Morador em Situação de Rua
Qual Nível de Periculosidade?
Fatima Regina Tuchiama
1ª edição
2015
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Morador em Situação de Rua
Qual o Nível de Periculosidade?
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Morador em Situação de Rua
Qual o Nível de Periculosidade?
Fatima Regina Tuchiama
1ª Edição
São Paulo
2015
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Copyright © 2015 por Fatima Regina Tuchiama
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem a autorização por escrito do autor.
Fatima Regina Tuchiama
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Ficha Catalográfica:
TUCHIAMA, Fatima R.
Morador de Rua: Qual o Nível de Periculosidade?
Fatima Regina Tuchiama
1ª edição – São Paulo, 2015.
Keynotes: 1. Morador de Rua | 2. Indicadores Sociais |
3.Serviço Social | 4. Pesquisa Social.
CDD: 300.0182
CDU: 300.18
Livro no formato e-book – 1ª edição – São Paulo 2015.
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Índice
Dedicatória 06
Introdução 07
Capítulo I
História do Projeto 08
Fonte de Dados 09
Capítulo II
Metodologia 15
Análise de Dados 15
Capítulo III
Considerações Finais 20
Bibliografia Básica Sugerida 21
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Dedicatória
Agradeço aos meus mentores que assistem e protegem minha
existência; Agradecer in memoriam meus pais Ary e Benedicta; Ao
meu filho amado Eduardo Egisto; Agradecer ao Prefeito da Cidade de
Vinhedo, Sr. Jaime Cruz; a Sra. Iolanda Dias Nunes da Silva, da
Secretaria Municipal de Assistência Social; a Sra. Luzia Gonçalves de
Lima, Supervisora de Campo do meu estagio em Serviço Social;
Agradecer a Sra. Emilene Pereira Costa, Supervisora Acadêmica da
Faculdade Anhanguera;
Sou eternamente grato a todos.
Gratidão!
“A prática no Serviço Social
conta bem mais que a teoria, e a
profissão para quem não dá nada é
porque não conhece a realidade.
Como profissional da área devemos
saber andar lado a lado do Certo que é
Errado e do Errado que é Certo”
José Prado Junior
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Introdução
A finalidade deste projeto é expor questões que definem uma
classe social totalmente fora de qualquer padrão social ABCDE,
desamparada por muitos, acolhida por poucos.
Autores de outros artigos definem moradores em situação de
rua como mendicantes, andarilhos, cujas características estão em
situação que por ventura tiveram seus vínculos familiares rompidos,
ou usuários drogas, de bebidas alcoólicas, perderam seus empregos,
morte do rimo familiar, separações, patologias diversas, entre muitos
outros motivos.
Após este estudo, defino moradores em situação de rua como:
Cidadãos desprovidos ou incapazes de manter moradia fixa,
encontrados em extrema pobreza, forçados a estar em contato com o
perigo das adversidades da rua, cujo intuito é buscar de forma sucinta,
seja no âmbito material, espiritual ou psíquico, sua colocação na
sociedade.
Estes cidadãos sobrevivem de forma arrastada, a perambular
de um local ao outro, onde fazem-se de pousada provisória, coretos,
praças, rodoviárias, jardins, pontes e qualquer outra edificação
pública, onde possam se abrigar do sol e da chuva, do frio e do calor.
A experiência em estar na rua requer um preço, a falta de
higiene é o menor dos problemas que um cidadão em situação de rua
enfrenta. Consumir lixo, agua provida de efluente, contato com
animais transmissores de doenças é cotidiano para estas pessoas que
buscam sobreviver a cada dia.
A falta de acesso aos meios de saúde, a desinformação, falta
de acompanhamento profissional faz a qualidade de vida do cidadão
em situação de rua diminuir drasticamente.
É neste contexto que nosso estudo entra: Qual o nível de
periculosidade que um indivíduo que está exposto constantemente a
ferro e fogo? Até quando a mente humana suporta comer lixo, ou ter
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que dormir ao relento sem ser roubado, ou por um passatempo da
minoria doente e deturpada, atearem fogo em você?
