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Redução do consumo elétrico, por uso do sistema de iluminação LED em apartamento de classe A em Água
Claras/DF dezembro/2014
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014 dezembro/2014
Redução do consumo elétrico, por uso do sistema de iluminação LED
em apartamento de classe A em Águas Claras/DF
Edgar Marcus Paiva de Oliveira Maciel – [email protected]
Pós graduação Lato Sensu em Iluminação e Designer de Interiores
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Brasília-DF, 13 de maio de 2014
Resumo
Este artigo é sobre a redução do consumo energético residencial, pela implementação de
sistema LED na iluminação. É possível iluminar uma residência com maior eficiência
energética mantendo os efeitos e fluxo luminoso do sistema atual? A hipótese é que este
sistema pode ser substituído integralmente pelo sistema LED, obtendo redução do consumo
elétrico. O objetivo é identificar no mercado os atuais modelos de luminárias e lâmpadas
LED e substituir de forma satisfatória o sistema atual composto por lâmpadas halógenas,
fluorescentes compactas e tubulares, bem como suas respectivas luminárias, e comprovar a
redução do consumo energético.Através de estudo de caso, realizar-se-á uma descrição
comparativa dos dois sistemas de iluminação, utilizando imagens e informações obtidas dos
fabricantes, além de utilização de software específico que comprove a redução do consumo
elétrico. Os resultados obtidos indicam redução de 70,5% na economia de energia elétrica
gasto com a iluminação em apartamento de classe “A”. Com a implementação do sistema de
iluminação LED, conclui-se que a redução do consumo de energia elétrica na iluminação
residencial é possível e satisfatória, sem a necessidade de alteração do projeto luminotécnico
proposto pelo profissional responsável.
Palavras-chave: Consumo elétrico. Iluminação residencial. Sistema de iluminação LED.
1. Introdução
O consumo de energia elétrica residencial é cada vez maior no Brasil. Segundo Balanço
Energético Nacional 2013 (Ano Base 2012) houve um acréscimo 5,1% no consumo elétrico
residencial em relação ao ano anterior, puxado principalmente pelo aumento da renda e
facilidades de crédito. Com o aumento do poder de comprado brasileiro, bem como os
programas de transferência de renda do Governo Federal, tornou mais acessível a família
brasileira o uso de eletrodomésticos e eletroeletrônicos de usos diversos, antes acessíveis à
apenas uma menor parcela da sociedade.
Desde a crise do setor energético ocorrido entre julho de 2001 e setembro de 2002, conhecido
popularmente como "Apagão", houve uma maior preocupação e controle por parte do
governo, quanto ao consumo energético dos produtos eletroeletrônicos enfatizando e
incentivando a utilização de produtos com maior eficiência energética, conforme etiquetagem
do Programa de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL). Uma das consequencias desse
processo foram os grandes incentivos principalmente de ordem tributária, para substituição
das lâmpadas incandescentes (LI), com extinção prevista definitivamente do mercado
brasileiro para 2017, pela utilização de lâmpada fluorescente compacta (LFC), lâmpada
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fluorescente tubular (LFT) e lâmpada fluorescente circular (LFCir). Lamentavelmente não
houve um controle quanto a qualidade dessas lâmpadas, ocorrendo também em uma grande
quantidade de lâmpadas de baixa qualidade e de pouca durabilidade no mercado.
Desde 2004 (ano base 2003), o Ministério de Minas e Energia (MME) realiza em conjunto
com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o Balanço Energético Nacional (BEN), que
contém a contabilidade sobre oferta e consumo de energia no Brasil. A partir destes balanços,
é possível analisar quais setores consomem mais energia (Tabela 1), e quais estados tiveram
maior aumento do consumo energético (Tabela 2).
Tabela 1 - Consumo por classe - Brasil (GWh)
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética - Anuário estatístico de energia elétrica 2013
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Tabela 2 - Consumo total por região geográfica - Brasil (GWh)
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética - Anuário estatístico de energia elétrica 2013
Em setembro de 2007, foi divulgado pelo PROCEL e Eletrobrás, a Pesquisa de Posse de
Equipamentos e Hábitos de Uso - Ano Base 2005 - Classe Residencial, em que se pode
analisar o consumo final na carga residencial no Brasil (Gráfico 1) como também no Centro
Oeste (Gráfico 2), Sudeste (Gráfico 3) assim como nas demais regiões federativas.
