CTVacinas
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Plano de
Negócios
2012
CTVacinas
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Plano de Negócios preliminar do CTVacinas.
CTVacinas
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Sumário
Sumário Executivo......................................................................................................................................... 7
1. Oportunidades Vislumbradas e Abordagens Propostas ..................................................................... 10
2. Equipe de Idealizadores ...................................................................................................................... 12
3. Conceito do Centro ............................................................................................................................. 15
3.1. Descrição do negócio e de sua missão ........................................................................................ 15
3.2. Benchmarking ............................................................................................................................. 18
3.2.1. Centros de referência levantados ....................................................................................... 18
3.2.2. Análise dos resultados ........................................................................................................ 23
3.3. Visão do negócio e metas de longo prazo .................................................................................. 23
4. Evolução Tecnológica .......................................................................................................................... 24
4.1. Imunologia Básica, Genômica e Proteômica............................................................................... 24
4.1.1. Conceito e aplicações .......................................................................................................... 24
4.2. Desenvolvimento de Imunobiológicos, Desenvolvimento de Vacinas e Desenvolvimento de Kit-
Diagnóstico ............................................................................................................................................. 26
4.2.1. Conceito e aplicações .......................................................................................................... 26
4.2.2. Propriedade Intelectual ...................................................................................................... 29
4.2.3. Evolução .............................................................................................................................. 34
4.3. Validação e Aprovação dos Produtos ......................................................................................... 36
4.3.1. Conceito e aplicações .......................................................................................................... 36
5. Análise do Mercado ............................................................................................................................ 37
5.1. Contexto de mercado e suas tendências .................................................................................... 37
5.2. Cadeia de Valor ........................................................................................................................... 51
5.3. Caracterização dos Clientes ........................................................................................................ 52
5.4. Regulamentação ......................................................................................................................... 53
6. Plano Organizacional ........................................................................................................................... 57
6.1. Estrutura jurídica ......................................................................................................................... 57
6.1.1. Sociedades .......................................................................................................................... 57
6.1.2. Associações ......................................................................................................................... 58
6.2. Estrutura organizacional ............................................................................................................. 59
6.3. Estrutura física ............................................................................................................................ 59
CTVacinas
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7. Plano Financeiro .................................................................................................................................. 62
7.1. Investimentos, Estrutura de custos e despesas .......................................................................... 62
CTVacinas
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Lista de Figuras Figura 1: Conceito do CTVacinas. .................................................................................................................. 8
Figura 2: Conceito CTV Fase I. ..................................................................................................................... 10
Figura 3: Mercado de vacinas no Brasil. ..................................................................................................... 11
Figura 4: Conceito do CTVacinas. ................................................................................................................ 16
Figura 5: Conceito do CTV-Fase I. ............................................................................................................... 17
Figura 6: Produtos do CTV-Fase 1. .............................................................................................................. 18
Figura 7: Frentes de Imunologia Básica e Genômica e Proteômica. ........................................................... 26
Figura 8: Frentes de Desenvolvimento de Imunobiológicos, Vacinas e Kit-diagnóstico. ........................... 27
Figura 9: Mapeamento das rotas tecnológicas (TRM) do CTVacinas. ......................................................... 34
Figura 10: Frente de Validação e Aprovação de Produtos. ......................................................................... 37
Figura 11: Previsão para o mercado global de vacinsa: vendas ($bn) 2010-2015. ..................................... 38
Figura 12: Previsão para o mercado global de vacinas: vendas ($bn) 2016-2021. .................................... 38
Figura 13: Setores do mercado de vacinas: vendas ($bn), Market share (%), 2012. .................................. 39
Figura 14: Submercados do mercado global de vacinas: vendas ($bn), 2010-2015. .................................. 40
Figura 15: Previsão para os países líderes de mercado: Vendas ($bn), 2010-2015. .................................. 41
Figura 16: Previsão para os países líderes de mercado: Vendas ($bn), 2016-2021. .................................. 41
Figura 17: BRIC: Mercado de vacinas ($bn), 2010-2015. ............................................................................ 42
Figura 18: BRIC: Mercado de vacinas ($bn), 2016-2021. ............................................................................ 43
Figura 19: Brasil: Mercado de vacinas ($bn), 2010-2015............................................................................ 45
Figura 20: Mercado global de vacinas atenuadas, por região, 2008-2015. ................................................ 46
Figura 21: Mercado global de vacinas inativadas, por região, 2008-2015. ................................................ 47
Figura 22: Mercado global de vacinas DNA recombinante, por região, 2008-2015. .................................. 47
Figura 23: Mercado global de vacinas de subunidade, por região, 2008-2015. ......................................... 48
Figura 24: Mercado global de vacinas de subunidade, por região, 2008-2015. ......................................... 49
Figura 25: Mercado global de vacinas para animais, 2008-2015. ............................................................... 50
Figura 26: Cadeia de valor. .......................................................................................................................... 51
Figura 27: Empresas líderes do mercado de vacinas: vendas ($bn), Market share (%), 2010. .................. 52
Figura 28 : Estrutura organizacional do CTV Fase I. .................................................................................... 59
Figura 29: Planta do CTV - Fase I. ................................................................................................................ 61
CTVacinas
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Lista de Tabelas Tabela 1: Destaques da Equipe do CTVacinas............................................................................................... 9
Tabela 2: Rede de Contatos da equipe do CTVacinas. ................................................................................ 14
Tabela 3: Centros de Tecnologia referência. .............................................................................................. 19
Tabela 4: Detalhamento dos Centros de Tecnologia Referência. ............................................................... 20
Tabela 5: Continuação do Detalhamento dos Centros de Tecnologia Referência. .................................... 21
Tabela 6: Continuação do Detalhamento dos Centros de Tecnologia Referência. .................................... 22
Tabela 7: Pedidos de patente. .................................................................................................................... 29
Tabela 8: Pesquisas estratégicas para o SUS durante o Plano Plurianual de 2012 a 2015. ........................ 56
Tabela 9: Orçamento Geral do CTVacinas. ................................................................................................. 63
Tabela 10: Obras e Instalações. .................................................................................................................. 64
Tabela 11: Equipamentos e Material Permanente. .................................................................................... 65
Tabela 12: Continuação de Equipamentos e Material Permanente. .......................................................... 66
Tabela 13: Continuação de Equipamentos e Material Permanente. .......................................................... 67
Tabela 14: Material de Consumo. ............................................................................................................... 68
Tabela 15: Continuação de Material de Consumo. ..................................................................................... 69
Tabela 16: Passagens. ................................................................................................................................. 70
Tabela 17: Diárias. ....................................................................................................................................... 70
Tabela 18: Serviços de Terceiros. ................................................................................................................ 71
Tabela 19: Pessoal Vinculado. ..................................................................................................................... 72
Tabela 20: Pessoal não Vinculado. .............................................................................................................. 73
Tabela 21: Outros Custos. ........................................................................................................................... 74
CTVacinas
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Sumário Executivo
Por meio do Centro de Tecnologia de Vacinas (CTVacinas), tem-se por objetivo a criação de um
ambiente de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica que seja propício à:
- geração e transmissão de conhecimentos relativos ao desenvolvimento e inovação tecnológica em
vacinas e kits-diagnóstico, voltados para doenças humanas e veterinárias;
- identificação e produção, em escala piloto, de insumos com caráter inovador para diagnóstico de
doenças;
- identificação e produção, em escala piloto, de insumos para o desenvolvimento de vacinas;
- realização de testes e validação de novos produtos (kits-diagnóstico e vacinas) junto aos órgãos
competentes;
- prestação de serviços, como, por exemplo, capacitação de recursos humanos, consultorias, análises
laboratoriais, relacionados às áreas de bioquímica, biotecnologia, imunologia e bioinformática,
pesquisas sob demanda e validação de produtos junto aos órgãos competentes.
Para que esses objetivos sejam alcançados, o CTVacinas foi estruturado em seis Frentes de trabalho,
cinco delas relacionadas às suas linhas de pesquisa: Imunologia Básica, Genômica e Proteômica,
Desenvolvimento de Imunobiológicos, Desenvolvimento de Kits-Diagnóstico, Desenvolvimento de
Vacinas, e a sexta Frente relacionada à Validação e Aprovação de Produtos, como ilustrado na Figura 1.
Neste contexto, pode ser destacado o enfoque em pesquisa, atribuído às atividades do Centro, bem
como a preocupação dos seus idealizadores em contribuir para o crescimento econômico do Brasil e
melhoria da qualidade de vida de sua população, como descrito na Missão do CTVacinas, que é:
“Desenvolver vacinas, imunobiológicos e testes de diagnóstico para prevenção e tratamento de
doenças humanas e animais de grande relevância para a sociedade, por meio da geração e
transformação de conhecimentos científicos e tecnológicos, a fim de contribuir para o
desenvolvimento socioeconômico do Brasil”.
Além de atuarem no desenvolvimento de tecnologias e produtos, os idealizadores do Centro visam à
capacitação de profissionais da área e estabelecimento de parcerias com instituições públicas e
privadas, aproveitando a rede de contatos e know how adquiridos por meio do Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCTV1), com o qual apresentam intrínseca e forte ligação.
1 Para maior informação sobre o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacina consultar o Anexo I,
“Relatório de Atividades 2009 – 2011”.
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Figura 1: Conceito do CTVacinas.
Por meio da formação e experiências dos integrantes do CTVacinas e da forte relação e contato dos
mesmos com importantes instituições do mercado, salienta-se a capacidade da equipe para
implementar a iniciativa de criação do Centro.
Imunologia
BásicaGenômica e
Proteômica
Desenvolvimento de
Imunobiológicos
Desenvolvimento
de Vacinas
Desenvolvimento de
Kits-Diagnóstico
Validação e
aprovação de
produtos
Mercado
Mercado
Mercado
Indústria
Farmacêutica
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CTVacinas
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Tabela 1: Destaques da Equipe do CTVacinas.
Destaques da equipe
Formação e experiências
dos integrantes
- Equipe multidisciplinar com sólida formação e capacitação necessárias ao desenvolvimento de vacinas, testes de diagnóstico e imunobiológicos e com experiência industrial para a produção de recombinantes. - Competência científica reconhecida e atestada por meio da concessão de prêmios e honrarias: Grã Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (2011) – Presidência da República; Prêmio Ciências Médicas – Third World Academy of Sciences (2009); Prêmio SCOPUS Capes/Elsevier (2007) e Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República (2007). - Ampla experiência na condução de projetos em parceria com empresas (In Vitro Diagnostica, Hertape Calier, Vallé, Katal, GSK), destacando-se o desenvolvimento de produtos que alcançaram o mercado (Leish-Tec, kit-diagnóstico para toxoplasmose) ou que se encontram em fase avançada de negociação para transferência de tecnologia (formulação tópica para tratamento da leishmaniose, kits para diagnostico da leishmaniose visceral, vacina para leishmaniose visceral humana). - Participação e coordenação do INCTV por meio do qual foram geradas 15 patentes na área. - Vínculos e/ou participação em importantes sociedades cientificas ou instituições de pesquisa internacionais como Ludwig Institute for Cancer Research, American Association of Immunology, University of Massachusetts Medical School, Howard Hughes Medical Institute.
Motivações dos
idealizadores
- Pesquisa para a melhoria de processos e produtos de grande impacto socioeconômico para a sociedade e indústria brasileira. - Profissionalizar as pesquisas na área de saúde para atender as demandas reais de mercado. - Realizar projetos em parceria com diversas empresas de variados portes para desenvolvimento de tecnologias e produtos que tenham impacto na transformação socioeconômica do Brasil. - Demanda do mercado e da sociedade por aplicação de conhecimento cientifico para geração de produtos com alto valor agregado, destinados à solução de problemas em saúde pública.
Contato com o mercado
- Empresas farmacêuticas na área de vacinas veterinárias como, por exemplo, Vallée SA, Hertape Calier Saúde Animal, Merial Brasil, dentre outras, já demonstraram interesse pelas pesquisas e/ou financiaram alguns dos desenvolvimentos no setor. - O Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer já demonstrou interesse no estabelecimento de parcerias visando à transferência de tecnologia e o desenvolvimento de um produto com potencial de geração de spin-off na área de câncer. - Clientes potenciais que já apresentaram interesse e contataram os pesquisadores para o desenvolvimento de pesquisas e produtos para leishmaniose canina e humana: Biomanguinhos, Hertape Calier Saude Animal; Glaxo Smith-Kline; Eurofarma; Eli Lilly, Vallée, Eisai,Vida Biotecnologia, Bioclin-Quibasa, incluindo a perspectiva de geração de spin-off na área de diagnóstico.
CTVacinas
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A estruturação do CTVacinas ocorrerá em duas etapas, sendo que a primeira é referente à sua
incubação, doravante denominada CTV Fase I. Pretende-se, por meio do CTV Fase I, elevar o patamar
das pesquisas realizadas nas instituições acadêmicas. Em relação às vacinas humanas, as atividades do
Centro irão abranger até a etapa de testes pré-clínicos, na qual são realizados testes in vitro e em
animais para determinar a segurança e eficácia das novas vacinas, estágio posterior à pesquisa básica.
Quanto às vacinas veterinárias, pretende-se realizar os testes pré-clínicos e clínicos fase I e fase II, cujos
objetivos são, respectivamente, verificar a segurança e dosagem em amostras populacionais sadias, e
avaliar e investigar efeitos colaterais em amostras populacionais de menor tamanho em ensaios
controlados. Nesse primeiro momento, devido às restrições de espaço físico, o enfoque da equipe será
nas pesquisas relacionadas com as Frentes de Desenvolvimento de Imunobiológicos e de
Desenvolvimento de Kits-Diagnóstico, conforme ilustrado na Figura 2. A Frente de Imunobiológicos está
diretamente relacionada com as de Desenvolvimento de Kits-Diagnóstico e Desenvolvimento de
Vacinas, uma vez que, por meio dessa Frente, serão desenvolvidos insumos necessários para as
pesquisas nas outras Frentes. Por isso, considera-se, também, o desenvolvimento indireto da Frente
Desenvolvimento de Vacinas.
Figura 2: Conceito CTV Fase I.