Nosso projeto apresenta o resultado de 15 moradores em
situação de rua, adultos, acolhidos em Vinhedo, no Centro de
Referência Especializado em Assistência Social, o CREAS.
Esses voluntários que passaram pelo cotidiano da assistência
do CREAS é a experiência mais marcante que um profissional em
Assistência Social pode ter.
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Capítulo I
História do Projeto
No ano de 2009, iniciou um estudo sobre a demanda na
Câmara Temática de Assistência Social que é composta por
representantes de 19 Municípios: Hortolândia, Engenheiro Coelho,
Santo Antônio da Posse, Pedreira, Jaguariúna, Artur Nogueira, Monte
Mor, Nova Odessa, Cosmópolis, Vinhedo, Paulínia, Itatiba, Valinhos,
Indaiatuba, Santa Barbara D’ Oeste, Americana, Sumaré e Campinas.
Esse estudo resultou em um protocolo assinado pelos
Prefeitos signatários da RMC.
A cidade de Vinhedo implantou a política de atendimento a
Pessoa em situação de Rua de Serviços Sociais e Assistenciais. Nesse
mesmo ano, no âmbito da proteção Social especial de média
complexidade iniciou o atendimento do Serviço Especializado em
abordagem Social: Serviço Especializado para pessoas em Situação de
Rua.
Diante dessa organização todos os atendimentos às pessoas
em situação de Rua com vínculos ou em trânsito pela Cidade
passaram a ser realizado no PSE\CREAS, sendo firmado convênio com
Entidade para a execução em 20010 do Serviço de Acolhimento
Institucional para pessoas em situação de Rua e casa de passagem
para pessoas e ou grupo familiar em trânsito.
Sendo a porta de entrada para a realização do primeiro
acolhimento e escuta qualificada se dá na PSE\CREAS, por assistentes
Sociais e estagiários com supervisão da Gerente da PSE.
Nome da organização: Prefeitura Municipal de Vinhedo/
Secretaria Municipal de Assistência Social
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Endereço: Rua Humberto Pescarini, nº 330 – Centro –
Vinhedo – SP
CEP: 13087-000
CNPJ: 46.446.696\0001-85
Telefone: 19 3826-0000
E-mail: [email protected]
Fonte de Dados
Fui estagiar no CREAS com pessoa em situação de média
complexidade, com pessoas em situação de rua, participei de várias
palestras, reuniões semanais e fiz vários cursos no departamento, fui
acolhida com muito carinho, por todos e sempre prontos para
responder minhas várias perguntas
Observei que a perda de vínculos familiares, decorrente do
desemprego, da violência, da perda de algum ente querido, as
desavenças com pai, mãe, irmãos e esposa, perda de autoestima,
alcoolismo, drogadicção, doenças mentais, entre outros fatos são os
principais motivos que levam as pessoas a morar nas ruas, gerando
sofrimento tanto para si, como para a família que foi deixada.
Várias doenças os atinge como Aids, tuberculose, doenças de
pele, respiratórias, e a doença mentais com a dependência de
substancias psicoativas e as neuroses e psicoses.
Muito as pessoas estão sem tratamento, porque estão na rua
e não tem como comprovar seu endereço no Sistema Único de Saúde
e passam invisivelmente para este sistema, e quando fazem parte do
atendimento o preconceito e a discriminação é muito grande por
serem moradores de rua.
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As ocupações de trabalho mais comuns que eles encontram
são reciclagem de papel, latas e outros resíduos, a guarda de carros,
serviços domésticos, e a construção civil.
Mas para obterem um emprego formal, eles têm de se
adaptarem a cumprir horário, não usar álcool e drogas, estar
banhados e se trajando decentemente.
Mas quando conseguem um trabalho outra dificuldade
encontrada e de aprender saber gastar o que ganha, com
planejamento, mas isso tudo se torna um desfio que as vezes não são
alcançado por estarem na rua há muito tempo.
E estando na rua ele corre o risco de ter seus pertences
roubados, brigas por espaço, violência sexual, de agressões de
diversas formas.