Gráfico 1 - Participação dos eletrodomésticos no Consumo Residencial no Brasil
Fonte: Pesquisa de Posse de Equipamentos e Hábitos de Uso -Ano Base 2005 - Classe Residencial
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Gráfico 2 - Participação dos eletrodomésticos no Consumo Residencial Região Centro-Oeste
Fonte: Pesquisa de Posse de Equipamentos e Hábitos de Uso - Ano Base 2005 - Classe Residencial
Gráfico 3 - Participação dos eletrodomésticos no Consumo Residencial Região Sudeste
Fonte: Pesquisa de Posse de Equipamentos e Hábitos de Uso - Ano Base 2005 - Classe Residencial
A partir desses dados, podemos verificar que 26,3% de toda energia elétrica produzida no
Brasil em 2013 foi para uso residencial, sendo que 14% desse consumo com iluminação
(Gráfico 1). No Centro-Oeste este consumo é de 12% (Gráfico 2), enquanto para a região
Sudeste chega aos 19% (Gráfico 3).
Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas para a Ernst& Young Terco (2008): A evolução da oferta de energia no Brasil até 2030 deverá ser marcada pelo novo
patamar de preços do petróleo e da eletricidade [...]projeta-se também uma elevação
de 31,2% no preço da energia elétrica, em razão do aumento dos custos de
investimento e ambientais. (FGV, 2008).
Com base nessas informações, podemos constatar a necessidade de se obter cada vez mais
economia no consumo elétrico residencial, pois além da degradação dos recursos naturais
cada vez mais escassos, haverá um aumento significativo no custo de consumo da energia
elétrica para os próximos anos. A partir do estudo de caso, será possível mostrar que com as
ofertas de produtos existentes nos mercado hoje, é possível substituir a iluminação
convencional por LED, proporcionando uma alta economia energética, sem abrir mão de
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qualidade e efeitos no projeto de iluminação. Não será objeto de estudo deste artigo o custo de
implantação do LED, mas a grande vantagem que pode proporcionar em relação a redução de
consumo elétrico, visto o aumento gradual do consumo e preço da energia elétrica no Brasil.
3. Tipos de lâmpadas
Para entender e aplicar o LED como um sistema de iluminação eficiente, analisaremos o
funcionamento e utilização das lâmpadas convencionais para iluminação residencial. Como
temos inúmeros modelos no mercado, delimitaremos o estudo das lâmpadas de acordo com os
modelos utilizados no estudo de caso.
a) Lâmpada halógena bipino e halopin
Nos moldes da primeira lâmpada comercial do mundo criada por Thomas Alva Edison em
1879, as lâmpadas halógenas bipino e halopin são a evolução da incandescente.Possuem um
filamento de tungstênio dentro de um bulbo de vidro com gases halógenos que permitem a
regeneração do filamento tornando sua vida útil mais elevada (2.000 horas) em relação a
incandescente tradicional (700 a 1.000 horas). Seu Índice de Reprodução de Cor (IRC) é 100
e sua temperatura de cor fica em torno de 2.700 a 3.000k. São muito utilizadas em arandelas,
abajures e pendentes.
As lâmpadas bipino são de baixa tensão (12v) e só podem ser utilizadas com o uso de um
transformador de corrente que converte de 120/220v para 12v (SILVA, 2004:46). Seu soquete
é o G4.
A lâmpada halopin possui o mesmo funcionamento da bipino, porém é ligada diretamente na
tensão de rede (120/220v). Seu soquete é o G9.
Figura 1–Lâmpada halopin - OSRAM
Fonte: http://www.osram.com.br
Figura 2–Lâmpada bipino - OSRAM
Fonte: http://www.osram.com.br b) Lâmpada halógena dicróica
As lâmpadas halógenas popularmente conhecidas como dicróicas, são na verdade um
conjunto lâmpada e luminária. “Nada mais é que uma lâmpada bipino [...] acoplada a um
pequeno aparelho com espelho multifacetado, que se chama refletor dicróico” (SILVA,
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2004:48). Esse refletor que caracteriza a lâmpada absorve 2/3 do calor jogando-o para trás,
projetando toda a luz para frente com apenas 1/3 do calor gerado. Sua principal característica
é permitir que sua luz saia de forma focal, obtendo assim diversos ângulos de abertura,sendo
indicada para iluminação pontual e de efeito, podendo ser também para iluminação geral para
os casos em que o facho de abertura é de 60º. Existem modelos de baixa tensão (12v) ou
tensão de rede (120/220v). Seu Índice de Reprodução de Cor (IRC) é 100 e sua luz apresenta
uma temperatura de cor varia de 2700 a 3000k (kelvin) conforme o fabricante. Entre os
modelos mais utilizados estão as de 50w, 12 ou 220v de 36º, e as minidicróicas 30w, 12 ou
220v de 24º. Sua vida útil varia de 2.000 a 4.000 horas de acordo com o fabricante. Seu
soquete pode ser tanto G4 (12v) como GU10 (220v).