1. Oportunidades Vislumbradas e Abordagens Propostas
Segundo pesquisas realizadas por empresas especializadas na área2, o rápido crescimento do mercado
farmacêutico brasileiro atraiu os grandes players do mercado mundial, que se instalaram no país, dentre
eles: Novartis, Pfizer, Bayer Schering e AstraZeneca. O portfólio dessas multinacionais para o país é
constituído basicamente de drogas de uso livre – sem prescrição médica – e genéricos. As vacinas
produzidas para o mercado brasileiro, até então, foram desenvolvidas por meio da modificação de
vacinas já existentes. Nesse sentido, o investimento em desenvolvimento de vacinas inovadoras por
parte do CTVacinas pode facilitar o acesso da população brasileira a vacinas formuladas a partir de suas
necessidades, sendo, portanto, mais eficazes que as vacinas disponíveis atualmente. Salienta-se que as
2 PHM014D – Vaccines Technologies and Global Markets, BCC Research, e World Vaccines Market 2011-2021,
Visiongain
Desenvolvimento de
Imunobiológicos
Desenvolvimento
de Vacinas
Desenvolvimento de
Kits-Diagnóstico
CTVacinas
11
vacinas e kits-diagnóticos produzidos para o mercado brasileiro apresentam grande potencial de serem
inseridas em outros países, em nível mundial, como tem sido observado pela demanda de empresas
estrangeiras, em contato com a equipe do CTVacinas, pela transferência da tecnologia de produção do
kit-diagnóstico da leishmaniose visceral.
Para que empresas multinacionais possam inserir-se no mercado brasileiro é uma obrigatoriedade
imposta pelo governo federal que as mesmas estabeleçam parcerias e acordos de transferência de
tecnologia com centros de tecnologia nacionais3, o que proporcionaria um acesso mais rápido da
população aos produtos farmacêuticos desenvolvidos no país, dentre eles as vacinas. O CTVacinas
atuaria, então, no desenvolvimento de vacinas, kits diagnóstico e imunobiológicos em parceria com as
grandes empresas que já atuam no mercado brasileiro.
A expectativa é que as vacinas que serão desenvolvidas no país, juntamente com as políticas
governamentais favoráveis à melhoria dos serviços em saúde, impulsionem o mercado brasileiro.
Figura 3: Mercado de vacinas no Brasil.
Além disso, espera-se que devido ao avanço tecnológico nas áreas de biotecnologia e desenvolvimento
de vacinas no grupo constituído pelos países Brasil, Rússia, Índia e China (BRICs), a concentração de
atividades relacionadas à produção de vacinas pode migrar para esses países. Dessa forma, os custos de
transporte, dentre outros, podem ser diminuídos, facilitando o acesso da população às vacinas e
estimulando o mercado como um todo. Pelos próximos dez anos, os países em desenvolvimento serão
os grandes responsáveis pelo crescimento desse setor.
3 World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
CTVacinas
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2. Equipe de Idealizadores
Os cinco pesquisadores idealizadores do CTVacinas são professores vinculados à Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) e, quatro deles, ao INCTV. Eles já vêm atuando no desenvolvimento de vacinas
e kits-diagnóstico para oito doenças humanas e veterinárias, a saber: câncer, malária, leishmaniose,
doença de Chagas, toxoplasmose, brucelose, influenza e leptospirose.
São pesquisadores com vasta experiência na área de vacinas e imunodiagnósticos com vínculos e/ou
participação em importantes sociedades cientificas ou instituições de pesquisa internacionais como
Ludwig Institute for Cancer Research, Sociedade Brasileira de Imunologia; American Association of
Immunology, University of Massachusetts Medical School, Howard Hughes Medical Institute. Suas
competências científicas são reconhecidas e atestadas pela sociedade por meio da concessão de
prêmios e honrarias: Grã Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (2011) – Presidência da
República; Prêmio Ciências Médicas – Third World Academy of Sciences (2009); Prêmio SCOPUS
Capes/Elsevier (2007) e Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República
(2007).
Além disso, a equipe está diretamente relacionada com importantes instituições brasileiras e mundiais
ao possuir, dentre seus idealizadores um Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (2001), da
Fellow of the Third World Academy of Sciences (2011), da Sociedade Brasileira de Imunologia e da
American Association of Immunology.
Além das participações e premiações supracitadas, a formação e constante envolvimento em pesquisas
na área demonstram a grande capacitação dos pesquisadores para liderar uma iniciativa de caráter
cientifico-tecnológica e inovadora como a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento em
vacinas e imunodiagnóstico.
A seguir há um detalhamento das competências de cada pesquisador que possibilitam a formação de
um Centro com excelência em suas pesquisas.
Ricardo Tostes Gazzinelli
Graduação em Medicina Veterinária pela UFMG (1985). Doutorado em Bioquímica e Imunologia
(1989). Pós-Doutorado NIH (1994). Livre-docência, UNIFESP (1996).
Grã Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (2011) – Presidência da República, Prêmio de
Pesquisa Básica Marcos Luiz dos Mares Guia – SECTES/FAPEMIG (2010), Prêmio Ciências
Médicas – Third World Academy of Sciences (2009), Prêmio SCOPUS Capes/Elsevier (2007),
Comendador da Odem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República (2007),
Pesquisador listado no portal de referências, highly-cited do ISI Web of Knowledge – área de
Imunologia, e mais cinco outros prêmios de 1995 a 2006.
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (2001), Fellow of the Third World Academy
of Sciences (2011), Membro da Sociedade Brasileira de Imunologia, Membro da American
Association of Immunology.
CTVacinas
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Pesquisador Sênior da FIOCRUZ, Professor Titular da UFMG, Full Professor da University of
Massachusetts Medical School, Pesquisador Afiliado do Ludwig Institute for Cancer Research.
Coordenador do INCT Vacinas.
Bolsista de produtividade CNPq 1A.
Ana Paula Salles Moura Fernandes
Graduação em Ciências Biológicas pela UFMG (1986), Mestrado em Microbiologia pela UFNG
(1990), Doutorado em Parasitologia (1997) pela UFMG.
Professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais. Possui ampla experiência em
pesquisa visando profilaxia, diagnóstico e tratamento de doenças de caráter genético e
infeccioso, em especial projetos em parceria com empresas para o desenvolvimento de
empresas. Coordenadora do projeto da vacina contra leishmaniose visceral canina (Leish-Tec®,
no mercado desde 2009). Membro do INCT Vacinas.
Bolsista de produtividade CNPq 1D.
Santuza Maria Ribeiro Teixeira
Graduação em Ciências Biológicas pela UNB (1982), Mestrado em Biologia Molecular pela UNB
(1985), Doutorado em Bioquímica pela Université de Lausanne, Suíça (1990). Realizou estágio de
pós-doutorado na Universidade de Iowa (1991-1996) e foi pesquisadora (International Research
Scholar) do Howard Hughes Medical Institute (2005-2011). Realizou licença sabática na
Universidade de Maryland (2008).
Professora Associada no Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG. Membro do INCT
Vacinas.
Bolsista de produtividade CNPq 1C.
Sérgio Costa Oliveira
Graduação em Medicina Veterinária pela UFBA (1985), Mestrado em Microbiologia pela UFRRJ
(1991), Doutorado (1995) e Pós-Doutorado (1996) em Imunologia pela Universidade de
Wisconsin-Madison, Professor Livre-Docente em Imunologia pela USP (2005).
Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República.
Membro do corpo editorial dos periódicos “Microbes and Infection”, e “Plos Neglected Tropical
Diseases”, Plos ONE. Membro da Academia Brasileira de Ciências, membro da Academia de
Ciências do Terceiro Mundo (TWAS).
Professor Titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG. Presidente da
Sociedade Brasileira de Imunologia (2012-2013). Membro do INCT Vacinas.
Leonardo Miranda Damasceno
Graduação em Biologia pela Universidade Federal de Viçosa (1998), Mestrado em Microbiologia
Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (2001), Doutorado em Microbiologia pela Cornell
University (2007), Pós-Doutorado em Microbiologia pela Cornell University (2008).
Desenvolvimento, implementação e gerenciamento de processos de produção de
imunobiológicos em escala piloto sob condições de boas práticas de fabricação (BPF) durante o
doutorado e pós-doutorado. Diretor Adjunto de processos tecnológicos, unidade de Operações
CTVacinas
14
Industriais na empresa Sanofi Pasteur (2008-2010), na qual foi responsável pela resolução de
problemas, implementação de novas tecnologias e transferência de novos processos nos setores
de fermentação e purificação sob condições BPF.
Professor Visitante do Exterior pela FIOCRUZ, desenvolvendo processos de produção e
purificação de imunobiológicos em escala de laboratório para testes pré-clínicos.
Os idealizadores do CTVacinas ainda contam com uma vasta rede de contatos que são estratégicos para
o desenvolvimento do Centro, assim como de suas pesquisas. Esta rede é apresentada na Tabela 2.
Tabela 2: Rede de Contatos da equipe do CTVacinas.
Contato Cargo/ Empresa
Angela Cruz Sociedade Brasileira de Protozoologia
Ann Birgit Howard Hughes Medical Institute
Ana Nilce Elkoury SVS / OPAS – Secretaria de Vigilância em Saúde / Organização Pan-Americana da Saúde
Ana Severo Gerente projetos / Vallé
Ana Paula Assad CNPQ
Carlos Henrique Costa Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Carlos Gadelha DCIT
Ricardo Pamplona MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Marco Aurélio Crocco Afonso FUNDEP
Ronaldo Pena BHTEC
Silvio Arndt Bioclin Quibasa
Zélia Profeta da Luz CPQrr / FIOCRUZ
Gilberto Soares FINEP
Fabian Gusovsky EISAI - Instituto de Educação para Saúde Integra
Carlos Morel CDTS / FIOCRUZ
Evaldo Vilela Secretaria Estadual de Ciência de Tecnologia
Rodrigo Correa de Oliveira Grupo Inhotim
Rafael Andrade Secretaria de Desenvolvimento / Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
José Afonso Bicalho - Secretaria de Desenvolvimento / Prefeitura Municipal de Belo Horizonte
Mário Neto FAPEMIG
José Policarpo Gonçalves de Abreu FAPEMIG
Andrew Simpson Instituto Ludwig de Pesquisas do Câncer
Johnathan Skipper Instituto Ludwig de Pesquisas do Cancer
Paulo Lacerda Beirão CNPq
Manoel Barral CNPq / FIOCRUZ-BA
CTVacinas
15
3. Conceito do Centro
3.1. Descrição do negócio e de sua missão A Missão de uma organização expressa sua razão de existência e a sua definição de negócio. Nesse
sentido, a missão do Centro de Tecnologia em Vacinas é:
“Desenvolver vacinas, imunobiológicos e testes de diagnóstico para prevenção e tratamento de
doenças humanas e animais de grande relevância para a sociedade, por meio da geração e
transformação de conhecimentos científicos e tecnológicos, a fim de contribuir para o
desenvolvimento socioeconômico do Brasil”.
O foco de atuação da equipe do CTVacinas é explicitado por meio da missão Centro quando descreve-se
o que a equipe irá “desenvolver vacinas, imunobiológicos e testes de diagnóstico para prevenção e
tratamento de doenças humanas e animais de grande relevância para a sociedade (...)”. Portanto,
salienta-se que, dentre os produtos almejados, o principal será o desenvolvimento de vacinas. A equipe
pretende, portanto, que os resultados das pesquisas desenvolvidas no CT (produtos ou tecnologias),
sejam transferidos para empresas estabelecidas no mercado ou que seja fomentada a geração novas
empresas para explorá-los, as spin-offs.
Ainda, por meio da missão, enfoca-se o desejo de geração de conhecimento e capacitação de pessoas
que se constituem na base das linhas de pesquisa do Centro. O INCTV e a UFMG, origem do CTVacinas,
possuem diversas pesquisas em diferentes estágios de desenvolvimento, que poderão ser incorporadas
ao CT e terem seu desenvolvimento elevados à estágios superiores ao que são conseguidos no meio
acadêmico, como será explicitado posteriormente. Nesse ponto, é explicitada a relação intrínseca do
Centro com a academia. Uma vez que a academia possui limitações de recursos, espaço físico e pessoal
dedicado exclusivamente ao desenvolvimento de tecnologias e produtos, por não ser este o seu foco,
pretende-se, por meio do CTVacinas, dar continuidade as essas pesquisas. Assim, o Centro atuaria
fazendo a ligação entre a academia e o mercado, gerando produtos de valor agregado para a sociedade.
Por fim, explicita-se a contribuição almejada pela equipe do Centro à sociedade brasileira ao destacar
que dua finalidade é de “(...)contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil”. Nesse
sentido, por meio do CTVacinas pretende-se, com o desenvolvimento de tecnologias e novos produtos,
reduzir os impactos socioeconômicos que as doenças, negligenciadas ou não, têm sobre a população
brasileira e mundial. Dessa forma, a contribuição científica e tecnológica do estado de Minas Gerais para
o sistema de saúde do país, pode ser alavancada.
Nesse sentido, a Figura 4 mostra as Frentes de atuação do Centro, alinhado às linhas de pesquisa da
equipe.
CTVacinas
16
Figura 4: Conceito do CTVacinas.
As Frentes do CTVacinas são: Imunologia Básica, Genômica e Proteômica, Desenvolvimento de
Imunobiológicos, Desenvolvimento de Vacinas, Desenvolvimento de Kit-Diagnóstico e Validação e
Aprovação dos Produtos.
Todas elas são inter-relacionadas gerando subprodutos que podem ser desenvolvidos ou utilizados pelas
outras. As frentes Imunologia Básica e Genômica e Proteômica são a base para o desenvolvimento das
pesquisas pelas demais frentes. Nelas serão desenvolvidos estudos sobre receptores da imunidade
inata, mecanismos imunorregulatórios e, sequenciamento de genomas e análises de proteomas de
microrganismos causadores de doenças humanas e veterinárias, que são essenciais na concepção de
insumos para as vacinas e kits diagnóstico. Outro importante serviço do CTVacinas, que também é um
diferencial em sua concepção, é a validação e aprovação de produtos em órgãos regulatórios, que será
utilizado para produtos gerados pelo Centro ou poderá realizar esse serviço para produtos de outras
instituições e empresas, por meio da frente de Validação e Aprovação dos Produtos.