E eles usam para suprir as necessidades básicas a rede de
serviços assistenciais (CREAS e o CRAS) ou contam com a
solidariedade da população, igrejas, instituições e ONG.
E em Vinhedo temos uma casa de passagem, que abriga
moradores que estão sem teto da cidade e a permanência de pessoas
em situação de Rua que querem voltar para sua família, sua Cidade
ou Estado depois de uma pesquisa realizada e checada com
familiares ou com o CREAS ou CRAS da Cidade ou Estado, e quando
temos o resultado, da confirmação, fazemos uma pesquisa de quanto
vai ficar a passagem e em que rodoviária sairá seu ônibus, é
comprado um lanche para que ele leve na Viajem longa (12h, 24, 45
horas), e embarcamos ele no ônibus na Cidade de Campinas ou em
São Paulo tudo isso subsidiada pela prefeitura.
o atendimento é espontâneo, é oferecido vários serviços
com: Foto para documentação, lanche, alimentação, chinelo, kit de
higiene, passe urbano e passagem para volta à sua Cidade de origem,
consulta advocatícia, encaminhamento para o INSS,
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acompanhamento em consulta médica, e é feito abordagem e escuta
qualificada.
Foi neste local que realizamos nosso projeto.
Todos os envolvidos têm seus nomes em resguardo e suas
informações anônimas.
Dos atendimentos que fiz, pude constatar que muitos
pediram para tomar banho e colocar uma roupa limpa, se
barbearem, cortar o cabelo e que possam ter uma noite de sono em
paz.
Constatei, que a procura de documentação ou 2ª vias é muito
grande entre eles.
Que muitos são trecheios e que ficam pulando de albergue
em albergue. Sem rumo definitivo. Alguns são regressos e que
perderam os vínculos familiares, veem sem documentação e com
muito medo da rua, sem profissão definida e baixa escolaridade e
sem saber para onde vão e como vão ficar. Outros já com aparecia de
ancião mas com 30 ou 40 anos no máximo. Muitos alcoolizados e
drogados ou com problema grave de saúde mental.
E muito vem até o CREAS, só para poderem conversar ou ter
alguém para escuta-los. Eu agradeço a oportunidade que foi dado à
mim de estar aprendendo a trabalhar em uma secretaria
comprometida com o bem estar da população e que as Assistente
Social fazem um trabalho de formiguinha, mas constante e lutam
como que tem para ajudar o morador de rua mostrando seus direitos
e deveres perante à sociedade, quando muitos se tornam invisíveis
perante a população.
Qual a relação do Serviço Social e o tema proposto? Com a
globalização e o avanço tecnológico, que tem alcançado as diferentes
sociedades contemporâneas, configura na reprodução de
desigualdades sociais e na falta de garantias sociais para a grande
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parcela da população. Neste início do século, constate-se que a
civilização, ao longo dos anos, não foi capaz de construir um pacto
que trouxesse melhorias sociais. A desigualdade distribuição dos
bens sociais, a discriminação, o desrespeito às diferenças, a incerteza,
a involução de valores não são anomalias, mas constituintes do
pensamento globalizado e do processo econômico em curso.
Tabela 1 – Serviços Oferecidos e Mensurados no Projeto
06 à 24 de Outubro 6 7 8 9 10 13 14 15 16 17 20 21 22 23 24
Acolhida/ escuta
Estudo social/diagnóstico socioeconômico
Informação comunicação e defesa de direitos
Referência e contra referência
Orientação e suporte para documentação
Orientação e encaminhamentos para a rede de serviço locais
Articulação de serviços socioassistenciais
Articulação de serviços socioassistenciais
Articulação com outros serviços de políticas públicas setoriais
Articulação interinstitucional com os demais órgãos do Sistema de Garantia de direitos
Mobilização de família extensa ou ampliada
Mobilização e fortalecimento do convívio e de redes sociais de apoio
Mobilização para o exercício da cidadania
Articulação ao convívio familiar, grupal e social
Elaboração de relatórios e/ou prontuários
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Houve intervenção eficaz do Assistente social na problemática
trabalhada? Sim, visando ao enfrentamento da pobreza e à garantia
dos direitos sociais realizou-se de forma integrada as demais políticas
locais, mediante recursos do orçamento com seguridade Social,
previstos no art. 195 da CF, além de outras fontes e organizada com
base nas diretrizes.
