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Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 79-91, jul/dez. 2017
PARAMETRIZAÇÃO DE CUSTOS DO SISTEMA EM PAREDE DE CONCRETO
ARMADO
Felipe Torres de Souza - Acadêmico do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário
ESTÁCIO - Ribeirão Preto SP. [email protected]
Johnnye Welker Clemente - Acadêmico do Curso de Engenharia Civil do Centro
Universitário ESTÁCIO - Ribeirão Preto SP. [email protected]
Alexandre Marques Buttler - Docente do Centro Universitário ESTÁCIO - Ribeirão Preto
Resumo
No sistema de parede de concreto armado (PCA), utilizasse basicamente, um jogo de fôrmas,
tela de aço e o concreto. Os sistemas construtivos tradicionais há grande consumo de matéria
prima e produção de resíduos, o próprio processo de execução justifica a necessidade de
outros sistemas construtivos, já são bem conhecidos e há empresas especializadas em fornecer
índices de custos dos insumos. Já para a PCA, não há dados oficiais e relevantes em relação
ao seu custo. As empresas obtêm informações acerca do método por experiências e por
pesquisa, através de consultoria e profissionais especializados, e tem como base de
informações de obras anteriores, ou seja, informações históricas e material teórico.
Palavras-chave: Parede de concreto, Sistemas construtivos e Custos.
ABSTRACT In the reinforced concrete wall system (PCA), basically use a set of formwork, steel screen
and concrete. Traditional construction systems have high consumption of raw materials and
waste production, the execution process itself justifies the need for other construction
systems, are already well known and there are companies that specialize in providing indices
of input costs. As for PCA, there is no official and relevant data regarding its cost. The
companies obtain information about the method through experiments and research, through
consulting and specialized professionals, and is based on information from previous works,
that is, historical information and theoretical material.
Keywords: Concrete Wall, Building Systems and Costs
Introdução
No sistema de parede de concreto, utilizasse basicamente, um jogo de fôrmas, tela de
aço e o concreto que irá constituir a parede e a laje, que consistem na estrutura da obra. O
sistema é indicado para construção em grande escala e é usado, sobretudo em obras
residenciais de padrão econômico. Entre as principais características pode-se citar a agilidade
de execução, maior organização do canteiro, otimização do tempo, menos desperdício dos
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insumos, e maior controle de custos. Entre outros dados relevantes na definição do sistema a
ser utilizado no empreendimento, tem-se a facilidade de contratação de mão de obra,
aquisição de materiais, conhecimento de características do sistema, execução, cultural,
demográfico, custos e patologias. Sendo assim o sistema em parede de concreto armado, por
mais que já é utilizado no mundo desde meados da década de 70, não há dados oficiais e
relevantes em relação ao seu custo.
Foi observado que alguns sistemas convencionais, como alvenaria estrutural e
concreto armado, por serem bastante empregados em empreendimentos diversos possuem um
grande número de informações acerca de custos, execução e patologias, sendo assim existem
várias referências, inclusive empresas especializadas em divulgar informações para estes
sistemas. Contudo, para o sistema em parede de concreto armado ainda há poucos
informações e dados oficiais que possibilitam referência para obtenção de orçamentos e
estudos, comparando com outros sistemas convencionais.
1. Objetivos
O objetivo deste artigo é obter dados de custos e parâmetros estimativos referentes ao
sistema de parede de concreto armado levando em consideração o quantitativo de materiais e
serviços do sistema e compara-los a outros métodos construtivos do mesmo padrão para
viabilização de projetos.
2. Justificativa
O cenário atual da construção civil, com seguidas taxas de crescimento, passa pela
busca de sistemas e processos mais eficientes. Com a mão-de-obra cada vez mais escassa, a
racionalização e a industrialização nos canteiros de obra são focos dos gestores de todas as
empresas que atuam no segmento atual. Por conta disto, o sistema construtivo parede de
concreto moldada no local passa a ter destaque e projeção como uma boa alternativa para a
execução de nossas obras. (FONSECA JUNIOR, 2012)
O método é inspirado em experiências consagradas e bem-sucedidas de construções
industrializadas em concreto celular (sistema Gethal) e concreto convencional (sistema
Outinord), que eram mundialmente conhecidas nas décadas de 70 e 80. Porém, devido à falta
de escala e de continuidade de obras nesses padrões - principalmente com as limitações
financeiras da época - essas tecnologias não se consolidaram no mercado brasileiro. Com o
crescimento do mercado imobiliário brasileiro e as contínuas medidas públicas para ampliar a
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oferta de moradias, o sistema parede de concreto representa uma solução factível para
produção em escala. (MISURELLI; MASSUDA, 2009)
De acordo com Corsini (2012) o sistema de parede de concreto, utilizasse basicamente
um jogo de fôrmas, tela de aço e o concreto que irá constituir a parede. O sistema é indicado
para construção em grande escala e é usado sobretudo em obras residenciais - embora não
limitado a elas.
