PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAQUARASECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO FÍSICA
ELABORAÇÃOAlexandre França Salomão
Sandra Mara Kuchnir da Silva
COLABORAÇÃODaniele Fabiana R. Dalbianco
Micheli Borges de Souza
Patrícia Almeida dos Santos
Ronaldo Antonio do Nascimento Farias
Rosangela Rodrigues Leite
Simone do Rocio Baptista Salgueiro
Sueli do Rocio M. Krsizanowski
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DE EDUCAÇÃO FÍSICASandra Mara Kuchnir da Silva (2007)
Jimmy Schlettz Fernandes (1º semestre/ 2008)
Luciney Pereira de Souza Duarte (a partir do 2º semestre/ 2008)
CONSULTORIAAlexandre Salomão
PIRAQUARA
2.3 EDUCAÇÃO FÍSICA2.3.1 FUNDAMENTOS TEÓRICO – METODOLÓGICOS
Em busca da justificativa para o ensino da Educação Física no Ensino
Fundamental são vários os questionamentos que surgem como, por exemplo: Qual
a importância do ensino da Educação Física? Quais são os caminhos para tal
ensino? O que de fato deve ser ensinado aos alunos do Ensino Fundamental?
Estes são alguns de muitos questionamentos que encontramos quando
conversamos com professores da rede pública e que a própria área vem
pesquisando e se preocupando. Procuraremos no decorrer da escrita da proposta
esclarecer algumas destas dúvidas, primeiramente gostaríamos de tentar firmar a
importância de tal área do conhecimento no currículo escolar.
A Educação Física na escola é um espaço de aprendizagem e, portanto, de
ensino. E o que ela ensina? Historicamente a Educação Física tem se apropriado
dos temas: JOGO, GINÁSTICA, LUTAS, DANÇA, ESPORTES, então poderíamos
afirmar que estes são conteúdos clássicos, pois, permaneceram através do tempo
transformando inúmeros de seus aspectos para se firmar como elementos da
cultura, como linguagem singular do homem no tempo. As atividades físicas
tematizadas pela Educação Física se firmaram como linguagens e comunicaram
sempre significados e sentidos, onde significados são as possibilidades de
entendimento do movimento ou do fenômeno e sentido seria o momento judicativo
de opção de determinado significado e suas articulações, logo o conhecimento toma
também caráter de movimento, podendo ser re-articulado, a partir de outros
contextos. Este pensamento justifica a passagem do homem pelo mundo, o que
caracteriza a constituição de acervos, patrimônios estes que devem ser tratados
pela escola. E como afirma VAGO (1995), a contribuição da Educação Física, neste
caso, será a de colocar os alunos diante desse patrimônio da humanidade.
A Educação Física é um componente importante na construção da cidadania,
na medida em que seu objeto de estudo é a produção cultural da sociedade
expressa no movimento corporal humano, da qual os cidadãos têm o direito de se
apropriar. Neste sentido, entende-se a Educação Física como uma área de
conhecimento que trata em especifico da cultura corporal de movimento e o aluno
precisa ser apresentado a tal conhecimento, integrando-se da cultura produzida
historicamente pela humanidade, formando o cidadão que vai estudá-la, entendê-la,
produzi-la, reproduzi-la, recria-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir
da cultura corporal de movimento (jogos, esportes, danças, lutas, ginásticas, entre
outras) em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de
vida.
Os conhecimentos construídos devem possibilitar a análise crítica dos
valores sociais, como os padrões de beleza e saúde, desempenho, competição
exacerbada, que se tornaram dominantes na sociedade, e o seu papel como
instrumento de exclusão e discriminação social.
Para isto é necessário definirmos com qual concepção de Educação Física
queremos trabalhar no interior da escola, sendo assim acreditamos ser relevante
apontarmos características que estiveram presentes ao longo da história.
A Educação Física absorveu modelos pedagógicos historicamente
construídos a favor de determinados interesses políticos, econômicos e sociais. O
Corpo quando visto como objeto onde este devia servir a uma conduta disciplinadora
e submissa “... nesse sentido, o corpo sofre a ação, sofre várias intervenções com a
finalidade de adaptá-lo às exigências das formas sociais de organização da
produção e da reprodução da vida. Alvo das necessidades produtivas (corpo
produtivo), das necessidades sanitárias (corpo “saudável”), das necessidades
morais (corpo deserotizado), das necessidades de adaptação e controle social
(corpo dócil).” (BRACHT,1999 p. 71-72). Desta forma a Educação Física não
formava um aluno participativo e critico, impedindo uma educação para a autonomia
e tomada de decisões. “No que diz respeito à Educação Física pode se afirmar que a prática dos professores esteve freqüentemente ligada à educação tradicional por meio de reprodução de modelos de ensino fundamentados no desenvolvimento das aptidões físico-motoras e das habilidades desportivas, cuja estratégia principal de avaliação é comparar, classificar e selecionar o aluno com base no seu desempenho físico e biométrico” (Pallafox)
Através dos tempos a Educação Física apresentou tentativas de superar tal
visão e para isto surgiram várias correntes, destacamos dentre elas a
psicomotricidade, que coloca o movimento/práticas corporais como instrumento para
o desenvolvimento da cognição, ou seja, a Educação Física torna-se uma disciplina
sem conteúdos próprios. Ela trabalha como auxiliar das demais áreas do
conhecimento tendo como meta desenvolver exercícios físicos que estimulem o
aluno a desenvolver sua coordenação motora ampla, equilíbrio, coordenação viso-
motora, entre outras nomenclaturas. Acreditamos não ser este o papel da Educação
Física no interior da Escola, pois esta tem conteúdos próprios do grau de
importância e seriedade como qualquer outra área do conhecimento. A corrente da
psicomotricidade promoveu o esvaziamento pedagógico dos conteúdos da área de
conhecimento da Educação Física.
Para explicitar melhor esta corrente podemos dizer que: as intervenções feitas
por ela baseavam-se na insistência e repetição de movimentos para o
aperfeiçoamento do gesto psico-motor desconsiderando aspectos fundamentais
como o cultural e o social, isto é, os aspectos individuais e societários eram
colocados em segundo plano, desconsiderando o aparato que cada indivíduo
apresentava. Vale lembrar que ocorre nesta corrente uma tentativa de naturalização
do desenvolvimento humano, onde se parte do princípio que os movimentos
fundamentais do equilibrar, locomover e manipular surgem naturalmente nos seres
humanos, justificados por teorias antropológicas, sociológicas e biológicas. Assim,
estas correntes colocavam os comportamentos sociais como naturais e que
haveriam hierarquias culturais em graus distintos. Isso de fato concretizou-se de
forma diferente, tornou-se no interior das Instituições uma metodologia a ser
utilizada também nas aulas. Além disso, trouxe-nos outro problema, colocou a
Educação Física, portanto as práticas corporais, em segundo plano na escola,
esvaziando seus conhecimentos próprios. Sendo que nesta área do conhecimento
os alunos deveriam desenvolver princípios como a lateralidade, coordenação óculo-
manual, entre outras, para após garantir a aprendizagem cognitiva, permitindo assim
que os indivíduos se ajustassem e se adaptassem ao meio em que estavam
inseridos. Segundo SAYÃO (2002), na infância o brincar caracteriza a satisfação de
uma necessidade básica que é nada mais do que viver a brincadeira, muitas
vezes os educadores na ânsia de criar “funções pedagógicas” para satisfazer e
atender a defasagem escolar que a criança apresenta, acabam atribuindo à
brincadeira um caráter funcionalista, negando às crianças suas possibilidades de
criarem e recriarem suas expressões e maneiras de brincar, resolvendo de
diferentes formas os conflitos que venham a surgir
“Por exemplo, quando as crianças brincam de bolinha de
gude, elas não estão preocupadas com a coordenação
manual que desenvolvem no exercício de jogar a bolinha.
Elas vão experimentando formas diferentes de jogá-la até
acharem a mais adequada para a jogada que desejam fazer.
Esta experiência de jogar de diferentes formas produz um
repertório de movimentos que só pode ser conquistado pela
própria experiência de jogar. Não faz sentido para as
crianças somente jogar a bolinha para ‘adquirir’
coordenação manual, como desejam muitos/as
especialistas, fazendo-as repetir os movimentos até ‘acertar’
”(SAYÃO,2002 p.58).
Esse processo não se deu de forma homogênea, foi demarcado por avanços
e retrocessos que refletem conformismo e resistência. Nesse sentido a Educação
Física constrói novas proposições a partir das teorias críticas da educação,
voltadas para a formação de um aluno crítico e participativo.
Numa Educação Física na perspectiva crítica deve-se problematizar questões
como: a estética, a sensibilidade, a qualidade de vida, e outros existentes que
permeiam as práticas corporais, desta forma afirma-se que o papel da Educação
Física na escola está muito além do movimento pelo movimento, bem como a
educação corporal deve ser feita pelo conjunto de relações que se estabelecem na
comunidade escolar, não sendo algo exclusivo apenas da Educação Física. Isto
ocorre devido à busca por compreender as normas e valores que orientam gestos,
preferências e que determinam a relação dos seres humanos com o mundo em que
vivem. Sendo assim, propõe o trabalho com uma educação que parta da análise
crítica das realidades sociais. Para isto colocamos como a tendência a ser seguida a
Histórico-Crítica a qual tem como primor a formação de sujeitos conscientes de sua
ação transformadora na construção de uma sociedade mais justa.
