QUAIS OS COMPONENTES DO PROJETO PEDAGÓGICODepartamento Acadêmico de
Mecânica - Campus Curitiba
Projeto Pedagógico do Curso de
Engenharia Mecânica
Departamento Acadêmico de Mecânica - Campus Curitiba
Reitor
Luis Maurício Martins de Resende
Diretor do Campus Curitiba
Diretora de Graduação e Educação Profissional do Campus
Curitiba
Angela Emilia de Almeida Pinto
Secretaria de Bacharelados e Licenciaturas Campus Curitiba
Guilherme Alceu Schneider
Marcos Roberto Rodacoski
Aloísio José Schuteik, Osvaldo Verussa Junior, Walter Luis
Mikos,
Eduardo Matos Germer, Samuel Soares Ansay, Ruy Somei Nakayama
e
Marco Aurélio de Carvalho.
Rodrigo Lupinacci Villanova (presidente), João Antonio Palma
Setti,
Claudio Tavares da Silva, Eduardo Matos Germer, Walter Luis
Mikos,
Aloisio José Schuitek, Marjorie Benegra, Cleina Yayoe Okoshi,
Samuel
Soares Ansay, Osvaldo Verussa Jr e Marco Aurélio de Carvalho.
Representante discente: João Pedro Duarte de Oliveira.
Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do
Paraná
Departamento Acadêmico de Mecânica - Campus Curitiba
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Reitoria
Avenida Sete de Setembro, 3165
Bairro Rebouças
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Câmpus Curitiba
SEDE CENTRO
Bairro Rebouças
SEDE ECOVILLE
Bairro Cidade Industrial
SEDE NEOVILLE
Educação Física
Rua Deputado Heitor Alencar Furtado, 5017
Bairro Cidade Industrial
81280-340 - Curitiba - PR
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Paraná
Departamento Acadêmico de Mecânica - Campus Curitiba
Sumário 1.1. Introdução
..................................................................................................................................
6
2. Histórico da Instituição e do Curso de Engenharia Mecânica
......................................................... 8
2.1. Histórico da Instituição
.............................................................................................................
8
2.2. Histórico do curso de Engenharia Mecânica
............................................................................
18
2.3. Identificação e informações gerais do curso
...........................................................................
20
2.4. Objetivos do curso
..................................................................................................................
21
2.4.1. Objetivo geral
..................................................................................................................
21
2.4.2. Objetivos específicos
.......................................................................................................
21
2.5. Perfil Profissiográfico e áreas de atuação do Engenheiro
Mecânica ........................................ 22
2.6. Perfil do egresso e competências
............................................................................................
23
3. Organização Didático Pedagógica
.................................................................................................
27
3.1. Áreas de conhecimento
..........................................................................................................
27
3.2. Relação teoria com a
prática...................................................................................................
27
3.4. Avaliação da aprendizagem
....................................................................................................
29
3.5. Flexibilidade
curricular............................................................................................................
30
3.10. Formação Empreendedora
...................................................................................................
38
3.11. Mobilidade acadêmica
..........................................................................................................
39
3.13. Atividades Complementares
.................................................................................................
43
3.15. Aproximação com entidades vinculados ao mundo do trabalho
........................................... 44
3.16. Matriz curricular
...................................................................................................................
45
3.15.1 Carga horária
..................................................................................................................
47
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Paraná
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3.15.3 Disciplinas optativas
........................................................................................................
73
3.15.5 Curricularização da
extensão...........................................................................................
89
4.3. Núcleo Docente Estruturante - NDE
........................................................................................
93
4.4. Corpo Docente
.......................................................................................................................
94
ANEXO I
..........................................................................................................................................
106
ANEXO II
.........................................................................................................................................
106
ANEXO III
........................................................................................................................................
111
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1. Introdução
O presente projeto político-pedagógico (PPC) do curso de Engenharia
Mecânica da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Curitiba,
representa a mais recente
atualização feita no curso desde 2005. Esta atualização foi
realizada pela coordenação do
curso, em conjunto com o Colegiado de Curso e com o Núcleo Docente
Estruturante, com o
apoio do todo o corpo docente do Departamento Acadêmico de Mecânica
- DAMEC, e é o
resultado de aproximadamente quatro anos de discussões e troca de
ideias e experiências.
A motivação para a atualização do projeto pedagógico partiu da
necessidade sentida
pela comunidade acadêmica de modernização do curso e por
preocupações cada vez mais
necessárias no que concerne à redução de evasão e retenção, e na
ampliação do número de
alunos concluintes a cada semestre, de modo a otimizar os recursos
públicos empregados na
formação dos alunos. A preocupação com a qualidade de ensino e com
a formação sólida na
área de Engenharia Mecânica também permeou todas as discussões e
análises realizadas neste
período.
As principais alterações do PPC do curso de Engenharia Mecânica em
relação à última
versão (2005), dizem respeito à reformulação da matriz curricular
do curso, com foco em dois
importantes aspectos: atualização da matriz e dos conteúdos
oferecidos, e eliminação de
redundâncias curriculares e consequente diminuição da carga horária
total do curso,
aumentando sua eficiência. Também foram incorporadas novas
regulamentações e diretrizes
que vêm sendo discutidas no âmbito dos cursos de graduação da
UTFPR.
Resumidamente, as principais alterações propostas em relação à
matriz atual são as
seguintes:
- Exclusão das disciplinas de Cálculo 4 e Física 4;
- Alteração de caráter “optativa” para “obrigatória” das
disciplinas de Análise de Custos
Industriais e Gerenciamento de Projetos;
- Alteração de caráter “obrigatória” para “optativa” das
disciplinas de Refrigeração e Ar
Condicionado, Sistemas de Potência a Vapor, Motores de Combustão
Interna, Máquinas de
Fluxo;
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- Exclusão da disciplina de Gestão Financeira e inclusão da
disciplina de Engenharia
Econômica;
- União da disciplina de Metodologia de Pesquisa com TCC1;
- Alteração dos pré-requisitos e do período exigido para realização
do Estágio
Curricular Obrigatório, bem como adequação da carga horária para
400h;
- Alterações e adequações de cargas horárias e ementas de diversas
disciplinas básicas e
profissionalizantes;
- Flexibilização de escolha das disciplinas optativas e
flexibilização da carga horária das
disciplinas optativas;
- Substituição da disciplina de Física 3 por disciplina equivalente
de Eletricidade a ser
oferecida pelo DAELT/DAELN;
- Introdução da disciplina de Pré-Cálculo e adequação dos conteúdos
tratados nas
disciplinas de matemática;
- Inclusão de diversas disciplinas de caráter humanístico, de
caráter optativo, na matriz
curricular, para atendimento da resolução 90/2018 do COGEP;
- Curricularização das atividades de extensão.
O detalhamento das alterações realizadas é feito ao longo deste
documento.
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2. Histórico da Instituição e do curso de Engenharia Mecânica
2.1. Histórico da Instituição
A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) é a primeira
Universidade
Tecnológica do Brasil. Sua história é totalmente distinta da
maioria das Universidades
instituídas no país. Primeiro, porque a Instituição não foi criada
e, sim, transformada a partir
do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET-PR). Em
segundo lugar, sua
transformação foi construída a partir de intenções que objetivavam
preservar os ideais de
uma história de quase cem anos. Apresenta-se, então, um pequeno
relato sobre a história da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná tomando-se por base o
Projeto Político-
Pedagógico Institucional que pretende orientar os caminhos dessa
secular Instituição.