De acordo com a NBR 16055:2012 a parede de concreto é um elemento estrutural
autoportante, moldado in loco, o comprimento do elemento estrutural deve ser maior que dez
vezes sua espessura e capaz de suportar no mesmo plano das paredes, todas as paredes de
cada ciclo construtivo são moldadas em uma única etapa de concretagem, assim após a
desforma as paredes já irão conter em seu interior vãos para portas e janelas, tubulações
elétricas de pequeno porte e elementos de fixação para coberturas.
Em relação à execução, Misurelli e Massuda (2009) diz que o sistema não exige a
utilização de mão de obra especializada, as formas são estruturas provisórias cujo objetivo é
moldar o concreto fresco, com isso a forma deve ser estanques e favorecer rigorosamente a
geometria das peças que estão sendo moldadas, a armação adotada no sistema de paredes de
concreto é a tela soldada posicionada no eixo vertical da parede e para garantir o
posicionamento das telas e a geometria dos painéis é imprescindível o uso dos espaçadores
plásticos e a aplicação do concreto nas fôrmas deve obedecer um planejamento detalhado,
levando em consideração as características do concreto que será utilizado, a geometria das
fôrmas, o layout do canteiro e as características do empreendimento, a retirada das estruturas
provisórias deve ser feita após o concreto atingir a resistência prevista no projeto, sem
impacto, evitando o aparecimento de fissuras.
Para a escolha do tipo de fundação é importante a verificação do tipo de solo,
geografia e clima da região do empreendimento, e também deve considerar a segurança,
estabilidade e durabilidade, além do alinhamento necessário para a produção das paredes
segundo Misurelli e Massuda (2009).
Para o Preparo e montagem da armadura a NBR 16055:2012-18.3.4 diz que é
imprescindível garantir o posicionamento das armaduras e a geometria dos painéis de acordo
com o que é especificado em projeto, especialmente o alinhamento e espessura de paredes
com a devida tolerância estabelecida, para manter cobrimento especificado para a armadura
no projeto deve utilizar espaçadores que devem ser uniformemente distribuídos e em
quantidade suficiente para que garantam o cobrimento especificado em projeto, devendo estar
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fixados para que não ocorram deslocamentos e não se soltem durante o lançamento do
concreto.
Em relação as fôrmas, são estruturas provisórias cujo objetivo é moldar o concreto
fresco, compondo-se assim as paredes estruturais. A resistência a pressões do lançamento de
concreto até a sua solidificação, é fator decisivo. Para isso, as fôrmas devem ser estanques e
favorecer rigorosamente a geometria das peças que estão sendo moldadas. (MISURELLI;
MASSUDA, 2009)
Figura 1: Elementos da Forma metálica
Fonte: http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-
reforma/63/imagens/pupag2223.jpg, 2017
Para a concretagem Misurelli e Massuda (2009) diz que é de extrema importância a
sua boa execução para que corresponda ao projeto estrutural assim garantindo a durabilidade e
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a qualidade desejada, as produções mais eficientes ocorrem a partir de concretos dosados em
centrais e fornecidos ao canteiro em caminhões-betoneira, pois resultam em melhores
controles da qualidade de agregados, medidas em peso, precisão de volumes e garantias da
concreteira em relação ao desempenho do concreto, Misurelli e Massuda ainda fala sobre a
importância do tempo decorrido entre o início da mistura e a entrega do concreto, que deve
ser inferior a 90 minutos, e 150 minutos para a descarga do concreto para que se tenha um
bom desempenho do material, caso seja concreto auto adensável, o bombeamento e
lançamento devem ocorrer no máximo em 40 minutos após a adição do hiperfluidificante,
deve ser verificado se a consistência é a desejada e se não ultrapassou o abatimento (slump)
ou o espalhamento (flow) limite especificado no documento de entrega.