Figura 3–Lâmpada halógena dicróica - OSRAM
Fonte: http://www.osram.com.br
c) Lâmpada halógena Halospot ou AR (Refletor de Alumínio)
A halospot, mais popularmente conhecida como AR (em referência a sigla em inglês
Aluminium Reflector), tem seu funcionamento idêntico ao da lâmpada dicróica. “Seu refletor
fabricado em alumínio possui uma capa antiofuscante na ponta da lâmpada [...] onde o
controle da luz pode ser feito com maior precisão” (SILVA, 2004:50). Seus principais
modelos são: AR70, existente no mercado em baixa tensão (12v) e tensão de rede (110/220v)
e AR111, somente em baixa tensão (12v). Os números subseqüentes as letras AR indicam o
diâmetro do refletor da lâmpada.
Com uma grande variedade de abertura de fachos, sua utilização pode ser tanto para
iluminação a longas distâncias como, por exemplo, em locais com pé-direito duplo (de 5 a 6
metros ou mais), como para iluminação de destaque, a exemplo de quadros e obras de arte,
bem como em vitrines de lojas. Seu IRC é 100 e sua luz apresenta uma temperatura de cor
que varia entre 2700 a 3000k conforme o fabricante.
As AR 111 podem ter ângulos de abertura de 6º a 40º com potências que variam de 35 a 60w.
Sua vida útil fica entre 2.000 e 4.000 horas (site OSRAM, 2014). Vale lembrar que em razão
dos ângulos mais fechados onde a luz está mais concentrada, o calor emitido juntamente com
a luz também fica mais concentrado, decorrendo em uma série de cuidados a serem tomadas
quanto a sua aplicabilidade.
Figura 4–Lâmpada Halospot 111 - OSRAM
Fonte: http://www.osram.com.br
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d) Lâmpadas Fluorescentes tubulares e compactas
As lâmpadas fluorescentes ou de descarga de baixa pressão, são lâmpadas cujo
funcionamento são por descarga elétrica em vapores metálicos:
São compostas de um invólucro translúcido de vidro transparente chamado de tubo
de descarga. Nas suas extremidades possuem eletrodos cuja função é emitir elétrons
com o aumento da temperatura. O tubo de descarga é composto por gases de vapor
metálico sob pressão.(ESPAÇO ENERGIA, 2013:21)
Estes gases quando "agitados" pela corrente elétrica, geram uma luz imperceptível ao olho
humano, que ao atingir o pó de fósforo ou trifósforo que reveste o interior do tubo gera uma
luz visível. Tem temperatura de cor que varia de 3000 a 6000k e sua reprodução de cor
melhorou muito com índices anteriormente abaixo de 70, hoje chegam a 89 (site OSRAM,
2014).
Figura 5– Funcionamento das lâmpadas fluorescentes tubulares
Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/lampadas-fluorescentes4.htm
As lâmpadas fluorescentes mais utilizadas para iluminação residencial são as lâmpadas
fluorescentes tubulares (LFT) e lâmpadas fluorescentes compactas (LFC), e tem sua vida útil
diretamente ligada aos ciclos de "liga e desliga" conforme descrito abaixo:
A determinação da vida útil das lâmpadas fluorescentes é influenciada pelos
ciclos de chaveamento (liga-desliga) e pelo tipo de reator que alimenta a
lâmpada (eletrônico ou eletromagnético). Como a vida útil de uma lâmpada
fluorescente é influenciada pela quantidade de acendimentos, quanto mais
acendimentos em períodos curtos, mais prejudicial é para sua vida útil .É
necessário analisar o tipo de ocupação do ambiente antes de utilizar uma
lâmpada fluorescente, pois tempos de reacendimentos inferiores a 15 minutos ou
mais de 8 acendimentos ao dia poderão prejudicar a vida útil especificada das
lâmpadas. (ESPAÇO ENERGIA, 2013:22)
A LFT teve sua evolução marcada principalmente pela diminuição do seu diâmetro (T12,
T10, T8 e atualmente T5), bem com pela sua eficiência energética,adquirindo menor consumo
e maior fluxo luminoso (T10=20 e 40W; T8=16 e 32W e T5=14 e 28W).
