticos (Anexo V), nos pontos de amostragens a área de influência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), 4º ano de monitoramento - pós-enchimento do reservatório.
Grupos Taxonômicos/ Estações de amostragens SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3 f PS2 PS1 Alc PSJ Jus PSJ
Arthropoda/Insecta (Diptera) 6,5 7,2
Arthropoda/ Insecta (Ephemeroptera)
Arthropoda/Hidracarina
Annelida (Hirudinea)
Annelida (Oligochaeta) 12,5 57,9
Mollusca( Bivalvia)
6,8 36,4
36
4.1 Caracterização físico-química da água
4.1.1 Temperatura
Conforme a localização geográfica do ponto de coleta, da altitude, da vegetação no entorno
da área de abrangência e da cor da água, a temperatura pode ser um forte indicativo das
variações de concentração do oxigênio, assim com de outros gases na água.
A maior parte dos organismos aquáticos têm sua temperatura regulada pelo meio externo,
pois suas reações metabólicas dependem da temperatura da água. Elevadas temperaturas
podem ocasionar a diminuição da solubilização do oxigênio afetando os organismos
aquáticos, além de acelerar os mecanismos de respiração, nutrição, reprodução e
movimentação destes indivíduos e estimular o crescimento de organismos indesejáveis
produtores de gosto e odor.
As altas temperaturas do ar e água associadas à alta luminosidade da coluna d´água e ao
elevado teor de nutrientes aportados ao corpo hídrico, podem beneficiar o surgimento de um
super desenvolvimento de organismos planctônicos na coluna d’água, o que será prejudicial
ao ecossistema aquático como um todo.
Avaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:
Temperatura do Ar: A temperatura do ar apresentou um comportamento mínimo
de 20o C e máximo de 27 o C.
37
Temperatura da água: A temperatura da água manteve-se com mínima de 24°C
e máxima de 29°C.
As temperaturas do ar e da água medidas nesta campanha XXVII apresentaram características
que condizem com o período sazonal amostrado, ou seja, de final de verão, termicamente de
verão pela posição solar, com valores do ar e da água similares, indicando troca térmica
espacial e na interface entre os meios ar-água (tabela 4; figuras 4 e 5). As temperaturas da
água obtidas nas profundidades superfície, meio e fundo do reservatório (PS3), apresentaram
pequena diminuição na coluna d’água, o que não pode ser considerado como indicação de
condições de estratificação térmica no trecho do reservatório e no período de medição,
certamente atribuído ao pequeno tempo de residência da água no ponto amostrado na
coluna da água (figura 5).
38
Figura 4. Valores de temperaturas: Ar e Água (°C) obtida nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Comparativamente entre as fases monitoradas na Etapa 1, onde se avaliou o reservatório nos
períodos do pré-enchimento, enchimento e pós-enchimento (figuras 5a e 5b); os valores
médios constatados tanto para a temperaturas do ar como da água, apresentaram-se mais
elevados para a fase do pré-enchimento e pós-enchimento. Avalia-se que o decréscimo
encontrado na fase do enchimento é devido ao período sazonal de inverno em que ocorria o
monitoramento e também pelo revolvimento das águas o que não permitiu a estabilização
das mesmas para obtermos medições mais homogêneas, embora essa condição refletisse
parcialmente as condições naturais do ecossistema amostrado.
É sabido que o comportamento da temperatura do ar reflete diretamente no comportamento
da temperatura da água, embora durante o dia a temperatura da água geralmente se
apresente menor que a encontrada nas temperaturas do ar, o que foi observado no contexto
geral das campanhas realizadas, explicável pelo alto calor específico que a água apresenta em
relação ao ar.
40
Figura 5. Valores médios de temperatura Ar (fig 5a) e Água (fig 5b) em (°C) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Cabe ressaltar que existe uma relação a ser considerada entre todos os períodos amostrados.
Iniciando pela fase do pré-enchimento (abrangeu as estações de inverno, primavera, verão e
outono); do enchimento (estações de inverno e primavera) e, o pós-enchimento (no 1º, 2o e
3o anos de monitoramento do reservatório), o que reflete nas médias calculadas nos meses de
amostragens nesta atual fase de monitoramento. As variações nas médias das temperaturas
do ar e da água, nas diferentes fases deste estudo são, na realidade, consequência das
41
variações sazonais do clima, mas também das diferenças que a sazonalidade apresenta ao
longo do tempo do estudo.
4.1.2 Transparência Secchi e Turbidez
A transparência da água também varia bastante nos ecossistemas aquáticos, dependendo
sempre do regime de circulação da massa d’água, da natureza geoquímica da bacia, do uso do
solo na bacia de drenagem e do regime de chuvas. Sua relação com a matéria orgânica
dissolvida tem demonstrado um incremento na dispersão da matéria particulada em
suspensão, na dependência tanto dos aspectos qualitativos, como nos quantitativos das
substâncias dissolvidas e particuladas presentes no meio.
O parâmetro da turbidez tem importância nos ecossistemas aquáticos, pois este significa o
transporte de material ao longo de um curso d’água. Este parâmetro é lido em função da
passagem da luz na coluna d’água e dos materiais suspensos tais como, partículas inorgânicas
(areia, silte, argila) e de detritos orgânicos (algas e bactérias, plâncton em geral, matéria
orgânica particulada e dissolvida), que absorvem ou desviam esta luz.
Naturalmente este parâmetro apresenta uma estreita relação com a vazão, devido ao
aumento da sua concentração, quando nos períodos de cheias decorrente do revolvimento do
material sedimentado de fundo é suspenso na coluna d’água, ainda decorrente da erosão das
margens dos rios e escoamento superficial em estações chuvosas.
A erosão pode decorrer do mau uso do solo que impede a fixação da vegetação. Este exemplo
mostra também o caráter sistêmico da poluição, ocorrendo inter-relações ou transferência de
problemas de um ambiente (água, ar ou solo) para outro. No entanto, estes elementos
42
respondem de certa forma a quantidade dos particulados suspensos encontrados nos
períodos de alta intensidade pluviométrica e, ao contrário, quando diminui a intensidade de
chuvas diminui o material particulado na coluna d’água.
Sua relação direta com a concentração de clorofila em águas muito produtivas, tem sido
utilizada para inferir a densidade fitoplanctônica e pode ser útil na avaliação do estado trófico
das águas (embora possa mascarar esta avaliação em ambientes de rios e reservatórios).
Assim sendo, o comportamento de elevada transparência e de baixa turbidez na coluna
d’água pode conduzir a um maior desenvolvimento da flora planctônica e ocasionar sérios
prejuízos ao ecossistema aquático, se ocorrer aumento da temperatura e concentração de
nutrientes.
Avaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:
O efeito das cheias, com os processos erosivos nos latossolos da região repercutem
fortemente na turbidez e seus valores devem ser considerados altos na maioria das medidas
ao longo dos estudos. Este é um fenômeno natural na região, mas os altos valores são, em
parte, também, consequência de um uso do solo pouco conservativo e baixa cobertura do
solo. Comparativamente nesta campanha de março/2015 tanto a transparência Secchi como a
turbidez continuaram a demonstrar um comportamento de valores altos ao longo do trecho
amostrado a montante e a jusante ao reservatório, tendo aumentado sensivelmente em
relação à campanha de dezembro/2014(tabela 4; figura 6).
Nas profundidades amostradas no ponto PS3, constatou-se maior valor de turbidez na
amostra do meio (PS3m) nas coletas de setembro/2014, indicando condição de processo de
43
cunha do arroio de Roque Gonzales a penetrar na coluna da água do reservatório. Esta
condição não se repetiu na campanha de dezembro/2014. Nesta campanha de março/2015
ocorreu sensível aumento de turbidez no fundo (PS3f), indicando processo deposicional nesse
trecho do rio para as condições de fluxo existentes no período de amostragem. Pode ser
considerada a indicação de uma gradual sedimentação dos particulados finos ao longo do eixo
do rio à medida que ocorre diminuição da velocidade de fluxo no represamento do
reservatório da UHE Passo São João.
Figura 6. Valores de transparência Secchi (m) e Turbidêz (NTU), obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Comparando-se as médias dos valores da turbidez e da transparência encontrados ao longo
da formação do reservatório, pode-se observar que a turbidez apresentou valores mais
44
elevados na fase de enchimento e no terceiro ano de monitoramento do reservatório e,
naturalmente, a transparência com valores menores nesta mesma sequência de amostragens.
Figura 7. Valores médios de turbidez (NTU (fig.7a) e transparência de Secchi (m) (fig.7b) e médias das medições obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º
ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
As médias obtidas nas três fases de monitoramento (pré-enchimento, enchimento e pós-
enchimento), para o parâmetro da turbidez, apresentaram-se menores na campanha do pós-
enchimento e pré-enchimento, sendo elevados na campanha do enchimento. O contrário foi
45
observado para o parâmetro da transparência. Este comportamento oscilante pode ser
atribuído ao revolvimento das águas na nova margem formada, que estavam ocorrendo na
coluna d’água no momento do enchimento do reservatório (figura 7).
Este comportamento pode também ser atribuído aos períodos de chuvas na região, que
afetaram diretamente as variações destes parâmetros e no evento do enchimento do lago
que estava carreando sedimentos e material particulado ao corpo hídrico. Com a estabilização
das águas no momento em que o reservatório concluiu seu enchimento na fase do 1º ano
pós-enchimento, foi verificado nitidamente que este fenômeno diminuiu os valores da
turbidez com elevação da transparência.
No 2º ano e 3º ano de monitoramento os valores de turbidez voltaram a ser elevados. Na
amostragem de março/2015 novamente os valores aumentaram em relação a
dezembro/2014. Disso se pode depreender que os efeitos do represamento são minimizados
quando ocorrem enchentes e o reservatório passa a ser um sistema de passagem como um
trecho de rio, onde apenas os materiais mais grosseiros se depositam. Pode-se presumir que a
gradual diminuição da velocidade de fluxo irá também resultar na gradual deposição dos finos
no reservatório e que podem ser remobilizados por ocasião de cheias e baixo tempo de
residência no reservatório.
Com relação à classificação do CONAMA 357/05, o parâmetro de turbidez é enquadrado na
Classe 2, cujo limite é superior é de 40 UNT, nos pontos SJ1, PS6 e PS4; na Classe 1 os demais
pontos (tabela 10; figura 8).
46
Figura 8. Valores de turbidez obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
4.1.3 Cor
A cor da água resulta da existência de substâncias em solução. Pode ser causada pelo ferro ou
manganês, pela decomposição da matéria orgânica da água (principalmente vegetais), pelas
algas ou pela introdução de esgotos industriais e domésticos. Um padrão aceitável deve ser
inferior a 5Hz, embora o padrão de potabilidade estabelecido pela Portaria 158/MMS de 2004
seja aceitável até 15 Hz.
47
É uma característica da água que pode fornecer, ao observador, importantes indícios de
fenômenos naturais (lavagem do solo pelas enxurradas, p.ex.) ou da agressão antrópica
(proliferação de algas devido o lançamento de esgotos) ao lago ou reservatório. Dependendo
de sua intensidade, também pode interferir na medição da transparência e da turbidez. Como
as descrições verbais são inseguras e subjetivas, ao se registrar a cor da água de um
manancial, é desejável que se utilize um padrão reprodutível de comparação.
Avaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:
Na avaliação ao longo do eixo represado do rio Ijuí pode ser observado que há um incremento
dos valores de cor (Hz) ao longo do eixo longitudinal do reservatório, o que permite inferir
que esse incremento se deve à entrada das águas dos afluentes, que são, na realidade, os
responsáveis por essa e outras características de uma bacia hidrográfica, como pode ser
observado nos altos valores medidos em PS6 (Figura 09). O incremento de cor na
profundidade da coluna da água do ponto PS3 em setembro/2014 pôde estar relacionado à
entrada do arroio que drena o escoamento superficial de Roque Gonzales e que, nesse ponto,
formaria uma cunha, penetrando nas camadas inferiores. Na campanha de dezembro/2014,
esta tendência ficou pouco evidente, embora tenha havido pequeno incremento nos valores,
repetindo-se, também, nesta campanha de março/2015 (tabela 4; figura 9).
48
Figura 9. Valores de Cor (Hazen) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Avaliando-se as médias das quatro campanhas realizadas no segundo ano da fase pós-
enchimento (campanhas XVIII, XIX, XX, XXI), as médias do 3° ano de monitoramento do
reservatório (campanhas XXII, XXIII, XXIV e XXV) e campanhas do 4o ano de monitoramento
(campanhas XXVI e XXVII) (figura 10), observou-se uma proximidade de valores entre os
períodos analisados, mas perceptíveis diferenças entre os pontos mantendo-se
heterogeneidade entre eles. Todos os valores medidos nestas campanhas amostradas
ultrapassam o valor padrão especificado na legislação e não atendem as especificidades para
o consumo humano, pois foram observados valores sensivelmente maiores que 15Hz
estabelecido pela portaria supracitada.
49
Figura 10. Valores médios da cor (Hz) da água, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório.
Não deve ser desconsiderado, na avaliação da qualidade da água, que na região do
reservatório e da bacia hidrográfica do rio Ijuí, os solos são do tipo latossolo, onde
predominam os óxidos e hidróxidos de ferro, que resultam em acentuada coloração da água,
facilmente constatável por simples observações da paisagem.
4.1.4 pH
O pH (potencial hidrogeniônico) está relacionado com a quantidade livre de íons hidrogênio
em solução aquosa. Quanto maior a quantidade de íons de hidrogênio em solução, menor o
50
pH. Indica a capacidade de tamponamento das águas, sendo uma medida da atividade do íon
hidrogênio, representando o equilíbrio ácido-base obtido pelos compostos dissolvidos, sais,
formas de carbono inorgânico e gases na água.
Em cursos d’água o efeito do pH é mais significativo, pois valores extremos são letais para a
maioria das formas de vida aquáticas incluindo os peixes. O pH é muito influenciado pela
quantidade de matéria orgânica em decomposição, ou seja, quanto maior a quantidade de
matéria disponível menor o pH, pois para decomposição desta matéria orgânica muitos ácidos
são produzidos.
Avaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:
Nesta campanha, os valores do pH mantiveram-se praticamente homogêneos ao longo do
trecho do rio Ijuí, levemente superiores a 7,0 e inferiores a 7,5, considerado uma condição
levemente alcalina (tabela 4; figura 11). Isto indica a boa capacidade de tamponamento do pH
pela água da bacia hidrográfica. Contudo, o ponto PS1 apresenta um valor de pH 8,0,
indicando ser esse arroio de ambiente alcalino, repercutindo no ponto JUSPSJ.
51
Figura 11. Valores de pH, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Embora na fase do pré-enchimento do reservatório os valores apresentassem uma sensível
elevação com relação ao enchimento, estas médias mesmo assim foram menores que a fase
do pós-enchimento no seu 1° e 2° ano de monitoramento do reservatório. No terceiro ano do
pós-enchimento os valores novamente diminuíram, coincidindo com período chuvoso.
Cabe ressaltar que na fase do enchimento os valores apresentaram-se entre > 7,0 e < 8,0,
podendo ser atribuído ao período de instabilidade do trecho amostrado devido ao
enchimento do reservatório. Nas demais fases apresentaram-se predominantemente acima
de 7,5 (figura 12), mas com decréscimo nas últimas campanhas, coincidentes aos períodos
chuvosos que ocorreram na região.
52
Uma observação mais acurada ao longo do acompanhamento do monitoramento poderá dar
uma indicação da variação do pH em condições de chuvas ou de estiagem, pois a geoquímica
da região indica frequentemente água subterrânea com pH mais elevado. Assim, o período de
chuva baixaria o pH (com escoamento superficial e água da chuva) enquanto o período de
estiagem elevaria o pH (água subterrânea). Esta observação se confirma com os valores das
últimas campanhas, próximos a 7,0.
Figura 12. Valores médios de pH das medições obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório):
dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
53
Com relação ao enquadramento dos pontos amostrados na Resolução CONAMA 357/05 nesta
campanha, verifica-se que este parâmetro continua apresentando limites estabelecidos para
uma boa qualidade de água (comportamento que não apresenta nocividade aos organismos
aquáticos) permitindo, portanto, que o seu enquadramento mantenha-se na Classe 1, o
mesmo que estava sendo constatado nas fases anteriores de monitoramento do reservatório
(tabela 10; figura 13).
Figura 13. Valores de pH obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
54
4.1.5 Condutividade elétrica
A condutividade elétrica da água depende também do pH, variando em função das atividades
da fotossíntese e respiração dos organismos. Está relacionado com a quantidade de íons
dissolvidos na água, os quais conduzem a corrente elétrica. Quanto maior a quantidade de
íons maior a condutividade elétrica.