Figura 2: Slump Flow Test
Fonte: autores, 2017
Sacht (2008) cita algumas vantagens e desvantagens do sistema de parede de concreto,
as vantagens são: a alta produtividade (sequência de execução definida), baixo índice de
perdas, mão de obra reduzida, aumento da qualidade nos serviços de execução e acabamentos
superficiais, formas reutilizáveis, cada conjunto de forma produz as paredes e lajes em 24
horas, as paredes de concreto são utilizadas como paredes de vedação e estrutural (são
distribuídas o carregamento nas paredes), a uniformidade das paredes permite a utilização de
revestimentos de pequena espessura, sem a necessidade de regularização, o sistema não
precisa ter mão de obra especializada apenas treinamentos, e maior organização e
planejamento do processo de execução, em relação as desvantagens. Sacht (2008) ainda cita o
elevado custo das formas, viável apenas para construções habitacionais superiores a 50
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unidades, necessidade de equipamentos de grande porte para o emprego das formas metálicas
e as limitações em relação a modificações devido a função estrutural das paredes.
Martins e Gelbcke (2000) define custo como sendo um gasto relativo a um bem ou
serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Ele representa o valor da soma dos
insumos (mão-de-obra, materiais e equipamentos) necessários à realização de dada obra ou
serviço, sendo assim, constitui-se no valor pago pelos insumos. Utilizando a mesma definição,
Cabral (1988) lembra que os custos só são originados quando ocorre o consumo dos bens e
serviços no processo produtivo. Por exemplo, ao admitir-se um determinado material da
empresa em estoque, já houve um gasto, mas seu valor só será custo quando ele for utilizado
na construção.
De acordo com Ávila (2001) o custeio é um instrumento gerencial que, baseado em
dados oriundos da contabilidade especialmente daqueles constantes no Demonstrativo de
Resultados do Exercício (DRE), permite amparar decisões de curto prazo. O mesmo autor
define, ainda, o custeio como o processo pelo qual se efetua a apropriação dos custos.
De acordo com Ávila (2001) as empresas construtoras preocupam-se em apurar custos
de maneira a atender as exigências legais, com vistas à avaliação dos estoques e à composição
dos balanços. Também visam a tomada de decisão e o exercício de processos de controle, bem
como amparar o administrador para a definição do preço dos produtos e serviços.
Os gastos, por sua vez, podem ser divididos em três grandes grupos, designado por
Custos, Despesas e Investimentos, como sugere Ávila (2001).
De acordo com a facilidade de alocação aos produtos, os custos podem ser
classificados em custos diretos e indiretos.
Custos diretos, que podem ser diretamente apropriados ao produto bastam haver uma
medida de consumo (MARTINS, 2000). Ex.: serviços em obra, como a mão-de-obra,
materiais e equipamentos.
Custos indiretos são aqueles em que se faz necessário um fator de rateio para a
apropriação; apresentam dificuldade para serem atribuídos aos produtos ou às atividades
produtivas. Uso de estimativas. Ex.: ferramentas, trabalhos de apoio, instalações auxiliares,
administração e manutenção da obra, entre outros.
Os orçamentos, em específico para as empresas da construção civil, podem ser
efetuados através de dois enfoques distintos, cuja diferença é o fim a que se destinam e a
amplitude com que são considerados. Assim, Cabral (1988) designa um enfocando Orçamento
como Processo e outro Orçamento como Produto.
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Ávila & Jungles (2003) definem o BDI – Benefícios e Despesas Indiretas – como
sendo um valor monetário que engloba o lucro bruto desejado sobre um empreendimento, o
somatório das despesas indiretas incorridas incluindo os tributos.
Esse índice pode ser distinto de obra para obra, variar segundo a composição dos tipos
de serviços em carteira e, também, segundo o número de obras ou do volume de contratos
disponíveis (ÁVILA; JUNGLES, 2003).
Martins (2000) define o ABC é uma metodologia de custeio que possibilita a redução
das distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos.
No campo da engenharia, e sob esse aspecto está sendo considerada a engenharia civil,
há que ser analisado, especificamente, os encargos incidentes sobre a mão-de-obra quando a
empresa atua no ramo da consultoria, da construção civil leve ou da construção pesada, pois
pode haver e há uma grande variação percentual do total dos encargos sociais a serem
incorridos por uma firma que atua num ou noutro ramo dessa indústria (ÁVILA; JUNGLES,
2003).
Para o entendimento da composição dos encargos sociais, Ávila e Jungles (2003)
propõem uma divisão em duas categorias: Encargos a serem recolhidos à seguridade social;
Encargos a serem pagos diretamente ao empregado.