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Figura 6– Evolução das lâmpadas fluorescentes tubulares
Fonte: http://www.lighting.philips.com.br/connect/support/faq_lampadas.wpd
Seu funcionamento depende da instalação auxiliar de reatores que limitam a corrente e
adequam as tensões para o perfeito acendimento das lâmpadas (SILVA,2008).
Hoje, asLFT T5 são as mais eficientes, com maior durabilidade e melhor reprodução de cor.A
exemplo, a T8 de 32Wattsemite2.624lúmens, com vida mediana de 20.000horas, contra T5 de
28Watts que emite 3.192 lúmens, com vida mediana de 24.000horas. (site OSRAM, 2014). O
soquete da T8 é o G13, enquanto o da T5 é o G5.
Figura 7– Lâmpadas fluorescentes tubulares T5 e T8
Fonte: http://www.osram.com.br
As lâmpadas fluorescentes compactas (LFC) ou eletrônicas como também são conhecidas no
mercado, são uma compactação da fluorescente tubular e possuem seu funcionamento muito
parecido, com exceção do reator, que no caso da LFC, fica compactado no corpo da própria
lâmpada. Criadas para substituir diretamente as lâmpadas incandescentes, possuem diversos
modelos no mercado. Os mais utilizados são as do formato "U" (2U, 3U, etc) e as espirais,
também conhecida como "twister" devido a uma fabricante. Tem potências que variam de 7 a
90W (site TACHIBRA, 2014). As mais utilizadas para uso residencial são as de 11 a 25W.
Figura 8– Lâmpadas fluorescentes compactas - Formato "U" e Espiral
Fonte: http://www.osram.com.br
e) LED (Diodo Emissor de Luz)
Da sigla em inglês "Light-Emitting Diode", o diodo emissor de luz é um componente
eletrônico semicondutor, mesma tecnologia utilizada nos chips dos computadores, que tem a
propriedade de transformar energia elétrica em luz. Tal transformação é diferente da
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encontrada nas lâmpadas convencionais que utilizam filamentos metálicos, radiação
ultravioleta e descarga de gases, dentre outras. No LED, a transformação de energia elétrica
em luz é feita na matéria, sendo, por isso, chamada de Estado sólido (Laboratório da luz,
UNICAMP).
Figura 9– Funcionamento do LED
Fonte: Retirado da internet
Apesar de ser uma invenção tecnológica datada de 1963 por Nick Holonyac, o LED está se
popularizando como solução para iluminação residencial e comercial apenas na última década
(Tabela 3). Apenas no final dos anos 90, apareceu o primeiro LED de potência Luxeon, o qual
foi responsável por uma verdadeira revolução na tecnologia dos LEDs, e apresentava um
fluxo luminoso na ordem de 30 a 40 lúmens em um ângulo de 110 graus. Até então, os LEDs
eram de baixa e média potência (de 0,1W a 0,5W) e utilizados apenas como solução em
equipamentos eletrônicos como luz de indicação/ sinalização.
A luz do LED não emite calor e por isso é considerada luz fria, no entanto liberam a potência
dissipada em calor e por isso necessitam de dissipadores térmicos que retiram o calor da base
do LED liberando-o no ambiente. A não dissipação desse calor diminui drasticamente o fluxo
luminoso e reduz consideravelmente a sua vida útil.
Tabela 3– História do LED - Lucínio Preza de Araújo
Fonte:http://www.prof2000.pt/users/lpa/
Basicamente, existem 4 modelos de LED: o Tradicional (1ª geração), utilizados na maioria
dos equipamentos eletrônicos; SMD (sigla inglês significa: Equipamento montado em
superfície), utilizado em lâmpadas e principalmente em fitas LED, o PL (Power LED) e o
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COB (Chips on-board, módulo com vários LEDs encapsulados), estes dois utilizados em
lâmpadas e luminárias LED.
Figura 10– Tipos deLED
Fonte: Imagens retiradas da Internet
O LED já cobre todos os espectros de cores (Tabela 3), e já existem no mercado modelos que
permitem ser dimerizados, porém com a necessidade de equipamentos eletrônicos auxiliares.
A sua grande durabilidade e baixo consumo, tornam o LED cada vez mais presente tanto na
iluminação residencial, comercial bem como na iluminação pública.