Assim, registra-se que em 1910 foi criada a Escola de Aprendizes e
Artífices do Paraná
que se prestava ao ensino voltado, principalmente, para os ofícios
nas áreas de alfaiataria,
sapataria, marcenaria, serralheria e ensino elementar. Embora
implantada com características
assistencialistas, desenvolveu papel fundamental na Educação
brasileira atuando até o ano de
1936. A partir de 1930 inicia-se o desenvolvimento da
industrialização, e esse passa a exigir o
aperfeiçoamento da técnica e os trabalhadores são solicitados a
atuar em diferentes setores da
economia. Assim, o ensino técnico obrigou-se a novas imposições e
as escolas passaram a
instituir o ensino teórico das ciências e a aplicação de seus
princípios na industria. Assim
sendo, em 1937, adequando-se à Reforma Capanema, a Escola de
Aprendizes Artífices do
Paraná passou a ser denominada de Liceu Industrial de Curitiba e
começou a ministrar o
ensino primário. A Lei Orgânica do Ensino Industrial de 1942,
buscando adequar o sistema
educacional à realidade de industrialização do país, unificou a
organização do ensino em todo
o território nacional e estabeleceu como seu objetivo preparar
trabalhadores para a indústria,
transportes, comunicações e pesca, em nível secundário. Diante das
novas exigências, o Liceu
Industrial de Curitiba transformou-se em Escola Técnica Federal de
Curitiba, passando a
ofertar o ginásio industrial e cursos técnico industriais
(Construção de Máquinas e Motores,
Edificações, Desenho Técnico e Decoração de Interiores e, em 1944,
Mecânica). Na década
de 50, com o processo de industrialização bastante avançaado e
modernizado, o governo
lançou o Plano de Metas, segundo o qual passou a ser orientada a
política econômica do país.
Uma dessas metas era a dinamização do ensino profissional para
atender às necessidades da
indústria, em crescente expansão e modernização. A Reforma do
Ensino Industrial de 1959,
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que elevou a Escola Técnica de Curitiba à categoria de Escola
Técnica Federal do Paraná,
tinha o propósito de proporcionar condições para o cumprimento
desta meta. Para isso, ela
flexibilizou a regulamentação 1942, trazendo maior autonomia e
descentralização para as
escolas. Os cursos industriais técnicos tiveram sua duração
ampliada para quatro anos e os
conteúdos de cultura geral tornaram-se mais abrangentes, o que
aproximou os cursos
profissionalizantes dos secundários.
A exposição de motivos do Ministério da Educação e Cultura (MEC)
para a reforma do
ensino de 1959 deixava clara a funcionalidade que pretendia:
estreitar mais a associação
escola-fábrica, de forma a que os diplomados da primeira atendam,
efetivamente, às
necessidades da segunda, o que exigia das escolas “gradual
adaptação a situações industriais,
em permanente evolução. Entretanto, em 1967, o Plano Estratégico de
Desenvolvimento, do
Regime Militar, apresenta como uma de suas linhas de ação a
prioridade à preparação de
recursos humanos para atender aos programas de desenvolvimento nos
diversos setores,
adequando o sistema educacional às crescentes necessidades do País,
principalmente no que
se refere à formação profissional de nível médio e ao aumento
apreciável da mão de obra
qualificada. Pretendia-se proporcionar a expansão de preparação de
pessoal técnico e visava-
se atender às imediatas necessidades de desenvolvimento. Mediante a
Lei número 5.692/71
instituía-se a profissionalização do ensino médio no país. A Escola
Técnica Federal do Paraná
destacava-se pela qualidade de seus cursos de 2o. grau
profissionalizantes, passando, a ser
referência para esta modalidade no cenário paranaense e nacional. A
partir de 1973, por
autorização especial do Ministério da Educação e Cultura, passou a
ministrar cursos
superiores de Engenharia de Operação, na área da Construção Civil e
Elétrica, iniciando um
percurso que levou, em 1978, à sua transformação em Centro Federal
de Educação
Tecnológica do Paraná. A trajetória da Instituição pode ser
subdividida em três fases
principais: a primeira, de 1974 a 1988, responsável principalmente
pela inserção institucional
no contexto das entidades de ensino superior, culminando com a
implantação do primeiro
Programa de Mestrado; a segunda, de 1989 a 1998, marcada pela
expansão geográfica e pela
implantação dos Cursos Superiores de Tecnologia, e a última fase,
iniciada em 1999, que vem
se caracterizando pela consolidação de um novo patamar educacional,
para o qual se
promoveram os ajustes necessários para a sua transformação em
universidade. Analisando
cada uma dessas fases percebe-se que os alicerces para a
Universidade Tecnológica
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10
começaram a ser construídos desde a década de 70, quando a
Instituição iniciou sua atuação
na Educação de nível superior.
A partir de 1998, a Instituição estabeleceu como objetivo
estratégico a transformação da
Instituição em Universidade Tecnológica. Para se atingir a meta
almejada, primeiramente foi
reestruturado o Conselho Diretor adequando-o à legislação dos
conselhos universitários. Em
1999, quando da eleição para Direção Geral, o objetivo estratégico
de transformação foi
referendada pela comunidade interna e novos ajustes na estrutura da
organização foram
promovidos. No ano seguinte, estrutura-se um sistema matricial
composto pela Direção Geral
(futura Reitoria) e as Direções das Unidades de Ensino (os futuros
campi universitários).
Seguindo o planejamento da transformação pretendida foram
reestruturados o Conselho de
Ensino e suas Câmaras. Instituiu-se a Diretoria de Pesquisa e
Pós-Graduação no âmbito da
Direção Geral, e as respectivas coordenações, nas Unidades.
Diversas ações pontuais passam
a ser realizadas e um intenso trabalho político é desenvolvido
junto às autoridades
governamentais no sentido de se instituir a primeira Universidade
Tecnológica do país. Para
se atingir a transformação trabalhada diversas ações foram
necessárias tendo a ressaltar os
resultados da graduação e da pós-graduação desenvolvidos os quais
posicionaram a
Instituição em um novo patamar, garantindo-lhe a manutenção da
respeitabilidade construída
ao longo de sua história.
Então, no dia 10 de outubro de 2005, foi publicada no Diário
Oficial da União, a Lei no
11.184 de 7 de outubro de 2005, transformando o CEFET-PR em
Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Instituída a Universidade esta articulará as
atividades de ensino, pesquisa e
extensão que constitui a sua razão de ser e com base em sua missão
institucional
historicamente estabelecida definirá, mediante a elaboração do seu
Projeto Político
Pedagógico Institucional suas finalidades e objetivos. Ao longo de
sua história, pela oferta das
diversas modalidades de ensino profissional, articuladas às
demandas sociais, a Instituição
delineou sua identidade que a partir da Lei número 11184/05 fica
reconhecida e legitimada.
Assim sendo, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná
reger-se-á pela ênfase na
formação de e recursos humanos no âmbito da Educação Tecnológica,
nos diferentes níveis e
modalidades de ensino, para os diversos setores da economia,
envolvidos nas práticas
Tecnológicas e na vivência com os problemas reais da sociedade,
voltados notadamente para
o desenvolvimento sócio-econômico local e regional. A UTFPR tem por
finalidade, então,
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11
desenvolver a Educação Tecnológica, entendida como uma dimensão
essencial que ultrapassa
as aplicações técnicas, interpretando a tecnologia como processo
educativo e investigativo
para gerá-la e adaptá-la às peculiaridades regionais.
Quanto aos objetivos, a UTFPR pretende:
I - ministrar em nível de Educação superior: (a) cursos de
graduação e pós-graduação,
visando à formação de profissionais para as diferentes áreas da
Educação Tecnológica; e, (b)
cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação
pedagógica, com vistas à
formação de professores e especialistas para as disciplinas nos
vários níveis e modalidades de
ensino de acordo com as demandas de âmbito local e regional;
II - ministrar cursos técnicos prioritariamente integrados ao
ensino médio, visando à
formação de cidadãos tecnicamente capacitados, verificadas as
demandas de âmbito local e
regional;
níveis de ensino, nas áreas da Educação Tecnológica.