Os íons são levados ao corpo d’água pelas chuvas ou de águas residuárias e expressam a
condutância elétrica na água vinculada à concentração iônica ou eletrólitos na água. Como
tem estreita relação com o pH, reflete também a condição da geologia local estimulados
através dos efeitos do intemperismo sobre rochas, configurando uma composição química nas
águas que drenam através da superfície rochosa e de seu manto de alteração.
As águas interiores geralmente contêm sais minerais em solução em quantidades
relativamente pequenas. Entretanto, o lançamento de despejos industriais pode elevar as
concentrações de sais a níveis superiores aos naturais, prejudiciais aos organismos devido a
modificações ocorrentes na pressão osmótica. Na região monitorada, não foi observada a
incidência de poluidores industriais, apenas verifica-se a existência de extensas áreas com
cultivos agrícolas.
Avaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:
Neste monitoramento os valores constatados demonstraram certa heterogeneidade,
manifestada pelos valores mais elevados nos pontos com influência de arroios ou sua foz,
55
como os pontos PS5 e PS1. Contudo nos demais pontos, do eixo principal do rio Ijuí, os valores
medidos apresentam maior homogeneidade (tabela 4; figura 14).
Figura 14. Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Na comparação das três fases monitoradas na etapa 1 na relação com o pós-enchimento no 2°
ano de monitoramento, as médias dos valores encontrados nas campanhas XVIII, XIX, XX e XXI
(Figura 15) foram menores do que as constatados no 1° ano de monitoramento (exceção PS1).
Destaca-se o ponto PS1 após o enchimento do reservatório sempre com valores maiores
(Figura 15). Além disso, PS1 representa um ponto de arroio afluente, portanto com
características inerentes à sua micro bacia hidrográfica. Nesta campanha de março/2015 os
56
valores de condutividade elétrica voltaram a ser mais baixos, comparados aos de
dezembro/2015 e em relação às médias das campanhas anteriores (figura 15).
A condutividade elétrica não é parâmetro de enquadramento em Classes de Uso da Resolução
357/2005 do CONAMA.
Figura 15. Valores médios de condutividade elétrica e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
4.1.6 Alcalinidade A alcalinidade é uma medida da capacidade que as águas têm de neutralizar ácidos. Esta
57
capacidade é devida à presença de bases fortes, de bases fracas, de sais de ácidos fracos (tais
como bicarbonatos, boratos, silicatos e fosfatos) e de sais de ácidos orgânicos, tais como o
ácido húmico. Em águas superficiais, o comportamento elevado da alcalinidade pode ser
devido à presença de grande quantidade de algas, pois estes organismos removem dióxido de
carbono da água, podendo elevar o pH em níveis próximo a 10,0.
É uma medida total das substâncias presentes numa água, capazes de neutralizar ácidos.
Numa água com certa alcalinidade a adição de uma pequena quantidade de ácido fraco não
provocará a diminuição de seu pH, porque os íons básicos presentes irão neutralizar o ácido.
A alcalinidade da água é uma medida de sua capacidade em reagir com ácidos fortes para
atingir determinado valor de pH. A alcalinidade da água natural é, tipicamente, uma
combinação de íons bicarbonato (HCO3-), íons carbonato (CO3
2-) e hidroxilas (OH-). Na água
potável, a alcalinidade contribui também para o sabor da água.
Avaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:
58
Figura 16. Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
A alcalinidade desta campanha de março/2015 apresentou resultados diferentes entre os
pontos e coerentes com as diferenças demonstradas no pH entre os mesmos pontos (tabela 4;
figura 16).
A alcalinidade do terceiro ano da fase de pós-enchimento apresentou valores acima dos
valores das campanhas do segundo ano da fase três, além de evidenciar valor mais alto no
ponto PS1 (Figura 17). De certa forma, o ponto PS1 salientou-se nas últimas campanhas em
relação aos demais, inclusive nesta campanha de março/2015, indicando características
peculiares em relação aos demais pontos. Este comportamento não demonstra evidências de
anormalidade para o referido parâmetro, mas possibilidade e geoquímica de rochas mais
59
alcalinas nos períodos de estiagem e condição inversa nos períodos de chuvas, como ocorre
presentemente (figura 17).
Figura 17. Valores médios de alcalinidade (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) - 4º ano de monitoramento do reservatório.
A alcalinidade não é parâmetro de enquadramento na Resolução 357/05 do CONAMA. 4.1.7. Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5), Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Saturação em Oxigênio:
60
O oxigênio dissolvido é o mais importante gás dissolvido da água. Tem baixa solubilidade e
alto consumo pelos seres vivos. Depende também da temperatura, salinidade, pressão
atmosférica e da turbulência das águas. Por outro lado, fatores tais como despejos poluidores
e variações de temperatura podem prejudicar as concentrações deste gás no corpo hídrico.
Com relação à demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), esta tem uma tendência a um
comportamento inversamente proporcional ao parâmetro do oxigênio, pois quanto maior o
consumo de oxigênio maior o decaimento da concentração deste gás nas águas e,
consequentemente, a elevação do consumo de oxigênio para a oxidação da matéria orgânica.
Estes episódios são comuns principalmente quando um corpo hídrico é receptor direto de
esgotos domésticos.
A demanda química de oxigênio (DQO) é a quantidade de oxigênio necessária para oxidação
da matéria orgânica através de um agente químico de oxidação. Os valores da DQO serão
iguais ao da DBO se toda matéria orgânica do meio for oxidável em até cinco dias – como a
glicose e a frutose, p. ex. - mas normalmente são maiores que os da DBO5, pois apresenta
mais material pouco lábil e de degradação que inicia quando os mais lábeis estiverem
esgotados, as proteínas, por exemplo. O aumento da concentração de DQO num corpo d'água
se deve principalmente a despejos de origem industrial, além de ser muito útil para observar a
biodegradabilidade de despejos.
Como na DBO5 mede-se apenas a fração biodegradável num prazo de cinco dias, quanto mais
este valor se aproximar da DQO significa que mais facilmente biodegradável será o efluente.
Mas valores muito elevados desta relação indicam grandes possibilidades de insucesso, uma
vez que, a fração biodegradável torna-se pequena, tendo-se ainda o tratamento biológico
61
prejudicado pelo efeito tóxico sobre os microrganismos exercido pela fração não
biodegradável.
Avaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:
Na campanha de setembro/2014 medição dos valores do oxigênio dissolvido apresentou um
comportamento de diminuição de concentração ao longo do antigo eixo do rio Ijuí de PS6 a
PS3. Na campanha de dezembro/2014 os valores se encontraram próximos à saturação e com
pequena tendência de aumento ao longo do eixo do reservatório, indicando a não influência
do represamento na concentração do oxigênio dissolvido. No ponto PS3 a profundidade
apresentou pequeno decréscimo de concentração, também indicação da baixa influência do
represamento da água, no período de amostragem. Na amostragem de março/2015 os
valores de oxigênio dissolvido continuaram próximos à saturação, com a continuidade de
indicação de baixa ou ausência de influência do represamento no trecho do antigo leito do rio
Ijuí (figura 18).
Na demanda química de oxigênio, os valores foram baixos (inferiores a 4,61 mg/L), não
detectados a nível de detecção do método analítico laboratorial, portanto com valores
inferiores aos medidos em dezembro/2014 (figura 18). Cabe observar que no ponto PS3f e o
trecho subsequente os valores foram maiores, embora baixos, possivelmente por influência
de descargas orgânicas estáveis da cidade de Roque Gonzales.
A demanda bioquímica de oxigênio apresentou valores pouco homogêneos entre os pontos
na campanha de setembro/2014. Na campanha de dezembro/2014 os valores foram mais
homogêneos em relação ao trimestre anterior. A condição de existência de cunha com valores
62
mais altos nos pontos PS3m e PS3f não se repetiu nessa campanha, com possível indicação de
que em períodos de menor tempo de permanência tal condição tende a desaparecer. Na
campanha de março/2015 os valores foram baixos, indicando baixa atividade de oxidação
biológica (tabela 4; figura 18).
Figura 18. Valores de OD - oxigênio dissolvido, DBO5d - demanda bioquímica de oxigênio e DQO - demanda química de oxigênio (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Para efeito comparativo entre as médias das formas do oxigênio dissolvido, DBO5 e DQO, não
foram utilizadas as médias da DQO comparativamente aos parâmetros citados, devido à
análise deste parâmetro haver sido iniciado apenas no segundo ano de monitoramento do
reservatório, não podendo então ser comparado com o primeiro ano de monitoramento.
63
Os valores comparativos de DQO entre as várias campanhas encontram-se visualizados na
Figura 19 e indicam a forte variação dos resultados, apesar de menor entre os pontos dentro
de cada campanha.
Figura 19. Valores da demanda química de oxigênio (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório.
Na comparação das médias do OD e DBO5 nas fases pré-enchimento, enchimento e pós-
enchimento (1º ano após a formação do reservatório), das campanhas XVIII, XIX, XX e XXI (2º
ano após a formação do reservatório) e XXII, XXIII, XXIV e XXV (3º ano após a formação do
reservatório) e XXVI (4º ano após a formação do reservatório) observa-se que os valores
64
médios do oxigênio dissolvido oscilaram entre mais e menos com relação aos valores
encontrados no 1º ano de monitoramento após o enchimento do reservatório (figura 20).
Na fase do pós-enchimento verificou-se certa estabilização e início do amadurecimento do
reservatório; excetuando-se as campanhas realizadas em períodos com eventos chuvosos,
que podem ter interferido nas condições de qualidade das águas, afetando assim o
comportamento de todos os parâmetros analisados.
Figura 20. Valores médios de oxigênio dissolvido (mg/L) obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório):
dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
65
Figura 21. Valores médios de demanda bioquímica de oxigênio (mg/L) obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Os valores para a DBO na primeira campanha do 4º ano de monitoramento após a formação
do reservatório foram mais altos em relação à maioria das campanhas anteriores, inclusive
das fases de pré-enchimento e durante o enchimento. Contudo, voltaram a diminuir nesta
campanha de março/2015 (figura 21).
A condição de aumento da temperatura nas águas do reservatório implica num percentual de
saturação de oxigênio abaixo de 100%, mas próximo a ela, na maioria dos pontos o que
66
habilita a que o ambiente em análise esteja em condição normal e não limita os processos
metabólicos e de produção e reprodução das comunidades aquáticas locais, condição da
campanha de dezembro/2014. Nesta campanha de março/2015 todos os pontos
apresentaram valores de saturação próximos a 100%, mas a maioria com valores acima de
100% (quadro 01).
Quadro 01: Comparativo de OD com Saturação de Oxigênio
SJ1 PS6 PS5 PS4 PS3s PS3m PS3f PS2 PS1 AlçPSJ JusPSJ
OD (mg/L) 8,60 8,70 8,40 8,80 8,60 9,20 7,90 8,00 8,20 8,30 8,00
Saturação OD ( %)
104 107 105 113 113 120 101 97 101 102 100
Na avaliação destes parâmetros com relação às classes de usos do CONAMA 357/05, permite-
se aferir que o oxigênio dissolvido apresentou-se enquadrado na Classe de Uso 1 em todos os
pontos, da Resolução 357/2005 do CONAMA (tabela 10; figura 22)
67
Figura 22. Valores de oxigênio dissolvido nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Para a Demanda Bioquímica de Oxigênio foi constatado o enquadramento na Classe de Uso 1
da Resolução 357/2005 do CONAMA, nesta campanha (tabela 10; figura 23).
68
Figura 23. Valores de DBO5d (demanda bioquímica de oxigênio) nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
4.1.8 Sólidos: Sedimentáveis, Suspensos e Dissolvidos
Os sólidos podem ser classificados de acordo com seu tamanho e características químicas. Os
sólidos contidos em uma amostra de água apresentam, em função do método analítico
escolhido, características diferentes entre si e, consequentemente, têm designações distintas
(sólidos totais, em suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis).
69
Sólidos Sedimentáveis – representam os particulados sólidos que sedimentam em um
determinado tempo, geralmente com utilização de cone de sedimentação, durante
uma hora.
Sólidos Suspensos – representam o total dos sólidos que permanecem em suspensão
na coluna d’água, incluindo todos os sólidos. São separados por filtração. Quando em
elevados valores são prejudiciais à qualidade da água.
Sólidos Dissolvidos Totais - representam a parcela de compostos que se encontram na
água após filtração, filtrados em membrana 2µm de porosidade. Elevados valores
deste parâmetro significam problemas com odor, gosto e aspecto nas águas.
Avaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:
A concentração de sólidos suspensos para esta campanha (março/2015) apresentou valores
sensivelmente mais elevados, considerando que na campanha de dezembro/2014 os mesmos
sequer foram detectados em todos os pontos no corpo represado, certamente por efeito da
precipitação e escoamento superficial, o que corrobora com os valores mais altos de turbidez
e cor. A considerar, ainda, que nos pontos PS3f e PS2 os valores foram altos e permite inferir
que ocorre transporte de finos nas camadas mais profundas do reservatório, tema já
comentado em relatórios anteriores (Figura 24).
O parâmetro dos sólidos sedimentáveis manteve-se no limite de detecção definido pela
análise laboratorial (1,0mL/L), indicando que o sistema rio Ijuí apresenta baixa competência
para o transporte de sedimentos mais grosseiros na área do monitoramento, além da
indicação de que os latossolos da região são dominados por sedimentos finos, que não
sedimentam no intervalo de tempo do método de medição utilizado (tabela 4;figura 24).
70
A forma de sólidos dissolvidos normalmente apresenta valores mais altos em relação às
demais formas de sólidos o que se confirma neste trimestre, à semelhança do que ocorrera no
trimestre anterior. A indicação para essa condição pode ser atribuída à baixa composição
granulométrica de argilas e oxi-hidróxidos de ferro das amostras, com transporte de
suspensos em maiores proporções, aspecto a ser observado em possíveis comparações de
escoamento na presença ou ausência de escoamento superficial na bacia de drenagem (tabela
4; figura 24).
Figura 24. Valores de sólidos sedimentáveis, suspensos e totais dissolvidos (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
71
Excetuando os sólidos sedimentáveis, porque este parâmetro apresentou valores baixos e
não detectáveis na análise laboratorial (figura 23), as formas de sólidos dissolvidos totais e
suspensos foram comparadas entre as fases anteriores: pré-enchimento, enchimento e pós-
enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório), com as médias das campanhas
realizadas no terceiro ano de monitoramento e 1ª campanha do quarto ano de
monitoramento do reservatório (tabela 4; figura 25).
Figura 25. Valores médios dos sólidos: sedimentáveis (mL/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de
reservatório): dezembro/2014 e março/2015 .
72
Na comparação entre as diferentes fases destaca-se a campanha da fase do pós-enchimento
(1º ano de monitoramento) onde os sólidos suspensos devido à ocorrência do revolvimento
das águas nesta fase, apresentaram os maiores valores. Nas campanhas do segundo ano e
principalmente do terceiro ano de monitoramento da fase pós-enchimento houve sensível
decréscimo de sólidos suspensos, especialmente na 1ª campanha do 4º ano de
monitoramento, mesmo tratando-se de períodos de maiores chuvas (figura 26).
Figura 26. Valores médios dos sólidos: suspensos (mg/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
73
Na fase do pré-enchimento os sólidos dissolvidos totais, apresentaram maiores
concentrações em relação às demais fases, possivelmente devido à condição lótica das águas
em todos os pontos amostrados. Na fase de pós-enchimento os sólidos dissolvidos totais
apresentaram valores decrescentes, com algumas exceções, o que pode ser uma boa
indicação de qualidade para o ambiente alterado, ou de ajustamento à nova condição
ecossistêmica (figura 27).
Figura 27. Valores médios dos sólidos dissolvidos totais (mg/L), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de
reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
74
No que tange aos limites estabelecidos para este parâmetro na Resolução CONAMA 357/05,
que fixam o valor de 500 mg/L para os sólidos dissolvidos totais em todas as Classes de Usos,
pode-se observar que os valores encontrados se enquadraram nos limites permissíveis para a
Classe 1 (tabela 10; figura 28).
Figura 28. Valores de sólidos dissolvidos totais (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento, 4º ano de monitoramento do reservatório.
4.1.9 Fósforo, Fosfato Total e Ortofostato
O fósforo geralmente está presente na natureza na forma de fosfato orgânico e inorgânico,
podendo se apresentar nas águas sob três formas diferentes. Os fosfatos orgânicos são as
75
formas em que o fósforo compõe moléculas orgânicas, como a de um detergente por exemplo
(polifosfatos) e da composição do protoplasma dos seres vivos.