“A tendência da pedagogia critico–social dos conteúdos
propõe uma síntese superadora das pedagogias tradicional
e renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto
inserida na prática social concreta. Entende a escola como
mediação entre o individual e o social, exercendo aí a
articulação entre a transmissão dos conteúdos e assimilação
ativa por parte de um aluno concreto (inserido num contexto
de relações sociais); dessa articulação resulta o saber
criticamente elaborado.” (LUCKESI 1991, p. 64)
A Educação Física nesta perspectiva deve trabalhar com o corpo em
movimento, a cultura corporal de movimento inscrita no corpo, objetivando sempre
de forma concreta a atender os anseios da sociedade.
“Entendemos que o movimento humano é a expressão
objetivada da consciência corporal, formada pelo conjunto das
relações que compõem uma determinada sociedade e dos
saberes sistematizados pela classe dominante sobre esta
consciência corporal”. (CURRICULO BÁSICO PARA ESCOLA
PUBLICA DO PARANA. 1990, p. 176).
Considerando que “o corpo é um dos mais fortes vetores de construção de
identidade no mundo contemporâneo, expressão de diferentes linguagens que
encontram lugar, entre outros, nas ciências, nas artes e nos esportes” (VAZ 2002,
p.23) temos clareza de que a Educação Física enquanto área de conhecimento a ser
sistematizada deve ter como objeto de estudo a reflexão sobre este corpo inserido
em uma sociedade a qual apresenta uma cultura corporal de movimento, ou seja, as
várias manifestações corporais humanas entendidas e reconhecidas como
construções históricas.
Dessa forma, os conteúdos trabalhados pela Educação Física são frutos de
um longo processo sócio-histórico. Neste caso, a cultura corporal de movimento
como patrimônio da humanidade enfatiza a idéia de que os conhecimentos
produzidos pelo ser humano ao longo de sua história vão sendo atualizados e re-
significados na dinâmica de sua realidade social. Por exemplo: a sua maior
expressão está calcada no modo de produção capitalista, que mais do que produzir
bens, também necessita produzir subjetividades, (exacerbação do consumo, a
exploração do homem pelo homem, a violência como método e tornar exaurido o
meio ambiente com danos naturais) logo precisando ser compreendido e explicitado
em suas contradições na busca de sua superação.
Assim, o papel da Educação Física, enquanto área de conhecimento, tem a
sua fundamental importância para trazer também dentro da sala de aula estas
discussões que estão acontecendo e se fazendo realidade dentro do seio da
sociedade.
Entendendo que as práticas corporais apresentam uma linguagem corporal,
que expressam os sentimentos e a forma de entendimento do ser humano sobre o
mundo é afirmativo que a instrumentalização através da reflexão e leitura da
realidade proporciona aos alunos/as esse entendimento, abrindo-lhes a
possibilidade desse “vir a ser” um agente de transformação. Sendo assim, o objeto
de estudo a ser sistematizado pela área de conhecimento da Educação Física trata-
se da CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO, entendida como expressão
corporal, portanto uma forma de linguagem, porém vale ressaltar que o ser humano
é capaz de interpretar a realidade através de várias formas de linguagem não sendo
possível negar nenhuma delas. Salientamos que o ensino da Educação Física não
pode privilegiar somente o movimento mesmo sendo este considerado o objeto de
estudo da Educação Física é necessário superar as proposições consideradas
reducionistas e mecânicas que vem norteando o trabalho pedagógico da Educação
Física (fundamentalmente, a aptidão física e a preparação esportiva), associamo-
nos à tendência conceitual que concebe a educação física na perspectiva da cultura
corporal de movimento, privilegiando, em termos específicos, a socialização do
homem no campo do lazer da cultura e da qualidade de vida. Cabe esclarecer que a
expressão cultura corporal de movimento não pressupõe uma visão fragmentada
do homem "porque é difícil imaginar uma atividade humana que não seja
culturalmente produzida pelo homem, assim como é difícil imaginar uma atividade
cultural manifesta que não seja corporal. O sentido do termo corporal, na
perspectiva apresentada, é de unidade/totalidade, na medida em que as produções
intelectuais ou cognoscitivas e sócio-afetivas são materializadas e difundidas
corporalmente" (Resende & Soares, 1995, p.11). Assim quando falamos em
expressão consideramos toda e qualquer forma de linguagem usada pelo ser
humano.
A cultura corporal de movimento deve ser interpretada como um diálogo entre
o ser humano e o mundo, uma vez que é através deste que ele percebe, sente,
interage com os outros, atuando como ser capaz de produzir e atuar na sociedade. A
relação Homem/Mundo é construída no conjunto de significados que darão sentido
às ações humanas, conjunto este que não se encontra nem no homem, nem no
mundo, mas na inter-relação entre os dois.
Neste sentido a Educação Física enquanto práxis social mantém estreita
relação no plano social, cultural, político e econômico, uma vez que deve partir do
mundo de movimento, vivido pelo aluno. Entendendo a cultura corporal como
instrumento para o entendimento da relação Homem/Mundo, cabe à Educação
Física Escolar desenvolver uma proposta de trabalho que faça a interpretação do
movimento humano. Com isto oportunizará ao aluno as bases para entender e, se
necessário re-significar esta cultura corporal de movimento, uma vez que é através
deste que o ser humano percebe e interage no mundo em que vive.
A perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem deve buscar o
desenvolvimento da autonomia, a cooperação, a participação social e a afirmação
de valores e princípios democráticos. Desta forma a Educação Física deixa de “...
ser considerada como mera “atividade”, relegada a algo sem importância no
conjunto das disciplinas curriculares, restando-lhe o papel de mera executora de
tarefas...”(SOUZA JÚNIOR, 1999) passando a assumir um papel de
instrumentalização do aluno para aquisição, apreensão e modificação dos conteúdos
já existentes.
No sentido de fazer entender as relações existentes entre o conhecimento
social global e a prática da cultura corporal de movimento, entende-se que é
necessário que tais conhecimentos sejam “pedagogizados” e que para isto
acredita-se que a escola é o lugar onde diversas culturas interagem, produzindo
conflitos/contradições/discriminações. Ela tem como papel organizar e sistematizar
uma cultura específica que envolve professores/as, alunos/as e a sociedade em
geral. Sendo assim cabe à escola a função político-social de possibilitar a
conservação e a renovação dos conhecimentos produzidos e acumulados, para
que as novas gerações assumam a responsabilidade de continuarem a construção
de uma sociedade, no sentido de promover o desenvolvimento científico,
tecnológico e cultural, estes pontos de referência garantiram sobremaneira o bem-
estar e a qualidade coletiva de vida, de modo igualitário.
A função clássica da instituição escolar é garantir o processo de
transmissão, sistematização e assimilação de conhecimentos/práticas produzidos
historicamente pela humanidade, de modo a permitir que os seres humanos
venham a interagir e intervir na sociedade. Os conhecimentos/habilidades sejam
técnicos, científicos, estéticos, artísticos ou culturais, constituem o que se entende
por patrimônio construído pela humanidade. Este patrimônio sócio-cultural possui
dimensões universais, quando tem significado, abrangência e representatividade
independentemente de lugar geográfico, político e social, e particulares, quando
representativos de determinadas sociedades ou comunidades. Os
conhecimentos/práticas que constituem o que estamos denominando de patrimônio
cultural devem ser socializados com as novas gerações, independentemente da
classe social, faixa etária, crença religiosa, convicção ideológica, raça e sexo.
“Como disciplina escolar a Educação Física é uma das ‘ entidades culturais’ da escola. Nessa condição, assume o caráter específico desse lugar, encarnando-o. Noutras palavras, ela é uma propriedade e um produto do ambiente escolar: a ele pertence, por ele se define, nele se constitui e se realiza - é então que se pode falar em uma cultura escolar de Educação Física” (VAGO, 1999, p.21)
Neste sentido a atividade escolar deve ser centrada na discussão da prática
social, em que professor e aluno analisam problemas e realidades do meio e da
sociedade em que vivem. A escola adota então a função de instrumentalização
cientifica para melhor compreensão da realidade social.
Os conflitos resultantes dessas relações devem propiciar ao aluno tirar suas
“próprias conclusões” e posicionamentos. Importante ressaltar que a mídia tem
influenciado tanto na forma como no conteúdo da Educação Física, tornando-se
necessário refletir sobre essa influência, pedagogizando isso como parte do próprio
conteúdo. Deste modo, cabe à escola promover uma seleção e organização de
conteúdos que tratam a realidade como um todo.
A totalidade, fruto das relações estabelecidas no meio social, devem ser
compreendidas a partir dos nexos que as significam, isto é, devemos olhar para a
cultura corporal de movimento como manifestações produzidas pelos homens e
mulheres ao longo da história. “Assim o conteúdo da Educação Física possui um
duplo caráter:” a) ser um saber que se traduz num saber fazer, num realizar
“corporal”; b) um saber sobre este realizar corporal” (BRACHT, 1997, p.18). Desta
forma, é possível entender através da práxis corporal que o movimento e o
conhecimento estão interligados, são interdependentes, fruto continuo das
manifestações corporais de uma sociedade.
Entendendo a Educação Física como um saber escolar, é de fundamental
importância que seja organizada uma proposta de conteúdos, que leve em conta a
origem do conteúdo e o conhecimento sobre o que “determinou a necessidade do
seu ensino” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.69).
