Temário
► Entender o passado
► E preparar o futuro
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Evolução do armazenamento (SIN) 2012-2014
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MELHOR armaz.
da história
PIOR armaz.
da história
Por que os reservatórios esvaziaram?
► Excesso de demanda? NÃO – a demanda nestes anos foi
inferior ao esperado
► Falta de capacidade de geração? (devido por exemplo a atrasos) NÃO, de acordo com o governo
• Estimativas feitas pela EPE e divulgadas pelo CMSE: haveria uma sobra de capacidade (garantia física) de 7 mil MW médios
► Demora para acionar as térmicas? NÃO – desde outubro de 2012, todas as térmicas foram acionadas quase
ininterruptamente, inclusive nos períodos de chuva
► Última opção: estamos passando pela “pior crise hídrica dos últimos 100 anos”, como o governo tem afirmado?
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67%
80% 83% 87%97%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
1% 4% 6% 8% 11%
13%
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23%
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30%
32%
35%
37%
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82%
85%
87%
89%
92%
94%
96%
ENA
SIN
(%
MLT
)
1953
2012
2001
2013
2014
Houve seca severa em 2012, 2013 e 2014?
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2013 foi um ano bom...
... e 2014 foi 9º pior do histórico
2012 foi um ano bem razoável...
NÃO
E o triênio 2012/2014?
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Foi o 16º pior do histórico
E São Paulo?
52%
66%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
140%
160%
2012-2014
1954-1956
2003-2005
1952-1954
2005-2007
1942-1944
1944-1946
1968-1970
2010-2012
1955-1957
1977-1979
1933-1935
1993-1995
1979-1981
1972-1974
1939-1941
1964-1966
1934-1936
1949-1951
1961-1963
1959-1961
1980-1982
1976-1978
1938-1940
1960-1962
1937-1939
1931-1933
1981-1983
► 1953-1955
► 2012-2014 Afluências à Cantareira
O suprimento de água não
tem a proteção de portfólio do abastecimento
hidrelétrico
► Se não foi excesso de demanda, falta de oferta, falta de geração nem hidrologia, por que os reservatórios esvaziaram?
O mistério do esvaziamento…
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Porque o sistema gerador está sobrecarregado
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Este desequilíbrio estrutural de geração, em conjunto com problemas institucionais, é a origem da maioria dos
problemas atuais do setor elétrico
Segurança de suprimento
► O racionamento em 2014 foi evitado porque o governo decidiu esvaziar
totalmente os reservatórios, na esperança de vazões favoráveis
Redução do consumo industrial devido ao (início) dos problemas econômicos +
“flexibilização” de restrições de usos múltiplos
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72% 75%
56%
33%39%
50%57%
48%
73% 73% 76%
54%
64%
78%
63%
75%
38%43%
22%
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
SIN
(% m
ax)
31/J
an
O esvaziamento inédito dos reservatórios em 2014 transferiu o risco para 2015
► Primeira projeção p/ 2015: +3,2% com relação a 2014
► Primeira revisão: crescimento nulo
► Segunda revisão (agosto): -1,6% Crescimento de 1,5% com relação a 2013
Isto equivale a:
Perder 3,2 GW médios
de demanda em 2015
Ou dois anos de
crescimento de carga
Ou racionar 11%
da demanda a partir
do Segundo semestre
Desde então, a demanda desabou...
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Fonte: ONS
Esta redução da demanda diminuiu a preocupação com segurança de suprimento
Infelizmente, por uma razão ruim
A montanha russa institucional
2012 MP 579, redução tarifária, subsídio do Tesouro
Térmicas iniciam despacho na base
2013 Mais empréstimos do tesouro para a CDE
Empréstimo do tesouro para socorro financeiro às distribuidoras
Resolução CNPE #3 (CVaR)
2014 Empréstimos para novo socorro às distribuidoras
Criação da conta ACR
Revisão piso e teto do PLD (impacta ESS)
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2015: a conta chegou para os consumidores
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338
276 284
335
385
472
Dez/2012 Mar/2013-RTE Dez/2013 Dez/2014 Jan/2015(*) Mar/2015-RTE/BVM(*)
R$/M
Wh
-val
ores
nom
inai
sTarifa de Fornecimento Residencial
(média de 30 distribuidoras)
+23%
-18%+3%
+18%
+15%
Aumento acumulado em 2015 de 41,5%
A previsão para 2015 incorpora o benefício dos novos leilões de concessão
Indenizações das concessões das geradoras Ativos de transmissão existentes em 2000 Dívida da Eletrobrás com a Petrobras (CCC) Auxílio às hidrelétricas por conta do GSF Medidas do governo para reforçar a geração (?)