Nos problemas encontrados, pode-se observar se ocorreram
mudanças significativas e quais foram os encaminhamentos
necessários para tal mudança. Qual a sua conclusão a esse respeito?
Como é uma demanda espontânea, muitos moradores de rua,
conseguimos encaminha-los para a volta a sua cidade e de seus lares.
Qual o nível de periculosidade que estes moradores de rua
apresentaram para os atendimentos no CREAS e para o público em
geral? Não houve em nenhum momento um ato violento ou algo que
pudesse dirimir a integridade física e social dos envolvidos. Precisamos
ter mais consciência que uma pessoa não se mede pelo que veste ou
pelo contexto social que se vive.
Qual o nível de periculosidade que um cidadão em situação de
rua pode apresentar? O mesmo que uma pessoa em outro contexto
de estilo de vida, apresenta certo grau de violência quando se
encontra em alteração psicossocial como drogas ou álcool. Um fato
importante para ser deixado registrado é que mais de 90% dos
entrevistados tem consciência do estado atual de vida e tem
consciência de seus atos, direitos e deveres.
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Capítulo II
Metodologia
Esta pesquisa caracterizou-se pelo estudo que forneceu como
resultado números e estatísticas e buscamos a identificação dos
principais fatores que contribuíram para um contexto eficaz acerca da
população de rua.
Consistiu em um estudo de natureza única, considerando-se
que os dados foram coletados conforme cronograma do projeto e no
período sua conclusão, não demos mais acompanhamento dos
indivíduos pesquisados.
Tratou-se de um estudo prospectivo, ou seja, com coleta de
dados atuais e de vivência acadêmica e não dados de natureza passada
ao projeto.
O estudo foi sediado na região da cidade de Vinhedo, São
Paulo.
A coleta de dados foi realizada durante o período de Outubro
a Dezembro de 2014, através de um total de quinze (15) voluntários,
nas instalações do CREAS do município de Vinhedo, São Paulo. O local
teve toda a infraestrutura necessária para acomodar e realizar todo o
processo, desde a recepção até a partida dos voluntários.
Análise de Dados
Quando passei no Concurso de Estagio de Serviço Social da
Prefeitura Municipal de Vinhedo, não tinha ideia como minha visão do
mundo iria mudar desde então.
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Faço estagio no CREAS e trabalho com morador em situação
de rua.
Minha visão, era quando me deparava com um morador em
situação de rua (hoje sei que é o nome correto), o chamava do homem
do saco, mendigo e na minha visão ele era sempre uma pessoa elitista,
drogadito, sujo e perigoso, que ficava nos sinaleiros pedindo esmola
ou batendo de casa em casa, pedindo comida, roupa ou oferecendo
para tirar grama da calçada.
Sempre escutava as pessoas reclamarem de sua presença, por
medo, ou por terem características diferentes do cidadão não
morador de rua, ou estarem alcoolizados ou por estarem sujos e com
mau cheiro.
No CREAS, encontrei pessoas maravilhosas e excelentes
profissionais que com toda calma e carinho, foram me mostrando
como trabalhar e mudar minha visão.
Os usuários são recebidos com todo o respeito em uma sala
com portas fechadas.
Nos apresentamos e perguntamos o que ele precisa e
preenchemos uma ficha com seu nome, idade, onde nasceu, nome de
seus pais, o número de seus documentos (RG e CIC) e tiramos xerox
dos seus documentos para ser preenchida a MITRA.
Mas na maioria das vezes, eles não portam documentos, ou
estão com BO sobre a perda do mesmo, pois são frequentemente
abordados por policiais e tem de apresentar documentação, senão são
levados para a delegacia para reconhecimento.
Temos uma escuta qualificada e fazemos perguntas, de onde
eles veem, para onde pretendem ir, se tem familiares e onde estão, e
como tiveram conhecimento e chegaram até o CREAS. E estão em
busca de que?