Contudo, há de se salientar que as políticas de ensino da UTFPR
devem considerar os
atributos da especialidade constante em sua designação, em
consonância com a sua vocação
histórica, como critério definidor de suas prioridades e como
contribuição necessária e
fundamental para consolidação de sua identidade. Nesse sentido, a
área da indústria e as
Engenharias/Tecnologias (atualmente a ênfase da atuação
institucional) se constituem como
naturalmente predominantes, a considerar-se, claramente, a tradição
e a história percorrida
pela Instituição. A construção da identidade de uma Instituição de
Ensino não se reduz
exclusivamente à definição da área de atuação ou à definição de
suas prioridades; mas
depende, em grande medida, das características da Educação que
desenvolve, de que tipo de
egresso forma, independentemente da modalidade/nível de ensino e do
setor da economia a
que atendam. Nesse sentido, há muitos desafios a serem enfrentados
pela UTFPR, entre os
quais o de contribuir para o avanço conceitual da Educação
profissional e Tecnológica, que
tome como princípio a formação integral do homem, em bases
científicas, éticas e políticas,
entendendo que o exercício das atividades humanas nãose restringe
ao caráter produtivo, mas
compreende todas as dimensões da vida pessoal, política e cultural.
Na construção da
identidade da UTFPR, os principais esforços e as políticas de
investimentos para o ensino
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deverão priorizar a área de sua especialidade, também, reconhecida
na Lei de Transformação,
qual seja, “a Educação Tecnológica, nos diferentes níveis e
modalidades de ensino, para os
diversos setores da economia, envolvidos nas práticas Tecnológicas
e na vivência com os
problemas reais da sociedade, voltados, notadamente, para o
desenvolvimento
socioeconômico local e regional” (Art 2o, Lei no. 11.184/05). Como
observado, a trajetória da
Instituição rumo à Universidade pode ser subdividida em três fases
distintas; quais sejam: de
1974 a 1988; de 1989 a 1998; e, de 1999 até a atualidade. De 1974 a
1988 insere-se a
Instituição no contexto das Instituições de Ensino Superior (IES).
Sendo que, no fim desse
período, é implantado o primeiro Programa de Mestrado da
Instituição. Em tal fase, embora
seja priorizado, no início, o ensino técnico profissionalizante
quando a Instituição oferta vinte
cursos; no segundo semestre de 1974 a então Escola Técnica Federal
do Paraná(ETFPR)
passa a ofertar os cursos de Engenharia de Operação em Construção
Civil e Engenharia de
Operação em Eletrotécnica. No primeiro semestre de 1975, é
ofertado, também, o Curso de
Engenharia de Operação em Eletrônica. Os Cursos de Engenharia de
Operação foram criados
pela portaria ministerial no 36 de 9/2/1965 tendo em vista o
parecer n o 36. Esse parecer
levava em conta como um dos principais motivos para a criação dos
Cursos de Engenharia de
Operação a falta significativa de Engenheiros no país para dar
conta de atender o grande e
crescente desenvolvimento industrial. Fazia-se necessário suprir o
mercado rapidamente e
para tanto se propiciava a formação de um Engenheiro em um menor
tempo possível.
Entretanto, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (CONFEA) e o
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) se
mostraram contrários
a essa situação e passaram a conceder ao Engenheiro de Operação
apenas as atribuições de 9 a
18 da Resolução No 218 (atribuições estas que hoje são as do
Tecnólogo). Esta limitação
impedia o Engenheiro de Operação de ser responsável técnico,
exigindo sempre a supervisão
de um Engenheiro Pleno que assinava e executava os projetos. Esta
situação culminou com a
extinção dos Cursos de Engenharia de Operação pela Resolução No
5/77 de 28/3/1977 do
Conselho Federal de Educação(CFE).
Inicia-se, todavia, a atuação da Instituição na graduação plena,
com a substituição dos
cursos de Engenharia de Operação pelos cursos de Engenharia
Industrial, conquista
fundamental que posicionou a Instituição como uma Instituição
Federal de Ensino Superior
(IFES), favorecendo o desenvolvimento do ensino, pesquisa e
extensão. A Resolução No 5-
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A/77, de 3/5/1977, do Ministério de Educação(MEC), em seu parágrafo
segundo propõe a
extinção dos Cursos de Engenharia de Operação ou a transformação
dos mesmos em
Engenharias Plenas. Entretanto, as Escolas Técnicas Federais (ETF)
não eram Instituições de
Ensino Superior e, sendo Federais. Não poderiam ter cursos com a
mesma designação
daqueles ministrados pelas Universidades Federais. Assim, por força
da Lei no 6.545, de 30
de junho de 1978, as Escolas Técnicas foram transformadas em
Centros Federais de Educação
Tecnológica; sendo regulamentadas pelo Decreto no 87.310, de 21 de
junho de 1982. Em
contrapartida o artigo quinto da Resolução No 5-A/77 previa a
passagem para dos Cursos de
Engenharia de Operação em Cursos de Engenharia Industrial.
Registre-se que o Decreto 1073
de 22/11/1890 da República muda a organização da Escola Politécnica
e introduz um Curso
com o nome de Engenharia Industrial. Entretanto, o MEC na Resolução
4/77 de 9/3/1977
propõe nova concepção para a Engenharia Industrial que leva a então
Escola Técnica Federal
do Paraná (ETFPR) a transformar os Cursos de Engenharia de Operação
em Eletrônica e em
Eletrotécnica em Cursos de Engenharia Industrial Elétrica. Inúmeras
alterações foram
registradas no correspondente período, destacando-se os avanços na
gestão administrativo-
financeira; a ampliação da área construída; os cursos de
atualização de servidores; bem como
a adoção de uma política de capacitação de docentes a partir do
início da década de 80, com
os primeiros afastamentos de docentes para realização de cursos de
mestrado.
Nos anos seguintes, com o retorno de professores titulados, os
primeiros resultados se
evidenciaram na implantação de setores institucionais de pesquisa:
o Núcleo de Pesquisas
Tecnológicas (NPT) e o Núcleo de Engenharia Hospitalar (NEH), este
com o apoio da
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).Nesta fase surge o
primeiro Curso de Pós-
Graduação lato sensu, em parceria com a Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e a
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), na área de
Informática Industrial.
Posteriormente, este Curso foi incorporado à estrutura da
Instituição, culminando, em 1988,
com a implantação do primeiro Programa de Pós-Graduação stricto
sensu, o atual Curso de
Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial
(CPGEI).
A segunda fase da transformação da Instituição em Universidade,
tomada de 1989 a
1998, é marcada pela expansão geográfica e pela implantação dos
Cursos Superiores de
Tecnologia. Desta forma, são criadas a Unidade Descentralizada de
Medianeira, em 1990; e,
as Unidades Descentralizadas de Cornélio Procópio, Pato Branco e
Ponta Grossa, em 1993.
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Em 1995, cria-se a Unidade Descentralizada de Campo Mourão. A Lei
de Diretrizes e Bases
(LDB) da Educação Nacional (Lei no. 9.394, de dezembro de 1996)
promoveu importantes
mudanças na educação profissional tendo, também, promovida a
separação entre ensino
técnico e educação básica. A partir desse momento, a Instituição
promoveu um
redirecionamento de suas prioridades para o Ensino Superior ao
mesmo tempo em que
instituiu a expansão da pós-graduação. Foram estabelecidos
intercâmbios internacionais de
docentes e discentes, iniciando com as “Fachhochschulen” (FH) da
Alemanha. Em seguida se
estendeu tais intercâmbios com Instituições de Ensino francesas,
espanholas, japonesas,
americanas, dentre outras. A pós-graduação stricto sensu continuou
sua rota de crescimento,
baseada num plano de capacitação interno e ampliada pela
contratação de novos docentes com
experiência e titulação. Em Curitiba, titulou-se o primeiro mestre
em 1989, em Programa da
própria Instituição, e implantaram-se novos programas: os Mestrados
em Tecnologia (1995),
em Engenharia Mecânica e de Materiais (2001), além do Doutorado em
Engenharia Elétrica e
Informática Industrial (1999). O Plano de Expansão da Instituição
foi acompanhado pela área
de Relações Empresariais, que introduziu inúmeros mecanismos de
interação e parcerias com
o meio externo. No ano de 1997 institucionalizou-se um programa de
empreendedorismo, o
Jovem Empreendedor, com objetivo de difundir e internalizar a
cultura empreendedora,
característica histórica da Instituição, bem como valorizar as
iniciativas discentes e docentes.