Os ortofosfatos (fosfato inorgânico dissolvido), por outro lado, são representados pelos
radicais que se combinam com cátions formando sais inorgânicos nas águas. Na maioria dos
ecossistemas, as quantidades disponíveis de ortofosfato, seja no solo, seja na água, são muito
baixas e este elemento é o fator limitante da produção biológica. Os polifosfatos ou fosfatos
condensados são polímeros de ortofosfatos.
No entanto, esta terceira forma não é muito importante nos estudos de controle de qualidade
das águas, porque os polifosfatos sofrem hidrólise se convertendo rapidamente em
ortofosfatos nas águas naturais que é a forma mais comum e a mais utilizada pelos vegetais.
Tais compostos estão em quantidades muito pequenas na água, porém constituindo um
importante elemento componente da substância viva (nucleoproteínas), além de estar ligado
ao metabolismo respiratório e fotossintético.
O fósforo aparece em águas naturais oriundo do intemperismo das rochas e, em certas
regiões, da liberação de rochas sedimentares fosfatadas, como a apatita, constituindo baixas
concentrações. Águas drenadas de regiões com forte atividade antrópica incrementam suas
concentrações em fósforo, principalmente, pelas descargas de esgotos sanitários. Nestes, os
detergentes superfosfatados empregados em larga escala doméstica constituem a principal
fonte além da própria matéria fecal, que é rica em proteínas. Alguns efluentes industriais
(indústrias de fertilizantes, pesticidas, químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros,
frigoríficos e laticínios) apresentam fósforo em quantidades excessivas. As águas drenadas em
áreas agrícolas e urbanas também podem provocar a presença excessiva de fósforo em águas
naturais.
76
Assim como o nitrogênio, o fósforo constitui-se em um dos principais nutrientes para os
processos biológicos, ou seja, é um dos chamados macro-nutrientes por ser exigido também
em grandes quantidades pelas células. Ainda por ser nutriente para processos biológicos o
excesso de fósforo em esgotos sanitários e efluentes industriais, por outro lado, conduz a
processos de eutrofização das águas naturais.
Este elemento é o nutriente mais limitante aos organismos aquáticos, essencial para o
crescimento destes e pode ser o nutriente que limita a produtividade primária de um corpo
d’água.
O fósforo total é a soma de todas as formas de fósforos encontrados no ambiente aquático.
Apresenta geralmente valores baixos, em médias inferiores a 0,05 mg/L em corpos hídricos
naturais. O fosfato pode ser encontrado nos sistemas aquáticos sob algumas formas: solúveis
em água propriamente dita (0,0005%), incorporada ao plâncton (3,4%), solúveis ao solo
(0,7%), precipitado nos substratos (94,1%) e solúveis nos organismos bentônicos (1,85%).
Avaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:
Na campanha de dezembro/2014 o fosfato total e o fósforo total (tabela 4; Figura 29)
apresentaram os maiores valores nos pontos PS4 e PS2. Os valores de ortofosfato (tabela 4;
figura 29) encontrados foram baixos e recomendados para ambientes lóticos e semi-lênticos.
Nesta campanha de março/2015 o fosfato total e o fósforo total apresentaram valores
sensivelmente mais elevados em comparação aos da campanha de dezembro/2014. O fósforo
total é a forma utilizada como critério de enquadramento em Classes de Uso do CONAMA,
77
enquanto o ortofosfato é a forma mais importante para a compreensão de possível processo
de eutrofização, por ser a forma utilizada na absorção pelas algas. Mesmo para ambientes
lóticos e semi-lênticos os valores de fósforo total encontrados devem ser considerados altos e
têm consequências sobre enquadramento de qualidade de água, em alguns pontos, como em
PS4 e nas três profundidades de PS3. O fosfato total, não é critério de enquadramento em
Classes de Uso, mas sua concentração na água indica fonte de minerais fosfatados como
apatita ou outros provenientes dos processos erosivos e do intemperismo.
Figura 29. Valores de fósforo total, ortofosfato e fosfato total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Na avaliação das diferentes fases e campanhas, em relação ao ortofosfato houve sensível
decréscimo nas médias no segundo e terceiro anos do período de pós-enchimento,
considerando que no primeiro ano do pós-enchimento ocorreram as maiores concentrações e
78
da 1ª campanha do 4º ano de monitoramento (figuras 30, 31) Houve gradual decréscimo de
concentração do ortofosfato, à medida que os pontos representaram a área represada da
UHE Passo São João. Isso permitiu induzir que o fósforo estava gradualmente em processo de
sedimentação no reservatório (ligado física e quimicamente aos hidróxidos e óxidos de ferro
insolúveis). No trimestre relativo a dezembro/2014 essa condição não se confirmou,
presumindo-se que o processo de floculação não ocorreu, pelo pouco tempo para floculação
devido ao fluxo de cheia no reservatório. No entanto neste trimestre voltou a ocorrer maiores
concentrações de todas as formas de fósforo analisadas, mantendo-se a relação e
interdependência de muitas variáveis e as condições do tempo (chuvas) no período.
Uma característica que pode ser evidenciada trata-se da baixa concentração do ortofosfato e
marcante homogeneidade ao longo do rio Ijuí em todas as fases; embora, com as menores
médias encontradas no monitoramento realizado a partir do segundo ano de monitoramento
do reservatório. De certa forma, o ortofosfato por estar com valores abaixo do limite de
detecção (definido pelo método laboratorial utilizado), permite constatar uma condição de
equilíbrio na qualidade, o que dispensa preocupação em excesso, embora no ponto PS3 haja
concentrações maiores e, por ser trecho de condições mais lênticas, merece observações
sobre possível eutrofização futura (figuras 30, 31).
79
Figura 30. Valores de ortofosfato (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, ), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014,
junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Com base em citações bibliográficas sobre o comportamento do fósforo, a forma de fosfato é
uma variável que não é equivalente ao fósforo total, pois inclui as formas minerais que não
são biologicamente absorvíveis (apatita, por exemplo). Mas, por uma questão de
simplificação, o termo fósforo total tem sido bastante utilizado para representar o fósforo na
forma de fosfato não mineral que ocorre no meio, portanto também representado pelo
fósforo presente nos seres vivos e que fazem parte do seu metabolismo.
80
Após o enchimento do reservatório até o final do segundo ano do pós-enchimento podia-se
afirmar que a formação do reservatório já demonstrava certa estabilização das suas águas,
com as explicações inerentes a esses resultados. Contudo, o aumento dos valores do fósforo
total ao longo do ano de 2014 (campanhas XXII, XXIII, XXIV e XXV), repetido nos resultados da
campanha de dezembro/2014 e principalmente pelo novo aumento na campanha destre
trimestre de março/2015, indicou sensível alteração dessas condições (Figura 29), o que tem
resultado em perda de qualidade na classificação da Resolução do CONAMA.
Figura 31. Valores de fósforo total (mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, ), e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014,
junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
81
Para a classificação do CONAMA 357/05, os limites do fósforo total são divididos para três
ambientes: lêntico, intermediário e lótico. Pelo fato destes ambientes ainda apresentarem
oscilação entre os ambientes lótico e lêntico, considerou-se para esta análise a condição do
regime lótico para os pontos SJ1, PS6, PS5, PS4, PS2, Alç PSJ e Jus PSJ (inferindo-se os limites
definidos por esta Resolução entre 0,1 e 0,15mg/L para estes pontos). No entanto, para o
ponto PS3 (superfície, meio e fundo), localizado no reservatório, adotou-se o regime lêntico,
devido às características das águas neste local, cujos limites ficam entre 0,02 a 0,05 mg/mL,
ou seja, limites estabelecidos para ambientes lênticos.
Figura 32. Enquadramento do fósforo total (mg/L) em Classes de Uso da Resolução 357/2005 do CONAMA, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
82
Na avaliação dos pontos amostrados nesta campanha de dezembro/2014 os valores
encontrados apresentaram níveis de enquadramento na Classe 1 os pontos SJ1,PS6, PS5, PS2,
PS1, AlçPSJ e JusPSJ; na Classe 3 o ponto PS4 e na Classe 4 os pontos PS3s, PS3m e PS3f, na
Resolução 357/2005 do CONAMA (tabela 10; figura 32). O critério da resolução 357 para o
enquadramento do fósforo total nas classes de uso 1, 2 e 3 do CONAMA é considerado
fortemente restritivo, visto que a maioria das nascentes já apresentam valores superiores a
0,02 mg/L de fósforo total, motivo porque tantos resultados de estudos e de monitoramento,
mesmo de águas naturais sem influência antrópica, apresentarem enquadramento nas classes
2, 3 e 4.
Cabe salientar que, no decorrer dos demais monitoramentos, se necessário, poderão ser
atribuídas medidas de intervenção apropriadas para a melhoria das águas e destes
parâmetros caso o ambiente não responda naturalmente às adequações do ecossistema
aquático para nova situação de lago, cuja finalidade é a manutenção das águas em Classe 2,
considerada pela legislação como águas de boa qualidade.
4.1.10 Nitrogênio Total Kjedhal, Amoniacal, Nitrito e Nitrato
O nitrogênio manifesta-se no ambiente de diversas formas, quais sejam:
Nitrogênio molecular (N2): livre na atmosfera;
Nitrogênio orgânico: dissolvido e em suspensão no corpo d’água; é o Nitrogênio albuminóide resultante da degradação das proteínas por microrganismos heterotróficos secretores;
Amônia (livre=NH3): é um produto da atividade de degradação microbiana nos aminoácidos, p.ex.; ou oriundo de processos de tratamento da água por residual de cloro;
83
Amônia inorgânica: ionizada; amônio; íon amônio; NH4+;
Nitrito: oxidado (NO2-);
Nitrato: oxidado (NO3-).
O nitrogênio é encontrado no meio aquático em diversas formas, sendo de origem natural
(proteínas, clorofila e outros compostos biológicos) ou origem humana e/ou animal, oriundo
dos resíduos domésticos, industriais e excrementos. Nos esgotos domésticos predomina a
forma de amônia/albuminóide e o orgânico (amônia livre/amoniacal), sendo o nitrogênio total
o somatório destes dois, mais o nitrato e o nitrito. Está intimamente relacionado ao consumo
do oxigênio, pois este é necessário durante o processo de nitrificação do nitrogênio
(transformação do nitrogênio amoniacal a nitrito e posteriormente a nitrato). Destaca-se
como elemento de grande importância (como o fósforo) no desenvolvimento do fito e
zooplâncton, com influência no processo de eutrofização.
A Amônia Orgânica é resultante de excretas, urina, fezes ou da morte dos seres vivos, ou
mesmo ainda da presença de aminoácidos. Também é a fração formada pela adição de uma
solução alcalina no que resultou da destilação do nitrogênio amoniacal, sendo indicador de
poluição orgânica. Sua transformação em nitrogênio amoniacal e depois em amônia
inorgânica (NH4+), indica o início da oxidação que produzirá o nitrito/NO2
-, (nitrogênio nitroso)
e em seguida o nitrato/NO3- (nitrogênio nítrico), sendo estas duas etapas finais realizadas por
bactérias autotróficas quimiossintetizantes.
Se o nitrogênio albuminóide (amônia orgânica/NH3, sem ação dos organismos) for maior que
o nitrogênio amoniacal, indica a presença de matéria orgânica ainda não degradada por
organismos. Se o contrário, revela que a água já se encontra em processo de decomposição. A
transformação do N- albuminóide para N- amoniacal é mais rápida quando a matéria orgânica
84
provém de excretas de animais do que de vegetais (folhas e galhos, p.ex.), apontando que a
água teve contato recente com excretas.
O Nitrogênio Amoniacal é a forma intermediária ainda não ionizada entre o composto
nitrogenado de origem natural (proteínas, clorofila e outros compostos biológicos) e dos
excretos dos animais e dos humanos. Quando sob ação microbiana sofrem degradação,
decomposição e hidrólise, originando a amônia inorgânica/NH4+ (íon amônio) ionizada. Então,
as frações encontradas na amostra analisada podem ser fração tóxica e a não tóxica como
matéria orgânica não ionizada livre/NH3 e ionizada/NH4+.
O Nitrogênio Amoniacal pode ser pouco ou muito tóxico, dependendo sempre do pH,
temperatura e salinidade do corpo hídrico. Está intimamente relacionado ao consumo do
oxigênio, pois este é necessário durante o processo de nitrificação do nitrogênio
(transformação do nitrogênio amoniacal a nitrito e posteriormente a nitrato).
A Amônia Inorgânica é a primeira forma de composto nitrogenado não orgânico formado
com a água. O nitrogênio albuminóide/NH3, na forma orgânica (por degradação,
decomposição e hidrólise), ao chegar à água é rapidamente transformado em nitrogênio
amoniacal/NH4-, ou amônia inorgânica, passando depois para nitrogênio nitroso/NO2
-, e
finalmente nitrogênio nítrico/NO3-. Essas duas últimas transformações só ocorrem em águas
que contenham oxigênio dissolvido.
O aumento do pH na água (alcalinização) diminui gradativamente a concentração da amônia
inorgânica, porém não caracterizando uma menor toxicidade na água, visto que com isso, a
presença ou retenção da amônia livre se torna maior. Em pH 7,0 espera-se 99% de amônia
85
inorgânica/ NH4+ para 1% da amônia livre; mas em pH 9,0 essa relação é de 64% para a forma
inorgânica e 36% para a forma livre/orgânica e em pH 9,5 tem uma inversão nesses valores.
O Nitrito é a forma química do nitrogênio normalmente encontrada em quantidades
diminutas nas águas superficiais, pois o nitrito é instável na presença do oxigênio ocorrendo
como uma forma intermediária. A presença de nitritos em água indica processos biológicos
ativos influenciados por poluição orgânica. É encontrado na água como resultado da
decomposição biológica devido à ação de microrganismos sobre o nitrogênio amoniacal, ou
também proveniente de aditivos oriundos de efluentes industriais (anticorrosivos de
instalações industriais).
O nitrito é uma forma transitória, sendo rapidamente oxidado a nitratos/NO3-. Sua
persistência indica despejo contínuo de matéria orgânica. Não se pode esperar concentrações
acima de 0,2 mg/l nas águas naturais. O íon nitrito pode ser utilizado pelas plantas como uma
fonte de nitrogênio. A presença de nitrito (NO2-) ou nitrogênio nitroso em concentração
elevada indica que a fonte de matéria orgânica presente na água encontra-se a pouca
distância do ponto onde foi feita a amostragem para análise.
A forma de nitrogênio mais oxidada é o Nitrato (NO3-), constituindo um importante nutriente
das algas e plantas vasculares. Quando em grande concentração (junto ao fósforo) propicia o
crescimento algáceo e/ou macrófitas aquáticas. É a principal forma de nitrogênio configurado
encontrado nas águas. Representa a fase oxidada no ciclo do nitrogênio, e é normalmente
encontrado em concentrações maiores nos estágios finais da oxidação biológica.
Águas naturais em geral contêm nitrato em solução. Já as que recebem esgotos podem conter
quantidades variadas de outros compostos nitrogenados mais complexos, ou menos oxidados,
86
tais como: compostos orgânicos quaternários, amônia e nitrito, denunciando, no caso,
poluição recente.
Elevadas concentrações indicam condições sanitárias inadequadas, pois a principal fonte de
nitrato são os dejetos de humanos e animais. Por outro lado, em concentração baixa tal forma
estimula o desenvolvimento de plantas, sendo que organismos aquáticos como algas,
florescem na presença deste.
O Nitrogênio Total Kjedhal (NTK) é a forma predominante do nitrogênio nos esgotos
domésticos brutos. É basicamente a soma do nitrogênio orgânico (aminas e amidas) e
inorgânico (amônias). Ambas as formas estão presentes em detritos de nitrogênio orgânico
oriundos de atividades biológicas naturais. Representa o menor estado de oxidação do
nitrogênio, podendo ser separado em fração orgânica e inorgânica. Na água pode representar
o inverso da capacidade de degradação da matéria de origem orgânica, mais a fração
inorgânica.
Avaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:
Os valores encontrados para as formas de nitrogênio foram heterogêneos entre os pontos
amostrados (tabela 4; figura 33). As formas do nitrato e do nitrogênio inorgânico total
apresentam valores praticamente similares e mais elevados com relação às demais formas,
com destaque aos pontos SJ1, PS6 e PS3f, que apresentaram os maiores valores nesta
87
campanha. Nitrogênio total Kjedhal apresentou valores menores que as formas de nitrogênio
citadas acima, o que indica condições oxidativas nos pontos amostrados e pequena
participação nos processos amonificantes (ambiente oxidativo) (figura 33). Esta condição
apresenta similaridade em relação à campanha de dezembro/2014.