É importante ter claro quais os objetivos a serem alcançados ao tratar dos
conteúdos, no sentido de extrapolar a mera reprodução, gerando a apropriação do
conhecimento e suas diversas possibilidades de re-significação. Pois é necessário
entender que o movimento humano apresenta Sentidos/Significados distintos e
coerentes com o momento e a situação em que são utilizados para melhor
exemplificar nos utilizaremos do esclarecimento na integra que KUNZ (2004, p.165
- 166) apresenta: “ Sentido Comparativo – típico dos esportes normatizados cujo único
objetivo é o rendimento, a competição e a vitória esportiva.
Sentido Explorativo – manifesta-se nos movimentos com a intenção
de conhecer e interpretar objetos materiais pelo seu uso, pelo contato
com os mesmos e com o Mundo material e social. Neste sentido o
movimento realizado não tem a intenção de melhorar
especificamente o rendimento esportivo, mas apenas busca explorar
novas formas de movimentos e jogos.
Sentido Produtivo – o Movimento manifesta-se especialmente na
produção de obras artísticas e objetos de valor utilitário. Como os
materiais usados nas práticas esportivas na Educação Física são
geralmente materiais normatizados e padronizados, existe pouco
espaço na Educação Física para explorar o sentido produtivo do
movimento. Podemos encontrá-lo, provavelmente, muito mais
presente na disciplina de Educação Artística.
Sentido Comunicativo – manifesta-se especialmente em
atividades/gestos humanos com a finalidade de expressar alguma
intenção, saudação ou idéia, enfim, a comunicação corporal. No
cotidiano, encontramos este sentido nos gestos de cortesia, de
cumprimento, de despedida; nos esportes ele se expressa
especialmente nos jogos coletivos. A ação coletiva de impedir um
ataque adversário pode realizar-se apenas pelo sentido comunicativo
do movimento iniciado por um ou mais elementos do grupo. Mas
onde certamente mais se manifesta o sentido Comunicativo do
Movimento é, sem dúvida, na dança, onde ele é intencionalmente
explorado. Mas em todas estas manifestações é necessário o
conhecimento de um determinado sistema de símbolos e sinais como
base no entendimento da comunicação pelo movimento.
Sentido Expressivo – finalmente, este se manifesta especialmente
pela expressão de emoções, sentimentos, impressões, gestos,
atividades esportivas, artísticas, ou pela própria expressão corporal
(...)”.
É fundamental que a ação pedagógica não se dê apenas por atividades
práticas, mas pela relação teoria e prática, utilizando-se de diferentes formas de
linguagem.
Para tal alcance deve-se levar em consideração: a) os sujeitos da escola; b)
a comunidade onde a escola está inserida; c) seus interesses e necessidade e a
origem destes; d) as condições materiais da escola; e) organização espaço-tempo;
f) formação dos professores; entre outros.
Cabe ao professor organizar suas aulas de forma que seu aluno vivencie um
processo sócio-histórico acerca dos conteúdos propostos, podendo utilizar para isto
diferentes materiais. Possibilitando ao aluno atuar de forma crítica e participativa.
As práticas físicas sistematizadas em torno da ginástica, do Atletismo, dos
Jogos, dos Esportes, da Dança, das Lutas entre outras possuem características
especiais e específicas. Modificam-se pela técnica, pela ciência e, sobretudo, pelas
dinâmicas sociais, culturais, políticas e econômicas. Portanto, estas práticas
formam um interessante acervo histórico do homem e constituem-se em objeto de
estudo, pesquisa e ensino, para isto necessitam ser “pedagogizados”. É necessário
entender e reconhecer tais práticas corporais como sendo construções e processos
de transformações da humanidade não merecem o desprezo que o olhar superficial
sugere, não se esgotam assim nos jargões utilizados como, por exemplo: “são
movimentos estereotipados”, “são movimentos repetitivos”, “são movimentos e
termos técnicos”, “são para poucos”. O que se propõe é uma abordagem histórica
que contribua para que o aluno reconheça nesta área do conhecimento a dinâmica
de “se movimentar humano”, o conhecimento do homem implica em saber que a
sua subjetividade e razão se instalam em seu corpo e as linguagens corporais
constituem-se em respostas a esta compreensão. Sendo assim, afirmamos que é
necessário a retomada da Educação Física como lugar de aprender Ginástica,
Jogos, Esportes, Dança, Lutas.
Devemos romper com a visão tecnicista e mergulhar no conteúdo em suas
várias formas de abordagem dando possibilidades diversificadas de aprendizagem.
De posse destas atividades codificadas pelo homem em sua história é necessário
valer-se criativamente, de metodologias que encerrem valores mais solidários, que
apontem para uma saudável relação entre indivíduo e sociedade. O ensino da
Ginástica ou de qualquer Esporte, por exemplo, sempre encerrará em seu interior
uma dimensão técnica. Mas uma dimensão técnica não significa nem tecnicismo
nem “performance”, pois o lugar da “performance” não é na escola. Deste modo
pode-se afirmar que o caráter lúdico deve prevalecer nas aulas de Educação
Física, isto é, deve ser um espaço organizado com a intenção de possibilitar a
direção para apreensão do conhecimento específico da Educação Física e dos
diversos aspectos das suas práticas na realidade social.
É possível apontar alguns caminhos que orientem a prática docente, dentre
eles podemos citar:
- questionamentos feitos por alunos;
- alterações enquanto estabelecimento de novas regras;
- análises e compreensões dos sentidos e significados construídos nos
diferentes tempos da sociedade;
- reflexões das influências que a mídia estabelece;
- aceitação da comunidade escolar por determinado conteúdo e as diferentes
formas de abordagem;
- valores e relações sociais presentes na realidade escolar; entre outros;
- leitura, estudo e pesquisa sobre a origem, a história, regras/organização do
conteúdo a ser trabalhado;
- enquête, pesquisa sobre como determinado conteúdo se apresenta na
comunidade escolar e local;
- atividades problematizadas que levem os alunos a expor o que já
conhecem a respeito do conteúdo a ser trabalhado, bem como verificar as
curiosidades, o que os alunos querem saber a mais sobre tal conteúdo;
- análise/interpretação de imagens (figuras, obras de artes, fotos, etc), filmes,
músicas, danças relacionadas ao conteúdo a ser trabalhado;
- entrevista, palestra, conversa dirigida com profissionais ou atletas que
entendam/trabalhem/dominem o conteúdo trabalhado;
- aulas de campo a espaços em que o conteúdo trabalhado possa ser
vivenciado de maneira prática;
- (re) construção de regras/organização de conteúdos trabalhados.
Dessa forma reitera-se o trabalho da Educação Física como um trabalho
consciente e sistematizado enquanto prática social. A seguir elencamos os
conteúdos a serem trabalhados
2.3.2 CONTEÚDOSCONTEÚDOS GERAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA – ORGANIZADOS POR EIXOS
ESPORTE GINÁSTICAJOGOS /
BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS
DANÇA LUTAS
• ATLETISMO
• HANDEBOL
• FUTEBOL
• VOLEIBOL
• BASQUETE
• TENIS DE MESA
• Outros Esportes
Olímpicos
• MOVIMENTOS
ACROBATICOS
• ACROBACIAS COM AS
MÃOS E/OU UTILIZANDO
OBJETOS
• ACROBACIAS COM OS
PÉS E/OU UTILIZANDO
OBJETOS
• MALABARISMO COM
PÉS E/OU MÃOS
UTILIZANDO OBJETOS
• ACROBACIAS
INDIVIDUAIS UTILIZANDO-SE
DO CORPO
• ACROBACIAS
COLETIVAS
• GINASTICA
OLIMPICA - GO
• GINASTICA RITMICA
ARTISTICA - GRD
• CANTIGAS DE RODA
• BRINQUEDOS
CANTADOS
• JOGOS FOLCLORICOS E
POPULARES
• BRINQUEDOS E
BRINCADEIRAS DA
COMUNIDADE DE HOJE E
DE OUTROS TEMPOS
• JOGOS REGIONAIS
• BRINCADEIRAS DE RUA
• JOGOS
COOPERATIVOS;
• EXPRESSÃO
CORPORAL
• IMPROVISAÇÃO
• DANÇA ÉTNICA E
CULTURAS NATIVAS
• DANÇAS FOLCLORICAS
• DANÇAS POPULARES E/OU TRADICIONAIS
• LUTAS ORIENTAIS
(JUDO, Karate, Kung Fu, Hap
Ki Do, entre ouros)
• LUTAS OCIDENTAIS
CONTEÚDOS ORGANIZADOS POR ANO
1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO 5º ANO
ESPORTEATLETISMO
- Corridas
- Salto
- Arremesso com as mãos;
FUTEBOL
- Jogos com os pés;
HANDEBOL
- Jogos com as mãos;
GINÁSTICA
ESPORTEAtletismo:
- Corridas
- Salto
- Arremesso com as mãos;
- Lançamento;
FUTEBOL
- Jogos com os pés;
HANDEBOL
- Jogos com as mãos;
BASQUETE
- jogos com quicar bola;
GINÁSTICA
ESPORTEAtletismo:
- Corridas
- Salto
- Arremesso com as mãos;
- Lançamento;
FUTEBOL
- Jogos com os pés;
HANDEBOL
- Jogos com as mãos;
BASQUETE
- jogos com quicar bola;
VOLEIBOL
- jogos com as mãos e bola ao
ar;
GINÁSTICA
ESPORTEAtletismo:
- Corridas
- Salto
- Arremesso com as mãos;
- Lançamento;
- FUTEBOL
- Jogos com os pés;
- Regras;
HANDEBOL
- Jogos com as mãos;
- Regras;
BASQUETE
- jogos com quicar bola;
- Regras;
VOLEIBOL
- jogos com as mãos e bola ao
ar;
- Regras;
TÊNIS DE MESA
ESPORTEAtletismo:
- Corridas
- Salto
- Arremesso com as mãos;
- Lançamento;
FUTEBOL
- Jogos com os pés;
- Regras;
- Noção de sistemas táticos;
HANDEBOL
- Jogos com as mãos;
- Regras;
- Noção de sistemas táticos;
BASQUETE
- jogos com quicar bola;
- Regras;
- Noção de sistemas táticos;
VOLEIBOL
- jogos com as mãos e bola ao ar;
- Regras;
- Noção de sistemas táticoTÊNIS DE MESA
GINÁSTICA
-Movimentos acrobaticos
- Acrobacias com as mãos e/ou
utilizando objetos
- Acrobacias com os pés e/ou
utilizando objetos
- Malabarismo com pés e/ou
mãos utilizando objetos
JOGOS/BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS- Cantigas de roda;
- Brinquedos cantados;
- Brinquedos de hoje e de
outros tempos;
- Jogos folclóricos e populares;
- Jogos cooperativos.