Nos anos seguintes, instalaram-se Hotéis Tecnológicos e
pré-incubadoras de projetos,
possibilitando os primeiros passos para a criação de empresas de
base Tecnológica.
Em 1999, quando se acentua uma crise globalizada nas Universidades,
inicia-se a
consolidação de um novo patamar educacional onde esforços foram
canalizados com vistas à
transformação definitiva do CEFET-PR em Universidade. Mas não se
pretendia apenas a
transformação em Universidade. Pretendia-se a Universidade
Tecnológica, um tipo particular
de Instituição que mais se adequava ao histórico da Instituição.
Considerando-se, então, os
indicadores de ensino, pesquisa e extensão na área Tecnológica,
acumulados ao longo dos
anos, a Instituição entendeu que já se caracterizava como uma
Universidade Tecnológica e
passou a reivindicar sua transformação, para adquirir um direito
que já se vinha consolidando
ao longo de sua trajetória. O fato de a Instituição ter se
transformado em universidade
especializada, a partir da Lei no. 11.184, de 07 de outubro de
2005, não significa que estivesse
acima da crise da Universidade, que não é apenas um fenômeno
brasileiro, mas mundial,
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Paraná
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tendo em vista as profundas e velozes mudanças a que vêm sendo
submetidas todas as
sociedades, em face da globalização e das decorrentes exigências ao
setor educacional,
especialmente ao ensino superior. A UTFPR criada a partir do
CEFET-PR marca um
momento histórico da Universidade Brasileira. Contudo, dada à
tradição histórica da
Instituição, essa deverá contribuir, a partir do repensar de sua
prática e da definição de seus
rumos, para o aprimoramento da identidade da Universidade,
particularmente da Universidade
Tecnológica, que, como modalidade especializada, deve priorizar
suas atividades de ensino,
pesquisa e extensão em áreas mais específicas do conhecimento
científico, tecnológico e
cultural.
A transformação do CEFET-PR em Universidade Tecnológica Federal do
Paraná vem,
de um lado, consolidar um trabalho de mais de três décadas no
Ensino Superior reconhecido
pela comunidade como de qualidade e alto nível e, de outro, atender
exigências do mundo
tecnológico no sentido de desenvolver conhecimento em núcleos
especializados e
qualificados para tanto. A elaboração do presente Projeto além de
atender às diretrizes
curriculares, governamentais e profissionais instituídas pelas
correspondentes legislações em
vigor toma, também, como fundamento norteador, a missão
institucional, a visão de
sociedade, os valores e os objetivos que individualizam a
Instituição UTFPR como Instituição
de Ensino Superior que tem por prerrogativas promover a educação de
excelência por meio do
Ensino, Pesquisa e Extensão; interagindo de forma ética e produtiva
com a comunidade para o
desenvolvimento social e tecnológico; gerar um modelo educacional
de desenvolvimento
social e de referência na área Tecnológica preservando a ética, o
desenvolvimento humano
(formando o cidadão integrado no contexto social), a integração
social, a inovação, a
qualidade e a excelência, promovendo a melhoria contínua dos
serviços oferecidos para a
melhoria da sociedade.
Dentre os objetivos da Instituição destacam-se:
I. Gestão Sistêmica onde se pretende descentralizar a estrutura de
gestão; uniformizar
estruturas organizacionais e procedimentos; definir padrões mínimos
para estruturas
organizacionais; estabelecer processo de avaliação institucional;
estabelecer o Plano-Diretor
de tecnologia da informação; modernizar o sistema de informação;
aprimorar os meios de
comunicação; ampliar as fontes de financiamento; intensificar a
ação institucional junto aos
órgãos de governo;
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II. Excelência no Ensino: que tem por finalidade elaborar o Projeto
Político- Pedagógico
Institucional; criar processos de melhoria contínua visando aos
conceitos máximos dos cursos
e programas; incentivar programas de titulação e capacitação de
interesse do Curso; promover
a qualificação permanente do servidor, visando à incorporação de
novas competências;
incentivar a oferta de novos cursos, atendendo a demanda da
sociedade;
III. Ampliação da Pós-Graduação: procurando ampliar a oferta de
Programas de
Mestrado e Doutorado (stricto sensu); ampliar a oferta de Cursos de
Aperfeiçoamento e de
Especialização (lato sensu); intensificar a interação entre os
Programas de Pós-Graduação, de
Graduação e de Atividades de Extensão;
IV. Incentivo à Pesquisa: possibilitando criar a Política
Institucional de Pesquisa;
estimular a produção acadêmica; promover a criação de núcleos de
competência para pesquisa
e desenvolvimento;
V. Inovação Pedagógica: que garanta estruturar os Colegiados de
cursos e programas;
incentivar a internalização de uma cultura empreendedora na
Instituição; desenvolver novas
práticas pedagógicas para o ensino e a aprendizagem; elaborar uma
Política Institucional para
a educação à distância; criar novos programas de educação
continuada; propiciar a
permanente vinculação do egresso aos programas da Instituição;
estruturar agência de
emprego e estágio junto à Fundação da Instituição;
VI. Integração com a Comunidade: para intensificar a cooperação com
a comunidade;
buscar novas parcerias; ampliar programas de intercâmbio com
instituições nacionais e
estrangeiras; integrar os familiares dos estudantes nas atividades
da Instituição; estruturar
programas de educação profissional de nível básico; ampliar as
atividades de extensão, em
programas comunitários e assistenciais; fomentar o desenvolvimento
de incubadoras e
parques tecnológicos;
VII. Ampliação da Estrutura: buscando elaborar o Plano-Diretor
Institucional para a
infraestrutura; adequar a área física de acordo com as necessidades
da instituição; buscar a
ampliação do quadro de Servidores e do Corpo Discente; proporcionar
a aquisição,
manutenção e adequação de equipamentos; ampliar o acervo
bibliográfico e o acesso à
informação e ao conhecimento; ampliar a estrutura de redes de
comunicação de dados, voz e
imagem;
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17
VIII. Qualidade de Vida na Instituição: onde se almeja estabelecer
uma política social
para a Instituição; promover eventos de integração; intensificar o
apoio a ações do Programa
CIMCO (CEFET-PR Integrado na Multiplicação de Conhecimentos);
IX. Fortalecimento da Marca UTFPR: para estabelecer um plano de
marketing
institucional; divulgar os resultados da UTFPR nas ações do ensino,
pesquisa e extensão;
capacitar servidores para divulgação das competências da UTFPR;
estruturar procedimentos
que possibilitem a transferência de tecnologia; estruturar e
expandir a Editora da UTFPR;
criar e comercializar produtos com a marca UTFPR.
A UTFPR baseia-se em três pilares, que são sua missão, sua visão e
seus valores:
Missão: Desenvolver a educação tecnológica de excelência, construir
e compartilhar o
conhecimento voltado à solução dos reais desafios da
sociedade.
Visão: Ser uma universidade reconhecida internacionalmente pela
importância de sua
atuação em prol do desenvolvimento regional e nacional
sustentável.
Valores:
Ética: contar com estudantes e servidores eticamente responsáveis,
inseridos em um
contexto de busca do conhecimento e de dedicação à verdade
científica e à imparcialidade.
Tecnologia e humanismo: considerar a tecnologia como algo inerente
à sociedade e que
os aspectos humanos são parte integrante do problema e da solução
de todo desenvolvimento
tecnológico.
Desenvolvimento humano: formar o cidadão crítico, ético e
autônomo.
Interação com o entorno: desenvolver sua missão de modo
responsável, solidário e
cooperativo com a sociedade, governos e organizações.
Empreendedorismo e Inovação: efetuar a mudança por meio de atitude
empreendedora.
Excelência: promover a melhoria contínua das atividades acadêmicas,
de gestão e da
relação com a sociedade.
Sustentabilidade: assegurar que todas as ações se observem
sustentáveis nas
dimensões sociais, ambientais e econômicas.
Diversidade e inclusão: promover a educação tecnológica,
respeitando e valorizando a
diversidade e o potencial de todas as pessoas.