Figura 33. Valores das formas de nitrogênio (Kjeldhal, amoniacal, nitrito, nitrato e inorgânico total em mg/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
88
Figura 34. Valores médios de nitrogênio total Kjeldhal (NTK), em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Com relação ao nitrogênio total Keljdhal (NTK), observou-se heterogeneidade em todas as
fases amostradas; embora na fase do pré enchimento este parâmetro tenha apresentado
valores bem mais elevados que nas demais fases. As médias encontradas no 3º ano de
monitoramento após o enchimento do reservatório, apresentaram significativo aumento em
relação às médias das campanhas anteriores. Contudo no trimestre de dezembro/2014 houve
grande decréscimo nas concentrações em relação às médias de todos os períodos anteriores
(figura 34). Neste trimestre de março/2015 este decréscimo tem aumentado, embora as três
89
profundidades do ponto PS3 tenham apresentado valores mais elevados, principalmente em
PS3f.
Figura 35. Valores médios de nitrogênio amoniacal, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Para o nitrogênio amoniacal os valores constatados na fase do pré-enchimento apresentaram
resultados muito altos se comparados às demais campanhas ao longo do estudo. Os valores
dos resultados das demais fases indicaram baixas concentrações, reforçando a hipótese de
processos pouco representativos de decomposição de compostos nitrogenados como
proteínas, por exemplo. Contudo na média das quatro campanhas de 2014 houve forte
90
aumento nas concentrações, cuja única explicação plausível seria o escoamento superficial
das terras adjacentes da bacia hidrográfica, rica em restos orgânicos (figura 35). Nesta mesma
figura pode-se observar que o nitrogênio amoniacal apresentou nova diminuição de
concentração nesta campanha de dezembro/2014.
Figura 36. Valores das formas de nitrogênio inorgânico total em mg/L, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) - 4º ano de monitoramento do reservatório.
O nitrogênio inorgânico revela a forte influência do nitrato, que é a forma mais oxidada de
todas as combinações dos compostos nitrogenados. Como o nitrato apresentou forte
incremento nas campanhas XXIV e XXV, além da campanha de dezembro/2014, o mesmo
91
resultou com o nitrogênio inorgânico (figura 36). Neste trimestre de março/2015 o
comportamento da maioria dos pontos repetiu, aproximadamente, os valores de
dezembro/2014, com pequena diminuição. A importância dos valores de nitrogênio
inorgânico está na sua utilização no cálculo do Índice de qualidade ambiental de reservatórios
(IQAr).
Quanto à forma do nitrato, constata-se que os valores encontrados continuam apresentando
comportamento heterogêneo, principalmente entre as campanhas, com as médias
relativamente baixas encontradas para este parâmetro até o segundo ano de monitoramento
(com o reservatório formado). No entanto as médias do terceiro ano de monitoramento pós-
enchimento encontram-se significativamente mais elevadas com relação às demais fases
anteriores (figura 36), ocorrendo maior aumento ainda nos valores da campanha de
dezembro/2014 e de março/2015.
92
Figura 36. Valores médios de nitrato, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Para o nitrito, as médias da fase pré-enchimento apresentaram-se bem baixas com relação às
fases de enchimento e pós-enchimento do reservatório. Vale comentar que foi mudada a
metodologia utilizada anteriormente, que alterou desta forma o limite de detecção
laboratorial de 0,05 para 0,08mg/L.
Contudo a média dos resultados do terceiro ano da fase do pós-enchimento ficou
significativamente mais elevada que a das campanhas pregressas (figura 37). Como o nitrato
93
também teve um forte incremento nos valores do mesmo período, pode-se inferir que há
uma rota de nitrificação, com capacidade oxidativa até a formação do nitrato. Os valores
encontrados para nitrito em dezembro/2014 não se repetiram nesta campanha de
março/2015.
Figura 37. Valores médios de nitrito, em mg/L, das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
No que tange a avaliação da Resolução CONAMA 357/05 (adotando-se as medições na faixa
de pH entre 7,5 a 8,0 definidas por esta resolução e aos encontrados no corpo d’água que
94
manteve-se entre 7,12 a 7,30) pode-se enquadrar o nitrogênio amoniacal nos limites
permissíveis de uso para a Classe 1. O mesmo pode ser avaliado para as outras formas de
nitrogênio, tais como o nitrito e o nitrato que também apresentaram valores permissíveis
para o enquadramento nesta mesma classe (tabela 10; figuras 38 a, b, c).
96
Figura 38 a,b,c. Enquadramento do Nitrogênio Amoniacal, Nitrito e Nitrato (mg/L) em Classes de Uso da Resolução 357/2005 do CONAMA, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
4. 2 Caracterização biológica da água
4.2.1 Coliformes Totais e Termotolerantes O grupo coliforme é formado por um número de bactérias que inclui os gêneros Klebsiella,
Escherichia, Serratia, Erwenia e Enterobacteria. Do grupo dos coliformes a forma mais comum
é a Escherichia coli do grupo das termotolerantes, referenciada como representante na
indicação de poluição de origem sanitária.
97
Mostra-se mais significativo o uso da bactéria coliforme total porque as bactérias fecais estão
restritas ao trato intestinal de animais de sangue quente. Ambientes com excessiva
concentração de coliformes fecais podem estar recebendo constantes despejos oriundos de
resíduos domésticos sem tratamento adequado.
Avaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:
A campanha desde mês de março/2015 apresentou uma acentuada densidade de número de
organismos do grupo coliformes termotolerantes nas profundidades do ponto PS3 meio e
fundo, também foi encontrado densidade de organismos embora com menos densidade nos
pontos a montante (SJ1) e a montante do reservatório (tabela 4; figura 39).
Como tem sido registrado, os valores diferenciados para os mesmos pontos de vários outros
parâmetros, pode-se, novamente, inferir que há uma entrada do arroio que drena área
urbana da cidade do Roque Gonzales (arroio Lageado) que resulta na perda de qualidade nos
pontos abaixo a sua foz (Alc PSJ e Jus PSJ). Também se observa um comportamento de
sensível alteração, principalmente no ponto SJ1, localizado a jusante do reservatório da UHE
São José. Situação semelhante tem se repetido em trimestres anteriores, podendo-se inferir
que há pontos críticos responsáveis pela perda de qualidade, como em PS3m e PS3f.
98
Figura 39. Valores da contagem de coliformes termotolerantes e totais (NMP/100mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
De certa forma, tanto os coliformes fecais como coliformes termotolerantes (figura 39) são
apresentados como contagens de colônias formadas em meio de cultura e incubação. Tal
metodologia pode conduzir a grandes diferenças de contagens, o que se considera as
grandezas de contagem como Número Mais Provável em 100 mL (NMP/100 mL). Tal
metodologia é consagrada e seus resultados são aceitos como indicadores da presença, em
determinadas concentrações, desses micro-organismos.
Avaliando os resultados comparativos (figura 40) durante a formação do reservatório na etapa
1 e na fase pós-enchimento (etapa 2), observa-se a alta média das contagens de coliformes
99
termotolerantes do segundo ano (figura 40). Mesmo apresentando contagens mais baixas, as
médias do terceiro ano (2014) também apresentam pontos não recomendados para
atividades de laser e contato físico.
É importante ressaltar que é comum ocorrerem grandes oscilações nas contagens das
colônias de coliformes, pois se trata de incubação em meio de cultura, com diluições, onde as
diferenças de colônias se multiplicam nas contagens, sempre na ordem de 10. De todo modo,
os altos valores nas contagens indicam que a região do rio Ijuí merece preocupações de
saneamento, seja de emissão de esgotos domésticos, seja através do escoamento superficial e
através dos arroios, do esgoto dos criatórios de animais, especialmente de suínos.
Figura 40. Valores médios de coliformes termotolerantes (NMP/100mL) e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1:
100
fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de
reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Com respeito aos coliformes totais, verificam-se densidades médias semelhantes na fase pós-
enchimento, principalmente a partir do 2º ano e no 3º ano de formação do reservatório,
praticamente demonstrando que houve uma continuidade na densidade dos organismos
entre estes dois monitoramentos (figura 41). A média das campanhas de dezembro/2014 e
março/2015 representou uma sensível queda nas contagens de coliformes, à exceção dos
pontos de profundidade de PS3 e, especialmente no ponto SJ1, de qualidade originada da UH
São José.
101
Figura 41. Valores médios de coliformes totais (NMP/100mL) e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; ( 4º ano de
reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Na avaliação do enquadramento segundo a Resolução CONAMA 357/05 (Figura 47), o
parâmetro coliformes fecais (termotolerantes) apresentou o enquadramento para Classe 1
os pontos PS6, PS3s, e PS1; na Classe 2 os pontos PS5, PS4, PS3 meio e fundo, PS2, ALÇPSJ e
JUSPSJ e na Classe 3 o ponto SJ1. ( tabela 10; figura 42).
Cabem severas considerações sobre os resultados das contagens de coliformes
termotolerantes a partir do ponto PS3. Como os valores mais expressivos ocorreram na
coluna da água na profundidade de fundo, muito embora com valores ainda considerados
baixos. Consolida-se a hipótese de que o arroio que drena águas da cidade de São Roque
forma um cunha no ponto PS3, misturando suas águas contaminadas por coliformes nas
camadas mais profundas do reservatório o que refletiu no ponto Alça PSJ. A partir dessa
mistura de profundidade passa a haver a dispersão na água na direção jusante do
reservatório.
Cabe ainda considerar que contagens de coliformes termotolerantes acima de 200
NMP/100mL não é recomendado para atividades de contato – como banho – conforme
recomendação da Resolução 274/2000 do CONAMA.
102
Figura 42. Enquadramento em Classes de Uso de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL) na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
4.2.3 Clorofila a A clorofila a é tida como um indicador essencial da concentração de algas e cianobactérias,
representando aproximadamente 2% da biomassa de algas de um ambiente aquático, pois
está presente na pigmentação dos organismos clorofilados fotossintetizantes.
A concentração do plâncton na massa d’água, especificamente organismos representantes do
fitoplâncton, está fortemente relacionada à presença deste elemento na coluna d’água,
podendo indicar também possível ocorrência de florações e ambientes eutrofizados.
103
A determinação das concentrações de clorofilas proporciona uma estimativa da biomassa
fitoplanctônica e os feopigmentos indicam o seu grau fisiológico, uma vez que numa
população em declínio o teor de clorofilas diminui enquanto que seus produtos de
degradação (feopigmentos) e os carotenóides aumentam. Isso ocorre porque as clorofilas são
facilmente alteradas por variações no pH, alta incidência luminosa ou temperatura, entre
outros fatores, tendo como produto desta alteração a feofitina.
Avaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:
Os resultados apresentados nesta segunda campanha do 4º ano de monitoramento do
reservatório (campanha XXVII) indica que somente no ponto PS2 foi detectado este
parâmetro. Nos demais pontos não houve detecção do pigmento de clorofila a para o
ambiente monitorado (tabela 4; figura 43). Estes resultados continuam confirmando que o rio
Ijuí e o trecho represado apresentam baixíssima atividade de produção primária pelas algas.
104
Figura 43. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Devido ao limite de detecção laboratorial definido em 10 µg/L da época das campanhas
realizadas nas fases do pré-enchimento optou-se em desconsiderar os valores detectados
para este parâmetro. Nas campanhas do enchimento e pós-enchimento (1º ano de
monitoramento após a formação do reservatório) , assim como, as campanhas realizadas no
2º ano e 3º ano do reservatório, com a mudança do índice de detecção, permitiu-se uma
melhor avaliação do parâmetro.
Mesmo assim, considera-se que os valores, embora ainda encontrados abaixo do limite,
conforme acima citado, continuando a demonstrar baixa relevância para o ambiente
estudado, conforme o verificado nos 4 (quatro) anos de monitoramentos pós enchimento do
105
reservatório, o que ainda se mostram irrelevantes nas suas medições, embora com sensível
relevância no 1º e 2º ano de monitoramento pós enchimento (figura 44).
Figura 44. Valores médios de clorofila a das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório):
dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Para a Resolução CONAMA 357/05 as amostras analisadas mantiveram os limites permissíveis
ao enquadramento da Classe 1 (tabela 10; figura 45) em todos os pontos amostrados.
106
Figura 45. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
4.2.3 Plâncton
4.2.3.1 Fitoplâncton
Com relação aos organismos fitoplanctônicos que respondem rapidamente às alterações
ambientais decorrentes da interferência antrópica ou natural são organismos que constituem
os principais produtores primários da cadeia alimentar da maioria dos ambientes aquáticos. A
presença de algumas espécies em altas densidades pode comprometer a qualidade das águas,
causando restrições ao seu tratamento e distribuição.
107
O grupo das bacilariofíceas tem como representantes principais as diatomáceas com suas
carapaças constituídas de sílica e de coloração parda. Estas algas beneficiam-se dos ambientes
ricos em sílica para a constituição de suas carapaças, predominando na maioria nos locais de
águas correntes. Já os flagelados pigmentados, tanto quanto as clorofíceas, apresentam
grande afinidade com ambientes de baixa turbidez e elevada transparência, permitindo a
realização dos processos fotossintéticos em ambientes bem oxigenados.
As clorofíceas apresentam certa importância no ambiente aquático e geralmente predominam
nos eventos de florações e nos processos de eutrofização de um corpo hídrico, bem como, as
cianobactérias que podem representar sérios riscos à saúde do ambiente aquático devido à
produção de toxicidade aos demais organismos aquáticos, inclusive o homem.
No entanto, a presença das cianobactérias está altamente relacionada com valores de pH
elevados e períodos de intensa luminosidade nos ambientes aquáticos. Uma rápida resposta
de ambientes eutrofizados é dada pela presença massiva dos organismos fitoplanctônicos,
principalmente por este grupo, associado a elevada concentração de nutrientes, pH entre 6 e
9, alta transparência e baixa turbidez nas águas, além de uma boa oxigenação. Uma atenção
especial deve ser dada a este grupo, pois possuem espécies potencialmente tóxicas. A
ocorrência das cianobactérias tem sido relacionada a eventos de mortandade de animais e
danos à saúde humana.
4.2.3.1.1 Cianobactérias e cianotoxinas
108
Nos sistemas aquáticos naturais e sem influências de cargas de nutrientes, as cianobactérias e
demais organismos ocorrem equilibradamente em determinadas proporções da
biodiversidade. Entretanto, na ocorrência de eutrofização dos corpos d’água, principalmente
os lênticos, desenvolve-se um desequilíbrio ecológico, promovendo rápido desenvolvimento
das cianobactérias, ocasionando assim problemas sérios aos ambientes por gerar excesso de
matéria orgânica (lodo), produção de toxinas, que afetam a saúde do homem, mortandade de
peixes e de outros animais.
As toxinas de cianobactérias são liberadas para água com o rompimento das células. As
florações ou “blooms” se caracterizam pelo intenso crescimento desses microorganismos na
superfície da água, formando uma densa camada de células a vários centímetros de
profundidade.
Muitos sistemas lóticos recebem aportes de diferentes sistemas lênticos marginais
(reservatórios, esgotos, brejos etc.) e contribuem com a transposição das espécies para os rios
e os córregos. Com a morte dessas espécies e também uso incorreto de algicidas, a liberação
da toxina poderá acontecer.
Segundo a Portaria 518, do Ministério da Saúde (2004), que estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo
humano, fica estabelecido um padrão de potabilidade para as microcistinas no limite de 1,0
µg/L, sendo aceitável a concentração de até 10 μg/L de microcistinas em até 3 (três) amostras,
consecutivas ou não, nas análises realizadas nos últimos 12 (doze) meses.
109
Cabe destacar algumas espécies principais, do universo das cianobactérias que são
consideradas potencialmente tóxicas, em especial: Coelosphaerium kuetzingianum, Snowella
lacustris, Synechocystis salina, Microcystis aeruginosa, Microcystis wesenbergii, Radiocystis
fernandoi, Anabaena spiroides, Cylindrospermopsis raciborskii, Geitlerinema amphibium,
Jaaginema quadripunctulatum, Planktolyngbya limnetica, Planktothrix agardhii e Radiocystis
fernando.
As principais cianotoxinas produzidas por cianobactérias que apresentam efeitos adversos à
saúde por ingestão oral são classificadas como hepatotoxinas (microcistina e nodularina),
neurotoxinas (anatoxina-a, anatoxina-as, homoanatoxina-a e saxitoxina), citotoxinas
(cilindrospermopsina) e dermatoxinas (lingbiatoxina) (quadro 02).