Imunologia Básica
Genômica e Proteômica
Desenvolvimento de Imunobiológicos
Desenvolvimento de Vacinas
Desenvolvimento de Kit-Diagnóstico
Validação e aprovação de
produtos
Mercado
Mercado
Mercado
Indústria Farmacêutica
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sfer
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CTVacinas
17
Entretanto, a estruturação do CTVacinas ocorrerá em duas etapas, sendo que a primeira é referente à
sua incubação, doravante denominada CTV Fase I. Pretende-se, por meio do CTV Fase I, elevar o
patamar das pesquisas realizadas nas instituições acadêmicas. Em relação às vacinas humanas, as
atividades do Centro irão abranger até a etapa de testes pré-clínicos, na qual são realizados testes in
vitro e em animais para determinar a segurança e eficácia das novas vacinas, estágio posterior à
pesquisa básica. Quanto às vacinas veterinárias, pretende-se realizar os testes pré-clínicos e clínicos fase
I e fase II, cujos objetivos são, respectivamente, verificar a segurança e dosagem em amostras
populacionais sadias, e avaliar e investigar efeitos colaterais em amostras populacionais de menor
tamanho em ensaios controlados. Nesse primeiro momento, devido às restrições de espaço físico, o
enfoque da equipe será nas pesquisas relacionadas com as Frentes de Desenvolvimento de
Imunobiológicos e de Desenvolvimento de Kits-Diagnóstico, conforme ilustrado na Figura 2. A Frente de
Imunobiológicos está diretamente relacionada com as de Desenvolvimento de Kits-Diagnóstico e
Desenvolvimento de Vacinas, uma vez que, por meio dessa Frente, serão desenvolvidos insumos
necessários para as pesquisas nas outras Frentes. Por isso, considera-se, também, o desenvolvimento
indireto da Frente Desenvolvimento de Vacinas.
A Figura 5 representativa do CTV Fase I engloba de certa forma a frente de Desenvolvimento de Vacinas,
uma vez que o produtos gerados pela primeira frente, que são as proteínas recombinantes rA2,
proteínas quiméricas e proteína L7A, serão amplamente utilizados por esta frente para o
desenvolvimento de vacinas.
Figura 5: Conceito do CTV-Fase I.
Os produtos gerados pelas frentes do CTV-Fase I e sua relação com o mercado são apresentados na
Figura 6, mostrando que, além de transferência de tecnologias e geração de spin-off, o Centro irá
prestar serviços sob forma de pesquisas ou ensaios pré-clínicos encomendados. Nos tópicos seguintes
serão detalhadas cada uma das frentes e seu potencial de geração de valor para o CTVacinas.
Desenvolvimento de Imunobiológicos
Desenvolvimento de Vacinas
Desenvolvimento de Kit-Diagnóstico
CTVacinas
18
Figura 6: Produtos do CTV-Fase 1.
3.2.Benchmarking O método utilizado para analisar as organizações reconhecidas como representantes das melhores
práticas dentro de segmentos específicos é intitulado “Benchmarking”. Por meio dele foi possível
comparar desempenhos, investimentos, produtos, patentes e linhas de pesquisa das empresas e
instituições que já estão no mercado com a finalidade de identificar pontos de melhoria para a
organização na qual o Benchmarking está sendo realizado.
Foi realizado um levantamento junto à equipe no qual foram identificadas as empresas e instituições
que apresentam linhas de pesquisa, patentes, produtos e serviços similares aos que serão realizados
pela equipe do CTVacinas. As organizações levantadas foram avaliadas tanto pelas tecnologias que
desenvolvem quanto pela estrutura técnica, administrativa e física que apresentam. Nesse sentido, os
objetivos desse estudo foram: identificar os produtos e serviços que essas instituições disponibilizam no
mercado, as linhas de pesquisa e as patentes que compõe seu portfólio; identificar quais são os
acreditações que possuem as empresas estudadas bem como classificar em qual fase de teste estão as
pesquisas desenvolvidas; além compreender as estratégias de pesquisa utilizadas, quantificar os
investimentos e visualizar as estruturas técnicas e administrativas adotadas. Isso com a finalidade de
comparar o conceito do CTVacinas com as instituições referência garantindo o alinhamento entre a
proposta do Centro e as necessidades do mercado.
3.2.1. Centros de referência levantados O estudo foi realizado a partir da análise de aproximadamente 30 instituições referência no mundo.
Dentre elas, centros tecnológicos, universidades, empresas e instituições sem fins lucrativos. Das 30
organizações, foram selecionadas junto à equipe as 12 cujas linhas de pesquisa e produto mais se
assemelhavam às que serão desenvolvidos pelo CTVacinas. Dessas, foi realizada uma pesquisa mais
Desenvolvimento de Imunobiológicos
Desenvolvimento de Kit-Diagnóstico
Kit Diagnóstico Leishmaniose VisceralProteínas Recombinantes para vacinas e kits diagnósticos
Laboratório de Desenvolvimento e validação
de protótipos
Mercado
Serviço, Transferência ou Geração de Spin-off
Serviço, Transferência ou Geração de Spin-off
CTVacinas
19
aprofundada, sendo selecionados os 4 centros de maior relevância, dos quais as informações de maior
destaque são apresentadas na Tabela 3.
Tabela 3: Centros de Tecnologia referência.
Empresa Descrição
Nanocore Em 2006 a empresa iniciou suas atividades na incubadora Supera. Em 2007, tornou-se uma sociedade anônima de capital fechado e, em 2010, foi eleita pelas revistas Pequenas Empresas & Grandes Negócios a empresa mais inovadora do ano. O foco da Nanocore é a Geração de conhecimento para viabilizar o registro de produtos junto às agências regulatórias (MAPA e ANVISA), buscando alternativas tecnológicas, atentos à proteção da propriedade intelectual.
Farmacore A empresa iniciou suas atividades na incubadora Supera e, em 2005, tornou-se uma sociedade comercial limitada. A Farmacore tem como objetivo realizar triagem, identificação, pesquisa, desenvolvimento e inovação de produtos com potencial fármaco-terapêutico e biotecnológico visando atender a uma demanda de mercado e produtos inovadores destinados ao conforto e saúde humana e animal.
Biogene Em 2006 tornou-se residente da incubadora Postiva. Desde então comercializa o Kit Diagnóstico para Calazar Canino ELISA/S7.
IDRI – Infectious Disease Research Institute
O instituto foi criado em 1993 e tem como foco erradicar leishmaniose, tuberculose, malaria, doença de Chagas e Hanseníase.
Por meio das Tabela 4 e Tabela 5 são apresentadas as principais informações levantadas de cada um
destes Centros.
CTVacinas
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Tabela 4: Detalhamento dos Centros de Tecnologia Referência.
CTVacinas
21
Tabela 5: Continuação do Detalhamento dos Centros de Tecnologia Referência.
CTVacinas
22
Tabela 6: Continuação do Detalhamento dos Centros de Tecnologia Referência.
CTVacinas
23
3.2.2. Análise dos resultados A partir da compilação dos dados levantados das empresas selecionadas como referência no mercado,
foi possível realizar uma análise mais aprofundada e elaborar algumas conclusões de importância.
Das três empresas selecionadas para uma pesquisa mais detalhada, duas iniciaram suas atividades em
uma incubadora, a SUPERA da Fundação Instituto Pólo Avançado de Saúde, e receberam financiamento
do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas.
Quanto aos produtos e serviços prestados, as três empresas apresentam o portfólio divido em
plataformas, sendo a Nanocore a única apresentar plataformas voltadas para: capacitação de pessoal,
imunologia e veterinária, e o IDRI o único a contar com produtos já desenvolvidos nas plataformas de
antígenos e diagnóstico.
Em P&D, o IDRI destaca-se por contar com pesquisas avançadas sendo desenvolvidas em vacinas,
diagnóstico e terapêuticos. Tais pesquisas são referências para as que serão desenvolvidas pelo
CTVacinas nas mesmas áreas.
Quanto à estratégia de pesquisa, os três centros destacam a capacitação do pessoal como o diferencial
no desenvolvimento de estudos e produtos.
3.3. Visão do negócio e metas de longo prazo O CTVacinas é um Centro para desenvolvimento de vacinas, kit-diagnóstico e, produtos e subprodutos
relacionados, utilizando-se de conhecimentos técnico-científicos e da capacitação de pessoal para tal
fim. Em 10 anos, visa-se que o Centro seja um dos mais modernos polos do conhecimento e da
inovação na área da América Latina, que irá estimular e impulsionar a integração entre a academia e a
indústria, contribuindo para a minimização dos problemas socioeconômicos que o Brasil enfrenta,
devido às doenças que afetam sua população.
Assim, o Centro será uma plataforma de referência em inovação e profissionalização de estudos
acadêmicos para o país, por meio da contínua transferência de tecnologia, garantindo que cada vez mais
ideias e conceitos transformem-se em produtos por meio de: (i) infraestrutura diversificada e completa
de equipamentos e ferramentas para processos (ii) capacitação de recursos humanos; (iii) licenciamento
de tecnologias e processos; (iv) promoção das condições técnicas necessárias para geração de empresas
spin-offs e apoio a start-ups; e (v) estímulo e suporte à P&D nas empresas.
O CTVacinas preza pela interação com parceiros acadêmicos, governamentais e empresariais nacionais e
internacionais, que possibilitam o desenvolvimento das pesquisas bem como a instalação da
infraestrutura necessária para tal. Além de grande intercambio de conhecimento e de pessoal.
A meta do Centro é de que a plataforma definitiva, com toda a estrutura requerida para que vacinas e
outros produtos possam ser completamente desenvolvidos seja instalada em 5 anos, após a fase inicial
de produção que se dará no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC ). Para isso, faz-se necessária
a captação de recursos junto a iniciativas públicas e privadas com foco no desenvolvimento de soluções
para os problemas de saúde pública.
CTVacinas
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Tendo-se em vista o exposto acima, a localização do Centro no Parque Tecnológico de Belo Horizonte
(BH-TEC) é estratégica, entre outras razões pelo fato do parque estar na região metropolitana de Belo
Horizonte com infraestrutura completa, diversas Universidades, parque de indústrias e serviços
altamente desenvolvido e um aeroporto internacional que é um dos mais ativos e modernos do Brasil. O
BH-TEC está em área contígua à Universidade Federal de Minas Gerais. Os três fatores mais críticos para
o sucessos de um parque tecnológico são: (i) proximidade com uma Universidade de pesquisa de
excelência internacional; (ii) cooperação entre governo, academia e setor empresarial; (iii) qualidade de
vida. Esses três fatores estão presentes no BH-TEC.
A concepção do CTVacinas trás em sua base o intuito de se tornar um Centro tão moderno quanto os
mais importantes centros de desenvolvimento de vacinas internacionais. Logo a estrutura física do
CTVacinas, inicialmente, será uma área de 200 m2 englobando dois laboratórios de desenvolvimento e
produção, sendo um de kit-diagnóstico veterinário e um para a produção de proteínas recombinantes.
Estes dois laboratórios podem gerar receita para o Centro em até dois anos, depois de instalada toda a
infraestrutura e obtida aprovação no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Para
alcançar o intuito inicial do Centro, o mesmo deverá, em até 5 anos, ser expandido para uma área de
3600 m2 que conterá laboratórios e equipamentos modernos, atuando nas linhas de pesquisa definidas
em seu conceito.
4. Evolução Tecnológica
4.1. Imunologia Básica, Genômica e Proteômica
4.1.1. Conceito e aplicações As frentes de Imunologia Básica e Genômica e Proteômica são voltadas para a pesquisa básica que dará
suporte ao desenvolvimento das demais frentes. Além desse aspecto, poderão gerar insumos base para
desenvolvimento em empresas externas, sendo um serviço a ser prestado para a indústria.
A Imunologia Básica contempla as áreas consideradas críticas no desenvolvimento racional de vacinas,
que podem ser divididas em imunologia inata e imunologia adaptativa. Os estudos sobre receptores da
imunidade inata são centrais para entendermos os mecanismos de ação dos adjuvantes imunológicos,
importantes componentes das formulações vacinais, necessários para a indução de uma resposta
imunológica robusta e específica ao antígeno vacinal. Os mecanismos imunorregulatórios, por sua vez,
limitam a indução e a manutenção da resposta imunológica protetora e, portanto, devem ser
controlados durante os protocolos de vacinação. A memória imunológica é essencial para a sustentação
de uma resposta imunológica protetora, que deve se desenvolver em humanos e animais vacinados.
Assim, podemos desenvolver protocolos de vacinação capazes de induzir uma resposta imunológica
protetora que seja, ao mesmo tempo, específica, robusta e de longa duração.
Na frente Genômica e Proteômica será realizado o mapeamento genético das doenças e das diferentes
formas de interação com os organismos afetados por elas, no âmbito dos genes e proteínas envolvidos.
Recentemente, com o aprimoramento das tecnologias de sequenciamento de genomas e análises de
proteoma, avanços ainda maiores nos estudos que utilizam essas novas abordagens estão sendo
CTVacinas
25
obtidos. Com essas novas tecnologias, a determinação da sequencia completa de um novo genoma, por
ex., de cepas distintas, ou variantes que surgem de forma aleatória na população desses microrganismos
pode ser feita em semanas, em vez de anos. Além de compreender melhor os processos celulares
envolvidos na infecção humana e nos animais susceptíveis, essas análises genômicas e proteômicas
possibilitam a identificação de moléculas nesses patógenos de forma mais direcionada e menos
aleatória, gerando um grupo amplo de moléculas candidatas a serem testadas como (i) alvos para o
desenvolvimento de novos testes de diagnostico, (ii) para a identificação de drogas mais eficazes
capazes de atuar de forma específica sobre esses patógenos e ainda (iii) para a identificação de
antígenos e outras moléculas desses microrganismos capazes de causar uma forte resposta imune no
hospedeiro humano ou animal e que poderiam ser utilizadas como componentes de vacinas contra
essas doenças.