DANÇA- Expressão Corporal;
- Movimentos acrobaticos
- Acrobacias com as mãos e/ou
utilizando objetos
- Acrobacias com os pés e/ou
utilizando objetos
- Malabarismo com pés e/ou
mãos utilizando objetos
JOGOS/BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS- Cantigas de roda;
- Brinquedos cantados;
-Brinquedos de hoje e de outros
tempos;
- Jogos folclóricos e populares;
- Jogos cooperativos.
DANÇA
• Movimentos acrobaticos
• Acrobacias com as mãos
e/ou utilizando objetos
• Acrobacias com os pés
e/ou utilizando objetos
• Malabarismo com pés e/ou
mãos utilizando objetos
• Acrobacias individuais
utilizando-se do corpo
JOGOS/BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS- Cantigas de roda;
- Brinquedos cantados;
- Brinquedos de hoje e de
outros tempos;
- Jogos folclóricos e populares;
- Brincadeiras de Rua;
- Jogos cooperativos.
DANÇA
GINÁSTICA- Movimentos acrobaticos
- Acrobacias com as mãos e/ou
utilizando objetos
- Acrobacias com os pés e/ou
utilizando objetos
- Malabarismo com pés e/ou
mãos utilizando objetos
- Acrobacias individuais
utilizando-se do corpo
- Acrobacias coletivas
JOGOS/BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS- Cantigas de roda;
- Brinquedos cantados;
- Brinquedos de hoje e de
outros tempos;
- Jogos folclóricos e populares;
- Brincadeiras de Rua;
- Jogos regionais;
- Jogos cooperativos.
- Movimentos acrobaticos
- Acrobacias com as mãos e/ou
utilizando objetos
- Acrobacias com os pés e/ou
utilizando objetos
- Malabarismo com pés e/ou
mãos utilizando objetos
- Acrobacias individuais utilizando-
se do corpo
- Acrobacias coletivas
- Ginastica olimpica - go-Ginastica ritmica artistica grd
JOGOS/BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS- Cantigas de roda;
- Brinquedos cantados;
- Brinquedos de hoje e de outros
tempos;
- Jogos folclóricos e populares;
- Brincadeiras de Rua;
- Jogos regionais;
- - Jogos cooperativos.
DANÇA- Expressão corporal;
- Improvisação;
- Danças Folclóricas;
LUTAS----------------
- Expressão corporal;
- Improvisação;
-Dança étnica e culturas
nativas;
-Danças folcloricas
LUTAS- Capoeira
- Expressão corporal;
- Improvisação;
-Dança étnica e culturas
nativas;
-Danças folclóricas;
-Danças populares e/ou tradicionais
LUTAS- Capoeira
DANÇA- Expressão corporal;
- Improvisação;
-Dança étnica e culturas
nativas;
-Danças folclóricas;
- Danças populares e/ou tradicionais
LUTAS- Capoeira;
- Lutas orientais
- Improvisação;
-Dança étnica e culturas nativas;
-Danças folclóricas;
-Danças populares e/ou tradicionais
LUTAS- Capoeira
- Lutas orientais
ABORDAGEM DOS EIXOS QUE ORGANIZAM OS CONTEÚDOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ESPORTE
O esporte deve ser entendido como prática social, fruto da ludicidade
de um determinado povo em um dado momento histórico, apresentando em sua
composição códigos, sentidos e significados característicos da sociedade que o
cria, pratica e o recria caracterizando-o desta forma como uma produção histórico-
social. Se o Esporte é entendido como um fenômeno social, este é resultante da
cultura corporal de movimento, sendo assim, quando colocamos este tema para ser
pedagógico é necessário o questionamento das normas (regras) que o
garantem/justificando presente na realidade social/cultural econômica e política da
comunidade que o pratica. Assim a escola, em específico a área de conhecimento
da Educação Física, deve garantir o processo de ensino-aprendizagem sobre tal
tema.
A Educação Física e o esporte são muitas vezes confundidos, é
comum que os alunos esperem as aulas de Educação Física para “jogar bola”, ou
melhor, dizendo ”futebol”, mas queremos apresentar o esporte como uma das
possibilidades de se trabalhar com a cultura corporal de movimento, pois como nos
diz, Kunz (1989) o esporte por si só não é considerado educativo, a menos que seja
“pedagogicamente transformado”. O que é necessário entender é que o esporte na
escola se apresenta desde meados da década de cinqüenta e reforçada a partir
dos anos sessenta, então não é de hoje que o esporte vem sendo aplicado nas
aulas de Educação Física. Como já mencionado anteriormente o Esporte apresenta
grande repertório de possibilidades e objetivos que estão associados a um vasto
mundo de movimentos, ações e vivências o que permite ao aluno desenvolver sua
atitude e capacidade de ação. Para que este trabalho seja realizado é de extrema
importância a diferenciação do “Esporte na Escola” e do “Esporte da Escola”. O
“Esporte da Escola” deve ter como meta uma ação inclusiva, que garanta a
participação e aprendizagem de todos o que contribuirá para que o aluno aprenda a
atuar em conjunto, valorizando o coletivo, sua equipe e também seus adversários, o
que desenvolve o espírito de equipe e cooperação. Já o “Esporte na Escola” visa
somente o jogar por jogar, ou seja, a reprodução de movimentos e regras. O que o
torna excludente e seletivo.
O “Esporte da Escola” deve superar a aprendizagem mecânica do Esporte
valorizando somente as técnicas e as regras. As regras existentes no esporte
devem servir para criar situações a serem resolvidas pelos alunos de maneira a
contribuir para sua vivência e participação social. Assim o trabalho com o Esporte
deve propiciar ao aluno uma compreensão mais ampla sobre as relações sociais,
para que este possa entendê-las de forma mais critica e autônoma, tendo a sua
própria opinião, assim sugere-se que os Esportes a serem trabalhados sejam:
Futebol, Basquete, Handebol, Voleibol e Tênis de mesa, Esportes Olímpicos, e todo
e qualquer um que as condições contextuais, teóricas, materiais possibilitem
compreender o fenômeno esporte em sua amplitude. Pois a ampliação do acervo
cultural do esporte implica numa possibilidade cada vez mais ampla de se atribuir
significados e sentidos à prática esportiva, por exemplo, se uma escola rural possui
cavalos por que não tratar do hipismo e suas formas mais próximas em termos de
cultura local: pencas, tambor, etc. o que se sugere é que se proponha os modos
clássico como ponto de partida, mas são as condições contextuais, do lócus
especifico da comunidade e suas tradições que devem balizar e muito as opções
entre o local e o geral, entre o específico e o universal, a isto chamamos de
movimento dialético da compreensão dos fenômenos da cultura local, cultura geral,
CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO, sua historicidade e valores, significados
e sentidos, economia e política, crítica e superação. A análise dos grandes eventos
Esportivos deve ser alvo de reflexões e temas a serem abordados nas aulas.
Esportes estes presentes em grandes competições imbuídos de regras e
normas a serem aprendidas, entendidas e adaptadas ao grupo que o pratica. No
ensino dos conteúdos do eixo Esporte deve se garantir(...) a exigência de
“desmistificá-lo” através da oferta, na escola, do conhecimento que permite aos
alunos critica-lo dentro de um determinado contexto sócio - econômico – político -
cultural. Esse conhecimento deve promover, também, a compreensão de que a
prática esportiva deve ter o significado de valores e normas que assegurem à
pratica do esporte”. (Coletivo, 1994, p.71).