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18
Democracia e transparência: valorizar a participação democrática e
a transparência em
todas as instâncias da UTFPR, como compromissos voltados ao
fortalecimento dos processos
de participação das comunidades universitária e externa na
concepção, decisão,
implementação e avaliação das ações da Universidade.
Com ampla abrangência no Paraná, a UTFPR atualmente tem 13 câmpus
no Estado e
pretende ampliar essa atuação. Cada Câmpus mantém cursos planejados
de acordo com a
necessidade da região onde está situado. Uma parte deles oferta
cursos técnicos e de
graduação, e a maioria somente cursos de graduação e pós-graduação.
Todos os cursos de
graduação estão autorizados e a grande maioria já foi reconhecida
pelo Ministério da
Educação. Atualmente, a força de trabalho da UTFPR é de 2.549
professores e
1.176 técnicos-administrativos. O número de estudantes regulares
nos cursos técnicos,
graduação e pós-graduação passa de 32 mil.
2.2. Histórico do curso de Engenharia Mecânica
Os primeiros estudos para a implantação do curso superior na área
de mecânica no
antigo CEFET-PR foram iniciados em 1984. Algumas pesquisas feitas
inicialmente, como
consultas à empresas da região, naquele ano, indicaram que, ao
contrário do que se previa
inicialmente como um curso de tecnologia, foi indicada como a
melhor opção a oferta do
curso de Engenharia Mecânica, e ainda com características de
engenharia Industrial, voltado
aos processos de fabricação .
No sentido de dar andamento ao projeto deste novo curso , a direção
do CEFET-PR ,
na pessoa do professor Artur Bertol, emitiu portaria criando a
comissão que ficou
encarregada de elaborar o projeto do novo curso, agora como
Engenharia Industrial Mecânica,
tendo designados os seguintes membros, todos professores envolvidos
com o ensino técnico
quer seja no curso de mecânica, ou nos demais cursos superiores que
já existiam: Alexandre
Morais, Biagio Loberto, César Lucio Molitz Allenstein, Edson
Savelli Gomes, Nestor Moraes
e Paulo André de Camargo Beltrão. A referida comissão apresentou
como resultado o projeto
do curso, no qual estava contemplado um ensino que se fazia como um
todo dentro do
departamento de mecânica. Desta forma, as disciplinas do ciclo
básico eram totalmente
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19
ministradas por professores com formação na área ou afins,
objetivando desde cedo o contato
do aluno com a realidade do curso e da área de atuação. Esta
metodologia não foi possível de
ser aplicada, visto a necessidade de otimização de recursos, sendo
este projeto revisado em
um segundo momento, aprovado no Conselho de Ensino, tendo sido
implantado o curso de
Engenharia Industrial Mecânica no CEFET-PR no ano de 1992 pelo
então diretor Prof Ataíde
Moacir Ferrazza.
O Conselho Diretor do Centro Federal de Educação Tecnológica do
Paraná,
considerando o disposto no Artigo 9 o , Inciso I, do Estatuto deste
Centro Federal, aprovou,
através da Deliberação n o 24/90 de 03 de agosto de 1990, o Projeto
do Curso de Engenharia
Industrial - Modalidade Mecânica. O curso possui um currículo pleno
de acordo com a
Resolução 48/76 CFE de 27/04/76 e 4/77 CFE de 09/03/77, para o
curso de Engenharia,
habilitação em Engenharia Industrial Mecânica.
As atividades do Curso tiveram início em 16 de março de 1992, com o
primeiro
vestibular para a seleção dos alunos tendo sido realizado em
janeiro.
O curso de Engenharia Industrial Mecânica, a exemplo do próprio
Departamento
Acadêmico de Mecânica no qual está inserido, foi organizado em 6
áreas de conhecimento:
Projetos Mecânicos, Metrologia e Qualidade, Ciências Térmicas,
Automação e Sistemas,
Ciências dos Materiais Fabricação Mecânica.
As aulas deste curso superior de graduação plena eram ministradas
no turno vespertino-
noturno, com maior incidência para o intervalo compreendido entre
as 15h50min até as
22h50min. O regime de matrícula adotado era o semestral, recebendo
80 novos alunos a cada
ano, com entradas em março e agosto. A matrícula é realizada por
disciplina. O tempo normal
para a conclusão do Curso corresponde a 10 semestres letivos (5
anos), e o tempo máximo
permitido ao aluno corresponde a 18 semestres letivos (9
anos).
Em 1995 houve a primeira modificação curricular, com o objetivo de
aprimorar a
qualidade do ensino oferecida aos discentes. A forma e o conteúdo
de algumas disciplinas
foram alterados, sendo introduzidas as disciplinas optativas no
quinto ano e criada a disciplina
de Projeto Final de Curso I e II.
O pedido de reconhecimento do curso foi encaminhado ao MEC no final
de 1996. Nos
dias 10 e 11 de julho de 1997, uma comissão de verificação nomeada
pelo MEC visitou o
então CEFET-PR. O Curso de Engenharia Industrial Mecânica do
CEFET-PR foi reconhecido
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20
pelo Ministério de Educação (MEC), por meio da Portaria nº 223 de 6
de março de 1998,
publicada no Diário Oficial da União do dia 10 de março de 1998.
Este reconhecimento é
válido pelos próximos cinco anos, seguindo as diretrizes impostas
pela nova política
educacional brasileira para Cursos de Graduação.
Em fevereiro de 2001 começou a funcionar na mecânica com o nome de
Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais o curso de
mestrado, envolvendo
professores de diferentes áreas, como Física, Química e Mecânica.
No ano de 2002 ocorreu a
primeira defesa de dissertação do programa.
Em dezembro de 2003 foi assinado o primeiro acordo de
dupla-diplomação entre o
CEFET-PR e as Universidades Tecnológicas Francesas (Compiegne,
Troyes e Belford). Pelo
acordo os alunos do curso de Engenharia Industrial Mecânica estudam
durante dois anos na
França e retornam ao Brasil para finalizar o curso. Os primeiros
cinco alunos foram para a
França em janeiro de 2004 e os primeiros alunos franceses deverão
chegar em setembro de
2005.
Em 2009, a resolução 83/09 – COEPP/UTFPR aprovou reformulação
curricular e a
alteração de denominação de Engenharia Industrial Mecânica para
Engenharia Mecânica,
denominação essa que é mantida até hoje.
2.3. Identificação e informações gerais do curso
Denominação do Curso: Curso de Engenharia – Habilitação em
Engenharia Mecânica.
Titulação conferida: Engenheiro(a) Mecânico(a).
Nível do Curso: Graduação.
Modalidade de curso: Curso Regular de Engenharia. Presencial (com
disciplinas
semipresenciais).
Duração do Curso (prazos - mínimo e máximo - para a integralização
curricular): O
prazo mínimo para integralização do curso é de 10 semestres e o
máximo de 18 semestres.
Área de conhecimento: Engenharia Mecânica.
Habilitação e/ou ênfase e/ou núcleo formador: Engenharia
Mecânica.
Regime escolar (curso seriado ou por regime de créditos): O curso
funciona por
regime de créditos, sendo a matrícula realizada por
disciplina.
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21
Processo de seleção. A admissão dos alunos é realizada
semestralmente através do
SISU - Sistema de Seleção Unificada.
Número de vagas anuais previstas por turmas: duas turmas de 44
alunos cada por
semestre, totalizando 88 vagas/semestre e 176 vagas/ano.
Turnos previstos: o curso transcorre em dois turnos integrais
distintos: manhã/tarde e
tarde/noite.
Nome e titulação do Coordenador do Curso: Rodrigo Lupinacci
Villanova, Dr.
Ano de início de funcionamento do Curso: Março de 1992.
Número do ato de reconhecimento do curso: Reconhecido pelo
Ministério da
Educação, por meio da Portaria n o 223 de 06 de Março de
1998.
