PAINEL MACROECONÔMICO
AUSTIN RATING
PROJEÇÕES 2018-2020
(29/Outubro/2018)
PANORAMA ECONÔMICO
A vitória de Jair Messias Bolsonaro no pleito presidencial estimulou a Austin Rating a
revisar suas estimativas para um cenário mais otimista para 2019, bem como
projetar o ano de 2020 com maior vigor nas principais variáveis macroeconômicas:
PIB, taxa de câmbio, taxa de juros e contas fiscais. Também entendemos que tal
cenário, caso se concretize em 180 dias, o rating soberano do Brasil deverá sofrer
revisão positiva.
A expectativa é que a vitória de Bolsonaro vai impactar positivamente a confiança
dos agentes econômicos, especialmente investidores e empresários, com efeito
direto sobre a redução dos prêmios de risco e valorização dos ativos financeiros, bem
como na retomada mais rápida do nível dos investimentos nos setores produtivos
que vão acelerar o ritmo de recuperação da economia brasileira já no curto prazo.
O cenário de maior confiança na economia também deve gerar bons frutos à área
fiscal, seja pela expectativa de maior arrecadação via crescimento mais robusto que o
inicialmente projetado, ou pela maior probabilidade de sucesso nos processos de
concessões e privatizações, pois, além de colocar dinheiro no caixa também vão
desonerar o governo quanto aos recursos atualmente direcionados para custeio nas
áreas (ex: estradas, portos, aeroportos, armazenagem) e empresas que serão
concedidas e/ou privatizadas.
PANORAMA ECONÔMICO
Esse cenário otimista se deve, em parte, ao próximo comandante da equipe
econômica: Paulo Guedes. Economista liberal que tem a confiança dos investidores
tanto pela sua experiência profissional, como pela já manifestada disposição em
preservar o máximo possível de profissionais da atual equipe econômica (dos
Ministério da Fazenda, do Planejamento, da Indústria e Comércio Exterior e da
Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos) e do BACEN.
Outra parte importante da concretização desse cenário otimista depende da
habilidade política de Bolsonaro e sua equipe em negociar com o Congresso Nacional
as pautas relevantes de suas propostas de governo, o que não será uma tarefa fácil.
Nesse contexto, o principal desafio de Bolsonaro será obter coesão e maioria no
Congresso Nacional para aprovar as reformas importantes, e emergentes, como a
“vital” reforma da previdência. Pois, a eleição de 2018 foi emblemática devido ao alto
índice de renovação na Câmara Federal e no Senado, com 47,37% de novos
Deputados Federais eleitos e 85,19% de novos Senadores (considerando somente as
54 cadeiras que estavam em disputa), fato que não ocorria desde a redemocratização
com a Constituição de 1988.
PANORAMA ECONÔMICO
O novo ciclo político e econômico que se iniciará em 1º de janeiro de 2019, colocará à
prova o poder de resiliência do Brasil após sucessivos e profundos episódios de
corrupção política que culminou no seu pior período econômico com recessão de
6,9% do PIB no acumulado 2015-2016, fato que não ocorria desde a década de 1930,
e nos maiores níveis de desemprego e renda média baixa. A expectativa é positiva.
• Abre-se uma grande janela de oportunidade...
Apesar do grande desafio no âmbito político, que é conquistar coesão e maioria no
Congresso Nacional, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, terá grande janela de
oportunidade para reverter o atual quadro econômico doméstico letárgico. Para
tanto, basta que o presidente eleito e sua equipe não faça nada além (e nem aquém)
do que orienta a cartilha da ortodoxia econômica básica: manter os preços (inflação)
sob controle e em nível civilizado; elevar o nível de austeridade fiscal com foco na
redução do endividamento público e; ampliar o comércio exterior com foco no ganho
de competitividade global.