Apesar de ser hoje bem claro que a utilização das novas analises de genômica e proteômica, tenha
tornado o processo muito mais rápido e eficiente, como o volume de dados disponíveis tornou-se
extremamente grande, torna-se necessário a utilização de etapas envolvendo ferramentas de
bioinformática (analyses in silico) associadas a manipulações no laboratório, inicialmente em pequena
escala e posteriormente com a produção dessas moléculas em larga escala, como indicado a seguir:
1) Rastreamento dos dados disponíveis de genoma e de proteoma, em bancos de dados públicos
ou gerados e arquivados nos laboratórios do CT-Vacinas para a identificação de moléculas com
características que possam indicar que essas seriam alvos adequados para testes de diagnóstico
e como componentes vacinas contra esses microrganismos. Para isso são utilizados programas
de bioinformática especialmente gerados para a realização de análises de homologia de
sequencias, presença de epitopos, predição de estrutura e de solubilidade de proteínas, etc e
que podem ser processados de maneira automática. Os dados gerados nessas análises
automáticas são posteriormente avaliados pelos pesquisadores, os quais, com base em vários
critérios, selecionarão os melhores candidatos a serem testados;
2) Amplificação e clonagem, por meio de técnicas de manipulação de DNA, das sequencias
genômicas codificadoras dos antígenos selecionados;
3) Produção dessas moléculas em escala de laboratório para a realização de ensaios que irão
verificar o seu uso potencial como alvos para testes de diagnóstico e componentes de vacinas;
4) Realização de testes de laboratório para verificação da reatividade dessas moléculas com soro
de pacientes portadores das doenças em questão e indivíduos saudáveis ou para a realização de
ensaios de imunização e desafio em modelos animais para essas doenças.
5) Escalonamento da produção dessas moléculas para a realização de ensaios pré-clínicos para a
confirmação dos resultados obtidos no laboratório.
As pesquisas realizadas no CT-Vacinas apresentam como principal objetivo o desenvolvimento de novas
tecnologias para a produção de vacinas e kits de imunodiganóstico voltados para o controle de
diferentes doenças humanas e de importância veterinária. Para isso, os trabalhos realizados por vários
grupos de pesquisa no Brasil e no exterior que resultaram em dados de sequencia de genomas e de
proteoma serão empregados pelos pesquisadores do CT-Vacinas principalmente para: (i) a identificação
e produção de antígenos a serem utilizados em testes para imunodiagnóstico para a doença de Chagas,
CTVacinas
26
leishmaniose, toxoplasmose e brucelose; (ii) a identificação e produção de antígenos e outras moléculas
desses microrganismos a serem testados como componentes de vacinas para essas doenças.
Figura 7: Frentes de Imunologia Básica e Genômica e Proteômica.
4.2. Desenvolvimento de Imunobiológicos, Desenvolvimento de Vacinas e
Desenvolvimento de Kit-Diagnóstico
4.2.1. Conceito e aplicações As frentes de Desenvolvimento de Imunobiológicos, Desenvolvimento de Vacinas e Desenvolvimento de
Kit-Diagnóstico são as que geram produtos de maior valor agregado a serem transferidos para a
indústria farmacêutica, sendo esse o foco de geração de conhecimento do Centro. Os produtos
desenvolvidos podem chegar às indústrias de diferentes formas, sendo por pesquisa especialmente
interna ou pesquisas encomendadas pelas empresas. Além dos produtos farmacêuticos há ainda a
possibilidade de prestação de serviço por meio de capacitação de pessoal. Todos os produtos gerados
nessas três frentes terão como ponto de partida, o conhecimento adquirido nas Frentes de Imunologia
Básica, Genômica e Proteômica.
Imunologia Básica
Genômica e Proteômica
Desenvolvimento de Imunobiológicos
Desenvolvimento de Vacinas
Desenvolvimento de Kit-Diagnóstico
Mercado
Mercado
Indústria Farmacêutica
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Serv
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a
CTVacinas
27
Figura 8: Frentes de Desenvolvimento de Imunobiológicos, Vacinas e Kit-diagnóstico.
A frente Desenvolvimento de Imunobiológicos se relaciona diretamente com as outras duas podendo
gerar insumos para o desenvolvimento de produtos finais, vacinas e kit-diagnóstico. Estes insumos
podem, também, ser repassados diretamente para as indústrias, uma vez que sejam requeridos, por
estas, diferentes insumos para os produtos que já possuem.
O passo inicial para o Desenvolvimento de Imunobiológicos consiste na modificação genética de
organismos específicos resultando em organismos produtores de proteínas recombinantes. Um exemplo
clássico é a geração de bactérias recombinantes para a produção de antígenos derivados dos diferentes
patógenos. Outro exemplo é a geração de patógenos transgênicos, como o T. cruzi, que podem ser
usados como vetores para apresentação de antígenos heterólogos contra várias doenças, dentre elas o
câncer. A manipulação genética permite gerar micoorganismos transgênicos capazes de produzir
proteínas recombinantes de interesse imunológico, que posteriormente são purificadas e usadas em
kits-diagnóstico ou formulações vacinais. Após passarem por uma série de ensaios pré-clínicos e clínicos
para o tratamento terapêutico, os imunobiológicos podem ser produzidos em grande escala e
comercializados. Atualmente, existem medicamentos imunobiológicos aprovados pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o combate de doenças como artrite reumatoide, artrite idiopática
juvenil, espondilite anquilosante, artrite psoriásica e psoríase. Estas doenças contam com tratamentos
disponíveis muito efetivos, a exemplo do etanercepte, que atua bloqueando o Fator de Necrose Tumoral
– TNF produzido em excesso, e interrompem assim a cascata inflamatória que está associada a essas
doenças.
Para o Desenvolvimento de Vacinas, são necessárias plataformas tecnológicas que oferecem a
infraestrutura e a tecnologia de ponta, necessárias para a descoberta, caracterização estrutural e
Desenvolvmento de Imunobiológicos
Desenvolvimento de Vacinas
Desenvolvimento de Kit-Diagnóstico
Mercado
Indústria Farmacêutica
Tran
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ceita
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ceita
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end
a
CTVacinas
28
funcional de novos adjuvantes imunológicos e antígenos microbianos que possam ser utilizados na
formulação de novas vacinas. Dentro desta frente estão incluídas construção de vacinas recombinantes
utilizando vetores vivos atenuados, como vírus, o parasita Trypanosoma cruzi, proteínas recombinantes
e quiméricas, que favoreçam o desenvolvimento da resposta imune protetora desejada em protocolos
de vacinação.
Assim, esta frente conta com a colaboração entre indústrias públicas e privadas, visando à realização e
análise de testes pré-clínicos e clínicos para o desenvolvimento e a produção de vacinas contra doença
de Chagas, leishmaniose visceral, e outras, que possam ser comercializadas.
Finalmente, para o Desenvolvimento de Kit-diagnóstico, uma etapa fundamental consiste na
identificação do(s) antígeno(s). Para tal, são necessários extratos antigênicos dos patógenos,
fracionamento dos mesmos por diferentes métodos e analises das frações frente a amostras de soros de
pacientes infectados em comparação com os respectivos controles não infectados, ou que foram
infectados por outros agentes, para se determinar a especificidade. Uma das ferramentas mais
modernas para esse fim e que tem sido empregada pelos pesquisadores do CTVacinas é a
imunoproteômica. Por esse método, é possível separar individualmente cada proteína produzida pelo
agente patogênico, de acordo com seu tamanho e ponto isoelétrico em eletroforese bidimensional. Em
seguida, as proteínas imobilizadas em suporte sólido, são colocadas em contato com soros selecionados.
As proteínas que apresentam reatividade com anticorpos são removidas das membranas, digeridas em
fragmentos e os fragmentos analisados por espectometria de massas, permitindo a determinação de
sua composição em aminoácidos e sua identidade. Por comparação com banco de dados, os genes
correspondentes são identificados e podem ser clonados ou expressos em bactérias. As proteínas
podem também ser submetidas à predição in silico para identificação dos epitopos, regiões da molécula,
que são reconhecidas por anticorpos. Esses peptídeos podem ser sintetizados e empregados
diretamente como antígenos para os testes de diagnóstico. Alternativamente, os genes correspondentes
a essas proteínas podem ser clonados, expressos em bactérias e as proteínas purificadas empregadas
para a produção dos testes diagnósticos. Proteínas reunindo vários epitopos podem ser produzidas de
forma, similar, aumentando a sensibilidade dos testes e reduzindo custos de produção a longo prazo.
Ao contrário dos testes baseados em antígenos brutos parasitários, os antígenos identificados pela
equipe podem ser produzidos em larga escala, sob a forma de peptídeos ou proteína recombinante, de
forma padronizada e que, em associação, potencializam a sensibilidade dos testes de diagnóstico e
reduzem custos de produção.
CTVacinas
29
4.2.2. Propriedade Intelectual Os pesquisadores do CTVacinas estão envolvidos diretamente com o pedido de 20 patentes dentre as 30
do INCTV. Na Tabela 7 estão descritas as patentes que tem a participação dos pesquisadores.
Tabela 7: Pedidos de patente.
Tipo de patente
Doença Tipo de medicamento
Dados da patente
Processos --- ---
Pedido Prioritário: PI0800601-6 - Data: 31/01/2008 Título: Método de vacinação dose-reforço para malária que utiliza vírus recombinantes e composição vacinal. Inventores: Oscar Bruna-Romero, Bruna de Andrade Pereira, Ricardo Tostes Gazzinelli Instituição: UFMG / IRR País: Brasil
Processos --- ---
Pedido Prioritário: PCT/BR2010/00005 – Data: 2010 Título: Cepa Transgênica atenuada de Trypanosoma cruzi como vetor vacinal Inventor: Ricardo Tostes Gazzinelli, Caroline Junqueira Giusta, Santuza Maria Ribeiro Teixeira e Bruno Galvão Filho Instituição: UFMG e LICR País: Brasil e EUA
Produtos
Doença de Chagas/ Chagas’ disease
Vacina
Pedido Prioritário: PI 0705535-8 – Data: 15/06/2007 Título: Sequências geneticamente modificadas dos antígenos TS e ASP-2 de Trypanosoma cruzi, constructos genéticos que contem TS ou ASP-2 e adenovirus geneticamente modificados que codificam TS ou ASP-2. Número do Inventores: Ricardo Tostes Gazzinelli, Mauricio Martins Rodrigues, Oscar Bruna Romera, Alexandre de Magalhaes Vieira Machado. Instituições: IRR / UFMG / UNIFESP Paises: Brasil, México e Chile.
Produtos
Doença de Chagas/ Chagas’ disease
Vacina
Produtos
Produtos
Doença de Chagas/ Chagas’ disease
Vacina
Pedido Prioritário: PI 0806285-4 - Data: 15/01/2008. Título: Sequencia geneticamente modificada do antigeno ASP-2 de Trypanosoma cruzi, proteina
CTVacinas
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recombinante ASP-2 e Virus geneticamente modificados que expressam o antigeno ASP-2 recombinante. Inventores: Ricardo Tostes Gazzinelli, Alexandre de Magalhães Vieira Machado, Flávio Guimarães da Fonseca, Mauricio Martins Rodrigues. Instituições: IRR / UFMG / UNIFESP Países: Brasil
Produtos Leishmaniose Vacina
Pedido Prioriário: PI0603490-0 - Data: 21/07/2006 Título: Processo para vacina recombinante contra a leishmaniose visceral canina contendo o antígeno recombinante A2 e que permite a distinção sorológica entre animais vacinados de animais infectados. Inventores: Ana Paula Salles Moura Fernandes, Christiane de Freitas Abrantes, Eduardo Antonio Ferraz Coelho, Ricardo Tostes Gazzinelli. Instituições: UFMG Países: Brasil.
Produtos Leishmaniose Vacina
Pedido Prioritário: PCT/BR2007/000248/PI0603490 Data: 20/07/2007 Título: Vaccine composition and immunization method. Inventores: Ana Paula Salles Moura Fernandes, Christiane de Freitas Abrantes, Eduardo Antonio Ferraz Coelho, Ricardo Tostes Gazzinelli. Instituição: UFMG País: Brasil, EUA, Europa, Guatemala, Colômbia e México.
Produtos Leishmaniose Vacina
Pedido Prioritário: PCT/BR2009/000014 – Data: 17/01/2008 Título: Vetores virais recombinantes, e composição vacinal para leishmaniose. Inventores: Ana Paula Fernandes, Flávio Guimarães da Fonseca, Oscar Bruna Romero, Miriam Santos Dutra, Daniela de Melo Resende, Ricardo Tostes Gazzinelli. Instituições: IRR e UFMG País: Brasil, India, China, México e Colômbia.
Produtos Leishmaniose Vacina Pedido Prioritário: 14100002830 - Data: 13/8/2010 Título: Composição imunogênica para vacina e kit para teste imunodiagnóstico de leishmaniose
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visceral Inventores: Ricardo Tostes Gazzinelli, Hélida Monteiro de Andrade, Míriam Maria Silva Costa Franco e Angélica Rosa Faria Instituição: UFMG País: Brasil
Produtos Leishmaniose Vacina
Pedido Prioritário: 014110000467 - Data: 16/02/2011 Título: Composição Imunogênica de Leishmania (Leishmania), método, kit imunodiagnóstico e vacina para leishmaniose. Inventores: Eduardo A. Coelho, Carlos Alberto Tavares, Marcelo Santoro, Ana Paula Fernandes. Instituição: UFMG País: Brasil
Produtos Leishmaniose Diagnóstico
Pedido Prioritário: 14100004359 - Data: 13/12/2010 Título: Peptídeos recombinantes, metódo e kit para teste imunodiagnóstico da leishmaniose visceral. Inventores: Ana Paula Fernandes, Míriam Maria Silva Costa e Ricardo Tostes Gazzinelli Instituição: UFMG País: Brasil
Produtos Leishmaniose Diagnóstico
Pedido Prioritário: 14100004359 - Data: 13/12/2010 Título: Peptídeos recombinantes, metódo e kit para teste imunodiagnóstico da leishmaniose visceral. Inventores: Ana Paula Fernandes, Míriam Maria Silva Costa e Ricardo Tostes Gazzinelli Instituição: UFMG País: Brasil
Produtos Malária Vacina
Pedido Prioritário: PI 0705880-2, PI 0706004-1, PI 0704730-4 – Data: 26/10/2007 Título: Seqüência geneticamente modificada do antígeno DBP de Plasmodium vivax, proteína recombinante DBP e Adenovírus geneticamente modificado que expressa o antígeno DBP recombinante. Inventores: Oscar Bruna Romero, Ricardo Tostes Gazzinelli, Marisa Cristina da Fonseca, Cristiana Ferreira Alves De Brito. Instituição: IRR / UFMG
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País: Brasil
Produtos Malária Vacina
Pedido Prioritário: PI 0705874-8 – Data: 26/10/2007 Título: Seqüência geneticamente modificada do antígeno CS de Plasmodium vivax, proteína recombinante CS e vírus geneticamente modificados que expressam o antígeno CS recombinante. Inventores: Oscar Bruna Romero, Flavio Guimaraes da Fonseca, Ricardo Tostes Gazzinelli, Cristina Lima Carrara. Instituição: IRR / UFMG País: Brasil
Produtos Malária Vacina
Pedido Prioritário: PI 0705990-6 – Data: 26/10/2007 Título: Seqüência geneticamente modificada do antígeno MSP-1 de Plasmodium vivax, proteína recombinante MSP-1 e Adenovírus geneticamente modificado que expressa o antígeno MSP-1 recombinante. Inventores: Oscar Bruna Romero, Ricardo Tostes Gazzinelli, Leoneide Erica Maduro Bouillet, Mauricio Martins Rodrigues. Instituição: IRR / UFMG / UNIFESP País: Brasil
Produtos Malária Vacina
Pedido Prioritário: PI 0706003-3 – Data: 26/10/2007 Título: Seqüência geneticamente modificada do antígeno AMA-1 de Plasmodium vivax, proteína recombinante AMA-1 e Adenovírus geneticamente modificado que expressa o antígeno AMA-1 recombinante. Inventores: Oscar Bruna Romero, Ricardo Tostes Gazzinelli, Leoneide Erica Maduro Bouillet, Irene Soares. Instituição: IRR / UFMG / USP País: Brasil
Produtos Malária Vacina
Pedido Prioritário: PCT/BR2009/000130 – Data: 05/05/2009 Título: Sequências geneticamente modificadas e codificando antígenos de Plasmodium vivax,
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composição vacinal contendo antígenos recombinantes purificados, e vírus recombinantes que expressam estes antígenos, e protocolos de indução e reforo contra a malária. Inventores: Oscar Bruna-Romero, Ricardo T. Gazzinelli, Marisa Cristina da Fonseca, Cristiana Ferreira Alves de Brito, Flavio da Fonseca Guimarães, Cristina Lima Carrara, Leoneide Erica Maduro Bouillet, Maurício Martins Rodrigues, Irene Soares, Bruna Andrade Pereira. Instituição: IRR, UFMG, USP, UNIFESP País: EUA e Brasil
Produtos Malária Vacina
Pedido: PI0504782-0 (BR) – Data: 01/11/2005 Título: Adenovírus recombinantes, processo de construção de adenovírus recombinantes, composição de vacina contra toxoplasmose, e método de imunização contra infecções causadas pelo parasita T. gondii. Inventores: Ricardo Tostes Gazzinelli (IRR), Oscar Bruna-Romero (UFMG) e Bráulia Costa Caetano (UFMG) Instituição: IRR / UFMG Países: Brasil, EUA, e Europa.