FUTEBOL - É necessário localizar tal modalidade esportiva na história, ou seja,
discutir sua trajetória, seu surgimento, seu passado “nobre” até sua chegada e
incorporação na cultura brasileira. Explorar a popularização do futebol, quando este
passa a ser jogado não só pela elite mas pelo povo nas várzeas. Existe uma real
necessidade de se trabalhar com a identidade do movimento Futebol dentro de uma
nação capaz de reunir pessoas das mais diversas situações econômicas, sociais,
políticas e culturais. O fenômeno futebol também deve ser entendido como um
promissor “mercado de trabalho” para alguns atletas. Ao trabalharmos questões
como estas, estaremos contribuindo para que nosso aluno perceba para além do
campo, ou seja, tudo aquilo que envolve uma partida de futebol espetáculo, o
mercado de trabalho e suas relações, questões políticas, as relações entre poder
esportivo e poder econômico, assim, trabalhar com o futebol é ir além do jogar
futebol é buscar entender o que o legitima como esporte característico de uma
nação. Em uma aula de Educação Física é possível estabelecer tais relações a partir
de atividades que envolvam meninos e meninas, assim mais um apontamento para
reflexão são as questões de gênero presentes neste esporte, como por exemplo a
supremacia masculina na ocupação das funções de juizes de campo e linha, o
preconceito existente com a figura feminina que prática ou que exerce função de
árbitros. Para trabalhar com futebol nesta perspectiva é necessário abordarmos
temas como:
• “Futebol enquanto jogo com suas normas , regras e exigências físicas, técnicas e
táticas;
• O futebol enquanto espetáculo esportivo;
• O futebol enquanto processo de trabalho que se diversifica e gera mercados
específicos de atuação profissional;
• O futebol enquanto jogo popularmente praticado;
• O futebol enquanto fenômeno cultural que inebria milhões e milhões de pessoas
em todo mundo, e em especial, no Brasil”. (Coletivo de Autores – 1994, p.72)
• A exploração da mídia com relação ao futebol;
• A exploração e exposição dos atletas na mídia.
Todos os temas aqui sugeridos devem ser trabalhados através de
atividades práticas, ou seja, jogos na quadra poli esportiva onde alunos precisem se
organizar em grupos discutir questões postas pelo professor o qual deve estar
mediando e interferindo a todo momento na atividade, isto é necessário para criar
situações de dúvida e conflito essenciais para a exploração dos temas. A teorização
dos temas é necessária e fundamental, mas é preciso ter cautela para que não
sobreponha em demasia às atividades práticas, pois é mais prazeroso e
interessante aprender participando sendo autor e co-autor dos fatos.
As demais modalidades esportivas como o voleibol, o handebol, o basquete e o
tênis de mesa devem ser tratados como o futebol claro que deve ser respeitada a
particularidade de cada um. O que é essencial é que o educador propicie várias
atividades que oportunizem o aluno a conhecer o esporte em questão e que
principalmente atenda as necessidades de sua idade, interesse. Para isto a prática
de grandes jogos que envolvam fundamentos, regras e materiais do esporte são de
grande importância. O professor também tem a possibilidade de trabalhar com
outros esportes aqui denominamos de Esportes Olímpicos, ou seja, todo e qualquer
esporte que se apresente e desperte o interesse dos alunos como por exemplo:
triatlon o professor pode junto com os alunos desenvolver pesquisas e vivenciar as
modalidades possíveis na escola como a corrida e o andar de bicicleta.
GINÁSTICA
A ginástica pode ser entendida como uma das maneiras que a humanidade
encontrou para se servir de seus corpos. Para melhor entendermos devemos
resgatar sua origem, ou seja, entender a partir de quando tal manifestação da
cultura corporal começa a fazer parte da humanidade. A ginástica remonta as
atividades desenvolvidas pelas artes circenses, tornando-se um saber sistematizado
somente no século XIX. O contexto no qual a ginástica surge é de fundamental
importância, pois é o período onde a burguesia ascende ao poder e a ciência recebe
um novo “status” social. Assim, podemos verificar o aparecimento de formas de
sistematizar a intervenção sobre o corpo, baseadas no conhecimento científico: a
ginástica européia (especialmente nas tendências: alemã, francesa e sueca).
O que torna a ginástica um conteúdo da Educação Física é o fato dela poder
nos explicar a origem da própria Educação Física, além de desnudar o forte
ingrediente de dominação que está embutido em sua prática na forma, por exemplo,
da ginástica laboral. Ou ainda, da conformação aos padrões de beleza que estão
implícitos nas ginásticas de academia. Não se trata de pensar esse conteúdo
somente por sua capacidade de gerar alterações no metabolismo, mas de buscar,
com isso, compreender a realidade social em que vivemos. Outro argumento refere-
se as diferentes experiências corporais, que através das manifestações ginásticas,
podemos proporcionar aos nossos alunos enriquecendo sua cultura corporal de
movimento.
No caso específico da proposta curricular municipal necessitamos demarcar
algumas manifestações para serem trabalhadas, pois o tempo destinado para a
disciplina de Educação Física é bastante reduzido, fazendo com que tenhamos que
delimitar seus conteúdos a partir daquilo que é essencial para formação do
cidadão. Assim nosso recorte para o ensino fundamental regular engloba as
seguintes manifestações ginásticas: movimentos acrobáticos, acrobacias com as
mãos e/ou utilizando objetos, acrobacias com os pés e/ou utilizando objetos,
malabarismo com pés e/ou mãos utilizando objetos, acrobacias individuais
utilizando-se do corpo, acrobacias coletivas, ginástica olímpica - GO, ginástica
rítmica desportiva - GRD. Não pretendemos aqui que nossos alunos dominem toda
e qualquer manifestação ginástica, mas que reconheçam as várias formas de
manifestação da cultura corporal de movimentos existentes no conteúdo da
ginástica.
São propostos como conteúdos recortes da abordagem do tema de ginástica
aqui explorada, acredita-se que é necessário que os alunos vivenciem suas
possibilidades corporais seja individual ou coletivamente, o uso de materiais é
necessário quando fala-se em ginástica de equilíbrio, agilidade, coordenação etc.
Sendo assim propomos conteúdos básicos para que o aluno possa experimentar os
fundamentos básicos da ginástica.
• Movimentos acrobáticos – rolar, trepar, equilibrar, saltar, girar utilizando-se do
próprio corpo para transpor ou não um obstáculo são formas de movimentos
acrobáticos que podem ser desenvolvidos.
• Acrobacias individuais utilizando-se do corpo – criar situações para que o
aluno desenvolva rolamentos, pardas de mão, entre outros, pode ser uma ótima
forma de desafio.
• Acrobacias coletivas – em pequenos grupos é possível trabalhar com
organização diferenciadas de agrupamento um exemplo que pode ser apontado é
pirâmide humana, mas os alunos ainda podem ser desafiados a construírem
diferentes formas tendo como tema a natureza.
• Malabarismo com as mãos e/ou utilizando objetos – é muito comum crianças
manipularem objetos como bolas, bastões, frutas, arcos entre outros é uma ótima
atividade para trabalharmos com tal conteúdo.
• Malabarismo com os pés e/ou utilizando objetos – Pernas de lata, pernas de
pau, atividades com bola, corda, bastão, arcos podem ser situações de atividades a
serem desenvolvidas.
Os conteúdos acima estão intimamente ligados às atividades circenses que,
como já citado, podem ser consideradas como o princípio da história da ginástica,
pois nas artes circenses é possível visualizarmos o trabalho com a ginástica que se
utiliza dos fundamentos básicos do ser humano: andar, correr, saltar, equilibrar os
quais formam o movimento humano, movimento este que ganha novo
sentido/significado se visualizado a partir do espetáculo, assim não podemos deixar
de fora atividades complexas e com uma riqueza imensurável de detalhes e
movimentos. A busca por desafios de superação do próprio corpo acompanha o ser
humano ao longo de sua história, então quando falamos em atividades circenses
falamos não só dos números tradicionais apresentados nos picadeiros enquanto
espetáculo, mas nos referimos a algo muito maior que diz respeito à superação de
limites , à re-significação dos movimentos, ao sentido/significado dado a um
“simples” saltar ou caminhar sobre um obstáculo, ou seja, é transformar o
movimento criado e recriado pelo ser humano em arte, em espetáculo. É utilizar –
se do corpo para transmitir uma mensagem, é dar um novo sentido ao fundamento
do equilibrar, do manipular um objeto, é criar e recriar formas com sentidos e
significados próprios.
• Ginástica Olímpica (GO) – trabalhar com os fundamentos básicos da ginástica
é importante para que o aluno tenha a compreensão sobre os aparelhos a serem
utilizados em tal modalidade assim como os exercícios de solo.
• Ginástica Rítmica Desportiva (GRD) – a visualização a GRD como esporte é
um ótimo ponto de partida, ou seja, conhecer o que envolve e forma tal modalidade
o uso dos materiais, as coreografias, entre as regras, os passos. Proporcionar aos
alunos que explorem tais materiais é de extrema importância para a aplicação das
atividades.
JOGOS/ BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS
Quando se fala em jogo/brincadeira e brinquedo nos referimos à poderosa e
salutar “arma” educativa e recreativa, estas são sem dúvida as mais completas
formas de preparação para a vida real, um dos melhores e mais eficazes meios para
a formação do caráter integral da criança, do adolescente, enfim do educando.
Tendo como pressuposto que o ser humano é agente de transformação por meio da
interação com o meio, objetos e outros seres que o cercam, entendemos ser de
extrema importância a abordagem na escola em especifico nas aulas de Educação
Física o tema JOGOS/BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS, pois como já mencionado
são atividades que podem vir a contribuir para a formação de um adulto mais
consciente de suas ações.