Martins (2000) conceitua atividade como sendo a combinação de recursos humanos,
materiais, tecnológicos e financeiros para se produzirem bens ou serviços, composta por um
conjunto de tarefas necessárias ao seu desempenho.
Segundo Bernardes (1996), o planejamento pode ser visto como um processo de
desenvolvimento de alternativas que permite a escolha de uma dentre as várias identificadas,
de acordo com determinados critérios, visando a consecução de determinado objetivo.
Já para Formoso (1991), o planejamento é observado como um processo gerencial de
estabelecimento de objetivos e dos meios para atingi-los, sendo efetivo somente se
acompanhado de um processo de controle das atividades executadas.
Conforme Avila et al (2000), o planejamento é um processo em que são utilizadas
técnicas científica, visando aumentar a eficiência, a racionalidade e a segurança através de
previsões, programação, execução, coordenação e controle dos resultados, para atingir o que é
desejado.
Formoso (1991) adota a definição que planejamento é um processo gerencial, que
envolve o estabelecimento de objetivos e a determinação dos meios para atingi-los, sendo
efetivo somente se acompanhado de controle.
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O planejamento tático ou de curto prazo envolve um horizonte de tempo menor e,
portanto, aumenta o nível de detalhamento considerado. Sua principal função é ligar o
planejamento estratégico com o operacional (FORMOSO et al, 1999).
No planejamento operacional ou de curto prazo, o nível de detalhamento tende a ser
bastante alto, uma vez que as incertezas tendem a serem bem menores. As decisões tomadas
nesse nível envolvem o controle de materiais e a delegação de tarefas (FORMOSO et al,
1999; OLIVEIRA, 2000).
Perda: qualquer espécie de perda de recursos – material, tempo (mão-de-obra e
equipamentos) e capital – processados por atividades que geram custo direto ou indireto, mas
não adicionam valor do produto final do ponto de vista do cliente (FORMOSO et al, 2000a).
3. Materiais e Métodos
Para a obtenção da estimativa, foi analisada a fundamentação teórica e análise de
material de planejamento, orçamento, controle do empreendimento e suas características, o
empreendimento já possui as fôrmas para a execução da parede, não englobando os valores
deste insumo em si, entrando apenas o custo de sua depreciação na planilha de estudo.
Figura 3: Planta baixa do
apartamento
Fonte: Construtora estudada, 2017.
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Características do empreendimento: Condomínio residencial de apartamentos de
padrão do Programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida (PMCMV) faixa dois,
localizado na cidade de Ribeirão Preto - SP, contendo 18 blocos, cada um com 16
apartamentos, sendo quatro apartamentos por andar, são 288 apartamentos executados no
sistema em parede de concreto armado e um bloco com 16 apartamentos sendo quatro por
andares executados em sistema de alvenaria estrutural adaptados para PNE. O
empreendimento conta com áreas comuns, itens de lazer e área privativa dos apartamentos
térreos, os apartamentos possuem dois dormitórios, uma área de serviço acoplada à cozinha,
um banheiro e uma sala, com área total do apartamento com uma garagem de 41,85m² e
54,67m² PNE, o volume de concreto utilizado por bloco é de 260,57 m³.
Foi adotada para cálculo a área construída do apartamento de 40,95m².
Tabela 1: Insumos parede de concreto armado
Un.
Quant.
Realizado
(Un.)
Val. Un.
Realizado
(R$)
Val. Realizado
(R$)
Quant.p
/apto
(Un.)
Custo p/apto.