Produtos Toxoplasmose Vacina
Pedido: PI0704860-2 (BR) – Data: 21/12/2007 Título: Utilização de vírus influenza recombinantes e vírus vaccinia Ankara modificado (MVA) com genes que codificam para as proteínas de superfície SAG1 e SAG2 do Toxoplasma gondii como vacinas contra Toxoplasmose Inventores: Alexandre de Magalhães Vieira Machado (UFMG, IRR), Rafael Polidoro Alves Barbosa (UFMG, IRR), Bráulia Costa Caetano (UFMG, IRR), Ricardo Tostes Gazzinelli (UFMG, IRR), Oscar Bruna-Romero (UFMG), Flavio Fonseca Guimarães (UFMG), Erica Araújo Mendes (UFMG) Instituição: IRR e UFMG Países: Brasil, EUA, Europa.
Produtos Toxoplasmose Diagnóstico
Pedido Prioritário: PI0402229-7 – Data: 25/03/2004 Título: Processo p/ teste imunoenzimático a ser utilizado na detecção de imunoglob. G ou A especificas p/ proteínas ou glicolipídeos purificadas da superfície da forma taquizoíta do parasita T. gondii e no diagnóstico da toxoplasmose crônica,
CTVacinas
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aguda ou acular. Inventores: Ricardo Tostes Gazzinelli, Leonides Rezende Junior, Ricardo Wagner Dias Portela. Instituição: UFMG e Katal País: Brasil
Processo - Teste de Drogas e Vacina
Pedido: BR 10 2012 001876 4 Data: 27/02/2012. Título: Trata-se de uma cepa geneticamente modificada de T. cruzi expressando as enzimas luciferases e que permitem uma qunatificação da carga parasitária de forma muito mais rápida e sensível em modelos animais de infecção para testes de drogas e vacinas. Inventores: Santuza Maria Ribeiro Teixeira; Gabriela A. Burle ; Araujo P. R. ; DA Rocha W D .
4.2.3. Evolução
Figura 9: Mapeamento das rotas tecnológicas (TRM) do CTVacinas.
Entre os diversos produtos que constituem objeto de pesquisa do CTVacinas no momento, oito produtos
se encontram em um estágio mais avançado de desenvolvimento com alta potencialidade para sua
produção em escala industrial e comercialização como listado abaixo. Cada produto possui uma
projeção para estar disponível para a indústria farmacêutica a partir do momento em que a
infraestrutura requerida para o desenvolvimento de cada um for disponibilizada.
- Testes (kits) de diagnóstico para leishmaniose canina (2 anos)
CTVacinas
35
São utilizados antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos que permitem identificar com alta
sensibilidade e especificidade a presença de anticorpos no soro de animais infectados e/ou vacinados
permitindo a diferenciação entre os mesmos.
- Vacina contra o câncer: (10 anos)
Trata-se da utilização de uma cepa atenuada do protozoário Trypanosoma cruzi, a qual foi
geneticamente modificada de maneira a expressar antígenos de câncer. Quando inoculado em animais
susceptíveis ao tipo de câncer que leva à expressão desse antígeno pelas células tumorais, a forte
resposta imune gerada contra o parasito leva à eliminação das células tumorais. Foram feitos ensaios
que mostraram que (1) ocorre a expressão do antígeno tumoral em uma cepa atenuada do parasito T.
cruzi (2) a infecção de camundongos com esse parasito geneticamente modificado induz uma resposta
imune humoral e celular capaz de conferir proteção contra o desenvolvimento de um tumor
expressando esse antígeno. A inoculação de células tumorais que não expressam esse antígeno não
resultou em proteção contra o desenvolvimento do tumor.
- Vacina contra a leishmaniose canina: (5 anos)
Trata-se de uma vacina constituída por proteína e/ou vírus recombinantes baseadas no antígeno A2, a
qual permite a diferenciação sorológica entre cães vacinados e infectados. Esta vacina já se encontra no
mercado: Leish-Tec®.
- Vacina contra a leishmaniose humana: (6 a 8 anos)
Trata-se de uma vacina constituída por proteína e/ou vírus recombinantes baseada no antígeno A2. Não
existem vacinas contra a leishmaniose visceral humana, no mercado nacional ou internacional. As
formulações vacinais recombinantes contendo o antígeno A2, que incluem a vacina Leish-Tec para a
leishmaniose visceral canina, desenvolvidas pela equipe de pesquisadores Ana Paula Fernandes e
Ricardo Tostes Gazzinelli, idealizadores do CT de vacinas, se constituem uma base sólida para o
desenvolvimento de vacinas e protocolos de vacinação contra a leishmaniose visceral humana. Nesse
sentido, o grupo já conta com diferentes reagentes e formulações vacinais em diferentes estágios de
testes que poderiam ser objeto de transferência de tecnologia e desenvolvimento de novos produtos.
Vacinas que contém em sua composição o antígeno A2 induzem resposta Th1, proteção contra todas as
espécies de Leishmania que causam leishmaniose visceral e permitem a diferenciação sorológica entre
indivíduos vacinados e infectados. O mais promissor combina adenovírus recombinante e proteína
recombinante A2, os quais devido ao emprego combinado de diferentes formas de liberação do
antígeno potencializam a resposta imune induzida e os níveis de proteção. Esses reagentes e sua
utilização combinada já foram testados em diversos modelos, incluindo camundongos, cães e macacos.
- Testes (kits) de diagnóstico para leishmaniose humana: (2 a 3 anos)
São utilizados antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos que permitem identificar com alta
sensibilidade e especificidade a presença de anticorpos no soro de indivíduos com suspeita de
leishmaniose visceral, excluindo os resultados de reação cruzada com doença de Chagas. Os avanços
CTVacinas
36
nesse sentido consistem em ELISA (protótipo em estágio avançado) e teste imunocromatográfico,
necessitando ainda de testes dos protótipos empregando peptídeos sintéticos. No caso de emprego de
proteína quimérica, ainda são necessários testes para avaliação de sensibilidade e especificidade em
laboratório e posterior desenvolvimento e avaliação dos protótipos.
- Testes (kits) de diagnóstico para doença de Chagas: (3 anos)
São utilizados antígenos recombinantes ou peptídeos sintéticos que permitem identificar com alta
sensibilidade e especificidade a presença de anticorpos no soro de pacientes com suspeita de doença de
Chagas, excluindo os resultados de reação cruzada com leishmaniose. Vários antígenos foram
identificados por meio da imunoseleção de clones de uma biblioteca genica de T. cruzi. Quatro desses
antígenos foram caracterizados individualmente, por meio de produção de proteínas recombinantes em
bactéria ou síntese de peptídeos sintéticos e ensaios de western blot e ELISA com soro de pacientes com
doença de Chagas, pacientes com leishmaniose e toxoplasmose e indivíduos não infectados. Os
resultados mostraram que esses antígenos que contém sequências de aminoácidos repetitivos
apresentam alta especificidade, mas que a sensibilidade dos ensaios deve ser aumentada com testes
envolvendo a combinação de mais de um antígeno.
- Testes (kits) de diagnóstico para toxoplasmose humano: (2 anos)
Trata-se de uma mistura de glicolipídeos (GIPL) e algumas proteínas de superfície (AgS) de Toxoplasma
gondii, com reatividade preferenciais com IgM e IgG, respectivamente e que permite distinguir, com
elevado grau de probabilidade, infecções agudas de infecções crônicas pelo T. gondii.
Kits de imunodiagnóstico para toxoplasmose aguda e crônica foram lançados no mercado. Houve uma
interrupção da comercialização, devido à necessidade de ajuste com regulamentação da ANVISA, para
que a produção do Kit possa ser continuada na companhia que comercializa estes produtos. Propõem-se
desenvolver uma alternativa deste método.
- Vacina contra a brucelose bovina: (5 a 8 anos)
Foi desenvolvida pelo grupo de pesquisa uma cepa atenuada por meio da mutação de genes ligados à
virulência e essa nova linhagem da Brucella abortus. Ensaios pré-clínicos já foram realizados mostrando
a eficiência dessa nova linhagem vacinal e um pedido de patente depositado. Buscam-se, agora,
potenciais parceiros na indústria para a realização dos ensaios clínicos em bovinos.
4.3. Validação e Aprovação dos Produtos
4.3.1. Conceito e aplicações A frente de Validação e Aprovação dos Produtos busca agregar valor aos produtos da empresa por meio
da validação dos ensaios pré-clínicos e/ou clínicos realizados além da obtenção de sua aprovação nos
órgãos regulatórios específicos. Além deste ponto, esta frente busca ainda atuar no setor de prestação
de serviço, realizando todos os procedimentos necessários para outros centros de pesquisa ou empresas
que desejem obter a validação e aprovação de seus produtos.
CTVacinas
37
Figura 10: Frente de Validação e Aprovação de Produtos.
5. Análise do Mercado
5.1. Contexto de mercado e suas tendências Uma análise do mercado futuro se faz necessária tendo em vista que o processo de desenvolvimento de
vacinas é longo, e a expectativa é que o primeiro produto da Frente de Desenvolvimento de Vacinas seja
lançado em um prazo de cinco anos a partir do início das atividades do CTVacinas pleno. Nesse sentido,
a presente análise de mercado foi realizado com o intuito de apresentar o potencial do CTVacinas pleno,
com enfoque na Frente de Desenvolvimento de Vacinas. Novas pesquisas estão sendo realizadas para
demonstrar o potencial de mercado das demais Frentes, e que terão aplicações imediatas por meio do
CTV Fase I. Além do enfoque dado ao CTV Fase I, as demais Frentes de atuação do Centro terão seus
mercados estimados, posteriormente.
Nesse sentido, os dados levantados por meio de pesquisas de mercado45 são apresentados a seguir.
Mercado Global
Em 2010, a receita do Mercado de vacinas atingiu 27.6 bilhões de dólares. Grande parte desse total
deveu-se ao interesse governamental em campanhas de vacinação para controle de surtos pandêmicos
de Influenza (H5N1- “gripe aviária”, H1N1 - “gripe suína”).
4 PHM014D – Vaccines Technologies and Global Markets, BCC Research
5 World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
Imunologia Básica
Genômica e Proteômica
Desenvolvimento de Imunobiológicos
Desenvolvimento de Vacinas
Desenvolvimento de Kit-Diagnóstico
Mercado
Mercado
Mercado
Indústria Farmacêutica
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Validação e aprovação de
produtos
CTVacinas
38
Mesmo com os surtos de Influenza sob controle, o mercado de vacinas continuará em crescimento
estimulado principalmente pela necessidade de vacinas para doenças causadas por pneumococos e
meningococos e para doenças como hepatite, câncer, entre outras. Além disso, o aumento do número
de novas vacinas protegidas por patente proporcionará expansão do mercado à medida que essas
comecem a ser disponibilizadas para o público. A expectativa é que, em 2015, a receita total obtida com
a venda de vacinas seja de 46.4 bilhões de dólares, como pode ser observado na figura abaixo:
Figura 11: Previsão para o mercado global de vacinsa: vendas ($bn) 2010-2015.
Fonte: World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
O setor continuará em crescimento de 2011 a 2021, porém as taxas de crescimento anual diminuirão a
partir de 2017. Estima-se que, em 2021, o mercado de vacinas seja avaliado em 76.9 bilhões de dólares.
Figura 12: Previsão para o mercado global de vacinas: vendas ($bn) 2016-2021.
Fonte: World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
CTVacinas
39
Após o período previsto acima, grande parte das receitas será gerada pela venda de vacinas
terapêuticas, um mercado ainda pequeno em 2011, mas com potencial de crescimento que supera o de
todos os outros setores. O CTVacinas já apresenta pesquisa em vacinas terapêuticas, com destaque para
a vacina para o câncer que está sendo desenvolvida pela equipe.
A dimensão do mercado de vacinas terapêuticas e dos demais segmentos que compõe o mercado de
vacinas está representada abaixo:
Figura 13: Setores do mercado de vacinas: vendas ($bn), Market share (%), 2012.
