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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
PRODUÇÃO E LEITURA DE FOTOGRAFIAS NA FORMAÇÃO DE
PROFESSORES
(Parte II)
Orientador: Prof. Dra. Stella Maria Peixoto de Azevedo Pedrosa
Orientando: Daniela Punaro Baratta de Faria
Rio de Janeiro Fevereiro/2016
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho foi investigar os novos significados que docentes
podem dar ao uso de mídias e de ferramentas digitais, em situações de ensino e de
aprendizagem, após terem desenvolvido habilidades de leitura e produção de
fotografias. Propusemo-nos a investigar o uso das TIC problematizado pela linguagem
visual, entendendo que as tecnologias e mídias utilizam outras linguagens, além da
verbal, para estabelecer a comunicação com os sujeitos.
Partimos do pressuposto de que os envolvidos nos diferentes processos de
ensino e aprendizagem podem utilizar a imagem para além de um recurso ilustrativo e
coadjuvante no ensino, recorrendo à linguagem visual como objeto de estudo. Para tal, a
incorporação efetiva das imagens na educação deve resgatar seu poder cognitivo,
emotivo e criativo (NOVA, 2003) para que se possa, parafraseando Fantin (2007),
educar sobre as imagens, com as imagens e através das imagens.
Em relação a quais imagens levar para "o chão da escola", compreendemos que
professores e alunos poderiam ir além da utilização de materiais criados por agentes
externos às suas realidades, produzindo, também, suas próprias fotografias, o que pode
estar mais relacionado com seus contextos e necessidades pedagógicas.
A produção, além de possibilitar a professores e alunos uma maior participação
e envolvimento nos processos comunicacionais de ensino, permite que os mesmos
desenvolvam habilidades de autoria e de interpretação de imagens, podendo transformar
a maneira como estes sujeitos envolvidos nos processos educacionais colocam-se,
diante dos conteúdos visuais presentes intra e extraclasse. Desta forma, interessou-nos,
também, pensar de que formas as linguagens visual e tecnológica podem contribuir para
a transformação de antigos hábitos de ensinar e aprender.
Desenvolvemos os caminhos da pesquisa apostando que a imagem e,
especificamente, a fotografia, tem espaço no ensino, podendo, se explorada, oferecer
múltiplas possibilidades de uso. Para sua utilização como objeto de estudo, docentes e
alunos precisam estar preparados, compreendendo a fotografia dentro de suas
especificidades.
Com base nas reflexões aqui propostas, realizamos uma formação para que
docentes em exercício pudessem vivenciar experiências teórico-práticas, desenvolvendo
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habilidades de autoria, interpretação e uso de imagens e tecnologias. Preocupamo-nos
em proporcionar aos docentes a criação de um saber fazer associado aos seus contextos
de atuação pedagógica. Evidenciamos o uso da pesquisa-ação como extremamente
adequado à nossa proposta, tanto beneficiando os docentes participantes, quanto como
caminho metodológico propício à uma diversificada coleta de dados.
A formação continuada de professores, a qual nomeamos Oficina da Imagem,
desdobrou-se em oficinas de curta duração (seis horas cada), adaptadas aos contextos e
interesses dos grupos participantes. Notamos que os docentes envolveram-se nas
dinâmicas propostas, dispondo-se a compreender a teoria apresentada, a experimentar os
momentos práticos e a compartilhar experiências e concepções. Da mesma forma, a
reflexão e o (re)pensar sobre as práticas pedagógicas estiveram presentes ao longo das
oficinas, reforçado pelo sentimento de busca por novos saberes e pela criação de um
saber fazer.
Consideramos que as oficinas foram experiências iniciais, que impactaram tanto
nos participantes, quanto em nós pesquisadores. A cada formação oferecida, novas
problematizações surgiam, levando-nos a buscar outras referências, dinâmicas e
possibilidades.