PANORAMA ECONÔMICO
O pano de fundo para esta janela de oportunidade econômica está apoiado em
alguns fatores como, por exemplo: i) a taxa básica de juros (Selic) está no seu menor
patamar histórico e sua alta, prevista para ocorrer em 2019, deve ser gradativa; ii) os
principais parceiros de comércio exterior do Brasil: Estados Unidos, China, Europa e
México devem crescer em média 4,6% no período 2019-2022, segundo o FMI, com
destaque à Índia que tem média estimada de 7,7% e deverá atingir o posto de 5ª ou
4ª maior economia do mundo até 2022 e, portanto, será ainda mais estratégico o
comércio exterior com esses países devido ao aumento da demanda de commodities
(agrícolas, minerais e metálicas). Outros fatores adicionais, como a guerra comercial
entre EUA-China e o Brexit, podem gerar bons frutos à economia brasileira em
virtude desses fatos implicarem em alterações nas relações comerciais com a Europa.
Na América Latina, por seu turno, o Brasil tem como principais parceiros a Argentina,
o Chile, México, Uruguai e Peru, que devem crescer em média ao ano 3,1% no
período 2019-2022, já considerando a recessão estimada de 1,7% na Argentina para
2019. Em tempo, a Argentina é o terceiro principal parceiro comercial do Brasil e fica
atrás somente de China e EUA. O ponto negativo na AL é o ambiente político
conturbado no Peru e a avacalhada situação econômica e política na Venezuela.
PANORAMA ECONÔMICO
No último mês de outubro, o FMI revisou suas projeções para os 194 países membros
e estimou que o PIB brasileiro deverá crescer medíocres 2,3% em média no período
2019-2022, portanto, muito aquém do necessário para um país emergente que
precisa reduzir os níveis de desigualdade social e retirar da miséria ao menos 60
milhões de brasileiros. A projeção da Austin Rating é que o Brasil apresente taxa de
crescimento real de 3,1% na média no mesmo período.
Em tempo, é importante reafirmar que todo esforço para restabelecer os fatores de
produção precisa, impreterivelmente, ter um planejamento com foco em resultados
de longo prazo e não somente focar no calendário da próxima gestão: 2019-2022.
Ou seja, é necessário alterar a matriz econômica apoiada no consumo e com efeitos
de curto prazo, para focar o crescimento apoiado nos investimentos que tem efeitos
duradouros e de longo prazo. Pois, somente com maior foco e vigor nos
investimentos será possível atingir o aumento da competitividade e produtividade
para se conquistar o tão sonhado crescimento e desenvolvimento sustentáveis para
elevar o padrão de vida da sociedade brasileira de forma contínua ao longo do
tempo.
PANORAMA ECONÔMICO
Os efeitos do cenário prospectivo positivo e otimista esperado para 2019 também devem afetar de forma significativa o mercado de capitais, com destaque para a Bolsa de Valores de São Paulo, que deverá observar crescente número de empresas abrindo capital, bem como ultrapassar a marca de 100 mil pontos e valor de mercado acima de R$ 4,0 trilhões, tendo efeito direto sobre o potencial de investimento no setor produtivo.
Por fim, reiteramos, uma vez mais, que o Brasil não tem apenas desafios para esta década (2011-2020) e a próxima (2021-2030), mas sim para as próximas duas gerações, no mínimo, e, portanto, destaco ser emergencial realizar investimentos em áreas estratégicas como, por exemplo, infraestrutura logística, bem como realizar as importantes reformas estruturais: tributária, trabalhista, previdenciária e política, não apenas para resgatar a credibilidade das instituições nacionais, mas principalmente a dignidade do Brasil perante o mundo que, infelizmente, perdeu sua credibilidade internacional em 23 de julho de 2015, conforme relatório da Austin Rating, e está longe de voltar a figurar entre as economias consideradas “Grau de Investimento” que, em última instância, significa atrair investimentos de longo prazo que possam alterar de forma significativa e robusta os indicadores sociais do Brasil que, atualmente, beiram à falência de uma nação.