2.4. Objetivos do curso
2.4.1. Objetivo geral
O Curso de Engenharia Mecânica da UTFPR/Câmpus Curitiba tem como
objetivo
principal formar um profissional com densa base científica e
tecnológica e com alta
receptividade pelo mercado de trabalho, com capacidade de
adaptar-se às mais diversas
atividades desenvolvidas pela indústria metal-mecânica e áreas
correlatas, bem como
profissionais aptos a desenvolverem atividades de pesquisa
científica e tecnológica em
instituições acadêmicas.
i) Saber aplicar os conhecimentos matemáticos, científicos,
tecnológicos e
instrumentais do seu campo de trabalho na engenharia;
ii) Projetar e conduzir a implementação de projetos no setor da
mecânica;
iii) Saber conduzir equipes de trabalho que atuem em projetos,
realização ou
administração de processos ligados à mecânica;
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v) Atuar profissionalmente com ética e respeito aos preceitos
profissionais;
vi) Ser capaz de desenvolver e utilizar novas ferramentas e
técnicas para o
desenvolvimento de sua profissão;
vii) Avaliar o impacto socioambiental no desenvolvimento de suas
atividades
profissionais e
2.5. Perfil Profissiográfico e áreas de atuação do Engenheiro
Mecânica
O Engenheiro Mecânico é um profissional de nível superior com
formação e
capacitação que o habilitam à supervisão e controle de setores
especializados da indústria e
encargos normais de produção industrial, caracterizado por uma
formação teórico-prática,
necessária à condução dos processos e projetos industriais, à
gerência ou supervisão das
indústrias, direção e aplicação da mão-de-obra, às técnicas de
utilização e manutenção de
equipamentos; enfim, às atividades normais ou de rotina das
indústrias.
O campo de atuação é bastante vasto, sendo mais indicada a área da
indústria nos
ramos metalúrgico, metal-mecânico, têxtil, automobilístico,
petrolífero, dentre outros. O
Curso de Engenharia Mecânica permite ao egresso desenvolver
atividades em engenharia do
produto; processos de manufatura; projeto de ferramental; método,
análise, planejamento e
desenvolvimento de manufatura; análise e desenvolvimento de
sistemas
termofluidomecânicos; arranjo físico de equipamentos; planejamento;
programação e
expedição de produtos; controle de qualidade; manutenção de
máquinas e instalações
mecânicas; assistência técnica; auditoria; fiscalização; análise e
elaboração de projetos
industriais. Pode ainda estender o seu trabalho à área de serviços
em firmas de consultoria e
assessoramento, magistério e/ou instituições de pesquisa científica
e tecnológica.
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23
2.6. Perfil do Egresso e Competências
De acordo com o parecer 1/2019 e com a resolução 2 /2019 do CNE/CES
(Conselho
Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior), que estabelecem
as Diretrizes
Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia (DCNs de
Engenharia), o
perfil do egresso do curso de graduação em Engenharia deve
compreender, entre outras, as
seguintes características:
I - ter visão holística e humanista, ser crítico, reflexivo,
criativo, cooperativo e ético e
com forte formação técnica;
II - estar apto a pesquisar, desenvolver, adaptar e utilizar novas
tecnologias, com
atuação inovadora e empreendedora;
III - ser capaz de reconhecer as necessidades dos usuários,
formular, analisar e resolver,
de forma criativa, os problemas de Engenharia;
IV - adotar perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares em
sua prática;
V - considerar os aspectos globais, políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais
e de segurança e saúde no trabalho;
VI - atuar com isenção e comprometimento com a responsabilidade
social e com o
desenvolvimento sustentável.
Além disso, de acordo com o mesmo parecer, o curso de graduação em
Engenharia deve
proporcionar o desenvolvimento das seguintes competências ao longo
da formação dos
estudantes:
I - formular e conceber soluções desejáveis de engenharia,
analisando e compreendendo
os usuários dessas soluções e seu contexto: a) ser capaz de
utilizar técnicas adequadas de
observação, compreensão, registro e análise das necessidades dos
usuários e de seus contextos
sociais, culturais, legais, ambientais e econômicos; b) formular,
de maneira ampla e sistêmica,
questões de engenharia, considerando o usuário e seu contexto,
concebendo soluções
criativas, bem como o uso de técnicas adequadas;
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24
II - analisar e compreender os fenômenos físicos e químicos por
meio de modelos
simbólicos, físicos e outros, verificados e validados por
experimentação: a) ser capaz de
modelar os fenômenos, os sistemas físicos e químicos, utilizando as
ferramentas matemáticas,
estatísticas, computacionais e de simulação, entre outras. b)
prever os resultados dos sistemas
por meio dos modelos; c) conceber experimentos que gerem resultados
reais para o
comportamento dos fenômenos e sistemas em estudo. d) verificar e
validar os modelos por
meio de técnicas adequadas;
III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos (bens e
serviços), componentes ou
processos: a) ser capaz de conceber e projetar soluções criativas,
desejáveis e viáveis, técnica
e economicamente, nos contextos em que serão aplicadas; b) projetar
e determinar os
parâmetros construtivos e operacionais para as soluções de
Engenharia; c) aplicar conceitos
de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar
projetos e serviços de Engenharia;
IV - implantar, supervisionar e controlar as soluções de
Engenharia: a) ser capaz de
aplicar os conceitos de gestão para planejar, supervisionar,
elaborar e coordenar a implantação
das soluções de Engenharia. b) estar apto a gerir, tanto a força de
trabalho quanto os recursos
físicos, no que diz respeito aos materiais e à informação; c)
desenvolver sensibilidade global
nas organizações; d) projetar e desenvolver novas estruturas
empreendedoras e soluções
inovadoras para os problemas; e) realizar a avaliação
crítico-reflexiva dos impactos das
soluções de Engenharia nos contextos social, legal, econômico e
ambiental;
V - comunicar-se eficazmente nas formas escrita, oral e gráfica: a)
ser capaz de
expressar-se adequadamente, seja na língua pátria ou em idioma
diferente do Português,
inclusive por meio do uso consistente das tecnologias digitais de
informação e comunicação
(TDICs), mantendo-se sempre atualizado em termos de métodos e
tecnologias disponíveis;
VI - trabalhar e liderar equipes multidisciplinares: a) ser capaz
de interagir com as
diferentes culturas, mediante o trabalho em equipes presenciais ou
a distância, de modo que
facilite a construção coletiva; b) atuar, de forma colaborativa,
ética e profissional em equipes
multidisciplinares, tanto localmente quanto em rede; c) gerenciar
projetos e liderar, de forma
proativa e colaborativa, definindo as estratégias e construindo o
consenso nos grupos; d)
reconhecer e conviver com as diferenças socioculturais nos mais
diversos níveis em todos os
contextos em que atua (globais/locais); e) preparar-se para liderar
empreendimentos em todos
os seus aspectos de produção, de finanças, de pessoal e de
mercado;
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VII - conhecer e aplicar com ética a legislação e os atos
normativos no âmbito do
exercício da profissão: a) ser capaz de compreender a legislação, a
ética e a responsabilidade
profissional e avaliar os impactos das atividades de Engenharia na
sociedade e no meio
ambiente. b) atuar sempre respeitando a legislação, e com ética em
todas as atividades,
zelando para que isto ocorra também no contexto em que estiver
atuando;
VIII - aprender de forma autônoma e lidar com situações e contextos
complexos,
atualizando-se em relação aos avanços da ciência, da tecnologia e
aos desafios da inovação: a)
ser capaz de assumir atitude investigativa e autônoma, com vistas à
aprendizagem contínua, à
produção de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas
tecnologias. b) aprender a
aprender.
Além das competências gerais, devem ser agregadas as competências
específicas de
acordo com a habilitação ou com a ênfase do curso.