Os professores, apesar de reconhecerem que a formação é contínua,
principalmente com a exploração prática, apontaram a oficina como um despertar de
possibilidades e ideias que podem ser um caminho para (re) pensar o fazer docente e os
papéis da educação. Elencaram como pontos principais da Oficina da Imagem, o
desenvolvimento de uma "noção básica" para o uso de imagens e tecnologias, e a
produção autoral. Acrescentaram que formações como a que oferecemos colaboram na
busca dos docentes por informações e conhecimentos, que os ajudem a envolver mais o
aluno no aprendizado.
Como citado anteriormente, Nóvoa (2006) percebe que certos professores têm
uma vontade enorme de fazer de outro modo e não sabem como. Para escapar de
formações excessivamente teóricas ou metodológicas, o referido autor defende
formações centradas nas práticas e nas análises destas práticas, caminho que buscamos
no oferecimento da Oficina da Imagem.
Analisando os relatos dos professores e as vivências nas formações, apontamos
que as dinâmicas da oficina oferecem, ainda que em forma inicial, a teoria associada à
prática, para o desenvolvimento de habilidades relacionadas à linguagem imagética e ao
uso de tecnologias. A formação específica, associada à reflexão da prática docente
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funcionaram como subsídio para que os participantes construíssem, além dos saberes
necessários para a leitura, produção e utilização de fotografias, um saber fazer,
fundamental para que pudessem repensar a utilização destas linguagens em situações de
ensino-aprendizagem.
Notamos que a participação ativa nas oficinas deu novo ânimo aos professores,
que expressaram a vontade em realizar projetos com os alunos e a articularem-se com
os demais participantes da formação, propondo parcerias. Consideramos este impulso
para mudanças nas ações docentes como um gérmen da pesquisa, que poderá ter
diferentes desdobramentos na docência de cada participante.
Para investigarmos as inferências das oficinas nas práticas docentes, buscamos
saber se, e como, os professores liam e produziam imagens, utilizando ferramentas
digitais, antes da participação na oficina. Descobrimos, pelas produções, tentativas de
leituras e exposição de experiências dos docentes, que os mesmos pouco utilizavam
imagens e artefatos tecnológicos, na prática pedagógica e que tais usos não
compreendiam a imagem ou as TIC como objeto de estudo.
As leituras de fotografias, antes da intervenção, foram apenas tentativas breves
de compreender o que estava sendo fotografado - referente - sem maiores preocupações
com as especificidades estéticas e suas possibilidades comunicativas. Os participantes
não conseguiam explicar porque tinham gostado ou não de uma imagem e, na maioria
das vezes, não encontravam problemas nas fotografias. As produções fotográficas, em
sua maioria, foram realizadas sem o objetivo de compor uma imagem.
Após as dinâmicas e experiências vividas nas oficinas, em relação ao
desenvolvimento da linguagem visual, notamos que os participantes compreenderam os
conceitos específicos desta linguagem, sendo capazes de dar corpo e significado às
leituras e produções fotográficas. Após as dinâmicas e experiências vividas nas oficinas,
em relação ao desenvolvimento da linguagem visual, notamos que os participantes
compreenderam os conceitos específicos desta linguagem, sendo capazes de dar corpo e
significado às leituras e produções fotográficas.
Os dados sugerem-nos que antes de uma formação específica como a oferecida,
o sujeito não possui o embasamento necessário para realizar uma leitura significativa e
exploratória de fotografias, bem como suas produções fotográficas, com raras exceções,
são limitadas a um mero registro de imagens, sem a preocupação do estabelecimento de
um vínculo comunicativo. O reconhecimento das particularidades da linguagem visual
permite a leitura de fotografias pelo estabelecimento de relações entre os elementos
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desta linguagem, o que também interfere positivamente em sua produção e no seu uso
na prática docente. Outro ponto importante que percebemos, ainda com relação à
leitura e produção de fotografias, é que a teoria e a prática alimentam-se em um
exercício contínuo.