O jogo, por exemplo, desenvolve a capacidade do aluno em reconhecer,
organizar e agir em diversas situações sejam elas do cotidiano ou do imaginário. É
importante que o aluno entenda que a atividade do jogo depende do outro e que o
jogo só adquire sentido através do significado que nele é colocado. Torna-se
importante que educadores reconheçam que o jogo representa para a criança o
papel que o trabalho representa para o adulto e são situações que favorecem ou não
sua auto-afirmação, ou seja, trabalhar com o sentido do jogar com o colega e contra
o colega são conceitos que precisam ser explorados buscando desta forma não
trabalhar somente a competitividade, mas a cooperação, a sensibilidade e o
respeito, resgatando valores que privilegiam o coletivo sobre o individual. Em
atividades relacionadas aos jogos e brincadeiras a criança tem a oportunidade de
criar situações imaginárias dando vida a objetos, transformando-os em personagens.
A contribuição principal do jogo e da brincadeira é sua contribuição no
estabelecimento de regras. O que ajuda a criança a se organizar e entender o
sentido da atividade coletiva.
Com a abordagem do tema Jogos/Brincadeiras e Brinquedos procura-se
estabelecer as relações que o homem faz ao longo da história na sociedade, ou
seja, as diferenças entre brincadeiras e jogos de hoje e em outros tempos, assim
como a diversidade por região suas características, nomenclaturas, objetivos, entre
outros.
A cultura corporal de movimento presente nestes eixos proporciona ao aluno
a reflexão sobre as expressões corporais entendidas como formas de linguagem e a
partir desta reflexão e sistematização do conhecimento elaborado e acumulado ao
longo do tempo.
Em específico o conteúdo referente a Jogos/Brincadeiras e Brinquedos tem
intima relação com a cultura infantil, como a criança começa a estruturar e
estabelecer relações com o mundo que a cerca, as problematizações feitas com o
conteúdo são de extrema importância para que o aluno estabeleça os limites entre
aquilo que vivência e que seus pais, avós vivenciaram em outros tempos.
Compreender esta cultura possibilita o confronto do real com o imaginário e ainda
mais favorece a compreensão que a cultura corporal de movimento é dinâmica., ou
seja, “(…) a expressão corporal é uma linguagem, um conhecimento universal,
patrimônio da humanidade que igualmente precisa ser transmitido e assimilado
pelos alunos na escola. A sua ausência impede que o homem e a realidade sejam
entendidos dentro de uma visão de totalidade(…)."(COLETIVO DE AUTORES, 1992
p. 42.)
O acervo de possibilidades para o trabalho com tal tema pode ser
considerado infinito para uma melhor organização nos permitindo fazer recortes e
caracteriza-los como conteúdos, assim elencamos algumas possíveis situações que
podem ser trabalhadas neste tema.
BRINCADEIRAS DE RUA - Caracterizam-se por serem brincadeiras realizadas em grandes espaços e
sua essência traz a reunião de colegas. Pode-se citar como exemplos destas
brincadeiras o esconde-esconde, mãe-cola, mãe-pega, entre outras conhecidas na
comunidade onde a escola esteja localizada. O intuito em trabalhar com tal
possibilidade não sugere apenas a prática das brincadeiras existentes mas a
necessidade de mudança em suas regras e até mesmo o levantamento do por que
antes eram consideradas como brincadeiras de rua e hoje em dia não se vê mais
com tanta freqüência crianças brincando na rua, podem ser levantados questões
que influenciaram direta ou indiretamente a mudança deste hábito. Fatos como a
falta de segurança, o progresso, a tecnologia, a modernidade, entre outros, podem e
devem ser alvos de questionamentos.
BRINQUEDOS CANTADOS- São brincadeiras com características musicais que envolvem encenações,
lenga-lengas, ladainhas, acalantos, parlendas, trava-línguas, ou seja, canções que
motivam e dão sentido ao brincar como por exemplo: o bom barqueiro, o pobre e o
rico, boi da cara preta, serra-serra-serrador, gato e rato, escravos de jó, lenço atrás,
entre outros. São brincadeiras a serem exploradas tanto na cantiga como na forma
do brincar, podendo ser recriada tanto a letra como a encenação, isto vale também
para as variações existentes de região para região, este trabalho é muito
interessante e valioso desde que a criança conheça a forma original do brinquedo
cantado em sua região. É interessante que se faça uma abordagem sobre questões
de gênero levantando a possibilidade de meninos e meninas brincarem com tal
conteúdo.
BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS DA COMUNIDADE DE HOJE E DE OUTROS TEMPOS
- A criança tem a oportunidade de trazer para a escola situações vividas por ela
em sua casa, em seu bairro, enfim brinquedos que apresentem alguma simbologia
para a comunidade onde a escola esteja inserida. Pesquisa de brinquedos de hoje e
outras épocas assim, como as brincadeiras com a proposta de conhecê-las e de
recriá-las para atenderem a necessidade do momento. Tal conteúdo explora os
brinquedos de convívio da criança assim como os brinquedos que seus pais, avós,
irmãos mais velhos e mais novos brincaram e brincam. Resgatando as diferenças e
semelhanças nos mesmos assim como a importância de tais brinquedos.
A confecção de brinquedos com sucata e materiais alternativos pré
estabelecidos pelo professor faz se necessário, assim como brinquedos criados
pelos alunos nos quais tenham a liberdade de dar sentido e significados, criando
características próprias de seus brinquedos.
Neste caso é interessante resgatar de forma lúdica a história do brinquedo,
seu nome, origem, significado para determinadas regiões e como se brinca com tal
objeto. Quais as regras implícitas no brinquedo.
CANTIGAS DE RODA
A cultura e a tradição implícitas nas cantigas de roda fazem parte de uma
cultura específica e a criança necessita deste contato. A magia , o ritmo e a
harmonia tem um efeito de grande importância para as crianças.
As cantigas de roda, com suas variações regionais traduzem tradições e
culturas distintas conferindo uma grande carga efetiva ao brinquedo. Quando a
criança participa das brincadeiras de roda, representa espontaneamente o enredo
contado e expressa seus sentimentos. As cantigas de roda estimulam a criatividade
e a partir delas novas cantigas podem ser criadas.
Atualmente a mídia incentiva a cópia de modelos (certos estereótipos) e não a
criação de expressões espontâneas. Quando as cantigas deixam de serem cantadas
e brincadas, caem no esquecimento dos traços culturais.
“A cantiga de roda propicia uma noção de conjunto a criança que se
vê integrada com todos os participantes da brincadeira. Nas cantigas,
todos têm sua vez de ser o centro das atenções. A criança descobre
que sua presença é importante e que ao mesmo tempo necessita dos
outros para completar a tarefa que estão realizando. A identificação da
criança na brincadeira é um fator muito importante neste aspecto.”
(FERREIRA 1999, p. 07)
JOGOS FOLCLÓRICOS E POPULARES
Os jogos folclóricos são jogos passados de geração a geração, nestes jogos
existem regras pré-estabelecidas e que podem variar de acordo com a região
onde este seja praticado. Na maioria das vezes tais jogos podem apresentar
nomes diferentes, mas as mesmas características.
Como exemplos podem citar a amarelinha, pião, bolinha de gude, cinco
marias, peteca, jogos cantados como: uni-duni-tê, pimponeta, entre outros. Os
jogos folclóricos podem ser conhecidos também como jogos populares, ou seja,
apresentam na sua organização regras próprias da região onde este é praticado.
Os alunos precisam conhecer os diversos jogos folclóricos e populares e para
então adaptá-los para atender a sua realidade, satisfazer as necessidades do
grupo que o esteja praticando neste momento.
JOGOS REGIONAIS
São jogos folclóricos divididos por regiões. Sendo que é importante
destacarmos quais regiões tiveram uma maior influência na conformação da
comunidade que envolve a escola, priorizando essa cultura do jogo e podendo
confrontá-la com outras regiões de colonizações diferentes. Exemplos: Mora
(característicos de regiões colonizados por Italianos);
Bocha (característico de regiões com influência alemã);
JOGOS COOPERATIVOS
A importância do trabalho com os jogos cooperativos é a possibilidade de
encontrar nestes uma forte relação com as questões políticas das classes sociais
desfavorecidas. Com a possibilidade de conhecer os jogos cooperativos os alunos
ganham uma visão e um papel transformador, Vale destacar a importância que os
Jogos Cooperativos apresentam para o rompimento da competição, pois o
interesse se volta para a participação, eliminando a pressão de ganhar ou perder
produzida pela competição, rompe também com a eliminação, pois procura incluir
e integrar todos, evitar a eliminação dos mais fracos, mais lentos, menos
habilidosos, incentivando atividades criativas, pois criar significa construir,
exigindo colaboração, permitindo a flexibilização das regras e mudando a rigidez
das mesmas adequando o jogo para o público que esta jogando criando desta
forma infinitas maneiras de garantir a participação de todos os envolvidos de
maneira prazerosa e significativa para a aprendizagem.
De acordo com tal conceito de jogos cooperativos elencamos quatro
possibilidades de organização, a serem utilizadas para uma melhor compreensão
e organização das atividades:
Jogos cooperativos sem perdedores – São jogos plenamente cooperativos, pois todos jogam juntos e não há perdedores;
Jogos cooperativos de resultado coletivo – Existe a divisão em duas ou mais equipes, mas o objetivo do jogo só é alcançado com todos jogando juntos;Jogos cooperativos de inversão – envolvem equipes, mas os jogadores trocam de equipe a todo instante, dificultando reconhecer vencedores e perdedores;Jogos semi-cooperativos – visam estimular a participação daqueles que normalmente não participam de um jogo devido a uma menor habilidade criando regras para facilitar a participação de todos.