Com a estrutura curricular do curso, entende-se que os egressos
atendem aos preceitos
de perfil e competências preconizadas pelas DCNs de Engenharia. Em
resumo, pretende-se
que o egresso do curso de Engenharia Mecânica da UTFPR/Campus
Curitiba, além das
competências citadas anteriormente, tenha o seguinte perfil
profissional:
- formação sólida nas disciplinas básicas, garantindo que o
profissional depois de formado
tenha facilidade em acompanhar a evolução tecnológica;
- conhecimentos na área de informática a ser utilizada como
ferramenta pelo aluno durante o
curso e pelo engenheiro em sua vida profissional;
- conhecimentos de gestão, possibilitando ao profissional tornar-se
pró-ativo, com liderança e
iniciativa, seja como dono do seu próprio empreendimento, como
empregador, seja dentro de
uma organização como colaborador;
- forte formação humanística para que o futuro profissional venha a
tornar-se um engenheiro
consciente de seu papel na sociedade e venha a ter um bom
relacionamento humano no
trabalho;
- forte embasamento nas diversas áreas que caracterizam a
engenharia mecânica,
proporcionado através das disciplinas profissionalizantes
obrigatórias;
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- formação que permita aprofundamento em áreas de interesse durante
o desenvolvimento da
sua graduação. Também permitirá que o profissional retorne à
instituição e agregue
competências que considere importantes a sua formação;
- Visão multidisciplinar e interdisciplinar;
- inserção e participação na vida comunitária através de projetos
de interesse social e humano
proporcionada através de atividades complementares ao curso.
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27
3. Organização Didático Pedagógica
3.1. Áreas de conhecimento
O curso de Engenharia Mecânica da UTFPR/Câmpus Curitiba é
organizado em áreas de
conhecimento, que reúnem professores com formação e interesses
comuns em grupos de
disciplinas afins, a fim de facilitar a gestão do curso e das
unidades curriculares. Cada um
destes grupos é responsável por um grupo de disciplinas
obrigatórias e optativas, e são
coordenados por um professor, que o líder de área ou líder de grupo
de disciplinas.
Atualmente (2019), o curso tem oito áreas de conhecimento/grupos de
disciplinas, assim
organizadas:
- Ciências Térmicas; líder: Prof. Eduardo Matos Germer;
- Projetos; líder: Prof. Marco Aurélio de Carvalho;
- Estrutural; líder: Profa. Ana Paula Carvalho da Silva
Ferreira;
- Metrologia e Qualidade; líder: Prof. Walter Luis Mikos;
- Produção; líder: Prof; Osvaldo Verussa Junior;
- Materiais; líder: Profa. Marjorie Benegra;
- Fabricação; líder: Prof. Pedro Luiz Fiad do Amaral
3.2. Relação teoria com a prática
Teoria e prática são dimensões indissociáveis no processo
educacional. Dessa forma, a
estrutura do curso de Engenharia Mecânica prevê um conjunto de
atividades práticas que são
desenvolvidas pelos alunos ao longo do curso das seguintes
maneiras:
- aulas práticas em laboratório associadas a diversas disciplinas
da matriz curricular,
cujas cargas horárias são previstas nos seus planos de
ensino;
- realização de estágios profissionalizantes , de caráter
obrigatório ou não obrigatório,
em empresas do ramo metal-mecânico da região na qual o curso está
inserido ou em
laboratórios da própria instituição;
- participação em projetos de extensão tais como Baja, Formula SAE
e Aero Design;
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28
- atividades de iniciação científica nos laboratórios do
departamento em projetos
vinculados ao programa de pós-graduação (PPGEM);
- participação em disciplinas de caráter semipresencial e cunho
essencialmente prático,
como as disciplinas de Aprendizagem Baseada em Projetos.
As disciplinas obrigatórias (não considerando o Trabalho de
Conclusão de Curso) da
matriz curricular do curso que preveem atividades práticas são as
seguintes (os números entre
parênteses indicam o número de aulas teóricas e práticas semanais,
respectivamente):
Primeiro período:
- Metrologia Mecânica (2/1);
- Tratamentos Térmicos (2/2);
- Soldagem (2/1);
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29
- Pneumática e Hidráulica (2/2);
- Usinagem CNC (1/3).
- Empreendedorismo (1/1).
Fica evidente que as atividades práticas relacionadas aos conteúdos
teóricos, nas
disciplinas obrigatórias, estão distribuídas por todo o curso,
desde o primeiro período,
totalizando 43 horas-aula semanais de aulas práticas (o que
equivale a 645 horas totais).
3.3. Desenvolvimento de competências profissionais
O desenvolvimento das competências preconizadas pelas DCNs de
Engenharia
acontece em todos os momentos do curso. Ao cursar as disciplinas
teóricas, realizar as
atividades práticas, participar dos projetos de extensão, realizar
o estágio obrigatório e o
Trabalho de Conclusão de Curso, o aluno terá experimentado diversas
situações que levarão
ao desenvolvimento das referidas competências (ver item 2.7).
3.4. Avaliação da aprendizagem
A avaliação da aprendizagem e do desenvolvimento das competências
se dá de
diversas maneiras, de acordo com a especificidade de cada
disciplina e com os critérios de
cada professor, que têm autonomia para elaborar e aplicar suas
respectivas avaliações. Os
instrumentos de avaliação podem incluir, mas não necessariamente
limitar-se, a:
- avaliações escritas individuais sem consulta;
- avaliações escritas individuais com consulta;
- relatórios técnicos escritos;
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30
- apresentação oral de relatórios de aulas práticas e/ou trabalhos
de pesquisa perante o
professor da disciplina ou perante banca;
- desenvolvimento de projetos e/ou protótipos;
- avaliações realizadas através de plataformas digitais ou em
softwares específicos;
- desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e/ou de revisão
bibliográfica.
Os critérios de ensino, rendimento escolar e aprovação seguem o
disposto nos artigos
33, 34, 35 e 36 do Regulamento da Organização Didático Pedagógica
da UTFPR (Resolução
81/2019 do COGEP).
3.5. Flexibilidade curricular
A flexibilização curricular oportuniza ao aluno a realização de
diferentes unidades
curriculares para a integralização dos créditos necessários, de
modo que ele possa ter um certo
grau de autonomia na escolha das unidades curriculares que deseja
cursar.
Muito embora o curso de Engenharia Mecânica seja baseado em
disciplinas obrigatórias
organizadas em períodos, os estudantes têm as seguintes opções para
flexibilizar a sua
formação e o desenvolvimento de suas competências:
- oferta de disciplinas optativas do Ciclo de Humanidades: de
acordo com a matriz
curricular, o aluno deve cursar 195 horas de disciplinas de caráter
optativo do Ciclo de
Humanidades. Atualmente existe uma oferta bastante ampla de
disciplinas de Humanidades
na UTFPR, dentre os quais o estudante tem total liberdade de
escolha para cumprir as 195
horas exigidas.
- disciplinas de caráter semipresencial, práticas e baseadas em
aprendizagem baseada
em projetos: o curso prevê, atualmente, a oferta de duas
disciplinas com este caráter:
Aprendizagem Baseada em Projetos 1 e Aprendizagem Baseada em
Projetos 2. Estas
disciplinas possibilitam ao aluno validar créditos de disciplinas
obrigatórias, que desta
maneira não precisaria ser cursadas. A ampliação da oferta de mais
disciplinas desta natureza
proporcionará aos estudantes uma flexibilidade curricular muito
significativa. Para maiores
detalhes, ver o Anexo I deste documento.
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31
escolhas individuais, e contribuem na flexibilização
curricular.
3.6. Relação com a pesquisa
O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e de Materiais -
PPGEM está
vinculado ao Departamento Acadêmico de Mecânica, e a maioria dos
professores que atuam
no Programa também atuam no curso de Engenharia Mecânica. Desta
forma, existe uma
significativa interação entre o curso e as atividades de pesquisa
desenvolvidas na pós-
graduação, com reflexo na formação dos alunos. As áreas de pesquisa
do PPGEM estão
diretamente relacionadas com as áreas do curso de Engenharia
Mecânica, e muitos alunos
desenvolvem atividades de iniciação científica vinculados a
projetos de pesquisa associados a
estas áreas.