Interessou-nos também, conhecer os desafios que os participantes enfrentaram
para a produção de fotografias, a fim de investigar o desenvolvimento das habilidades
de autoria. Como apresentado no capítulo da análise de dados, os professores sentiram-
se desafiados a produzirem suas fotografias após o desenvolvimento das especificidades
da linguagem fotográfica. Neste sentido, percebemos que a ação fotográfica que antes
parecia trivial, passa a ser mais explorada, desenhando objetivos e criando estratégias
para realizar as composições, atuando de forma mais crítica.
A preocupação em planejar e atingir os objetivos, fez com que os docentes
percebessem e inquietassem-se com as dificuldades na produção, realizando mais
fotografias para conquistarem bons resultados. O exposto sugere que, quanto mais o
participante compreende as especificidades da fotografia e suas possibilidades
comunicativas, mais facilmente reconhece os desafios e problemas nas imagens, criando
estratégias para minimizá-los.
Notamos que o processo de formação do docente possibilita que o mesmo
realize composições fotográficas com maior intencionalidade, de maneira que recorre
aos conceitos trabalhados nas oficinas para estruturar suas imagens. Observamos, de
forma mais recorrente, a preocupação dos participantes com alguns aspectos da
composição: destaque do elemento principal, seja pelo arranjo, foco/desfoco ou
iluminação; ângulo e posicionamento da câmera, para criar diferentes sensações e
distorções; enquadramento e organização dos elementos; montagem de cenários; e
contrastes de luzes e cores. As intenções dos participantes sugerem que os conceitos
desenvolvidos durante as oficinas são expandidos e redimensionados pelos mesmos. Ao
recorreram à tais especificidades para realizarem suas composições, os sujeitos mostram
que internalizaram os saberes.
Experimentando-se como produtores e leitores de imagens, restou-nos saber
como os participantes avaliam a potencialidade das mídias e das ferramentas digitais nas
suas práticas docentes. Após as vivências nas oficinas, os docentes, refletindo sobre
seus contextos profissionais, colocaram suas preocupações e interesse em oferecer aos
alunos oportunidades, para que os mesmos participem mais do processo de ensino-
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aprendizagem. Apontaram a produção fotográfica e de mídias como um caminho para
que os alunos sejam mais ativos neste processo.
Os grupos levantaram diferentes possibilidades de realização de trabalhos, que
envolvam os alunos no diálogo com a linguagem visual e tecnológica. Ao analisarem as
imagens produzidas, propuseram a utilização das mesmas em projetos. Ao
dimensionarem usos para as fotografias produzidas por eles, demonstram o
reconhecimento da qualidade da produção, sentindo-se à vontade para compartilhá-las e
divulgá-las. Os participantes reconheceram que, após a formação oferecida, sentem-se
mais seguros para recorrer ao grande potencial das mídias e TIC na educação.
A partir das dinâmicas oferecidas pelas oficinas, os docentes avaliaram como
viável e estimulante o uso de mídias e tecnologias digitais em seus contextos
pedagógicos. A postura reflexiva dos participantes, em relação ao que foi desenvolvido
durante a formação, possibilitou-os gerar novos significados, mais articulados e
criativos, sobre a presença de mídias e TIC nos cenários educacionais.
Investigar se as possibilidades levantadas pelos docentes, apontadas como
embriões de mudanças nas concepções e práticas dos participantes não foi o foco da
presente pesquisa. Todavia, em uma oportunidade futura, pretendemos buscar
evidências sobre os desdobramentos da formação nas práticas dos egressos.
Consideramos o desenvolvimento da nossa proposta formativa como fecundo. É
dentro desta concepção que apontamos a relevância do oferecimento de outras propostas
que contemplem também outros níveis de ensino, mediante as lacunas apontadas
anteriormente e as possibilidades evidenciadas na Oficina da Imagem. Apostamos
também no oferecimento de minicursos e formações mais longas para que se possa
ampliar e aprofundar as investigações sobre as necessidades dos docentes e suas
reflexões durante a formação.