(R$)
Custo p/m²
(R$)
M2 16170,00 6,76 109373,6656,15 379,77 9,27
MIL 18,00 83,06 1495,000,06 5,19 0,13
M2 3042,85 19,35 58879,3210,57 204,44 4,99
M2 49243,94 4,57 224910,26170,99 780,94 19,07
M2 9844,91 4,81 47359,9234,18 164,44 4,02
MIL 6,00 150,33 901,950,02 3,13 0,08
TMB 7655,04 2,76 21151,1926,58 73,44 1,79
M2 264,60 14,07 3722,180,92 12,92 0,32
UN 5,50 322,92 1776,070,02 6,17 0,15
MIL 29,00 148,76 4313,990,10 14,98 0,37
MIL 5,36 74,45 399,030,02 1,39 0,03
MIL 1,46 808,57 1180,510,01 4,10 0,10
MIL 6,00 478,82 2872,890,02 9,98 0,24
M2 2553,74 168,73 430893,218,87 1496,16 36,54
M3 4816,28 242,81 1169453,1216,72 4060,60 99,16
M3 2930,20 21,69 63562,8010,17 220,70 5,39
M2 124,28 87,46 10869,430,43 37,74 0,92
M2 1,00 134804,89 134804,890,00 468,07 11,43
R$ 2.287.919,42 R$ 7.944,16 R$ 194,00
TELA SOLDADA 100X100MM FIO 4,2MM Q138
ESPACADOR PARA ARMACAO FERRO
TELA SOLDADA 150X150MM FIO 8,0MM Q335
TELA SOLDADA 150X150MM FIO 4,2MM Q92
TELA SOLDADA 300X100MM FIO 4,2MM T138
Total
(IMOBILIZADO) FORMA DE ALUMINIO P.CONCR
QUADRO FIXO DE ACO CARBONO M2
ESPACADOR PARA ARMACAO FERRO
ESPACADOR PARA ARMACAO FERRO
SERVICO EXECUCAO MONT FORMA P.CONCRETO
CONCRETO USINADO FCK20\B0\FLOW=70±5CM AD
SERVICO BOMBEAMENTO CONCRETO LANCA - M3
ESPACADOR PARA ARMACAO FERRO
Alvenaria, laje e platibanda : Descrição
ESPACADOR PARA ARMACAO FERRO
DESMOLDANTE LIQ. - ACO/CONCRETO200LT
TELA SOLDADA 100X100MM FIO 5,6MM Q246
ESPACADOR PARA ARMACAO FERRO
ESPACADOR PARA ARMACAO FERRO
Fonte: Autores, 2017
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O sistema Parede de Concreto por ter um modelo mais industrializado, elimina
algumas etapas de construção que influencia diretamente no tempo final de execução,
reduzindo-se os custos indiretos do empreendimento. Na etapa de revestimento há também
uma redução de etapas (reboco, contra piso e gesso corrido) assim, diminuindo a mão de obra
e o custo final do empreendimento comparado à alvenaria estrutural. As etapas de instalações
não sofrem grandes variações de custo que influencia no custo final.
Figura 4: Resumo de atividades alvenaria estrutural
Fonte: Autores, 2017
Figura 5: Resumo de atividades parede de concreto
Fonte: Autores, 2017
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4. Resultados
A partir dos levantamentos obtidos e conferidos no local, foi obtido o custo do serviço
estrutural do empreendimento de R$2.287.919, sendo que foi gasto R$127.106 por bloco,
R$7.944 por apartamento e R$194 por m² construído.
Tabela 2: Comparativo de custos da estrutura de dois sistemas construtivos de mesmo padrão
econômico.
Estrutura Custo (R $/m²)
Alvenaria estrutural R $ 160,52
Parede de concreto R $ 194,00
Diferença de custo 21%
Fonte: Autores, 2017
Os valores calculados para Alvenaria Estrutural foram mais econômicos em
comparação à Parede de Concreto devido ao peso dos materiais de execução para cada
técnica, onde o bloco de concreto possui menor peso especifico do que o concreto armado.
Tabela 3: Comparativo do custo final de dois sistemas construtivos de mesmo padrão
econômico.
Estrutura Custo (R $/m²)
Alvenaria estrutural R $ 668,07
Parede de concreto R $ 651,72
Diferença de custo 2,51%
Fonte: Autores, 2017
Observando os dados, fica evidente que o custo total da Parede de Concreto obteve
uma diferença de 2,51% em comparação com a Alvenaria Estrutural mostrando-se mais
econômica.
Conclusão
Portanto, para efeito de projeção de custos e análise de viabilização de projetos, a
estrutura de parede de concreto armado, no caso do empreendimento analisado, utiliza-se
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como base de dados o valor de R$ 194,00 por m² construído, valores adquiridos a partir do
material estudado.
Baseado nos dados obtidos, podemos concluir que os valores calculados para alvenaria
estrutural foram 21% mais econômicos em relação à parede de concreto. Contudo, o sistema
em parede de concreto mostra-se mais vantajoso, por ter etapas construtivas (estrutural e
revestimento) reduzidas, influenciando diretamente o tempo de execução ser menor,
justificando seu custo total ser 2,51% mais econômico em comparação ao sistema alvenaria
estrutural.
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Figura 1: http://equipedeobra.pini.com.br/construcao-reforma/63/imagens/pupag2223.jpg,
2017