Quadro 02: lista de cianotoxinas com respectivas cianobactérias causadoras
Cianotoxinas Gêneros com potencial de síntese
Anatoxina-a Oscillatoria, Aphanizomenon, Planktothrix, Anabaena, Cylindrospermum
Anatoxina-a(S) Aphanizomenon, Anabaena e Lyngbya
Cilindrospermopsina Cylindrospermopsis, Umezakia, Aphanizomenon, Raphidiopsis
Homoanatoxina-a Planktothrix
Lingbiatoxina Lyngbya
Microcistinas Microcystis, Planktothrix, Anabaena, Nostoc, Anabaenopsis, Hapalosiphon
Nodularinas Nodularia
Saxitoxinas Aphanizomenon, Anabaena, Lyngbya, Cylindrospermopsis e Planktothrix
Abaixo encontra-se a descrição de algumas delas e seus efeitos:
a) microcistinas - hepatotoxinas heptapeptídicas cíclicas produzidas por cianobactérias, com
efeito potente de inibição de proteínas fosfatases dos tipos 1 e 2A e promotoras de tumores.
Episódios de ingestão de microcistina são responsáveis por morte de peixes, animais
importantes para a indústria agropecuária, animais de estimação e seres humanos.
110
b) cilindrospermopsina - alcalóide guanidínico cíclico produzido por cianobactérias, inibidor
de síntese protéica, predominantemente hepatotóxico, apresentando também efeitos
citotóxicos nos rins, baço, coração e outros órgãos; e
c) saxitoxinas - grupo de alcalóides carbamatos neurotóxicos produzido por cianobactérias,
não sulfatados (saxitoxinas) ou sulfatados (goniautoxinas e C-toxinas) e derivados decarbamil,
apresentando efeitos de inibição da condução nervosa por bloqueio dos canais de sódio.
Avaliação do comportamento dos parâmetros nas estações de amostragens:
Fitoplâncton:
Nesta campanha de março de 2015 (tabela 5; figura 46) constatou-se presenças semelhantes
de organismos dos grupos das baciliarofitas e também dos flagelados pigmentados. Com
presença acentuada de organismos fitoflagelados nos pontos a montante do reservatório,
bem como no próprio reservatório (PS5 e PS3). Entretanto, as bacilariofitas foram mais
predominantes no reservatório e pontos a jusante do mesmo, embora também foram
constatadas no ponto PS4 com uma densidade similar aos demais pontos. No reservatório a
profundidade do fundo apresentou valor mais acentuado que a superfície.
A presença de maiores densidades da Divisão Bacillariophyta é considerada na literatura
científica sobre grupos de algas que representa fenômeno característico de ambientes lóticos,
por serem originalmente formada por espécies epilíticas, aderidas a substratos rochosos de
fundo dos rios. A sua ocorrência “rio abaixo” e em reservatórios é consequência do seu
111
desprendimento do substrato, seguido de transporte (figura 46). Cabe salientar que, o grupo
das cianofitas foram menos relevantes dentro no contexto do ambiente avaliado.
Figura 46. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (total de ind/mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
112
Nas campanhas realizadas no 3º e 4º ano de monitoramento do reservatório a densidade
organismos do grupo das bacilariofíceas apresentou diminuição em relação aos períodos
anteriores, principalmente nos pontos a jusante do reservatório, onde apresentavam valores
bem mais elevados nas fases anteriores. De certa forma, a densidade de organismos
apresentou-se com certa heterogeneidade no contexto dos organismos constatados ao longo
do rio Ijuí e seu afluente, condição frequente quando se trata de organismos microscópicos
(figura 47).
Figura 45. Organismos fitoplantônicos (total de ind/mL), obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório.
113
A figura 46 apresenta uma visão da distribuição percentual dos grandes grupos taxonômicos
de algas e cianobactérias, expressa como frequência (%). Nesta figura evidenciam-se as
maiores abundâncias de diatomáceas baciliarofitas com distribuição ao longo do trecho
amostrado e pelos fitoflagelados representados pelos gêneros Euglena sp. e Ceratium sp.,
provavelmente da espécie Ceratium furcoides, que está ocorrendo em grande escala em
vários reservatório do Brasil, inclusive nos reservatórios do rio Uruguai e rio Jacuí. Esta espécie
também constitui risco de produção de florações no reservatório da UH São João, quando as
condições de nutrientes e térmicas forem favoráveis. O grupo da Clorofitas se fez presente
com maior percentual nos pontos a montante do reservatório onde o curso do rio recebe
influencia das águas oriundas do reservatório UHE São José.
114
Figura 46. Grupos taxonômicos representantes dos organismos fitoplantônicos (%) de ocorrência obtida nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Densidade de organismos versus riqueza de espécies:
Nesta campanha os resultados representaram alta densidade, principalmente nos pontos PS5
e PS3 (figura 47). No restante dos pontos amostrados a densidade apresentou-se com
semelhança em numero de organimos/L. No entanto a riqueza de espécies apresentou-se
para todos os pontos amostrados. Pode-se afirmar que os resultados continuam a indicar que
os ambientes são pobres em presença de organismos do fitoplâncton. Maiores valores de
densidade encontrados na comparação da distribuição dos organismos desta comunidade são
plenamente justificados caso ocorram em pontos no reservatório e à jusante do mesmo,
certamente devido ao maior tempo de residência da água, o que possibilita aumento de
densidade destes organismos. Porém nesta campanha não foram observados valores
acentuados nos pontos a jusante, mas no próprio reservatório (PS3). Com relação à riqueza os
ambientes mostraram-se muito pobres em espécies (também gêneros), o que pode ser
atribuído, além da condição de rio de alta turbidez, à metodologia de contagem utilizada e ao
nível de identificação até Gênero (figura 49), não permitindo uma avaliação mais detalhada
dos organismos encontrados.
115
Figura 47. Fitoplâncton: Densidade (cél/mL) e Riqueza de Espécies, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Baseado nos resultados apresentados avalia-se que, na fase do pós-enchimento do
reservatório, não se vislumbram condições de riscos para a ocorrência de florações. Esta
possibilidade não deve ser descartada a partir do tempo em que passar a haver incremento de
carga orgânica – ou aumento de drenagem de nutrientes de origem agrícola – associado ao
aumento da transparência da água (diminuição de turbidez) e períodos de aumento de
temperatura da água que favorece esta situação de alteração ambiental.
Mesmo assim, deve ser feito o registro de continuidade de ocorrência em alguns pontos de
coleta do fitoflagelado Ceratium possivelmente da espécie C. furcoides, que é uma espécie
invasora e de registro recente em águas brasileiras e que em temperaturas mais elevadas da
116
água apresentam grandes florações, motivo pelo qual deve ser monitorada a ocorrência
destes organismos no ambiente estudado, muito embora, não se constata evidencia de
superpopulação desta espécie no ambiente estudado.
Cianobactérias versus cianotoxinas
Com base na avaliação das cianobactérias verifica-se que a baixa densidade de células de
indivíduos coloniais, bem como a baixa riqueza de espécies para os ambientes estudados, não
apresentam características, neste momento, que possam causar preocupação para a
ocorrência de eventos de florações (tabela 06 e 09; figura 48).
117
Figura 48. Valores de contagens de cianobactérias (cél/mL) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Entretanto, nesta campanha estes organismos foram constatados em maior concentração nos
pontos PS4 e PS3f, podendo-se inferir que há carga recebida de reservatório à montante, pois
a natureza do rio não seria de desenvolver maiores concentrações de algas, devido as
características lóticas, mas como o reservatório já apresenta características lênticas, propicia
o desenvolvimento destes organismos, devendo-se também considerar que o ponto PS4
também já esta numa fase transicional de semi-lótico para lêntico, justificando a presença
destes organismos. Os pontos a jusante do reservatório (Alc e Jus PSJ) já sofrem influencia do
mesmo, através das águas recebidas (Figura 48).
118
Figura 49. Valores de densidade (cél/mL) e de riqueza (no de espécies) de cianobactérias obtidos nos pontos
amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Em todos os pontos verificou-se que a densidade foi mais representativa do que a riqueza de
organismos (figura 49), significando baixa constatação de espécies destes organismos no
trecho amostrado do rio Ijui e seu afluente, arroio Lageado.
119
Figura 50. Cianobactérias (cel/mL), obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório.
Em uma análise comparativa (figura 50), pode-se verificar que as campanhas realizadas no 1º
e 2º ano de monitoramento pós enchimento do reservatório os valores de densidades
encontrados forma mais expressivos seja a jusante como a montante do reservatório, uma vez
que no próprio reservatório esta situação não refletiu da mesma forma. As campanhas do 3º e
4º ano após o enchimento do reservatório os valores das densidades constatada foram bem
menores ao longo do rio Ijui, embora destacando esta última campanha, cuja época de
amostragem ocorreu no verão, estação sazonal que favorece uma elevação da densidade
destes organismos.
120
Figura 51. Valores médios de cianobactérias obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório): dezembro/2013, março 2014,
junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Nos valores médios do total de organismos constatados na etapa 2 (figura 51), observa-se
alguns destaques de organismos no 2º ano nos pontos PS6 e Alc PSJ, no 3º ano nos pontos PS5
e PS2 e no 4º ano com os pontos PS4 e PS3 fundo, seguido do ponto Jus PSJ.
As espécies encontradas nos pontos amostrados estão listadas no quadro abaixo, com
ocorrência de organismos apenas no ponto PS6, PS5, PS4, PS3 fundo, PS2, Alc e Jus PSJ (Tabela
09):
121
Tabela 09: Lista de espécies de cianobactérias encontradas nos pontos de coletas em dezembro/2014
Estações de amostragens Espécies de cianobatérias constatadas
SJ1 Ausência de organismos
PS6 Planktolyngbya limnetica
PS5 Phormidium chlorinum
PS4 Planktolyngbya limnetica
PS3s Ausência de organismos
PS3m Ausência de organismos
PS3f Planktolyngbya limnetica
PS2 Phormidium chlorinum Planktolyngbya limnetica
PS1 Ausência de organismos
Alc PSJ Planktolyngbya limnetica
Jus PSJ Planktolyngbya limnetica Anabaena crassa
De acordo com o supracitado, estas espécies constatadas não se encontram arroladas como
representantes de cepas produtoras de cianotoxinas causadoras de efeitos tóxicos em
animais, porém em grandes concentrações poderão constituir riscos à saúde do ecossistema
aquático.
Com relação ao Enquadramento em Classes de Uso da Resolução 357/05 do CONAMA,
denota-se que a quantificação destes organismos não foi relevante para o ecossistema
estudado, uma vez que se encontra dentro do limite permissível do enquadramento da Classe
1, não ultrapassando a 20.000 cel/mL ou 2mm3/L estabelecido para esta Classe (figura 52).
122
Figura 52. Valores de clorofila a, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ em comparação a classificação da Resolução do CONAMA 357/05, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Frente ao que preconiza esta Resolução, a água dos locais amostrados atende os requisitos
básicos para o uso a que se destina, podendo ser mantido o monitoramento padrão para as
cianobactérias, uma vez que, não ultrapassa o valor que começa a causar preocupação na
qualidade das águas.
4.2.3.2. Zooplâncton
123
Como o zooplâncton encontra-se mais desenvolvido em ambientes lênticos, a maioria das
relações propostas para esta comunidade foi desenvolvida para aplicação em lagos e grandes
reservatórios artificiais. São organismos com grande sensibilidade ambiental e respondem a
diversos tipos de impactos, tanto pela alteração na quantidade de organismos como na
composição e diversidade da comunidade.
Sabe-se que diversos fatores são controladores da abundância e riqueza zooplanctônica
(estratégias e disponibilidade alimentar, predação, competição, aporte de nutrientes,
estrutura térmica, circulação) e que as mudanças no clima associadas às regras operacionais
diferenciadas (que alteram a vazão efluente, volume e consequentemente, o tempo de
retenção das águas do reservatório) têm um papel decisivo na dinâmica da comunidade.
De certa forma, as elevadas temperaturas também propiciam a presença destes organismos
devido à disponibilidade alimentar proporcionada pela floração de algas, considerando que
estas comunidades reestruturam o corpo hídrico.
Avaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:
Densidade
As densidades absolutas de organismos zooplanctônicos nos diversos pontos amostrais
apresentaram-se baixas, em comparativo aos resultados de anos anteriores. No entanto, o
ponto PS3 apresentou uma densidade destacada devido a um representante dos rotíferos
gênero Polyartha sp. com 68 ind/L. Os pontos a montante do reservatório apresentaram as
densidades bem mais acentuadas do que os pontos a jusante do reservatório (tabela 07;
figura 53).
124
Entretanto os protozoários continuam sendo o grupo da comunidade zooplanctônica que mais
se fez representar no total de organismos na atual campanha, sendo o responsável pelas
elevadas densidades e predominância observadas nestes locais, destacando o ponto PS5,
seguido dos rotíferos no ponto PS3. Os outros grupos desta comunidade também
contribuíram para as densidades constatadas ao longo do trecho amostrado, vide o ponto PS4
com os representantes dos crustáceos (Cladocera), com 51,3 ind/L (figura 53).
Figura 53. Grupos taxonômicos representantes dos organismos zooplantônicos (total de ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, neste monitoramento, campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Na análise frequencial dos grupos zooplanctônicos verifica-se que os protozoários continuam
a ter presença marcante nesta campanha, atingindo 100% dos organismos registrados nos
125
pontos PS5, PS2 e PS1 e 50% dos organismos da comunidade nos pontos SJ1 e PS6. Os
crustáceos obtiveram 100% de presença no ponto PS4, representado pela fase larval dos
cladóceros. Os rotíferos foram observados nos pontos SJ1, PS6, PS3 e na totalidade percentual
no ponto Jus PSJ (figura 54).
Figura 54. Frequência relativa dos grupos zooplantônicos (% de ocorrência) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Riqueza de espécies e diversidade:
A relação densidade x riqueza (figura 55) pronunciou novamente uma baixa riqueza de
espécimes nos pontos amostrados, porém elevada densidade no ponto. Os protozoários
foram os mais representativos, com 3 táxons, seguidos pelos crustáceos com 4 táxons.
126
Rotiferos, Moluscos e Crustáceos apresentaram somente um táxon cada, sendo neste último
grupo registradas formas larvais também.
Figura 55. Valores de densidade (ind/L) e de riqueza (n
o de espécies) de organismos da comunidade
zooplantônica obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Comparativo entre campanhas de amostragem
Na atual campanha (XXVII), do 4º ano de monitoramento pós-enchimento do reservatório e
no aspecto comparativo entre todos os anos, pode-se inferir aos dados médios, uma
densidade elevada na fase do pré enchimento e 1º ano de monitoramento seguido pelo 2º.
127
No 3º e 4º ano de monitoramento verifica-se que as densidades apresentaram-se menores e
mais estabilizadas e homogêneas entre os pontos amostrados (figura 56).
Ainda assim se compararmos com o 4º ano de monitoramento, os organismos encontrados
nas campanhas realizadas nas fases pré-enchimento, enchimento, pós-enchimento 1º ano de
monitoramento, 2º ano de monitoramento e atual 3º ano de monitoramento (com quatro
campanhas) verifica-se que as fases de pré-enchimento e pós-enchimento 2º ano foram as
que apresentaram as densidades médias mais elevadas, em geral. Entre estes dois momentos
(pós-enchimento 1º ano), somente dois pontos (SJ1 e PS4) apresentaram densidades tão
elevadas quanto. O atual 3º ano pós-enchimento veio, até o momento, apresentando
densidades inferiores ao ano anterior (figura 56). O mesmo observa-se ainda neste 4º ano de
monitoramento.
128
Figura 56. Valores médios de densidade dos organismos zooplanctônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Numa análise geral a partir dos resultados a atual campanha de apresentou essencialmente o
grupo dos protozoários como o mais abundante. Os pontos PS3 com resultados de
profundidade superficie destacaram-se como os de maiores densidades (em média, o dobro
superior aos demais). De uma forma geral, as densidades elevaram-se bastante em relação à
campanha anterior de junho de 2014.
129
A riqueza de espécies ainda foi bastante baixa, que, somada à grande concentração de
organismos em poucos táxons, contribuíram para uma queda nos índices de diversidade e
equidade analisada na campanha anterior, o que não foi possível analisar nesta campanha,
devido a baixa densidade e por tratar-se de dado único, impreciso de ser comparado com os
demais, pois tratam-se de médias de várias campanhas. Estes dados serão mais comparativos
e precisos, provavelmente após uma terceira campanha que deverá ser realizada ainda neste
4º ano de monitoramento, uma vez que esta presente trata-se da segunda campanha deste
4º ano.
4.2.3.3 Invertebrados bentônicos
Invertebrados bentônicos constitui um grupo extremamente diversificado sendo composto
por organismos de diferentes classes animais e sem relação filogenética “direta” entre si, o
que os torna um grupo polifilético. Os principais grupos taxonômicos que compõem os
invertebrados bentônicos são: Platyhelminthes, Mollusca, Nematoda, Annelida e Arthropoda.