Fonte: World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
Segundo essa segmentação, o CTVacinas atuará no desenvolvimento de vacinas terapêuticas, como já
foi destacado, e profiláticas, dentre elas a vacina para leishmaniose humana já está sendo desenvolvida
pela equipe. O desenvolvimento de vacina para influenza também é de interesse do Centro. Estudos
nesse segmento devem ser realizados após o início das atividades do CTVacinas pleno.
O crescimento previsto para os próximos dez anos para cada um desses segmentos pode ser visualizado
na figura abaixo:
CTVacinas
40
Figura 14: Submercados do mercado global de vacinas: vendas ($bn), 2010-2015.
Fonte: World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
Principais mercados do mundo
Os mercados mais desenvolvidos em vacinas - Estados Unidos, Europa, Japão, Canadá, Austrália e Nova
Zelândia – apresentam características comuns que os define como grandes mercados: altas taxas de
vacinação e incentivos às empresas para lançamento de vacinas inovadoras.
A maior parte da receita desses mercados vem da venda de vacinas. Os Estados Unidos pagam o mais
alto preço em relação aos mercados listados acima e é devido a isso que a expectativa é que o mercado
americano continue liderando o setor pelo menos até 2015, seguido pela Europa. Apesar disso, as
maiores taxas de crescimento de mercado são esperadas dos países em desenvolvimento, dentre eles, o
Brasil.
As taxas de crescimento esperadas para os próximos dez anos para esses mercados e para os demais
podem ser visualizadas nas figuras a seguir:
CTVacinas
41
Figura 15: Previsão para os países líderes de mercado: Vendas ($bn), 2010-2015.
Fonte: World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
Figura 16: Previsão para os países líderes de mercado: Vendas ($bn), 2016-2021.
Fonte: World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
CTVacinas
42
BRIC
O crescimento do mercado global está diretamente ligado ao desenvolvimento dos BRIC. Esses países
não apresentam grandes taxas de imunização da população e a taxa de crescimento populacional é
grande, assim como o interesse dos governos em adotar políticas que melhorem a infra-estrutura e
facilitem o acesso aos programas de saúde, dentre eles o de vacinação da população. Nesse sentido, a
transferência de tecnologia e a capacidade de expansão desses países são essenciais para o
desenvolvimento do mercado tendo em vista que, atualmente, grande parte da produção de vacinas
encontra-se na Europa.
A previsão para o aumento do mercado pode ser visualizada nas figuras abaixo:
Figura 17: BRIC: Mercado de vacinas ($bn), 2010-2015.
Fonte: World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
CTVacinas
43
Figura 18: BRIC: Mercado de vacinas ($bn), 2016-2021.
Fonte: World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
O crescimento do mercado global está diretamente ligado ao desenvolvimento dos BRIC. Esses países
não apresentam grandes taxas de imunização da população e a taxa de crescimento populacional é
grande, assim como o interesse dos governos em adotar políticas que melhorem a infraestrutura e
facilitem o acesso aos programas de saúde, dentre eles o de vacinação da população. Nesse sentido, a
transferência de tecnologia e a capacidade de expansão desses países é essencial para o
desenvolvimento do mercado tendo em vista que, atualmente, grande parte da produção de vacinas
encontra-se na Europa.
As empresas que atuam nesses países já possuem presença significante nos campos de desenvolvimento
de medicamentos genéricos e produção de vacinas por meio de modificação de tecnologias já
existentes. Brasil e China já têm capacidade de produção para suprir o mercado interno de vacinas.
A tendência em desenvolvimento de pesquisas nesses países atualmente é investir os lucros obtidos
com a venda das vacinas produzidas a partir de tecnologias modificadas em pesquisas em biotecnologia
e pesquisa e desenvolvimento de vacinas. Ambas as áreas de investimento já apresentam uma relativa
organização e há algumas empresas nacionais sendo montadas. Os abundantes recursos materiais,
juntamente com os baixos custos de produção e o conhecimento científico disponíveis encontrados
principalmente na Índia e na China proporcionam um ambiente favorável à entrada de multinacionais
que estão interessadas nesses grandes mercados a serem explorados e também em fazer parcerias com
institutos de pesquisa. A produção de vacinas nesses países apresentará custos muitos mais baixos que
os custos de produção de vacinas na Europa. Assim, a previsão é que Brasil, Índia e China dominem a
produção de vacinas pediátricas e para doenças tropicais dentro de um período de dez anos.
A produção de vacinas pelo BRIC permitirá um acesso mais rápido da população às vacinas, além de
menores custos com transporte. Isso estimulará o mercado de vacinas como um todo. Pelos próximos
dez anos, os países em desenvolvimento serão os grandes responsáveis pelo crescimento desse setor.
CTVacinas
44
O mercado brasileiro de vacinas
O rápido crescimento do mercado farmacêutico brasileiro atraiu os grandes players do mercado, que
aqui se instalaram, como Novartis, Pfizer, Bayer Schering e AstraZeneca. Porém, o portfólio das
multinacionais que chegaram ao país é constituído basicamente de drogas de uso livre – sem prescrição
médica – e genéricos.
O país tem buscado a auto-suficiência em vacinas com um setor forte e centralizado. Nesse sentido, o
CTVacinas seria uma ferramenta para a consolidação do setor, atuando em cinco frentes que vão do
desenvolvimento de vacinas à capacitação de pessoal.
Atualmente, o programa de vacinação do país inclui quinze vacinas priorizadas e recomendadas pelo
setor público. O segmento privado de vacinas do Brasil continua pequeno, sendo Bio-Manguinhos e o
Instituto Butantan os maiores players do mercado nacional. As medidas tomadas pelo governo
proporcionaram que, em 2007, 83% das vacinas fossem produzidas pelo mercado interno. Desde 2002,
o país exporta vacina para febre amarela e, desde 2007, para meningite (A e C).
Sanofi Pasteur lidera o mercado das multinacionais no país, tendo vinte produtos de seu portfólio
dedicados ao mercado brasileiro. Em 1974 a empresa estabeleceu o primeiro contato com o mercado
nacional ao fornecer vacinas de meningite. Em 2008 forneceu vacinas para febre amarela e em 2009
para H1N1. Atualmente, a empresa é parceira do Instituto Butantan na vacinação de idosos.
A Bio-Manguinhos já realizou acordos de transferência de tecnologia com a GlaxoSmithKline da qual
importou a vacina Hib e também assumiu a produção da mesma para o mercado nacional. Um acordo
similar foi realizado com a Sanofi Pasteur em torno da vacina para Influenza.
Para as multinacionais que entram no mercado brasileiro é necessário estabelecer acordos de
transferência de tecnologia com empresas nacionais. Apesar de facilitar, de certo modo, a inserção no
mercado, restringe às indústrias nacionais as oportunidades comerciais apresentadas pelo mercado,
impedindo ações de médio e longo prazo por parte das empresas estrangeiras. Dessa forma, o
CTVacinas pode ser uma das instituições com as quais as multinacionais estabelecerão acordos de
transferência de tecnologia. Tais parcerias possibilitarão que produtos gerados pelas pesquisas da
equipe do CT sejam produzidos e inseridos no mercado pelas multinacionais, proporcionando uma nova
solução para controle de certas doenças e consolidando a atuação do Centro no mercado de
desenvolvimento de pesquisas em vacinas à medida que gera lucros às multinacionais.
A previsão de crescimento para o mercado brasileiro estima que este atinja uma receita de 0.4 bilhão de
dólares em 2015 e 1.1 bilhão de dólares em 2021. O crescimento até 2015 pode ser visualizado na figura
a seguir:
CTVacinas
45
Figura 19: Brasil: Mercado de vacinas ($bn), 2010-2015.
Fonte: World Vaccines Market 2011-2021, Visiongain
Tipos de vacinas que serão desenvolvidos pelo CT
A análise do mercado pode ser realizada também segundo as seguintes categorias que são referentes à
formulação das vacinas: atenuada, inativada, conjugada, DNA recombinante, subunidade, toxoide e
combinada.
Segundo essa classificação, o CTVacinas atuará em cinco dos sete segmentos listados acima: atenuada,
inativada, DNA recombinante, subunidade e combinada. As perspectivas de crescimento de cada um
desses mercados será apresentada a seguir.
Vacinas Atenuadas
Este é o terceiro maior segmento do mercado de vacinas, isso pois doenças como sarampo, caxumba,
rubeola, varicela e febre tifóide são previnidas por meio de vacinas atenuadas.
Muitas das possibilidades de atuação desse tipo de vacina foram classificadas como de alta prioridade
pela Organização Mundial de Saúde em relatório divulgado para 2009 e 2010. Apesar disso, o mercado
não apresenta crescimento no período para o qual foi realizada a previsão de mercado, como pode ser
visto na figura a seguir:
CTVacinas
46
Figura 20: Mercado global de vacinas atenuadas, por região, 2008-2015.
Fonte: PHM014D – Vaccines Technologies and Global Markets
A diminuição do mercado, principalmente a partir de 2010, é devido ao crescimento do market share de
outros tipos de vacinas para doenças similares às que podem ser prevenidas por vacinas atenuadas. Isso,
tendo em vista que esse tipo de vacina não pode ser aplicado em todos os pacientes, em especial os que
já apresentam sistema imune comprometido. Um exemplo disso é o aumento das vendas de vacinas
inativadas para influenza, que tem provocado uma redução nas vendas de vacinas atenuadas para a
mesma moléstia.
Contudo, essa categoria apresenta vacinas pediátricas e adultas essenciais, mantendo-se como um
mercado forte. Principalmente devido ao aumento do interesse e consciência da importância dessas
vacinas por parte dos governos da economias emergentes, o que pode até provocar um aumento do
mercado nos anos que seguem o período previsto acima.
Vacinas Inativadas
As vacinas inativadas lideram o mercado de vacinas humanas, grande parte do mercado deste segmento
é referente à influenza viral. Além disso, este tipo de vacina pode ser usado para prevenção de cólera,
hepatite A e raiva.
O fato de ser a principal vacina para controle de influenza, sazonal e pandêmica, proporcionará uma
grande expansão do mercado de vacinas inativadas, tendo em vista que mudança da cepa do vírus de
influenza a cada estação, bem como da localização dos surtos, demandam o desenvolvimento de
alterações da vacina, fazendo com que uma nova vacina seja lançada a cada estação. Dessa forma, é
provável que este segmento continue sendo o maior e mais promissor do mercado global de vacinas. O
crescimento das vendas de vacinas inativadas pode ser visualizado na figura a seguir:
CTVacinas
47
Figura 21: Mercado global de vacinas inativadas, por região, 2008-2015.
Fonte: PHM014D – Vaccines Technologies and Global Markets
Muitas das aplicações das vacinas inativadas foram listadas como de alta prioridade pela Organização
Mundial de Saúde para 2009 e 2010, impulsionando o mercado.
Vacinas de DNA recombinante
Esse segmento ocupa a quinta posição no market share global de vacinas. HPV (papiloma vírus humano)
e hepatite B são exemplos de vacinas de DNA recombinante.
Muitas das aplicações das vacinas inativadas foram listadas como de alta prioridade pela Organização
Mundial de Saúde para 2009 e 2010, impulsionando o mercado. Entretanto, o mercado não apresentará
crescimento até 2015, como pode ser observado na figura a seguir.
Figura 22: Mercado global de vacinas DNA recombinante, por região, 2008-2015.
Fonte: PHM014D – Vaccines Technologies and Global Markets
CTVacinas
48
Tal decrescimento, provocado pela queda das vendas de vacina para HPV, que foi amplamente
comercializada nos anos que antecedem o período demonstrado, não será contínuo. A expectativa é de
que, após esse período, o mercado apresente crescimento constante à medida que os laboratórios e
empresas disponibilizem novas vacinas deste segmento para o público.
A tecnologia de DNA recombinante tem sido usada amplamente no desenvolvimento de vacinas contra
doenças genéticas, inclusive clonagem do gene para o antígeno protetor. Essa tecnologia também
evoluirá com a sua utilização na agricultura e pecuária para otimização do código genético de plantas e
animais. Esses serão mais resistentes às doenças, mas o seu DNA possibilitará o desenvolvimento e a
criação de vacinas para doenças altamente contagiosas.
Vacinas de Subunidade
O segmento do mercado das vacinas de subunidade ainda é pequeno, porém significativo e em
crescimento. Isso devido ao fato de ser uma das ferramentas para prevenção aos danos que podem ser
causados pelo bioterrorismo e pelas armas biológicas, especialmente o antrax. Além disso, vacinas de
subunidade podem ser utilizadas para prevenção de doenças como a febre tifóide
Apesar de ser uma das ferramentas contra o bioterrorismo, nos próximos anos o mercado de vacinas de
subunidade não apresentará crescimento. O crescimento deste mercado se deu de 2008 para 2009,
quando o governo americano e de alguns países europeus compraram os primeiros lotes de vacinas para
controle de pandemias e epidemias em caso de ataque por armas biológicas. Os contratos de compra
realizados por esses países tem duração de três a cinco anos, de maneira que o termino desses
contratos provoca a contração do mercado, que pode ser observada na figura a seguir.
Figura 23: Mercado global de vacinas de subunidade, por região, 2008-2015.
Fonte: PHM014D – Vaccines Technologies and Global Markets
CTVacinas
49
O crescimento do mercado de vacinas de subunidade depende do desenvolvimento de novas
tecnologias, tendo em vista que os produtos disponíveis para o público ainda são limitados.
Vacinas combinadas
Essas vacinas previnem uma combinação de doenças e representam o quarto maior segmento do
mercado de vacinas. Muitas das aplicações das vacinas combinadas foram listadas como de média e alta
prioridade pela Organização Mundial de Saúde para 2009 e 2010.
Essa categoria inclui vacinas essenciais pediátricas e adultas, por isso o mercado não deve sofrer grandes
alterações nos próximos anos. Apesar disso, assim como nos demais mercados, o crescimento vem com
o desenvolvimento de novas vacinas e com a otimização - no caso, redução do número de doses
necessárias - das já existentes.
A perspectiva de mercado para os próximos anos pode ser visualizada no gráfico a seguir.
Figura 24: Mercado global de vacinas de subunidade, por região, 2008-2015.
Fonte: PHM014D – Vaccines Technologies and Global Markets
Mercado Global de Vacinas para Animais
Segundo a BCC, o mercado de vacinas para animais representa um pequeno nicho dentro do setor de
saúde e ambos têm apresentado crescimento ano após ano.