Conforme alguns fabricantes, o LED pode durar até 40.000 horas e podem consumir até 70%
a menos que uma lâmpada convencional.
O LED também é considerado uma tecnologia "verde", pois não utiliza metais pesados em sua
composição e a maioria de seus componentes podem ser reciclados.
Como está em constante evolução, a fabricante OSRAM lançou na Feira de Tecnologia e
Arquitetura (Light+Building 2014) em Frankfurt na Alemanha,uma lâmpada LED capaz de
alcançar 215 lúmens/watts, emitindo 3.900 lúmens.Só há previsão de comercialização desta
lâmpada em 2015.
O alto custo de aquisição do LED (em relação as incandescentes e fluorescentes), a falta de
uma normatização sobre essa tecnologia, bem como a grande quantidade de produtos de baixa
qualidade existentes no mercado, são algumas das barreiras que impedem uma maior difusão
positiva dessa tecnologia no mercado brasileiro.
4. Estudo de caso
Com base nestas informações, realizamos o estudo de caso sobre um projeto luminotécnico
(Figura 11) para verificar a viabilidade técnica da substituição das lâmpadas convencionais
pelas lâmpadas LED sem realizar alterações nos tipos de luminárias (retrofit). O apartamento
com198m² assinado pela designer de interiores Adriana Tavares, atende a uma cliente de
classe média-alta, localizado na região de Águas Claras/DF.Foram observados no projeto os
seguintes dados:
- Tipo de lâmpadas/ luminárias indicadas: Halógenas, fluorescentes tubulares e compactas;
- Quantidade de lâmpadas halógenas: 78
- Quantidade de lâmpadas fluorescentes tubulares e compactas: 55
- Total de lâmpadas: 133
- Potência instalada: 5.124Watts.
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Figura 11– Legenda do projeto luminotécnico - Apartamento em Águas Claras/DF
Fonte: Cedido pela Designer de interiores Patrícia Tavares
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Figura 12–projeto luminotécnico - Apartamento em Águas Claras/DF
Fonte: Cedido pela Designer de interiores Patrícia Tavares
Para realizar a análise comparativa, foram pesquisadas lâmpadas e luminárias LED que
obtivessem efeito e fluxo luminoso do sistema convencional sugerido pela designer.
Após análise de diversos produtos disponíveis no mercado, foram selecionados os de
fabricantes e importadoras que mais se aproximavam dos quesitos exigidos, e que
disponibilizassem informações técnicas de seus produtos nos catálogos ou em seus sites para
a análise.
Foram escolhidos produtos dos seguintes fabricantes e importadoras:
- OSRAM (fabricante);
- PHILIPS (fabricante);
- STELLATECH(importadora);
- WSG (importadora);
- INCOLUSTRE (fabricante de luminárias).
De posse das informações técnicas, obtivemos os seguintes resultados comparativos:
Tabela 5– Comparativo da lâmpada dicróica vs LED
Informações retiradas do site dos fabricantes
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Tabela 6– Comparativo da lâmpada minidicróica vs LED
Informações retiradas do site dos fabricantes
Tabela 7– Comparativo da lâmpada R63 vs LED
Informações retiradas do site dos fabricantes
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Tabela 8– Comparativo da lâmpada AR70 vs LED
Informações retiradas do site dos fabricantes
Tabela 9– Comparativo da luminária com lâmpada fluorescente vs luminária LED
Informações retiradas do site dos fabricantes
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Tabela 10– Comparativo da luminária com lâmpada fluorescente vs luminária LED
Informações retiradas do site dos fabricantes
Tabela 11– Comparativo da luminária com lâmpada tubular fluorescente T8 32Wvs tubular LED
Informações retiradas do site dos fabricantes
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Tabela 12– Comparativo da luminária com lâmpada tubular fluorescente T8/16Wvs tubular LED
Informações retiradas do site dos fabricantes
Após a análise, segue-se os seguintes resultados:
- Todas as lâmpadas substituídas por LED;
- Total: 133 lâmpadas;
- Potência instalada: 1.512Watts
Para auferir o consumo e a economia energética,realizamos uma simulação utilizando o
aplicativo “Calculadora – custos de energia”, ( Apple Store, 2014). Identificamos o consumo
e custo da energia elétrica diário, semanal, mensal e anual do sistema de iluminação
convencional e LED, fazendo um comparativo entre os dois sistemas.Foram utilizados os
seguintes dados para a simulação:
- Consumo total do sistema convencional: 5.124W
- Consumo total do sistema LED: 1.512W;
- Tempo de uso: Horas/dia (para esta simulação, será utilizado o tempo de 3 horas/dia de uso
de cada sistema;
- Custo por KWh cobrado pela Companhia Energética de Brasília - CEB em Águas Claras/DF
para consumo residencial: R$ 0,31.