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Hoje sei e peço perdão, pela visão errônea que tive no
passado.
Sei que são filhos de alguém, são pais de alguém, tiveram e
tem uma história e por algum motivo a vida deles se desmoronou e
foram obrigados a estar na rua.
Com a escuta qualificada, conversamos e não é raro escutar,
que fazia muito tempo que ninguém falava com ele, e que estão com
fome, sem roupa, machucados, doentes, sujos, descalços.
Mas na maioria das vezes, busca um trabalho, um lugar para
tomar banho, para poder descansar, se alimentar e dormir.
Mas também para tirar seus documentos, foto,
encaminhamento para o fundo social (roupas e sapatos), cesta básica,
ajuda para dar entrada em algum benefício, passagem para voltar aos
seus familiares ou passe para irem a próxima cidade em busca de
emprego ou um lugar para ficar ou querendo uma refeição.
São raros, os que querem um encaminhamento para uma
clínica para cuidar de suas dependências, seja de álcool ou drogas, são
aquelas pessoas que estão cansadas da vida da rua e que sentem que
tem de mudar, pois se continuarem assim, vão ter sua vida abreviada.
Mas o mais difícil e encontrar vaga em alguma clinica que não
cobre e que tenha lugar, para ele possa fazer seu tratamento. Na
maioria das vezes, quando se consegue uma vaga, nós o levamos para
a Internação e não é raro para nossa surpresa que passado um tempo
eles fogem e voltam para as ruas, e voltam para o CREAS e informam
que lá na clínica era muito rígida, pois tinham de trabalhar muito e de
graça, ou que tinham de acordar muito cedo para orar, ou que não
podiam fumar ou que a comida era ruim, passado um tempo voltam e
pedem de novo que querem voltar para a clínica e garantem que desta
vez, vão fazer o tratamento correto.
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Na maioria dos atendimentos são feitos com homens da cor
parda entre 28 aos 50 anos, que tem uma profissão brasão, mas muito
pouco estudo e com isso dificultando sua qualificação de emprego mas
que sabem assinar seu próprio nome.
E que perderam seus laços familiares, pelo álcool, drogas,
agressividades, morte de familiares, separações ou são regressos, e
tem vergonha de voltar para a casa na situação que se encontram, pois
ninguém quer voltar para casa magro, doente e derrotado.
Após escuta, falamos como é bom voltar para casa, rever
familiares, e ter uma nova vida, mas geralmente vem à resposta que
na sua cidade não tem emprego, pois à mão de obra na maioria das
vezes foi substituída por maquinas e eles perderam a oportunidade de
trabalhar, na colheita e se é para passar fone lá eles ficam onde estão
e como não estão vendo os familiares que deixaram, eles não sofrem.
E muitos falam que com o passar do tempo a volta para casa
fica mais distante, pois a auto estima fica cada dia menor e a maioria
começa a beber mais, para matar a fome, aquecer do frio ou esquecer
a saudade (são desculpas).
Na escuta qualificada tentamos direcionar a volta do usuário
para religar seus vínculos familiares.
E quando é aceita a volta, entramos em contato com os
familiares por telefone, ou pedimos a ajuda de outro profissional do
Serviço Social que busque na sua cidade o contato daquele familiar e
a ajuda é muito valiosa, pois cada um sabe que tem uma vida que está
para ser mudada e esta mudança depende desta busca.
Quando achada a família do morador, entramos em contato
com a mesma e perguntamos, se a família aceita receber aquela
pessoa de volta.
As respostas, são variadas como:
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Alguns ficam felizes de saber que seus familiares estão vivos e
que receberão de braços abertos; Outros, que a pessoa não pode
voltar para a cidade pois está jurado de morte, na “biqueira”; Outros
que seus pais faleceram e seus irmãos não o querem mais de casa, pela
agressividade que o álcool ou droga provocou.
Mas se quiser mandar para a cidade eles não se opõem desta
volta.
Outros, que estiveram presos e seus parentes por medo,
vergonha, o abandonaram e não querem mais vê-los.