Destes, o grupo dos Arthropoda representados pela classe Insecta com aproximadamente
90% da diversidade observada em diversas amostras. Por ser um grupo polifilético a relação
entre os diferentes grupos taxonômicos mencionados acima se dá quanto ao habitat que
ocupam isto é o sedimento dos corpos hídricos, sejam eles de água salgada ou doce (lênticos
e lóticos) seja em toda ou em parte de seu ciclo de vida.
Apesar de serem encontrados no mesmo “habitat” observa-se uma diversificação quanto à
ocupação neste habitat. Alguns grupos possuem hábitos fossoriais, isto é enterram-se no
sedimento e aqui podemos encontrar indivíduos pertencentes à ordem Diptera (Insecta) e da
classe Oligochaeta (Annelida). Outros por sua vez são observados sobre e sob a superfície de
130
seixos como indivíduos das ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (Insecta) e
moluscos da classe Bivalva. Há aqueles que por sua vez são observados junto aos restos
vegetais como representantes das ordens Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera e Diptera
(Insecta).
Os invertebrados bentônicos são organismos com mobilidade relativamente reduzida, ou seja,
são organismos que tendem a permanecer muito tempo num determinado local do habitat
onde são encontrados, seja em um seixo, folhiço ou macrófita. Devido a essa característica e
pela sua alta diversidade, os macroinvertebrados bentônicos estão sujeitos a diversos eventos
de perturbações, com isso este grupo é largamente utilizado como indicadores de qualidade
ambiental. A principal fonte de poluição para os ambientes aquáticos é o esgotamento
sanitário. Quando não tratado de forma adequada despeja grandes quantidades de matéria
orgânica no ambiente causando o processo conhecido como eutrofização, que pode ser
entendi como o “enriquecimento” pelos nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio.
Uma vez que a matéria orgânica esteja na coluna d’água o oxigênio presente na água é
utilizado para decomposição do conteúdo orgânico, assim causando a diminuição de oxigênio
e consequentemente restringindo sua disponibilidade para os organismos aquáticos, dentre
eles os invertebrados bentônicos.
Os impactos causados aos ambientes aquáticos pela atividade humana acarretam nas
comunidades de invertebrados bentônicos a diminuição da sua diversidade e uniformidade.
Assim sendo deixamos de ter um ambiente com uma distribuição mais igualitária de
indivíduos entre os diferentes grupos taxonômicos (uniformidade) para uma situação na qual
131
poucos grupos conseguem sobreviver, tendo então sua abundância (n° de indivíduos)
aumentada consideravelmente.
Avaliação do comportamento do parâmetro nas estações de amostragens:
Nesta campanha os pontos PS1 e Alc PSJ apresentaram densidades mais elevadas de
organismos (tabela 08; figuras 57, 58, 59). Dos organismos observados Halacaridae
(Hydracarina) foi aquele que apresentou a maior densidade, seguido por Tubificidae,
enquanto Corbicula sp. foi aquele com menor densidade. Tanto a densidade quanto a riqueza
de táxons diminuíram de março para setembro. Em março a densidade total observada foi
310 indivíduos enquanto em setembro 216,3. A riqueza passou de 7 táxons amostrados em
março para 5 em setembro. Assim como o observado para março, houve uma “distribuição”
em relação aos tipos de habitats que continham organismos em setembro, sendo observados
organismos tanto em ambientes com características lóticas quanto lênticas.
As diferenças observadas de março para setembro muito se deve à sazonalidade observada. A
amostra de março se deu no outono enquanto a de setembro na primavera. Contudo a
substituição na comunidade observada entre os meses de setembro de 2013 e 2014,
provavelmente se devem nas condições ambientais, o que remete na presença de
determinados táxons em detrimento de outros. A substituição entre os dois meses de
setembro foi de 60%, ou seja, houve a substituição de 3 táxons de 2013 para 2014.
132
Figura 57. Grupos taxonômicos representantes da macrofauna bentônica (ind/m
2) obtidos nos pontos da
campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
No entanto, na campanha (dezembro/14) o grupo dos moluscos (bivalvio) nos pontos PS1 e
Jus PSJ e artrópodos (hidracarina) somente no ponto PS1, foram o mais representativos dessa
comunidade, mesmo com baixa densidade nestes pontos, ressaltando também a presença dos
oligoquetos no ponto PS6 com elevada densidade, seguido dos pontos PS2 e Jus PSJ com baixa
densidade. Cabe salientar que este grupo de organismos são comumente encontrados em
locais com riqueza de matéria orgânica e sedimentos de baixa granulometria. São também
indicadores de baixa qualidade de água. Já na presente campanha (março 2015) houve um
incremento nos pontos PS1 e Alc Jus, com a presença dos oligochaetos no ponto PS1 e
moluscos bivalvos e gastropodos no ponto Alc PSJ (figura 57).
133
Comparativo entre campanhas de amostragem
Figura 58. Valores médios de densidade dos organismos invertebrados bentônicos (ind/m2) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas na Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de reservatório):
dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
134
Figura 59. Invertebrados Bentônicos (ind/L) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanhas: XVIII (janeiro/2013), XIX (março/2013), XX (junho/2013), XXI (setembro/2013) - 2º ano de monitoramento do reservatório; XXII (dezembro/2013), XXIII (março/2014), XXIV (junho/2014), XXV (setembro/2014) - 3º ano de monitoramento do reservatório e XXVI (dezembro/2014), XXVII (março/2015) – 4º ano de monitoramento do reservatório.
Na comparação das médias entre os três anos de monitoramento (2º e 3º ano) o ponto de Alc
PSJ foi o mais representativo em termos de densidade de organismos. Porém no 4º ano de
monitoramento, de acordo com a presente campanha realizada no mês de março de 2015 e
da campanha de dezembro de 2014 observou-se uma baixa densidade de organismos não
sendo ainda pertinente realizar comparação com as médias anteriores (Figura 58 e 59), muito
embora o ponto ALc PSJ se destaque no 2º e 3º ano em densidade de organismos.
135
Cabe salientar que, a sazonalidade se mostrou um decisivo componente: cheias, enxurradas,
arraste de sedimentos e organismos, que resultou a não ocorrência de organismos
bentônicos, fatores limitantes para a manutenção de habitats nestes locais, devendo também
ser considerados a metodologia utilizada que não amostra a diversidade de habitat desses
organismos.
.
4.3 Indicadores de qualidade de água
4.3.1 Classes de Usos – Classificação CONAMA 357/05
Na aplicação da Resolução CONAMA 357/05, utilizaram-se os valores dos parâmetros
analisados em comparação aos limites estabelecidos com base nas classes de usos permitidas
para um corpo hídrico. As classes determinadas pela referida resolução são classificadas
como: Classe 1; Classe 2; Classe 3; Classe 4 conforme tabela 2 (página 19). As cores, definidas
“simbolicamente” expressam a qualidade da água (C1: azul; C2: verde; C3: amarelo e, C4:
vermelho), expressando os limites permissíveis ao enquadramento de cada classe.
Avaliação do comportamento do indicador nas estações de amostragens:
Verifica-se que a Classe 1 apresentou predominância em quase todos os parâmetros e nos
pontos amostrados ao longo do rio Ijuí e seus afluentes. Entretanto alguns parâmetros
apresentaram valores que caíram em intervalos de classificação nas Classes 2, 3 e 4. Para o
Fósforo Total PS3 sup e meio, PS2 e PS3 sup e meio foram enquadrado na Classe 3; PS3 fundo
e PS2 na Classe 4; os demais pontos foram enquadrados na Classe 1 para este parâmetro
(tabela 10). O parâmetro da DBO5d no ponto PS3 sup foi enquadrado na Classe 2 e os demais
136
pontos na Classe 1. Coliformes Termotolerantes apresentou enquadramento na Classe 3 o
ponto SJ1; os pontos PS5, PS4, PS3m, PS3f, PS2, AlçPSJ e JusPSJ na Classe 2, enquanto apenas
os pontos PS6, PS3s e PS1 na Classe 1 (tabela 10).
Para o fósforo total ocorreu uma piora na maioria dos pontos em relação a dezembro/2014,
considerando o enquadramento de Classes de Uso da Resolução 357/05 do CONAMA. Os
pontos PS3s, PS3f e PS2 foram enquadrados na Classe 4; o ponto PS3m na Classe 3 e os
demais na Classe 1.
Na tabela abaixo (Tabela 10) encontra-se a distribuição dos parâmetros analisados – e
enquadráveis – bem como os pontos de coletas e sua classificação nas Classes de Uso da
Resolução 357/2005 do CONAMA.
Tabela 10. Distribuição dos pontos de coletas e seu enquadramento nas Classes de Uso da Resolução 357/05 do CONAMA, campanha de março/2015, pós-enchimento – 4
o ano de monitoramento do reservatório da UHE Passo
São João.
Classificação em Classes de Uso – Resolução 357/05 CONAMA
Classe1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
137
4.3.2 IQA - Índice de Qualidade da Água
O IQA (índice de qualidade da água) é um valor numérico, com nota de 0 a 100, que expressa
sinteticamente a qualidade da água de um rio. A sua forma de apresentação permite uma
avaliação rápida e compreensível do ambiente em estudo.
É considerada atualmente uma ferramenta útil para agregar e sumarizar dados de qualidade
das águas superficiais, permitindo verificar a efetividade da implantação de medidas para
minimização da poluição e observação das variáveis espaço-temporais da qualidade das
águas.
O cálculo do IQA pode ser feito através de modelos ponderados ou não ponderados. Os não
ponderados atribuem a cada parâmetro o mesmo valor relativo e consideram, por isso, que
todos são igualmente significativos para avaliar a qualidade da água. Os ponderados
contemplam pesos maiores aos parâmetros mais significativos e que melhor refletem as
características essenciais à manutenção biológica.
Os pesos relativos foram adotados pelo National Sanitation Foundation Institution (NSF), que
desenvolveu este índice em 1970 nos Estados Unidos da América por Brown et al, 1970, sendo
portanto, testado em diversas áreas geográficas.
138
O IQA proposto por esta Instituição (IQA-NSF) utiliza a forma somatória (soma linear) através
da formulação abaixo:
IQA: Índice de Qualidade da Águas (0-100)
qi:qualidade do i-ésimo parâmetro, (0-100), obtido da respectiva “curva média de variação de
qualidade” em função de sua concentração ou medida.
wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, (0-1), atribuído em função da sua importância para a
conformação global de qualidade.
Além da equação do somatório, sendo:
n= número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.
No Brasil o IQA-NSF foi implementado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) com modificações. No Rio Grande do Sul sofre
adaptações pelo Comitêsinos (1990, 1993) para o seu uso e aplicações nas águas do Estado,
tendo em vista a não ponderação constituir-se num modelo mais simplificado e adotado para
o rio dos Sinos, e, do modelo ponderado tendo como base os atribuídos pela NSF.
139
O uso do IQA proposto por este Comitesinos utiliza a forma produtória (multiplicativa) e não a
somatória (linear) proposta pela NSF, pois a produtória apresenta uma boa sensibilidade
quando um número de parâmetros tem baixa qualidade relativa, situação que caracteriza o
maior número de ocorrências. É a mais indicada por não apresentar problemas de
ambigüidades e eclipse (Tabela 9), conforme a formulação abaixo.
sendo:
Π = símbolo do produtório;
qi: qualidade relativa do i-ésimo parâmetro
wi; peso relativo do i-ésimo parâmetro
i: número de ordem do parâmetro (1 a 8)
O estabelecimento da qualidade relativa de cada variável é obtida através de curvas de
variação que relacionam o respectivo valor da variável a uma nota (0 a 100) para a
classificação de qualidade das águas.
Os respectivos pesos atribuídos às variáveis da qualidade e a interpretação do índice seguem
conforme Tabela 11 abaixo:
Tabela 11: Pesos relativos a cada parâmetro utilizado no cálculo do índice, adotado pelo COMITESINOS.
Parâmetros Pesos relativos(wi)
140
Oxigênio dissolvido 0,19
Coliformes fecais 0,17
pH 0,13
Demanda Bioquímica de Oxigênio 0,11
PO4 – fosfato total 0,11
N03 - Nitrato 0,11
turbidez 0,09
Sólidos Totais 0,09
Fonte: COMITÊSINOS (1993)
Ficando assim estabelecidas as seguintes faixas de qualidade de água, conforme Tabela 12
abaixo.
Tabela 12: Faixas de qualidade de água – IQA.
Faixas de IQA Classificação da Qualidade
0 - 25 Muito Ruim
26 - 50 Ruim
51 - 70 Regular
71 - 90 Bom
91 - 100 Excelente
Avaliação do comportamento do indicador nas estações de amostragens:
A qualidade da água de todos os pontos amostrados para esta campanha XXVII (março/2015)
pode ser classificada segundo o índice de qualidade de água como REGULAR a BOA (figura
62). Os pontos SJ1, PS6, PS5, PS3s, PS3m, PS1 e JusPSJ apresentaram Índice de Qualidade
BOA; os pontos PS3f e AlçPSJ apresentaram Índice de Qualidade Regular, enquanto o ponto
PS2 apresentou Índice de Qualidade Ruim.
141
Figura 60. Índice de qualidade das águas, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
O IQA apresenta uma melhora de qualidade quando comparada à classificação obtida na
campanha realizada em setembro/2014 em alguns pontos, mas piora no ponto PS2 (figura
60). Nesta mesma Figura observa-se o comportamento nas médias dos índices de qualidade
destas águas entre as fases monitoradas até o presente momento.
Pode-se observar ao longo das campanhas (figura 61) que algumas variáveis são as grandes
responsáveis pelos resultados das campanhas: a turbidez (fenômeno relacionado ao tipo e
uso do solo na região); ao fósforo que é um parâmetro fortemente restritivo para as
características naturais da geoquímica e do uso do solo e, aos coliformes termotolerantes,
142
devido à criação de animais domésticos e do esgoto não tratado das comunidades urbanas e
rurais da região.
Figura 61. Grau de qualidade (IQA) comparativo médios das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas, respectivamente, na Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano de
reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório): dezembro/2014 e março/2015.
Cabe salientar, ainda, que os períodos chuvosos elevam o volume das águas e
consequentemente carregam poluentes das margens para o corpo hídrico e, provavelmente
contribuem, mesmo que pontualmente, para a piora da qualidade das águas. Esses eventos
foram importantes no 1º ano de monitoramento após o enchimento do reservatório e nas
campanhas XVIII e XIX realizadas na continuidade do monitoramento que ocorreu no período
143
de verão de 2013, mas que continua apresentando resultados semelhantes ao longo do 3º
ano deste estudo.
4.3.3 IQAR – Índice de Qualidade de Água do Reservatório Com o objetivo de estabelecer diferentes classes dos reservatórios em relação ao grau de
degradação da qualidade de suas águas, uma matriz contendo os intervalos de classe dos
parâmetros mais relevantes foi desenvolvida pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná). Um
estudo realizado nos reservatórios do Estado do Paraná com diferentes características
tróficas, morfológicas e hidrodinâmicas propiciou a geração de informações que foram
armazenadas em um banco de dados. Todas as variáveis foram submetidas à análise
estatística multivariada para selecionar aquelas mais relevantes para uma clara caracterização
da qualidade da água.
A metodologia utilizada neste estudo faz uso de sete parâmetros: déficit de oxigênio, fósforo
total, nitrogênio inorgânico total, clorofila a, transparência (disco de Secchi), DQO (demanda
química de oxigênio), diversidade e quantificação de espécies fitoplanctônicos e ocorrências
de florações. Utiliza ainda as seguintes características morfométricas do reservatório: tempo
de residência hidráulica e profundidade média, selecionados através de análise estatística
multivariada, formando assim uma matriz de classificação da qualidade de água que varia de 1
a 6. A matriz desenvolvida apresenta seis classes de qualidade de água que foram
estabelecidas a partir de percentuais de 10, 25, 50, 75 e 90% de cada uma das variáveis mais
relevantes.
144
As seis classes de qualidade da água definidas em função do nível de comprometimento são
identificadas através do cálculo do IQAR (Índice de Qualidade da Água de Reservatórios) a
partir da equação abaixo:
IQAR= Σ (wi . qi) ________ Σ wi Onde, wi = pesos calculados para variáveis “i” qi = classe de qualidade de água em relação a variável “i”, q pode varia de 1 a 6.
Nas Tabelas 13 e 14 são apresentadas as variáveis selecionadas e seus pesos, bem como, as
classificações estabelecidas através dos estudos realizados nos reservatórios no estado do
Paraná entre 2005 e 2008 (IAP, 2009).