Esse crescimento foi impulsionado, primeiramente, pelo aumento do número de doenças que afetam os
animais, principalmente os domésticos, que provoca uma necessidade crescente de prevenção dessas
doenças.
Além disso, o conhecimento, por parte da população, de que algumas das doenças que afetam os
animais podem afetar também aos humanos estimulou a vacinação animal não apenas para evitar que
os animais contraiam doenças e infecções, mas principalmente para que humanos não entrem em
contato com os vetores que as transmitem.
CTVacinas
50
Em se tratando de animais destinados ao corte, a vacinação é um importante fator para garantia da
qualidade do produto que será ofertado pelos criadores. Esse nível de qualidade é requerido não só
pelos compradores, mas também por agências nacionais e internacionais de regulamentação que
procuram mudar a visão dos criadores de maneira que esses priorizem qualidade ao invés de
quantidade. Há que se destacar que o controle das doenças que afligem os animais criados para corte é
de extrema importância para a estabilidade do preço do produto final. Todo surto de doenças
infecciosas que atingem esses animais causam um aumento imediato no preço final.
A necessidade de animais mais saudáveis, seja para prevenir que esses passem doenças para humanos
seja para garantir o nível que qualidade exigido por compradores e agências de regulamentação,
estimulou o desenvolvimento pesquisas em biotecnologia que geraram uma evolução tecnológica na
área. Tendo em vista que o processo de pesquisa e desenvolvimento de vacinas para animais é mais
rápido que o de vacinas para humanos, esse avanço permitiu que fossem desenvolvidas novas vacinas,
proporcionando um aumento de mercado.
Além disso, a população tem atentado mais para a necessidade de vacinação dos animais domésticos e
para a qualidade dos produtos que estão comprando, dentre eles, produtos animais. Apesar de o
mercado americano permanecer estável, o mercado europeu e dos países emergentes apresenta grande
potencial de crescimento.
O crescimento do mercado esperado para os próximos anos pode ser visualizado no gráfico a seguir:
Figura 25: Mercado global de vacinas para animais, 2008-2015.
Fonte: PHM014D – Vaccines Technologies and Global Markets
É importante ressaltar que os números apresentados são estimativas, pois muitos países não divulgam
os números relativos à vacinação animal e algumas empresas que atuam no setor de saúde animal não
reportam os dados referentes à vacinação separadamente dos dados referentes aos outros segmentos
do setor. Apesar disso, o aumento do conhecimento e atenção do público em relação à importância da
CTVacinas
51
vacinação animal e o aumento da fiscalização por parte das agências reguladoras são indicadores reais
de crescimento do mercado.
5.2. Cadeia de Valor A cadeia produtiva do CTVacinas está representada na Figura 26. Para ser mais representativo,
elaborou-se um esquema com nomes generalistas.
Figura 26: Cadeia de valor.
O processo se dá inicialmente com a demanda de empresas produtoras de vacinas ou da sociedade. A
partir desse ponto inicia-se o processo de pesquisa e desenvolvimento das vacinas, kit-diagnostico e
insumos, com o posterior processo de testes pré-clínicos e clínicos. Esse é o ponto da cadeia produtiva
em que se encontra o CTVacinas.
Esses processos dependem dos insumos e matérias-primas de fornecedores externos, e algumas vezes
utilizam-se dos conhecimentos gerados em instituições de fomento, por meio de pesquisa básica, a qual
pode ser realizada também pelo próprio Centro.
Para que os produtos possam atingir seu mercado consumidor, composto por empresas, redes
hospitalares, agencias de saúde (médicos, enfermeiros e outros) e distribuidores diretos, há a
dependência direta dos investidores, que muitas vezes são os próprios clientes, e principalmente dos
órgãos regulatórios. Esse último determinará o potencial e confiabilidade do produto permitindo ou não
sua comercialização, possuindo, portanto, um papel estratégico na cadeia produtiva.
Legenda:
Consumidores
Agentes Reguladores
Fornecedores de Desenvolvimento
Fornecedores de Pesquisa Básica, Desenvolvimento e Produção
Fornecedores de Pesquisa Básica
Desenvolvimento
Pesquisa Básica
Produção
CTVacinas
52
5.3. Caracterização dos Clientes Os principais clientes do CTVacinas são as grandes empresas multinacionais que atuam no mercado
biofarmacêutico pois transferência de tecnologia, compras e fusões de empresas são características que
definem o crescimento do mercado de vacinas.
Visando uma melhor compreensão da atuação das grandes e da influência que exercem as pequenas
empresas e centros de tecnologia na expansão do mercado de vacinas, serão apresentados a seguir as
cinco maiores empresas do mercado atual e o modelo de pesquisa e desenvolvimento adotado por elas.
As cinco maiores empresas do mercado
Em 2010, as cinco empresas que lideram o mercado de vacinas foram responsáveis por 75.8% da receita
total gerada pela venda de vacinas. Elas são: GlaxoSmithKline, Sanofi Pasteur, Merck & Co, Novartis e
Pfizer. A figura a seguir apresenta a atuação dessas empresas no mercado segundo o market share e as
vendas do ano de 2010:
Figura 27: Empresas líderes do mercado de vacinas: vendas ($bn), Market share (%), 2010.
Essas empresas possuem domínio dos aspectos regulatórios, capacidade de produção para suprir as
necessidades do mercado em longo prazo e também grande conhecimento do setor na qual estão
inseridas. Isso, conjugado às barreiras para a entrada de novas empresas no mercado, significa que essas
empresas devem continuar a dominar o mercado.
O fato de que a indústria de vacinas para imunização de massas recebe grandes incentivos do governo,
dentre eles subsídios, mostra que esse mercado não é lucrativo o suficiente para atrair pequenas
empresas. Além disso, as vacinas profiláticas devem continuar sendo desenvolvidas por grandes
companhias, isso devido ao fato de que apenas essas possuem capacidade produtiva grande o suficiente
para compensar o baixo lucro obtido por dose de vacina. Dessa forma, a tendência é que as grandes
CTVacinas
53
empresas dominem o mercado da mesma forma como dominaram em 2010, quando as cinco
companhias apresentadas anteriormente representaram, juntas, 75.8% de todo o setor.
Apesar disso, Johnson & Johnson e AstraZeneca apresentam suporte financeiro para entrar nesse
mercado e competir com as cinco grandes empresas, e é isso que estão buscando. Ainda assim, grande
parte ficaria dominada por grandes e poderosas companhias.
Em contra partida, o restante do mercado não se encontra dividido entre poucas empresas. Em 2010,
23.2% do mercado encontrava-se sob domínio de aproximadamente 400 pequenas empresas que
representam um importante papel na indústria: o desenvolvimento de novas tecnologias e plataformas
que serão usadas para promover o crescimento da indústria.
É importante que isso não esteja dominado pelas grandes companhias, pois o setor de vacinas é
caracterizado por aquisições e fusões. Dessa forma, é essencial que as tecnologias que moldarão o
crescimento da indústria não sejam desenvolvidos nas grandes companhias para que essas possam
estabelecer alianças com as pequenas oferecendo suporte em marketing, vendas e aspectos
regulatórios em troca das licenças de vacinas que apresentam grande potencial de mercado.
As alianças entre pequenas e grandes empresas são determinantes para estimular o desenvolvimento
não só do mercado como também de novas plataformas e produtos, pesquisas que demandam grandes
investimentos. Nesse sentido, há que se destacar que o investimento em P&D na indústria de vacinas é
mais alto que na indústria farmacêutica convencional, representando, respectivamente, 22.5% e 17.6%
dos investimentos totais realizados anualmente.
Assim, o CTVacinas poderá atuar juntamente com essas empresas em programas de P&D, obtendo
recursos das mesmas para realizarem pesquisas e suporte em aspectos regulatórios e, em troca, terem
maximizadas as oportunidades de entrada dos produtos desenvolvidos pelo CTVacinas no mercado.
5.4. Regulamentação O mercado de medicamentos é amplamente influenciado por normas reguladoras e por políticas
públicas. Se, por um lado, as normas que garantem a qualidade dos medicamentos representam
entraves jurídico-legais para sua fabricação, políticas públicas de vacinação e distribuição de
medicamentos criam amplos mercados para as empresas.
Este tópico, portanto, é divido da seguinte forma. Inicialmente, há um levantamento de normas
reguladoras para medicamentos veterinários e humanos e, sem seguida, um apanhado de políticas
públicas que influenciam o mercado de vacinas e kits-diagnósticos.
Normas Reguladoras
A fabricação de medicamentos veterinários é inspecionada pela Secretaria de Defesa Agropecuária
(DAS), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
“A Coordenação de Fiscalização de Produtos Veterinários (CPV) fiscaliza a fabricação, o comércio e o uso
de produtos veterinários, estabelecendo normas, regras e instruções que orientem produtores,
veterinários e consumidores. Por meio desses instrumentos, é possível incentivar o uso correto e
CTVacinas
54
consciente de produtos de uso veterinário legalizados e também denúncias de comercialização de
produtos irregulares.” (MAPA, 2012)
O mais importante Decreto da área é o de número 5.053, chamado de “Decretão”, que aprova o Anexo
Regulamento de fiscalização de produtos de uso veterinário e dos estabelecimentos que os fabriquem
ou comerciem.
O site do MAPA traz as seguintes legislações vigentes para produtos veterinários, selecionados aqui para
o caso do CTVacinas6.
Decreto-lei N° 467, de 13.02.69 Dispõe sobre a Fiscalização de Produtos de Uso Veterinário e
dos Estabelecimentos que os Fabricam.
Decreto N° 5.053, de 22.04.04 Aprova o Regulamento de Fiscalização de Produtos de Uso
Veterinário e dos Estabelecimentos que os Fabriquem ou Comerciem.
Instrução Normativa DAS Nº 4, de 19.02.08 Aprova as Normas Técnicas para a Fiscalização da
Produção. Controle, Comercialização, Modo de Utilização de Produtos Uso Veterinário
destinados a diagnosticar Doenças dos Animais.
Instrução Normativa MAPA N° 7, de 10.03.06 Aprova o regulamento técnico para a produção, o
controle e o uso de vacinas e diluentes para uso na avicultura.
Instrução Normativa MAPA nº 11, de 8.06.05 Aprova o Regulamento Técnico para Registro e
Fiscalização de Estabelecimentos que Manipulam Produtos de Uso Veterinário e o Regulamento
de Boas Práticas de Manipulação de Produtos Veterinários (Farmácia de Manipulação).
Instrução Normativa MAPA N° 13, de 03.10.03 Aprova o Regulamento de Boas Práticas de
Fabricação de Produtos de Uso Veterinário e o Glossário.
Instrução Normativa DAS N° 15, de 19.02.04 Aprova as Normas para produção e controle de
qualidade da vacina contra a brucelose e antígenos para diagnóstico da brucelose.
Instrução Normativa DAS N° 23, de 18.03.02 Aprova o Regulamento Técnico para Produção,
Controle e Emprego de Vacinas Contra o Botulismo.
Instrução Normativa DAS N° 25, de 20.08.08 Aprova o Regulamento Técnico Para Fabricação de
Partida-Piloto de Produto Biológico de Uso Veterinário.
Instrução Normativa DAS nº 26, de 16.09.05 Aprova o Regulamento Técnico para Elaboração de
Partida-Piloto de Produto de Uso Veterinário de Natureza Farmacêutica.
Instrução Normativa DAS N° 31, de 20.05.03 Aprova o Regulamento Técnico para Produção,
Controle e Emprego de Vacinas Autógenas.
Instrução Normativa DAS nº 37, de 8.07.99 Produtos dispensados de registro.
Instrução Normativa DAS/MAPA nº 40, de 30.12.08 Dispõe sobre a importação de animais,
vegetais, seus produtos, derivados e partes, subprodutos, resíduos de valor econômico e dos
insumos agropecuários constantes do Anexo desta Instrução Normativa, que atenderá aos
critérios regulamentares e aos procedimentos de fiscalização, inspeção, controle de qualidade e
6 BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Legislação. Disponível em:
<http://www.agricultura.gov.br/animal/produtos-veterinarios/legislacao> Acessado em 24/02/2012.
CTVacinas
55
sistemas de análise de risco, fixados pelos setores competentes do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento – MAPA e observarão as normas para registro no SISCOMEX.
Instrução Normativa MAPA N° 50 de 23.09.08 Aprova o Regulamento Técnico para a Produção,
Controle de Qualidade, Comercialização e Emprego de Vacinas Contra a Febre Aftosa.
Instrução Normativa DAS N° 229, de 07.09.98 Autoriza o uso de Selo de Garantia nos frascos
ampolas da vacina contra febre aftosa e determina outras providências.
Instrução Normativa Interministerial Nº 31, de 09.07.07 Aprova o Regulamento Técnico para
pesquisa, desenvolvimento, produção, avaliação, registro e renovação de licenças,
comercialização e uso de vacina contra a Leishmaniose Visceral Canina.
Portaria DAS N° 49, de 12.05.97 Aprova o Regulamento Técnico para Produção, Controle e
Emprego de Vacinas contra o Carbúnculo Sintomático, Gangrena Gasosa, Enterotoxemia e
Tétano.
Portaria DAS N° 74, de 11.06.96 Aprova os Roteiros para Elaboração de Relatórios Técnicos
Visando o Registro de Produtos: Biológicos, Farmacêuticos, Farmoquímicos e de Higiene e/ou
Embelezamento de Uso Veterinário.
Portaria DNPA N° 88, de 03.12.75 Aprova as Instruções a serem observadas na produção e
comercialização de vacinas contra o carbúnculo hemático.
Ato Nº 4, de 24.04.07 Procedimento para Preenchimento e Encaminhamento do Formulário de
Solicitação, Alteração ou Cancelamento de Registro de Produtos de Uso Veterinário.
Ato Nº 7, de 04.09.06 Roteiro para Inspeção de Boas Práticas de Fabricação de Produtos
Veterinários de Natureza Biológica.
Ato Nº 10, de 16.09.05 Roteiro para Inspeção de Boas Práticas de Fabricação de Produtos
Veterinários de Natureza Farmacêutica.
Instrução Normativa Nº 15, de 09.05.05 Aprovar o REGULAMENTO TÉCNICO PARA TESTES DE
ESTABILIDADE DE PRODUTO FARMACÊUTICO DE USO VETERINÁRIO, constante do Anexo, que
poderá ser utilizado como referência pelas empresas, para fins de registro desses produtos no
Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários.