Outros sem familiares, mas que têm vínculos com o albergue
daquela cidade, irão voltar para à cidade de seus vínculos.
Após pesquisa, eles serão embarcados, na Rodoviária de São
Paulo, ou de Campinas ou de Vinhedo.
Neste meio tempo, o usuário será abrigado na Casa de
passagem Vida Renovada, que ficará para ser feita a pesquisa e
posteriormente o embarque do mesmo.
O embarque é feito com o veículo da Prefeitura, junto com o
motorista e uma Assistente Social ou Estagiaria, como é o meu caso
que o levará para a Rodoviária, comprará a passagem e o colocará no
ônibus. Tiramos a cópia da passagem para ser comprovada
posteriormente e se a pessoa vai para muito longe, será oferecido um
lanche, para que o mesmo leve em sua viagem.
E todos vão com encaminhamento para o Serviço Social da sua
Cidade, para que no futuro possa procurar o serviço.
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Capítulo III
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A questão social ainda é uma barreira na vida da nossa
comunidade.
Os objetivos do projeto eram justamente identificar qual o
nível de risco que estes cidadãos ofereciam. Ter sua identidade,
integridade e história de vida preservada não é o fundamental para
quem está do lado de fora, mas é uma vitória para quem está no
contexto das ruas.
Só quem passou por este contexto sabe o valor em ter
condições básicas, como acesso à alimentação, ao convívio ou vivência
familiar, comunitária e social.
Abrimos portas para estudos de como Integralizar o cidadão,
ter acesso à documentação civil, alcançar autonomia e condições de
bem estar, ser ouvido para expressar necessidades, interesses e
possibilidades.
Ter acesso a serviço do sistema de proteção social e indicação
de acesso a benefícios sociais faz com que dê esperança e tire o
morador em situação de rua do círculo deprimente, que faz não ter um
novo parâmetro.
Nosso dever informar de forma imparcial sobre direitos e
como acessá-lo. É um erro grave não instruir o cidadão a seus diretos
e deveres.
Gostaria que em um futuro próximo, todos tenham acesso ao
emprego, a uma moradia digna, a alimentação, a educação, saúde,
enfim, uma vida para ser vivida e não sobrevivida.
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Bibliografia Básica Sugerida
1. ANHANGUERA EDUCACIONAL. Manual para Elaboração de
Trabalhos Acadêmicos. Disponível em:
<http://www.unianhanguera.edu.br/anhanguera/bibliotecas/normas
_bibliograficas/index.html>. Acesso em: 21 de Abril de 2015.
2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023.
Informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro,
2002.
3. NBR 10520. Informação e documentação: citações em
documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
4. NBR 14724. Informação e documentação: trabalhos
acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005.
5. ECO, Umberto. Como se faz uma tese em ciências humanas.
5. ed. Lisboa, Editorial Presença, 1991. 174 p.
6. FRANÇA, J. L. Manual para normalização de publicações
técnico-científicas. Belo Horizonte: UFMG, 1990. 256 p.BRASIL.
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível
em < http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-
frequentes/assistencia-social/pse-protecao-social-
especial/populacao-de-rua/populacao-em-situacao-de-rua > Acesso
em 27/10/2014.
7. BRASIL. Decreto-Lei nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009.
Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu
Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento, e dá
outras providências. Disponível em <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2009/Decreto/D7053.htm > Acesso em 27/10/2014.
22 | P á g i n a
8. META INSTITUTO DE PESQUISA E OPINIÃO. Pesquisa Nacional
sobre a População em Situação de Rua. 2008. Disponível em <
http://www.mds.gov.br/backup/arquivos/sumario_executivo_pop_r
ua.pdf> acesso em 27/10/2014.
9. ARRÀ, Adriano Silva Nazareno. A Abrigagem de “Moradores
de Rua”: Um Estudo sobre as Trajetórias de Exclusão e Expectativas
de Reinserção. Porto Alegre, 2009. Disponível em <
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/16889/0007070
30.pdf?sequence=1 > Acesso em 27/10/2014.
10. FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL. Sistema
Integrado de Bibliotecas. Manual para Elaboração de Trabalhos
Acadêmicos Apresentação – NBR 14724. Disponível em: <
http://www.anhanguera.com/bibliotecas/normas_bibliograficas>.
Acessado em 08 de Novembro de 2012.
11. TURATO, Egberto. Métodos qualitativos e quantitativos na
área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de estudo. São
Paulo: Revista Saúde Pública, 2005.
12. FAPESP. Caminhos da Pesquisa: resultado de projetos
temáticos em São Paulo. São Paulo: FAPESP, 2007.
13. PREFEITURA de Vinhedo. Estatuto da Criança e do
Adolescente. Disponível em
http://www.vinhedo.sp.gov.br/secretaria.php?id=18. Acessado em
27/10/2014.
14. PREFEITURA de Rio Claro. Caminhos para a Cidadania. A
experiência do Centro de Referência Especializado de Assistência
Social CREAS. 1ª ed. Rio Claro, 2012.
15. GOVERNO Federal. Política Nacional para Inclusão Social da
População em Situação de Rua. 1ª ed. Brasília, 2008.
23 | P á g i n a
16. LIMA, Fabiana Pereira. Pessoas em Situação de Rua
Institucionalizadas da Cidade de Vinhedo, um olhar do Serviço Social.
1ª ed. Campinas, 2013
17. MINISTÉRIO Desenvolvimento Social. Inclusão das Pessoas
em Situação de Rua no Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal – SUAS. 1ª ed. Brasília, 2011.
18. OLIVEIRA, Luciano Marcio Freitas. CREAS POP – Construção e
Movimento. 1ª ed. Vinhedo, 2011.
19. MARTINEZ, Mariana Medina. Andando e parando pelos
trechos: uma etnografia das trajetórias de rua em São Carlos. São
Carlos, UFSCar, 2012.
20. SILVA, Maria Lucia Lopes. Trabalho em População em
Situação de Rua no Brasil. 1ª ed. São Paulo: Vozes, 2009.
21. GIORGETTI, Camila. Moradores de Rua: Uma questão social.
São Paulo: FAAPESP e Educ., 2004.
22. BRASIL. Constituição Federal do Brasil. Até a Emenda
Constitucional no 57, de 18/12/2008. – São Paulo: Editora Escala,
2009.
23. MATTOS, R. M & FERREIRA, R. F. Quem vocês pensam que
(elas) são? Representações sobre as pessoas em situação de rua.
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
71822004000200007&script=sci_arttext. Acesso em 27/10/2014.
24. PINTO, Milton José. Comunicação e discurso: introdução à
análise de discursos. 2 ed. São Paulo: Hacker, 2002.
25. RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica.
Paracambi: FAETEC/IST, 2007. Disponível em:
http://www.ebras.bio.br/autor/aulas/metodologia_cientifica.pdf.
Acesso em: 27/10/2014.
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Morador em Situação de Rua
Qual Nível de Periculosidade?
Autores de outros artigos definem
moradores em situação de rua
como mendicantes, andarilhos,
cujas características estão em
situação que por ventura tiveram
seus vínculos familiares rompidos,
ou usuários drogas, de bebidas
alcoólicas, perderam seus
empregos, morte do rimo familiar,
separações, patologias diversas,
entre muitos outros motivos.
Após este estudo, defino moradores
em situação de rua como: Cidadãos
desprovidos ou incapazes de
manter moradia fixa, encontrados
em extrema pobreza, forçados a
estar em contato com o perigo das
adversidades da rua, cujo intuito é
buscar de forma sucinta, seja no
âmbito material, espiritual ou
psíquico, sua colocação na
sociedade.
Fatima Regina Tuchiama,
nascida em Jundiaí, discente
em Serviço Social pela
Faculdade Anhanguera de
Campinas. Psicoterapeuta
Holística a mais de 40 anos
nas áreas de Cromoterapia,
Florais, Radiestesia, Cura
Prânica, Equilíbrio
Energético, Reiki,
Numerologia e Teologia.