DANÇA
A dança pode ser entendida como comunicação e expressão de sentimentos,
idéias e sensações ela faz parte da cultura de um povo, seja para festejar ou
celebrar. Quando a dança é entendida como bagagem cultural do ser humano ela
pode transmitir e transformar significados, valores e conhecimentos. A dança
simboliza assim, contextos históricos coletivos e individuais repletos de sentidos e
significados. É necessário entender a origem de tal linguagem corporal e ter a
sensibilidade de desvendar seus sentidos e significados.
O ensino da dança é relevante desde que reconheçamos nela uma forma de
expressão corporal, sendo assim, a dança possibilita aos seres humanos
conhecerem a si mesmo, quando trabalhada a partir da ação e reflexão.
Pretendemos com o ensino da dança desnudar o próprio ser humano que a pratica,
bem como, a realidade que o cerca. Através dos diversos olhares que a arte nos
possibilita podemos apresentar, subverter ou recriar a realidade social, permitindo
que não ocorra a simples conformação aos padrões impostos, mas os
questionamentos dos mesmos.
Entendendo a dança como uma forma de linguagem está deve desenvolver-
se "...num continuum de experiências que se iniciam na interpretação espontânea ou
livre, evoluindo para a interpretação de temas da dança formalizada, onde
conscientemente o corpo é o suporte da comunicação". (COLETIVO DE AUTORES
1994, p. 83).
A dança deve também ser entendida como um resgate da cultura brasileira e
que nela estão inseridos os aspectos da própria cultura e realidade como pobreza,
dominação, medo, opressão, religião. E, para isto deve-se explorar a cultura
indígena, a dos negros, dos brancos, para reconhecer a identidade brasileira, que é
a miscigenação, desenvolvendo a criticidade.
Mas o que ensinar ao nosso aluno? É necessário que os conteúdos não
acompanhem a moda, ou seja, privilegiar somente o que a mídia nos impõe, isto
seria negativo, pois devemos ter clareza de que a cultura corporal de movimento é
muito mais do que reproduzir os modismos impostos pela mídia, pois “a dança não
significa reproduzir apenas formas. A forma pura é fria, estática, repetitiva. Dançar é
muito mais aventurar-se na grande viagem do movimento da vida (...)” (Klaus 1991,
p. 45). Dançar se aprende pelo contato direto entre indivíduos, por meio da
observação, da imitação, mas existe também a forma livre de se expressar e para
isto também é necessário o estímulo e a orientação de um professor que conduza e
acompanhe o aprendizado. Existem inúmeras manifestações da dança e é de
extrema importância que o aluno interaja com tais manifestações, sendo assim,
elencamos algumas manifestações que acreditamos ser importantes e interessantes
para o aprendizado:
- Danças Étnicas e Culturas Nativas;
- Danças Folclóricas;
- Improvisação;
- Expressão Corporal;
Dança Étnica e Culturas Nativas – É a dança produzida por uma comunidade
racial e culturalmente homogênea, transmitida de geração em geração, com
mínimos acréscimos ou modificações. Poderíamos citar as danças tribais, ou seja,
aquelas tribos que ainda permanecem de certa forma isolados, mantendo seus
costumes, também comunidades negras que perpetuam suas crenças, costumes e
valores, resistindo ao tempo e a interferência da mídia e demais culturas.
Dança Folclórica – É aquela produzida numa comunidade com laços culturais em
comum, resultantes do convívio e da troca de experiências. Funciona como fator de
integração e perpetuação de características trazidas por colonizadores a quais tem a
característica marcante de celebrar eventos.
Sendo o Brasil uma mistura de raças não é difícil de encontrar uma gama de
danças folclóricas que em cada região do Brasil apresentam características próprias
do colonizador. Podemos citar algumas culturas existentes no Brasil para que
entendamos a diversidade entre elas, podemos citar: os índios, portugueses,
espanhóis, negros, italianos, poloneses, ucranianos, árabes, alemães, japoneses,
entre outros. Todas estas culturas, em maior ou menor escala, influenciaram nossos
usos e costumes, sendo assim, pode-se afirmar que nossa herança folclórica
provém de todas essas influencias. Podemos caracterizar a Dança Folclórica como
sendo uma historia dinâmica e condensada da cultura e ao mesmo tempo um
produto cultural da história.
Citaremos por região algumas danças folclóricas existentes no Brasil.
Região Sul: Chote Carreirinha, Maçanico, Pezinho, Tirana do lenço, Pezinho
da Vila;
Região Sudeste: Batuque, Catira, Congada, Congo, Pau de Fitas, Tamboril,
Fandango.
Região Nordeste: Araruna, Caninha Verde do Ceará, Frevo, Bumba-meu-boi,
Maracatu, Baião, Capoeira, congada, carvalhada, cirandas., Chote Batido , .
Região Centro-Oeste: Tapiocas, Congada, reisado, folia de reis, tambor e
Cururu.
Região Norte: Marujada, Carimbó, Boi-bumba, Ciranda.
Também existe os Bois:
- Boi-Bumba – Amazonas
- Boi de Reis – Maranhão
- Boi Surubi – Ceará
- Boi Calemba – Rio Grande do Norte
- Boi de Mamão – Santa Catarina
- Boizinho – Rio Grande do Sul
- Bumba-meu-boi – Pernambuco
Improvisação – Utilizar de temas e problematizações que apresentem desafios a
serem superados, e que para isto o aluno possa agir com suas possibilidades
corporais, quebrar com padrões, desfazer os esteriotipos e possibilitar a criação a
partir das possibilidades coletivas e individuais, respeitando as particularidades na
busca do fazer sem prender-se a coreografias já prontas. Ter como principio o
movimento entendendo este como uma possibilidade de linguagem.
Expressão Corporal – É importante que o aluno perceba e reconheça seu corpo
enquanto uma possibilidade de expressão, criar a partir de movimentos uma
linguagem com o mundo que o cerca, trabalhar com a linguagem corporal e
entender que é possível se expressar através dos movimentos corporais realizados
individual ou coletivamente. A expressão corporal pode ser trabalhada a partir de
estímulos internos (os sentimentos) como por estímulos externos (situações
presenciadas e/ou vividas no cotidiano).
Podemos representar através do movimento:
- ações da vida diária;
- ações dos seres e fenômenos da natureza: mundo animal, vegetal e mineral;
- as sensações corporais;
- estados afetivos;
Entre outros.
Danças Populares e/ou Tradicionais – Neste tema busca-se abordar danças
características de determinadas épocas e localidades, reconhecidas muitas vezes
por “modismos” O que se pretende é abordar tais danças resgatando-as em seus
momentos históricos para uma reflexão. As primeiras danças populares, conhecidas
como danças da corte, originaram-se entre os nobres europeus do século XII, a
partir das danças folclóricas dos camponeses. É a dança dos bailes, festas e outras
reuniões sociais e incluem tanto as danças antigas, como a valsa, até as da moda
da época atual. Existem diversas danças que são próprias de certas regiões e que
se mantêm vivas. A maioria das danças populares representa uma moda passageira
e fica ligada à época em que teve maior sucesso, às vezes é esquecida no período
seguinte. Como sugestão para a abordagem cita-se danças como:
- Danças em par (valsa, bolero, tango, salsa, forró, entre outras);
- Danças de rua (street, break, entre outras);
- Danças Populares (samba, funk, pagode, entre outras);
- Danças clássicas (balé, entre outras);
Ressalta-se que outras danças podem ser incorporadas a este tema devido
as constantes inovações na dança.
LUTAS
Muitas vezes poderemos ser questionados do porque ensinar lutas, pois os
alunos já são agitados, brigam com freqüência e pelo fato de abordarmos lutas no
currículo de Educação Física estaremos contribuindo com a violência. Enquanto
professores devem ter clareza de que meios e principalmente qual a finalidade da
abordagem deste tema, se entendermos que a Educação Física é uma das
disciplinas que tem como objetivo tratar das diferentes formas de manifestação da
cultura corporal de movimento então teremos respaldo para apontar e defender as
lutas como sendo uma forma de manifestação da cultura corporal de movimento a
qual esteve presente na historia da humanidade
Tendo surgido nas formas primitivas de defesa, e evoluído historicamente com
a humanidade, as várias lutas representam uma das formas de manifestações da
cultura corporal de movimento, podemos até mesmo dizer que é talvez uma das
mais expressivas. Pois se entendermos as lutas a partir da Educação Física Escolar,
reconheceremos que este tema reúne um conjunto de conteúdos e oportunidades
que podem vir a contribuir com o desenvolvimento integral do educando, ou seja, tal
tema traz uma rica contribuição para o entendimento da ação corporal exclusiva, sua
natureza histórica, e o rico acervo cultural que traz dos seus povos de origem. Pois
não podemos negar que quando tratamos do tema lutas estamos abordando
diferentes povos e culturas, os quais merecem destaques por sua contribuição ao
movimento humano.
Quando se propõe o trabalho com o tema de lutas significa buscar neste sua
origem e seu significado, pois quando abrimos a possibilidade do trabalho com tal
tema estamos apontando para diferentes manifestações, por exemplo, cultura
oriental e ocidental, se tratarmos a capoeira como luta estaremos tratando de uma
cultura ocidental, assim como, se tratarmos de karatê, judô, jiu jitsu entre outras
estaremos tratando da cultura oriental. O que de fato não podemos perder de foco é
a discussão sobre a contribuição que cada luta tem na construção da cultura
corporal de movimento.