O site da Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar traz as seguintes legislações a
respeito do setor.
Instrução Normativa nº 1. Dispõe sobre a implantação do Sistema Nacional de Controle de
Medicamentos, com vistas ao regramento da produção e o controle da distribuição das
etiquetas de segurança para o Sistema de Rastreamento de Medicamentos.
RDC nº 219 ANVISA. Pesquisa clínica com medicamentos e produtos para a saúde.
RDC nº 210 – ANVISA. Boas Práticas para fabricação de medicamentos.
Lei 6.360 Dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas,
os Insumos Farmacêuticos e Correlatos, Cosméticos, Saneantes e Outros Produtos.
Lei 5.991 Sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos
Farmacêuticos e Correlatos.
Portaria nº 344 – ANVISA. Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a
controle especial.
CTVacinas
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Políticas Públicas
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento emite a Certificação de Propriedades
Monitoradas para Brucelose e Tuberculose, como parte do Programa Nacional de Controle e Erradicação
da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT).
As seguintes legislações também influenciam o mercado de medicamentos veterinários.
Instrução Normativa DAS nº 36, de 7.06.02 Torna obrigatória a venda sob prescrição de Médico
Veterinário para lista de produtos farmacêuticos de uso veterinário (substâncias controladas).
Portaria Interministerial Nº 1.426, de 11.07.08 Proíbe, em todo o território nacional, o tratamento da
leishmaniose visceral em cães infectados ou doentes, com produtos de uso humano ou produtos não-
registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria de Vigilância
em Saúde, que tem o objetivo de erradicar, eliminar e controlar as doenças imunopreveníveis no
território brasileiro.
O Ministério da Saúde publicou em 2011 a relação de pesquisas estratégicas para o SUS durante o Plano
Plurianual de 2012 a 20157. Este documento divide-se em 16 objetivos que agrupam as necessidades de
pesquisa.
Tabela 8: Pesquisas estratégicas para o SUS durante o Plano Plurianual de 2012 a 2015.
Número de citações Pesquisa estratégica
7
Avaliação do impacto das novas vacinas introduzidas no calendário básico de vacinação: pneumocócica 10 valente e meningocócica C conjugada.
2
Avaliação do perfil de morbimortalidade da dengue e elaboração de modelos matemáticos que apoiem o Ministério da Saúde com informações sobre custo-efetividade e a definição de áreas e grupos prioritários para serem vacinados contra a doença.
1
Estudo sobre a duração da resposta imunológica após esquema completo da vacina DTP, especificamente para o componente pertussis.
1 Bioprospecção de micro-organismos para o desenvolvimento e produção de bioprodutos para diagnóstico, vacinas e medicamentos.
1 Identificação de antígenos vacinais e alvos moleculares para novos medicamentos e farmacovigilância.
7 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência
e Tecnologia. Pesquisas estratégicas para o sistema de saúde - PESS / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Ciência e Tecnologia. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011. 100 p. : il. - (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/livro_pesquisas_estrategicas_para_o_sus.pdf>
CTVacinas
57
A Agenda Estratégica para a Saúde no Brasil8, publicada pelo SUS em 2010 aponta em sua diretriz do
complexo econômico e industrial da saúde a ampliação do investimento nos laboratórios públicos para
produção de medicamentos, vacinas e reagentes laboratoriais.
6. Plano Organizacional
6.1. Estrutura jurídica O Centro Tecnológico de Vacinas ainda não tem definida a sua estrutura jurídica e assim este tópico tem
o intuito de fomentar uma reflexão mais direcionada e aprofundada acerca da melhor opção. Com vista
que o projeto é de caráter privado, restringiu-se às possibilidades na esfera do direito privado.
Levando em consideração o escopo do Centro Tecnológico, seus objetivos e as discussões realizadas
durante a fase de desenvolvimento deste Plano de Negócio, resolveu-se apresentar as duas principais
possibilidades, que até então, são as que melhor atenderiam as necessidades do CTVacinas. A primeira
seriam as Sociedades Empresárias e a segunda as Associações.
6.1.1. Sociedades Como prevê o art. 981 do Código Civil, “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente
se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha,
entre si, dos resultados”. Isso significa dizer que, do ponto de vista legal, nas Sociedades vê-se a
existência de atividade econômica e distribuição de lucros. Vale dizer que este conceito é válido tanto
para as sociedades simples como para a empresária.
Ainda, segundo o art. 966 do Código Civil Brasileiro, “considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços”. Portanto, caso a organização se enquadre nessa definição, esta será considerada empresária,
se não, ela será caracterizada como uma sociedade simples.
O parágrafo único deste mesmo artigo, ressalva que não será considerado empresário aqueles que
exercem profissão intelectual, inclusive de natureza científica, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.
Assim, a maneira mais simples de definir se a sociedade apresenta ou não elemento de empresa é
pensando da seguinte forma: quando a figura individual dos sócios é mais significativa que a sociedade
em si, se trata de uma sociedade simples; caso contrário, estar-se-ia diante de uma sociedade
empresária.
No entanto, é importante ressaltar que a diferença entre as duas são mínimas: enquanto a sociedade
simples é registrada na Junta Comercial e faz jus à falência, a empresária é registrada no Cartório Civil de
Pessoas Jurídicas e se submetem a insolvência civil.
8 BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde. Agenda estratégica para a saúde no Brasil: 5 diretrizes de
uma política de saúde 5 estrelas para pobres ou ricos. 2010. Disponível em: <http://www.saudeigualparatodos.org.br/pdf/Agenda_Saude_para_Todos.pdf>
CTVacinas
58
O direito societário prevê que os contratos (ou estatutos, no caso das sociedades anônimas) sociais é
que definirão as obrigações dos envolvidos. A lei determina apenas um mínimo legal, sendo que no
direito privado, o que não é proibido, é permitido.
6.1.2. Associações As associações, assim como as sociedades também estão na esfera do direito privado e são reguladas
pelo Código Civil. De acordo com o art. 53, “constituem-se as associações pela união de pessoas que se
organizem para fins não econômicos”. Assim, mostra-se nítida a distinção entre as finalidades das
associações (fins não econômicos) relativamente às sociedades (fins econômicos).
As associações são formadas por associados, que devem ter os mesmos direitos, salve as categorias com
vantagens especiais, devidamente expressas no estatuto. Essas entidades podem ser administradas por
diretorias e conselhos (de administração, técnico, e/ou fiscal). Em alguns casos, é necessária a
convocação de uma assembleia geral dos associados, para tratarem de determinados assuntos.
Ainda, associações podem possuir uma grande variedade de fontes de receita: recebimentos de
royalties, recebimento de recursos do Poder Público, convênios com entidades públicas e privadas,
prestação de serviço, financiamento de projetos, resultados em participação de empresas de base
tecnológica, dentre várias outras. Assim, fica clara a grande quantidade de maneiras de se captar
recursos pelas associações.
Mesmo sem a finalidade econômica, as associações podem sim ter lucro, o que é importante até mesmo
para o desenvolvimento de suas atividades e sua manutenção. A grande diferença é que neste tipo de
organização, não é permitida a partilha do lucro entre os associados. Este fato dá credibilidade à
entidade e facilita a atração de investimentos tanto do setor público como do privado. A grande maioria
dos Centros Tecnológicos atualmente existentes no Brasil se configura na forma de associação.
Assim, pode-se dizer que as dúvidas acerca da estruturação jurídica do CTVacinas estão principalmente
voltadas para a definição de se o Centro irá concentrar esforços e objetivar o lucro de forma assídua, ou
não. Normalmente, os Centros de Tecnologia não têm como finalidade principal e imediata o lucro, mas
isso é algo a ser considerado pelos idealizadores do CTVacinas, uma vez que o Centro se mostrou
rentável.
Entretanto, esse não é o único fator a ser considerado. Os idealizadores devem se preocupar também
com a necessidade de captação de recursos, principalmente provenientes dos entes públicos, além das
legislações e restrições envolvidas na participação de professores que estão comprometidos com um
regime de dedicação exclusiva a outras instituições, como a UFMG. Há ainda, toda uma questão
tributária a ser avaliada. Uma vez que os Centros de Tecnologia são voltados à pesquisa e
desenvolvimento e contribuem para os deveres do Estado de fornecer educação e inovação para o
desenvolvimento econômico e social, estes podem ser considerados entidade de interesse público e,
portanto, imunes a tributação. Entretanto, um dos requisitos que condiciona o gozo desta imunidade
prevê o benefício apenas às entidades sem fins lucrativos, no caso, as associações.
CTVacinas
59
Enfim, cabe aos idealizadores do CTVacinas refletirem acerca dos reais objetivos do Centro, levando em
conta também outros fatores de conveniência e estratégia, e então optar pela melhor estruturação
jurídica.
6.2. Estrutura organizacional A estrutura organizacional do CTVacinas está em fase de elaboração do CTVacinas. Portanto, no
presente documento apresenta-se apenas a estrutura organizacional do CTV-Fase I por meio da Figura
28.
Figura 28 : Estrutura organizacional do CTV Fase I.
6.3. Estrutura física Os pesquisadores que estão vinculados ao CTVacinas já vêm atuando no desenvolvimento de vacinas,
kits-diagnóstico e imunobiológicos para oito doenças humanas e veterinárias, a saber: câncer, malária,
leishmaniose, doença de Chagas, toxoplasmose, brucelose, influenza e leptospirose. Contudo, a
estrutura do Centro tal como projetado para possibilitar o avanço nas pesquisas está em fase de
formatação, na qual está sendo elaborado um Plano de Negócios que possibilitará a captação de
recursos e efetiva implantação da iniciativa.
Para concretização do CTVacinas serão necessários recursos financeiros, que ainda serão estimados,
para custear dentre outros, as obras de edificação do Centro, a compra de equipamentos e contratação
de pessoal. Entretanto, é de fundamental importância para o sucesso do empreendimento que um
passo inicial seja dado, visando à inserção das tecnologias e produtos em desenvolvimento no mercado,
principalmente em relação à produção de kits diagnóstico veterinário e proteínas recombinantes,
gerando feedback externo, desenvolvimento tecnológico aplicado e projeção ao CTVacinas. Nessa fase,
os recursos requeridos são da ordem de R$ 6,1 M os quais serão destinados à construção de um
Laboratório de Desenvolvimento e Validação de Protótipos, com produção de pequeno porte de kit-
Laboratório de Proteínas Recombinantes
Laboratório de Kit-diagnóstico
Conselho Administrativo
Pesquisador Sênior
Pesquisador Sênior
Pesquisador Sênior
Pesquisador Sênior
Pesquisador Sênior
Gerente Geral de Laboratório
Técnico de Manutenção Geral
Técnico de Manutenção Técnico de Manutenção
Pesquisador Junior – Nível Doutor
Pesquisador Junior– Nível Doutor
Secretária
CTVacinas
60
diagnóstico veterinário e proteínas recombinantes, que serão mais bem detalhados ao longo deste
roteiro.
Portanto, para possibilitar esse avanço e dar início ao marco histórico de criação do CTVacinas, deseja-se
que o empreendimento seja instalado no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC ) seguindo uma
planta da área de produção de proteínas recombinantes e kits-diagnóstico de 110m2, que irá unir as
frentes de Desenvolvimento de Imunobiológicos e Desenvolvimento de Kit-diagnóstico em uma mesma
planta, visto que alguns dos laboratórios são comuns a ambas; isto é, sala de paramentação,
almoxarifado de uso imediato, esterilização, pesagem, preparo de meios e soluções, controle de
qualidade, manipulação, envase, rotulagem e acondicionamento; além de possibilitar o uso destas salas
durante campanhas de produção distintas.
Esta planta parte de um esquema geral de plantas de produção de biológicos, onde o sentido de
circulação segue da área menos limpa para a mais limpa, incluindo um pequeno almoxarifado para
materiais de utilização imediata e/ou campanhas planejadas, uma sala de esterilização para o
fermentador e outros materiais, e um espaço para uma sala de "Controle de Qualidade" e "Rotulagem e
Acondicionamento" que atenderiam às duas frentes.
Além da área dos laboratórios, o CTV-Fase I irá precisar de uma área administrativa e para reuniões de
30 m2; um local para gabinetes dos pesquisadores de 15 m2, uma sala para lavagem e esterilização de
25 m2 e almoxarifado de 15 m2. Quanto à sala de lavagem e esterilização faz-se necessário que seja
externa à planta para comportar o preparo de material necessário para cada campanha de produção e
resíduo produzido, contendo duas autoclaves, sendo uma de grande porte; máquina de lavar vidraria;
estufas para secagem de vidrarias; pias e bancadas. O almoxarifado externo também é necessário para
comportar todos os materiais e reagentes necessários para ambas as frentes de pesquisa.
Assim, tem-se a necessidade de estruturação do CTV Fase I em 195 m2 para a concepção dos
laboratórios e anexos essenciais para o seu funcionamento com qualidade, segurança e produtividade.
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A planta do CTV Fase I é apresentada na Figura 29.
Figura 29: Planta do CTV - Fase I.
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62
7. Plano Financeiro
7.1. Investimentos, Estrutura de custos e despesas
O orçamento do CTVacinas foi elaborado com base no enfoque inicial, dado pela equipe, referente ao
laboratório de desenvolvimento e validação de protótipos, com destaque para a produção de proteínas
recombinantes e kit-diagnóstico para Leishmaniose Visceral, como apresentado ao longo do Plano de
Negócios.
Para elaboração do orçamento, foi considerado um horizonte de três anos, sendo o primeiro destinado
principalmente às obras de infraestrutura e compra de equipamentos e material de consumo
importados.
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Tabela 9: Orçamento Geral do CTVacinas.
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Tabela 10: Obras e Instalações.
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65
Tabela 11: Equipamentos e Material Permanente.
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Tabela 12: Continuação de Equipamentos e Material Permanente.
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Tabela 13: Continuação de Equipamentos e Material Permanente.
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Tabela 14: Material de Consumo.
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Tabela 15: Continuação de Material de Consumo.
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70
Tabela 16: Passagens.
Tabela 17: Diárias.
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71
Tabela 18: Serviços de Terceiros.
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Tabela 19: Pessoal Vinculado.
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73
Tabela 20: Pessoal não Vinculado.
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74
Tabela 21: Outros Custos.