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APÊNDICE A - Roteiro das questões do grupo focal
Questões disparadoras dos grupos focais desenvolvido nas Oficinas da Imagem
1. Em que o uso da fotografia pode contribuir para a educação?
2. Algum participante utiliza fotografia em sala?
3. A formação para o uso da imagem fotográfica é necessária?
4. O que acharam da oficina? Aprenderam algo novo?
5. Visualizam esse uso na prática pedagógica? Como?
140
APÊNDICE C - Descrição dos objetivos e planejamento da Oficina da Imagem
Produção e Leitura de Fotografias na Formação de Professores
Como parte da pesquisa de mestrado da professora de artes visuais Daniela
Punaro Baratta de Faria, desenvolvida na linha de pesquisa Tecnologias da Informação
e Comunicação nos Processos educacionais da Universidade Estácio de Sá, que tem
como processo metodológico a pesquisa-ação, apresenta-se a proposta de uma Oficina
para professores voltada para o uso de imagens digitais.
Planejamento da Oficina
A Oficina de formação abordará a leitura da imagem fotográfica, a produção de
fotografias e a partir delas o desenvolvimento de apresentações de slides (PowerPoint)
ou de peças gráficas. Ao final do encontro será desenvolvido um grupo focal para troca
de experiências e reflexões sobre os usos pedagógicos de imagens. A distribuição da
mídia (DVD) com os materiais produzidos pelos participantes será realizada no prazo de
15 dias a partir da realização da oficina.
I. Fotografia
Serão realizados exercícios de estímulo ao olhar, conduzindo a percepção dos
participantes em relação às especificidades da linguagem fotográfica - enquadramento,
foco, posicionamento, luz, composição - e aspectos constitutivos da imagem fotográfica
- Cores, Luz e Sombra Linhas, Proporção e Equilíbrio, Figura e Fundo, Conteúdo da
Imagem e Contexto.
Em relação à produção imagética, os participantes serão convocados a produzir
registros fotográficos buscando composições com a temática Educação: escola e ensino.
Serão utilizadas câmeras digitais. As imagens serão apresentadas e analisadas, as
mesmas serão utilizadas na próxima etapa.
141
II. Apresentação de Slides
A percepção e crítica dos participantes em relação às produções multimídias será
estimulada, com a exibição de diferentes arquivos de PowerPoint. Serão sintetizados os
conceitos básicos da produção multimídia (PowerPoint) - Roteiro; Didática-Conteúdo;
design do slide; relevância de textos, imagens, sons e trilha sonora; Princípios Estéticos
(contraste, hierarquia, equilíbrio, cores e harmonia); Animações e Efeitos de Transição.
Será estimulada a produção de apresentações de slides voltadas para o uso de
imagens fotográficas, envolvendo também texto e som. Fazendo o uso do Power Point,
os participantes desenvolverão os projetos de acordo com a temática sugerida,
Educação: escola e ensino, utilizando como base as fotografias produzidas na primeira
etapa.
II. Peça Gráfica
Os participantes serão conduzidos à percepção em relação às especificidades da
produção gráfica, dando-se ênfase às questões da imagem fotográfica. Serão
estimuladas as percepções em relação à unidade gráfica, elementos do cartaz, relações
texto/imagem, composição e princípios estéticos (contraste, hierarquia, equilíbrio, cores
e harmonia).
Será estimulada a produção de cartazes ou composições para estamparia em
bolsas de algodão cru (durante as oficinas serão realizadas apenas as artes gráficas).
Fazendo o uso do programa gratuito GIMP, Inkscape ou programas similares (gratuitos
ou licenciados), os participantes desenvolverão os projetos de acordo com a temática
sugerida, Educação: escola e ensino, utilizando como base as fotografias produzidas na
primeira etapa. As produções desenvolvidas1 serão transferidas para a pesquisadora que
se responsabilizará pela impressão ou estamparia das artes - em gráficas e lojas de silk e
transfer.