Para trabalhar com tal tema sugere-se: a capoeira, e outras lutas que o
professor queira fazer a abordagem com seus alunos desde que sejam respeitados
os princípios já descritos. A utilização de materiais áudios-visuais é interessante,
mas é necessário que o professor não prepare uma aula que privilegie tão somente
a teoria pois não podemos esquecer que a Educação Física trata do Movimento.
Capoeira Para melhor compreender o trabalho a ser realizado com a capoeira nos ser-
viremos do texto contido na Proposta Curricular de Jovens e Adultos que diz:A capoeira, segundo Pinto “é fruto da luta da nação negra pela sua libertação. Aborda todas as especificidades da cultura corporal e possibilita o entendimento da história brasileira, vista por outro ângulo, diferente daquele que normalmente é veiculado nas escolas. O movimento humano na capoeira tem um significado e um sentido próprio” ((1995, p.25). A sua história nos revela essas contradições que, com a escravidão dos negros trazidos da África e submetidos a um duro sistema de opressão, foram capazes de criar uma forma de luta com a aparência de uma dança. Segundo Pinho o negro africano no Brasil “não aceitava a condição de escravo, por isso, não era passivo e lutava pela liberdade. Aqueles que obtinham sucesso em suas fugas foram formando os quilombos, que perduraram como forma de organização de sua resistência até a abolição da escravatura,”Sem liberdade e sem condições de produzirem seu sustento, surgem os maltas que “roubavam e empregavam-se como mercenários, a mando de políticos e ‘nobres’ da época” (Pinho, 1993, p.7). Assim os capoeiristas começam a ser vistos como marginais, sendo perseguidos pelo governo brasileiro e tendo sua prática proibida. É por volta de 1930 que o mestre Bimba cria a capoeira regional – que na época foi denominada como “Luta Regional Baiana” -, que, na busca de uma melhor eficiência, incorpora vários elementos das lutas marciais advindas do oriente. Sendo que o modelo de luta oriental na qual a capoeira vai se espelhar, é resultado de um processo de ocidentalização, pelo qual passaram as lutas orientais, assumindo novos códigos – o que, na maioria das vezes, resultou numa desassociação de seu legado filosófico -, mas que nesse contato entre as culturas também deixa seu legado para a cultura ocidental. A hierarquia é uma característica da cultura oriental, que, em suas lutas, aparece representada na forma de faixas, que não se referiam somente à capacidade de executar determinados gestos técnicos, mas respeitavam critérios de sabedoria, vinculada a uma forma de ver o mundo. Esse aspecto fica excluído na perspectiva ocidentalizada que é a que passa a ser comercializada. Então, a própria graduação, que na capoeira hoje é feita com cordéis e nas outras artes marciais é feita com faixas, mostra o processo pelo qual a capoeira, para sobreviver num mundo onde civilização é a cultura ocidental, precisa descaracterizar a sua própria cultura.
Ocorre, também, que alguns grupos de capoeira não abrem mão de sua origem, do sentido de luta contra a opressão e continuam mantendo viva a luta pela libertação, desenvolvendo um trabalho de capoeira angola, que além da prática de movimentos fazem um trabalho de reflexão sobre a sua história, tendo como eixo central a luta de classe, colocando-se na perspectiva da classe que vive do trabalho. (Proposta Curricular Educação de Jovens e Adultos, 2004, p.
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Neste sentido o trabalho com a capoeira deve ser entendido como uma
expressão na luta por direitos igualitários, inclusão social, cidadania, tendo como
foco de discussão e reflexão principal as classes menos favorecidas da sociedade
capitalista.
Esta reflexão tem sua base nos movimentos criados culturalmente na
capoeira, desta forma, o professor deve através dos elementos que compõe a
capoeira trabalhar para análise das questões relacionadas as desigualdades sociais,
e as alternativas distintas de superação. Assim como nos demais temas coloca-se o
movimento como principio para tal abordagem, assim, os conteúdos a sererm
abordados no tema da capoeira são: a ginga, os golpes (ataque e defesa), a
instrumentalização; as cantigas e os rituais da roda.
Nessa direção a avaliação, é parte integrante do processo ensino
aprendizagem. Assume a função diagnóstica, ou seja, é continua, cumulativa e
permanente. Isto permite que a apropriação do conhecimento sistematizado, pelo
aluno, seja avaliada durante todo o seu processo de aquisição.
Sendo assim, o professor na avaliação deve levar em consideração:
• a totalidade da conduta humana;
• a perspectiva dialógica, comunicativa, criativa, reinterativa, que permita a partici-
pação de todos envolvidos no processo de avaliação;
• a ludicidade e a criatividade;
• a possibilidade de reinterpretação e redefinição de valores e normas;
• se o tempo destinado a apreensão de um dado conteúdo ou uma dada proble-
matização é suficiente para o aprendizado da turma. Pois é preciso levar em con-
sideração os ritmos diferenciados dos alunos;
• a elaboração dos instrumentos, “como estímulo e desafio ao interesse e à curio-
sidade dos alunos, empregando os dados coletados com finalidades precisas, di-
vulgando os resultados com registros sistemáticos em fichários cumulativos;”
(Coletivo de Autores, 1992, p.109)
• o erro como parte da construção de novos conhecimentos ou do seu aprimora-
mento, bem como do aprendizado de habilidades e atitudes. Portanto, compõe o
processo de aprendizagem;
• a compreensão crítica da realidade, sendo necessário para tal, revelar os con-
frontos e contradições dessa mesma realidade. Os educandos devem possuir di-
ferentes entendimentos a cerca de um mesmo assunto para que eles possam fa-
zer suas próprias opções;
• a explicitação das intencionalidades que estão orientando as nossas ações, bem
como, permitir que os educandos também revelem as suas intenções.
• A construção de um processo de substituição da nota por uma síntese qualitativa
do aluno em relação ao processo de ensino-aprendizagem.
Pois cabe ao professor o discernimento e a percepção de entender a realidade
trazida pelos alunos, que ao ingressarem na escola, trazem consigo marcas de uma
sociedade capitalista, amplamente excludente e seletiva. Na área de conhecimento
da Educação Física, dentre suas inúmeras funções, deve conduzir o aluno a uma
interpretação, compreensão, elaboração de sínteses da realidade em que está
inserido e de sobremaneira a respeito da cultura corporal de movimento presente
nas suas relações cotidianas. Esta analise e compreensão são necessárias não
apenas para o entendimento destas situações, mas para auxiliar no
desenvolvimento do senso crítico com a finalidade de despertar o interesse, a
necessidade e a consciência de intervir no curso da situação atual.
Para que a avaliação efetive-se de forma a satisfazer os objetivos e metas
traçados na proposta curricular, com caráter transformador da prática de ensino-
aprendizagem, os momentos avaliativos assumem vital importância. Estes são
necessários para a discussão de situações presentes no cotidiano, analisadas
através de atividades ou projetos que contenham normas, valores, regras e padrões.
Com este procedimento, as aulas de Educação Física permitem a participação
crítica do aluno, levando-o a refletir, analisar, interpretar e redefinir valores e
procedimentos que sustentam a conduta humana dentro da cultura corporal de
movimento.
Com esta concepção, os educadores devem levar em consideração, na
avaliação da disciplina de Educação Física, questões relacionadas a compreensão
da cultura corporal de movimento. A participação do aluno, neste processo, conduz a
uma ação reflexiva criando elementos para uma ação coletiva transformadora.
A função da avaliação para a Educação Física, neste aspecto, é fazer com
que esta etapa do processo de ensino aprendizagem sirva de referência nas
análises da apropriação do conhecimento sistematizado, ou seja, é a reflexão
daquilo que se ensina e daquilo que se aprende numa mútua interação.
O processo de avaliação não deve restringir-se a avaliar a aprendizagem do
aluno responsabilizando-o sobre a apropriação ou não do conhecimento o que nos
leva a definir a avaliação então como classificatória. Pois, na avaliação diagnóstica
avalia-se a aprendizagem do aluno para se redimensionar a prática. Com isto, esta
prática de avaliação tem importante papel no processo de ensino-aprendizagem,
possibilitando uma maior interação entre teoria e prática, proporcionando
"...mobilizar plenamente a consciência dos alunos, seus saberes e suas capacidades
cognitivas, habilidades e atitudes para enfrentar problemas e necessidades,
buscando novas soluções para as relações consigo mesmo, com os outros e com a
natureza, e que estas soluções criativamente encontradas sejam estendidas a
outras situações semelhantes". (WAISELFISZ, 1990 p. 60 in COLETIVO DE
AUTORES, 1992 p.104)
Portanto, a avaliação deve ser um processo contínuo onde acontece a
construção e reconstrução do próprio conhecimento, através da vivência do aluno
com a interferência do professor neste contexto, oportunizando entre outros, o
espaço de argumentação e questionamentos. É uma ação interativa que valoriza
ambas as partes para o desenvolvimento das relações entre professor – aluno e
aluno-aluno.
Assim, afirmamos que a avaliação da aprendizagem escolar é uma totalidade
dinâmica que provoca a participação efetiva do aluno em contextos onde o professor
deve ser diretivo, promovendo desafios, reflexões e diálogos permanentes, ao
mesmo tempo deve ser sensível a acatar sugestões dos alunos para redimensionar
sua prática pedagógica.
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