Tabela 13. Variáveis selecionadas e seus respectivos pesos “wi” para o cálculo do IQAr.
Variáveis “i”
Pesos “wi”
Déficit de oxigênio dissolvido (%) * 17
Fósforo Total (PO2mg/L) ** 12
Nitrogênio Inorgânico Total (N-mg/L) ** 08
Clorofila a (μg/L) *** 15
Profundidade de Secchi (metros) 12
Demanda Química de Oxigênio (O2 - mg/L) ** 12
Cianobactérias (células/ml)*** 08
Tempo de Residência (dias) 10
Profundidade média (metros) 06
OBS: (*) média da coluna da água (**) média das profundidades I e II (***) Profundidade I
145
Tabela 14. Determinação das classes de qualidade (qi = 1 a 6) com relação a concentração da variável “i”, segundo IAP (2009).
Variável “i”
Classe I (qi=1)
Classe II (qi=2)
Classe III (qi=3)
Classe IV (qi=4)
Classe V (qi=5)
Classe VI (qi=6)
Déficit de Oxigênio (%)
≤ 5 6-20 21-35 36-50 51-70 > 70
Fósforo Total (PO2mg/L)
≤ 0,010 0,011-0,025
0,026-0,040 0,041-0,085 0,086-0,210 > 0,210
Nitrogênio Inorgânico Total
(N-mg/L)
≤ 0,15 0,16-0,25 0,26-0,60 0,61-2,00 2,00-5,00 > 5,00
Clorofila a (μg/L)
≤ 1,5 1,5-3,0 3,1-5,0 5,1-10,0 11,0-32,0 > 32,0
Disco de Secchi (m)
≥ 3,0 3,0-2,3 2,2-1,2 1,1-0,6 0,6-0,3 < 0,3
Demanda Química de Oxigênio (O2 - mg/L)
≤ 3
3-5 6-8 9-14 15-30 > 30
Tempo de Residência (dias)
≤ 10 11-40 41-120 121-365 366-550 > 550
Profundidade Média (m)
≥ 35 34-15 14-7 6-3,1 3-1,1 < 1
Cianobactérias (células/ml)
(1)
<1.000 1.001-5000 5.001-20.000
20.001-50.000 50.001-100.000
>100.000
(1)Modificado em 2008.
As classes são definidas e descritas abaixo, conforme variáveis “i ” e os pesos “wi” (Classes I a
IV) e interpretação do IQAR (IAP, 2009):
146
Classe I: Não Impactado a Muito Pouco Degradado - Apresenta corpos d’água
saturados de oxigênio, baixa concentração de nutrientes, concentração de matéria
orgânica muito baixa, alta transparência das águas, densidade de algas muito baixa,
normalmente com pequeno tempo de residência das águas e/ou grande profundidade
média. A qualidade de água é excelente/ótima
Classe II: Pouco Degradado – Apresenta corpos de água com pequeno aporte de
nutrientes orgânicos/inorgânicos e matéria orgânica, pequena depleção de oxigênio
dissolvido, transparência das águas relativamente alta, baixa densidade de algas,
normalmente com pequeno tempo de residência das águas e/ou grande profundidade
média. A qualidade de água é muito boa/boa.
Classe III: Moderadamente Degradado. Contém corpos de água com déficit
considerável de oxigênio dissolvido na coluna de água, podendo ocorrer anoxia na
camada de água próxima ao fundo, em determinados períodos. Apresenta médio
aporte de nutrientes e matéria orgânica, grande variedade e/ou densidade de algas
(sendo que algumas espécies podem ser predominantes), tendência moderada a
eutrofização, tempo de residência das águas considerável. A qualidade de água é
regular/aceitável.
Classe IV: Criticamente Degradado a Poluído. Apresenta corpos de água com entrada
de matéria orgânica capaz de produzir uma depleção crítica nos teores de oxigênio
dissolvido da coluna de água, aporte considerável de nutrientes, alta tendência a
eutrofização, ocasionalmente com desenvolvimento maciço de populações de algas,
ocorrência de reciclagem de nutrientes, baixa transparência das águas associada
principalmente à alta turbidez biogênica. A partir desta classe, é possível a ocorrência
147
de mortandade de peixes em determinados períodos de acentuado déficit de oxigênio
dissolvido. A qualidade de água é crítica/ruim.
Classe V: Muito Poluído. Contém corpos de água com altas concentrações de matéria
orgânica, geralmente com supersaturação de oxigênio dissolvido na camada superficial
e depleção na camada de fundo. Apresenta grande aporte e alta reciclagem de
nutrientes, corpos de água eutrofizados, com florações de algas que frequentemente
cobrem grandes extensões da superfície da água, o que limita a sua transparência. A
qualidade de água é muito ruim.
Classe VI: Extremamente Poluído. Contém corpos de água com condições bióticas
seriamente restritas, resultantes de severa poluição por matéria orgânica ou outras
substâncias consumidoras de oxigênio dissolvido. Ocasionalmente, ocorrem processos
de anoxia em toda a coluna de água. Apresenta aporte e reciclagem de nutrientes
muito alto, corpos de água hipereutróficos, com intensas florações de algas cobrindo
todo o espelho d’água e eventual presença de substâncias tóxicas. A qualidade de água
é péssima.
A Tabela 15 apresenta a interpretação dos cálculos do IQAR, baseado nas Classes e suas
definições do IAP citado por Barzan et. al (2007).
Tabela 15. Interpretação dos cálculos do IQAR, com base nas Classes e suas definições, com base no IAP (Barzan et al, 2007).
Cálculo do IQAR Classificação Definição
0 a 1,5 Classe I Não impactado a pouco degradado
1,6 a 2,5 Classe II Pouco degradado
2,6 a 3,5 Classe III Moderadamente degradado
3,6 a 4,5 Classe IV Criticamente degradado a poluído
4,6 a 5,5 Classe V Muito poluído
148
5,6 a 6,0 Classe VI Extremamente poluído
Avaliação do comportamento do indicador nas estações de amostragens:
De acordo com a classificação do IQAr a qualidade da água do reservatório (ponto PS3),
apresentou o valor de 2,53 para a campanha realizada em setembro de 2014, definido como
Classe III: moderadamente degradado. Na campanha de dezembro/2014 (tabela 16; figura
63) a classificação foi de 3,09, ou seja, também Classe III: moderadamento degradado,
embora com escore pior.
Tabela 16. Valores obtidos do IQAr (índice de qualidade de água do reservatório) obtido no ponto PS3 (profundidades: I- superfície; II- meio; III- fundo) reservatório da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Parâmetros Unidade qi wi wi . qi
Déficit de oxigênio % * 0 1 17 17
Fósforo Total (PO2mg/L) ** 0,135 5 12 60
Nitrogênio Inorgânico Total (N-mg/L) ** 1,655 4 8 32
Clorofila "a" (μg/L) *** 0,000 0 15 0
Profundidade de Secchi m 0,42 1 12 12
Demanda Química de Oxigênio (O2 - mg/L) ** 4,610 2 12 24
Profundidade média m 4,5 4 6 24
Cianobactérias cel/mL*** 321 1 8 8
Tempo de residência dias
TOTAL (Σ) 90 177
Cálculo - IQAr 1,9667
CLASSE - IQAr II
OBS: (*) média da coluna da água (**) média das profundidades I e II (***) Profundidade I.
149
Embora este reservatório ainda esteja muito jovem, a medição do IQAr (índice de qualidade
da água no reservatório) atribui uma classificação como um reservatório ainda com pouca
degradação. Desta forma, entende-se que a classificação deste índice já reflete uma qualidade
que caracteriza a parcial estabilidade destas águas, o que inspira certos cuidados.
Pelas observações dos resultados do IQAr do ponto PS3 (nas três profundidades) das
diferentes campanhas realizadas ao longo do tempo pós-fechamento, constatam-se
oscilações entre Classe II (pouco degradado) e Classe III (moderadamente degradado).
(figura 62). Acompanhamento dos resultados, ao longo do tempo, poderá indicar se as
variações são dependentes da sazonalidade ou se há um gradual comprometimento da
qualidade da água no reservatório.
150
Figura 62. Valores comparativos do IQAr (índice de qualidade de água do reservatório) obtido no ponto PS3 (profundidades: I- superfície; II- meio; III- fundo) reservatório da UHE PSJ, entre as classes de qualidade na Etapa 1: fase do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensais - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro/2013; (3
o ano
de reservatório): dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório);: dezembro/2014 e março/2015.
De acordo com a descrição das classes de qualidade encontradas até o presente momento,
pode-se afirmar que, enquanto este reservatório apresentar valores no intervalo da CLASSE II
pode-se caracterizar estes corpos de água com pequeno aporte de nutrientes
151
orgânicos/inorgânicos; pequena depleção de oxigênio dissolvido; transparência das águas
oscilando entre baixa e média, baixa densidade de algas; normalmente com pequeno tempo
de residência das águas e/ou grande profundidade média.
Com os resultados no intervalo da CLASSE II, o que ocorreu nesta campanha de março/2015,
estas águas apresentaram um pequeno acréscimo na qualidade. Apresenta médio aporte de
nutrientes e matéria orgânica, pequena variedade e/ou densidade de algas, baixa tendência
moderada a eutrofização e tempo considerável de residência das águas. A qualidade de água
poderá ser de regular a aceitável.
A classificação está repetindo os valores dentro dos intervalos de pouco degradado a
moderadamente degradado ao longo dos trimestres de acompanhamento do reservatório.
Mesmo que os valores de saturação de oxigênio dissolvido estejam próximos a 100% e
apresente baixas contagens de cianobactérias, os altos valores de fósforo total e coliformes
termotolerantes, além da baixa transparência Secchi, deslocam os valores de qualidade para
pouco impactado. Acompanhamentos futuros devem preocupar-se com os valores de fósforo
total, já que outras variáveis utilizadas no cálculo do IQAR são de difícil controle.
4.3.4 IET – Índice do Estado Trófico
O índice de qualidade de água e o índice do estado trófico visam resumir as variáveis
analisadas a um número (grau) que possibilite analisar a evolução da situação do ambiente,
no tempo e no espaço e que possa facilitar a interpretação de extensas listas de variáveis ou
indicadores.
152
Existem vários métodos e índices para se avaliar o estado trófico de lagos, sendo que a
maioria destes índices foi desenvolvido em ambientes de clima temperado. Desta forma, sua
aplicação em regiões tropicais deve ser feita de forma cuidadosa. A escolha do índice a ser
utilizado também deve levar em consideração a consistência dos dados disponíveis.
Segundo a CETESB, o IET – Índice do Estado Trófico - classifica corpos d’água em diferentes
graus de trofia, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu
efeito relacionado ao crescimento das algas ou de macrófitas aquáticas.
As variáveis mais utilizadas para o cálculo do Índice do Estado Trófico são a clorofila a e o
fósforo total, podendo também ser utilizados os parâmetros de ortofosfato (forma disponível
e assimilável do fósforo pelos organismos aquáticos). Os valores de transparência muitas
vezes não são representativos no estado de trofia, pois pode estar afetada pela elevada
turbidez causada por componentes inorgânicos na coluna da água.
A CETESB cita ainda que nesse índice os resultados correspondentes ao fósforo, IET(P), devem
ser entendidos como uma medida do potencial de eutrofização, já que este nutriente atua
como o agente causador do processo.
A avaliação correspondente à clorofila a (IET Cl a), por sua vez, deve ser considerada como
uma medida da resposta do corpo hídrico ao agente causador, indicando de forma adequada
o nível de crescimento de algas. Assim, o índice médio engloba de forma satisfatória a causa e
o efeito do processo.
153
Dessa forma, o índice do estado trófico foi desenvolvido com o intuito de classificar as águas
de lagos e reservatórios, facilitando assim aos agentes de tomada de decisões e a
comunicação ao público sobre o estado ou a natureza na qual se encontram tais sistemas.
Para Margalef (1983) e Toledo Jr. et al (1983), a classificação ou estado trófico do ambiente é
padronizado da seguinte maneira: oligotrófico (O), mesotrófico (M) e eutrófico (E). Outros
sistemas de classificação incluem-se ainda as classificações de ultraoligotrófico e
hipereutrófico (Tabela 17).
Neste contexto destaca-se o índice de estado trófico (IET) proposto por Carlson (1977) que
dentre suas vantagens inclui a simplicidade e objetividade dos resultados, possuindo como
principal limitação o fato de ter sido desenvolvido com base em dados de reservatórios de
regiões de clima temperado, o que pode restringir sua aplicação a regiões de clima tropical.
Desta maneira Toledo et al (1983) propuseram modificações na formulação matemática do
IET de Carlson (op cit), visando adaptá-los às condições climáticas de ambientes tropicais, com
base em uma pesquisa realizada no reservatório de Barra Bonita- SP (Tabela 18).
O IET considera os valores obtidos para transparência da água (S) em metros, fósforo total (P)
em µg/L, fosfato inorgânico (PO4) em µg/L e clorofila a (Cl a) em µg/L. De acordo com Toledo
(op cit), a transparência é muito afetada pela elevada turbidez; assim sugerem ponderar o IET
médio de forma a dar menor peso a esta variável.
154
Neste estudo optou-se em não utilizar este parâmetro no cálculo médio do IET devido às
considerações supracitadas. Entretanto será apresentado o comportamento isolado desta
variável conforme os dados abaixo.
Tabela 17. Classificação do estado de trofia, segundo Carlson e Toledo et al.
IET – Carlson (1977)
IETm - Toledo Jr (1985)
Índice
Classificação Índice Classificação
< 20 Ultraoligotrófica < 45 Oligotrófica
20 - 40 Oligotrófica
40 - 50 Mesotrófica 45 - 55 Mesotrófica
50 - 60 Eutrófica > 55 Eutrófica
> 60 Hipereutrófica
Para esta avaliação, utilizou-se a classificação proposta pela CETESB (Tabela 18) avaliando-se
os dados obtidos para o IET em todos os pontos amostrados, conforme listados na tabela
abaixo e cores atribuídas relacionadas à qualidade apresentada.
Tabela 18. Classificação do Estado Trófico, segundo CETESB.
Classificação IET
Oligotrófico < 44
Mesotrófico >44 <54
Eutrófico >54 < 74
Hipereutrófico > 74
155
Oligotrófico: águas limpas, de baixa produtividade, pouca interferência sobre a
qualidade das águas
Mesotrófico: produtividade intermediária, implicações com níveis aceitáveis.
Eutrófico: alta produtividade, baixa transparência, em geral afetadas por atividades
antrópicas interferindo indesejadamente sobre a qualidade das águas.
Hipereutrófico: águas extremamente afetadas, com elevadas concentrações de
matéria orgânica e nutrientes. Geralmente estão associados a mortandade de peixes e
demais organismos aquáticos.
Avaliação do comportamento do indicador nas estações de amostragens:
Nesta campanha, considerando as médias dos elementos de fósforo total (PT), que remete a
qualidade das águas (IETm) do reservatório da UHE Passo São João, o mesmo apresentou
valores para o grau de ultraoligotrofia no ponto PS3 e oligotrofia nos demais pontos, baseado
na classificação de Carlson, caracterizando águas limpas de baixa produtividade com pouca
interferência sobre a qualidade das águas. (Tabela 19; figura 63).
Tabela 19. Valores obtidos do IETm para os pontos amostrados na área de influência da UHE PSJ, obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório.
Estações de amostragens IET
SJ1 23,9
PS6 23,1
156
PS5 24,2
PS4 22,8
PS3 s 20,0
PS3 m 24,1
PS3 f 17,7
PS2 34,7
PS1 19,8
Alc PSJ 22,8
Jus PSJ 23,9
Figura 63. Grau de Trofia (IET) obtidos nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ, campanha XXVII (março/2015), pós-enchimento - 4º ano de monitoramento do reservatório e suas cores simbólicas: Ultraoligotrófico (azul claro); Oligotrófico (azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho).
Na comparação das médias constatadas nas campanhas realizadas nas fases de pré-
enchimento, enchimento e no pós-enchimento (primeiro e segundo ano de monitoramento
157
do reservatório) pode-se observar uma certa homogeneidade do comportamento no índice
aplicado (figura 64), sendo que todos os resultados constatados levaram o comportamento
médio dos valores do IETm ao longo do rio Ijuí e no arroio afluente para a classificação
predominante do grau OLIGOTRÓFICO, caracterizando águas limpas de baixa produtividade
com pouca interferência sobre a qualidade das águas.