As áreas de concentração e linhas de pesquisa do PPGEM são:
Engenharia de Manufatura: Desenvolvimento Integrado de Produto e
Otimização de
Processos de Fabricação;
Engenharia de Materiais: Caracterização de Materiais e
Processamento de Materiais;
Engenharia Térmica: Análise e Modelagem de Processos e Sistemas
Térmicos e
Mecânica dos Fluidos;
Mecânica dos Sólidos: Mecânica dos Sólidos Computacional
Todas estas áreas de concentração e linhas de pesquisa são
abordadas no curso de
graduação em Engenharia Mecânica, e a experiência dos professores
que atuam em ambos os
níveis contribui de maneira significativa na formação dos alunos de
graduação. Além disso,
existe a possibilidade de alunos de graduação cursarem disciplinas
do PPGEM e terem os
créditos destas disciplinas validados em disciplinas equivalentes
na graduação.
Os grupos de pesquisa do PPGEM atualmente são os seguintes:
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32
- Grupo de Pesquisa da Sustentabilidade do Ciclo de Vida
(GYRO)
- Grupo de Estudos de Ciclo de Vida de Produto
- Núcleo de Manufatura Aditiva e Ferramental - NUFER
- Criatividade, Inventividade e Inovação Sistemática na
Engenharia
Engenharia de Materiais:
Engenharia Térmica:
- Centro de Pesquisas em Reologia e Fluidos Não Newtonianos
(CERNN)
- Núcleo de Escoamento Multifásico (NUEM)
Mecânica dos Sólidos
- Grupo de Pesquisa em Otimização e Análise Estrutural
(GEOti)
Os docentes atualmente envolvidos em cada uma das linhas de
pesquisa são listados no
quadros 1, 2, 3 e 4.
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33
Quadro 1 - Docentes da área de concentração Engenharia de
Manufatura
Quadro 2 - Docentes da área de concentração Engenharia de
Materiais
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Quadro 4 - Docentes da área de concentração Mecânica dos
Sólidos
Como pode-se observar nos quadros apresentados, a grande maioria
dos docentes do
PPGEM também leciona disciplinas do curso de Engenharia Mecânica,
explicitando a relação
com o pesquisa que o curso possui.
Além dos grupos de pesquisa vinculados ao PPGEM, há ainda um grupo
de pesquisa da
área de Engenharia da Produção vinculado ao DAMEC, que é o grupo
Organização da
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Produção e Operações, composto por professores da área de Produção
que atuam no curso de
Engenharia Mecânica.
Atualmente, três projetos de extensão coordenados por professores
do Departamento
Acadêmico de Mecânica vinculados ao curso de Engenharia Mecânica
são desenvolvidos por
alunos do curso: Projeto Formula SAE, Projeto Baja e Projeto Aero
Design. Além desses,
diversos alunos da Engenharia Mecânica participam do Projeto
Crossbots, e a empresa júnior
Cromo Consultoria desenvolve projetos para a comunidade
local.
Todos estes projetos contribuem na formação técnica, prática e
cidadã dos estudantes,
estreitando relações com diversas comunidades internas e externas à
universidade. Um breve
detalhamento dos projetos e da empresa júnior é feito a
seguir.
Formula UTFPR
O objetivo da equipe Fórmula UTFPR é projetar e construir um carro
de corrida que nos
permitirá participar da Fórmula SAE Brasil. O processo inclui desde
a parte de projeto dos
componentes até a compra dos materiais e confecção das peças, além
disso, o processo de
desenvolvimento também envolve estudos sobre mercado, organização
de gastos, design,
liderança e cumprimento de metas. Nossa equipe é composta por
alunos de todos os cursos,
principalmente engenharias, mas também congrega outros cursos,
proporcionando aos
integrantes uma experiência interdisciplinar muito rica. Divididos
em 6 sistemas (Adm&Mkt,
Powertrain, Freio, Estruturas e Design, Elétrica e Eletrônica e
Suspensão e Direção), fazendo
com que os integrantes desenvolvam um senso de trabalho em equipe
muito apurado.
Imperador UTFPR (Projeto Baja)
A Imperador UTFPR é a equipe que, desde 2008, desenvolve o projeto
Baja SAE na
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). O protótipo é
construído para
participar em competições promovidas pela SAE, Society of
Automative Engineers. Esta
competição objetiva oferecer aos estudantes universitários a
oportunidade de elaborar um
projeto que possibilite, através da realização de tarefas de
planejamento e construção, a
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aplicação dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, criando
alunos mais conscientes do
que acontece no mercado industrial e de trabalho.
Atualmente a equipe é composta por estudantes de Engenharia
Mecânica, Mecatrônica,
Design e Técnico Integrado em Eletrônica. É importante ressaltar
que a equipe permite a
participação de alunos de qualquer curso e período. A cada ano, é
aberto um processo seletivo
onde os candidatos passam pela avaliação e um período como trainee.
A Imperador se divide
em subprojetos de Estruturas & Design, PowerTrain, Suspensão
& Direção, Freios, Elétrica,
Marketing e Administrativo.
Crossbots
A Crossbots é uma equipe de robótica formada por mais de 50 alunos
da UTFPR. Desde
2010, ela desenvolve robôs de competição: Sumô, Combate, Seguidores
de Linha e até
mesmo artísticos, como a Mona Lisa que te segue com os olhos. A
meta da Crossbots é, para
os anos vindouros, aprimorar projetos nas áreas de educação e
pesquisa em áreas de ponta,
como Impressão 3d e Braços Robóticos. Acima de tudo, a equipe
pretende fomentar o
conhecimento na universidade, seja com cursos para a comunidade,
seja entre os membros,
com conhecimentos técnicos.
AeroDesign UTFPR Curitiba
A equipe foi criada em 1998, inicialmente nomeada como Biguá. Foi
uma das primeiras
universidades a aderirem ao desafio SAE Brasil desta categoria,
tornando-se uma equipe
tradicional. Desde então a equipe passou por grandes mudanças,
aprimorou a técnica
desenvolvida na construção de aeronaves, ampliou a gama de áreas
envolvidas no projeto e
hoje conversa com mais graduações do que apenas engenharias.
Atualmente denomina-se
AeroDesign UTFPR Curitiba e evolui mais a cada ano.
O AeroDesign é um projeto educacional voltado ao desenvolvimento do
estudante no
ramo aeronáutico. O projeto foca na construção de aeronaves
rádio-controladas, em que os
alunos que participantes adquirem conhecimentos que vão além do que
é ensinado em sala de
aula. Esse conhecimento se torna um importante complemento no
currículo acadêmico do
aluno, uma vez que nem todas as instituições de ensino possuem o
curso de Engenharia
Aeronáutica. Assim, toda dedicação e conhecimento adquiridos ao
longo do projeto são
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testados na competição SAE Brasil AeroDesign, realizada anualmente
em São José dos
Campos, reunindo mais de 90 equipes do país inteiro contando,
inclusive, com algumas do
exterior.
Cromo Consultoria
A Cromo Consultoria é a Empresa Júnior de Engenharia Mecânica e
Mecatrônica da
UTFPR de Curitiba. Uma empresa sem fins lucrativos, formada e
gerida por estudantes, com
o suporte dos professores e com a estrutura da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná,
cujo objetivo é desenvolver projetos e soluções em desenhos 3D e de
fabricação,
desenvolvimento de produtos e otimização de processos.
3.8. Diversidade e educação inclusiva
A preocupação com a inclusão de pessoas com necessidades
específicas tem sido
aprofundada nos últimos anos. Estes alunos, no âmbito do Câmpus
Curitiba, são
acompanhados pelo NUAPE - Núcleo de Acompanhamento Psicopedagógico
e Assistência
Estudantil. A coordenação do curso, os docentes e o NUAPE,
trabalhando conjuntamente,
devem garantir ferramentas de acompanhamento e evolução no curso de
alunos com
necessidades específicas.
Sustentabilidade é um conceito que determinada que determinado
processo ou sistema
possa manter-se num determinado nível durante um período de tempo.
De maneira mais
abrangente, pode-se estender este conceito no sentido de que as
necessidades futuras não
devam ser comprometidas pelo consumo dos recursos necessários para
suprir as necessidades
presentes.
Projetos e/ou sistemas de engenharia consomem recursos naturais,
energéticos e
financeiros. A necessidade de formação de uma consciência
sustentável deve permear as
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componentes cur