Os resultados estão apresentados na tabela13:
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Tabela 13– Custos da energia - A esquerda: Sistema convencional; À direita: Sistema LED
Fonte: Simulação obtida com o aplicativo "Calculadora (custos de energia) disponível na Apple Store, 2014)
Com base nos dados obtido pela simulação do consumo elétrico (Tabela 13), observamos que
a economia de energia elétrica chega a 70,5% entre o sistema convencional e o LED, podendo
gerar uma economia anual de 3.955,14 kW/h (Tabela 14).
Tabela 14– Resultado comparativo: Sistema convencional e Sistema LED
Fonte: Elaborado pelo autor
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Ao contrapor estas informações com os dados da Pesquisa de Posse de Equipamentos e
Hábitos de Uso Classe Residencial (Gráfico 4) onde 12% do consumo energético residencial
do Centro-Oeste é utilizado para iluminação, podemos considerar que neste apartamento
haveria uma redução no consumo elétrico de 8,46%, passando para 3,54% (Gráfico 5).
Ao realizar a projeção em relação ao consumo elétrico residencial nacional (Gráfico 6), o
consumo cairia de 26,3%para 22,07%, proporcionando uma economia de 4,2% (Gráfico 7).
Gráfico 4– Participação dos eletrodomésticos no Consumo Residencial no Brasil
Fonte: Pesquisa de Posse de Equipamentos e Hábitos de Uso - Ano Base 2005 - Classe Residencial
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Gráfico 5– Projeção do Consumo Residencial no Brasil com implantação de iluminação por LED
Fonte: Projeção elaborado pelo autor
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Gráfico 6– Consumo total por região geográfica - Brasil
Fonte: Empresa de Pesquisa Energética - Anuário estatístico de energia elétrica 2013
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Gráfico 7– Projeção do consumo por classe com implantação do Sistema LED
Fonte: Projeção elaborado pelo autor
É possível observar nesta simulação (Gráfico 7), que a economia alcançada através da
implementação do LED seria o suficiente para atender toda a demanda de energia elétrica
utilizada pelo poder público (3%), pelo serviço público (3%), ou ainda todo o consumo dos
serviços de iluminação pública (3%).
5. Conclusão
Este estudo teve como objetivo provar que a tecnologia LED já substitui o sistema de
iluminação constituído de lâmpadas halógenas e fluorescentes, e que no mercado encontramos
lâmpadas e luminárias LED que cumprem o papel de iluminar com boa qualidade de luz,
fluxo luminoso satisfatório e efeitos idênticos, e não poucos casos, com melhor qualidade que
o sistema convencional.
É necessário porém que haja um cuidado muito grande quanto ao indicar a utilização do LED,
pois de fato, em comparação à iluminação convencional, tem seu custo de implantação muito
mais alto, o que força os comerciantes de iluminação a buscar alternativas mais viáveis, o que
compromete significativamente a qualidade dos produtos vendidos, "queimando" assim, a
imagem do LED e prejudicando a qualidade dos projetos luminotécnicos. Os profissionais
arquitetos, designers de interiores e projetistas de iluminação, precisam conhecer e pesquisar
sobre os principais fabricantes/ importadores de LED para dar aos seus clientes a devida
orientação.
Como consequencia direta desta substituição, a redução do consumo energético residencial
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Redução do consumo elétrico, por uso do sistema de iluminação LED em apartamento de classe A em Água
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impactaria diretamente o consumo energético nacional, diminuindo assim a carga sobre o
sistema,que devido ao aumento do consumo e os baixos investimentos tem cada vez mais se
mostrado fragilizado.
Como ocorridos no período do 2002 (ano do "Apagão") em que houve um grande esforço
para substituir as lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes,com os devidos incentivos do
poder público, bem como o comprometimento dos profissionais da iluminação para conhecer
e disseminar esta tecnologia com responsabilidade e comprometimento com a qualidade, é
possível que o LED se torne uma iluminação cada vez mais viável a um maior número de
residências, tornando as lâmpadas halógenas (de alto consumo) e as fluorescentes (com
mercúrio em sua composição) se tornem tão obsoletas quanto as lâmpadas incandecentes,
para os nossos dias atuais.
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