Figura 64. IET – índice do estado trófico (grau de trofia) comparativo e médias das medições obtidas nos pontos amostrados na área de abrangência da UHE PSJ nas campanhas realizadas nas Etapa 1: fases Pré-Enchimento (agosto,novembro/2008; fevereiro, maio/2009 e julho/2011), Enchimento (agosto, setembro/2011) e do Pós-Enchimento (1º ano de monitoramento do reservatório): 1° Trimestre - outubro, novembro e dezembro /2011; 2° Trimestre - janeiro, fevereiro e março/2012; mensal - junho e setembro/2012) e Etapa 2: fase Pós-Enchimento (2º ano de monitoramento do reservatório): janeiro, março, junho, setembro; (3
o ano de
reservatório) dezembro/2013, março 2014, junho/2014, setembro/2014; (4º ano de reservatório) dezembro/14 e suas cores simbólicas: Ultraoligotrófico(azul claro); Oligotrófico(azul escuro); Mesotrófico (verde); Eutrófico (amarelo); Hipereutrófico (vermelho).
158
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas amostragens realizadas até o presente momento, abrangendo as cinco (05) campanhas (I,
II, III, IV e V) de monitoramento na fase do pré-enchimento; quatro (04) campanhas (VI, VII,
VIII e IX) na fase do enchimento; e as campanhas realizadas no 1º primeiro ano de
monitoramento do reservatório completo: oito (08) campanhas na fase do pós-enchimento
(1º trimestre: campanhas X, XI e XII; 2° trimestre: campanhas XIII, XIV, XV e mensais:
campanhas XVI e campanha XVII); no 2º segundo ano de monitoramento do reservatório
completo com as campanhas XVIII, XIX, XX e XXI realizadas respectivamente nos meses de
janeiro, março, junho e setembro de 2013, 3º ano de monitoramento do reservatório com as
campanhas XXIII e XXIV e XXV e no 4º ano de monitoramento na campanha XXVI e campanha
XXVII, temos a considerar o que segue:
Parâmetros Físicos e Químicos:
Temperatura do Ar e Água: apresentando valores condizentes com a época das amostragens;
sem a constatação de anormalidades. São, portanto, parâmetros que indicam a sazonalidade
159
da região, com intervalos típicos das variações climáticas, com elevados valores nesta
campanha de março/2015.
Turbidez e Transparência: pequena alteração na fase do pré-enchimento e alterados na fase
inicial do enchimento do reservatório. Na fase pós-enchimento (primeiro ano de
monitoramento) de forma pontual e, devido à pluviosidade, ocorreram algumas alterações
nestes parâmetros. Nestas últimas campanhas realizadas no segundo ano de monitoramento
do reservatório (respectivamente nos meses de janeiro, março, junho e setembro de 2013),
não foram constatadas interferências destes parâmetros para estas águas. Nas amostragens
de dezembro/2014 os valores de transparência foram maiores (e os de turbidez foram baixos)
devido ao período de menores precipitações, aumentando sensivelmente nas amostragens de
março/2015.
Cor: Nas campanhas realizadas no segundo ano de monitoramento, observou-se que os
pontos próximos ao barramento apresentaram valores altos próximos a 40hz. Nos demais
pontos, porém em menor intensidade, os valores ultrapassaram o limite da portaria
estabelecida em 15Hz, não atendendo as especificidades para o consumo humano. Se nas
campanhas iniciais de 2014 os valores de cor foram baixos, na campanha de setembro os
valores voltaram a ser altos pela conhecida interferência dos hidróxidos e óxidos de ferro do
escoamento superficial de períodos de chuvarada, tendo diminuído na campanha de
dezembro/2014 e aumentado na campanha de março/2015.
Condutividade elétrica: Embora que na fase do enchimento tenha apresentado valores
sensivelmente alterados, nas demais campanhas não foram constatadas anormalidades
relevantes, mesmo com os índices atuais de pós-enchimento. A condutividade elétrica é
160
repetidamente uma expressão ou da geoquímica das águas nos pontos amostrados, ou do
efeito de diluição oriunda das precipitações na bacia hidrográfica do rio Ijuí, variando também
entre os pontos de influência de arroios.
pH: mantém-se dentro dos valores normais em todas as campanhas, embora levemente
alcalino, característica da geoquímica das águas da região. O pH tem indicado boa capacidade
de tamponamento do sistema ácido-base das águas da região de estudo.
Alcalinidade: Este parâmetro não se mostrou relevante no ecossistema avaliado,
apresentando grande homogeneidade, também indicador da boa reserva alcalina das águas
monitoradas.
OD e DBO5: Valores sensivelmente alterados nas campanhas realizadas nas fases de pré-
enchimento, enchimento e pós-enchimento em seu primeiro ano de monitoramento do
reservatório, principalmente nos meses de verão para alguns pontos. Nas últimas campanhas
realizadas os valores de oxigênio dissolvido voltaram à normalidade, equilibrando o ambiente
aquático; trazendo consigo elevados percentuais de saturação de oxigênio, como ocorreu na
campanha de março/2015. De maneira geral, representa uma melhora da saúde do
ecossistema. Os valores de DBO5 têm sido baixos, indicando pequena presença de matéria
orgânica lábil, com algumas exceções pontuais, embora tenha havido aumento na campanha
de dezembro/2014, mas diminuído nesta campanha de março/2015.
DQO: Os valores apresentados indicam, no conjunto, um ambiente de pouca influência de
material orgânico, mesmo pelos compostos pouco lábeis.
161
Fósforo Total: valores alterados na fase do pré-enchimento e mais homogêneo nos períodos
posteriores. Por ser um parâmetro importante, mas de enquadramento restritivo, seus
resultados sempre indicam qualidade menos recomendada, principalmente nas Classes de
Uso do CONAMA.
Fosfato Total: parâmetro analisado a partir do segundo ano de monitoramento do
reservatório, apresentando no geral uma concentração mais elevada que o determinado para
o fósforo e o ortofosfato. É um parâmetro de forte indicação dos minerais transportados e
quelados a bases como o ferro.
Ortofosfato: Apresentaram valores elevados nas campanhas realizadas após o enchimento do
reservatório, em específico no primeiro ano do reservatório. Nas últimas campanhas (2014) e
na campanha de dezembro/2014 a concentração do ortofosfato decresceu em todos os
pontos em relação às demais campanhas mantendo baixos valores, mantendo-se semelhante
em concentrações na campanha de março/2015.
Nitrogênio Total Kjedhal (NTK): Apresentou-se elevado nas campanhas realizadas na fase pré-
enchimento e pós-enchimento primeiro ano em todos os pontos, porém com menores
concentrações na fase do enchimento. Nesta campanha de dezembro/2014 o nitrogênio NTK
apresentou valores sensivelmente baixos e inferiores à maioria das campanhas anteriores,
tornando a apresentar valores similares aos períodos anteriores a dezembro/2014, em
março/2015.
Nitrogênio Inorgânico Total: Parâmetro analisado a partir do segundo ano de monitoramento
do reservatório, apresentando-se elevado nas campanhas de janeiro e junho/13 e tendo uma
162
menor concentração em março/13. Nesta campanha de março/2015 os valores se
mantiveram na dependência da concentração de nitrato, o que constitui uma indicação de
ambiente oxidativo.
Nitrogênio Amoniacal: De forma geral apresentou-se alterado na fase pré-enchimento, cuja
concentração ficou com valores significativos, o que pode ser considerado uma situação
preocupante para o ambiente aquático. Entretanto, nas fases do enchimento e no primeiro
ano de monitoramento após enchimento do reservatório, não foram observadas alterações
relevantes. A partir do segundo ano de monitoramento do reservatório este parâmetro vem
apresentando um comportamento considerado dentro da normalidade.
Nitrito: De uma maneira geral continua mantendo-se dentro da normalidade na fase do pós-
enchimento, tanto no primeiro ano como no segundo ano de monitoramento do reservatório.
Contudo neste trimestre os valores de nitrito são considerados muito altos para um ambiente
oxidativo, indicando haver forte atividade de bactérias autotróficas quimiossintetizantes.
Nitrato: Foram registradas alterações nas fases do pré-enchimento, enchimento e pós-
enchimento (primeiro ano de monitoramento do reservatório). Porém, nas campanhas
realizadas no segundo ano de monitoramento, os valores foram bem mais acentuados que as
demais fases avaliadas. Nesta fase do acompanhamento os valores de nitrato são
consideravelmente altos para águas naturais. Possivelmente pode haver influência do
escoamento superficial de solos de atividade agrícola, com forte adubação nitrogenada.
163
Sólidos Sedimentáveis: Os valores encontrados em todas as fases amostradas estiveram
sempre abaixo dos limites de detecção estabelecido na metodologia laboratorial, ou seja, sem
relevância para os ambientes estudados.
Sólidos Suspensos: Apresentaram-se alterados no primeiro ano de monitoramento após o
enchimento do reservatório e no segundo ano de monitoramento do reservatório. Nas de
2013 não apresentaram valores considerados preocupantes para o contexto do ecossistema
aquático. Contudo nas amostras de 2014 os valores são mais altos indicando a forte influência
do período de cheias na região, embora tenham diminuído na campanha de dezembro/2014,
mas novamente aumentando na campanha de março/2015.
Sólidos Totais Dissolvidos: Elevados na fase do pré-enchimento, seguido do enchimento e no
primeiro ano de monitoramento após o enchimento do reservatório. Nas campanhas de 2013
e 2014, inclusive na de março/2015, as concentrações apresentaram-se maiores interferindo
na classificação do IQA.
Parâmetros Biológicos:
Coliformes Termotolerantes: Verifica-se uma acentuada elevação na campanha XVIII
(janeiro/13) se comparada às demais campanhas realizadas nas fases pré-enchimento,
enchimento e no primeiro ano após a formação do reservatório. Esta campanha, realizada em
junho/2014, apresentou valores considerados aceitáveis ao ambiente aquático, desde que
164
sem contato como banho. Contudo os valores apresentados são pouco recomendados para os
usos plenos, indicando influência negativa da drenagem superficial na região. Nesta
campanha de março/2015 os coliformes apresentaram contagens mais altas, principalmente
em SJ1, restritivas a contato físico, Portanto pouco recomendado face a resultados de
campanhas anteriores. Fica evidente, também, que a partir do ponto PS3 – em direção
jusante – há persistente contaminação das águas por coliformes, com comportamento de
dispersão nas camadas mais profundas.
Coliformes Totais: Merecem as mesmas considerações dadas aos Coliformes termotolerantes,
com a ocorrência de amplas drenagens de restos excretados de várias fontes animais da
região.
Clorofila: Sem anormalidades no contexto geral, mas com presença esporádica de
concentrações em pontos variados, sem indicação clara de localização de maiores
concentrações de algas.
Fitoplâncton: Predomínio dos diatomáceas (Bacillariophyta). As clorofitas foram observadas
com predominância na fase do pós-enchimento (campanha XIII) e as cianofitas somente na
campanha XI (primeiro ano de monitoramento do reservatório). Nas coletas de março/2014
constatou-se a preocupante presença do dinoflagelado Ceratium furcoides, que é uma espécie
invasora no Brasil, e que nas amostras dos trimestres de setembro, dezembro/2014 e
março/2015, continuou sendo identificada.
Cianobactérias: Parâmetro avaliado a partir do segundo ano do enchimento do reservatório,
onde está sendo constatada baixa densidade de organismos, assim como, uma baixa riqueza
165
de espécies para este grupo, fato que não está sendo considerado relevante para este
monitoramento. Desta forma, não é necessário o exame de cianotoxinas para os ambientes
estudados.
Zooplâncton: Predomínio dos protozoários na fase do pré-enchimento e no 1º ano de
monitoramento após o enchimento. No ano atual estágio de monitoramento do reservatório,
continua a ser observado este mesmo grupo, mas com presença também dos rotíferos.
Quantitativamente e em número de espécies todo ambiente tem-se mostrado pobre em
organismos deste grupo do zooplâncton.
Invertebrados Bentônicos: Este parâmetro continua não apresentando características
relevantes ao ambiente analisado devido ao baixo número de indivíduos e baixa riqueza de
espécies encontradas em todos os pontos monitorados. Nesta campanha foi constatada
pequena presença de animais bentônicos, possivelmente ainda devido ao estresse da
velocidade e alta vazão dos rios no período do estudo.
Índices:
IQA: predomínio de BOA qualidade da água nas fases pré-enchimento, enchimento e no 1º
ano de monitoramento após a formação do reservatório. Porém, neste segundo ano de
monitoramento na campanha de janeiro/2013, a qualidade de água decresceu sensivelmente
apontando para uma qualidade RUIM. Nas campanhas de março e junho de 2013, a qualidade
da água passou à REGULAR para todo o curso d’água amostrado. Neste trimestre de
março/2015 o IQA tem apresentado resultados variando de BOA a REGULAR, com qualidade
RUIM no ponto PS2.
166
IQAr: predomínio da Classe II em quase todas as campanhas do monitoramento pós
enchimento, excetuando o 1º trimestre do primeiro ano do reservatório, onde se constatou a
Classe III. A atual campanha está enquadrando o reservatório na Classe II, ou seja, (pouco
degradado), na distribuição dos pontos amostrados.
IET: Ocorrência do estado de OLIGOTROFIA a MESOTROFIA ao longo das campanhas de
amostragem. Neste estudo foi encontrada a condição de estado oligotrófico na maioria dos
pontos e ultraoligotrófico no ponto PS3f, baseado nas análises do fósforo total, por ausência
de clorofila nas amostras. Se forem tomadas as médias entre o IET do fósforo total e clorofila,
o estado será ultraoligotrófico.
Resolução do CONAMA 357/05:
Predominância da CLASSE 1 para quase todos os parâmetros, significando que estas águas
ainda enquadram-se para usos nobres. Porém as CLASSES 2, 3 e 4 estão sendo constatadas
para alguns parâmetros, tais como: Fósforo Total, Turbidez e Coliformes Termotolerantes, o
que significa contribuição antrópica e orgânica, o que leva a afirmar a ocorrência de aporte de
resíduos domésticos a estas águas, mesmo de forma pontual.
De uma maneira geral, avalia-se que nas fases pré-enchimento, enchimento e 1º ano de
monitoramento após a formação do reservatório, as águas apresentaram uma BOA
QUALIDADE físico, química e biológica; muito embora alguns parâmetros se destacavam
pontualmente levando a um decréscimo de qualidade das águas para REGULAR e RUIM.
167
Atribuiu-se à sazonalidade de verão e à elevada pluviosidade, onde geralmente os
ecossistemas aquáticos respondem de maneira mais sensível a estas interferências climáticas.
Avalia-se que ainda deva ser mantido o monitoramento proposto, no intuito de se comparar a
evolução de melhorias destas águas, uma vez que a situação encontrada até o presente
momento pode ser reflexo da estabilização do reservatório e pelo pouco tempo de retenção
das águas neste sistema, e, por ainda estar sendo considerado jovem para obter-se uma
grande resposta para a condição lêntica das águas.
Se a situação de qualidade assim permanecer, principalmente para os pontos considerados
mais críticos (SJ1, PS6, PS5, PS3 e PS1), pois estes recebem diretamente aporte de cargas
poluidoras oriundas dos municípios de Roque Gonzales, São Pedro do Butiá e também
contribuição do reservatório da UHE São José; deverá ser proposto algum tipo de intervenção
necessária para que se possa dirimir os possíveis impactos aos ambientes monitorados da
UHEPSJ e principalmente no seu reservatório, evitando assim futuros transtornos causados
pela eutrofização, florações de algas e super desenvolvimento de macrófitas, eventos que
além de comuns são de difícil controle nos reservatórios brasileiros.
168
6 BIBLIOGRAFIA DE APOIO
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Giovani Guimarães Ramires Biólogo CRBio: 41313-03D
Serlecio Guilherme Pinz
Geólogo CREA-RS 101946D
175
ANEXO III – Registros fotográficos
Ponto PS1. Arroio das Pedras, confluência com Rio Ijuí.
Ponto ALÇ PSJ. Rio Ijuí na alça da vazão reduzida após a foz do Arroio das Pedras.
PS1
PS1 PS1
176
Ponto jus PSJ. Rio Ijuí à jusante da confluência da água barrada pela UHE PSJ.
Ponto PS3. Rio Ijuí à jusante da foz do arroio da cidade Roque Gonzales.
177
Ponto PS4 Rio Ijuí, logo à jusante da confluência com Arroio Limoeiro.
Ponto PS5. Rio Ijuí à jusante da confluência do Arroio Tigre.
178
Ponto PS6. Rio Ijuí à jusante da confluência do Arroio Pobre.
Ponto SJ1. Rio Ijuí à jusante da UHE São José, a leste do reservatório da UHE PSJ
179
Ponto PS2. Rio Ijuí à jusante da confluência do barramento da UHE PSJ.
ANEXO IV – Laudos das análises Físico-química da Água