O que ainda não foi para a conta de luz
A confusão comercial
Judicialização
Inadimplência de 50% na CCEE
Problemas com hidrelétricas (GSF), térmicas, distribuidoras
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Como resgatar o futuro do setor
► Transparência e realismo
⇒ Restaura credibilidade e reduz judicialização
► Reforço institucional ANEEL e ANA
► Aperfeiçoamentos no modelo setorial Estímulo à competição
Fortalecimento do ACL
Inserção de novas tecnologias
► Aprender com os demais países: procedimentos, modelos, planejamento etc.
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Transmission planning model + study for US
West Coast (WECC)
Models and studies for Malaysia and Sri
Lanka
Price projection service Nordpool
Models + energy data base (power, fuels etc.) for the Energy
Ministry of Chile
Morocco-Spain interconnection
Interconnection of 16 L.American countries study, models + d.base)
Market design and analytical models for Turkey
Physical financial portfolio optimization for Mexican investors
Provider of planning tools for the W.Bank
Book on auctions for renewables
IRENA
Market design and analytical models
for Vietnam
Physical financial portfolio optimization for
investors in Brazil
Analytical models for India
Renewable integration studies
for Peru
A experiência internacional mostra que o Brasil não é tão diferente quanto se pensa
Alguns projetos recentes da PSR
Parte 2: o setor elétrico do futuro
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Desafios para a expansão
► Financiabilidade será “o” tema do setor Menor amortização, menor alavancagem e flexibilidade
► Taxa de câmbio em novo patamar
► Novos contratos mais caros (insegurança regulatória) TIR dos investidores aumentou para 14%
Estimativa de CME da EPE passou para 154 R$/MWh; nossa estimativa é 180 R$/MWh
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Eixos tradicionais para expansão da geração
1. Hidrelétricas convencionais Problemas trabalhistas/indígenas preocupam mais do ambiental
2. “Novas renováveis” – essenciais, mas não são panacéia Eólicas
Biomassa
PCHs
Solar
3. Termelétricas – complemento essencial, mas ainda incerto Reviravolta governamental
Desafios do suprimento de gás
O carvão continua amaldiçoado
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GD e smart grids: as peças que estão faltando
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Geração distribuída: rooftop solar
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Hotspots (áreas já viáveis)
Mapa de viabilidade PV para a baixa tensão
► Instalada junto aos consumidores. Economiza conta de luz, que inclui custos de geração, transmissão, distribuição, impostos* e encargos.
► Resolução ANEEL 482 /2012 simplifica o processo de conexão à rede e introduz o sistema de compensação de energia (net metering)
* PIS, COFINS e ICMS (integral, desde que não houver exportação para a rede)
Penetração acelerada por modelos comerciais
► Transformação da energia solar em “serviço”: ESCO responsável por
aquisição, instalação e manutenção do equipamento (similar à TV a cabo)
Exemplo: Solar Lease da Solar City (ou Solar Grid no Brasil)
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…complementada por armazenamento distribuído
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► Exemplo de mudança de padrão : um consumidor A4 com tarifa azul (tarifa de demanda de ponta >> tarifa fora de ponta) migra para tarifa verde (tarifas de ponta e fora da ponta iguais) após compra de bateria com capacidade igual à demanda contratada (kW) x 3h
Fonte: Panasonic
Atuação dos consumidores
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O (bom) desafio do futuro
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Demandará ajustes regulatórios para permitir a participação de novos atores visando mais eficiência e eficácia dos mercado de eletricidade
Anexo: razões para o esvaziamento acelerado
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Razão: “descolamento” entre modelo e realidade
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79%
87% 87% 86% 85% 86%82%
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77% 77%80% 80%
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75%
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75%72% 72%
67%
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47%
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31%
38%
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62% 61%63%
60%
55%
49%44%
40%43%
Simulado
Real
Se o passado fosse reconstituído (“backcasting”) com os modelos oficiais de simulação, o nível dos reservatórios em dezembro de 2013 seria 65% (22 pp maior do que o real)
Esta diferença possibilitaria o atendimento a uma carga anual de 5,3 GW médios
As equações estão corretas; o problema é que as restrições operativas reais são piores do que as representadas nos modelos oficiais de planejamento
Quais são estas restrições operativas?
► Coeficientes de produção das hidrelétricas piores do que os nominais Resistência das hidrelétricas à aferição devido ao impacto comercial
Redução da garantia física ⇒ menor contratação
O esquema de hedge hidrológico MRE dilui a responsabilidade individual (“tragédia dos comuns”): contribui para o chamado “problema do GSF”, a ser discutido.
► Batimetria desatualizada + assoreamento
► Problemas de transmissão dificultam a otimização do uso das hidrelétricas Transferência de energia entre regiões, vertimentos localizados etc.
Causa principal: falhas nas subestações
► Vazões da região Nordeste na estação seca são inferiores às do modelo hidrológico oficial A vazão em 20 dos últimos 22 períodos secos foi abaixo da média
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Consequência desta defasagem entre operação real e simulações oficiais: viés otimista nas projeções de preço e segurança dos estudos governamentais