III. Grupo Focal
Trata-se de uma conversa informal para que se possa reunir dados sobre as
experiências dos participantes em relação à oficina. Será realizado ao final da formação.
Os materiais produzidos pelos participantes na Oficina serão disponibilizados
através de uma mídia (DVD).
1 A produção de cartazes e estampas para bolsas e camisas pode ser usada com fins educacionais. Toma-
se como exemplo situações de projetos, concursos e divulgações de atividades educativas.
155
APÊNDICE M - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
OBRIGATÓRIO PARA PESQUISAS CIENTÍFICAS EM SERES HUMANOS
________________________________________________________________________
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE DA PESQUISA
Nome:
.......................................................................................................................................................................
Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Data Nascimento: ........../........../........
Endereço:.......................................................................................................................................................
Bairro:............................................................
Cidade:....................................................................................................
Telefone:(.....).........................................................Email:..............................................................................
Título do Protocolo de Pesquisa: Produção e leitura de fotografias na formação de professores
Subárea de Investigação: Educação
Pesquisador responsável: Daniela Punaro Baratta de Faria, Mestranda em Educação pela
Universidade Estácio de Sá/UNESA/RJ, localizada na Avenida Presidente Vargas, 642, Centro,
Telefone: 3221-6135.
Avaliação do risco da pesquisa:
( X ) Risco Mínimo ( ) Risco Médio ( ) Risco Baixo ( ) Risco Maior
Objetivos e Justificativa: O objetivo da pesquisa é analisar a ressignificação do uso de mídias e
ferramentas digitais em sala de aula, por um grupo de professores, a partir das transformações de suas
leituras e de produções imagéticas trabalhadas e oficinas de formação. O presente trabalho visa
contribuir para suprir as lacunas existentes na formação de professores em relação ao uso de artefatos
digitais e de imagens nas práticas educacionais. Além disso, pretende-se questionar e avaliar as reais
possibilidades relativas à leitura e produção autoral de professores e sua aplicabilidade em situações de
ensino-aprendizagem.
Procedimentos: Para a coleta de dados, optou-se pela metodologia da pesquisa-ação, pela
necessidade de conhecer a realidade e produzir mudanças na mesma, não por processos de imposição,
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mas através da mediação para a construção da autonomia. Pretende-se coletar dados imagéticos e
orais dos participantes para que sejam analisados.
Riscos e inconveniências: Existe a possibilidade do participante não se adaptar à dinâmica da oficina
e desta forma, corre o risco do mesmo não querer participar da oficina ou não aproveitar da melhor
forma a formação oferecida.
Potenciais benefícios: A participação nas oficinas pode estimular o participante a problematizar e
refletir sobre sua prática pedagógica e a possibilidade do uso e produção de imagens, facilitado pelas
TIC. Da mesma forma, as oficinas podem funcionar como subsídio formativo para a leitura e produção
de imagens digitais, nas dimensões teórico-práticas, dando condições reais desta utilização pelo
participante.
Informações Adicionais: Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, pode
entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – da Universidade Estácio de Sá, em
horário comercial pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (21) 2206-9726. Para esta
pesquisa, não haverá nenhum custo do participante em qualquer fase do estudo. Do mesmo modo, não
haverá compensação financeira relacionada à sua participação. Você terá total e plena liberdade para se
recusar a participar bem como retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa.
Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para
mim, descrevendo o estudo: “Educação para Imagens a partir da mídia digital: a produção imagética
autoral na formação de professores”. Os propósitos desta pesquisa são claros. Do mesmo modo, estou
ciente dos procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de
confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que a minha participação é
isenta de despesas. Concordo voluntariamente na minha participação, sabendo que poderei retirar o
meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízos.
Este termo será assinado em 02 (duas) vias de igual teor, uma para o participante da pesquisa e outra
para o responsável pela pesquisa.
Rio de Janeiro, 19 / 06 / 2015.
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Assinatura do Participante da Pesquisa Assinatura do Responsável da Pesquisa