Alex Agostini
Economista-chefe
CONTAS NACIONAIS
CONTAS NACIONAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE
CONTAS NACIONAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE
CONTAS NACIONAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE
CONTAS NACIONAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE
CONTAS NACIONAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE
CONTAS NACIONAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE
INFLAÇÃO
INFLAÇÃO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE
INFLAÇÃO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: FGV
INFLAÇÃO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: FGV
TAXA DE CÂMBIO
TAXA DE CÂMBIO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
TAXA DE CÂMBIO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
TAXA DE JUROS
TAXA DE JUROS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
TAXA DE JUROS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
INDICADORES ANTECEDENTES
INDICADORES ANTECEDENTES
Fonte: FGV
INDICADORES ANTECEDENTES
Fonte: FGV
INDICADORES ANTECEDENTES
Fonte: FGV
INDICADORES ANTECEDENTES
Fonte: FGV
MERCADO DE TRABALHO
EMPREGO E RENDA
MERCADO DE TRABALHO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE – PNAD / Nova Metodologia
MERCADO DE TRABALHO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE – PNAD / Nova Metodologia
MERCADO DE TRABALHO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE – PNAD / Nova Metodologia
MERCADO DE TRABALHO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE – PNAD / Nova Metodologia
MERCADO DE TRABALHO
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE – PNAD / Nova Metodologia
CRÉDITO E INADIMPLÊNCIA
CRÉDITO E INADIMPLÊNCIA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CRÉDITO E INADIMPLÊNCIA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CRÉDITO E INADIMPLÊNCIA
Fonte: BACEN, FMI, OCDE, Banco Mundial
CRÉDITO E INADIMPLÊNCIA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CRÉDITO E INADIMPLÊNCIA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CRÉDITO E INADIMPLÊNCIA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CONTAS PÚBLICAS
CONTAS PÚBLICAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CONTAS PÚBLICAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CONTAS PÚBLICAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN (+) Déficit (–) Superávit
CONTAS PÚBLICAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: IBGE e IBPT
CONTAS EXTERNAS
CONTAS EXTERNAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: MDIC
CONTAS EXTERNAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: MDIC
CONTAS EXTERNAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CONTAS EXTERNAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CONTAS EXTERNAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CONTAS EXTERNAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
CONTAS EXTERNAS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
ECONOMIA INTERNACIONAL
ECONOMIA INTERNACIONAL
Ranking PaísesPIB 2018
US$ TRI
PIB 2018
VAR.%Ranking Países
PIB 2019
US$ TRI
PIB 2019
VAR.%
1º Estados Unidos 20,513 2,9 1º Estados Unidos 21,482 2,5
2º China 13,457 6,6 2º China 14,172 6,2
3º Japão 5,071 1,1 3º Japão 5,221 0,9
4º Alemanha 4,029 1,9 4º Alemanha 4,117 1,9
5º Reino Unido 2,809 1,4 5º Índia 2,958 7,4
6º França 2,795 1,6 6º França 2,845 1,6
7º Índia 2,690 7,3 7º Reino Unido 2,810 1,5
8º Itália 2,087 1,2 8º Itália 2,113 1,0
9º Brasil 1,909 1,34 9º Brasil 1,930 2,49
10º Canadá 1,734 2,1 10º Canadá 1,820 2,0
57,094 67,3% 59,467 67,5%
- MUNDO 84,835 3,7 - MUNDO 88,090 3,7
Fontes: FMI-WEO Update Out/18 e Boletim Focus de 29/out/18. Elaboração: Austin Rating
RANKING DAS 10 MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO
TOP 10 TOP 10
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa FMI Fonte: FMI–WEO Out/18
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa FMI Fonte: FMI–WEO Out/18
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa FMI Fonte: FMI–WEO Out/18
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa FMI Fonte: FMI–WEO Out/18
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa FMI Fonte: FMI–WEO Out/18
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa: FMI e Austin Rating Fonte: FMI–WEO Out/18
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa: FMI e Austin Rating Fonte: FMI–WEO Out/18
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa FMI Fonte: FMI–WEO Out/18
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa FMI Fonte: FMI–WEO Out/18
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: Federal Reserve USA
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: Federal Reserve USA
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: Federal Reserve USA
ECONOMIA INTERNACIONAL
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
INDICADORES DE RISCO E
SOLVÊNCIA EXTERNA
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: JP Morgan
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: JP Morgan
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
RISCO E SOLVÊNCIA EXTERNA
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
MERCADO DE CAPITAIS
MERCADO DE CAPITAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BM&FBovespa
MERCADO DE CAPITAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BM&FBovespa
MERCADO DE CAPITAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BM&FBovespa
MERCADO DE CAPITAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BM&FBovespa
MERCADO DE CAPITAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BM&FBovespa
MERCADO DE CAPITAIS
(e) Estimativa Austin Rating Fonte: BACEN
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STAFF
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